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DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS BÁSICOS DE UMA

EDIFICAÇÃO NA TECNOLOGIA BIM

CÓDIGO: ETE09

RESUMO: O atual método de desenvolvimento de projetos na indústria da construção civil é subdividido em várias
etapas com diferentes projetistas. Com o aumento da complexidade das soluções da indústria, a metodologia de
trabalho atual gera maior interação entre as equipes de trabalho resultando em custos, retrabalhos e erros por
omissão. Dessa forma, o uso do BIM – Building Information Modeling (Modelagem de Informação da Construção),
surge como uma ferramenta alternativa para atender as atuais demandas. O BIM insere novas metodologias de
controle, armazenamento e compartilhamento de informações ocasionando em uma maior interação das equipes. O
presente trabalho tem como objetivo modelar e compatibilizar projetos básicos de uma edificação através de
ferramentas BIM. Para realizar as atividades, foi realizado um estudo de uma edificação multifamiliar de 4
pavimentos, que previamente já possuía seu projeto arquitetônico desenvolvido na plataforma CAD. O modelo em 2D
foi utilizado como base para a modelagem 3D, e por fim, realizou-se a compatibilização dos projetos complementares
da edificação, bem como foi desenvolvido o seu orçamento.
PALAVRAS-CHAVE: Compatibilização; Modelagem; Informação.

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento de projetos básicos de uma edificação na construção civil é


tradicionalmente dividido em várias fases: projeto de arquitetura, projetos estrutural, hidráulico e
sanitário, elétrico, construção e operação, dentre outros, dependendo da complexidade do
empreendimento. As demais etapas envolvem a obtenção do orçamento, através do levantamento de
quantitativos e composição de custos.
Adicionalmente, na metodologia de trabalho atual, cada especialidade realiza o respectivo
projeto de forma desconectada das restantes, pois não existe uma fonte completa e permanente de
informação referente ao projeto global, encontrando-se esta segmentação pelos diversos
intervenientes. Sendo assim, indispensável a compatibilização desses projetos. Porém, mesmo após
essas etapas, na fase de construção, são feitas modificações resultados de erros e omissões
previamente desconhecidos (EASTMAN, TELCHOLZ, et al., 2014).
Deste modo, devido a necessidade de melhorar os métodos de trabalho, nasceu o conceito
“Building Information Modeling” (BIM), que proporciona automatismos de integração de projeto,
criando uma plataforma única e transversal a todos os intervenientes capaz de englobar todo o ciclo
de vida de uma edificação, abrangendo aspectos de concessão, manutenção e gestão. O projeto
torna mais acessível a outras entidades que no futuro possam intervir neste, facilitando eventuais
operações de reconstrução, demolição, entre outras.
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Segundo Eastman et al. (2014), existem muitas verdades e mitos na percepção geralmente
aceita, no que se refere ao estado da arte da plataforma BIM e se torna importante realizar essa
análise com uma visão independente dos interesses comerciais que norteiam a literatura oferecida
pelos fabricantes de softwares.
BIM é um conceito que insere novas metodologias relacionadas aos processos de controle,
armazenamento, troca e fácil acesso à informação, permitindo a integração entre arquitetos,
engenheiros e profissionais da construção civil, o qual gera modelos virtuais da edificação que
engloba informações necessárias para orçamentos, cálculos e previsões das fases de uma construção
(MENEZES, 2011).
Adotando-se o BIM, tais questões geram melhorias ou não dependendo do quanto a equipe
está integrada no modelo digital. O atual modelo de trabalho é uma excelente oportunidade para
explorar a tecnologia BIM, visto que a compatibilização entre os profissionais que projetam e os
que executam é primordial para o andamento do empreendimento, proporcionando uma
oportunidade para que ambas as áreas participem dos processos (ROCHA, 2015).
Para compatibilizar tais projetos, a tecnologia BIM conjuga uma série de informações
geométricas relativas a forma, dimensões e posição, e informações não geométricas, como custo,
quantidades, resistência, entre outras características. Essas informações geram a definição do
conceito de objetos paramétricos, um ponto central para entendimento da plataforma (EASTMAN
et al., 2014).
E diferentemente do CAD (Computer Aided Design), no BIM, o mais importante não são os
desenhos, mas as informações. Um conjunto de informações são lançadas, geradas e processadas
durante o desenvolvimento do projeto, que podem gerar além das modelagens 3D, modelos de
planejamento, da construção e até a operação da obra.
Tal diferenciação é feita através do objeto paramétrico. Em vez de projetar elemento por
elemento, é definido famílias de modelos ou classes. Nos modelos tradicionais, como o CAD 3D,
cada elemento deve ser modificado individualmente. Com os objetos paramétricos, o conjunto de
elementos ajustam-se automaticamente quando surgem modificações. É por meio desse parâmetro
que a tecnologia permite a fácil compatibilização entre projetos.
Sendo assim, numa busca por melhorar, resolver e otimizar os problemas de tempo e custos
para a realização de projetos, a indústria da construção civil busca cada vez mais se preparar para a
adesão da tecnologia BIM. Entretanto, a disseminação do conhecimento sobre essa tecnologia e a
utilização da mesma, atualmente, é escassa. O uso de diferentes ferramentas da plataforma aos
diversos membros que irão executar os projetos, dificulta a implementação do modelo, tornando a
curva de aprendizado lenta.
Portanto, surge a necessidade de estudos, para que se obtenha fundamentação para a
implementação da tecnologia, na tentativa de acelerar os procedimentos de aprendizagem e
adaptação desse novo método.
Dessa forma surgiu a motivação de projetar, dimensionar e orçar uma edificação residencial
multifamiliar, utilizando os conceitos e ferramentas da tecnologia BIM. O conjunto de vantagens
apresentados pela plataforma traz a indispensabilidade de explorar a aplicabilidade do modelo,
debatendo sobre sua implementação.

