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APLICAÇÃO DE MÉTODO INTEGRADO DE


FERRAMENTAS DE GESTÃO DA
QUALIDADE FMEA E FTA NA DETECÇÃO E
CONTROLE DE PATOLOGIAS PREDIAIS

Arthur Bastos Silva

Rio de Janeiro
Março, 2015

   
 

APLICAÇÃO DE MÉTODO INTEGRADO DE


FERRAMENTAS DE GESTÃO DA
QUALIDADE FMEA E FTA NA DETECÇÃO E
CONTROLE DE PATOLOGIAS PREDIAIS

Arthur Bastos Silva


Projeto de Graduação apresentado ao Curso
de Engenharia Civil da Escola Politécnica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do
título de Engenheiro.

Orientador: Elaine Garrido Vazquez

Rio de Janeiro
Março, 2015

   
APLICAÇÃO DE MÉTODO COMBINADO DE FERRAMENTAS DE GESTÃO
DA QUALIDADE FMEA E FTA NA DETECÇÃO E CONTROLE DE
PATOLOGIAS PREDIAIS

Arthur Bastos Silva

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
ENGENHEIRO CIVIL.

Examinada por:

______________________________________________
Profº Elaine Garrido Vazquez

______________________________________________
ProfºRoberto Machado Corrêa

______________________________________________
ProfºLeandro Torres diGregorio

______________________________________________
ProfºAssed Haddad

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL


MARÇO DE 2015


 
Silva, Arthur Bastos
Aplicação de Método Combinado de Ferramentas de
Gestão da Qualidade FMEA e FTA na Detecção e Controle de
Patologias Prediais/ Arthur Bastos Silva. – Rio de Janeiro:
UFRJ/ Escola Politécnica, 2015.

XIV, 132 p.: il.; 29,7 cm.


Orientadores: Elaine Garrido Vazquez
Roberto Machado Corrêa
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/
Engenharia Civil, 2015.
Referências Bibliográficas: p. 131-132.
1. Manutenção predial. 2. Manutenção preditiva. 3.
Métodos de gestão da qualidade para manutenção. 4. FMEA e
FTA. I.Vazquez, Elaine Garrido; Roberto Machado, Leandro
diGregorio, Assed Haddad. II. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III
Aplicação de Método Combinado de Ferramentas de Gestão da
Qualidade FMEA e FTA na Detecção e Controle de Patologias
Prediais.

ii 
 
AGRADECIMENTOS

Mãe, pelo exemplo máximo de dedicação e inspiração ao longo dos anos. Nada teria sido
concretizado sem seu exemplo.

Avó, pela amizade e amor incondicionais de sempre.

Irmã, avô e pai, pelo apoio.

Rafael, por me fazer sentir em casa longe de casa.

Elaine, por apoiar e orientar cada passo. Não teria conseguido sem sua ajuda.

Gabi, Isa, Camilla, grupo heterogêneo de grandes cabeças pensantes. Ajudando a suportar a
parte difícil e comemorar as pequenas vitórias nesses 5 anos.

iii 
 
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Aplicação de Método Combinado de Ferramentas de Gestão da Qualidade FMEA e FTA na


Detecção e Controle de Patologias Prediais

Arthur Bastos Silva

Março/2015

Orientador: Elaine Garrido Vazquez

Co-orientador: Roberto Machado Corrêa

Curso: Engenharia Civil

O desempenho das edificações deve ser controlado tanto em projeto e construção quanto
durante sua vida útil. A manutenção é processo inerente à longevidade das edificações uma
vez que se torna ferramenta indispensável à adequação das mesmas aos requisitos definidos
em seu perfil projetado, evitando seu envelhecimento precoce e otimizando sua utilização. No
Brasil, a manutenção de edifícios é um setor falho no que diz respeito à prevenção e combate
de patologias prediais, o que se reflete diretamente em custos onerosos para proprietários e
inutilização de edifícios ainda com potencial de uso. No setor público, o fator se agrava pela má
gestão de recursos e priorização de outras atividades que não a manutenção das instalações
das edificações destinadas às suas atividades. Devido à baixa disponibilidade de recursos
financeiros e à alta necessidade de ambientes que atendam níveis elevados de desempenho,
torna-se necessária a racionalização do processo de manutenção, o que pode ser atingido com
a utilização das ferramentas de gestão da qualidade total, Análise da Árvore de Falhas (FTA) e
Análise dos Modos de Falhas e seus Efeitos (FMEA) combinadas, para a realização de
inspeções prediais direcionadas à montagem de um banco de dados que permita a
hierarquização por nível de risco das patologias prediais detectadas e à criação de planos de
ação preventiva e corretiva a fim de diminuir sua ocorrência. Este trabalho, apresenta os
resultados do estudo de caso do Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro
(HFSE), caracterizado por vistoria nas instalações prediais de Hidráulicas e Sanitárias de parte
de seu prédio central e análise das patologias encontradas seguindo modelo desenvolvido a
partir dos métodos de gestão. Pôde-se aferir que a criação de uma rotina de gestão da
manutenção com hierarquização das patologias e desenvolvimento de diagramas que
determinam suas causas básicas, bem como definição de seus efeitos e índice de risco
otimizou o processo e deu diretrizes essenciais para combate dos problemas com erradicação
de suas causas básicas.

Palavras-chave: Desempenho das Edificações, Serviços de Manutenção Predial, Patologia


das Construções 

iv 
 
Abstract  of  Undergraduate  Project  presented  to  POLI/UFRJ  as  a  partial  fulfillment  of  the 
requirements for the degree of Civil Engineer.  

APPLICATION OF INTEGRATED METHOD OF QUALITY MANAGEMENT TOOLS


FMEA AND FTA IN DETECTION AND CONTROL OF BUILDING PATHOLOGIES 

Arthur Bastos Silva 

March/2015 

Advisor: Elaine Garrido Vazquez 

Joint Advisor: Roberto Machado Corrêa 

Course: Civil Engineering  

The performance of buildings should be controlled during project and construction and its
lifetime. The longevity of buildings is directly connected to its maintenance since it becomes a
indispensable tool to the suitability of the buildings to the requirements defined in the project to
prevent premature aging and optimizing their use. In Brazil, the maintenance of buildings it is a
underrated area when it comes to prevention and combating diseases of building which is
directly reflected in expensive costs to owners and disable of buildings still in potential use. The
problem is even worse in the public sector due to the poor management of resources and
prioritization of other activities than the maintenance of the facilities of the buildings. Related to
facilities for public health units such as hospitals, maintenance is even more relevant because
of the physical need to the users to access rooms with high level of hygienic control, air-
conditioned environments and among others aspects. Due to the low availability of financial
resources and high need of high performance environments it is necessary to rationalize the
maintenance process which can be achieved with the use of total quality management tools,
Fault Tree Analysis (FTA) and Failure Mode and Effect Analysis (FMEA) combined for
conducting the inspections of the buildings directed to create a database that allows the ranking
by risk level of the building pathologies detected and creating preventive plans and corrective
action to reduce its occurrence. Therefore, it was made a study case of the Hospital Federal
dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HFSE) characterized by inspections in hydraulic
and sanitaric building facilites of its central building and analysis of pathologies found following
model developed from management methods. It was possible to check that the creation of a
managing maintenance schedule that includes pathologies hierarchy and diagram development
that can determinate its root causes, as well as its effects definition and risk index optimized the
process and gave essential guidelines to combating problems and its root causes elimination.

Keywords: Building Performance, Building Maintenance Services, Construction Pathologies.


 
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................................ 1
1.1.1 DESEMPENHO E PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÔES: A BUSCA DE UMA
VISÃO SISTÊMICA DAS EDIFICAÇÕES ............................................................................. 1
1.2 OBJETIVO ..................................................................................................................... 3
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 4
1.4 ABORDAGEM METODOLÓGICA................................................................................. 4
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO...................................................................................... 5
2 CONCEITOS PERTINENTES AO DESEMPENHO E QUALIDADE NAS EDIFICAÇÕES .. 6
2.1 REFERÊNCIAS NORMATIVAS .................................................................................. 10
2.2 A TEORIA DA CONFIABILIDADE............................................................................... 12
2.3 CARACTERIZAÇÃO DE DEFEITOS E FALHAS........................................................ 13
2.4 MANUTENÇÃO: UM ITEM BASILAR AO DESEMPENHO DE PRODUTOS E
PROCESSOS .......................................................................................................................... 16
2.4.1 HISTÓRICO DO CONCEITO DE MANUTENÇÃO ............................................. 18
2.4.2 CLASSIFICAÇÃO DA MANUTENÇÃO ............................................................... 19
2.4.3 O CONCEITO DE DISPONIBILIDADE ............................................................... 22
2.5 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES ........................................... 23
2.6 ENGENHARIA DIAGNÓSTICA EM EDIFICAÇÕES: PROCEDIMENTOS DE
INVESTIGAÇÃO DE PATOLOGIAS ....................................................................................... 26
2.6.1 NORMA DE INSPEÇÃO PREDIAL IBAPE/SP 2011 .......................................... 28
2.7 SISTEMAS PREDIAIS HIDRÁULICOS E SANITÁRIOS E A OTIMIZAÇÃO DO
DIAGNÓSTICO DE PATOLOGIAS EM EDIFÍCIOS ............................................................... 31
3 ANÁLISE ESTRUTURADA DE FALHAS E O AUMENTO DA CONFIABILIDADE DE
SISTEMAS PREDIAIS ................................................................................................................ 33
3.1 FMEA (FAILURE MODES AND EFFECTS ANALYSIS – ANÁLISE DOS MODOS E
EFEITOS DAS FALHAS) ........................................................................................................ 34
3.1.1 ESTRUTURA DE UM FORMULÁRIO FMEA ...................................................... 35
3.1.2 SEQUÊNCIA DE PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DA FMEA .......... 38
3.2 FTA (FAULT TREE ANALISYS OU ANÁLISE DA ÁRVORE DE FALHAS) ............... 43
4.2.1. ESTRUTURA DE UMA ÁRVORE DE FALHAS ........................................................ 44
4 MÉTODO INTEGRADO DE FMEA E FTA PARA DETECÇÃO E CONTROLE DE
PATOLOGIAS EM SISTEMAS PREDIAIS .................................................................................. 52
4.1 DEFINIÇÃO DOS ITENS DO SISTEMA QUE SERÃO CONSIDERADOS ................ 52
4.2 PREPARAÇÃO PRÉVIA: COLETA DE DADOS ......................................................... 52
4.3 INSPEÇÃO PREDIAL: COLETA DE AMOSTRAS DAS FALHAS EXISTENTES....... 54
4.4 IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE FALHAS E SEUS EFEITOS ................................ 55

vi 
 
4.4.1 CONFECÇÃO DAS ÁRVORES DE FALHAS ..................................................... 55
4.4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS EFEITOS DOS MODOS DE FALHAS ........................... 56
4.5 DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES ............................................................................... 56
4.5.1 ÍNDICE DE OCORRÊNCIA ................................................................................. 56
4.5.2 ÍNDICE DE GRAVIDADE .................................................................................... 58
4.5.3 ÍNDICE DE DETECÇÃO ..................................................................................... 59
4.5.4 ÍNDICE DE RISCO .............................................................................................. 60
4.6 PREENCHIMENTO DOS FORMULÁRIOS FMEA ..................................................... 60
5 APLICAÇÃO DO MÉTODO COMBINADO FMEA + FTA EM DETECÇÃO E CONTROLE
DE PATOLOGIAS PREDIAIS NO HOSPITAL DOS SERVIDORES .......................................... 63
5.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE O HOSPITAL ............................................................... 63
5.2 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO ....................................................... 64
5.3 APLICAÇÃO DO MÉTODO ......................................................................................... 66
5.3.1 DETERMINAÇÃO DO UNIVERSO A SER CONSIDERADO NA ANÁLISE ....... 66
5.3.2 PREPARAÇÃO PRÉVIA: COLETA DE DADOS ................................................. 66
5.3.3 INSPEÇÃO PREDIAL.......................................................................................... 66
5.3.4 IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE FALHAS E SEUS EFEITOS ........................ 75
5.3.5 GRUPO 1: VAZAMENTOS ................................................................................. 76
5.3.6 GRUPO 2: FALHA NA INSTALAÇÃO ................................................................. 89
5.3.7 GRUPO 3: INFILTRAÇÕES ................................................................................ 99
5.3.8 GRUPO 4: FALHA NO REVESTIMENTO ......................................................... 109
5.3.9 RECOMENDAÇÕES E PLANOS DE AÇÃO..................................................... 115
5.3.10 PREENCHIMENTO DOS FORMULÁRIOS FMEA ....................................... 115
6 COSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 117
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 119
 

vii 
 
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Distribuição da incidência dos acidentes prediais por tipo de origem. ....................... 17
Figura 2: Evolução temporal da manutenção. ............................................................................ 19
Figura 3: Tipos de Manutenção e sua relação ............................................................................ 22
Figura 4: Levantamento bibliográfico sobre causas de patologias em edificações. ................... 25
Figura 5: Distribuição das patologias por subsistema................................................................. 26
Figura 6: Confiabilização das funções de um sistema através da Análise de Falhas ................ 34
Figura 7: Exemplo de formulário FMEA ...................................................................................... 36
Figura 8: Fluxograma de execução de FMEA............................................................................. 39
Figura 9: Exemplo Árvore de Falhas ........................................................................................... 48
Figura 10: Fluxograma da Sequência de Procedimentos para a FTA. ....................................... 50
Figura 11: Fluxograma para o método combinado de FMEA e FTA .......................................... 53
Figura 12: Folha de Verificação para Inspeção Predial. ............................................................. 54
Figura 14: Exemplo Confiabilidade de Árvore de Falhas com relação "OU" .............................. 57
Figura 15: Exemplo probabilidade de Falha de um sistema "E". ................................................ 58
Figura 17: Planta situacional das dependências do HFSE ......................................................... 64
Figura 18: Diagrama de Pareto para as Manifestações Patológicas Levantadas ...................... 69
Figura 19: Resumo do Formulário de Inspeção Predial. ............................................................ 74
Figura 20: Árvore de Falhas para o grupo 1: Vazamentos ......................................................... 79
Figura 21: Árvore de Falhas para Manifestação Patológica 1.1.1 - Vazamento em Tubulação de
PVC Roscável. ............................................................................................................................ 87
Figura 22: Árvore de Falhas para Manifestação Patológica 3.2.2 - Vazamento em Torneira.. .. 88
Figura 23: Árvore de Falhas para o grupo 2: Falha na Instalação.............................................. 91
Figura 24: Árvore de Falhas para manifestações patológicas 2.1.1, 2.2.1, 3.2.1 e 1.1.5........... 98
Figura 25: Árvore de Falhas para o grupo 3: Infiltração. .......................................................... 101
Figura 26: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 6.2.1 – Infiltração em teto com
probabilidade. ............................................................................................................................ 106
Figura 27: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 6.2.2 – Infiltração em paredes
internas com probabilidade ....................................................................................................... 107
Figura 28: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 6.2.3 – Infiltração em paredes
externas com probabilidade. ..................................................................................................... 108
Figura 29: Árvore de Falhas para o grupo 4: Falha no Revestimento ...................................... 110
Figura 30: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 5,1,3 – quebra e trincamento de
revestimento com probabilidade. .............................................................................................. 114

viii 
 
LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Conceito de Qualidade como Excelência .................................................................... 6


Quadro 2: Conceito de Qualidade como Valor ............................................................................. 7
Quadro 3: Conceito de Qualidade como Conformação de Especificações .................................. 7
Quadro 4: Conceito de Qualidade como Atendimento e/ou Superação das Expectativas dos
Clientes.......................................................................................................................................... 8
Quadro 5: Relação de referências normativas utilizadas ........................................................... 11
Quadro 6: Caracterização dos tipos de defeitos segundo NBR 5462 – Mantenabilidade e
Confiabilidade .............................................................................................................................. 14
Quadro 7: Classificação dos tipos de Falhas segundo NBR 5462 - Mantenabilidade e
Confiabilidade .............................................................................................................................. 15
Quadro 8: Tipos de patologias prediais segundo sua origem..................................................... 24
Quadro 9: Exigências de manutenção predial efetiva................................................................. 27
Quadro 10: Definição dos procedimentos de investigação em edificações ............................... 27
Quadro 11: Classificação de Anomalias e Falhas segundo norma de Inspeção Predial
IBAPE/SP .................................................................................................................................... 29
Quadro 12: Etapas da inspeção predial definidas pela norma do IBAPE .................................. 30
Quadro 13: Requisitos Qualitativos e Quantitativos de SPHS.................................................... 32
Quadro 14: Índices de Ocorrência e sua relação com a Probabilidade de Ocorrência dos
Eventos........................................................................................................................................ 41
Quadro 15: Índices de Ocorrência e sua Frequência Relativa. .................................................. 41
Quadro 16: Determinação dos Índices de Gravidade. ................................................................ 42
Quadro17: Índice de Detecção.................................................................................................... 42
Quadro 18: Aplicações de Análise de Falhas em diferentes fases do Ciclo de Vida de
Produtos/Processos. ................................................................................................................... 43
Quadro 19:Aplicações de FTA em Manutenção Predial ............................................................. 44
Quadro 20: Simbologia para portas Lógicas. .............................................................................. 46
Quadro21: Simbologia para Eventos. Fonte: Autor. ................................................................... 47
Quadro 22: Níveis de Danos causados por falhas...................................................................... 49
Quadro 23: Determinação dos Índices de Gravidade. ................................................................ 59
Quadro 24: Índice de Detecção................................................................................................... 59
Quadro 25: Formulário FMEA utilizado para o Método Desenvolvido. ....................................... 61
Quadro 26: Caracterização do Objeto de Estudo HFSE ............................................................ 64
Quadro 27: Atividades realizadas em cada pavimento do Prédio Principal do HFSE................ 65
Quadro 28: Levantamento de Manifestações Patológicas determinadas em inspeção predial . 67
Quadro 29: Manifestações Patológicas mais Frequentes relacionadas à sua Frequência
Relativa........................................................................................................................................ 68
Quadro 30: Definição dos modos para as manifestações patológicas analisadas..................... 75

ix 
 
Quadro 31: Estimativa da probabilidade de ocorrência de Eventos Básicos da Árvore de Falhas
para o Grupo 1. ........................................................................................................................... 81
Quadro 32: Índices FMEA para Patologia 1.1.1 - Vazamento em Tubulação de PVC Roscável
..................................................................................................................................................... 85
Quadro 33: Índices FMEA para Patologia 3.2.2 - Vazamento em Torneira ............................... 86
Quadro 34: Estimativa da probabilidade de ocorrência de Eventos Básicos da Árvore de Falhas
para o Grupo 2. ........................................................................................................................... 93
Quadro 35: Índices FMEA para Patologias 2.1.1 e 2.2.1–Ausência de acabamento em registro
ou válvula (canopla) .................................................................................................................... 96
Quadro 36: Índices FMEA para Patologias 1.1.5 e 3.2.1 – Ausência de torneira/peças de
tubulação ..................................................................................................................................... 97
Quadro 37: Índices FMEA para Patologias 6.2.1,6.2.2 e 6.2.3 – infiltração. ............................ 104
Quadro 38: Índices FMEA para Patologia 5.1.3 – quebra e trincamento de revestimento. ..... 112
Quadro 39: Classificação do Risco das Manifestações Patológicas Analisadas ..................... 115
Quadro 40: Formulário FMEA da Análise de Manifestações Patológicas do HFSE ................ 116


 
1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A Engenharia Civil se configura como um ramo de conhecimento muito diversificado em termos


das atividades que desenvolve. Nesse parâmetro, a Construção Civil, enquanto segmento do
setor cujo principal viés se dá no desenvolvimento e execução de projetos de edificações com
diversas finalidades, se apresenta como responsável direta pelo bem estar da população em
geral no que diz respeito à habitação, conforto físico e ambiental no seu cotidiano.

Segundo Cunha, 2010, edifício, “do latim aedificĭum, é uma construção fixa que serve de
alojamento humano ou que permite realizar várias atividades.” Contudo, em um conceito mais
amplo, o edifício ultrapassa o limite de abrigo descrito acima, e deve ser entendido como uma
entidade que conversa com seu redor e que deve estar em harmonia com o meio em que se
encontra, tanto em aspectos ambientais (fator que vem sendo cada vez mais debatido na
atualidade) quanto em atendimento aos requisitos técnicos (normas e leis, cada dia mais
amplas em suas aplicações), e ainda (e principalmente) às necessidades de seus usuários.

Roman, 2010, em observância ao exposto, descreve com propriedade: “O edifício é um produto


que deve apresentar determinadas características que capacitem a cumprir objetivos e funções
para os quais foi projetado, quando submetido a determinadas condições de exposição e uso”.

Seguindo o raciocínio mais amplo do conceito, a norma NBR 5674/99 – Manutenção de


Edificações – Procedimento define a edificação como “produto constituído pelo conjunto de
elementos definidos e integrados em conformidade com os princípios e técnicas da Engenharia
e da Arquitetura para, ao integrar a urbanização, desempenhar funções ambientais em níveis
adequados”. (ABNT, 1999).

Deste modo, a edificação passa de simples produto de um processo de construção para


agente direto na lógica da cidade, possuindo vida útil que ultrapassa a finalização de sua
construção e é medida pelo atendimento às necessidades de quem faz uso da mesma.

1.1.1 DESEMPENHO E PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÔES: A BUSCA DE UMA


VISÃO SISTÊMICA DAS EDIFICAÇÕES
 

A partir da definição de que padrões mínimos de qualidade são necessários e, através deles
um controle de como o edifício se comporta com o uso, cria-se a necessidade de uma
abordagem de desempenho a ser desenvolvida no tratamento dos processos de construção e
manutenção dos edifícios.A respeito, Gibson, 1982, relata: “A abordagem de desempenho


 
é,em primeiro plano e acima de tudo, a prática de se pensar em termos de fins e não de meios.
A preocupação é com os requisitos que a construção deve atender e não com a prescrição de
como essa deve ser construída”.

Em outras palavras, deve haver uma priorização, além do método construtivo, dos requisitos
que a edificação deve atender conforme seu uso para que seja considerada de bom
desempenho: quais esquadrias devem ser usadas para melhor conforto ambiental, disposição
dos compartimentos, ventilação e iluminação, durabilidade de materiais e instalações, consumo
de energia, entre outros, são só alguns exemplos a serem explorados.

Tal evolução conceitual cria, em outra instância, a necessidade de que, durante sua utilização,
o edifício seja constantemente controlado e que eventuais desvios do padrão estabelecido
sejam devidamente resolvidos e possíveis falhas possam ser sanadas quando existentes ou
previstas com antecedência para que não cheguem a comprometer seu uso. Nesse aspecto
cada vez mais é inerente a necessidade de criação de uma rotina de manutenção predial
galgada em duas vias: correção de problemas existentes e prevenção de possíveis problemas
futuros.

Em termos gerais, manutenção pode ser definida como “o conjunto de ações destinadas a
assegurar o bom funcionamento das máquinas e instalações, garantindo que são
intervencionadas nas oportunidades e com o alcance certos, de acordo com as boas práticas
técnicas e exigências legais, de forma a evitar a perda de função ou redução do rendimento e,
no caso de tal acontecer, que sejam respostas em boas condições de operacionalidade com a
maior brevidade, e tudo a um custo global otimizado”. (Cabral, 2009).

A manutenção no caso de edificações, ou manutenção predial, segundo a norma relacionada,


pode ser identificada como um “conjunto de atividades a serem realizadas para conservar ou
recuperar a capacidade funcional da edificação e de suas partes constituintes de atender as
necessidades e segurança de seus usuários”. (ABNT NBR 5674/99).

Considerando manutenção como um conjunto de atividades diretamente relacionadas às


partes constituintes da edificação que influenciam na capacidade funcional do todo, deve-se
atentar ao fato de que, para sua realização, a manutenção deve ser entendida como processo
que deve ser comandado de maneira gerencial, buscando uma visão geral do estado em que
se encontra o edifício através do acompanhamento dos subsistemas e da previsão dos
problemas através de equipes com alto nível de conhecimento técnico. Acredita-se que tal fator
deve ser alcançado por uma gestão estratégica da manutenção.

Gestão estratégica pode ser relacionada a uma “nova visão, não apenas no atendimento a
elementos de um sistema implantado, mas sim, como um valor que será perseguido através da
operacionalização de um novo sistema. Em outros termos, não mais basta cuidar de atingir
metas, é também preciso se antecipar e reexaminar de forma metódica, porém continuada e,
se dotar de meios de torná-las atingíveis” (Ramos, 1989).


 
Em outras palavras, a manutenção deve possuir gestão com visão sistêmica, a fim de se tornar
processo concomitantemente eficaz e eficiente: visão geral do todo através do
acompanhamento das partes, garantindo funcionamento duradouro e ultrapassando os limites
mínimos de qualidade, com otimização de custos durante a vida útil do edifício. Além disso, tal
acompanhamento deve gerar maior confiabilidade no sistema, o que, em prática, é traduzido
pela menor ocorrência de problemas no mesmo período de tempo sob as mesmas condições
de uso.

O início do desenvolvimento da denominada Engenharia Diagnóstica, cujo viés principal se dá


nas patologias das construções, é concomitante ao desenvolvimento dos padrões de qualidade
para edificações. Segundo Watt, 2007, o segmento “tanto como termo quanto num conceito
geral, está se tornando mais amplamente usado para definir um enfoque global para
conhecimento das construções. Tal enfoque requer um conhecimento detalhado de como os
edifícios são desenhados, construídos, utilizados e modificados, e dos vários mecanismos
pelos quais suas condições materiais e ambientais podem ser afetadas. É, necessariamente,
um enfoque interdisciplinar e requer um reconhecimento mais amplo dos meios pelos quais
edifícios e pessoas se relacionam entre si”.

Desta forma, há a cada dia intensificação da busca pelo conhecimento detalhado dos sistemas
e suas falhas, a fim de que se reconheça de forma mais real o estado e desempenho da
edificação durante sua vida útil.

1.2 OBJETIVO
 

O presente trabalho tem por objetivo análise daaplicação de ferramentas de gestão da


qualidade em inspeções prediais, que visem o diagnóstico e proposição de planos de ação
corretiva e preventiva nesses determinados locais, a fim de que o processo de manutenção dos
requisitos normativos e desempenho das edificações seja otimizadoao longo de sua vida útil.

Para tanto, faz-se desenvolvimento de método integrado de ferramentas de gestão da


qualidade FMEA (Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos) e FTA (Análise da Árvore de
Falhas), a fim de criação de padrão de detecção, análise e combate às causas básicas de
manifestações patológicas em edificações orientados por criação de banco de dados
organizado por prioridade quanto ao risco que cada patologia oferece.

A aplicação do método se dá em vistoria realizada no Hospital Federal dos Servidores do


Estado do Rio de Janeiro, localizado na região portuária do município, na qual é enfatizado o
diagnóstico de patologias nos sistemas prediais hidráulicos e sanitários a fim de traçar
diagnóstico técnico das manifestações patológicas e, definir caminho crítico de ações
corretivas e preventivas futuras para os referidos sistemas prediais.


 
1.3 JUSTIFICATIVA

Em estudo do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo


(IBAPE/SP), concluiu-se que, no Brasil “66% das prováveis causas e origens de acidentes
prediais são relacionadas à deficiência com a manutenção, perda precoce de desempenho e
deterioração acentuada.” (Pujadas et.al., 2012).

Para combate ao exposto, faz-se necessária avaliação periódica das condições da edificação e
seus subsistemas, a fim de melhorar a qualidade de utilização das mesmas e seu desempenho
ao logo de sua vida útil, o que pode se dar através de inspeção predial.

A inspeção é “preventiva, diminui risco de acidentes prediais, auxilia no direcionamento de


investimentos na edifi cação e nas adequações do plano de manutenção.” (Pujadas et.al.,
2012).

O trabalho realizado visa, deste modo, propor medida mitigadora para sistemas de manutenção
predial de forma a criar padrão de análise de manifestações patológicas e banco de dados para
consultas em inspeções periódicas, dando caminho crítico de ações corretivas e preventivas
para as patologias e, por consequência, otimizando o trabalho de equipes de manutenção,
aumentando a confiabilidade dos sistemas e diminuindo custos com reposições e consertos
não previstos.

Para tanto, busca definição dos parâmetros de razoável importância a serem vistoriados e
realiza seu levantamento quantitativo em unidade hospitalar, utilizando metodologia de
inspeção desenvolvida por norma relacionada do IBAPE/SP (Instituto Brasileiro de Avaliações
e Perícias de Engenharia do Estado de São Paulo) e posterior análise dos dados obtidos
utilizando método combinado de ferramentas de gestão da qualidade total FMEA e FTA. A
partir do método desenvolvido procura-se traçar caminho crítico da manutenção das
instalações prediais hidráulicas e sanitárias das edificações, com hierarquização das patologias
e definição de seu risco, de forma que a manutenção dessas edificações torne-se
racionalizada.

1.4 ABORDAGEM METODOLÓGICA


 

Inicialmente realizou-se referencial bibliográfico a fim de se justificar e embasar o estudo bem


como definir parâmetros relacionados ao tema proposto norteada pelos requisitos de
desempenho de edificações, definições de confiabilidade, manutenção e inspeção predial.

Em seguida, desenvolveu-se método integrado de análise de patologias prediais utilizando as


ferramentas FMEA e FTA, em combinação com preceitos da norma de Inspeção Predial do
IBAPE/SP. A aplicação deste método se deu em edificação hospitalar do municípiodo Rio de
Janeiro, o Hospital Federal dos Servidores do Estado.


 
Enfim, faz-se análise do produto obtido e caracterização das patologias segundo seu risco e
ocorrência, para posterior utilização em inspeções futuras, a fim de orientá-las racionalmente.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho aqui apresentado é estruturado em cinco capítulos.

O primeiro capítulo, introdutório, descreve definição dos conceitos básicos que norteiam o
trabalho, dando embasamento para pertinência do mesmo, objetivo e justificativa de estudo e
metodologia aqui apresentada.

Os dois capítulos seguintes tratam do referencial teórico.

O primeiro deles, Conceitos Pertinentes ao Desempenho e Qualidade nas Edificações, trata de


temas relacionados ao conceito de desempenho, qualidade, confiabilidade e mantenabilidade.
Dá ainda conceitos de manutenção, tipo, breve histórico de desenvolvimento da manutenção,
O capítulo faz referência ainda aos conceitos de inspeção e vistoria e descreve aspectos
relevantes sobre os sistemas prediais hidráulicos e sanitários, objeto de análise deste trabalho.

O capítulo referente à Análise Estruturada de Falhas e o Aumento da Confiabilidade de


Sistemas Prediais descreve os métodos FMEA e FTA utilizados, dando suas definições,
metodologia de trabalho e etapas de aplicação.

O capítulo Método Integrado de Ferramentas FMEA e FTA apresenta a descrição do método


desenvolvido para aplicação em detecção e controle de patologias nos sistemas prediais.
Neste, define-se o fluxograma de aplicação, formulários desenvolvidos para utilização e outros
aspectos importantes à aplicação do mesmo.

O capítulo seguinte, Aplicação do Método Integrado FMEA + FTA em Detecção e Controle de


Patologias Prediais no Hospital dos Servidoresfaz breve descrição do Hospital estudado
(HFSE), traçando histórico desde sua fundação e interferências que sofrera ao longo dos
anos.Descreve, em seguida, inspeção predial realizada no mesmo e apresenta resultados
encontrados sob a forma de formulário preenchido durante o processo. Segue-se aplicação da
análise de falhas para determinação de causas e efeitos das patologias encontradas e
determinação dos índices de classificação de cada causa básica de patologia, conforme
método sugerido.

Por fim, o capítulo de Considerações Finais realiza a discussão dos resultados encontrados
pela análise, conclui sobre a validade de aplicação do método e sugere ações para trabalhos
futuros.

Por fim, listam-se as Referências Bibliográficas utilizadas no corpo deste texto.


 
2 CONCEITOS PERTINENTES AO DESEMPENHO E
QUALIDADE NAS EDIFICAÇÕES

O termo desempenho é largamente utilizado na sociedade para descrever o comportamento de


algum produto, processo ou mesmo indivíduo diante de determinada situação, sendo
relacionado a ações e atividades que, comparadas a um requisito estabelecido, gerem certo
padrão de ação. Em termos gerais, a quinta edição do Dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa, 2010, define desempenho como o“ato ou efeito de desempenhar; cumprimento,
exercício, execução: desempenho de uma atividade remunerada”.

A definição geral evidencia o caráter comparativo que o termo exerce. No esporte, por
exemplo, o desempenho de um atleta é medido a partir da execução de uma meta pré-
estabelecida, comparada com a execução da mesma pelos demais competidores.

O que o termo faz, em outras palavras, é comparar o desejado, determinado requisito, ao


entregue, o produto final. Nesta instância cabe o contexto de qualidade do produto ou
processo: O produto final é considerado de boa qualidade se o seu desempenho, após
verificado por instrumentos de medição criteriosos, atende aos requisitos determinados.

O conceito de qualidade, contudo, é amplo e assume definições diferentes conforme é


utilizado. Segundo Mainardes et.al., 2010, diversas formas de qualidade podem se manifestar
segundo a finalidade em que se aplicam: qualidade como excelência, valor, conformação de
especificações ou atendimento às expectativas do cliente.

Os quadros a seguir resumem as características, pontos fortes e fracos e estudos que fazem
referência a cada um dos conceitos descritos.

Quadro 1: Conceito de Qualidade como Excelência

1 – QUALIDADE COMO EXCELÊNCIA 
Conceito  mais  antigo;  Filosofia  de  ser  o  melhor,  superior  a  outros; 
CARACTERÍSTICAS 
Conceito abstrato. 
Fortes  benefícios  para  o  marketing  e  recursos  humanos;  Criar  imagem 
FORÇAS  de  excelência  permite  vender  com  preços  mais  altos;  Produtos  de  alto 
padrão, sofisticados. 
Conceito  oferece  poucas  diretrizes  práticas  para  os  gestores  (muito 
abstrato  e  subjetivo);  Muito  difícil  mensurar  e  comparar  o  impacto  da 
FRAQUEZAS 
qualidade no desempenho; Produtos muito exclusivos podem prejudicar 
a viabilidade financeira da empresa 
Kitto em 1951; 
Pirsig em 1974 e 1992;  
ESTUDOS DE REFERÊNCIA 
Tuchman em 1980;  
Garvin em 1984 e 1988. 

