Você está na página 1de 29

Aula de 04/03

André Bazin, 1918-1958


Uma
cronologia da
teoria do
cinema:
obras, autores,
movimentos.
O período
clássico
• Primeiro livro de
teorização sobre cinema;
• Asssistemático, muitas
vezes impressionista;

Seu principal foco é
diferenciar o cinema do
teatro (cinema ≠ teatro
filmado);
Resenhas de Máximo
Górki (1896)
• Impressões sobre o
cinematógrafo, não teoria;
• Estranhamento total
com a falta de cor e de
som dos filmes Lumière;
• Comparação do que foi

projetado com espectros,


um reino de mortos, uma
piada de Merlin;
Vistas Cinematográficas
(1906)
• Reflexão de Méliès sobre
seu ofício de illusioniste fin
de siècle;
• Diferencia quatro tipos

de vistas: vistas naturais


(“fotografias animadas”),
científicas, assuntos
compostos ou gêneros
cênicos, vistas de
transformações.
O nascimento de uma
sexta arte (1911)
• Riccioto Canudo
inventou o termo “sétima
arte” (depois de
reconhecer a dança como
a sexta arte);
• Cinema é a arte plástica

em movimento, uma
síntese de todas as outras
artes anteriores
(arquitetura, escultura...);
O nascimento de uma
sexta arte (1911)
• O que a tragédia era para
os gregos, o cinema é para
os modernos;
• Em meio ao pensamento

científico-positivista, o
cinema é o moderno
festival, em que o
indivíduo atomizado pode
esquecer sua
individualidade.
The Art of The
Moving Picture (1916)
• Primeiro livro de
teorização sobre cinema;
• Asssistemático, muitas
vezes impressionista;

Procura diferenciar o
cinema do teatro (cinema
≠ teatro filmado);
The Art of The
Moving Picture (1916)
• Procura defender o
estatuto de arte para o
cinema;
• Esboça uma taxonomia

dos gêneros das photoplays;


• Cinema é uma linguagem

visual universal
hieroglífica.
Photoplay – a
psychological study
(1916)
• Primeira teoria
sistemática sobre cinema;
• Sua teoria divide-se em

uma psicologia e uma


estética do cinema
fundada na primeira;
Photoplay – a
psychological study
(1916)
• Estética neokantiana –
propósito da arte é
apresentar totalidades
isoladas, cujas partes estão
em perfeita harmonia. O
comprazimento com essa
harmonia é o belo;
Photoplay – a
psychological study
(1916)
• Uma photoplay projeta
imagens do mundo
objetivo moldadas pela
subjetividade. Recursos
cinematográficos são atos
mentais tornados partes
do mundo projetado (close-
up – atenção, flashback –
memória, etc).
Impressionismo Francês

Jean Epstein (1897-1953)


Impressionismo
francês

Principais integrantes:
Jean Epstein, Abel Gance,
Germaine Dulac, Louis
Delluc, Marcel L'Herbier);
• Advento de uma cultura

cinematográfica –
invenção da cinefilia;
• Proliferação de revistas

Fotograma de Coeur Fidèle, especializadas e da crítica


1923
de cinema;
Impressionismo
francês

O cinema é
essencialmente uma
sinfonia visual;

O ritmo visual seria
alcançado por meio de
recursos exclusivamente
fílmicos, como montagem
e truques de câmera;
Fotograma de La Chute de la • O cinema mostra a
Maison Usher, 1928 realidade transformada
(photogénie).
Montagem Soviética

Sergei Eisenstein (1898-1948)


Lev Kuleshov (1899-
1970)
•Por meio da montagem é
possível manipular o
espectador;
•Descobridor do “efeito
Kuleshov” – pela
justaposição de planos,
um plano é
“contaminado” pelo
outro.
Lev Kuleshov


Eisenstein tardio
•A montagem dialética
vem na esteira do efeito
Kuleshov – algo ausente
dos planos separadamente
surge de sua justaposição;
•Ao invés de um efeito

subjetivo, o que surge é


uma apreensão objetiva
da realidade– a
consciência
revolucionária.
Kornilov’s march on Petrograd was under the banner of “In the
Name of God and Country”. Here we attempted to reveal the
religious significance of this episode in a rationalistic way. A
number of religious images, from a magnificent baroque Christ
to an Eskimo idol, were cut together. The conflict in this case
was between the concept and symbolization of God. While the
idea and image appear to accord completely in the first statue
shown, the two elements move further from each other with
each successive image. Maintaining the denotation of ‘God,’ the
images increasingly disagree with our concept of God,
inevitably leading to individual conclusions about the true
nature of all deities. In this case, too, a chain of images
attempted to achieve a purely intellectual resolution, resulting
from a conflict between a preconception and a gradual
discrediting of it in purposeful steps. (Eisenstein 1977a, 61)
Rudolf Arnheim (1904-2007)
• Sua tarefa era “refutar a
afirmação de que o cinema
nada mais era do que uma
simples reprodução da vida
real” (Film as Art, p. 34);
•O cinema é arte na medida

em que não reproduz a


realidade;
• Som, cor, 3D, etc. São um

retrocesso para a arte


cinematográfica.
Béla Balázs (1884-1949)
• “Bons close ups são líricos:
é o coração, não os olhos,
que os percebera” (Theory of
Film) – nós acessamos
estados mentais e emoções;
• “Nosso olho, e com ela

nossa consciência,
identifica-se com os
personagens do fime,
olhamos o mundo através
de seus olhos”.
Siegfried Kracauer (1889-1966)
• O cinema se define pela
sua capacidade de registrar
a realidade – sua base
fotográfica;
• Sua ontologia fotográfica

do cinema implica uma


estética e uma ética do
cinema;
• O cinema deve deixar a

realidade aparecer para


além do controle
(gelassenheit heideggeriana).
André Bazin
• Ontologia da imagem
fotográfica – o lugar da
fotografia na cultura
(transparência moderada);
• Mito do cinema total –

leitura teleológica da famíia


de tecnologias do cinema
(fotografia e cinema
buscando criar uma
duplicação completa da
realidade);
Cinéma Total (1944)
André Bazin
• Dois sentidos de realismo:
o realismo do trompe l'oeil e
“o verdadeiro realismo, que
implica exprimir a
significação a um só tempo
concreta e essencial do
mundo” (Ensaios, p. 21);
• Seu elogio ao neorrealismo

italiano está carregado


desses dois sentidos.
Filmologie
• Obra inaugural publicada
em 1946;
• Grupo originou Instituto

de pesquisa (Association pour


la Recherche Filmologique),
periódico (La Revue
Internationale de Filmologie) e
um livro (L'Univers
Filmique).
Filmologie
• Psicologia experimental;
• Estética, Ética e
Sociologia do cinema;
• Cinema aplicado a outras

áreas;
•Étienne Souriau criou o

conceito de diegese – mais


ou menos mundo ficcional
– (retomando a Platão),
conceito que foi assimilado
pela teoria da literatura.

Você também pode gostar