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5250-(1894) Diário da República, 1.ª série — N.

º 168 — 31 de agosto de 2017

PLANEAMENTO E DAS INFRAESTRUTURAS deficiência ou desfavorecidas; (v) a fixação como critério


regra de adjudicação, o da proposta economicamente mais
Decreto-Lei n.º 111-B/2017 vantajosa, tendo por base a melhor relação qualidade-preço
e o preço ou custo, utilizando uma análise custo-eficácia,
de 31 de agosto nomeadamente os custos do ciclo de vida, embora sem
deixar de permitir a adjudicação pelo preço mais baixo,
O Código dos Contratos Públicos, aprovado pelo quando adequado; (vi) a alteração da regra de fixação do
Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, foi, ao longo
critério do preço anormalmente baixo, eliminando a sua
dos anos, objeto de várias alterações, introduzidas
indexação ao preço base; (vii) a disponibilização de forma
pela Lei n.º 59/2008, de 11 de setembro, pelo Decreto-
livre, completa e gratuita das peças do procedimento, na
-Lei n.º 223/2009, de 11 de setembro, pelo Decreto-Lei
plataforma eletrónica de contratação pública, a partir da
n.º 278/2009, de 2 de outubro, pela Lei n.º 3/2010, de
27 de abril, pelo Decreto-Lei n.º 131/2010, de 14 de de- data da publicação do anúncio; (viii) um novo regime
zembro, pela Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro, pelo simplificado para serviços de saúde, serviços sociais e
Decreto-Lei n.º 149/2012, de 12 de julho e pelo Decreto- outros serviços específicos de valor superior a € 750 000;
-Lei n.º 214-G/2015, de 2 de outubro. (ix) a previsão da emissão da fatura eletrónica em con-
Em 2014, foram aprovadas a Diretiva n.º 2014/23/UE, tratos públicos, antecipando-se, assim, a transposição da
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de feve- diretiva sobre essa matéria; e (x) a introdução da noção
reiro, relativa à adjudicação de contratos de concessão, de trabalhos ou serviços complementares, que substitui
a Diretiva n.º 2014/24/UE, do Parlamento Europeu e do os «trabalhos a mais» e os «trabalhos de suprimento de
Conselho, de 26 de fevereiro, relativa aos contratos públi- erros e omissões».
cos e que revoga a Diretiva n.º 2004/18/CE e a Diretiva Entre as principais medidas de simplificação, desbu-
n.º 2014/25/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, rocratização e flexibilização previstas neste diploma,
de 26 de fevereiro, relativa aos contratos públicos cele- destacam-se o encurtamento dos prazos mínimos de
brados pelas entidades que operam nos setores da água, apresentação de propostas e candidaturas em procedi-
da energia, dos transportes e dos serviços postais e que mentos de valor inferior aos limiares europeus, isto é,
revoga a Diretiva n.º 2004/17/CE. Foi ainda aprovada a sem publicidade no Jornal Oficial da União Europeia;
Diretiva n.º 2014/55/UE, do Parlamento Europeu e do a previsão de que o valor de 5 % da caução passa a ser
Conselho, relativa à faturação eletrónica nos contratos um valor máximo, deixando de ser um valor fixo e a con-
públicos. sagração de um regime de liberação gradual da caução;
Assim, o presente decreto-lei introduz alterações ao a recuperação da possibilidade de sanar a preterição de
Código dos Contratos Públicos tendo em vista a transpo- formalidades não essenciais pelas propostas apresentadas,
sição daquelas diretivas. evitando exclusões desproporcionadas e prejudiciais para
Neste enquadramento, e no cumprimento das obri- o interesse público; a inclusão das pequenas empreitadas
gações europeias, as inovações introduzidas ao Código de obras públicas no regime de ajuste direto simplificado
centram-se, essencialmente, na procura da simplificação, (até € 5000) e o alargamento do procedimento de con-
desburocratização e flexibilização dos procedimentos de curso público urgente às empreitadas cujo valor estimado
formação dos contratos públicos, com vista ao aumento dos contratos a celebrar não exceda € 300 000; a inclusão
da eficiência da despesa pública e à promoção de um do regime de alienação de bens móveis por entidades
melhor e mais fácil acesso àqueles contratos por parte dos públicas; e o encurtamento dos prazos do ajuste direto e
operadores económicos. Esse propósito está igualmente da consulta prévia.
presente no Programa do XXI Governo Constitucional e Destacam-se, por fim, como medidas de transparência
nas medidas consagradas no Programa Nacional de Refor- e boa gestão pública a introdução da consulta preliminar,
mas em sede de contratação pública, a que a presente de modo a que, antes de um procedimento de contrata-
revisão dá cumprimento. ção, a entidade adjudicante realize consultas informais
Introduzem-se, igualmente, várias melhorias e aperfei- ao mercado a fim de preparar o procedimento, fixando
çoamentos ao regime vigente, que visam a correta inter- mecanismos para que isso não se traduza em perda de
pretação e aplicação de diversas normas, beneficiando da transparência ou prejuízo para a concorrência; bem como
experiência de aplicação e do trabalho da jurisprudência e a consagração de um novo procedimento de consulta pré-
da doutrina sobre o Código dos Contratos Públicos. via, com consulta a três fornecedores, limitando o recurso
As alterações introduzidas agregam-se em três grandes ao ajuste direto; e ainda a necessidade de fundamentação
grupos: (i) alterações decorrentes da transposição das di- especial dos contratos de valor superior a € 5 000 000, com
retivas; (ii) medidas de simplificação, desburocratização base numa avaliação custo-benefício.
e flexibilização; e (iii) medidas de transparência e boa Destaca-se ainda a criação da figura do gestor do con-
gestão pública. trato, com a função de acompanhar permanentemente a
De entre as significativas alterações introduzidas no Có- execução do contrato, o que se afigura importante como
digo decorrentes da transposição das diretivas, e sem pre- ferramenta de promoção de um desempenho de quali-
juízo de outras, destacam-se: (i) o alargamento do regime dade de todos os que colaboram no exercício de tarefas
dos contratos entre entidades do setor público, abrangendo de relevância pública, e ainda a proibição da utilização do
outras formas de cooperação entre entidades públicas; critério do momento de entrega da proposta como critério
(ii) a criação de um novo procedimento para a aquisição de desempate.
de produtos ou serviços inovadores — a parceria para a Relativamente à concretização do Programa Nacional de
inovação; (iii) a promoção da adjudicação de contratos sob Reformas, limita-se a utilização do procedimento de ajuste
a forma de lotes com vista a incentivar a participação das direto com consulta a apenas uma entidade e confere-se
pequenas e médias empresas; (iv) a possibilidade de reserva novamente autonomia ao procedimento de consulta prévia,
de contratos para entidades que empreguem pessoas com com consulta a três entidades, previsto para as aquisições
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de bens e serviços entre os € 20 000 e € 75 000 e para as 2 — O portal dos contratos públicos constitui ainda o
empreitadas de obras públicas entre € 30 000 e € 150 000. instrumento central de produção de informação estatística
Prevê-se, igualmente, a instrução dos procedimentos de sobre a contratação pública nacional, nomeadamente para
formação de contratos públicos com a utilização de meios efeitos de elaboração dos relatórios estatísticos a remeter
eletrónicos e, genericamente, o alargamento da utilização à Comissão Europeia.
das plataformas eletrónicas de contratação pública face à 3 — As regras de funcionamento e de gestão do portal
situação atual. Determinam-se medidas de prevenção e dos contratos públicos são aprovadas por portaria dos
eliminação de conflito de interesses na condução de proce- membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças
dimentos de formação de contratos, por parte dos diversos e das obras públicas.
intervenientes nos procedimentos, incluindo membros do
júri e peritos que lhe prestam apoio. Artigo 3.º
Por fim, e também em cumprimento do Programa do
Alteração ao Código dos Contratos Públicos
Governo, ao nível do descongestionamento dos tribunais,
estabelece-se um regime que promove a resolução alter- Os artigos 1.º, 2.º, 4.º, 5.º, 9.º, 10.º, 11.º, 13.º, 14.º, 16.º,
nativa de litígios, com preferência pelos centros de arbi- 17.º, 18.º, 19.º, 20.º, 21.º, 22.º, 24.º, 25.º, 26.º, 27.º, 29.º,
tragem institucionalizados, permitindo um julgamento 31.º, 32.º, 33.º, 34.º, 35.º, 36.º, 39.º, 40.º, 42.º, 43.º, 47.º,
mais rápido e menos oneroso de litígios que oponham 49.º, 50.º, 52.º, 55.º, 57.º, 59.º, 60.º, 62.º, 64.º, 66.º, 67.º,
cidadãos e empresas às entidades públicas em matéria de 69.º, 70.º, 71.º, 72.º, 73.º, 74.º, 75.º, 77.º, 78.º, 78.º-A, 79.º,
contratação pública. 81.º, 86.º, 88.º, 89.º, 96.º, 98.º, 101.º, 104.º, 105.º, 112.º,
O presente decreto-lei foi submetido a consulta pública 113.º, 114.º, 115.º, 117.º, 118.º, 122.º, 123.º, 127.º, 128.º,
entre agosto e outubro de 2016. Neste âmbito foram ou- 131.º, 132.º, 133.º, 135.º, 136.º, 139.º, 146.º, 147.º, 149.º,
vidas a Associação Nacional de Municípios Portugueses, 151.º, 155.º, 156.º, 157.º, 158.º, 164.º, 165.º, 168.º, 173.º,
a Autoridade da Concorrência, a Ordem dos Arquitetos, a 174.º, 179.º, 184.º,187.º, 188.º, 189.º, 190.º, 191.º, 198.º,
Ordem dos Engenheiros, a Ordem dos Engenheiros Téc- 206.º, 237.º, 238.º, 240.º, 245.º, 252.º, 253.º, 256.º, 257.º,
nicos, bem como as associações representativas do setor 258.º, 259.º, 260.º, 261.º, 267.º, 275.º, 276.º, 280.º, 283.º,
da construção. 284.º, 285.º, 287.º, 295.º, 302.º, 307.º, 312.º, 313.º, 314.º,
Assim: 315.º, 318.º, 319.º, 329.º, 338.º, 348.º, 354.º, 370.º, 372.º,
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons- 378.º, 380.º, 384.º, 410.º, 413.º, 429.º, 454.º, 455.º, 456.º,
tituição, o Governo decreta o seguinte: 457.º, 458.º, 460.º, 461.º, 462.º, 463.º, 464.º, 465.º, 470.º
e 472.º do Código dos Contratos Públicos passam a ter a
Artigo 1.º seguinte redação:
Objeto
«Artigo 1.º
1 — O presente decreto-lei procede à nona alteração ao
[...]
Código dos Contratos Públicos, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 18/2008, de 29 de janeiro, alterado pela Lei n.º 59/2008, 1 — [...]
de 11 de setembro, pelo Decreto-Lei n.º 223/2009, de 11 2 — O regime da contratação pública estabelecido
de setembro, pelo Decreto-Lei n.º 278/2009, de 2 de outu- na parte II é aplicável à formação dos contratos públicos
bro, pela Lei n.º 3/2010, de 27 de abril, pelo Decreto-Lei que, independentemente da sua designação e natureza,
n.º 131/2010, de 14 de dezembro, pela Lei n.º 64-B/2011, sejam celebrados pelas entidades adjudicantes referidas
de 30 de dezembro, e pelos Decretos-Leis n.os 149/2012, no presente Código e não sejam excluídos do seu âmbito
de 12 de julho, e 214-G/2015, de 2 de outubro. de aplicação.
2 — O presente decreto-lei procede igualmente à trans- 3 — O presente Código é igualmente aplicável, com
posição: as necessárias adaptações, aos procedimentos destinados
à atribuição unilateral, pelas entidades adjudicantes
a) Da Diretiva n.º 2014/23/UE, do Parlamento Europeu
referidas no artigo seguinte, de quaisquer vantagens ou
e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, relativa à ad-
benefícios, através de ato administrativo ou equiparado,
judicação de contratos de concessão;
em substituição da celebração de um contrato público.
b) Da Diretiva n.º 2014/24/UE, do Parlamento Europeu
4 — (Revogado.)
e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, relativa aos
5 — A parte III do presente Código contém o regime
contratos públicos e que revoga a Diretiva n.º 2004/18/CE;
substantivo aplicável à execução, modificação e extin-
c) Da Diretiva n.º 2014/25/UE, do Parlamento Europeu e
ção das relações contratuais administrativas.
do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, relativa aos con-
6 — (Revogado.)
tratos públicos celebrados pelas entidades que operam nos
setores da água, da energia, dos transportes e dos serviços
Artigo 2.º
postais e que revoga a Diretiva n.º 2004/17/CE;
d) Da Diretiva n.º 2014/55/UE, do Parlamento Europeu [...]
e do Conselho, de 16 de abril de 2014, relativa à faturação
1 — [...]
eletrónica nos contratos públicos.
a) [...]
Artigo 2.º b) [...]
c) [...]
Portal dos contratos públicos
d) [...]
1 — O portal dos contratos públicos destina-se a divul- e) As entidades administrativas independentes;
gar informação pública sobre os contratos públicos sujeitos f) O Banco de Portugal;
ao regime do Código dos Contratos Públicos. g) [Anterior alínea e).]
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h) [Anterior alínea f).] serviços de comunicação social audiovisuais ou ra-


i) [Anterior alínea g).] diofónicos, adjudicados por prestadores de serviços
de comunicação social audiovisuais ou radiofónicos, e
2 — [...] aos contratos de tempo de antena ou de fornecimento
de programas a eles adjudicados;
a) Os organismos de direito público, considerando-se e) Contratos que se destinem à satisfação das neces-
como tais quaisquer pessoas coletivas que, independen- sidades dos serviços periféricos ou de delegações das
temente da sua natureza pública ou privada: entidades adjudicantes referidas no artigo 2.º, situadas
i) Tenham sido criadas especificamente para satisfa- fora do território nacional e como tal sujeitas ao regime
zer necessidades de interesse geral, sem caráter indus- jurídico da lei que se considere aplicável nos termos
trial ou comercial, entendendo-se como tais aquelas cuja gerais do direito internacional, exceto quanto a con-
atividade económica se não submeta à lógica concor- tratos celebrados e executados no território do Espaço
rencial de mercado, designadamente por não terem fins Económico Europeu cujo valor seja superior ao referido
lucrativos ou por não assumirem os prejuízos resultantes nas alíneas a), b) e c) do n.º 3 do artigo 474.º, caso em
da sua atividade; e que se aplica a parte II.
ii) Sejam maioritariamente financiadas por entidades
referidas no número anterior ou por outros organismos Artigo 5.º
de direito público, ou a sua gestão esteja sujeita a con- [...]
trolo por parte dessas entidades, ou tenham órgãos de
administração, direção ou fiscalização cujos membros 1 — A parte II não é aplicável à formação de contratos
tenham, em mais de metade do seu número, sido desig- cujo objeto abranja prestações que não estão nem sejam
nados por essas entidades; suscetíveis de estar submetidas à concorrência de mer-
cado, designadamente em razão da sua natureza ou das
b) [...] suas características, bem como da posição relativa das
c) [...] partes no contrato ou do contexto da sua formação.
d) [...] 2 — O disposto no número anterior abrange, desig-
nadamente, os acordos ou outros instrumentos jurídicos
3 — [...] que organizem a transferência ou delegação de poderes
e responsabilidades pela execução de missões públicas
Artigo 4.º entre entidades adjudicantes ou agrupamentos de entida-
des adjudicantes, e que não prevejam uma remuneração.
[...] 3 — [...]
1 — O presente Código não é aplicável aos contratos 4 — Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 11.º,
celebrados ao abrigo: a parte II não é igualmente aplicável à formação dos
seguintes contratos:
a) De convenção internacional previamente comuni-
cada à Comissão Europeia, e concluída nos termos dos a) [...]
Tratados da União Europeia, entre a República Portu- b) (Revogada.)
guesa e um ou mais Estados terceiros, respeitantes a c) [...]
obras, bens ou serviços destinados à realização ou ex- d) [...]
ploração conjunta de um projeto pelos seus signatários; e) Contratos de aquisição de serviços financeiros
b) De procedimento específico de uma organização relativos à emissão, compra, venda ou transferência de
internacional de que a República Portuguesa seja parte; valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros
c) Das regras aplicáveis aos contratos públicos de- na aceção da Diretiva n.º 2004/39/CE, do Parlamento
terminadas por uma organização internacional ou insti- Europeu e do Conselho, de 21 de abril de 2004, e res-
tuição financeira internacional, quando os contratos em petivos serviços auxiliares, bem como os contratos a
questão sejam financiados na íntegra por essa organi- celebrar em execução das políticas monetária, cambial
zação ou instituição; ou de gestão de reservas e os de aquisição de serviços de
d) De instrumentos de cooperação para o desenvol- caráter financeiro pelo Banco de Portugal e operações
vimento, com uma entidade sediada num dos Estados realizadas com o Fundo Europeu de Estabilidade Finan-
dele signatários e em benefício desse mesmo Estado, ceira e com o Mecanismo Europeu de Estabilidade;
desde que este não seja signatário do Acordo sobre o f) Contratos de aquisição de serviços financeiros de
Espaço Económico Europeu; emissão e gestão de dívida pública e de gestão da te-
e) Do disposto no artigo 346.º do Tratado sobre o souraria do Estado;
Funcionamento da União Europeia; g) Contratos celebrados entre entidades adjudican-
f) De acordo ou convénio internacional relativo ao tes e centrais de compras públicas para a prestação de
estacionamento de tropas e que envolva empresas de serviços de compras centralizadas;
um Estado-Membro ou de um país terceiro. h) Contratos celebrados ao abrigo do disposto no
regime jurídico dos contratos públicos no domínio da
2 — O presente Código não é igualmente aplicável a: defesa e da segurança, designadamente do Decreto-Lei
n.º 104/2011, de 6 de outubro;
a) [...] i) Contratos que, nos termos da lei, sejam declarados
b) [...] secretos ou cuja execução deva ser acompanhada de
c) [...] medidas especiais de segurança, bem como quando os
d) Contratos relativos à aquisição, desenvolvimento, interesses essenciais de defesa e segurança do Estado
produção ou coprodução de programas destinados a o exigirem;
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1897)

j) Contratos de aquisição de serviços de investigação 4 — No que diz respeito aos serviços de transporte,
e desenvolvimento abrangidos pelos códigos CPV refe- considera-se que existe uma rede quando o serviço é
ridos no anexo VIII ao presente Código, que dele faz parte prestado nas condições estabelecidas por uma entidade
integrante, desde que se verifiquem cumulativamente adjudicante.
as seguintes condições: 5 — Para efeitos do presente Código consideram-se
i) Os resultados obtidos com os respetivos serviços atividades do setor dos serviços postais:
não revertam exclusivamente a favor da entidade ad- a) Os serviços que consistam na aceitação, no trata-
judicante, para utilização no exercício da sua própria mento, no transporte e na distribuição de envios postais;
atividade; b) Outros serviços afins, tais como:
ii) O pagamento dos serviços em causa não seja in-
tegralmente suportado pela entidade adjudicante, de- i) A gestão de serviços postais, designadamente os
signadamente por se tratar de projeto cofinanciado por serviços pré e pós envio, incluindo os serviços de gestão
fundos nacionais ou europeus. e de preparação interna do correio;
ii) Os serviços relativos a envios postais não inclu-
5 — (Revogado.) ídos na alínea anterior, tais como a publicidade postal
6 — (Revogado.) sem endereço.
7 — (Revogado.)
8 — A parte II não é aplicável aos contratos celebra- Artigo 10.º
dos pelas entidades referidas no n.º 2 do artigo 2.º, e [...]
pelo Banco de Portugal, que não abranjam prestações
típicas da empreitada de obras públicas, concessão de 1 — Excetua-se do disposto nos n.os 1 e 2 do artigo
obras públicas, concessão de serviços públicos, locação anterior a atividade de alimentação de redes fixas de
e aquisição de bens móveis ou aquisição de serviços. prestação de serviços ao público no domínio da produ-
ção de eletricidade e água potável quando:
Artigo 9.º a) A produção de água potável ou de eletricidade pela
[...] entidade adjudicante seja necessária ao exercício de uma
atividade diferente das referidas no artigo anterior;
1 — Para efeitos do presente Código, consideram-se b) A alimentação daquela rede dependa apenas do
atividades do setor da energia: consumo próprio da entidade adjudicante e não tenha
a) As de disponibilização ou exploração de redes excedido 30 % da produção total de água potável ou de
fixas destinadas à prestação de serviços ao público no eletricidade dessa entidade, consoante o caso, tomando
domínio da produção, do transporte ou da distribuição de por referência a média dos três últimos anos, incluindo
gás, calor ou eletricidade, bem como a alimentação des- o ano em curso.
sas redes com gás, calor ou eletricidade, respetivamente;
b) As de exploração de uma área geográfica para 2 — Excetua-se igualmente do disposto do n.º 1 do
efeitos de extração de petróleo ou gás ou de prospeção artigo anterior a atividade de alimentação de redes pú-
ou extração de carvão ou de outros combustíveis sólidos; blicas de prestação de serviços ao público no domínio
c) (Revogada.) da produção de gás ou de combustível para aquecimento
d) (Revogada.) quando:
e) (Revogada.) a) A produção de gás ou de combustível para aque-
f) (Revogada.) cimento pela entidade adjudicante seja a consequência
g) (Revogada.) inevitável do exercício de uma atividade diferente das
h) (Revogada.) referidas no artigo anterior;
i) (Revogada.) b) A alimentação daquela rede se destine apenas a
explorar de maneira mais económica a produção de gás
2 — Para efeitos do presente Código, consideram-se ou de combustível para aquecimento e não represente
atividades do setor da água a disponibilização ou explo- mais de 20 % do volume de negócios da entidade adju-
ração de redes fixas destinadas à prestação de serviços dicante, tomando por referência a média dos três últimos
ao público no domínio da produção, do transporte ou da anos, incluindo o ano em curso.
distribuição de água potável, bem como a alimentação
dessas redes com água potável, bem como a eliminação 3 — (Revogado.)
ou tratamento de águas residuais.
3 — Para efeitos do presente Código consideram-se Artigo 11.º
atividades do setor dos serviços de transporte:
[...]
a) As que tenham por objetivo a disponibilização ou
exploração de redes destinadas à prestação de serviços 1 — [...]
ao público no domínio dos transportes por caminho-de- a) [...]
-ferro, sistemas automáticos, carros elétricos, tróleis, b) [...]
autocarros ou cabo e por vias navegáveis entre terminais
marítimos ou fluviais; i) Empreitada de obras públicas cujo valor seja igual
b) As que tenham por objetivo a exploração de uma ou superior ao limiar referido na alínea a) do n.º 4 do
área geográfica para disponibilizar aeroportos e portos artigo 474.º;
marítimos ou fluviais ou outros terminais de transportes ii) [...]
às empresas de transporte aéreo, marítimo ou fluvial. iii) [...]
5250-(1898) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

iv) Locação ou aquisição de bens móveis e aquisição Artigo 14.º


de serviços cujo valor seja igual ou superior ao limiar [...]
referido na alínea b) do n.º 4 do artigo 474.º;
v) Aquisição de serviços sociais ou outros específicos Para os efeitos do disposto no artigo anterior,
enumerados no anexo IX ao presente Código, cujo valor considera-se empresa associada qualquer pessoa cole-
seja igual ou superior ao limiar referido na alínea c) do tiva cujas contas anuais sejam consolidadas com as da
n.º 4 do artigo 474.º entidade adjudicante, nos termos do disposto na Diretiva
n.º 2013/34/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
2 — [...] de 26 de junho de 2013, relativa às demonstrações finan-
3 — [...] ceiras anuais, às demonstrações financeiras consolidadas
e aos relatórios conexos de certas formas de empresas,
a) [...]
b) (Revogada.) ou, no caso de a entidade adjudicante não se encontrar
abrangida pela referida diretiva:

Artigo 13.º a) Qualquer pessoa coletiva sobre a qual a entidade


adjudicante possa exercer, direta ou indiretamente, uma
[...] influência dominante em virtude, nomeadamente, de
1 — [...] deter a maioria do capital social, a maioria dos direitos
de voto, o controlo de gestão ou o direito de designar,
a) [...] direta ou indiretamente, a maioria dos titulares de um
b) A celebrar por uma entidade adjudicante cuja ati- órgão de administração, direção ou fiscalização;
vidade esteja diretamente exposta à concorrência em b) Qualquer pessoa coletiva que possa exercer, direta
mercado de acesso não limitado, desde que tal seja reco- ou indiretamente, uma influência dominante sobre a
nhecido pela Comissão Europeia, a pedido da República entidade adjudicante, em virtude de qualquer uma das
Portuguesa, da entidade adjudicante em causa ou por situações referidas na alínea anterior;
iniciativa da própria Comissão Europeia, nos termos do c) Qualquer pessoa coletiva que, conjuntamente com
disposto no artigo 34.º da Diretiva n.º 2014/25/UE, do a entidade adjudicante, esteja sujeita, direta ou indireta-
Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro mente, à influência dominante de uma terceira entidade,
de 2014; em virtude de qualquer uma das situações referidas na
c) [...] alínea a).
d) [...]
e) [...] Artigo 16.º
f) [...]
[...]
2 — [...] 1 — [...]
3 — O disposto nas alíneas c) a f) do n.º 1 só é apli-
cável desde que, pelo menos, 80 % da média do volume a) [...]
de negócios da empresa associada nos últimos três anos, b) Consulta prévia;
em matéria de obras, de bens móveis ou de serviços, c) [Anterior alínea b).]
consoante o caso, provenha da realização dessas obras, d) [Anterior alínea c).]
do fornecimento desses bens ou da prestação desses e) [Anterior alínea d).]
serviços à entidade adjudicante ou a outras empresas f) [Anterior alínea e).]
com as quais se encontre associada ou, caso a empresa g) Parceria para a inovação.
associada esteja constituída há menos de três anos,
desde que esta demonstre, nomeadamente por recurso 2 — [...]
a projeções da sua atividade, que o respetivo volume
de negócios é credível. Artigo 17.º
4 — Para efeitos do apuramento da percentagem Valor do contrato
prevista no número anterior, deve ser tido em conta
o volume médio de negócios ou os custos suportados 1 — [...]
pela pessoa coletiva em causa no que diz respeito 2 — [...]
a serviços, fornecimentos ou obras, nos três anos 3 — No caso de contratos de empreitada de obras
anteriores. públicas, o cálculo do valor do contrato inclui o custo
5 — Se, devido à reorganização das suas atividades, da obra e o valor total dos bens móveis e serviços que
o volume de negócios não estiver disponível para os são postos à disposição do adjudicatário pela entidade
três anos anteriores, basta demonstrar que as atividades adjudicante.
projetadas para os anos seguintes cumprem o disposto 4 — Nos acordos-quadro e nos sistemas de aquisição
no n.º 3. dinâmicos, o valor a tomar em consideração é o valor
6 — Quando as obras, os bens móveis ou os servi- máximo de todos os contratos previstos ao seu abrigo
ços sejam, respetivamente, realizadas, fornecidos ou durante a vigência do acordo-quadro ou do sistema de
prestados à entidade adjudicante por mais do que uma aquisição dinâmico.
empresa associada, a percentagem referida no n.º 3 é 5 — No caso das parcerias para a inovação, o valor
calculada tendo em conta o volume total de negócios, a tomar em consideração é o valor das atividades de
em matéria de obras, de bens móveis ou de serviços, de investigação e desenvolvimento que tenham lugar em
todas as empresas associadas. todas as etapas da parceria prevista, bem como dos
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1899)

bens, dos serviços ou das obras a serem desenvolvidos seja inferior ao limiares referidos nas alíneas b), c) ou
e adquiridos no final da parceria. d) do n.º 3 do artigo 474.º, consoante o caso;
6 — Quando a entidade adjudicante for organizada c) Consulta prévia, com convite a pelo menos três
por unidades orgânicas, na definição do valor do con- entidades, quando o valor do contrato seja inferior a
trato deve ser tido em conta o valor total referente a todas € 75 000;
elas, salvo se forem independentemente responsáveis d) Ajuste direto, quando o valor do contrato for in-
pelas suas aquisições, nomeadamente por se tratar de ferior a € 20 000.
serviços periféricos ou municipalizados.
7 — A fixação do valor estimado do contrato deve 2 — (Revogado.)
ser fundamentada com base em critérios objetivos, uti- 3 — (Revogado.)
lizando, como referência preferencial, os custos médios 4 — [...]
unitários de prestações do mesmo tipo adjudicadas em
anteriores procedimentos promovidos pela entidade
adjudicante. Artigo 21.º
8 — O valor do contrato não pode ser fracionado [...]
com o intuito de o excluir do cumprimento de quaisquer
exigências legais, designadamente das constantes do 1 — No caso de contratos distintos dos previstos
presente Código. nos artigos anteriores, que não configurem contratos de
9 — (Anterior n.º 4.) concessão de obras públicas ou de concessão de serviços
públicos, ou contratos de sociedade, pode adotar-se o
Artigo 18.º seguinte procedimento:
[...] a) Concurso público, concurso limitado por prévia
Sem prejuízo do disposto nos capítulos III e IV do qualificação, procedimento de negociação, diálogo con-
presente título, a escolha dos procedimentos de ajuste correncial ou parceria para a inovação, sem publicação
direto, de consulta prévia, de concurso público ou de de anúncio no Jornal Oficial da União Europeia, qual-
concurso limitado por prévia qualificação deve ser feita quer que seja o valor do contrato;
tendo por base o valor do contrato a celebrar, nos termos b) Consulta prévia, com convite a, pelo menos, três
do disposto nos artigos seguintes do presente capítulo. entidades, quando o valor do contrato seja inferior a
€ 100 000;
Artigo 19.º c) Ajuste direto, quando o valor do contrato seja
[...]
inferior a € 50 000.

Para a celebração de contratos de empreitadas de 2 — [...]


obras públicas pode adotar-se um dos seguintes pro-
cedimentos:
Artigo 22.º
a) Concurso público ou concurso limitado por pré-
via qualificação, com publicação de anúncio no Jornal Contratação de prestações do mesmo tipo
em diferentes procedimentos
Oficial da União Europeia, qualquer que seja o valor
do contrato; 1 — Quando prestações do mesmo tipo, suscetíveis
b) Concurso público ou concurso limitado por pré- de constituírem objeto de um único contrato, sejam
via qualificação, sem publicação de anúncio no Jornal contratadas através de mais do que um procedimento,
Oficial da União Europeia, quando o valor do contrato a escolha do procedimento a adotar deve ser efetuada
seja inferior ao limiar referido na alínea a) do n.º 3 do tendo em conta:
artigo 474.º;
c) Consulta prévia, com convite a pelo menos três a) O somatório dos valores dos vários procedimentos,
entidades, quando o valor do contrato for inferior a caso a formação de todos os contratos a celebrar ocorra
€ 150 000; em simultâneo; ou
d) Ajuste direto, quando o valor do contrato for in- b) O somatório dos preços contratuais relativos a
ferior a € 30 000. todos os contratos já celebrados e do valor de todos
os procedimentos ainda em curso, quando a forma-
Artigo 20.º ção desses contratos ocorra ao longo do período de
[...] um ano, desde que a entidade adjudicante, aquando
do lançamento do primeiro procedimento, devesse ter
1 — Para a celebração de contratos de locação ou de previsto a necessidade de lançamento dos procedimentos
aquisição de bens móveis e de aquisição de serviços, subsequentes.
pode adotar-se um dos seguintes procedimentos:
a) Concurso público ou concurso limitado por pré- 2 — As entidades adjudicantes ficam dispensadas
via qualificação, com publicação de anúncio no Jornal do disposto no número anterior relativamente a proce-
Oficial da União Europeia, qualquer que seja o valor dimentos de bens e serviços cujo valor seja inferior a
do contrato; € 80 000, ou a empreitadas de obras públicas cujo valor
b) Concurso público ou concurso limitado por pré- seja inferior a € 1 000 000, desde que o valor do con-
via qualificação, sem publicação de anúncio no Jornal junto dos procedimentos não exceda 20 % deste limite.
Oficial da União Europeia, quando o valor do contrato 3 — (Revogado.)
5250-(1900) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 24.º b) Se trate de obras a realizar para fins de investiga-


[...]
ção, de experimentação, de estudo ou desenvolvimento,
desde que a realização dessas obras não se destine a as-
1 — [...] segurar a obtenção de lucro ou a amortizar o custo dessas
a) [...] atividades e o valor estimado do contrato seja inferior ao
b) [...] limiar estabelecido na alínea a) do n.º 3 do artigo 474.º;
c) [...] c) Se trate de realizar uma obra ao abrigo de um
d) [...] acordo-quadro celebrado nos termos do disposto na
e) As prestações que constituem o objeto do contrato alínea a) do n.º 1 do artigo 252.º
só possam ser confiadas a determinada entidade por uma
das seguintes razões: 2 — [...]
i) O objeto do procedimento seja a criação ou aquisi- Artigo 26.º
ção de uma obra de arte ou de um espetáculo artístico;
ii) Não exista concorrência por motivos técnicos; [...]
iii) Seja necessário proteger direitos exclusivos, in- 1 — [...]
cluindo direitos de propriedade intelectual.
a) [...]
f) (Revogada.) b) Se trate de bens produzidos ou a produzir para fins
de investigação, de experimentação, de estudo ou desen-
2 — [...] volvimento, desde que tais bens não sejam produzidos
com finalidade comercial, ou com vista a amortizar o
a) [...] custo dessas atividades, e o valor estimado do contrato
b) [...] seja inferior aos limiares estabelecidos nas alíneas b)
c) (Revogada.) ou c) do n.º 3 do artigo 474.º;
c) Se trate de adquirir bens cotados e adquiridos num
3 — [...] mercado de matérias-primas;
4 — O ajuste direto com fundamento no disposto d) Se trate de adquirir bens, em condições especial-
nas subalíneas ii) e iii) da alínea e) do n.º 1 só pode mente mais vantajosas do que as normalmente existentes
ser adotado quando não exista alternativa ou substituto no mercado, a entidades que cessem definitivamente
razoável e quando a inexistência de concorrência não a sua atividade comercial, a curadores, liquidatários,
resulte de uma restrição desnecessária face aos aspetos administradores de insolvência ou ainda no âmbito de
do contrato a celebrar. acordo judicial ou procedimento da mesma natureza
5 — (Anterior n.º 4.) previsto na legislação aplicável;
6 — (Anterior n.º 5.) e) Se trate de locar ou adquirir bens ao abrigo de um
7 — (Anterior n.º 6.) acordo-quadro celebrado nos termos do disposto na
8 — (Anterior n.º 7.) alínea a) do n.º 1 do artigo 252.º;
9 — (Anterior n.º 8.) f) [...]
10 — (Anterior n.º 9.)
2 — [...]
Artigo 25.º 3 — [...]
[...]
Artigo 27.º
1 — [...]
[...]
a) Se trate de novas obras que consistam na repetição 1 — [...]
de obras similares objeto de contrato anteriormente
celebrado pela mesma entidade adjudicante, desde que, a) Se trate de novos serviços que consistam na repe-
de forma cumulativa: tição de serviços similares que tenham sido objeto de
contrato anteriormente celebrado pela mesma entidade
i) O contrato seja celebrado com a entidade com a adjudicante com o mesmo adjudicatário, desde que, de
qual foi celebrado o contrato inicial; forma cumulativa:
ii) Essas obras estejam em conformidade com um
projeto base comum; i) [...]
iii) Aquele contrato tenha sido celebrado, há menos de ii) Aquele contrato tenha sido celebrado, há menos de
três anos, na sequência de concurso público, de concurso três anos, na sequência de concurso público, de concurso
limitado, de procedimento de negociação, de diálogo limitado por prévia qualificação, de procedimento de
concorrencial ou de parceria para a inovação; negociação, de diálogo concorrencial ou de parceria
iv) O anúncio do procedimento tenha sido publicado para a inovação;
no Jornal Oficial da União Europeia, no caso de o iii) O anúncio do procedimento tenha sido publicado
somatório do valor estimado do contrato relativo ao no Jornal Oficial da União Europeia, no caso de o
ajuste direto e do preço contratual relativo ao contrato somatório do valor estimado do contrato e do preço con-
inicial ser igual ou superior ao limiar estabelecido na tratual relativo ao contrato inicial ser igual ou superior
alínea a) do n.º 3 do artigo 474.º; e ao valor referido, consoante os casos, nas alíneas b) ou
v) A possibilidade de adoção do procedimento de c) do n.º 3 do artigo 474.º; e
ajuste direto tenha sido indicada no anúncio ou no pro- iv) A possibilidade de adoção do ajuste direto tenha
grama do procedimento; sido indicada no anúncio ou no programa do concurso;
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1901)

b) A natureza das respetivas prestações, nomeada- e) (Revogada.)


mente as inerentes a serviços de natureza intelectual,
não permita a elaboração de especificações contratuais 2 — (Revogado.)
suficientemente precisas para que sejam definidos os 3 — (Revogado.)
atributos qualitativos das propostas necessários à fixação 4 — (Revogado.)
de um critério de adjudicação, nos termos do disposto
no artigo 74.º, e desde que a definição quantitativa dos Artigo 31.º
atributos das propostas, no âmbito de outros tipos de
[...]
procedimento, seja desadequada a essa fixação, tendo
em conta os objetivos da aquisição pretendida; 1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 24.º e
c) [...] 30.º-A, para a formação de contratos de concessão de
d) Se trate de serviços de arbitragem, conciliação obras públicas e de serviços públicos, bem como de
ou mediação; contratos de sociedade, deve ser adotado, em alter-
e) Se trate de serviços de investigação e desenvol- nativa, o concurso público, o concurso limitado por
vimento não abrangidos pela alínea j) do n.º 4 do ar- prévia qualificação, o procedimento de negociação ou
tigo 5.º, desde que o valor estimado do contrato seja o diálogo concorrencial.
inferior aos limiares estabelecidos nas alíneas b) e c) 2 — [...]
do n.º 3 do artigo 474.º; 3 — Quando razões de interesse público relevante o
f) [...] justifiquem, pode adotar-se o ajuste direto para a for-
g) Se trate de contrato que, na sequência de um con- mação de contratos de sociedade.
curso de conceção, deva ser celebrado com o concor- 4 — Caso o valor do contrato de concessão de obra
rente selecionado ou com um dos concorrentes sele- ou serviço público seja inferior a € 75 000 e a sua du-
cionados nesse concurso, desde que tal intenção tenha ração seja inferior a um ano, podem ser utilizados os
sido manifestada nos respetivos termos de referência e procedimentos de consulta prévia ou ajuste direto.
de acordo com as regras neles estabelecidas;
h) Se trate de adquirir serviços ao abrigo de um Artigo 32.º
acordo-quadro nos termos do disposto na alínea a) do
n.º 1 do artigo 252.º; [...]
i) Se trate de adquirir serviços, em condições es- 1 — [...]
pecialmente mais vantajosas do que as normalmente 2 — Na formação de contrato misto cujo objeto
existentes no mercado, a entidades que cessem defi- abranja simultaneamente prestações típicas de mais
nitivamente a sua atividade comercial, a curadores, do que um tipo de contrato, aplica-se, em matéria de
liquidatários, administradores de insolvência ou ainda escolha do procedimento, o regime previsto para o tipo
no âmbito de acordo judicial ou procedimento da mesma contratual que caracteriza o objeto principal do mesmo,
natureza previsto na legislação aplicável. atendendo, designadamente, a elementos tais como o
valor estimado do contrato ou as suas prestações es-
2 — (Revogado.) senciais.
3 — Só pode ser adotado o ajuste direto ao abrigo do 3 — Quando for possível identificar separadamente
disposto na alínea b) do n.º 1 quando o respetivo preço as diferentes partes de um determinado contrato, o seu
base seja inferior aos valores resultantes da aplicação objeto principal é determinado em função do valor es-
da alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º timado mais elevado.
4 — [...] 4 — Quando o contrato for composto por prestações
5 — [...] típicas pertencentes a um ou mais contratos abrangidos,
6 — [...] e a um ou mais contratos não abrangidos pela parte II,
7 — [...] aplica-se a todo o contrato o regime correspondente da
parte II, relevando para o efeito o valor total do contrato.
Artigo 29.º 5 — Se um dos tipos contratuais em causa na situação
Escolha do procedimento de negociação do número anterior for abrangido pelo regime do
e do diálogo concorrencial Decreto-Lei n.º 104/2011, de 6 de outubro, à formação
do contrato é aplicável esse regime.
1 — A entidade adjudicante pode adotar o procedi- 6 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 1 a 4, a for-
mento de negociação ou o diálogo concorrencial quando: mação do contrato misto está sujeita ao cumprimento
a) As suas necessidades não possam ser satisfeitas dos trâmites procedimentais e outros requisitos legais
sem a adaptação de soluções facilmente disponíveis; específicos, devidamente conjugados, aplicáveis aos
b) Os bens ou serviços incluírem a conceção de so- vários tipos contratuais abrangidos pelo contrato.
luções inovadoras; 7 — (Revogado.)
c) Não for objetivamente possível adjudicar o con- 8 — (Revogado.)
trato sem negociações prévias devido a circunstâncias 9 — (Revogado.)
específicas relacionadas com a sua natureza, comple-
xidade, montagem jurídica e financeira ou devido aos Artigo 33.º
riscos a ela associados; [...]
d) Não for objetivamente possível definir com pre-
cisão as especificações técnicas por referência a uma 1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 24.º a 27.º,
norma, homologação técnica europeia, especificações para a formação de contratos que digam direta e prin-
técnicas comuns ou referência técnica; cipalmente respeito a uma ou a várias das atividades
5250-(1902) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

exercidas nos setores da água, da energia, dos transpor- regras previstas no artigo 5.º da Diretiva n.º 2014/24/UE,
tes e dos serviços postais pelas entidades adjudicantes do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de feve-
referidas no n.º 1 do artigo 7.º, estas entidades devem reiro de 2014.
adotar, em alternativa, o concurso público, o concurso
limitado por prévia qualificação, o procedimento de
Artigo 35.º
negociação, o diálogo concorrencial, ou ainda, se cum-
pridos os pressupostos previstos no artigo 30.º-A, a [...]
parceria para a inovação.
2 — (Revogado.) 1 — Quando os contratos a celebrar digam direta e
3 — [...] principalmente respeito a uma ou a várias das atividades
4 — [...] exercidas nos setores da água, da energia, dos transpor-
tes e dos serviços postais pelas entidades adjudicantes
Artigo 34.º referidas no n.º 1 do artigo 7.º, estas podem enviar para
publicação no Jornal Oficial da União Europeia um
[...]
anúncio periódico indicativo, contendo as menções
1 — As entidades adjudicantes referidas no artigo 2.º previstas no artigo 67.º da Diretiva n.º 2014/25/UE, do
enviam para publicação no Jornal Oficial da União Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro
Europeia um anúncio de pré-informação, nos termos de 2014, ao qual é aplicável o disposto no artigo anterior,
do n.º 1 do artigo 48.º da Diretiva n.º 2014/24/UE, do com as devidas adaptações.
Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro 2 — O período abrangido pelo anúncio de pré-
de 2014, no qual indicam: -informação não pode ser superior a 12 meses a contar
a) No caso de contratos de locação ou de aquisição da data em que o anúncio é enviado para publicação,
de bens móveis ou de contratos de aquisição de servi- exceto no caso dos contratos de serviços sociais e outros
ços, o preço contratual estimado de todos os contratos serviços específicos, em que o referido período pode ser
a celebrar durante os 12 meses seguintes e cujo preço superior a 12 meses.
seja igual ou superior ao limiar aplicável nos termos
do artigo 474.º; Artigo 36.º
b) No caso de contratos de empreitada ou concessão
de obras públicas ou concessão de serviço público, [...]
as respetivas características essenciais, quando o
preço ou valor contratual estimado de todos os con- 1 — O procedimento de formação de qualquer con-
tratos a celebrar durante os 12 meses seguintes seja trato inicia-se com a decisão de contratar, a qual deve ser
igual ou superior ao limiar aplicável nos termos do fundamentada e cabe ao órgão competente para autorizar
artigo 474.º a despesa inerente ao contrato a celebrar, podendo essa
decisão estar implícita nesta última.
2 — As entidades adjudicantes referidas no artigo 2.º 2 — [...]
podem enviar para publicação no Jornal Oficial da União 3 — Quando o valor do contrato for igual ou superior
Europeia um anúncio de pré-informação, nos termos dos a € 5 000 000, a fundamentação prevista no n.º 1 deve
n.os 2 e 3 do artigo 31.º da Diretiva n.º 2014/23/UE, do basear-se numa avaliação de custo/benefício e deve
Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de feve- conter, nomeadamente e quando aplicável:
reiro de 2014, quando se trate de concessão de serviços
sociais ou outros serviços específicos enumerados no a) A identificação do tipo de beneficiários do contrato
anexo IV daquela diretiva. a celebrar;
3 — O período abrangido pelo anúncio de pré- b) A taxa prevista de utilização da infraestrutura,
-informação não pode ser superior a 12 meses a contar serviço ou bem;
da data em que o anúncio é enviado para publicação, c) A análise da rentabilidade;
exceto no caso dos contratos de serviços sociais e outros d) Os custos de manutenção;
serviços específicos, em que o referido período pode ser e) A avaliação dos riscos potenciais e formas de mi-
superior a 12 meses. tigação dos mesmos;
4 — Os preços contratuais estimados de todos os f) O impacto previsível para a melhoria da organi-
contratos a celebrar previstos nos n.os 1 e 2 incluem o zação;
valor estimado dos acordos-quadro que as entidades ad- g) O impacto previsível no desenvolvimento ou na
judicantes estejam dispostas a celebrar naquele período reconversão do país ou da região coberta pelo inves-
e cujo objeto abranja prestações típicas dos contratos timento.
referidos no n.º 1.
5 — O preço contratual estimado de todos os con-
4 — Quando o tipo de procedimento utilizado seja a
tratos a celebrar para cuja formação as entidades adju-
dicantes adotem os procedimentos de consulta prévia parceria para a inovação, o limiar referido no número
ou ajuste direto em função de critérios materiais não é anterior é de € 2 500 000.
contabilizado para efeitos do preço contratual estimado 5 — As peças do procedimento devem identificar to-
de todos os contratos a celebrar previsto no n.º 1. dos os pareceres prévios, licenciamentos e autorizações
6 — (Anterior n.º 4.) necessárias que possam condicionar o procedimento e
7 — (Anterior n.º 5.) a execução do contrato.
8 — O cálculo dos preços contratuais estimados refe- 6 — O disposto nos números anteriores não prejudica
ridos nos n.os 1 a 3 deve ser efetuado de acordo com as a aplicação de regimes especiais.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1903)

Artigo 39.º através de decisão do órgão competente da entidade


[...]
jurídica comum, a legislação nacional aplicável em
matéria de contratos públicos de entre:
1 — As entidades adjudicantes podem agrupar-se
com vista à: a) Legislação do Estado onde a entidade jurídica
comum tem a sua sede social;
a) Formação de contratos cuja execução seja do in- b) Legislação do Estado onde a entidade jurídica
teresse de todas; comum desenvolve as suas atividades.
b) Formação de um acordo-quadro de que todas pos-
sam beneficiar;
c) Gestão conjunta de sistemas de aquisição dinâ- Artigo 40.º
micos; [...]
d) Aquisição conjunta utilizando catálogos eletró-
nicos. 1 — [...]
a) [...]
2 — [...] b) Na consulta prévia, o convite à apresentação de
3 — A decisão de contratar, a decisão de escolha propostas e o caderno de encargos;
do procedimento, a aprovação das peças do procedi- c) No concurso público, o anúncio, o programa do
mento, a designação do júri, a decisão de qualificação procedimento e o caderno de encargos;
dos candidatos e a decisão de adjudicação, bem como os d) No concurso limitado por prévia qualificação,
restantes atos cuja competência esteja atribuída ao órgão o anúncio, o programa do procedimento, o convite à
com competência para a decisão de contratar, devem apresentação de propostas e o caderno de encargos;
ser tomadas conjuntamente pelos órgãos competentes e) No procedimento de negociação, o anúncio, o
de todas as entidades que integram o agrupamento, programa do procedimento, o convite à apresentação
eventualmente através de conferência procedimental, de propostas e o caderno de encargos;
nos termos gerais. f) No diálogo concorrencial, o anúncio, o programa
4 — No caso de agrupamentos de entidades adjudi- do procedimento, a memória descritiva, o convite à
cantes constituídos por pelo menos uma das referidas apresentação de soluções, o convite à apresentação de
no n.º 1 do artigo 2.º, o ajuste direto, a consulta prévia, propostas e o caderno de encargos;
o concurso público ou o concurso limitado por prévia g) Na parceria para a inovação, o anúncio, o programa
qualificação adotados nos termos do disposto nos arti- do procedimento, o convite à apresentação de propostas
gos 19.º e 20.º só permite a celebração de contratos de e o caderno de encargos.
valor inferior ao mais baixo dos limites neles referidos,
consoante o caso. 2 — As peças do procedimento referidas no número
5 — [...] anterior, incluindo a minuta do anúncio, são aprovadas
6 — As entidades adjudicantes membro do agrupa- pelo órgão competente para a decisão de contratar.
mento só são solidariamente responsáveis pelo cum- 3 — [...]
primento das obrigações por si assumidas quando tais 4 — As indicações constantes do programa do pro-
obrigações o sejam na sua totalidade pelo conjunto dos cedimento, do caderno de encargos e da memória des-
seus membros. critiva prevalecem sobre as indicações do anúncio em
7 — Salvo disposição especial constante de acordo caso de divergência.
internacional celebrado entre os Estados em causa, 5 — As peças do procedimento prevalecem sobre
quando o agrupamento for constituído com entidades as indicações constantes da plataforma eletrónica de
adjudicantes de outros Estados-Membros da União Eu- contratação, em caso de divergência.
ropeia, as entidades adjudicantes devem celebrar um
acordo prévio que determine:
Artigo 42.º
a) As responsabilidades das partes e as disposições
[...]
nacionais aplicáveis, as quais, por sua vez, devem
constar dos documentos do respetivo procedimento de 1 — [...]
contratação; 2 — [...]
b) A organização interna do procedimento de con- 3 — [...]
tratação, nomeadamente a sua gestão, a distribuição 4 — Os parâmetros base referidos no número anterior
das obras, fornecimentos ou serviços a adjudicar e a podem dizer respeito a quaisquer aspetos da execução
celebração dos contratos. do contrato, tais como o preço a pagar ou a receber pela
entidade adjudicante, a sua revisão, o prazo de execução
8 — Tendo em vista a gestão conjunta, com caráter das prestações objeto do contrato ou as suas caracterís-
regular, de procedimentos de formação de contratos ticas técnicas ou funcionais, bem como às condições da
públicos, uma ou mais entidades adjudicantes sujeitas modificação do contrato, devendo ser definidos através
ao presente Código podem associar-se com uma ou mais de limites mínimos ou máximos, consoante os casos,
entidades adjudicantes de outros Estados-Membros da sem prejuízo dos limites resultantes das vinculações
União Europeia, constituindo uma entidade jurídica legais ou regulamentares aplicáveis.
comum, nomeadamente sob a forma de agrupamento 5 — [...]
europeu de cooperação territorial. 6 — Os aspetos da execução do contrato, constantes
9 — Para efeitos do disposto no número anterior, das cláusulas do caderno de encargos, podem dizer
as entidades adjudicantes participantes devem definir, respeito, desde que relacionados com tal execução, a
5250-(1904) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

condições de natureza social, ambiental, ou que se des- c) Se, no prazo de cinco dias após notificação para,
tinem a favorecer: querendo, sanar a nulidade, o contraente público apre-
sentar as razões que justificam a não exigência dos
a) A aplicação de medidas de promoção da igualdade
elementos previstos no n.º 5.
de género e da igualdade salarial no trabalho;
b) O aumento da participação das mulheres no mer-
cado de trabalho; 11 — (Anterior n.º 9.)
c) A conciliação da vida profissional com a vida fa-
miliar e pessoal dos trabalhadores afetos à execução Artigo 47.º
do contrato; [...]
d) A inclusão de pessoas com deficiência no mercado
de trabalho. 1 — O preço base, que deve ser definido pela enti-
dade adjudicante no caderno de encargos, é o montante
7 — [...] máximo que esta entidade se dispõe a pagar pela execu-
8 — [...] ção de todas as prestações que constituem o objeto do
9 — [...] contrato, incluindo eventuais renovações do contrato.
10 — [...] 2 — Quando o contrato a celebrar não implique o
11 — Para efeitos do disposto nos n.os 3 e 5, pagamento de um preço pela entidade adjudicante, o
consideram-se aspetos submetidos à concorrência to- preço base corresponde ao montante previsível a receber
dos aqueles que são objeto de avaliação de acordo com pelas prestações que constituem o objeto do contrato.
o critério de adjudicação, e aspetos não submetidos à 3 — A fixação do preço base deve ser fundamentada
concorrência todos aqueles que, sendo apreciados, não com base em critérios objetivos, tais como os preços
são objeto de avaliação e classificação. atualizados do mercado obtidos através da consulta
preliminar prevista no artigo 35.º-A, ou os custos médios
Artigo 43.º unitários, resultantes de anteriores procedimentos, para
prestações do mesmo tipo.
[...] 4 — O preço base deve respeitar os limites de valor
1 — [...] até aos quais pode ser utilizado o tipo de procedimento
2 — Quando a obra seja classificada, nos termos da em causa e os limites máximos de autorização de des-
portaria prevista no n.º 7, na categoria III ou superior, pesa do órgão competente para a decisão de contratar,
bem como naqueles casos em que o preço base, fixado se aplicáveis.
no caderno de encargos, seja enquadrável na classe 3 5 — Em casos excecionais, devidamente funda-
de alvará ou em classe superior, o projeto de execução mentados, a entidade adjudicante pode não fixar preço
referido no número anterior deve ser objeto de prévia base, desde que o procedimento permita a celebração
revisão por entidade devidamente qualificada para a sua de contratos de qualquer valor e o órgão competente
elaboração, distinta do autor do mesmo. para a decisão de contratar não esteja sujeito a limites
3 — [...] máximos de autorização de despesa ou ao regime de
4 — [...] autorização de despesas.
5 — [...] 6 — No caso de agrupamentos de entidades adjudi-
6 — [...] cantes, o valor a considerar para efeitos do n.º 4, na parte
7 — [...] em que se refere ao valor de autorização de despesa,
8 — [...] corresponde à soma dos valores máximos até aos quais
os órgãos competentes de cada uma daquelas entidades,
a) Não seja integrado pelo projeto de execução pre- por lei ou por delegação, podem autorizar a respetiva
visto no n.º 1 ou pelo programa preliminar previsto na fração da despesa inerente ao contrato a celebrar.
parte final do n.º 3;
b) [...] Artigo 49.º
c) [...]
d) [...] [...]
1 — As especificações técnicas, tal como definidas
9 — A nulidade prevista no número anterior é sus- no anexo VII ao presente Código, do qual faz parte inte-
cetível de sanação, nos termos do disposto no n.º 2 grante, devem constar no caderno de encargos e devem
do artigo 164.º do Código do Procedimento Admi- definir as características exigidas para as obras, bens
nistrativo. móveis e serviços.
10 — Para efeitos do disposto no número anterior, 2 — As características exigidas para as obras, bens
considera-se sanada a nulidade nas seguintes situações: móveis e serviços podem também incluir uma referên-
a) Se, verificado o vício antes de decorrido o prazo cia ao processo ou método específico de produção ou
para apresentação de propostas, a entidade adjudicante execução das obras, bens móveis ou serviços solicitados
proceder à junção dos elementos em falta, no prazo de ou a um processo específico para outra fase do seu ciclo
cinco dias, sendo prorrogado o prazo para apresentação de vida, mesmo que tais fatores não façam parte da
de propostas, nos termos do artigo 64.º; sua substância material, desde que estejam ligados ao
b) Se, no prazo de cinco dias após notificação para, objeto do contrato e sejam proporcionais ao seu valor
querendo, sanar a nulidade, o contraente público pro- e aos seus objetivos.
ceder à junção dos elementos em falta, desde que não 3 — As especificações técnicas podem concretizar
alterem os pressupostos em que assentou a elaboração se é exigida a transmissão de direitos de propriedade
da proposta do adjudicatário; intelectual.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1905)