Fonte: Mainardes et.al., 2010. (Adaptado).


 
Quadro 2: Conceito de Qualidade como Valor

2 – QUALIDADE COMO VALOR 
Segundo  conceito  surgido;  Trata  da  relação  preço  X  benefícios; 
Valorização  de  um  produto  ou  serviço  depende  de  vários  fatores 
CARACTERÍSTICAS 
(conveniência,  preço,  atendimento  de  necessidades,  entre  outros); 
Conceito abstrato. 
Conceito  incorpora  múltiplos  atributos;  Consumidores  claramente 
reconhecem  diferenças  de  valor  entre  produtos  e  serviços;  Empresas 
FORÇAS  concentram‐se  não  somente  em  eficácia  organizacional,  mas  também 
em  efetividade  para  o  mercado;  Permite  uma  indicação  mais  clara  de 
como produtos e serviços são percebidos no mercado. 
Difícil extrair componentes individuais (e sua importância) que auxiliam 
o julgamento de valor pelo consumidor (subjetividade); Noção de valor 
FRAQUEZAS 
muda  com  o  tempo;  Controvérsia  sobre  o  construto  qualidade  ser  um 
componente do valor ou se é o inverso. 
Feigenbaum em 1951, 1961, 1983, 1991; 
ESTUDOS DE REFERÊNCIA  Abott em 1955; Curry em 1985; 
 Johnson em 1988. 

Fonte: Mainardes et.al., 2010. (Adaptado).

Quadro 3: Conceito de Qualidade como Conformação de Especificações

3 – QUALIDADE COMO CONFORMAÇÃO DE ESPECIFICAÇÕES
Conceito surgido com a manufatura; Foca a padronização de produtos; 
Evita  perdas  e  desperdícios;  Qualidade  controlável;  É  a  conformidade 
CARACTERÍSTICAS  dos produtos comparado as especificações do projeto; Produto livre de 
deficiências;  Foco em  ferramentas de controle;  Perfeição  na produção; 
Conceito objetivo e quantificável. 
Mais fácil de controlar e medir (quantificável); Permite monitoramento 
da  qualidade  conforme  especificações  estabelecidas;  Leva  a  eficiência 
FORÇAS 
operacional; Importante para organizações globais; Foco em redução de 
custos, minimiza perdas, eleva produtividade; 
Consumidor  não  avalia  conformidade  de  padrões,  mas  sim  o 
desempenho  de  produtos/serviços;  Não  se  aplica  ao  setor  de  serviços; 
Não  se  aplica  quando  especificações  não  podem  ser  estabelecidas  ou 
FRAQUEZAS 
conformadas;  Enrijece  a  organização  e  dificulta  respostas  rápidas  as 
necessidades  do  mercado;  Foco  demasiado  no  ambiente  interno  da 
organização. 
Shewhart em 1931; 
Levitt em 1972;  
Schneider em 1973;  
Gilmore em 1974;  
Crosby em 1979;  
Deming em 1982 e 1986;  
ESTUDOS DE REFERÊNCIA  Abernathy e Corcoran em 1983;  
Chase e Tansik em 1983;  
Hounshell em 1984;  
Ishikawa em 1985 e 1986;  
Bowen e Lawler em 1992;  
Yip em 1989;  
ISO 9000:2005 em 2005. 

Fonte: Mainardes et.al., 2010. (Adaptado).


 
Quadro 4: Conceito de Qualidade como Atendimento e/ou Superação das
Expectativas dos Clientes

4 – QUALIDADE COMO ATENDIMENTO E/OU SUPERAÇÃO DAS EXPECTATIVAS DOS CLIENTES 
Conceito  sofreu  forte  influência  do  setor  de  serviços,  sendo  o  mais 
recente;  Produto  ou  serviço  que  melhor  atende  as  condições  dos 
consumidores;  Características  de  produtos  e  serviços  que  vão  ao 
CARACTERÍSTICAS 
encontro  das  expectativas  dos  consumidores;  Satisfação  das 
expectativas dos consumidores; Conceito abstrato. 
 
Considera a perspectiva do consumidor; Conceito foca o atendimento às 
necessidades  e  expectativas  dos  consumidores;  Responde  mais 
FORÇAS  rapidamente  às  mudanças  no  mercado;  É  uma  visão  de  qualidade 
externa à empresa (imagem), sendo uma vantagem competitiva. 
 
Conceito  mais  complexo,  com  forte  componente  subjetivo;  Difícil 
mensuração;  Consumidores  somente  identificam  a  qualidade  de  um 
produto  ou  serviço  após  consumo;  Reação  emocional  ao  produto  ou 
serviço;  Expectativas  dos  consumidores  podem  mudar  com  o  tempo; 
FRAQUEZAS 
Cada  consumidor  possui  uma  expectativa  diferente;  Confusão  entre 
satisfação  de  consumidores  e  noção  de  qualidade  de  produtos  e 
serviços. 
 
Juran em 1951, 1962, 1974, 1988; 
Judd em 1968;  
Shostack em 1977;  
Lovelock em 1981;  
Oliver em 1981;  
Grönroos em 1983 e 1990; Norman em 1984;  
ESTUDOS DE REFERÊNCIA 
Parasuraman, Zeithaml e Berry em 1985, 1988, 1991, 1993;  
Buzzell e Galé em 1987;  
Bitner em 1990;  
Carman em 1990; Bolton e Drew em 1991;  
Cronin e Taylor em 1992. 
 

Fonte: Mainardes et.al., 2010. (Adaptado).

Os quadros evidenciam o caráter amplo do termo, que evoluiu concomitantemente à própria


evolução das atividades de trabalho humanas. A qualidade como excelência (Quadro 1), como
definido, é o conceito mais antigo dos apresentados e se caracteriza pela exaltação do que
seria definido como o melhor se comparado a um determinado grupo. A abstração do conceito
é explícita: o que define o limiar entre o que seria superior aos demais? Quais os requisitos
aplicáveis a um grupo de objetos ou pessoas para definir dentro deste o que possui
verdadeiramente qualidade? Tais fatores, de difícil assimilação e contabilização, tornam o
conceito vago e sujeito a julgamentos de valor.

O segundo conceito, mais abrangente, trata da qualidade enquanto valor de um produto


(Quadro 2). Objetivamente, tal noção relaciona qualidade a um valor agregado, que, por sua
vez, é assumido como maior para um determinado produto do que para outros do mesmo
segmento por este apresentar determinadas características que o tornam de certa forma único.


 
A abstração continua se fazendo presente na medida em que a noção de superioridade de um
produto com relação aos demais também é algo relativo dependendo das necessidades dos
usuários.

A qualidade enquanto conformação de especificações (Quadro 3) pode ser entendida como


uma evolução teórica do conceito, como demonstrado pelo quadro. Coma padronização de
produtos a partir da manufatura, a criação de uma verificação das características de uma série
de itens torna-se mais objetiva. A produção em série ainda beneficia a quantificação de falhas
e seu mapeamento, definindo padrões de erros que podem ser prevenidos em produções
futuras. Uma crítica feita ao conceito, contudo, reside na percepção pelo usuário de tal
conformação, que muitas vezes não é necessariamente atrelada a um melhor desempenho
para o cliente final.

Por fim, o conceito mais recente, advindo da terceirização das atividades comerciais, repousa
no foco às expectativas dos clientes e/ou usuários do produto final (Quadro 4). Este retoma o
caráter subjetivo do termo, tendo em vista que o consumidor final não entende, no geral, dos
aspectos técnicos envolvidos no processo, ainda que seja o alvo principal e razão real de sua
existência.

Realizando uma extrapolação de significado, pode-se entender atualmente a edificação como


um produto de um processo construtivo industrial. Ainda que muitas vezes se faz valer de
atividades com alta variabilidade técnica, é notória sua similaridade com a manufatura fordista,
por exemplo. Desta forma, pode-se facilmente relacionar alguns dos conceitos de qualidade
apresentados diretamente às edificações.

O primeiro, conformação de especificações, é, de maneira mais formal, ligado ao conceito de


desempenho da edificação na medida em que são estabelecidos parâmetros que, ao medidos
na prática, devem corresponder a certo nível pré-determinado. Segundo Santos, 1993,
“Atender aos requisitos é o mínimo esperado pelo cliente quando ele adquire um bem
ouserviço. Para isso existem as normas técnicas, especificações e projetos nos quais estão
estabelecidos os requisitos mínimos que precisam ser respeitados”.

O conceito de qualidade associada à conformidade, como retratado, pode ser relacionado ao


descrito por Crosby, 1994 quando relata que “qualidade (quer dizer) conformidade com as
exigências, ou seja, cumprimento dos requisitos”. Nota-se neste excerto que para o autor, a
conformação do produto com requisitos pré-definidos é suficiente para classificá-lo como de
qualidade.

A relação é clara quando se observa, por exemplo, a ótica da normatização das atividades da
construção, das edificações e seus subsistemas. Um sistema de água fria, por exemplo,
quando projetado e construído, deve possuir as pressões internas da tubulação compreendidas
em uma faixa de limites considerada aceitável pelo consenso, descrito na norma específica.


 
A normatização, na engenharia, é largamente utilizada como norte para definição de um
sistema com bom ou mau desempenho. A facilidade de quantificação e medição de parâmetros
colabora para a definição de um padrão usual que deve ser atendido pelos demais.

Com relação ao atendimento das necessidades dos usuários, Santos, 1993, descreve: “A
satisfação das necessidades do cliente é certamente o atributo mais difícil de ser oferecido.
Para ser materializado torna-se necessário identificar a percepção do cliente com relação ao
bem ou serviço a ser fornecido. Esta necessidade nem sempre faz parte das características
explicitas do produto e na maioria dos casos o próprio cliente não a apresenta como um
requisito, pois nem ele tem claramente como um requisito”.

Sobre o exposto, Juran, 1991, ainda define: ““A qualidade consiste nas características do
produto que vão de encontro às necessidades dos clientes e, dessa forma, proporcionam a
satisfação em relação ao produto”.

Realizando a mesma extrapolação conceitual para a engenharia civil, a qualidade medida sob
a ótica do usuário é percebida, por exemplo, pela adequação de um projeto de sistema ao que
o cliente deseja ou ao que o paciente de um hospital necessidade, o que não possui
necessariamente ligação com seu caráter normativo.

Outro aspecto notoriamente ligado à percepção do usuário aplicável às edificações se


configura na adequação das mesmas ao uso. Sobre este parâmetro, Santos ainda define: “A
adequação ao uso está associada à preocupação em oferecer algo que seja adequado a uma
finalidade sob o foco do cliente. A adequação ao uso pode não ser uma característica que faz
parte das necessidades do cliente em decorrência desta não ser do conhecimento do mesmo”.

Wernke apud Oakland, 1994, relata que “a noção de qualidade depende fundamentalmente da
percepção de cada um. O que tem qualidade para algumas pessoas pode não suprir as
necessidades de outras. Ou seja, o conceito de qualidade dependeria da percepção pessoal do
indivíduo”, fator intimamente ligado ao exposto.

Tendo em vista o relatado, pode-se dizer que qualidade não é algo facilmente tangível de
definição tendo em vista suas diversas nuances e a evolução histórica do conceito. Há que se
adequar a conceituação à prática procurando a definição que atenda de forma mais concisa ás
necessidades da aplicação. O tema, portanto, torna-se inerente a todas as esferas de atividade
da sociedade, incluindo-se neste grupo a construção de edificações onde se pode notar a
combinação de significados para o termo a fim de uma adequação prática ao segmento.

2.1 REFERÊNCIAS NORMATIVAS


 

O texto aqui presente faz referências a conceitos e definições presentes em normas e


regulamentos relacionados ao desempenho, confiabilidade, qualidade e manutenção em geral

10 
 
ou em edificações especificamente. Para facilidade de compreensão e referência, faz-se, a
seguir, relação dos textos normativos utilizados e sua caracterização divididos por tema.

Quadro 5: Relação de referências normativas utilizadas

1 – NORMAS REFERENTES À QUALIDADE E DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES
REFERÊNCIA  TÍTULO  DESCRIÇÃO 
Estabelece os requisitos e critérios de desempenho 
Edificações Habitacionais –  aplicáveis  às  edificações  habitacionais,  como  um 
NBR 15575‐1:2013  Desempenho Parte 1:  todo  integrado,  bem  como  a  serem  avaliados  de 
Requisitos Gerais  forma  isolada  para  um  ou  mais  sistemas 
específicos. 
descreve os fundamentos de sistemas de gestão da 
Sistemas de gestão da 
qualidade,  que  constituem  o  objetivo  da  família 
NBR ISO 9000:2005  qualidade ‐ Fundamentos 
ABNT  NBR  ISO  9000,  e  define  os  termos  a  ela 
e vocabulário 
relacionados. 
Confiabilidade e  define  os  termos  relacionados  com  a 
NBR 5462:1994 
Mantenabilidade  confiabilidade e mantenabilidade. 
Manutenção de 
edificações — Requisitos  estabelece  os  requisitos  para  a  gestão  do  sistema 
NBR 5674:2012 
para o sistema de gestão  de manutenção de edificações. 
de manutenção 
Define  diretrizes  e  parâmetros  para  realização  de 
IBAPE/SP:2011  Norma de Inspeção Predial 
inspeções em edificações 
2 – NORMAS REFERENTES A CONFORMAÇÃO DE SISTEMAS PREDIAIS HIDRÁULICOS E SANITÁRIOS 
REFERÊNCIA  TÍTULO  DESCRIÇÃO 
Edificações Habitacionais –
Estabelece os requisitos e critérios de desempenho 
Desempenho Parte 6: 
NBR 15575‐6:2013  que  aplicam‐se  ao  sistema  hidrossanitário  da 
Requisitos para sistemas 
edificação habitacional. 
Hidrossanitários 
estabelece  exigências  e  recomendações  relativas 
Instalações prediais de 
NBR 5626:1998  ao  projeto,  execução  e  manutenção  da  instalação 
água fria 
predial de água fria. 
estabelece as exigências e recomendações relativas 
Sistemas prediais de  ao  projeto,  execução,  ensaio  e  manutenção  dos 
NBR 8160: 1999  esgoto sanitário ‐ Projeto  sistemas  prediais,  de  esgoto  sanitário,  para 
e execução  atenderem às exigências mínimas quanto á higiene, 
segurança e conforto dos usuários 
fixa  as  exigências  necessárias  aos  projetos  das 
Instalações prediais de  instalações de drenagem de águas pluviais, visando 
NBR 10844:1989  águas pluviais ‐  a  garantir  níveis  aceitáveis  de  funcionabilidade, 
Procedimento  segurança,  higiene,  conforto,  durabilidade  e 
economia. 
Execução  estabelece  as  exigências  e  recomendaçãoes 
NBR 9574:2009 
de impermeabilização  relativas à execução de impermeabilização  
estabelece as exigências e recomendações relativas 
à seleção e projeto de impermeabilização, para que 
sejam atendidos os requisitos mínimos de proteção 
Impermeabilização –  da  construção  contra  a  passagem  de  fluidos,  bem 
NBR 9575:2010 
Seleção e Projeto  como  os  requisitos  de  salubridade,  segurança  e 
conforto  do  usuário,  de  forma  a  ser  garantida  a 
estanqueidade  das  partes  construtivas  que  a 
requeiram. 

Fonte: ABNT, 2015; IBAPE, 2011. (Adaptado)

11 
 
O primeiro grupo de normas do quadro descreve as referências utilizadas para definições
relacionadas à qualidade e desempenho de edificações, com fatores como descrição de
procedimentos de manutenção, inspeções e conceitos gerais de qualidade, confiabilidade e
mantenabilidade.

O segundo trata das instalações prediais hidráulicas sanitárias e requisitos de projeto e


execução para as mesmas, tendo em vista ser este o enfoque de aplicação do método
desenvolvido neste trabalho.

2.2 A TEORIA DA CONFIABILIDADE


 
Em sistemas complexos e produtos que demandem alta longevidade, tais como os realizados
pela construção civil, é inerente a necessidade de manutenção da qualidade de funcionamento
e da baixa recorrência de falhas súbitas aleatórias e imprevistas, que possam gerar danos
financeiros e sociais ao sistema.Desta forma, a probabilidade de ocorrência de uma falha que
prejudique parcial ou totalmente seu funcionamento deve ser minimizada através do
conhecimento e detenção de suas causas básicas.

A confiabilidade de um item, por definição, pode ser entendida como “a sua probabilidade de
desempenhar adequadamente o seu propósito especificado, por um determinado período de
tempo e sob condições ambientais pré-determinadas”. (Leemis apud Palomino et. al., 2012)
Um produto com alta confiabilidade seria, portanto, aquele que atende aos requisitos de
qualidade definidos para si pelo período e condições pré-determinadas.

A definição apresentada engloba diversos conceitos pertinentes ao desempenho de


edificações. Em primeira instância, a probabilidade de o item desempenhar adequadamente
seu propósito pode ser traduzida na ausência ou minimização de manifestações patológicas,
ou, em outras palavras, variabilidade do padrão de resposta da edificação no decorrer do uso
do mesma.

O período de tempo referido pode ser relacionado à vida útil do sistema. Por vida útil, entende-
se “tempo durante o qual um componente ou um sistema mantém a sua capacidade de
trabalho, fora do intervalo dos reparos, acima de um limite especificado (de rendimento, de
pressão, etc.)”. (Araújo & Câmara, 2010)

No caso de edificações, a NBR 15575, 2013, define vida útil em seu texto como o “período de
tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às atividades para as quais foram
projetados e construídos considerando a periodicidade e a correta execução dos processos de
manutenção”. Considera-se portanto, a vida útil das edificações como a capacidade de
utilização das mesmas assumindo-se manutenção adequada, dentro do especificado.

Com relação a condições ambientais pré-determinadas, o texto faz referência ao uso correto do
produto. Considerando que a normatização e os requisitos são criados em condições

12 
 
específicas, o desempenho deve ser comparável apenas considerando tais condições, sem
variabilidade ou exigências de uso acima do especificado.

Em caso de edificações, tais condições estão relacionadas ao uso adequado dos ambientes e
dos sistemas conforme especificado em projeto e da própria adequação do projeto, quando em
desenvolvimento, ao uso a que o edifício se destina.

A teoria da confiabilidade pode ser entendida, portanto, como a busca de otimização do


desempenho de produtos ou processos, traduzida na diminuição da periodicidade de falhas e
no aumento da manutenibilidade dos sistemas, ou seja do “grau de facilidade de um sistema,
elemento ou componente de ser mantido ou recolocado no estado no qual possa executar suas
funções requeridas, sob condições de uso especificadas” (ABNT NBR 15575, 2013), quando
houver necessidade de correção ou manutenção de suas partes.

A fim de que se produzam cada dia mais edifícios com alto teor de confiabilidade é necessário,
portanto, que os projetos possuam suas especificações de acordo com o uso final e este, por
sua vez, seja condizente com tais especificações. Além do exposto, deve-se aplicar uma rotina
periódica de manutenção, galgada na correção da parcela passível de ocorrência de defeitos
nos sistemas, dentro do previsto.

2.3 CARACTERIZAÇÃO DE DEFEITOS E FALHAS

Na esfera da confiabilidade, a norma brasileira 5462 – Confiabilidade e Mantenabilidade, que


trata do tema, define que defeito pode ser entendido como “Qualquer desvio de uma
característica de um item em relação aos seus requisitos”. (ABNT, 1994).

Em outras palavras, defeitos são encarados como variabilidade de um produto ou processo


diante de seu padrão pré estabelecido, podendo ou não significar impedimento de
funcionamento do sistema.

A exemplo, um defeito pode ser encarado como um vazamento em acessório sanitário: o uso
da peça é prejudicado e seu desempenho não corresponde ao padrão de uso, porém o
vazamento não compromete o sistema, que ainda pode ser utilizado.

A norma também classifica os defeitos quanto à sua criticidade, conforme quadro a seguir.

13 
 
Quadro 6: Caracterização dos tipos de defeitos segundo NBR 5462 – Mantenabilidade
e Confiabilidade

TIPO  DESCRIÇÃO

Defeito  que  provavelmente  resultará  em 


condições  perigosas  e  inseguras  para  pessoas, 
Defeito crítico 
danos  materiais  significativos  ou  outras 
consequências inaceitáveis. 
 

Defeito  que  não  tem  grandes  consequências 


Defeito não‐crítico 
perigosas para os usuários ou o próprio sistema. 
 

Defeito  que  provavelmente  resultará  em  uma 


Defeito maior  falha ou reduzirá substancialmente a utilização do 
item para o fim a que se destina 

Defeito que não oferece alto risco de redução da 
Defeito menor 
utilização do item para seu fim. 
 

Fonte: NBR 5462, 1994 (adaptado).

Tendo em vista o exposto, um defeito pode ser considerado crítico e menor quando representar
riscos aos usuários e danos ao sistema, mas não diminuir seu desempenho. Da mesma forma,
o defeito é considerado crítico e maior se, ao mesmo tempo, oferecer riscos e culminar em
colapso de utilização.

Analogamente, o defeito pode ser classificado como não-crítico e maior se não apresentar
consequências perigosas ao sistema ou usuário, mas culminar em colapso ou inutilidade de
determinada parte do mesmo. Quando for tratado como não-crítico menor, caso em que se
apresenta menor risco, o defeito não oferece grande possibilidade de diminuição do
desempenho em uso nem oferece perigo ao usuário.

Do ponto de vista das falhas, estas podem ser caracterizadas como “término da capacidade de
um item desempenhar a função requerida”. (ABNT, 1994). Falha pode, então, ser considerada
a inutilização do sistema ou de uma parte deste ocasionada pelo desvio do padrão de uma
parte deste.

Como exemplo, pode-se considerar a inutilização de um vaso sanitário devido ao seu


entupimento. Neste caso, a falha constitui-se também como um defeito de caráter funcional.
Um vazamento pode ser considerado uma falha se for classificado como maior e crítico e
interromper o abastecimento de água em algum ponto de consumo do sistema predial.

14 
 
As falhas podem ser classificadas segundo sua criticidade, tipologia, origem, momento em que
ocorre ou efeitos que causa ao sistema, dependendo dos critérios utilizados para sua definição,
como demonstra o quadro.

Quadro 7: Classificação dos tipos de Falhas segundo NBR 5462 - Mantenabilidade e


Confiabilidade

CLASSIFICAÇÃO DA FALHA  DEFINIÇÃO EXEMPLO 


Falha que provavelmente 
Lançamento de concreto 
resultará em condições perigosas 
resulta em um fck muito 
Crítica  e inseguras para pessoas, danos 
abaixo do projetado para 
materiais significativos ou outras 
1 – QUANTO À  uma nova edificação 
consequências inaceitáveis. 
CRITICIDADE 
Falha que não possui grandes  Instalação equivocada de 
possibilidades de gerar efeitos  uma peça sanitária abaixo 
Não‐Crítica 
perigosos aos usuários ou ao  ou acima do nível alocado 
sistema.  em projeto 
Falha de um item que não é  Quebra e trincamento de 
Primária  causada direta ou indiretamente  revestimento por sobre 
pela falha ou pane de outro item.  carga de utilização 
Falha de um item causada direta  Queima de lâmpada 
Secundária  ou indiretamente pela falha ou  incandescente devido à 
pane de outro item.  queda repentina de energia 
2 – QUANTO À  Falha relacionada de um modo 
TIPOLOGIA  determinístico a uma certa causa, 
que somente pode ser eliminada  Pressão de serviço de ponto 
por uma modificação do projeto,  de consumo em sistema de 
Sistemática 
do processo de fabricação, dos  água fria abaixo do definido 
procedimentos operacionais, da  por norma. 
documentação ou de outros 
fatores relevantes. 
Falha devida à aplicação de 
Quebra e trincamento de 
Por uso  solicitações além dos limites 
revestimento por sobre 
incorreto  especificados ou a erros de 
carga de utilização 
instalação ou operação. 
Descolamento de lavatório 
Falha causada por manuseio 
por pressão do usuário 
Por manuseio  incorreto ou falta de cuidado 
quando este se apóia no 
com o item. 
mesmo 
Falha devida a uma fragilidade no 
próprio item, quando submetido  Rachadura em conexão 
Por fragilidade 
a solicitações previstas nas  quando torneira é fechada 
3 –QUANTO À  especificações 
ORIGEM  Falha de um item devida a  Locação equivocada de 
De projeto 
projeto inadequado  peças sanitárias 
Curto circuito em sistema de 
Falha de um item devida à não‐
iluminação devido à sobre 
conformidade da fabricação com 
De fabricação  carga do circuito com 
o projeto ou com os processos de 
subdimensionamento da 
fabricação especificados. 
fiação 
Falha que resulta de mecanismos 
Perda de aderência de 
de deterioração inerentes ao 
Por  revestimento de parede 
item, os quais determinam uma 
deterioração  devido à vida útil 
taxa de falha instantânea 
ultrapassada 
crescente ao longo do tempo. 

15 
 
Qualquer falha cuja causa ou 
Falta de abastecimento de 
mecanismo faça com que seu 
energia elétrica devido a um 
Aleatória  instante de ocorrência se torne 
desastre natural na rede de 
imprevisivel, a não ser no sentido 
distribuição 
probabilístico ou estatístico. 
4 –QUANTO À 
Falha que não poderia ser 
OCORRÊNCIA  Falta de abastecimento de 
Repentina  prevista por um exame anterior 
energia elétrica 
ou monitoração. 
Falha devida a uma mudança 
Gradual  gradual com o tempo de dadas  Recalque diferencial 
características de um item. 
Falha repentina que resulta na  Falta de abastecimento de 
incapacidade completa de um  energia elétrica devido a um 
Catastrófica 
item desempenhar todas as  desastre natural na rede de 
funções requeridas.  distribuição 
Falha que deve ser considerada 
na interpretação dos resultados  Slump do concreto ensaiado 
Relevante  operacionais ou de ensaios, ou  acima do esperado para um 
no cálculo do valor de uma  elemento estrutural 
medida de confiabilidade. 
Falha a ser desconsiderada na 
Falta de conformidade em 
interpretação dos resultados 
5 – QUANTO  peças de tubulação em 
Irrelevante  operacionais ou de ensaios, ou 
AOS EFEITOS  análise de determinação de 
no cálculo do valor de uma 
fissuras nas mesmas 
medida de confiabilidade 
Falha que resulta na 
incapacidade do item  Vazamento ativo em 
Parcial 
desempenhar algumas, mas não  torneira 
todas, funções requeridas. 
Por  Falha que é simultaneamente  Ferrugem de tubulação de 
degradação  gradual e parcial.  aço carbono 
Falha caracterizada pelo fato de o  Rompimento de tubulação 
Completa  item não conseguir desempenhar  de abastecimento de água 
nenhuma das funções requeridas  de uma região  

Fonte: ABNT, 1994 (Adaptado)

O quadro evidencia o caráter amplo de tipos e classificações que as falhas podem assumir. É
notório ainda que uma mesma falha pode se enquadrar em mais de uma classificação,
dependendo da avaliação da mesma. A exemplo, a falta de abastecimento de energia elétrica é
ao mesmo tempo uma falha repentina e completa, uma vez que ocorre sem previsão e
interrompe as atividades do sistema de instalações elétricas como um todo, impossibilitando
utilização de equipamentos, iluminação e outros elementos dependentes do mesmo.

2.4 MANUTENÇÃO: UM ITEM BASILAR AO DESEMPENHO DE


PRODUTOS E PROCESSOS
 

Segundo a NBR 5674 – Manutenção de Edificações: Procedimento, as edificações “são


construídas para atender seus usuários por muitos anos, e ao longo deste tempo de serviço

16 
 
devem apresentar condições adequadas ao uso que se destinam, resistindo aos agentes
ambientais e de uso que alteram suas propriedades técnicas iniciais”. (ABNT,1999).

O edifício pode ser também entendido como o objeto final de um processo produtivo o qual
deve ser galgado na busca constante pela qualidade e otimização tanto em sua fase de
produção quanto nas etapas sucessoras à construção e que se refletem no pouco
aproveitamento da mesma pelo usuário e sua deterioração precoce, com diminuição do tempo
de vida e consequentes perdas financeiras, sociais e ambientais para os grupos envolvidos
direta ou indiretamente com o mesmo.

Sobre o relatado, a NBR 5674 ainda afirma: “É inviável sob o ponto de vista econômico e
inaceitável sob o ponto de vista ambiental considerar as edificações como produtos
descartáveis, passíveis da simples substituição por novas construções quando seu
desempenho atinge níveis inferiores ao exigido pelos seus usuários”. (ABNT,1999).

Considerando o caráter duradouro das edificações, pode-se aferir que um dos processos-
chave da qualidade a que estas se prestam envolve a manutenção das mesmas. Sobre tal
fator, a NBR 5674 completa: “Isto exige que se tenha em conta a manutenção das edificações
existentes, e mesmo as novas edificações construídas, tão logo colocadas em uso, agregam-
se ao estoque de edificações a ser mantido em condições adequadas para atender as
exigências dos seus usuários”. (ABNT,1999).

Segundo estudo realizado pela Câmara de Inspeção Predial do IBAPE/SP, 66% dos incidência
de acidentes prediais de qualquer natureza são causados por falhas na manutenção da
edificação ou uso indevido, contra 34% provenientes essencialmente de anomalias ou erros
construtivos e de projeto, como demonstra figura a seguir.

34%

66%

Falha de Manutenção e Uso Anomalia Construtiva

Figura 1: Distribuição da incidência dos acidentes prediais por tipo de origem.


Fonte: Pujadas Et. Al. 2012 (Adaptado)

17 
 
A partir do exposto, pode-se mensurar a importância da manutenção das edificações em seu
desempenho durante a vida útil. Faz-se, necessário, portanto, que este processo seja
planejado, controlado e otimizado, a fim de que se manifestem menos patologias nos edifícios
e estes tornem-se mais seguros para os usuários e menos dispendiosos para os proprietários.

2.4.1 HISTÓRICO DO CONCEITO DE MANUTENÇÃO


 

Para garantir a adequação das edificações ao uso, a manutenção atualmente configura-se


como um instrumento de gestão que deve ser encarado com visão estratégica, ou seja,
planejado, previsto e bem executado em todas as suas diretrizes. A missão da manutenção
nos dias de hoje e para o futuro, segundo Kardec, 2001, é, desta forma, “garantir a
disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender a um processo
de produção e preservação do meio ambiente com confiabilidade, segurança e custo
adequados”.

O tripé confiabilidade, segurança e custo descrito acima, quando ajustado de forma satisfatória,
garante que o sistema funcione com o mínimo de retrabalho de adequação, ao mesmo tempo
que atende aos requisitos técnicos aplicáveis ao mesmo e demonstra satisfação do usuário
quanto ao seu desempenho.

Contudo a visão sistêmica atual tomada como mais acertada para o processo nem sempre fora
norteadora das ações relacionadas ao desempenho das edificações nas diversas etapas de
seu ciclo de vida.

Segundo Kardec&Nascif, 2001, o histórico de manutenção predial passa por três fases
distintas, cada uma representativa de um período e uma corrente de pensamento característica
com relação à expectativa perante o exercício da manutenção e as técnicas empregadas.

A denominada Primeira Geração é característica do período compreendido entre o início dos


anos 30 e a Segunda Guerra Mundial, quando havia majoritariamente indústria pouco
mecanizada e equipamentos simples e superdimensionados, o que, aliado à economia,
colocava a produtividade em segundo plano, o que dispensava a sistematização da
manutenção, a qual era feita fundamentalmente de forma corretiva (reparos após a
danificação).

18 
 
Figura 2: Evolução temporal da manutenção.
Fonte: Moubray apud Baran, 2011

A Segunda Geração, compreendida entre a Segunda Guerra Mundial e os anos 60


acompanhara forte aumento da mecanização devido ao aumento da demanda por produtos e
queda do contingente de mão-de-obra devido à guerra. Conceitos como disponibilidade e
confiabilidade são colocados à frente na busca de produtividade industrial gerando os
primórdios do conceito de manutenção preventiva como solução produtiva.

A Terceira e última geração, por fim, a partir da década de 70, acompanhou o desenvolvimento
tecnológico acelerado do período traduzido em maior automação e mecanização dos
processos, o que colocou confiabilidade e disponibilidade como pontos-chave em diversos
setores, incluindo gerenciamento da produção e administração de edificações. Tal evolução fez
imprescindível a manutenção preditiva como forma essencial.

2.4.2 CLASSIFICAÇÃO DA MANUTENÇÃO


 

A evolução do conceito de manutenção é evidente também na definição da política de


manutenção a ser aplicada. Ainda segundo Kardec&Nascif, 2001, existem diversos segmentos
de manutenção dependendo do objeto, modo de ação, etc, mas todos se enquadram em tipos
principais de manutenção, os quais podem ser condensados em: manutenção corretiva
(planejada e não planejada), manutenção preventiva, manutenção preditiva e manutenção
detectiva.

O primeiro tipo, manutenção corretiva, é direcionado para a correção de falhas ou defeitos já


manifestados através da variabilidade de desempenho de um equipamento ou processo diante
de seu padrão ou da inibição de seu uso. Kardec&Nascif, 2001 relatam: “Manutenção corretiva
é a atuação para a correção da falha ou do desempenho menor que o esperado”.

19 
 
Do ponto de vista industrial, Kardec&Nascif, 2001, define:

“A lógica da gerência em manutenção corretiva é simples e direta: quando uma máquina


quebra, conserte-a. Este método (“Se não está quebrada, não conserte”) de manutenção
de maquinaria fabril tem representado uma grande parte das operações de manutenção
da planta industrial, desde que a primeira fábrica foi construída. Uma planta industrial
usando gerência por manutenção corretiva não gasta qualquer dinheiro com manutenção,
até que uma máquina ou sistema falhe em operar”.

