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Rio de Janeiro
Março, 2015
Rio de Janeiro
Março, 2015
APLICAÇÃO DE MÉTODO COMBINADO DE FERRAMENTAS DE GESTÃO
DA QUALIDADE FMEA E FTA NA DETECÇÃO E CONTROLE DE
PATOLOGIAS PREDIAIS
Examinada por:
______________________________________________
Profº Elaine Garrido Vazquez
______________________________________________
ProfºRoberto Machado Corrêa
______________________________________________
ProfºLeandro Torres diGregorio
______________________________________________
ProfºAssed Haddad
i
Silva, Arthur Bastos
Aplicação de Método Combinado de Ferramentas de
Gestão da Qualidade FMEA e FTA na Detecção e Controle de
Patologias Prediais/ Arthur Bastos Silva. – Rio de Janeiro:
UFRJ/ Escola Politécnica, 2015.
ii
AGRADECIMENTOS
Mãe, pelo exemplo máximo de dedicação e inspiração ao longo dos anos. Nada teria sido
concretizado sem seu exemplo.
Elaine, por apoiar e orientar cada passo. Não teria conseguido sem sua ajuda.
Gabi, Isa, Camilla, grupo heterogêneo de grandes cabeças pensantes. Ajudando a suportar a
parte difícil e comemorar as pequenas vitórias nesses 5 anos.
iii
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Março/2015
O desempenho das edificações deve ser controlado tanto em projeto e construção quanto
durante sua vida útil. A manutenção é processo inerente à longevidade das edificações uma
vez que se torna ferramenta indispensável à adequação das mesmas aos requisitos definidos
em seu perfil projetado, evitando seu envelhecimento precoce e otimizando sua utilização. No
Brasil, a manutenção de edifícios é um setor falho no que diz respeito à prevenção e combate
de patologias prediais, o que se reflete diretamente em custos onerosos para proprietários e
inutilização de edifícios ainda com potencial de uso. No setor público, o fator se agrava pela má
gestão de recursos e priorização de outras atividades que não a manutenção das instalações
das edificações destinadas às suas atividades. Devido à baixa disponibilidade de recursos
financeiros e à alta necessidade de ambientes que atendam níveis elevados de desempenho,
torna-se necessária a racionalização do processo de manutenção, o que pode ser atingido com
a utilização das ferramentas de gestão da qualidade total, Análise da Árvore de Falhas (FTA) e
Análise dos Modos de Falhas e seus Efeitos (FMEA) combinadas, para a realização de
inspeções prediais direcionadas à montagem de um banco de dados que permita a
hierarquização por nível de risco das patologias prediais detectadas e à criação de planos de
ação preventiva e corretiva a fim de diminuir sua ocorrência. Este trabalho, apresenta os
resultados do estudo de caso do Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro
(HFSE), caracterizado por vistoria nas instalações prediais de Hidráulicas e Sanitárias de parte
de seu prédio central e análise das patologias encontradas seguindo modelo desenvolvido a
partir dos métodos de gestão. Pôde-se aferir que a criação de uma rotina de gestão da
manutenção com hierarquização das patologias e desenvolvimento de diagramas que
determinam suas causas básicas, bem como definição de seus efeitos e índice de risco
otimizou o processo e deu diretrizes essenciais para combate dos problemas com erradicação
de suas causas básicas.
iv
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Civil Engineer.
Arthur Bastos Silva
March/2015
Advisor: Elaine Garrido Vazquez
Joint Advisor: Roberto Machado Corrêa
Course: Civil Engineering
The performance of buildings should be controlled during project and construction and its
lifetime. The longevity of buildings is directly connected to its maintenance since it becomes a
indispensable tool to the suitability of the buildings to the requirements defined in the project to
prevent premature aging and optimizing their use. In Brazil, the maintenance of buildings it is a
underrated area when it comes to prevention and combating diseases of building which is
directly reflected in expensive costs to owners and disable of buildings still in potential use. The
problem is even worse in the public sector due to the poor management of resources and
prioritization of other activities than the maintenance of the facilities of the buildings. Related to
facilities for public health units such as hospitals, maintenance is even more relevant because
of the physical need to the users to access rooms with high level of hygienic control, air-
conditioned environments and among others aspects. Due to the low availability of financial
resources and high need of high performance environments it is necessary to rationalize the
maintenance process which can be achieved with the use of total quality management tools,
Fault Tree Analysis (FTA) and Failure Mode and Effect Analysis (FMEA) combined for
conducting the inspections of the buildings directed to create a database that allows the ranking
by risk level of the building pathologies detected and creating preventive plans and corrective
action to reduce its occurrence. Therefore, it was made a study case of the Hospital Federal
dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HFSE) characterized by inspections in hydraulic
and sanitaric building facilites of its central building and analysis of pathologies found following
model developed from management methods. It was possible to check that the creation of a
managing maintenance schedule that includes pathologies hierarchy and diagram development
that can determinate its root causes, as well as its effects definition and risk index optimized the
process and gave essential guidelines to combating problems and its root causes elimination.
v
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................................ 1
1.1.1 DESEMPENHO E PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÔES: A BUSCA DE UMA
VISÃO SISTÊMICA DAS EDIFICAÇÕES ............................................................................. 1
1.2 OBJETIVO ..................................................................................................................... 3
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 4
1.4 ABORDAGEM METODOLÓGICA................................................................................. 4
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO...................................................................................... 5
2 CONCEITOS PERTINENTES AO DESEMPENHO E QUALIDADE NAS EDIFICAÇÕES .. 6
2.1 REFERÊNCIAS NORMATIVAS .................................................................................. 10
2.2 A TEORIA DA CONFIABILIDADE............................................................................... 12
2.3 CARACTERIZAÇÃO DE DEFEITOS E FALHAS........................................................ 13
2.4 MANUTENÇÃO: UM ITEM BASILAR AO DESEMPENHO DE PRODUTOS E
PROCESSOS .......................................................................................................................... 16
2.4.1 HISTÓRICO DO CONCEITO DE MANUTENÇÃO ............................................. 18
2.4.2 CLASSIFICAÇÃO DA MANUTENÇÃO ............................................................... 19
2.4.3 O CONCEITO DE DISPONIBILIDADE ............................................................... 22
2.5 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES ........................................... 23
2.6 ENGENHARIA DIAGNÓSTICA EM EDIFICAÇÕES: PROCEDIMENTOS DE
INVESTIGAÇÃO DE PATOLOGIAS ....................................................................................... 26
2.6.1 NORMA DE INSPEÇÃO PREDIAL IBAPE/SP 2011 .......................................... 28
2.7 SISTEMAS PREDIAIS HIDRÁULICOS E SANITÁRIOS E A OTIMIZAÇÃO DO
DIAGNÓSTICO DE PATOLOGIAS EM EDIFÍCIOS ............................................................... 31
3 ANÁLISE ESTRUTURADA DE FALHAS E O AUMENTO DA CONFIABILIDADE DE
SISTEMAS PREDIAIS ................................................................................................................ 33
3.1 FMEA (FAILURE MODES AND EFFECTS ANALYSIS – ANÁLISE DOS MODOS E
EFEITOS DAS FALHAS) ........................................................................................................ 34
3.1.1 ESTRUTURA DE UM FORMULÁRIO FMEA ...................................................... 35
3.1.2 SEQUÊNCIA DE PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DA FMEA .......... 38
3.2 FTA (FAULT TREE ANALISYS OU ANÁLISE DA ÁRVORE DE FALHAS) ............... 43
4.2.1. ESTRUTURA DE UMA ÁRVORE DE FALHAS ........................................................ 44
4 MÉTODO INTEGRADO DE FMEA E FTA PARA DETECÇÃO E CONTROLE DE
PATOLOGIAS EM SISTEMAS PREDIAIS .................................................................................. 52
4.1 DEFINIÇÃO DOS ITENS DO SISTEMA QUE SERÃO CONSIDERADOS ................ 52
4.2 PREPARAÇÃO PRÉVIA: COLETA DE DADOS ......................................................... 52
4.3 INSPEÇÃO PREDIAL: COLETA DE AMOSTRAS DAS FALHAS EXISTENTES....... 54
4.4 IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE FALHAS E SEUS EFEITOS ................................ 55
vi
4.4.1 CONFECÇÃO DAS ÁRVORES DE FALHAS ..................................................... 55
4.4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS EFEITOS DOS MODOS DE FALHAS ........................... 56
4.5 DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES ............................................................................... 56
4.5.1 ÍNDICE DE OCORRÊNCIA ................................................................................. 56
4.5.2 ÍNDICE DE GRAVIDADE .................................................................................... 58
4.5.3 ÍNDICE DE DETECÇÃO ..................................................................................... 59
4.5.4 ÍNDICE DE RISCO .............................................................................................. 60
4.6 PREENCHIMENTO DOS FORMULÁRIOS FMEA ..................................................... 60
5 APLICAÇÃO DO MÉTODO COMBINADO FMEA + FTA EM DETECÇÃO E CONTROLE
DE PATOLOGIAS PREDIAIS NO HOSPITAL DOS SERVIDORES .......................................... 63
5.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE O HOSPITAL ............................................................... 63
5.2 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO ....................................................... 64
5.3 APLICAÇÃO DO MÉTODO ......................................................................................... 66
5.3.1 DETERMINAÇÃO DO UNIVERSO A SER CONSIDERADO NA ANÁLISE ....... 66
5.3.2 PREPARAÇÃO PRÉVIA: COLETA DE DADOS ................................................. 66
5.3.3 INSPEÇÃO PREDIAL.......................................................................................... 66
5.3.4 IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE FALHAS E SEUS EFEITOS ........................ 75
5.3.5 GRUPO 1: VAZAMENTOS ................................................................................. 76
5.3.6 GRUPO 2: FALHA NA INSTALAÇÃO ................................................................. 89
5.3.7 GRUPO 3: INFILTRAÇÕES ................................................................................ 99
5.3.8 GRUPO 4: FALHA NO REVESTIMENTO ......................................................... 109
5.3.9 RECOMENDAÇÕES E PLANOS DE AÇÃO..................................................... 115
5.3.10 PREENCHIMENTO DOS FORMULÁRIOS FMEA ....................................... 115
6 COSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 117
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 119
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Distribuição da incidência dos acidentes prediais por tipo de origem. ....................... 17
Figura 2: Evolução temporal da manutenção. ............................................................................ 19
Figura 3: Tipos de Manutenção e sua relação ............................................................................ 22
Figura 4: Levantamento bibliográfico sobre causas de patologias em edificações. ................... 25
Figura 5: Distribuição das patologias por subsistema................................................................. 26
Figura 6: Confiabilização das funções de um sistema através da Análise de Falhas ................ 34
Figura 7: Exemplo de formulário FMEA ...................................................................................... 36
Figura 8: Fluxograma de execução de FMEA............................................................................. 39
Figura 9: Exemplo Árvore de Falhas ........................................................................................... 48
Figura 10: Fluxograma da Sequência de Procedimentos para a FTA. ....................................... 50
Figura 11: Fluxograma para o método combinado de FMEA e FTA .......................................... 53
Figura 12: Folha de Verificação para Inspeção Predial. ............................................................. 54
Figura 14: Exemplo Confiabilidade de Árvore de Falhas com relação "OU" .............................. 57
Figura 15: Exemplo probabilidade de Falha de um sistema "E". ................................................ 58
Figura 17: Planta situacional das dependências do HFSE ......................................................... 64
Figura 18: Diagrama de Pareto para as Manifestações Patológicas Levantadas ...................... 69
Figura 19: Resumo do Formulário de Inspeção Predial. ............................................................ 74
Figura 20: Árvore de Falhas para o grupo 1: Vazamentos ......................................................... 79
Figura 21: Árvore de Falhas para Manifestação Patológica 1.1.1 - Vazamento em Tubulação de
PVC Roscável. ............................................................................................................................ 87
Figura 22: Árvore de Falhas para Manifestação Patológica 3.2.2 - Vazamento em Torneira.. .. 88
Figura 23: Árvore de Falhas para o grupo 2: Falha na Instalação.............................................. 91
Figura 24: Árvore de Falhas para manifestações patológicas 2.1.1, 2.2.1, 3.2.1 e 1.1.5........... 98
Figura 25: Árvore de Falhas para o grupo 3: Infiltração. .......................................................... 101
Figura 26: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 6.2.1 – Infiltração em teto com
probabilidade. ............................................................................................................................ 106
Figura 27: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 6.2.2 – Infiltração em paredes
internas com probabilidade ....................................................................................................... 107
Figura 28: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 6.2.3 – Infiltração em paredes
externas com probabilidade. ..................................................................................................... 108
Figura 29: Árvore de Falhas para o grupo 4: Falha no Revestimento ...................................... 110
Figura 30: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 5,1,3 – quebra e trincamento de
revestimento com probabilidade. .............................................................................................. 114
viii
LISTA DE QUADROS
ix
Quadro 31: Estimativa da probabilidade de ocorrência de Eventos Básicos da Árvore de Falhas
para o Grupo 1. ........................................................................................................................... 81
Quadro 32: Índices FMEA para Patologia 1.1.1 - Vazamento em Tubulação de PVC Roscável
..................................................................................................................................................... 85
Quadro 33: Índices FMEA para Patologia 3.2.2 - Vazamento em Torneira ............................... 86
Quadro 34: Estimativa da probabilidade de ocorrência de Eventos Básicos da Árvore de Falhas
para o Grupo 2. ........................................................................................................................... 93
Quadro 35: Índices FMEA para Patologias 2.1.1 e 2.2.1–Ausência de acabamento em registro
ou válvula (canopla) .................................................................................................................... 96
Quadro 36: Índices FMEA para Patologias 1.1.5 e 3.2.1 – Ausência de torneira/peças de
tubulação ..................................................................................................................................... 97
Quadro 37: Índices FMEA para Patologias 6.2.1,6.2.2 e 6.2.3 – infiltração. ............................ 104
Quadro 38: Índices FMEA para Patologia 5.1.3 – quebra e trincamento de revestimento. ..... 112
Quadro 39: Classificação do Risco das Manifestações Patológicas Analisadas ..................... 115
Quadro 40: Formulário FMEA da Análise de Manifestações Patológicas do HFSE ................ 116
x
1 INTRODUÇÃO
Segundo Cunha, 2010, edifício, “do latim aedificĭum, é uma construção fixa que serve de
alojamento humano ou que permite realizar várias atividades.” Contudo, em um conceito mais
amplo, o edifício ultrapassa o limite de abrigo descrito acima, e deve ser entendido como uma
entidade que conversa com seu redor e que deve estar em harmonia com o meio em que se
encontra, tanto em aspectos ambientais (fator que vem sendo cada vez mais debatido na
atualidade) quanto em atendimento aos requisitos técnicos (normas e leis, cada dia mais
amplas em suas aplicações), e ainda (e principalmente) às necessidades de seus usuários.
A partir da definição de que padrões mínimos de qualidade são necessários e, através deles
um controle de como o edifício se comporta com o uso, cria-se a necessidade de uma
abordagem de desempenho a ser desenvolvida no tratamento dos processos de construção e
manutenção dos edifícios.A respeito, Gibson, 1982, relata: “A abordagem de desempenho
1
é,em primeiro plano e acima de tudo, a prática de se pensar em termos de fins e não de meios.
A preocupação é com os requisitos que a construção deve atender e não com a prescrição de
como essa deve ser construída”.
Em outras palavras, deve haver uma priorização, além do método construtivo, dos requisitos
que a edificação deve atender conforme seu uso para que seja considerada de bom
desempenho: quais esquadrias devem ser usadas para melhor conforto ambiental, disposição
dos compartimentos, ventilação e iluminação, durabilidade de materiais e instalações, consumo
de energia, entre outros, são só alguns exemplos a serem explorados.
Tal evolução conceitual cria, em outra instância, a necessidade de que, durante sua utilização,
o edifício seja constantemente controlado e que eventuais desvios do padrão estabelecido
sejam devidamente resolvidos e possíveis falhas possam ser sanadas quando existentes ou
previstas com antecedência para que não cheguem a comprometer seu uso. Nesse aspecto
cada vez mais é inerente a necessidade de criação de uma rotina de manutenção predial
galgada em duas vias: correção de problemas existentes e prevenção de possíveis problemas
futuros.
Em termos gerais, manutenção pode ser definida como “o conjunto de ações destinadas a
assegurar o bom funcionamento das máquinas e instalações, garantindo que são
intervencionadas nas oportunidades e com o alcance certos, de acordo com as boas práticas
técnicas e exigências legais, de forma a evitar a perda de função ou redução do rendimento e,
no caso de tal acontecer, que sejam respostas em boas condições de operacionalidade com a
maior brevidade, e tudo a um custo global otimizado”. (Cabral, 2009).
Gestão estratégica pode ser relacionada a uma “nova visão, não apenas no atendimento a
elementos de um sistema implantado, mas sim, como um valor que será perseguido através da
operacionalização de um novo sistema. Em outros termos, não mais basta cuidar de atingir
metas, é também preciso se antecipar e reexaminar de forma metódica, porém continuada e,
se dotar de meios de torná-las atingíveis” (Ramos, 1989).
2
Em outras palavras, a manutenção deve possuir gestão com visão sistêmica, a fim de se tornar
processo concomitantemente eficaz e eficiente: visão geral do todo através do
acompanhamento das partes, garantindo funcionamento duradouro e ultrapassando os limites
mínimos de qualidade, com otimização de custos durante a vida útil do edifício. Além disso, tal
acompanhamento deve gerar maior confiabilidade no sistema, o que, em prática, é traduzido
pela menor ocorrência de problemas no mesmo período de tempo sob as mesmas condições
de uso.
Desta forma, há a cada dia intensificação da busca pelo conhecimento detalhado dos sistemas
e suas falhas, a fim de que se reconheça de forma mais real o estado e desempenho da
edificação durante sua vida útil.
1.2 OBJETIVO
3
1.3 JUSTIFICATIVA
Para combate ao exposto, faz-se necessária avaliação periódica das condições da edificação e
seus subsistemas, a fim de melhorar a qualidade de utilização das mesmas e seu desempenho
ao logo de sua vida útil, o que pode se dar através de inspeção predial.
O trabalho realizado visa, deste modo, propor medida mitigadora para sistemas de manutenção
predial de forma a criar padrão de análise de manifestações patológicas e banco de dados para
consultas em inspeções periódicas, dando caminho crítico de ações corretivas e preventivas
para as patologias e, por consequência, otimizando o trabalho de equipes de manutenção,
aumentando a confiabilidade dos sistemas e diminuindo custos com reposições e consertos
não previstos.
Para tanto, busca definição dos parâmetros de razoável importância a serem vistoriados e
realiza seu levantamento quantitativo em unidade hospitalar, utilizando metodologia de
inspeção desenvolvida por norma relacionada do IBAPE/SP (Instituto Brasileiro de Avaliações
e Perícias de Engenharia do Estado de São Paulo) e posterior análise dos dados obtidos
utilizando método combinado de ferramentas de gestão da qualidade total FMEA e FTA. A
partir do método desenvolvido procura-se traçar caminho crítico da manutenção das
instalações prediais hidráulicas e sanitárias das edificações, com hierarquização das patologias
e definição de seu risco, de forma que a manutenção dessas edificações torne-se
racionalizada.
4
Enfim, faz-se análise do produto obtido e caracterização das patologias segundo seu risco e
ocorrência, para posterior utilização em inspeções futuras, a fim de orientá-las racionalmente.
O primeiro capítulo, introdutório, descreve definição dos conceitos básicos que norteiam o
trabalho, dando embasamento para pertinência do mesmo, objetivo e justificativa de estudo e
metodologia aqui apresentada.
Por fim, o capítulo de Considerações Finais realiza a discussão dos resultados encontrados
pela análise, conclui sobre a validade de aplicação do método e sugere ações para trabalhos
futuros.
5
2 CONCEITOS PERTINENTES AO DESEMPENHO E
QUALIDADE NAS EDIFICAÇÕES
A definição geral evidencia o caráter comparativo que o termo exerce. No esporte, por
exemplo, o desempenho de um atleta é medido a partir da execução de uma meta pré-
estabelecida, comparada com a execução da mesma pelos demais competidores.
Os quadros a seguir resumem as características, pontos fortes e fracos e estudos que fazem
referência a cada um dos conceitos descritos.
1 – QUALIDADE COMO EXCELÊNCIA
Conceito mais antigo; Filosofia de ser o melhor, superior a outros;
CARACTERÍSTICAS
Conceito abstrato.
Fortes benefícios para o marketing e recursos humanos; Criar imagem
FORÇAS de excelência permite vender com preços mais altos; Produtos de alto
padrão, sofisticados.