4 — As especificações técnicas devem permitir a 10 — Sempre que a entidade adjudicante recorra à


igualdade de acesso dos operadores económicos ao possibilidade de remeter para as especificações técnicas
procedimento de contratação e não devem criar obstá- a que se refere na alínea b) do n.º 7, não pode excluir
culos injustificados à abertura dos contratos públicos uma proposta com o fundamento de que as obras, bens
à concorrência. móveis ou serviços dela constantes não estão em con-
5 — Em relação a todos os contratos cujo objeto se formidade com as suas especificações técnicas de refe-
destine a ser utilizado por pessoas singulares, quer seja o rência, se o concorrente demonstrar na sua proposta por
público em geral quer o pessoal da entidade adjudicante, qualquer meio adequado, nomeadamente os meios de
as especificações técnicas devem, salvo em casos devi- prova referidos no n.º 2 do artigo 49.º-A, que as soluções
damente justificados, ser elaboradas de modo a ter em propostas satisfazem de modo equivalente os requisitos
conta os critérios de acessibilidade para as pessoas com definidos nas especificações técnicas.
deficiência ou de conceção para todos os utilizadores. 11 — Sempre que a entidade adjudicante recorra à
6 — Sempre que existam normas de acessibilidade possibilidade, prevista na alínea a) do n.º 7, de formular
obrigatórias adotadas por ato legislativo da União Euro- especificações técnicas em termos de exigências de de-
peia, as especificações técnicas devem ser definidas por sempenho ou de requisitos funcionais, não deve excluir
referência a essas normas, no que respeita aos critérios uma proposta que esteja em conformidade com uma
de acessibilidade para as pessoas com deficiência ou de norma nacional que transponha uma norma europeia,
conceção para todos os utilizadores. uma homologação técnica europeia, uma especificação
7 — Sem prejuízo das regras técnicas nacionais vin- técnica comum, uma norma internacional ou um sistema
culativas, na medida em que sejam compatíveis com o técnico de referência estabelecido por um organismo
direito da União Europeia, as especificações técnicas de normalização europeu, quando essas especificações
devem ser formuladas segundo uma das seguintes mo- corresponderem aos critérios de desempenho ou cum-
dalidades: prirem os requisitos funcionais impostos.
a) Em termos de desempenho ou de requisitos fun- 12 — O concorrente pode demonstrar na sua pro-
cionais, que podem incluir critérios ambientais, desde posta, por qualquer meio adequado, incluindo os meios
que os parâmetros sejam suficientemente precisos para referidos no artigo 49.º-A, que a obra, bem móvel ou
permitir que os concorrentes determinem o objeto do serviço em conformidade com a norma em questão
contrato e que a entidade adjudicante proceda à respetiva corresponde ao desempenho exigido ou cumpre os re-
adjudicação; quisitos funcionais da entidade adjudicante.
b) Por referência a especificações técnicas defini- 13 — (Revogado.)
das e, por ordem de preferência, a normas nacionais 14 — (Revogado.)
que transponham normas europeias, a homologações
técnicas europeias, a especificações técnicas comuns, Artigo 50.º
a normas internacionais e a outros sistemas técnicos de Esclarecimentos, retificação e alteração
referência estabelecidos pelos organismos europeus de das peças procedimentais
normalização ou, quando estes não existam, a normas 1 — No primeiro terço do prazo fixado para a apre-
nacionais, a homologações técnicas nacionais ou a es- sentação das propostas, os interessados podem solicitar
pecificações técnicas nacionais em matéria de conceção, os esclarecimentos necessários à boa compreensão e
cálculo e execução das obras e de utilização dos forne- interpretação das peças do procedimento e, no mesmo
cimentos, devendo cada referência ser acompanhada da prazo, devem apresentar uma lista na qual identifiquem,
menção ‘ou equivalente’; expressa e inequivocamente, os erros e as omissões das
c) Em termos do desempenho ou dos requisitos fun- peças do procedimento por si detetados.
cionais a que se refere a alínea a), com referência às 2 — Para efeitos do presente Código consideram-se
especificações técnicas a que se refere a alínea b) como erros e omissões das peças do procedimento os que
meio de presunção de conformidade com esse desem- digam respeito a:
penho ou com esses requisitos funcionais;
d) Por referência às especificações técnicas a que se a) Aspetos ou dados que se revelem desconformes
refere a alínea b), para determinadas características, e com a realidade;
por referência ao desempenho ou aos requisitos funcio- b) Espécie ou quantidade de prestações estritamente
nais a que se refere a alínea a), para outras. necessárias à integral execução do objeto do contrato
a celebrar;
8 — A menos que o objeto do contrato o justifique, c) Condições técnicas de execução do objeto do
as especificações técnicas não podem fazer referên- contrato a celebrar que o interessado não considere
cia a determinado fabrico ou proveniência, a um pro- exequíveis;
cedimento específico que caracterize os produtos ou d) Erros e omissões do projeto de execução que não
serviços prestados por determinado fornecedor, ou a se incluam nas alíneas anteriores.
marcas comerciais, patentes, tipos, origens ou modos de
produção determinados que tenham por efeito favorecer 3 — A lista a apresentar ao órgão competente para a
ou eliminar determinadas empresas ou produtos. decisão de contratar deve identificar, expressa e inequi-
9 — As referências mencionadas no número anterior vocamente, os erros ou omissões do caderno de encargos
só são autorizadas, a título excecional, no caso de não detetados, com exceção dos referidos na alínea d) do nú-
ser possível uma descrição suficientemente precisa e mero anterior e daqueles que por eles apenas pudessem
inteligível do objeto do contrato nos termos do n.º 7, ser detetados na fase de execução do contrato, atuando
devendo, no entanto, ser acompanhada da menção ‘ou com a diligência objetivamente exigível em face das
equivalente’. circunstâncias concretas.
5250-(1906) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

4 — O incumprimento do dever a que se referem os condenados por aqueles crimes a pessoa coletiva ou
números anteriores tem as consequências previstas nos os titulares dos seus órgãos sociais de administração,
n.os 3 e 4 do artigo 378.º direção ou gerência, e estes se encontrem em efetividade
5 — Até ao termo do segundo terço do prazo fixado de funções, em qualquer dos casos sem que entretanto
para a apresentação das propostas, ou até ao prazo fixado tenha ocorrido a respetiva reabilitação;
no convite ou no programa de concurso: c) [Anterior alínea c) do corpo do artigo.]
a) O órgão competente para a decisão de contratar, d) [Anterior alínea d) do corpo do artigo.]
ou o órgão para o efeito indicado nas peças do procedi- e) [Anterior alínea e) do corpo do artigo.]
mento, deve prestar os esclarecimentos solicitados; f) Tenham sido objeto de aplicação de sanção aces-
b) O órgão competente para a decisão de contratar sória de proibição de participação em concursos pú-
pronuncia-se sobre os erros e as omissões identificados blicos prevista em legislação especial, nomeadamente
pelos interessados, considerando-se rejeitados todos nos regimes contraordenacionais em matéria laboral,
os que, até ao final daquele prazo, não sejam por ele de concorrência e de igualdade e não-discriminação,
expressamente aceites. bem como da sanção prevista no artigo 460.º, durante
o período fixado na decisão condenatória;
6 — O órgão competente para a decisão de contratar g) [Anterior alínea h) do corpo do artigo.]
deve identificar os termos do suprimento de cada um dos h) Tenham sido condenadas por sentença transitada
erros ou das omissões aceites nos termos do disposto em julgado por algum dos seguintes crimes, se entre-
na alínea b) do número anterior. tanto não tiver ocorrido a sua reabilitação, no caso de
7 — Independentemente do disposto nos números an- se tratar de pessoas singulares, ou, no caso de se tratar
teriores, o órgão competente para a decisão de contratar de pessoas coletivas, tenham sido condenados pelos
pode, oficiosamente, proceder à retificação de erros ou mesmos crimes a pessoa coletiva ou os titulares dos seus
omissões das peças do procedimento, bem como pres- órgãos sociais de administração, direção ou gerência que
tar esclarecimentos, no mesmo prazo referido no n.º 5, se encontrem em efetividade de funções, se entretanto
ou até ao final do prazo de entrega de candidaturas ou não tiver ocorrido a sua reabilitação:
propostas, devendo, neste caso, atender-se ao disposto i) Participação numa organização criminosa, tal
no artigo 64.º como definida no n.º 1 do artigo 2.º da Decisão-
8 — Os esclarecimentos, as retificações e as listas -Quadro 2008/841/JAI do Conselho, de 24 de outubro
com a identificação dos erros e omissões detetados pelos de 2008;
interessados devem ser disponibilizados na plataforma ii) Corrupção, tal como definida no artigo 3.º da
eletrónica utilizada pela entidade adjudicante e juntos às Convenção relativa à luta contra a corrupção em que
peças do procedimento que se encontrem patentes para
estejam implicados funcionários da União Europeia ou
consulta, devendo todos os interessados que as tenham
dos Estados-Membros da União Europeia, no n.º 1 do
obtido ser imediatamente notificados desse facto.
artigo 2.º da Decisão-Quadro 2003/568/JAI, do Conse-
9 — Os esclarecimentos e as retificações fazem parte
integrante das peças do procedimento a que dizem res- lho, de 22 de julho de 2003, e nos artigos 372.º a 374.º-B
peito e prevalecem sobre estas em caso de divergência. do Código Penal;
iii) [Anterior subalínea iii) da alínea i) do corpo do
Artigo 52.º artigo.]
iv) Branqueamento de capitais ou financiamento do
[...] terrorismo, tal como definidos no artigo 1.º da Diretiva
É candidato a entidade, pessoa singular ou coletiva, n.º 2015/849, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
que participa na fase de qualificação de um concurso 20 de maio de 2015, relativa à prevenção da utilização
limitado por prévia qualificação, de um procedimento do sistema financeiro para efeitos de branqueamento de
de negociação, de um diálogo concorrencial ou de uma capitais ou de financiamento do terrorismo;
parceria para a inovação, mediante a apresentação de v) Infrações terroristas ou infrações relacionadas com
uma candidatura. um grupo terrorista, tal como definidas nos artigos 3.º e
4.º da Diretiva n.º 2017/541, do Parlamento Europeu e do
Artigo 55.º Conselho, de 15 de março de 2017, relativa à luta contra
o terrorismo, ou qualquer infração relacionada com ati-
[...] vidades terroristas, incluindo cumplicidade, instigação e
1 — [Anterior proémio do corpo do artigo]: tentativa, nos termos do artigo 14.º da referida diretiva;
vi) Trabalho infantil e outras formas de tráfico de se-
a) Se encontrem em estado de insolvência, declarada res humanos, tal como definidos no artigo 2.º da Diretiva
por sentença judicial, em fase de liquidação, dissolu- n.º 2011/36/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
ção ou cessação de atividade, sujeitas a qualquer meio de 5 de abril de 2011;
preventivo de liquidação de patrimónios ou em qual-
quer situação análoga, ou tenham o respetivo processo i) [Anterior alínea j) do corpo do artigo.]
pendente, salvo quando se encontrarem abrangidas ou j) Tenham diligenciado no sentido de influenciar
tenham pendente um plano de recuperação de empresas, indevidamente a decisão de contratar do órgão compe-
judicial ou extrajudicial, previsto na lei; tente, de obter informações confidenciais suscetíveis
b) Tenham sido condenadas por sentença transitada de lhe conferir vantagens indevidas no procedimento,
em julgado por qualquer crime que afete a sua hono- ou tenham prestado informações erróneas suscetíveis
rabilidade profissional, no caso de pessoas singulares, de alterar materialmente as decisões de exclusão, qua-
ou, no caso de pessoas coletivas, quando tenham sido lificação ou adjudicação;
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1907)

k) Estejam abrangidas por conflitos de interesses Artigo 59.º


que não possam ser eficazmente corrigidos por outras [...]
medidas menos gravosas que a exclusão;
l) Tenham acusado deficiências significativas ou 1 — [...]
persistentes na execução de, pelo menos, um con- 2 — Nos casos previstos no número anterior, é sempre
trato público anterior nos últimos três anos, tendo permitida a apresentação de propostas variantes, salvo
tal facto conduzido à resolução desse contrato por quando o programa do procedimento não o permita
incumprimento, ao pagamento de indemnização re- expressamente, sendo que a apresentação de propostas
sultante de incumprimento, à aplicação de sanções variantes implica a apresentação de proposta base.
que tenham atingido os valores máximos aplicáveis 3 — [...]
nos termos dos n.os 2 e 3 do artigo 329.º, ou a outras 4 — [...]
sanções equivalentes. 5 — [...]
6 — [...]
2 — Para efeitos do disposto na alínea k) do número 7 — [...]
anterior, podem ser ponderadas, como medidas menos
gravosas que a exclusão, designadamente, a substi- Artigo 60.º
tuição de membros do júri ou de peritos que prestem [...]
apoio ao júri, a instituição de sistemas de reconfirma- 1 — [...]
ção de análises, apreciações ou aferições técnicas, ou a 2 — [...]
proibição de o concorrente recorrer a um determinado 3 — [...]
subcontratado. 4 — No caso de se tratar de procedimento de for-
mação de contrato de empreitada ou de concessão de
Artigo 57.º obras públicas, o concorrente deve indicar na proposta
[...]
os preços parciais dos trabalhos que se propõe executar
correspondentes às habilitações contidas nos alvarás ou
1 — [...] nos certificados de empreiteiro de obras públicas, ou nas
declarações emitidas pelo Instituto dos Mercados Pú-
a) Declaração do anexo I ao presente Código, do qual
blicos, do Imobiliário e da Construção, I. P., nos termos
faz parte integrante;
da portaria referida no n.º 2 do artigo 81.º
b) [...] 5 — [...]
c) Documentos exigidos pelo programa do procedi-
mento ou convite que contenham os termos ou condi- Artigo 62.º
ções relativos a aspetos da execução do contrato não
submetidos à concorrência pelo caderno de encargos, [...]
aos quais a entidade adjudicante pretende que o con- 1 — Os documentos que constituem a proposta são
corrente se vincule; apresentados diretamente em plataforma eletrónica utili-
d) (Revogada.) zada pela entidade adjudicante, sem prejuízo do disposto
na alínea g) do n.º 1 do artigo 115.º
2 — [...] 2 — (Revogado.)
a) [...] 3 — (Revogado.)
b) [...] 4 — Os termos a que deve obedecer a apresentação
c) Um programa preliminar, nos casos previstos no e a receção das propostas, conforme o disposto no n.º 1,
n.º 3 do artigo 43.º, competindo a elaboração do projeto são definidos por diploma próprio.
de execução ao adjudicatário. 5 — [...]
6 — Na formação dos contratos de empreitada de
obras públicas devem, sempre que possível, ser utili-
3 — [...]
zados meios eletrónicos específicos de modelização
4 — Os documentos referidos nos n.os 1 e 2 devem eletrónica de dados de construção.
ser assinados pelo concorrente ou por representante que
tenha poderes para o obrigar. Artigo 64.º
5 — Quando a proposta seja apresentada por um
agrupamento concorrente, os documentos referidos [...]
no n.º 1 devem ser assinados pelo representante co- 1 — [...]
mum dos membros que o integram, caso em que 2 — Quando as retificações ou a aceitação de erros
devem ser juntos à proposta os instrumentos de ou de omissões das peças do procedimento referidas
mandato emitidos por cada um dos seus membros no artigo 50.º, independentemente do momento da sua
ou, não existindo representante comum, devem ser comunicação, implicarem alterações de aspetos funda-
assinados por todos os seus membros ou respetivos mentais das peças do procedimento, o prazo fixado para
representantes. a apresentação das propostas deve ser prorrogado, no
6 — Nos procedimentos com publicação de anúncio mínimo, por período equivalente ao tempo decorrido
no Jornal Oficial da União Europeia, é apresentado, desde o início daquele prazo até à comunicação das
em substituição da declaração do anexo I do presente retificações ou à publicitação da decisão de aceitação
Código, o Documento Europeu Único de Contratação de erros ou de omissões.
Pública. 3 — [...]
5250-(1908) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

4 — [...] 2 — [...]
a) Que não apresentam algum dos atributos ou algum
Artigo 66.º
dos termos ou condições, nos termos, respetivamente,
[...] do disposto nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 57.º;
1 — [...] b) [...]
2 — [...] c) [...]
3 — [...] d) [...]
4 — [...] e) Um preço ou custo anormalmente baixo, cujos
5 — [...] esclarecimentos justificativos não tenham sido apre-
6 — A entidade adjudicante não deve divulgar as sentados ou não tenham sido considerados nos termos
informações constantes dos documentos classificados do disposto no artigo seguinte;
das propostas. f) [...]
7 — A entidade adjudicante pode impor aos concor- g) [...]
rentes requisitos destinados a proteger as informações de
natureza confidencial por ela disponibilizadas ao longo 3 — A exclusão de quaisquer propostas com funda-
do procedimento de formação do contrato público. mento no disposto na alínea e) do número anterior, bem
como a existência de indícios de práticas restritivas do
Artigo 67.º comércio, ainda que não tenham dado origem à exclusão
da proposta, devem ser comunicadas à Autoridade de
[...] Segurança Alimentar e Económica.
1 — Com exceção do ajuste direto e dos casos pre- 4 — A exclusão de quaisquer propostas com funda-
vistos no n.º 3, os procedimentos para a formação de mento no disposto na alínea g) do n.º 2, bem como a
contratos são conduzidos por um júri, designado pelo existência de indícios de práticas restritivas da concor-
órgão competente para a decisão de contratar, composto, rência, ainda que não tenham dado origem à exclusão
em número ímpar, por um mínimo de três membros da proposta, devem ser comunicadas à Autoridade da
efetivos, um dos quais preside, e dois suplentes. Concorrência.
2 — [...] 5 — A exclusão de quaisquer propostas com fun-
3 — Tratando-se de consulta prévia ou de concurso damento no disposto na alínea e) do n.º 2, devido ao
público urgente, o órgão competente para a decisão facto do concorrente ter obtido um auxílio estatal e
de contratar pode decidir que os procedimentos sejam não poder provar que o mesmo é compatível com o
conduzidos pelos serviços da entidade adjudicante, mercado interno na aceção do artigo 107.º do Tratado
considerando-se feitas a estes as referências feitas, no sobre o Funcionamento da União Europeia, deve ser
presente Código, ao júri. comunicada à Autoridade da Concorrência e, quando
4 — O júri pode ser dispensado nos procedimentos o anúncio do respetivo procedimento tenha sido publi-
em que seja apresentada apenas uma proposta. cado no Jornal Oficial da União Europeia, também à
5 — Antes do início de funções, os membros do júri Comissão Europeia.
e todos os demais intervenientes no processo de avalia-
ção de propostas, designadamente peritos, subscrevem Artigo 71.º
declaração de inexistência de conflitos de interesses, Preço ou custo anormalmente baixo
conforme modelo previsto no anexo XIII ao presente
Código e que dele faz parte integrante. 1 — As entidades adjudicantes podem definir, no
programa de concurso ou no convite, as situações em
Artigo 69.º que o preço ou o custo de uma proposta é considerado
anormalmente baixo, tendo em conta o desvio percen-
[...]
tual em relação à média dos preços das propostas a
1 — [...] admitir, ou outros critérios considerados adequados.
2 — A entidade adjudicante deve fundamentar a ne-
a) [...] cessidade de fixação do preço ou do custo anormalmente
b) [...] baixo, bem como os critérios que presidiram a essa
c) Proceder à apreciação de soluções e projetos; fixação, designadamente os preços médios obtidos na
d) Elaborar os relatórios de análise das candidaturas, consulta preliminar ao mercado, se tiver existido.
das propostas e das soluções e projetos. 3 — O órgão competente para a decisão de contratar
deve fundamentar a decisão de exclusão de uma pro-
2 — Cabe ainda ao júri exercer a competência que lhe posta com essa justificação, solicitando previamente ao
seja delegada pelo órgão competente para a decisão de respetivo concorrente que preste esclarecimentos, por
contratar, não lhe podendo este, porém, delegar a com- escrito e em prazo adequado, relativos aos elementos
petência para a retificação das peças do procedimento, constitutivos relevantes da proposta.
a decisão sobre erros ou omissões identificados pelos 4 — Na análise dos esclarecimentos prestados pelo
interessados, a decisão de qualificação dos candidatos concorrente nos termos do número anterior, pode tomar-
ou a decisão de adjudicação. -se em consideração justificações inerentes, designa-
damente:
Artigo 70.º
a) [...]
[...]
b) [...]
1 — [...] c) [...]
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1909)

d) [...] obrigatoriamente um preço fixo ou um preço máximo


e) [...] no caderno de encargos.
f) À verificação da decomposição do respetivo preço, 3 — A utilização da modalidade prevista na alínea b)
por meio de documentos comprovativos dos preços uni- do n.º 1 só é permitida quando as peças do procedimento
tários incorporados no mesmo, nomeadamente folhas de definam todos os restantes elementos da execução do
pagamento e declarações de fornecedores, que atestem contrato a celebrar.
a conformidade dos preços apresentados e demonstrem 4 — O convite ou o programa do procedimento deve
a sua racionalidade económica; definir o critério de desempate na avaliação das pro-
g) Ao cumprimento das obrigações decorrentes da postas.
legislação em matéria ambiental, social e laboral, refe- 5 — É vedada a utilização do critério do momento de
ridas no n.º 2 do artigo 1.º-A. entrega da proposta como critério de desempate.
6 — Podem ser utilizados como critério de desem-
Artigo 72.º pate, designadamente, os fatores e subfatores estabele-
cidos nos termos do artigo seguinte, por ordem decres-
Esclarecimentos e suprimento de propostas e candidaturas
cente de ponderação relativa, ou a proposta que tiver
1 — [...] sido apresentada por empresas sociais ou por pequenas
2 — [...] e médias empresas, por ordem crescente da categoria
3 — O júri deve solicitar aos candidatos e concor- das empresas.
rentes que, no prazo máximo de cinco dias, procedam
ao suprimento das irregularidades das suas propostas Artigo 75.º
e candidaturas causadas por preterição de formalida-
[...]
des não essenciais e que careçam de suprimento, in-
cluindo a apresentação de documentos que se limitem 1 — Os fatores e os eventuais subfatores que densi-
a comprovar factos ou qualidades anteriores à data de ficam o critério de adjudicação da proposta economi-
apresentação da proposta ou candidatura, e desde que camente mais vantajosa devem estar ligados ao objeto
tal suprimento não afete a concorrência e a igualdade do contrato a celebrar, abrangendo todos, e apenas, os
de tratamento. aspetos da execução do contrato a celebrar submetidos
4 — O júri procede à retificação oficiosa de erros à concorrência pelo caderno de encargos.
de escrita ou de cálculo contidos nas candidaturas ou 2 — Os fatores e os eventuais subfatores podem ser,
propostas, desde que seja evidente para qualquer desti- em função dos objetivos e das necessidades da entidade
natário a existência do erro e os termos em que o mesmo adjudicante, designadamente os seguintes:
deve ser corrigido.
a) Qualidade, designadamente valor técnico, carac-
5 — Os pedidos do júri formulados nos termos dos
terísticas estéticas e funcionais, acessibilidade, conce-
n.os 1 e 3, bem como as respetivas respostas, devem ser
ção para todos os utilizadores, características sociais,
disponibilizados em plataforma eletrónica utilizada pela
ambientais e inovadoras e condições de fornecimento;
entidade adjudicante, devendo todos os candidatos e
b) Organização, qualificações e experiência do pes-
concorrentes ser imediatamente notificados desse facto.
soal encarregado da execução do contrato em questão,
caso a qualidade do pessoal empregue tenha um im-
Artigo 73.º pacto significativo no nível de execução do contrato,
[...] designadamente, em contratos de serviços de natureza
intelectual, tais como a consultoria ou os serviços de
1 — [...]
projeto de obras;
2 — Quando seja feita a adjudicação por lotes nos
c) Serviço e assistência técnica pós-venda e condi-
termos do artigo 46.º-A, pode existir uma decisão de ad-
ções de entrega, designadamente a data de entrega, o
judicação para cada lote, podendo tais decisões ocorrer
processo de entrega, o prazo de entrega ou de execução
em momentos distintos.
e o tempo de prestação de assistência;
d) Sustentabilidade ambiental ou social do modo de
Artigo 74.º
execução do contrato, designadamente no que respeita
[...] ao tempo de transporte e de disponibilização do produto
ou serviço, em especial no caso de produtos perecíveis,
1 — A adjudicação é feita de acordo com o critério
e a denominação de origem ou indicação geográfica, no
da proposta economicamente mais vantajosa para a en-
caso de produtos certificados.
tidade adjudicante, determinada por uma das seguintes
modalidades:
3 — Sem prejuízo do disposto na alínea b) do número
a) Melhor relação qualidade-preço, na qual o critério anterior, os fatores e subfatores não podem dizer res-
de adjudicação é composto por um conjunto de fatores, e peito, direta ou indiretamente, a situações, qualidades,
eventuais subfatores, relacionados com diversos aspetos características ou outros elementos de facto relativos
da execução do contrato a celebrar; aos concorrentes.
b) Avaliação do preço ou custo enquanto único aspeto 4 — Para os efeitos previstos no n.º 1, os fatores e
da execução do contrato a celebrar. subfatores consideram-se ligados ao objeto do contrato
quando estiverem relacionados com as obras, bens ou
2 — Em casos devidamente fundamentados, a enti- serviços a executar ou fornecer ao abrigo desse con-
dade adjudicante pode optar por não submeter à con- trato, sob qualquer aspeto e em qualquer fase do seu
corrência o preço ou o custo, caso em que se estabelece ciclo de vida.
5250-(1910) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

5 — Ainda que não façam parte da sua substância e) Confirmar no prazo para o efeito fixado, se for o
material, consideram-se relacionados com o objeto do caso, a constituição da sociedade comercial, de acordo
contrato os fatores envolvidos no processo específico de com os requisitos fixados nas peças do procedimento e
produção ou fornecimento das obras, bens ou serviços os termos da proposta adjudicada.
ou num processo específico em relação a outra fase do
seu ciclo de vida. 3 — [...]
6 — Quando a organização, qualificações e
experiência do pessoal encarregado da execução do con- Artigo 78.º
trato tenham sido adotados como fatores de avaliação da [...]
relação qualidade-preço, o contrato deve garantir que o
pessoal empregue cumpre efetivamente as especifica- 1 — Quando o procedimento de formação do contrato
ções de qualidade especificadas no caderno de encargos tenha sido publicitado através de anúncio publicado no
e nos requisitos propostos, prevendo expressamente Jornal Oficial da União Europeia, a entidade adjudicante
que o pessoal proposto pelo adjudicatário só pode ser deve publicar no referido jornal, no prazo de 30 dias após
substituído com o expresso e prévio consentimento da a celebração de um contrato, um anúncio conforme mo-
entidade adjudicante, após verificação de que essa subs- delos constantes do anexo V da Diretiva n.º 2014/24/UE,
tituição proporciona um nível de qualidade equivalente. ou do anexo XII da Diretiva n.º 2014/25/UE, ambas do
7 — Quando o custo seja calculado com base no Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro
ciclo de vida, o modelo de avaliação das propostas pode de 2014, consoante o caso.
abranger custos suportados ou não pela entidade adju- 2 — O disposto no número anterior é também aplicá-
dicante, como sejam: vel quando a adjudicação tenha sido decidida na sequên-
cia de ajuste direto adotado ao abrigo do disposto nas
a) Custos relacionados com a aquisição propriamente alíneas a) a c) e e) do n.º 1 do artigo 24.º, nas alíneas a)
dita; e b) do n.º 1 do artigo 25.º, nas alíneas a) a d) do n.º 1 e
b) Custos de utilização, tais como consumo de ener- no n.º 2 do artigo 26.º e nas alíneas a), c) e d) do n.º 1
gia, de consumíveis e de outros recursos; do artigo 27.º, sempre que o preço contratual seja igual
c) Custos de manutenção e assistência técnica; ou superior:
d) Custos de fim de vida, tais como custos de recolha
e reciclagem; a) Ao referido na alínea a) do n.º 3 do artigo 474.º,
e) Custos imputados a externalidades ambientais no caso de se tratar de um contrato de empreitada de
ligadas ao bem, serviço ou obra durante o seu ciclo de obras públicas;
vida, desde que seja possível determinar e confirmar b) Ao referido na alínea c) do n.º 3 do artigo 474.º,
o seu valor monetário, os quais podem incluir o custo no caso de se tratar de um contrato de locação ou de
das emissões de gases com efeito de estufa e de outras aquisição de bens móveis ou de um contrato de aqui-
emissões poluentes, assim como outros custos de ate- sição de serviços;
nuação das alterações climáticas. c) Ao referido na alínea b) do n.º 3 do artigo 474.º
no caso de se tratar de um contrato de locação ou de
8 — Quando o caderno de encargos submeter à aquisição de bens móveis ou de um contrato de aqui-
concorrência os custos do ciclo de vida do objeto do sição de serviços, quando a entidade adjudicante seja
contrato a celebrar, o programa do procedimento ou o Estado.
convite deve indicar a metodologia que será utilizada
para os calcular. 3 — [...]
9 — A metodologia referida no número anterior, a) Ao referido na alínea a) do n.º 4 do artigo 474.º,
quando for aplicada para o cálculo dos custos referi- no caso de se tratar de um contrato de empreitada de
dos na alínea e) do n.º 7, deve basear-se também em obras públicas;
regras objetivamente verificáveis e não discriminatórias, b) Ao referido na alínea b) do n.º 4 do artigo 474.º,
permitindo que os dados a fornecer pelos concorrentes no caso de se tratar de um contrato de locação ou de
sejam por estes obtidos mediante esforço razoável. aquisição de bens móveis ou de um contrato de aqui-
10 — Caso seja obrigatória, por força do Direito sição de serviços.
da União Europeia, a utilização de uma metodologia
comum para o cálculo dos custos do ciclo de vida, a 4 — [...]
mesma deve ser aplicada. 5 — A publicação referida no n.º 1 é igualmente
aplicável aos contratos celebrados ao abrigo de um
Artigo 77.º acordo-quadro, ou de um sistema de aquisição di-
[...] nâmico quando o preço contratual acumulado por
trimestre ultrapassar os limiares referidos nas alíne-
1 — [...]
as do n.º 2, no prazo de 30 dias após o fim de cada
2 — [...]
trimestre.
a) [...] 6 — No caso de se tratar da adjudicação de con-
b) Prestar caução, se esta for devida, indicando ex- tratos de concessão, devem ainda ser publicados os
pressamente o seu valor; anúncios conforme os modelos aplicáveis referidos
c) [...] nos artigos 32.º e 33.º da Diretiva n.º 2014/23/UE, do
d) Se pronunciar sobre a minuta de contrato, quando Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro
este for reduzido a escrito; de 2014.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1911)

Artigo 78.º-A c) Redigidos em língua portuguesa, ou acompanha-


[...]
dos de tradução devidamente legalizada no caso de
estarem, pela sua natureza ou origem, redigidos numa
1 — [...] outra língua.
2 — Quando a entidade adjudicante pretenda divulgar
a sua intenção de celebrar um contrato no Jornal Oficial 2 — [...]
da União Europeia, nos termos do número anterior, deve 3 — [...]
fazê-lo através de um anúncio conforme modelo cons- 4 — [...]
tante do anexo XII do Regulamento de Execução (UE) 5 — [...]
n.º 2015/1986 da Comissão, de 11 de novembro de 2015,
que estabelece os formulários-tipo para publicação de Artigo 88.º
anúncios no âmbito dos processos de adjudicação de
contratos públicos. [...]

Artigo 79.º 1 — [...]


2 — Pode não ser exigida prestação de caução:
[...]
a) Quando o preço contratual for inferior a € 200 000;
1 — Não há lugar a adjudicação, extinguindo-se o
b) Quando se trate de contratos em que o adjudi-
procedimento, quando:
catário seja uma entidade prevista nos artigos 2.º ou
a) [...] 7.º; ou
b) [...] c) Quando se trate dos contratos previstos na alínea c)
c) Por circunstâncias imprevistas, seja necessário do n.º 1 do artigo 95.º, ainda que exista contrato escrito.
alterar aspetos fundamentais das peças do procedimento;
d) Circunstâncias supervenientes relativas aos pres- 3 — [...]
supostos da decisão de contratar o justifiquem; 4 — [...]
e) Nos casos a que se refere o n.º 5 do artigo 47.º, a
entidade adjudicante considere, fundamentadamente, Artigo 89.º
que todos os preços apresentados são inaceitáveis;
f) [...] [...]
g) No procedimento para a celebração de acordo- 1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 5, o valor da
-quadro com várias entidades o número de candidaturas caução é, no máximo, de 5 % do preço contratual, de-
ou propostas apresentadas ou admitidas seja inferior ao vendo ser fixado em função da complexidade e expres-
número mínimo previsto no programa de concurso. são financeira do respetivo contrato.
2 — Quando o preço total resultante da proposta ad-
2 — [...] judicada seja considerado anormalmente baixo, o valor
3 — [...] da caução a prestar pelo adjudicatário é, no máximo, de
4 — [...] 10 % do preço contratual.
Artigo 81.º 3 — [...]
4 — Quando o contrato previr renovações, o valor
[...] da caução tem por referência o preço do seu período de
1 — [...] vigência inicial e cada renovação deve ser condicionada
à prestação de nova caução, que terá por referência o
a) Declaração do anexo II ao presente Código, do preço de cada um dos respetivos períodos de vigência.
qual faz parte integrante; 5 — No caso de contratos de execução duradoura
b) Documentos comprovativos de que não se encontra superior a cinco anos, o valor de referência para a apli-
nas situações previstas nas alíneas b), d), e) e i) do n.º 1 cação das percentagens referidas nos n.os 1 e 2 limita-se
do artigo 55.º ao primeiro terço da duração do contrato.
6 — Na falta de fixação, o valor da caução previsto
2 — A habilitação, designadamente a titularidade de nos n.os 1 e 2 é de 5 % ou de 10 % do preço contratual,
alvará e certificado de empreiteiro de obras públicas, bem respetivamente.
como o modo de apresentação desses documentos, obe-
dece às regras e termos a definir por portaria do membro Artigo 96.º
do Governo responsável pela área das obras públicas.
3 — (Revogado.) [...]
4 — (Revogado.) 1 — Faz parte integrante do contrato, quando este
5 — (Revogado.) for reduzido a escrito, um clausulado que deve conter
6 — (Revogado.) os seguintes elementos:
7 — (Revogado.)
8 — [...] a) [...]
b) [...]
Artigo 86.º c) [...]
[...] d) [...]
e) [...]
1 — [...]
f) [...]
a) [...] g) [...]
b) [...] h) [...]
5250-(1912) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

i) A identificação do gestor do contrato em nome da Artigo 105.º


entidade adjudicante, nos termos do artigo 290.º-A; [...]
j) As eventuais condições de modificação do con-
trato expressamente previstas no caderno de encargos, 1 — A adjudicação caduca nos seguintes casos:
incluindo cláusulas de revisão ou opção, claras, precisas a) Se, por facto que lhe seja imputável, o adjudica-
e inequívocas. tário não comparecer no dia, hora e local fixados para
a outorga do contrato;
2 — [...] b) Se, por facto que lhe seja imputável, o adjudicatário
3 — [...] não remeter o contrato assinado eletronicamente, no prazo
4 — [...] fixado pelo órgão competente para a decisão de contratar;
5 — [...] c) Se, no caso de o adjudicatário ser um agrupamento,
6 — [...] os seus membros não se tiverem associado nos termos
7 — São nulos os contratos a que falte algum dos previstos no n.º 4 do artigo 54.º
elementos essenciais referidos nas alíneas a) a i) do
n.º 1, salvo se os mesmos constarem dos documentos 2 — [...]
identificados no n.º 2. 3 — [...]
4 — [...]
Artigo 98.º 5 — [...]
[...] Artigo 112.º
1 — Nos casos em que a celebração do contrato im- Noção de consulta prévia e de ajuste direto
plique a sua redução a escrito, a respetiva minuta é apro- 1 — A consulta prévia é o procedimento em que a
vada pelo órgão competente para a decisão de contratar entidade adjudicante convida diretamente pelo menos
em simultâneo com a decisão de adjudicação. três entidades à sua escolha a apresentar proposta, po-
2 — (Revogado.) dendo com elas negociar os aspetos da execução do
3 — [...] contrato a celebrar.
4 — [...] 2 — O ajuste direto é o procedimento em que a en-
tidade adjudicante convida diretamente uma entidade
Artigo 101.º à sua escolha a apresentar proposta.
[...]
Artigo 113.º
A minuta do contrato a celebrar e os ajustamentos
propostos consideram-se aceites pelo adjudicatário [...]
quando haja aceitação expressa ou quando não haja 1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 128.º,
reclamação nos cinco dias subsequentes à respe- a escolha das entidades convidadas a apresentar proposta
tiva notificação, ou nos dois dias subsequentes no nos procedimentos de consulta prévia ou de ajuste direto
caso dos procedimentos de ajuste direto ou consulta cabe ao órgão competente para a decisão de contratar.
prévia. 2 — Não podem ser convidadas a apresentar propos-
tas, entidades às quais a entidade adjudicante já tenha
Artigo 104.º adjudicado, no ano económico em curso e nos dois anos
económicos anteriores, na sequência de consulta prévia
[...]
ou ajuste direto adotados nos termos do disposto nas
1 — [...] alíneas c) e d) do artigo 19.º e alíneas c) e d) do n.º 1 do
2 — O prazo de 10 dias previsto na alínea a) do nú- artigo 20.º, consoante o caso, propostas para a celebra-
mero anterior não é aplicável quando: ção de contratos cujo preço contratual acumulado seja
igual ou superior aos limites referidos naquelas alíneas.
a) O contrato tenha sido celebrado ao abrigo de um 3 — [...]
procedimento de ajuste direto ou de consulta prévia, ou, 4 — [...]
nos demais procedimentos, quando o anúncio não tenha 5 — [...]
sido publicado no Jornal Oficial da União Europeia;
b) [...] Artigo 114.º
c) [...] [...]
d) [...]
1 — No procedimento de consulta prévia, a entidade
3 — Sem prejuízo do disposto nos números ante- adjudicante deve convidar a apresentar proposta, pelo
riores, o órgão competente para a decisão de contratar menos, três entidades.
comunica ao adjudicatário o seguinte: 2 — [...]
a) No caso de assinatura presencial do contrato, a Artigo 115.º
data, a hora e o local em que ocorrerá a respetiva ou- [...]
torga, com a antecedência mínima de cinco dias;
b) No caso de assinatura por meios eletrónicos, 1 — O convite à apresentação de proposta deve in-
dicar:
o prazo para a outorga e remessa do contrato, não
podendo em caso algum esse prazo ser inferior a a) A identificação do procedimento e da entidade
três dias. adjudicante;
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1913)

b) [...] Artigo 122.º


c) O fundamento da escolha do procedimento de [...]
consulta prévia ou de ajuste direto;
d) [...] 1 — Após a análise das versões iniciais e finais das
e) [...] propostas e a aplicação do critério de adjudicação, o
f) [...] júri elabora um relatório preliminar fundamentado no
g) O modo de apresentação da proposta, através de prazo de três dias, no qual deve propor a ordenação das
meio de transmissão eletrónica de dados, se diferente mesmas, salvo no caso previsto no n.º 4 do artigo 67.º
do previsto no n.º 1 do artigo 62.º; 2 — [...]
h) [...] 3 — [...]
i) O valor da caução, quando esta for exigida;
j) O prazo para a apresentação, pelo adjudicatário, Artigo 123.º
dos documentos de habilitação, que pode ser até cinco
[...]
dias, bem como o prazo a conceder pela entidade ad-
judicante para a supressão de irregularidades deteta- 1 — Elaborado o relatório preliminar referido no
das nos documentos apresentados que possam levar à artigo anterior, o júri envia-o a todos os concorrentes,
caducidade da adjudicação nos termos do disposto no fixando-lhes um prazo, não inferior a três dias, para
artigo 86.º que se pronunciem, por escrito, ao abrigo do direito de
audiência prévia.
2 — Tratando-se de procedimento de consulta prévia, 2 — [...]
o convite deve também indicar:
a) [...] Artigo 127.º
b) [...] [...]

3 — (Revogado.) 1 — A celebração de quaisquer contratos na sequên-


4 — O convite e a proposta devem ser enviados cia de consulta prévia ou ajuste direto deve ser publici-
tada, pela entidade adjudicante, no portal dos contratos
através de meios eletrónicos, não sendo obrigatória a
públicos através de uma ficha conforme modelo cons-
utilização de plataforma eletrónica.
tante do anexo III ao presente Código, do qual faz parte
5 — [...] integrante.
2 — (Revogado.)
Artigo 117.º 3 — A publicitação referida no n.º 1 é condição de
[...] eficácia do respetivo contrato, independentemente da
sua redução ou não a escrito, nomeadamente para efeitos
1 — Pode apresentar proposta num procedimento de quaisquer pagamentos.
de consulta prévia ou de ajuste direto um agrupamento
de pessoas singulares ou coletivas, desde que um dos Artigo 128.º
seus membros tenha sido a entidade convidada para
esse efeito. [...]
2 — A entidade convidada não pode integrar um 1 — No caso de se tratar de ajuste direto para a
agrupamento quando a consulta prévia ou o ajuste di- formação de um contrato de aquisição ou locação de
reto seja adotado: bens móveis, aquisição de serviços ou empreitadas de
a) Ao abrigo das alíneas c) e d) do artigo 19.º, das obras públicas cujo preço contratual não seja superior
a € 5 000, ou no caso de empreitadas, a € 10 000, a
alíneas c) e d) do artigo 20.º e das alíneas b) e c) do
adjudicação pode ser feita pelo órgão competente
artigo 21.º; ou
para a decisão de contratar, diretamente, sobre uma
b) [...] fatura ou um documento equivalente apresentado
pela entidade convidada, com dispensa de tramitação
Artigo 118.º eletrónica.
[...] 2 — À decisão de adjudicação prevista no número
anterior está subjacente a decisão de contratar e a deci-
1 — No procedimento de consulta prévia, quando são de escolha do ajuste direto nos termos do disposto
constar do convite a indicação de que as propostas na alínea d) do artigo 19.º e na alínea d) do n.º 1 do
apresentadas são objeto de negociação, nos termos da artigo 20.º
alínea a) do n.º 2 do artigo 115.º, há lugar a uma fase 3 — O procedimento de ajuste direto regulado na
de negociação, conduzida pelo júri, ou pelos serviços presente secção está dispensado de quaisquer outras
da entidade adjudicante, se for o caso, que deve incidir formalidades previstas no presente Código, incluindo
apenas sobre os atributos das propostas. as relativas à celebração do contrato e à publicitação
2 — O número anterior não se aplica às propostas prevista no artigo 465.º
que sejam excluídas por qualquer dos motivos previstos 4 — O regime previsto no presente artigo é aplicável,
no n.º 2 do artigo 146.º, aplicáveis com as necessárias nos limites previstos no n.º 1, às aquisições de bens e
adaptações. serviços realizadas através de plataformas de interme-
3 — [...] diação online.
5250-(1914) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 131.º 4 — [...]


[...]
5 — [...]
6 — (Revogado.)
1 — Quando a entidade adjudicante pretenda publi-
citar o concurso público no Jornal Oficial da União Artigo 133.º
Europeia deve fazê-lo através de um anúncio contendo
Disponibilização eletrónica das peças do concurso
as menções previstas na parte C do anexo V da Diretiva
n.º 2014/24/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, 1 — As entidades adjudicantes disponibilizam na
de 26 de fevereiro de 2014. respetiva plataforma eletrónica de contratação pública
2 — No caso de se tratar de um contrato de concessão de forma livre, completa e gratuita as peças do proce-
de obras públicas, independentemente do preço base dimento, a partir da data da publicação do respetivo
fixado no caderno de encargos, deve ser sempre publi- anúncio.
cado no Jornal Oficial da União Europeia um anúncio 2 — As peças procedimentais que não possam, total
do concurso público, contendo a informação constante ou parcialmente, ser disponibilizadas sem restrições
do anexo V da Diretiva n.º 2014/23/UE, do Parlamento de acesso, designadamente por motivos de segurança,
Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014. são disponibilizadas por outros meios adequados, que
3 — Quando o contrato a celebrar diga direta e princi- devem ser indicados aos interessados.
palmente respeito a uma ou a várias das atividades exer- 3 — (Revogado.)
cidas nos setores da água, da energia, dos transportes e 4 — (Revogado.)
dos serviços postais pelas entidades adjudicantes referi- 5 — (Revogado.)
das no n.º 1 do artigo 7.º, o anúncio a publicar no Jornal 6 — Quando, por qualquer motivo, as peças do pro-
Oficial da União Europeia deve conter a informação cedimento não tiverem sido disponibilizadas, nos termos
constante do anexo XI da Diretiva n.º 2014/25/UE, do do disposto no n.º 1, desde o dia da publicação do anún-
Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro cio, o prazo fixado para a apresentação das propostas
de 2014. deve ser prorrogado, oficiosamente ou a pedido dos
4 — (Revogado.) interessados, no mínimo pelo período equivalente ao
5 — [...] do atraso verificado.
6 — [...] 7 — [...]
7 — [...]
8 — (Revogado.) Artigo 135.º
[...]
Artigo 132.º
1 — Quando o anúncio do concurso público não seja
[...] publicado no Jornal Oficial da União Europeia, não pode
1 — [...] ser fixado um prazo para a apresentação das propostas
inferior a seis dias ou, no caso de se tratar de um proce-
a) [...] dimento de formação de um contrato de empreitada de
b) [...] obras públicas, a 14 dias, a contar da data do envio, para
c) [...] publicação, do anúncio previsto no n.º 1 do artigo 130.º
d) [...] 2 — Em caso de manifesta simplicidade dos traba-
e) [...] lhos necessários à realização da obra, o prazo mínimo
f) [...] de 14 dias referido no número anterior pode ser reduzido
g) [...] até um prazo mínimo de seis dias.
h) [...]
i) [...] Artigo 136.º
j) Se é ou não admissível a apresentação de propostas
variantes e, em caso afirmativo, o número máximo de [...]
propostas variantes admitidas; 1 — Quando o anúncio do concurso público seja pu-
l) [...] blicado no Jornal Oficial da União Europeia, não pode
m) [...] ser fixado um prazo para a apresentação das propostas
n) O modelo de avaliação das propostas, nos termos inferior a 30 dias a contar da data do envio desse anúncio
do artigo 139.º; ao Serviço das Publicações Oficiais da União Europeia.
o) [...] 2 — Quando tenha sido publicado o anúncio de pré-
p) O valor da caução, quando esta for exigida; -informação previsto no artigo 34.º, ou anúncio perió-
q) A possibilidade de adoção de um ajuste direto, nos dico indicativo, previsto no artigo 35.º, o prazo mínimo
termos do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 25.º referido no número anterior é de 15 dias desde que:
ou na alínea a) do n.º 1 do artigo 27.º, ou da consulta
prévia, nos termos do artigo 27.º-A; a) O anúncio de pré-informação tenha sido enviado
r) A indicação de que se trata de um contrato reser- para publicação com uma antecedência mínima de
vado, nos termos dos artigos 54.º-A ou 250.º-D, se for 35 dias e máxima de 12 meses em relação à data do
o caso. envio do anúncio previsto no número anterior; e
b) O anúncio de pré-informação tenha incluído todas
2 — O programa de concurso pode indicar as as informações, disponíveis à data da sua publicação,
situações em que o preço de uma proposta é conside- exigidas nos termos da parte B do anexo V da Diretiva
rado anormalmente baixo. n.º 2014/24/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
3 — (Revogado.) de 26 de fevereiro de 2014.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1915)

3 — O prazo mínimo previsto no n.º 1 pode ser re- a) Na formação de contratos de concessão de obras
duzido para 15 dias nos casos em que uma situação públicas ou de concessão de serviços, independente-
de urgência devidamente fundamentada pela entidade mente do valor do contrato a celebrar;
adjudicante inviabilize o cumprimento do prazo mínimo b) Na formação de contratos de empreitadas de obras
de 30 dias. públicas cujo valor seja inferior ao limiar referido na
4 — (Revogado.) alínea a) do n.º 3 do artigo 474.º;
c) Na formação de contratos de locação ou aquisição
Artigo 139.º de bens e aquisição de serviços cujo valor seja inferior
ao limiar referido na alínea b) do n.º 3 do artigo 474.º
[...]

1 — Caso a determinação da proposta economica- 2 — [...]


mente mais vantajosa se faça pela relação qualidade-
-preço, ou a avaliação do preço ou custo se decomponha Artigo 151.º
em mais do que um fator de avaliação, o modelo de [...]
avaliação das propostas tem de observar o disposto nos
À negociação e à apresentação das versões finais
números seguintes.
integrais das propostas é aplicável o disposto no n.º 1
2 — [...]
do artigo 118.º e nos artigos 119.º a 121.º, sem prejuízo
3 — [...] do disposto na presente secção.
4 — [...]
5 — [...] Artigo 155.º
Artigo 146.º [...]

