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ECOLOGIA DA PAISAGEM, GEOGRAFIA E MEIO AMBIENTE: INTER-

RELAÇÕES E CORRELAÇÕES

Felipe Henrique da Silva ANDRADE


Aluno do Curso de Licenciatura plena em Geografia. E-mail: felipegeo@outlook.com

Wanderson Benigno dos SANTOS


Aluno do Curso de Licenciatura plena em Geografia. E-mail: dynho-dhyn@hotmail.com

Liége de Souza MOURA


Professora Drª do Curso de Geografia da UESPI. E-mail: liege.moura@hotmail.com

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo discutir os elementos conceituais e metodológicos


sobre Ecologia da Paisagem e sua relação com a Geografia; e analisar a Ecologia da Paisagem
como uma abordagem geográfica para a conservação do meio ambiente. A metodologia
empregada foi a revisão bibliográfica. Os resultados da pesquisa indicaram a importância da
Ecologia da Paisagem dentro da Geografia para a conservação do meio ambiente, já que em
seus estudos abarca todas as variáveis que surgem e que em conjunto vão interferir de forma
positiva ou negativa na modificação do espaço geográfico, e que a abordagem metodológica
da Ecologia da Paisagem pressupõe o uso de equipes inter e multidisciplinares na realização
dos seus estudos. Podendo se constatar que essa análise integrada contribui positivamente
como objeto de políticas públicas para a conservação do meio ambiente e para o ordenamento
e planejamento territorial.

Palavras-chave: Paisagem. Ecologia da Paisagem. Geografia. Meio Ambiente.

ABSTRACT

This paper aims to discuss the conceptual and methodological elements of landscape ecology
and its relation to geography; and analyze the Landscape Ecology as a geographical approach
to the conservation of the environment. The methodology was the literature review. The
survey results show the importance of Landscape Ecology within the Geography for the
conservation of the environment, since in his studies covers all variables that arise and
together will interfere positively or negatively in the modification of the geographical space,
and the methodological approach of Landscape Ecology presupposes the use of inter- and
multidisciplinary teams in carrying out their studies. Being able to see that this integrated
analysis contributes positively as an object of public policies for the conservation of the
environment and spatial and territorial planning.

Keywords: Landscape. Ecology landscape. Geography. Environment.


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INTRODUÇÃO

O processo de transformação da natureza para suprir as necessidades humanas sempre


foi necessário e inevitável, na medida em que o homem depende desses recursos para sua
sobrevivência. No entanto se essa transformação não for realizada com uma visão sistêmica
que considere a complexidade da natureza, pode ocasionar diversos danos ao meio natural
com efeitos diversos e indesejáveis.
Diante do exposto inserimos a importância dos estudos que apreendem a paisagem
com uma visão sistêmica, contrapondo-se a visão cartesiano-newtoniana. E posteriormente a
importância da Ecologia da Paisagem com abordagem “geográfica” que nasce da junção entre
Ecologia e Geografia com uma proposta que promete um avanço em direção à
interdisciplinaridade ao englobar aspectos físico-naturais e humanos em seus estudos.
Para compreensão da paisagem como um todo necessitamos de estudos com a visão
das mais diversas ciências, para prever ou sanar alguns problemas ambientais que podem
surgir com alteração do meio ambiente sem o devido planejamento e ordenamento territorial
concebendo a ecologia da paisagem como uma das formas de iniciar esses estudos.
Objetiva-se com o presente trabalho discutir os elementos conceituais e metodológicos
sobre Ecologia da Paisagem e sua relação com a Geografia; e analisar a Ecologia da Paisagem
como uma abordagem geográfica para a conservação do meio ambiente. A escolha do tema
vai ao sentido de demonstrar a importância do emprego da visão sistêmica nos estudos atuais
e apresentar a Ecologia da Paisagem dentro da Geografia como uma proposta integradora na
análise da paisagem considerando os diversos aspectos que compreendem a mesma. Para
realizar o presente trabalho utilizou-se como metodologia revisão bibliográfica tendo como
base: Bertrand (1972), Cavalcanti (2006), Metzger (2001), Moraes (1988), Moura e Simões
(2010), Nucci (2009) e Rodriguez; Silva; Cavalcanti (2013).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os estudos de paisagem

As atividades humanas sempre constituíram um meio de modificação da natureza.


