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Objectivos:

Geral:

 Conhecer outros tipos de conversores analógico para digital ou vice-versa para além dos
que se trataram nas aulas.

Específicos:

 Mencionar e definir outros tipos de conversores;


 Destacar as principais vantagens e respectivas aplicações para cada conversor
mencionado neste trabalho;
 Falar das principais características dos DAC’s e ADC’s.
Introdução

O presente trabalho aborda acerca de conversores DAC (Digital-to-Analog Converter ou


conversor de digital para analógico ) e ADC (Analog-to-Digital Converter ou Conversor de
Analógico para Digital).

A generalidade dos sinais eléctricos de interface com o meio ambiente em sistemas de


telecomunicações, nomeadamente as ondas destinadas ou provenientes de microfones,
auscultadores, antenas, que captam e/ou que agem sobre os sistemas físicos são geralmente sinais
analógicos. O processamento de sinal no domínio analógico é uma tarefa complexa e pouco
flexível, pelo que é muito comum o recurso à amostragem e ao processamento do sinal analógico
no domínio digital usando processadores digitais de sinal (vulgarmente designados por DSPs –
Digital Signal Processors).
Sistemas de processamento digital de sinal

A maior parte da funcionalidade dos circuitos integrados é assegurada pelos seus blocos digitais,
tipicamente apoiada em DSPs dedicados a esse processamento. Os circuitos periféricos de
interface com o exterior, incluem habitualmente um bloco de conversão e um bloco de filtragem.
No sistema apresentado na figura seguinte existe um filtro anti-aliasing na entrada, seguido de
um circuito de sample & hold e de um conversor A/D, vulgarmente designado por ADC –
Analog to Digital Converter. O conversor A/D transforma o valor de tensão em cada amostra
num vector digital de n bits que é processado no DSP. À saída do DSP, um sinal digital
processado passa por um conversor D/A, ou DAC – Digital to Analog Converter, que o converte
num nível de tensão e consequentemente num sinal analógico. Geralmente é usado um filtro de
reconstrução na saída.

Figura 1. Processamento digital de sinal.

Filtro anti-aliasing
A filtragem na entrada do sistema – tipicamente feita com um filtro passa-baixo ou passa-banda
tem como função reduzir o ruído fora da banda útil do sinal, e evitar a degradação do sinal
devido a aliasing provocado pelo efeito de amostragem. O filtro Anti-Aliasing limita a frequência
do sinal de entrada de modo a evitar o surgimento de sobreposição espectral significativa
próximo de fs /2.

Circuito de Sample & Hold


O circuito de sample & hold – representado na figura anterior pelo bloco S/H – pode ser
representado conceptualmente como um interruptor e um capacidade, tal como é visivel na figura
seguinte.

Figura 2. Circuito de sample & hold.


O circuito de sample & hold funciona com base no sinal que controla o interruptor. O seu
funcionamento tem duas fases de operação distintas: na fase de aquisição (sample) o interruptor
fecha e a tensão de entrada vi é passada para o condensador C. Na fase de retenção (hold) o
interruptor é aberto e o condensador mantém aos seus terminais a tensão no instante anterior ao
de comutação, devido à continuidade da tensão aos terminais do condensador. Como o circuito
fica aberto este valor de tensão não é alterado até que o interruptor volte a ser fechado. A
frequência à qual é comutado o interruptor é a frequência de amostragem (ou de sample). A
figura seguinte ilustra a amostragem de um sinal de entrada genérico vi . A tensão vs representa o
sinal de relógio que controla o interruptor. A tensão do sinal a observar é acompanhada pelo
condensador na fase de aquisição a é armazenada no condensador durante a fase de retenção,
dando origem ao sinal vo na saída do circuito.

Figura 3. Amostragem de um sinal genérico.

Filtro de reconstrução
Na saída, é comum a utilização de um filtro de reconstrução depois da conversão de sinal digital
para sinal analógico. Tipicamente esta tarefa é realizada com um filtro passa-baixo e tem por
objectivo a eliminação das réplicas do sinal em múltiplos inteiros da frequência de conversão.

Características principais dos conversores de digital para analógico

As características principais dos conversores de digital para analógico são: resolução,


linearidade, monotonia, precisão, tempo de conversão e sensibilidade à temperatura.

Resolução
A resolução de um conversor de digital para analógico resulta directamente do número de bits
que o conversor utiliza e permite perceber qual é o valor mínimo que o conversor pode
representar. Por exemplo um conversor com 10 bits permite obter 210=1024 valores de saída
distintos o que resulta numa resolução de aproximadamente 0, 1%.

Linearidade
Num conversor ideal a incrementos iguais na entrada digital corresponderiam incrementos iguais
na saída analógica. Num conversor real isto nem sempre se verifica e o termo linearidade
representa aqui uma medida de quanto o conversor real está próximo do ideal nesta perspectiva.
Para se medir a linearidade de um dispositivo representa-se graficamente a sua relação
entrada/saída (ver exemplo da a seguir) e traça-se a recta mais provável desta relação. A medida
de linearidade é dada pelo maior desvio em relação à recta mais provável por comparação com a
variação correspondente ao bit menos significativo (LSB- do inglês Least Significant Bit ).
A figura a seguir representa a relação entrada/saída de um determinado conversor de três bits.
Depois de traçada a recta mais provável é assinalado com a letra ‘e’ o maior desvio em relação a
esta. Uma vez que o erro de linearidade é ligeiramente inferior a meio LSB seria indicado como
e < 1/2 LSB.