Conceito oferece poucas diretrizes práticas para os gestores (muito
abstrato e subjetivo); Muito difícil mensurar e comparar o impacto da
FRAQUEZAS
qualidade no desempenho; Produtos muito exclusivos podem prejudicar
a viabilidade financeira da empresa
Kitto em 1951;
Pirsig em 1974 e 1992;
ESTUDOS DE REFERÊNCIA
Tuchman em 1980;
Garvin em 1984 e 1988.
6
Quadro 2: Conceito de Qualidade como Valor
2 – QUALIDADE COMO VALOR
Segundo conceito surgido; Trata da relação preço X benefícios;
Valorização de um produto ou serviço depende de vários fatores
CARACTERÍSTICAS
(conveniência, preço, atendimento de necessidades, entre outros);
Conceito abstrato.
Conceito incorpora múltiplos atributos; Consumidores claramente
reconhecem diferenças de valor entre produtos e serviços; Empresas
FORÇAS concentram‐se não somente em eficácia organizacional, mas também
em efetividade para o mercado; Permite uma indicação mais clara de
como produtos e serviços são percebidos no mercado.
Difícil extrair componentes individuais (e sua importância) que auxiliam
o julgamento de valor pelo consumidor (subjetividade); Noção de valor
FRAQUEZAS
muda com o tempo; Controvérsia sobre o construto qualidade ser um
componente do valor ou se é o inverso.
Feigenbaum em 1951, 1961, 1983, 1991;
ESTUDOS DE REFERÊNCIA Abott em 1955; Curry em 1985;
Johnson em 1988.
3 – QUALIDADE COMO CONFORMAÇÃO DE ESPECIFICAÇÕES
Conceito surgido com a manufatura; Foca a padronização de produtos;
Evita perdas e desperdícios; Qualidade controlável; É a conformidade
CARACTERÍSTICAS dos produtos comparado as especificações do projeto; Produto livre de
deficiências; Foco em ferramentas de controle; Perfeição na produção;
Conceito objetivo e quantificável.
Mais fácil de controlar e medir (quantificável); Permite monitoramento
da qualidade conforme especificações estabelecidas; Leva a eficiência
FORÇAS
operacional; Importante para organizações globais; Foco em redução de
custos, minimiza perdas, eleva produtividade;
Consumidor não avalia conformidade de padrões, mas sim o
desempenho de produtos/serviços; Não se aplica ao setor de serviços;
Não se aplica quando especificações não podem ser estabelecidas ou
FRAQUEZAS
conformadas; Enrijece a organização e dificulta respostas rápidas as
necessidades do mercado; Foco demasiado no ambiente interno da
organização.
Shewhart em 1931;
Levitt em 1972;
Schneider em 1973;
Gilmore em 1974;
Crosby em 1979;
Deming em 1982 e 1986;
ESTUDOS DE REFERÊNCIA Abernathy e Corcoran em 1983;
Chase e Tansik em 1983;
Hounshell em 1984;
Ishikawa em 1985 e 1986;
Bowen e Lawler em 1992;
Yip em 1989;
ISO 9000:2005 em 2005.
7
Quadro 4: Conceito de Qualidade como Atendimento e/ou Superação das
Expectativas dos Clientes
4 – QUALIDADE COMO ATENDIMENTO E/OU SUPERAÇÃO DAS EXPECTATIVAS DOS CLIENTES
Conceito sofreu forte influência do setor de serviços, sendo o mais
recente; Produto ou serviço que melhor atende as condições dos
consumidores; Características de produtos e serviços que vão ao
CARACTERÍSTICAS
encontro das expectativas dos consumidores; Satisfação das
expectativas dos consumidores; Conceito abstrato.
Considera a perspectiva do consumidor; Conceito foca o atendimento às
necessidades e expectativas dos consumidores; Responde mais
FORÇAS rapidamente às mudanças no mercado; É uma visão de qualidade
externa à empresa (imagem), sendo uma vantagem competitiva.
Conceito mais complexo, com forte componente subjetivo; Difícil
mensuração; Consumidores somente identificam a qualidade de um
produto ou serviço após consumo; Reação emocional ao produto ou
serviço; Expectativas dos consumidores podem mudar com o tempo;
FRAQUEZAS
Cada consumidor possui uma expectativa diferente; Confusão entre
satisfação de consumidores e noção de qualidade de produtos e
serviços.
Juran em 1951, 1962, 1974, 1988;
Judd em 1968;
Shostack em 1977;
Lovelock em 1981;
Oliver em 1981;
Grönroos em 1983 e 1990; Norman em 1984;
ESTUDOS DE REFERÊNCIA
Parasuraman, Zeithaml e Berry em 1985, 1988, 1991, 1993;
Buzzell e Galé em 1987;
Bitner em 1990;
Carman em 1990; Bolton e Drew em 1991;
Cronin e Taylor em 1992.
8
A abstração continua se fazendo presente na medida em que a noção de superioridade de um
produto com relação aos demais também é algo relativo dependendo das necessidades dos
usuários.
Por fim, o conceito mais recente, advindo da terceirização das atividades comerciais, repousa
no foco às expectativas dos clientes e/ou usuários do produto final (Quadro 4). Este retoma o
caráter subjetivo do termo, tendo em vista que o consumidor final não entende, no geral, dos
aspectos técnicos envolvidos no processo, ainda que seja o alvo principal e razão real de sua
existência.
A relação é clara quando se observa, por exemplo, a ótica da normatização das atividades da
construção, das edificações e seus subsistemas. Um sistema de água fria, por exemplo,
quando projetado e construído, deve possuir as pressões internas da tubulação compreendidas
em uma faixa de limites considerada aceitável pelo consenso, descrito na norma específica.
9
A normatização, na engenharia, é largamente utilizada como norte para definição de um
sistema com bom ou mau desempenho. A facilidade de quantificação e medição de parâmetros
colabora para a definição de um padrão usual que deve ser atendido pelos demais.
Com relação ao atendimento das necessidades dos usuários, Santos, 1993, descreve: “A
satisfação das necessidades do cliente é certamente o atributo mais difícil de ser oferecido.
Para ser materializado torna-se necessário identificar a percepção do cliente com relação ao
bem ou serviço a ser fornecido. Esta necessidade nem sempre faz parte das características
explicitas do produto e na maioria dos casos o próprio cliente não a apresenta como um
requisito, pois nem ele tem claramente como um requisito”.
Sobre o exposto, Juran, 1991, ainda define: ““A qualidade consiste nas características do
produto que vão de encontro às necessidades dos clientes e, dessa forma, proporcionam a
satisfação em relação ao produto”.
Realizando a mesma extrapolação conceitual para a engenharia civil, a qualidade medida sob
a ótica do usuário é percebida, por exemplo, pela adequação de um projeto de sistema ao que
o cliente deseja ou ao que o paciente de um hospital necessidade, o que não possui
necessariamente ligação com seu caráter normativo.
Wernke apud Oakland, 1994, relata que “a noção de qualidade depende fundamentalmente da
percepção de cada um. O que tem qualidade para algumas pessoas pode não suprir as
necessidades de outras. Ou seja, o conceito de qualidade dependeria da percepção pessoal do
indivíduo”, fator intimamente ligado ao exposto.
Tendo em vista o relatado, pode-se dizer que qualidade não é algo facilmente tangível de
definição tendo em vista suas diversas nuances e a evolução histórica do conceito. Há que se
adequar a conceituação à prática procurando a definição que atenda de forma mais concisa ás
necessidades da aplicação. O tema, portanto, torna-se inerente a todas as esferas de atividade
da sociedade, incluindo-se neste grupo a construção de edificações onde se pode notar a
combinação de significados para o termo a fim de uma adequação prática ao segmento.
10
ou em edificações especificamente. Para facilidade de compreensão e referência, faz-se, a
seguir, relação dos textos normativos utilizados e sua caracterização divididos por tema.
1 – NORMAS REFERENTES À QUALIDADE E DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES
REFERÊNCIA TÍTULO DESCRIÇÃO
Estabelece os requisitos e critérios de desempenho
Edificações Habitacionais – aplicáveis às edificações habitacionais, como um
NBR 15575‐1:2013 Desempenho Parte 1: todo integrado, bem como a serem avaliados de
Requisitos Gerais forma isolada para um ou mais sistemas
específicos.
descreve os fundamentos de sistemas de gestão da
Sistemas de gestão da
qualidade, que constituem o objetivo da família
NBR ISO 9000:2005 qualidade ‐ Fundamentos
ABNT NBR ISO 9000, e define os termos a ela
e vocabulário
relacionados.
Confiabilidade e define os termos relacionados com a
NBR 5462:1994
Mantenabilidade confiabilidade e mantenabilidade.
Manutenção de
edificações — Requisitos estabelece os requisitos para a gestão do sistema
NBR 5674:2012
para o sistema de gestão de manutenção de edificações.
de manutenção
Define diretrizes e parâmetros para realização de
IBAPE/SP:2011 Norma de Inspeção Predial
inspeções em edificações
2 – NORMAS REFERENTES A CONFORMAÇÃO DE SISTEMAS PREDIAIS HIDRÁULICOS E SANITÁRIOS
REFERÊNCIA TÍTULO DESCRIÇÃO
Edificações Habitacionais –
Estabelece os requisitos e critérios de desempenho
Desempenho Parte 6:
NBR 15575‐6:2013 que aplicam‐se ao sistema hidrossanitário da
Requisitos para sistemas
edificação habitacional.
Hidrossanitários
estabelece exigências e recomendações relativas
Instalações prediais de
NBR 5626:1998 ao projeto, execução e manutenção da instalação
água fria
predial de água fria.
estabelece as exigências e recomendações relativas
Sistemas prediais de ao projeto, execução, ensaio e manutenção dos
NBR 8160: 1999 esgoto sanitário ‐ Projeto sistemas prediais, de esgoto sanitário, para
e execução atenderem às exigências mínimas quanto á higiene,
segurança e conforto dos usuários
fixa as exigências necessárias aos projetos das
Instalações prediais de instalações de drenagem de águas pluviais, visando
NBR 10844:1989 águas pluviais ‐ a garantir níveis aceitáveis de funcionabilidade,
Procedimento segurança, higiene, conforto, durabilidade e
economia.
Execução estabelece as exigências e recomendaçãoes
NBR 9574:2009
de impermeabilização relativas à execução de impermeabilização
estabelece as exigências e recomendações relativas
à seleção e projeto de impermeabilização, para que
sejam atendidos os requisitos mínimos de proteção
Impermeabilização – da construção contra a passagem de fluidos, bem
NBR 9575:2010
Seleção e Projeto como os requisitos de salubridade, segurança e
conforto do usuário, de forma a ser garantida a
estanqueidade das partes construtivas que a
requeiram.
11
O primeiro grupo de normas do quadro descreve as referências utilizadas para definições
relacionadas à qualidade e desempenho de edificações, com fatores como descrição de
procedimentos de manutenção, inspeções e conceitos gerais de qualidade, confiabilidade e
mantenabilidade.
A confiabilidade de um item, por definição, pode ser entendida como “a sua probabilidade de
desempenhar adequadamente o seu propósito especificado, por um determinado período de
tempo e sob condições ambientais pré-determinadas”. (Leemis apud Palomino et. al., 2012)
Um produto com alta confiabilidade seria, portanto, aquele que atende aos requisitos de
qualidade definidos para si pelo período e condições pré-determinadas.
O período de tempo referido pode ser relacionado à vida útil do sistema. Por vida útil, entende-
se “tempo durante o qual um componente ou um sistema mantém a sua capacidade de
trabalho, fora do intervalo dos reparos, acima de um limite especificado (de rendimento, de
pressão, etc.)”. (Araújo & Câmara, 2010)
No caso de edificações, a NBR 15575, 2013, define vida útil em seu texto como o “período de
tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às atividades para as quais foram
projetados e construídos considerando a periodicidade e a correta execução dos processos de
manutenção”. Considera-se portanto, a vida útil das edificações como a capacidade de
utilização das mesmas assumindo-se manutenção adequada, dentro do especificado.
Com relação a condições ambientais pré-determinadas, o texto faz referência ao uso correto do
produto. Considerando que a normatização e os requisitos são criados em condições
12
específicas, o desempenho deve ser comparável apenas considerando tais condições, sem
variabilidade ou exigências de uso acima do especificado.
Em caso de edificações, tais condições estão relacionadas ao uso adequado dos ambientes e
dos sistemas conforme especificado em projeto e da própria adequação do projeto, quando em
desenvolvimento, ao uso a que o edifício se destina.
A fim de que se produzam cada dia mais edifícios com alto teor de confiabilidade é necessário,
portanto, que os projetos possuam suas especificações de acordo com o uso final e este, por
sua vez, seja condizente com tais especificações. Além do exposto, deve-se aplicar uma rotina
periódica de manutenção, galgada na correção da parcela passível de ocorrência de defeitos
nos sistemas, dentro do previsto.
A exemplo, um defeito pode ser encarado como um vazamento em acessório sanitário: o uso
da peça é prejudicado e seu desempenho não corresponde ao padrão de uso, porém o
vazamento não compromete o sistema, que ainda pode ser utilizado.
A norma também classifica os defeitos quanto à sua criticidade, conforme quadro a seguir.
13
Quadro 6: Caracterização dos tipos de defeitos segundo NBR 5462 – Mantenabilidade
e Confiabilidade
TIPO DESCRIÇÃO
Defeito que não oferece alto risco de redução da
Defeito menor
utilização do item para seu fim.
Tendo em vista o exposto, um defeito pode ser considerado crítico e menor quando representar
riscos aos usuários e danos ao sistema, mas não diminuir seu desempenho. Da mesma forma,
o defeito é considerado crítico e maior se, ao mesmo tempo, oferecer riscos e culminar em
colapso de utilização.
Analogamente, o defeito pode ser classificado como não-crítico e maior se não apresentar
consequências perigosas ao sistema ou usuário, mas culminar em colapso ou inutilidade de
determinada parte do mesmo. Quando for tratado como não-crítico menor, caso em que se
apresenta menor risco, o defeito não oferece grande possibilidade de diminuição do
desempenho em uso nem oferece perigo ao usuário.
Do ponto de vista das falhas, estas podem ser caracterizadas como “término da capacidade de
um item desempenhar a função requerida”. (ABNT, 1994). Falha pode, então, ser considerada
a inutilização do sistema ou de uma parte deste ocasionada pelo desvio do padrão de uma
parte deste.
14
As falhas podem ser classificadas segundo sua criticidade, tipologia, origem, momento em que
ocorre ou efeitos que causa ao sistema, dependendo dos critérios utilizados para sua definição,
como demonstra o quadro.
15
Qualquer falha cuja causa ou
Falta de abastecimento de
mecanismo faça com que seu
energia elétrica devido a um
Aleatória instante de ocorrência se torne
desastre natural na rede de
imprevisivel, a não ser no sentido
distribuição
probabilístico ou estatístico.
4 –QUANTO À
Falha que não poderia ser
OCORRÊNCIA Falta de abastecimento de
Repentina prevista por um exame anterior
energia elétrica
ou monitoração.
Falha devida a uma mudança
Gradual gradual com o tempo de dadas Recalque diferencial
características de um item.
Falha repentina que resulta na Falta de abastecimento de
incapacidade completa de um energia elétrica devido a um
Catastrófica
item desempenhar todas as desastre natural na rede de
funções requeridas. distribuição
Falha que deve ser considerada
na interpretação dos resultados Slump do concreto ensaiado
Relevante operacionais ou de ensaios, ou acima do esperado para um
no cálculo do valor de uma elemento estrutural
medida de confiabilidade.
Falha a ser desconsiderada na
Falta de conformidade em
interpretação dos resultados
5 – QUANTO peças de tubulação em
Irrelevante operacionais ou de ensaios, ou
AOS EFEITOS análise de determinação de
no cálculo do valor de uma
fissuras nas mesmas
medida de confiabilidade
Falha que resulta na
incapacidade do item Vazamento ativo em
Parcial
desempenhar algumas, mas não torneira
todas, funções requeridas.
Por Falha que é simultaneamente Ferrugem de tubulação de
degradação gradual e parcial. aço carbono
Falha caracterizada pelo fato de o Rompimento de tubulação
Completa item não conseguir desempenhar de abastecimento de água
nenhuma das funções requeridas de uma região
O quadro evidencia o caráter amplo de tipos e classificações que as falhas podem assumir. É
notório ainda que uma mesma falha pode se enquadrar em mais de uma classificação,
dependendo da avaliação da mesma. A exemplo, a falta de abastecimento de energia elétrica é
ao mesmo tempo uma falha repentina e completa, uma vez que ocorre sem previsão e
interrompe as atividades do sistema de instalações elétricas como um todo, impossibilitando
utilização de equipamentos, iluminação e outros elementos dependentes do mesmo.
16
devem apresentar condições adequadas ao uso que se destinam, resistindo aos agentes
ambientais e de uso que alteram suas propriedades técnicas iniciais”. (ABNT,1999).
O edifício pode ser também entendido como o objeto final de um processo produtivo o qual
deve ser galgado na busca constante pela qualidade e otimização tanto em sua fase de
produção quanto nas etapas sucessoras à construção e que se refletem no pouco
aproveitamento da mesma pelo usuário e sua deterioração precoce, com diminuição do tempo
de vida e consequentes perdas financeiras, sociais e ambientais para os grupos envolvidos
direta ou indiretamente com o mesmo.
Sobre o relatado, a NBR 5674 ainda afirma: “É inviável sob o ponto de vista econômico e
inaceitável sob o ponto de vista ambiental considerar as edificações como produtos
descartáveis, passíveis da simples substituição por novas construções quando seu
desempenho atinge níveis inferiores ao exigido pelos seus usuários”. (ABNT,1999).
Considerando o caráter duradouro das edificações, pode-se aferir que um dos processos-
chave da qualidade a que estas se prestam envolve a manutenção das mesmas. Sobre tal
fator, a NBR 5674 completa: “Isto exige que se tenha em conta a manutenção das edificações
existentes, e mesmo as novas edificações construídas, tão logo colocadas em uso, agregam-
se ao estoque de edificações a ser mantido em condições adequadas para atender as
exigências dos seus usuários”. (ABNT,1999).
Segundo estudo realizado pela Câmara de Inspeção Predial do IBAPE/SP, 66% dos incidência
de acidentes prediais de qualquer natureza são causados por falhas na manutenção da
edificação ou uso indevido, contra 34% provenientes essencialmente de anomalias ou erros
construtivos e de projeto, como demonstra figura a seguir.
34%
66%
Falha de Manutenção e Uso Anomalia Construtiva
17
A partir do exposto, pode-se mensurar a importância da manutenção das edificações em seu
desempenho durante a vida útil. Faz-se, necessário, portanto, que este processo seja
planejado, controlado e otimizado, a fim de que se manifestem menos patologias nos edifícios
e estes tornem-se mais seguros para os usuários e menos dispendiosos para os proprietários.
O tripé confiabilidade, segurança e custo descrito acima, quando ajustado de forma satisfatória,
garante que o sistema funcione com o mínimo de retrabalho de adequação, ao mesmo tempo
que atende aos requisitos técnicos aplicáveis ao mesmo e demonstra satisfação do usuário
quanto ao seu desempenho.
Contudo a visão sistêmica atual tomada como mais acertada para o processo nem sempre fora
norteadora das ações relacionadas ao desempenho das edificações nas diversas etapas de
seu ciclo de vida.
Segundo Kardec&Nascif, 2001, o histórico de manutenção predial passa por três fases
distintas, cada uma representativa de um período e uma corrente de pensamento característica
com relação à expectativa perante o exercício da manutenção e as técnicas empregadas.
18
Figura 2: Evolução temporal da manutenção.
Fonte: Moubray apud Baran, 2011
A Terceira e última geração, por fim, a partir da década de 70, acompanhou o desenvolvimento
tecnológico acelerado do período traduzido em maior automação e mecanização dos
processos, o que colocou confiabilidade e disponibilidade como pontos-chave em diversos
setores, incluindo gerenciamento da produção e administração de edificações. Tal evolução fez
imprescindível a manutenção preditiva como forma essencial.
19
Do ponto de vista industrial, Kardec&Nascif, 2001, define:
A extrapolação para outras áreas de conhecimento pode ser realizada e evidencia o caráter
momentâneo da manutenção corretiva. Em síntese, para que se manifeste a atividade de
manutenção, deve-se ter a percepção do desempenho deficiente e a ocorrência comprovada
da falha.
A manutenção corretiva pode ser dividida em duas classes, como ainda relatam Kardec
&Nascif, 2001: não planejada e planejada. A manutenção corretiva não planejada é “a correção
da falha de maneira aleatória”. Ou seja, não se possui controle de incidência de falhas nem
quando estas podem ocorrer, há apenas a ação depois de consumado o fato.