A extrapolação para outras áreas de conhecimento pode ser realizada e evidencia o caráter
momentâneo da manutenção corretiva. Em síntese, para que se manifeste a atividade de
manutenção, deve-se ter a percepção do desempenho deficiente e a ocorrência comprovada
da falha.

A manutenção corretiva pode ser dividida em duas classes, como ainda relatam Kardec
&Nascif, 2001: não planejada e planejada. A manutenção corretiva não planejada é “a correção
da falha de maneira aleatória”. Ou seja, não se possui controle de incidência de falhas nem
quando estas podem ocorrer, há apenas a ação depois de consumado o fato.

A manutenção corretiva planejada pode ser entendida como a “correção do desempenho


menor que o esperado ou da falha, por decisão gerencial, isto é, pela atuação em função de
acompanhamento preditivo ou pela decisão de operar até a quebra” (Kardec &Nascif, 2001).

Em outras palavras, a correção planejada engloba situações em que há um certo controle da


ocorrência de falhas e já se sabe em quais momentos há maior incidência e, ainda que se tome
a decisão pelo funcionamento do equipamento até a quebra, o conhecimento prévio da falha
permite que haja um planejamento da ação corretiva no momento em que esta for necessária.

A manutenção preventiva, em outra instância, “é  a  atuação  realizada  para  reduzir  ou  evitar 

falhas  ou  queda  no  desempenho,  obedecendo  a  um  planejamento  baseado  em  Intervalos 
Definidos de tempo.” (Kardec &Nascif, 2001). 

Inversamente à lógica da correção, a prevenção busca evitar que as falhas ou defeitos


ocorram, e não consertá-los após a ocorrência. É baseada na periodicidade de inspeção e
reparo, que por sua vez é definida segundo diversos fatores. No caso de elementos com vida
útil estimada, a periodicidade da manutenção preventiva pode obedecer um cronograma que
contemple a avaliação e correção de desempenho conforme estipulado pela durabilidade do
equipamento ou produto.

A periodicidade, contudo, não é fator infalível para a erradicação de falhas e defeitos.


Obviamente, por se tratar de uma previsão muitas vezes baseada em probabilidade, entre duas
manutenções preventivas programadas pode ocorrer uma falha e, oportunamente, a
necessidade de realização de manutenção corretiva não planejada.

20 
 
A manutenção preditiva, neste aspecto, atua como uma quebra do paradigma de que para a
realização do controle e correções, a produção ou o uso do equipamento ou produto deve ser
interrompida (caso da correção e prevenção descritas anteriormente). Kardec &Nascif, 2001,
definem: “Manutenção preditiva é a atuação realizada com base na modificação de parâmetro
de condição ou desempenho, cujo acompanhamento obedece uma sistemática”.

Outra definição do termo é demonstrada pela NBR 5462, que descreve Manutenção preditiva
como aquela que “permite garantir uma qualidade de serviço desejada, com base na aplicação
sistemática de técnicas de análise, utilizando-se de meios de supervisão centralizados ou de
amostragem, para reduzir ao mínimo a manutenção preventiva e diminuir a manutenção
corretiva”. (ABNT, 1994).

Em termos de aplicação na indústria, Almeida, 2000, relata:

“A premissa da manutenção preditiva é que o monitoramento regular das condições


mecânicas reais das máquinas, e do rendimento operativo dos sistemas de processo,
assegurarão o intervalo máximo entre os reparos. Ela também minimizará o número e o
custo das paradas não programadas criadas por falhas da máquina, e melhorará a
disponibilidade global das plantas operacionais”.

Em outras palavras, aplica-se um sistema de acompanhamento do desempenho do produto


analisado com este em funcionamento contínuo. Quando é observada variabilidade ou queda
segundo o parâmetro medido, realiza-se a tomada de decisão sobre intervenção ou não,
culminando na aplicação de uma das outras formas descritas, a manutenção preventiva ou a
manutenção corretiva planejada.

É o caso do sistema de monitoramento de túneis, por exemplo. Pelizza apud Neto, 2000 relata
que o monitoramento é utilizado para “controlar o comportamento do maciço durante o avanço
do túnel, paraverificar a condição de segurança dostrabalhos em profundidade e em superfície,
e intervir com medidas apropriadas, tão logo sejam detectadas condições anômalas ou
perigosas”.

Ou seja, aplica-se método preditivo seguido de tomada de decisão para intervenção ou não no
sistema perante uma mudança de comportamento imprevista que pode, então, ser controlada.

Por último, a manutenção detectiva pode ser definida como a “atuação efetuada em sistemas
de proteção buscando detectar falhas ocultas ou não perceptíveis ao pessoal de operação e
manutenção” (Kardec &Nascif, 2001).

A detecção em manutenção caracteriza-se, portanto, da utilização da predição combinada com


instrumentação para percepção de falhas ocultas em sistemas complexos. Constitui-se de um
sistema de predição automatizado, que pode, por exemplo, ser projetado nos próprios
equipamentos.

21 
 
A figura a seguir explicita a relação entre os tipos descritos de manutenção.

MANUTENÇÃO

CORRETIVA NÃO  CORRETIVA 
PREVENTIVA PREDITIVA DETECTIVA
PLANEJADA PLANEJADA

Figura 3: Tipos de Manutenção e sua relação.


Fonte: Kardec &Nascif, 2001 (Adaptado)

2.4.3 O CONCEITO DE DISPONIBILIDADE


 

Considerando a objetivação de aumento da sua eficácia, torna-se inerente a produtos e


processos a necessidade de otimização de custos e aprimoramento dos serviços tanto em sua
produção quanto nas atividades que compõem sua vida útil, incluindo-se nesta a manutenção.
Para tal, há que se garantir aumento da confiabilidade do item, bem como de sua
disponibilidade.

Segundo a NBR 5462, disponibilidade pode ser descrita como:

“Capacidade de um item estar em condições de executar uma certa função em um dado


instante ou durante um intervalo de tempo determinado, levando-se em conta os
aspectos combinados de sua confiabilidade, mantenabilidade e suporte de manutenção,
supondo que os recursos externos requeridos estejam assegurados”. (ABNT, 1994).

A disponibilidade está intrinsecamente ligada à diminuição da probabilidade de falhas e


defeitos na medida em que, com o aumento da capacidade de um item executar uma função
entende-se que este estará menos suscetível a problemas. Por sua vez, tais características
levam a uma diminuição com custos durante a vida útil do mesmo, uma vez que, aumentados
os fatores expostos, diminui a necessidade de reparos e, por consequência, os gastos
periódicos.

O aumento da disponibilidade dos sistemas está intrinsecamente ligado ao bom funcionamento


de um sistema de manutenção efetivo, na medida em que as atividades de reparos e
prevenção de problemas aumenta a confiabilidade dos sistemas.

22 
 
2.5 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES
 

Segundo dicionário etimológico da língua portuguesa, o termo patologia é determinado como o


“estudo, tratado das doenças como distúrbios funcionais” (Bueno, 1968). Analogamente, numa
edificação, patologia corresponderia ao estudo e tratamento dos distúrbios de funcionamento
da mesma, ou seja, de anomalias em seus diversos sistemas.

“Patologia das construções é definida como o tratamento sistemático dos defeitos das
construções, suas causas, consequências e seus remédios”. (CIB Report, 1993).

Patologia das edificações condensa-se, como demonstrado, não só como a denominação das
manifestações de falhas e defeitos dos edifícios, mas também como uma ciência que busca o
aprimoramento do desempenho das edificações através do tratamento de seus problemas,
fator tal que é conseguido com a busca de maior conhecimento sobre os sistemas e
subsistemas da edificação, bem como uma visão adequada do todo. Sobre o exposto, Watt,
2007, define:

“Patologia das construções, tanto como termo quanto como conceito geral, está se
tornando largamente utilizado para definir uma abordagem holística para compreensão
das construções. Tal abordagem requer um conhecimento detalhado de como os
edifícios são desenhados, construídos, usados e modificados, e os vários mecanismos
pelos quais suas condições materiais e ambientais podem ser afetadas. É, por
necessidade, uma abordagem interdisciplinar e requer um reconhecimento mais amplo
dos meios os quais edifícios e pessoas reagem ao outro”.

Em outras palavras, o controle de desempenho de uma edificação em sua vida útil está
intrinsecamente ligado ao conhecimento detalhado de suas partes e, através delas, do sistema
como um todo. Não cabe, desta forma, o paradigma adotado para a manutenção corretiva
pura, galgado no combate às manifestações existentes sem controle e previsão das potenciais.

As patologias, enquanto tratadas na esfera da confiabilidade, podem ser manifestar como


falhas ou defeitos de peças e partes de subsistemas prediais, possuindo caráter de
degradação ou inutilização destes sistemas.

Suas causas possuem diversas origens, dependendo da etapa da vida da edificação. Sem em
projeto, as patologias são denominadas congênitas; se durante a construção da edificação, se
denominam construtivas; em sua vida útil de utilização, recebem o nome de adquiridas,
podendo ainda ser acidentais, em caso de se manifestarem por algum fenômeno atípico, uma
catástrofe natural, por exemplo. Pedro apud Miotto et.al., 2010, define tais manifestações
segundo sua origem, conforme quadro a seguir.

23 
 
Quadro 8: Tipos de patologias prediais segundo sua origem

TIPO DESCRIÇÃO
 
Surgem ainda na fase de projeto, e ocorrem pela falta de observação 
das  Normas  Técnicas,  também  por  falhas  e  descuidos  dos 
Congênitas
profissionais,  que  acabam  tendo  como  consequência  falhas  no 
detalhamento e execução inadequada das construções. 

 
O surgimento dessas patologias está relacionado à etapa de execução 
da obra, e tem ocorrência no emprego de mão‐de‐obra desqualificada, 
Construtivas
materiais  não  certificados  e  ausência  de  metodologia  para  execução 
dos serviços 

 
Aparecem  durante  a  vida  útil  da  edificação  e  são  causadas  pela 
Adquiridas
exposição ao meio em que se inserem 

 
São  as  patologias  causadas  pela  ocorrência  de  algum  fenômeno 
Acidentais
atípico, resultado de uma solicitação incomum. 

Fonte: Pedro apud Miotto, 2010 (Adaptado).

Com relação às definições apresentadas pela NBR 5462, pode-se associar a classificação
acima à apresentada anteriormente para falhas e defeitos, tendo em vista o caráter dos efeitos
e influência da manifestação na utilização dos sistemas e sobre seus usuários.

A exemplo, uma manifestação patológica congênita pode ser caracterizada como uma
sistemática de projeto, na medida em que se origina nas fases iniciais do empreendimento e
pode ter caráter determinístico, ou seja, não pode ser consertada após a execução, apenas na
fase de projeto.

Em contrapartida, uma manifestação patológica adquirida pode ser caracterizada como falha
por uso incorreto, manuseio ou deterioração, dependendo do agente causador da mesma
quando em utilização. Se o usuário for o responsável, pode-se relacionar a patologia adquirida
como de uso incorreto; se além do usuário, houver a contribuição de equipes de manutenção e
outros, pode-se relacioná-la ao manuseio ou, em caso de causas relacionadas à vida útil do
material, à deterioração.

Outra classificação possível relaciona que as origens das patologias são devidas a projeto,
execução, material ou outras diversas, englobando-se neste último grupo patologias adquiridas
e acidentais.

Com relação à representatividade de cada tipo no total de manifestações patológicas


percebidas em edificações, Granato faz apanhado bibliográfico condensado na figura a seguir.

24 
 
80%
%

70%
%

60%
%

50%
%
PROJETTO
40%
% MATER
RIAIS

30%
% EXECUÇ
ÇÃO
OUTRA
AS
20%
%

10%
%

0%
%
1 2 3 4 5 6 7 8

FONTE  PROJETO MATERIAIS EXECUÇÃO


O  OUTRASS 
1  Edw
ward Grunau  44%  18%  28%  10% 
2  CSTC
C (Bélgica)  46%  15%  22%  17% 
3  FAAP (Brasil)  18%  6%  52%  24% 
4  BREA
AS (Reino Unido)  58%  12%  35%  11% 
5  ENR  (EUA)  9%  6%  75%  10% 
6  SIA ((Suíça)  46%  0%  44%  10% 
7  Jean
n Blétov (Françça)  35%  0%  65%  0% 
8  LEM
MIT (Venezuelaa)  19%  5%  57%  0% 
MÉDIA  31%  7%  42%  9% 

gura 4: Leva
Fig antamento bibliográfic
co sobre causas de pattologias em
m edificaçõe
es.
Fonte: Grannato, 2002 (Adaptado)
( .

e-se notar, pelo


Pode p exposto,, que a gran
nde maioria de manifesttações patoló
ógicas levan
ntadas
peloss estudos apresentados reunidos
r pelo autor cond
densam-se em
e projeto (3
31%) ou execução
(42%
%). A manute
enção se con
nfigura esse
encial neste aspecto na medida em que tais errros de
projeto e execu
ução possam ser percebidos e sanados, culminando
c na melhoria de
desempenho da edificação
e co
om o uso.

nto aos subsistemas com


Quan mponentes da es, as patologias são mais frequentem
as edificaçõe mente
obserrvadas em sistemas
s hidráulicos e sa
anitários, seg
guidos de pa
aredes de ve
edação, con
nforme
demo
onstra levantamento do Secovi, SP
P da figura seguinte, onde
o as manifestações estão
orden
nadas de forma decresce
ente tanto no
o gráfico qua
anto na legen
nda.

25 
 
45%
%

40%
% Hidrááulica
35%
% Pared
des
Impermeabilização
o
30%
%
Esquaadria de Madeeira
25%
% Esquaadria de Alum
mínio
20%
% Diverrsos
Elétrica
15%
%
Azuleejos
10%
%
Piso ccerâmico
5%
% Forro
o de gesso
Márm
mores
0%
%
Média Mundiial (%)
 

Figura 5: Distribuição
o das patoloogias por su
ubsistema.
Fonte: Se
ecovi, SP (Adaptado)

Quan nifestações patológicas passíveis de ocorrência em e


nto às man edificações, estas
geralmente são
o condensadas, ndo
segun Lima apud Santtos, 2010 em: fissurração;
desag
gregações; deslocament
d tos; falhas de
d concretag
gem; deforma
abilidade exccessiva; manchas
de umidade;
u bo
olor e outrros microorrganismos; eflorescênciias; mal fu
uncionamentto de
esqua
adrias; vibração excessivva; problema
as de ventilaç
ção e mudan
nças de coloração.

Nota--se, pela enu


umeração, que
q diversas das manifestações apre
esentadas re
elacionam-se
e com
umida
ade, como no
n caso de eflorescência
e as, microorga
anismos e machas
m ou prrojeto inadeq
quado,
como
o o caso de vibração
v e ve
entilação.

2.6 ENGENHARIA DIAGNÓS


D TICA EM EDIFICA
AÇÕES:
PROCEDIMENTOOS DE INVESTIGAAÇÃO DEE PATOLO
OGIAS

Visan
ndo o comba
ate à ocorrê
ência de pato
ologias e o aumento da confiabilida
ade e durabilidade
dos subsistemass das edificcações, e, por
p consequ
uência, de sua vida ú
útil, a engen
nharia
nóstica se fa
diagn az inerente à utilização de
d qualquer edifício.
e Eng
genharia diag
gnóstica, seg
gundo
Gomide, 2009, co
omo “a arte de
d criar açõe
es proativas,, por meio de
e diagnóstico
os, prognósticos e
presccrições técniccas, visando
o a qualidade
e total”.

Como
o qualidade total, Gomid
de ainda rela
ata ser relacionada à “açção proativa de conhecim
mento
da ve
erdade do fa
ato para elim
minação de anomalias, melhora
m da prrodutividade e implantaç
ção de

26 
 
novidades nos produtos”.Em outras palavras, engenharia diagnóstica pode ser caracterizada
como a aplicação de ferramentas de controle e combate à ocorrência de anomalias nas
construções visando aumento da confiabilidade dos sistemas e, por consequência, de seu
desempenho em uso.

Para tanto, deve-se fazer valer de técnicas de manutenção baseadas em otimização de


trabalho e custos, que tenham resultados efetivos na eliminação dos problemas. Relacionando
conceitos apresentados anteriormente, Gomide, 2009 ainda define em seu texto, os requisitos
para obtenção da denominada qualidade predial relacionados à manutenção, condensados no
quadro a seguir.

Quadro 9: Exigências de manutenção predial efetiva

EXIGÊNCIAS DE MANUTENÇÃO
 
Disponibilidade como função da manutenção satisfatória, em prazo determinado; 
Confiabilidade como funcionamento sem falha em período determinado;
Manutenabilidade como facilidade com que se efetuam reparos e outras atividades da manutenção;
Custo baixo; 
Segurança e proteção ao meio ambiente.
 
 
Fonte: Gomide, 2009.

Para a garantia das exigências expostas e por, consequência, execução de manutenção bem
elaborada, a detecção dos problemas constitui-se como fator preponderante para o processo,
na medida em que, através da análise do existente, podem-se desenvolver planos de ação
corretiva e prevenções para futuros, realizando uma manutenção baseada na predição como
ferramenta.

Na esfera das ferramentas da Engenharia Diagnóstica, caracterizam-se os procedimentos


técnicos investigativos, de caráter progressivo: vistorias, inspeções, auditorias, perícias e
consultas. Cada uma das ferramentas é descrita a seguir.

Quadro 10: Definição dos procedimentos de investigação em edificações

PROCEDIMENTO  DESCRIÇÃO
Vistoria  Constatação  técnica  de  determinado  fato,  condição  ou  direito  relativo  a  uma 
edificação, mediante verificação “in loco” 
Inspeção  Análise técnica de fato, condição ou direito relativo a uma edificação 
Auditoria  Atestamento, ou não, de conformidade de um fato, condição ou direito relativo 
a uma edificação 
Perícia  Determinação da origem, causa e mecanismo de ação de um fato, condição ou 
direito relativo a uma edificação. 
Consultoria  Prognóstico  e  prescrição  técnica  a  respeito  de  um  fato,  condição  ou  direito 
relativo a uma edificação. 
 
Fonte: Gomide, 2009 (Adaptado)

27 
 
Dentro do relatado, pode-se considerar que a progressão ocorre na medida de aumento da
complexidade das ações. Enquanto a vistoria trata apenas de constatação da existência de um
fato, a inspeção faz a análise técnica do mesmo. Auditoria, perícia e consultoria são atividades
mais ligadas a terceiros ou a avaliações de determinadas áreas de um empreendimento, tendo
seus resultados como alimentação para análises de conformidade e desempenho, por
exemplo. Vistorias e inspeções possuem ainda caráter de auxílio na definição de planos de
manutenção e a vistoria ainda pode ser considerada parte integrante de uma inspeção.

Sobre o exposto, a NBR 5674 define, ainda, inspeção como “Avaliação do estado da edificação
e de suas partes constituintes, realizada para orientar as atividades de manutenção.” (1999).

Pelo relatado, pode-se enfatizar o caráter de importância de vistorias e inspeções como


ferramentas de gestão da manutenção predial interna a uma edificação. A busca de uma
predição com relação às ações de manutenção deve ser realizada para garantia de otimização
desta atividade, como relatado.

2.6.1 NORMA DE INSPEÇÃO PREDIAL IBAPE/SP 2011


 

A Norma de Inspeção Predial do IBAPE/SP configura-se como ferramenta útil na determinação


de um roteiro para a realização de vistorias e inspeções de caráter detectivo em edificações e
seus subsistemas.

A referida norma define que as inspeções podem ser, inicialmente classificadas segundo o
nível de avaliação a ser realizado em três grupos: 1, 2 e 3.

O nível 1, básico, é relatado como:

“Identificação das anomalias e falhas aparentes, elaborada por profissional habilitado”.

O nível 2 é definido como:

“Vistoria para a identificação de anomalias e falhas aparentes eventualmente


identificadas com o auxilio de equipamentos e/ou aparelhos, bem como análises de
documentos técnicos específicos, consoante à complexidade dos sistemas construtivos
existentes.”

O terceiro nível, por sua vez é definido:

“Equivalente aos parâmetros definidos para a inspeção de NÍVEL 2, acrescida de


auditoria técnica conjunta ou isolada de aspectos técnicos, de uso ou de manutenção
predial empregada no empreendimento, além de orientações para a melhoria e ajuste
dos procedimentos existentes no plano de manutenção.”

Desta forma, a inspeção predial relatada pelo IBAPE relaciona os conceitos apresentados pelo
quadro 7 em menor ou maior escala, dependendo dos objetivos da atividade.

28 
 
Como critério para a elaboração dos laudos resultados da inspeção, a norma define que este
se baseia no grau de risco oferecido aos usuários e à própria edificação para cada
manifestação patológica.

Sobre as manifestações patológicas detectadas, a norma sugere uma classificação análoga à


definida pela NBR 5674, descrita no quadro a seguir. O termo patologia, no caso, é
caracterizado como anomalia. A norma ainda encara falhas como problemas no sistema de
manutenção da edificação.

Quadro 11: Classificação de Anomalias e Falhas segundo norma de Inspeção Predial


IBAPE/SP

CLASSIFICAÇÃO DAS ANOMALIAS
TIPO  DEFINIÇÃO
Endógena  Originaria da própria edificação (projeto, materiais e execução). 
Exógena  Originaria de fatores externos a edificação, provocados por terceiros.
Natural  Originaria de fenômenos da natureza (previsíveis, imprevisíveis). 
Funcional  Originaria do uso.
CLASSIFICAÇÃO DAS FALHAS
TIPO  DEFINIÇÃO
Decorrentes  de  falhas  de  procedimentos  e  especificações 
inadequados  do  plano  de  manutenção,  sem  aderência  a  questões 
De planejamento 
técnicas,  de  uso,  de  operação,  de  exposição  ambiental  e, 
principalmente, de confiabilidade e disponibilidade das instalações 
Associada  à  manutenção  provenientes  de  falhas  causadas  pela 
De execução  execução  inadequada  de  procedimentos  e  atividades  do  plano  de 
manutenção, incluindo o uso inadequado dos materiais. 
Relativas  aos  procedimentos  inadequados  de  registros,  controles, 
Operacionais 
rondas e demais atividades pertinentes. 
Decorrentes  da  falta  de  controle  de  qualidade  dos  serviços  de 
Gerenciais  manutenção, bem como da falta de acompanhamento de custos da 
mesma. 

Fonte: IBAPE/SP, 2011.

Quanto ao risco avaliado para cada manifestação patológica, este é definido pelo IBAPE como
segundo os níveis: Crítico, Regular e Mínimo.

O risco Crítico é definido como:

“Relativo ao risco que pode provocar danos contra a saúde e segurança das pessoas
e/ou meio ambiente, perda excessiva de desempenho causando possíveis paralisações,
aumento de custo, comprometimento sensível de vida útil e desvalorização acentuada,
recomendando intervenção imediata.”

O risco Regular é definido:

“Relativo ao risco que pode provocar a perda de funcionalidade sem prejuízo à operação
direta de sistemas, perda pontual de desempenho (possibilidade de recuperação),

29 
 
deterioração precoce e pequena desvalorização, recomendando programação e
intervenção a curto prazo.”

E, por fim, o risco Mínimo:

“Relativo a pequenos prejuízos à estética ou atividade programável e planejada, sem


incidência ou sem a probabilidade de ocorrência dos riscos críticos e regulares, além de
baixo ou nenhum comprometimento do valor imobiliário; recomendando programação e
intervenção a médio prazo.”

Após a classificação dos riscos, a norma sugere a ordenação das patologias segundo
criticidade decrescente, indo da mais prioritária para a menos, a fim de nortear as ações
corretivas e preventivas que se seguirem à avaliação.

As etapas da inspeção definidas pela norma são condensadas no quadro a seguir.

Quadro 12: Etapas da inspeção predial definidas pela norma do IBAPE

ETAPA  DESCRIÇÃO
Levantamento  de  dados  e  documentos  da  edificação:  administrativos,  técnicos,  de 

manutenção e operação (plano, relatórios, históricos etc). 
Entrevista  com  gestor  ou  síndico  para  averiguação  de  informações  sobre  o  uso  da 

edificação, histórico de reforma e manutenção, dentre outras intervenções ocorridas. 
Realização  de  vistorias  na  edificação,  realizadas  com  equipe  multidisciplinar  ou  não, 
dependo do tipo de prédio e da complexidade dos sistemas construtivos existentes. O 

número de profissionais envolvidos na Inspeção Predial e a complexidade da edificação 
definem o nível de inspeção a ser realizada, como descrito. 
Classificação  das  deficiências  constatadas  nas  vistorias,  por  sistema  construtivo, 

conforme sua origem, como definido pelo quadro 8. 
Classificações  dos  problemas  (anomalias  e  falhas),  de  acordo  com  grau  de  risco.  Esta 
classificação consiste na análise do grau de risco, considerados: fatores de conservação, 
5  rotinas de manutenção previstas, agentes de deterioração precoce, depreciação, riscos 
à saúde, segurança, funcionalidade e comprometimento de vida útil. Os graus de risco 
são definidos como crítico, regular e mínimo. 
Elaboração de lista de prioridades técnicas, conforme a classificação do grau de risco de 

cada problema constatado. Essa lista é ordenada do mais crítico ao menos crítico. 
Elaboração  de  recomendações  ou  orientações  técnicas  para  a  solução  dos  problemas 
7  constatados.  Essas  orientações  podem  estar  relacionadas  à  adequação  do  plano  de 
manutenção ou aos reparos e reformas para solução de anomalias.  
8  Avaliação da qualidade de manutenção.
 

Fonte: IBAPE/SP, 2011.

30 
 
2.7 SISTEMAS PREDIAIS HIDRÁULICOS E SANITÁRIOS E A
OTIMIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE PATOLOGIAS EM
EDIFÍCIOS

Dentre os subsistemas indispensáveis ao bom funcionamento de um edifício e ao atendimento


das necessidades dos usuários estão os sistemas prediais hidráulicos e sanitários (SPHS).
Segundo Gonçalves, 1994, tais sistemas podem ser definidos como “os sistemas físicos
integrados a um edifício que têm por finalidade dar suporte às atividades dos usuários,
suprindo-os com os insumos prediais necessários e propiciando os serviços requeridos”.

Por insumos prediais, entende-se suprimento de água potável e recolhimento de dejetos com
transporte e destinação adequada dos mesmos, bem como drenagem da edificação.

Analogamente ao que se observa para o conceito de desempenho, pode-se traçar de imediato


que os SPHS, por definição, devem atender a parâmetros mínimos de utilização considerando
seu uso racional e devido, os quais são amparados normativamente. Qualquer desvio de tais
parâmetros que constitua interferência no funcionamento dos sistemas, seja por seu mal
funcionamento ou desgaste precoce, caracteriza-se portanto como falha ou defeito e deve ser
passível de prevenção e correção adequadas.

Um sistema seguro e de qualidade, portanto, deve possuir alta confiabilidade, característica a


qual, segundo Scapin, 1999, “pode ser definida como a probabilidade de um sistema ou um
produto executar sua função de maneira satisfatória, dentro de um intervalo de tempo e
operando conforme certas condições”.

“O conceito de performance satisfatória está relacionado à combinação dos fatoresqualitativos


e quantitativos que definem a função de sistemas por meio de seus requisitos.” (Scapin, 1999).

Em outras palavras, um sistema de instalação de água fria por exemplo teria performance
satisfatória se atendesse toda a demanda da edificação (dimensionada da forma correta e com
as instalações funcionando) e que esse atendimento seja realizado de com a vazão e pressão
mínimas exigidas em norma.

Em resumo, pode-se definir como requisitos para performance satisfatória de SPHS os


parâmetros definidos no quadro a seguir.

31 
 
Quadro13:Requisitos Qualitativos e Quantitativos de SPHS

SISTEMA  REQUISITOS QUALITATIVOS REQUISITOS QUANTITATIVOS 


Atendimento  de  todos  os  pontos  de 
consumo  considerando  máximo  Vazão  e  pressão  mínimas  e  máximas 
ÁGUA  provável  ou  possível  de  utilização,  exigidas  em  norma  atendidas 
dependendo  da  finalidade  da  satisfatoriamente em todos os pontos 
edificação. 
Capacidade  do  sistema  compatível  com  o 
Coleta de resíduos de todos os pontos 
ESGOTO  volume  produzido  pela  demanda  sem 
necessários 
retorno de odores e sem entupimentos 
Dimensionamento  correto  do  sistema  Escoamento  do  volume  pluvial 
PLUVIAL  de  forma  que  atenda  ao  volume  de  dimensionado  sem  entupimentos  e 
chuva estipulado em projeto  extravasamento durante o uso. 

Fonte: Autor, 2015.

Outro fator inerente à qualidade de SPHS é a longevidade desses sistemas. Cada vez mais
busca-se aliar o desempenho ao uso constante dos sistemas por um determinado período, com
custos de operação e manutenção otimizados que garantam, no balanço final, relação custo-
benefício favorável.

O fator tempo relaciona-se, deste modo, à questão financeira na medida em que deve ser
projetado de forma a garantir seu uso continuado e adequado pelo maior período de tempo
possível, tendo em vista custos com manutenção periódica.

Deve-se levar em consideração, ainda, na definição da qualidade, as condições de uso do


sistema. Não basta que as peças sejam resistentes, o projeto bem feito e bem executado,
deve-se atentar para o uso devido. Na prática, isso é traduzido, por exemplo, para um sistema
de água projetado para atender determinada demanda que, no uso, acaba sendo solicitado por
demanda maior. Obviamente, por questões físicas, a demanda solicitante final não irá usufruir
do sistema de forma satisfatória já que elementos como reservação e pressões mínimas
estarão subdimensionados para esta determinada quantidade de usuários final.

Considerando os diversos parâmetros de projeto e utilização desses sistemas, há que se


atentar para as vistorias e manutenção como instrumentos de detecção e correção de falhas e
defeitos oriundos de uma das vias descritas acima. Nesse quesito, um controle cada vez maior
do desempenho das partes do todo torna-se indispensável, e, deste modo, utilização de
ferramentas de gestão da qualidade aplicadas à manutenção tornam-se bem-vindas.

32 
 
3 ANÁLISE ESTRUTURADA DE FALHAS E O AUMENTO DA
CONFIABILIDADE DE SISTEMAS PREDIAIS
 

Para a otimização do processo de manutenção predial em locais críticos no que diz respeito ao
conforto ambiental e necessidades dos usuários tais como hospitais, deve-se ter conhecimento
das possíveis falhas existentes e potenciais nos sistemas dos mesmos. Uma abordagem
racionalizada do processo de manutenção deve ser realizada, o que cria a necessidade da
periodicidade de inspeções nas instalações dos edifícios.

Tais inspeções, além de detectarem patologias existentes, devem ser capazes de listar todas
as possíveis causas de cada uma das patologias a fim de que, através da relação causa e
efeito, seja possível combater também falhas potenciais.

Para tanto, sugere-se o uso de ferramentas da gestão da qualidade total galgadas na análise
de falhas de um sistema. Deste modo, procura-se definir uma hierarquia de gravidade das
patologias encontradas em sistemas hidráulicos desses edifícios públicos e explanar suas
causas básicas a fim de otimizar custos de manutenção corretiva e criar uma rotina racional de
combate a falhas e defeitos das edificações.

A análise de falhas consiste em um segmento da chamada Engenharia de Confiabilidade que


visa diminuir a probabilidade de ocorrência de defeitos através da estruturação e planificação
de manutenções preventivas e preditivas de acordo com os modos de falha predominantes no
sistema e a análise dos riscos representativos ao mesmo, assegurando o controle de suas
causas fundamentais identificadas para cada modo.

Pinto, 2004, descreve a aplicação da análise de falhas no aumento da confiabilidade dos


subsistemas a partir do uso de ferramentas de gestão da qualidade na determinação de risco e
causas fundamentais de modos de falha.

O autor sugere que um processo de Análise estruturada de Falhas pode ser realizado para
aumentar a confiabilidade de sistemas, baseada em atividades prévias de análises de riscos e
funcionamento do mesmo. A partir dessa definição, pode-se detalhar falhas predominantes,
sua frequência de ocorrência, seus impactos e níveis de criticidade (fatores que podem surgir
como produtos do emprego da ferramenta FMEA), e posterior associação das falhas a suas
causas fundamentais (aplicação de FTA), para, enfim, detalhar planos de ação de contenção
das causas a fim de que as falhas não venham a ocorrer, diminuindo sua frequência e,
consequentemente, aumentando a confiabilidade do sistema como um todo. Tais etapas são
evidenciadas na figura a seguir.

33 
 
ANÁLISE DE RISCOS AO 
SISTEMA

ANÁLISE ESTRUTURADA DE FALHAS:
ANÁLISE FUNCIONAL DO  CONFIABILIZAÇÃO DAS FUNÇÕES DO SISTEMA
SISTEMA

ANÁLISE DAS FALHAS  DETALHAMENTO 
FUNCIONAIS DO SISTEMA DOS MODOS DE  ASSOCIAÇÃO DOS  DETALHAMENTO DE 
FALHA  MODOS DE FALHA A  AÇÕES DE 
PREDOMINANTES,  MECANISMOS E  CONTENÇÃO PARA 
FREQUÊNCIAS,  CAUSAS  AS CAUSAS 
ANÁLISE DOS MODOS DE  CRITICIDADES E  FUNDAMENTAIS DE  FUNDAMENTAIS DE 
FALHA DO SISTEMA IMPATOS SOBRE O  FALHA FALHA
SISTEMA

ANÁLISE DAS TAXAS DE 
FALHA DO SISTEMA
FMEA FTA

UTILIZAÇÃO DOS CONCEITOS 
DE CONFIABILIZAÇÃO DE 
SISTEMAS

Figura 6: Confiabilização das funções de um sistema através da Análise de Falhas


Fonte: Pinto, 2004. (Adaptado)

O presente capítulo descreve duas ferramentas de gestão da qualidade aplicadas à análise


estruturada de falhas, FMEA e FTA, para que, posteriormente, se faça desenvolvimento de
método aplicável à manutenção predial.