[...] Em caso de urgência na celebração de um contrato de


locação ou de aquisição de bens móveis ou de aquisição
1 — [...] de serviços de uso corrente, ou de contratos de emprei-
2 — [...] tada, pode adotar-se o procedimento de concurso público
a) [...] nos termos previstos na presente secção, desde que:
b) [...] a) O valor do contrato a celebrar não exceda os limia-
c) [...] res previstos no artigo 474.º, no caso de locação ou de
d) [...] aquisição de bens móveis ou de aquisição de serviços,
e) [...] ou € 300 000, no caso de empreitada de obras públicas; e
f) [...] b) O critério de adjudicação seja na modalidade pre-
g) Que sejam apresentadas como variantes quando vista na alínea b) do n.º 1 do artigo 74.º
não seja apresentada a proposta base;
h) [...] Artigo 156.º
i) [...] [...]
j) [...]
l) [...] 1 — [...]
m) [...] 2 — Ao procedimento de concurso público urgente
n) [...] não é aplicável, nomeadamente, o disposto nos arti-
o) [...] gos 50.º, 64.º, 67.º a 69.º, 72.º, 88.º a 91.º, 138.º e 146.º
a 154.º
3 — Nos casos previstos nas alíneas f) e i) do nú-
mero anterior, o júri deve propor a exclusão de todas Artigo 157.º
as propostas variantes, a qual não implica a exclusão [...]
da proposta base. 1 — O concurso público urgente é publicitado no
4 — [...] Diário da República através de anúncio conforme mo-
5 — [...] delo aprovado por portaria dos membros do Governo
responsáveis pela edição do Diário da República, pelas
Artigo 147.º finanças e pelas obras públicas, aplicando-se o disposto
[...] no artigo 133.º quanto à disponibilização do programa
do concurso e caderno de encargos.
Elaborado o relatório preliminar, o júri envia-o a to- 2 — (Revogado.)
dos os concorrentes, fixando-lhes um prazo, não inferior
a cinco dias, para que se pronunciem, por escrito, ao Artigo 158.º
abrigo do direito de audiência prévia.
[...]
Artigo 149.º O prazo mínimo para a apresentação das propostas
[...]
é de 24 horas, no caso de aquisição ou locação de bens
móveis ou de aquisição de serviços, e de 72 horas, no
1 — A entidade adjudicante pode adotar uma fase de caso de empreitada de obras públicas, desde que o prazo
negociação das propostas nos seguintes casos: decorra integralmente em dias úteis.
5250-(1916) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 164.º 3 — Os requisitos mínimos de capacidade financeira


[...]
a que se refere o n.º 4 do artigo anterior não podem
exceder o dobro do valor do contrato, salvo em casos
1 — [...] devidamente justificados, designadamente quando se
a) [...] prenda com os riscos especiais associados à natureza
b) [...] do contrato, e devem reportar-se à aptidão estimada dos
c) [...] candidatos para mobilizar os meios financeiros previsi-
d) [...] velmente necessários para o integral cumprimento das
e) [...] obrigações resultantes do contrato a celebrar.
f) Os documentos de habilitação, diretamente relacio- 4 — [...]
nados com o objeto do contrato a celebrar, a apresentar 5 — (Revogado.)
nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 81.º;
g) [...] Artigo 168.º
h) [...] [...]
i) (Revogada.)
j) [...] 1 — A candidatura é constituída pelos documentos
l) [...] destinados à qualificação dos candidatos e pela de-
m) [...] claração conforme o modelo constante no anexo V ao
n) [...] presente Código, do qual faz parte integrante, a qual é
o) [...] substituída pelo Documento Europeu Único de Con-
p) [...] tratação Pública nos procedimentos com publicação de
q) A modalidade do critério de adjudicação, bem anúncio no Jornal Oficial da União Europeia.
como, quando seja adotado o previsto na alínea a) do 2 — A declaração do anexo V ao presente Código ou
n.º 1 do artigo 74.º, o modelo de avaliação das propostas, o Documento Europeu Único de Contratação Pública
explicitando claramente os fatores e eventuais subfatores referidos no número anterior devem ser assinados pelo
relativos aos aspetos da execução do contrato a celebrar candidato ou por representante que tenha poderes para
submetidos à concorrência pelo caderno de encargos, o obrigar.
os valores dos respetivos coeficientes de ponderação 3 — Quando a candidatura seja apresentada por um
e, relativamente a cada um dos fatores ou subfatores agrupamento candidato, a declaração do anexo V ao
elementares, a respetiva escala de pontuação, bem como presente Código ou o Documento Europeu Único de
a expressão matemática ou o conjunto ordenado de Contratação Pública referidos no n.º 1 devem ser assi-
diferentes atributos suscetíveis de serem propostos que nados pelo representante comum dos membros que o
permita a atribuição das pontuações parciais; integram, caso em que devem ser juntos ao respetivo
r) [...] documento os instrumentos de mandato emitidos por
s) O prazo para apresentação dos documentos com- cada um dos seus membros ou, não existindo repre-
provativos do cumprimento dos requisitos mínimos sentante comum, deve ser assinada por todos os seus
de capacidade técnica e financeira após a decisão de membros ou respetivos representantes.
qualificação; 4 — [...]
t) A indicação do prazo limite para identificação de
erros e omissões e para resposta quanto aos mesmos, Artigo 173.º
se superior ao previsto no artigo 50.º; [...]
u) A indicação de que se trata de um contrato reser-
vado, nos termos dos artigos 54.º-A ou 250.º-D, se for Quando o anúncio do concurso limitado por prévia
o caso. qualificação não seja publicado no Jornal Oficial da
União Europeia, não pode ser fixado um prazo para
a apresentação das candidaturas inferior a seis dias a
2 — [...]
contar da data do envio, para publicação, do anúncio
3 — [...]
previsto no n.º 1 do artigo 167.º
4 — O programa do concurso pode indicar requisitos
mínimos de capacidade financeira que os candidatos
devem preencher, sujeitos ao limite previsto no n.º 3 Artigo 174.º
do artigo seguinte. [...]
5 — [...]
1 — Quando o anúncio do concurso limitado por
prévia qualificação seja publicado no Jornal Oficial
Artigo 165.º
da União Europeia, não pode ser fixado um prazo para
[...] a apresentação das candidaturas inferior a 30 dias a
1 — [...] contar da data do envio desse anúncio ao Serviço das
Publicações da União Europeia.
a) [...] 2 — O prazo mínimo previsto no número anterior
b) [...] pode ser reduzido para 15 dias nos casos em que uma
c) [...] situação de urgência devidamente fundamentada pela
d) [...] entidade adjudicante inviabilize o cumprimento do prazo
e) (Revogada.) mínimo de 30 dias.
3 — Quando o contrato a celebrar diga direta e princi-
2 — (Revogado.) palmente respeito a uma ou a várias das atividades exer-
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1917)

cidas nos setores da água, da energia, dos transportes e b) Confirmar, no prazo fixado para o efeito, se for o
dos serviços postais pelas entidades adjudicantes referi- caso, os compromissos assumidos por terceiras entidades
das no n.º 1 do artigo 7.º, o prazo mínimo para a apresen- relativos aos requisitos referidos na alínea anterior.
tação das candidaturas é, em regra, de 30 dias a contar da
data do envio do anúncio para publicação, não podendo 3 — A decisão de qualificação caduca quanto ao can-
em caso algum ser inferior a 15 dias desde aquele envio. didato que, no prazo fixado no programa do concurso
ou na notificação a que se refere o n.º 1:
Artigo 179.º
a) Não apresente qualquer um dos documentos com-
[...] provativos do cumprimento dos requisitos mínimos de
1 — [...] capacidade técnica e financeira exigidos no programa
2 — [...] do concurso;
3 — Exclusivamente para os efeitos do disposto no b) Não demonstre o cumprimento dos requisitos mí-
n.º 1, considera-se que equivale ao preenchimento do nimos de capacidade técnica e financeira exigidos no
requisito mínimo de capacidade financeira: programa do concurso.
a) [...] 4 — Sempre que se verifique um facto que determine
b) [...] a caducidade da qualificação nos termos do número
anterior, o órgão competente para a decisão de contratar
Artigo 184.º deve notificar o candidato relativamente ao qual o facto
[...] ocorreu, fixando-lhe um prazo, não superior a cinco dias,
para que se pronuncie, por escrito, ao abrigo do direito
1 — [...] de audiência prévia, sendo aplicável, com as necessárias
2 — [...] adaptações, o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 86.º
a) [...] 5 — (Anterior n.º 2.)
b) [...]
c) [...] Artigo 188.º
d) [...] [...]
e) Que não sejam constituídas por todos os documentos
exigidos, salvo por aqueles que se refiram ao requisito Cumprido o disposto no artigo anterior, o órgão com-
de capacidade financeira e tenha sido apresentado o petente para a decisão de contratar notifica todos os
Documento Europeu Único de Contratação Pública ou candidatos da decisão tomada.
um dos documentos previstos no n.º 3 do artigo 179.º;
f) [...] Artigo 189.º
g) [...] [...]
h) [...]
i) [...] 1 — [...]
j) [...] 2 — [...]
l) [...] a) [...]
b) [...]
3 — [...] c) [...]
4 — [...] d) [...]
e) Se é admissível ou não a apresentação de propostas
Artigo 187.º variantes, e o número máximo de propostas variantes
[...] admitidas;
f) [...]
1 — O órgão competente para a decisão de contratar g) [...]
deve tomar a decisão de qualificação e notificá-la aos h) [...]
candidatos, acompanhada do relatório final da fase de i) O valor da caução, quando esta for exigida;
qualificação, no prazo máximo de 44 dias após o termo j) (Revogada.)
do prazo fixado para a apresentação das candidaturas, k) A indicação do prazo limite para identificação de
sem prejuízo da possibilidade de fixação de um prazo erros e omissões e para resposta quanto aos mesmos,
superior no programa do concurso. se superior ao previsto no artigo 50.º
2 — Juntamente com a notificação da decisão de
qualificação, o órgão competente para a decisão de 3 — [...]
contratar deve notificar os candidatos, concedendo-lhes 4 — [...]
um prazo mínimo de cinco dias para: 5 — [...]
a) Apresentar os documentos comprovativos do cum- 6 — [...]
primento dos requisitos mínimos de capacidade técnica
e financeira exigidos no programa do concurso, sempre Artigo 190.º
que se revele necessário e tais requisitos tenham apenas [...]
sido declarados mediante a apresentação da declaração
conforme modelo constante no anexo V ao presente 1 — Quando o anúncio do concurso limitado por
Código ou do Documento Europeu Único de Contra- prévia qualificação não seja publicado no Jornal Oficial
tação Pública; da União Europeia, não pode ser fixado um prazo para
5250-(1918) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

a apresentação das propostas inferior a seis dias ou, no 3 — A modalidade do critério de adjudicação das
caso de se tratar de um procedimento de formação de propostas no procedimento de diálogo concorrencial é
um contrato de empreitada de obras públicas, inferior a a prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 74.º
14 dias, a contar da data do envio do convite. 4 — Quando, fundamentadamente, não estiverem
2 — Em caso de manifesta simplicidade dos traba- ainda reunidas as condições para definir os valores dos
lhos necessários à realização da obra, o prazo mínimo coeficientes de ponderação dos fatores e dos eventuais
referido na parte final do número anterior pode ser re- subfatores que densificam a modalidade prevista no
duzido até um prazo mínimo de seis dias. número anterior, estes devem ser indicados no programa
do procedimento por ordem decrescente de importância.
Artigo 191.º
Artigo 237.º
[...]
[...]
1 — Quando o anúncio do concurso limitado por
prévia qualificação seja publicado no Jornal Oficial da 1 — A entidade adjudicante pode, através de um
União Europeia, não pode ser fixado um prazo para a sistema de aquisição dinâmico, celebrar contratos de
apresentação das propostas inferior a 25 dias a contar locação ou de aquisição de bens móveis ou de aquisição
da data do envio do convite. de serviços de uso corrente, bem como contratos de
2 — Quando tenha sido publicado o anúncio de pré- empreitada de obras públicas de complexidade técnica
-informação previsto no artigo 34.º e o mesmo con- reduzida, cujas características e modos de execução
temple as prestações objeto do contrato a celebrar, o genericamente disponíveis no mercado satisfaçam as
prazo mínimo referido no número anterior é de 10 dias, suas necessidades.
desde que: 2 — O sistema de aquisição dinâmico é totalmente
eletrónico e deve admitir a apresentação de candidaturas
a) [...] durante toda a sua vigência não podendo ser cobradas
b) O anúncio de pré-informação tenha incluído todas quaisquer quantias relacionadas com a instituição ou a
as informações, disponíveis à data da sua publicação, operacionalização do sistema aos interessados, candi-
exigidas nos termos do anexo V, parte B, secção I da datos e concorrentes.
Diretiva n.º 2014/24/UE, do Parlamento Europeu e do 3 — O sistema de aquisição dinâmico rege-se, com as
Conselho, de 26 de fevereiro. necessárias adaptações, pelas disposições que regulam
o concurso limitado por prévia qualificação, em tudo
3 — Quando o contrato a celebrar diga direta e prin- o que não esteja especialmente previsto nos artigos
cipalmente respeito a uma ou a várias das atividades seguintes e seja com eles compatível.
exercidas nos setores da água, da energia, dos transpor- 4 — A instituição de um sistema de aquisição di-
tes e dos serviços postais pelas entidades adjudicantes nâmico sem publicação no Jornal Oficial da União
referidas no n.º 1 do artigo 7.º, o prazo mínimo para a Europeia só permite a celebração de contratos ao abrigo
apresentação das propostas previsto no n.º 1 é de 10 dias do mesmo enquanto o somatório dos respetivos preços
a contar da data do envio do convite. contratuais seja inferior ao valor referido nas alíneas b)
4 — [...] ou c) do n.º 3 do artigo 474.º, a partir do qual a referida
5 — O prazo mínimo previsto no n.º 1 pode ser re- publicação é obrigatória.
duzido para 10 dias nos casos em que uma situação 5 — O sistema de aquisição dinâmico pode ser ins-
de urgência devidamente fundamentada pela entidade tituído por centrais de compras para a celebração de
adjudicante inviabilize o cumprimento do prazo mínimo contratos por parte das entidades adjudicantes por ele
de 25 dias. abrangidas.
6 — A entidade adjudicante não pode instituir um
Artigo 198.º sistema de aquisição dinâmico de modo a impedir, res-
tringir ou falsear a concorrência.
[...] 7 — Salvo disposição em contrário constante do
1 — Não pode ser fixado um prazo para a apresenta- caderno de encargos relativo ao sistema de aquisição
ção das candidaturas inferior a 30 dias a contar da data dinâmico, as entidades adjudicantes não são obrigadas
do envio do anúncio referido no n.º 2 do artigo anterior a celebrar contratos ao seu abrigo.
ao Serviço das Publicações da União Europeia.
2 — Quando tenha sido publicado o anúncio Artigo 238.º
periódico indicativo com as indicações referidas no [...]
n.º 3 do artigo 167.º, não pode ser fixado um prazo
para a apresentação das candidaturas inferior a 25 dias [...]
a contar da data do envio do convite previsto no n.º 5 a) Instituição do sistema, divulgado através da publi-
do mesmo artigo. cação de anúncio no Diário da República e no Jornal
3 — [...] Oficial da União Europeia, quando obrigatório, nos
termos das alíneas b) ou c) do n.º 3 do artigo 474.º;
Artigo 206.º b) Apresentação das candidaturas e qualificação dos
[...]
candidatos, a qual se prolonga durante o período de
vigência do sistema de aquisição dinâmico;
1 — [...] c) Apresentação e análise das propostas e adjudi-
2 — [...] cação.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1919)

Artigo 240.º Artigo 253.º


[...] [...]
1 — Para além do disposto no artigo 164.º, o pro- 1 — [...]
grama do procedimento deve ainda: 2 — A escolha do procedimento de formação do
a) Fixar a duração do sistema de aquisição dinâmico, acordo-quadro nos termos do disposto nos artigos 19.º
que não pode ser superior a quatro anos, salvo em casos a 21.º só permite a celebração de contratos ao seu abrigo
excecionais devidamente fundamentados; enquanto o somatório dos respetivos preços contratuais
b) Fixar o prazo para apresentação de candidaturas seja inferior aos valores correspondentemente aplicáveis
até ao envio do 1.º convite à apresentação de propostas nos termos do artigo 474.º
ao abrigo do sistema, quando seja conhecida a data 3 — A titularidade do alvará ou do certificado de
previsível em que o mesmo ocorre, o qual não pode ser empreiteiro de obras públicas para os efeitos do dis-
inferior a 30 dias; posto no n.º 2 do artigo 81.º apenas é relevante para as
c) Fornecer todas as informações necessárias ao categorias e as subcategorias, independentemente das
acesso dos interessados ao sistema de aquisição dinâ- respetivas classes.
mico, indicando o equipamento eletrónico utilizado, as 4 — O programa do procedimento de formação de
modalidades e os aspetos técnicos de ligação ao sistema. acordos-quadro com várias entidades deve indicar o nú-
mero de propostas a adjudicar que não deve ser inferior
2 — O programa do procedimento do sistema de a três, salvo quando o número de candidatos qualifi-
aquisição dinâmico deve prever as regras para a fase cados, ou de propostas apresentadas e não excluídas,
de apresentação e análise das propostas e adjudicação, seja inferior.
designadamente o critério de adjudicação a ser adotado e 5 — (Revogado.)
desenvolvido naquela fase do procedimento, não sendo
necessário um modelo de avaliação das propostas. Artigo 256.º
3 — As peças do procedimento devem ser integral- [...]
mente disponibilizadas, até ao encerramento do sistema,
de forma gratuita e direta, na plataforma eletrónica uti- 1 — [...]
lizada pela entidade adjudicante. 2 — [...]
3 — [...]
Artigo 245.º 4 — A extinção do acordo-quadro não tem qualquer
efeito sobre os procedimentos já iniciados ou sobre os
[...]
contratos celebrados ao abrigo do mesmo.
1 — [...]
2 — [...] Artigo 257.º
3 — [...]
[...]
4 — Deve ainda ser publicado no Jornal Oficial da
União Europeia um anúncio do sistema de qualificação, 1 — [...]
conforme modelo constante do anexo VII ao Regula- 2 — [...]
mento de Execução (UE) n.º 2015/1986, da Comissão, 3 — [...]
de 11 de novembro de 2015. 4 — O disposto no n.º 1 não obsta à adesão de no-
5 — [...] vas entidades adjudicantes, desde que o programa do
6 — Aos anúncios previstos nos números anteriores procedimento ou o convite relativos ao procedimento
é aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto que deu origem à celebração do acordo-quadro tenha
nos n.os 5 a 7 do artigo 131.º indicado tal possibilidade e tenha identificado, de forma
suficiente, designadamente por recurso a categorias ge-
Artigo 252.º rais ou delimitação geográfica, as entidades adjudicantes
[...] que poderiam aderir.
5 — A celebração de contratos ao abrigo de acordo-
1 — [...] -quadro pode ser realizada mediante catálogos eletró-
a) Com uma ou várias entidades, quando neles este- nicos desde que tal possibilidade, bem como as regras
jam suficientemente especificados todos os aspetos da sobre o seu funcionamento e utilização, sejam expres-
execução dos contratos a celebrar ao seu abrigo; samente previstas naquele acordo-quadro.
b) Com várias entidades, quando neles não estejam 6 — No caso previsto no número anterior, a entidade
totalmente contemplados ou não estejam suficiente- adjudicante pode definir um objeto contratual combi-
mente especificados os aspetos da execução dos con- nando prestações de diferentes tipos, desde que dispo-
tratos a celebrar ao seu abrigo. níveis no catálogo eletrónico, e nos termos do anexo XIV
ao presente Código.
2 — [...] 7 — As entidades adjudicantes responsáveis pela
3 — O caderno de encargos do procedimento relativo celebração de acordos-quadro podem disponibilizar
à celebração de acordo-quadro com várias entidades sistemas eletrónicos de apresentação e atualização dos
deve indicar as regras para os procedimentos a realizar documentos de habilitação dos cocontratantes, permi-
ao abrigo do mesmo, incluindo os critérios objetivos tindo a divulgação ou consulta do estado em que os
que permitirão selecionar o ou os cocontratantes do mesmos se encontrem para as entidades que celebrem
acordo-quadro a convidar. contratos ao abrigo daqueles acordos-quadro.
5250-(1920) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

8 — Quando disponibilizado, o sistema eletrónico 5 — O convite deve indicar o prazo e o modo de


previsto no número anterior é de uso obrigatório para apresentação das propostas, os termos ou aspetos refe-
os cocontratantes do acordo-quadro, sendo dispensada ridos no número anterior e o critério de adjudicação de
a habilitação dos adjudicatários sempre que se celebrem acordo com as regras para o efeito definidas no caderno
contratos ao abrigo dos mesmos. de encargos de formação do acordo-quadro, não sendo
9 — A não atualização dos documentos de habilitação necessária a elaboração de um caderno de encargos.
no sistema eletrónico referido no n.º 7 determina a sus- 6 — O convite pode ainda prever a realização de
pensão do acordo-quadro relativamente ao cocontratante leilão eletrónico, aplicando-se, com as necessárias adap-
em incumprimento. tações, os artigos 140.º a 145.º
10 — O procedimento por consulta prévia para a 7 — Sempre que o critério de adjudicação adotado
formação de contratos ao abrigo de acordos-quadro em função do disposto no caderno de encargos do acordo-
não está sujeito ao limite previsto no artigo 114.º, nos -quadro seja o da proposta economicamente mais van-
termos previstos no n.º 2 do artigo 259.º tajosa, na modalidade prevista na alínea a) do n.º 1 do
artigo 74.º, é ainda aplicável o disposto no artigo 139.º
Artigo 258.º Artigo 260.º
[...] [...]

1 — Deve adotar-se o ajuste direto para a formação 1 — [...]


de contratos a celebrar ao abrigo de acordos-quadro na 2 — [...]
modalidade prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 252.º 3 — [...]
2 — Quando exista mais do que um cocontratante no 4 — As entidades adjudicantes nacionais podem re-
acordo-quadro, o adjudicatário é selecionado de acordo correr a atividades de compras centralizadas oferecidas
com os critérios objetivos estabelecidos no caderno de por centrais de compras situadas noutros Estados da
encargos do acordo-quadro, não havendo reabertura da União Europeia sempre que estas ofereçam condições
concorrência. mais vantajosas do que as oferecidas pelas centrais de
3 — O conteúdo dos contratos a que se refere o n.º 1 compras previstas no n.º 1.
deve corresponder às condições contratuais estabeleci- 5 — Os contratos celebrados pelas centrais de com-
das no acordo-quadro, não sendo necessária a elaboração pras situadas noutros Estados da União Europeia regem-
-se pelas disposições nacionais do respetivo Estado.
de um caderno de encargos.
4 — Caso tal se revele necessário, a entidade adjudi-
cante pode solicitar ao cocontratante do acordo-quadro Artigo 261.º
que pormenorize aspetos constantes da sua proposta. [...]
1 — [...]
Artigo 259.º
a) [...]
[...] b) [...]
1 — Deve adotar-se o procedimento de consulta pré- c) [...]
via para a formação de contratos a celebrar ao abrigo d) Instituir sistemas de aquisição dinâmicos para
de acordos-quadro na modalidade prevista na alínea b) utilização por parte das entidades adjudicantes pelos
do n.º 1 do artigo 252.º mesmos abrangidos;
e) Instituir catálogos eletrónicos para utilização por
2 — O caderno de encargos do acordo-quadro
parte das entidades adjudicantes;
deve prever as regras quanto aos cocontratantes a
f) Adjudicar contratos públicos de prestação de ativi-
convidar em cada procedimento, designadamente em
dades auxiliares de aquisição, que consistam no apoio
função do lote, se existente, ou do valor do contrato
às atividades de aquisição.
a celebrar.
3 — Quando o caderno de encargos do acordo-quadro
2 — [...]
preveja que a adjudicação da proposta seja determinada 3 — (Revogado.)
apenas com base no preço ou custo e a aquisição seja
realizada através de sistemas de informação disponibi- Artigo 267.º
lizados pela própria entidade adjudicante, ficam dispen-
[...]
sadas outras formalidades previstas no presente Código,
designadamente a elaboração de relatórios preliminar e 1 — [...]
final e audiência prévia. 2 — Os prazos previstos no presente título contam-
4 — A entidade adjudicante deve convidar os co- -se nos termos do disposto no artigo 87.º do Código do
contratantes do acordo-quadro a apresentar propostas Procedimento Administrativo e não lhes é aplicável, em
circunscritas: caso algum, o artigo 88.º do mesmo código.
a) Aos termos do acordo-quadro, concretizando, Artigo 275.º
desenvolvendo ou complementando em virtude das [...]
particularidades da necessidade cuja satisfação se visa
com a celebração do contrato; ou 1 — A parte II aplica-se igualmente à formação de
contratos celebrados por entidades não previstas no
b) Aos aspetos da execução do contrato a celebrar
artigo 2.º e no artigo 7.º, nos seguintes termos:
submetidos à concorrência pelo caderno de encargos
do acordo-quadro para os efeitos do procedimento de a) Contratos de empreitada de obras subsidiados
formação do contrato a celebrar ao seu abrigo. diretamente em mais de 50 % do respetivo preço con-
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1921)

tratual por entidades adjudicantes, sendo o referido Código e sem prejuízo do disposto em lei especial, como
preço contratual igual ou superior ao limiar previsto o acordo de vontades, independentemente da sua forma
na alínea a) do n.º 3 do artigo 474.º, caso envolvam ou designação, em que pelo menos uma das partes seja
uma das seguintes atividades: um contraente público e que se integre em qualquer uma
i) Atividades de construção civil enumeradas no ane- das seguintes categorias:
xo XI ao presente Código, do qual faz parte integrante; a) Contratos que, por força do presente Código, da
ii) Obras de construção de hospitais, instalações des- lei ou da vontade das partes, sejam qualificados como
portivas, recreativas e de ocupação de tempos livres, contratos administrativos ou submetidos a um regime
estabelecimentos escolares e universitários e edifícios substantivo de direito público;
para uso administrativo; b) Contratos com objeto passível de ato administra-
tivo e demais contratos sobre o exercício de poderes
b) Contratos de serviços subsidiados diretamente públicos;
em mais de 50 % do respetivo preço contratual por c) Contratos que confiram ao cocontratante direitos
entidades adjudicantes, sendo o referido preço igual especiais sobre coisas públicas ou o exercício de funções
ou superior aos limiares previstos nas alíneas b) e c) dos órgãos do contraente público;
do n.º 3 do artigo 474.º, quando estejam associados d) Contratos que a lei submeta, ou que admita que
a um contrato de empreitada de obras na aceção da sejam submetidos, a um procedimento de formação
alínea anterior. regulado por normas de direito público e em que a pres-
tação do cocontratante possa condicionar ou substituir,
2 — As entidades adjudicantes que concedem os de forma relevante, a realização das atribuições do con-
subsídios referidos no número anterior são responsáveis traente público.
por assegurar o cumprimento das normas do presente
Código, quando não forem elas próprias a celebrar os 2 — As demais relações contratuais administrativas,
contratos subsidiados ou quando celebrarem esses con- incluindo as estabelecidas entre contraentes públicos,
tratos em nome e por conta de outras entidades. são regidas pela legislação especialmente aplicável, sem
3 — Fica excecionada do disposto no n.º 1 a forma- prejuízo da aplicação subsidiária do regime da parte III,
ção de contratos celebrados por entidades não previstas quando os tipos dos contratos não afastem as razões
no artigo 2.º e no artigo 7.º, que sejam financiados com justificativas da disciplina em causa.
recurso a subsídios sujeitos a reembolso integral. 3 — As disposições do presente capítulo que têm por
4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, objetivo a defesa dos princípios gerais da contratação
à formação dos contratos aí previstos aplicam-se os pública e dos princípios da concorrência e da igualdade
princípios gerais da contratação pública, em especial,
de tratamento e não-discriminação, e em concreto as
da concorrência, da imparcialidade, da igualdade, da
disposições relativas aos regimes de invalidade, limi-
boa administração, da transparência, da legalidade, da
proporcionalidade, da boa-fé e da publicidade. tes à modificação objetiva, cessão da posição contra-
tual e subcontratação são aplicáveis, com as devidas
Artigo 276.º adaptações, aos contratos sujeitos à parte II, ainda que
estes não configurem relações jurídicas contratuais
[...] administrativas.
1 — A intenção de celebrar contratos de empreitada 4 — Em tudo quanto não estiver regulado no presente
de obras públicas cujo preço contratual seja igual ou Código, na demais legislação administrativa ou em lei
superior ao valor referido na alínea a) do n.º 3 do ar- especial, e não seja suficientemente disciplinado por
tigo 474.º, por parte de concessionários de obras pú- aplicação dos princípios gerais de direito administrativo,
blicas que não sejam entidades adjudicantes, deve ser é subsidiariamente aplicável às relações jurídicas con-
publicitada no Diário da República através de anúncio tratuais administrativas, com as necessárias adaptações,
conforme modelo aprovado por portaria dos membros o direito civil.
do Governo responsáveis pela edição do Diário da Re-
pública e pelas áreas das finanças e das obras públicas. Artigo 283.º
2 — Deve ainda ser publicado no Jornal Oficial da [...]
União Europeia um anúncio da intenção referida no
n.º 1, conforme modelo constante do anexo XXI do Regu- 1 — [...]
lamento de Execução (UE) n.º 2015/1986, da Comissão, 2 — Os contratos são anuláveis se tiverem sido
de 11 de novembro de 2015. anulados ou se forem anuláveis os atos procedimen-
3 — [...] tais em que tenha assentado a sua celebração, devendo
4 — [...] demonstrar-se que o vício é causa adequada e suficiente
5 — [...] da invalidade do contrato, designadamente por implicar
6 — [...] uma modificação subjetiva do contrato celebrado ou
7 — [...] uma alteração do seu conteúdo essencial.
3 — (Revogado.)
Artigo 280.º 4 — O efeito anulatório previsto no n.º 2 pode ser
afastado por decisão judicial ou arbitral, quando, pon-
[...]
derados os interesses públicos e privados em presença
1 — A parte III aplica-se aos contratos sujeitos à e a gravidade da ofensa geradora do vício do ato pro-
parte II que configurem relações jurídicas contratuais cedimental em causa, a anulação do contrato se revele
administrativas, entendidas, para efeitos do presente desproporcionada ou contrária à boa-fé.
5250-(1922) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 284.º procedimento no Jornal Oficial da União Europeia,


[...]
quando exigível;
b) Antes de decorrido, quando aplicável, o prazo de
1 — [...] suspensão previsto no n.º 3 do artigo 95.º ou na alínea a)
2 — Os contratos são nulos quando se verifique al- do n.º 1 do artigo 104.º, conforme o caso.
gum dos fundamentos previstos no presente Código, no
artigo 161.º do Código do Procedimento Administrativo 6 — A ineficácia de um contrato com fundamento
ou em lei especial, designadamente: na alínea a) do número anterior não se verifica quando,
cumulativamente:
a) Os contratos celebrados com alteração dos ele- a) O procedimento de formação do contrato tenha
mentos essenciais do caderno de encargos e da pro- sido escolhido em função de um critério material pre-
posta adjudicada que devessem constar do respetivo visto nos artigos 24.º a 27.º;
clausulado; b) Tenha sido publicado o anúncio voluntário de
b) Os contratos celebrados com aposição de cláusulas transparência previsto no artigo 78.º-A;
de modificação que violem o regime previsto no pre- c) A outorga do contrato não tenha ocorrido antes de
sente Código quanto aos respetivos limites. decorridos 10 dias após a data da referida publicação.
3 — São ainda aplicáveis aos contratos públicos as 7 — A ineficácia prevista no n.º 1 pode ser afastada
disposições do Código Civil relativas à falta e vícios com os fundamentos previstos no n.º 4 do artigo 283.º,
da vontade. devendo a decisão judicial ou arbitral obrigatoriamente
determinar uma das seguintes sanções alternativas:
Artigo 285.º
a) Redução da duração do contrato; ou
[...] b) Sanção pecuniária de montante inferior ou igual
1 — Aos contratos com objeto passível de ato admi- ao preço contratual.
nistrativo e outros contratos sobre o exercício de poderes
públicos é aplicável o regime de invalidade previsto para 8 — A decisão referida no número anterior não pode
o ato administrativo. afastar a ineficácia com base na ponderação do interesse
2 — Aos demais contratos públicos aplica-se o re- económico diretamente relacionado com o contrato em
gime de invalidade do presente Código e o previsto na causa, quando tal interesse assente, designadamente, nos
legislação administrativa. custos resultantes de atraso na execução do contrato,
3 — Todos os contratos públicos são suscetíveis de de abertura de um novo procedimento de formação do
redução e conversão, nos termos do disposto nos arti- contrato, de mudança do cocontratante ou de obrigações
gos 292.º e 293.º do Código Civil, independentemente legais resultantes da ineficácia.
do respetivo desvalor jurídico.
4 — Caso não seja possível a redução ou a conversão Artigo 295.º
do contrato e o efeito anulatório se revele desproporcio- [...]
nado ou contrário à boa-fé, pode este ser afastado por 1 — [...]
decisão judicial ou arbitral, ponderados os interesses 2 — [...]
público e privado em presença e a gravidade do vício 3 — [...]
do contrato em causa. 4 — [...]
5 — Nos contratos referidos no número anterior em
Artigo 287.º que o prazo aí referido das obrigações de correção de
[...] defeitos seja superior a dois anos, o contraente público
promove a liberação da caução destinada a garantir o
1 — A plena eficácia do contrato depende da emissão exato e pontual cumprimento das obrigações contratuais,
dos atos de aprovação, de visto, de publicidade, ou de nos seguintes termos:
outros atos integrativos de eficácia exigidos por lei,
quer em relação ao próprio contrato, quer ao tipo de ato a) No final do primeiro ano, 30 % do valor da caução;
administrativo que o mesmo eventualmente substitua, b) No final do segundo ano, 30 % do valor da caução;
c) No final do terceiro ano, 15 % do valor da caução;
no caso de se tratar de contrato com objeto passível de
d) No final do quarto ano, 15 % do valor da caução;
ato administrativo.
e) No final do quinto ano, os 10 % restantes.
2 — As partes podem atribuir eficácia retroativa ao
contrato quando razões de interesse público o justifi- 6 — (Revogado.)
quem, desde que a produção antecipada de efeitos: 7 — [...]
a) [...] 8 — [...]
b) [...] 9 — [...]
c) [...] 10 — [...]
Artigo 302.º
3 — [...]
[...]
4 — [...]
5 — São ineficazes os contratos celebrados: [...]
a) Na sequência de um procedimento de formação de a) [...]
contrato sem publicação prévia de anúncio do respetivo b) [...]
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1923)

c) Modificar unilateralmente as cláusulas respeitan- 4 — Nos contratos com objeto passível de ato ad-
tes ao conteúdo e ao modo de execução das prestações ministrativo e demais contratos sobre o exercício de
previstas no contrato por razões de interesse público, poderes públicos, o fundamento previsto na alínea b)
com os limites previstos no presente Código; do artigo anterior não pode conduzir à modificação do
d) [...] contrato por decisão judicial ou arbitral, quando esta
e) [...] interfira com o resultado do exercício da margem de
f) Ordenar a cessão da posição contratual do cocon- livre decisão administrativa subjacente ao mesmo ou
tratante para terceiro. implique a formulação de valorações próprias do exer-
Artigo 307.º cício da função administrativa.
5 — As modificações que não respeitem os limites
[...] estabelecidos no presente Código determinam a adoção
1 — Com exceção dos casos previstos no número de um novo procedimento de formação de contrato, caso
seguinte, as declarações do contraente público sobre a entidade adjudicante mantenha a decisão de contratar.
interpretação e validade do contrato ou sobre a sua
execução são meras declarações negociais, pelo que, na Artigo 314.º
falta de acordo do cocontratante, o contraente público [...]
apenas pode obter os efeitos pretendidos através do
recurso à ação administrativa. 1 — O cocontratante tem direito à reposição do
2 — [...] equilíbrio financeiro, sempre que o fundamento para
a) [...] a modificação do contrato seja, para além de outras
b) [...] especialmente previstas na lei:
c) [...] a) [...]
d) [...] b) [...]
e) Cessão da posição contratual do cocontratante
para terceiro. 2 — [...]
Artigo 312.º 3 — Quando a modificação do contrato tenha por
fundamento as circunstâncias previstas na alínea a) do
[...]
artigo 312.º, o cocontratante só tem direito à reposição
O contrato pode ser modificado com fundamento do equilíbrio financeiro quando, tendo em conta a re-
nas condições nele previstas e ainda com os seguintes partição do risco entre as partes, o facto invocado como
fundamentos: fundamento desse direito altere os pressupostos com
a) [...] base nos quais determinou o valor das prestações a que
b) [...] se obrigou, desde que o contraente público conhecesse
Artigo 313.º ou não devesse ignorar esses pressupostos.
[...]
Artigo 315.º
1 — A modificação de qualquer contrato público, com Publicidade das modificações
os fundamentos previstos no artigo anterior, encontra-se
sujeita aos seguintes limites: 1 — As modificações objetivas do contrato que re-
a) Não pode conduzir à alteração substancial do ob- presentem um valor acumulado superior a 10 % do
jeto do contrato; preço contratual devem ser publicitadas, pelo contraente
b) Não pode configurar uma forma de impedir, res- público, no portal dos contratos públicos, até cinco
tringir ou falsear a concorrência; dias após a sua concretização, devendo a publicidade
c) Não é permitida quando sejam introduzidas alte- ser mantida até seis meses após a extinção do contrato.
rações que, se fizessem parte do caderno de encargos, 2 — [...]
teriam ocasionado, de forma objetivamente demonstrá- 3 — Tratando-se de contratos celebrados na sequên-
vel, a alteração da ordenação das propostas avaliadas cia de procedimento com publicação no Jornal Oficial
ou a admissão de outras propostas; da União Europeia, devem ainda ser divulgadas neste
d) O aumento total de preço originado pelas eventuais jornal oficial, mediante anúncio de modelo próprio,
modificações não pode ultrapassar 25 % do preço con- as modificações objetivas que tenham como funda-
tratual inicial, no caso da alínea a) do artigo anterior, e mento o previsto no n.º 4 do artigo 370.º, no n.º 2 do
10 % do preço contratual inicial, no caso da alínea b) artigo 420.º-A ou no n.º 3 do artigo 454.º
do artigo anterior;
e) Não pode alterar o equilíbrio económico do con- Artigo 318.º
trato a favor do cocontratante em termos de este ser Cessão e subcontratação pelo cocontratante
colocado em situação mais favorável do que a resultante
do equilíbrio inicialmente estabelecido. 1 — A possibilidade de cessão da posição contratual
deve constar expressamente do contrato, em cláusula de
2 — Não estão sujeitas às alíneas a), b) e c) do nú- revisão ou opção inequívoca, salvo quando se verifique
mero anterior as modificações que resultem da natureza uma das seguintes condições:
duradoura do vínculo contratual, desde que o decurso
do tempo as justifique. a) Quando haja transmissão universal ou parcial da
3 — A modificação dos contratos especialmente re- posição do cocontratante, na sequência de reestruturação
gulados no título II da parte III fica sujeita aos limites societária, nomeadamente, oferta pública de aquisição,
aí previstos. aquisição ou fusão, a favor de cessionário que satisfaça
5250-(1924) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

os requisitos mínimos de habilitação e de capacidade Artigo 348.º


técnica e de capacidade económica e financeira exigidos [...]
ao cocontratante;
b) Quando o próprio contraente público assume as Sem prejuízo do disposto em lei especial, o emprei-
obrigações do cocontratante para com os subcontratados. teiro deve afixar no local dos trabalhos, de forma visível,
a identificação da obra, do dono da obra e do empreiteiro,
2 — A autorização da cessão da posição contratual com menção do respetivo alvará ou número de certifi-
depende ainda: cado de empreiteiro de obras públicas ou dos documen-
tos previstos na portaria referida no n.º 2 do artigo 81.º
a) [...]
b) [...] Artigo 354.º
[...]
3 — [...]
4 — [...] 1 — [...]
5 — [...] 2 — [...]
6 — [...] 3 — [...]
4 — O dono da obra aprecia e decide a reclamação
Artigo 319.º no prazo de 90 dias, podendo este prazo ser prorrogado
por decisão daquele, caso se revele necessário proceder
Autorização à subcontratação à realização de diligências complementares.
pelo cocontratante na fase de execução 5 — A decisão, ou a sua omissão no prazo devido,
1 — Na fase de execução do contrato é admitida a pode ser objeto de impugnação nos tribunais administra-
subcontratação desde que autorizada pelo contraente tivos, nos termos do Código de Processo nos Tribunais
público. Administrativos.
2 — Para efeitos da autorização referida no número
anterior, o cocontratante deve apresentar uma proposta Artigo 370.º
fundamentada e instruída com todos os documentos Trabalhos complementares
comprovativos da verificação dos requisitos que seriam
1 — São trabalhos complementares aqueles cuja es-
exigíveis para a autorização da subcontratação no pró- pécie ou quantidade não esteja prevista no contrato.
prio contrato, nos termos do disposto no artigo 318.º 2 — Quando os trabalhos complementares resultem
3 — O contraente público deve pronunciar-se sobre de circunstâncias não previstas, pode o dono da obra
a proposta do cocontratante no prazo de 30 dias a con- ordenar a sua execução ao empreiteiro desde que, de
tar da respetiva apresentação, desde que regularmente forma cumulativa:
instruída.
4 — Se o contraente público não efetuar nenhuma a) Não possam ser técnica ou economicamente sepa-
comunicação ao cocontratante dentro do prazo previsto ráveis do objeto do contrato sem inconvenientes graves
no número anterior, considera-se que a proposta deste e impliquem um aumento considerável de custos para
o dono da obra;
foi rejeitada.
b) O preço desses trabalhos, incluindo o de anterio-
res trabalhos complementares igualmente decorrentes
Artigo 329.º de circunstâncias não previstas, não exceda 10 % do
[...] preço contratual; e
c) O somatório do preço contratual com o preço
1 — [...] atribuído aos trabalhos complementares não exceda
2 — [...] os limites previstos na alínea d) do artigo 19.º, quando
3 — [...] o procedimento adotado tenha sido o ajuste direto, na
4 — Para efeitos dos limites previstos nos n.os 2 e 3, alínea c) do mesmo artigo quando o procedimento tenha
quando o contrato previr prorrogações expressas ou táci- sido o da consulta prévia ou na alínea b) do artigo 19.º
tas, o valor das sanções a aplicar deve ter por referência quando o procedimento adotado tenha sido o concurso
o preço do seu período de vigência inicial. público ou o concurso limitado por prévia qualificação
sem publicação do respetivo anúncio no Jornal Oficial
Artigo 338.º da União Europeia;
d) [...]
[...]

1 — A parte III é aplicável aos contratos celebrados 3 — [...]


entre contraentes públicos, sem prejuízo das necessárias 4 — Quando os trabalhos complementares resultem
adaptações quando os mesmos sejam celebrados num de circunstâncias imprevisíveis ou que uma entidade
plano de igualdade jurídica, designadamente no que adjudicante diligente não pudesse ter previsto, pode
respeita ao exercício dos poderes de conformação da o dono da obra ordenar a sua execução desde que, de
relação contratual. forma cumulativa:
2 — O disposto na parte final do artigo anterior não a) Não possam ser técnica ou economicamente sepa-
afasta a possibilidade de qualquer um dos contraentes ráveis do objeto do contrato sem inconvenientes graves
públicos exercer o poder de resolução unilateral do e impliquem um aumento considerável de custos para
contrato por razões de interesse público. o dono da obra; e
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1925)

b) O preço desses trabalhos, incluindo o de anterio- ao preço contratual, tendo o empreiteiro direito a ser re-
res trabalhos complementares igualmente decorrentes munerado pelos trabalhos já realizados e pelos trabalhos
de circunstâncias imprevisíveis, não exceda 40 % do necessários à reposição da situação anterior.
preço contratual.
Artigo 384.º
5 — Os trabalhos complementares que excedam os
[...]
limites previstos no presente artigo devem ser adjudi-
cados na sequência de novo procedimento. 1 — [...]
a) [...]
Artigo 372.º
b) A identificação dos alvarás ou certificados de em-
Recusa da execução de trabalhos complementares preiteiro de obras públicas das partes;
1 — Para efeitos do disposto no n.º 2 do artigo ante- c) [...]
rior, bem como quando entenda não estarem verificados d) [...]
os pressupostos constantes dos n.os 2 e 4 do artigo 370.º, e) [...]
o empreiteiro pode, no prazo de 10 dias a contar da rece- f) [...]
ção da ordem do dono da obra de execução dos trabalhos
complementares dela reclamar, fundamentadamente. 2 — [...]
2 — [...] 3 — [...]
3 — [...] 4 — [...]
4 — [...]
Artigo 410.º
Artigo 378.º [...]
Responsabilidade pelos trabalhos complementares 1 — [...]
1 — O dono da obra é responsável pelo pagamento 2 — Na falta de estipulação contratual, o prazo a que
dos trabalhos complementares cuja execução ordene se refere o número anterior é de 30 anos, nele se incluindo
ao empreiteiro. a duração de qualquer prorrogação contratualmente
2 — Quando o empreiteiro tenha a obrigação de ela- prevista, sem prejuízo de lei especial que fixe prazo
borar o projeto de execução, é o mesmo responsável supletivo diferente, ou prazo máximo.
pelos trabalhos complementares que tenham por fina- 3 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1, o prazo inicial
lidade o suprimento dos respetivos erros e omissões, da concessão pode ser prorrogado com fundamento na
exceto quando estes sejam induzidos pelos elementos necessidade de assegurar a amortização e remuneração,
elaborados ou disponibilizados pelo dono da obra. em normais condições de rendibilidade da exploração,
3 — O empreiteiro deve, no prazo de 60 dias contados do capital investido pelo concessionário, nos termos
da data da consignação total ou da primeira consignação previstos no artigo 282.º
parcial, reclamar sobre a existência de erros ou omis-
sões do caderno de encargos, salvo dos que só sejam Artigo 413.º
detetáveis durante a execução da obra, sob pena de ser [...]
responsável por suportar metade do valor dos trabalhos
complementares de suprimento desses erros e omissões. 1 — O contrato deve implicar uma significativa e
4 — O empreiteiro é ainda responsável pelos traba- efetiva transferência para o concessionário do risco de
lhos complementares que se destinem ao suprimento exploração dessas obras ou serviços, que se traduz no
de erros e omissões que, não podendo objetivamente risco ligado à procura ou à oferta, ou a ambos.
ser detetados na fase de formação do contrato, tam- 2 — Para efeitos do disposto no número anterior,
bém não tenham sido por ele identificados no prazo considera-se que o concessionário assume o risco de
de 30 dias a contar da data em que lhe fosse exigível exploração quando:
a sua deteção. a) Em condições normais de exploração, não há ga-
5 — (Revogado.) rantia de que recupere os investimentos efetuados ou as
6 — [...] despesas suportadas no âmbito da exploração das obras
a) [...] ou dos serviços que são objeto da concessão; ou
b) Fica o empreiteiro sub-rogado no direito de in- b) A parte do risco transferido para o concessioná-
demnização que assiste ao dono da obra perante esses rio envolve uma exposição real à imprevisibilidade do
terceiros até ao limite do montante que deva ser por si mercado, o que implica que quaisquer perdas potenciais
suportado em virtude do disposto nos n.os 3 e 4. por ele incorridas não sejam meramente nominais ou
insignificantes.
7 — [...]
Artigo 429.º
Artigo 380.º Princípios gerais e regime especial
[...]
1 — (Anterior corpo do artigo.)
Se da execução de trabalhos complementares ou de 2 — Sem prejuízo do disposto no presente Código,
trabalhos a menos resultar inutilização de trabalhos já o regime das concessões de serviços públicos, desig-
realizados em conformidade com o contrato ou com nadamente o de concessões portuárias, é definido em
instruções do dono da obra, o seu valor não é deduzido legislação especial.
5250-(1926) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 454.º quer factos suscetíveis de constituírem contraordenação


Serviços complementares
prevista na lei referida no número anterior e na demais
legislação especificamente aplicável à atividade de
1 — São serviços complementares aqueles cuja espé- construção.
cie ou quantidade não esteja prevista no contrato.
2 — Quando os serviços complementares resultem de Artigo 456.º
circunstâncias não previstas, pode o contraente público
ordenar a sua execução ao cocontratante desde que: [...]

a) Não possam ser técnica ou economicamente sepa- [...]


ráveis do objeto do contrato sem inconvenientes graves a) [...]
e impliquem um aumento considerável de custos;
b) [...]
b) O preço desses serviços, incluindo o de anteriores
serviços complementares igualmente decorrentes de c) A não apresentação de documentos comprovativos
circunstâncias não previstas, não exceda 10 % do preço da titularidade de habilitação profissional específica
contratual; e pelo adjudicatário, em violação do disposto no n.º 5 do
c) O somatório do preço contratual com o preço atri- artigo 219.º-I;
buído aos serviços complementares não exceda os limi- d) [...]
tes previstos na alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º, quando e) [...]
o procedimento adotado tenha sido o concurso público
ou limitado por prévia qualificação sem publicação de Artigo 457.º
anúncio no Jornal Oficial da União Europeia, na alí- [...]
nea c) do n.º 1 do mesmo artigo, quando o procedimento
adotado tenha sido a consulta prévia, ou na alínea d) do [...]
n.º 1 do mesmo artigo, quando o procedimento adotado
tenha sido o ajuste direto; a) [...]
d) [...] b) A não comparência do adjudicatário no dia, na hora
e no local fixados para a outorga do contrato pelo órgão
3 — Quando os serviços complementares resultem competente para a decisão de contratar, em violação do
de circunstâncias imprevisíveis, ou que uma entidade disposto no n.º 3 do artigo 104.º;
adjudicante diligente não pudesse ter previsto, pode o c) A não remessa do contrato assinado eletronica-
contraente público ordenar a sua execução ao cocon- mente, no prazo fixado pelo órgão competente para a
tratante desde que: decisão de contratar, em violação do disposto no n.º 3
a) Não possam ser técnica ou economicamente sepa- do artigo 104.º;
ráveis do objeto do contrato sem inconvenientes graves d) [Anterior alínea c).]
e impliquem um aumento considerável de custos; e
b) O preço desses serviços, incluindo o de anterio- Artigo 458.º
res serviços complementares igualmente decorrentes [...]
de circunstâncias imprevisíveis, não exceda 40 % do
preço contratual. Constitui contraordenação punível com coima de
€ 500 a € 1500, ou de € 3000 a € 20 000, consoante seja
4 — (Revogado.) aplicada a pessoa singular ou a pessoa coletiva:
5 — Caso não se verifique alguma das condições
previstas no n.º 2, os serviços complementares devem a) A violação do disposto no n.º 2 do artigo 54.º,
ser objeto de contrato celebrado na sequência de pro- b) A verificação de que a declaração necessária nos
cedimento adotado nos termos do disposto no título I termos da alínea a) do n.º 3 do artigo 256.º-A não cor-
da parte II. responde à verdade;
6 — Aos serviços complementares e aos serviços a c) A não apresentação de uma proposta nos termos
menos é aplicável, com as necessárias adaptações, o previstos na parte final do n.º 6 do artigo 256.º-A;
disposto nos artigos 371.º a 375.º e 379.º a 381.º d) A violação do disposto no n.º 8 do artigo 256.º-A.

Artigo 455.º Artigo 460.º


[...]
Sanção de proibição de participação
1 — Caso o objeto do contrato a celebrar ou celebrado 1 — Pode ser aplicada ao infrator a sanção de
abranja prestações típicas do contrato de empreitada de
obras públicas, incluindo aquelas realizadas ou a realizar proibição de participar, como candidato, como con-
no âmbito de concessões, o regime contraordenacional corrente ou como membro de agrupamento candidato
aplicável consta do regime jurídico aplicável ao exer- ou concorrente, em qualquer procedimento adotado
cício da atividade da construção, estabelecido pela Lei para a formação de contratos públicos, quando a
n.º 41/2015, de 3 de junho. gravidade da infração e a culpa do agente o justi-
2 — As entidades adjudicantes, os donos de obra ou fiquem.
os concessionários devem participar ao Instituto dos 2 — A sanção a que se refere o número anterior deve
Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P., ser fixada segundo a gravidade da infração e a culpa do
logo que tomem conhecimento da sua ocorrência, quais- agente e não pode, em caso algum, exceder dois anos.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1927)

Artigo 461.º Artigo 472.º


[...] [...]