A manutenção preventiva, em outra instância, “é a atuação realizada para reduzir ou evitar
falhas ou queda no desempenho, obedecendo a um planejamento baseado em Intervalos
Definidos de tempo.” (Kardec &Nascif, 2001).
20
A manutenção preditiva, neste aspecto, atua como uma quebra do paradigma de que para a
realização do controle e correções, a produção ou o uso do equipamento ou produto deve ser
interrompida (caso da correção e prevenção descritas anteriormente). Kardec &Nascif, 2001,
definem: “Manutenção preditiva é a atuação realizada com base na modificação de parâmetro
de condição ou desempenho, cujo acompanhamento obedece uma sistemática”.
Outra definição do termo é demonstrada pela NBR 5462, que descreve Manutenção preditiva
como aquela que “permite garantir uma qualidade de serviço desejada, com base na aplicação
sistemática de técnicas de análise, utilizando-se de meios de supervisão centralizados ou de
amostragem, para reduzir ao mínimo a manutenção preventiva e diminuir a manutenção
corretiva”. (ABNT, 1994).
É o caso do sistema de monitoramento de túneis, por exemplo. Pelizza apud Neto, 2000 relata
que o monitoramento é utilizado para “controlar o comportamento do maciço durante o avanço
do túnel, paraverificar a condição de segurança dostrabalhos em profundidade e em superfície,
e intervir com medidas apropriadas, tão logo sejam detectadas condições anômalas ou
perigosas”.
Ou seja, aplica-se método preditivo seguido de tomada de decisão para intervenção ou não no
sistema perante uma mudança de comportamento imprevista que pode, então, ser controlada.
Por último, a manutenção detectiva pode ser definida como a “atuação efetuada em sistemas
de proteção buscando detectar falhas ocultas ou não perceptíveis ao pessoal de operação e
manutenção” (Kardec &Nascif, 2001).
21
A figura a seguir explicita a relação entre os tipos descritos de manutenção.
MANUTENÇÃO
CORRETIVA NÃO CORRETIVA
PREVENTIVA PREDITIVA DETECTIVA
PLANEJADA PLANEJADA
22
2.5 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES
“Patologia das construções é definida como o tratamento sistemático dos defeitos das
construções, suas causas, consequências e seus remédios”. (CIB Report, 1993).
Patologia das edificações condensa-se, como demonstrado, não só como a denominação das
manifestações de falhas e defeitos dos edifícios, mas também como uma ciência que busca o
aprimoramento do desempenho das edificações através do tratamento de seus problemas,
fator tal que é conseguido com a busca de maior conhecimento sobre os sistemas e
subsistemas da edificação, bem como uma visão adequada do todo. Sobre o exposto, Watt,
2007, define:
“Patologia das construções, tanto como termo quanto como conceito geral, está se
tornando largamente utilizado para definir uma abordagem holística para compreensão
das construções. Tal abordagem requer um conhecimento detalhado de como os
edifícios são desenhados, construídos, usados e modificados, e os vários mecanismos
pelos quais suas condições materiais e ambientais podem ser afetadas. É, por
necessidade, uma abordagem interdisciplinar e requer um reconhecimento mais amplo
dos meios os quais edifícios e pessoas reagem ao outro”.
Em outras palavras, o controle de desempenho de uma edificação em sua vida útil está
intrinsecamente ligado ao conhecimento detalhado de suas partes e, através delas, do sistema
como um todo. Não cabe, desta forma, o paradigma adotado para a manutenção corretiva
pura, galgado no combate às manifestações existentes sem controle e previsão das potenciais.
Suas causas possuem diversas origens, dependendo da etapa da vida da edificação. Sem em
projeto, as patologias são denominadas congênitas; se durante a construção da edificação, se
denominam construtivas; em sua vida útil de utilização, recebem o nome de adquiridas,
podendo ainda ser acidentais, em caso de se manifestarem por algum fenômeno atípico, uma
catástrofe natural, por exemplo. Pedro apud Miotto et.al., 2010, define tais manifestações
segundo sua origem, conforme quadro a seguir.
23
Quadro 8: Tipos de patologias prediais segundo sua origem
TIPO DESCRIÇÃO
Surgem ainda na fase de projeto, e ocorrem pela falta de observação
das Normas Técnicas, também por falhas e descuidos dos
Congênitas
profissionais, que acabam tendo como consequência falhas no
detalhamento e execução inadequada das construções.
O surgimento dessas patologias está relacionado à etapa de execução
da obra, e tem ocorrência no emprego de mão‐de‐obra desqualificada,
Construtivas
materiais não certificados e ausência de metodologia para execução
dos serviços
Aparecem durante a vida útil da edificação e são causadas pela
Adquiridas
exposição ao meio em que se inserem
São as patologias causadas pela ocorrência de algum fenômeno
Acidentais
atípico, resultado de uma solicitação incomum.
Com relação às definições apresentadas pela NBR 5462, pode-se associar a classificação
acima à apresentada anteriormente para falhas e defeitos, tendo em vista o caráter dos efeitos
e influência da manifestação na utilização dos sistemas e sobre seus usuários.
A exemplo, uma manifestação patológica congênita pode ser caracterizada como uma
sistemática de projeto, na medida em que se origina nas fases iniciais do empreendimento e
pode ter caráter determinístico, ou seja, não pode ser consertada após a execução, apenas na
fase de projeto.
Em contrapartida, uma manifestação patológica adquirida pode ser caracterizada como falha
por uso incorreto, manuseio ou deterioração, dependendo do agente causador da mesma
quando em utilização. Se o usuário for o responsável, pode-se relacionar a patologia adquirida
como de uso incorreto; se além do usuário, houver a contribuição de equipes de manutenção e
outros, pode-se relacioná-la ao manuseio ou, em caso de causas relacionadas à vida útil do
material, à deterioração.
Outra classificação possível relaciona que as origens das patologias são devidas a projeto,
execução, material ou outras diversas, englobando-se neste último grupo patologias adquiridas
e acidentais.
24
80%
%
70%
%
60%
%
50%
%
PROJETTO
40%
% MATER
RIAIS
30%
% EXECUÇ
ÇÃO
OUTRA
AS
20%
%
10%
%
0%
%
1 2 3 4 5 6 7 8
gura 4: Leva
Fig antamento bibliográfic
co sobre causas de pattologias em
m edificaçõe
es.
Fonte: Grannato, 2002 (Adaptado)
( .
25
45%
%
40%
% Hidrááulica
35%
% Pared
des
Impermeabilização
o
30%
%
Esquaadria de Madeeira
25%
% Esquaadria de Alum
mínio
20%
% Diverrsos
Elétrica
15%
%
Azuleejos
10%
%
Piso ccerâmico
5%
% Forro
o de gesso
Márm
mores
0%
%
Média Mundiial (%)
Figura 5: Distribuição
o das patoloogias por su
ubsistema.
Fonte: Se
ecovi, SP (Adaptado)
Visan
ndo o comba
ate à ocorrê
ência de pato
ologias e o aumento da confiabilida
ade e durabilidade
dos subsistemass das edificcações, e, por
p consequ
uência, de sua vida ú
útil, a engen
nharia
nóstica se fa
diagn az inerente à utilização de
d qualquer edifício.
e Eng
genharia diag
gnóstica, seg
gundo
Gomide, 2009, co
omo “a arte de
d criar açõe
es proativas,, por meio de
e diagnóstico
os, prognósticos e
presccrições técniccas, visando
o a qualidade
e total”.
Como
o qualidade total, Gomid
de ainda rela
ata ser relacionada à “açção proativa de conhecim
mento
da ve
erdade do fa
ato para elim
minação de anomalias, melhora
m da prrodutividade e implantaç
ção de
26
novidades nos produtos”.Em outras palavras, engenharia diagnóstica pode ser caracterizada
como a aplicação de ferramentas de controle e combate à ocorrência de anomalias nas
construções visando aumento da confiabilidade dos sistemas e, por consequência, de seu
desempenho em uso.
EXIGÊNCIAS DE MANUTENÇÃO
Disponibilidade como função da manutenção satisfatória, em prazo determinado;
Confiabilidade como funcionamento sem falha em período determinado;
Manutenabilidade como facilidade com que se efetuam reparos e outras atividades da manutenção;
Custo baixo;
Segurança e proteção ao meio ambiente.
Fonte: Gomide, 2009.
Para a garantia das exigências expostas e por, consequência, execução de manutenção bem
elaborada, a detecção dos problemas constitui-se como fator preponderante para o processo,
na medida em que, através da análise do existente, podem-se desenvolver planos de ação
corretiva e prevenções para futuros, realizando uma manutenção baseada na predição como
ferramenta.
PROCEDIMENTO DESCRIÇÃO
Vistoria Constatação técnica de determinado fato, condição ou direito relativo a uma
edificação, mediante verificação “in loco”
Inspeção Análise técnica de fato, condição ou direito relativo a uma edificação
Auditoria Atestamento, ou não, de conformidade de um fato, condição ou direito relativo
a uma edificação
Perícia Determinação da origem, causa e mecanismo de ação de um fato, condição ou
direito relativo a uma edificação.
Consultoria Prognóstico e prescrição técnica a respeito de um fato, condição ou direito
relativo a uma edificação.
Fonte: Gomide, 2009 (Adaptado)
27
Dentro do relatado, pode-se considerar que a progressão ocorre na medida de aumento da
complexidade das ações. Enquanto a vistoria trata apenas de constatação da existência de um
fato, a inspeção faz a análise técnica do mesmo. Auditoria, perícia e consultoria são atividades
mais ligadas a terceiros ou a avaliações de determinadas áreas de um empreendimento, tendo
seus resultados como alimentação para análises de conformidade e desempenho, por
exemplo. Vistorias e inspeções possuem ainda caráter de auxílio na definição de planos de
manutenção e a vistoria ainda pode ser considerada parte integrante de uma inspeção.
Sobre o exposto, a NBR 5674 define, ainda, inspeção como “Avaliação do estado da edificação
e de suas partes constituintes, realizada para orientar as atividades de manutenção.” (1999).
A referida norma define que as inspeções podem ser, inicialmente classificadas segundo o
nível de avaliação a ser realizado em três grupos: 1, 2 e 3.
Desta forma, a inspeção predial relatada pelo IBAPE relaciona os conceitos apresentados pelo
quadro 7 em menor ou maior escala, dependendo dos objetivos da atividade.
28
Como critério para a elaboração dos laudos resultados da inspeção, a norma define que este
se baseia no grau de risco oferecido aos usuários e à própria edificação para cada
manifestação patológica.
CLASSIFICAÇÃO DAS ANOMALIAS
TIPO DEFINIÇÃO
Endógena Originaria da própria edificação (projeto, materiais e execução).
Exógena Originaria de fatores externos a edificação, provocados por terceiros.
Natural Originaria de fenômenos da natureza (previsíveis, imprevisíveis).
Funcional Originaria do uso.
CLASSIFICAÇÃO DAS FALHAS
TIPO DEFINIÇÃO
Decorrentes de falhas de procedimentos e especificações
inadequados do plano de manutenção, sem aderência a questões
De planejamento
técnicas, de uso, de operação, de exposição ambiental e,
principalmente, de confiabilidade e disponibilidade das instalações
Associada à manutenção provenientes de falhas causadas pela
De execução execução inadequada de procedimentos e atividades do plano de
manutenção, incluindo o uso inadequado dos materiais.
Relativas aos procedimentos inadequados de registros, controles,
Operacionais
rondas e demais atividades pertinentes.
Decorrentes da falta de controle de qualidade dos serviços de
Gerenciais manutenção, bem como da falta de acompanhamento de custos da
mesma.
Quanto ao risco avaliado para cada manifestação patológica, este é definido pelo IBAPE como
segundo os níveis: Crítico, Regular e Mínimo.
“Relativo ao risco que pode provocar danos contra a saúde e segurança das pessoas
e/ou meio ambiente, perda excessiva de desempenho causando possíveis paralisações,
aumento de custo, comprometimento sensível de vida útil e desvalorização acentuada,
recomendando intervenção imediata.”
“Relativo ao risco que pode provocar a perda de funcionalidade sem prejuízo à operação
direta de sistemas, perda pontual de desempenho (possibilidade de recuperação),
29
deterioração precoce e pequena desvalorização, recomendando programação e
intervenção a curto prazo.”
Após a classificação dos riscos, a norma sugere a ordenação das patologias segundo
criticidade decrescente, indo da mais prioritária para a menos, a fim de nortear as ações
corretivas e preventivas que se seguirem à avaliação.
ETAPA DESCRIÇÃO
Levantamento de dados e documentos da edificação: administrativos, técnicos, de
1
manutenção e operação (plano, relatórios, históricos etc).
Entrevista com gestor ou síndico para averiguação de informações sobre o uso da
2
edificação, histórico de reforma e manutenção, dentre outras intervenções ocorridas.
Realização de vistorias na edificação, realizadas com equipe multidisciplinar ou não,
dependo do tipo de prédio e da complexidade dos sistemas construtivos existentes. O
3
número de profissionais envolvidos na Inspeção Predial e a complexidade da edificação
definem o nível de inspeção a ser realizada, como descrito.
Classificação das deficiências constatadas nas vistorias, por sistema construtivo,
4
conforme sua origem, como definido pelo quadro 8.
Classificações dos problemas (anomalias e falhas), de acordo com grau de risco. Esta
classificação consiste na análise do grau de risco, considerados: fatores de conservação,
5 rotinas de manutenção previstas, agentes de deterioração precoce, depreciação, riscos
à saúde, segurança, funcionalidade e comprometimento de vida útil. Os graus de risco
são definidos como crítico, regular e mínimo.
Elaboração de lista de prioridades técnicas, conforme a classificação do grau de risco de
6
cada problema constatado. Essa lista é ordenada do mais crítico ao menos crítico.
Elaboração de recomendações ou orientações técnicas para a solução dos problemas
7 constatados. Essas orientações podem estar relacionadas à adequação do plano de
manutenção ou aos reparos e reformas para solução de anomalias.
8 Avaliação da qualidade de manutenção.
30
2.7 SISTEMAS PREDIAIS HIDRÁULICOS E SANITÁRIOS E A
OTIMIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE PATOLOGIAS EM
EDIFÍCIOS
Por insumos prediais, entende-se suprimento de água potável e recolhimento de dejetos com
transporte e destinação adequada dos mesmos, bem como drenagem da edificação.
Em outras palavras, um sistema de instalação de água fria por exemplo teria performance
satisfatória se atendesse toda a demanda da edificação (dimensionada da forma correta e com
as instalações funcionando) e que esse atendimento seja realizado de com a vazão e pressão
mínimas exigidas em norma.
31
Quadro13:Requisitos Qualitativos e Quantitativos de SPHS
Outro fator inerente à qualidade de SPHS é a longevidade desses sistemas. Cada vez mais
busca-se aliar o desempenho ao uso constante dos sistemas por um determinado período, com
custos de operação e manutenção otimizados que garantam, no balanço final, relação custo-
benefício favorável.
O fator tempo relaciona-se, deste modo, à questão financeira na medida em que deve ser
projetado de forma a garantir seu uso continuado e adequado pelo maior período de tempo
possível, tendo em vista custos com manutenção periódica.
32
3 ANÁLISE ESTRUTURADA DE FALHAS E O AUMENTO DA
CONFIABILIDADE DE SISTEMAS PREDIAIS
Para a otimização do processo de manutenção predial em locais críticos no que diz respeito ao
conforto ambiental e necessidades dos usuários tais como hospitais, deve-se ter conhecimento
das possíveis falhas existentes e potenciais nos sistemas dos mesmos. Uma abordagem
racionalizada do processo de manutenção deve ser realizada, o que cria a necessidade da
periodicidade de inspeções nas instalações dos edifícios.
Tais inspeções, além de detectarem patologias existentes, devem ser capazes de listar todas
as possíveis causas de cada uma das patologias a fim de que, através da relação causa e
efeito, seja possível combater também falhas potenciais.
Para tanto, sugere-se o uso de ferramentas da gestão da qualidade total galgadas na análise
de falhas de um sistema. Deste modo, procura-se definir uma hierarquia de gravidade das
patologias encontradas em sistemas hidráulicos desses edifícios públicos e explanar suas
causas básicas a fim de otimizar custos de manutenção corretiva e criar uma rotina racional de
combate a falhas e defeitos das edificações.
O autor sugere que um processo de Análise estruturada de Falhas pode ser realizado para
aumentar a confiabilidade de sistemas, baseada em atividades prévias de análises de riscos e
funcionamento do mesmo. A partir dessa definição, pode-se detalhar falhas predominantes,
sua frequência de ocorrência, seus impactos e níveis de criticidade (fatores que podem surgir
como produtos do emprego da ferramenta FMEA), e posterior associação das falhas a suas
causas fundamentais (aplicação de FTA), para, enfim, detalhar planos de ação de contenção
das causas a fim de que as falhas não venham a ocorrer, diminuindo sua frequência e,
consequentemente, aumentando a confiabilidade do sistema como um todo. Tais etapas são
evidenciadas na figura a seguir.
33
ANÁLISE DE RISCOS AO
SISTEMA
ANÁLISE ESTRUTURADA DE FALHAS:
ANÁLISE FUNCIONAL DO CONFIABILIZAÇÃO DAS FUNÇÕES DO SISTEMA
SISTEMA
ANÁLISE DAS FALHAS DETALHAMENTO
FUNCIONAIS DO SISTEMA DOS MODOS DE ASSOCIAÇÃO DOS DETALHAMENTO DE
FALHA MODOS DE FALHA A AÇÕES DE
PREDOMINANTES, MECANISMOS E CONTENÇÃO PARA
FREQUÊNCIAS, CAUSAS AS CAUSAS
ANÁLISE DOS MODOS DE CRITICIDADES E FUNDAMENTAIS DE FUNDAMENTAIS DE
FALHA DO SISTEMA IMPATOS SOBRE O FALHA FALHA
SISTEMA
ANÁLISE DAS TAXAS DE
FALHA DO SISTEMA
FMEA FTA
UTILIZAÇÃO DOS CONCEITOS
DE CONFIABILIZAÇÃO DE
SISTEMAS
Segundo Stamatis, 2003 “O FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) é uma técnica de
engenharia utilizada paradefinir, identificar e eliminar falhas conhecidas ou potenciais, de
sistemas, projetos, processose/ou serviços, antes que estas atinjam o cliente”.
A NBR 5462/1994 também define FMEA em seu texto: “Método qualitativo de análise de
confiabilidade que envolve oestudo dos modos de panes que podem existir para cadasubitem,
e a determinação dos efeitos de cada modo de panesobre os outros subitens e sobre a função
requerida do item”.
Em outras palavras, para um sistema, o FMEA analisa os modos das falhas que podem ocorrer
para cada defeito encontrado e seus efeitos. Pode-se considerá-lo um modelo downup, ou
seja, são analisadas, em geral, as falhas encontradas para definir seus efeitos sobre o
funcionamento do produto/processo.
34
Como resultados do emprego da FMEA, pode-se, segundo Helman & Andery, 1995:
“padronizar procedimentos; fazer um registro histórico de análise de falhas, que poderá
posteriormente ser usado em outras revisões de produtos ou processos, e no caminhamento
de ações corretivas em produtos similares e selecionar e priorizar Projetos de Melhoria que
deverão ser conduzidos”.
Deste modo, o FMEA enquanto ferramenta de gestão da qualidade total aplicada à análise de
falhas se faz de extrema utilidade para o processo de inspeção predial com meta em melhoria
da gestão da manutenção, uma vez que através deste pode-se chegar a um padrão controlado
de vistoria e determinar um registro que demonstre quais falhas são mais recorrentes e os
efeitos das mesmas, traçando um plano de ação racionalizado e otimizado.
O texto aqui apresentado procura definir como é realizada essa análise e as características do
formulário gerado como produto da mesma.
A estrutura apresentada a seguir, bem como o fluxograma de seu processo de construção, são
adaptados de Helman & Andery, 1995.