3.1 FMEA (FAILURE MODES AND EFFECTS ANALYSIS – ANÁLISE


DOS MODOS E EFEITOS DAS FALHAS)

Segundo Stamatis, 2003 “O FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) é uma técnica de
engenharia utilizada paradefinir, identificar e eliminar falhas conhecidas ou potenciais, de
sistemas, projetos, processose/ou serviços, antes que estas atinjam o cliente”.

A NBR 5462/1994 também define FMEA em seu texto: “Método qualitativo de análise de
confiabilidade que envolve oestudo dos modos de panes que podem existir para cadasubitem,
e a determinação dos efeitos de cada modo de panesobre os outros subitens e sobre a função
requerida do item”.

Em outras palavras, para um sistema, o FMEA analisa os modos das falhas que podem ocorrer
para cada defeito encontrado e seus efeitos. Pode-se considerá-lo um modelo downup, ou
seja, são analisadas, em geral, as falhas encontradas para definir seus efeitos sobre o
funcionamento do produto/processo.

34 
 
Como resultados do emprego da FMEA, pode-se, segundo Helman & Andery, 1995:
“padronizar procedimentos; fazer um registro histórico de análise de falhas, que poderá
posteriormente ser usado em outras revisões de produtos ou processos, e no caminhamento
de ações corretivas em produtos similares e selecionar e priorizar Projetos de Melhoria que
deverão ser conduzidos”.

Deste modo, o FMEA enquanto ferramenta de gestão da qualidade total aplicada à análise de
falhas se faz de extrema utilidade para o processo de inspeção predial com meta em melhoria
da gestão da manutenção, uma vez que através deste pode-se chegar a um padrão controlado
de vistoria e determinar um registro que demonstre quais falhas são mais recorrentes e os
efeitos das mesmas, traçando um plano de ação racionalizado e otimizado.

O texto aqui apresentado procura definir como é realizada essa análise e as características do
formulário gerado como produto da mesma.

3.1.1 ESTRUTURA DE UM FORMULÁRIO FMEA

A estrutura apresentada a seguir, bem como o fluxograma de seu processo de construção, são
adaptados de Helman & Andery, 1995.

O sistema FMEA não se resume ao preenchimento de um formulário pré-estabelecido.


Contudo, sua definição facilita e roteiriza o método. É apresentado a seguir formulário básico
para o método, seguida de explicação do significado de cada coluna identificada
alfabeticamente e das marcações numeradas em vermelho.

35 
 
A B C D E F G
FMEA ‐ ANÁLISE DE MODOS DE FALHAS E SEUS EFEITOS
PROJETO DE PRODUTO PROJETO DE PROCESSO FOLHA: 
1
REVISÃO DO PROJETO DE PRODUTO REVISÃO DO PROJETO DE PROCESSO
2
CLIENTE/REF APLICAÇÃO ÁREAS ENVOLVIDAS DATA DA ELABORAÇÃO
DATA ULT. REV. PROJ. PRODUTO/PROCESSO FORNECEDOR DATA PRÓX. REVISÃO
NOME DO  FUNÇÃO DO  FALHAS POSSÍVEIS ATUAL AÇÃO CORRETIVA RESULTADO
ITEM COMPONENTE/  COMPONENTE/  ÍNDICES ÍNDICES REVISTOS
MODO EFEITOS CAUSAS CONTROLES ATUAIS RECOMENDA‐ÇÕES TOMADA RESPONSÁVEL
PROCESSO PROCESSO O G D R O G D R

3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
ESPESSURA 
PERDA DOS    FREIOS NENHUM REALIZAR TESTES DE 
INADEQUADA
DURABILIDADE NA  ALTERAÇÃO DO 
FRATURA
3 10 10 300 CARCAÇA PROJETO 1 10 10 100 Sr. Souza
CARCAÇA DO EIXO  SUPORTAR O 
1 PERDA DE  VERIFICAR 
TRASEIRO CONJUNTO DO EIXO MATERIAL  VERIFICADO E 
CONTROLE DO  NENHUM 1 10 10 100 ESPECIFICAÇÃO DE  1 10 1 10 Rodrigues
INADEQUADO APROVADO
VEÍCULO MATERIAL
PERDA DE AJUSTE  REAVALIAR  ALTERADO 
TRAVAMENTO DO  ACÚMULO DAS  ESPECIFICAÇÕES 
NA POSIÇÃO  5 10 10 500 ESPESSURA MÍNIMA  DIÂMETRO EXTERNO  1 10 4 40 Santos/Palhares
EIXO TRASEIRO TOLERÂNCIAS 2562
CENTRAL DE PAREDE DO TUBO
 
COLUNAS: 
A – Identificação do número de ordem do item 
B – Nome do componente ou processo 
C – Função do componente ou processo 
D – Descrição das falhas possíveis 
E – Identificação dos controles atuais e índices para análise  
F – Determinação das recomendações e ações corretivas efetuadas para o panorama atual 
G – Resultado: Reavaliação dos índices após aplicação das ações recomendadas e responsável pela aplicação 
 

Figura 7: Exemplo de formulário FMEA.


Fonte: Helman & Andery, 1995. (Adaptado)

36 
 
Cada um dos campos destacados em vermelho exerce uma função no formulário. Seus
significados são determinados a seguir.

O campo 1 define a identificação da FMEA quanto à sua característica de produto ou processo.


Deve-se registrar se a FMEA é de produto ou processo, a fim de nortear a avaliação que será
realizada. Se a FMEA identificada for a de projeto de produto, as causas de falhas serão
pertinentes ao produto, caso contrário, deverão ser identificadas com relação ao processo de
fabricação do produto.

O campo 2 dá os dados de registro, ou seja,identificaçãodas informações básicas para


identificação do produto ou processo analisado. Em se tratando de um sistema hidráulico, por
exemplo, pode-se identificar elementos como data da avaliação, local específico, etc.

O campo 3 define anumeração para identificação do item.

O campo 4 descreve onome do componente ou etapa do processo a fim de identificar o


elemento cujos modos de falha estão sendo analisados, por exemplo, registro de pressão.

O campo 5 determina afunçãoque o elemento identificado no Campo 4 desempenha. No caso


de registro de pressão, controle do fluxo de água em tubulação de alimentação de chuveiro.

O campo 6 define o Modo/Tipo de Falha: Segundo Helman & Andery, “entende-se por modos
de falha os eventos que levam associados a eles uma diminuição parcial ou total da função do
produto e de suas metas de desempenho”. Ou seja, trata-se da patologia identificada
propriamente dita.

O campo 7 define o Efeito de Falha: Segundo Helman & Andery, “entende-se por efeitos de
falhas as formas como os modos de falha afetam o desempenho do sistema, do ponto de vista
do cliente”. Em outras palavras, diz respeito à identificação das falhas pelos usuários e ao
comprometimento parcial ou total do uso.

A Causa da Falha é determinada pelo campo 8.As causas definem-se como os eventos que
geram (provocam ou induzem) o aparecimento do modo de falha.

O campo 9 descreve os Controles Atuais: São registradas as medidas de controle encontradas


para o modo de falha analisado que já estão sendo realizadas. Em alguns casos, não há
controle atual.

O Índice de Ocorrência das falhas é evidenciado no campo 10. Segundo Helman & Andery, “é
uma estimativa das probabilidades combinadas de ocorrência de uma causa de falha, e dela
resultar o tipo de falha no produto/processo”.

O Índice de Gravidade das falhas é demonstrado no campo 11. Segundo Helman & Andery, “é
o índice que deve refletir a gravidade do efeito de falha sobre o cliente, assumindo que o tipo
de falha ocorra”.

37 
 
O campo 12 dá o Índice de Detecção: Segundo Helman & Andery, “é o índice que avalia a
probabilidade de a falha ser detectada antes que o produto chegue ao cliente”. No caso de
sistemas hidráulicos, seria a capacidade que o avaliador teria para identificação de uma
patologia antes que ela ocorra.

Os critérios para estabelecimento dos índices descritos anteriormente serão determinados em


tópico pertinente.

O campo 13 define o Índice de Risco: É o produto dos índices descritos nos campos 10, 11 e
12.

(1)
Onde,

R = Índice de Risco
O = Índice de Ocorrência
G = Índice de Gravidade
D = Índice de Detecção

A partir da definição do Índice de Risco, pode-se realizar a classificação da falha e


hierarquização da análise de modo que se atendam prioritariamente as falhas com maiores
riscos de ocorrência e maiores efeitos danosos aos usuários.

Ações Preventivas Recomendadas são determinadas no campo 14: A partir da análise dos
modos de falha, suas causas e efeitos, bem como dos índices determinados para cada falha,
faz-se a sugestão das ações preventivas a serem tomadas para bloqueio ou diminuição da
ocorrência e gravidade dos problemas analisados. As ações listadas contemplarão plano de
ação para estabelecimento das medidas.

Ações Preventivas Adotadas são determinadas no campo 15: Diz respeito às ações sugeridas
efetivamente realizadas para o sistema/produto analisado.

Os campos de 16 a 20tratam de reavaliar o sistema/produto após a implementação das ações


preventivas, para efetivamente constatar melhorias ou não. Calculam-se os índices novamente
e faz-se comparação com os índices anteriormente calculados. Define-se também o
responsável pela implementação das melhorias.

3.1.2 SEQUÊNCIA DE PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DA FMEA

O procedimento para construção de um formulário FMEA, segundo Helman & Andery, pode se
concentrado em doze fases principais sequenciadas de forma lógica e que, ao fim da última
etapa, resultam num produto final sólido que possa ser analisado posteriormente de forma
clara.As etapas podem ser resumidas na Figura8.

38 
 
INÍCIO

DEFINIR A EQUIPE RESPONSÁVEL 
PELA EXECUÇÃO

DEFINIR OS ITENS DO SISTEMA 
QUE SERÃO CONSIDERADOS

PREPARAÇÃO PRÉVIA: COLETA DE 
DADOS

ANÁLISE PRELIMINAR

IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE 
FALHA E SEUS EFEITOS

IDENTIFICAÇÃO DAS CAUSAS DAS 
FALHAS

IDENTIFICAÇÃO DOS CONTROLES 
ATUAIS

ANÁLISE DAS FALHAS PARA 
DETERMINAÇÃO DE ÍNDICES

ANÁLISE DAS RECOMENDAÇÕES

REVISÃO DOS PROCEDIMENTOS

PREENCHIMENTO DOS 
FORMULÁRIOS DA FMEA

REFLEXÃO SOBRE O PROCESSO

FIM
 

Figura 8: Fluxograma de execução de FMEA.


Fonte: Helman & Andery, 1995 (adaptado)

39 
 
Como descrito pelo fluxograma, o início do processo de desenvolvimento da FMEA se dá pela
Definição da Equipe Responsável pela Execução do mesmo. A equipe escolhida deve ter
critério multidisciplinar, envolvendo profissionais de diversas áreas, a fim de que a análise dos
modos de falha seja realizada de forma mais ampla possível. A etapa também prevê
montagem de um cronograma prévio de trabalho pela equipe.

O segundo passo diz respeito à Definição dos Itens do Sistema que serão Considerados. Em
outras palavras, define-se o universo que será analisado. Pode ser que o sistema não seja
completamente passível de análise ou não seja pertinente fazê-lo por completo, definindo,
nesta etapa, limites inferiores e superiores de análise.

A exemplo, uma análise macro não deve conter detalhes muito específicos que não influenciam
tão diretamente no processo.

Segue-se a Preparação Prévia e Coleta de Dados. Nesta fase, a equipe reúne todas as
informações disponíveis pertinentes e que possam colaborar para uma análise mais próxima
da realidade. Tais informações podem ser provenientes de esquemas de projeto, desenhos,
memórias de cálculo de sistemas, especificações de materiais, entre outros.

A partir da Coleta de Dados, pode-se realizar Análise Preliminar dos Itens Considerados,
fazendo um levantamento das falhas já conhecidas que podem ocorrer no sistema, levantar
critérios de projeto para os itens analisados com base na documentação levantada.

A Identificação dos Modos de Falha e seus Efeitos diz respeito do desenvolvimento de


diagramas causa e efeito para os modos de falha que serão analisados e coletados a partir, por
exemplo, de inspeção. Deve-se, nesta etapa, identificar que tipos de falhas ocorreram, quais
podem ocorrer, quais consequências as falhas terão para o sistema e para o usuário, examinar
as metas de desempenho e compará-las à realidade.

A partir dos modos de falha que serão analisados, deve-se passar à Identificação das Causas
das Falhas. Método auxiliar, nesta etapa, é o “brainstorming” em que um modo é selecionado e
discorre-se sobre todas as causas que podem levar a este com base na experiência da equipe,
dados históricos disponíveis, etc.

A Identificação dos Modos de Detecção das Falhas determina e classifica como as falhas
podem ser detectadas, determinando quais falhas podem ser identificadas com providências
facilmente implementáveis, providências com certo nível de dificuldade e providências de difícil
implementação.

A seguir, faz-se a Determinação dos Índices de Criticidade. Para cada falha, determinam-se os
índices de ocorrência, índices de gravidade e índices de detecção, para, enfim, definir o Índice
de Risco.

40 
 
A determinação de cada índice de Criticidade definido anteriormente é realizada segundo
metodologia apontada por Helma n& Andery, que descreve para cada um, classificação
segundo sua recorrência, periculosidade e capacidade de percepção do usuário.

Os quadros a seguir são utilizados como referência para determinação de tais índices.

Quadro 14: Índices de Ocorrência e sua relação com a Probabilidade de Ocorrência


dos Eventos.

PROBABILIDADE DE 
ÍNDICE  OCORRÊNCIA 
OCORRÊNCIA 
1 MUITO REMOTA EXCEPCIONAL 
2 MUITO PEQUENA MUITO POUCAS VEZES 
3 PEQUENA POUCAS VEZES 
OCASIONAL, ALGUMAS 
4‐5‐6  MODERADA 
VEZES 
7‐8  ALTA FREQUÊNTE
INEVITÁVEL, CERTAMENTE 
9‐10  MUITO ALTA 
OCORRERÁ A FALHA 

Fonte: Helman & Andery, 1995.

Quadro 15: Índices de Ocorrência e sua Frequência Relativa.

ÍNDICE  FREQUÊNCIA RELATIVA
1  MENOR QUE 1 EM 500.000
2  1 EM 50.000 – 1 EM 500.000
3  1 EM 5.000 – 1 EM 50.000
4  1 EM 1.000 – 1 EM 5.000
5  1 EM 200 – 1 EM 1.000
6  1 EM 50 – 1 EM 200
7  1 EM 15 – 1 EM 50
8  1 EM 5 – 1 EM 15
9  1 EM 2 – 1 EM 5
10  MAIOR OU IGUAL A 1 EM 2

Fonte: Helman&Andery, 1995.

41 
 
Quadro 16: Determinação dos Índices de Gravidade.

ÍNDICE  CONCEITO
‐ Falha de Menor Importância

‐ Quase não são percebidos os efeitos sobre o produto/processo 
‐  Provoca  redução  de  performance  do  produto  e  surgimento 
2‐3  gradual de ineficiência 
‐ Cliente perceberá a falha mas não ficará insatisfeito com ela 
‐ Produto sofrerá uma degradação progressiva:
  * Ineficiência moderada; 
  * Produtividade reduzida; 
4‐6 
  * Início da frustração por parte do operador do processo ou 
cliente do produto; 
‐ Cliente perceberá a falha e ficará insatisfeito 
‐ Mais de 50 a 70% das vezes não se consegue manter a produção 
e  se  requer  grande  esforço  do  operador,  há  baixa  eficiência  e 
7‐8  produtividade. 
‐ Em campo, o produto não desempenha sua função. 
‐ O cliente perceberá a falha e ficará muito insatisfeito com ela. 
‐ Não se consegue produzir, “colapso” do processo. Problemas são 
9‐10  catastróficos e podem gerar danos a bens ou pessoas. 
‐ Cliente muito insatisfeito. 

Fonte: Helman & Andery, 1995.

Quadro17: Índice de Detecção.

ÍNDICE  CONCEITO
1  Muito alta probabilidade de detecção
Alta probabilidade de detecção. Em processos, ações corretivas 
2‐3  são tomadas em pelo menos 90% das vezes em que seus 
parâmetros saem fora de controle. 
Moderada probabilidade de detecção. Somente em 50% das 
4‐6  vezes em que o processo sai de controle são tomadas ações 
corretivas. 
Pequena probabilidade de detecção. Nível de controle muito 
7‐8 
baixo. Até 90% das vezes o sistema sai de controle. 
Muito pequena probabilidade de detecção. Não há nenhum tipo 

de controle ou inspeção. 
Muito remota probabilidade de detecção. A falha não pode ser 
10 
detectada 

Definidos os Índices, causas e efeitos dos modos de falha, pode-se partir para a Análise das
Recomendações. Elabora-se, para cada modo, uma lista de recomendações para detecção,
prevenção e correção, que resultará em um Plano de Ação a ser implementado.

A Revisão dos Procedimentos busca rever todo o trabalho realizado, corrigindo possíveis erros
no decorrer do processo e realizando complementações.

42 
 
Enfim, com todos os dados determinados, pode-se realizar o Preenchimento dos Formulários
da FMEA e, como fechamento, uma Reflexão sobre o Processo é necessária, a fim de verificar
em quais etapas este pode ser melhorado, se o cronograma proposto foi seguido, entre outros
fatores analíticos.

3.2 FTA (FAULT TREE ANALISYS OU ANÁLISE DA ÁRVORE DE


FALHAS)
 

O FTA, ou Método de Análise da Árvore de Falhas, é uma das ferramentas empregadas na


gestão da qualidade de diversos projetos e processos em empresas, seja na sua fase de
implementação, seja em sua execução ou ainda na manutenção da qualidade na fase de uso
dos produtos.

Segundo Helman & Andery, 1995, o método pode ser definido como o procedimento
“apresentar uma perfeita inter-relação funcional entre uma falha e suas possíveis causas, (...),
elaboração de uma árvore associada a cada uma das falhas principais (ou mais comuns) que
podem acontecer em um dado equipamento. (...) As árvores de falhas finalizam-se com as
possíveis causas de cada problema, e se completam com um plano de ação para sua solução.”

Segundo os autores, a esfera de aplicações dos métodos de análise de falhas (incluindo-se


neste grupo o FTA), pode ser sintetizada a seguir.

Quadro 18: Aplicações de Análise de Falhas em diferentes fases do Ciclo de Vida de


Produtos/Processos.

FASE DO CICLO DE VIDA  EFEITO DA APLICAÇÃO DO FTA AÇÃO DECORRENTE 


Bloqueio das causas de falhas 
Detecção das Causas de Falhas 
EM PROJETO  antes da execução do produto, 
Potenciais 
garantindo economia 
Identificação das Causas de Falhas 
Ocorridas  Bloqueio das causas e melhoria 
EM OPERAÇÃO 
Identificação das Causas de Falhas  do produto ou processo 
Potenciais 

Fonte: Helman & Andery, 1995. (Adaptado)

O quadro anterior demonstra que o método relatado pode ser utilizado para todas as fases do
ciclo de vida do produto de um processo produtivo. Em sua fase de operação, tal aplicação
resultaria numa melhoria do mesmo a partir da identificação de causas de falhas já existentes
ou falhas potenciais (que ainda não aconteceram mas que possuem probabilidade de
existência ao longo do uso).

Por outro lado, pode-se ainda em fase de projeto, ou seja, antes da execução final do produto,
detectar as potenciais falhas e suas causas, bloqueando-as antes mesmo que o produto
comece a tomar forma física.

43 
 
Considerando o conceito de produto aplicado às edificações, pode-se aferir que o FTA pode
ser aplicado, dessa forma, para aprimoramento da manutenção predial na medida em que
responderia por maior exatidão na detecção de causas de falhas e defeitos dos sistemas e de
suas causas e efeitos. Deste modo, a síntese dos efeitos de aplicação do método para
manutenção predial pode ser relacionada em quadro a seguir.

Quadro 19:Aplicações de FTA em Manutenção Predial

APLICAÇÃO  DESCRIÇÃO
Descrição  das  falhas  e  defeitos  organizadas  em 
sistema  gráfico  lógico  que  enumera  e  demonstra  a 
Documentação das falhas e defeitos 
relação das causas e efeitos de cada problema com o 
mesmo e entre si 

Pode‐se atentar mais facilmente para a percepção de 
Verificação de um caminho crítico 
quais falhas são recorrentes e como evitá‐las 

Auxilia  na  determinação  de  planos  de  ação  mais 


Proposição de Planos de Ação  eficientes  e  eficazes  na  medida  em  que  cria  relação 
preventiva e corretiva  de  causa  e  efeito  entre  eventos  e  demonstra  qual  a 
influência de uma ação determinada no todo 

Fonte: Autor, 2015.

O FTA aplicado à manutenção predial, como descrito, pode ter ação na otimização do
processo, na medida em que cria base de dados das falhas e defeitos detectados e suas
causas, fator que pode ser utilizado para futuras manutenções e percepção mais nítida do
comportamento dos sistemas da edificação ao longo do uso.

Por ser um método gráfico, ainda demonstra visualmente qual seria um caminho crítico de
manutenção a ser seguido e quais os efeitos de aplicação dos planos de ação na eliminação
ou prevenção de determinada falha para outras falhas consequentes e nos sistemas como um
todo.

4.2.1. ESTRUTURA DE UMA ÁRVORE DE FALHAS


 

O texto a seguir visa demonstrar como o método FTA deve ser executado e baseia-se nas
fontes “Análise Sistêmica de Falhas”,de Scapin, 2001 e “Análise de Falhas (Aplicação dos
Métodos FMEA – FTA)”, de Helman & Andery, 1995.

O FTA trabalha no sentido de obter sempre todas as falhas básicas que podem, através da
relação causa e efeito, chegar à falha de um sistema observado, denominada na árvore de

44 
 
falhas como Evento de Topo. Pode-se dizer, deste modo, que é um método desenvolvido no
sentido do topo da pirâmide, que corresponde ao evento analisado, à base, correspondente às
suas diversas causas primárias.

3.2.1.1 ELEMENTOS UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO DE UMA ÁRVORE DE


FALHAS

Para efeitos de visualização das relações estabelecidas a partir do Evento de Topo são
utilizados no sistema FTA dois tipos de elementos: as Portas Lógicas e a Simbologia dos
Eventos.

As Portas Lógicas conectam os eventos de acordo com suas relações causais, estabelecidas
pelo desdobramento das falhas. As Portas Lógicas são definidas como Porta “E”, Porta “OU”,
Porta “E Prioritária”, Porta “de Inibição”, Porta “OU de Exclusividade” e Porta “M em N”, cada
qual descrita e exemplificada abaixo.

A Porta Lógica “E” ocorre somente se os eventos causais do evento analisado ocorrerem
simultaneamente. Em outras palavras, para o evento de efeito ocorrer deve ter todas as suas
causas associadas também em ocorrência.

A Porta Lógica “OU”, em contrapartida, é caracterizada pela ocorrência do evento somente se


qualquer um dos eventos causais ocorrer. Em outras palavras, se um evento causal ocorre, o
seguinte necessariamente não irá ocorrer para um mesmo evento analisado.

A porta lógica “E Prioritária” possui equivalência com a porta lógica “E” porém acrescenta-se a
esta o requisito de que o evento de saída ocorre numa sequência estabelecida da esquerda
para a direita.

A porta lógica “de Inibição” representa uma relação de probabilidade. O evento causa é
denominado “de entrada” e o evento associado lateralmente a esta é um evento condicional.
Este define um acontecimento condicionado ao evento de entrada, ou seja, o evento de
entrada tem uma probabilidade de ocorrência constante em relação ao evento condicional.

A porta “OU de Exclusividade” descreve uma situação em que apenas e exclusivamente


apenas um dos eventos de entrada ocorrer e não ambos.

A porta “M evento em N evento” tem N eventos de entrada e o evento de saída ocorre apenas
se o evento M dentre os eventos de entrada ocorrer.

A simbologia adotada para as portas lógicas na árvore de falhas é descrita no quadro a seguir.

45 
 
Quadro 20: Simbologia para portas Lógicas.

SIMBOLOGIA PORTA LÓGICA SIMBOLOGIA PORTA LÓGICA 

“E”  “DE INIBIÇÃO” 
 
“OU DE 
“OU” 
EXCLUSIVIDADE” 
 

“E PRIORITÁRIA”  “M EM N” 
 

Fonte: Autor, 2015.

Eventos são definidos como as falhas e suas causas, indo de causas básicas e seus efeitos ao
denominado evento de topo, que é, em questão, a patologia encontrada da qual se procuram
as causas possíveis.

Os eventos diferem em sua simbologia segundo sua significação dentro da estrutura do FTA.
Estes podem ser: Retângulo, Círculo, Diamante, Casa dos Eventos ou Triângulo de
Transferência. Cada qual é explicado a seguir.

O Retângulo sinaliza que a falha é intermediária na árvore e é resultado da combinação de


mais de uma falha.

O Círculo indica uma falha básica de um componente e também o limite de resolução da


árvore.

O diamante descreve eventos não desenvolvidos em decorrência de falta de informação. Tais


eventos podem ser omitidos da árvore antes de se efetuar uma análise quantitativa uma vez
que não acrescentam informação final e são utilizados com maior frequência apenas para
desenvolvimento técnico.

A Casa de Eventos consiste num evento terminal especial em razão de poder “ligar ou desligar”
de acordo com a análise crítica do desenvolvedor. O evento “ligado” é caracterizado pela
ocorrência e o “desligado” pela não ocorrência. Mais comumente empregada em máquinas.

Por fim, o Triângulo de Transferência possui como principal finalidade evitar a repetição de um
desdobramento de uma falha que ocorre em diversos locais na mesma árvore, a fim de
simplificação visual.

46 
 
Quadro21: Simbologia para Eventos. Fonte: Autor.

SIMBOLOGIA PORTA LÓGICA SIMBOLOGIA PORTA LÓGICA 

CASA DOS 
RETÂNGULO 
EVENTOS 
 

TRIÂNGULO DE 
CÍRCULO 
TRANSFERÊNCIA 

   

 
DIAMANTE   
 
 

3.2.1.2 EXEMPLO
 

Para efeito de ilustração da utilização dos elementos destacados anteriormente, utiliza-se como
exemplo fogo em um carro. Tal fato pode ser apontada como evento de topo.

O evento de topo descrito pode ser diretamente causado por dois eventos distintos com
relação “E”: Houve vazamento de combustível “E” presença de chama ou centelha, cada um
dos quais possui eventos causais distintos, correlacionados, no caso, por uma chave do tipo
“OU”, ou seja, um ou outro acontecimento de evento básico leva a cada causa da chama.

47 
 
VEÍCULO PEGOU FOGO

VAZAMENTO DE  PRESENÇA DE CHAMA 
COMBUSTÍVEL OU CENTELHA

CIRCUITO DE  GAXETA DO  CANO DE 


TANQUE  CHAMA EXTERNA 
COMBUSTÍVEL  CARBURADOR  ESCAPAMENTO 
TRINCADO PRESENTE
VAZANDO QUEBRADA FURADO

Figura 9: Exemplo Árvore de Falhas.


Fonte: Helman & Andery, 1995; (Adaptado)

48 
 
4.2.1. CONSTRUÇÃO DE UMA ÁRVORE DE FALHAS

O procedimento para construção de uma Árvore de Falhas, segundo Helman & Andery, 1995,
pode se concentrado em dez fases principais sequenciadas de forma lógica e que, ao fim da
última etapa, resultam num produto final sólido que possa ser analisado posteriormente de
forma clara.

As etapas podem ser resumidas na figura 10demonstradana página a seguir.

Como ação inicial, deve-se definir a equipe responsável pela execução do FTA. Para tal etapa,
é importante definir um conjunto de indivíduos heterogêneo e multidisciplinar, a fim de garantir
maior abrangência técnica sobre as falhas e um maior número de causas possa ser
identificado. Além disso, realiza-se, em conjunto com a equipe, um Cronograma de trabalho a
ser seguido.

A Seleção do “Evento de Topo” diz respeito a escolher qual falha será analisada. Essa escolha
está condicionada aos seguintes parâmetros: O evento deve representar uma inadequação a
um item de controle ou meta de desempenho do produto, que pode ser determinado por uma
insatisfação do usuário; deve ser quantificável e deve ser controlado, minimizado ou capaz de
ser bloqueado mediante ações corretivas e preventivas.

Suas causas devem ser possíveis de determinação em uma análise causa/efeito.

Tal seleção deve contemplar um evento claramente identificado. Se não for possível a
identificação imediata e completa, deve-se seguir a elaboração de uma lista de todas as falhas
determinadas ou potenciais (dependendo da análise que estiver sendo realizada). A partir
desta, deve-se classificar as falhas em 3 níveis distintos: danos graves, danos leves e danos
muito improváveis.

Quadro 22: Níveis de Danos causados por falhas

NÍVEL  DANO  DESCRIÇÃO


1º Nível  Grave  Grave empecilho de utilização
2º Nível  Leve  Diminuição do desempenho do produto/processo 
3º Nível  Muito Improvável Diminuição pouco perceptível no desempenho 

Fonte: Autor, 2015. 

Nesta etapa, procura-se auxílio do FMEA, combinando os métodos, como será apresentado
em tópico pertinente.

A terceira etapa do processo consiste na Coleta de Dados e Revisão do Cronograma. Quando


pertinente, será realizada uma coleta de documentação sobre o sistema analisado, tal como
esquemas de projeto, plantas detalhadas, memoriais de cálculo, especificações de materiais,
entre outros e, a partir desta análise, determina-se a validade ou não do Cronograma de
trabalho inicial, que, nesta etapa, pode ser alterado.

49 
 
INÍCIO

DEFINIR A EQUIPE RESPONSÁVEL 
PELA EXECUÇÃO

SELECIONAR O EVENTO DE TOPO 
PARA ANÁLISE

COLETA DE DADOS

DEFINIR QUAIS SÃO AS 
INTERFACES OU FRONTEIRAS DO 
SISTEMA

ANÁLISE DETALHADA DO SISTEMA

MONTAGEM PRELIMINAR DA 
ÁRVORE DE FALHAS

REVISÃO DA ÁRVORE DE FALHAS

CÁLCULO DA PROBABILIDADE DO 
EVENTO DE TOPO

ANÁLISE DE RECOMENDAÇÕES

REFLEXÃO SOBRE O PROCESSO

FIM

Figura 10: Fluxograma da Sequência de Procedimentos para a FTA.


Fonte: Helman & Andery, 1995. (Adaptado)

50 
 
A Definição das Fronteiras do Sistema determina o universo a ser trabalhado e quais fatores
externos não serão levados em consideração no tratamento dos dados e busca de causas de
falhas. A exemplo, fatores que independem do uso interno ou de instalação, como aspectos
naturais, podem ser descartados na análise.

Segue-se, então, a Análise Detalhada do Sistema, que deve ser auxiliada por elementos como
Diagramas de Causa e Efeito e outros, a fim de destrinchar todas as causas básicas dos
eventos.

A sexta etapa é caracterizada pela Montagem Preliminar da Árvore de Falhas a partir dos
dados levantados e análises realizadas.

Dá-se, então, a Revisão da Árvore de falhas, em que são feitas verificações tais como se os
eventos são indicados de forma clara e bem explicada, se as portas lógicas utilizadas
correspondem à realidade, se há repetições que possam ser suprimidas visando uma
simplificação visual da árvore, etc. Após todas as análises e conferências, elaborar os devidos
ajustes e montar a versão final da Árvore de Falhas.

Em seguida, com o produto visual final, deve-se Efetuar o Cálculo da Probabilidade de Falha
do Evento de Topo, através da atribuição de probabilidade de falha aos eventos básicos. O
Cálculo da Probabilidade de Falha assemelha-se aos Índices de Ocorrência do FMEA. Para o
trabalho realizado, estes serão determinados uma única vez seguindo preceitos definidos em
tópico pertinente.

A partir da Árvore Final pode-se também realizar uma Análise de Recomendações, que se
caracteriza por descrever providências a serem tomadas para se evitar cada um dos eventos
básicos da Árvore analisada. No caso, tal etapa será utilizada para criação de Planos de Ação
Corretiva e Preventiva para os Eventos de Topo, os quais também serão discutidos em tópico
pertinente.

Enfim, faz-se uma Reflexão sobre o Processo, que é dita como análise final do realizado, se os
prazos foram atingidos e objetivos encontrados, com registro dos resultados e proposição de
modificações para futuros trabalhos.

51 
 
4 MÉTODO INTEGRADO DE FMEA E FTA PARA DETECÇÃO E
CONTROLE DE PATOLOGIAS EM SISTEMAS PREDIAIS

Visando maior aproveitamento das ferramentas de gestão da qualidade total para


implementação em manutenção predial de edificações que necessitem desempenho
satisfatório por longo período de tempo, como é o caso de hospitais, julga-se mais interessante
realizar a combinação dos métodos FMEA e FTA para construção de uma estrutura concisa de
avaliação e inspeção predial que resulte em menores gastos para o setor.

O método combinado aqui desenvolvido busca, desta forma, aliar a busca dos efeitos dos
modos de falha determinados, no caso, as patologias nos sistemas prediais hidráulicos, às
suas causas e efeitos, bem como hierarquizar as patologias de forma a nortear o
desenvolvimento de uma manutenção mais racionalizada.

O fluxograma representado na Figura 11 demonstra o processo adotado para o método,


baseado na combinação dos passos descritos para FMEA e FTA isolados, feitas as
adaptações pertinentes.

O método FMEA norteará o processo, sendo o produto final básico deste o formulário
demonstrado nas próximas páginas. A Árvore de Falhas será utilizada para determinar as
causas básicas de cada modo de falha encontrado em inspeção predial e também como item
auxiliar na determinação dos índices necessários à hierarquização dos modos de falhas.

Para efeito prático, cada etapa será tratada em tópico específico a seguir.

