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AGLOMERANTES

Profª Nara Cangussu


AGLOMERANTES INORGÂNICOS

São materiais pulverulentos que quando misturados


com água e formam uma pasta resistente capaz de
aglutinar os agregados, originando os concretos e
argamassas.
Aglomerante: CIMENTO PORTLAND
• Aglomerante hidráulico
• Denominação devido à semelhança com as
pedras calcárias de Portland (Inglaterra)
• Endurece sob a ação da água
• Material mais ativo, do ponto de vista químico, nos
concretos
• Constituído de silicatos e aluminatos de cálcio
Composição e matérias-primas:
• calcário + argila -> clínquer
• clínquer + gesso e adições -> cimento

Etapas:
1- calcário britado
2- moagem do calcário com argila -> mistura crua
3- calcinação da mistura crua (forno rotativo com
temperatura até 1450°C) -> formação do clínquer
4- resfriamento e moagem do clínquer
5- adição de gesso e outras adições minerais -> cimento
Calcário:
-Principal matéria-prima para fabricação do cimento:

T> 800°C: CaCO3 -> CaO + Co2

CaCO3 = Carbonato de Cálcio


CaO = Óxido de Cálcio
CO2 = Dióxido de Carbono
Argila:
-Fornece os silicatos de alumínio
e ferro que formam o clínquer.

-CaO do calcário reage com


Al2O3, Fe2O3 e SiO2 da argila
(temperatura até 1450°C) formando os constituintes do
clínquer.

Al2O3 = Óxido de Alumínio


Fe2O3 = Óxido Férrico
SiO2 = Óxido de Silício
Areia:
-Usada como corretivo da argila de baixo teor de SiO2.

SiO2 - Óxido de Silício

Minério de ferro (hematita):


-Usado como corretivo da argila de baixo teor de Fe2O3.

Fe2O3 – Óxido Férrico


Gesso:
-Sulfato de cálcio (CaSO4) – empregado em torno de 3%.
- Impede que as reações de hidratação entre o clínquer e a
água ocorram instantaneamente, regulando o tempo de
enrijecimento (perda de consistência) e a pega
(solidificação) do cimento.
- Controlar o tempo de pega do cimento.

Escórias de alto-forno:
- Sub-produtos originados da produção
do ferro-gusa.
- Granuladas por resfriamento brusco.
- Constituídas de silicatos de aluminatos
de cálcio.
- Também possuem propriedades
hidráulicas (ligante hidráulico).
Pozolanas:
-Materiais silicosos ou silicoaluminosos que por si sós
possuem pouca ou nenhuma atividade aglomerante mas
que, quando finalmente moídos e na presença de água,
reagem com o hidróxido de cálcio – Ca(OH)2 à temperatura
ambiente, formando compostos com propriedades
cimentícias. O hidróxido de cálcio do clínquer reage com a
pozolona.
- Naturais -> cinzas vulcânicas
- Artificiais -> argilas calcinadas,
cinzas volantes (queima de carvão mineral
nas usinas termoelétricas)

Materiais Carbonáticos:
-Minerais carbonáticos moídos (fíler calcário)
-> tornam os concretos e argamassas
mais trabalháveis.
Cimentos com Escórias - E ou Pozolonas - Z:
• Reduzem a permeabilidade dos concretos e argamassas;
• Aumentam a durabilidade dos concretos e argamassas;
• Melhoram o desempenho dos concretos e argamassas ante
a ação de sulfatos e da reação álcali-agregado;
• Diminuem o calor de hidratação;
• Aumentam a resistência final dos concretos e argamassas.

Cimento Portland Resistente aos Sulfatos - RS:


• 60 a 70% de escória de alto-forno ou 25 a 40% de
pozolonas;
• Resistência aos meios agressivos sulfatados (rede de
esgoto, indústria, água do mar).
Fabricação do Cimento Portland
Tipos de cimento Portland:

