A música “Estudo Errado” é uma crítica feros ao sistema educacional da época,
música lançada na década de 90, que estende-se até os dias atuais. Após ouvirmos a letra musical, observamos quantos problemas ainda enfrentamos na educação e nas escolas brasileiras que ainda não tiveram solução e parecem estar longe do fim. Os alunos ainda são tratados como meros espectadores, são apenas receptores do conhecimento transmitido pelos professores que, por sua vez, passam o conteúdo de forma arcaica, sem motivação e sem tentar despertar o interesse do aluno, passa exatamento o que está no “progama” sem inovar. A fala do aluno na música, indica que o currículo empregado seria, na classificação de McNeil (2001), o currículo Acadêmico, já que não leva em consideração as experiências do aluno nem seu ambiente social e escolar, mas sim a transmissão de conhecimento como verdade única e inquestionável. Em um trecho da música o compositor pergunta se o aluno está na escola realmente para aprender ou simplesmente para obedecer, podemos notar a descrença no ensino e a falta de entendimento do aluno, que não consegue enxergar a importância da escola, do aprender. Os pais dessas crianças, geralmente, exigem que elas frequentem a escola, ou seja, não é algo que a criança tem prazer em fazer ou sinta necessidade. Sendo assim, descobrem que tirando boas notas podem conseguir algo em troca com os pais como é citado na própria música. Para tirar tais notas, utilizam-se do método “decoreba”, ou seja, o aluno decora para tirar uma nota alta, mas logo após a prova o conteúdo já é esquecido. Esse método já é um velho conhecido dos alunos, o que nos leva a refletir sobre o que o autor relata “o aluno está na escola pra aprender”? Ou seria para decorar e reproduzir? Outra coisa que nos leva a refletir é o currículo empregado (currículo Acadêmico), na maioria das escolas, é o ideal? No trecho “A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil” percebe-se a falta de importância dos alunos com relação as disciplinas ministradas nas escolas. Eles não consideram o conteúdo relevante para sua vida, por isso a cada dia temos mais alunos desestimulados. Na visão do aluno as matérias são chatas, não trazem temas interessantes e não servem para nada, como o autor cita no texto “Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre/ Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste/ - O que é corrupção? Pra que serve um deputado?”. Isso nos mostra que o currículo “tradicional” (currículo Acadêmico), onde professores passam conteúdo sem focar no aluno e na sua formação crítica não é um método muito interessante na visão do próprio aluno, pois estes querem ver assuntos ligados ao seu dia-a-dia, querem assuntos que eles possam aplicar na sua realidade fora da escola, e é dever da escola formar cidadãos capazes de pensar e lidar com situações do cotidiano o que atualmente não vem acontecendo em grande parte das salas de aula. Como podemos notar, a música, apesar de não ter sido composta atualmente, relata um contexto que ocorre hoje. O currículo mais usado não vem obtendo sucesso, pois temos professores e alunos desmotivados, aulas arcaicas, sem motivação e temas que não chamam a atenção dos alunos. Cabe aos educadores, rever se realmente esse é o melhor caminho, o melhor método de ensino ou se já chegou a hora de renovar e realmente formar cidadãos que possam fazer do Brasil um pais melhor.