4.1 DEFINIÇÃO DOS ITENS DO SISTEMA QUE SERÃO CONSIDERADOS

Inicialmente, faz-se a definição do universo a ser considerado. Quais limites superiores e


inferiores serão fronteiras para a análise dos sistemas prediais vistoriados.

4.2 PREPARAÇÃO PRÉVIA: COLETA DE DADOS

A coleta de dados diz respeito ao levantamento de informações pertinentes ao processo


desenvolvido, desde plantas baixas a histórico de instalação e patologias encontradas no
sistema.

52 
 
FMEA

INÍCIO FTA

DEFINIR OS ITENS DO SISTEMA  DETERMINAÇÃO DOS 
QUE SERÃO CONSIDERADOS EVENTOS DE TOPO

PREPARAÇÃO PRÉVIA: COLETA DE  ANÁLISE DETALHADA DO 
DADOS SISTEMA

INSPEÇÃO PREDIAL: COLETA DE 
MONTAGEM DA ÁRVORE DE 
AMOSTRA DE FALHAS EXISTENTES
FALHAS

IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE 
FALHA EM SPHS E SEUS EFEITOS 
FTA EM 
SIM CONFORMIDADE?

NÃO

IDENTIFICAÇÃO DAS CAUSAS DAS  REVISÃO DA ÁRVORE DE 
FALHAS FALHAS

ANÁLISE DAS FALHAS PARA 
DETERMINAÇÃO DE ÍNDICES

CÁLCULO DA PROBABILIDADE 
DO EVENTO DE TOPO

PREENCHIMENTO DOS 
FORMULÁRIOS DA FMEA

REFLEXÃO SOBRE O PROCESSO

FIM

Figura 11: Fluxograma para o método combinado de FMEA e FTA.


Fonte: Autor, 2015.

53 
 
4.3 INSPEÇÃO PREDIAL: COLETA DE AMOSTRAS DAS FALHAS
EXISTENTES

A partir da coleta de dados, faz-se uma lista de verificação prévia contendo elementos
passíveis de análise após a vistoria predial.

A vistoria, propriamente dita, consiste, segundo definição da Norma de Inspeção Predial do


Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (IBAPE/SP), 2011, em
“Constatação de um fato em imóvel, mediante exame circunstanciado e descrição minuciosa
doselementos que o constituem, objetivando sua avaliação ou parecer sobre o mesmo”.

Desta forma, a vistoria a ser realizada no hospital selecionado visa, por amostragem,
determinar através de exame visual, a existência de patologias no sistema predial de água fria
da referida edificação, utilizando-as como modos de falha para aplicação no processo aqui
desenvolvido.

Para tanto, fora confeccionada planilha de verificação para vistoria, reproduzida na figura 4-5
da próxima pagina.

Neste formulário, as patologias serão identificadas por pavimento e número de ordem, seguido
de uma descrição da mesma. Caso seja possível fotografar, o número da foto será registrado
para posterior confecção do relatório. Será descrita também a localização da patologia e a sua
causa aparente, bem como outras observações pertinentes.

INSPEÇÃO PREDIAL HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ‐ PRÉDIO PRINCIPAL
NÍVEL DE INSPEÇÃO DEFINIDO A PARTIR DA NORMA DO IBAPE/SP 2011: NÍVEL 1
DATA: 13/08/2014 RESPONSÁVEL: ARTHUR BASTOS E ELAINE GARRIDO VAZQUEZ
PAVIMENTO: 11º PAV.
Nº DESCRIÇÃO AVALIAÇÃO FOTO CAUSA APARENTE:

Avaliação a partir da 
1 Patologia 1 Foto 1 Causa aparente determinada por avaliação prévia
inspeção visual

Avaliação a partir da 
2 Patologia 2 Foto  2 Causa aparente determinada por avaliação prévia
inspeção visual

Avaliação a partir da 
3 Patologia 3 Foto 3 Causa aparente determinada por avaliação prévia
inspeção visual

Figura 12: Folha de Verificação para Inspeção Predial


Fonte: Autor, 2015.

54 
 
4.4 IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE FALHAS E SEUS EFEITOS

Após a coleta de dados em inspeção e de outras informações disponíveis em registros, faz-se


a identificação das patologias encontradas e levantadas, para classificação dos Modos de
Falha do método empregado.

As patologias serão classificadas segundo Norma de Inspeção do IBAPE e descritas de


maneira mais clara possível, separadas por elemento do sistema predial analisado.

A exemplo, um vazamento na descarga de uma bacia sanitária será alocado no elemento


“Valvula de Descarga” como Anomalia Endógena (conforme texto apresentado anteriormente).

A partir da identificação de todos os tipos de falhas encontrados, serão determinadas suas


causas básicas, as quais serão objetos do restante da análise. Para tal, utiliza-se como
subprocesso a confecção das árvores de falhas para cada modo encontrado.

4.4.1 CONFECÇÃO DAS ÁRVORES DE FALHAS

A confecção das Árvores de Falhas segue padrão descrito para o método FTA de forma
simplificada.

Inicialmente, faz-se a determinação dos Eventos de Topo de cada árvore. Para o caso, o
Evento de Topo corresponderá ao Modo de Falha identificado pela análise dos dados da
vistoria. Cada Modo será tratado em uma árvore distinta, a fim de que suas causas básicas
sejam completamente identificadas e a relação entre as mesmas determinada.

A seguir, faz-se análise criteriosa do sistema. Para tanto, utiliza-se pesquisa bibliográfica
descrita no capítulo anterior e conhecimento técnico prévio dos sistemas prediais e seus
desdobramentos. Para cada Modo, faz-se Brainstorming a fim de determinar todas as causas
possíveis dos mesmos.

Segue-se então a montagem da árvore de falhas de para cada Evento, com determinação das
relações entre as causas e seus efeitos.

O produto deste etapa é submetido, então, a julgamento por outro profissional para efeitos de
validação. Julga-se, então, a necessidade ou não de revisão. Caso não haja revisão, as causas
encontradas são utilizadas nas etapas seguintes.

55 
 
4.4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS EFEITOS DOS MODOS DE FALHAS

Os efeitos dos Modos de Falha dizem respeito à percepção por parte do usuário da existência
da falha e do comprometimento do uso do elemento analisado pelo mesmo. Desta forma, faz-
se interessante análise dos efeitos possíveis de cada Modo analisado a fim de auxílio na
determinação de sua criticidade.

4.5 DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES

Após a identificação de todos os Modos, suas causas básicas e efeitos aparentes, deve-se
realizar o cálculo dos índices empregados para hierarquização e qualificação de cada um.

4.5.1 ÍNDICE DE OCORRÊNCIA

O índice de Ocorrência, como determinado anteriormente, avalia a probabilidade de ocorrer a


causa de uma falha e a partir da mesma resultar o modo de falha correspondente.

Helman & Andery, para tanto, definem um valor para cada probabilidade de ocorrência,
conforme quadros 14 e 15 demonstrados no capítulo 3.

Para determinação da Frequência Relativa de cada Modo e posterior definição de seu Índice
de Ocorrência, novamente será utilizado o FTA como ferramenta auxiliar.

4.5.1.1 Cálculo da Probabilidade dos Eventos de Topo

Para o cálculo da probabilidade dos Eventos de Topo, ou Modos de Falha encontrados em


vistoria utiliza-se a relação imposta pelas causas básicas em cada uma das Árvores de Falhas
confeccionadas.

Utiliza-se aqui o conceito de Confiabilidade descrito anteriormente. Considera-se a relação:

(2)

Onde,

F = Probabilidade do componente falhar


R = Confiabilidade, ou probabilidade do componente não falhar.

56 
 
Uma relação entre falhas básicas determinada pela chave “OU” identifica que se uma ou outra
falha ocorrer, seu efeito ocorrerá. Deste modo, a confiabilidade do efeito será dada pela
multiplicação da confiabilidade das causas (relação de interseção entre conjuntos).

(3)
Considerando a relação demonstrada pela equação 1, pode-se substituir R na equação 2,
gerando a relação de probabilidade de falha aplicada para a chave lógica “OU”:

Figura 13: Exemplo Confiabilidade de Árvore de Falhas com relação "OU".


Fonte: Autor, 2015.

(4)

 
Analogamente, para situações em que são aplicados diversos eventos básicos relacionados 
pela chave lógica “OU”, tem‐se: 

… (5)

Uma relação entre falhas básicas correspondente à chave “E” é determinada quando o
componente 1 “E” o componente “2” ocorrem simultaneamente e só então o efeito destas
falhas ocorrerá (relação de união de conjuntos).

A confiabilidade deste sistema será dada então pelo exemplo a seguir.

57 
 
Se a relação entre as causas é determinada por uma chave “E”, para o modo ocorrer tem-se a
probabilidade da causa 1 ocorrer multiplicada pela probabilidade da causa 2 ocorrer.

Figura 14: Exemplo probabilidade de Falha de um sistema "E".


Fonte: Autor, 2015.

(6)

(7)

Analogamente, para n eventos relacionados pela chave lógica “E”, tem-se:

… (8)

Desta forma, para cada combinação de causas, é calculada a probabilidade de falha do efeito
correspondente e, com seu resultado, do efeito seguinte até que se chegue ao Evento de Topo.

A probabilidade F do evento de topo de cada Árvore de Falhas corresponde ao Índice de


Ocorrência do Modo de Falha correspondente.

4.5.2 ÍNDICE DE GRAVIDADE


 

Como relatado anteriormente, o Índice de Gravidade é uma avaliação das consequências para
o usuário, da ocorrência do Modo de Falha ou Patologia analisado.

Tal análise será qualitativa com base na experiência do desenvolvedor e nos efeitos
relacionados a cada Modo determinados em etapa anterior.

58 
 
Para determinação do índice de 1 a 10, utiliza-se quadro a seguir como critério, adaptado do
quadro 16 para o caso de manifestações patológicas em edificações. Considera-se cliente o
próprio usuário, no caso de sistemas prediais.

Quadro23: Determinação dos Índices de Gravidade.

ÍNDICE  CONCEITO
‐ Patologia de Menor Importância

‐ Quase não são percebidos os efeitos sobre o sistema predial 
‐  Provoca  redução  de  performanceda  peça  ou  parte  do  sistema 
2‐3  predial; 
‐ Usuário percebe a patologia mas não fica insatisfeito; 
‐ Degradação progressiva do sistema predial:
  * Ineficiência moderada; 
  * Produtividade reduzida; 
4‐6 
  * Início da frustração por parte do operador do processo ou 
cliente do produto; 
‐ Cliente perceberá a falha e ficará insatisfeito 
‐  Mais  de  50  a  70%  das  vezes  não  se  consegue  manter  o 
desempenho do sistema predial 
7‐8 
‐ Peças e partes dos sistemas não desempenham sua função 
‐ O usuário percebe a patologia e fica muito insatisfeito com ela. 
‐ Não se consegue produzir, “colapso”. Problemas são catastróficos 
9‐10  e podem gerar danos a bens ou pessoas. 
‐ Usuário muito insatisfeito 

Fonte: Autor, 2015.

4.5.3 ÍNDICE DE DETECÇÃO


 

Análise qualitativa da possibilidade de percepção de uma falha potencial, antes que esta ocorra
e seja percebida pelo usuário. Analogamente ao caso anterior, se faz adaptação do quadro 17
para a detecção de manifestações patológicas em edifícios.

Quadro24: Índice de Detecção.

ÍNDICE  CONCEITO
1  Muito alta probabilidade de detecção da patologia
Alta probabilidade de detecção da patologia. Ações corretivas 
2‐3  são tomadas em pelo menos 90% das vezes em que seus 
parâmetros saem fora de controle. 
Moderada probabilidade de detecção da patologia. Somente em 
4‐6  50% das vezes em que o sistema predial sai de controle são 
tomadas ações corretivas. 
Pequena probabilidade de detecção da patologia. Nível de 
7‐8  controle muito baixo. Até 90% das vezes o sistema sai de 
controle. 
Muito pequena probabilidade de detecção da patologia. Não há 

nenhum tipo de controle ou inspeção. 
Muito remota probabilidade de detecção patologia. A falha não 
10 
pode ser detectada 

Fonte: Autor, 2015

59 
 
Para o caso de SPHS, o índice de detecção diz respeito à possibilidade de perceber o
acontecimento da patologia antes que o usuário possa tomar ciência, o que só é conseguido
com um sistema de manutenção eficiente.

4.5.4 ÍNDICE DE RISCO


 

Por fim, é determinado o Índice de Risco pela multiplicação dos três índices anteriores, como
definido pela equação 1, retomada abaixo:

(1)

Onde,

R = Índice de Risco
O = Índice de Ocorrência
G = Índice de Gravidade
D = Índice de Detecção

4.6 PREENCHIMENTO DOS FORMULÁRIOS FMEA

O produto final básico do processo desenvolvido, o Formulário FMEA para a instalação predial
estudada, é composto das manifestações patológicas levantadas hierarquizadas segundo
índice de Risco. Caso hajam patologias com mesmo índice, como critério de escolha utiliza-se
o número absoluto de ocorrências da mesma observado em vistoria. Além do exposto, o
formulário define a tipologia da manifestação e sua classificação de risco segundo norma de
inspeção predial do IBAPE/SP, a fim de nortear consultas futuras ao banco de dados do
sistema de gestão da manutenção.

Para o objeto de estudo, desenvolveu-se formulário FMEA específico demonstrado no quadro


seguinte, seguindo os padrões do formulário apresentado anteriormente.

60 
 
Quadro 25: Formulário FMEA utilizado para o Método Desenvolvido.

INSPEÇÃO PREDIAL HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ‐ ANÁLISE FMEA DAS PATOLOGIAS 
PATOLOGIAS  ÍNDICES  CLASSIFICAÇÃO 
ITEM  MANIFESTAÇÃO
GRUPO  OCORR.  TIPO  EFEITOS  CAUSAS BÁSICAS  O  G  D  R  DO RISCO 
CAUSA 1 
CAUSA 2  CLASSIFICAÇÃO 
MANIFESTAÇÃO  TIPO SEGUNDO  DESCRIÇÃO DOS 
1  1  GRUPO 1  NÚMERO CAUSA 3  OCORR. GRAV.  DETEC.  RISCO  SEGUNDO 
PATOLÓGICA 1  IBAPE/SP  EFEITOS 
CAUSA 4  IBAPE/SP 
CAUSA 5 
CAUSA 1 
CAUSA 2  CLASSIFICAÇÃO 
MANIFESTAÇÃO  TIPO SEGUNDO  DESCRIÇÃO DOS 
2  2  GRUPO 2  NÚMERO CAUSA 3  OCORR. GRAV.  DETEC.  RISCO  SEGUNDO 
PATOLÓGICA 2  IBAPE/SP  EFEITOS 
CAUSA 4  IBAPE/SP 
CAUSA 5 
CAUSA 1 
CAUSA 2  CLASSIFICAÇÃO 
MANIFESTAÇÃO  TIPO SEGUNDO  DESCRIÇÃO DOS 
3  3  GRUPO 3  NÚMERO CAUSA 3  OCORR. GRAV.  DETEC.  RISCO  SEGUNDO 
PATOLÓGICA 3  IBAPE/SP  EFEITOS 
CAUSA 4  IBAPE/SP 
CAUSA 5 
CAUSA 1 
CAUSA 2  CLASSIFICAÇÃO 
MANIFESTAÇÃO  TIPO SEGUNDO  DESCRIÇÃO DOS 
4  4  GRUPO 4  NÚMERO CAUSA 3  OCORR. GRAV.  DETEC.  RISCO  SEGUNDO 
PATOLÓGICA 4  IBAPE/SP  EFEITOS 
CAUSA 4  IBAPE/SP 
CAUSA 5 

Fonte: Autor, 2015.

61 
 
Segue a descrição do conteúdo de cada coluna do formulário, conforme método.

A coluna “A” dá um número de ordem para a manifestação patológica analisada segundo


organização da equipe de manutenção.

A coluna “B” descreve a manifestação patológica encontrada em inspeção.

A coluna “C” define o grupo ou modo de falha ao qual a manifestação patológica se enquadra.
Por exemplo, um vazamento em torneira se enquadra no grupo de vazamentos.

A coluna “D” descreve o número absoluto de ocorrências desta manifestação na inspeção


realizada.

A coluna “E” define o tipo de falha segundo norma de inspeção predial.

A coluna “F” descreve os efeitos da manifestação levantados em análise ou consulta ao banco


de dados.

A coluna “G” define as causas básicas que levaram à manifestação patológica após análise da
árvore de falhas do modo correspondente.

A coluna “H” descreve os índices FMEA, com destaque ao índice de Risco, calculados em
análise.

A coluna “I” descreve a classificação do risco segundo norma de Inspeção Predial.

O formulário apresentado possui caráter de relatório de inspeção, através do qual é possível


determinar o caminho crítico a ser seguido pela equipe. Além do exposto, a criação de um
banco de dados de formulários de inspeções periódicas cria uma fonte de pesquisa sobre as
manifestações patológicas incidentes na edificação, sua recorrência e é possível a criação de
um procedimento de manutenção preditiva que evite sua reincidência, ao longo da vida útil do
edifício.

62 
 
5 APLICAÇÃO DO MÉTODO COMBINADO FMEA + FTA EM
DETECÇÃO E CONTROLE DE PATOLOGIAS PREDIAIS NO
HOSPITAL DOS SERVIDORES

Para edificações de grande porte com subsistemas complexos e de elevado nível de


desempenho exigido, como hospitais federais, as ferramentas de gestão da qualidade
aplicadas à manutenção podem-se configurar como boas soluções técnicas para a otimização
das vistorias. A complexidade dos sistemas encontrados e sua idade avançada de utilização,
bem como falta de documentação apropriada existente de projetos para realização de estudos
necessários à manutenção da qualidade dos mesmos configuram-se aspectos agravantes do
controle do desempenho dos SPHS nessas edificações.

O capítulo em questão demonstra a aplicação da metodologia combinada desenvolvida


anteriormente para os sistemas hidráulicos e sanitários do Hospital Federal dos Servidores do
Estado do Rio de Janeiro (HFSE), localizado na região portuária da cidade.

5.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE O HOSPITAL


 

O HFSE teve suas obras iniciadas em maio de 1934 sob o título de Hospital dos Funcionários
Públicos a partir da destinação de recursos do presidente Getúlio Vargas para a construçãodo
edifício situado no centro do Rio de Janeiro, sob a intervenção do então ministro SalgadoFilho.

A partir de 1938, sua denominação é mudada para o que se conhece hoje como Hospital
dosServidores do Estado (HSE), a partir da criação do IPASE (Instituto de Pensão
eAposentadoria dos Servidores do Estado), órgão que veio a incorporar a administração
dohospital naquele ano.

Sua inauguração deu-se em 1947, quando o presidente Correia Dutra anunciou a data
deabertura para 28 de outubro daquele ano, Dia do Funcionário Público, presidindo o
AtoInaugural com a presença de diversos políticos da época. Mais cedo em 1947, a direção
dohospital havia sido dada para o Dr. Raymundo de Moura Brito, o qual foi responsável
pelaaceleração das obras do mesmo com a reunião de um corpo de médicos para realizaçãode
tal feito.

A partir de sua inauguração, o hospital coleciona títulos tendo se tornado o mais


avançadohospital público da América Latina em seus primeiros anos de funcionamento,
conferindoClasse A na avaliação do Sistema Internacional de Classificação de Hospitais.

“Desde a sua origem este Hospital identificou-se como organismo docente


assistencialpioneiro. Foi o introdutor do Centro de Estudos organizado dentro da
estrutura hospitalar, com Biblioteca e a edição de uma revista médica - a Revista

63 
 
Médica do HSE, destinadas apromover o desenvolvimento técnico-científico do seu
Corpo Clínico. Formou MédicosResidentes de todos os estados do país e também do
exterior, que tem ocupado funções decomando em Universidades, Secretarias de
Estado e Entidades de Classe.” (Morinigo, 2008).

Ainda sobre sua forte influência na questão de formação de profissionais e estudos no setorda
saúde, foram criados centros de estudo e da biblioteca interna do hospital:

“A primeiraregulamentação do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento (CEA) se deu em


1948 quando secriou a primeira Comissão Diretora. Sob sua responsabilidade ficaram
o programa de Residência Médica, a coordenação das sessões clínicas, cursos,
documentação científica,registros fotográficos e a Biblioteca. Assim como a publicação
de um Boletim Científico,depois transformado em Revista Médica do HSE. Na ocasião
da inauguração do hospital, a Biblioteca, com o objetivo de ser suporte de informação
dos profissionais de saúde do HSE ede outras instituições, já contava com 500 livros
básicos da área médica e assinatura de, pelomenos, dois periódicos científicos de cada
especialidade, indicados pelos chefes dos serviçosclínicos.” (Morinigo, 2008).

5.2 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO


 

O HFSE constitui um complexo de edificações situado na Rua Sacadura Cabral, região


portuária do Rio de Janeiro, dividido em um prédio principal e quatro prédios anexos como
demonstrado na planta situacional a seguir.

Figura 15: Planta situacional das dependências do HFSE.


Fonte: HFSE – Arquivo Interno, 2013. (Adaptado)

O quadro a seguir descreve as características do objeto de estudo.

Quadro 26: Caracterização do Objeto de Estudo HFSE

64 
 
Nome Hospital dos Funcionários Públicos (1934) / 
Hospital dos servidores do Estado (a partir 
de 1938). 
Endereço  Rua Sacadura Cabral, 178 – CEP: 20221‐903 
– Rio de Janeiro 
Tipologia  Hospital Geral (24 horas)
Área  107.000 m²
Leitos de Internação  405
Centro Cirúrgico:   20 salas
Serviços  50 tipos de serviços especializados
Ambulatórios:  186 salas

Fonte: HFSE - Arquivo Interno, 2013.

Para efeito de simplificação de aplicação do método, serão levados em consideração para os


resultados apenas os sistemas prediais hidráulicos e sanitários do Prédio Principal. Para, tal,
segue, no quadro a seguir, caracterização das atividades realizadas em cada um dos
pavimentos da referida edificação.

Quadro 27: Atividades realizadas em cada pavimento do Prédio Principal do HFSE

PAVIMENTO  ATIVIDADES/ESPECIALIDADES
CTI 
Rouparia 
11º 
Central de Material Esterilizado 
Telefonia 
10º  Centro Cirúrgico
Cirurgia Plástica
9º 
Cirurgia Torácica e Cirurgia Vascular 
Cirurgia Geral
8º 
Cirurgia Pediátrica 
Ginecologia
7º 
Neurocirurgia 
Ortopedia
6º 
Urologia 
Oftamologia
Proctologia 
5º  Otorrino 
Microcirurgia 
Dep. Químicos 
4º Clínica Geral
3º Pediatria e Unidade Cardiointensiva / Coronária
2º Unidade Materno Fetal
Rouparia
Raio X 
Hemodinâmica 
1º 
Oncologia 
Medicina Nuclear 
Hotelaria e Infraestrutura 

Fonte: Autor, 2015.

65 
 
5.3 APLICAÇÃO DO MÉTODO

O método empregado a seguir procura respeitar preceitos definidos pelo item 4.3 e fluxograma
da figura 10.

5.3.1 DETERMINAÇÃO DO UNIVERSO A SER CONSIDERADO NA ANÁLISE

Para fins práticos, serão consideradas patologias encontradas em inspeção técnica visual das
dependências das edificações, sendo coletados dados empíricos dos sistemas de Água Fria,
Água Quente, Esgoto Sanitário e Águas Pluviais da edificação, com enfoque nos pontos de
utilização, contato direto do usuário com os referidos sistemas. Serão suprimidos efeitos
externos aos sistemas, tais como ambiente local e falhas ocasionadas por transporte de
material e fabricação.

5.3.2 PREPARAÇÃO PRÉVIA: COLETA DE DADOS

Para conhecimento prévio das instalações do hospital, foi realizada pesquisa bibliográfica
sobre sua origem (descrita em item anterior), bem como coleta de informações como fluxo de
pacientes por especialidade por dia, dados sobre projetos prévios de instalações e plantas
baixas dos pavimentos.

5.3.3 INSPEÇÃO PREDIAL

A inspeção predial realizada segue preceitos definidos pela norma IBAPE/SP para o tema.
Considerando os aspectos tratados no documento, pode-se aferir que a vistoria realizada
constitui-se inspeção de Nível 1, conforme definido:

“Identificação das anomalias e falhas aparentes, elaborada por profissional habilitado.”


(IBAPE/SP, 2011).

As manifestações patológicas levantadas pela inspeção encontram-se presentesno quadro a


seguir, classificadas por elemento constituinte dos SPHS vistoriados e com o número de
ocorrências contabilizado conforme levantamento da lista de verificação de inspeção.

66 
 
Quadro 28: Levantamento de Manifestações Patológicas determinadas em inspeção
predial 

NOME DO  Nº DE 
ITEM  MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 
COMPONENTE  OCORRÊNCIAS 
1 ‐ TUBULAÇÃO E CONEXÕES          
VAZAMENTO EM TUBULAÇÃO DE PVC 
1.1.1  9 
ROSCÁVEL 
1.1.2  CORROSÃO EM TUBULAÇÃO METÁLICA  2 
1.1  TUBULAÇÃO  1.1.4  INSTALAÇÃO DE DRENO DE AR INADEQUADA  2 
1.2.1  FALTA INSTALAÇÃO DE SIFÃO  2 
1.1.3  DETERIORAÇÃO DE TUBULAÇÃO DE PVC  5 
1.2.2  VAZAMENTO EM SIFÃO  5 
1.2  CONEXÕES  1.2.3  VAZAMENTO EM SAÍDA DE ÁGUA  5 
1.1.5  INST. INCOMPLETA (AUSÊNCIA DE PEÇAS)  10 
2 ‐ REGISTROS E VÁLVULAS          
REGISTROS  2.1.1  FALTA DE ACABAMENTO  81 
2.1  GAVETA E 
PRESSÃO  2.1.2  VAZAMENTO  5 
VÁLVULA DE  2.2.1  FALTA DE ACABAMENTO (CANOPLA)  74 
2.2 
DESCARGA  2.2.2  VAZAMENTO  3 
3 ‐ METAIS, LOUÇAS E EQUIPAMENTOS       
3.1.1  FALTA INSTALAÇÃO  5 
3.1  CHUVEIRO 
3.1.2  ALTURA IRREGULAR  1 
3.2.1  FALTA INSTALAÇÃO  11 
3.2  TORNEIRA 
3.2.2  VAZAMENTO  19 
3.3  LAVATÓRIO  3.3.1  FIXAÇÃO INADEQUADA  5 
BACIA  3.4.1  FALTA INSTALAÇÃO  2 
3.4 
SANITÁRIA  3.4.2  ENTUPIMENTO  8 
4 ‐ CAIXAS E RALOS          
RALO SECO E  4.1.1  AUSÊNCIA DE GRELHA/TAMPA  8 
4.1 
SIFONADO  4.1.2  ENTUPIMENTO  4 
5 ‐ REVESTIMENTOS E 
     
IMPERMEABILIZAÇÕES 
5.1.1  ABSORÇÃO EXCESSIVA  7 
REVESTIMENTO  5.1.2  ESTUFAMENTO  6 
5.1 
CERÂMICO  5.1.3  QUEBRA E TRINCAMENTO  37 
5.1.4  FALTA REVESTIMENTO  5 
6‐ OUTROS             
6.1.1  DESCARTE INADEQUADO  1 
6.1  RESÍDUOS 
6.1.2  VAZAMENTO  1 
6.2.1  EM TETO  64 
6.2  INFILTRAÇÕES  6.2.2  EM PAREDE DE ÁREAS MOLHADAS  34 
6.2.3  EM PAREDES EXTERNAS  9 
TOTAL ABSOLUTO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS  430 

Fonte: Autor, 2015.

67 
 
Para fins de demonstração, não foram analisadas todas as patologias encontradas. Para a
tomada de decisão, utilizou-se o artifício do Diagrama de Pareto. Segundo Santos, 1993, “o
Diagrama de Pareto mostra, em ordem decrescente, a contribuição relativa a cada item sobre o
efeito total. A contribuição relativa pode ser baseada no número de ocorrências, no custo
associado a cada item, ou em outras medidas de impacto sobre o efeito total”.  

As manifestações patológicas foram organizadas com seu número de ocorrências decrescente


e foi calculada sua frequência relativa, dada pelo número de ocorrências da patologia dividido
pelo número absoluto de ocorrências de manifestações patológicas levantado.

% % (9)

Onde:

FR – Frequência Relativa em %
FA – Frequência Absoluta em unidades
n – Número absoluto de ocorrências patológicas em unidades

Através da soma das frequências relativas, foi desenvolvida a curva de Pareto para os itens. O
limite de análise consiste na manifestação patológica que, se somada com as anteriores,
represente mais de 80% do número absoluto de ocorrências.

Deste modo, para as ocorrências analisadas, pôde-se definir pelo Diagrama de Pareto (figura
18) que as 10 patologias mais frequentes são responsáveis por 81,13% do número total de
manifestações patológicas levantado e, portanto, foram escolhidas como objeto de análise
FMEA e FTA realizada. Para cada uma dessas, foi definido um exemplo de ocorrência
observado em inspeção, o qual foi objeto de análise, conforme a figura 19.

Quadro 29: Manifestações Patológicas mais Frequentes relacionadas à sua Frequência


Relativa

ITEM  MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA  FA  FR 


2.1.1  AUSÊNCIA DE ACABAMENTO EM REGISTRO  81  18,88% 
2.2.1  AUSÊNCI DE ACABAMENTO (CANOPLA) EM VÁLVULA  74  17,25% 
6.2.1  INFILTRAÇÃO EM TETO  64  14,92% 
5.1.3  QUEBRA E TRINCAMENTO DE REVESTIMENTO  37  8,62% 
6.2.2  INFILTRAÇÃO EM PAREDES INTERNAS  34  7,93% 
3.2.2  VAZAMENTO EM TORNEIRA  19  4,43% 
3.2.1  AUSÊNCIA DE INSTALAÇÃO DE TORNEIRA  11  2,56% 
1.1.5  INSTALAÇÃO INCOMPLETA (AUSÊNCIA DE PEÇAS) DE TUBULAÇÃO 10  2,33% 
1.1.1  VAZAMENTO EM TUBULAÇÃO DE PVC ROSCÁVEL  9  2,10% 
6.2.3  INFILTRAÇÃO EM PAREDES EXTERNAS  9  2,10% 
TOTAL  81,13% 
 
Fonte: Autor, 2015. 

68 
 
90 100,00%

80 90,00%
80,93%
81
74 80,00%
70

70,00%
64
Número de ocorrências (n)

Frequência Acumulada (%)
60
60,00%
50
50,00%
40 37
34 40,00%
30
30,00%

20 19
20,00%
11 10 9 9
10 8 8 10,00%
7 6 5 5 5 5 5 5 5 4 3 2 2 2 2 1 1 1
0 0,00%

Modo de Falha (Manifestação Patológica)

Figura 16: Diagrama de Pareto para as Manifestações Patológicas Levantadas. Fonte: Autor, 2015

69 
 
INSPEÇÃO PREDIAL HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ‐ PRÉDIO PRINCIPAL 
NÍVEL DE INSPEÇÃO DEFINIDO A PARTIR DA NORMA DO IBAPE/SP 2011: NÍVEL 1
DATA:  13/08/2014    RESPONSÁVEL: ARTHUR BASTOS E ELAINE GARRIDO VAZQUEZ 
PAVIMENTO: INDICADO
Nº  DESCRIÇÃO  AVALIAÇÃO  FOTO  EFEITOS APARENTES: 

AUSÊNCIA DE 
Através  de  inspeção  visual  identificou‐se  que  não  foi  feita  a 
ACABAMENTO DO  Falha na 
2.1.1  instalação  do  acabamento  do  registro.  Estes  defeitos  geram 
REGISTRO ‐ 9º  instalação 
problemas de caráter estético e funcional. 
PAVIMENTO 

 
 

AUSÊNCIA DE 
ACABAMENTO DE  Através  de  inspeção  visual  identificou‐se  que  não  foi  feita  a 
Falha na 
2.2.1  VÁLVULA DE DESCARGA  instalação  da  canopla  da  bacia  sanitária.  Estes  defeitos  geram 
instalação 
(CANOPLA) ‐ 8º  problemas de caráter estético e funcional. 
PAVIMENTO 

 
 

70 
 
Através  de  inspeção  visual  identificou‐se  que  a  umidade 
ocasionou  oaparecimento  manchas,  perda  de  pintura  e 
alteração  no  revestimento.  Estes  defeitos  geram  problemas  de 
caráter  estético,  funcional,  desconforto  dos  usuários  e  nestes 
casos podem afetar a saúde dos usuários. 
 
A  umidade  agiu  como  um  meio  necessário  para  que  grande 
Mofo e bolor,  parte  destaspatologias  se  manifestasse,  ocasionando  o 
INFILTRAÇÃO NO TETO ‐  eflorescência,  surgimento  de  manchas  e  perda  de  pintura.  Essa  patologia 
6.2.1 
8º PAVIMENTO  manchas e falha  provoca alteração na superfície, exigindo na maioria das vezes a 
no revestimento  recuperação  ou  até  mesmo  a  necessidade  de  se  refazer 
revestimentos, gerando gastos dispendiosos. 
 
Evidencia‐se o desenvolvimento de bolor e mofo. Essa patologia 
  provoca alteração na superfície, exigindo na maioria das vezes a 
recuperação  ou  até  mesmo  a  necessidade  de  se  refazer 
revestimentos, gerando gastos dispendiosos. 
 

REVESTIMENTO  Através  de  inspeção  visual  identificou‐se  piso  cerâmico 


CERÂMICO DO PISO  Falha no material  danificado  (peças  quebradas).  Estes  defeitos  geram  problemas 
5.1.3 
DANIFICADO ‐ 11º  de acabamento  de caráter funcional e estético e desconforto dos usuários com 
PAVIMENTO  risco inclusive de acidentes. 