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2 METODOLOGIA

A metodologia a ser utilizada foi dividida em três etapas: levantamento bibliográfico e estudo
do projeto arquitetônico; desenvolver os projetos complementares e levantar os quantitativos de
todos os projetos e por fim, compor o orçamento e avaliar os resultados obtidos.
Na primeira etapa, foi estudado o projeto arquitetônico, buscando familiarizar-se com a
tecnologia BIM, tendo em vista adaptar-se a interoperabilidade entre os softwares utilizados, bem
como o levantamento bibliográfico, visando coletar informações sobre os novos métodos de
desenvolver e projetar edificações, no qual o projeto arquitetônico desenvolvido no AUTOCAD ®
serviu de base para desenvolvimento do projeto arquitetônico no Revit®, determinando os tipos de
materiais a serem utilizados em cada elemento do projeto, chegando assim mais próximo da
realidade da construção.
Na segunda etapa, foram elaborados os projetos complementares de uma edificação. Para
execução do projeto hidrossanitário, foi preciso o estudo de plug-ins que atendessem aos requisitos
da tecnologia BIM e fossem compatíveis com o Revit®. Com isso, foi dimensionado as tubulações
de esgoto sanitário seguindo sua norma regulamentadora. Posteriormente, foi dimensionado os
sistemas de abastecimento de água fria, de forma econômica e que atenda a toda as especificações
das suas normas em vigência.
Com a utilização do software CAD/TQS® foi dimensionada a estrutura do edifício, contendo
lajes, vigas, pilares e outros elementos estruturais, para levantamento do quantitativo de material a
ser utilizado como aço e concreto, que representa grande parte do custo do empreendimento, onde
também terá as dimensões dos elementos citados acima para compatibilização com os demais
projetos. Com os outros projetos executados foi traçado a rede de distribuição, verificando a
previsão de carga, limite de queda de tensão, bem como verificou-se os requisitos da norma e as
recomendações da concessionária, com a utilização de tabelas. Após todos os projetos
complementares finalizados foi feito o levantamento dos quantitativos de todos os projetos, usando
as ferramentas da plataforma BIM, assim como, foi elaborado a estrutura analítica da composição
de custos, definição dos encargos sociais e verificação de preços.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

De posse do projeto arquitetônico, previamente desenvolvido no sistema CAD®, foi elaborado


o projeto estrutural do edifício. Foi utilizado o software TQS® para modelagem dos elementos
estruturais e dimensionamento. Optou-se por iniciar o trabalho pelo projeto estrutural devido a
familiarização com o sistema.