• CPI – Cimento Portland Comum – NBR 5732


• CPII – Cimento Portland Composto – NBR 11578
• CPIII – Cimento Portland de Alto-forno – NBR 5735
• CPIV – Cimento Portland Pozolânico – NBR 5736
• CPV-ARI – Cimento Portland de Alta Resistência Inicial
– NBR5733
• RS – Cimento Portland Resistente a Sulfatos –NBR 5737
• BC – Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação –
NBR 13116
• CPB – Cimento Portland Branco – NBR 12989
Descrição no saco de cimento:
Tipos de Cimento Portland
Influência dos tipos de cimento nas argamassas e
concretos:
Influências ativas -> estudo da dosagem de concretos e
argamassas . Métodos racionais e econômicos
Exigências físicas e mecânicas dos cimentos:

Finura:
• Método por peneiramento (peneira 75m) – NBR 15579
• Método de Blaine (permeabilidade ao ar) – NBR NM 76

Quanto mais fino o cimento:


-Maior resistência mecânica principalmente nas primeiras idades
devido à maior velocidade de hidratação, originando um
endurecimento mais rápido;
- maior trabalhabilidade devido a homogeneidade da pasta;
- maior impermeabilidade;
- maior envolvimento dos grãos do agregado pela pasta;
- menor exsudação do concreto;
- maior tempo de moagem, aumentando o custo do cimento;
- maior sensibilidade ao fissuramento devido à maior liberação de
calor;
-maior consumo de água.
Expansibilidade:

Métodos à quente (obrigatório) e à frio (facultativo).

- NBR 11582 (agulhas “Le Chatelier”):

Fabricação do clínquer -> quando MgO ou CaOlivre do


clínquer são elevados;
- Uso do calcário como matéria-prima;
- Expansão após o fim de pega
causando fissuras.

MgO = Óxido de Magnésio


CaO = Óxido de Cálcio
Tempos de pega:

- NBR NM 65 (agulha de Vicat):


Tempo necessário para o enrijecimento
da pasta (perda de consistência).

Início da pega -> Determina o começo do enrijecimento da


pasta de cimento. É o prazo disponível para as operações de
manuseio dos concretos e argamassas. É evidenciado pelo
aumento de viscosidade da pasta e elevação de sua
temperatura. Momento em que a pasta adquire certa
consistência que não é mais trabalhável.

Fim de pega -> Determina o enrijecimento completo e o


início do endurecimento da pasta de cimento. A pasta não
mais é deformável quando solicitada a pequenas cargas e
torna-se rígida (temperatura máxima bem definida).
Calor de hidratação:

• Quantidade de calor resultante


das reações de hidratação do cimento
(reações exotérmicas);
• Ocorre crescendo principalmente entre o início e fim de
pega, quando o material ainda está na fase plástica;
• Após o fim de pega ocorre a diminuição das reações ->
redução do calor. Há uma tendência do material retornar à
sua forma inicial, porém ele já está se enrijecendo (estado
pseudo-plástico ) gerando tensões que podem levar à
fissuração.
• Efeitos atenuantes -> cura nos 7 primeiros dias.
-> cimentos pozolânicos e de escórias
de alto-forno liberam menos calor.
A quantidade de calor depende da composição do
cimento:
Compostos C3S C2S C3A C4AF
Calor(cal/g) 12 62 207 100

C3S = Silicato tricálcio


C2S = Silicato bicálcio
C3A = Aluminato tricálcico
C4AF = Ferro aluminato
tetracálcico
Cimentos ricos em C3A oferecem pega rápida -> correção
com gesso.

Cura -> deve ser iniciada após o fim de pega impedindo a


evaporação da água por ação do vento e do calor durante
um tempo mínimo de 7 dias.

Falsa Pega-> Ocorre quando a pasta, argamassa ou concreto


perde a plasticidade com menor tempo previsto, e com
nova remistura, sua plasticidade é recuperada. Ocorre
quando a temperatura de moagem do cimento é acima de
128°C, provocando a dissociação do sulfato de cálcio do
gesso, modificando os tempos de pega.
Determinação da massa específica

Frasco de Le Chatelier
Resistência Mecânica à Compressão

NBR 7215 (argamassas de cimento)

Endurecimento  segunda fase do processo de


hidratação que ocorre após o fim de pega.
É responsável pelas resistências mecânicas dos
concretos.

Corpos-de-prova de argamassas contendo areia


normal do IPT (NBR 7214)
CARACTERÍSTICAS ESPECIFICADAS PELA ABNT PARA
CIMENTOS BRASILEIROS

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