 
 

71 
 
Através  de  inspeção  visual  identificou‐se  que  a  umidade 
ocasionou  o  aparecimento  manchas,  perda  de  pintura  e 
alteração  no  revestimento.  Estes  defeitos  geram  problemas  de 
caráter  estético,  funcional,  desconforto  dos  usuários  e  nestes 
casos  podem  afetar  a  saúde  dos  usuários.  Através  de  inspeção 
visual  também  identificou‐se  que  não  foi  feita  a  instalação  do 
Mofo e bolor, 
acabamento  do  registro.  Estes  defeitos  geram  problemas  de 
INFILTRAÇÃO NA  manchas, falha 
caráter estético e funcional. 
6.2.2  PAREDE ‐ 8º  no revestimento 
 
PAVIMENTO  e falha no 
A  umidade  agiu  como  um  meio  necessário  para  que  grande 
acabamento 
parte  destas  patologias  se  manifestasse,  ocasionando  o 
surgimento  de  manchas  e  perda  de  pintura.  Essa  patologia 
provoca alteração na superfície, exigindo na maioria das vezes a 
 
recuperação  ou  até  mesmo  a  necessidade  de  se  refazer 
revestimentos, gerando gastos dispendiosos. 
 

VAZAMENTO EM  Vazamento e  Através  de  inspeção  visual  identificou‐se  vazamento  ativo  da 
3.2.2  TORNEIRA ‐ 8º  falha na  torneira.  Estes  defeitos  geram  problemas  de  caráter  estético  e 
PAVIMENTO  instalação  funcional. 

 
 

72 
 
Através  de  inspeção  visual  identificou‐se  que  não  foi  feita  a 
AUSÊNCIA DE TORNEIRA  Falha na 
3.2.1  instalação  de  torneira.  Estes  defeitos  geram  problemas  de 
EM PIA ‐ 7º PAVIMENTO  instalação 
caráter estético e funcional. 

 
 

INSTALAÇÃO 
Através  de  inspeção  visual  identificou‐se  que  não  foi  feita  a 
INCOMPLETA E  Falha na 
1.1.5  instalação  completa  da  tubulação.  Estes  defeitos  geram 
TUBULAÇÃO APARENTE  instalação 
problemas de caráter estético e funcional. 
‐ 4º PAVIMENTO 

 
 

73 
 
VAZAMENTO /  Através  de  inspeção  visual  identificou‐se  a  tubulação  aparente 
TUBULAÇÃO EXPOSTA  Falha no material  pela  falta  de  gesso  e  vazamento  nas  conexões.  Estes  defeitos 
1.1.1 
NO TETO ‐ 7º  de acabamento  geram problemas de caráter funcional e estético e desconforto 
PAVIMENTO  dos usuários com risco inclusive de acidentes. 

 
 
Através  de  inspeção  visual  identificou‐se  que  a  umidade 
ocasionou  o  aparecimento  manchas,  perda  de  pintura  e 
alteração  no  revestimento.  Estes  defeitos  geram  problemas  de 
caráter  estético,  funcional,  desconforto  dos  usuários  e  nestes 
casos podem afetar a saúde dos usuários. 
A  umidade  agiu  como  um  meio  necessário  para  que  grande 
parte  destas  patologias  se  manifestasse,  ocasionando  o 
surgimento  de  manchas  e  perda  de  pintura.  Essa  patologia 
provoca alteração na superfície, exigindo na maioria das vezes a 
recuperação  ou  até  mesmo  a  necessidade  de  se  refazer 
Mofo e bolor,  revestimentos, gerando gastos dispendiosos. 
PAREDE COM 
6.2.3  manchas e falha  Evidencia‐se o desenvolvimento de bolor e mofo. Essa patologia 
INFILTRAÇÃO 
no revestimento  provoca alteração na superfície, exigindo na maioria das vezes a 
recuperação  ou  até  mesmo  a  necessidade  de  se  refazer 
revestimentos,  gerando  gastos  dispendiosos.O  crescimento  de 
bolor está diretamente ligado à existência de umidade (altoteor 
no elemento o qual estão ou no ar). É comum o emboloramento 
em  paredes  umedecidas  por  infiltração  de  água  ou  vazamento 
 

de  tubulações.  O  emboloramento  nada  mais  é  do  que  uma 


alteração  que  pode  ser  constatadamacroscopicamente  na 
superfície  de  diferentes  materiais,  sendo  consequência  do 
desenvolvimento  de  microorganismos  pertencentes  ao  grupo 
dos fungos. 
Figura 17: Resumo do Formulário de Inspeção Predial. Fonte: Autor, 2015.

74 
 
5.3.4 IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE FALHAS E SEUS EFEITOS

Após a coleta de dados em inspeção e de outras informações disponíveis em registros,


realizou-se a identificação das patologias encontradas e levantadas, para classificação dos
Modos de Falha do método empregado.

Uma análise do relatório de vistoria apresentado permitiu classificar as patologias por elemento
constituinte dos SPHS e por tipo conforme relatado no Quadro 28. A partir da definição das
patologias mais recorrentes, pôde-se realizar análise de falhas determinando suas causas
básicas e efeitos preponderantes.

As manifestações patológicas podem ser agrupadas em quatro tipos principais de falha. Para
cada um deles foi realizada a confecção de uma árvore de falhas genérica, representativa da
ocorrência do problema sob quaisquer circunstâncias. Posteriormente, para cada uma das
manifestações, definiu-se o caminho mais provável de ocorrência, o qual fora utilizado como
árvore de falha de referência para a análise do mesmo. O quadro a seguir define os quatro
grupos determinados.

Quadro 30: Definição dos modos para as manifestações patológicas analisadas

ITEM  MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA  GRUPO 


1.1.1  VAZAMENTO EM TUBULAÇÃO DE PVC ROSCÁVEL 
1 ‐ VAZAMENTOS 
3.2.2  VAZAMENTO EM TORNEIRA 
2.1.1  FALTA DE ACABAMENTO EM REGISTRO 
2.2.1  FALTA DE ACABAMENTO (CANOPLA) EM VÁLVULA 
2 ‐ FALHA NA 
3.2.1  FALTA INSTALAÇÃO DE TORNEIRA  INSTALAÇÃO 
INSTALAÇÃO INCOMPLETA (AUSÊNCIA DE PEÇAS) DE 
1.1.5 
TUBULAÇÃO 
6.2.1  INFILTRAÇÃO EM TETO 
6.2.2  INFILTRAÇÃO EM PAREDES INTERNAS  3 ‐ INFILTRAÇÕES 
6.2.3  INFILTRAÇÃO EM PAREDES EXTERNAS 
4 ‐ FALHA NO 
5.1.3  QUEBRA E TRINCAMENTO DE REVESTIMENTO 
REVESTIMENTO 

Fonte: Autor, 2015.

Para efeitos de maior entendimento por parte do leitor, cada um dos grupos terá sua análise
descrita em tópico exclusivo, a fim de facilitar a compreensão do processo contínuo de análise
de falhas.

A etapa de análise das Recomendações e Planos de Ação corretiva e preventiva para cada
manifestação será tratada em capítulo posterior, concomitantemente à discussão dos
resultados encontrados pela análise.

75 
 
5.3.5 GRUPO 1: VAZAMENTOS

O grupo caracterizado pelos vazamentos é representado aqui pelas manifestações patológicas


1.1.1 e 3.2.2 (vazamento em tubulação e vazamento em torneira/acessório, respectivamente).

5.3.5.1 DETERMINAÇÃO DAS CAUSAS BÁSICAS DA MANIFESTAÇÃO


PATOLÓGICA: ÁRVORE DE FALHAS

A confecção das Árvores de Falha segue critérios definidos pelo capítulo anterior, a fim de
determinar as causas básicas para cada uma das manifestações patológicas eleitas para
análise. Foram realizados estudos de causa e efeito para as manifestações gerais e
específicas demonstradas pelas fotos da Figura 19. Os eventos de topo de cada Árvore de
Falhas correspondem aos modos de falha determinados pelo Quadro 30.

Inicialmente confeccionou-se uma árvore geral que evidencia as causas básicas dos
vazamentos, divididas aqui em três segmentos: tubulação, ligações e acessórios. Entende-se
que cada um destes pode ser responsável direto isolado pela manifestação patológica.

Para o caso da tubulação/conexões isso se manifesta através de rachaduras na sua superfície,


tornando-a não mais estanque e passível de vazamentos. Tais rachaduras, por sua vez, têm
sua origem galgada na pressurização ou temperatura inadequada a que é submetida quando
em serviço, ou em seu dobramento excessivo durante a instalação, ou ainda na vibração
excessiva do sistema.

A pressurização inadequada é caracterizada pela pressão de serviço em desacordo com os


limites normativos para mais ou para menos. A NBR 5626 – Instalação Predial de Água Fria,
sobre o tema, retrata: “o fechamento de qualquer peça de utilização não pode provocar sobre-
pressão em qualquer ponto da instalação que seja maior que 20 mca acima da pressão
estática neste ponto". (ABNT, 1998).Isto quer dizer que a pressão de serviço não deve
ultrapassar a 60 mca pois é o resultado da máxima pressão estática (40 mca) somada a
máxima sobre-pressão (20 mca).O caso pode ocorrer tanto por um dimensionamento
inadequado da tubulação quanto uma instalação distinta da especificação (utilizar uma
tubulação cuja pressão de serviço admissível seja inferior à necessária para o trecho, por
exemplo).

A temperatura do fluído incompatível com a temperatura admissível do material da tubulação


também pode ser causa de rachaduras na mesma. Tal fator decorre diretamente da utilização
de material inadequado em tubulações de instalação de água quente, por exemplo. A utilização
de material que não possui pressão admissível adequada ou não resiste a temperaturas

76 
 
elevadas (tais como o PVC comum) é grande responsável pelo rompimento de tubulação
nesses locais.

Outro fator preponderante na presença de rachaduras em tubulação é determinado pelo


dobramento excessivo da tubulação, fator que pode estar ligado à sua instalação ou às tensões
aplicadas na mesma durante o serviço.

No primeiro caso, muitas vezes a previsão mal realizada de locação de tubulação ou a


disponibilidade de peças que não as necessárias à execução obriga o instalador a se valer de
práticas inadequadas de instalação tais como o entortamento de peças de tubulação sob
temperatura, para, forçosamente determinar um caminhamento necessário à mesma. Tal
procedimento compromete o desempenho das peças durante o uso, tendo em vista que estas
ficam constantemente sob uma pressão em pontos determinados para a qual não foram
projetadas.

Quanto às tensões aplicadas em serviço, isto se deve, basicamente, a recalques diferenciais


elevados na edificação, que podem desnivelar determinados trechos do sistema e ocasionar
tensões não previstas para a tubulação.

A última causa aparente de rachaduras em tubulação configura-se pela vibração excessiva da


mesma em serviço. Quando uma tubulação é submetida a pressão excessiva por golpe de
aríete, por exemplo, pode vibrar excessivamente causando tensões não previstas em projeto. A
instalação errônea de tubulações sem a devida fixação também pode causar vibração
excessiva. Tal fator ocorre, por exemplo, numa tubulação em entreforro cujo espaçamento
entre fixadores não fora devidamente executado.

Outro fator preponderante para a vibração excessiva constitui-se na ligação entre bomba
hidropneumática e tubulação de recalque, que deve ser dotada de isoladores para controle da
vibração quando a bomba se encontrar em funcionamento. Segundo a NBR 5626, “ruído de
transmissão proveniente de bombas pode ser reduzido pelo uso de isoladores de vibrações,
tipo mangote flexível, colocado entre a saída da bomba e a tubulação de recalque. Isoladores
eficazes restringem a transmissão de vibração da própria tubulação”. (ABNT, 1998).

No caso de vazamentos em ligações entre tubulações e conexões ou entre tubulações e


acessórios, a manifestação patológica está intimamente ligada à estanqueidade das ligações.
Em uma instalação de tubulação roscável, tomada como exemplo para esta árvore de falhas, a
falta de estanqueidade está ligada intimamente a um dos dois fatores a seguir ou aos dois
concomitantemente: instalação inadequada ou problemas do produto utilizado.

A execução inadequada, no caso de ligações roscável, manifesta-se segundo três fatores


principais distintos: falta de aplicação de vedante (fita veda-rosca) ou aplicação de vedante
inadequado, ou ainda instalação contrária da ligação ao sentido de passagem do fluido.

77 
 
Quanto a defeitos das peças, isto pode estar ligado a defeitos nas roscas, manifestados
exclusivamente por uma das três causas: abertura insuficiente dos fios de rosca no tubo, de
forma que não seja realizado um encaixe perfeito, ou as roscas externas de tubulação não se
encaixam perfeitamente a roscas de conexões ou ainda há deformação das roscas devido ao
processo de fabricação ou no momento da instalação.

Para o caso de vazamento em acessório, como torneiras, o fator preponderante constitui-se de


falta de estanqueidade em fechamento.

A árvore de falhas produto desta análise encontra-se a seguir.

78 
 
LEGENDA:
(A) 
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: VAZAMENTO EM 
TUBULAÇÃO / 
EVENTO “E” CONEXÕES / 
ACESSÓRIOS

CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO” (X) 


ACESSÓRIO 
DEFEITUOSO
TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”

EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”
(Z)
(N)  FALTA DE 
“DE INIBIÇÃO” (B)  ESTANQUEIDADE 
EVENTO BÁSICO ESTANQUEIDADE 
RACHADURA EM  EM FECHAMENTO 
INSUFICIENTE DAS 
TUBULAÇÃO
CONEXÕES
“M EM N”
m:0:0

(S)
(O)
PRODUTO UTILIZADO 
EXECUÇÃO ERRÔNEA
INEFETIVO
(M)
(F)  TEMPERATURA DO 
(C) (I)
DOBRAMENTO  FLUIDO ACIMA DA 
PRESSURIZAÇÃO  VIBRAÇÃO EXCESSIVA 
EXCESSIVO DO TUBO TEMP. MÁXIMA 
INADEQUADA
COMPATÍVEL COM O 
MATERIAL

(R) (T)
(Q) (U)
(P) SENTIDO DO  ABERTURA  (V)
APLICAÇÃO DE  ENCAIXE 
FALTA DE  FLUXO  INSUFICIENTE DE  ROSCAS 
VEDANTE  INCORRETO DAS 
VEDANTE CONTRÁRIO À  FIOS DE ROSCA NO  DEFORMADAS
(G) (H) (K) INCORRETO ROSCAS
ROSCA TUBO
(E)  INSTALAÇÃO  TENSÃO DE  (J) TUBO  (L)
(D) 
INSTALAÇÃO  INDEVIDA COM  CISALHAMENTO  PRESSÃO  DIRETAMENTE  FIXAÇÃO 
ESPECIFICAÇÃO DE 
DISTINTA DA  APLICAÇÃO DE  ELEVADA POR  ELEVADA – GOLPE  LIGADO A  INSUFICIENTE DA 
PROJETO 
ESPECIFICAÇÃO DE  TORQUE EM  RECALQUES  DE ARIETE BOMBA OU EQ.  TUBULAÇÃO
INADEQUADA
PROJETO TUBULAÇÃO DIFERENCIAIS VIBRATÓRIO

Figura 18: Árvore de Falhas para o grupo 1: Vazamentos

79 
 
5.3.5.2 IDENTIFICAÇÃO DOS EFEITOS DOS MODOS DE FALHAS
 

Os efeitos dos modos de falha para o grupo de vazamentos podem ser distintos. São tratados
aqui efeitos relacionados à umidade e a desperdícios de consumo de água.

A umidade, segundo Verçoza, 1991, “não é apenas uma causa de patologias, ela age também
como um meio necessário para que grande parte das patologias em construções ocorra. Ela é
fator essencial para o aparecimento de eflorescências, ferrugens, mofo, bolores, perda de
pinturas, de rebocos e até a causa de acidentes estruturais”.

Uma consequência direta de vazamentos em tubulação de PVC embutida em alvenaria ou no


entreforro (caso estudado pela manifestação patológica 1.1.1) se encontra justamente no fato
de esta causar umedecimento das regiões próximas ao problema, gerando, com o tempo,
consequências para os elementos estruturais do entorno, desprendimento de revestimentos,
apodrecimento e mudança de cor de paredes, entre outros fatores. Todos estes estão ligados à
consequência principal desta manifestação, que é a infiltração da água do vazamento pelos
locais adjacentes a ele.

Por outro lado, há ainda a perda de água pelo vazamento, ocasionando desperdício que pode
ser traduzido também em perda de vazão das tubulações adjacentes. A vazão calculada em
projeto não mais chega aos pontos de consumo que tem sua distribuição dependente do trecho
em vazamento, o que prejudica o abastecimento e utilização pelos usuários.

A manifestação patológica representada pelo item 3.2.2 trata diretamente do vazamento no


ponto de consumo, no caso, em torneira. Seus efeitos se traduzem basicamente em perda das
funcionalidades da torneira enquanto reguladora da vazão de saída da água pelo ponto, como
também desperdício de água e manchas em pias e lavatórios de louça ocasionadas pelo
gotejamento constante.

5.3.5.3 DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES FMEA


 

Nesta etapa, foram definidos os índices de Ocorrência (O), Gravidade (G), Detecção (D) e
Risco (R).

Para a determinação do Índice de Ocorrência de cada uma das manifestações patológicas fez-
se análise da Árvore de Falhas em conjunto com as informações levantadas em inspeção. Para
tanto, realizou-se avaliação estatística para cada embasada na determinação da Frequência
Relativa de ocorrência.

Para o cálculo da frequência dos eventos básicos da árvore admite-se, devido à ausência de
informações técnicas relevantes dentro do escopo do estudo de caso, que a probabilidade de

80 
 
ocorrência de falhas básicas segue índices de probabilidade definidos e justificados pelo
quadro a seguir.

Quadro 31: Estimativa da probabilidade de ocorrência de Eventos Básicos da Árvore


de Falhas para o Grupo 1.

PROB. DE 
FALHA 
DESCRIÇÃO  OCORRÊNCIA  JUSTIFICATIVA 
BÁSICA 
ADOTADA 
Segundo  Lima,  Dórea  e  Silva,  1999,  18%  das 
patologias  ocorrentes  em  edificações 
Especificação de projeto  brasileiras ocorre por erros de projeto. Fazendo 
D  0,180 
inadequada  livre  extrapolação  para  o  caso  específico 
apresentado, pode‐se dizer que a probabilidade 
de tal erro ocorrer será, então, 0,180.  
Segundo  Lima,  Dórea  e  Silva,  1999,  52%  das 
patologias  ocorrentes  em  edificações 
brasileiras  ocorre  por  erros  de  execução. 
Instalação distinta da 
E  0,520  Fazendo  livre  extrapolação  para  o  caso 
especificação de projeto 
específico  apresentado,  pode‐se  dizer  que  a 
probabilidade  de  tal  erro  ocorrer  será,  então, 
0,520 
Instalação indevida com 
Analogamente ao caso anterior, adota‐se 0,520 
G  aplicação de torque em  0,520 
como probabilidade de ocorrência. 
tubulação 
Devido  à  ausência  de  dados  conclusivos  sobre 
recalques  diferenciais  no  terreno  estudado, 
Tensão de cisalhamento 
assume‐se  que  tal  problema,  se  existente,  não 
H  elevada por recalques  0,000 
chega  ao  nível  de  aplicar  tensões  nas 
diferenciais 
tubulações  da  edificação,  portanto,  a 
probabilidade de ocorrência assumida é 0,000. 
Ainda  que  a  instalação,  por  obedecer  critérios 
antigos  de  projeto,  se  baseie  em  prumadas 
ligadas  a  válvulas  de  descarga  embutidas  que 
possam  causas  golpe  de  Ariete,  observou‐se 
Pressão elevada – golpe 
J  0,000  que  as  patologias  relacionadas  a  vazamentos 
de Ariete 
dificilmente  correspondiam  a  tubulações 
diretamente  ligadas  às  descargas,  portanto, 
neste  caso,  também  adotou‐se  probabilidade 
de ocorrência de 0,000. 
Considerando que foram analisadas tubulações 
Tubo diretamente ligado 
de ramais de distribuição, não houve análise da 
K  a bomba ou  0,000 
tubulação  de  recalque,  e  portanto,  a 
equipamento vibratório 
probabilidade para tal é 0,000. 
A  fixação  insuficiente  está  ligada  à  má 
instalação  do  material  ou  instalação  errônea, 
podendo  ainda  estar  atrelada  a  questões  de 
especificações  de  projeto  inadequadas. 
Fixação insuficiente da  Segundo  estudo  realizado  por  Teixeira,  et.al., 
L  0,365 
tubulação  2011,  usuários  de  edificação  da  UNICAMP 
possuem  percepção  de  ruído  e  vibração  em 
tubulação  em  cerca  de  36,5%  dos  casos, 
portanto,  tal  índice  será  adotado  para  este 
evento. 
Temperatura do fluido  Tal fator pode estar ligado a uma especificação 
M  0,180 
acima da temperatura  de  material  errônea  de  projeto  ou  ainda  à 

81 
 
máxima compatível com  instalação de material distinta da especificação. 
o material  Devido  ao  caráter  de  idade  avançada  da 
edificação,  determina‐se  que  tal  fator  estará 
mais  ligado  a  projetos  com  especificação 
incorreta,  portanto  a  probabilidade  utilizada  é 
de 0,180. 
P  Falta de vedante 
Aplicação de vedante  Estes  eventos  estão  diretamente  ligados  à 

incorreto  0,520  instalação  inadequada.  Analogamente  a  casos 
Sentido do fluxo  anteriores, adota‐se coeficiente de 0,520. 

contrário à rosca 
Abertura insuficiente de 
T  Considerando  a  não  existência  de  informações 
fios de rosca no tubo 
relevantes de fornecedores sobre o percentual 
Encaixe incorreto das  0,100 
U  de  peças  defeituosas,  adota‐se  para  os  casos 
roscas 
10% como probabilidade. 
V  Roscas deformadas 
Para  o  caso  de  torneiras,  considera‐se,  devido 
ao  estado  de  utilização  da  edificação  e  sua 
Falta de estanqueidade 
Z  0,500  idade avançada, a probabilidade de 50% destas 
em fechamento 
apresentarem  alguma  manifestação  de 
vazamento. 

Fonte: Autor, 2015 

Vale lembrar que a frequência relativa demonstrada acima através da árvore de falhas pode
possuir um erro relativo à realidade devido à inexistência de informações conclusivas sobre a
frequência de ocorrência dos eventos básicos da mesma. Em um caso de aplicação real da
ferramenta, a sugestão é que a frequência seja baseada no histórico de ocorrência da
manifestação patológica no local de estudo para que os números se aproximem da realidade
da edificação.

Para o caso da manifestação patológica 1.1.1 (vazamento em tubulação de PVC roscável),


entende-se que a probabilidade de ocorrência do evento X (Acessório defeituoso), é nula, uma
vez que não há acessórios presentes na instalação. Verificou-se ainda que o vazamento era
proveniente das conexões, o que está atrelado diretamente à falta de estanqueidade das
mesmas, eliminando a probabilidade de rachaduras na tubulação. Desta forma, todos os
eventos relacionados como causas do evento B, incluindo o mesmo, tem sua probabilidade
reduzida a 0,000.

Vale analisar ainda que, pela observação da instalação, que esta foi realizada de maneira
adequada quanto ao sentido do fluxo, eliminando a probabilidade de ocorrência do evento R.
Outro fator relevante é a idade da instalação: Se tratando de uma instalação antiga, há grande
probabilidade da qualidade do material estar aquém do esperado ou ainda do vedante utilizado
ter sido gasto ou aplicado de forma errônea. Pode-se dizer, então, que a ocorrência desta
manifestação patológica específica está ligada com os eventos básicos P, Q, T, U e V.

Desta forma, a probabilidade de ocorrência dos eventos básicos em 1.1.1 será:

,  

82 
 
,  

,  

A probabilidade de o problema ter sido ocasionado por rachadura em tubulação (evento B) será
também dada como nula pois todos os seus eventos básicos são nulos. Logo, a probabilidade
de ocorrência deste vazamento específico é dada pelo risco de ocorrência de falta de
estanqueidade das ligações, calculado a seguir.

, , , , ,

, , , , , , , , ,
, , , ,

, , , , ,

Logo, a probabilidade de ocorrência de vazamento é dada pela probabilidade de falta de


estanqueidade em ligações de tubulação, ou seja:

Para o caso da manifestação patológica 3.2.2 (vazamento em torneira), considera-se que a


probabilidade de ocorrência de B e N é nula, e, para este caso, a probabilidade de vazamento
é dada por:

, , , , , , , , ,
, , , ,  

Utilizando-se do quadro15 para referência, tem-se que, a Frequência Relativa de 1.1.1 e 3.2.2
é maior ou igual a 1:2, o que configura para ambas um Índice de Ocorrência de 10.

Para cada caso, o resumo da determinação dos índices de Ocorrência encontra-se nas árvores
das figuras 21 e 22, em que é destacado o caminho e os valores das probabilidades de cada
evento. Os eventos em Vermelho correspondem aos que foram determinantes para a
ocorrência das manifestações patológicas 1.1.1 e 3.2.2 respectivamente.

83 
 
O Índice de Gravidade (G) é analisado sob a perspectiva qualitativa desenvolvida por
Helman&Andery, 1995. A análise permite qualificar o índice de gravidade para o item 1.1.1
como 6 e para o item 3.2.2 como 4, ambos se enquadrando em uma qualificação intermediária.

Para o caso do vazamento em tubulação (1.1.1), foi conferido índice 6 devido ao caráter
progressivo de degradação do sistema, uma vez que o vazamento gera umidade, que por sua
vez, tende a, aos poucos, causar incômodos aos usuários. Outro fator relevante é a diminuição
da eficiência do sistema através dos vazamentos, uma vez que muito da água consumida será
inutilizada.

Para o caso do vazamento em torneira (3.2.2), o índice de Gravidade 4 evidencia o caráter um


pouco menos agressivo, tendo em vista que se trata de acessório não embutido e portanto,
sem danos de umidade às paredes e estrutura da edificação.

O Índice de Detecção (D) também possui caráter qualitativo e foi definido como 7 para o item
1.1.1, uma vez que inicialmente um vazamento em tubulação embutida é de difícil percepção.
O que se percebe são seus efeitos para os materiais, fator que ocorre num estágio mais
avançado de deterioração, tais como mofo, desprendimento de revestimentos e bolores. Para o
item 3.2.2 estabeleceu-se índice 1, tendo em vista que por ser aparente e utilizada a toda hora,
a torneira facilmente demonstra sinais de vazamento aos usuários e equipe de manutenção.

Fez-se, então, perante o apresentado, o cálculo do Índice de Risco (R) para cada uma das
patologias do grupo de Vazamentos.

Deste modo, para a patologia 1.1.1:

Deste modo, para a patologia 3.2.2:

Um resumo dos cálculos dos índices para cada manifestação patológica é representado nos
quadros a seguir.

84 
 
Quadro 32: Índices FMEA para Patologia 1.1.1 - Vazamento em Tubulação de PVC
Roscável

ÍNDICE DE OCORRÊNCIA (O)  ÍNDICE DE GRAVIDADE (G) 
PROBABILIDADE  FREQUÊNCIA 
ÍNDICE  ÍNDICE  CONCEITO 
DE OCORRÊNCIA  RELATIVA 
Patologia de Menor Importância; quase 
1  MUITO REMOTA  MENOR QUE 1 EM  1  não são percebidos os efeitos sobre o 
500.000  sistema predial 

2  MUITO PEQUENA  1 EM 50.000 – 1 EM  Provoca redução de performance do 


500.000  sistema e surgimento gradual de 
2‐3 
1 EM 5.000 – 1 EM  ineficiência; Usuário perceberá a falha 
3  PEQUENA  mas não ficará insatisfeito com ela 
50.000 
1 EM 1.000 – 1 EM  Sistema predial sofrerá uma degradação 
4  MODERADA 
5.000  progressiva: Ineficiência moderada; 
1 EM 200 – 1 EM  4‐6  Produtividade reduzida; Início da 
5  MODERADA 
1.000  frustração por parte do usuário; Usuário 
6  MODERADA  1 EM 50 – 1 EM 200  perceberá a falha e ficará insatisfeito 
Mais de 50 a 70% das vezes não se 
7  ALTA 
1 EM 15 – 1 EM 50  consegue manter o desempenho do 
7‐8 
sistema predial, há baixa eficiência e 
8  ALTA 
1 EM 5 – 1 EM 15  produtividade. 
9  MUITO ALTA  1 EM 2 – 1 EM 5  Não se consegue produzir, “colapso” do 
processo. Problemas são catastróficos e 
9‐10 
10  MUITO ALTA  MAIOR OU IGUAL A 1  podem gerar danos a bens ou pessoas; 
EM 2  Usuário muito insatisfeito. 
ÍNDICE DE DETECÇÃO (D) 
Pequena probabilidade de detecção. 
Nível de controle muito baixo. Até 
1  Muito alta probabilidade de detecção  7‐8 
90% das vezes o sistema sai de 
controle. 
Alta probabilidade de detecção. Ações 
Muito pequena probabilidade de 
corretivas são tomadas em pelo menos 90% 
2‐3  9  detecção. Não há nenhum tipo de 
das vezes em que seus parâmetros saem 
controle ou inspeção 
fora de controle. 
Moderada probabilidade de detecção. 
Muito remota probabilidade de 
Somente em 50% das vezes em que o 
4‐6  10  detecção. A patologia não pode ser 
processo sai de controle são tomadas ações 
detectada 
corretivas. 
ÍNDICE DE RISCO (R)  
OCORRÊNCIA (O)  10 
GRAVIDADE (G)  6  RISCO (R) = 420 
DETECÇÃO (D)  7 

Fonte: Autor, 2015.

85 
 
Quadro 33: Índices FMEA para Patologia 3.2.2 - Vazamento em Torneira

ÍNDICE DE OCORRÊNCIA (O)  ÍNDICE DE GRAVIDADE (G) 
PROBABILIDADE  FREQUÊNCIA 
ÍNDICE  ÍNDICE  CONCEITO 
DE OCORRÊNCIA  RELATIVA 
Patologia de Menor Importância; quase 
1  MUITO REMOTA  MENOR QUE 1 EM  1  não são percebidos os efeitos sobre o 
500.000  sistema predial 

2  MUITO PEQUENA  1 EM 50.000 – 1 EM  Provoca redução de performance do 


500.000  sistema e surgimento gradual de 
2‐3 
1 EM 5.000 – 1 EM  ineficiência; Usuário perceberá a falha 
3  PEQUENA  mas não ficará insatisfeito com ela 
50.000 
1 EM 1.000 – 1 EM  Sistema predial sofrerá uma degradação 
4  MODERADA 
5.000  progressiva: Ineficiência moderada; 
1 EM 200 – 1 EM  4‐6  Produtividade reduzida; Início da 
5  MODERADA 
1.000  frustração por parte do usuário; Usuário 
6  MODERADA  1 EM 50 – 1 EM 200  perceberá a falha e ficará insatisfeito 
Mais de 50 a 70% das vezes não se 
7  ALTA 
1 EM 15 – 1 EM 50  consegue manter o desempenho do 
7‐8 
sistema predial, há baixa eficiência e 
8  ALTA 
1 EM 5 – 1 EM 15  produtividade. 
9  MUITO ALTA  1 EM 2 – 1 EM 5  Não se consegue produzir, “colapso” do 
processo. Problemas são catastróficos e 
9‐10 
10  MUITO ALTA  MAIOR OU IGUAL A 1  podem gerar danos a bens ou pessoas; 
EM 2  Usuário muito insatisfeito. 
ÍNDICE DE DETECÇÃO (D) 
Pequena probabilidade de detecção. 
Nível de controle muito baixo. Até 
1  Muito alta probabilidade de detecção  7‐8 
90% das vezes o sistema sai de 
controle. 
Alta probabilidade de detecção. Em 
Muito pequena probabilidade de 
processos, ações corretivas são tomadas em 
2‐3  9  detecção. Não há nenhum tipo de 
pelo menos 90% das vezes em que seus 
controle ou inspeção 
parâmetros saem fora de controle. 
Moderada probabilidade de detecção. 
Muito remota probabilidade de 
Somente em 50% das vezes em que o 
4‐6  10  detecção. A patologia não pode ser 
processo sai de controle são tomadas ações 
detectada 
corretivas. 
ÍNDICE DE RISCO (R)  
OCORRÊNCIA (O)  10 
GRAVIDADE (G)  4  RISCO (R) = 40 
DETECÇÃO (D)  1 

Fonte: Autor, 2015.

86 
 
LEGENDA:
(A) 
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: VAZAMENTO EM 
TUBULAÇÃO /  F=0,832
EVENTO “E” CONEXÕES / 
ACESSÓRIOS

CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO” (N) 


ACESSÓRIO  F=0,000
DEFEITUOSO
TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”

EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”
(Q)
(N)  FALTA DE  F=0,000
“DE INIBIÇÃO” (B)  ESTANQUEIDADE 
EVENTO BÁSICO ESTANQUEIDADE 
RACHADURA EM  F=0,000 F=0,832 EM FECHAMENTO 
INSUFICIENTE DAS 
TUBULAÇÃO
CONEXÕES
“M EM N”
m:0:0

(S)
(O)
F=0,770 PRODUTO UTILIZADO  F=0,271
EXECUÇÃO ERRÔNEA
INEFETIVO
(M)
(F)  TEMPERATURA DO 
(C) (I)
DOBRAMENTO  F=0,000 F=0,000 FLUIDO ACIMA DA 
PRESSURIZAÇÃO  F=0,000 VIBRAÇÃO EXCESSIVA  F=0,000
EXCESSIVO DO TUBO TEMP. MÁXIMA 
INADEQUADA
COMPATÍVEL COM O 
MATERIAL

(R) (T)
(Q) (U)
(P) SENTIDO DO  ABERTURA  (V)
APLICAÇÃO DE  ENCAIXE 
FALTA DE  FLUXO  INSUFICIENTE DE  ROSCAS 
VEDANTE  INCORRETO DAS 
VEDANTE CONTRÁRIO À  FIOS DE ROSCA NO  DEFORMADAS
(G) (H) (K) INCORRETO ROSCAS
(E)  ROSCA TUBO
(D)  INSTALAÇÃO  TENSÃO DE  (J) TUBO  (L)
INSTALAÇÃO  INDEVIDA COM  CISALHAMENTO  PRESSÃO  DIRETAMENTE  FIXAÇÃO 
ESPECIFICAÇÃO DE 
DISTINTA DA  APLICAÇÃO DE  ELEVADA POR  ELEVADA – GOLPE  LIGADO A  INSUFICIENTE DA  F=0,100
PROJETO  F=0,520 F=0,520 F=0,000 F=0,100 F=0,100
ESPECIFICAÇÃO DE  TORQUE EM  RECALQUES  DE ARIETE BOMBA OU EQ.  TUBULAÇÃO
INADEQUADA
PROJETO TUBULAÇÃO DIFERENCIAIS VIBRATÓRIO

F=0,000 F=0,000 F=0,000 F=0,000 F=0,000 F=0,000 F=0,000

Figura 19: Árvore de Falhas para Manifestação Patológica 1.1.1 - Vazamento em Tubulação de PVC Roscável. Fonte: Autor, 2015.