3.1 Modelo Arquitetônico

O edifício a ser modelado apresenta uma área construída de 270 m². O residencial possui
quatro apartamentos por pavimento, num total de dezesseis apartamentos dividido entre quatro

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pavimentos.
Não foram criadas famílias para este modelo. Todos os objetos utilizados já estavam
disponíveis para uso. As principais ferramentas utilizadas para desenvolvimento do modelo
arquitetônico foram elementos básicos de porta, janela, piso, escada e pintura.
Um dos pontos de grande mudança no método de projetar em BIM são as propriedades
apresentada em tempo real. Na interface do software é possível identificar, classificar e modificar o
objeto paramétrico. Com as mudanças em tempo real, os métodos construtivos podem ser pensados
com antecipação.
A Fig. 1 apresenta o início do desenvolvimento da modelagem do projeto arquitetônico. A
forma como é feita a modelagem, já apresenta grandes mudanças quanto ao processo de projetar. O
exemplo disso se dá pelo fato de que os elementos inseridos nos projetos podem conter alterações
quanto à geometria, propriedades e posições de vistas. A facilidade de tais alterações simplifica o
processo de modelagem.

Figura 1 – Planta baixa de um pavimento.

3.2 Modelo Estrutural

A primeira etapa da modelagem ocorreu através da caracterização do edifício, bem como a


definição das características do concreto e dos esforços de ventos. Depois de inserir as dimensões
de pilares e vigas, posicionamento das lajes, e os carregamentos, foi verificado o dimensionamento
e detalhamento obtido pelos resultados do programa.
A modelagem do estrutural ocorreu de forma simplificada através do software TQS®. Foi
utilizado a versão Universidade. Esta versão possui limitações quanto ao número máximo de
pavimentos, número de pilares, restrições quanto á fundação, entre outros. Essas limitações não
permitiram que fosse dimensionado a fundação do edifício.
A partir do modelo estrutural, através do plug-in TQS®, foi exportado para o Revit® para dar
continuidade com os demais projetos. A Fig. 2 apresenta o modelo estrutural pronto para a
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exportação.

Figura 2 – Modelagem estrutural da edificação.

3.3 Modelo Elétrico

Nesta etapa, foi necessário transcrever diversas informações para as configurações elétricas
do Revit®. O programa possui informações incompatíveis com os elementos comercializados no
Brasil.
Outro ponto a pontuar foi a dificuldade de encontrar famílias compatíveis. A maioria das
famílias encontradas possuem baixo nível de desenvolvimento de seus elementos ou necessitaram
de modificações em suas configurações de famílias. Ressalta-se que uma vez configurado as
informações e famílias, os projetos futuros serão desenvolvidos de forma facilitada.
Tendo em vista que os engenheiros civis possuem, como norma do conselho, limitações
quanto ao dimensionamento de projetos elétricos, foi utilizado o mínimo necessário para que a
edificação atenda às normas em vigência, dimensionando apenas os elementos da parte de medição
aos terminais. A Fig. 3 apresenta uma exibição prévia de um projeto elétrico para um apartamento.

Figura 3 – Instalações prediais de um apartamento.

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3.4 Modelo Hidrossanitário

Com o auxílio do plug-in TigreCad®, foram lançados os elementos das instalações


hidráulicas e sanitária. A Fig. 4 mostra uma visão geral do modelo em toda a edificação.
Foi necessário todo cálculo preliminar para dimensionamento do diâmetro da tubulação, para
atender as especificações da sua norma vigente em termo de pressão e diâmetros mínimos.

Figura 4 – Visão geral das instalações hidrossanitária.

3.5 Compatibilização entre os projetos

A compatibilização ocorreu através do programa Navisworks ®, analisando as interferências


entre cada modelo realizado no Revit®, também foi elaborado um relatório de inferências de entre
cada disciplina.
Para iniciar a análise dos projetos é necessário inserir as duas disciplinas que serão
identificados os conflitos, inserindo um sobreposto ao outro para identificar as incoerências,
produzindo uma visualização em 3D das duas disciplinas. A Fig. 5 apresenta uma
incompatibilidade entre uma tubulação de água fria e um elemento estrutural.