1 — A instauração e arquivamento dos processos, 1 — Para efeitos do cumprimento das obrigações


bem como a aplicação de coimas e sanções acessórias, previstas no artigo 45.º da Diretiva n.º 2014/23/UE,
cabem ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobi- nos artigos 83.º e 85.º da Diretiva n.º 2014/24/UE e
liário e da Construção, I. P. nos artigos 99.º e 101.º da Diretiva n.º 2014/25/UE,
2 — (Revogado.) todas do Parlamento Europeu e do Conselho, de
3 — As entidades adjudicantes devem participar ao 26 de fevereiro de 2014, compete ao Instituto dos
Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Mercados Públicos, Imobiliário e Construção, I. P.,
Construção, I. P., quaisquer factos suscetíveis de cons- elaborar e remeter à Comissão Europeia, de três
tituírem contraordenações nos termos do disposto nos em três anos, um relatório relativo aos contratos de
aquisição e locação de bens e de aquisição de servi-
artigos 456.º a 458.º
ços, um relatório estatístico relativo aos contratos
de empreitada de obras públicas e um relatório
Artigo 462.º
estatístico relativo aos contratos de concessão de
[...] obras e serviços públicos, os quais devem conter
dados de monitorização adequados, incluindo, se
1 — O produto das coimas reverte em 60 % para o for o caso, informações sobre as situações de dú-
Estado, em 30 % para o Instituto dos Mercados Públicos, vidas mais frequentes ou de aplicação incorreta
do Imobiliário e da Construção, I. P., e em 10 % para as das regras de contratação pública, sobre o nível
entidades adjudicantes que tenham participado os factos de participação das pequenas e médias empresas
que determinaram a aplicação da coima. e a prevenção, deteção e notificação dos casos de
2 — [...] fraude, corrupção, conflitos de interesses e outras
irregularidades graves no domínio da contratação
Artigo 463.º pública.
Publicidade da sanção 2 — Para efeitos do disposto no número ante-
rior, o Instituto dos Mercados Públicos, Imobiliário
As decisões definitivas de aplicação da sanção pre- e Construção, I. P., recolhe os dados necessários a
vista no artigo 460.º são publicitadas no portal dos partir do portal dos contratos públicos e dos instru-
contratos públicos durante todo o período da respetiva mentos de comunicação da informação inerentes à
inabilidade. sua atividade.
3 — Para efeitos do cumprimento das obri-
Artigo 464.º gações previstas no n.º 2 do artigo 4.º da
Diretiva n.º 89/665/CEE, do Conselho, de 21 de
[...]
dezembro, e no n.º 2 do artigo 12.º da Diretiva
O desrespeito, pelo infrator, da sanção prevista no n.º 92/13/CEE, do Conselho, de 25 de fevereiro, com-
artigo 460.º constitui crime de desobediência nos termos pete ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobi-
do Código Penal. liário e da Construção, I. P., comunicar à Comissão
Europeia, até 30 de setembro de cada ano, de acordo
Artigo 465.º com informação fornecida pelo Conselho Superior
dos Tribunais Administrativos e Fiscais, a compila-
Publicitação dos contratos ção de todas as decisões que tenham transitado em
1 — A informação relativa à formação e à execução julgado no ano anterior, nos termos previstos no n.º 4
dos contratos públicos sujeitos à parte II é obrigato- do artigo 285.º e no n.º 7 do artigo 287.º
riamente publicitada no portal dos contratos públicos, 4 — [...]»
através de uma ficha conforme modelo constante do
anexo III ao presente Código. Artigo 4.º
2 — (Revogado.) Alteração aos anexos ao Código dos Contratos Públicos

Artigo 470.º Os anexos I, II, III e V ao Código dos Contratos Públicos


são alterados com a redação constante do anexo I ao pre-
[...] sente decreto-lei, do qual faz parte integrante.
1 — Os prazos referidos no presente Código relativos
aos procedimentos de formação de contratos contam-se Artigo 5.º
nos termos do disposto no artigo 87.º do Código do
Procedimento Administrativo e não lhes é aplicável, em Aditamento ao Código dos Contratos Públicos
caso algum, o disposto no artigo 88.º do mesmo Código. São aditados ao Código dos Contratos Públicos os
2 — Ao prazo para a apresentação das propostas no artigos 1.º-A, 5.º-A, 5.º-B, 6.º-A, 6.º-B, 27.º-A, 30.º-A,
concurso público urgente não é aplicável o disposto na 35.º-A, 46.º-A, 49.º-A, 54.º-A, 55.º-A, 62.º-A, 87.º-A,
alínea b) do artigo 87.º do Código do Procedimento 218.º-A a 218.º-D, 219.º-A a 219.º-J, 241.º-A a 241.º-D,
Administrativo. 250.º-A a 250.º-D, 256.º-A, 266.º-A a 266.º-C, 290.º-A,
3 — [...] 299.º-B, 301.º-A, 318.º-A, 321.º-A, 410.º-A, 420.º-A,
5250-(1928) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

454.º-A a 454.º-C, 464.º-A, 474.º, 475.º e 476.º, com a 2 — É igualmente aplicável o disposto no número
seguinte redação: anterior aos contratos adjudicados por uma entidade
«Artigo 1.º-A adjudicante a outras pessoas coletivas controladas pela
mesma entidade adjudicante, bem como aos contratos
Princípios adjudicados por uma entidade adjudicante à entidade
1 — Na formação e na execução dos contratos públi- adjudicante que a controla.
cos devem ser respeitados os princípios gerais decorren- 3 — Para efeitos do n.º 1, entende-se que existe
tes da Constituição, dos Tratados da União Europeia e controlo análogo isolado quando uma única entidade
do Código do Procedimento Administrativo, em especial adjudicante pode exercer uma influência decisiva sobre
os princípios da legalidade, da prossecução do interesse os objetivos estratégicos e as decisões relevantes da
público, da imparcialidade, da proporcionalidade, da entidade controlada.
boa-fé, da tutela da confiança, da sustentabilidade e da 4 — Para efeitos do n.º 1, entende-se que existe con-
responsabilidade, bem como os princípios da concor- trolo análogo conjunto quando estiverem preenchidas,
rência, da publicidade e da transparência, da igualdade cumulativamente, as seguintes condições:
de tratamento e da não-discriminação. a) Os órgãos de decisão da pessoa coletiva controlada
2 — As entidades adjudicantes devem assegurar, na são compostos por representantes de todas as entidades
formação e na execução dos contratos públicos, que os adjudicantes participantes;
operadores económicos respeitam as normas aplicáveis b) As entidades adjudicantes podem exercer con-
em vigor em matéria social, laboral, ambiental e de juntamente uma influência decisiva sobre os objetivos
igualdade de género, decorrentes do direito internacio-
estratégicos e as decisões relevantes da pessoa coletiva
nal, europeu, nacional ou regional.
controlada; e
3 — Sem prejuízo da aplicação das garantias de impar-
c) A pessoa coletiva controlada não prossegue quais-
cialidade previstas no Código do Procedimento Adminis-
trativo, as entidades adjudicantes devem adotar as medidas quer interesses contrários aos interesses das entidades
adequadas para impedir, identificar e resolver eficazmente adjudicantes que a controlam.
os conflitos de interesses que surjam na condução dos pro-
cedimentos de formação de contratos públicos, de modo 5 — A parte II também não é aplicável à formação
a evitar qualquer distorção da concorrência e garantir a dos contratos celebrados exclusivamente entre duas
igualdade de tratamento dos operadores económicos. ou mais entidades adjudicantes quando se verifiquem,
4 — Para efeitos do disposto no número anterior, cumulativamente, as seguintes condições:
considera-se conflito de interesses qualquer situação a) O contrato estabelece uma cooperação entre as
em que o dirigente ou o trabalhador de uma entidade entidades adjudicantes, no âmbito de tarefas públicas
adjudicante ou de um prestador de serviços que age em que lhes estão atribuídas e que apresentam uma conexão
nome da entidade adjudicante, que participe na prepa- relevante entre si;
ração e na condução do procedimento de formação de b) A cooperação é regida exclusivamente por consi-
contrato público ou que possa influenciar os resultados derações de interesse público; e
do mesmo, tem direta ou indiretamente um interesse c) As entidades adjudicantes não exercem no mer-
financeiro, económico ou outro interesse pessoal sus- cado livre mais de 20 % das atividades abrangidas pelo
cetível de comprometer a sua imparcialidade e indepen- contrato de cooperação.
dência no contexto do referido procedimento.
6 — Para efeitos do apuramento das percentagens
Artigo 5.º-A previstas na alínea b) do n.º 1 e na alínea c) do número
Contratos no âmbito do setor público anterior, deve ser tido em conta o volume médio total
de negócios, ou uma medida alternativa adequada, ba-
1 — A parte II não é aplicável à formação dos con- seada na atividade, tais como os custos suportados pela
tratos, independentemente do seu objeto, a celebrar por pessoa coletiva em causa no que diz respeito a serviços,
entidades adjudicantes com uma outra entidade, quando fornecimentos ou obras, nos três anos anteriores ou,
se verifiquem, cumulativamente, as seguintes condições: quando não tenha três anos de atividade concluídos, a
a) A entidade adjudicante exerça, direta ou indire- projeção de atividades a desenvolver.
tamente, sobre a atividade da outra pessoa coletiva,
isoladamente ou em conjunto com outras entidades Artigo 5.º-B
adjudicantes, um controlo análogo ao que exerce sobre Regime da contratação excluída
os seus próprios serviços;
b) A entidade controlada desenvolva mais de 80 % da 1 — A celebração dos contratos a que se referem os
sua atividade no desempenho de funções que lhe foram artigos 5.º e 5.º-A fica sujeita aos princípios gerais da ati-
confiadas pela entidade adjudicante ou entidades adjudi- vidade administrativa, bem como, com as devidas adap-
cantes que a controlam, ou por outra ou outras entidades tações face à natureza do contrato, aos princípios gerais
controladas por aquela ou aquelas entidades adjudican- da contratação pública previstos no n.º 1 do artigo 1.º-A,
tes, consoante se trate de controlo isolado ou conjunto; devendo sempre ser feita menção à norma que funda-
c) Não haja participação direta de capital privado na pes- menta a não aplicação da parte II ao contrato em causa.
soa coletiva controlada, com exceção de formas de partici- 2 — Os contratos com objeto passível de ato ad-
pação de capital privado sem poderes de controlo e sem blo- ministrativo e demais contratos sobre o exercício de
queio eventualmente exigidas por disposições especiais, em poderes públicos ficam sujeitos às normas constantes
conformidade com os Tratados da União Europeia, e que não do Código do Procedimento Administrativo, com as
exerçam influência decisiva na pessoa coletiva controlada. necessárias adaptações.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1929)

Artigo 6.º-A nem resultar em qualquer violação dos princípios da


Contratos de serviços sociais e de outros serviços específicos
não discriminação e da transparência.
3 — Quando um candidato ou concorrente, ou uma
1 — A parte II não é aplicável à formação dos con- empresa associada a um candidato ou concorrente, tiver
tratos públicos que tenham por objeto a aquisição de apresentado informação ou parecer à entidade adjudi-
serviços sociais e de outros serviços específicos re- cante ou tiver sido consultada, nos termos dos números
feridos no anexo IX ao presente Código, que dele faz anteriores, ou tiver participado de qualquer outra forma
parte integrante, salvo quando o valor de cada contrato na preparação do procedimento de formação do contrato,
for superior ao limiar previsto na alínea d) do n.º 3 do a entidade adjudicante deve tomar as medidas adequa-
artigo 474.º, caso em que se aplica o disposto nos arti- das para evitar qualquer distorção da concorrência em
gos 250.º-A e seguintes. virtude dessa participação.
2 — À celebração dos contratos referidos no número 4 — Para efeitos do disposto no número anterior,
anterior são aplicáveis, com as devidas adaptações, os são consideradas medidas adequadas, entre outras, a
princípios gerais da contratação pública previstos no comunicação aos restantes candidatos ou concorren-
artigo 1.º-A. tes de todas as informações pertinentes trocadas no
âmbito da participação do candidato ou concorrente
Artigo 6.º-B
na preparação do procedimento de formação do con-
Acordo sobre Contratos Públicos da Organização trato, com inclusão dessas informações nas peças do
Mundial do Comércio procedimento.
Nos domínios abrangidos pelos anexos 1, 2, 4 e 5
pelas Notas Gerais do Apêndice 1 da União Europeia Artigo 46.º-A
ao Acordo sobre Contratos Públicos da Organização
Mundial do Comércio e pelos outros acordos interna- Adjudicação por lotes
cionais a que a União Europeia se encontra vinculada, as 1 — As entidades adjudicantes podem prever, nas
entidades adjudicantes abrangidas pelo presente Código peças do procedimento, a adjudicação por lotes.
devem conceder aos operadores económicos dos Estados 2 — Na formação de contratos públicos de aquisi-
signatários desses acordos um tratamento idêntico ao ção ou locação de bens, ou aquisição de serviços, de
concedido pelas entidades adjudicantes desses Estados valor superior a € 135 000, e empreitadas de obras
aos operadores económicos da União Europeia.
públicas de valor superior a € 500 000, a decisão de
não contratação por lotes deve ser fundamentada,
Artigo 27.º-A
constituindo fundamento, designadamente, as se-
Consulta prévia guintes situações:
Nas situações previstas nos artigos 24.º a 27.º, deve a) Quando as prestações a abranger pelo respetivo
adotar-se o procedimento de consulta prévia sempre objeto forem técnica ou funcionalmente incindíveis ou,
que o recurso a mais de uma entidade seja possível e não o sendo, a sua separação causar graves inconvenien-
compatível com o fundamento invocado para a adoção tes para a entidade adjudicante;
deste procedimento. b) Quando, por motivos de urgência ou por impe-
rativos técnicos ou funcionais, a gestão de um único
Artigo 30.º-A contrato se revele mais eficiente para a entidade ad-
Escolha da parceria para a inovação judicante.
A entidade adjudicante pode adotar a parceria para a 3 — O disposto no número anterior não se aplica às
inovação quando pretenda a realização de atividades de entidades adjudicantes referidas nos artigos 7.º e 12.º
investigação e o desenvolvimento de bens, serviços ou 4 — A entidade adjudicante pode limitar o número
obras inovadoras, independentemente da sua natureza
máximo de lotes que podem ser adjudicados a cada
e das áreas de atividade, tendo em vista a sua aquisição
concorrente, devendo indicar essas limitações no
posterior, desde que estes correspondam aos níveis de
desempenho e preços máximos previamente acordados convite ou no programa do procedimento, bem como
entre aquela e os participantes na parceria. os critérios objetivos e não discriminatórios em que
se baseie a escolha dos lotes a adjudicar a cada con-
Artigo 35.º-A corrente nos casos em que a aplicação dos critérios
de adjudicação resulte na atribuição, ao mesmo con-
Consulta preliminar ao mercado corrente, de um número de lotes superior ao máximo
1 — Antes da abertura de um procedimento de forma- fixado.
ção de contrato público, a entidade adjudicante pode re- 5 — O disposto nos números anteriores não pre-
alizar consultas informais ao mercado, designadamente judica a possibilidade de a entidade adjudicante
através da solicitação de informações ou pareceres de celebrar contratos que combinem vários ou a tota-
peritos, autoridades independentes ou agentes econó- lidade dos lotes, desde que essa possibilidade seja
micos, que possam ser utilizados no planeamento da expressamente incluída no convite ou no programa
contratação, sem prejuízo do disposto na alínea j) do do procedimento, caso em que devem ser previa-
n.º 1 do artigo 55.º mente estabelecidos e indicados os critérios que
2 — A consulta preliminar prevista no número an- fundamentam as várias hipóteses de combinação
terior não pode ter por efeito distorcer a concorrência, previstas.
5250-(1930) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 49.º-A Artigo 62.º-A


Rótulos e relatórios de ensaio, certificação Catálogos eletrónicos
e outros meios de prova
1 — A entidade adjudicante pode exigir que as pro-
A entidade adjudicante pode exigir, nos termos a postas sejam apresentadas através de catálogos eletró-
definir por portaria do membro do Governo responsável nicos ou que incluam catálogos eletrónicos, podendo
pela área das obras públicas: ser especificados requisitos técnicos dos catálogos, me-
a) Rótulo específico para atestar que as obras, bens diante portaria dos membros do Governo responsáveis
móveis ou serviços correspondem às características pelas áreas das finanças e das obras públicas.
exigidas; 2 — As peças do procedimento fixam, ainda que por
b) Apresentação de um relatório de ensaio de um or- remissão, as especificações técnicas e outros requisitos
ganismo de avaliação da conformidade ou um certificado adicionais necessários para a interligação.
emitido por tal organismo como meio de prova da con- 3 — A entidade adjudicante pode ainda recorrer à
formidade com os requisitos ou critérios estabelecidos; aquisição através de catálogos eletrónicos existentes no
c) Apresentação de amostras de produtos que pre- mercado, quando se trate de adquirir bens móveis cujo
tendem adquirir. valor possibilite o recurso ao procedimento de consulta
prévia ou ajuste direto.
Artigo 54.º-A
Artigo 87.º-A
Contratos reservados
Outras causas de caducidade da adjudicação
A entidade adjudicante pode reservar a possibilidade
de ser candidato ou concorrente às entidades cujo ob- 1 — Sem prejuízo de outras causas de caducidade
jeto principal seja a integração social e profissional de previstas no presente Código ou resultantes de outra
pessoas com deficiência ou desfavorecidas, desde que legislação aplicável, determina ainda a caducidade da
pelo menos 30 % dos trabalhadores daquelas entidades adjudicação a ocorrência superveniente de circunstân-
tenham deficiência devidamente reconhecida nos termos cias que inviabilizem a celebração do contrato, desig-
da lei ou sejam desfavorecidos. nadamente por impossibilidade natural ou jurídica,
extinção da entidade adjudicante ou do adjudicatário
Artigo 55.º-A ou por insolvência deste.
2 — Quando as causas de caducidade da adjudicação
Relevação dos impedimentos referidas no número anterior respeitem ao adjudicatá-
1 — O disposto nas alíneas d) e e) do n.º 1 do artigo rio, a entidade adjudicante deve adjudicar a proposta
anterior aplica-se sem prejuízo dos regimes de regula- ordenada em lugar subsequente.
rização de dívidas fiscais e dívidas à Segurança Social 3 — O adjudicatário deve indemnizar a entidade ad-
em vigor. judicante, nos termos gerais, pelos prejuízos que culpo-
2 — O candidato ou concorrente que se encontre samente tenha causado.
numa das situações referidas nas alíneas b), c), g), h)
ou l) do n.º 1 do artigo anterior pode demonstrar que as Artigo 218.º-A
medidas por si tomadas são suficientes para demonstrar Regime
a sua idoneidade para a execução do contrato e a não
afetação dos interesses que justificam aqueles impedi- 1 — A parceria para a inovação integra as seguintes
mentos, não obstante a existência abstrata de causa de fases, as quais podem ser adaptadas em função da com-
exclusão, nomeadamente através de: plexidade e relevância financeira da parceria a celebrar:

a) Demonstração de que ressarciu ou tomou medidas a) Fase de apresentação das candidaturas, podendo a
para ressarcir eventuais danos causados pela infração respetiva seleção incluir a qualificação dos candidatos
penal ou falta grave; quando se trate do desenvolvimento de projetos dotados
b) Esclarecimento integral dos factos e circunstân- de especial complexidade;
cias por meio de colaboração ativa com as autoridades b) Fase de apresentação de propostas de projetos de
competentes; investigação e desenvolvimento;
c) Adoção de medidas técnicas, organizativas e de c) Fase de análise das propostas de projetos de in-
vestigação e celebração da parceria.
pessoal suficientemente concretas e adequadas para
evitar outras infrações penais ou faltas graves.
2 — Aplica-se ao anúncio da parceria para a inovação,
com as devidas adaptações, o disposto no artigo 167.º
3 — Tendo por base os elementos referidos no nú-
3 — Nas peças do procedimento a entidade adjudi-
mero anterior, bem como a gravidade e as circunstâncias
cante deve:
específicas da infração ou falta cometida, a entidade
adjudicante pode tomar a decisão de não relevar o im- a) Identificar a necessidade de bens, serviços ou
pedimento. obras inovadores que não possam ser obtidos mediante
4 — As sanções de proibição de participação em a aquisição de bens, serviços ou obras já disponíveis no
procedimentos de formação de contratos públicos que mercado, indicando ainda os requisitos mínimos que
tenham sido aplicadas, ou consideradas válidas mediante concretizam a necessidade;
decisão transitada em julgado, não são passíveis de b) Definir as disposições aplicáveis aos direitos de
relevação nos termos do presente artigo. propriedade intelectual;
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1931)

c) Incluir os requisitos inerentes às capacidades que 3 — A parceria para a inovação deve ser estruturada
os concorrentes devem possuir no domínio da investiga- em fases sucessivas de acordo com a sequência de etapas
ção e desenvolvimento, bem como no desenvolvimento do processo de investigação e desenvolvimento, que
e implementação de soluções inovadoras. pode incluir o fabrico do bem, a prestação do serviço
ou a realização da obra.
4 — A parceria para a inovação não pode ser utilizada 4 — A parceria para a inovação deve fixar as metas
com o intuito de restringir ou falsear a concorrência. intermédias que devem ser alcançadas pelos parceiros
5 — À parceria para a inovação aplica-se supleti- e prever o pagamento de remuneração em frações ade-
vamente o regime previsto para o procedimento de quadas.
negociação. 5 — A entidade adjudicante é livre de, no final de
cada fase, decidir pôr termo à parceria ou, no caso de
Artigo 218.º-B parceria com vários parceiros, reduzir o número de
parceiros pondo termos a contratos individuais, desde
Convite à apresentação de propostas de projetos que tal possibilidade e respetivas condições estejam
de investigação e desenvolvimento
previstas nas peças do procedimento.
1 — A entidade adjudicante deve enviar aos candida- 6 — A entidade adjudicante deve assegurar que a es-
tos admitidos, em simultâneo, um convite à apresentação trutura da parceria, em especial, a duração e o valor das
de propostas de projetos de investigação e desenvol- diferentes fases refletem o grau de inovação da solução
vimento suscetíveis de satisfazer as necessidades e as proposta e a sequência das atividades de investigação,
exigências identificadas nas peças do procedimento. desenvolvimento e inovação necessárias para o desen-
2 — O convite à apresentação das propostas de pro- volvimento de uma solução inovadora que ainda não se
jetos de investigação e desenvolvimento deve indicar: encontre disponível no mercado.
7 — Para efeitos do disposto no número anterior, o
a) A identificação do procedimento de parceria para valor estimado dos fornecimentos, serviços ou obras não
a inovação; deve ser desproporcionado em relação ao investimento
b) A referência ao anúncio do procedimento de par- exigido para o respetivo desenvolvimento.
ceria para a inovação;
c) O prazo de apresentação das propostas de projetos Artigo 219.º-A
de investigação e desenvolvimento elaboradas pelos
concorrentes qualificados. Âmbito e modalidades
1 — O concurso de conceção visa selecionar um ou
3 — Ao modo de apresentação das propostas de pro- vários trabalhos de conceção, ao nível de programa base
jetos de investigação e desenvolvimento é aplicável, com ou similar, designadamente nos domínios artístico, do
as necessárias adaptações, o disposto no artigo 62.º ordenamento do território, do planeamento urbanístico,
4 — Cada concorrente só pode apresentar uma pro- da arquitetura, da engenharia ou do processamento de
posta de projeto de investigação e desenvolvimento. dados.
2 — Quando a entidade adjudicante pretenda ad-
Artigo 218.º-C quirir por ajuste direto, adotado ao abrigo do disposto
Negociação das propostas de projetos na alínea g) do n.º 1 do artigo 27.º, planos, projetos
de investigação e desenvolvimento ou quaisquer criações conceptuais que consistam na
concretização ou no desenvolvimento dos trabalhos de
1 — As entidades adjudicantes devem negociar com conceção referidos no número anterior, deve a mesma
os concorrentes a proposta inicialmente apresentada conduzir previamente um concurso de conceção, nos
por cada um deles, bem como todas as propostas pos- termos previstos no presente capítulo.
teriormente apresentadas, com exceção da proposta 3 — O concurso de conceção reveste, em regra, a
final de cada um. modalidade de concurso público, podendo ser adotada a
2 — O critério de adjudicação é o da proposta eco- modalidade de concurso limitado por prévia qualificação
nomicamente mais vantajosa, na forma prevista na quando a natureza dos trabalhos de conceção exija a
alínea a) do n.º 1 do artigo 74.º avaliação prévia da capacidade técnica dos concorrentes.
3 — Os requisitos mínimos e o critério de adjudica- 4 — Os requisitos mínimos da capacidade técnica
ção, incluindo os seus fatores e subfatores, não podem referida no número anterior devem ser adequados à
ser objeto de negociação. natureza dos trabalhos de conceção pretendidos e devem
ser fixados de forma não discriminatória.
Artigo 218.º-D 5 — A entidade adjudicante pode recorrer ao con-
Análise das propostas e celebração da parceria curso de conceção simplificado, quando o valor dos
prémios a pagar aos participantes, acrescido do valor
1 — À fase de análise das propostas de projetos de de quaisquer valores a pagar na sequência do eventual
investigação e desenvolvimento aplicam-se os trâmites ajuste direto referido na alínea g) do n.º 1 do artigo 27.º,
previstos nos artigos 146.º a 148.º, com as necessárias seja igual ou inferior a € 75 000.
adaptações. 6 — As formalidades aplicáveis na realização dos
2 — A entidade adjudicante pode decidir estabelecer procedimentos de concurso público, de concurso limi-
a parceria para a inovação com um só concorrente ou tado por prévia qualificação e concurso de conceção
com vários concorrentes, designados parceiros, compe- simplificado são as estabelecidas no presente capítulo,
tindo, neste caso, a cada um deles realizar atividades de aplicando-se, subsidiariamente, as restantes disposições
investigação e desenvolvimento distintas. do Código em matéria de formação dos contratos.
5250-(1932) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 219.º-B Artigo 219.º-D


Disposições gerais Termos de referência

1 — Salvo disposição em contrário nos termos de 1 — Os termos de referência devem indicar:


referência, cada concorrente pode apresentar vários
trabalhos de conceção, devendo organizar para cada a) A identificação do concurso, bem como a respetiva
um deles uma candidatura autónoma. modalidade escolhida;
2 — Qualquer que seja a modalidade adotada, a b) Uma descrição, tão completa quanto possível, das
identidade dos concorrentes autores dos trabalhos de características, das particularidades, das referências
conceção apresentados só pode ser conhecida e revelada e de quaisquer outros requisitos de natureza estética,
depois de elaborado o relatório a que se refere o n.º 1 funcional ou técnica que os trabalhos de conceção apre-
do artigo 219.º-I. sentados devem observar;
3 — A entidade adjudicante, o júri do concurso e os c) A entidade adjudicante e o órgão competente para
concorrentes devem praticar, ou abster-se de praticar, a decisão de contratar;
se for o caso, todos os atos necessários ao cumprimento d) A identidade dos membros, efetivos e suplentes,
do disposto no número anterior. que compõem o júri e, quando for o caso, as respetivas
4 — O procedimento decorre em plataforma eletró- habilitações profissionais específicas;
nica, podendo ser estabelecido que certos elementos da e) As habilitações profissionais específicas de que os
candidatura possam ser apresentados por correio regis- concorrentes devem ser titulares, se for o caso;
tado ou entrega presencial, com registo da data e hora da f) Os documentos que devem materializar os tra-
receção, que deve acontecer dentro do prazo fixado para balhos de conceção apresentados e a identificação
do prazo e do local para a apresentação desses do-
o efeito, e em qualquer dos casos salvaguardando-se o
cumentos;
anonimato, sob pena de exclusão da candidatura.
g) O critério de seleção, explicitando claramente os
5 — O prazo para a apresentação dos documentos
fatores e eventuais subfatores que o concretizam;
que materializam os trabalhos de conceção não pode h) O montante global dos eventuais prémios de par-
ser inferior a 30 dias, nos concursos público e limitado, ticipação a atribuir aos concorrentes cujos trabalhos de
e 15 dias, no concurso simplificado. conceção não sejam excluídos;
i) O número de trabalhos de conceção a selecionar;
Artigo 219.º-C j) O valor do prémio de consagração a atribuir a cada
Publicidade um dos concorrentes selecionados;
k) A intenção ou não de celebrar, na sequência do
1 — O concurso de conceção é publicitado no Diá- concurso, por ajuste direto ao abrigo do disposto na
rio da República através de anúncio conforme modelo alínea g) do n.º 1 do artigo 27.º, um contrato de presta-
aprovado por portaria dos membros do Governo res- ção de serviços destinado a adquirir planos, projetos ou
ponsáveis pela edição do Diário da República e pelas quaisquer criações conceptuais que consistam na con-
áreas das finanças e das obras públicas. cretização ou no desenvolvimento do ou dos trabalhos
2 — Deve ainda ser publicado um anúncio no Jornal de conceção selecionados neste concurso.
Oficial da União Europeia, exceto se se verificarem,
cumulativamente as seguintes condições:
2 — Quando for adotada a modalidade de concurso
a) A entidade adjudicante manifeste expressamente limitado por prévia qualificação, os termos de referência
que, posteriormente, não pretende celebrar contrato, por devem ainda indicar:
ajuste direto ao abrigo do disposto na alínea g) do n.º 1 a) Os requisitos mínimos de capacidade técnica que
do artigo 27.º, de aquisição do plano, do projeto ou da os candidatos devem preencher;
criação conceptual que consista na concretização ou b) Os documentos destinados à qualificação dos can-
no desenvolvimento do ou dos trabalhos de conceção didatos e a identificação do prazo e modo para a sua
selecionados; apresentação.
b) A despesa autorizada para pagamento de prémios
no âmbito do concurso de conceção seja inferior aos 3 — Os termos de referência podem ainda conter
limiares referidos nas alíneas b) ou c) do n.º 3 do ar- quaisquer regras específicas sobre o concurso de
tigo 474.º conceção consideradas convenientes pela entidade
adjudicante, desde que não tenham por efeito impe-
3 — Quando o anúncio do concurso de conceção dir, restringir ou falsear a concorrência, bem como
tenha sido publicado no Jornal Oficial da União Eu- ser acompanhados de quaisquer documentos comple-
ropeia, a entidade adjudicante deve enviar ao Serviço mentares necessários à cabal descrição referida na
das Publicações da União Europeia, no prazo de 30 dias alínea b) do n.º 1 ou indicar a entidade e o local onde
após a decisão de seleção, um anúncio conforme modelo esses documentos podem ser obtidos diretamente
constante do anexo X ao Regulamento de Execução (UE) pelos interessados.
n.º 2015/1986, da Comissão, de 11 de novembro de 2015. 4 — Quando se verificar a situação prevista na
4 — O concurso de conceção simplificado é publi- alínea k) do n.º 1, os termos de referência devem ser
citado da forma mais adequada à sua plena difusão e, acompanhados do caderno de encargos relativo ao pro-
no mínimo, no sítio na Internet da entidade adjudicante. cedimento de ajuste direto.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1933)

Artigo 219.º-E tendo apresentado as respetivas candidaturas tempesti-


Júri do concurso de conceção
vamente, cumpram os requisitos mínimos de capacidade
técnica fixados nos termos de referência.
1 — O júri do concurso de conceção, designado 2 — Efetuada a qualificação, o júri do concurso envia
pelo órgão competente para a decisão prevista no ar- aos candidatos qualificados, em simultâneo, um convite
tigo 219.º-I, é composto, em número ímpar, por um à apresentação dos trabalhos de conceção de acordo com
mínimo de três membros efetivos, um dos quais preside, as regras fixadas nos termos de referência.
e dois suplentes, salvo no caso do concurso de conceção 3 — Cumprido o disposto no número anterior, o con-
simplificado, que pode ter júri singular. curso de conceção prossegue os seus termos de acordo
2 — Quando, nos termos de referência, for exigida com o disposto no artigo anterior.
aos concorrentes a titularidade de habilitações profis-
sionais específicas, um terço dos membros do júri, ou Artigo 219.º-H
o júri singular, deve ser titular da mesma habilitação
ou equivalente. Formalidades do concurso de conceção simplificado
3 — As deliberações do júri do concurso de conceção O concurso de conceção simplificado segue as forma-
sobre a ordenação dos trabalhos de conceção apresenta- lidades determinadas nos respetivos termos de referên-
dos ou sobre a exclusão dos mesmos por inobservância cia, devendo ser observado o disposto no artigo 219.º-B
da descrição a que se refere a alínea b) do n.º 1 do artigo e no artigo seguinte.
anterior têm caráter vinculativo para a entidade adju-
dicante, não podendo, em qualquer caso, ser alteradas
Artigo 219.º-I
depois de conhecida a identidade dos concorrentes.
Decisão de seleção e prémios
Artigo 219.º-F
1 — O órgão competente da entidade adjudicante
Formalidades do concurso público de conceção seleciona um ou mais trabalhos de conceção, consoante
1 — Os documentos que materializam os trabalhos o número fixado nos termos de referência do concurso,
de conceção devem ser elaborados e apresentados de de acordo com o teor e as conclusões do relatório fi-
tal forma que fique assegurado o total e absoluto ano- nal, nomeadamente com as deliberações vinculativas
nimato dos concorrentes, não podendo conter qualquer tomadas pelo júri.
elemento que permita, de forma direta ou indireta, iden- 2 — Da decisão de seleção deve também constar a
tificar o seu autor ou autores. atribuição dos prémios de consagração aos concorren-
2 — O júri do concurso procede à apreciação dos tes selecionados, bem como a atribuição dos eventuais
trabalhos de conceção e elabora um relatório, assinado prémios de participação.
por todos os seus membros, no qual deve indicar, fun- 3 — A decisão de seleção referida nos números an-
damentadamente: teriores é notificada simultaneamente a todos os con-
correntes e, quando a modalidade escolhida for a de
a) A ordenação dos trabalhos de conceção apresen- concurso limitado, também aos concorrentes excluídos.
tados, de acordo com o critério de seleção fixado nos 4 — Os concorrentes sobre cujos trabalhos de con-
termos de referência; ceção recaia a decisão de seleção consideram-se sele-
b) A exclusão dos trabalhos de conceção apresentados cionados para efeitos do disposto na alínea g) do n.º 1
em violação de quaisquer regras relativas à apresentação do artigo 27.º
dos trabalhos. 5 — Quando os termos de referência do concurso de
conceção exigirem aos concorrentes a titularidade de
3 — O júri do concurso só pode tomar conhecimento
habilitações profissionais específicas, os concorrentes
da identidade dos concorrentes depois de integralmente
selecionados devem apresentar documentos compro-
cumprido o disposto no número anterior.
4 — Desde que isso tenha ficado previsto nos termos vativos das mesmas no prazo de cinco dias a contar da
de referência, o júri pode fazer pedidos de esclarecimento notificação da decisão de seleção.
aos concorrentes sobre os seus trabalhos ou realizar uma 6 — A decisão de seleção caduca se o concorrente
fase de demonstrações ou experiências dos trabalhos selecionado não apresentar os documentos referidos no
de conceção, destinadas a aferir o cumprimento dos número anterior no prazo nele fixado, devendo, nesse
termos de referência, a adequação ou exequibilidade caso, selecionar-se o trabalho de conceção ordenado
das soluções propostas. em lugar subsequente.
5 — Caso sejam realizadas as diligências referidas no
número anterior, o júri elabora novo relatório, refletindo Artigo 219.º-J
o resultado das mesmas e propondo a ordenação final Concurso de ideias
dos concorrentes.
1 — As disposições do presente capítulo aplicam-
Artigo 219.º-G -se, igualmente, aos concursos de ideias destinados a
adquirir uma ou várias propostas de ideias, remuneradas
Formalidades do concurso limitado de conceção através da atribuição de um prémio apropriado.
1 — Quando a modalidade escolhida for a de con- 2 — O candidato ou concorrente prepara a proposta
curso limitado por prévia qualificação, depois do termo de ideia da forma que considerar mais adequada à res-
do prazo fixado para a apresentação das candidaturas, petiva apresentação.
o júri do concurso procede à sua apreciação, propondo, 3 — O prazo para a apresentação de propostas deve
fundamentadamente, a qualificação dos candidatos que, ser estabelecido tendo em consideração a importância
5250-(1934) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

e complexidade da questão e não pode ser inferior a 3 — O convite à apresentação de propostas deve
60 dias a partir da data de publicação do anúncio. indicar:
4 — A participação no concurso de ideias deve ser
a) A identificação do sistema de aquisição dinâmico;
feita de forma anónima.
b) O prazo para a apresentação das propostas, o qual
5 — O anúncio do procedimento prevê a atribuição
não pode ser inferior a 10 dias;
de um prémio razoável, o qual não pode exceder os
c) O critério de adjudicação e os eventuais fatores e
limiares estabelecidos nos n.os 2 e 3 do artigo 474.º, à
subfatores de avaliação;
pessoa ou pessoas que desenvolverem as ideias consi-
d) O valor e o modo de prestação da caução, se exi-
deradas mais adequadas ao fim público a prosseguir.
gível.
6 — A ideia ou ideias escolhidas implicam a transfe-
rência dos respetivos direitos de propriedade intelectual
para a entidade adjudicante, após aceitação pelo con- 4 — O convite pode ainda conter quaisquer regras
corrente e pagamento do respetivo prémio. específicas sobre a fase da apresentação e análise das
7 — Após eventuais definições das disposições técni- propostas e adjudicação consideradas convenientes pela
entidade adjudicante, desde que não tenham por efeito
cas a aplicar, a ideia ou ideias escolhidas podem servir
impedir, restringir ou falsear a concorrência.
de base para um procedimento pré-contratual posterior.
8 — A entidade adjudicante pode prever, no anún-
cio do procedimento, a possibilidade de o vencedor ou Artigo 241.º-C
vencedores do concurso de ideias realizarem sucessi-
Leilão e catálogos eletrónicos
vos níveis de desenvolvimento do projeto apresentado,
através de um procedimento de ajuste direto, desde que 1 — As entidades adjudicantes podem recorrer ao
se encontre demonstrado que reúnem os requisitos de leilão eletrónico para melhoria dos atributos das pro-
capacidade técnica e financeira previstos no anúncio, postas, aplicando-se, com as necessárias adaptações,
em relação ao projeto a desenvolver. os artigos 140.º a 145.º, podendo também utilizar, nos
termos gerais, catálogos eletrónicos.
Artigo 241.º-A 2 — Desde que tal tenha ficado previsto nas peças
Participação e qualificação dos candidatos
do procedimento, a utilização dos catálogos eletrónicos
pode fazer-se mediante a definição, pela entidade adju-
1 — São admitidos todos os candidatos que satis- dicante, de um determinado objeto contratual, através
façam os requisitos mínimos exigidos nos termos do da combinação de prestações de diferentes tipos que
artigo 165.º durante o período de vigência do sistema. estejam disponíveis no catálogo eletrónico, nos termos
2 — Após decurso do prazo para apresentação das previstos no anexo XIV ao presente Código, que dele
candidaturas fixado nos termos da alínea b) do n.º 1 faz parte integrante.
do artigo 240.º, os interessados que queiram participar
no sistema de aquisição dinâmico devem apresentar a
sua candidatura de acordo com as regras previstas no Artigo 241.º-D
programa de procedimento. Atualização da documentação dos candidatos qualificados
3 — As candidaturas apresentadas nos termos do
A entidade adjudicante pode, durante a vigência
número anterior são analisadas pela entidade adjudicante
do sistema de aquisição dinâmico e a qualquer mo-
no prazo máximo de 10 dias o qual pode ser prorro-
mento, exigir aos candidatos admitidos que, no prazo
gado por mais cinco dias, caso seja necessário analisar
de cinco dias, apresentem uma versão atualizada do
documentação adicional ou em casos de manifesta com-
Documento Europeu Único de Contratação Pública, se
plexidade do processo de candidatura.
o mesmo tiver sido apresentado na fase de instituição
4 — Os prazos previstos no número anterior podem
do sistema.
ser prorrogados pela entidade adjudicante desde que,
durante esse prazo, não sejam enviados convites à apre-
sentação de propostas para a celebração de um contrato Artigo 250.º-A
ao abrigo do sistema de aquisição dinâmico. Contratos de serviços sociais e de outros serviços específicos
5 — As decisões de qualificação cabem ao órgão
competente para a decisão de contratar e são publica- Os contratos públicos de valor superior ao limiar
das na plataforma eletrónica utilizada pela entidade previsto na alínea d) do n.º 3 do artigo 474.º que tenham
adjudicante. por objeto a aquisição de serviços sociais ou de outros
serviços específicos enumerados no anexo IX ao pre-
Artigo 241.º-B sente Código, são adjudicados em conformidade com
o disposto na parte II, com as adaptações constantes dos
Convite à apresentação de proposta artigos seguintes.
1 — Para a celebração de contratos ao abrigo do
sistema de aquisição dinâmico, a entidade adjudicante Artigo 250.º-B
deve enviar convite à apresentação de proposta aos
Publicação de anúncios
candidatos que, à data da decisão de contratar, estejam
qualificados. 1 — As entidades adjudicantes que pretendam ce-
2 — Caso o sistema de aquisição dinâmico tenha sido lebrar um contrato público para aquisição de serviços
dividido em lotes, a entidade adjudicante convida apenas mencionados no artigo anterior devem publicitar a sua
os candidatos qualificados para o lote que abrange o intenção no Jornal Oficial da União Europeia e no
bem ou serviço a contratar. Diário da República por uma das seguintes formas,
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1935)

quando o respetivo valor seja superior ao limiar previsto Artigo 250.º-D


na alínea d) do n.º 3 do artigo 474.º: Contratos reservados para determinados serviços
a) Através da publicação de um anúncio de concurso 1 — As entidades adjudicantes podem lançar proce-
do qual constem as informações referidas no anexo XVIII dimentos de formação de contratos reservados quando
do Regulamento de Execução (UE) n.º 2015/1986, da estejam em causa os serviços de saúde, serviços sociais,
Comissão, de 11 de novembro de 2015; ou serviços de ensino e serviços culturais que se encontrem
b) Através de um anúncio de pré-informação do qual incluídos no anexo X ao presente Código, do qual faz
constem: parte integrante.
2 — Podem ser candidatos ou concorrentes aos
i) As informações constantes do anexo referido na procedimentos referidos no número anterior quaisquer
alínea anterior; organizações que preencham, de forma cumulativa, os
ii) Os tipos de serviços que são objeto dos contratos seguintes requisitos:
a celebrar;
iii) A indicação de que os procedimentos são adjudi- a) Terem por objeto a prossecução de uma missão de
cados sem nova publicitação, convidando-se os operado- serviço público ligada à prestação dos serviços a que se
res económicos interessados a manifestar-se por escrito. refere o número anterior;
b) Reinvestirem os seus lucros com vista à consecução
do objetivo da organização ou, caso sejam distribuídos
2 — A adjudicação deve ser publicitada por meio de
ou redistribuídos, fazê-lo com base em considerações
anúncio do qual constem as informações referidas ane- de natureza participativa;
xo III do Regulamento de Execução (UE) n.º 2015/1986, c) Contarem com a participação dos trabalhadores
da Comissão, de 11 de novembro de 2015, em conformi- no capital social da organização que executa o contrato
dade com o modelo aprovado por portaria dos membros ou basearem a sua estrutura de gestão em princípios
do Governo responsáveis pela edição do Diário da Re- participativos que requerem o envolvimento ativo dos
pública e pelas áreas das finanças e das obras públicas. trabalhadores, utilizadores ou partes interessadas;
3 — Em alternativa ao disposto no número anterior, d) Não terem celebrado nos últimos três anos, com a
as adjudicações podem ser agrupadas e publicitadas mesma entidade adjudicante, qualquer contrato abran-
através da publicação de um anúncio por trimestre. gido pela presente secção.

Artigo 250.º-C 3 — Os contratos abrangidos pela presente secção


não podem ter um prazo de vigência superior a três anos.
Procedimentos pré-contratuais 4 — O anúncio ou convite à apresentação de propos-
1 — Atendendo à natureza específica das prestações tas deve fazer referência ao presente artigo.
a adquirir e observados os princípios gerais aplicáveis 5 — Consideram-se preenchidos os requisitos previs-
à contratação pública, as entidades adjudicantes gozam tos no n.º 2 quando as organizações ali indicadas sejam
de autonomia na definição das peças procedimentais, constituídas ou participadas, nos termos legalmente ad-
mitidos, por entidades que preencham, individualmente
podendo afastar ou incluir quaisquer regras ou forma-
ou em conjunto, os referidos requisitos.
lidades, desde que isso seja necessário para atingir os 6 — O regime previsto no presente artigo é, ainda,
seguintes objetivos: aplicável às empresas sociais, constituídas nos termos
a) Garantia de uma elevada qualidade, continuidade, legalmente previstos, desde que se encontrem cumpridos
acessibilidade, disponibilidade e exaustividade dos ser- os requisitos previstos no n.º 2.
viços a adquirir; 7 — Para efeitos do disposto no presente artigo, são
b) Consideração adequada das necessidades espe- consideradas empresas sociais aquelas que se dedicam
cíficas das diferentes categorias de utilizadores dos à produção de bens e serviços com forte componente
de empreendedorismo social ou de inovação social, e
bens e serviços, incluindo os grupos desfavorecidos e
promovendo a integração no mercado de trabalho, atra-
vulneráveis; vés do desenvolvimento de programas de investigação,
c) Envolvimento e capacitação dos utilizadores e de inovação e de desenvolvimento social, nas áreas dos
inovação. serviços previstos no n.º 1.
2 — A modalidade do critério de adjudicação a uti- Artigo 256.º-A
lizar é a prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 74.º,
Obtenção de preço mais vantajoso fora do acordo-quadro
tendo em conta fatores de qualidade e sustentabilidade
para os serviços sociais. 1 — As entidades adjudicantes abrangidas por sis-
3 — Podem também ser utilizados como critérios, temas de compra vinculada ao abrigo de um acordo-
para a aquisição dos serviços abrangidos pela presente -quadro ficam excecionadas dessa vinculação caso
secção, fatores como: demonstrem que, para uma dada aquisição ou locação
de bens móveis ou aquisição de serviços, a utilização
a) A qualidade e humanidade dos cuidados a prestar, do acordo-quadro levaria ao pagamento de um preço,
avaliada através de histórico de satisfação, entrevistas por unidade de medida, pelo menos, 10 % superior ao
ou qualidade da descrição dos cuidados na proposta; preço demonstrado pela entidade adjudicante para objeto
b) Os indicadores ou níveis estimados de impacto com as mesmas características e nível de qualidade, nos
social positivo a obter com a execução do contrato. termos dos números seguintes.
5250-(1936) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

2 — Para os efeitos do número anterior, o preço por 7 — Nos acordos-quadro correspondentes à modali-
unidade de medida do acordo-quadro a considerar é: dade prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo 252.º:
a) O preço obtido na última aquisição realizada ao a) A decisão de contratar ao abrigo do acordo-quadro
seu abrigo, nos acordos-quadro correspondentes à mo- deve ser tomada em simultâneo com a de remeter con-
dalidade prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 252.º; ou vite à entidade ou às entidades para efeitos do disposto
b) O mais baixo preço indicado pelos fornecedo- no presente artigo; e
res nos procedimentos de aquisição ao seu abrigo, nos b) A apresentação das declarações e dos documentos
acordos-quadro correspondentes à modalidade prevista previstos no n.º 3 do presente artigo, nos casos em que
na alínea b) do n.º 1 do artigo 252.º permita à entidade adjudicante demonstrar os requisitos
do n.º 1, determina não haver lugar a adjudicação ao
3 — A demonstração a que se refere o n.º 1 é feita: abrigo do acordo-quadro, aplicando-se o disposto no
n.º 2 do artigo 79.º
a) No caso da formação de um contrato de aquisição
ou locação de bens móveis ou de aquisição de serviços 8 — As entidades cocontratantes ao abrigo do acordo-
cujo preço contratual não seja superior a € 5000, me- -quadro respetivo não podem apresentar as declarações
diante uma fatura pró-forma ou um documento equi- e os documentos previstos no n.º 3.
valente e uma declaração da entidade convidada de
que o bem ou serviço tem as mesmas características Artigo 266.º-A
e nível de qualidade dos bens ou serviços objeto do
acordo-quadro; Âmbito
b) No caso da formação de um contrato de aquisição 1 — O presente título estabelece o regime da aliena-
ou locação de bens móveis ou de aquisição de servi- ção dos bens móveis das entidades adjudicantes referi-
ços cujo preço contratual não seja superior ao previsto das no n.º 1 do artigo 2.º
nos termos da alínea b) do n.º 3 e n.º 5 do artigo 474.º, 2 — Para os efeitos do presente título entende-se por
mediante: alienação qualquer forma de transmissão definitiva ou
i) Declaração da entidade convidada de aceitação do temporária da propriedade ou do gozo de bens móveis,
conteúdo do caderno de encargos do acordo-quadro, incluindo a locação e o comodato.
elaborada em conformidade com o modelo constante 3 — Não são abrangidos pelo presente título:
do anexo I ao presente Código; a) Os bens que integrem o património financeiro
ii) Documento que contenha versão simplificada dos do Estado;
atributos da proposta, de acordo com os quais a entidade b) Os bens culturais móveis integrantes do patrimó-
convidada se dispõe a contratar, incluindo os aspetos da nio cultural, nos termos da Lei n.º 107/2001, de 8 de
execução do contrato aos quais a entidade adjudicante setembro;
pretende que a entidade convidada se vincule; c) Os bens móveis do Estado abrangidos pelo Re-
gulamento das Alfândegas, aprovado pelo Decreto
c) No caso da formação de um contrato de aqui- n.º 31 730, de 15 de dezembro de 1941;
sição ou locação de bens móveis ou de aquisição de d) Os bens móveis afetos às Forças Armadas e que
serviços cujo preço contratual seja superior ao previsto revistam a natureza de material militar;
nos termos da alínea b) do n.º 3 e n.º 5 do artigo 474.º, e) Os veículos automóveis e motociclos.
mediante declaração da entidade convidada de aceitação
do conteúdo do caderno de encargos do acordo-quadro, 4 — O inventário e o cadastro dos bens móveis são
elaborada em conformidade com o modelo constante do regidos por diploma próprio.
anexo I ao presente Código.
Artigo 266.º-B
4 — Nos casos previstos na alínea a) do número
anterior em que a entidade adjudicante demonstre os Disponibilização
requisitos do n.º 1, a adjudicação pode ser feita pelo ór- 1 — Os bens móveis de que os serviços não careçam
gão competente para a decisão de contratar, diretamente para o exercício das suas competências são disponibili-
sobre a fatura pró-forma ou documento equivalente zados, com vista à sua reafetação a outros serviços ou
apresentado pela entidade convidada. à sua alienação.
5 — Nos casos previstos na alínea b) do n.º 3 em 2 — São competentes para determinar a disponibili-
que a entidade adjudicante demonstre os requisitos do zação prevista no número anterior, bem como para or-
n.º 1, a declaração e os documentos a que aludem as denar a destruição ou remoção dos bens que se mostrem
subalíneas i) a ii) da referida alínea equivalem a uma insuscetíveis de reutilização e, ainda, para autorizar a
proposta, seguindo-se o procedimento subsequente con- entrega de bens disponibilizados por conta do preço a
forme previsto na parte II. pagar em quaisquer contratos públicos, os dirigentes má-
6 — Nos casos previstos na alínea c) em que a en- ximos dos serviços aos quais os móveis estejam afetos.
tidade adjudicante demonstre os requisitos do n.º 1, a 3 — A disponibilização é publicitada durante pelo
aquisição ou locação de bens ou aquisição de serviços menos cinco dias no portal dos contratos públicos.
fora do acordo-quadro segue o procedimento aplicável 4 — No caso de obras de arte, objetos com interesse
nos termos da parte II, ficando a entidade convidada vin- histórico, de coleção e antiguidades, entre outros, não
culada a apresentar proposta no âmbito do procedimento abrangidos pela alínea b) do n.º 3 do artigo anterior,
pré-contratual correspondente, por preço não superior deve a sua disponibilização ser comunicada ao serviço
ao declarado nos termos da referida alínea. competente da área da cultura.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1937)