Nesse processo de interação o homem acabou ajudando na constituição de diversos tipos de
paisagens, que possuem características, dinâmicas e valores próprios. Para a maioria das
pessoas o conceito paisagem faz menção a uma bela visão de formas e atributos naturais, mas
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cientificamente esse conceito tem uma longa história e tem contribuído bastante para o
desenvolvimento dos estudos da ciência geográfica. Desde o surgimento da Geografia na
antiguidade, o conceito de paisagem é analisado com maior ou menor intensidade. Os antigos
geógrafos e naturalistas sempre perceberam essa estreita relação existente entre o homem e o
meio que o circunda.
Na Geografia esse conceito sofreu grandes variações de significados dependendo da
tendência do pesquisador ou da escola que este fazia parte. Esse foi um dos grandes dilemas
que a paisagem como conceito enfrentou para sua consolidação nos estudos da ciência
geográfica. Contudo ressalta-se que a ideia da relação da sociedade com a natureza sempre
esteve presente desde estudos antigos até os atuais. Após reconhecer o papel do homem e sua
influência na alteração do meio natural, esta premissa passou a ser o ponto inicial na
formulação dos conceitos modernos de paisagem, ou seja, o homem passa a fazer parte desse
conjunto de elementos que define e interagem com a paisagem. O quadro 1 mostra a evolução
dos estudos de paisagem.

Quadro 1- Síntese evolutiva dos estudos de paisagem


Surgem as primeiras ideias físico geográficas sobre a interação
Gênese (1850-1920) dos fenômenos sobre a interação dos fenômenos naturais e as
primeiras formulações da paisagem como noção científica.
Desenvolvimento Pela influência de outras ciências, são desenvolvidas as noções
biogeomorfológico (1920-1930) de interação entre os componentes da paisagem.
Estabelecimento da concepção São desenvolvidos os conceitos sobre a diferenciação em
físico-geográfica (1930-1955) pequena escala das paisagens (zonalidade e regionalização).

Análise estrutural-morfológica Atenção principal volta-se para análise dos problemas de nível,
(1955-1970) regional e local (taxonomia, classificação e cartografia).
Análise funcional (1970- até São introduzidos os métodos sistêmicos e quantitativos e
hoje) desenvolvida a Ecologia da Paisagem.
Atenção principal volta-se para inter-relação dos aspectos
Integração geoecológica estrutural-espacial e dinâmico-funcional das paisagens e a
(1985- até hoje) integração em uma mesma direção científica (Geoecologia ou
Ecogeografia) das concepções biológicas e geográficas sobre as
paisagens.
Fonte: Rodriguez; Silva e Cavalcanti, 2013. Organizado por: Andrade, 2015.

A evolução dos estudos de paisagem, como foi visto no quadro 1, remonta do século
XIX, tendo na escola alemã, através de Humboldt com trabalhos sobre integração de
componentes e zonalidade, e na escola russo-soviética, através de Lomonosov e Dokuchaev,
com estudos sobre paisagem como objeto material e zoneamento natural, seus principais
precusores (CAVALCANTI, 2006).
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A partir desse momento, a paisagem ganha significado científico, tornando-se um