35
A B C D E F G
FMEA ‐ ANÁLISE DE MODOS DE FALHAS E SEUS EFEITOS
PROJETO DE PRODUTO PROJETO DE PROCESSO FOLHA:
1
REVISÃO DO PROJETO DE PRODUTO REVISÃO DO PROJETO DE PROCESSO
2
CLIENTE/REF APLICAÇÃO ÁREAS ENVOLVIDAS DATA DA ELABORAÇÃO
DATA ULT. REV. PROJ. PRODUTO/PROCESSO FORNECEDOR DATA PRÓX. REVISÃO
NOME DO FUNÇÃO DO FALHAS POSSÍVEIS ATUAL AÇÃO CORRETIVA RESULTADO
ITEM COMPONENTE/ COMPONENTE/ ÍNDICES ÍNDICES REVISTOS
MODO EFEITOS CAUSAS CONTROLES ATUAIS RECOMENDA‐ÇÕES TOMADA RESPONSÁVEL
PROCESSO PROCESSO O G D R O G D R
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
ESPESSURA
PERDA DOS FREIOS NENHUM REALIZAR TESTES DE
INADEQUADA
DURABILIDADE NA ALTERAÇÃO DO
FRATURA
3 10 10 300 CARCAÇA PROJETO 1 10 10 100 Sr. Souza
CARCAÇA DO EIXO SUPORTAR O
1 PERDA DE VERIFICAR
TRASEIRO CONJUNTO DO EIXO MATERIAL VERIFICADO E
CONTROLE DO NENHUM 1 10 10 100 ESPECIFICAÇÃO DE 1 10 1 10 Rodrigues
INADEQUADO APROVADO
VEÍCULO MATERIAL
PERDA DE AJUSTE REAVALIAR ALTERADO
TRAVAMENTO DO ACÚMULO DAS ESPECIFICAÇÕES
NA POSIÇÃO 5 10 10 500 ESPESSURA MÍNIMA DIÂMETRO EXTERNO 1 10 4 40 Santos/Palhares
EIXO TRASEIRO TOLERÂNCIAS 2562
CENTRAL DE PAREDE DO TUBO
COLUNAS:
A – Identificação do número de ordem do item
B – Nome do componente ou processo
C – Função do componente ou processo
D – Descrição das falhas possíveis
E – Identificação dos controles atuais e índices para análise
F – Determinação das recomendações e ações corretivas efetuadas para o panorama atual
G – Resultado: Reavaliação dos índices após aplicação das ações recomendadas e responsável pela aplicação
36
Cada um dos campos destacados em vermelho exerce uma função no formulário. Seus
significados são determinados a seguir.
O campo 6 define o Modo/Tipo de Falha: Segundo Helman & Andery, “entende-se por modos
de falha os eventos que levam associados a eles uma diminuição parcial ou total da função do
produto e de suas metas de desempenho”. Ou seja, trata-se da patologia identificada
propriamente dita.
O campo 7 define o Efeito de Falha: Segundo Helman & Andery, “entende-se por efeitos de
falhas as formas como os modos de falha afetam o desempenho do sistema, do ponto de vista
do cliente”. Em outras palavras, diz respeito à identificação das falhas pelos usuários e ao
comprometimento parcial ou total do uso.
A Causa da Falha é determinada pelo campo 8.As causas definem-se como os eventos que
geram (provocam ou induzem) o aparecimento do modo de falha.
O Índice de Ocorrência das falhas é evidenciado no campo 10. Segundo Helman & Andery, “é
uma estimativa das probabilidades combinadas de ocorrência de uma causa de falha, e dela
resultar o tipo de falha no produto/processo”.
O Índice de Gravidade das falhas é demonstrado no campo 11. Segundo Helman & Andery, “é
o índice que deve refletir a gravidade do efeito de falha sobre o cliente, assumindo que o tipo
de falha ocorra”.
37
O campo 12 dá o Índice de Detecção: Segundo Helman & Andery, “é o índice que avalia a
probabilidade de a falha ser detectada antes que o produto chegue ao cliente”. No caso de
sistemas hidráulicos, seria a capacidade que o avaliador teria para identificação de uma
patologia antes que ela ocorra.
O campo 13 define o Índice de Risco: É o produto dos índices descritos nos campos 10, 11 e
12.
(1)
Onde,
R = Índice de Risco
O = Índice de Ocorrência
G = Índice de Gravidade
D = Índice de Detecção
Ações Preventivas Recomendadas são determinadas no campo 14: A partir da análise dos
modos de falha, suas causas e efeitos, bem como dos índices determinados para cada falha,
faz-se a sugestão das ações preventivas a serem tomadas para bloqueio ou diminuição da
ocorrência e gravidade dos problemas analisados. As ações listadas contemplarão plano de
ação para estabelecimento das medidas.
Ações Preventivas Adotadas são determinadas no campo 15: Diz respeito às ações sugeridas
efetivamente realizadas para o sistema/produto analisado.
O procedimento para construção de um formulário FMEA, segundo Helman & Andery, pode se
concentrado em doze fases principais sequenciadas de forma lógica e que, ao fim da última
etapa, resultam num produto final sólido que possa ser analisado posteriormente de forma
clara.As etapas podem ser resumidas na Figura8.
38
INÍCIO
DEFINIR A EQUIPE RESPONSÁVEL
PELA EXECUÇÃO
DEFINIR OS ITENS DO SISTEMA
QUE SERÃO CONSIDERADOS
PREPARAÇÃO PRÉVIA: COLETA DE
DADOS
ANÁLISE PRELIMINAR
IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE
FALHA E SEUS EFEITOS
IDENTIFICAÇÃO DAS CAUSAS DAS
FALHAS
IDENTIFICAÇÃO DOS CONTROLES
ATUAIS
ANÁLISE DAS FALHAS PARA
DETERMINAÇÃO DE ÍNDICES
ANÁLISE DAS RECOMENDAÇÕES
REVISÃO DOS PROCEDIMENTOS
PREENCHIMENTO DOS
FORMULÁRIOS DA FMEA
REFLEXÃO SOBRE O PROCESSO
FIM
39
Como descrito pelo fluxograma, o início do processo de desenvolvimento da FMEA se dá pela
Definição da Equipe Responsável pela Execução do mesmo. A equipe escolhida deve ter
critério multidisciplinar, envolvendo profissionais de diversas áreas, a fim de que a análise dos
modos de falha seja realizada de forma mais ampla possível. A etapa também prevê
montagem de um cronograma prévio de trabalho pela equipe.
O segundo passo diz respeito à Definição dos Itens do Sistema que serão Considerados. Em
outras palavras, define-se o universo que será analisado. Pode ser que o sistema não seja
completamente passível de análise ou não seja pertinente fazê-lo por completo, definindo,
nesta etapa, limites inferiores e superiores de análise.
A exemplo, uma análise macro não deve conter detalhes muito específicos que não influenciam
tão diretamente no processo.
Segue-se a Preparação Prévia e Coleta de Dados. Nesta fase, a equipe reúne todas as
informações disponíveis pertinentes e que possam colaborar para uma análise mais próxima
da realidade. Tais informações podem ser provenientes de esquemas de projeto, desenhos,
memórias de cálculo de sistemas, especificações de materiais, entre outros.
A partir da Coleta de Dados, pode-se realizar Análise Preliminar dos Itens Considerados,
fazendo um levantamento das falhas já conhecidas que podem ocorrer no sistema, levantar
critérios de projeto para os itens analisados com base na documentação levantada.
A partir dos modos de falha que serão analisados, deve-se passar à Identificação das Causas
das Falhas. Método auxiliar, nesta etapa, é o “brainstorming” em que um modo é selecionado e
discorre-se sobre todas as causas que podem levar a este com base na experiência da equipe,
dados históricos disponíveis, etc.
A Identificação dos Modos de Detecção das Falhas determina e classifica como as falhas
podem ser detectadas, determinando quais falhas podem ser identificadas com providências
facilmente implementáveis, providências com certo nível de dificuldade e providências de difícil
implementação.
A seguir, faz-se a Determinação dos Índices de Criticidade. Para cada falha, determinam-se os
índices de ocorrência, índices de gravidade e índices de detecção, para, enfim, definir o Índice
de Risco.
40
A determinação de cada índice de Criticidade definido anteriormente é realizada segundo
metodologia apontada por Helma n& Andery, que descreve para cada um, classificação
segundo sua recorrência, periculosidade e capacidade de percepção do usuário.
Os quadros a seguir são utilizados como referência para determinação de tais índices.
PROBABILIDADE DE
ÍNDICE OCORRÊNCIA
OCORRÊNCIA
1 MUITO REMOTA EXCEPCIONAL
2 MUITO PEQUENA MUITO POUCAS VEZES
3 PEQUENA POUCAS VEZES
OCASIONAL, ALGUMAS
4‐5‐6 MODERADA
VEZES
7‐8 ALTA FREQUÊNTE
INEVITÁVEL, CERTAMENTE
9‐10 MUITO ALTA
OCORRERÁ A FALHA
ÍNDICE FREQUÊNCIA RELATIVA
1 MENOR QUE 1 EM 500.000
2 1 EM 50.000 – 1 EM 500.000
3 1 EM 5.000 – 1 EM 50.000
4 1 EM 1.000 – 1 EM 5.000
5 1 EM 200 – 1 EM 1.000
6 1 EM 50 – 1 EM 200
7 1 EM 15 – 1 EM 50
8 1 EM 5 – 1 EM 15
9 1 EM 2 – 1 EM 5
10 MAIOR OU IGUAL A 1 EM 2
41
Quadro 16: Determinação dos Índices de Gravidade.
ÍNDICE CONCEITO
‐ Falha de Menor Importância
1
‐ Quase não são percebidos os efeitos sobre o produto/processo
‐ Provoca redução de performance do produto e surgimento
2‐3 gradual de ineficiência
‐ Cliente perceberá a falha mas não ficará insatisfeito com ela
‐ Produto sofrerá uma degradação progressiva:
* Ineficiência moderada;
* Produtividade reduzida;
4‐6
* Início da frustração por parte do operador do processo ou
cliente do produto;
‐ Cliente perceberá a falha e ficará insatisfeito
‐ Mais de 50 a 70% das vezes não se consegue manter a produção
e se requer grande esforço do operador, há baixa eficiência e
7‐8 produtividade.
‐ Em campo, o produto não desempenha sua função.
‐ O cliente perceberá a falha e ficará muito insatisfeito com ela.
‐ Não se consegue produzir, “colapso” do processo. Problemas são
9‐10 catastróficos e podem gerar danos a bens ou pessoas.
‐ Cliente muito insatisfeito.
ÍNDICE CONCEITO
1 Muito alta probabilidade de detecção
Alta probabilidade de detecção. Em processos, ações corretivas
2‐3 são tomadas em pelo menos 90% das vezes em que seus
parâmetros saem fora de controle.
Moderada probabilidade de detecção. Somente em 50% das
4‐6 vezes em que o processo sai de controle são tomadas ações
corretivas.
Pequena probabilidade de detecção. Nível de controle muito
7‐8
baixo. Até 90% das vezes o sistema sai de controle.
Muito pequena probabilidade de detecção. Não há nenhum tipo
9
de controle ou inspeção.
Muito remota probabilidade de detecção. A falha não pode ser
10
detectada
Definidos os Índices, causas e efeitos dos modos de falha, pode-se partir para a Análise das
Recomendações. Elabora-se, para cada modo, uma lista de recomendações para detecção,
prevenção e correção, que resultará em um Plano de Ação a ser implementado.
A Revisão dos Procedimentos busca rever todo o trabalho realizado, corrigindo possíveis erros
no decorrer do processo e realizando complementações.
42
Enfim, com todos os dados determinados, pode-se realizar o Preenchimento dos Formulários
da FMEA e, como fechamento, uma Reflexão sobre o Processo é necessária, a fim de verificar
em quais etapas este pode ser melhorado, se o cronograma proposto foi seguido, entre outros
fatores analíticos.
Segundo Helman & Andery, 1995, o método pode ser definido como o procedimento
“apresentar uma perfeita inter-relação funcional entre uma falha e suas possíveis causas, (...),
elaboração de uma árvore associada a cada uma das falhas principais (ou mais comuns) que
podem acontecer em um dado equipamento. (...) As árvores de falhas finalizam-se com as
possíveis causas de cada problema, e se completam com um plano de ação para sua solução.”
O quadro anterior demonstra que o método relatado pode ser utilizado para todas as fases do
ciclo de vida do produto de um processo produtivo. Em sua fase de operação, tal aplicação
resultaria numa melhoria do mesmo a partir da identificação de causas de falhas já existentes
ou falhas potenciais (que ainda não aconteceram mas que possuem probabilidade de
existência ao longo do uso).
Por outro lado, pode-se ainda em fase de projeto, ou seja, antes da execução final do produto,
detectar as potenciais falhas e suas causas, bloqueando-as antes mesmo que o produto
comece a tomar forma física.
43
Considerando o conceito de produto aplicado às edificações, pode-se aferir que o FTA pode
ser aplicado, dessa forma, para aprimoramento da manutenção predial na medida em que
responderia por maior exatidão na detecção de causas de falhas e defeitos dos sistemas e de
suas causas e efeitos. Deste modo, a síntese dos efeitos de aplicação do método para
manutenção predial pode ser relacionada em quadro a seguir.
APLICAÇÃO DESCRIÇÃO
Descrição das falhas e defeitos organizadas em
sistema gráfico lógico que enumera e demonstra a
Documentação das falhas e defeitos
relação das causas e efeitos de cada problema com o
mesmo e entre si
Pode‐se atentar mais facilmente para a percepção de
Verificação de um caminho crítico
quais falhas são recorrentes e como evitá‐las
O FTA aplicado à manutenção predial, como descrito, pode ter ação na otimização do
processo, na medida em que cria base de dados das falhas e defeitos detectados e suas
causas, fator que pode ser utilizado para futuras manutenções e percepção mais nítida do
comportamento dos sistemas da edificação ao longo do uso.
Por ser um método gráfico, ainda demonstra visualmente qual seria um caminho crítico de
manutenção a ser seguido e quais os efeitos de aplicação dos planos de ação na eliminação
ou prevenção de determinada falha para outras falhas consequentes e nos sistemas como um
todo.
O texto a seguir visa demonstrar como o método FTA deve ser executado e baseia-se nas
fontes “Análise Sistêmica de Falhas”,de Scapin, 2001 e “Análise de Falhas (Aplicação dos
Métodos FMEA – FTA)”, de Helman & Andery, 1995.
O FTA trabalha no sentido de obter sempre todas as falhas básicas que podem, através da
relação causa e efeito, chegar à falha de um sistema observado, denominada na árvore de
44
falhas como Evento de Topo. Pode-se dizer, deste modo, que é um método desenvolvido no
sentido do topo da pirâmide, que corresponde ao evento analisado, à base, correspondente às
suas diversas causas primárias.
Para efeitos de visualização das relações estabelecidas a partir do Evento de Topo são
utilizados no sistema FTA dois tipos de elementos: as Portas Lógicas e a Simbologia dos
Eventos.
As Portas Lógicas conectam os eventos de acordo com suas relações causais, estabelecidas
pelo desdobramento das falhas. As Portas Lógicas são definidas como Porta “E”, Porta “OU”,
Porta “E Prioritária”, Porta “de Inibição”, Porta “OU de Exclusividade” e Porta “M em N”, cada
qual descrita e exemplificada abaixo.
A Porta Lógica “E” ocorre somente se os eventos causais do evento analisado ocorrerem
simultaneamente. Em outras palavras, para o evento de efeito ocorrer deve ter todas as suas
causas associadas também em ocorrência.
A porta lógica “E Prioritária” possui equivalência com a porta lógica “E” porém acrescenta-se a
esta o requisito de que o evento de saída ocorre numa sequência estabelecida da esquerda
para a direita.
A porta lógica “de Inibição” representa uma relação de probabilidade. O evento causa é
denominado “de entrada” e o evento associado lateralmente a esta é um evento condicional.
Este define um acontecimento condicionado ao evento de entrada, ou seja, o evento de
entrada tem uma probabilidade de ocorrência constante em relação ao evento condicional.
A porta “M evento em N evento” tem N eventos de entrada e o evento de saída ocorre apenas
se o evento M dentre os eventos de entrada ocorrer.
A simbologia adotada para as portas lógicas na árvore de falhas é descrita no quadro a seguir.
45
Quadro 20: Simbologia para portas Lógicas.
“E” “DE INIBIÇÃO”
“OU DE
“OU”
EXCLUSIVIDADE”
“E PRIORITÁRIA” “M EM N”
Eventos são definidos como as falhas e suas causas, indo de causas básicas e seus efeitos ao
denominado evento de topo, que é, em questão, a patologia encontrada da qual se procuram
as causas possíveis.
Os eventos diferem em sua simbologia segundo sua significação dentro da estrutura do FTA.
Estes podem ser: Retângulo, Círculo, Diamante, Casa dos Eventos ou Triângulo de
Transferência. Cada qual é explicado a seguir.
A Casa de Eventos consiste num evento terminal especial em razão de poder “ligar ou desligar”
de acordo com a análise crítica do desenvolvedor. O evento “ligado” é caracterizado pela
ocorrência e o “desligado” pela não ocorrência. Mais comumente empregada em máquinas.
Por fim, o Triângulo de Transferência possui como principal finalidade evitar a repetição de um
desdobramento de uma falha que ocorre em diversos locais na mesma árvore, a fim de
simplificação visual.
46
Quadro21: Simbologia para Eventos. Fonte: Autor.
CASA DOS
RETÂNGULO
EVENTOS
TRIÂNGULO DE
CÍRCULO
TRANSFERÊNCIA
DIAMANTE
3.2.1.2 EXEMPLO
Para efeito de ilustração da utilização dos elementos destacados anteriormente, utiliza-se como
exemplo fogo em um carro. Tal fato pode ser apontada como evento de topo.
O evento de topo descrito pode ser diretamente causado por dois eventos distintos com
relação “E”: Houve vazamento de combustível “E” presença de chama ou centelha, cada um
dos quais possui eventos causais distintos, correlacionados, no caso, por uma chave do tipo
“OU”, ou seja, um ou outro acontecimento de evento básico leva a cada causa da chama.
47
VEÍCULO PEGOU FOGO
VAZAMENTO DE PRESENÇA DE CHAMA
COMBUSTÍVEL OU CENTELHA
48
4.2.1. CONSTRUÇÃO DE UMA ÁRVORE DE FALHAS
O procedimento para construção de uma Árvore de Falhas, segundo Helman & Andery, 1995,
pode se concentrado em dez fases principais sequenciadas de forma lógica e que, ao fim da
última etapa, resultam num produto final sólido que possa ser analisado posteriormente de
forma clara.
Como ação inicial, deve-se definir a equipe responsável pela execução do FTA. Para tal etapa,
é importante definir um conjunto de indivíduos heterogêneo e multidisciplinar, a fim de garantir
maior abrangência técnica sobre as falhas e um maior número de causas possa ser
identificado. Além disso, realiza-se, em conjunto com a equipe, um Cronograma de trabalho a
ser seguido.
A Seleção do “Evento de Topo” diz respeito a escolher qual falha será analisada. Essa escolha
está condicionada aos seguintes parâmetros: O evento deve representar uma inadequação a
um item de controle ou meta de desempenho do produto, que pode ser determinado por uma
insatisfação do usuário; deve ser quantificável e deve ser controlado, minimizado ou capaz de
ser bloqueado mediante ações corretivas e preventivas.
Tal seleção deve contemplar um evento claramente identificado. Se não for possível a
identificação imediata e completa, deve-se seguir a elaboração de uma lista de todas as falhas
determinadas ou potenciais (dependendo da análise que estiver sendo realizada). A partir
desta, deve-se classificar as falhas em 3 níveis distintos: danos graves, danos leves e danos
muito improváveis.
Nesta etapa, procura-se auxílio do FMEA, combinando os métodos, como será apresentado
em tópico pertinente.
49
INÍCIO
DEFINIR A EQUIPE RESPONSÁVEL
PELA EXECUÇÃO
SELECIONAR O EVENTO DE TOPO
PARA ANÁLISE
COLETA DE DADOS
DEFINIR QUAIS SÃO AS
INTERFACES OU FRONTEIRAS DO
SISTEMA
ANÁLISE DETALHADA DO SISTEMA
MONTAGEM PRELIMINAR DA
ÁRVORE DE FALHAS
REVISÃO DA ÁRVORE DE FALHAS
CÁLCULO DA PROBABILIDADE DO
EVENTO DE TOPO
ANÁLISE DE RECOMENDAÇÕES
REFLEXÃO SOBRE O PROCESSO
FIM
50
A Definição das Fronteiras do Sistema determina o universo a ser trabalhado e quais fatores
externos não serão levados em consideração no tratamento dos dados e busca de causas de
falhas. A exemplo, fatores que independem do uso interno ou de instalação, como aspectos
naturais, podem ser descartados na análise.
Segue-se, então, a Análise Detalhada do Sistema, que deve ser auxiliada por elementos como
Diagramas de Causa e Efeito e outros, a fim de destrinchar todas as causas básicas dos
eventos.
A sexta etapa é caracterizada pela Montagem Preliminar da Árvore de Falhas a partir dos
dados levantados e análises realizadas.
Dá-se, então, a Revisão da Árvore de falhas, em que são feitas verificações tais como se os
eventos são indicados de forma clara e bem explicada, se as portas lógicas utilizadas
correspondem à realidade, se há repetições que possam ser suprimidas visando uma
simplificação visual da árvore, etc. Após todas as análises e conferências, elaborar os devidos
ajustes e montar a versão final da Árvore de Falhas.