87 
 
LEGENDA:
(A) 
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: VAZAMENTO EM 
TUBULAÇÃO /  F=0,500
EVENTO “E” CONEXÕES / 
ACESSÓRIOS

CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO” (N) 


ACESSÓRIO  F=0,500
DEFEITUOSO
TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”

EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”
(Q)
(N)  FALTA DE  F=0,500
“DE INIBIÇÃO” (B)  ESTANQUEIDADE 
EVENTO BÁSICO ESTANQUEIDADE 
RACHADURA EM  F=0,000 F=0,000 EM FECHAMENTO 
INSUFICIENTE DAS 
TUBULAÇÃO
CONEXÕES
“M EM N”
m:0:0

(S)
(O)
F=0,000 PRODUTO UTILIZADO  F=0,000
EXECUÇÃO ERRÔNEA
INEFETIVO
(M)
(F)  TEMPERATURA DO 
(C) (I)
DOBRAMENTO  F=0,000 F=0,000 FLUIDO ACIMA DA 
PRESSURIZAÇÃO  F=0,000 VIBRAÇÃO EXCESSIVA  F=0,000
EXCESSIVO DO TUBO TEMP. MÁXIMA 
INADEQUADA
COMPATÍVEL COM O 
MATERIAL

(R) (T)
(Q) (U)
(P) SENTIDO DO  ABERTURA  (V)
APLICAÇÃO DE  ENCAIXE 
FALTA DE  FLUXO  INSUFICIENTE DE  ROSCAS 
VEDANTE  INCORRETO DAS 
VEDANTE CONTRÁRIO À  FIOS DE ROSCA NO  DEFORMADAS
(G) (H) (K) INCORRETO ROSCAS
(E)  ROSCA TUBO
(D)  INSTALAÇÃO  TENSÃO DE  (J) TUBO  (L)
INSTALAÇÃO  INDEVIDA COM  CISALHAMENTO  PRESSÃO  DIRETAMENTE  FIXAÇÃO 
ESPECIFICAÇÃO DE 
DISTINTA DA  APLICAÇÃO DE  ELEVADA POR  ELEVADA – GOLPE  LIGADO A  INSUFICIENTE DA  F=0,000
PROJETO  F=0,000 F=0,000 F=0,000 F=0,000 F=0,000
ESPECIFICAÇÃO DE  TORQUE EM  RECALQUES  DE ARIETE BOMBA OU EQ.  TUBULAÇÃO
INADEQUADA
PROJETO TUBULAÇÃO DIFERENCIAIS VIBRATÓRIO

F=0,000 F=0,000 F=0,000 F=0,000 F=0,000 F=0,000 F=0,000

Figura 20: Árvore de Falhas para Manifestação Patológica 3.2.2 - Vazamento em Torneira. Fonte: Autor, 2015.

88 
 
5.3.6 GRUPO 2: FALHA NA INSTALAÇÃO

O grupo é caracterizado por falhas na instalação é composto pelas manifestações patológicas


2.1.1, 2.2.1, 3.2.1 e 1.1.5: falta de acabamento em registro, falta de acabamento em válvula,
falta de instalação em torneira e instalação incompleta de tubulação (ausência de peças).

5.3.6.1 DETERMINAÇÃO DAS CAUSAS BÁSICAS DA MANIFESTAÇÃO


PATOLÓGICA: ÁRVORE DE FALHAS

A confecção das Árvores de Falha segue critérios definidos pelo capítulo anterior, a fim de
determinar as causas básicas para cada uma das manifestações patológicas eleitas para
análise. Foram realizados estudos de causa e efeito para as manifestações gerais e
específicas demonstradas pelas fotos da Figura 19. Os eventos de topo de cada Árvore de
Falhas correspondem aos modos de falha determinados pelo Quadro 29.

Inicialmente confeccionou-se uma árvore geral que evidencia as causas básicas de falhas na
instalação, as quais são condensadas em dois grupos distintos: instalação ou manutenção
inadequadas.

O primeiro caso, instalação inadequada, engloba casos em que há falhas como faltas de
peças, peças quebradas e outros devidos ao processo de construção do sistema. Do ponto de
vista de execução, este fator está intimamente ligado a dois quesitos imprescindíveis: mão-de-
obra e material.

Em relação à mão-de-obra, esta deve ser devidamente qualificada e possuir conhecimento


necessário para a boa execução de um serviço de instalação. Sobre o fator, Moraes, 2012,
discorre: “Um bom instalador hidráulico é aquele que possui conhecimento técnico completo
para realizar um trabalho superior: conhece tudo sobre materiais e instalação, sabe preparar
um orçamento de maneira clara, evitando custos e sobras de materiais indesejáveis, tem
cuidado com a residência do seu cliente e compreende a importância de não desperdiçar água
e os demais materiais utilizados na obra”.

Em contrapartida, se faz necessária também a utilização de materiais que atendam os


requisitos normativos indispensáveis ao uso a que se destinam. Tais materiais, ainda, devem
ser relacionados de forma correta em projeto para que sejam suficientemente utilizados na
instalação sem sobras ou falta: “Um dimensionamento mal feito pode trazer como
consequência soluções improvisadas e antieconômicas na realização de reparos indesejáveis”.
(Moraes, 2012)

Desta forma, a instalação inadequada pode ser caracterizada por desconhecimento técnico por
parte do instalador, gerando desperdícios ou perda de material ou ainda pela especificação

89 
 
falha do tipo e quantidade de materiais. Ainda que se tenha adquirido o material correto, perdas
na instalação podem ocorrer devido a furtos, avarias no material ou desperdícios.

A outra vertente causadora da manifestação patológica se constitui de um sistema de


manutenção inadequada. Ainda que a instalação seja bem realizada, deve haver, como
descrito anteriormente no corpo deste texto, uma periodicidade de manutenção que garanta o
funcionamento do sistema como um todo e reposição de eventuais peças defeituosas.

Uma manutenção inadequada configura-se como fator preponderante desta patologia tendo em
vista dois fatores principais: o desconhecimento do problema por parte da equipe de
manutenção ou a insuficiência e inadequação do serviço.

O primeiro, desconhecimento, está ligado ao caráter preditivo do serviço de manutenção. A


predição está, por sua vez, diretamente ligada à realização de inspeções periódicas que visem
a descoberta da situação das instalações e da necessidade de correções. Sobre a realização
de inspeção predial, Pujadas, 2012, descreve: “O trabalho de inspeção consiste em avaliar as
condições da edificação, detalhando seu estado geral de conservação e de manutenção,
indicando pontos sujeitos a recuperação, reforma, restauro, substituição, além de indicar a
criticidade dos problemas verificados”.

O segundo, insuficiência e inadequação do serviço, é caracterizado por um conhecimento do


problema por parte da equipe, porém sem resolução eficaz. No caso da falta de acabamento
em válvulas de descarga de vasos e registros, caso de estudo, tal ineficácia está atrelada à
insuficiência de reposição das peças.

A falta de reposição ou reposição falha ocorre pela combinação de dois fatores: a existência do
defeito, ocasionada pelo uso (quebra ou furto) e o material insuficiente para reposição, fator
ligado às causas mencionadas anteriormente.

A árvore de falhas produto desta análise encontra-se a seguir (figura 23).

90 
 
LEGENDA:
(A)
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS:
FALHA NA INSTALAÇÃO
EVENTO “E”

CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”

TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”

(B)  (M) 
“OU DE EXCLUSIVIDADE” INSTALAÇÃO  MANUTENÇÃO 
EVENTO NÃO DESENVOLVIDO
INADEQUADA INADEQUADA

EVENTO BÁSICO “DE INIBIÇÃO”

“M EM N”
(C) (D) 
m:0:0 DESCONHECIMEN‐ MATERIAL 
TO TÉCNICO DO  INSUFICIENTE/
INSTALADOR INCORRETO (N) (O) 
DESCONHECIMEN‐ INSUFICIÊNCIA/
TO DO PROBLEMA  INEFICÁCIA NA 
POR PARTE DA  REPOSIÇÃO DE PEÇAS
EQUIPE DE 
(E)  MANUTENÇÃO
(G)
COMPRA  (F) 
LEVANTAMENTOS 
INSUFICIENTE/ PERDAS NA 
DE PROJETO 
ERRÔNEA DE  INSTALAÇÃO
INCOMPATÍVEIS (Q)
MATERIAL
MATERIAL 
INSUFICIENTE/
(P)  INCORRETO (VIDE 
DEFEITO/AVARIA  ITEM D)
DEVIDO AO USO

(I) (J)
DESPERDÍCIO DE  AVARIAS AO MATERIAL 
(H) MATERIAL NA INSTALAÇÃO
FURTO

(K) (L) (R)


DESCONHECIMEN DESCONHECIMEN (S)
INUTILIZAÇÃO 
TO TÉCNICO DO  TO TÉCNICO DO  FURTO
POR QUEBRA
INSTALADOR INSTALADOR

Figura 21: Árvore de Falhas para o grupo 2: Falha na Instalação. Fonte: Autor, 2015.

91 
 
5.3.6.2 IDENTIFICAÇÃO DOS EFEITOS DOS MODOS DE FALHAS
 

Os efeitos dos modos de falha para o grupo de falha de instalação distinguem dependendo da
manifestação patológica considerada. Considerando as manifestações caracterizadas por falta
de acabamento (2.1.1 – falta de acabamento em registro 2 2.1 – falta de acabamento em
válvula), tais efeitos se traduzem em caráter estético e funcional.

Esteticamente, o acabamento cria um ambiente mais harmônico para o usuário, e a exposição


de partes internas do sistema que originalmente seriam escondidas o torna menos amigável.
Funcionalmente, há maior dificuldade de fechamento em um registro sem acabamento e de
uso de uma válvula de descarga pois suas partes internas não possuem o formato
anatomicamente desejável.

Quanto à manifestação patológica 3.2.1, falta de instalação de torneira, os efeitos são


agravados devido à impossibilidade de utilização do ponto de consumo, uma vez que não há
como se controlar a vazão do ponto nem liberar a passagem da água, além do caráter estético
do problema. O mesmo fator ocorre com a manifestação 1.1.5, ausência de peças de
tubulação, tendo em vista que o caminho para o ponto é interrompido, ou seja, não é possível
utilizá-lo.

5.3.6.3 DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES FMEA


 

Nesta etapa, foram definidos os índices de Ocorrência (O), Gravidade (G), Detecção (D) e
Risco (R).

Para a determinação do Índice de Ocorrência de cada uma das manifestações patológicas fez-
se análise da Árvore de Falhas em conjunto com as informações levantadas em inspeção. Para
tanto, realizou-se avaliação estatística para cada embasada na determinação da Frequência
Relativa de ocorrência.

Para o cálculo da frequência dos eventos básicos da árvore admite-se, devido à ausência de
informações técnicas relevantes dentro do escopo do estudo de caso, que a probabilidade de
ocorrência de falhas básicas segue índices de probabilidade definidos e justificados pelo
quadro a seguir.

92 
 
Quadro 34: Estimativa da probabilidade de ocorrência de Eventos Básicos da Árvore
de Falhas para o Grupo 2.

PROB. DE 
FALHA 
DESCRIÇÃO  OCORRÊNCIA  JUSTIFICATIVA 
BÁSICA 
ADOTADA 
Segundo  Lima,  Dórea  e  Silva,  1999,  18%  das 
patologias  ocorrentes  em  edificações 
Desconhecimento  brasileiras ocorre por erros de projeto. Fazendo 
C, K e L  0,180 
técnico do instalador  livre  extrapolação  para  o  caso  específico 
apresentado, pode‐se dizer que a probabilidade 
de tal erro ocorrer será, então, 0,180.  
Segundo  Lima,  Dórea  e  Silva,  1999,  18%  das 
patologias  ocorrentes  em  edificações 
Levantamentos de  brasileiras ocorre por erros de projeto. Fazendo 
G  0,180 
projeto incompatíveis  livre  extrapolação  para  o  caso  específico 
apresentado, pode‐se dizer que a probabilidade 
de tal erro ocorrer será, então, 0,180. 
Considerando a falta de informações relevantes 
sobre  furtos  de  peças  sanitárias  e 
H e S  Furto  0,100 
acabamentos,  assume‐se  que  esse  índice 
representa cerca de 10% do total. 
Segundo  Lima,  Dórea  e  Silva,  1999,  14%  das 
patologias  ocorrentes  em  edificações 
brasileiras  ocorre  por  utilização.  Fazendo  livre 
R  Inutilização por quebra  0,140 
extrapolação  para  o  caso  específico 
apresentado, pode‐se dizer que a probabilidade 
de tal erro ocorrer será, então, 0,140. 
Considerando  o  caráter  corretivo  da 
manutenção  brasileira,  em  que  a  gestão 
preditiva é deixada em segundo plano, pode‐se 
Desconhecimento do 
considerar este fator preponderante, ainda que 
N  problema por parte da  0,100 
não  sejam  encontradas  informações  concretas 
equipe de manutenção 
em  bibliografia.  Portanto,  assume‐se  que  em 
10%  dos  casos  há  desconhecimento  do 
problema por parte das equipes. 

Fonte: Autor, 2015.

Vale lembrar que a frequência relativa demonstrada acima através da árvore de falhas pode
possuir um erro relativo à realidade devido à inexistência de informações conclusivas sobre a
frequência de ocorrência dos eventos básicos da mesma. Em um caso de aplicação real da
ferramenta, a sugestão é que a frequência seja baseada no histórico de ocorrência da
manifestação patológica no local de estudo para que os números se aproximem da realidade
da edificação.

Para o caso das manifestações patológicas deste grupo, relacionadas à ausência de


acabamento em registros e válvulas ou ausência de peças e acessórios, pode-se dizer que
suas causas básicas estão mais relacionadas ao uso do que a instalação. Há grande
possibilidade de a causa não estar relacionada à falta de material para instalação ou
desconhecimento técnico do instalador, portanto adota-se para estes o índice de 0,000. Desta

93 
 
forma, para o caso, todos os itens referentes à sub-árvore relacionada à instalação inadequada
são nulos.

Para o caso de manutenção inadequada tem-se:

,  

,  

,  

A probabilidade de ocorrência de P está relacionada às suas causas por uma chave “OU DE
EXCLUSIVIDADE”, desta forma é calculada como:

, , , , ,  

O evento Q diz respeito a material insuficiente ou incorreto para manutenção, e pode ser
relacionado como evento de topo da sub-árvore D. Desta forma, sua probabilidade de
ocorrência é tal que:

,  

,  

,  

,  

Desta forma, a probabilidade de ineficácia na reposição de peças defeituosas por parte da


manutenção é dada por uma relação de união entre os eventos P e Q, ou seja, deve haver
avaria por uso e falta de material de reposição para sua ocorrência:

, , ,  

Considerando as probabilidades calculadas, para a probabilidade de ocorrência de falha na


instalação no caso da manifestação de falta de acabamento, tem-se:

, , , , ,  

,  

94 
 
Utilizando-se do quadro 15 para referência, tem-se que, a Frequência Relativa para o grupo
encontra-se aproximadamente em 1:10, o que configura para ambas um Índice de Ocorrência
de 8, com alta probabilidade de ocorrência.

Para os casos apresentados, o resumo da determinação dos índices de Ocorrência encontram-


se na Árvore de Falhas da Figura 24, onde são demonstradas também as probabilidades
calculadas.

O Índice de Gravidade (G) é analisado sob a perspectiva qualitativa desenvolvida por Helman
& Andery, 1995. A análise permite qualificar o índice de gravidade para ositens 2.1.1 e 2.2.1
como 1, falhas de menor importância. Tal fator se dá devido ao caráter mais estético para a
ausência de acabamento. Ainda que se perceba certa diminuição funcional devido ao formato,
tal fator não produz total ineficiência do ponto de consumo.

Para as manifestações 1.1.5 e 3.2.1, a ausência de peças ou acessórios causa interrupção das
funções do ponto de consumo devido à interrupção da alimentação ou impossibilidade de
abertura da vazão, desta forma, caracteriza-se os dois itens por índice de Gravidade 10.

O Índice de Detecção (D) também possui caráter qualitativo e foi definido como 1para todos os
itens do grupo, por se caracterizarem como manifestações patológicas visíveis aos usuários e
de fácil detecção pelas equipes de manutenção.

Fez-se, então, perante o apresentado, o cálculo do Índice de Risco (R) para cada uma das
patologias do grupo de Vazamentos.

Deste modo, para as patologias 2.1.1 e 2.2.1:

Da mesma forma, para 1.1.5 e 3.2.1:

Um resumo dos cálculos dos índices para cada manifestação patológica é representado nos
quadros a seguir.

95 
 
Quadro 35: Índices FMEA para Patologias 2.1.1 e 2.2.1–Ausência de acabamento em
registro ou válvula (canopla)

ÍNDICE DE OCORRÊNCIA (O)  ÍNDICE DE GRAVIDADE (G) 
PROBABILIDADE  FREQUÊNCIA 
ÍNDICE  ÍNDICE  CONCEITO 
DE OCORRÊNCIA  RELATIVA 
Patologia de Menor Importância; quase 
1  MUITO REMOTA  MENOR QUE 1 EM  1  não são percebidos os efeitos sobre o 
500.000  sistema predial 

2  MUITO PEQUENA  1 EM 50.000 – 1 EM  Provoca redução de performance do 


500.000  sistema e surgimento gradual de 
2‐3 
1 EM 5.000 – 1 EM  ineficiência; Usuário perceberá a falha 
3  PEQUENA  mas não ficará insatisfeito com ela 
50.000 
1 EM 1.000 – 1 EM  Sistema predial sofrerá uma degradação 
4  MODERADA 
5.000  progressiva: Ineficiência moderada; 
1 EM 200 – 1 EM  4‐6  Produtividade reduzida; Início da 
5  MODERADA 
1.000  frustração por parte do usuário; Usuário 
6  MODERADA  1 EM 50 – 1 EM 200  perceberá a falha e ficará insatisfeito 
Mais de 50 a 70% das vezes não se 
7  ALTA 
1 EM 15 – 1 EM 50  consegue manter o desempenho do 
7‐8 
sistema predial, há baixa eficiência e 
8  ALTA  1 EM 5 – 1 EM 15 
produtividade. 
9  MUITO ALTA  1 EM 2 – 1 EM 5  Não se consegue produzir, “colapso” do 
processo. Problemas são catastróficos e 
9‐10 
10  MUITO ALTA  MAIOR OU IGUAL A 1  podem gerar danos a bens ou pessoas; 
EM 2  Usuário muito insatisfeito. 
ÍNDICE DE DETECÇÃO (D) 
Pequena probabilidade de detecção. 
Nível de controle muito baixo. Até 
1  Muito alta probabilidade de detecção  7‐8 
90% das vezes o sistema sai de 
controle. 
Alta probabilidade de detecção. Em 
Muito pequena probabilidade de 
processos, ações corretivas são tomadas em 
2‐3  9  detecção. Não há nenhum tipo de 
pelo menos 90% das vezes em que seus 
controle ou inspeção 
parâmetros saem fora de controle. 
Moderada probabilidade de detecção. 
Muito remota probabilidade de 
Somente em 50% das vezes em que o 
4‐6  10  detecção. A patologia não pode ser 
processo sai de controle são tomadas ações 
detectada 
corretivas. 
ÍNDICE DE RISCO (R)  
OCORRÊNCIA (O)  8 
GRAVIDADE (G)  1  RISCO (R) = 8 
DETECÇÃO (D)  1 

Fonte: Autor, 2015.

96 
 
Quadro 36: Índices FMEA para Patologias 1.1.5 e 3.2.1 – Ausência de torneira/peças de
tubulação

ÍNDICE DE OCORRÊNCIA (O)  ÍNDICE DE GRAVIDADE (G) 
PROBABILIDADE  FREQUÊNCIA 
ÍNDICE  ÍNDICE  CONCEITO 
DE OCORRÊNCIA  RELATIVA 
Patologia de Menor Importância; quase 
1  MUITO REMOTA  MENOR QUE 1 EM  1  não são percebidos os efeitos sobre o 
500.000  sistema predial 

2  MUITO PEQUENA  1 EM 50.000 – 1 EM  Provoca redução de performance do 


500.000  sistema e surgimento gradual de 
2‐3 
1 EM 5.000 – 1 EM  ineficiência; Usuário perceberá a falha 
3  PEQUENA  mas não ficará insatisfeito com ela 
50.000 
1 EM 1.000 – 1 EM  Sistema predial sofrerá uma degradação 
4  MODERADA 
5.000  progressiva: Ineficiência moderada; 
1 EM 200 – 1 EM  4‐6  Produtividade reduzida; Início da 
5  MODERADA 
1.000  frustração por parte do usuário; Usuário 
6  MODERADA  1 EM 50 – 1 EM 200  perceberá a falha e ficará insatisfeito 
Mais de 50 a 70% das vezes não se 
7  ALTA 
1 EM 15 – 1 EM 50  consegue manter o desempenho do 
7‐8 
sistema predial, há baixa eficiência e 
8  ALTA  1 EM 5 – 1 EM 15 
produtividade. 
9  MUITO ALTA  1 EM 2 – 1 EM 5  Não se consegue produzir, “colapso” do 
processo. Problemas são catastróficos e 
9‐10 
10  MUITO ALTA  MAIOR OU IGUAL A 1  podem gerar danos a bens ou pessoas; 
EM 2  Usuário muito insatisfeito. 
ÍNDICE DE DETECÇÃO (D) 
Pequena probabilidade de detecção. 
Nível de controle muito baixo. Até 
1  Muito alta probabilidade de detecção  7‐8 
90% das vezes o sistema sai de 
controle. 
Alta probabilidade de detecção. Em 
Muito pequena probabilidade de 
processos, ações corretivas são tomadas em 
2‐3  9  detecção. Não há nenhum tipo de 
pelo menos 90% das vezes em que seus 
controle ou inspeção 
parâmetros saem fora de controle. 
Moderada probabilidade de detecção. 
Muito remota probabilidade de 
Somente em 50% das vezes em que o 
4‐6  10  detecção. A patologia não pode ser 
processo sai de controle são tomadas ações 
detectada 
corretivas. 
ÍNDICE DE RISCO (R)  
OCORRÊNCIA (O)  8 
GRAVIDADE (G)  10  RISCO (R) = 80 
DETECÇÃO (D)  1 

Fonte: Autor, 2015.

97 
 
LEGENDA:
(A) 
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: FALTA ACABAMENTO / 
CANOPLA / TORNEIRA
EVENTO “E”

CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”

TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”

(B)  (M) 
“OU DE EXCLUSIVIDADE” INSTALAÇÃO  F = 0,000 MANUTENÇÃO  F = 0,121
EVENTO NÃO DESENVOLVIDO
INADEQUADA INADEQUADA

EVENTO BÁSICO “DE INIBIÇÃO”

“M EM N”
(C) (D) 
m:0:0 DESCONHECIMEN‐ MATERIAL 
F = 0,000
TO TÉCNICO DO  INSUFICIENTE/
INSTALADOR INCORRETO (N) (O) 
DESCONHECIMEN‐ INSUFICIÊNCIA/
F = 0,023
TO DO PROBLEMA  INEFICÁCIA NA 
F = 0,000 REPOSIÇÃO DE PEÇAS
POR PARTE DA 
EQUIPE DE 
(E)  MANUTENÇÃO
(G)
COMPRA  (F) 
LEVANTAMENTOS 
INSUFICIENTE/ PERDAS NA 
DE PROJETO  F = 0,200
ERRÔNEA DE  INSTALAÇÃO
INCOMPATÍVEIS (Q)
MATERIAL
MATERIAL 
F = 0,000
F = 0,000 INSUFICIENTE/
F = 0,000 (P)  INCORRETO (VIDE 
F = 0,226 DEFEITO/AVARIA  ITEM D)
DEVIDO AO USO
F = 0,100

(I) (J)
DESPERDÍCIO DE  AVARIAS AO MATERIAL  F = 0,000
(H) MATERIAL NA INSTALAÇÃO
FURTO
F = 0,000

F = 0,000 (K) (L) (R)


DESCONHECIMEN DESCONHECIMEN (S)
INUTILIZAÇÃO 
TO TÉCNICO DO  TO TÉCNICO DO  FURTO
POR QUEBRA
INSTALADOR INSTALADOR

F = 0,000 F = 0,000 F = 0,140 F = 0,100

Figura 22: Árvore de Falhas para manifestações patológicas 2.1.1, 2.2.1, 3.2.1 e 1.1.5. Fonte: Autor, 2015

98 
 
5.3.7 GRUPO 3: INFILTRAÇÕES

O grupo caracterizado por infiltrações diz respeito às manifestações patológicas fruto de


umidade nas vedações, estrutura e demais elementos da edificação, sendo composto pelas
patologias 6.2.1, 6.2.2 e 6.2.3 (respectivamente, infiltração em teto, paredes externas e
paredes internas) levantadas em inspeção.

5.3.7.1 DETERMINAÇÃO DAS CAUSAS BÁSICAS DA MANIFESTAÇÃO


PATOLÓGICA: ÁRVORE DE FALHAS

A confecção das Árvores de Falha segue critérios definidos pelo capítulo anterior, a fim de
determinar as causas básicas para cada uma das manifestações patológicas eleitas para
análise. Foram realizados estudos de causa e efeito para as manifestações gerais e
específicas demonstradas pelas fotos da Figura 19. Os eventos de topo de cada Árvore de
Falhas correspondem aos modos de falha determinados pelo Quadro 29.

Inicialmente confeccionou-se uma árvore geral que evidencia as causas básicas das
infiltrações divididas nos três casos específicos: teto, paredes internas e paredes externas.

“Essencialmente, a água poderá ocasionar a infiltração através de três caminhos


distintos: por meio de trincas e rachaduras, pelos poros do material e ainda por falhas
que este material possua como, por exemplo, brocas, ninhos no concreto e fendas
junto às armaduras. Os principais vilões dessas infiltrações são os vícios construtivos,
ou seja, defeitos originados no próprio processo construtivo (erro de projeto ou de
execução) ou adquiridos ao longo do tempo (desgastes naturais, utilização,
manutenção ineficiente, agressões)”. (Zapla, 2014).

O primeiro, infiltrações em teto, engloba casos de manifestações observadas nas lajes entre
pavimentos e cobertura e em forros. Assume-se que tal patologia possa ser causada
principalmente por três fatores: umidade proveniente de vazamentos em tubulação, umidade
proveniente de drenagem insuficiente da cobertura, em caso de se estar no pavimento superior
ou impermeabilização insuficiente do pavimento imediatamente superior ao local da
manifestação.

Em se tratando da causa ser vazamento, pode-se relacioná-la à análise realizada para o grupo
1 (vide item 6.3.5).

Drenagem ou projeto de impermeabilização ineficazes podem também ser causas prováveis de


manifestações de infiltração em lajes.

“A função da impermeabilização é proteger a edificação contra patologias que poderão


surgir com possíveis infiltrações de água e também prevenir contra vazamentos ou
perda de fluidos (ex. reservatórios). A falta ou uso inadequado da impermeabilização

99 
 
compromete a durabilidade da edificação, causando prejuízos financeiros e danos à
saúde.” (SCHONARDIE, 2009).

Erros no sistema de drenagem de águas pluviais também podem vir a causas vazamentos que
conduzam a infiltrações na edificação. A exemplo, calhas sub dimensionadas levam a, em
certos casos, vazões de projeto aquém das existentes na prática, o que culmina num
extravasamento do sistema que, em conjunto com impermeabilizações mal realizadas, leva à
infiltração de umidade.

Em paredes internas, em geral, a infiltração ocorre também por vazamentos em tubulação


embutida ou falhas na impermeabilização, traduzidas, por exemplo, em falhas de aplicação de
rodapés. Pode-se considerar fator relevante ainda rachaduras em revestimentos mal realizados
que permitam contato direto da umidade exterior com o substrato.

No caso de paredes externas, além dos fatores anteriormente descritos, falta de estanqueidade
em fachadas, devido à instalação de esquadrias sem vedação correta ou ainda contato direto
das paredes externas com umidade e precipitações devido à ausência de platibanda e
impermeabilização adequada.

A falta de estanqueidade em fachadas se manifesta claramente através de espaços entre vãos


e as esquadrias destinadas a eles, ou ainda das próprias esquadrias não estanques. Erros em
projeto e execução de drenos de ar condicionado também são fatores preponderantes de
infiltrações em paredes de fachadas, devido à umidificação das regiões vizinhas aos aparelhos,
sem a devida destinação de sua água condensada para esgoto encanado.

Tendo em vista as considerações realizadas, a Árvore de Falhas para o caso de manifestações


de infiltrações encontra-se na figura 25.

100 
 
LEGENDA:
(A) 
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: INFILTRAÇÃO

EVENTO “E”

CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”

TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”

EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”

(B)  (F)  (I) 


EVENTO BÁSICO “DE INIBIÇÃO” EM TETO EM PAREDES INTERNAS EM PAREDES EXTERNAS

“M EM N”
m:0:0

(K)
(J) (L) 
(D) (H) FALTA DE  (M)
(C) FALHA NA  CONTATO DIRETO DE 
FALHA NA  (E) (G) FALHA NA  ESTANQUEIDADE  VAZAMENTO DE 
VAZAMENTO DE  INSTALAÇÃO DE  PRECIPITAÇÕES COM 
IMPERMEABILIZA‐ COBERTURA  VAZAMENTO DE  IMPERMEABILIZA‐ EM ESQUADRIAS  TUBULAÇÃO 
TUBULAÇÃO  DRENO DE AR PAREDES EXTERNAS
ÇÃO DE  SEM  TUBULAÇÃO  ÇÃO DE ÁREAS  DE FACHADAS (VIDE FIGURA 15)
(VIDE FIGURA 15)
PAVIMENTO  DRENAGEM (VIDE (FIGURA 15) MOLHADAS
SUPERIOR

(O)
(N)
SISTEMA FALHO 
BEIRAL 
DE CAPTAÇÃO DE 
INEXISTENTE
ÁGUAS PLUVIAIS

Figura 23: Árvore de Falhas para o grupo 3: Infiltração. Fonte: Autor, 2015.

101 
 
5.3.7.2 IDENTIFICAÇÃO DOS EFEITOS DOS MODOS DE FALHAS
 

Os efeitos dos modos de falha para o grupo de infiltraçõessão os mais diversos. Tendo suas
causas baseadas na umidade dos elementos construtivos, seus efeitos evidenciam o caráter de
risco que a umidade assume quando manifestada em locais inadequados, conforme descrito
pelo capítulo que trata de patologias das edificações.

Em geral, as infiltrações se manifestam através de emboloramento, mofo e eflorescências nas


superfícies externas dos elementos construtivos. Em locais com revestimentos em pintura ou
cerâmica, há descolamento destes materiais e mudança na cor das superfícies, como observado
em vistoria.

Tais efeitos geral gastos dispendiosos com reparos e efeito estético prejudicial.

Em caso de mofo e bolor, mencionadas as questões inerentes à edificação, faz-se necessária


descrição do agravante de danos à saúde dos usuários. Segundo Salvadori et.al apud Guerra
et.al, 2012, “esporos de fungos, vivos ou mortos, especialmente quando presentes em grande
quantidade, podem desencadear processos alérgicos, como as rinites ou a asma em usuários de
ambientes contaminados”.

5.3.7.3 DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES FMEA


 

Nesta etapa, foram definidos os índices de Ocorrência (O), Gravidade (G), Detecção (D) e Risco
(R).

Para a determinação do Índice de Ocorrência de cada uma das manifestações patológicas fez-se
análise da Árvore de Falhas em conjunto com as informações levantadas em inspeção. Para
tanto, realizou-se avaliação estatística para cada embasada na determinação da Frequência
Relativa de ocorrência.

A manifestação patológica representada pelo item 6.2.1 possui sua probabilidade de ocorrência
concentrada na sub-árvore com evento de topo B (visto pela análise da figura 25).

Como se trata de infiltração em pavimento intermediário da edificação, (8º pavimento), exclui-se


a probabilidade de problemas de drenagem e infiltração da cobertura, portanto, o evento E tem,
por conclusão:

A probabilidade de ocorrência de vazamento em tubulação foi tomada como idêntica à calculada


no item 6.3.5.3 para o grupo de vazamentos, ou seja:

102 
 
A falha na impermeabilização de pavimento superior possui suas causas distintas entre
execução e projeto inadequados. Considerando a vida útil da edificação e seu caráter avançado,
adota-se, para o caso, que cerca de 30% das áreas impermeabilizadas apresentem problemas
de infiltração por diversas causas. Desta, forma, para o evento D tem-se:

Logo, a probabilidade de ocorrência de infiltração em teto (representada pelo item 6.3.1), está
relacionada às suas causas por uma chave lógica “OU”:

, , , , ,

Devido à frequência calculada, define-se índice de Ocorrência 10.