conceito geográfico. Ao longo dos estudos realizados, o conceito passou por diversas escolas
sendo interpretado e ganhando importância diferenciada em cada uma delas, em consequência
do método e base filosófica que predominava em cada uma.
Nucci (2009), comenta que “a paisagem foi introduzida na Geografia como conceito
científico-geográfico no início do século XIX pelo alemão Alexander von Humboldt (1769-
1859), o grande precursor da moderna geobotânica e geografia física”. Em alemão, o termo
paisagem (Landschaft) contém um significado geográfico-espacial no prefixo land,
diferenciando-se da paisagem encontrada em outras ciências.
Entre os clássicos que desenvolveram estudos na percepção da paisagem podemos
mencionar Paul Vidal de La Blache com os seus estudos sobre a relação do homem com o
meio, suas técnicas, seus hábitos, usos e costumes, denominando tudo isso de “gênero de
vida”. Os estudos de La Blache sobre o “gênero de vida”, dizem respeito como o homem está
modificando a paisagem ao seu redor com base em seus hábitos, técnicas, costumes
(MORAES, 1988).
Na escola francesa Vidal de La Blache enfocou como objeto de estudo e escala de
análise o estudo das regiões do globo. Onde os geógrafos desta escola usavam-se do estudo
descritivo para descreverem os fenômenos e todos os outros elementos presentes em sua área
de estudo (MORAES, 1988). De forma, geral a proposta de La Blache afirmava que a análise
geográfica consistia na observação de campo, indução a partir da paisagem, particularização
da área de estudo através de aspectos históricos e naturais, comparação das áreas de estudo e
posteriormente a classificação dessas áreas e dos gêneros de vida ou como afirma Moraes
(1988) “assim, o estudo geográfico, na concepção vidalina, culminaria com uma tipologia”.
Ressalta-se que apesar de todos os estudos de La Blache estarem voltados para a Geografia
Humana, este foi concebido como um estudo da paisagem, pois em sua abordagem ele discute
a relação homem/natureza e nunca a relação estabelecida entre os homens, em decorrência
disso a carga naturalista é mantida em sua proposta, apesar do apelo histórico dos fatos.
Além da contribuição dada por esses discípulos de Humboldt, a Ciência da Paisagem,
igualmente se desenvolveu na União Soviética com a denominação de Geografia Física
Complexa, sua origem assemelha-se à da Escola Alemã com destaque a contribuição do
edafólogo russo Dokoutchaev que desenvolvia estudos que visavam à compreensão da
influência exercida pelo solo no desenvolvimento da vegetação, por considerar o solo
resultado da Ciência da Paisagem este é considerado o fundador da Escola Geográfica
Soviética (MOURA E SIMÕES, 2010).
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A escola americana durante os anos 1940 nos Estados Unidos substituiu o conceito
landscape, que estava, até então, em uso nesse país sob influência da Geografia alemã (Carl
Sauer), pela ideia da “área” e “integração” (Richard Hartshorne), sendo esta um conjunto de
variáveis abstratas deduzidas da realidade da paisagem e da ação humana (MORAES, 1988).
Para Hartshorne uma área possuía vários processos integrados, e o máximo de inter-relações
possíveis daria a realidade total da área. Como se torna impossível investigar todas as
variáveis Hartshorne propôs que fosse selecionada as variáveis mais significativas para serem
analisadas, sendo que a integração dessas variáveis diferiam de um lugar para outro, e o
caráter de cada área seria fornecido por meio desses fenômenos inter-relacionados.
Um ponto a ser destacado é que no século XIX prevaleceram estudos da paisagem de
caráter naturalista estudando apenas seu caráter descritivo e morfológico abordando a
natureza do ponto de vista fisionômico não buscando atender a integração dos aspectos sociais
e econômicos. E somente no século XX como destaca Nucci (2009), em decorrência dos
avanços da Ecologia e da Teoria Geral dos Sistemas (TGS), o conceito de sistema se
incorpora aos estudos da paisagem alterando consequentemente a forma como os estudos
estavam sendo realizados, pois agora se busca uma integração entre os elementos que se
encontram presentes na paisagem.
No momento que começam a surgir às primeiras escolas que se dedicam ao estudo da
paisagem percebe-se o caráter predominantemente descritivo e que se ocupava de estudar
apenas os aspectos fisionômicos, formas de relevo e suas subdivisões. Contudo em 1940
emerge um método revolucionário no estudo da paisagem, com o advento da TGS, publicada
em 1948, por Ludwig Von Bertalanffy. Essa teoria traz uma proposta revolucionaria
considerando os estudos desenvolvidos até o momento, pois esta busca em seus estudos a
integração e inter-relação dos elementos presentes na paisagem, focando na relação
homem/natureza ao contrário da visão estético/descritiva.

Ecologia da Paisagem, Geografia e conservação do meio ambiente

Atualmente a perspectiva da multidisciplinaridade está sendo discutida em todas as


ciências, pois os estudos fragmentados que permaneceram durante muito tempo em várias
áreas do conhecimento fizeram com que os saberes das ciências ficassem restritos não
existindo inter- relações entre eles. A Geografia como ciência que estuda a relação entre a
sociedade e a natureza exerce um papel fundamental dentro dessa visão interdisciplinar.
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Devido sua base epistemológica de caráter interdisciplinar, as diversas abordagens e