Monotonia

Um conversores de digital para analógico deve ser monótono, isto é a saída deve sempre aumentar em
resposta a uma entrada digital crescente . Para que esta característica se verifique basta que a não
linearidade diferencial não exceda 1 LSB em módulo .
Figura : Exemplo da representação da relação entrada/saída de um determinado conversor de três bits.

Precisão

A precisão de um conversor é uma medida da diferença entre a tensão de saída analógica obtida e a tensão
que idealmente deveria estar à saída. A falta de linearidade é um dos factores que contribui para a
imprecisão , sendo os outros a variação das tensões de referência, a precisão das resistências e as
características do amplificador operacional. A especificação da precisão pode ser fornecida pelo
fabricante como "0.2% da escala completa ±1/2 LSB".

Tempo de conversão

O tempo de conversão pode ser dividido em duas partes: o tempo de propagação e tempo de
estabelecimento. O tempo de propagação corresponde ao tempo que decorre entre uma mudança na
entrada e a correspondente mudança na saída ,enquanto o tempo de estabelecimento (em inglês setling
time) corresponde ao tempo necessário para a saída estabilizar dentro de uma percentagem do valor final.
Neste último caso são comuns valores de 10 a 1% e considera-se o tempo de estabelecimento como o
tempo necessário para a saída ficar dentro de um intervalo definido pelo valor final ± a percentagem com
que se está a trabalhar.

Sensibilidade à temperatura
A variação da temperatura provoca alterações nos valores das resistências e no comportamento do
amplificador operacional pelo que um conversor poderá apresentar, para uma mesma entrada digital,
valores de saída distintos em função da temperatura. Valores típicos da sensibilidade à temperatura andam
na gama de variação de ± 50 ppm/O C.

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Características principais dos conversores de analógico para digital

As principais características dos ADCs são idênticas às dos DACs tomando em conta que a
entrada passa a ser analógica e a saída digital.

Linearidade

Tal como para os DACs o erro de linearidade mede as diferenças entre o comportamento real do
ADC e o ideal na perspectiva da proporcionalidade entre as diferentes entradas e as
correspondentes saídas.

Monotonia

Um conversores de analógico para digital deve ser monótono, isto é a saída digital deve sempre
aumentar em resposta a uma entrada crescente. Um comportamento monótono de um conversor
de analógico para digital implica um erro de não linearidade integral inferior a 1/2 LSB .

Resolução

A resolução é um parâmetro muito importante porque determina de forma directa o erro de


quantificação que é, normalmente, uma das maiores contribuições para a falta de precisão. A
resolução pode ser apresentada como um valor percentual em relação à gama do sinal de entrada
ou ser calculada em função desta pela seguinte expressão:
Onde R é a resolução, gama entrada é a gama de variação do sinal de entrada e n_int_qnt é o
número de intervalos de quantificação.

Precisão

Na análise da precisão de um ADC inclui-se o efeito dos diversos tipos de erros (desvios de
linearidade, variações da tensão de referência, ruído, quantificação, etc). A precisão é expressa
em percentagem do valor da gama escolhida. Valores típicos são de 0.02% a 0.001% . A precisão
determina o número mínimo de bits que devem ser utilizados.

Sensibilidade à temperatura

Tal como os DACs, também os ADCs sofrem de sensibilidade à temperatura. Valores típicos
desta sensibilidade são da ordem de 20 ppm/O C.

Formato

Um conversor de analógico para digital pode produzir uma saída para o tipo de código
pretendido: binário, complemento para dois, código de Gray, etc, pelo que é necessário escolher
a solução que se adequa à aplicação pretendida. Por outro lado a saída estará preparada para ser
ligada a um tipo de família lógica e também neste caso é necessário escolher a solução adequada.

Tempo de conversão

Corresponde ao tempo necessário para uma conversão completa do ADC e os valores típicos dos
tempos de conversão vão de 50 micro-segundos a 50 nano-segundos .

Tensão analógica de entrada

Especifica a gama máxima de tensão analógica de entrada que o conversor em questão pode
utilizar.
Conclusão

Findo o trabalho conclui-se que a principal diferença entre um ADC (Analog-to-Digital


Converter ou Conversor de Analógico para Digital) e um DAC (Digital-to-Analog Converter ou
conversor de digital para analógico ) é que o ADC converte a informação analógica numa
representação binária enquanto que o DAC recebe a informação binária resultante do
processamento digital e volta a converter a informação num sinal analógico.
Bibliografia

1. Enciclopédia wikipedia. disponível na internet em http://en.wikipedia.org/.

2. Herbert Taub e Donald Schilling. Electrónica Digital . McGraw-Hill, 1982.

3. Howard Austerlitz. Data Acquisition Techniques Using PCs. Academic Press, 2003.

4. Richard S. Sandige. Modern Digital Design. McGraw-Hill International Editions, 1990.

5. Jacob Millman and Arvin Grabel. Microelectronics. McGraw-Hill International Edition,

1987.

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