Para o caso de infiltração em paredes internas, tem-se que as demais probabilidades serão zero.
Desta forma, analogamente ao primeiro caso:

, , , , ,

Analogamente ao anterior, devido à frequência calculada, define-se índice de Ocorrência 10.

Por último, em se tratando de infiltrações em paredes externas da edificação,notou-se, pela


observação da fachada, presença de beiral em atendimento às necessidades de proteção da
mesma, logo, a probabilidade do evento N ser determinante é nula. No caso do sistema de
drenagem de águas pluviais, os levantamentos realizados não foram conclusivos sobre a relação
destes com as infiltrações, ainda que possíveis falhas fossem notadas, logo, sua probabilidade
de influência também fora considerada nula. Considerando a ocorrência de contato direto das
paredes externas com água precipitada ser dependente exclusivamente destes dois fatores,
considera-se, por obviedade, sua probabilidade também nula.

Para o caso de ligação de drenos de ar a esgoto, notou-se em vistoria que a falta desta
tubulação era recorrente. Adota-se, para o caso, uma probabilidade de falha de 10% dos casos.
Já para falta de estanqueidade das esquadrias, percebeu-se que este fator era recorrente em
quase todos os ambientes com infiltrações nas paredes externas, muitas vezes localizadas sob
ou nas proximidades de janelas. Tendo em vista o exposto, adota-se coeficiente de 50% para a
ocorrência desta manifestação na edificação.

103 
 
Com relação aos vazamentos em tubulação, novamente se faz uso dos cálculos anteriores, logo
a probabilidade aplicada ao evento M equivale à aplicada ao evento C, 0,832.

Portanto, tem-se que a probabilidade de ocorrência de infiltrações em paredes externas da


edificação estudada é:

, , , , , , , , ,
, , , ,

Para o caso 6.2.3 define-se, portanto, pela frequência calculada, índice de Ocorrência 10.

As árvores de falhas correspondentes às probabilidades calculadas para infiltrações em teto, em


paredes internas e paredes externas encontram-se demonstradas nas figuras 26, 27 e 28
respectivamente.

O Índice de Gravidade (G) é analisado sob a perspectiva qualitativa desenvolvida por


Helman&Andery, 1995. A análise permite determinar um único índice de Gravidade para as três
manifestações patológicas, tendo em vista seu caráter deteriorador da edificação e potencial
nocivo à saúde dos usuários, principalmente em ambiente hospitalar. Define-se portanto índice
10 para a gravidade.

O Índice de Detecção (D) também possui caráter qualitativo e foi definido como 1para todos os
itens do grupo, uma vez que os efeitos das infiltrações são facilmente percebidos por usuários e
equipe de manutenção devido aos destacamentos, mudança de cor e outros fatores visuais.

Fez-se, então, perante o apresentado, o cálculo do Índice de Risco (R) para cada uma das
patologias do grupo de Infiltrações:

Um resumo dos cálculos dos índices para cada manifestação patológica é representado nos
quadros a seguir.

Quadro 37: Índices FMEA para Patologias 6.2.1,6.2.2 e 6.2.3 – infiltração.

104 
 
ÍNDICE DE OCORRÊNCIA (O)  ÍNDICE DE GRAVIDADE (G) 
PROBABILIDADE  FREQUÊNCIA 
ÍNDICE  ÍNDICE  CONCEITO 
DE OCORRÊNCIA  RELATIVA 
Patologia de Menor Importância; quase 
1  MUITO REMOTA  MENOR QUE 1 EM  1  não são percebidos os efeitos sobre o 
500.000  sistema predial 

2  MUITO PEQUENA  1 EM 50.000 – 1 EM  Provoca redução de performance do 


500.000  sistema e surgimento gradual de 
2‐3 
1 EM 5.000 – 1 EM  ineficiência; Usuário perceberá a falha 
3  PEQUENA  mas não ficará insatisfeito com ela 
50.000 
1 EM 1.000 – 1 EM  Sistema predial sofrerá uma degradação 
4  MODERADA 
5.000  progressiva: Ineficiência moderada; 
1 EM 200 – 1 EM  4‐6  Produtividade reduzida; Início da 
5  MODERADA 
1.000  frustração por parte do usuário; Usuário 
6  MODERADA  1 EM 50 – 1 EM 200  perceberá a falha e ficará insatisfeito 
Mais de 50 a 70% das vezes não se 
7  ALTA 
1 EM 15 – 1 EM 50  consegue manter o desempenho do 
7‐8 
sistema predial, há baixa eficiência e 
8  ALTA  1 EM 5 – 1 EM 15 
produtividade. 
9  MUITO ALTA  1 EM 2 – 1 EM 5  Não se consegue produzir, “colapso” do 
processo. Problemas são catastróficos e 
9‐10 
10  MUITO ALTA  MAIOR OU IGUAL A 1  podem gerar danos a bens ou pessoas; 
EM 2  Usuário muito insatisfeito. 
ÍNDICE DE DETECÇÃO (D) 
Pequena probabilidade de detecção. 
Nível de controle muito baixo. Até 
1  Muito alta probabilidade de detecção  7‐8 
90% das vezes o sistema sai de 
controle. 
Alta probabilidade de detecção. Em 
Muito pequena probabilidade de 
processos, ações corretivas são tomadas em 
2‐3  9  detecção. Não há nenhum tipo de 
pelo menos 90% das vezes em que seus 
controle ou inspeção 
parâmetros saem fora de controle. 
Moderada probabilidade de detecção. 
Muito remota probabilidade de 
Somente em 50% das vezes em que o 
4‐6  10  detecção. A patologia não pode ser 
processo sai de controle são tomadas ações 
detectada 
corretivas. 
ÍNDICE DE RISCO (R)  
OCORRÊNCIA (O)  10 
GRAVIDADE (G)  10  RISCO (R) = 100 
DETECÇÃO (D)  1 

Fonte: Autor, 2015.

105 
 
LEGENDA:
(A) 
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: F = 0,882
INFILTRAÇÃO

EVENTO “E”

CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”

TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”

EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”

(B)  (F)  (H) 


“DE INIBIÇÃO” F = 0,882 F = 0,000 F = 0,000
EVENTO BÁSICO EM TETO EM PAREDES INTERNAS EM PAREDES EXTERNAS

“M EM N”
m:0:0

(J)
(J) (K) 
(D) (D) FALTA DE  (L)
(C) FALHA NA  CONTATO DIRETO DE 
FALHA NA  (E) (G) FALHA NA  ESTANQUEIDADE  VAZAMENTO DE 
VAZAMENTO DE  INSTALAÇÃO DE  PRECIPITAÇÕES COM 
IMPERMEABILIZA‐ COBERTURA  VAZAMENTO DE  IMPERMEABILIZA‐ EM ESQUADRIAS  TUBULAÇÃO 
TUBULAÇÃO  DRENO DE AR PAREDES EXTERNAS
ÇÃO DE  SEM  TUBULAÇÃO  ÇÃO DE ÁREAS  DE FACHADAS (VIDE FTA A1)
(VIDE FTA A1)
PAVIMENTO  DRENAGEM (VIDE FTA A1) MOLHADAS
SUPERIOR F = 0,000
F = 0,000 F = 0,000 F = 0,000
F = 0,832 F = 0,000 F = 0,000
F = 0,300 F = 0,000

(N)
(M)
SISTEMA FALHO 
BEIRAL 
DE CAPTAÇÃO DE 
INEXISTENTE
ÁGUAS PLUVIAIS
F = 0,000 F = 0,000

Figura 24: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 6.2.1 – Infiltração em teto com probabilidade. Fonte: Autor, 2015.

106 
 
LEGENDA:
(A) 
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: F = 0,882
INFILTRAÇÃO

EVENTO “E”

CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”

TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”

EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”

(B)  (F)  (H) 


“DE INIBIÇÃO” F = 0,000 F = 0,882 F = 0,000
EVENTO BÁSICO EM TETO EM PAREDES INTERNAS EM PAREDES EXTERNAS

“M EM N”
m:0:0

(J)
(J) (K) 
(D) (D) FALTA DE  (L)
(C) FALHA NA  CONTATO DIRETO DE 
FALHA NA  (E) (G) FALHA NA  ESTANQUEIDADE  VAZAMENTO DE 
VAZAMENTO DE  INSTALAÇÃO DE  PRECIPITAÇÕES COM 
IMPERMEABILIZA‐ COBERTURA  VAZAMENTO DE  IMPERMEABILIZA‐ EM ESQUADRIAS  TUBULAÇÃO 
TUBULAÇÃO  DRENO DE AR PAREDES EXTERNAS
ÇÃO DE  SEM  TUBULAÇÃO  ÇÃO DE ÁREAS  DE FACHADAS (VIDE FTA A1)
(VIDE FTA A1)
PAVIMENTO  DRENAGEM (VIDE FTA A1) MOLHADAS
SUPERIOR F = 0,000
F = 0,000 F = 0,000 F = 0,000
F = 0,000 F = 0,000 F = 0,832
F = 0,000 F = 0,300

(N)
(M)
SISTEMA FALHO 
BEIRAL 
DE CAPTAÇÃO DE 
INEXISTENTE
ÁGUAS PLUVIAIS
F = 0,000 F = 0,000

Figura 25: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 6.2.2 – Infiltração em paredes internas com probabilidade. Fonte: Autor, 2015.

107 
 
LEGENDA:
(A) 
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: F = 0,924
INFILTRAÇÃO

EVENTO “E”

CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”

TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”

EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”

(B)  (F)  (H) 


“DE INIBIÇÃO” F = 0,000 F = 0,000 F = 0,924
EVENTO BÁSICO EM TETO EM PAREDES INTERNAS EM PAREDES EXTERNAS

“M EM N”
m:0:0

(J)
(J) (K) 
(D) (D) FALTA DE  (L)
(C) FALHA NA  CONTATO DIRETO DE 
FALHA NA  (E) (G) FALHA NA  ESTANQUEIDADE  VAZAMENTO DE 
VAZAMENTO DE  INSTALAÇÃO DE  PRECIPITAÇÕES COM 
IMPERMEABILIZA‐ COBERTURA  VAZAMENTO DE  IMPERMEABILIZA‐ EM ESQUADRIAS  TUBULAÇÃO 
TUBULAÇÃO  DRENO DE AR PAREDES EXTERNAS
ÇÃO DE  SEM  TUBULAÇÃO  ÇÃO DE ÁREAS  DE FACHADAS (VIDE FTA A1)
(VIDE FTA A1)
PAVIMENTO  DRENAGEM (VIDE FTA A1) MOLHADAS
SUPERIOR F = 0,000
F = 0,100 F = 0,500 F = 0,832
F = 0,000 F = 0,000 F = 0,000
F = 0,000 F = 0,000

(N)
(M)
SISTEMA FALHO 
BEIRAL 
DE CAPTAÇÃO DE 
INEXISTENTE
ÁGUAS PLUVIAIS
F = 0,000 F = 0,000

Figura 26: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 6.2.3 – Infiltração em paredes externas com probabilidade. Fonte: Autor, 2015.

108 
 
5.3.8 GRUPO 4: FALHA NO REVESTIMENTO

O grupo caracterizado por falhas nos revestimentos diz respeito a manifestações patológicas em
revestimentos de áreas molhadas que possam vir a prejudicar o uso e a estanqueidade da
impermeabilização nos locais. São representados por estufamento, absorção excessiva, quebra
e trincamento ou em alguns casos falta do revestimento.

5.3.8.1 DETERMINAÇÃO DAS CAUSAS BÁSICAS DA MANIFESTAÇÃO


PATOLÓGICA: ÁRVORE DE FALHAS

A confecção das Árvores de Falha segue critérios definidos pelo capítulo anterior, a fim de
determinar as causas básicas para cada uma das manifestações patológicas eleitas para
análise. Foram realizados estudos de causa e efeito para as manifestações gerais e específicas
demonstradas pelas fotos da Figura 19. Os eventos de topo de cada Árvore de Falhas
correspondem aos modos de falha determinados pelo Quadro 29.

Inicialmente confeccionou-se uma árvore geral que evidencia as causas básicas de falhas em
revestimento adotando três subgrupos de causas principais: uso, manutenção e material.

No caso do uso indevido, falhas como trincas e quebras podem ser geradas por modificação na
utilização dos ambientes não previstas em projeto, que gerem maior tráfego de pessoas ou
equipamentos pesados. O uso ainda pode estar relacionado à falta de cuidado dos usuários com
a manutenção dos revestimentos.

Em se tratando de manutenção inadequada, as causas estão ligadas ao desconhecimento dos


problemas por parte da equipe de manutenção ou, se há conhecimento, da impossibilidade de
conserto devido à falta de material de reposição, fator associado à árvore de Falhas do grupo 2,
discutida anteriormente.

Em caso do problema estar relacionado ao material, geralmente a causa está atrelada ao


desgaste excessivo do mesmo, com desempenho aquém do esperado. As causas diretas deste
problema se enquadram em tempo de vida superado sem reposição do material, projeto
ineficiente com previsão de revestimentos menos resistentes que o necessário (PEI de pisos
abaixo da indicada, por exemplo) ou defeitos do próprio material que não possui a qualidade
desejada.

A árvore de falhas para o grupo está demonstrada na figura 29, a seguir.

109 
 
LEGENDA:
(A) 
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: FALHA NO 
REVESTIMENTO
EVENTO “E”

CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”

TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”

EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”
(H) 
DESGASTE EXCESSIVO 
“DE INIBIÇÃO” DO MAT./ DESEM. NÃO 
EVENTO BÁSICO (C) 
(B) CORRESPONDENTE AO 
MANUTENÇÃO  ESPERADO
USO INDEVIDO
INADEQUADA
“M EM N”
m:0:0

(D)  (G)
DESCONHECIMEN (K) 
INSUFICIÊNCIA NA  (I) 
TO DO PROBLEMA  DESEMPENHO NÃO  (M) 
REPOSIÇÃO/CONSERTO TEMPO DE VIDA ÚTIL 
POR PARTE DA  ESPERADO PARA O  PROJETO INEFICIENTE
SUPERADO
EQUIPE DE  MATERIAL DE REVEST.
MANUTENÇÃO

(F) (J) (N)


(E) MATERIAL  (L)
MANUTENÇÃO  ESPECIFICAÇÃO 
USO INDEVIDO INSUFICIENTE/ QUALIDADE DO 
INADEQUADA INADEQUADA DO 
INCORRETO  MATERIAL
(VIDE ITEM C) MATERIAL
(VIDE FIGURA X)

Figura 27: Árvore de Falhas para o grupo 4: Falha no Revestimento

110 
 
5.3.8.2 IDENTIFICAÇÃO DOS EFEITOS DOS MODOS DE FALHAS
 

Os efeitos dos modos de falha para o grupo de falhas no revestimento estão relacionados à
estética e funcionalidade das instalações hidráulicas e sanitárias. Um revestimento com alta
absorção pode, por exemplo, gerar infiltrações na laje que se refletem no pavimento inferior.

Funcionalmente, trincas e quebramento geram dificuldades de utilização e riscos de queda. Em


ambiente hospitalar tal fator é extremamente indesejado.

A falta de revestimento ou mudança de cor gera ambiente desfavorável esteticamente.

5.3.8.3 DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES FMEA


 

Nesta etapa, foram definidos os índices de Ocorrência (O), Gravidade (G), Detecção (D) e Risco
(R).

Para a determinação do Índice de Ocorrência de cada uma das manifestações patológicas fez-se
análise da Árvore de Falhas em conjunto com as informações levantadas em inspeção. Para
tanto, realizou-se avaliação estatística para cada embasada na determinação da Frequência
Relativa de ocorrência.

A manifestação patológica representativa do grupo, determinada pelo item 5.1.3, quebra e


trincamento em revestimento, segundo análise da inspeção predial, tem suas causas galgadas
na combinação de uso indevido, manutenção inadequada e desgaste excessivo do material.

Para o uso indevido, não fora realizado desenvolvimento das causas do evento devido à
impossibilidade de levantamento histórico de uso no local. Desta forma, assume-se que a
probabilidade de ocorrência deste fator assemelha-se à ocorrência definida por Granau apud
Lima, Dórea e Silva, 1999, que relata que cerca de 14% das manifestações patológicas em
edificações estão ligados à utilização. Desta forma, tem-se:

,  

Como definido para o grupo 2, a probabilidade do material para reparos ser insuficiente ou
incorreto é 10% e do desconhecimento do problema por parte da equipe de manutenção é de
20%. Logo, tem-se que a probabilidade de insuficiência na reposição de peças defeituosas e a
probabilidade de manutenção inadequada são, respectivamente:

,  

111 
 
, , ,  

,  

, , , , ,  

Quanto à probabilidade de ocorrência de desgaste excessivo do material, tem-se que


considerando a idade avançada dos revestimentos observada em vistoria, o fator mais relevante
para a causa do problema se encontra na ultrapassagem do tempo de vida útil do material, que
passou a não mais corresponder às qualificações esperadas. Considerando este fator inerente à
manutenção inadequada da edificação, tem-se que:

,  

,  

A probabilidade de ocorrência de quebra e trincamento no revestimento é, então, definida por:

, , , , , , , , ,
, , , ,  

Considerando que esta frequência se enquadra entre 1:2 e 1:5, define-se, através do quadro 15,
que o índice de Ocorrência para a manifestação 5.1.3 é 9.

Seguindo critérios anteriormente adotados para cálculos dos índices de Gravidade (G) e de
Detecção (D), tem-se que, para a Gravidade adota-se 4, devido à possível insatisfação do
usuário com o caráter estético da falha e risco de queda. Para a Detecção, define-se índice 1,
uma vez que devido à exposição, tanto o usuário quanto a equipe de manutenção facilmente
podem detectar a manifestação da falha.

Fez-se, então, perante o apresentado, o cálculo do Índice de Risco (R) para a manifestação
patológica apresentada:

Os índices calculados encontram-se resumidos no quadro a seguir. A Árvore de Falhas para a


manifestação analisada, contendo as probabilidades de ocorrência dos eventos e o caminho
crítico de causas possíveis (em vermelho) encontra-se na figura 30.

Quadro 38: Índices FMEA para Patologia 5.1.3 – quebra e trincamento de revestimento.

112 
 
ÍNDICE DE OCORRÊNCIA (O)  ÍNDICE DE GRAVIDADE (G) 
PROBABILIDADE  FREQUÊNCIA 
ÍNDICE  ÍNDICE  CONCEITO 
DE OCORRÊNCIA  RELATIVA 
Patologia de Menor Importância; quase 
1  MUITO REMOTA  MENOR QUE 1 EM  1  não são percebidos os efeitos sobre o 
500.000  sistema predial 

2  MUITO PEQUENA  1 EM 50.000 – 1 EM  Provoca redução de performance do 


500.000  sistema e surgimento gradual de 
2‐3 
1 EM 5.000 – 1 EM  ineficiência; Usuário perceberá a falha 
3  PEQUENA  mas não ficará insatisfeito com ela 
50.000 
1 EM 1.000 – 1 EM  Sistema predial sofrerá uma degradação 
4  MODERADA 
5.000  progressiva: Ineficiência moderada; 
1 EM 200 – 1 EM  4‐6  Produtividade reduzida; Início da 
5  MODERADA 
1.000  frustração por parte do usuário; Usuário 
6  MODERADA  1 EM 50 – 1 EM 200  perceberá a falha e ficará insatisfeito 
Mais de 50 a 70% das vezes não se 
7  ALTA 
1 EM 15 – 1 EM 50  consegue manter o desempenho do 
7‐8 
sistema predial, há baixa eficiência e 
8  ALTA  1 EM 5 – 1 EM 15 
produtividade. 
9  MUITO ALTA  1 EM 2 – 1 EM 5  Não se consegue produzir, “colapso” do 
processo. Problemas são catastróficos e 
9‐10 
10  MUITO ALTA  MAIOR OU IGUAL A 1  podem gerar danos a bens ou pessoas; 
EM 2  Usuário muito insatisfeito. 
ÍNDICE DE DETECÇÃO (D) 
Pequena probabilidade de detecção. 
Nível de controle muito baixo. Até 
1  Muito alta probabilidade de detecção  7‐8 
90% das vezes o sistema sai de 
controle. 
Alta probabilidade de detecção. Em 
Muito pequena probabilidade de 
processos, ações corretivas são tomadas em 
2‐3  9  detecção. Não há nenhum tipo de 
pelo menos 90% das vezes em que seus 
controle ou inspeção 
parâmetros saem fora de controle. 
Moderada probabilidade de detecção. 
Muito remota probabilidade de 
Somente em 50% das vezes em que o 
4‐6  10  detecção. A patologia não pode ser 
processo sai de controle são tomadas ações 
detectada 
corretivas. 
ÍNDICE DE RISCO (R)  
OCORRÊNCIA (O)  9 
GRAVIDADE (G)  4  RISCO (R) = 36 
DETECÇÃO (D)  1 

Fonte: Autor, 2015.

113 
 
LEGENDA:
(A) 
EVENTOS: PORTAS LÓGICAS: FALHA NO  F = 0,465
REVESTIMENTO
EVENTO “E”

CASA DE EVENTOS “E PRIORITÁRIO”

TRIÂNGULO DE TRANSFERÊNCIA “OU”

EVENTO NÃO DESENVOLVIDO “OU DE EXCLUSIVIDADE”
(H) 
DESGASTE EXCESSIVO 
“DE INIBIÇÃO” DO MAT./ DESEM. NÃO  F = 0,211
EVENTO BÁSICO (C) 
(B) CORRESPONDENTE AO 
MANUTENÇÃO  F = 0,211 ESPERADO
USO INDEVIDO
INADEQUADA
“M EM N”
m:0:0

F = 0,140

(D)  (G)
DESCONHECIMEN (K) 
F = 0,014 INSUFICIÊNCIA NA  (I) 
TO DO PROBLEMA  DESEMPENHO NÃO  (M) 
REPOSIÇÃO/CONSERTO TEMPO DE VIDA ÚTIL  F = 0,211 F = 0,000 F = 0,000
POR PARTE DA  ESPERADO PARA O  PROJETO INEFICIENTE
SUPERADO
EQUIPE DE  MATERIAL DE REVEST.
MANUTENÇÃO

F = 0,200

(F) (J) (N)


(E) MATERIAL  (L)
MANUTENÇÃO  ESPECIFICAÇÃO 
USO INDEVIDO INSUFICIENTE/ QUALIDADE DO  F = 0,000 F = 0,000
INADEQUADA INADEQUADA DO 
INCORRETO  F = 0,100 MATERIAL
(VIDE ITEM C) MATERIAL
(VIDE FIGURA X)
F = 0,211
F = 0,140

Figura 28: Árvore de Falhas para a manifestação patológica 5,1,3 – quebra e trincamento de revestimento com probabilidade. Fonte: Autor, 2015.

114 
 
5.3.9 RECOMENDAÇÕES E PLANOS DE AÇÃO
 

As recomendações para correção e erradicação das manifestações patológicas levantadas bem


como os planos de ação passíveis de aplicação para um sistema de gestão da manutenção
eficiente na edificação são tratados como sugestões para trabalhos futuros.

5.3.10 PREENCHIMENTO DOS FORMULÁRIOS FMEA


 

O produto final da análise realizada, o formulário FMEA é demonstrado na página a seguir, com
a definição da ordem de risco das manifestações patológicas analisadas de forma decrescente, a
fim de que a equipe de manutenção se oriente sobre quais patologias devem ter sua atenção
com maior periodicidade.

Algumas manifestações patológicas apresentam índice de Risco equivalente, portanto, adotou-


se como critério de desempate para classificação decrescente de risco o número de ocorrências
observado em inspeção. Deste modo, em um grupo de manifestações com o mesmo índice de
Risco, as manifestações mais recorrentes observadas foram classificadas como maior risco.

O quadro a seguir resume a classificação.

Quadro 39: Classificação do Risco das Manifestações Patológicas Analisadas

ITEM  MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA  FREQUÊNCIA  R 


1.1.1  VAZAMENTO EM TUBULAÇÃO DE PVC ROSCÁVEL  9  420 
6.2.1  INFILTRAÇÃO EM TETO  64  100 
6.2.2  INFILTRAÇÃO EM PAREDES INTERNAS  34  100 
6.2.3  INFILTRAÇÃO EM PAREDES EXTERNAS  9  100 
3.2.1  AUSÊNCIA DE INSTALAÇÃO DE TORNEIRA  11  80 
1.1.5  INSTALAÇÃO INCOMPLETA (AUSÊNCIA DE PEÇAS) DE TUBULAÇÃO 10  80 
3.2.2  VAZAMENTO EM TORNEIRA  19  40 
5.1.3  QUEBRA E TRINCAMENTO DE REVESTIMENTO  37  36 
2.1.1  AUSÊNCIA DE ACABAMENTO EM REGISTRO  81  8 
2.2.1  AUSÊNCIA DE ACABAMENTO (CANOPLA) EM VÁLVULA  74  8 

Fonte: Autor, 2015.

115 
 
Quadro 40: Formulário FMEA da Análise de Manifestações Patológicas do HFSE

INSPEÇÃO PREDIAL HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ‐ ANÁLISE FMEA DAS PATOLOGIAS 
PATOLOGIAS  ÍNDICES  CLASSIFICAÇÃO DO 
ITEM  MANIFESTAÇÃO 
GRUPO  OCORR.  TIPO  EFEITOS  CAUSAS BÁSICAS  O  G  D  R  RISCO 
Falta de vedante 
Consumo Excessivo;  Aplicação de vedante incorreto 
VAZAMENTO EM  umidade das paredes, 
1.1.1  TUBULAÇÃO DE PVC  1  VAZAMENTOS  9  Anomalia Endógena  peças estruturais e forros,  Abertura insuficiente de fios de rosca no tubo  10  6  7  420  CRÍTICO 
ROSCÁVEL  levando a infiltrações e  Encaixe incorreto das roscas 
suas consequências 
Roscas deformadas 

Anomalia Endógena ou  Bolor e eflorescências,  Vazamento de tubulação 


6.2.1  INFILTRAÇÃO EM TETO  3  INFILTRAÇÕES  64  10  1  1  100  CRÍTICO 
Exógena  umidade excessiva,  Falha na impermeabilização 
INFILTRAÇÃO EM PAREDES  Anomalia Endógena ou  desgaste dos revestimento,  Vazamento de tubulação 
6.2.2  3  INFILTRAÇÕES  34  deterioração das peças  10  1  1  100  CRÍTICO 
INTERNAS  Exógena  Falha na impermeabilização de áreas molhadas 
estruturais sob influência 
de umidade, riscos à saúde  Falha na instalação de dreno de ar 
INFILTRAÇÃO EM PAREDES  Anomalia Endógena ou 
6.2.3  3  INFILTRAÇÕES  9  dos usuários, sobretudo aos  Falta de estanqueidade em esquadrias das fachadas  10  1  1  100  CRÍTICO 
EXTERNAS  Exógena 
em tratamentos de risco.  Vazamento de tubulação 
Desconhecimento do problema por parte da equipe de 
manutenção 
AUSÊNCIA DE INSTALAÇÃO  FALHA NA  Anomalia Funcional /  Impossibilidade de uso de  Inutilização por quebra 
3.2.1  2  11  8  10  1  80  REGULAR 
DE TORNEIRA  INSTALAÇÃO  Falha Operacional  água; falha estética 
Furto 
Material de reposição insuficiente 
Desconhecimento do problema por parte da equipe de 
manutenção 
INSTALAÇÃO INCOMPLETA  FALHA NA  Impossibilidade de uso de  Inutilização por quebra 
1.1.5  2  10  Falha Operacional  8  10  1  80  REGULAR 
DE TUBULAÇÃO  INSTALAÇÃO  água; falha estética 
Furto 
Material de reposição insuficiente 
3.2.2  VAZAMENTO EM TORNEIRA  1  VAZAMENTOS  19  Anomalia endógena  Consumo irregular  Falta de estanqueidade em fechamento  10  4  1  40  REGULAR 
Uso indevido 
Material de reposição insuficiente 
QUEBRA E TRINCAMENTO  FALHA NO  Anomalia Funcional /  Riscos de queda aos 
5.1.3  4  37  Desconhecimento do problema por parte da equipe de  9  4  1  36  REGULAR 
EM REVESTIMENTO  REVESTIMENTO  Falha Operacional  usuários; falha estética 
manutenção 
Manutenção inadequada 
Desconhecimento do problema por parte da equipe de 
AUSÊNCIA DE  manutenção 
FALHA NA  Anomalia Funcional /  Falha estética e diminuição  Inutilização por quebra 
2.1.1  ACABAMENTO EM  2  81  8  1  1  8  MÍNIMO 
INSTALAÇÃO  Falha Operacional  funcional 
REGISTRO  Furto 
Material de reposição insuficiente 
Desconhecimento do problema por parte da equipe de 
AUSÊNCIA DE  manutenção 
FALHA NA  Anomalia Funcional /  Falha estética e diminuição  Inutilização por quebra 
2.2.1  ACABAMENTO (CANOPLA)  2  74  8  1  1  8  MÍNIMO 
INSTALAÇÃO  Falha Operacional  funcional 
EM VÁLVULA DE DESCARGA  Furto 
Material de reposição insuficiente 
 
Fonte: Autor, 2015.

116 
 
6 COSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos através da aplicação do método desenvolvido, descritos pelo Quadro 40,
permitem evidenciar o caráter qualitativo e técnico da avaliação realizada. Em primeira instância,
a definição do tipo de manifestação patológica segundo critérios da norma de Inspeção Predial
do IBAPE/SP permite que, numa consulta futura ao relatório de análise desta inspeção em
específico, a equipe técnica tenha conhecimento prévio de, se tal patologia for recorrente, a qual
fator principal suas causas estarão relacionadas: fatores internos ao edifício, de concepção, de
uso ou fatores externos imprevisíveis.

O método empregado foi desenvolvido pelo autor com base na combinação de duas ferramentas
de gestão da qualidade orientadas para a análise de falhas e defeitos, FMEA e FTA. A
combinação dos métodos permite a definição da criticidade das manifestações patológicas pela
ótica de suas causas básicas e seus efeitos de maior relevância, tornando-o, deste modo,
ferramenta ideal para uma análise sistêmica de patologias prediais.

O formulário ainda permite que, ocorrida uma patologia, possa se ter ciência de seus principais
efeitos de forma clara e objetiva, bem como suas causas básicas. A ação da equipe de
manutenção deve ser tal que procure o bloqueio tanto da manifestação patológica quanto de
suas causas, a fim de agir de forma preditiva combatendo o aparecimento destas patologias
através da diminuição de sua potencialidade de ocorrência.

Outro fator interessante sobre o resultado consiste na determinação dos índices de Criticidade.
Cada índice, se levado em consideração isoladamente, traz informações importantes sobre os
efeitos das patologias para o sistema e para os usuários, como de sua periculosidade,
probabilidade de identificação e número de ocorrências.

O Índice de Risco, ainda, define, através da combinação dos anteriores, qual o risco de cada
manifestação. O formulário, organizado de forma decrescente deste índice permite, desta
forma,o conhecimento por parte da equipe técnica de qual manifestação patológica tem mais
risco que as demais, norteando as ações corretivas e preventivas da equipe. Os profissionais
devem agir em combate prioritário às manifestações que possuam maior risco, a fim de
aumentar a segurança dos sistemas prediais como um todo, em detrimento de patologias com
riscos menores, que podem ter sua correção postergada para momentos mais oportunos.

Cabe avaliar que o formulário apresentado, combinado com as árvores de falhas de cada
patologia, devem ser usados como referência para as equipes de manutenção, e sempre
atualizado quando surgirem manifestações patológicas que já não estejam cadastradas nesse
sistema. Desta forma, pode-se criar uma rede técnica racional de manutenção, galgada na
otimização da informação e no combate efetivo das patologias.

117 
 
Tal fator ocorre na medida em que, numa inspeção, a equipe, de posse de tais informações,
tenha sua ação mais centrada em fatores de risco e possa identificar com rapidez as causas e
efeitos das manifestações.

O método pode ser completado com a proposição de planos de ação corretiva e preventiva
padrão para cada identificação de manifestação patológica, a fim de que, aplicado nos setores
de manutenção de edificações, possa ser definido padrão de ação para cada patologia. Desta
forma, quando o profissional se deparar com uma ou outra manifestação patológica, já saberá as
ações padrão a serem tomadas para seu combate.

Sobre as Árvores de Falhas, estas podem ser fontes bibliográficas para análises de outras
manifestações encontradas e para a determinação da probabilidade de ocorrência das mesmas.

Sugere-se contudo, que, com a implementação do método em uma edificação, o índice de


Ocorrência seja definido a partir do histórico de ocorrência da manifestação no referido edifício,
uma vez que este corresponderá a uma maior proximidade da realidade do local e não se
configurará genérico. O cálculo apresentado no corpo deste trabalho, devido à inexistência de tal
banco de dados, fora baseado em referencial bibliográfico e, dependendo do emprego do
método, não corresponderá devidamente à realidade do local, devendo, portanto, ser
desenvolvida probabilidade de risco para cada edificação.

Sugere-se, desta forma, para trabalhos futuros, que seja desenvolvida a etapa de descrição de
planos de ação a partir dos resultados da análise FMEA + FTA a fim de definir tais padrões de
correção e controle patológico. Pode-se, ainda, realizar estudo em local com histórico de
manifestações de patologias, para definição de índices de Ocorrência compatíveis com a
realidade, de forma a avaliar um caso concreto de emprego do método.

Considera-se a aplicação do método desenvolvido fator inerente à melhoria do processo de


manutenção predial brasileiro, tendo em vista a busca por otimização de resultados e de custo.
Com a racionalização desta atividade, os benefícios são diversos, incluindo diminuição de custos
com correções inesperadas e com tempo de trabalho dos profissionais envolvidos.

É inerente a necessidade de criação de padrões e melhoria contínua do processo de


manutenção predial, a fim de garantir a longevidade das edificações, tendo em vista questões
ambientais e econômicas, uma vez que a construção de novos locais tem sido cada vez mais
onerosa e de grandes impactos para o meio e a sociedade.

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