Figura 5 – Conflito tubulação de água fria e laje de um reservatório.

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Entretanto, vale salientar que o programa não identifica de forma automática as
incompatibilidades. Por exemplo, tubulações que estão embutidas em alvenarias de tijolo cerâmico
são classificadas, pelo programa, como incompatível. Para isso há a necessidade de uma verificação
de cada elemento (Fig. 6).

Figura 6 – Vista dos modelos arquitetônico e hidráulico, sobrepostos.

Para cada análise, o programa emite um relatório de interferências, onde é possível de forma
simplificada identificar e marcar os elementos que necessitam de modificações, como é mostrado na
Fig. 7.

Figura 7 – Relatório de interferências entre modelos estrutural e hidráulico.

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3.6 Análise dos resultados da compatibilização

Foi identificado na compatibilização, que o projeto arquitetônico em análise com o projeto


elétrico apresentou mais interferências e conflitos em relação aos demais, 58% de todas as
interferências e conflitos mostrado no gráfico baixo, porém essas interferências são esperadas no
projeto (Fig. 8)
Figura 8 – Interferências e conflitos.

Interferêcias e Conflitos

12%

27%
58%

0%
3%

Estrutural x Hidráulico Arquitetônico x Hidráulico


Elétrico x Hidráulico Estrutural x Elétrico
Arquitetônico x Elétrico

A compatibilização do projeto estrutural foi de fundamental importância, pois mostrou qual


dos conflitos não poderão ser executados e modificações nos projetos complementares para se
adequar ao estrutural. A Fig. 9 mostra a quantificação dos conflitos entre os modelos estrutural e
hidráulico.

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Figura 9 – Gráfico de conflitos entre modelos estrutural e hidrossanitário.

Estrutural x Hidráulico

450
400
350
CONFLITOS

300
250 419
200 327
150
100
50
12
0
Pilar Viga Lage

4 CONCLUSÕES

Este trabalho abordou como objetivo principal, desenvolver projetos básicos de uma
edificação multifamiliar voltado à compatibilização dos mesmos. No processo de modelagem, foi
possível adquirir experiências bastante úteis.
As ferramentas utilizadas para desenvolvimento deste trabalho cumpriram seu papel. Porém,
ainda há uma necessidade de difusão de conhecimentos relativos à tecnologia BIM. Os obstáculos
de aprendizado foram potencializados pela falta de famílias disponíveis para uso, tornando o uso da
ferramenta mais complicado.
A maior vantagem do uso da tecnologia BIM é obter, de forma intuitiva e rápida, detalhes de
construção durante a modelagem. Esse fato se estende à execução da obra, reduzindo erros no
processo de construção.
A compatibilização ocorreu de forma satisfatória às expectativas. Previamente, pelas vistas
em três dimensões já foi possível verificar incompatibilidades que foram confirmadas
posteriormente.
O aprendizado desta tecnologia é indispensável no atual cenário da indústria da construção
civil, visto que há uma busca por soluções viáveis para compatibilização de projetos.
Aos poucos a tecnologia irá se incorporar no mercado de trabalho. As complexidades de
projetos irão tornar necessários a implementação de novos métodos. Os métodos utilizados para
elaboração desse trabalho, através de uma edificação previamente projetada, tornaram o processo
mais lento. A alternativa sugerida é desenvolver o projeto diretamente com o conceito da tecnologia
BIM.

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Por fim, é necessário que todos os profissionais envolvidos na execução de uma edificação
participem do processo. Não basta obter detalhes mais específicos se os construtores mantêm
métodos mais antigos nos modelos construtivos.

5 REFERÊNCIAS

EASTMAN, C. et al. Manual de Bim: Um Guia de Modelagem da Informação da Construção


para Arquitetos, Engenheiros, Gerentes, Construtores e Incorporadores. Porto Alegre.
Bookman. 2014.
MENEZES, G. L. B. B. D. Breve Histórico de Imprementação da Plataforma BIM. Cadernos de
Arquitetura e Urbanismo. v. 18. n. 22. p. 154-171. Natal. 2011.
ROCHA, P. J. M. Implementação Bim num Projeto de Instalações de um Edifício Unifamiliar.
Universidade do Porto. Porto. 2015.

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