Em seguida, com o produto visual final, deve-se Efetuar o Cálculo da Probabilidade de Falha
do Evento de Topo, através da atribuição de probabilidade de falha aos eventos básicos. O
Cálculo da Probabilidade de Falha assemelha-se aos Índices de Ocorrência do FMEA. Para o
trabalho realizado, estes serão determinados uma única vez seguindo preceitos definidos em
tópico pertinente.
A partir da Árvore Final pode-se também realizar uma Análise de Recomendações, que se
caracteriza por descrever providências a serem tomadas para se evitar cada um dos eventos
básicos da Árvore analisada. No caso, tal etapa será utilizada para criação de Planos de Ação
Corretiva e Preventiva para os Eventos de Topo, os quais também serão discutidos em tópico
pertinente.
Enfim, faz-se uma Reflexão sobre o Processo, que é dita como análise final do realizado, se os
prazos foram atingidos e objetivos encontrados, com registro dos resultados e proposição de
modificações para futuros trabalhos.
51
4 MÉTODO INTEGRADO DE FMEA E FTA PARA DETECÇÃO E
CONTROLE DE PATOLOGIAS EM SISTEMAS PREDIAIS
O método combinado aqui desenvolvido busca, desta forma, aliar a busca dos efeitos dos
modos de falha determinados, no caso, as patologias nos sistemas prediais hidráulicos, às
suas causas e efeitos, bem como hierarquizar as patologias de forma a nortear o
desenvolvimento de uma manutenção mais racionalizada.
O método FMEA norteará o processo, sendo o produto final básico deste o formulário
demonstrado nas próximas páginas. A Árvore de Falhas será utilizada para determinar as
causas básicas de cada modo de falha encontrado em inspeção predial e também como item
auxiliar na determinação dos índices necessários à hierarquização dos modos de falhas.
Para efeito prático, cada etapa será tratada em tópico específico a seguir.
52
FMEA
INÍCIO FTA
DEFINIR OS ITENS DO SISTEMA DETERMINAÇÃO DOS
QUE SERÃO CONSIDERADOS EVENTOS DE TOPO
PREPARAÇÃO PRÉVIA: COLETA DE ANÁLISE DETALHADA DO
DADOS SISTEMA
INSPEÇÃO PREDIAL: COLETA DE
MONTAGEM DA ÁRVORE DE
AMOSTRA DE FALHAS EXISTENTES
FALHAS
IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE
FALHA EM SPHS E SEUS EFEITOS
FTA EM
SIM CONFORMIDADE?
NÃO
IDENTIFICAÇÃO DAS CAUSAS DAS REVISÃO DA ÁRVORE DE
FALHAS FALHAS
ANÁLISE DAS FALHAS PARA
DETERMINAÇÃO DE ÍNDICES
CÁLCULO DA PROBABILIDADE
DO EVENTO DE TOPO
PREENCHIMENTO DOS
FORMULÁRIOS DA FMEA
REFLEXÃO SOBRE O PROCESSO
FIM
53
4.3 INSPEÇÃO PREDIAL: COLETA DE AMOSTRAS DAS FALHAS
EXISTENTES
A partir da coleta de dados, faz-se uma lista de verificação prévia contendo elementos
passíveis de análise após a vistoria predial.
Desta forma, a vistoria a ser realizada no hospital selecionado visa, por amostragem,
determinar através de exame visual, a existência de patologias no sistema predial de água fria
da referida edificação, utilizando-as como modos de falha para aplicação no processo aqui
desenvolvido.
Para tanto, fora confeccionada planilha de verificação para vistoria, reproduzida na figura 4-5
da próxima pagina.
Neste formulário, as patologias serão identificadas por pavimento e número de ordem, seguido
de uma descrição da mesma. Caso seja possível fotografar, o número da foto será registrado
para posterior confecção do relatório. Será descrita também a localização da patologia e a sua
causa aparente, bem como outras observações pertinentes.
INSPEÇÃO PREDIAL HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ‐ PRÉDIO PRINCIPAL
NÍVEL DE INSPEÇÃO DEFINIDO A PARTIR DA NORMA DO IBAPE/SP 2011: NÍVEL 1
DATA: 13/08/2014 RESPONSÁVEL: ARTHUR BASTOS E ELAINE GARRIDO VAZQUEZ
PAVIMENTO: 11º PAV.
Nº DESCRIÇÃO AVALIAÇÃO FOTO CAUSA APARENTE:
Avaliação a partir da
1 Patologia 1 Foto 1 Causa aparente determinada por avaliação prévia
inspeção visual
Avaliação a partir da
2 Patologia 2 Foto 2 Causa aparente determinada por avaliação prévia
inspeção visual
Avaliação a partir da
3 Patologia 3 Foto 3 Causa aparente determinada por avaliação prévia
inspeção visual
54
4.4 IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE FALHAS E SEUS EFEITOS
A confecção das Árvores de Falhas segue padrão descrito para o método FTA de forma
simplificada.
Inicialmente, faz-se a determinação dos Eventos de Topo de cada árvore. Para o caso, o
Evento de Topo corresponderá ao Modo de Falha identificado pela análise dos dados da
vistoria. Cada Modo será tratado em uma árvore distinta, a fim de que suas causas básicas
sejam completamente identificadas e a relação entre as mesmas determinada.
A seguir, faz-se análise criteriosa do sistema. Para tanto, utiliza-se pesquisa bibliográfica
descrita no capítulo anterior e conhecimento técnico prévio dos sistemas prediais e seus
desdobramentos. Para cada Modo, faz-se Brainstorming a fim de determinar todas as causas
possíveis dos mesmos.
Segue-se então a montagem da árvore de falhas de para cada Evento, com determinação das
relações entre as causas e seus efeitos.
O produto deste etapa é submetido, então, a julgamento por outro profissional para efeitos de
validação. Julga-se, então, a necessidade ou não de revisão. Caso não haja revisão, as causas
encontradas são utilizadas nas etapas seguintes.
55
4.4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS EFEITOS DOS MODOS DE FALHAS
Os efeitos dos Modos de Falha dizem respeito à percepção por parte do usuário da existência
da falha e do comprometimento do uso do elemento analisado pelo mesmo. Desta forma, faz-
se interessante análise dos efeitos possíveis de cada Modo analisado a fim de auxílio na
determinação de sua criticidade.
Após a identificação de todos os Modos, suas causas básicas e efeitos aparentes, deve-se
realizar o cálculo dos índices empregados para hierarquização e qualificação de cada um.
Helman & Andery, para tanto, definem um valor para cada probabilidade de ocorrência,
conforme quadros 14 e 15 demonstrados no capítulo 3.
Para determinação da Frequência Relativa de cada Modo e posterior definição de seu Índice
de Ocorrência, novamente será utilizado o FTA como ferramenta auxiliar.
(2)
Onde,
56
Uma relação entre falhas básicas determinada pela chave “OU” identifica que se uma ou outra
falha ocorrer, seu efeito ocorrerá. Deste modo, a confiabilidade do efeito será dada pela
multiplicação da confiabilidade das causas (relação de interseção entre conjuntos).
(3)
Considerando a relação demonstrada pela equação 1, pode-se substituir R na equação 2,
gerando a relação de probabilidade de falha aplicada para a chave lógica “OU”:
(4)
Analogamente, para situações em que são aplicados diversos eventos básicos relacionados
pela chave lógica “OU”, tem‐se:
… (5)
Uma relação entre falhas básicas correspondente à chave “E” é determinada quando o
componente 1 “E” o componente “2” ocorrem simultaneamente e só então o efeito destas
falhas ocorrerá (relação de união de conjuntos).
57
Se a relação entre as causas é determinada por uma chave “E”, para o modo ocorrer tem-se a
probabilidade da causa 1 ocorrer multiplicada pela probabilidade da causa 2 ocorrer.
(6)
(7)
… (8)
Desta forma, para cada combinação de causas, é calculada a probabilidade de falha do efeito
correspondente e, com seu resultado, do efeito seguinte até que se chegue ao Evento de Topo.
Como relatado anteriormente, o Índice de Gravidade é uma avaliação das consequências para
o usuário, da ocorrência do Modo de Falha ou Patologia analisado.
Tal análise será qualitativa com base na experiência do desenvolvedor e nos efeitos
relacionados a cada Modo determinados em etapa anterior.
58
Para determinação do índice de 1 a 10, utiliza-se quadro a seguir como critério, adaptado do
quadro 16 para o caso de manifestações patológicas em edificações. Considera-se cliente o
próprio usuário, no caso de sistemas prediais.
ÍNDICE CONCEITO
‐ Patologia de Menor Importância
1
‐ Quase não são percebidos os efeitos sobre o sistema predial
‐ Provoca redução de performanceda peça ou parte do sistema
2‐3 predial;
‐ Usuário percebe a patologia mas não fica insatisfeito;
‐ Degradação progressiva do sistema predial:
* Ineficiência moderada;
* Produtividade reduzida;
4‐6
* Início da frustração por parte do operador do processo ou
cliente do produto;
‐ Cliente perceberá a falha e ficará insatisfeito
‐ Mais de 50 a 70% das vezes não se consegue manter o
desempenho do sistema predial
7‐8
‐ Peças e partes dos sistemas não desempenham sua função
‐ O usuário percebe a patologia e fica muito insatisfeito com ela.
‐ Não se consegue produzir, “colapso”. Problemas são catastróficos
9‐10 e podem gerar danos a bens ou pessoas.
‐ Usuário muito insatisfeito
Análise qualitativa da possibilidade de percepção de uma falha potencial, antes que esta ocorra
e seja percebida pelo usuário. Analogamente ao caso anterior, se faz adaptação do quadro 17
para a detecção de manifestações patológicas em edifícios.
ÍNDICE CONCEITO
1 Muito alta probabilidade de detecção da patologia
Alta probabilidade de detecção da patologia. Ações corretivas
2‐3 são tomadas em pelo menos 90% das vezes em que seus
parâmetros saem fora de controle.
Moderada probabilidade de detecção da patologia. Somente em
4‐6 50% das vezes em que o sistema predial sai de controle são
tomadas ações corretivas.
Pequena probabilidade de detecção da patologia. Nível de
7‐8 controle muito baixo. Até 90% das vezes o sistema sai de
controle.
Muito pequena probabilidade de detecção da patologia. Não há
9
nenhum tipo de controle ou inspeção.
Muito remota probabilidade de detecção patologia. A falha não
10
pode ser detectada
59
Para o caso de SPHS, o índice de detecção diz respeito à possibilidade de perceber o
acontecimento da patologia antes que o usuário possa tomar ciência, o que só é conseguido
com um sistema de manutenção eficiente.
Por fim, é determinado o Índice de Risco pela multiplicação dos três índices anteriores, como
definido pela equação 1, retomada abaixo:
(1)
Onde,
R = Índice de Risco
O = Índice de Ocorrência
G = Índice de Gravidade
D = Índice de Detecção
O produto final básico do processo desenvolvido, o Formulário FMEA para a instalação predial
estudada, é composto das manifestações patológicas levantadas hierarquizadas segundo
índice de Risco. Caso hajam patologias com mesmo índice, como critério de escolha utiliza-se
o número absoluto de ocorrências da mesma observado em vistoria. Além do exposto, o
formulário define a tipologia da manifestação e sua classificação de risco segundo norma de
inspeção predial do IBAPE/SP, a fim de nortear consultas futuras ao banco de dados do
sistema de gestão da manutenção.
60
Quadro 25: Formulário FMEA utilizado para o Método Desenvolvido.
INSPEÇÃO PREDIAL HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ‐ ANÁLISE FMEA DAS PATOLOGIAS
PATOLOGIAS ÍNDICES CLASSIFICAÇÃO
ITEM MANIFESTAÇÃO
GRUPO OCORR. TIPO EFEITOS CAUSAS BÁSICAS O G D R DO RISCO
CAUSA 1
CAUSA 2 CLASSIFICAÇÃO
MANIFESTAÇÃO TIPO SEGUNDO DESCRIÇÃO DOS
1 1 GRUPO 1 NÚMERO CAUSA 3 OCORR. GRAV. DETEC. RISCO SEGUNDO
PATOLÓGICA 1 IBAPE/SP EFEITOS
CAUSA 4 IBAPE/SP
CAUSA 5
CAUSA 1
CAUSA 2 CLASSIFICAÇÃO
MANIFESTAÇÃO TIPO SEGUNDO DESCRIÇÃO DOS
2 2 GRUPO 2 NÚMERO CAUSA 3 OCORR. GRAV. DETEC. RISCO SEGUNDO
PATOLÓGICA 2 IBAPE/SP EFEITOS
CAUSA 4 IBAPE/SP
CAUSA 5
CAUSA 1
CAUSA 2 CLASSIFICAÇÃO
MANIFESTAÇÃO TIPO SEGUNDO DESCRIÇÃO DOS
3 3 GRUPO 3 NÚMERO CAUSA 3 OCORR. GRAV. DETEC. RISCO SEGUNDO
PATOLÓGICA 3 IBAPE/SP EFEITOS
CAUSA 4 IBAPE/SP
CAUSA 5
CAUSA 1
CAUSA 2 CLASSIFICAÇÃO
MANIFESTAÇÃO TIPO SEGUNDO DESCRIÇÃO DOS
4 4 GRUPO 4 NÚMERO CAUSA 3 OCORR. GRAV. DETEC. RISCO SEGUNDO
PATOLÓGICA 4 IBAPE/SP EFEITOS
CAUSA 4 IBAPE/SP
CAUSA 5
61
Segue a descrição do conteúdo de cada coluna do formulário, conforme método.
A coluna “C” define o grupo ou modo de falha ao qual a manifestação patológica se enquadra.
Por exemplo, um vazamento em torneira se enquadra no grupo de vazamentos.
A coluna “G” define as causas básicas que levaram à manifestação patológica após análise da
árvore de falhas do modo correspondente.
A coluna “H” descreve os índices FMEA, com destaque ao índice de Risco, calculados em
análise.
62
5 APLICAÇÃO DO MÉTODO COMBINADO FMEA + FTA EM
DETECÇÃO E CONTROLE DE PATOLOGIAS PREDIAIS NO
HOSPITAL DOS SERVIDORES
O HFSE teve suas obras iniciadas em maio de 1934 sob o título de Hospital dos Funcionários
Públicos a partir da destinação de recursos do presidente Getúlio Vargas para a construçãodo
edifício situado no centro do Rio de Janeiro, sob a intervenção do então ministro SalgadoFilho.
A partir de 1938, sua denominação é mudada para o que se conhece hoje como Hospital
dosServidores do Estado (HSE), a partir da criação do IPASE (Instituto de Pensão
eAposentadoria dos Servidores do Estado), órgão que veio a incorporar a administração
dohospital naquele ano.
Sua inauguração deu-se em 1947, quando o presidente Correia Dutra anunciou a data
deabertura para 28 de outubro daquele ano, Dia do Funcionário Público, presidindo o
AtoInaugural com a presença de diversos políticos da época. Mais cedo em 1947, a direção
dohospital havia sido dada para o Dr. Raymundo de Moura Brito, o qual foi responsável
pelaaceleração das obras do mesmo com a reunião de um corpo de médicos para realizaçãode
tal feito.
63
Médica do HSE, destinadas apromover o desenvolvimento técnico-científico do seu
Corpo Clínico. Formou MédicosResidentes de todos os estados do país e também do
exterior, que tem ocupado funções decomando em Universidades, Secretarias de
Estado e Entidades de Classe.” (Morinigo, 2008).
Ainda sobre sua forte influência na questão de formação de profissionais e estudos no setorda
saúde, foram criados centros de estudo e da biblioteca interna do hospital:
64
Nome Hospital dos Funcionários Públicos (1934) /
Hospital dos servidores do Estado (a partir
de 1938).
Endereço Rua Sacadura Cabral, 178 – CEP: 20221‐903
– Rio de Janeiro
Tipologia Hospital Geral (24 horas)
Área 107.000 m²
Leitos de Internação 405
Centro Cirúrgico: 20 salas
Serviços 50 tipos de serviços especializados
Ambulatórios: 186 salas
PAVIMENTO ATIVIDADES/ESPECIALIDADES
CTI
Rouparia
11º
Central de Material Esterilizado
Telefonia
10º Centro Cirúrgico
Cirurgia Plástica
9º
Cirurgia Torácica e Cirurgia Vascular
Cirurgia Geral
8º
Cirurgia Pediátrica
Ginecologia
7º
Neurocirurgia
Ortopedia
6º
Urologia
Oftamologia
Proctologia
5º Otorrino
Microcirurgia
Dep. Químicos
4º Clínica Geral
3º Pediatria e Unidade Cardiointensiva / Coronária
2º Unidade Materno Fetal
Rouparia
Raio X
Hemodinâmica
1º
Oncologia
Medicina Nuclear
Hotelaria e Infraestrutura
65
5.3 APLICAÇÃO DO MÉTODO
O método empregado a seguir procura respeitar preceitos definidos pelo item 4.3 e fluxograma
da figura 10.
Para fins práticos, serão consideradas patologias encontradas em inspeção técnica visual das
dependências das edificações, sendo coletados dados empíricos dos sistemas de Água Fria,
Água Quente, Esgoto Sanitário e Águas Pluviais da edificação, com enfoque nos pontos de
utilização, contato direto do usuário com os referidos sistemas. Serão suprimidos efeitos
externos aos sistemas, tais como ambiente local e falhas ocasionadas por transporte de
material e fabricação.
Para conhecimento prévio das instalações do hospital, foi realizada pesquisa bibliográfica
sobre sua origem (descrita em item anterior), bem como coleta de informações como fluxo de
pacientes por especialidade por dia, dados sobre projetos prévios de instalações e plantas
baixas dos pavimentos.
A inspeção predial realizada segue preceitos definidos pela norma IBAPE/SP para o tema.
Considerando os aspectos tratados no documento, pode-se aferir que a vistoria realizada
constitui-se inspeção de Nível 1, conforme definido:
66
Quadro 28: Levantamento de Manifestações Patológicas determinadas em inspeção
predial
NOME DO Nº DE
ITEM MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA
COMPONENTE OCORRÊNCIAS
1 ‐ TUBULAÇÃO E CONEXÕES
VAZAMENTO EM TUBULAÇÃO DE PVC
1.1.1 9
ROSCÁVEL
1.1.2 CORROSÃO EM TUBULAÇÃO METÁLICA 2
1.1 TUBULAÇÃO 1.1.4 INSTALAÇÃO DE DRENO DE AR INADEQUADA 2
1.2.1 FALTA INSTALAÇÃO DE SIFÃO 2
1.1.3 DETERIORAÇÃO DE TUBULAÇÃO DE PVC 5
1.2.2 VAZAMENTO EM SIFÃO 5
1.2 CONEXÕES 1.2.3 VAZAMENTO EM SAÍDA DE ÁGUA 5
1.1.5 INST. INCOMPLETA (AUSÊNCIA DE PEÇAS) 10
2 ‐ REGISTROS E VÁLVULAS
REGISTROS 2.1.1 FALTA DE ACABAMENTO 81
2.1 GAVETA E
PRESSÃO 2.1.2 VAZAMENTO 5
VÁLVULA DE 2.2.1 FALTA DE ACABAMENTO (CANOPLA) 74
2.2
DESCARGA 2.2.2 VAZAMENTO 3
3 ‐ METAIS, LOUÇAS E EQUIPAMENTOS
3.1.1 FALTA INSTALAÇÃO 5
3.1 CHUVEIRO
3.1.2 ALTURA IRREGULAR 1
3.2.1 FALTA INSTALAÇÃO 11
3.2 TORNEIRA
3.2.2 VAZAMENTO 19
3.3 LAVATÓRIO 3.3.1 FIXAÇÃO INADEQUADA 5
BACIA 3.4.1 FALTA INSTALAÇÃO 2
3.4
SANITÁRIA 3.4.2 ENTUPIMENTO 8
4 ‐ CAIXAS E RALOS
RALO SECO E 4.1.1 AUSÊNCIA DE GRELHA/TAMPA 8
4.1
SIFONADO 4.1.2 ENTUPIMENTO 4
5 ‐ REVESTIMENTOS E
IMPERMEABILIZAÇÕES
5.1.1 ABSORÇÃO EXCESSIVA 7
REVESTIMENTO 5.1.2 ESTUFAMENTO 6
5.1
CERÂMICO 5.1.3 QUEBRA E TRINCAMENTO 37
5.1.4 FALTA REVESTIMENTO 5
6‐ OUTROS
6.1.1 DESCARTE INADEQUADO 1
6.1 RESÍDUOS
6.1.2 VAZAMENTO 1
6.2.1 EM TETO 64
6.2 INFILTRAÇÕES 6.2.2 EM PAREDE DE ÁREAS MOLHADAS 34
6.2.3 EM PAREDES EXTERNAS 9
TOTAL ABSOLUTO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS 430
67
Para fins de demonstração, não foram analisadas todas as patologias encontradas. Para a
tomada de decisão, utilizou-se o artifício do Diagrama de Pareto. Segundo Santos, 1993, “o
Diagrama de Pareto mostra, em ordem decrescente, a contribuição relativa a cada item sobre o
efeito total. A contribuição relativa pode ser baseada no número de ocorrências, no custo
associado a cada item, ou em outras medidas de impacto sobre o efeito total”.