5 — Em caso de falta de manifestações de interesse de imediato ao órgão competente, propondo em relatório


por parte de outras entidades na sequência da publicita- fundamentado as medidas corretivas que, em cada caso,
ção prevista no n.º 3 ou de qualquer outro contacto que se revelem adequadas.
a entidade adjudicante entenda adequado fazer, pode ser 4 — Ao gestor do contrato podem ser delegados
promovida a alienação nos termos dos artigos seguintes. poderes para a adoção das medidas a que se refere o
número anterior, exceto em matéria de modificação e
Artigo 266.º-C cessação do contrato.
Alienação
Artigo 299.º-B
1 — A alienação é precedida de avaliação, que pode
Fatura eletrónica
ser solicitada a outras entidades ou serviços públicos com
conhecimentos adequados para o efeito, nos termos do 1 — No âmbito da execução de contratos públicos,
artigo 66.º do Código do Procedimento Administrativo. os cocontratantes são obrigados a emitir faturas eletró-
2 — Sem prejuízo do disposto nos números seguin- nicas, as quais, sem prejuízo dos requisitos exigidos na
tes, a alienação dos bens considerados disponíveis faz-se legislação fiscal, contêm imperativamente os seguintes
em hasta pública, com publicação de anúncio no Diário elementos, sempre que aplicáveis:
da República, e cujos trâmites e condições, designa-
damente a base de licitação, são fixados pela entidade a) Identificadores do processo e da fatura;
alienante. b) Período de faturação;
3 — A alienação pode realizar-se por negociação c) Informações sobre o cocontratante;
direta com pessoa determinada: d) Informações sobre o contraente público;
e) Informações sobre a entidade beneficiária, se dis-
a) Quando o adquirente for uma entidade adjudi- tinta da anterior;
cante; f) Informações sobre o representante fiscal do co-
b) Quando o valor do bem ou do conjunto de bens a contratante;
alienar seja inferior a € 30 000; g) Referência do contrato;
c) Quando fosse possível recorrer ao ajuste direto por h) Condições de entrega;
fundamentos materiais, designadamente por motivos i) Instruções de pagamento;
de urgência imperiosa ou deserção de anterior hasta j) Informações sobre ajustamentos e encargos;
pública. l) Informações sobre as rubricas da fatura;
m) Totais da fatura.
4 — Por razões de interesse público devidamente
fundamentadas e, no caso das entidades ou serviços 2 — Não são exigidas faturas eletrónicas quando se
da administração direta e indireta do Estado, mediante trate da execução de contratos declarados secretos ou
parecer favorável da Direção-Geral do Tesouro e Finan- acompanhados de medidas especiais de segurança.
ças, pode ser autorizada pelos dirigentes máximos dos 3 — O modelo de fatura eletrónica é o estabelecido
serviços a alienação a título gratuito. pela norma europeia respetiva aprovada pela Comissão
5 — É dispensado o parecer referido no número an- Europeia e publicitada no portal dos contratos públicos.
terior quando o adquirente for uma entidade adjudicante 4 — Os dados pessoais obtidos para efeitos de fatu-
referida no n.º 1 do artigo 2.º, uma instituição particular ração eletrónica só podem ser usados para esse fim ou
de solidariedade social ou uma pessoa coletiva de utili- para fins que com ele sejam compatíveis.
dade pública administrativa. 5 — A regulamentação dos aspetos complementares
6 — Salvo disposição legal em contrário, no caso da faturação eletrónica é feita por portaria dos membros
de entidades adjudicantes da administração direta do do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e das
Estado, 25 % do produto da alienação dos bens constitui obras públicas.
receita do serviço alienante, sendo o restante entregue
nos cofres do Estado após deduzidos os encargos de Artigo 301.º-A
alienação.
Contratos com forte componente de inovação
Artigo 290.º-A 1 — É reconhecida a especificidade dos contratos
Gestor do contrato cujo objeto abranja prestações particularmente ligadas à
inovação sob qualquer das suas formas, como os contra-
1 — O contraente público deve designar um gestor tos emergentes de parcerias para a inovação, ou relativos
do contrato, com a função de acompanhar permanen- à aquisição de serviços sociais, de saúde ou ensino, ou
temente a execução deste. de serviços de investigação e desenvolvimento.
2 — Quando se trate de contratos com especiais ca- 2 — Tal especificidade traduz-se, designadamente,
racterísticas de complexidade técnica ou financeira ou nos seguintes aspetos:
de duração superior a três anos, e sem prejuízo das
funções que sejam definidas por cada contraente pú- a) Possibilidade de definição das prestações con-
blico, o gestor deve elaborar indicadores de execução tratuais por referência aos resultados a atingir, sem no
quantitativos e qualitativos adequados a cada tipo de entanto haver garantia de obtenção dos mesmos;
contrato, que permitam, entre outros aspetos, medir b) Possibilidade de adoção de mecanismos de paga-
os níveis de desempenho do cocontratante, a execução mento associados ao grau de obtenção dos objetivos e
financeira, técnica e material do contrato. resultados, podendo dar origem a situações de ausência
3 — Caso o gestor detete desvios, defeitos ou outras de remuneração, com ou sem reembolso dos valores
anomalias na execução do contrato, deve comunicá-los despendidos, bem como a situações em que a remune-
5250-(1938) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

ração apenas se torna certa após o final da execução das Artigo 321.º-A
prestações do cocontratante;
Pagamento direto ao subcontratado
c) Nos casos em que se preveja o pagamento asso-
ciado a resultados, devem ser previstos indicadores 1 — O subcontratado pode reclamar, junto do con-
que permitam a quantificação do grau de obtenção dos traente público, os pagamentos em atraso que lhe sejam
mesmos e formas adequadas de o fazer, designadamente devidos pelo cocontratante, exercendo o contraente pú-
com recurso a avaliações independentes; blico o direito de retenção sobre as quantias do mesmo
d) Previsão de um faseamento adequado da execução montante devidas ao cocontratante por força do contrato
do contrato, associada à medição do grau de obtenção principal.
dos objetivos, com atribuição de adequados poderes de 2 — O contraente público notifica o cocontratante
fiscalização por parte do contraente público; para proceder à liquidação ou apresentar motivo jus-
e) Adequada flexibilidade das prestações contratuais tificativo para o não pagamento, devendo neste caso
e dos indicadores de controlo dos resultados, respeitando indicar o prazo, não superior a 30 dias, no qual se propõe
os limites para as modificações objetivas, nomeada- liquidar a dívida ao subcontratado.
mente, através da previsão, no contrato, de cenários
3 — O contraente público efetua diretamente os pa-
alternativos;
f) Possibilidade de o contraente público pôr termo gamentos ao subcontratado caso o cocontratante não se
ao contrato, designadamente em fases intermédias de oponha nos termos do número anterior, ou não liquide
avaliação dos resultados, sem outra compensação além os valores devidos no prazo por si indicado.
do pagamento dos valores despendidos com a tentativa 4 — O contraente público deve exercer o direito à
de obtenção dos resultados. compensação entre os valores pagos aos subcontratados
e os valores por si devidos ao cocontratante.
Artigo 318.º-A 5 — O pagamento direto aos subcontratados pelo
contraente público está limitado ao valor dos débitos
Cessão da posição contratual vencidos e não pagos ao cocontratante ou, se futuros,
por incumprimento do cocontratante
por aquele reconhecidos.
1 — O contrato pode prever que, em caso de incum- 6 — A presente disposição não se aplica aos contratos
primento, pelo cocontratante, das suas obrigações, que de concessão de obra ou serviço público ou contratos
reúna os pressupostos para a resolução do contrato, o que configurem uma parceria público-privada.
cocontratante ceda a sua posição contratual ao concor-
rente do procedimento pré-contratual na sequência do Artigo 410.º-A
qual foi celebrado o contrato em execução, que venha
a ser indicado pelo contraente público, pela ordem se- Valor do contrato de concessão
quencial daquele procedimento. 1 — O valor de um contrato de concessão corres-
2 — Para o efeito previsto na parte final do número ponde ao total do volume de negócios do concessioná-
anterior, o contraente público interpela, gradual e se- rio gerado ao longo da duração do contrato, sem IVA,
quencialmente, os concorrentes que participaram no conforme estipulado no contrato, em contrapartida das
procedimento pré-contratual original, de acordo com a obras e dos serviços que foram objeto da concessão,
respetiva classificação final, a fim de concluir um novo
bem como dos fornecimentos relacionados com tais
contrato para a adjudicação da conclusão dos trabalhos.
3 — A execução do contrato ocorre nas mesmas obras e serviços.
condições já propostas pelo cedente no procedimento 2 — O valor do contrato deve ter em conta, nomea-
pré-contratual original. damente, o seguinte:
4 — A cessão da posição contratual opera por mero a) O valor de qualquer tipo de opção e eventuais
efeito de ato do contraente público, sendo eficaz a partir prorrogações da duração da concessão;
da data por este indicada. b) As receitas provenientes do pagamento de taxas
5 — Os direitos e obrigações do cocontratante, desde pelos utilizadores das obras ou dos serviços distintas das
que constituídos em data anterior à da notificação do ato cobradas em nome da entidade adjudicante;
referido no número anterior, transmitem-se automatica- c) Os pagamentos ou qualquer vantagem financeira,
mente para o cessionário na data de produção de efeitos independentemente da forma, que a entidade adjudicante
daquele ato, sem que este a tal se possa opor. ou qualquer outra autoridade pública proporcione ao
6 — As obrigações assumidas pelo cocontratante
concessionário, incluindo a compensação pelo cum-
depois da notificação referida no n.º 4 apenas vinculam
a entidade cessionária quando este assim o declare, primento de uma obrigação de serviço público e os
após a cessão. subsídios ao investimento público;
7 — A caução e as garantias prestadas pelo cocontra- d) O valor das subvenções ou de quaisquer outras
tante inicial são objeto de redução na proporção do valor vantagens financeiras, independentemente da forma,
das prestações efetivamente executadas e são liberadas provenientes de terceiros pela execução da concessão;
seis meses após a data da cessão, ou, no caso de existi- e) A receita da venda de ativos que façam parte do
rem obrigações de garantia, após o final dos respetivos estabelecimento da concessão;
prazos, mediante comunicação dirigida pelo contraente f) O valor de todos os fornecimentos e serviços postos
público aos respetivos depositários ou emitentes. à disposição do concessionário pelas entidades adju-
8 — A posição contratual do cocontratante nos sub- dicantes, desde que sejam necessários à execução das
contratos por si celebrados transmite-se automatica- obras ou à prestação dos serviços;
mente para a entidade cessionária, salvo em caso de g) Os prémios ou pagamentos a candidatos ou pro-
recusa por parte desta. ponentes.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1939)

Artigo 420.º-A atingido os valores máximos aplicáveis nos termos dos


Modificações ao contrato
n.os 2 e 3 do artigo 329.º;
b) Incumprimento contratual que tenha sido objeto
1 — O concedente apenas pode ampliar a quantidade de duas resoluções sancionatórias nos três últimos anos
de obras ou serviços abrangidos pelo contrato, com com fundamento na alínea a) do n.º 1 do artigo 333.º,
fundamento em circunstâncias não previstas, se: em qualquer das situações das alíneas b) a g) do n.º 1
do artigo 405.º e as constantes do artigo 423.º
a) As mesmas não puderem ser técnica ou econo-
micamente separáveis do objeto do contrato sem in-
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, os
convenientes graves ou que impliquem um aumento
contraentes públicos devem comunicar ao Instituto dos
considerável de custos para concedente;
Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P.,
b) O valor dessas obras ou serviços não exceder 10 %
as situações aí referidas, no prazo de 10 dias a contar
do valor do contrato.
da sua ocorrência.
3 — A aplicação da sanção referida no presente artigo
2 — Quando a modificação do contrato se fundar em cabe ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário
circunstâncias imprevisíveis, o valor da modificação não e da Construção, I. P., e é objeto de publicitação no
pode ultrapassar 50 % do valor do contrato. portal dos contratos públicos.
Artigo 454.º-A Artigo 474.º
Acompanhamento e monitorização dos contratos públicos
Montantes dos limiares europeus
O Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e 1 — Os montantes dos limiares europeus, para efeitos
da Construção, I. P., é, nos termos da lei, o organismo de publicitação obrigatória de anúncio no Jornal Oficial
responsável pela regulação dos contratos públicos e é da União Europeia, previstos no artigo 8.º da Diretiva
o ponto de referência de cooperação com a Comissão n.º 2014/23/UE, no artigo 4.º da Diretiva n.º 2014/24/UE
Europeia, para efeitos do disposto no n.º 5 do artigo 83.º e no artigo 15.º da Diretiva n.º 2014/25/UE, todas do
da Diretiva n.º 2014/24/UE, do Parlamento Europeu e Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro, à
do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014. data da publicação do presente Código, são os previstos
nos números seguintes.
Artigo 454.º-B 2 — O montante do limiar previsto para os contratos
Auditoria e fiscalização dos contratos públicos de concessão de serviços públicos e de obras públicas
é de € 5 225 000.
A auditoria e a fiscalização dos contratos públicos 3 — Os montantes dos limiares previstos para os
compete ao Tribunal de Contas, à Inspeção-Geral de contratos públicos são os seguintes:
Finanças e às entidades com competências de inspeção
e controlo interno, nos termos previstos em legislação a) € 5 225 000, para os contratos de empreitada de
própria. obras públicas;
b) € 135 000, para os contratos públicos de forneci-
Artigo 454.º-C mentos de bens, de prestação de serviços e de concursos
de conceção, adjudicados pelo Estado;
Dever de colaboração com outras autoridades
c) € 209 000, para os contratos referidos na alínea an-
1 — As entidades adjudicantes e o Instituto dos Mer- terior, adjudicados por outras entidades adjudicantes;
cados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P., d) € 750 000, para os contratos públicos relativos a
devem prestar prontamente a colaboração requerida pelo serviços sociais e outros serviços específicos enumera-
Ministério Público, pela Autoridade da Concorrência e dos no anexo IX ao presente Código.
pelas entidades de auditoria e fiscalização referidas no
artigo anterior, para o desempenho da respetiva missão, 4 — Os montantes dos limiares previstos para os con-
nomeadamente garantindo o acesso direto às bases de tratos públicos celebrados pelas entidades que operam
dados de informações de contratos públicos e apresen- nos setores da água, da energia, dos transportes e dos
tando os documentos ou registos solicitados. serviços postais são os seguintes:
2 — As informações disponibilizadas nos termos do a) € 5 225 000, para os contratos de empreitada de
número anterior apenas podem ser utilizadas no âmbito obras públicas;
das competências das referidas autoridades. b) € 418 000, para os contratos públicos de forneci-
mentos de bens, de prestação de serviços e de concursos
Artigo 464.º-A de conceção;
Proibição de participação decorrente c) € 1 000 000, para os contratos públicos relativos
de incumprimento contratual a serviços sociais e outros serviços específicos enume-
rados no anexo IX ao presente Código.
1 — Pode ser aplicada sanção de proibição de par-
ticipação em procedimentos de formação de contratos
5 — Os montantes dos limiares referidos nos números
públicos, pelo prazo de um ano, às entidades que se
anteriores são revistos de dois em dois anos pela Comis-
encontrem em qualquer das seguintes situações:
são Europeia, constando de regulamento a publicar no
a) Incumprimento contratual que tenha dado origem, Jornal Oficial da União Europeia, sendo posteriormente
nos três últimos anos, à aplicação de sanções que tenham divulgados no portal dos contratos públicos.
5250-(1940) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 475.º cia um custo mais elevado para as entidades adjudican-


tes ou contraentes públicos.
Base de dados de certificados (e-Certis)
1 — Com vista a facilitar a apresentação de propos- 4 — Se se optar pela submissão de litígio a tribunal
tas transfronteiriças, as entidades adjudicantes devem arbitral não integrado em centro de arbitragem institu-
recorrer ao e-Certis e solicitar os tipos de certificados cionalizado, a entidade contratante deve elaborar uma
ou provas documentais abrangidos por este sistema. avaliação de impacto dos custos que tal opção importa,
2 — No e-Certis são disponibilizadas todas as ver- designadamente quanto aos honorários de árbitros e
sões linguísticas do Documento Europeu Único de Con- advogados, taxas, custas e outras despesas.
tratação Pública. 5 — Nos litígios de valor superior a € 500 000, da de-
3 — O Instituto dos Mercados Públicos, do Imobi- cisão arbitral cabe recurso para o tribunal administrativo
liário e da Construção, I. P., é responsável por manter competente, nos termos da lei, com efeito meramente
atualizada a informação da base de dados e-Certis. devolutivo.»

Artigo 476.º Artigo 6.º


Resolução alternativa de litígios Aditamento de anexos do Código dos Contratos Públicos

1 — O recurso à arbitragem ou a outros meios de São aditados ao Código dos Contratos Públicos os
resolução alternativa de litígios é permitido, nos termos anexos VII a XIV, com a redação constante do anexo II ao
da lei, para a resolução de litígios emergentes de proce- presente decreto-lei, do qual faz parte integrante.
dimentos ou contratos aos quais se aplique o presente
Código. Artigo 7.º
2 — Quando opte pela sujeição dos litígios a arbi- Alterações sistemáticas
tragem, a entidade adjudicante prevê obrigatoriamente:
São introduzidas ao Código dos Contratos Públicos as
a) A aceitação, por parte de todos os interessados, seguintes alterações sistemáticas:
candidatos e concorrentes, da jurisdição de um cen-
a) A epígrafe do capítulo I do título II da parte II passa a
tro de arbitragem institucionalizado competente para ter a redação «Preparação do procedimento»;
o julgamento de questões relativas ao procedimento de b) A epígrafe do capítulo I do título III da parte II passa
formação de contrato, de acordo com o modelo previsto a ter a redação «Consulta prévia e ajuste direto»;
no anexo XII ao presente Código, do qual faz parte inte- c) A epígrafe da secção III do capítulo I do título III da
grante, a incluir no programa do procedimento; parte II passa a ter a redação «Ajuste direto simplificado»;
b) A necessidade de aceitação, por parte do cocon- d) A epígrafe do título I da parte III passa a ter a redação
tratante, da jurisdição do centro de arbitragem institu- «Regime substantivo dos contratos administrativos»;
cionalizado para a resolução de quaisquer conflitos re- e) A epígrafe da parte IV passa a ter a redação «Gover-
lativos ao contrato de acordo com o modelo previsto no nação e regime sancionatório»;
anexo XII, a incluir no caderno de encargos e no contrato; f) É aditado um capítulo VI ao título III da parte II com
c) O modo de constituição do tribunal e o regime a epígrafe «Parceria para a inovação», que integra os ar-
processual a aplicar, por remissão para as normas do tigos 218.º-A a 218.º-D;
regulamento do centro de arbitragem institucionali- g) É aditado um capítulo IV ao título IV da parte II com a
zado competente, de acordo com o modelo previsto epígrafe «Serviços sociais e outros serviços específicos»,
no anexo XII. que integra os artigos 250.º-A a 250.º-D;
h) É aditado um título VI-A à parte II com a epígrafe
3 — A resolução de litígios por meio de arbitragem «Alienação de bens móveis», que integra os artigos 266.º-A
em tribunais arbitrais não integrados em centros de a 266.º-C;
arbitragem institucionalizados só pode ser determinada i) É aditado um capítulo I à parte IV com a epígrafe
numa das seguintes situações: «Governação», que integra os artigos 454.º-A a 454.º-C;
j) É aditado um capítulo II à parte IV com a epígrafe «Re-
a) Quando, face à elevada complexidade das ques- gime sancionatório», que integra os artigos 455.º a 464.º-A.
tões jurídicas ou técnicas envolvidas, ao elevado valor k) A epígrafe do artigo 381.º passa a ter a redação
económico das questões a resolver, ou à inexistência «Indemnização por redução do preço contratual».
de centro de arbitragem institucionalizado competente
na matéria, seja aconselhável a submissão de eventuais Artigo 8.º
litígios à jurisdição de tribunal arbitral não integrado em
centro de arbitragem institucionalizado; Remissões
b) Quando o processo arbitral previsto nos regula- 1 — Todas as remissões para as disposições legais e
mentos do respetivo centro de arbitragem institucionali- para os atos legislativos revogados nos termos do presente
zado não se conforme com o regime de urgência previsto decreto-lei consideram-se feitas para as correspondentes
no Código do Processo nos Tribunais Administrativos disposições do Código dos Contratos Públicos.
para os contratos por ele abrangidos; 2 — As referências, constantes de qualquer ato le-
c) Quando se demonstre que a utilização de um centro gislativo ou regulamentar, aos serviços mencionados no
de arbitragem institucionalizado teria como consequên- anexo II-B da Diretiva n.º 2004/18/CE, do Parlamento Eu-
cia uma resolução mais morosa do litígio; ropeu e do Conselho, de 31 de março, consideram-se feitas
d) Quando se demonstre que a utilização de um centro para os serviços enumerados no anexo IX ao Código dos
de arbitragem institucionalizado teria como consequên- Contratos Públicos.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1941)

Artigo 9.º a) «Instituto da Construção e do Imobiliário, I. P.» e


Norma transitória «Inspeção-Geral das Obras Públicas, Transportes e Comu-
nicações» deve ler-se «Instituto dos Mercados Públicos,
1 — Até 31 de dezembro de 2018, os cocontratantes do Imobiliário e da Construção, I. P.»;
podem utilizar mecanismos de faturação diferentes dos b) «Ministro» ou «ministros» deve ler-se «membro do
previstos no artigo 299.º-B do Código dos Contratos Pú-
blicos, na redação dada pelo presente decreto-lei. Governo» ou «membros do Governo», respetivamente;
2 — Os processos contraordenacionais por infração ao c) «Portaria conjunta» deve ler-se «portaria»;
Código dos Contratos Públicos que se encontrem pendentes d) «Pública-privada» ou «públicas-privadas» deve ler-se
em fase de instrução na Autoridade de Segurança Alimen- «público-privada» ou «público-privadas», respetivamente;
tar e Económica, à data da entrada em vigor do presente e) «Trabalhos a mais» e «trabalhos de suprimento de
decreto-lei, são remetidos oficiosamente ao Instituto dos erros e omissões» deve ler-se «trabalhos complementares».
Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P.
Artigo 12.º
Artigo 10.º
Aplicação no tempo
Norma revogatória
1 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes,
1 — São revogados:
o presente decreto-lei só é aplicável aos procedimentos de
a) O Decreto-Lei n.º 307/94, de 21 de dezembro; formação de contratos públicos iniciados após a sua data
b) Os n.os 4 e 6 do artigo 1.º, os n.os 5 a 7 do artigo 5.º, o de entrada em vigor, bem como aos contratos que resultem
artigo 6.º, as alíneas c) a i) do n.º 1 do artigo 9.º, o n.º 3 do desses procedimentos.
artigo 10.º, os n.os 2 e 3 do artigo 20.º, o n.º 3 do artigo 22.º, 2 — O presente decreto-lei não se aplica a prorrogações,
a alínea f) do n.º 1 e a alínea c) do n.º 2 do artigo 24.º, o
expressas ou tácitas, do prazo de execução das prestações
n.º 2 do artigo 27.º, a alínea e) do n.º 1 e os n.os 2 a 4 do
artigo 29.º, o artigo 30.º, os n.os 7 a 9 do artigo 32.º, o n.º 2 que constituem o objeto de contratos públicos cujo pro-
do artigo 33.º, os n.os 13 e 14 do artigo 49.º, a alínea g) cedimento tenha sido iniciado previamente à data da sua
do n.º 1 do artigo 55.º, a alínea d) do n.º 1 do artigo 57.º, entrada em vigor.
o artigo 61.º, os n.os 2 e 3 do artigo 62.º, o n.º 2 do ar- 3 — O regime de liberação das cauções previsto no
tigo 80.º, os n.os 3 a 7 do artigo 81.º, os artigos 82.º, 83.º artigo 295.º do Código dos Contratos Públicos, na redação
e 84.º, o n.º 5 do artigo 86.º, o n.º 2 do artigo 98.º, o n.º 2 dada pelo presente decreto-lei, aplica-se a todos os con-
do artigo 100.º, o n.º 5 do artigo 105.º, o artigo 108.º, o tratos de empreitadas de obras públicas em vigor, ou que
n.º 3 do artigo 115.º, o n.º 2 do artigo 127.º, os n.os 4 e 8 tenham os respetivos prazos de garantia em curso à data
do artigo 131.º, os n.os 3 e 6 do artigo 132.º, os n.os 3 a 5 da entrada em vigor do presente decreto-lei, ou ainda a
do artigo 133.º, o artigo 134.º, o n.º 4 do artigo 136.º, o
n.º 2 do artigo 157.º, o n.º 2 do artigo 160.º, a alínea i) contratos a celebrar na sequência de procedimento anterior
do n.º 1 do artigo 164.º, a alínea e) do n.º 1 e os n.os 2 à data da entrada em vigor do presente decreto-lei.
e 5 do artigo 165.º, a alínea j) do n.º 2 do artigo 189.º,
os artigos 219.º a 236.º, o artigo 239.º, os artigos 241.º Artigo 13.º
a 244.º, o n.º 5 do artigo 253.º, o n.º 3 do artigo 261.º, Entrada em vigor
o n.º 3 do artigo 283.º, o artigo 283.º-A, o n.º 6 do ar-
tigo 295.º, o n.º 2 do artigo 357.º, o n.º 2 do artigo 358.º, O presente decreto-lei entra em vigor a 1 de janeiro
os artigos 376.º e 377.º, o n.º 5 do artigo 378.º, o n.º 4 do de 2018.
artigo 454.º, o n.º 2 do artigo 461.º, o n.º 2 do artigo 465.º, o
artigo 466.º e o anexo IV do Código dos Contratos Públicos; Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 18 de
c) A Portaria n.º 701-B/2008, de 29 de julho; maio de 2017. — Mário José Gomes de Freitas Cente-
d) A Portaria n.º 701-C/2008, de 29 de julho; no — José Luís Pereira Carneiro — Maria Manuel de Le-
e) A Portaria n.º 701-D/2008, de 29 de julho; mos Leitão Marques — Mário José Gomes de Freitas Cen-
f) A Portaria n.º 701-E/2008, de 29 de julho; teno — José Alberto de Azeredo Ferreira Lopes — Maria
g) A Portaria n.º 701-F/2008, de 29 de julho; Constança Dias Urbano de Sousa — Francisca Eugénia
h) A Portaria n.º 701-I/2008, de 29 de julho; da Silva Dias Van Dunem — Carlos Manuel Soares Mi-
i) A Portaria n.º 701-J/2008, de 29 de julho. guel — Luís Filipe Carrilho de Castro Mendes — Tiago
Brandão Rodrigues — José António Fonseca Vieira da
2 — As competências da comissão de acompanhamento
e fiscalização dos projetos de investigação e desenvolvi- Silva — Adalberto Campos Fernandes — Pedro Manuel
mento criada e regulada pela Portaria n.º 701-J/2008, de Dias de Jesus Marques — Manuel de Herédia Caldeira
29 de julho, passam a ser exercidas pela Agência Nacional Cabral — João Pedro Soeiro de Matos Fernandes — Luís
de Inovação. Medeiros Vieira — Ana Paula Mendes Vitorino.
Promulgado em 2 de agosto de 2017.
Artigo 11.º
Republicação Publique-se.
1 — É republicado, no anexo III ao presente decreto- O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
-lei, do qual faz parte integrante, o Código dos Contratos Referendado em 7 de agosto de 2017.
Públicos, com a redação atual.
2 — Para efeitos de republicação, onde se lê: O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.
5250-(1942) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

ANEXO I sem prejuízo da participação à entidade competente para


(a que se refere o artigo 4.º)
efeitos de procedimento criminal.

«ANEXO I ... (local),... (data),... [assinatura (4)].


(1) Aplicável apenas a concorrentes que sejam pessoas coletivas.
Modelo de declaração (2) No caso de o concorrente ser uma pessoa singular, suprimir a
expressão ‘a sua representada’.
[a que se refere a alínea a) do n.º 1 do artigo 57.º (3) Enumerar todos os documentos que constituem a proposta, para
ou a subalínea i) da alínea b) e alínea c) além desta declaração, nos termos do disposto nas alíneas b) e c) do n.º 1
do n.º 3 do artigo 256.º-A, conforme aplicável] e nos n.os 2 e 3 do artigo 57.º ou na subalínea i) da alínea b) ou alínea c)
1 — ... (nome, número de documento de identificação do n.º 3 do artigo 256.º-A, conforme aplicável.
(4) Nos termos do disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 57.º
e morada), na qualidade de representante legal de (1)...
(firma, número de identificação fiscal e sede ou, no caso
ANEXO II
de agrupamento concorrente, firmas, números de iden-
tificação fiscal e sedes), tendo tomado inteiro e perfeito
Modelo de declaração
conhecimento do caderno de encargos relativo à execução
do contrato a celebrar na sequência do procedimento de...
(designação ou referência ao procedimento em causa) e, [a que se refere a alínea a) do n.º 1 do artigo 81.º]
se for o caso, do caderno de encargos do acordo-quadro 1 — ... (nome, número de documento de identificação
aplicável ao procedimento, declara, sob compromisso de e morada), na qualidade de representante legal de (1)...
honra, que a sua representada (2) se obriga a executar o (firma, número de identificação fiscal e sede ou, no caso de
referido contrato em conformidade com o conteúdo do(s) agrupamento concorrente, firmas, números de identificação
mencionado(s) caderno(s) de encargos, relativamente ao
fiscal e sedes), adjudicatário(a) no procedimento de... (de-
qual declara aceitar, sem reservas, todas as suas cláusulas.
2 — Declara também que executa o referido contrato signação ou referência ao procedimento em causa), declara,
nos termos previstos nos seguintes documentos, que junta sob compromisso de honra, que a sua representada (2) não
em anexo (3): se encontra em nenhuma das situações previstas no n.º 1
do artigo 55.º do Código dos Contratos Públicos.
a)... 2 — O declarante junta em anexo [ou indica … como
b)... endereço do sítio da Internet onde podem ser consultados
(3)] os documentos comprovativos de que a sua repre-
3 — Declara ainda que renuncia a foro especial e se
submete, em tudo o que respeitar à execução do referido sentada (4) não se encontra nas situações previstas nas
contrato, ao disposto na legislação portuguesa aplicável. alíneas b), d), e) e i) do n.º 1 do artigo 55.º do Código dos
4 — Mais declara, sob compromisso de honra, que não Contratos Públicos.
se encontra em nenhuma das situações previstas no n.º 1 3 — O declarante tem pleno conhecimento de que a
do artigo 55.º do Código dos Contratos Públicos. prestação de falsas declarações implica a caducidade da
5 — O declarante tem pleno conhecimento de que a adjudicação e constitui contraordenação muito grave, nos
prestação de falsas declarações implica, consoante o caso, termos do artigo 456.º do Código dos Contratos Públicos,
a exclusão da proposta apresentada ou a caducidade da a qual pode determinar a aplicação da sanção acessória de
adjudicação que eventualmente sobre ela recaia e constitui privação do direito de participar, como candidato, como
contraordenação muito grave, nos termos do artigo 456.º concorrente ou como membro de agrupamento candidato ou
do Código dos Contratos Públicos, a qual pode determinar concorrente, em qualquer procedimento adotado para a for-
a aplicação da sanção acessória de proibição do direito de mação de contratos públicos, sem prejuízo da participação à
participar, como candidato, como concorrente ou como entidade competente para efeitos de procedimento criminal.
membro de agrupamento candidato ou concorrente, em
qualquer procedimento adotado para a formação de con- ... (local),... (data),... [assinatura (5)].
tratos públicos, sem prejuízo da participação à entidade (1) Aplicável apenas a concorrentes que sejam pessoas coletivas.
competente para efeitos de procedimento criminal. (2) No caso de o concorrente ser uma pessoa singular, suprimir a
6 — Quando a entidade adjudicante o solicitar, o con- expressão ‘a sua representada’.
corrente obriga-se, nos termos do disposto no artigo 81.º do (3) Acrescentar as informações necessárias à consulta, se for o caso.
Código dos Contratos Públicos, a apresentar os documentos (4) No caso de o concorrente ser uma pessoa singular, suprimir a
comprovativos de que não se encontra nas situações pre- expressão ‘a sua representada’.
vistas nas alíneas b), d), e) e i) do n.º 1 do artigo 55.º do (5) Nos termos do disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 57.º
referido Código.
7 — O declarante tem ainda pleno conhecimento de que ANEXO III
a não apresentação dos documentos solicitados nos termos
do número anterior, por motivo que lhe seja imputável, Modelo de ficha
determina a caducidade da adjudicação que eventualmente
recaia sobre a proposta apresentada e constitui contraorde- (a que se refere o n.º 1 do artigo 127.º e o n.º 1 do artigo 465.º)
nação muito grave, nos termos do artigo 456.º do Código
dos Contratos Públicos, a qual pode determinar a aplicação Entidade adjudicante . . . . . . . . . . . . Identificação da entidade adju-
da sanção acessória de privação do direito de participar, dicante.
Adjudicatário . . . . . . . . . . . . . . . . . . Identificação do adjudicatário.
como candidato, como concorrente ou como membro de Objeto do contrato . . . . . . . . . . . . . . Descrição sumária.
agrupamento candidato ou concorrente, em qualquer pro- Preço contratual . . . . . . . . . . . . . . . . Preço calculado nos termos do
cedimento adotado para a formação de contratos públicos, disposto no artigo 17.º
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1943)

Prazo da execução das principais pres- tes, nomeadamente, dos documentos do procedimento,
tações objeto do contrato. que definem as características exigidas ao material ou
Local da execução das principais pres- produto e que permitem caracterizá-los de modo a que
tações objeto do contrato.
Critério material de escolha do ajuste (1) correspondam à utilização a que a entidade adjudicante
direto (se aplicável). os destina; essas características incluem os níveis de
Critério de escolha da entidade, quando desempenho ambiental e climático, a conceção que
utilizada a consulta prévia. preveja todas as utilizações (incluindo a acessibilidade
(1) Indicar o fundamento da escolha do procedimento de ajuste direto, incluindo a não
opção pela consulta prévia nos termos do artigo 27.º-A, quando este tiver sido adotado ao
por parte das pessoas com deficiência) e a avaliação da
abrigo do disposto nos artigos 24.º a 27.º conformidade, o desempenho, a segurança ou as dimen-
sões, incluindo os procedimentos relativos à garantia
de qualidade, a terminologia, os símbolos, os ensaios
e métodos de ensaio, a embalagem, a marcação e a
ANEXO V rotulagem, as instruções de utilização, bem como os
procedimentos e métodos de produção em qualquer das
Modelo de declaração fases do ciclo de vida dos trabalhos; as características
incluem igualmente as regras de conceção e cálculo
(a que se refere o n.º 1 do artigo 168.º) dos custos, as condições de ensaio, de controlo e de
receção das obras, bem como as técnicas ou métodos
1 — ... (nome, número de documento de identifica- de construção e todas as outras condições de caráter
ção e morada), na qualidade de representante legal de técnico que a autoridade adjudicante possa exigir, por
( 1)... (firma, número de identificação fiscal e sede ou, meio de regulamentação geral ou especial, no que res-
no caso de agrupamento concorrente, firmas, números peita às obras acabadas e aos materiais ou elementos
de identificação fiscal e sedes), tendo tomado conhe- integrantes dessas obras;
cimento das peças do procedimento de... (designação b) No caso de contratos de aquisição ou locação
ou referência ao procedimento em causa), vem por este de bens móveis e de aquisição de serviços, uma espe-
meio apresentar a respetiva candidatura, juntando em cificação constante de um documento que define as
anexo, para o efeito, os seguintes documentos desti- características exigidas a um produto ou a um serviço,
nados à qualificação (2): tais como os níveis de qualidade, os níveis de desem-
2 — Para o efeito declara, sob compromisso de honra, penho ambiental e climático, a conceção que preveja
que não se encontra em nenhuma das situações pre- todas as utilizações (incluindo a acessibilidade por
vistas no n.º 1 do artigo 55.º do Código dos Contratos parte das pessoas com deficiência) e a avaliação da
Públicos. conformidade, o desempenho, a utilização do produto,
3 — O declarante tem pleno conhecimento de que a a segurança ou as dimensões, incluindo as prescrições
prestação de falsas declarações implica a exclusão da aplicáveis ao produto no que se refere ao nome sob o
candidatura apresentada e constitui contraordenação qual é vendido, a terminologia, os símbolos, os ensaios
muito grave, nos termos do artigo 456.º do Código e métodos de ensaio, a embalagem, a marcação e rotu-
dos Contratos Públicos, a qual pode determinar a apli- lagem, as instruções de utilização, os procedimentos e
cação da sanção acessória de privação do direito de métodos de produção em qualquer fase do ciclo de vida
participar, como candidato, como concorrente ou como do produto ou serviço e os procedimentos de avaliação
membro de agrupamento candidato ou concorrente, da conformidade.
em qualquer procedimento adotado para a formação
de contratos públicos, sem prejuízo da participação
à entidade competente para efeitos de procedimento 2 — Entende-se por ‘Norma’: uma especificação técnica
criminal. aprovada por um organismo de normalização reconhecido
para aplicação repetida ou continuada, cuja observância
... (local),... (data),... [assinatura (3)]. não é obrigatória e que se enquadra no âmbito de uma das
(1) Aplicável apenas a concorrentes que sejam pessoas coletivas. seguintes categorias:
(2) Enumerar todos os documentos que constituem a candidatura, para
além desta declaração, indicados no programa do procedimento. a) ‘Norma internacional’: uma norma aprovada por um
(3) Nos termos do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 168.º» organismo internacional de normalização e acessível ao
público em geral;
b) ‘Norma europeia’: uma norma aprovada por um or-
ANEXO II ganismo europeu de normalização e acessível ao público
em geral;
(a que se refere o artigo 6.º) c) ‘Norma nacional’: uma norma aprovada por um or-
ganismo nacional de normalização e acessível ao público
«ANEXO VII em geral.

Especificações técnicas 3 — Entende-se por ‘Avaliação Técnica Europeia’: a


avaliação documentada do desempenho de um produto de
(a que se refere o n.º 1 do artigo 49.º) construção, em relação às suas características essenciais,
em conformidade com o respetivo documento de avaliação
1 — Entende-se por ‘Especificação técnica’:
europeu, conforme definido no ponto 12 do artigo 2.º do
a) No caso dos contratos de empreitada de obras Regulamento (UE) n.º 305/2011 do Parlamento Europeu
públicas, a totalidade das prescrições técnicas constan- e do Conselho, de 9 de março.
5250-(1944) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

4 — Entende-se por ‘Especificação técnica comum’,


uma especificação técnica no domínio das Tecnologias de Código CPV Descrição
Informação e Comunicação estabelecida de acordo com
o disposto nos artigos 13.º e 14.º do Regulamento (UE) 85321000-5 e 85322000-2, 75000000-6 [Ser- Serviços administrativos
n.º 1025/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, de viços relacionados com a administração nas áreas social, da
25 de outubro de 2012. pública, a defesa e a segurança social], educação e da saúde.
5 — Entende-se por ‘Referencial técnico’: qualquer 75121000-0, 75122000-7, 75124000-1; de
79995000-5 a 79995200-7; de 80000000-4
produto elaborado por organismos europeus de norma- [Serviços de educação e formação profis-
lização, que não as normas europeias, em conformidade sional] a 80660000-8.
com procedimentos adaptados à evolução das necessidades 98000000-3; 98120000-0; 98132000-7; Outros serviços coletivos,
do mercado. 98133110-8 e 98130000-3. sociais e pessoais, in-
cluindo serviços pres-
tados por organizações
ANEXO VIII
sindicais, organizações
políticas, organizações
Lista de serviços de investigação e de desenvolvimento de juventude e outras
organizações associa-
[a que se refere a alínea j) do n.º 4 do artigo 5.º e a alínea e) tivas.
do n.º 1 do artigo 27.º) 98131000-0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Serviços prestados por
organizações religio-
sas.
De 75100000-7 a 75120000-3; 75123000-4; Outros serviços ad-
Código CPV Descrição de 75125000-8 a 75131000-3. ministrativos e das
administrações pú-
blicas.
73000000-2 Serviços de investigação e desenvolvimento e ser-
De 75200000-8 a 75231000-4 . . . . . . . . . . Prestação de serviços à
viços de consultoria conexos.
73100000-3 Serviços de desenvolvimento experimental e de comunidade.
investigação. 98900000-2 [Serviços prestados por orga- Serviços internacionais.
73110000-6 Serviços de investigação. nizações e entidades extraterritoriais]
73111000-3 Serviços relacionados com laboratórios de inves- e 98910000-5 [Serviços específicos às
tigação. organizações e entidades extraterrito-
73112000-0 Serviços de investigação marinha. riais].
73120000-9 Serviços de desenvolvimento experimental.
73300000-5 Conceção e execução em matéria de investigação
e desenvolvimento.
73420000-2 Estudo de pré-viabilidade e demonstração tecno-
lógica.
73430000-5 Ensaios e avaliações.
ANEXO X

Lista de serviços de saúde, serviços sociais


e serviços culturais que podem
ANEXO IX
participar em procedimentos reservados

Lista de serviços de saúde, serviços sociais, serviços


de ensino e outros serviços específicos (a que se refere o n.º 1 do artigo 250.º-D)

[a que se refere o artigo 6.º-A, a subalínea v)


Código CPV Descrição
da alínea b) do n.º 1 do artigo 11.º,
o artigo 250.º-A e a alínea d) do n.º 3 do artigo 474.º]
75121000-0 Serviços administrativos na área da educação.
75122000-7 Serviços administrativos na área da saúde.
Código CPV Descrição
75123000-4 Serviços administrativos na área da habitação.
79622000-0 Serviços de fornecimento de pessoal auxiliar doméstico.
79624000-4 Serviços de fornecimento de pessoal de enfermagem.
75200000-8; 75231200-6; 75231240-8; Saúde, serviços sociais e 79625000-1 Serviços de fornecimento de pessoal médico.
79611000-0; 79622000-0 [Serviços de for- serviços conexos. 80110000-8 Serviços de ensino pré-escolar.
necimento de pessoal auxiliar doméstico]; 80300000-7 Serviços de ensino superior.
79624000-4 [Serviços de fornecimento 80420000-4 Serviços de aprendizagem eletrónica (e-learning).
de pessoal de enfermagem] e 79625000-1 80430000-7 Serviços de ensino de nível superior para adultos.
[Serviços de fornecimento de pessoal 80511000-9 Serviços de formação de quadros.
médico] de 85000000-9 a 85323000-9; 80520000-5 Instalações para formação.
98133100-5, 98133000-4; 98200000-5; 80590000-6 Serviços de tutoria.
98500000-8 [Residências particulares com 85000000-9 a Serviços de saúde e ação social, vários serviços de
empregados domésticos] e 98513000-2 a 85323000-9 saúde, médicos e hospitalares, serviços de assistên-
98514000-9 [Serviços de fornecimento de cia social, até serviços comunitários de saúde.
pessoal para agregados familiares, serviços 92500000-6 Serviços de bibliotecas, arquivos e museus e outros
de agências de pessoal para agregados fa- serviços culturais.
miliares, serviços de empregados para agre- 92600000-7 Serviços de desporto.
gados familiares, pessoal temporário para 98133000-4 Serviços prestados por organizações associativas de
agregados familiares, serviços de assistên- caráter social.
cia ao domicílio e serviços domésticos]. 98133110-8 Serviços prestados por organizações de juventude.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1945)

ANEXO XI

Lista de atividades de construção civil

[a que se refere a subalínea i) da alínea a) do n.º 1 do artigo 275.º]


Em caso de divergências de interpretação entre a CPV e a NACE, é aplicável a nomenclatura CPV.
NACE Rev. 1 (1)

Secção F Construção
Código CPV

Divisão Grupo Classe Objeto Notas

45 Construção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Esta divisão inclui: 45000000

— Novas construções, restauração e reparação de rotina.


45.1 Preparação dos locais de construção . . . 45100000
45.11 Demolição e destruição de edifícios; ter- Esta classe inclui: 45110000
raplenagens.
— Demolição de edifícios e outras estruturas,
— Limpeza de estaleiros de construção,
— Terraplanagens: desaterros, aterros, nivelamento de estalei-
ros de construção, escavação de valas, remoção de rochas,
destruição por meio de explosivos, etc.
— Preparação de estaleiros para mineração,
— Remoção de obstáculos e outras atividades de desenvol-
vimento e de preparação de propriedades e de estaleiros
associados a minas.
Esta classe inclui ainda:
— Drenagem de estaleiros de construção,
— Drenagem de terras dedicadas à agricultura ou à silvicultura.
45.12 Perfurações e sondagens . . . . . . . . . . . . Esta classe inclui: 45120000
— Perfurações, sondagens e recolha de amostras com fins geo-
físicos, geológicos, de construção ou semelhantes.
Esta classe não inclui:
— Perfuração de poços de petróleo ou de gás, ver 11.20,
— Perfuração de poços de água, ver 45.25,
— Abertura de poços, ver 45.25,
— Exploração de campos de petróleo e de gás, prospeção
geofísica, geológica e sísmica, ver 74.20.
45.2 Construção de edifícios (no todo ou em 45200000
parte); engenharia civil.
45.21 Construção geral de edifícios e engenha- Esta classe inclui: 45210000
ria civil. Exceto:
— Construção de todo o tipo de edifícios construção de obras 45213316
de engenharia civil, 45220000
— Pontes, incluindo as que se destinam a estradas em passagens 45231000
superiores, viadutos, túneis e passagens inferiores, 45232000
— Condutas de longa distância, linhas de comunicações e de
transporte de energia,
— Condutas urbanas, linhas urbanas de comunicações e de
transporte de energia,
— Obras urbanas associadas,
— Montagem e edificação, no local, de construções pré-
-fabricadas.
Esta classe não inclui:
— Atividades dos serviços relacionados com a extração de
petróleo e de gás, ver 11.20,
— Edificação de construções totalmente pré-fabricadas a par-
tir de partes fabricadas automaticamente, não de betão, ver
divisões 20, 26 e 28,
— Obras de construção, exceto de edifícios, em estádios, pis-
cinas, ginásios, campos de ténis e de golfe e em outras ins-
talações desportivas, ver 45.23,
— Instalações especiais, ver 45.3,
— Acabamento de edifícios, ver 45.4,
— Atividades de arquitetura e de engenharia, ver 74.20,
— Gestão de projetos para a construção, ver 74.20.
5250-(1946) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

NACE Rev. 1 (1)

Secção F Construção
Código CPV

Divisão Grupo Classe Objeto Notas

45.22 Construção de coberturas e estruturas Esta classe inclui: 45261000


— Construção de telhados,
— Cobertura de telhados,
— Impermeabilização.
45.23 Construção de estradas, vias férreas, aero- Esta classe inclui: 45212212 e
portos e de instalações desportivas. DA03
— Construção de estradas, ruas e outras vias para veículos e peões, 45230000
— Construção de vias férreas, Exceto:
— Construção de pistas de aeroportos, 45231000
— Obras de construção, exceto de edifícios, em estádios, pis- 45232000
cinas, ginásios, campos de ténis, campos de golfe, e outras 45234115
instalações desportivas,
— Pintura de sinalização horizontal em estradas e parques de
estacionamento.
Esta classe não inclui:
— Terraplanagens prévias, ver 45.11.
45.24 Engenharia hidráulica . . . . . . . . . . . . . . Esta classe inclui: 45240000
— Construção de:
— Vias aquáticas, portos e obras fluviais, portos de recreio
(marinas), eclusas, etc.,
— Barragens e diques,
— Dragagens,
— Obras abaixo da superfície.
45.25 Outras obras especializadas de construção Esta classe inclui: 45250000
45262000
— Atividades de construção especializadas num aspeto comum
a diferentes tipos de estruturas e que requeiram aptidões ou
equipamento especializados,
— Construção de fundações, incluindo cravação de estacas,
— Perfuração e construção de poços de água, abertura de poços,
— Edificação de elementos de aço não fabricados automati-
camente,
— Moldagem de aço,
— Assentamento de tijolos e de pedras,
— Montagem e desmontagem de andaimes e plataformas de
construção, incluindo o aluguer dos mesmos,
— Edificação de chaminés e de fornos industriais.
Esta classe não inclui:
— Aluguer de andaimes que não implique montagem nem
desmontagem, ver 71.32
45.3 Instalações especiais . . . . . . . . . . . . . . . 45300000
45.31 Instalação elétrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . Esta classe inclui: 45213316
45310000
Instalação, em edifícios ou em outros projetos de construção, de: Exceto:
— Instalação elétrica, 45316000
— Sistemas de telecomunicações,
— Sistemas elétricos de aquecimento,
— Antenas residenciais,
— Alarmes contra incêndio,
— Alarmes contra roubo,
— Elevadores e escadas rolantes,
— Condutores de para-raios, etc.
45.32 Obras de isolamento. . . . . . . . . . . . . . . . Esta classe inclui: 45320000
— Instalação, em edifícios ou em outros projetos de construção,
de isolamento térmico, sonoro ou contra vibrações.
Esta classe não inclui:
— Impermeabilização, ver 45.22.
45.33 Instalação de canalizações e de clima- Esta classe inclui: 45330000
tização.
— Instalação, em edifícios ou em outros projetos de constru-
ção, de:
— Canalizações e equipamento sanitário,
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1947)

NACE Rev. 1 (1)

Secção F Construção
Código CPV

Divisão Grupo Classe Objeto Notas

— Artefactos para instalações de distribuição de gás,


— Equipamento e condutas para aquecimento, ventilação, re-
frigeração ou climatização,
— Sistemas de aspersão.
Esta classe não inclui:
— Realização de instalações de aquecimento elétrico, ver 45.31.
45.34 Instalações, n.e. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Esta classe inclui: 45234115
45316000
— Instalação de sistemas de iluminação e de sinalização para 45340000
estradas, caminho-de-ferro, aeroportos e portos,
— Instalação, em edifícios ou em outros projetos de constru-
ção, de equipamento e acessórios não especificados noutra
posição.
45.4 Atividades de acabamento . . . . . . . . . . . 45400000
45.41 Estucagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Esta classe inclui: 45410000
— Aplicação, em edifícios ou em outros projetos de construção,
de estuque interior e exterior, incluindo materiais de reves-
timento associados.
45.42 Montagem de trabalhos de carpintaria e Esta classe inclui: 45420000
de caixilharia.
— Instalação de portas, janelas, caixilhos de portas e janelas,
cozinhas equipadas, escadas, equipamento para estabeleci-
mentos comerciais e semelhantes não fabricados automati-
camente, de madeira ou de outros materiais,
— Acabamentos de interior, tais como tetos, revestimentos de
madeira para paredes, divisórias móveis, etc.
Esta classe não inclui:
— Colocação de parquet e outros revestimentos de madeira
para pavimentos, ver 45.43.
45.43 Revestimento de pavimentos e de paredes Esta classe inclui: 45430000
— Colocação, aplicação, suspensão ou assentamento, em edi-
fícios ou em outros projetos de construção, de:
— Paredes de cerâmica, de betão ou de cantaria, ou ladrilhos
para pavimentos,
— Parquet e outros revestimentos de madeira para pavimentos,
alcatifas e revestimentos em linóleo para pavimentos,
— Incluindo de borracha ou plástico,
— Revestimentos de granito artificial, mármore, granito ou
ardósia para pavimentos e paredes,
— Papel de parede.
45.44 Pintura e colocação de vidros . . . . . . . . Esta classe inclui: 45440000
— Pintura interior e exterior de edifícios,
— Pintura de estruturas de engenharia civil,
— Colocação de vidros, espelhos, etc.
Esta classe não inclui:
— Instalação de janelas, ver 45.42.
45.45 Atividades de acabamento, n.e. . . . . . . . Esta classe inclui: 45212212 e
DA04
— Instalação de piscinas privadas, 45450000
— Limpeza a vapor ou com jato de areia e outras atividades
semelhantes em exteriores de edifícios,
— Outras obras de acabamento de edifícios n.e.
Esta classe não inclui:
— Limpeza interior de edifícios e de outras estruturas, ver 74.70.
45.5 Aluguer de equipamento de construção e 45500000
de demolição com operador.
45.50 Aluguer de equipamento de construção e Esta classe não inclui: 45500000
de demolição com operador.
— Aluguer de maquinaria e equipamento de construção ou de-
molição sem operador, ver 71.32.
(1) Regulamento (CEE) n.º 3037/90 do Conselho, de 9 de outubro de 1990, relativo à nomenclatura estatística das atividades económicas na Comunidade Europeia (JO L 293 de 24.10.1990, p. 1).
5250-(1948) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

ANEXO XII nos artigos 45.º a 50.º do Código do Procedimento


Administrativo.
Modelos para a aceitação da jurisdição de centro
de arbitragem institucionalizado ... (local),... (data),... (assinatura).