conteúdos geográficos estudados em Geografia favorecem bastante uma abordagem
interdisciplinar. Deste modo os estudos geográficos devem ser feitos com interação entre as
diversas ciências com o intuito de desenvolver estudos conjuntos para que o conhecimento
seja aprofundado e compartilhado pelo diálogo integrado dos saberes.
É nesse contexto que inserimos a contribuição da ecologia da paisagem para os
estudos integrados da ciência geográfica já que está pode ser entendida e caracterizada como
um ramo do conhecimento prático, na medida em que integra ciências sociais, geofísicas e
biológicas, visando de forma geral uma compreensão global da paisagem e do seu
ordenamento territorial (METZGER, 2001). Atualmente a ecologia da paisagem torna-se de
fundamental importância no âmbito de uma nova perspectiva, onde as ideias da
multidisciplinaridade acabam focando e valorizando a questão ambiental. Rompendo as
fronteiras dos estudos isolados, passando a dedicar-se às características, aos estudos e aos
processos dos elementos da natureza e da sociedade.
Nota-se que a ecologia de paisagem surge a partir da junção de duas importantes
ciências a Ecologia e a Geografia com o objetivo de auxiliar no entendimento das complexas
relações que o homem mantém com o seu meio, opondo-se a vertente que dedicava seus
estudos aos aspectos naturais da paisagem desconsiderando o homem, o que deixava os
estudos pouco úteis, mas na medida em que se insere o homem nesse processo surgem vários
aspectos que antes não eram considerados, no entanto, muito importantes para realização de
estudos que visem à compreensão da paisagem como um todo.
Na acepção de Metzger (2001, p. 03), a abordagem geográfica dentro da ecologia da
paisagem deve preocupar- se com três pontos principais:

[...]com o planejamento da ocupação territorial, através do conhecimento dos


limites e das potencialidades de uso econômico de cada “unidade de
paisagem” [...]; [...]o estudo de paisagens fundamentalmente modificadas
pelo homem, as “paisagens culturais”; e a análise de amplas áreas espaciais,
sendo a Ecologia de Paisagens diferenciada, nessa abordagem, por enfocar
questões em macro escalas, tanto espaciais quanto temporais, sendo assim
uma macro-ecologia.

Deste modo, para uma análise eficiente da paisagem, devemos conceber a ação social
como uma das formas de modificação da mesma, uma vez que o elemento antrópico faz parte
desse complexo sistema dinâmico que caracteriza a paisagem, através da modificação
constante da mesma para desenvolvimento de suas atividades.
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Podemos considerar que a ecologia da paisagem dentro da geografia vai contribuir