% % (9)
Onde:
FR – Frequência Relativa em %
FA – Frequência Absoluta em unidades
n – Número absoluto de ocorrências patológicas em unidades
Através da soma das frequências relativas, foi desenvolvida a curva de Pareto para os itens. O
limite de análise consiste na manifestação patológica que, se somada com as anteriores,
represente mais de 80% do número absoluto de ocorrências.
Deste modo, para as ocorrências analisadas, pôde-se definir pelo Diagrama de Pareto (figura
18) que as 10 patologias mais frequentes são responsáveis por 81,13% do número total de
manifestações patológicas levantado e, portanto, foram escolhidas como objeto de análise
FMEA e FTA realizada. Para cada uma dessas, foi definido um exemplo de ocorrência
observado em inspeção, o qual foi objeto de análise, conforme a figura 19.
68
90 100,00%
80 90,00%
80,93%
81
74 80,00%
70
70,00%
64
Número de ocorrências (n)
Frequência Acumulada (%)
60
60,00%
50
50,00%
40 37
34 40,00%
30
30,00%
20 19
20,00%
11 10 9 9
10 8 8 10,00%
7 6 5 5 5 5 5 5 5 4 3 2 2 2 2 1 1 1
0 0,00%
Modo de Falha (Manifestação Patológica)
Figura 16: Diagrama de Pareto para as Manifestações Patológicas Levantadas. Fonte: Autor, 2015
69
INSPEÇÃO PREDIAL HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ‐ PRÉDIO PRINCIPAL
NÍVEL DE INSPEÇÃO DEFINIDO A PARTIR DA NORMA DO IBAPE/SP 2011: NÍVEL 1
DATA: 13/08/2014 RESPONSÁVEL: ARTHUR BASTOS E ELAINE GARRIDO VAZQUEZ
PAVIMENTO: INDICADO
Nº DESCRIÇÃO AVALIAÇÃO FOTO EFEITOS APARENTES:
AUSÊNCIA DE
Através de inspeção visual identificou‐se que não foi feita a
ACABAMENTO DO Falha na
2.1.1 instalação do acabamento do registro. Estes defeitos geram
REGISTRO ‐ 9º instalação
problemas de caráter estético e funcional.
PAVIMENTO
AUSÊNCIA DE
ACABAMENTO DE Através de inspeção visual identificou‐se que não foi feita a
Falha na
2.2.1 VÁLVULA DE DESCARGA instalação da canopla da bacia sanitária. Estes defeitos geram
instalação
(CANOPLA) ‐ 8º problemas de caráter estético e funcional.
PAVIMENTO
70
Através de inspeção visual identificou‐se que a umidade
ocasionou oaparecimento manchas, perda de pintura e
alteração no revestimento. Estes defeitos geram problemas de
caráter estético, funcional, desconforto dos usuários e nestes
casos podem afetar a saúde dos usuários.
A umidade agiu como um meio necessário para que grande
Mofo e bolor, parte destaspatologias se manifestasse, ocasionando o
INFILTRAÇÃO NO TETO ‐ eflorescência, surgimento de manchas e perda de pintura. Essa patologia
6.2.1
8º PAVIMENTO manchas e falha provoca alteração na superfície, exigindo na maioria das vezes a
no revestimento recuperação ou até mesmo a necessidade de se refazer
revestimentos, gerando gastos dispendiosos.
Evidencia‐se o desenvolvimento de bolor e mofo. Essa patologia
provoca alteração na superfície, exigindo na maioria das vezes a
recuperação ou até mesmo a necessidade de se refazer
revestimentos, gerando gastos dispendiosos.
71
Através de inspeção visual identificou‐se que a umidade
ocasionou o aparecimento manchas, perda de pintura e
alteração no revestimento. Estes defeitos geram problemas de
caráter estético, funcional, desconforto dos usuários e nestes
casos podem afetar a saúde dos usuários. Através de inspeção
visual também identificou‐se que não foi feita a instalação do
Mofo e bolor,
acabamento do registro. Estes defeitos geram problemas de
INFILTRAÇÃO NA manchas, falha
caráter estético e funcional.
6.2.2 PAREDE ‐ 8º no revestimento
PAVIMENTO e falha no
A umidade agiu como um meio necessário para que grande
acabamento
parte destas patologias se manifestasse, ocasionando o
surgimento de manchas e perda de pintura. Essa patologia
provoca alteração na superfície, exigindo na maioria das vezes a
recuperação ou até mesmo a necessidade de se refazer
revestimentos, gerando gastos dispendiosos.
VAZAMENTO EM Vazamento e Através de inspeção visual identificou‐se vazamento ativo da
3.2.2 TORNEIRA ‐ 8º falha na torneira. Estes defeitos geram problemas de caráter estético e
PAVIMENTO instalação funcional.
72
Através de inspeção visual identificou‐se que não foi feita a
AUSÊNCIA DE TORNEIRA Falha na
3.2.1 instalação de torneira. Estes defeitos geram problemas de
EM PIA ‐ 7º PAVIMENTO instalação
caráter estético e funcional.
INSTALAÇÃO
Através de inspeção visual identificou‐se que não foi feita a
INCOMPLETA E Falha na
1.1.5 instalação completa da tubulação. Estes defeitos geram
TUBULAÇÃO APARENTE instalação
problemas de caráter estético e funcional.
‐ 4º PAVIMENTO
73
VAZAMENTO / Através de inspeção visual identificou‐se a tubulação aparente
TUBULAÇÃO EXPOSTA Falha no material pela falta de gesso e vazamento nas conexões. Estes defeitos
1.1.1
NO TETO ‐ 7º de acabamento geram problemas de caráter funcional e estético e desconforto
PAVIMENTO dos usuários com risco inclusive de acidentes.
Através de inspeção visual identificou‐se que a umidade
ocasionou o aparecimento manchas, perda de pintura e
alteração no revestimento. Estes defeitos geram problemas de
caráter estético, funcional, desconforto dos usuários e nestes
casos podem afetar a saúde dos usuários.
A umidade agiu como um meio necessário para que grande
parte destas patologias se manifestasse, ocasionando o
surgimento de manchas e perda de pintura. Essa patologia
provoca alteração na superfície, exigindo na maioria das vezes a
recuperação ou até mesmo a necessidade de se refazer
Mofo e bolor, revestimentos, gerando gastos dispendiosos.
PAREDE COM
6.2.3 manchas e falha Evidencia‐se o desenvolvimento de bolor e mofo. Essa patologia
INFILTRAÇÃO
no revestimento provoca alteração na superfície, exigindo na maioria das vezes a
recuperação ou até mesmo a necessidade de se refazer
revestimentos, gerando gastos dispendiosos.O crescimento de
bolor está diretamente ligado à existência de umidade (altoteor
no elemento o qual estão ou no ar). É comum o emboloramento
em paredes umedecidas por infiltração de água ou vazamento
74
5.3.4 IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE FALHAS E SEUS EFEITOS
Uma análise do relatório de vistoria apresentado permitiu classificar as patologias por elemento
constituinte dos SPHS e por tipo conforme relatado no Quadro 28. A partir da definição das
patologias mais recorrentes, pôde-se realizar análise de falhas determinando suas causas
básicas e efeitos preponderantes.
As manifestações patológicas podem ser agrupadas em quatro tipos principais de falha. Para
cada um deles foi realizada a confecção de uma árvore de falhas genérica, representativa da
ocorrência do problema sob quaisquer circunstâncias. Posteriormente, para cada uma das
manifestações, definiu-se o caminho mais provável de ocorrência, o qual fora utilizado como
árvore de falha de referência para a análise do mesmo. O quadro a seguir define os quatro
grupos determinados.
Para efeitos de maior entendimento por parte do leitor, cada um dos grupos terá sua análise
descrita em tópico exclusivo, a fim de facilitar a compreensão do processo contínuo de análise
de falhas.
A etapa de análise das Recomendações e Planos de Ação corretiva e preventiva para cada
manifestação será tratada em capítulo posterior, concomitantemente à discussão dos
resultados encontrados pela análise.
75
5.3.5 GRUPO 1: VAZAMENTOS
A confecção das Árvores de Falha segue critérios definidos pelo capítulo anterior, a fim de
determinar as causas básicas para cada uma das manifestações patológicas eleitas para
análise. Foram realizados estudos de causa e efeito para as manifestações gerais e
específicas demonstradas pelas fotos da Figura 19. Os eventos de topo de cada Árvore de
Falhas correspondem aos modos de falha determinados pelo Quadro 30.
Inicialmente confeccionou-se uma árvore geral que evidencia as causas básicas dos
vazamentos, divididas aqui em três segmentos: tubulação, ligações e acessórios. Entende-se
que cada um destes pode ser responsável direto isolado pela manifestação patológica.
76
elevadas (tais como o PVC comum) é grande responsável pelo rompimento de tubulação
nesses locais.
Outro fator preponderante para a vibração excessiva constitui-se na ligação entre bomba
hidropneumática e tubulação de recalque, que deve ser dotada de isoladores para controle da
vibração quando a bomba se encontrar em funcionamento. Segundo a NBR 5626, “ruído de
transmissão proveniente de bombas pode ser reduzido pelo uso de isoladores de vibrações,
tipo mangote flexível, colocado entre a saída da bomba e a tubulação de recalque. Isoladores
eficazes restringem a transmissão de vibração da própria tubulação”. (ABNT, 1998).
77
Quanto a defeitos das peças, isto pode estar ligado a defeitos nas roscas, manifestados
exclusivamente por uma das três causas: abertura insuficiente dos fios de rosca no tubo, de
forma que não seja realizado um encaixe perfeito, ou as roscas externas de tubulação não se
encaixam perfeitamente a roscas de conexões ou ainda há deformação das roscas devido ao
processo de fabricação ou no momento da instalação.
78
LEGENDA:
(A)
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: VAZAMENTO EM
TUBULAÇÃO /
EVENTO “E” CONEXÕES /
ACESSÓRIOS
EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”
(Z)
(N) FALTA DE
“DE INIBIÇÃO” (B) ESTANQUEIDADE
EVENTO BÁSICO ESTANQUEIDADE
RACHADURA EM EM FECHAMENTO
INSUFICIENTE DAS
TUBULAÇÃO
CONEXÕES
“M EM N”
m:0:0
(S)
(O)
PRODUTO UTILIZADO
EXECUÇÃO ERRÔNEA
INEFETIVO
(M)
(F) TEMPERATURA DO
(C) (I)
DOBRAMENTO FLUIDO ACIMA DA
PRESSURIZAÇÃO VIBRAÇÃO EXCESSIVA
EXCESSIVO DO TUBO TEMP. MÁXIMA
INADEQUADA
COMPATÍVEL COM O
MATERIAL
(R) (T)
(Q) (U)
(P) SENTIDO DO ABERTURA (V)
APLICAÇÃO DE ENCAIXE
FALTA DE FLUXO INSUFICIENTE DE ROSCAS
VEDANTE INCORRETO DAS
VEDANTE CONTRÁRIO À FIOS DE ROSCA NO DEFORMADAS
(G) (H) (K) INCORRETO ROSCAS
ROSCA TUBO
(E) INSTALAÇÃO TENSÃO DE (J) TUBO (L)
(D)
INSTALAÇÃO INDEVIDA COM CISALHAMENTO PRESSÃO DIRETAMENTE FIXAÇÃO
ESPECIFICAÇÃO DE
DISTINTA DA APLICAÇÃO DE ELEVADA POR ELEVADA – GOLPE LIGADO A INSUFICIENTE DA
PROJETO
ESPECIFICAÇÃO DE TORQUE EM RECALQUES DE ARIETE BOMBA OU EQ. TUBULAÇÃO
INADEQUADA
PROJETO TUBULAÇÃO DIFERENCIAIS VIBRATÓRIO
79
5.3.5.2 IDENTIFICAÇÃO DOS EFEITOS DOS MODOS DE FALHAS
Os efeitos dos modos de falha para o grupo de vazamentos podem ser distintos. São tratados
aqui efeitos relacionados à umidade e a desperdícios de consumo de água.
A umidade, segundo Verçoza, 1991, “não é apenas uma causa de patologias, ela age também
como um meio necessário para que grande parte das patologias em construções ocorra. Ela é
fator essencial para o aparecimento de eflorescências, ferrugens, mofo, bolores, perda de
pinturas, de rebocos e até a causa de acidentes estruturais”.
Por outro lado, há ainda a perda de água pelo vazamento, ocasionando desperdício que pode
ser traduzido também em perda de vazão das tubulações adjacentes. A vazão calculada em
projeto não mais chega aos pontos de consumo que tem sua distribuição dependente do trecho
em vazamento, o que prejudica o abastecimento e utilização pelos usuários.
Nesta etapa, foram definidos os índices de Ocorrência (O), Gravidade (G), Detecção (D) e
Risco (R).
Para a determinação do Índice de Ocorrência de cada uma das manifestações patológicas fez-
se análise da Árvore de Falhas em conjunto com as informações levantadas em inspeção. Para
tanto, realizou-se avaliação estatística para cada embasada na determinação da Frequência
Relativa de ocorrência.
Para o cálculo da frequência dos eventos básicos da árvore admite-se, devido à ausência de
informações técnicas relevantes dentro do escopo do estudo de caso, que a probabilidade de
80
ocorrência de falhas básicas segue índices de probabilidade definidos e justificados pelo
quadro a seguir.
PROB. DE
FALHA
DESCRIÇÃO OCORRÊNCIA JUSTIFICATIVA
BÁSICA
ADOTADA
Segundo Lima, Dórea e Silva, 1999, 18% das
patologias ocorrentes em edificações
Especificação de projeto brasileiras ocorre por erros de projeto. Fazendo
D 0,180
inadequada livre extrapolação para o caso específico
apresentado, pode‐se dizer que a probabilidade
de tal erro ocorrer será, então, 0,180.
Segundo Lima, Dórea e Silva, 1999, 52% das
patologias ocorrentes em edificações
brasileiras ocorre por erros de execução.
Instalação distinta da
E 0,520 Fazendo livre extrapolação para o caso
especificação de projeto
específico apresentado, pode‐se dizer que a
probabilidade de tal erro ocorrer será, então,
0,520
Instalação indevida com
Analogamente ao caso anterior, adota‐se 0,520
G aplicação de torque em 0,520
como probabilidade de ocorrência.
tubulação
Devido à ausência de dados conclusivos sobre
recalques diferenciais no terreno estudado,
Tensão de cisalhamento
assume‐se que tal problema, se existente, não
H elevada por recalques 0,000
chega ao nível de aplicar tensões nas
diferenciais
tubulações da edificação, portanto, a
probabilidade de ocorrência assumida é 0,000.
Ainda que a instalação, por obedecer critérios
antigos de projeto, se baseie em prumadas
ligadas a válvulas de descarga embutidas que
possam causas golpe de Ariete, observou‐se
Pressão elevada – golpe
J 0,000 que as patologias relacionadas a vazamentos
de Ariete
dificilmente correspondiam a tubulações
diretamente ligadas às descargas, portanto,
neste caso, também adotou‐se probabilidade
de ocorrência de 0,000.
Considerando que foram analisadas tubulações
Tubo diretamente ligado
de ramais de distribuição, não houve análise da
K a bomba ou 0,000
tubulação de recalque, e portanto, a
equipamento vibratório
probabilidade para tal é 0,000.
A fixação insuficiente está ligada à má
instalação do material ou instalação errônea,
podendo ainda estar atrelada a questões de
especificações de projeto inadequadas.
Fixação insuficiente da Segundo estudo realizado por Teixeira, et.al.,
L 0,365
tubulação 2011, usuários de edificação da UNICAMP
possuem percepção de ruído e vibração em
tubulação em cerca de 36,5% dos casos,
portanto, tal índice será adotado para este
evento.
Temperatura do fluido Tal fator pode estar ligado a uma especificação
M 0,180
acima da temperatura de material errônea de projeto ou ainda à
81
máxima compatível com instalação de material distinta da especificação.
o material Devido ao caráter de idade avançada da
edificação, determina‐se que tal fator estará
mais ligado a projetos com especificação
incorreta, portanto a probabilidade utilizada é
de 0,180.
P Falta de vedante
Aplicação de vedante Estes eventos estão diretamente ligados à
Q
incorreto 0,520 instalação inadequada. Analogamente a casos
Sentido do fluxo anteriores, adota‐se coeficiente de 0,520.
R
contrário à rosca
Abertura insuficiente de
T Considerando a não existência de informações
fios de rosca no tubo
relevantes de fornecedores sobre o percentual
Encaixe incorreto das 0,100
U de peças defeituosas, adota‐se para os casos
roscas
10% como probabilidade.
V Roscas deformadas
Para o caso de torneiras, considera‐se, devido
ao estado de utilização da edificação e sua
Falta de estanqueidade
Z 0,500 idade avançada, a probabilidade de 50% destas
em fechamento
apresentarem alguma manifestação de
vazamento.
Vale lembrar que a frequência relativa demonstrada acima através da árvore de falhas pode
possuir um erro relativo à realidade devido à inexistência de informações conclusivas sobre a
frequência de ocorrência dos eventos básicos da mesma. Em um caso de aplicação real da
ferramenta, a sugestão é que a frequência seja baseada no histórico de ocorrência da
manifestação patológica no local de estudo para que os números se aproximem da realidade
da edificação.
Vale analisar ainda que, pela observação da instalação, que esta foi realizada de maneira
adequada quanto ao sentido do fluxo, eliminando a probabilidade de ocorrência do evento R.
Outro fator relevante é a idade da instalação: Se tratando de uma instalação antiga, há grande
probabilidade da qualidade do material estar aquém do esperado ou ainda do vedante utilizado
ter sido gasto ou aplicado de forma errônea. Pode-se dizer, então, que a ocorrência desta
manifestação patológica específica está ligada com os eventos básicos P, Q, T, U e V.
,
82
,
,
A probabilidade de o problema ter sido ocasionado por rachadura em tubulação (evento B) será
também dada como nula pois todos os seus eventos básicos são nulos. Logo, a probabilidade
de ocorrência deste vazamento específico é dada pelo risco de ocorrência de falta de
estanqueidade das ligações, calculado a seguir.
, , , , ,
, , , , , , , , ,
, , , ,
, , , , ,
, , , , , , , , ,
, , , ,
Utilizando-se do quadro15 para referência, tem-se que, a Frequência Relativa de 1.1.1 e 3.2.2
é maior ou igual a 1:2, o que configura para ambas um Índice de Ocorrência de 10.
Para cada caso, o resumo da determinação dos índices de Ocorrência encontra-se nas árvores
das figuras 21 e 22, em que é destacado o caminho e os valores das probabilidades de cada
evento. Os eventos em Vermelho correspondem aos que foram determinantes para a
ocorrência das manifestações patológicas 1.1.1 e 3.2.2 respectivamente.
83
O Índice de Gravidade (G) é analisado sob a perspectiva qualitativa desenvolvida por
Helman&Andery, 1995. A análise permite qualificar o índice de gravidade para o item 1.1.1
como 6 e para o item 3.2.2 como 4, ambos se enquadrando em uma qualificação intermediária.
Para o caso do vazamento em tubulação (1.1.1), foi conferido índice 6 devido ao caráter
progressivo de degradação do sistema, uma vez que o vazamento gera umidade, que por sua
vez, tende a, aos poucos, causar incômodos aos usuários. Outro fator relevante é a diminuição
da eficiência do sistema através dos vazamentos, uma vez que muito da água consumida será
inutilizada.
O Índice de Detecção (D) também possui caráter qualitativo e foi definido como 7 para o item
1.1.1, uma vez que inicialmente um vazamento em tubulação embutida é de difícil percepção.
O que se percebe são seus efeitos para os materiais, fator que ocorre num estágio mais
avançado de deterioração, tais como mofo, desprendimento de revestimentos e bolores. Para o
item 3.2.2 estabeleceu-se índice 1, tendo em vista que por ser aparente e utilizada a toda hora,
a torneira facilmente demonstra sinais de vazamento aos usuários e equipe de manutenção.
Fez-se, então, perante o apresentado, o cálculo do Índice de Risco (R) para cada uma das
patologias do grupo de Vazamentos.
Um resumo dos cálculos dos índices para cada manifestação patológica é representado nos
quadros a seguir.