(a que se refere o artigo 476.º)


ANEXO XIV
1 — Modelo previsto na alínea a) do n.º 2 do ar-
tigo 476.º, a incluir no programa do procedimento:
Recurso a catálogos eletrónicos no sistema de aquisição
A (designação oficial da entidade pública adjudi- dinâmico e nos acordos-quadro
cante) aceita a jurisdição do Centro de Arbitragem Ins-
titucionalizado (designação e identificação do Centro (a que se refere o n.º 2 do artigo 241.º-C e o n.º 6
de Arbitragem Institucionalizado) para a resolução de do artigo 257.º)
qualquer litígio respeitante ao presente procedimento
I — Sistema de aquisição dinâmico
pré-contratual, seguindo-se os respetivos regulamentos,
designadamente quanto ao respetivo modo de constitui- 1 — A entidade adjudicante notifica os participantes
ção e regime processual. no sistema da sua intenção de proceder à composição do
objeto e do momento em que o fará;
2 — Modelo previsto na alínea a) do n.º 2 do ar- 2 — É conferido aos participantes um prazo razoável
tigo 476.º, a incluir no caderno de encargos: antes de a entidade adjudicante efetivar a recolha de in-
O interessado aceita submeter a resolução de qualquer formação;
litígio respeitante ao contrato a celebrar ou a aspetos 3 — A entidade adjudicante recolhe a informação, com-
respeitantes ao procedimento de formação ao Centro põe o objeto contratual pretendido e leva a cabo a tramita-
de Arbitragem Institucionalizado (designação e iden- ção do procedimento de formação de contrato, nos termos
tificação do Centro de Arbitragem Institucionalizado), previstos nos artigos anteriores;
incluindo os aspetos que resultem do procedimento pré- 4 — Os participantes no sistema podem escusar-se a
-contratual que lhe deu origem, nos termos dos respetivos apresentar proposta, indicando, de forma fundamentada,
regulamentos. que a concreta combinação de prestações escolhida pela
entidade adjudicante apresenta erros, ou é técnica ou fun-
3 — Modelo previsto no n.º 3 do artigo 476.º, a incluir cionalmente inexequível;
no contrato: 5 — A entidade adjudicante adota as medidas tendentes
As partes contratantes aceitam atribuir a competên- a assegurar que este modo de utilização de catálogos ele-
cia para a resolução de litígios relativos ao contrato ao trónicos não viola ou restringe a concorrência ou a igual-
Centro de Arbitragem Institucionalizado (designação dade de tratamento, designadamente, no que diz respeito
e identificação do Centro de Arbitragem Instituciona- à comparabilidade entre propostas.
lizado).
II — Acordos-quadro

ANEXO XIII
Na utilização dos catálogos eletrónicos deve ser obser-
vado o seguinte:
Modelo de declaração de inexistência de conflito a) A entidade adjudicante notifica o ou os participantes
de interesses no acordo-quadro da sua intenção de proceder à composi-
ção do objeto e do momento em que o fará;
(a que se refere o n.º 5 do artigo 67.º) b) É conferido ao ou aos participantes um prazo razo-
ável antes de a entidade adjudicante efetivar a recolha de
... (nome, número de documento de identificação e informação;
morada), na qualidade de … (dirigente, trabalhador, c) A entidade adjudicante recolhe a informação, com-
ou prestador de serviço atuando em nome da entidade põe o objeto contratual pretendido e, consoante o tipo de
adjudicante) da … (entidade adjudicante), participando acordo-quadro, envia convite para ajuste direto nos termos
(se for o caso, como membro do júri) no procedimento do artigo 258.º, ou submete esse objeto a consulta prévia
de formação do contrato n.º … relativo a … (objeto nos termos do artigo 259.º;
do contrato), declara não estar abrangido, na presente d) O ou os participantes no acordo-quadro podem
data, por quaisquer conflitos de interesses relacionados escusar-se a apresentar proposta, indicando, de forma
com o objeto ou com os participantes no procedimento fundamentada, que a concreta combinação de prestações
em causa. escolhida pela entidade adjudicante apresenta erros, ou é
Mais declara que se durante o procedimento de for- técnica ou funcionalmente inexequível;
mação do contrato tiver conhecimento da participação e) Nos casos do artigo 259.º, a entidade adjudicante
nele de operadores económicos relativamente aos quais adota as medidas que assegurem que este modo de
possa existir um conflito de interesses, disso dará ime- utilização de catálogos eletrónicos não viola ou res-
diato conhecimento ao órgão competente da entidade tringe a concorrência ou a igualdade de tratamento,
adjudicante, para efeitos de impedimento ou escusa de designadamente no que diz respeito à comparabilidade
participação no procedimento, nos termos do disposto entre propostas.»
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1949)

ANEXO III 4 — Para efeitos do disposto no número anterior,


considera-se conflito de interesses qualquer situação em
(a que se refere o artigo 11.º) que o dirigente ou o trabalhador de uma entidade adjudi-
cante ou de um prestador de serviços que age em nome da
Republicação do Código dos Contratos Públicos entidade adjudicante, que participe na preparação e na con-
dução do procedimento de formação de contrato público ou
PARTE I que possa influenciar os resultados do mesmo, tem direta
ou indiretamente um interesse financeiro, económico ou
Âmbito de aplicação outro interesse pessoal suscetível de comprometer a sua
imparcialidade e independência no contexto do referido
procedimento.
TÍTULO I
Artigo 2.º
Disposições gerais
Entidades adjudicantes
Artigo 1.º 1 — São entidades adjudicantes:
Âmbito
a) O Estado;
1 — O presente Código estabelece a disciplina apli- b) As Regiões Autónomas;
cável à contratação pública e o regime substantivo dos c) As autarquias locais;
contratos públicos que revistam a natureza de contrato d) Os institutos públicos;
administrativo. e) As entidades administrativas independentes;
2 — O regime da contratação pública estabelecido na f) O Banco de Portugal;
parte II é aplicável à formação dos contratos públicos que, g) As fundações públicas;
independentemente da sua designação e natureza, sejam ce- h) As associações públicas;
lebrados pelas entidades adjudicantes referidas no presente i) As associações de que façam parte uma ou várias das
Código e não sejam excluídos do seu âmbito de aplicação. pessoas coletivas referidas nas alíneas anteriores, desde
3 — O presente Código é igualmente aplicável, com as que sejam maioritariamente financiadas por estas, estejam
necessárias adaptações, aos procedimentos destinados à sujeitas ao seu controlo de gestão ou tenham um órgão de
atribuição unilateral, pelas entidades adjudicantes referidas administração, de direção ou de fiscalização cuja maioria
no artigo seguinte, de quaisquer vantagens ou benefícios, dos titulares seja, direta ou indiretamente, designada pelas
através de ato administrativo ou equiparado, em substitui- mesmas.
ção da celebração de um contrato público.
4 — (Revogado.) 2 — São também entidades adjudicantes:
5 — A parte III do presente Código contém o regime
substantivo aplicável à execução, modificação e extinção a) Os organismos de direito público, considerando-se
das relações contratuais administrativas como tais quaisquer pessoas coletivas que, independente-
6 — (Revogado.) mente da sua natureza pública ou privada:
i) Tenham sido criadas especificamente para satisfazer
Artigo 1.º-A necessidades de interesse geral, sem caráter industrial ou
Princípios comercial, entendendo-se como tais aquelas cuja atividade
económica se não submeta à lógica concorrencial de mer-
1 — Na formação e na execução dos contratos públicos
cado, designadamente por não terem fins lucrativos ou por
devem ser respeitados os princípios gerais decorrentes da
Constituição, dos Tratados da União Europeia e do Código não assumirem os prejuízos resultantes da sua atividade; e
do Procedimento Administrativo, em especial os princípios ii) Sejam maioritariamente financiadas por entidades
da legalidade, da prossecução do interesse público, da referidas no número anterior ou por outros organismos de
imparcialidade, da proporcionalidade, da boa-fé, da tutela direito público, ou a sua gestão esteja sujeita a controlo
da confiança, da sustentabilidade e da responsabilidade, por parte dessas entidades, ou tenham órgãos de adminis-
bem como os princípios da concorrência, da publicidade tração, direção ou fiscalização cujos membros tenham,
e da transparência, da igualdade de tratamento e da não- em mais de metade do seu número, sido designados por
-discriminação. essas entidades;
2 — As entidades adjudicantes devem assegurar, na
formação e na execução dos contratos públicos, que os b) Quaisquer pessoas coletivas que se encontrem na
operadores económicos respeitam as normas aplicáveis em situação referida na alínea anterior relativamente a uma
vigor em matéria social, laboral, ambiental e de igualdade entidade que seja, ela própria, uma entidade adjudicante
de género, decorrentes do direito internacional, europeu, nos termos do disposto na mesma alínea;
nacional ou regional.
3 — Sem prejuízo da aplicação das garantias de impar- c) (Revogada.)
cialidade previstas no Código do Procedimento Adminis- d) As associações de que façam parte uma ou várias das
trativo, as entidades adjudicantes devem adotar as medidas pessoas coletivas referidas nas alíneas anteriores, desde
adequadas para impedir, identificar e resolver eficazmente que sejam maioritariamente financiadas por estas, estejam
os conflitos de interesses que surjam na condução dos pro- sujeitas ao seu controlo de gestão ou tenham um órgão de
cedimentos de formação de contratos públicos, de modo administração, de direção ou de fiscalização cuja maioria
a evitar qualquer distorção da concorrência e garantir a dos titulares seja, direta ou indiretamente, designada pelas
igualdade de tratamento dos operadores económicos. mesmas.
5250-(1950) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

3 — (Revogado.) dades adjudicantes referidas no artigo 2.º, situadas fora do


território nacional e como tal sujeitas ao regime jurídico
Artigo 3.º da lei que se considere aplicável nos termos gerais do di-
Contraentes públicos
reito internacional, exceto quanto a contratos celebrados
e executados no território do Espaço Económico Europeu
1 — Para efeitos do presente Código, entende-se por cujo valor seja superior ao referido nas alíneas a), b) e c)
contraentes públicos: do n.º 3 do artigo 474.º, caso em que se aplica a parte II.
a) As entidades referidas no n.º 1 do artigo anterior;
b) As entidades adjudicantes referidas no n.º 2 do artigo Artigo 5.º
anterior sempre que os contratos por si celebrados sejam, Contratação excluída
por vontade das partes, qualificados como contratos ad-
ministrativos ou submetidos a um regime substantivo de 1 — A parte II não é aplicável à formação de contratos
direito público. cujo objeto abranja prestações que não estão nem sejam
suscetíveis de estar submetidas à concorrência de mercado,
2 — São também contraentes públicos quaisquer en- designadamente em razão da sua natureza ou das suas
tidades que, independentemente da sua natureza pública características, bem como da posição relativa das partes
ou privada, celebrem contratos no exercício de funções no contrato ou do contexto da sua formação.
materialmente administrativas. 2 — O disposto no número anterior abrange, desig-
nadamente, os acordos ou outros instrumentos jurídicos
Artigo 4.º que organizem a transferência ou delegação de poderes e
responsabilidades pela execução de missões públicas en-
Contratos excluídos tre entidades adjudicantes ou agrupamentos de entidades
1 — O presente Código não é aplicável aos contratos adjudicantes, e que não prevejam uma remuneração.
celebrados ao abrigo: 3 — (Revogado.)
4 — Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 11.º,
a) De convenção internacional previamente comunicada a parte II não é igualmente aplicável à formação dos se-
à Comissão Europeia, e concluída nos termos dos Tratados guintes contratos:
da União Europeia, entre a República Portuguesa, e um
ou mais Estados terceiros, respeitantes a obras, bens ou a) Contratos que devam ser celebrados com uma enti-
serviços destinados à realização ou exploração conjunta dade, que seja ela própria uma entidade adjudicante, em
de um projeto pelos seus signatários; virtude de esta beneficiar de um direito exclusivo de prestar
b) De procedimento específico de uma organização o serviço a adquirir, desde que a atribuição desse direito
internacional de que a República Portuguesa seja parte; exclusivo seja compatível com as normas e os princípios
c) Das regras aplicáveis aos contratos públicos deter- constitucionais e comunitários aplicáveis;
minadas por uma organização internacional ou instituição b) (Revogada.)
financeira internacional, quando os contratos em questão c) Contratos cujo objeto principal consista na atribuição,
sejam financiados na íntegra por essa organização ou ins- por qualquer das entidades adjudicantes referidas no n.º 1
tituição; do artigo 2.º, de subsídios ou de subvenções de qualquer
d) De instrumentos de cooperação para o desenvolvi- natureza;
mento, com uma entidade sediada num dos Estados dele d) Contratos de sociedade cujo capital social se destine
signatários e em benefício desse mesmo Estado, desde a ser exclusivamente detido pelas entidades adjudicantes
que este não seja signatário do Acordo sobre o Espaço referidas no n.º 1 do artigo 2.º;
Económico Europeu; e) Contratos de aquisição de serviços financeiros relati-
e) Do disposto no artigo 346.º do Tratado sobre o Fun- vos à emissão, compra, venda ou transferência de valores
cionamento da União Europeia; mobiliários ou outros instrumentos financeiros, na aceção
f) De acordo ou convénio internacional relativo ao es- da Diretiva n.º 2004/39/CE, do Parlamento Europeu e do
tacionamento de tropas e que envolva empresas de um Conselho, de 21 de abril de 2004, e respetivos serviços
Estado-Membro ou de um país terceiro. auxiliares, bem como os contratos a celebrar em execução
das políticas monetária, cambial ou de gestão de reservas
2 — O presente Código não é igualmente aplicável a: e os de aquisição de serviços de caráter financeiro pelo
a) Contratos de trabalho em funções públicas e contratos Banco de Portugal e operações realizadas com o Fundo
individuais de trabalho; Europeu de Estabilidade Financeira e com o Mecanismo
b) Contratos de doação de bens móveis a favor de qual- Europeu de Estabilidade;
quer entidade adjudicante; f) Contratos de aquisição de serviços financeiros de
c) Contratos de compra e venda, de doação, de permuta emissão e gestão de dívida pública e de gestão da tesou-
e de arrendamento de bens imóveis ou contratos similares; raria do Estado;
d) Contratos relativos à aquisição, desenvolvimento, g) Contratos celebrados entre entidades adjudicantes e
produção ou coprodução de programas destinados a ser- centrais de compras públicas para a prestação de serviços
viços de comunicação social audiovisuais ou radiofónicos, de compras centralizadas;
adjudicados por prestadores de serviços de comunicação h) Contratos celebrados ao abrigo do disposto no regime
social audiovisuais ou radiofónicos, e aos contratos de jurídico dos contratos públicos no domínio da defesa e da
tempo de antena ou de fornecimento de programas a eles segurança, designadamente do Decreto-Lei n.º 104/2011,
adjudicados; de 6 de outubro;
e) Contratos que se destinem à satisfação das necessi- i) Contratos que, nos termos da lei, sejam declarados se-
dades dos serviços periféricos ou de delegações das enti- cretos ou cuja execução deva ser acompanhada de medidas
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1951)

especiais de segurança, bem como quando os interesses 4 — Para efeitos do n.º 1, entende-se que existe controlo
essenciais de defesa e segurança do Estado o exigirem; análogo conjunto quando estiverem preenchidas, cumula-
j) Contratos de aquisição de serviços de investigação tivamente, as seguintes condições:
e desenvolvimento abrangidos pelos códigos CPV referi- a) Os órgãos de decisão da pessoa coletiva controlada
dos no anexo VIII ao presente Código, que dele faz parte são compostos por representantes de todas as entidades
integrante, desde que se verifiquem cumulativamente as adjudicantes participantes;
seguintes condições: b) As entidades adjudicantes podem exercer conjunta-
i) Os resultados obtidos com os respetivos serviços não mente uma influência decisiva sobre os objetivos estratégi-
revertam exclusivamente a favor da entidade adjudicante, cos e as decisões relevantes da pessoa coletiva controlada; e
para utilização no exercício da sua própria atividade; c) A pessoa coletiva controlada não prossegue quaisquer
ii) O pagamento dos serviços em causa não seja inte- interesses contrários aos interesses das entidades adjudi-
gralmente suportado pela entidade adjudicante, designa- cantes que a controlam.
damente por se tratar de projeto cofinanciado por fundos 5 — A parte II também não é aplicável à formação dos
nacionais ou europeus. contratos celebrados exclusivamente entre duas ou mais
entidades adjudicantes quando se verifiquem, cumulati-
5 — (Revogado.) vamente, as seguintes condições:
6 — (Revogado.)
7 — (Revogado.) a) O contrato estabelece uma cooperação entre as enti-
8 — A parte II não é aplicável aos contratos celebrados dades adjudicantes, no âmbito de tarefas públicas que lhes
pelas entidades referidas no n.º 2 do artigo 2.º, e pelo Banco estão atribuídas e que apresentam uma conexão relevante
entre si;
de Portugal, que não abranjam prestações típicas da em-
b) A cooperação é regida exclusivamente por conside-
preitada de obras públicas, concessão de obras públicas, rações de interesse público; e
concessão de serviços públicos, locação e aquisição de c) As entidades adjudicantes não exercem no mercado
bens móveis ou aquisição de serviços. livre mais de 20 % das atividades abrangidas pelo contrato
de cooperação.
Artigo 5.º-A
Contratos no âmbito do setor público
6 — Para efeitos do apuramento das percentagens
previstas na alínea b) do n.º 1 e na alínea c) do número
1 — A parte II não é aplicável à formação dos contratos, anterior, deve ser tido em conta o volume médio total de
independentemente do seu objeto, a celebrar por entidades negócios, ou uma medida alternativa adequada, baseada
adjudicantes com uma outra entidade, quando se verifi- na atividade, tais como os custos suportados pela pessoa
quem, cumulativamente, as seguintes condições: coletiva em causa no que diz respeito a serviços, forneci-
mentos ou obras, nos três anos anteriores ou, quando não
a) A entidade adjudicante exerça, direta ou indireta- tenha três anos de atividade concluídos, a projeção de
mente, sobre a atividade da outra pessoa coletiva, isolada- atividades a desenvolver.
mente ou em conjunto com outras entidades adjudicantes,
um controlo análogo ao que exerce sobre os seus próprios Artigo 5.º-B
serviços;
b) A entidade controlada desenvolva mais de 80 % da Regime da contratação excluída
sua atividade no desempenho de funções que lhe foram 1 — A celebração dos contratos a que se referem os arti-
confiadas pela entidade adjudicante ou entidades adjudi- gos 5.º e 5.º-A fica sujeita aos princípios gerais da atividade
cantes que a controlam, ou por outra ou outras entidades administrativa, bem como, com as devidas adaptações face
controladas por aquela ou aquelas entidades adjudicantes, à natureza do contrato, aos princípios gerais da contratação
consoante se trate de controlo isolado ou conjunto; pública previstos no n.º 1 do artigo 1.º-A, devendo sempre
c) Não haja participação direta de capital privado na ser feita menção à norma que fundamenta a não aplicação
pessoa coletiva controlada, com exceção de formas de da parte II ao contrato em causa.
participação de capital privado sem poderes de controlo 2 — Os contratos com objeto passível de ato adminis-
e sem bloqueio eventualmente exigidas por disposições trativo e demais contratos sobre o exercício de poderes
especiais, em conformidade com os Tratados da União públicos ficam sujeitos às normas constantes do Código
Europeia, e que não exerçam influência decisiva na pessoa do Procedimento Administrativo, com as necessárias adap-
coletiva controlada. tações.
Artigo 6.º
2 — É igualmente aplicável o disposto no número an- (Revogado.)
terior aos contratos adjudicados por uma entidade adjudi-
cante a outras pessoas coletivas controladas pela mesma Artigo 6.º-A
entidade adjudicante, bem como aos contratos adjudicados
por uma entidade adjudicante à entidade adjudicante que Contratos de serviços sociais e de outros serviços específicos
a controla. 1 — A parte II não é aplicável à formação dos contratos
3 — Para efeitos do n.º 1, entende-se que existe controlo públicos que tenham por objeto a aquisição de serviços so-
análogo isolado quando uma única entidade adjudicante ciais e de outros serviços específicos referidos no anexo IX
pode exercer uma influência decisiva sobre os objetivos es- ao presente Código, que dele faz parte integrante, salvo
tratégicos e as decisões relevantes da entidade controlada. quando o valor de cada contrato for superior ao limiar
5250-(1952) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

previsto na alínea d) do n.º 3 do artigo 474.º, caso em que 2 — Para os efeitos do disposto na alínea a) do número
se aplica o disposto nos artigos 250.º-A e seguintes. anterior, considera-se que uma entidade adjudicante pode
2 — À celebração dos contratos referidos no número exercer influência dominante quando detiver, nomeada-
anterior são aplicáveis, com as devidas adaptações, os mente, a maioria do capital social, a maioria dos direitos de
princípios gerais da contratação pública previstos no ar- voto, o controlo de gestão ou o direito de designar, direta
tigo 1.º-A. ou indiretamente, a maioria dos titulares de um órgão de
administração, de direção ou de fiscalização.
Artigo 6.º-B
Artigo 8.º
Acordo sobre Contratos Públicos da Organização
Mundial do Comércio Contraentes públicos nos setores da água, da energia,
dos transportes e dos serviços postais
Nos domínios abrangidos pelos anexos 1, 2, 4 e 5, pelas
Notas Gerais do Apêndice 1 da União Europeia ao Acordo São ainda contraentes públicos as entidades adjudicantes
referidas no artigo anterior sempre que os contratos por
sobre Contratos Públicos da Organização Mundial do Co-
si celebrados, a cuja formação seja aplicável a parte II do
mércio e pelos outros acordos internacionais a que a União presente Código, sejam, por vontade das partes, qualifica-
Europeia se encontra vinculada, as entidades adjudicantes dos como contratos administrativos ou submetidos a um
abrangidas pelo presente Código devem conceder aos ope- regime substantivo de direito público.
radores económicos dos Estados signatários desses acor-
dos um tratamento idêntico ao concedido pelas entidades Artigo 9.º
adjudicantes desses Estados aos operadores económicos
da União Europeia. Atividades nos setores da água, da energia,
dos transportes e dos serviços postais
1 — Para efeitos do presente Código, consideram-se
TÍTULO II atividades do setor da energia:
Setores da água, da energia, dos transportes a) As de disponibilização ou exploração de redes fixas
e dos serviços postais destinadas à prestação de serviços ao público no domínio
da produção, do transporte ou da distribuição de gás, calor
Artigo 7.º ou eletricidade, bem como a alimentação dessas redes com
gás, calor ou eletricidade, respetivamente;
Entidades adjudicantes nos setores da água, da energia, b) As de exploração de uma área geográfica para efeitos
dos transportes e dos serviços postais de extração de petróleo ou gás ou de prospeção ou extração
1 — São ainda entidades adjudicantes: de carvão ou de outros combustíveis sólidos;
c) (Revogada.)
a) Quaisquer pessoas coletivas não abrangidas pelo d) (Revogada.)
artigo 2.º, ainda que criadas especificamente para satisfazer e) (Revogada.)
necessidades de interesse geral, com carácter industrial f) (Revogada.)
ou comercial, que exerçam uma ou várias atividades nos g) (Revogada.)
setores da água, da energia, dos transportes e dos serviços h) (Revogada.)
postais e em relação às quais qualquer das entidades ad- i) (Revogada.)
judicantes referidas no artigo 2.º possa exercer, direta ou
indiretamente, uma influência dominante; 2 — Para efeitos do presente Código, consideram-se ati-
b) Quaisquer pessoas coletivas não abrangidas pelo vidades do setor da água a disponibilização ou exploração
artigo 2.º que gozem de direitos especiais ou exclusivos de redes fixas destinadas à prestação de serviços ao público
não atribuídos no âmbito de um procedimento de formação no domínio da produção, do transporte ou da distribuição
de contrato com publicidade internacional e que tenham de água potável, bem como a alimentação dessas redes
por efeito: com água potável, bem como a eliminação ou tratamento
de águas residuais.
i) Reservar-lhes, isolada ou conjuntamente com outras 3 — Para efeitos do presente Código consideram-se
entidades, o exercício de uma ou várias atividades nos atividades do setor dos serviços de transporte:
setores da água, da energia, dos transportes e dos serviços
postais; e a) As que tenham por objetivo a disponibilização ou
exploração de redes destinadas à prestação de serviços ao
ii) Afetar substancialmente a capacidade de quaisquer
público no domínio dos transportes por caminho-de-ferro,
outras entidades exercerem uma ou várias dessas ativi- sistemas automáticos, carros elétricos, tróleis, autocarros
dades; ou cabo e por vias navegáveis entre terminais marítimos
ou fluviais;
c) Quaisquer pessoas coletivas constituídas exclusiva- b) As que tenham por objetivo a exploração de uma
mente por entidades adjudicantes referidas nas alíneas an- área geográfica para disponibilizar aeroportos e portos
teriores ou que sejam por elas maioritariamente financia- marítimos ou fluviais ou outros terminais de transportes
das, estejam sujeitas ao seu controlo de gestão ou tenham às empresas de transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
um órgão de administração, de direção ou de fiscalização
cuja maioria dos titulares seja, direta ou indiretamente, 4 — No que diz respeito aos serviços de transporte,
designada por aquelas entidades, desde que se destinem considera-se que existe uma rede quando o serviço é
ao exercício em comum de atividade nos setores da água, prestado nas condições estabelecidas por uma entidade
da energia, dos transportes e dos serviços postais. adjudicante.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1953)

5 — Para efeitos do presente Código consideram-se iii) Concessão de serviços públicos;


atividades do setor dos serviços postais: iv) Locação ou aquisição de bens móveis e aquisição de
serviços cujo valor seja igual ou superior ao limiar referido
a) Os serviços que consistam na aceitação, no trata-
na alínea b) do n.º 4 do artigo 474.º;
mento, no transporte e na distribuição de envios postais;
b) Outros serviços afins, tais como: v) Aquisição de serviços sociais ou outros específicos
enumerados no anexo IX ao presente Código, cujo valor
i) A gestão de serviços postais, designadamente os ser- seja igual ou superior ao limiar referido na alínea c) do
viços pré e pós envio, incluindo os serviços de gestão e n.º 4 do artigo 474.º
de preparação interna do correio;
ii) Os serviços relativos a envios postais não incluídos 2 — A parte II do presente Código é sempre aplicável à
na alínea anterior, tais como a publicidade postal sem en- formação de contratos, a celebrar por quaisquer entidades
dereço. adjudicantes, quando estes digam direta e principalmente
respeito a uma ou a várias das atividades por elas exerci-
Artigo 10.º das nos setores da água, da energia, dos transportes e dos
Atividades excecionadas nos setores da água, serviços postais, nos seguintes casos:
da energia e dos transportes a) Contratos de aquisição de serviços de caráter finan-
os
1 — Excetua-se do disposto nos n. 1 e 2 do artigo ceiro prestados pelo Banco de Portugal;
anterior a atividade de alimentação de redes fixas de pres- b) Contratos relativos à aquisição, ao desenvolvimento,
tação de serviços ao público no domínio da produção de à produção ou à coprodução de programas destinados a
eletricidade e água potável quando: emissão por parte de entidades de radiodifusão ou relativos
a tempos de emissão.
a) A produção de água potável ou de eletricidade pela
entidade adjudicante seja necessária ao exercício de uma 3 — A parte II do presente Código é sempre aplicável
atividade diferente das referidas no artigo anterior; à formação dos seguintes contratos, a celebrar pelas enti-
b) A alimentação daquela rede dependa apenas do con- dades adjudicantes referidas no n.º 1 do artigo 7.º, quando
sumo próprio da entidade adjudicante e não tenha excedido estas exerçam uma ou várias atividades no setor da água:
30 % da produção total de água potável ou de eletricidade
dessa entidade, consoante o caso, tomando por referência a) Contratos relacionados com projetos de engenharia
a média dos três últimos anos, incluindo o ano em curso. hidráulica, de irrigação ou de drenagem, desde que o vo-
lume de água destinada ao abastecimento de água potável
2 — Excetua-se igualmente do disposto do n.º 1 do ar- represente mais de 20 % do volume total de água fornecida
tigo anterior a atividade de alimentação de redes públicas de acordo com aqueles projetos ou por instalações de irri-
de prestação de serviços ao público no domínio da produ- gação ou de drenagem;
ção de gás ou de combustível para aquecimento quando: b) (Revogada.)
a) A produção de gás ou de combustível para aque-
Artigo 12.º
cimento pela entidade adjudicante seja a consequência
inevitável do exercício de uma atividade diferente das Extensão do âmbito da contratação nos setores da água,
referidas no artigo anterior; da energia, dos transportes e dos serviços postais
b) A alimentação daquela rede se destine apenas a ex- À formação dos contratos a celebrar pelas entidades
plorar de maneira mais económica a produção de gás ou adjudicantes referidas no n.º 2 do artigo 2.º que exerçam
de combustível para aquecimento e não represente mais uma ou várias atividades nos setores da água, da energia,
de 20 % do volume de negócios da entidade adjudicante, dos transportes e dos serviços postais são aplicáveis as
tomando por referência a média dos três últimos anos, regras especiais previstas no presente Código relativas à
incluindo o ano em curso. formação dos contratos a celebrar pelas entidades adju-
dicantes referidas no n.º 1 do artigo 7.º, desde que esses
3 — (Revogado.) contratos digam direta e principalmente respeito a uma ou
a várias dessas atividades.
Artigo 11.º
Âmbito da contratação nos setores da água, da energia, Artigo 13.º
dos transportes e dos serviços postais
Restrição do âmbito da contratação nos setores da água,
1 — A parte II do presente Código só é aplicável à for- da energia, dos transportes e dos serviços postais
mação dos contratos a celebrar pelas entidades adjudicantes 1 — A parte II do presente Código não é aplicável à
referidas no n.º 1 do artigo 7.º desde que: formação dos seguintes contratos referidos nos artigos 11.º
a) Esses contratos digam direta e principalmente res- e 12.º:
peito a uma ou a várias das atividades por elas exercidas a) A executar num país terceiro, desde que tal execução
nos setores da água, da energia, dos transportes e dos ser- não implique a exploração física de uma rede pública ou
viços postais; e de uma área geográfica no interior do território da União
b) O objeto desses contratos abranja prestações típicas Europeia;
dos seguintes contratos: b) A celebrar por uma entidade adjudicante cuja ativi-
i) Empreitada de obras públicas cujo valor seja igual dade esteja diretamente exposta à concorrência em mercado
ou superior ao limiar referido na alínea a) do n.º 4 do de acesso não limitado, desde que tal seja reconhecido pela
artigo 474.º; Comissão Europeia, a pedido da República Portuguesa, da
ii) Concessão de obras públicas; entidade adjudicante em causa ou por iniciativa da própria
5250-(1954) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Comissão Europeia, nos termos do disposto no artigo 34.º cante, nos termos do disposto na Diretiva n.º 2013/34/UE,
da Diretiva n.º 2014/25/UE, do Parlamento Europeu e do do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho
Conselho, de 26 de fevereiro de 2014; de 2013, relativa às demonstrações financeiras anuais, às
c) A celebrar entre uma entidade adjudicante abrangida demonstrações financeiras consolidadas e aos relatórios
pelas alíneas a) ou b) do n.º 2 do artigo 2.º e uma empresa conexos de certas formas de empresas, ou, no caso de
sua associada ou uma entidade abrangida pela alínea d) a entidade adjudicante não se encontrar abrangida pela
do mesmo número da qual aquela entidade adjudicante referida diretiva:
faça parte; a) Qualquer pessoa coletiva sobre a qual a entidade
d) A celebrar entre uma entidade adjudicante abrangida adjudicante possa exercer, direta ou indiretamente, uma
pela alínea d) do n.º 2 do artigo 2.º e uma entidade abran- influência dominante em virtude, nomeadamente, de de-
gida pelas alíneas a) ou b) do mesmo número ou uma ter a maioria do capital social, a maioria dos direitos de
empresa associada a esta última; voto, o controlo de gestão ou o direito de designar, direta
e) A celebrar entre uma entidade adjudicante abrangida ou indiretamente, a maioria dos titulares de um órgão de
pelas alíneas a) ou b) do n.º 1 do artigo 7.º e uma empresa administração, direção ou fiscalização;
sua associada ou uma entidade abrangida pela alínea c) b) Qualquer pessoa coletiva que possa exercer, direta ou
do mesmo número, da qual aquela entidade adjudicante indiretamente, uma influência dominante sobre a entidade
faça parte; adjudicante, em virtude de qualquer uma das situações
f) A celebrar entre uma entidade adjudicante abrangida referidas na alínea anterior;
pela alínea c) do n.º 1 do artigo 7.º e uma entidade abran- c) Qualquer pessoa coletiva que, conjuntamente com
gida pelas alíneas a) ou b) do mesmo número ou uma a entidade adjudicante, esteja sujeita, direta ou indireta-
empresa associada a esta última. mente, à influência dominante de uma terceira entidade,
em virtude de qualquer uma das situações referidas na
2 — Para os efeitos do disposto nas alíneas c) e e) do alínea a).
número anterior, as entidades referidas na alínea d) do n.º 2 Artigo 15.º
do artigo 2.º ou na alínea c) do n.º 1 do artigo 7.º devem ter
sido criadas para desenvolver a sua atividade no setor da Comunicações à Comissão Europeia
água, da energia, dos transportes ou dos serviços postais 1 — Nos casos previstos nas alíneas c) a f) do n.º 1 do
durante um período mínimo de três anos e os instrumen- artigo 13.º, as entidades adjudicantes devem comunicar
tos jurídicos que as constituem devem estabelecer que as à Comissão Europeia, a pedido desta, as seguintes infor-
entidades que dela fazem parte as integrem durante, pelo mações:
menos, o mesmo período.
3 — O disposto nas alíneas c) a f) do n.º 1 só é aplicável a) A identificação das entidades adjudicantes e das em-
desde que, pelo menos, 80 % da média do volume de ne- presas associadas em causa;
gócios da empresa associada nos últimos três anos, em ma- b) A natureza dos contratos celebrados e o respetivo
téria de obras, de bens móveis ou de serviços, consoante o preço contratual;
caso, provenha da realização dessas obras, do fornecimento c) Outros elementos que a Comissão Europeia considere
desses bens ou da prestação desses serviços à entidade necessários para provar que as relações entre as partes
adjudicante ou a outras empresas com as quais se encontre nos contratos celebrados preenchem os requisitos de que
associada ou, caso a empresa associada esteja constituída depende a aplicação do disposto no artigo 13.º
há menos de três anos, desde que esta demonstre, nome-
adamente por recurso a projeções da sua atividade, que o 2 — As entidades adjudicantes devem comunicar à Co-
respetivo volume de negócios é credível. missão Europeia, a pedido desta, os contratos celebrados
4 — Para efeitos do apuramento da percentagem pre- ao abrigo do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 13.º
vista no número anterior, deve ser tido em conta o volume ou os que não digam direta e principalmente respeito a
médio de negócios ou os custos suportados pela pessoa uma ou a várias das atividades exercidas por essas enti-
coletiva em causa no que diz respeito a serviços, forneci- dades nos setores da água, da energia, dos transportes e
mentos ou obras, nos três anos anteriores. dos serviços postais.
5 — Se, devido à reorganização das suas atividades, o
volume de negócios não estiver disponível para os três anos PARTE II
anteriores, basta demonstrar que as atividades projetadas
para os anos seguintes cumprem o disposto no n.º 3. Contratação pública
6 — Quando as obras, os bens móveis ou os serviços
sejam, respetivamente, realizadas, fornecidos ou presta- TÍTULO I
dos à entidade adjudicante por mais do que uma empresa
associada, a percentagem referida no n.º 3 é calculada Tipos e escolha de procedimentos
tendo em conta o volume total de negócios, em matéria
de obras, de bens móveis ou de serviços, de todas as em- CAPÍTULO I
presas associadas.
Tipos de procedimentos
Artigo 14.º
Empresa associada
Artigo 16.º
Procedimentos para a formação de contratos
Para os efeitos do disposto no artigo anterior, considera-
-se empresa associada qualquer pessoa coletiva cujas con- 1 — Para a formação de contratos cujo objeto abranja
tas anuais sejam consolidadas com as da entidade adjudi- prestações que estão ou sejam suscetíveis de estar subme-
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1955)

tidas à concorrência de mercado, as entidades adjudicantes como referência preferencial, os custos médios unitários
devem adotar um dos seguintes tipos de procedimentos: de prestações do mesmo tipo adjudicadas em anteriores
procedimentos promovidos pela entidade adjudicante.
a) Ajuste direto;
8 — O valor do contrato não pode ser fracionado com
b) Consulta prévia;
c) Concurso público; o intuito de o excluir do cumprimento de quaisquer exi-
d) Concurso limitado por prévia qualificação; gências legais, designadamente, das constantes do presente
e) Procedimento de negociação; Código.
f) Diálogo concorrencial; 9 — Caso não se verifique qualquer das situações re-
g) Parceria para a inovação. feridas nos números anteriores considera-se o contrato
sem valor.
2 — Para os efeitos do disposto no número anterior,
consideram-se submetidas à concorrência de mercado, Artigo 18.º
designadamente, as prestações típicas abrangidas pelo Escolha do procedimento
objeto dos seguintes contratos, independentemente da sua
designação ou natureza: Sem prejuízo do disposto nos capítulos III e IV do pre-
sente título, a escolha dos procedimentos de ajuste direto,
a) Empreitada de obras públicas; de consulta prévia, de concurso público ou de concurso
b) Concessão de obras públicas; limitado por prévia qualificação deve ser feita tendo por
c) Concessão de serviços públicos; base o valor do contrato a celebrar, nos termos do disposto
d) Locação ou aquisição de bens móveis; nos artigos seguintes do presente capítulo.
e) Aquisição de serviços;
f) Sociedade. Artigo 19.º
Escolha do procedimento de formação de contratos
CAPÍTULO II de empreitada de obras públicas

Escolha do procedimento e valor do contrato Para a celebração de contratos de empreitadas de obras


públicas pode adotar-se um dos seguintes procedimentos:
Artigo 17.º a) Concurso público ou concurso limitado por prévia
Valor do contrato qualificação, com publicação de anúncio no Jornal Ofi-
cial da União Europeia, qualquer que seja o valor do
1 — Para efeitos do presente Código, o valor do contrato contrato;
a celebrar é o valor máximo do benefício económico que, b) Concurso público ou concurso limitado por prévia
em função do procedimento adotado, pode ser obtido pelo qualificação, sem publicação de anúncio no Jornal Oficial
adjudicatário com a execução de todas as prestações que da União Europeia, quando o valor do contrato seja inferior
constituem o seu objeto. ao limiar referido na alínea a) do n.º 3 do artigo 474.º;
2 — O benefício económico referido no número anterior c) Consulta prévia, com convite a pelo menos três enti-
inclui, além do preço a pagar pela entidade adjudicante dades, quando o valor do contrato for inferior a € 150 000;
ou por terceiros, o valor de quaisquer contraprestações d) Ajuste direto, quando o valor do contrato for inferior
a efetuar em favor do adjudicatário e ainda o valor das a € 30 000.
vantagens que decorram diretamente para este da execução
do contrato e que possam ser configuradas como contra- Artigo 20.º
partidas das prestações que lhe incumbem.
3 — No caso de contratos de empreitada de obras públi- Escolha do procedimento de formação de contratos de locação
cas, o cálculo do valor do contrato inclui o custo da obra e ou de aquisição de bens móveis e de aquisição de serviços
o valor total dos bens móveis e serviços que são postos à 1 — Para a celebração de contratos de locação ou de
disposição do adjudicatário pela entidade adjudicante. aquisição de bens móveis e de aquisição de serviços, pode
4 — Nos acordos-quadro e nos sistemas de aquisição adotar-se um dos seguintes procedimentos:
dinâmicos, o valor a tomar em consideração é o valor
máximo de todos os contratos previstos ao seu abrigo a) Concurso público ou concurso limitado por prévia
durante a vigência do acordo-quadro ou do sistema de qualificação, com publicação de anúncio no Jornal Ofi-
aquisição dinâmico. cial da União Europeia, qualquer que seja o valor do
5 — No caso das parcerias para a inovação, o valor a contrato;
tomar em consideração é o valor das atividades de inves- b) Concurso público ou concurso limitado por prévia
tigação e desenvolvimento que tenham lugar em todas qualificação, sem publicação de anúncio no Jornal Oficial
as etapas da parceria prevista, bem como dos bens, dos da União Europeia, quando o valor do contrato seja inferior
serviços ou das obras a serem desenvolvidos e adquiridos ao limiares referidos nas alíneas b), c) ou d) do n.º 3 do
no final da parceria. artigo 474.º, consoante o caso;
6 — Quando a entidade adjudicante for organizada por c) Consulta prévia, com convite a pelo menos três enti-
unidades orgânicas, na definição do valor do contrato deve dades, quando o valor do contrato seja inferior a € 75 000;
ser tido em conta o valor total referente a todas elas, salvo d) Ajuste direto, quando o valor do contrato for inferior
se forem independentemente responsáveis pelas suas aqui- a € 20 000.
sições, nomeadamente por se tratar de serviços periféricos
ou municipalizados. 2 — (Revogado.)
7 — A fixação do valor estimado do contrato deve ser 3 — (Revogado.)
fundamentada com base em critérios objetivos, utilizando, 4 — (Revogado.)
5250-(1956) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 21.º Artigo 24.º


Escolha do procedimento de formação de outros contratos Escolha do ajuste direto para a formação de quaisquer contratos

1 — No caso de contratos distintos dos previstos nos 1 — Qualquer que seja o objeto do contrato a celebrar,
artigos anteriores, que não configurem contratos de con- pode adotar-se o ajuste direto quando:
cessão de obras públicas ou de concessão de serviços pú- a) Em anterior concurso público ou concurso limitado
blicos, ou contratos de sociedade, pode adotar-se o seguinte por prévia qualificação, nenhum candidato se haja apre-
procedimento: sentado ou nenhum concorrente haja apresentado proposta,
a) Concurso público, concurso limitado por prévia qua- e desde que o caderno de encargos e, se for o caso, os
lificação, procedimento de negociação, diálogo concor- requisitos mínimos de capacidade técnica e financeira não
rencial ou parceria para a inovação, sem publicação de sejam substancialmente alterados em relação aos daquele
anúncio no Jornal Oficial da União Europeia, qualquer concurso;
que seja o valor do contrato; b) Em anterior concurso público, concurso limitado
b) Consulta prévia, com convite a, pelo menos, três enti- por prévia qualificação ou diálogo concorrencial, todas as
dades, quando o valor do contrato seja inferior a € 100 000; propostas apresentadas tenham sido excluídas, e desde que
c) Ajuste direto, quando o valor do contrato seja inferior o caderno de encargos não seja substancialmente alterado
a € 50 000. em relação ao daquele procedimento;
c) Na medida do estritamente necessário e por motivos
de urgência imperiosa resultante de acontecimentos im-
2 — Para a formação de contratos sem valor, exceto
previsíveis pela a entidade adjudicante, não possam ser
se se tratar de um dos contratos mencionados no número
cumpridos os prazos inerentes aos demais procedimentos, e
anterior, pode ser adotado qualquer um dos procedimentos desde que as circunstâncias invocadas não sejam, em caso
nele referidos. algum, imputáveis à entidade adjudicante;
d) As prestações que constituem o seu objeto se desti-
Artigo 22.º nem, a título principal, a permitir à entidade adjudicante
Contratação de prestações do mesmo tipo a prestação ao público de um ou mais serviços de teleco-
em diferentes procedimentos municações;
e) As prestações que constituem o objeto do contrato
1 — Quando prestações do mesmo tipo, suscetíveis de
só possam ser confiadas a determinada entidade por uma
constituírem objeto de um único contrato, sejam contrata-
das seguintes razões:
das através de mais do que um procedimento, a escolha do
procedimento a adotar deve ser efetuada tendo em conta: i) O objeto do procedimento seja a criação ou aquisição
de uma obra de arte ou de um espetáculo artístico;
a) O somatório dos valores dos vários procedimentos, ii) Não exista concorrência por motivos técnicos;
caso a formação de todos os contratos a celebrar ocorra iii) Seja necessário proteger direitos exclusivos, in-
em simultâneo; ou cluindo direitos de propriedade intelectual;
b) O somatório dos preços contratuais relativos a todos
os contratos já celebrados e do valor de todos os pro- f) (Revogada.)
cedimentos ainda em curso, quando a formação desses
contratos ocorra ao longo do período de um ano, desde 2 — Quando todas as propostas tenham sido excluídas
que a entidade adjudicante, aquando do lançamento do com fundamento no n.º 2 do artigo 70.º, a adoção do ajuste
primeiro procedimento, devesse ter previsto a necessidade direto ao abrigo do disposto na alínea b) do número anterior
de lançamento dos procedimentos subsequentes. só permite a celebração de contratos de valor inferior ao:
2 — As entidades adjudicantes ficam dispensadas do a) Referido na alínea b) do artigo 19.º, no caso de se
disposto no número anterior relativamente a procedimentos tratar de um contrato de empreitada de obras públicas;
de bens e serviços cujo valor seja inferior a € 80 000, ou b) Referido na alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º, no caso
a empreitadas de obras públicas cujo valor seja inferior a de se tratar de um contrato de locação ou de aquisição de
bens móveis ou de um contrato de aquisição de serviços;
€ 1 000 000, desde que o valor do conjunto dos procedi-
c) (Revogada.)
mentos não exceda 20 % deste limite.
3 — (Revogado.) 3 — No caso previsto no número anterior, a adoção
do ajuste direto só permite a celebração de contratos de
CAPÍTULO III valor igual ou superior aos referidos nas alíneas do mesmo
número, desde que o anúncio do procedimento anterior
Escolha do procedimento em função tenha sido publicado no Jornal Oficial da União Europeia
de critérios materiais e sejam convidados a apresentar proposta todos, e apenas,
os concorrentes cujas propostas tenham sido excluídas
Artigo 23.º apenas com fundamento no n.º 2 do artigo 70.º
Regra geral 4 — O ajuste direto com fundamento no disposto nas
subalíneas ii) e iii) da alínea e) do n.º 1 só pode ser ado-
A escolha do procedimento nos termos do disposto no tado quando não exista alternativa ou substituto razoável
presente capítulo permite a celebração de contratos de e quando a inexistência de concorrência não resulte de
qualquer valor, sem prejuízo das exceções expressamente uma restrição desnecessária face aos aspetos do contrato
previstas. a celebrar.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1957)

5 — Para a formação de contratos que digam direta e v) A possibilidade de adoção do procedimento de ajuste
principalmente respeito a uma ou a várias das atividades direto tenha sido indicada no anúncio ou no programa do
exercidas nos setores da água, da energia, dos transportes e procedimento;
dos serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas
no n.º 1 do artigo 7.º, o ajuste direto só pode ser adotado ao b) Se trate de obras a realizar para fins de investigação,
abrigo do disposto na alínea b) do n.º 1 do presente artigo, de experimentação, de estudo ou desenvolvimento, desde
desde que as propostas tenham sido excluídas com funda- que a realização dessas obras não se destine a assegurar a
mento diferente dos previstos no n.º 2 do artigo 70.º obtenção de lucro ou a amortizar o custo dessas ativida-
6 — Para a formação dos contratos a que se refere o des e o valor estimado do contrato seja inferior ao limiar
número anterior e sem prejuízo do que nele se dispõe, tam- estabelecido na alínea a) do n.º 3 do artigo 474.º;
bém pode ser adotado o ajuste direto quando as situações c) Se trate de realizar uma obra ao abrigo de um acordo-
previstas nas alíneas a) e b) do n.º 1 tenham ocorrido em -quadro celebrado nos termos do disposto na alínea a) do
anterior procedimento de negociação. n.º 1 do artigo 252.º
7 — A decisão de escolha do ajuste direto ao abrigo do
disposto nas alíneas a) e b) do n.º 1 e no número anterior 2 — Para a formação de contratos que digam direta e
só pode ser tomada no prazo de seis meses a contar: principalmente respeito a uma ou a várias das atividades
a) Do termo do prazo fixado para a apresentação de exercidas nos setores da água, da energia, dos transportes
candidaturas ou propostas, no caso previsto na alínea a) e dos serviços postais pelas entidades adjudicantes refe-
do n.º 1; ridas no n.º 1 do artigo 7.º, a escolha do ajuste direto ao
b) Da decisão de exclusão de todas as propostas apre- abrigo do disposto na alínea a) do n.º 1 também permite
sentadas, no caso previsto na alínea b) do n.º 1. a celebração de contratos de qualquer valor, quando a
situação prevista nessa alínea tenha ocorrido em anterior
8 — A decisão de escolha do ajuste direto tomada nos procedimento de negociação.
termos do disposto no número anterior caduca se o con-
vite à apresentação de proposta não for formulado nos Artigo 26.º
prazos previstos nas alíneas a) e b) do número anterior, Escolha do ajuste direto para a formação de contratos
consoante o caso. de locação ou de aquisição de bens móveis
9 — Para efeitos do disposto nas alíneas a) e b) do n.º 1,
considera-se que o caderno de encargos e os requisitos mí- 1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 24.º, no caso
nimos de capacidade técnica e financeira são substancial- de contratos de locação ou de aquisição de bens móveis,
mente alterados quando as alterações sejam suscetíveis de pode adotar-se o ajuste direto quando:
impedir a verificação das situações previstas nessas alíneas, a) Se trate de bens destinados à substituição parcial ou
nomeadamente quando sejam modificados os parâmetros à ampliação de bens ou equipamentos de específico uso
base fixados no caderno de encargos. corrente da entidade adjudicante, desde que o contrato a
10 — As entidades adjudicantes devem comunicar à celebrar o seja com a entidade com a qual foi celebrado
Comissão Europeia, a pedido desta, um relatório relativo o contrato inicial de locação ou de aquisição de bens e a
aos contratos celebrados ao abrigo do disposto na alínea a) mudança de fornecedor obrigasse a entidade adjudicante
do n.º 1. a adquirir material de características técnicas diferentes,
originando incompatibilidades ou dificuldades técnicas de
Artigo 25.º utilização e manutenção desproporcionadas;
Escolha do ajuste direto para a formação de contratos b) Se trate de bens produzidos ou a produzir para fins de
de empreitada de obras públicas investigação, de experimentação, de estudo ou desenvol-
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, no vimento, desde que tais bens não sejam produzidos com
caso de contratos de empreitada de obras públicas, pode finalidade comercial, ou com vista a amortizar o custo
adotar-se o ajuste direto quando: dessas atividades, e o valor estimado do contrato seja in-
ferior aos limiares estabelecidos nas alíneas b) e c) do n.º 3
a) Se trate de novas obras que consistam na repetição do artigo 474.º;
de obras similares objeto de contrato anteriormente ce- c) Se trate de adquirir bens cotados e adquiridos num
lebrado pela mesma entidade adjudicante, desde que, de mercado de matérias-primas;
forma cumulativa: d) Se trate de adquirir bens, em condições especial-
i) O contrato seja celebrado com a entidade com a qual mente mais vantajosas do que as normalmente existentes
foi celebrado o contrato inicial; no mercado, a entidades que cessem definitivamente a
ii) Essas obras estejam em conformidade com um pro- sua atividade comercial, a curadores, liquidatários, admi-
jeto base comum; nistradores de insolvência ou ainda no âmbito de acordo
iii) Aquele contrato tenha sido celebrado, há menos de judicial ou procedimento da mesma natureza previsto na
três anos, na sequência de concurso público, de concurso legislação aplicável;
limitado, de procedimento de negociação, de diálogo con- e) Se trate de locar ou adquirir bens ao abrigo de um
correncial ou de parceria para a inovação; acordo-quadro celebrado nos termos do disposto na alí-
iv) O anúncio do procedimento tenha sido publicado no nea a) do n.º 1 do artigo 252.º;
Jornal Oficial da União Europeia, no caso de o somatório f) Se trate de adquirir água ou energia, desde que a
do valor estimado do contrato relativo ao ajuste direto e entidade adjudicante exerça a atividade de colocação à
do preço contratual relativo ao contrato inicial ser igual disposição, de exploração ou de alimentação de redes fixas
ou superior ao limiar estabelecido na alínea a) do n.º 3 do de prestação de serviços ao público no domínio da produ-
artigo 474.º; e ção, do transporte ou da distribuição de, respetivamente,
5250-(1958) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

água potável ou eletricidade, gás ou combustível para que a definição quantitativa dos atributos das propostas, no
aquecimento. âmbito de outros tipos de procedimento, seja desadequada
a essa fixação tendo em conta os objetivos da aquisição
2 — Sem prejuízo do disposto no artigo 24.º, para a pretendida;
formação de contratos que digam direta e principalmente c) Se trate de serviços relativos à aquisição ou à locação,
respeito a uma ou a várias das atividades exercidas nos independentemente da respetiva modalidade financeira,
setores da água, da energia, dos transportes e dos serviços
de quaisquer bens imóveis, ou a direitos sobre esses bens,
postais pelas entidades adjudicantes referidas no n.º 1 do
artigo 7.º, o ajuste direto também pode ser adotado quando: salvo os contratos de prestação de serviços financeiros ce-
lebrados simultânea, prévia ou posteriormente ao contrato
a) Se trate de adquirir bens destinados a revenda ou a de aquisição ou de locação, seja qual for a sua forma;
locação a terceiros, diretamente ou através da sua incor- d) Se trate de serviços de arbitragem, conciliação ou
poração noutros bens móveis: mediação;
i) A entidade adjudicante não goze de direitos especiais e) Se trate de serviços de investigação e desenvolvi-
ou exclusivos para a revenda ou a locação daqueles bens; e mento não abrangidos pela alínea j) do n.º 4 do artigo 5.º,
ii) Outras entidades possam revender ou locar livre- desde que o valor estimado do contrato seja inferior aos
mente bens do mesmo tipo em condições idênticas às das limiares estabelecidos nas alíneas b) e c) do n.º 3 do ar-
que goza a entidade adjudicante; tigo 474.º;
f) (Revogada.)
b) Se trate de adquirir bens que se encontram dispo- g) Se trate de contrato que, na sequência de um concurso
níveis no mercado por um período de tempo muito curto
e cujo preço seja consideravelmente inferior aos preços de conceção, deva ser celebrado com o concorrente sele-
normalmente praticados no mercado. cionado ou com um dos concorrentes selecionados nesse
concurso, desde que tal intenção tenha sido manifestada
3 — As entidades adjudicantes devem comunicar à nos respetivos termos de referência e de acordo com as
Comissão Europeia, a pedido desta, as categorias de bens regras neles estabelecidas;
objeto dos contratos celebrados na sequência de ajuste h) Se trate de adquirir serviços ao abrigo de um acordo-
direto adotado ao abrigo do disposto na alínea a) do nú- -quadro, nos termos do disposto na alínea a) do n.º 1 do
mero anterior. artigo 252.º;
i) Se trate de adquirir serviços, em condições especial-
Artigo 27.º mente mais vantajosas do que as normalmente existentes
Escolha do ajuste direto para a formação no mercado, a entidades que cessem definitivamente a
de contratos de aquisição de serviços sua atividade comercial, a curadores, liquidatários, admi-
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 24.º, no caso nistradores de insolvência ou ainda no âmbito de acordo
de contratos de aquisição de serviços, pode adotar-se o judicial ou procedimento da mesma natureza previsto na
ajuste direto quando: legislação aplicável.
a) Se trate de novos serviços que consistam na repetição
2 — (Revogado.)
de serviços similares que tenham sido objeto de contrato
anteriormente celebrado pela mesma entidade adjudicante 3 — Só pode ser adotado o ajuste direto ao abrigo do
com o mesmo adjudicatário, desde que, de forma cumu- disposto na alínea b) do n.º 1 quando o respetivo preço
lativa: base seja inferior aos valores resultantes da aplicação da
alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º
i) Esses serviços estejam em conformidade com um 4 — Não pode ser adotado o ajuste direto ao abrigo do
projeto base comum;
disposto na alínea b) do n.º 1 quando o serviço a adquirir
ii) Aquele contrato tenha sido celebrado, há menos de
três anos, na sequência de concurso público, de concurso consista na elaboração de um plano, de um projeto ou de
limitado por prévia qualificação, de procedimento de ne- uma qualquer criação conceptual nos domínios artístico, do
gociação, de diálogo concorrencial ou de parceria para a ordenamento do território, do planeamento urbanístico, da
inovação; arquitetura, da engenharia ou do processamento de dados.
iii) O anúncio do procedimento tenha sido publicado 5 — A decisão de escolha do ajuste direto ao abrigo do
no Jornal Oficial da União Europeia, no caso de o soma- disposto na alínea g) do n.º 1 só pode ser tomada no prazo
tório do valor estimado do contrato e do preço contratual de um ano a contar da decisão de adjudicação tomada no
relativo ao contrato inicial ser igual ou superior ao valor concurso de conceção, devendo o convite à apresentação
referido, consoante os casos, nas alíneas b) ou c) do n.º 3 de proposta ser enviado dentro do mesmo prazo, sob pena
do artigo 474.º; e de caducidade daquela decisão.
iv) A possibilidade de adoção do ajuste direto tenha sido 6 — A entidade adjudicante deve indemnizar os concor-
indicada no anúncio ou no programa do concurso;
rentes pelos encargos em que comprovadamente incorreram
b) A natureza das respetivas prestações, nomeadamente com a elaboração das respetivas propostas apresentadas
as inerentes a serviços de natureza intelectual, não permita no concurso de conceção quando a decisão de escolha do
a elaboração de especificações contratuais suficientemente ajuste direto, ao abrigo do disposto na alínea g) do n.º 1,
precisas para que sejam definidos os atributos qualitativos tenha caducado ou não tenha sido tomada no prazo previsto
das propostas necessários à fixação de um critério de ad- no número anterior.
judicação, nos termos do disposto no artigo 74.º, e desde 7 — (Revogado.)
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1959)