com os estudos dos mosaicos antropizados que são produzidos pelo homem na implantação
das suas atividades pelo território, sendo essa abordagem de fundamental importância, pois
considera o homem como parte desse sistema e não um agente perturbador. Metzger (2001,
p. 07) afirma que “a ecologia de paisagens pode contribuir, pois propõe a lidar com mosaicos
antropizados, na escala na qual o homem está modificando seu ambiente”.
A paisagem como um conjunto inter-relacionado de formações naturais se
antroponaturais é um meio de vida e também o palco para a implantação das atividades
humanas (RODRIGUEZ; SILVA; CAVALCANTI, 2013). No entanto nesse processo de
trocas entre sociedade e natureza se não for realizado um devido planejamento, pode-se
comprometer o meio natural, na medida em que ao implantar determinadas atividades o
homem pode alterar o padrão dos processos ecológicos e também comprometer a existência
de determinadas espécies.
Nessa abordagem ecológica com um caráter mais geográfico a ecologia da paisagem
busca muito além de apenas fazer uma análise detalhada de impactos locais, mais sim procura
analisar todas as modificações estruturais, e, portanto funcionais, trazidas pelo homem no
mosaico como um todo, considerando todas as complexas inter- relações espaciais entre
elementos naturais e culturais (METZGER, 2001).
Tomando como base esse ponto é que inserimos a importância da ecologia da
paisagem dentro da Geografia para a conservação do meio ambiente que em seus estudos
abarca todas as variáveis que surgem e que em conjunto vão interferir de forma positiva ou
negativa na modificação do espaço geográfico. As diversas atividades empreendidas pelo
homem nas paisagens naturais podem causar danos irreversíveis ao meio ambiente se não for
feito um devido planejamento.
A geografia como uma ciência interdisciplinar desde o seu surgimento buscou estudar
a relação que o homem mantém com o meio. Mostrando-se uma preocupação muito antiga de
como o homem estar gerindo e utilizando seu território, onde esses estudos somados a
ecologia da paisagem buscam entender atualmente essa complexa relação entre homem e o
meio que o circunda.
Sendo assim, a abordagem “geográfica” da Ecologia da Paisagem visa estudar a
heterogeneidade espacial que engloba diversos aspectos naturais e culturais. Podemos
considerar a principal preocupação dessa abordagem, entender as inter-relações do homem
com o seu espaço onde se relaciona e a partir disso propor soluções e aplicações práticas na
solução dos problemas ambientais que podem vir a surgir se não for feito um devido
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planejamento na implantação das atividades antrópicas. Sendo que para cumprir esse objetivo
é usada uma abordagem holística, e integradora de ciências sociais, humanas, econômicas,
geofísicas e biológicas, visando dessa forma compreender a paisagem como um todo
auxiliando deste modo no ordenamento territorial.
Para cumprir tal objetivo de analisar a paisagem de modo global, ou seja, englobando
todos os seus elementos as paisagens são divididas em “ecótopos” (ou em “landschaftzellen”)
que são unidades inteiramente comparáveis ao ecossistema. Esse método representa um
progresso decisivo sobre os estudos fragmentados dos geógrafos e dos biogeógrafos, porque
ele reagrupa todos os elementos da paisagem, e o lugar reservado ao fenômeno antrópico é
bem importante nele (BERTRAND, 1972).
O estudo dos geossistemas e da Ecologia da Paisagem na Geografia vem contribuindo
muito na análise do meio ambiente, pois possibilita um estudo prático e aplicado do espaço
geográfico, considerando a ação do homem ao meio natural na exploração dos recursos
naturais. E ao mesmo tempo possibilita a divisão da paisagem em unidades de estudo
menores, permitindo que se considere a heterogeneidade de cada segmento da paisagem mas
sem perder a conexão que este mantém com o todo.

CONCLUSÃO

Percebeu-se com o presente trabalho que a Ecologia da Paisagem é um ramo do


conhecimento relativamente novo ainda está em busca de uma base conceitual e teórica
sólida, na medida em que é possível encontrar duas ramificações em suas abordagens uma
“geográfica” e uma “ecológica” diferindo em seus objetivos. Contudo percebeu-se que a
abordagem metodológica da ecologia da paisagem pressupõe o uso de equipes inter e
multidisciplinares na realização dos seus estudos. Onde essa análise integrada vem
contribuindo positivamente como objetos de políticas públicas para a conservação do meio
ambiente e para o ordenamento e planejamento territorial.
Dentro da Geografia a Ecologia da Paisagem vai contribuir com a análise de todas as
modificações estruturais e funcionais que homem causa a paisagem como um todo sempre
considerando para tal investigação as complexas relações existentes entre os elementos
naturais e antrópicos. Concluindo-se que de forma aplicada essa abordagem ao englobar esses
variados aspectos possibilita uma melhor compreensão de algumas consequências que podem
ser causadas ao meio ambiente, se não for realizados estudos interdisciplinares para
implantação de atividades ou conservação do meio ambiente.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERTRAND, G. Paisagem e Geografia Física Global, Esboço Metodológico. Caderno de


Ciências da Terra N°. 13, São Paulo: FFLCH/ USP, 1972, 01-27 p.

CAVALCANTI, A. P. B. Métodos e Técnicas da Pesquisa Ambiental. Teresina:


UFPI/CCHL/DGH, 2006.

METZGER, J. P. O que é ecologia de paisagem? Biota Neotropica, Campinas/SP, v1, n1/2,


ISSN 1676-0611, Dez. 2001.

MORAES, A.C.R. GEOGRAFIA: Pequena História Crítica. Editora HUCITEC, São Paulo,
1988.

MOURA, D. V; SIMÕES, C. S. A evolução histórica do conceito de paisagem. AMBIENTE


& EDUCAÇÃO. vol. 15(1). 2010.

NUCCI, J. C. Ecologia e planejamento da paisagem in: SANTOS, D, G dos.; NUCCI, J. C


(orgs). PAISAGENS GEOGRÁFICAS: Um tributo a Felisberto Cavalheiro. Campo
Mourão: Editora da FECILCAM, 2009.

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