84
Quadro 32: Índices FMEA para Patologia 1.1.1 - Vazamento em Tubulação de PVC
Roscável
ÍNDICE DE OCORRÊNCIA (O) ÍNDICE DE GRAVIDADE (G)
PROBABILIDADE FREQUÊNCIA
ÍNDICE ÍNDICE CONCEITO
DE OCORRÊNCIA RELATIVA
Patologia de Menor Importância; quase
1 MUITO REMOTA MENOR QUE 1 EM 1 não são percebidos os efeitos sobre o
500.000 sistema predial
85
Quadro 33: Índices FMEA para Patologia 3.2.2 - Vazamento em Torneira
ÍNDICE DE OCORRÊNCIA (O) ÍNDICE DE GRAVIDADE (G)
PROBABILIDADE FREQUÊNCIA
ÍNDICE ÍNDICE CONCEITO
DE OCORRÊNCIA RELATIVA
Patologia de Menor Importância; quase
1 MUITO REMOTA MENOR QUE 1 EM 1 não são percebidos os efeitos sobre o
500.000 sistema predial
86
LEGENDA:
(A)
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: VAZAMENTO EM
TUBULAÇÃO / F=0,832
EVENTO “E” CONEXÕES /
ACESSÓRIOS
EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”
(Q)
(N) FALTA DE F=0,000
“DE INIBIÇÃO” (B) ESTANQUEIDADE
EVENTO BÁSICO ESTANQUEIDADE
RACHADURA EM F=0,000 F=0,832 EM FECHAMENTO
INSUFICIENTE DAS
TUBULAÇÃO
CONEXÕES
“M EM N”
m:0:0
(S)
(O)
F=0,770 PRODUTO UTILIZADO F=0,271
EXECUÇÃO ERRÔNEA
INEFETIVO
(M)
(F) TEMPERATURA DO
(C) (I)
DOBRAMENTO F=0,000 F=0,000 FLUIDO ACIMA DA
PRESSURIZAÇÃO F=0,000 VIBRAÇÃO EXCESSIVA F=0,000
EXCESSIVO DO TUBO TEMP. MÁXIMA
INADEQUADA
COMPATÍVEL COM O
MATERIAL
(R) (T)
(Q) (U)
(P) SENTIDO DO ABERTURA (V)
APLICAÇÃO DE ENCAIXE
FALTA DE FLUXO INSUFICIENTE DE ROSCAS
VEDANTE INCORRETO DAS
VEDANTE CONTRÁRIO À FIOS DE ROSCA NO DEFORMADAS
(G) (H) (K) INCORRETO ROSCAS
(E) ROSCA TUBO
(D) INSTALAÇÃO TENSÃO DE (J) TUBO (L)
INSTALAÇÃO INDEVIDA COM CISALHAMENTO PRESSÃO DIRETAMENTE FIXAÇÃO
ESPECIFICAÇÃO DE
DISTINTA DA APLICAÇÃO DE ELEVADA POR ELEVADA – GOLPE LIGADO A INSUFICIENTE DA F=0,100
PROJETO F=0,520 F=0,520 F=0,000 F=0,100 F=0,100
ESPECIFICAÇÃO DE TORQUE EM RECALQUES DE ARIETE BOMBA OU EQ. TUBULAÇÃO
INADEQUADA
PROJETO TUBULAÇÃO DIFERENCIAIS VIBRATÓRIO
Figura 19: Árvore de Falhas para Manifestação Patológica 1.1.1 - Vazamento em Tubulação de PVC Roscável. Fonte: Autor, 2015.
87
LEGENDA:
(A)
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: VAZAMENTO EM
TUBULAÇÃO / F=0,500
EVENTO “E” CONEXÕES /
ACESSÓRIOS
EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”
(Q)
(N) FALTA DE F=0,500
“DE INIBIÇÃO” (B) ESTANQUEIDADE
EVENTO BÁSICO ESTANQUEIDADE
RACHADURA EM F=0,000 F=0,000 EM FECHAMENTO
INSUFICIENTE DAS
TUBULAÇÃO
CONEXÕES
“M EM N”
m:0:0
(S)
(O)
F=0,000 PRODUTO UTILIZADO F=0,000
EXECUÇÃO ERRÔNEA
INEFETIVO
(M)
(F) TEMPERATURA DO
(C) (I)
DOBRAMENTO F=0,000 F=0,000 FLUIDO ACIMA DA
PRESSURIZAÇÃO F=0,000 VIBRAÇÃO EXCESSIVA F=0,000
EXCESSIVO DO TUBO TEMP. MÁXIMA
INADEQUADA
COMPATÍVEL COM O
MATERIAL
(R) (T)
(Q) (U)
(P) SENTIDO DO ABERTURA (V)
APLICAÇÃO DE ENCAIXE
FALTA DE FLUXO INSUFICIENTE DE ROSCAS
VEDANTE INCORRETO DAS
VEDANTE CONTRÁRIO À FIOS DE ROSCA NO DEFORMADAS
(G) (H) (K) INCORRETO ROSCAS
(E) ROSCA TUBO
(D) INSTALAÇÃO TENSÃO DE (J) TUBO (L)
INSTALAÇÃO INDEVIDA COM CISALHAMENTO PRESSÃO DIRETAMENTE FIXAÇÃO
ESPECIFICAÇÃO DE
DISTINTA DA APLICAÇÃO DE ELEVADA POR ELEVADA – GOLPE LIGADO A INSUFICIENTE DA F=0,000
PROJETO F=0,000 F=0,000 F=0,000 F=0,000 F=0,000
ESPECIFICAÇÃO DE TORQUE EM RECALQUES DE ARIETE BOMBA OU EQ. TUBULAÇÃO
INADEQUADA
PROJETO TUBULAÇÃO DIFERENCIAIS VIBRATÓRIO
Figura 20: Árvore de Falhas para Manifestação Patológica 3.2.2 - Vazamento em Torneira. Fonte: Autor, 2015.
88
5.3.6 GRUPO 2: FALHA NA INSTALAÇÃO
A confecção das Árvores de Falha segue critérios definidos pelo capítulo anterior, a fim de
determinar as causas básicas para cada uma das manifestações patológicas eleitas para
análise. Foram realizados estudos de causa e efeito para as manifestações gerais e
específicas demonstradas pelas fotos da Figura 19. Os eventos de topo de cada Árvore de
Falhas correspondem aos modos de falha determinados pelo Quadro 29.
Inicialmente confeccionou-se uma árvore geral que evidencia as causas básicas de falhas na
instalação, as quais são condensadas em dois grupos distintos: instalação ou manutenção
inadequadas.
O primeiro caso, instalação inadequada, engloba casos em que há falhas como faltas de
peças, peças quebradas e outros devidos ao processo de construção do sistema. Do ponto de
vista de execução, este fator está intimamente ligado a dois quesitos imprescindíveis: mão-de-
obra e material.
Desta forma, a instalação inadequada pode ser caracterizada por desconhecimento técnico por
parte do instalador, gerando desperdícios ou perda de material ou ainda pela especificação
89
falha do tipo e quantidade de materiais. Ainda que se tenha adquirido o material correto, perdas
na instalação podem ocorrer devido a furtos, avarias no material ou desperdícios.
Uma manutenção inadequada configura-se como fator preponderante desta patologia tendo em
vista dois fatores principais: o desconhecimento do problema por parte da equipe de
manutenção ou a insuficiência e inadequação do serviço.
A falta de reposição ou reposição falha ocorre pela combinação de dois fatores: a existência do
defeito, ocasionada pelo uso (quebra ou furto) e o material insuficiente para reposição, fator
ligado às causas mencionadas anteriormente.
90
LEGENDA:
(A)
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS:
FALHA NA INSTALAÇÃO
EVENTO “E”
CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”
TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”
(B) (M)
“OU DE EXCLUSIVIDADE” INSTALAÇÃO MANUTENÇÃO
EVENTO NÃO DESENVOLVIDO
INADEQUADA INADEQUADA
EVENTO BÁSICO “DE INIBIÇÃO”
“M EM N”
(C) (D)
m:0:0 DESCONHECIMEN‐ MATERIAL
TO TÉCNICO DO INSUFICIENTE/
INSTALADOR INCORRETO (N) (O)
DESCONHECIMEN‐ INSUFICIÊNCIA/
TO DO PROBLEMA INEFICÁCIA NA
POR PARTE DA REPOSIÇÃO DE PEÇAS
EQUIPE DE
(E) MANUTENÇÃO
(G)
COMPRA (F)
LEVANTAMENTOS
INSUFICIENTE/ PERDAS NA
DE PROJETO
ERRÔNEA DE INSTALAÇÃO
INCOMPATÍVEIS (Q)
MATERIAL
MATERIAL
INSUFICIENTE/
(P) INCORRETO (VIDE
DEFEITO/AVARIA ITEM D)
DEVIDO AO USO
(I) (J)
DESPERDÍCIO DE AVARIAS AO MATERIAL
(H) MATERIAL NA INSTALAÇÃO
FURTO
Figura 21: Árvore de Falhas para o grupo 2: Falha na Instalação. Fonte: Autor, 2015.
91
5.3.6.2 IDENTIFICAÇÃO DOS EFEITOS DOS MODOS DE FALHAS
Os efeitos dos modos de falha para o grupo de falha de instalação distinguem dependendo da
manifestação patológica considerada. Considerando as manifestações caracterizadas por falta
de acabamento (2.1.1 – falta de acabamento em registro 2 2.1 – falta de acabamento em
válvula), tais efeitos se traduzem em caráter estético e funcional.
Nesta etapa, foram definidos os índices de Ocorrência (O), Gravidade (G), Detecção (D) e
Risco (R).
Para a determinação do Índice de Ocorrência de cada uma das manifestações patológicas fez-
se análise da Árvore de Falhas em conjunto com as informações levantadas em inspeção. Para
tanto, realizou-se avaliação estatística para cada embasada na determinação da Frequência
Relativa de ocorrência.
Para o cálculo da frequência dos eventos básicos da árvore admite-se, devido à ausência de
informações técnicas relevantes dentro do escopo do estudo de caso, que a probabilidade de
ocorrência de falhas básicas segue índices de probabilidade definidos e justificados pelo
quadro a seguir.
92
Quadro 34: Estimativa da probabilidade de ocorrência de Eventos Básicos da Árvore
de Falhas para o Grupo 2.
PROB. DE
FALHA
DESCRIÇÃO OCORRÊNCIA JUSTIFICATIVA
BÁSICA
ADOTADA
Segundo Lima, Dórea e Silva, 1999, 18% das
patologias ocorrentes em edificações
Desconhecimento brasileiras ocorre por erros de projeto. Fazendo
C, K e L 0,180
técnico do instalador livre extrapolação para o caso específico
apresentado, pode‐se dizer que a probabilidade
de tal erro ocorrer será, então, 0,180.
Segundo Lima, Dórea e Silva, 1999, 18% das
patologias ocorrentes em edificações
Levantamentos de brasileiras ocorre por erros de projeto. Fazendo
G 0,180
projeto incompatíveis livre extrapolação para o caso específico
apresentado, pode‐se dizer que a probabilidade
de tal erro ocorrer será, então, 0,180.
Considerando a falta de informações relevantes
sobre furtos de peças sanitárias e
H e S Furto 0,100
acabamentos, assume‐se que esse índice
representa cerca de 10% do total.
Segundo Lima, Dórea e Silva, 1999, 14% das
patologias ocorrentes em edificações
brasileiras ocorre por utilização. Fazendo livre
R Inutilização por quebra 0,140
extrapolação para o caso específico
apresentado, pode‐se dizer que a probabilidade
de tal erro ocorrer será, então, 0,140.
Considerando o caráter corretivo da
manutenção brasileira, em que a gestão
preditiva é deixada em segundo plano, pode‐se
Desconhecimento do
considerar este fator preponderante, ainda que
N problema por parte da 0,100
não sejam encontradas informações concretas
equipe de manutenção
em bibliografia. Portanto, assume‐se que em
10% dos casos há desconhecimento do
problema por parte das equipes.
Vale lembrar que a frequência relativa demonstrada acima através da árvore de falhas pode
possuir um erro relativo à realidade devido à inexistência de informações conclusivas sobre a
frequência de ocorrência dos eventos básicos da mesma. Em um caso de aplicação real da
ferramenta, a sugestão é que a frequência seja baseada no histórico de ocorrência da
manifestação patológica no local de estudo para que os números se aproximem da realidade
da edificação.
93
forma, para o caso, todos os itens referentes à sub-árvore relacionada à instalação inadequada
são nulos.
,
,
,
A probabilidade de ocorrência de P está relacionada às suas causas por uma chave “OU DE
EXCLUSIVIDADE”, desta forma é calculada como:
, , , , ,
O evento Q diz respeito a material insuficiente ou incorreto para manutenção, e pode ser
relacionado como evento de topo da sub-árvore D. Desta forma, sua probabilidade de
ocorrência é tal que:
,
,
,
,
, , ,
, , , , ,
,
94
Utilizando-se do quadro 15 para referência, tem-se que, a Frequência Relativa para o grupo
encontra-se aproximadamente em 1:10, o que configura para ambas um Índice de Ocorrência
de 8, com alta probabilidade de ocorrência.
O Índice de Gravidade (G) é analisado sob a perspectiva qualitativa desenvolvida por Helman
& Andery, 1995. A análise permite qualificar o índice de gravidade para ositens 2.1.1 e 2.2.1
como 1, falhas de menor importância. Tal fator se dá devido ao caráter mais estético para a
ausência de acabamento. Ainda que se perceba certa diminuição funcional devido ao formato,
tal fator não produz total ineficiência do ponto de consumo.
Para as manifestações 1.1.5 e 3.2.1, a ausência de peças ou acessórios causa interrupção das
funções do ponto de consumo devido à interrupção da alimentação ou impossibilidade de
abertura da vazão, desta forma, caracteriza-se os dois itens por índice de Gravidade 10.
O Índice de Detecção (D) também possui caráter qualitativo e foi definido como 1para todos os
itens do grupo, por se caracterizarem como manifestações patológicas visíveis aos usuários e
de fácil detecção pelas equipes de manutenção.
Fez-se, então, perante o apresentado, o cálculo do Índice de Risco (R) para cada uma das
patologias do grupo de Vazamentos.
Um resumo dos cálculos dos índices para cada manifestação patológica é representado nos
quadros a seguir.
95
Quadro 35: Índices FMEA para Patologias 2.1.1 e 2.2.1–Ausência de acabamento em
registro ou válvula (canopla)
ÍNDICE DE OCORRÊNCIA (O) ÍNDICE DE GRAVIDADE (G)
PROBABILIDADE FREQUÊNCIA
ÍNDICE ÍNDICE CONCEITO
DE OCORRÊNCIA RELATIVA
Patologia de Menor Importância; quase
1 MUITO REMOTA MENOR QUE 1 EM 1 não são percebidos os efeitos sobre o
500.000 sistema predial
96
Quadro 36: Índices FMEA para Patologias 1.1.5 e 3.2.1 – Ausência de torneira/peças de
tubulação
ÍNDICE DE OCORRÊNCIA (O) ÍNDICE DE GRAVIDADE (G)
PROBABILIDADE FREQUÊNCIA
ÍNDICE ÍNDICE CONCEITO
DE OCORRÊNCIA RELATIVA
Patologia de Menor Importância; quase
1 MUITO REMOTA MENOR QUE 1 EM 1 não são percebidos os efeitos sobre o
500.000 sistema predial
97
LEGENDA:
(A)
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: FALTA ACABAMENTO /
CANOPLA / TORNEIRA
EVENTO “E”
CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”
TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”
(B) (M)
“OU DE EXCLUSIVIDADE” INSTALAÇÃO F = 0,000 MANUTENÇÃO F = 0,121
EVENTO NÃO DESENVOLVIDO
INADEQUADA INADEQUADA
EVENTO BÁSICO “DE INIBIÇÃO”
“M EM N”
(C) (D)
m:0:0 DESCONHECIMEN‐ MATERIAL
F = 0,000
TO TÉCNICO DO INSUFICIENTE/
INSTALADOR INCORRETO (N) (O)
DESCONHECIMEN‐ INSUFICIÊNCIA/
F = 0,023
TO DO PROBLEMA INEFICÁCIA NA
F = 0,000 REPOSIÇÃO DE PEÇAS
POR PARTE DA
EQUIPE DE
(E) MANUTENÇÃO
(G)
COMPRA (F)
LEVANTAMENTOS
INSUFICIENTE/ PERDAS NA
DE PROJETO F = 0,200
ERRÔNEA DE INSTALAÇÃO
INCOMPATÍVEIS (Q)
MATERIAL
MATERIAL
F = 0,000
F = 0,000 INSUFICIENTE/
F = 0,000 (P) INCORRETO (VIDE
F = 0,226 DEFEITO/AVARIA ITEM D)
DEVIDO AO USO
F = 0,100
(I) (J)
DESPERDÍCIO DE AVARIAS AO MATERIAL F = 0,000
(H) MATERIAL NA INSTALAÇÃO
FURTO
F = 0,000
Figura 22: Árvore de Falhas para manifestações patológicas 2.1.1, 2.2.1, 3.2.1 e 1.1.5. Fonte: Autor, 2015
98
5.3.7 GRUPO 3: INFILTRAÇÕES
A confecção das Árvores de Falha segue critérios definidos pelo capítulo anterior, a fim de
determinar as causas básicas para cada uma das manifestações patológicas eleitas para
análise. Foram realizados estudos de causa e efeito para as manifestações gerais e
específicas demonstradas pelas fotos da Figura 19. Os eventos de topo de cada Árvore de
Falhas correspondem aos modos de falha determinados pelo Quadro 29.
Inicialmente confeccionou-se uma árvore geral que evidencia as causas básicas das
infiltrações divididas nos três casos específicos: teto, paredes internas e paredes externas.
O primeiro, infiltrações em teto, engloba casos de manifestações observadas nas lajes entre
pavimentos e cobertura e em forros. Assume-se que tal patologia possa ser causada
principalmente por três fatores: umidade proveniente de vazamentos em tubulação, umidade
proveniente de drenagem insuficiente da cobertura, em caso de se estar no pavimento superior
ou impermeabilização insuficiente do pavimento imediatamente superior ao local da
manifestação.
Em se tratando da causa ser vazamento, pode-se relacioná-la à análise realizada para o grupo
1 (vide item 6.3.5).
99
compromete a durabilidade da edificação, causando prejuízos financeiros e danos à
saúde.” (SCHONARDIE, 2009).
Erros no sistema de drenagem de águas pluviais também podem vir a causas vazamentos que
conduzam a infiltrações na edificação. A exemplo, calhas sub dimensionadas levam a, em
certos casos, vazões de projeto aquém das existentes na prática, o que culmina num
extravasamento do sistema que, em conjunto com impermeabilizações mal realizadas, leva à
infiltração de umidade.
No caso de paredes externas, além dos fatores anteriormente descritos, falta de estanqueidade
em fachadas, devido à instalação de esquadrias sem vedação correta ou ainda contato direto
das paredes externas com umidade e precipitações devido à ausência de platibanda e
impermeabilização adequada.
100
LEGENDA:
(A)
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: INFILTRAÇÃO
EVENTO “E”
CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”
TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”
EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”
“M EM N”
m:0:0
(K)
(J) (L)
(D) (H) FALTA DE (M)
(C) FALHA NA CONTATO DIRETO DE
FALHA NA (E) (G) FALHA NA ESTANQUEIDADE VAZAMENTO DE
VAZAMENTO DE INSTALAÇÃO DE PRECIPITAÇÕES COM
IMPERMEABILIZA‐ COBERTURA VAZAMENTO DE IMPERMEABILIZA‐ EM ESQUADRIAS TUBULAÇÃO
TUBULAÇÃO DRENO DE AR PAREDES EXTERNAS
ÇÃO DE SEM TUBULAÇÃO ÇÃO DE ÁREAS DE FACHADAS (VIDE FIGURA 15)
(VIDE FIGURA 15)
PAVIMENTO DRENAGEM (VIDE (FIGURA 15) MOLHADAS
SUPERIOR
(O)
(N)
SISTEMA FALHO
BEIRAL
DE CAPTAÇÃO DE
INEXISTENTE
ÁGUAS PLUVIAIS
Figura 23: Árvore de Falhas para o grupo 3: Infiltração. Fonte: Autor, 2015.
101
5.3.7.2 IDENTIFICAÇÃO DOS EFEITOS DOS MODOS DE FALHAS
Os efeitos dos modos de falha para o grupo de infiltraçõessão os mais diversos. Tendo suas
causas baseadas na umidade dos elementos construtivos, seus efeitos evidenciam o caráter de
risco que a umidade assume quando manifestada em locais inadequados, conforme descrito
pelo capítulo que trata de patologias das edificações.