Artigo 27.º-A CAPÍTULO IV


Consulta prévia Outras regras de escolha do procedimento
Nas situações previstas nos artigos 24.º a 27.º, deve
adotar-se o procedimento de consulta prévia sempre que Artigo 31.º
o recurso a mais de uma entidade seja possível e com- Escolha do procedimento em função do tipo de contrato
patível com o fundamento invocado para a adoção deste
1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 24.º e 30.º-A,
procedimento.
para a formação de contratos de concessão de obras pú-
blicas e de serviços públicos, bem como de contratos de
Artigo 28.º
sociedade, deve ser adotado, em alternativa, o concurso
Escolha de concurso sem publicação de anún- público, o concurso limitado por prévia qualificação, o
cio no Jornal Oficial da União Europeia procedimento de negociação ou o diálogo concorrencial.
Pode adotar-se o concurso público ou o concurso limi- 2 — O disposto no número anterior é também aplicável
tado por prévia qualificação, sem publicação do respetivo quando os contratos nele referidos não impliquem o pa-
anúncio no Jornal Oficial da União Europeia, nos casos em gamento de um preço pela entidade adjudicante ou sejam
que pode ser adotado o ajuste direto ao abrigo do disposto contratos sem valor.
nos artigos anteriores do presente capítulo, com exceção 3 — Quando razões de interesse público relevante o
daqueles em que só seja possível convidar uma entidade justifiquem, pode adotar-se o ajuste direto para a formação
e do caso previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo anterior. de contratos de sociedade.
4 — Caso o valor do contrato de concessão de obra ou
Artigo 29.º serviço público seja inferior a € 75 000 e a sua duração seja
inferior a um ano, podem ser utilizados os procedimentos
Escolha do procedimento de negociação
de consulta prévia ou ajuste direto.
e do diálogo concorrencial

1 — A entidade adjudicante pode adotar o procedimento Artigo 32.º


de negociação ou o diálogo concorrencial quando: Escolha do procedimento para a formação de contratos mistos
a) As suas necessidades não possam ser satisfeitas sem 1 — Só é permitida a celebração de contratos mistos
a adaptação de soluções facilmente disponíveis; se as prestações a abranger pelo respetivo objeto forem
b) Os bens ou serviços incluírem a conceção de soluções técnica ou funcionalmente incindíveis ou, não o sendo,
inovadoras; se a sua separação causar graves inconvenientes para a
c) Não for objetivamente possível adjudicar o contrato entidade adjudicante.
sem negociações prévias devido a circunstâncias espe- 2 — Na formação de contrato misto cujo objeto abranja
cíficas relacionadas com a sua natureza, complexidade, simultaneamente prestações típicas de mais do que um
montagem jurídica e financeira ou devido aos riscos a ela tipo de contrato, aplica-se, em matéria de escolha do pro-
associados; cedimento, o regime previsto para o tipo contratual que
d) Não for objetivamente possível definir com precisão caracteriza o objeto principal do mesmo, atendendo, de-
as especificações técnicas por referência a uma norma, signadamente, a elementos tais como o valor estimado do
homologação técnica europeia, especificações técnicas contrato ou as suas prestações essenciais.
comuns ou referência técnica; 3 — Quando for possível identificar separadamente as
e) (Revogada.) diferentes partes de um determinado contrato, o seu objeto
principal é determinado em função do valor estimado mais
2 — (Revogado.) elevado.
3 — (Revogado.) 4 — Quando o contrato for composto por prestações
4 — (Revogado.) típicas pertencentes a um ou mais contratos abrangidos, e
a um ou mais contratos não abrangidos, pela parte II, aplica-
Artigo 30.º -se a todo o contrato o regime correspondente da parte II,
(Revogado.) relevando para o efeito o valor total do contrato.
5 — Se um dos tipos contratuais em causa na situação
Artigo 30.º-A do número anterior for abrangido pelo regime do Decreto-
-Lei n.º 104/2011, de 6 de outubro, à formação do contrato
Escolha da parceria para a inovação
é aplicável esse regime.
A entidade adjudicante pode adotar a parceria para a 6 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 1 a 4, a formação
inovação quando pretenda a realização de atividades de do contrato misto está sujeita ao cumprimento dos trâmites
investigação e o desenvolvimento de bens, serviços ou procedimentais e outros requisitos legais específicos, devi-
obras inovadoras, independentemente da sua natureza e das damente conjugados, aplicáveis aos vários tipos contratuais
áreas de atividade, tendo em vista a sua aquisição posterior, abrangidos pelo contrato.
desde que estes correspondam aos níveis de desempenho 7 — (Revogado.)
e preços máximos previamente acordados entre aquela e 8 — (Revogado.)
os participantes na parceria. 9 — (Revogado.)
5250-(1960) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 33.º ou outros serviços específicos enumerados no anexo IV


Escolha do procedimento em função da entidade adjudicante
daquela diretiva.
3 — O período abrangido pelo anúncio de pré-informação
1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 24.º a 27.º, não pode ser superior a 12 meses a contar da data em que
para a formação de contratos que digam direta e princi- o anúncio é enviado para publicação, exceto no caso dos
palmente respeito a uma ou a várias das atividades exerci- contratos de serviços sociais e outros serviços específicos,
das nos setores da água, da energia, dos transportes e dos em que o referido período pode ser superior a 12 meses.
serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas no 4 — Os preços contratuais estimados de todos os con-
n.º 1 do artigo 7.º, estas entidades devem adotar, em alter- tratos a celebrar previstos nos n.os 1 e 2 incluem o valor
nativa, o concurso público, o concurso limitado por prévia estimado dos acordos-quadro que as entidades adjudicantes
qualificação, o procedimento de negociação, o diálogo estejam dispostas a celebrar naquele período e cujo objeto
concorrencial, ou ainda, se cumpridos os pressupostos abranja prestações típicas dos contratos referidos no n.º 1.
previstos no artigo 30.º-A, a parceria para a inovação. 5 — O preço contratual estimado de todos os contratos a
2 — (Revogado.) celebrar para cuja formação as entidades adjudicantes ado-
3 — Ainda que os contratos a celebrar não digam apenas tem os procedimentos de consulta prévia ou ajuste direto
respeito a uma ou a várias das atividades por elas exerci- em função de critérios materiais não é contabilizado para
das nos setores da água, da energia, dos transportes e dos efeitos do preço contratual estimado de todos os contratos
serviços postais, o disposto no n.º 1 é sempre aplicável a celebrar previsto no n.º 1.
às entidades adjudicantes referidas no n.º 1 do artigo 7.º, 6 — Os anúncios de pré-informação relativos aos con-
desde que não seja possível determinar a que atividade tais tratos referidos na alínea a) do n.º 1 são enviados imedia-
contratos dizem principalmente respeito.
tamente após o início de cada exercício orçamental.
4 — O disposto no n.º 1 não é aplicável às entidades
7 — Os anúncios de pré-informação relativos aos con-
adjudicantes referidas no n.º 2 do artigo 2.º quando os
contratos a celebrar não digam apenas respeito a uma ou tratos referidos na alínea b) do n.º 1 são enviados imedia-
a várias das atividades por elas exercidas nos setores da tamente após a aprovação do plano de atividades em que
água, da energia, dos transportes e dos serviços postais e se inserem.
não seja possível determinar a que atividade tais contratos 8 — O cálculo dos preços contratuais estimados refe-
dizem principalmente respeito. ridos nos n.os 1 a 3 deve ser efetuado de acordo com as
regras previstas no artigo 5.º da Diretiva n.º 2014/24/UE,
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro
TÍTULO II de 2014.
Fase de formação do contrato Artigo 35.º
Anúncio periódico indicativo
CAPÍTULO I
1 — Quando os contratos a celebrar digam direta e
Preparação do procedimento principalmente respeito a uma ou a várias das atividades
exercidas nos setores da água, da energia, dos transportes e
Artigo 34.º dos serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas
Anúncio de pré-informação
no n.º 1 do artigo 7.º, estas podem enviar para publica-
ção no Jornal Oficial da União Europeia um anúncio
1 — As entidades adjudicantes referidas no artigo 2.º periódico indicativo, contendo as menções previstas no
enviam para publicação no Jornal Oficial da União Eu- artigo 67.º da Diretiva n.º 2014/25/UE, do Parlamento
ropeia um anúncio de pré-informação, nos termos do n.º 1 Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, ao
do artigo 48.º da Diretiva n.º 2014/24/UE, do Parlamento qual é aplicável o disposto no artigo anterior, com as
Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, no devidas adaptações.
qual indicam: 2 — O período abrangido pelo anúncio de pré-informação
a) No caso de contratos de locação ou de aquisição de não pode ser superior a 12 meses a contar da data em que
bens móveis ou de contratos de aquisição de serviços, o o anúncio é enviado para publicação, exceto no caso dos
preço contratual estimado de todos os contratos a celebrar contratos de serviços sociais e outros serviços específicos,
durante os 12 meses seguintes e cujo preço seja igual ou em que o referido período pode ser superior a 12 meses.
superior ao limiar aplicável nos termos do artigo 474.º;
b) No caso de contratos de empreitada ou concessão Artigo 35.º-A
de obras públicas ou concessão de serviço público, as Consulta preliminar ao mercado
respetivas características essenciais, quando o preço ou
valor contratual estimado de todos os contratos a celebrar 1 — Antes da abertura de um procedimento de for-
durante os 12 meses seguintes seja igual ou superior ao mação de contrato público, a entidade adjudicante pode
limiar aplicável nos termos do artigo 474.º realizar consultas informais ao mercado, designadamente
através da solicitação de informações ou pareceres de
2 — As entidades adjudicantes referidas no artigo 2.º peritos, autoridades independentes ou agentes econó-
podem enviar para publicação no Jornal Oficial da União micos, que possam ser utilizados no planeamento da
Europeia um anúncio de pré-informação, nos termos dos contratação, sem prejuízo do disposto na alínea j) do
n.os 2 e 3 do artigo 31.º da Diretiva n.º 2014/23/UE, do n.º 1 do artigo 55.º
Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro 2 — A consulta preliminar prevista no número anterior
de 2014, quando se trate de concessão de serviços sociais não pode ter por efeito distorcer a concorrência, nem re-
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1961)

sultar em qualquer violação dos princípios da não discri- Artigo 37.º


minação e da transparência. Decisão de contratar nas parcerias público-privadas
3 — Quando um candidato ou concorrente, ou uma
empresa associada a um candidato ou concorrente, tiver Quando o contrato a celebrar por uma das entidades
apresentado informação ou parecer à entidade adjudicante adjudicantes referidas nas alíneas a), b) e d) do n.º 1 do
ou tiver sido consultada, nos termos dos números ante- artigo 2.º configure, nos termos de legislação própria, uma
riores, ou tiver participado de qualquer outra forma na parceria público-privada, a decisão de contratar compete,
conjuntamente, ao membro do Governo ou ao membro do
preparação do procedimento de formação do contrato, a
Governo Regional responsável pela área das finanças e ao
entidade adjudicante deve tomar as medidas adequadas membro do Governo ou ao membro do Governo Regional
para evitar qualquer distorção da concorrência em virtude da tutela setorial, consoante o caso.
dessa participação.
4 — Para efeitos do disposto no número anterior, são Artigo 38.º
consideradas medidas adequadas, entre outras, a comuni-
Decisão de escolha do procedimento
cação aos restantes candidatos ou concorrentes de todas
as informações pertinentes trocadas no âmbito da partici- A decisão de escolha do procedimento de formação de
pação do candidato ou concorrente na preparação do pro- contratos, de acordo com as regras fixadas no presente Có-
cedimento de formação do contrato, com inclusão dessas digo, deve ser fundamentada e cabe ao órgão competente
informações nas peças do procedimento. para a decisão de contratar.

Artigo 39.º
CAPÍTULO II
Agrupamento de entidades adjudicantes
Início do procedimento 1 — As entidades adjudicantes podem agrupar-se com
vista à:
Artigo 36.º
a) Formação de contratos cuja execução seja do inte-
Decisão de contratar e decisão de autorização da despesa resse de todas;
1 — O procedimento de formação de qualquer con- b) Formação de um acordo-quadro de que todas possam
trato inicia-se com a decisão de contratar, a qual deve ser beneficiar;
fundamentada e cabe ao órgão competente para autorizar c) Gestão conjunta de sistemas de aquisição dinâmicos;
a despesa inerente ao contrato a celebrar, podendo essa d) Aquisição conjunta utilizando catálogos eletrónicos.
decisão estar implícita nesta última.
2 — As entidades adjudicantes devem designar qual
2 — Quando o contrato a celebrar não implique o pa- delas constitui o representante do agrupamento para efeitos
gamento de um preço pela entidade adjudicante, a decisão de condução do procedimento de formação do contrato ou
de contratar cabe ao órgão desta que for competente para do acordo-quadro a celebrar.
o efeito nos termos da respetiva lei orgânica ou dos seus 3 — A decisão de contratar, a decisão de escolha do
estatutos. procedimento, a aprovação das peças do procedimento, a
3 — Quando o valor do contrato for igual ou superior designação do júri, a decisão de qualificação dos candi-
a € 5 000 000, a fundamentação prevista no n.º 1 deve datos e a decisão de adjudicação, bem como os restantes
basear-se numa avaliação de custo/benefício e deve conter, atos cuja competência esteja atribuída ao órgão com com-
nomeadamente e quando aplicável: petência para a decisão de contratar, devem ser tomadas
conjuntamente pelos órgãos competentes de todas as enti-
a) A identificação do tipo de beneficiários do contrato dades que integram o agrupamento, eventualmente através
a celebrar; de conferência procedimental, nos termos gerais.
b) A taxa prevista de utilização da infraestrutura, serviço 4 — No caso de agrupamentos de entidades adjudicantes
ou bem; constituídos por pelo menos uma das referidas no n.º 1 do
c) A análise da rentabilidade; artigo 2.º, o ajuste direto, a consulta prévia, o concurso
d) Os custos de manutenção; público ou o concurso limitado por prévia qualificação
e) A avaliação dos riscos potenciais e formas de miti- adotados nos termos do disposto nos artigos 19.º e 20.º só
gação dos mesmos; permite a celebração de contratos de valor inferior ao mais
f) O impacto previsível para a melhoria da organização; baixo dos limites neles referidos, consoante o caso.
g) O impacto previsível no desenvolvimento ou na re- 5 — No caso de agrupamentos de entidades adjudican-
conversão do país ou da região coberta pelo investimento. tes, só pode ser adotado um procedimento em função de
um dos critérios materiais previstos nos capítulos III e IV do
4 — Quando o tipo de procedimento utilizado seja a título anterior quando tal critério se verifique relativamente
a todas as entidades que o constituem.
parceria para a inovação, o limiar referido no número 6 — As entidades adjudicantes membro do agrupamento
anterior é de € 2 500 000. só são solidariamente responsáveis pelo cumprimento das
5 — As peças do procedimento devem identificar todos obrigações por si assumidas quando tais obrigações o sejam
os pareceres prévios, licenciamentos e autorizações neces- na sua totalidade pelo conjunto dos seus membros.
sárias que possam condicionar o procedimento e a execu- 7 — Salvo disposição especial constante de acordo in-
ção do contrato. ternacional celebrado entre os Estados em causa, quando
6 — O disposto nos números anteriores não prejudica o agrupamento for constituído também com entidades
a aplicação de regimes especiais. adjudicantes de outros Estados-Membros da União Euro-
5250-(1962) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

peia, as entidades adjudicantes devem celebrar um acordo pelo órgão competente para a decisão de selecionar um ou
prévio que determine: vários trabalhos de conceção.
4 — As indicações constantes do programa do proce-
a) As responsabilidades das partes e as disposições na- dimento, do caderno de encargos e da memória descritiva
cionais aplicáveis, as quais, por sua vez, devem constar prevalecem sobre as indicações do anúncio em caso de
dos documentos do respetivo procedimento de contratação; divergência.
b) A organização interna do procedimento de contrata- 5 — As peças do procedimento prevalecem sobre as
ção, nomeadamente a sua gestão, a distribuição das obras, indicações constantes da plataforma eletrónica de contra-
fornecimentos ou serviços a adjudicar e a celebração dos tação, em caso de divergência.
contratos.
Artigo 41.º
8 — Tendo em vista a gestão conjunta, com caráter
regular, de procedimentos de formação de contratos pú- Programa do procedimento
blicos, uma ou mais entidades adjudicantes sujeitas ao O programa do procedimento é o regulamento que de-
presente Código podem associar-se com uma ou mais fine os termos a que obedece a fase de formação do contrato
entidades adjudicantes de outros Estados-Membros da até à sua celebração.
União Europeia, constituindo uma entidade jurídica co-
mum, nomeadamente sob a forma de agrupamento europeu Artigo 42.º
de cooperação territorial.
9 — Para efeitos do disposto no número anterior, as Caderno de encargos
entidades adjudicantes participantes devem definir, atra- 1 — O caderno de encargos é a peça do procedimento
vés de decisão do órgão competente da entidade jurídica que contém as cláusulas a incluir no contrato a celebrar.
comum, a legislação nacional aplicável em matéria de 2 — Nos casos de manifesta simplicidade das prestações
contratos públicos de entre: que constituem o objeto do contrato a celebrar, as cláusulas
a) Legislação do Estado onde a entidade jurídica comum do caderno de encargos podem consistir numa mera fixa-
tem a sua sede social; ção de especificações técnicas e numa referência a outros
b) Legislação do Estado onde a entidade jurídica comum aspetos essenciais da execução desse contrato, tais como
desenvolve as suas atividades. o preço ou o prazo.
3 — As cláusulas do caderno de encargos relativas aos
aspetos da execução do contrato submetidos à concorrên-
CAPÍTULO III cia podem fixar os respetivos parâmetros base a que as
propostas estão vinculadas.
Peças do procedimento 4 — Os parâmetros base referidos no número anterior
podem dizer respeito a quaisquer aspetos da execução
Artigo 40.º do contrato, tais como o preço a pagar ou a receber pela
Tipos de peças entidade adjudicante, a sua revisão, o prazo de execução
das prestações objeto do contrato ou as suas caracterís-
1 — As peças dos procedimentos de formação de con- ticas técnicas ou funcionais, bem como às condições da
tratos são as seguintes: modificação do contrato, devendo ser definidos através
a) No ajuste direto, o convite à apresentação das pro- de limites mínimos ou máximos, consoante os casos, sem
postas e o caderno de encargos, sem prejuízo do disposto prejuízo dos limites resultantes das vinculações legais ou
no artigo 128.º; regulamentares aplicáveis.
b) Na consulta prévia, o convite à apresentação de pro- 5 — O caderno de encargos pode também descrever as-
postas e o caderno de encargos; petos da execução do contrato não submetidos à concorrên-
c) No concurso público, o anúncio, o programa do pro- cia, nomeadamente mediante a fixação de limites mínimos
cedimento e o caderno de encargos; ou máximos a que as propostas estão vinculadas.
d) No concurso limitado por prévia qualificação, o anún- 6 — Os aspetos da execução do contrato, constantes das
cio, o programa do procedimento, o convite à apresentação cláusulas do caderno de encargos, podem dizer respeito,
de propostas e o caderno de encargos; desde que relacionados com tal execução, a condições de
e) No procedimento de negociação, o anúncio, o pro- natureza social, ambiental, ou que se destinem a favorecer:
grama do procedimento, o convite à apresentação de pro- a) A aplicação de medidas de promoção da igualdade
postas e o caderno de encargos; de género e da igualdade salarial no trabalho;
f) No diálogo concorrencial, o anúncio, o programa do b) O aumento da participação das mulheres no mercado
procedimento, a memória descritiva, o convite à apresen- de trabalho;
tação de soluções, o convite à apresentação de propostas c) A conciliação da vida profissional com a vida familiar
e o caderno de encargos; e pessoal dos trabalhadores afetos à execução do contrato;
g) Na parceria para a inovação, o anúncio, o programa d) A inclusão de pessoas com deficiência no mercado
do procedimento, o convite à apresentação de propostas e de trabalho.
o caderno de encargos.
7 — (Revogado.)
2 — As peças do procedimento referidas no número 8 — (Revogado.)
anterior, incluindo a minuta do anúncio, são aprovadas 9 — (Revogado.)
pelo órgão competente para a decisão de contratar. 10 — (Revogado.)
3 — Nos concursos de conceção, os termos de referência 11 — Para efeitos do disposto nos n.os 3 e 5, consideram-
constituem a única peça do procedimento, sendo aprovados -se aspetos submetidos à concorrência todos aqueles que
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1963)

são objeto de avaliação de acordo com o critério de adju- 8 — O caderno de encargos é nulo quando:
dicação, e aspetos não submetidos à concorrência todos
a) Não seja integrado pelo projeto de execução previsto
aqueles que, sendo apreciados, não são objeto de avaliação
no n.º 1 ou pelo programa preliminar previsto na parte
e classificação.
final do n.º 3;
b) Seja elaborado em violação do disposto no n.º 2;
Artigo 43.º c) O projeto de execução nele integrado não esteja acom-
Caderno de encargos do procedimento de formação panhado dos elementos previstos no n.º 5;
de contratos de empreitada d) Os elementos da solução da obra nele integrados
1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo anterior, não observem o conteúdo obrigatório previsto na portaria
o caderno de encargos do procedimento de formação de referida no número anterior.
contratos de empreitada de obras públicas deve incluir um 9 — A nulidade prevista no número anterior é suscetível
projeto de execução. de sanação, nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 164.º
2 — Quando a obra seja classificada, nos termos da do Código do Procedimento Administrativo.
portaria prevista no n.º 7, na categoria III ou superior, bem 10 — Para efeitos do disposto no número anterior,
como naqueles casos em que o preço base, fixado no ca- considera-se sanada a nulidade nas seguintes situações:
derno de encargos, seja enquadrável na classe 3 de alvará
ou em classe superior, o projeto de execução referido no a) Se, verificado o vício antes de decorrido o prazo para
número anterior deve ser objeto de prévia revisão por apresentação de propostas, a entidade adjudicante proceder
entidade devidamente qualificada para a sua elaboração, à junção dos elementos em falta, no prazo de cinco dias,
distinta do autor do mesmo. sendo prorrogado o prazo para apresentação de propostas,
3 — Em casos excecionais devidamente fundamenta- nos termos do artigo 64.º;
dos, nos quais o adjudicatário deva assumir, nos termos do b) Se, no prazo de cinco dias após notificação para,
caderno de encargos, obrigações de resultado relativas à querendo, sanar a nulidade, o contraente público proceder
utilização da obra a realizar, ou nos quais a complexidade à junção dos elementos em falta, desde que não alterem
técnica do processo construtivo da obra a realizar requeira, os pressupostos em que assentou a elaboração da proposta
em razão da tecnicidade própria dos concorrentes, a espe- do adjudicatário;
cial ligação destes à conceção daquela, a entidade adjudi- c) Se, no prazo de cinco dias após notificação para,
cante pode prever, como aspeto da execução do contrato querendo, sanar a nulidade, o contraente público apresentar
a celebrar, a elaboração do projeto de execução, caso em as razões que justificam a não exigência dos elementos
que o caderno de encargos deve ser integrado apenas por previstos no n.º 5.
um programa preliminar.
4 — Em qualquer dos casos previstos nos números an- 11 — No caso previsto n.º 3, o contrato a celebrar não é
teriores, o projeto de execução deve ser acompanhado de: considerado um contrato misto para os efeitos do disposto
no artigo 32.º
a) Uma descrição dos trabalhos preparatórios ou aces- Artigo 44.º
sórios, tal como previstos no artigo 350.º;
b) Uma lista completa de todas as espécies de trabalhos Cadernos de encargos relativos a contratos de concessão
necessárias à execução da obra a realizar e do respetivo Sem prejuízo do disposto no artigo 42.º, os cadernos de
mapa de quantidades. encargos dos procedimentos de formação de contratos de
concessão de obras públicas e de concessão de serviços
5 — Em qualquer dos casos previstos nos n.os 1 a 3, o públicos integram um código de exploração que contém os
projeto de execução deve ser acompanhado, para além direitos e as obrigações das partes relativas à exploração,
dos demais elementos legalmente exigíveis, dos que, em incluindo, quando for o caso, as normas de exploração que
função das características específicas da obra, se justifi- são estabelecidas também no interesse dos utentes da obra
quem, nomeadamente: ou do serviço a explorar.
a) Dos levantamentos e das análises de base e de campo;
b) Dos estudos geológicos e geotécnicos; Artigo 45.º
c) Dos estudos ambientais, incluindo a declaração de Caderno de encargos das parcerias público-privadas
impacto ambiental, nos termos da legislação aplicável;
d) Dos estudos de impacte social, económico ou cultural, Os cadernos de encargos dos procedimentos de forma-
nestes se incluindo a identificação das medidas de natureza ção de contratos que configurem parcerias público-privadas
expropriatória a realizar, dos bens e direitos a adquirir e devem submeter à concorrência os aspetos da sua execução
dos ónus e servidões a impor; relativos aos encargos para a entidade adjudicante e aos
e) Dos resultados dos ensaios laboratoriais ou outros; riscos a ela direta ou indiretamente afetos decorrentes da
f) Do plano de prevenção e gestão de resíduos de cons- configuração do modelo contratual.
trução e demolição, nos termos da legislação aplicável.
Artigo 46.º
6 — No caso previsto no n.º 1, o projeto de execução Formulários de caderno de encargos
deve ainda ser acompanhado do planeamento das opera-
ções de consignação, seja esta total ou parcial nos termos Podem ser aprovados formulários de cadernos de en-
cargos nos seguintes termos:
do disposto nos artigos 358.º e 359.º
7 — O conteúdo obrigatório dos elementos referidos a) Por portaria do membro do Governo responsável pela
nos n.os 1 e 3 é fixado por portaria do membro do Governo área das obras públicas, no caso de contratos de empreitada
responsável pela área das obras públicas. de obras públicas;
5250-(1964) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

b) Por portaria do membro do Governo responsável pela 4 — O preço base deve respeitar os limites de valor até
área das finanças, no caso de contratos de locação ou de aos quais pode ser utilizado o tipo de procedimento em
aquisição de bens móveis e de aquisição de serviços; causa e os limites máximos de autorização de despesa do
c) Por portaria do membro do Governo responsável pela órgão competente para a decisão de contratar, se aplicáveis.
área das finanças e do membro do Governo responsável 5 — Em casos excecionais, devidamente fundamen-
pela área em causa, no caso de contratos de concessão de tados, a entidade adjudicante pode não fixar preço base,
obras públicas e de concessão de serviços públicos. desde que o procedimento permita a celebração de contra-
tos de qualquer valor e o órgão competente para a decisão
Artigo 46.º-A de contratar não esteja sujeito a limites máximos de autori-
Adjudicação por lotes zação de despesa ou ao regime de autorização de despesas.
6 — No caso de agrupamentos de entidades adjudi-
1 — As entidades adjudicantes podem prever, nas peças cantes, o valor a considerar para efeitos do n.º 4, na parte
do procedimento, a adjudicação por lotes. em que se refere ao valor de autorização de despesa, cor-
2 — Na formação de contratos públicos de aquisição responde à soma dos valores máximos até aos quais os
ou locação de bens, ou aquisição de serviços, de valor órgãos competentes de cada uma daquelas entidades, por
superior a € 135 000, e empreitadas de obras públicas de lei ou por delegação, podem autorizar a respetiva fração
valor superior a € 500 000, a decisão de não contratação da despesa inerente ao contrato a celebrar.
por lotes deve ser fundamentada, constituindo fundamento,
designadamente, as seguintes situações:
Artigo 48.º
a) Quando as prestações a abranger pelo respetivo objeto Fundamentação do prazo de vigência
forem técnica ou funcionalmente incindíveis ou, não o
sendo, a sua separação causar graves inconvenientes para No caso de contratos de locação ou de aquisição de bens
a entidade adjudicante; móveis ou de aquisição de serviços, a fixação no caderno
b) Quando, por motivos de urgência ou por imperativos de encargos de um prazo de vigência do contrato a celebrar
técnicos ou funcionais, a gestão de um único contrato se superior a três anos deve ser fundamentada.
revele mais eficiente para a entidade adjudicante.
Artigo 49.º
3 — O disposto no número anterior não se aplica às
Especificações técnicas
entidades adjudicantes referidas nos artigos 7.º e 12.º
4 — A entidade adjudicante pode limitar o número 1 — As especificações técnicas, tal como definidas no
máximo de lotes que podem ser adjudicados a cada con- anexo VII ao presente Código, do qual faz parte integrante,
corrente, devendo indicar essas limitações no convite ou devem constar no caderno de encargos e devem definir
no programa do procedimento, bem como os critérios as características exigidas para as obras, bens móveis e
objetivos e não discriminatórios em que se baseie a es- serviços.
colha dos lotes a adjudicar a cada concorrente nos casos 2 — As características exigidas para as obras, bens mó-
em que a aplicação dos critérios de adjudicação resulte na veis e serviços podem também incluir uma referência ao
atribuição, ao mesmo concorrente, de um número de lotes processo ou método específico de produção ou execução
superior ao máximo fixado. das obras, bens móveis ou serviços solicitados ou a um
5 — O disposto nos números anteriores não prejudica a processo específico para outra fase do seu ciclo de vida,
possibilidade de a entidade adjudicante celebrar contratos mesmo que tais fatores não façam parte da sua substância
que combinem vários ou a totalidade dos lotes, desde que material, desde que estejam ligados ao objeto do contrato
essa possibilidade seja expressamente incluída no convite e sejam proporcionais ao seu valor e aos seus objetivos.
ou no programa do procedimento, caso em que devem ser 3 — As especificações técnicas podem concretizar se é
previamente estabelecidos e indicados os critérios que
exigida a transmissão de direitos de propriedade intelectual.
fundamentam as várias hipóteses de combinação previstas.
4 — As especificações técnicas devem permitir a igual-
dade de acesso dos operadores económicos ao procedi-
Artigo 47.º
mento de contratação e não devem criar obstáculos injusti-
Preço base ficados à abertura dos contratos públicos à concorrência.
1 — O preço base, que deve ser definido pela entidade 5 — Em relação a todos os contratos cujo objeto se
adjudicante no caderno de encargos, é o montante máximo destine a ser utilizado por pessoas singulares, quer seja o
que esta entidade se dispõe a pagar pela execução de to- público em geral quer o pessoal da entidade adjudicante,
das as prestações que constituem o objeto do contrato, as especificações técnicas devem, salvo em casos devi-
incluindo eventuais renovações do contrato. damente justificados, ser elaboradas de modo a ter em
2 — Quando o contrato a celebrar não implique o pa- conta os critérios de acessibilidade para as pessoas com
gamento de um preço pela entidade adjudicante, o preço deficiência ou de conceção para todos os utilizadores.
base corresponde ao montante previsível a receber pelas 6 — Sempre que existam normas de acessibilidade obri-
prestações que constituem o objeto do contrato. gatórias adotadas por ato legislativo da União Europeia, as
3 — A fixação do preço base deve ser fundamentada especificações técnicas devem ser definidas por referência
com base em critérios objetivos, tais como os preços atua- a essas normas, no que respeita aos critérios de acessibili-
lizados do mercado obtidos através da consulta preliminar dade para as pessoas com deficiência ou de conceção para
prevista no artigo 35.º-A, ou os custos médios unitários, todos os utilizadores.
resultantes de anteriores procedimentos, para prestações 7 — Sem prejuízo das regras técnicas nacionais vincu-
do mesmo tipo. lativas, na medida em que sejam compatíveis com o direito
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1965)

da União Europeia, as especificações técnicas devem ser 12 — O concorrente pode demonstrar na sua proposta,
formuladas segundo uma das seguintes modalidades: por qualquer meio adequado, incluindo os meios referidos
no artigo 49.º-A, que a obra, bem móvel ou serviço em
a) Em termos de desempenho ou de requisitos funcio- conformidade com a norma em questão corresponde ao
nais, que podem incluir critérios ambientais, desde que os desempenho exigido ou cumpre os requisitos funcionais
parâmetros sejam suficientemente precisos para permitir da entidade adjudicante.
que os concorrentes determinem o objeto do contrato e que 13 — (Revogado.)
a entidade adjudicante proceda à respetiva adjudicação; 14 — (Revogado.)
b) Por referência a especificações técnicas definidas
e, por ordem de preferência, a normas nacionais que Artigo 49.º-A
transponham normas europeias, a homologações técnicas
europeias, a especificações técnicas comuns, a normas Rótulos e relatórios de ensaio, certificação e outros meios de prova
internacionais e a outros sistemas técnicos de referência A entidade adjudicante pode exigir, nos termos a definir
estabelecidos pelos organismos europeus de normalização por portaria do membro do Governo responsável pela área
ou, quando estes não existam, a normas nacionais, a homo- das obras públicas:
logações técnicas nacionais ou a especificações técnicas
nacionais em matéria de conceção, cálculo e execução das a) Rótulo específico para atestar que as obras, bens mó-
obras e de utilização dos fornecimentos, devendo cada veis ou serviços correspondem às características exigidas;
referência ser acompanhada da menção «ou equivalente»; b) Apresentação de um relatório de ensaio de um or-
c) Em termos do desempenho ou dos requisitos funcio- ganismo de avaliação da conformidade ou um certificado
nais a que se refere a alínea a), com referência às espe- emitido por tal organismo como meio de prova da confor-
cificações técnicas a que se refere a alínea b) como meio midade com os requisitos ou critérios estabelecidos;
de presunção de conformidade com esse desempenho ou c) Apresentação de amostras de produtos que pretendem
com esses requisitos funcionais; adquirir.
d) Por referência às especificações técnicas a que se
refere a alínea b), para determinadas características, e por Artigo 50.º
referência ao desempenho ou aos requisitos funcionais a Esclarecimentos, retificação e alteração das peças procedimentais
que se refere a alínea a), para outras.
1 — No primeiro terço do prazo fixado para a apresen-
8 — A menos que o objeto do contrato o justifique, as tação das propostas, os interessados podem solicitar os
esclarecimentos necessários à boa compreensão e inter-
especificações técnicas não podem fazer referência a deter-
pretação das peças do procedimento e, no mesmo prazo,
minado fabrico ou proveniência, a um procedimento espe-
devem apresentar uma lista na qual identifiquem, expressa
cífico que caracterize os produtos ou serviços prestados por e inequivocamente, os erros e as omissões das peças do
determinado fornecedor, ou a marcas comerciais, patentes, procedimento por si detetados.
tipos, origens ou modos de produção determinados que 2 — Para efeitos do presente Código consideram-se
tenham por efeito favorecer ou eliminar determinadas erros e omissões das peças do procedimento os que digam
empresas ou produtos. respeito a:
9 — As referências mencionadas no número anterior
só são autorizadas, a título excecional, no caso de não ser a) Aspetos ou dados que se revelem desconformes com
possível uma descrição suficientemente precisa e inteligí- a realidade;
vel do objeto do contrato nos termos do n.º 7, devendo, no b) Espécie ou quantidade de prestações estritamente
entanto, ser acompanhada da menção «ou equivalente». necessárias à integral execução do objeto do contrato a
10 — Sempre que a entidade adjudicante recorra à pos- celebrar;
sibilidade de remeter para as especificações técnicas a c) Condições técnicas de execução do objeto do contrato
que se refere na alínea b) do n.º 7, não pode excluir uma a celebrar que o interessado não considere exequíveis;
proposta com o fundamento de que as obras, bens móveis d) Erros e omissões do projeto de execução que não se
ou serviços dela constantes não estão em conformidade incluam nas alíneas anteriores.
com as suas especificações técnicas de referência, se o
concorrente demonstrar na sua proposta por qualquer meio 3 — A lista a apresentar ao órgão competente para a
adequado, nomeadamente os meios de prova referidos no decisão de contratar deve identificar, expressa e inequi-
n.º 2 do artigo 49.º-A, que as soluções propostas satisfazem vocamente, os erros ou omissões do caderno de encargos
de modo equivalente os requisitos definidos nas especi- detetados, com exceção dos referidos na alínea d) do nú-
ficações técnicas. mero anterior e daqueles que por eles apenas pudessem ser
11 — Sempre que a entidade adjudicante recorra à possi- detetados na fase de execução do contrato, atuando com
bilidade, prevista na alínea a) do n.º 7, de formular especi- a diligência objetivamente exigível em face das circuns-
ficações técnicas em termos de exigências de desempenho tâncias concretas.
ou de requisitos funcionais, não deve excluir uma proposta 4 — O incumprimento do dever a que se referem os
que esteja em conformidade com uma norma nacional números anteriores tem as consequências previstas nos
que transponha uma norma europeia, uma homologação n.os 3 e 4 do artigo 378.º
técnica europeia, uma especificação técnica comum, uma 5 — Até ao termo do segundo terço do prazo fixado
norma internacional ou um sistema técnico de referência para a apresentação das propostas, ou até ao prazo fixado
estabelecido por um organismo de normalização europeu, no convite ou no programa de concurso:
quando essas especificações corresponderem aos critérios a) O órgão competente para a decisão de contratar, ou
de desempenho ou cumprirem os requisitos funcionais o órgão para o efeito indicado nas peças do procedimento,
impostos. deve prestar os esclarecimentos solicitados;
5250-(1966) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

b) O órgão competente para a decisão de contratar ou concorrentes no mesmo procedimento, nos termos do
pronuncia-se sobre os erros e as omissões identificados disposto nos artigos anteriores, nem integrar outro agrupa-
pelos interessados, considerando-se rejeitados todos os mento candidato ou outro agrupamento concorrente.
que, até ao final daquele prazo, não sejam por ele expres- 3 — Todos os membros de um agrupamento concor-
samente aceites. rente são solidariamente responsáveis, perante a entidade
adjudicante, pela manutenção da proposta.
6 — O órgão competente para a decisão de contratar 4 — Em caso de adjudicação, todos os membros do
deve identificar os termos do suprimento de cada um dos agrupamento concorrente, e apenas estes, devem associar-
erros ou das omissões aceites nos termos do disposto na -se, antes da celebração do contrato, na modalidade jurídica
alínea b) do número anterior. prevista no programa do procedimento.
7 — Independentemente do disposto nos números ante-
riores, o órgão competente para a decisão de contratar pode, Artigo 54.º-A
oficiosamente, proceder à retificação de erros ou omissões Contratos reservados
das peças do procedimento, bem como prestar esclareci-
mentos, no mesmo prazo referido no n.º 5, ou até ao final A entidade adjudicante pode reservar a possibilidade
do prazo de entrega de candidaturas ou propostas, devendo, de ser candidato ou concorrente às entidades cujo objeto
neste caso, atender-se ao disposto no artigo 64.º principal seja a integração social e profissional de pes-
8 — Os esclarecimentos, as retificações e as listas com a soas com deficiência ou desfavorecidas, desde que pelo
identificação dos erros e omissões detetados pelos interes- menos 30 % dos trabalhadores daquelas entidades tenham
sados devem ser disponibilizados na plataforma eletrónica deficiência devidamente reconhecida nos termos da lei ou
utilizada pela entidade adjudicante e juntos às peças do sejam desfavorecidos.
procedimento que se encontrem patentes para consulta,
devendo todos os interessados que as tenham obtido ser Artigo 55.º
imediatamente notificados desse facto. Impedimentos
9 — Os esclarecimentos e as retificações fazem parte
integrante das peças do procedimento a que dizem respeito 1 — Não podem ser candidatos, concorrentes ou inte-
e prevalecem sobre estas em caso de divergência. grar qualquer agrupamento, as entidades que:
a) Se encontrem em estado de insolvência, declarada
Artigo 51.º por sentença judicial, em fase de liquidação, dissolução ou
Prevalência cessação de atividade, sujeitas a qualquer meio preventivo
de liquidação de patrimónios ou em qualquer situação
As normas constantes do presente Código relativas às análoga, ou tenham o respetivo processo pendente, salvo
fases de formação e de execução do contrato prevalecem quando se encontrarem abrangidas ou tenham pendente
sobre quaisquer disposições das peças do procedimento um plano de recuperação de empresas, judicial ou extra-
com elas desconformes. judicial, previsto na lei;
b) Tenham sido condenadas por sentença transitada em
CAPÍTULO IV julgado por qualquer crime que afete a sua honorabilidade
profissional, no caso de pessoas singulares, ou, no caso
Regras de participação de pessoas coletivas, quando tenham sido condenados por
aqueles crimes a pessoa coletiva ou os titulares dos seus
Artigo 52.º órgãos sociais de administração, direção ou gerência, e
Candidatos
estes se encontrem em efetividade de funções, em qualquer
dos casos sem que entretanto tenha ocorrido a respetiva
É candidato a entidade, pessoa singular ou coletiva, que reabilitação;
participa na fase de qualificação de um concurso limitado c) Tenham sido objeto de aplicação de sanção adminis-
por prévia qualificação, de um procedimento de negocia- trativa por falta grave em matéria profissional, se entretanto
ção, de um diálogo concorrencial ou de uma parceria para não tiver ocorrido a sua reabilitação, no caso de se tratar
a inovação, mediante a apresentação de uma candidatura. de pessoas singulares, ou, no caso de se tratar de pessoas
coletivas, tenham sido objeto de aplicação daquela sanção
Artigo 53.º administrativa os titulares dos órgãos sociais de administra-
Concorrentes
ção, direção ou gerência das mesmas e estes se encontrem
em efetividade de funções;
É concorrente a entidade, pessoa singular ou coletiva, d) Não tenham a sua situação regularizada relativamente
que participa em qualquer procedimento de formação de a contribuições para a segurança social em Portugal ou, se
um contrato mediante a apresentação de uma proposta. for o caso, no Estado de que sejam nacionais ou no qual
se situe o seu estabelecimento principal;
Artigo 54.º e) Não tenham a sua situação regularizada relativa-
Agrupamentos
mente a impostos devidos em Portugal ou, se for o caso,
no Estado de que sejam nacionais ou no qual se situe o
1 — Podem ser candidatos ou concorrentes agrupamen- seu estabelecimento principal;
tos de pessoas singulares ou coletivas, qualquer que seja a f) Tenham sido objeto de aplicação de sanção acessória
atividade por elas exercida, sem que entre as mesmas exista de proibição de participação em concursos públicos pre-
qualquer modalidade jurídica de associação. vista em legislação especial, nomeadamente nos regimes
2 — Os membros de um agrupamento candidato ou de contraordenacionais em matéria laboral, de concorrência
um agrupamento concorrente não podem ser candidatos e de igualdade e não-discriminação, bem como da sanção
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1967)

prevista no artigo 460.º, durante o período fixado na de- de indemnização resultante de incumprimento, à aplica-
cisão condenatória; ção de sanções que tenham atingido os valores máximos
g) Tenham sido objeto de aplicação, há menos de dois aplicáveis nos termos dos n.os 2 e 3 do artigo 329.º, ou a
anos, de sanção administrativa ou judicial pela utilização outras sanções equivalentes.
ao seu serviço de mão-de-obra legalmente sujeita ao paga-
mento de impostos e contribuições para a segurança social, 2 — Para efeitos do disposto na alínea k) do número
não declarada nos termos das normas que imponham essa anterior, podem ser ponderadas, como medidas menos
obrigação, em Portugal ou no Estado de que sejam nacio- gravosas que a exclusão, designadamente, a substituição
nais ou no qual se situe o seu estabelecimento principal; de membros do júri ou de peritos que prestem apoio ao
h) Tenham sido condenadas por sentença transitada júri, a instituição de sistemas de reconfirmação de análi-
em julgado por algum dos seguintes crimes, se entre- ses, apreciações ou aferições técnicas, ou a proibição de
tanto não tiver ocorrido a sua reabilitação, no caso de se o concorrente recorrer a um determinado subcontratado.
tratar de pessoas singulares, ou, no caso de se tratar de
pessoas coletivas, tenham sido condenados pelos mes-
Artigo 55.º-A
mos crimes a pessoa coletiva e os titulares dos seus ór-
gãos sociais de administração, direção ou gerência das Relevação dos impedimentos
mesmas e estes se encontrem em efetividade de fun-
ções, se entretanto não tiver ocorrido a sua reabilitação: 1 — O disposto nas alíneas d) e e) do n.º 1 do artigo
anterior aplica-se sem prejuízo dos regimes de regula-
i) Participação numa organização criminosa, tal como de- rização de dívidas fiscais e dívidas à Segurança Social
finida no n.º 1 do artigo 2.º da Decisão-Quadro 2008/841/JAI em vigor.
do Conselho, de 24 de outubro de 2008; 2 — O candidato ou concorrente que se encontre numa
ii) Corrupção, tal como definida no artigo 3.º da Con- das situações referidas nas alíneas b), c), g), h) ou l) do n.º 1
venção relativa à luta contra a corrupção em que estejam do artigo anterior pode demonstrar que as medidas por si
implicados funcionários da União Europeia ou dos Estados- tomadas são suficientes para demonstrar a sua idoneidade
-Membros da União Europeia e no n.º 1 do artigo 2.º da para a execução do contrato e a não afetação dos interes-
Decisão-Quadro 2003/568/JAI do Conselho, de 22 de julho ses que justificam aqueles impedimentos, não obstante a
de 2003, e nos artigos 372.º a 374.º-B do Código Penal; existência abstrata de causa de exclusão, nomeadamente
iii) Fraude, na aceção do artigo 1.º da Convenção re-
através de:
lativa à Proteção dos Interesses Financeiros das Comuni-
dades Europeias; a) Demonstração de que ressarciu ou tomou medidas
iv) Branqueamento de capitais ou financiamento do para ressarcir eventuais danos causados pela infração penal
terrorismo, tal como definidos no artigo 1.º da Diretiva ou falta grave;
n.º 2015/849, do Parlamento Europeu e do Conselho, de b) Esclarecimento integral dos factos e circunstâncias
20 de maio de 2015, relativa à prevenção da utilização por meio de colaboração ativa com as autoridades com-
do sistema financeiro para efeitos de branqueamento de petentes;
capitais ou de financiamento do terrorismo; c) Adoção de medidas técnicas, organizativas e de pes-
v) Infrações terroristas ou infrações relacionadas com soal suficientemente concretas e adequadas para evitar
um grupo terrorista, tal como definidas nos artigos 3.º e outras infrações penais ou faltas graves.
4.º da Diretiva n.º 2017/541, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 15 de março de 2017, relativa à luta contra 3 — Tendo por base os elementos referidos no número
o terrorismo, ou qualquer infração relacionada com ati-
anterior, bem como a gravidade e as circunstâncias especí-
vidades terroristas, incluindo cumplicidade, instigação e
tentativa, nos termos do artigo 14.º da referida diretiva; ficas da infração ou falta cometida, a entidade adjudicante
vi) Trabalho infantil e outras formas de tráfico de seres pode tomar a decisão de não relevar o impedimento.
humanos, tal como definidos no artigo 2.º da Diretiva 4 — As sanções de proibição de participação em proce-
n.º 2011/36/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, dimentos de formação de contratos públicos que tenham
de 5 de abril de 2011; sido aplicadas, ou consideradas válidas, mediante decisão
transitada em julgado não são passíveis de relevação nos
i) Tenham, a qualquer título, prestado, direta ou indireta- termos do presente artigo.
mente, assessoria ou apoio técnico na preparação e elabora-
ção das peças do procedimento que lhes confira vantagem
que falseie as condições normais de concorrência; CAPÍTULO V
j) Tenham diligenciado no sentido de influenciar inde-
vidamente a decisão de contratar do órgão competente, de Proposta
obter informações confidenciais suscetíveis de lhe conferir
vantagens indevidas no procedimento, ou tenham prestado Artigo 56.º
informações erróneas suscetíveis de alterar materialmente Noção de proposta
as decisões de exclusão, qualificação ou adjudicação;
k) Estejam abrangidas por conflitos de interesses que 1 — A proposta é a declaração pela qual o concorrente
não possam ser eficazmente corrigidos por outras medidas manifesta à entidade adjudicante a sua vontade de contratar
menos gravosas que a exclusão; e o modo pelo qual se dispõe a fazê-lo.
l) Tenham acusado deficiências significativas ou persis- 2 — Para efeitos do presente Código, entende-se por
tentes na execução de, pelo menos, um contrato público atributo da proposta qualquer elemento ou característica da
anterior nos últimos três anos, tendo tal facto conduzido à mesma que diga respeito a um aspeto da execução do con-
resolução desse contrato por incumprimento, ao pagamento trato submetido à concorrência pelo caderno de encargos.
5250-(1968) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 57.º 3 — Os documentos referidos no n.º 3 do artigo anterior


Documentos da proposta
podem ser redigidos em língua estrangeira, salvo se o pro-
grama do procedimento dispuser diferentemente.
1 — A proposta é constituída pelos seguintes docu- 4 — (Revogado.)
mentos:
Artigo 59.º
a) Declaração do anexo I ao presente Código, do qual
faz parte integrante; Propostas variantes
b) Documentos que, em função do objeto do contrato 1 — São variantes as propostas que, relativamente a
a celebrar e dos aspetos da sua execução submetidos à um ou mais aspetos da execução do contrato a celebrar,
concorrência pelo caderno de encargos, contenham os contenham atributos que digam respeito a condições con-
atributos da proposta, de acordo com os quais o concorrente tratuais alternativas nos termos expressamente admitidos
se dispõe a contratar; pelo caderno de encargos.
c) Documentos exigidos pelo programa do procedimento 2 — Nos casos previstos no número anterior, é sempre
ou convite que contenham os termos ou condições relativos permitida a apresentação de propostas variantes, salvo
a aspetos da execução do contrato não submetidos à con- quando o programa do procedimento não o permita expres-
corrência pelo caderno de encargos, aos quais a entidade samente, sendo que a apresentação de propostas variantes
adjudicante pretende que o concorrente se vincule; implica a apresentação de proposta base.
d) (Revogada.) 3 — Quando respeitem a aspetos da execução do con-
trato a celebrar que se encontrem submetidos à concorrência
2 — No caso de se tratar de procedimento de formação pelo caderno de encargos para efeitos da apresentação de
de contrato de empreitada ou de concessão de obras públi- propostas base, as alternativas referidas no n.º 1 só podem
cas, a proposta deve ainda ser constituída por: ser admitidas fora dos limites daquela concorrência.
a) Uma lista dos preços unitários de todas as espécies 4 — Quando o caderno de encargos admita condições
de trabalho previstas no projeto de execução; contratuais alternativas nos termos do disposto no n.º 1,
b) Um plano de trabalhos, tal como definido no ar- proposta base é aquela que não as apresenta.
tigo 361.º, quando o caderno de encargos seja integrado 5 — Os aspetos do caderno de encargos relativamente
por um projeto de execução; aos quais sejam admitidas alternativas para efeitos da apre-
c) Um programa preliminar, nos casos previstos no sentação de propostas variantes devem corresponder a fato-
n.º 3 do artigo 43.º, competindo a elaboração do projeto res ou subfatores de densificação do critério de adjudicação
da proposta economicamente mais vantajosa.
de execução ao adjudicatário.
6 — A exclusão da proposta base implica necessaria-
mente a exclusão das propostas variantes apresentadas
3 — Integram também a proposta quaisquer outros do-
pelo mesmo concorrente.
cumentos que o concorrente apresente por os considerar
7 — Nos casos em que o programa do procedimento
indispensáveis para os efeitos do disposto na parte final não permita a apresentação de propostas variantes, cada
da alínea b) do n.º 1. concorrente só pode apresentar uma única proposta.
4 — Os documentos referidos nos n.os 1 e 2 devem ser
assinados pelo concorrente ou por representante que tenha Artigo 60.º
poderes para o obrigar.
5 — Quando a proposta seja apresentada por um agru- Indicação do preço
pamento concorrente, os documentos referidos no n.º 1 de- 1 — Os preços constantes da proposta são indicados
vem ser assinados pelo representante comum dos membros em algarismos e não incluem o IVA.
que o integram, caso em que devem ser juntos à proposta 2 — Quando os preços constantes da proposta forem
os instrumentos de mandato emitidos por cada um dos seus também indicados por extenso, em caso de divergência,
membros ou, não existindo representante comum, devem estes prevalecem, para todos os efeitos, sobre os indicados
ser assinados por todos os seus membros ou respetivos em algarismos.
representantes. 3 — Sempre que na proposta sejam indicados vários
6 — Nos procedimentos com publicação de anúncio preços, em caso de qualquer divergência entre eles, pre-
no Jornal Oficial da União Europeia, é apresentado, em valecem sempre, para todos os efeitos, os preços parciais,
substituição da declaração do anexo I do presente Código, unitários ou não, mais decompostos.
o Documento Europeu Único de Contratação Pública. 4 — No caso de se tratar de procedimento de formação
de contrato de empreitada ou de concessão de obras públi-
Artigo 58.º cas, o concorrente deve indicar na proposta os preços par-
Idioma dos documentos da proposta ciais dos trabalhos que se propõe executar correspondentes
às habilitações contidas nos alvarás ou nos certificados de
1 — Os documentos que constituem a proposta são empreiteiro de obras públicas, ou nas declarações emitidas
obrigatoriamente redigidos em língua portuguesa. pelo Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da
2 — Em função da especificidade técnica das prestações Construção, I. P., nos termos da portaria referida no n.º 2
objeto do contrato a celebrar, o programa do procedimento do artigo 81.º
ou o convite, podem admitir que alguns dos documentos 5 — O disposto no número anterior é aplicável aos
referidos nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo anterior se- agrupamentos concorrentes, devendo estes, para o efeito,
jam redigidos em língua estrangeira, indicando os idiomas indicar na proposta os preços parciais dos trabalhos que
admitidos. cada um dos seus membros se propõe executar.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1969)

Artigo 61.º ou equipamentos, por forma a permitir a sua elaboração


em condições adequadas e de efetiva concorrência.
(Revogado.)
Artigo 64.º
Artigo 62.º
Prorrogação do prazo fixado para a apresentação das propostas
Modo de apresentação das propostas
1 — Quando as retificações ou os esclarecimentos pre-
1 — Os documentos que constituem a proposta são
vistos no artigo 50.º sejam comunicados para além do prazo
apresentados diretamente em plataforma eletrónica utili-
estabelecido para o efeito, o prazo fixado para a apresen-
zada pela entidade adjudicante, sem prejuízo do disposto
tação das propostas deve ser prorrogado, no mínimo, por
na alínea g) do n.º 1 do artigo 115.º
período equivalente ao do atraso verificado.
2 — (Revogado.)
2 — Quando as retificações ou a aceitação de erros ou
3 — (Revogado.)
de omissões das peças do procedimento referidas no ar-
4 — Os termos a que deve obedecer a apresentação e a
tigo 50.º, independentemente do momento da sua comuni-
receção das propostas, conforme o disposto no n.º 1, são
cação, implicarem alterações de aspetos fundamentais das
definidos por diploma próprio.
peças do procedimento, o prazo fixado para a apresentação
5 — Quando, pela sua natureza, qualquer documento
das propostas deve ser prorrogado, no mínimo, por período
dos que constituem a proposta não possa ser apresentado
equivalente ao tempo decorrido desde o início daquele
nos termos do disposto no n.º 1, deve ser encerrado em
prazo até à comunicação das retificações ou à publicitação
invólucro opaco e fechado:
da decisão de aceitação de erros ou de omissões.
a) No rosto do qual se deve indicar a designação do 3 — A pedido fundamentado de qualquer interessado
procedimento e da entidade adjudicante; que tenha adquirido as peças do procedimento, o prazo
b) Que deve ser entregue diretamente ou enviado por fixado para a apresentação das propostas pode ser prorro-
correio registado à entidade adjudicante, devendo, em gado pelo período considerado adequado, o qual aproveita
qualquer caso, a respetiva receção ocorrer dentro do prazo a todos os interessados.
fixado para a apresentação das propostas; 4 — As decisões de prorrogação nos termos do disposto
c) Cuja receção deve ser registada por referência à res- nos números anteriores cabem ao órgão competente para a
petiva data e hora. decisão de contratar e devem ser juntas às peças do proce-
dimento e notificadas a todos os interessados que as tenham
6 — Na formação dos contratos de empreitada de obras adquirido, publicando-se imediatamente aviso daquelas
públicas devem, sempre que possível, ser utilizados meios decisões, nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 130.º,
eletrónicos específicos de modelização eletrónica de dados nos n.os 1 a 3 do artigo 131.º, no n.º 1 do artigo 167.º, no
de construção. artigo 197.º e no artigo 208.º

Artigo 62.º-A Artigo 65.º


Catálogos eletrónicos Prazo da obrigação de manutenção das propostas
1 — A entidade adjudicante pode exigir que as propostas Sem prejuízo da possibilidade de fixação de um prazo
sejam apresentadas através de catálogos eletrónicos ou que superior no programa do procedimento ou no convite, os
incluam catálogos eletrónicos, podendo ser especificados concorrentes são obrigados a manter as respetivas propos-
requisitos técnicos dos catálogos, mediante portaria dos tas pelo prazo de 66 dias contados da data do termo do
membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças prazo fixado para a apresentação das propostas.
e das obras públicas.
2 — As peças do procedimento fixam, ainda que por Artigo 66.º
remissão, as especificações técnicas e outros requisitos Classificação de documentos da proposta
adicionais necessários para a interligação.
3 — A entidade adjudicante pode ainda recorrer à aqui- 1 — Por motivos de segredo comercial, industrial, mili-
sição através de catálogos eletrónicos existentes no mer- tar ou outro, os interessados podem requerer, até ao termo
cado, quando se trate de adquirir bens móveis cujo valor do primeiro terço do prazo fixado para a apresentação das
possibilite o recurso ao procedimento de consulta prévia propostas, a classificação, nos termos da lei, de documentos
ou ajuste direto. que constituem a proposta, para efeitos da restrição ou da
limitação do acesso aos mesmos na medida do estritamente
Artigo 63.º necessário.
2 — A decisão sobre a classificação de documentos que
Fixação do prazo para a apresentação das propostas
constituem a proposta deve ser notificada aos interessados,
1 — O prazo para a apresentação das propostas é fixado pelo órgão competente para a decisão de contratar, até ao
livremente, com respeito pelos limites mínimos estabele- termo do segundo terço do prazo fixado para a apresentação
cidos no presente Código. das propostas.
2 — Na fixação do prazo para a apresentação das pro- 3 — Considera-se não escrita ou não declarada a clas-
postas, deve ser tido em conta o tempo necessário à sua sificação de um documento que não tenha sido expres-
elaboração, em função da natureza, das características, do samente autorizada nos termos do disposto nos números
volume e da complexidade das prestações objeto do con- anteriores.
trato a celebrar, em especial dos aspetos da sua execução 4 — Se no decurso do procedimento deixarem de se
submetidos à concorrência pelo caderno de encargos, bem verificar os pressupostos que determinaram a classifica-
como a necessidade de prévia inspeção ou visita a locais ção de documentos que constituem as propostas, o órgão
5250-(1970) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

competente para a decisão de contratar deve promover, 5 — O júri pode designar um secretário de entre o pes-
oficiosamente, a respetiva desclassificação, informando soal dos serviços da entidade adjudicante, com a aprovação
do facto todos os interessados. do respetivo dirigente máximo.
5 — Quando, por força da classificação de documentos 6 — Quando o considerar conveniente, o órgão com-
que constituem a proposta, não seja possível apresentá-los petente para a decisão de contratar pode designar peritos
nos termos do disposto no artigo 62.º ou no prazo fixado ou consultores para apoiarem o júri do procedimento no
no programa do procedimento, o órgão competente para exercício das suas funções, podendo aqueles participar,
a decisão de contratar pode estabelecer, oficiosamente ou sem direito de voto, nas reuniões do júri.
a pedido do interessado, um modo alternativo de apresen-
tação dos documentos em causa ou a prorrogação daquele Artigo 69.º
prazo na medida do estritamente necessário. Competência do júri
6 — A entidade adjudicante não deve divulgar as in-
formações constantes dos documentos classificados das 1 — Compete nomeadamente ao júri:
propostas. a) Proceder à apreciação das candidaturas;
7 — A entidade adjudicante pode impor aos concor- b) Proceder à apreciação das propostas;
rentes requisitos destinados a proteger as informações de c) Proceder à apreciação de soluções e projetos;
natureza confidencial por ela disponibilizadas ao longo do d) Elaborar os relatórios de análise das candidaturas,
procedimento de formação do contrato público. das propostas e das soluções e projetos.