Tais efeitos geral gastos dispendiosos com reparos e efeito estético prejudicial.
Nesta etapa, foram definidos os índices de Ocorrência (O), Gravidade (G), Detecção (D) e Risco
(R).
Para a determinação do Índice de Ocorrência de cada uma das manifestações patológicas fez-se
análise da Árvore de Falhas em conjunto com as informações levantadas em inspeção. Para
tanto, realizou-se avaliação estatística para cada embasada na determinação da Frequência
Relativa de ocorrência.
A manifestação patológica representada pelo item 6.2.1 possui sua probabilidade de ocorrência
concentrada na sub-árvore com evento de topo B (visto pela análise da figura 25).
102
A falha na impermeabilização de pavimento superior possui suas causas distintas entre
execução e projeto inadequados. Considerando a vida útil da edificação e seu caráter avançado,
adota-se, para o caso, que cerca de 30% das áreas impermeabilizadas apresentem problemas
de infiltração por diversas causas. Desta, forma, para o evento D tem-se:
Logo, a probabilidade de ocorrência de infiltração em teto (representada pelo item 6.3.1), está
relacionada às suas causas por uma chave lógica “OU”:
, , , , ,
Para o caso de infiltração em paredes internas, tem-se que as demais probabilidades serão zero.
Desta forma, analogamente ao primeiro caso:
, , , , ,
Para o caso de ligação de drenos de ar a esgoto, notou-se em vistoria que a falta desta
tubulação era recorrente. Adota-se, para o caso, uma probabilidade de falha de 10% dos casos.
Já para falta de estanqueidade das esquadrias, percebeu-se que este fator era recorrente em
quase todos os ambientes com infiltrações nas paredes externas, muitas vezes localizadas sob
ou nas proximidades de janelas. Tendo em vista o exposto, adota-se coeficiente de 50% para a
ocorrência desta manifestação na edificação.
103
Com relação aos vazamentos em tubulação, novamente se faz uso dos cálculos anteriores, logo
a probabilidade aplicada ao evento M equivale à aplicada ao evento C, 0,832.
, , , , , , , , ,
, , , ,
Para o caso 6.2.3 define-se, portanto, pela frequência calculada, índice de Ocorrência 10.
O Índice de Detecção (D) também possui caráter qualitativo e foi definido como 1para todos os
itens do grupo, uma vez que os efeitos das infiltrações são facilmente percebidos por usuários e
equipe de manutenção devido aos destacamentos, mudança de cor e outros fatores visuais.
Fez-se, então, perante o apresentado, o cálculo do Índice de Risco (R) para cada uma das
patologias do grupo de Infiltrações:
Um resumo dos cálculos dos índices para cada manifestação patológica é representado nos
quadros a seguir.
104
ÍNDICE DE OCORRÊNCIA (O) ÍNDICE DE GRAVIDADE (G)
PROBABILIDADE FREQUÊNCIA
ÍNDICE ÍNDICE CONCEITO
DE OCORRÊNCIA RELATIVA
Patologia de Menor Importância; quase
1 MUITO REMOTA MENOR QUE 1 EM 1 não são percebidos os efeitos sobre o
500.000 sistema predial
105
LEGENDA:
(A)
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: F = 0,882
INFILTRAÇÃO
EVENTO “E”
CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”
TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”
EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”
“M EM N”
m:0:0
(J)
(J) (K)
(D) (D) FALTA DE (L)
(C) FALHA NA CONTATO DIRETO DE
FALHA NA (E) (G) FALHA NA ESTANQUEIDADE VAZAMENTO DE
VAZAMENTO DE INSTALAÇÃO DE PRECIPITAÇÕES COM
IMPERMEABILIZA‐ COBERTURA VAZAMENTO DE IMPERMEABILIZA‐ EM ESQUADRIAS TUBULAÇÃO
TUBULAÇÃO DRENO DE AR PAREDES EXTERNAS
ÇÃO DE SEM TUBULAÇÃO ÇÃO DE ÁREAS DE FACHADAS (VIDE FTA A1)
(VIDE FTA A1)
PAVIMENTO DRENAGEM (VIDE FTA A1) MOLHADAS
SUPERIOR F = 0,000
F = 0,000 F = 0,000 F = 0,000
F = 0,832 F = 0,000 F = 0,000
F = 0,300 F = 0,000
(N)
(M)
SISTEMA FALHO
BEIRAL
DE CAPTAÇÃO DE
INEXISTENTE
ÁGUAS PLUVIAIS
F = 0,000 F = 0,000
Figura 24: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 6.2.1 – Infiltração em teto com probabilidade. Fonte: Autor, 2015.
106
LEGENDA:
(A)
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: F = 0,882
INFILTRAÇÃO
EVENTO “E”
CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”
TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”
EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”
“M EM N”
m:0:0
(J)
(J) (K)
(D) (D) FALTA DE (L)
(C) FALHA NA CONTATO DIRETO DE
FALHA NA (E) (G) FALHA NA ESTANQUEIDADE VAZAMENTO DE
VAZAMENTO DE INSTALAÇÃO DE PRECIPITAÇÕES COM
IMPERMEABILIZA‐ COBERTURA VAZAMENTO DE IMPERMEABILIZA‐ EM ESQUADRIAS TUBULAÇÃO
TUBULAÇÃO DRENO DE AR PAREDES EXTERNAS
ÇÃO DE SEM TUBULAÇÃO ÇÃO DE ÁREAS DE FACHADAS (VIDE FTA A1)
(VIDE FTA A1)
PAVIMENTO DRENAGEM (VIDE FTA A1) MOLHADAS
SUPERIOR F = 0,000
F = 0,000 F = 0,000 F = 0,000
F = 0,000 F = 0,000 F = 0,832
F = 0,000 F = 0,300
(N)
(M)
SISTEMA FALHO
BEIRAL
DE CAPTAÇÃO DE
INEXISTENTE
ÁGUAS PLUVIAIS
F = 0,000 F = 0,000
Figura 25: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 6.2.2 – Infiltração em paredes internas com probabilidade. Fonte: Autor, 2015.
107
LEGENDA:
(A)
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: F = 0,924
INFILTRAÇÃO
EVENTO “E”
CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”
TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”
EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”
“M EM N”
m:0:0
(J)
(J) (K)
(D) (D) FALTA DE (L)
(C) FALHA NA CONTATO DIRETO DE
FALHA NA (E) (G) FALHA NA ESTANQUEIDADE VAZAMENTO DE
VAZAMENTO DE INSTALAÇÃO DE PRECIPITAÇÕES COM
IMPERMEABILIZA‐ COBERTURA VAZAMENTO DE IMPERMEABILIZA‐ EM ESQUADRIAS TUBULAÇÃO
TUBULAÇÃO DRENO DE AR PAREDES EXTERNAS
ÇÃO DE SEM TUBULAÇÃO ÇÃO DE ÁREAS DE FACHADAS (VIDE FTA A1)
(VIDE FTA A1)
PAVIMENTO DRENAGEM (VIDE FTA A1) MOLHADAS
SUPERIOR F = 0,000
F = 0,100 F = 0,500 F = 0,832
F = 0,000 F = 0,000 F = 0,000
F = 0,000 F = 0,000
(N)
(M)
SISTEMA FALHO
BEIRAL
DE CAPTAÇÃO DE
INEXISTENTE
ÁGUAS PLUVIAIS
F = 0,000 F = 0,000
Figura 26: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 6.2.3 – Infiltração em paredes externas com probabilidade. Fonte: Autor, 2015.
108
5.3.8 GRUPO 4: FALHA NO REVESTIMENTO
O grupo caracterizado por falhas nos revestimentos diz respeito a manifestações patológicas em
revestimentos de áreas molhadas que possam vir a prejudicar o uso e a estanqueidade da
impermeabilização nos locais. São representados por estufamento, absorção excessiva, quebra
e trincamento ou em alguns casos falta do revestimento.
A confecção das Árvores de Falha segue critérios definidos pelo capítulo anterior, a fim de
determinar as causas básicas para cada uma das manifestações patológicas eleitas para
análise. Foram realizados estudos de causa e efeito para as manifestações gerais e específicas
demonstradas pelas fotos da Figura 19. Os eventos de topo de cada Árvore de Falhas
correspondem aos modos de falha determinados pelo Quadro 29.
Inicialmente confeccionou-se uma árvore geral que evidencia as causas básicas de falhas em
revestimento adotando três subgrupos de causas principais: uso, manutenção e material.
No caso do uso indevido, falhas como trincas e quebras podem ser geradas por modificação na
utilização dos ambientes não previstas em projeto, que gerem maior tráfego de pessoas ou
equipamentos pesados. O uso ainda pode estar relacionado à falta de cuidado dos usuários com
a manutenção dos revestimentos.
109
LEGENDA:
(A)
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: FALHA NO
REVESTIMENTO
EVENTO “E”
CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”
TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”
EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”
(H)
DESGASTE EXCESSIVO
“DE INIBIÇÃO” DO MAT./ DESEM. NÃO
EVENTO BÁSICO (C)
(B) CORRESPONDENTE AO
MANUTENÇÃO ESPERADO
USO INDEVIDO
INADEQUADA
“M EM N”
m:0:0
(D) (G)
DESCONHECIMEN (K)
INSUFICIÊNCIA NA (I)
TO DO PROBLEMA DESEMPENHO NÃO (M)
REPOSIÇÃO/CONSERTO TEMPO DE VIDA ÚTIL
POR PARTE DA ESPERADO PARA O PROJETO INEFICIENTE
SUPERADO
EQUIPE DE MATERIAL DE REVEST.
MANUTENÇÃO
110
5.3.8.2 IDENTIFICAÇÃO DOS EFEITOS DOS MODOS DE FALHAS
Os efeitos dos modos de falha para o grupo de falhas no revestimento estão relacionados à
estética e funcionalidade das instalações hidráulicas e sanitárias. Um revestimento com alta
absorção pode, por exemplo, gerar infiltrações na laje que se refletem no pavimento inferior.
Nesta etapa, foram definidos os índices de Ocorrência (O), Gravidade (G), Detecção (D) e Risco
(R).
Para a determinação do Índice de Ocorrência de cada uma das manifestações patológicas fez-se
análise da Árvore de Falhas em conjunto com as informações levantadas em inspeção. Para
tanto, realizou-se avaliação estatística para cada embasada na determinação da Frequência
Relativa de ocorrência.
Para o uso indevido, não fora realizado desenvolvimento das causas do evento devido à
impossibilidade de levantamento histórico de uso no local. Desta forma, assume-se que a
probabilidade de ocorrência deste fator assemelha-se à ocorrência definida por Granau apud
Lima, Dórea e Silva, 1999, que relata que cerca de 14% das manifestações patológicas em
edificações estão ligados à utilização. Desta forma, tem-se:
,
Como definido para o grupo 2, a probabilidade do material para reparos ser insuficiente ou
incorreto é 10% e do desconhecimento do problema por parte da equipe de manutenção é de
20%. Logo, tem-se que a probabilidade de insuficiência na reposição de peças defeituosas e a
probabilidade de manutenção inadequada são, respectivamente:
,
111
, , ,
,
, , , , ,
,
,
, , , , , , , , ,
, , , ,
Considerando que esta frequência se enquadra entre 1:2 e 1:5, define-se, através do quadro 15,
que o índice de Ocorrência para a manifestação 5.1.3 é 9.
Seguindo critérios anteriormente adotados para cálculos dos índices de Gravidade (G) e de
Detecção (D), tem-se que, para a Gravidade adota-se 4, devido à possível insatisfação do
usuário com o caráter estético da falha e risco de queda. Para a Detecção, define-se índice 1,
uma vez que devido à exposição, tanto o usuário quanto a equipe de manutenção facilmente
podem detectar a manifestação da falha.
Fez-se, então, perante o apresentado, o cálculo do Índice de Risco (R) para a manifestação
patológica apresentada:
Quadro 38: Índices FMEA para Patologia 5.1.3 – quebra e trincamento de revestimento.
112
ÍNDICE DE OCORRÊNCIA (O) ÍNDICE DE GRAVIDADE (G)
PROBABILIDADE FREQUÊNCIA
ÍNDICE ÍNDICE CONCEITO
DE OCORRÊNCIA RELATIVA
Patologia de Menor Importância; quase
1 MUITO REMOTA MENOR QUE 1 EM 1 não são percebidos os efeitos sobre o
500.000 sistema predial
113
LEGENDA:
(A)
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: FALHA NO F = 0,465
REVESTIMENTO
EVENTO “E”
CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”
TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”
EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”
(H)
DESGASTE EXCESSIVO
“DE INIBIÇÃO” DO MAT./ DESEM. NÃO F = 0,211
EVENTO BÁSICO (C)
(B) CORRESPONDENTE AO
MANUTENÇÃO F = 0,211 ESPERADO
USO INDEVIDO
INADEQUADA
“M EM N”
m:0:0
F = 0,140
(D) (G)
DESCONHECIMEN (K)
F = 0,014 INSUFICIÊNCIA NA (I)
TO DO PROBLEMA DESEMPENHO NÃO (M)
REPOSIÇÃO/CONSERTO TEMPO DE VIDA ÚTIL F = 0,211 F = 0,000 F = 0,000
POR PARTE DA ESPERADO PARA O PROJETO INEFICIENTE
SUPERADO
EQUIPE DE MATERIAL DE REVEST.
MANUTENÇÃO
F = 0,200
Figura 28: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 5,1,3 – quebra e trincamento de revestimento com probabilidade. Fonte: Autor, 2015.
114
5.3.9 RECOMENDAÇÕES E PLANOS DE AÇÃO
O produto final da análise realizada, o formulário FMEA é demonstrado na página a seguir, com
a definição da ordem de risco das manifestações patológicas analisadas de forma decrescente, a
fim de que a equipe de manutenção se oriente sobre quais patologias devem ter sua atenção
com maior periodicidade.
115
Quadro 40: Formulário FMEA da Análise de Manifestações Patológicas do HFSE
INSPEÇÃO PREDIAL HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ‐ ANÁLISE FMEA DAS PATOLOGIAS
PATOLOGIAS ÍNDICES CLASSIFICAÇÃO DO
ITEM MANIFESTAÇÃO
GRUPO OCORR. TIPO EFEITOS CAUSAS BÁSICAS O G D R RISCO
Falta de vedante
Consumo Excessivo; Aplicação de vedante incorreto
VAZAMENTO EM umidade das paredes,
1.1.1 TUBULAÇÃO DE PVC 1 VAZAMENTOS 9 Anomalia Endógena peças estruturais e forros, Abertura insuficiente de fios de rosca no tubo 10 6 7 420 CRÍTICO
ROSCÁVEL levando a infiltrações e Encaixe incorreto das roscas
suas consequências
Roscas deformadas
116
6 COSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos através da aplicação do método desenvolvido, descritos pelo Quadro 40,
permitem evidenciar o caráter qualitativo e técnico da avaliação realizada. Em primeira instância,
a definição do tipo de manifestação patológica segundo critérios da norma de Inspeção Predial
do IBAPE/SP permite que, numa consulta futura ao relatório de análise desta inspeção em
específico, a equipe técnica tenha conhecimento prévio de, se tal patologia for recorrente, a qual
fator principal suas causas estarão relacionadas: fatores internos ao edifício, de concepção, de
uso ou fatores externos imprevisíveis.
O método empregado foi desenvolvido pelo autor com base na combinação de duas ferramentas
de gestão da qualidade orientadas para a análise de falhas e defeitos, FMEA e FTA. A
combinação dos métodos permite a definição da criticidade das manifestações patológicas pela
ótica de suas causas básicas e seus efeitos de maior relevância, tornando-o, deste modo,
ferramenta ideal para uma análise sistêmica de patologias prediais.
O formulário ainda permite que, ocorrida uma patologia, possa se ter ciência de seus principais
efeitos de forma clara e objetiva, bem como suas causas básicas. A ação da equipe de
manutenção deve ser tal que procure o bloqueio tanto da manifestação patológica quanto de
suas causas, a fim de agir de forma preditiva combatendo o aparecimento destas patologias
através da diminuição de sua potencialidade de ocorrência.
Outro fator interessante sobre o resultado consiste na determinação dos índices de Criticidade.
Cada índice, se levado em consideração isoladamente, traz informações importantes sobre os
efeitos das patologias para o sistema e para os usuários, como de sua periculosidade,
probabilidade de identificação e número de ocorrências.
O Índice de Risco, ainda, define, através da combinação dos anteriores, qual o risco de cada
manifestação. O formulário, organizado de forma decrescente deste índice permite, desta
forma,o conhecimento por parte da equipe técnica de qual manifestação patológica tem mais
risco que as demais, norteando as ações corretivas e preventivas da equipe. Os profissionais
devem agir em combate prioritário às manifestações que possuam maior risco, a fim de
aumentar a segurança dos sistemas prediais como um todo, em detrimento de patologias com
riscos menores, que podem ter sua correção postergada para momentos mais oportunos.
Cabe avaliar que o formulário apresentado, combinado com as árvores de falhas de cada
patologia, devem ser usados como referência para as equipes de manutenção, e sempre
atualizado quando surgirem manifestações patológicas que já não estejam cadastradas nesse
sistema. Desta forma, pode-se criar uma rede técnica racional de manutenção, galgada na
otimização da informação e no combate efetivo das patologias.
117
Tal fator ocorre na medida em que, numa inspeção, a equipe, de posse de tais informações,
tenha sua ação mais centrada em fatores de risco e possa identificar com rapidez as causas e
efeitos das manifestações.
O método pode ser completado com a proposição de planos de ação corretiva e preventiva
padrão para cada identificação de manifestação patológica, a fim de que, aplicado nos setores
de manutenção de edificações, possa ser definido padrão de ação para cada patologia. Desta
forma, quando o profissional se deparar com uma ou outra manifestação patológica, já saberá as
ações padrão a serem tomadas para seu combate.
Sobre as Árvores de Falhas, estas podem ser fontes bibliográficas para análises de outras
manifestações encontradas e para a determinação da probabilidade de ocorrência das mesmas.
Sugere-se, desta forma, para trabalhos futuros, que seja desenvolvida a etapa de descrição de
planos de ação a partir dos resultados da análise FMEA + FTA a fim de definir tais padrões de
correção e controle patológico. Pode-se, ainda, realizar estudo em local com histórico de
manifestações de patologias, para definição de índices de Ocorrência compatíveis com a
realidade, de forma a avaliar um caso concreto de emprego do método.
118
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CROSBY, P. B. Qualidade sem Lágrimas, 3ª edição. Rio de janeiro: Livraria José Olimpo Editora,
1994.
JURAN, J.M.. Controle da qualidade: conceitos, políticas e filosofia da qualidade. São Paulo:
McGraw-Hill : Makron, 1991-1993. 8v
BRASIL. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 9000:2005: Sistemas de
gestão da qualidade - Fundamentos e vocabulário. 2005
119
BRASIL. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5462:1994: Confiabilidade e
Mantenabilidade. 1994
BRASIL. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8160:1999: Sistemas prediais
de esgoto sanitário - Projeto e execução. 1999
KARDEC, A., NASCIF, J. Manutenção - Função Estratégica. 3ª ed. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2001
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RIBEIRO NETO, F. Segurança, Ruptura e Colapso de Túneis Urbanos em NATM. 1999, 171 p.
Dissertação (Mestre em Engenharia)-Escola Politécnica da Universidade de SãoPaulo, São
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CIB, Bulding Pathology: A state of the art Report, Publication 155, CIB Working Commission
W86, Junho 1993. Holland: InternationalCouncil for Building
GRANATO, José Eduardo. Patologia das Construções. Rio de Janeiro, 2002. Apostila.
SCAPIN, Carlos Alberto. Análise Sistêmica de falhas. 1ª Edição. São Paulo: Falconi, 1999.
STAMATIS, D. H. Failure Modes and Effect Analysis: FMEA from Theory to Execution. 2a
Edição. Milwalkee, Winsconsin: ASQ Quality Press, 2003.
HELMAN, Horacio. ANDERY, Paulo Roberto Pereira. Análise de Falhas (Aplicação dos Métodos
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1ª Edição. Belo Horizonte: QFCO, 1995.
MORINIGO, Fabio Cupertino. Recortes na História do HSE. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Europa,
2008.
VERÇOZA, E. J. Patologia das Edificações. 1ª Edição. Porto Alegre: Editora Sagra, 1991.
DÓREA, Sandra C.; SILVA, Laércio F. Estudo dobre índices da patologia das construções
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MORAES, Anderson. As causas das patologias de sistemas hidráulicos:Problemas decorrem de
falhas de projetos, falhas de execução e utilização incorreta. Disponível:
http://www.engenhariaearquitetura.com.br/noticias/impressao/Default.aspx?noticia=568. Acesso:
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122