CAPÍTULO VI 2 — Cabe ainda ao júri exercer a competência que lhe


seja delegada pelo órgão competente para a decisão de con-
Júri do procedimento tratar, não lhe podendo este, porém, delegar a competência
para a retificação das peças do procedimento, a decisão
Artigo 67.º sobre erros ou omissões identificados pelos interessados,
a decisão de qualificação dos candidatos ou a decisão de
Júri adjudicação.
1 — Com exceção do ajuste direto e dos casos previstos
no n.º 3, os procedimentos para a formação de contratos são
CAPÍTULO VII
conduzidos por um júri, designado pelo órgão competente
para a decisão de contratar, composto, em número ímpar, Análise das propostas e adjudicação
por um mínimo de três membros efetivos, um dos quais
preside, e dois suplentes. Artigo 70.º
2 — Os titulares do órgão competente para a decisão de
Análise das propostas
contratar podem ser designados membros do júri.
3 — Tratando-se de consulta prévia ou de concurso 1 — As propostas são analisadas em todos os seus atri-
público urgente, o órgão competente para a decisão de con- butos, representados pelos fatores e subfatores que densifi-
tratar pode decidir que os procedimentos sejam conduzidos cam o critério de adjudicação, e termos ou condições.
pelos serviços da entidade adjudicante, considerando-se 2 — São excluídas as propostas cuja análise revele:
feitas a estes as referências feitas, no presente Código, a) Que não apresentam algum dos atributos ou algum
ao júri. dos termos ou condições, nos termos, respetivamente, do
4 — O júri pode ser dispensado nos procedimentos em disposto nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 57.º;
que seja apresentada apenas uma proposta. b) Que apresentam atributos que violem os parâmetros
5 — Antes do início de funções, os membros do júri e base fixados no caderno de encargos ou que apresentem
todos os demais intervenientes no processo de avaliação quaisquer termos ou condições que violem aspetos da
de propostas, designadamente peritos, subscrevem decla- execução do contrato a celebrar por aquele não submetidos
ração de inexistência de conflitos de interesses, conforme à concorrência, sem prejuízo do disposto nos n.os 4 a 6 e
modelo previsto no anexo XIII ao presente Código e que 8 a 11 do artigo 49.º;
dele faz parte integrante. c) A impossibilidade de avaliação das mesmas em vir-
tude da forma de apresentação de algum dos respetivos
Artigo 68.º atributos;
Funcionamento d) Que o preço contratual seria superior ao preço base;
e) Um preço ou custo anormalmente baixo, cujos es-
1 — O júri do procedimento inicia o exercício das suas clarecimentos justificativos não tenham sido apresentados
funções no dia útil subsequente ao do envio do anúncio ou não tenham sido considerados nos termos do disposto
para publicação ou do convite. no artigo seguinte;
2 — O júri só pode funcionar quando o número de f) Que o contrato a celebrar implicaria a violação de
membros presentes na reunião corresponda ao número de quaisquer vinculações legais ou regulamentares aplicáveis;
membros efetivos. g) A existência de fortes indícios de atos, acordos, prá-
3 — As deliberações do júri, que devem ser sempre ticas ou informações suscetíveis de falsear as regras de
fundamentadas, são tomadas por maioria de votos, não concorrência.
sendo admitida a abstenção.
4 — Nas deliberações em que haja voto de vencido de 3 — A exclusão de quaisquer propostas com funda-
algum membro do júri, devem constar da ata as razões da mento no disposto na alínea e) do número anterior, bem
sua discordância. como a existência de indícios de práticas restritivas do
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1971)

comércio, ainda que não tenham dado origem à exclusão Artigo 72.º
da proposta, devem ser comunicadas à Autoridade de Se- Esclarecimentos e suprimento de propostas e candidaturas
gurança Alimentar e Económica.
4 — A exclusão de quaisquer propostas com fundamento 1 — O júri do procedimento pode pedir aos concorrentes
no disposto na alínea g) do n.º 2, bem como a existência de quaisquer esclarecimentos sobre as propostas apresenta-
indícios de práticas restritivas da concorrência, ainda que das que considere necessários para efeito da análise e da
não tenham dado origem à exclusão da proposta, devem avaliação das mesmas.
ser comunicadas à Autoridade da Concorrência. 2 — Os esclarecimentos prestados pelos respetivos con-
5 — A exclusão de quaisquer propostas com funda- correntes fazem parte integrante das mesmas, desde que
mento no disposto na alínea e) do n.º 2, devido ao facto não contrariem os elementos constantes dos documentos
do operador económico ter obtido um auxílio estatal e não que as constituem, não alterem ou completem os respetivos
puder provar que o mesmo é compatível com o mercado atributos, nem visem suprir omissões que determinam a
interno na aceção do artigo 107.º do Tratado sobre o Fun- sua exclusão nos termos do disposto na alínea a) do n.º 2
do artigo 70.º
cionamento da União Europeia, deve ser comunicada à Au-
3 — O júri deve solicitar aos candidatos e concorrentes
toridade da Concorrência e, quando o anúncio do respetivo
que, no prazo máximo de cinco dias, procedam ao supri-
procedimento tenha sido publicado no Jornal Oficial da mento das irregularidades das suas propostas e candidatu-
União Europeia, também à Comissão Europeia. ras causadas por preterição de formalidades não essenciais
e que careçam de suprimento, incluindo a apresentação
Artigo 71.º de documentos que se limitem a comprovar factos ou
Preço ou custo anormalmente baixo qualidades anteriores à data de apresentação da proposta
ou candidatura, e desde que tal suprimento não afete a
1 — As entidades adjudicantes podem definir, no pro- concorrência e a igualdade de tratamento.
grama de concurso ou no convite, as situações em que o 4 — O júri procede à retificação oficiosa de erros de
preço ou o custo de uma proposta é considerado anor- escrita ou de cálculo contidos nas candidaturas ou propos-
malmente baixo, tendo em conta o desvio percentual em tas, desde que seja evidente para qualquer destinatário a
relação à média dos preços das propostas a admitir, ou existência do erro e os termos em que o mesmo deve ser
outros critérios considerados adequados. corrigido.
2 — A entidade adjudicante deve fundamentar a ne- 5 — Os pedidos do júri formulados nos termos dos n.os 1
cessidade de fixação do preço ou do custo anormalmente e 3, bem como as respetivas respostas, devem ser disponi-
baixo, bem como os critérios que presidiram a essa fixação, bilizados em plataforma eletrónica utilizada pela entidade
designadamente os preços médios obtidos na consulta adjudicante, devendo todos os candidatos e concorrentes
preliminar ao mercado, se tiver existido. ser imediatamente notificados desse facto.
3 — O órgão competente para a decisão de contratar
deve fundamentar a decisão de exclusão de uma proposta Artigo 73.º
com essa justificação, solicitando previamente ao respe- Noção de adjudicação
tivo concorrente que preste esclarecimentos, por escrito e
em prazo adequado, relativos aos elementos constitutivos 1 — A adjudicação é o ato pelo qual o órgão competente
relevantes da proposta. para a decisão de contratar aceita a única proposta apresen-
4 — Na análise dos esclarecimentos prestados pelo con- tada ou escolhe uma de entre as propostas apresentadas.
corrente nos termos do número anterior, pode tomar-se em 2 — Quando seja feita a adjudicação por lotes nos ter-
consideração justificações inerentes, designadamente: mos do artigo 46.º-A, pode existir uma decisão de adju-
dicação para cada lote, podendo tais decisões ocorrer em
a) À economia do processo de construção, de fabrico momentos distintos.
ou de prestação do serviço;
b) Às soluções técnicas adotadas ou às condições ex- Artigo 74.º
cecionalmente favoráveis de que o concorrente compro-
Critério de adjudicação
vadamente disponha para a execução da prestação objeto
do contrato a celebrar; 1 — A adjudicação é feita de acordo com o critério da
c) À originalidade da obra, dos bens ou dos serviços proposta economicamente mais vantajosa para a entidade
propostos; adjudicante, determinada por uma das seguintes modali-
d) Às específicas condições de trabalho de que beneficia dades:
o concorrente; a) Melhor relação qualidade-preço, na qual o critério
e) À possibilidade de obtenção de um auxílio de Estado de adjudicação é composto por um conjunto de fatores, e
pelo concorrente, desde que legalmente concedido; eventuais subfatores, relacionados com diversos aspetos
f) À verificação da decomposição do respetivo preço, da execução do contrato a celebrar;
por meio de documentos comprovativos dos preços uni- b) Avaliação do preço ou custo enquanto único aspeto
tários incorporados no mesmo, nomeadamente folhas de da execução do contrato a celebrar.
pagamento e declarações de fornecedores, que atestem a
conformidade dos preços apresentados e demonstrem a 2 — Em casos devidamente fundamentados, a entidade
sua racionalidade económica; adjudicante pode optar por não submeter à concorrência
g) Ao cumprimento das obrigações decorrentes da le- o preço ou o custo, caso em que se estabelece obrigato-
gislação em matéria ambiental, social e laboral, referidas riamente um preço fixo ou um preço máximo no caderno
no n.º 2 do artigo 1.º-A. de encargos.
5250-(1972) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

3 — A utilização da modalidade prevista na alínea b) nham sido adotados como fatores de avaliação da relação
do n.º 1 só é permitida quando as peças do procedimento qualidade-preço, o contrato deve garantir que o pessoal
definam todos os restantes elementos da execução do con- empregue cumpre efetivamente as especificações de qua-
trato a celebrar. lidade especificadas no caderno de encargos e nos requi-
4 — O convite ou o programa do procedimento deve sitos propostos, prevendo expressamente que o pessoal
definir o critério de desempate na avaliação das propostas. proposto pelo adjudicatário só pode ser substituído com o
5 — É vedada a utilização do critério do momento expresso e prévio consentimento da entidade adjudicante,
de entrega da proposta como critério de desempate. após verificação de que essa substituição proporciona um
6 — Podem ser utilizados como critério de desempate, nível de qualidade equivalente.
designadamente, os fatores e subfatores estabelecidos nos 7 — Quando o custo seja calculado com base no ciclo de
termos do artigo seguinte, por ordem decrescente de pon- vida, o modelo de avaliação das propostas pode abranger
deração relativa, ou a proposta que tiver sido apresentada custos suportados ou não pela própria entidade adjudicante,
por empresas sociais ou por pequenas e médias empresas, como sejam:
por ordem crescente da categoria das empresas.
a) Custos relacionados com a aquisição propriamente
dita;
Artigo 75.º
b) Custos de utilização, tais como consumo de energia,
Fatores e subfatores de consumíveis e de outros recursos;
c) Custos de manutenção e assistência técnica;
1 — Os fatores e os eventuais subfatores que densificam
d) Custos de fim de vida, tais como custos de recolha
o critério de adjudicação da proposta economicamente
e reciclagem;
mais vantajosa devem estar ligados ao objeto do contrato
e) Custos imputados a externalidades ambientais ligadas
a celebrar, abrangendo todos, e apenas, os aspetos da exe-
ao bem, serviço ou obra durante o seu ciclo de vida, desde
cução do contrato a celebrar submetidos à concorrência
que seja possível determinar e confirmar o seu valor mone-
pelo caderno de encargos.
tário, os quais podem incluir o custo das emissões de gases
2 — Os fatores e os eventuais subfatores podem ser,
com efeito de estufa e de outras emissões poluentes, assim
em função dos objetivos e das necessidades da entidade
como outros custos de atenuação das alterações climáticas.
adjudicante, designadamente os seguintes:
a) Qualidade, designadamente valor técnico, caracterís- 8 — Quando o caderno de encargos submeter à con-
ticas estéticas e funcionais, acessibilidade, conceção para corrência os custos do ciclo de vida do objeto do contrato
todos os utilizadores, características sociais, ambientais e a celebrar, o programa do procedimento ou convite deve
inovadoras e condições de fornecimento; indicar a metodologia que será utilizada para os calcular.
b) Organização, qualificações e experiência do pessoal 9 — A metodologia referida no número anterior, quando
encarregado da execução do contrato em questão, caso a for aplicada para o cálculo dos custos referidos na alínea e)
qualidade do pessoal empregue tenha um impacto signifi- do n.º 7, deve basear-se também em regras objetivamente
cativo no nível de execução do contrato, designadamente, verificáveis e não discriminatórias, permitindo que os da-
em contratos de serviços de natureza intelectual, tais como dos a fornecer pelos concorrentes sejam por estes obtidos
a consultoria ou os serviços de projeto de obras; mediante esforço razoável.
c) Serviço e assistência técnica pós-venda e condições 10 — Caso seja obrigatória, por força do Direito da
de entrega, designadamente a data de entrega, o processo União Europeia, a utilização de uma metodologia comum
de entrega, o prazo de entrega ou de execução e o tempo para o cálculo dos custos do ciclo de vida, a mesma deve
de prestação de assistência; ser aplicada.
d) Sustentabilidade ambiental ou social do modo de
execução do contrato, designadamente no que respeita ao Artigo 76.º
tempo de transporte e de disponibilização do produto ou
Dever de adjudicação
serviço, em especial no caso de produtos perecíveis, e a
denominação de origem ou indicação geográfica, no caso 1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 79.º, o
de produtos certificados. órgão competente para a decisão de contratar deve tomar a
decisão de adjudicação e notificá-la aos concorrentes até ao
3 — Sem prejuízo do disposto na alínea b) do número termo do prazo da obrigação de manutenção das propostas.
anterior, os fatores e subfatores não podem dizer respeito, 2 — Por motivo devidamente justificado, a decisão de
direta ou indiretamente, a situações, qualidades, caracte- adjudicação pode ser tomada e notificada aos concorrentes
rísticas ou outros elementos de facto relativos aos con- após o termo do prazo referido no número anterior, sem
correntes. prejuízo do direito de recusa da adjudicação pelo concor-
4 — Para os efeitos previstos no n.º 1, os fatores e subfa- rente cuja proposta foi a escolhida.
tores consideram-se ligados ao objeto do contrato quando 3 — Quando a decisão de adjudicação seja tomada e no-
estiverem relacionados com as obras, bens ou serviços a tificada aos concorrentes após o termo do prazo referido no
executar ou fornecer ao abrigo desse contrato, sob qualquer n.º 1, a entidade adjudicante deve indemnizar o concorrente
aspeto e em qualquer fase do seu ciclo de vida. que recuse a adjudicação pelos encargos em que comprova-
5 — Ainda que não façam parte da sua substância mate- damente incorreu com a elaboração da respetiva proposta.
rial, consideram-se relacionados com o objeto do contrato
os fatores envolvidos no processo específico de produção ou Artigo 77.º
fornecimento das obras, bens ou serviços ou num processo
Notificação da decisão de adjudicação
específico em relação a outra fase do seu ciclo de vida.
6 — Quando a organização, qualificações e experiên- 1 — A decisão de adjudicação é notificada em simultâ-
cia do pessoal encarregado da execução do contrato te- neo a todos os concorrentes, indicando-se, quando aplicá-
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1973)

vel, o prazo de suspensão previsto no n.º 3 do artigo 95.º ou b) Ao referido na alínea b) do n.º 4 do artigo 474.º, no
na alínea a) do n.º 1 do artigo 104.º, conforme o caso. caso de se tratar de um contrato de locação ou de aquisição
2 — Juntamente com a notificação da decisão de adju- de bens móveis ou de um contrato de aquisição de serviços.
dicação, o órgão competente para a decisão de contratar
deve notificar o adjudicatário para: 4 — O disposto no n.º 1 é ainda aplicável aos proce-
a) Apresentar os documentos de habilitação exigidos dimentos de formação de acordos-quadro e aos procedi-
nos termos do disposto no artigo 81.º; mentos de formação de contratos a celebrar ao abrigo de
b) Prestar caução, se esta for devida, indicando expres- um sistema de aquisição dinâmico quando o anúncio com
samente o seu valor; indicação expressa da instituição desse sistema tenha sido
c) Confirmar no prazo para o efeito fixado, se for o publicado no Jornal Oficial da União Europeia.
caso, os compromissos assumidos por terceiras entidades 5 — A publicação referida no n.º 1 é igualmente apli-
relativos a atributos ou a termos ou condições da proposta cável aos contratos celebrados ao abrigo de um acordo-
adjudicada; -quadro, ou de um sistema de aquisição dinâmico quando
d) Se pronunciar sobre a minuta de contrato, quando o preço contratual acumulado por trimestre ultrapassar os
este for reduzido a escrito; limiares referidos nas alíneas do n.º 2, no prazo de 30 dias
e) Confirmar no prazo para o efeito fixado, se for o caso, após o fim de cada trimestre.
a constituição da sociedade comercial, de acordo com os 6 — No caso de se tratar da adjudicação de contratos
requisitos fixados nas peças do procedimento e os termos de concessão, devem ainda ser publicados os anúncios
da proposta adjudicada. conforme os modelos aplicáveis referidos nos artigos 32.º
e 33.º da Diretiva n.º 2014/23/UE, do Parlamento Europeu
3 — As notificações referidas nos números anteriores e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014.
devem ser acompanhadas do relatório final de análise das
propostas. Artigo 78.º-A
Anúncio voluntário de transparência
Artigo 78.º
1 — Quando a decisão de adjudicação tenha sido to-
Anúncio da adjudicação
mada na sequência de um procedimento de formação do
1 — Quando o procedimento de formação do contrato contrato sem publicação de anúncio no Jornal Oficial da
tenha sido publicitado através de anúncio publicado no União Europeia, a entidade adjudicante pode nele publicar
Jornal Oficial da União Europeia, a entidade adjudicante um anúncio voluntário de transparência divulgando a sua
deve publicar no referido jornal, no prazo de 30 dias após intenção de celebrar o contrato.
a celebração de um contrato, um anúncio conforme mo- 2 — Quando a entidade adjudicante pretenda divulgar a
delos constantes do anexo V da Diretiva n.º 2014/24/UE, sua intenção de celebrar um contrato no Jornal Oficial da
ou do anexo XII da Diretiva n.º 2014/25/UE, ambas do União Europeia, nos termos do número anterior, deve fazê-
Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro de -lo através de um anúncio conforme modelo constante do
2014, consoante o caso. anexo XII do Regulamento de Execução (UE) n.º 2015/1986
2 — O disposto no número anterior é também aplicável da Comissão, de 11 de novembro de 2015, que estabelece
quando a adjudicação tenha sido decidida na sequência de os formulários-tipo para publicação de anúncios no âmbito
ajuste direto adotado ao abrigo do disposto nas alíneas a) dos processos de adjudicação de contratos públicos.
a c) e e) do n.º 1 do artigo 24.º, nas alíneas a) e b) do n.º 1
do artigo 25.º, nas alíneas a) a d) do n.º 1 e no n.º 2 do Artigo 79.º
artigo 26.º e nas alíneas a), c) e d) do n.º 1 do artigo 27.º,
sempre que o preço contratual seja igual ou superior: Causas de não adjudicação

a) Ao referido na alínea a) do n.º 3 do artigo 474.º, no 1 — Não há lugar a adjudicação, extinguindo-se o pro-
caso de se tratar de um contrato de empreitada de obras cedimento, quando:
públicas; a) Nenhum candidato se haja apresentado ou nenhum
b) Ao referido na alínea c) do n.º 3 do artigo 474.º, no concorrente haja apresentado proposta;
caso de se tratar de um contrato de locação ou de aquisição b) Todas as candidaturas ou todas as propostas tenham
de bens móveis ou de um contrato de aquisição de serviços; sido excluídas;
c) Ao referido na alínea b) do n.º 3 do artigo 474.º no c) Por circunstâncias imprevistas, seja necessário alterar
caso de se tratar de um contrato de locação ou de aquisição aspetos fundamentais das peças do procedimento;
de bens móveis ou de um contrato de aquisição de serviços, d) Circunstâncias supervenientes relativas aos pressu-
quando a entidade adjudicante seja o Estado. postos da decisão de contratar o justifiquem;
e) Nos casos a que se refere o n.º 5 do artigo 47.º, a
3 — Quando o contrato a celebrar diga direta e princi- entidade adjudicante considere, fundamentadamente, que
palmente respeito a uma ou a várias das atividades exer- todos os preços apresentados são inaceitáveis;
cidas nos setores da água, da energia, dos transportes e f) No procedimento de diálogo concorrencial, nenhuma
dos serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas das soluções apresentadas satisfaça as necessidades e as
no n.º 1 do artigo 7.º, o disposto no número anterior só é exigências da entidade adjudicante.
aplicável quando o preço contratual seja igual ou superior: g) No procedimento para a celebração de acordo-quadro
a) Ao referido na alínea a) do n.º 4 do artigo 474.º, no com várias entidades o número de candidaturas ou pro-
caso de se tratar de um contrato de empreitada de obras postas apresentadas ou admitidas seja inferior ao número
públicas; mínimo previsto no programa de concurso.
5250-(1974) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

2 — A decisão de não adjudicação, bem como os res- Artigo 83.º-A


petivos fundamentos, deve ser notificada a todos os con- Força probatória dos documentos de habilitação
correntes.
3 — No caso da alínea c) do n.º 1, é obrigatório dar 1 — As entidades adjudicantes devem aceitar como
início a um novo procedimento no prazo máximo de seis prova bastante de que o adjudicatário não se encontra
meses a contar da data da notificação da decisão de não abrangido por nenhum dos casos referidos nas alíneas a),
adjudicação. b) e i) do artigo 55.º a apresentação de um certificado de
4 — Quando o órgão competente para a decisão de con- registo criminal ou, na sua falta, de documento equivalente
tratar decida não adjudicar com fundamento no disposto emitido pela autoridade judicial ou administrativa compe-
nas alíneas c) e d) do n.º 1, a entidade adjudicante deve tente, do qual resulte que aqueles requisitos se encontram
satisfeitos.
indemnizar os concorrentes, cujas propostas não tenham
2 — As entidades adjudicantes devem aceitar como
sido excluídas, pelos encargos em que comprovadamente prova bastante de que o adjudicatário não se encontra
incorreram com a elaboração das respetivas propostas. abrangido por nenhum dos casos referidos nas alíneas d)
e e) do artigo 55.º um certificado emitido pela entidade
Artigo 80.º competente.
Revogação da decisão de contratar 3 — No caso de não emissão dos documentos ou cer-
tificados referidos nos números anteriores ou se estes não
1 — A decisão de não adjudicação prevista no artigo se referirem a todos casos referidos nas alíneas a), b) e i)
anterior determina a revogação da decisão de contratar. do artigo 55.º, podem os mesmos ser substituídos por uma
2 — (Revogado.) declaração solene, sob compromisso de honra, feita pelo
interessado perante a autoridade judicial ou administrativa
CAPÍTULO VIII competente, um notário ou um organismo profissional
qualificado.
Habilitação
Artigo 84.º
Artigo 81.º (Revogado.)
Documentos de habilitação
Artigo 85.º
1 — Nos procedimentos de formação de quaisquer
contratos, o adjudicatário deve apresentar os seguintes Notificação da apresentação dos documentos de habilitação
documentos de habilitação: 1 — O órgão competente para a decisão de contratar
a) Declaração do anexo II ao presente Código, do qual notifica em simultâneo todos os concorrentes da apresen-
faz parte integrante; tação dos documentos de habilitação pelo adjudicatário,
b) Documentos comprovativos de que não se encontra indicando o dia em que ocorreu essa apresentação.
2 — Os documentos de habilitação apresentados pelo
nas situações previstas nas alíneas b), d), e) e i) do n.º 1
adjudicatário devem ser disponibilizados, para consulta de
do artigo 55.º
todos os concorrentes, em plataforma eletrónica utilizada
pela entidade adjudicante.
2 — A habilitação, designadamente a titularidade de
alvará e certificado de empreiteiro de obras públicas, bem Artigo 86.º
como o modo de apresentação desses documentos, obedece
às regras e termos a definir por portaria do membro do Não apresentação dos documentos de habilitação
Governo responsável pela área das obras públicas. 1 — A adjudicação caduca se, por facto que lhe seja
3 — (Revogado.) imputável, o adjudicatário não apresentar os documentos
4 — (Revogado.) de habilitação:
5 — (Revogado.)
6 — (Revogado.) a) No prazo fixado no programa do procedimento;
b) No prazo fixado pelo órgão competente para a decisão
7 — (Revogado.)
de contratar, no caso previsto no n.º 8 do artigo 81.º;
8 — O órgão competente para a decisão de contratar c) Redigidos em língua portuguesa, ou acompanhados de
pode sempre solicitar ao adjudicatário, ainda que tal não tradução devidamente legalizada no caso de estarem, pela
conste do programa do procedimento, a apresentação de sua natureza ou origem, redigidos numa outra língua.
quaisquer documentos comprovativos da titularidade das
habilitações legalmente exigidas para a execução das pres- 2 — Sempre que se verifique um facto que determine
tações objeto do contrato a celebrar, fixando-lhe prazo a caducidade da adjudicação nos termos do n.º 1, o órgão
para o efeito. competente para a decisão de contratar deve notificar o
adjudicatário relativamente ao qual o facto ocorreu, fixando-
Artigo 82.º -lhe um prazo, não superior a 5 dias, para que se pronuncie,
(Revogado.) por escrito, ao abrigo do direito de audiência prévia.
3 — Quando as situações previstas no n.º 1 se veri-
Artigo 83.º fiquem por facto que não seja imputável ao adjudicatá-
rio, o órgão competente para a decisão de contratar deve
(Revogado.) conceder-lhe, em função das razões invocadas, um prazo
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1975)

adicional para a apresentação dos documentos em falta, ção de responsabilidade solidária com o adjudicatário, pelo
sob pena de caducidade da adjudicação. mesmo montante, emitida por entidade bancária, desde
4 — Nos casos previstos nos números anteriores, o ór- que essa entidade apresente documento comprovativo de
gão competente para a decisão de contratar deve adjudicar que possui sede ou sucursal em Estado membro da União
a proposta ordenada em lugar subsequente. Europeia, emitido pela entidade que nesse Estado exerça
5 — (Revogado.) a supervisão seguradora ou bancária, respetivamente.

Artigo 87.º Artigo 89.º


Falsidade de documentos e declarações Valor da caução
Sem prejuízo da participação à entidade competente para 1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 5, o valor da cau-
efeitos de procedimento criminal, a falsificação de qualquer ção é, no máximo, de 5 % do preço contratual, devendo ser
documento de habilitação ou a prestação culposa de falsas fixado em função da complexidade e expressão financeira
declarações determina a caducidade da adjudicação, sendo do respetivo contrato.
aplicável o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo anterior. 2 — Quando o preço total resultante da proposta adju-
dicada seja considerado anormalmente baixo, o valor da
Artigo 87.º-A caução a prestar pelo adjudicatário é, no máximo, de 10 %
Outras causas de caducidade da adjudicação do preço contratual.
3 — Quando, em contratos que não impliquem o paga-
1 — Sem prejuízo de outras causas de caducidade pre- mento de um preço pela entidade adjudicante, for exigida
vistas no presente Código ou resultantes de outra legislação a prestação de caução, o valor desta não pode ser superior
aplicável, determina ainda a caducidade da adjudicação a a 2 % do montante correspondente à utilidade económica
ocorrência superveniente de circunstâncias que inviabili- imediata do contrato para a entidade adjudicante.
zem a celebração do contrato, designadamente por impos- 4 — Quando o contrato previr renovações, o valor da
sibilidade natural ou jurídica, extinção da entidade adjudi- caução tem por referência o preço do seu período de vi-
cante ou do adjudicatário ou por insolvência deste. gência inicial e cada renovação deve ser condicionada à
2 — Quando as causas de caducidade da adjudicação prestação de nova caução, que terá por referência o preço
referidas no número anterior respeitem ao adjudicatário, a de cada um dos respetivos períodos de vigência.
entidade adjudicante deve adjudicar a proposta ordenada 5 — No caso de contratos de execução duradoura supe-
em lugar subsequente. rior a cinco anos, o valor de referência para a aplicação das
3 — O adjudicatário deve indemnizar a entidade adjudi- percentagens referidas nos n.os 1 e 2 limita-se ao primeiro
cante, nos termos gerais, pelos prejuízos que culposamente terço da duração do contrato.
tenha causado. 6 — Na falta de fixação, o valor da caução previsto
nos n.os 1 e 2 é de 5 % ou de 10 % do preço contratual,
CAPÍTULO IX respetivamente.
Caução Artigo 90.º
Artigo 88.º Modo de prestação da caução

Função da caução 1 — O adjudicatário deve prestar a caução no prazo


de 10 dias a contar da notificação prevista no n.º 2 do
1 — No caso de contratos que impliquem o pagamento artigo 77.º, devendo comprovar essa prestação junto da
de um preço pela entidade adjudicante, deve ser exigida entidade adjudicante no dia imediatamente subsequente.
ao adjudicatário a prestação de uma caução destinada a 2 — A caução é prestada por depósito em dinheiro ou
garantir a sua celebração, bem como o exato e pontual em títulos emitidos ou garantidos pelo Estado, ou mediante
cumprimento de todas as obrigações legais e contratuais garantia bancária ou seguro-caução.
que assume com essa celebração. 3 — O depósito em dinheiro ou títulos é efetuado em
2 — Pode não ser exigida prestação de caução: Portugal, em qualquer instituição de crédito, à ordem da
a) Quando o preço contratual for inferior a € 200 000; entidade que for indicada no programa do procedimento,
b) Quando se trate de contratos em que o adjudicatário devendo ser especificado o fim a que se destina.
seja uma entidade prevista nos artigos 2.º ou 7.º; ou 4 — Quando o depósito for efetuado em títulos, estes
c) Quando se trate dos contratos previstos na alínea c) são avaliados pelo respetivo valor nominal, salvo se, nos
do n.º 1 do artigo 95.º, ainda que exista contrato escrito. últimos três meses, a média da cotação na bolsa de valores
ficar abaixo do par, caso em que a avaliação é feita em
3 — Quando, no caso previsto no número anterior, não 90 % dessa média.
tenha sido exigida a prestação de caução, pode a entidade 5 — O programa do procedimento deve conter os mo-
adjudicante, se o considerar conveniente, proceder à reten- delos referentes à caução que venha a ser prestada por
ção de até 10 % do valor dos pagamentos a efetuar, desde garantia bancária, por seguro-caução ou por depósito em
que tal faculdade seja prevista no caderno de encargos. dinheiro ou títulos.
4 — Pode não ser exigida a prestação de caução, nos ter- 6 — Se o adjudicatário prestar a caução mediante garan-
mos previstos no programa do procedimento ou no convite, tia bancária, deve apresentar um documento pelo qual um
quando o adjudicatário apresente seguro da execução do estabelecimento bancário legalmente autorizado assegure,
contrato a celebrar, emitido por entidade seguradora, que até ao limite do valor da caução, o imediato pagamento de
cubra o respetivo preço contratual, ou declaração de assun- quaisquer importâncias exigidas pela entidade adjudicante
5250-(1976) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

em virtude do incumprimento de quaisquer obrigações a um clausulado em suporte papel ou em suporte informático


que a garantia respeita. com a aposição de assinaturas eletrónicas.
7 — Tratando-se de seguro-caução, o programa do pro- 2 — Salvo disposição em contrário constante do pro-
cedimento pode exigir a apresentação de apólice pela qual grama do procedimento, as despesas e os encargos ineren-
uma entidade legalmente autorizada a realizar este seguro tes à redução do contrato a escrito são da responsabilidade
assuma, até ao limite do valor da caução, o encargo de da entidade adjudicante, com exceção dos impostos legal-
satisfazer de imediato quaisquer importâncias exigidas mente devidos pelo adjudicatário.
pela entidade adjudicante em virtude do incumprimento
de quaisquer obrigações a que o seguro respeita.
8 — Das condições da garantia bancária ou da apólice Artigo 95.º
de seguro-caução não pode, em caso algum, resultar uma Inexigibilidade e dispensa de redução do contrato a escrito
diminuição das garantias da entidade adjudicante, nos mol-
des em que são asseguradas pelas outras formas admitidas 1 — Salvo previsão expressa no programa do procedi-
de prestação da caução. mento, não é exigível a redução do contrato a escrito:
9 — Todas as despesas relativas à prestação da caução a) Quando se trate de contrato de locação ou de aquisi-
são da responsabilidade do adjudicatário. ção de bens móveis ou de aquisição de serviços cujo preço
contratual não exceda € 10 000;
Artigo 91.º
b) Quando se trate de locar ou de adquirir bens móveis
Não prestação da caução ou de adquirir serviços ao abrigo de um contrato público
1 — A adjudicação caduca se, por facto que lhe seja de aprovisionamento;
imputável, o adjudicatário não prestar, em tempo e nos c) Quando se trate de locar ou de adquirir bens móveis
termos estabelecidos nos artigos anteriores, a caução que ou de adquirir serviços nos seguintes termos:
lhe seja exigida. i) O fornecimento dos bens ou a prestação dos serviços
2 — No caso previsto no número anterior, o órgão
deva ocorrer integralmente no prazo máximo de 20 dias a
competente para a decisão de contratar deve adjudicar a
proposta ordenada em lugar subsequente. contar da data em que o adjudicatário comprove a prestação
3 — A não prestação da caução pelo adjudicatário, no da caução ou, se esta não for exigida, da data da notificação
caso de empreitadas ou de concessões de obras públicas, da adjudicação;
deve ser imediatamente comunicada ao Instituto dos Mer- ii) A relação contratual se extinga com o fornecimento
cados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P. dos bens ou com a prestação dos serviços, sem prejuízo
da manutenção de obrigações acessórias que tenham sido
estabelecidas inequivocamente em favor da entidade ad-
CAPÍTULO X judicante, tais como as de sigilo ou de garantia dos bens
Confirmação de compromissos ou serviços adquiridos; e
iii) O contrato não esteja sujeito a fiscalização prévia
Artigo 92.º do Tribunal de Contas; ou
Prorrogação do prazo para a confirmação de compromissos
d) Quando se trate de contrato de empreitada de obras
A pedido fundamentado do adjudicatário, o órgão com- públicas de complexidade técnica muito reduzida e cujo
petente para a decisão de contratar pode prorrogar o prazo preço contratual não exceda € 15 000.
que tenha sido fixado para a confirmação dos compromis-
sos assumidos por terceiras entidades relativos a atributos 2 — A redução do contrato a escrito pode ser dispen-
ou a termos ou condições da sua proposta. sada pelo órgão competente para a decisão de contratar,
mediante decisão fundamentada, quando:
Artigo 93.º
Não confirmação de compromissos a) A segurança pública interna ou externa o justifique;
b) Seja adotado um concurso público urgente; ou
1 — A adjudicação caduca se o adjudicatário não con- c) Por motivos de urgência imperiosa resultante de acon-
firmar os compromissos referidos no artigo anterior no tecimentos imprevisíveis pela entidade adjudicante, seja
prazo fixado para o efeito ou até ao termo da respetiva necessário dar imediata execução ao contrato.
prorrogação.
2 — No caso previsto no número anterior, o órgão
3 — Quando a redução do contrato a escrito não tenha
competente para a decisão de contratar deve adjudicar a
proposta ordenada em lugar subsequente. sido exigida ou tenha sido dispensada nos termos do dis-
posto nos números anteriores, entende-se que o contrato
resulta da conjugação do caderno de encargos com o con-
CAPÍTULO XI teúdo da proposta adjudicada, não se podendo, porém, dar
Celebração do contrato início a qualquer aspeto da sua execução antes de decor-
rido o prazo de 10 dias a contar da data da notificação da
Artigo 94.º decisão de adjudicação e, em qualquer caso, nunca antes
da apresentação de todos os documentos de habilitação
Redução do contrato a escrito exigidos, da comprovação da prestação da caução, quando
1 — Salvo nos casos previstos no artigo seguinte, o con- esta for devida, e da confirmação dos compromissos refe-
trato deve ser reduzido a escrito através da elaboração de ridos na alínea c) do n.º 2 do artigo 77.º
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1977)

4 — O prazo de 10 dias previsto no número anterior posta adjudicada que se reportem a aspetos da execução
não é aplicável quando: do contrato não regulados pelo caderno de encargos e que
não sejam considerados estritamente necessários a essa
a) Não tenha sido publicado anúncio do procedimento
no Jornal Oficial da União Europeia; execução ou sejam considerados desproporcionados.
b) (Revogada.) 5 — Em caso de divergência entre os documentos re-
c) Se trate da celebração de contrato ao abrigo de acordo- feridos no n.º 2, a prevalência é determinada pela ordem
-quadro cujos termos abranjam todos os seus aspetos ou pela qual são indicados nesse número.
que tenha sido celebrado apenas com uma entidade. 6 — Em caso de divergência entre os documentos re-
d) Só tenha sido apresentada uma proposta. feridos no n.º 2 e o clausulado do contrato, prevalecem
os primeiros, salvo quanto aos ajustamentos propostos de
Artigo 96.º acordo com o disposto no artigo 99.º e aceites pelo adju-
dicatário nos termos do disposto no artigo 101.º
Conteúdo do contrato 7 — São nulos os contratos a que falte algum dos ele-
1 — Faz parte integrante do contrato, quando este for mentos essenciais referidos nas alíneas a) a i) do n.º 1,
reduzido a escrito, um clausulado que deve conter os se- salvo se os mesmos constarem dos documentos identifi-
guintes elementos: cados no n.º 2.
a) A identificação das partes e dos respetivos represen- Artigo 97.º
tantes, assim como do título a que intervêm, com indicação
dos atos que os habilitem para esse efeito; Preço contratual
b) A indicação do ato de adjudicação e do ato de apro- 1 — Para efeitos do presente Código, entende-se por
vação da minuta do contrato; preço contratual o preço a pagar, pela entidade adjudicante,
c) A descrição do objeto do contrato; em resultado da proposta adjudicada, pela execução de
d) O preço contratual ou o preço a receber pela entidade todas as prestações que constituem o objeto do contrato.
adjudicante ou, na impossibilidade do seu cálculo, os ele- 2 — Está incluído no preço contratual, nomeadamente,
mentos necessários à sua determinação; o preço a pagar pela execução das prestações objeto do
e) O prazo de execução das principais prestações objeto contrato na sequência de qualquer prorrogação contratual-
do contrato; mente prevista, expressa ou tácita, do respetivo prazo.
f) Os ajustamentos aceites pelo adjudicatário; 3 — Não está incluído no preço contratual o acréscimo
g) A referência à caução prestada pelo adjudicatário;
de preço a pagar em resultado de:
h) Se for o caso, a classificação orçamental da dotação
por onde será satisfeita a despesa inerente ao contrato, a a) Modificação objetiva do contrato;
realizar no ano económico da celebração do mesmo ou, b) Reposição do equilíbrio financeiro prevista na lei
no caso de tal despesa se realizar em mais de um ano eco- ou no contrato;
nómico, a indicação da disposição legal habilitante ou do c) Prémios por antecipação do cumprimento das pres-
plano plurianual legalmente aprovado de que o contrato em tações objeto do contrato.
causa constitui execução ou ainda do instrumento, legal-
mente previsto, que autoriza aquela repartição de despesa; Artigo 98.º
i) A identificação do gestor do contrato em nome da
entidade adjudicante, nos termos do artigo 290.º-A; Aprovação da minuta do contrato
j) As eventuais condições de modificação do contrato 1 — Nos casos em que a celebração do contrato impli-
expressamente previstas no caderno de encargos, incluindo que a sua redução a escrito, a respetiva minuta é aprovada
cláusulas de revisão ou opção, claras, precisas e inequí- pelo órgão competente para a decisão de contratar em
vocas. simultâneo com a decisão de adjudicação.
2 — (Revogado.)
2 — Fazem sempre parte integrante do contrato, inde- 3 — A aprovação da minuta do contrato a celebrar tem
pendentemente da sua redução a escrito: por objetivo verificar se o seu conteúdo está conforme à
a) Os suprimentos dos erros e das omissões do caderno decisão de contratar e a todos os documentos que o inte-
de encargos identificados pelos concorrentes, desde que gram nos termos do disposto nos n.os 2 e 5 do artigo 96.º,
esses erros e omissões tenham sido expressamente aceites sem prejuízo de serem propostos ajustamentos nos termos
pelo órgão competente para a decisão de contratar; do disposto no artigo seguinte.
b) Os esclarecimentos e as retificações relativos ao 4 — Da minuta do contrato devem constar expressa-
caderno de encargos; mente os termos ou condições da proposta adjudicada
c) O caderno de encargos; excluídos do contrato nos termos do disposto no n.º 4 do
d) A proposta adjudicada; artigo 96.º
e) Os esclarecimentos sobre a proposta adjudicada pres-
tados pelo adjudicatário. Artigo 99.º
Ajustamentos ao conteúdo do contrato a celebrar
3 — Sempre que a entidade adjudicante considere con-
veniente, o clausulado do contrato pode também incluir 1 — O órgão competente para a decisão de contratar
uma reprodução do caderno de encargos completada por pode propor ajustamentos ao conteúdo do contrato a ce-
todos os elementos resultantes dos documentos referidos lebrar, desde que estes resultem de exigências de interesse
nas alíneas a), b), d) e e) do número anterior. público e, tratando-se de procedimento em que se tenha
4 — A entidade adjudicante pode excluir expressamente analisado e avaliado mais de uma proposta, seja obje-
do contrato os termos ou condições constantes da pro- tivamente demonstrável que a respetiva ordenação não
5250-(1978) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

seria alterada se os ajustamentos propostos tivessem sido d) Confirmados os compromissos referidos na alínea c)
refletidos em qualquer das propostas. do n.º 2 do artigo 77.º
2 — Os ajustamentos referidos no número anterior não
podem implicar, em caso algum: 2 — O prazo de 10 dias previsto na alínea a) do número
a) A violação dos parâmetros base fixados no caderno anterior não é aplicável quando:
de encargos nem a dos aspetos da execução do contrato a a) O contrato tenha sido celebrado ao abrigo de um
celebrar por aquele não submetidos à concorrência; procedimento de ajuste direto ou de consulta prévia ou,
b) A inclusão de soluções contidas em proposta apre- nos demais procedimentos, quando o anúncio não tenha
sentada por outro concorrente. sido publicado no Jornal Oficial da União Europeia;
b) (Revogada.)
Artigo 100.º c) Se trate da celebração de contrato ao abrigo de acordo-
Notificação da minuta do contrato -quadro cujos termos abranjam todos os seus aspetos ou
que tenha sido celebrado apenas com uma entidade.
1 — Depois de aprovada a minuta do contrato a celebrar, d) Só tenha sido apresentada uma proposta.
o órgão competente para a decisão de contratar notifica-a
ao adjudicatário, assinalando expressamente os ajustamen- 3 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
tos propostos nos termos do disposto no artigo anterior. o órgão competente para a decisão de contratar comunica
2 — (Revogado.) ao adjudicatário o seguinte:
Artigo 101.º a) No caso de assinatura presencial do contrato, a data,
a hora e o local em que ocorrerá a respetiva outorga, com
Aceitação da minuta do contrato a antecedência mínima de cinco dias;
A minuta do contrato a celebrar e os ajustamentos pro- b) No caso de assinatura por meios eletrónicos, o prazo
postos consideram-se aceites pelo adjudicatário quando para a outorga e remessa do contrato, não podendo em caso
haja aceitação expressa ou quando não haja reclamação algum esse prazo ser inferior a três dias.
nos cinco dias subsequentes à respetiva notificação, ou
nos dois dias subsequentes no caso dos procedimentos de Artigo 105.º
ajuste direto ou consulta prévia. Não outorga do contrato

Artigo 102.º 1 — A adjudicação caduca nos seguintes casos:


Reclamação da minuta do contrato a) Se, por facto que lhe seja imputável, o adjudicatário
não comparecer no dia, hora e local fixados para a outorga
1 — As reclamações da minuta do contrato a celebrar do contrato;
só podem ter por fundamento a previsão de obrigações b) Se, por facto que lhe seja imputável, o adjudicatário
que contrariem ou que não constem dos documentos que não remeter o contrato assinado eletronicamente, no prazo
integram o contrato nos termos do disposto nos n.os 2 e 5 do fixado pelo órgão competente para a decisão de contratar;
artigo 96.º ou ainda a recusa dos ajustamentos propostos. c) Se, no caso de o adjudicatário ser um agrupamento,
2 — No prazo de 10 dias a contar da receção da recla- os seus membros não se tiverem associado nos termos
mação, o órgão que aprovou a minuta do contrato notifica previstos no n.º 4 do artigo 54.º
o adjudicatário da sua decisão, equivalendo o silêncio à
rejeição da reclamação. 2 — Nos casos previstos no número anterior, o adjudi-
3 — Os ajustamentos propostos que tenham sido re- catário perde a caução prestada a favor da entidade adjudi-
cusados pelo adjudicatário não fazem parte integrante do cante, devendo o órgão competente para a decisão de con-
contrato. tratar adjudicar a proposta ordenada em lugar subsequente.
3 — Se, por facto que lhe seja imputável, a entidade
Artigo 103.º adjudicante não outorgar o contrato no prazo previsto no
Notificação dos ajustamentos ao contrato n.º 1 do artigo anterior, o adjudicatário pode desvincular-
-se da proposta, devendo aquela liberar a caução que este
Os ajustamentos ao contrato que sejam aceites pelo ad- haja prestado, sem prejuízo do direito a ser indemnizado
judicatário devem ser notificados a todos os concorrentes por todas as despesas e demais encargos em que compro-
cujas propostas não tenham sido excluídas. vadamente incorreu com a elaboração da proposta e com
a prestação da caução.
Artigo 104.º 4 — No caso previsto no número anterior, o adjudicatá-
Outorga do contrato rio pode, em alternativa, exigir judicialmente a celebração
do contrato.
1 — A outorga do contrato deve ter lugar no prazo de
5 — (Revogado.)
30 dias contados da data da aceitação da minuta ou da
decisão sobre a reclamação, mas nunca antes de:
Artigo 106.º
a) Decorridos 10 dias contados da data da notificação Representação na outorga do contrato
da decisão de adjudicação a todos os concorrentes;
b) Apresentados todos os documentos de habilitação 1 — Na outorga do contrato, a representação das enti-
exigidos; dades adjudicantes referidas nas alíneas a) a c), f) e g) do
c) Comprovada a prestação da caução, quando esta for n.º 1 do artigo 2.º cabe ao órgão competente para a decisão
devida, nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 90.º; de contratar.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1979)

2 — No caso das entidades adjudicantes referidas nas Governo ou ao membro do Governo Regional da tutela
alíneas d) e e) do n.º 1 do artigo 2.º, a representação na setorial só podem ser delegadas em membros do Governo
outorga do contrato cabe ao órgão designado no respetivo ou do Governo Regional, consoante o caso.
diploma orgânico ou nos respetivos estatutos, independen- 3 — A delegação da competência para autorização da
temente do órgão que tenha tomado a decisão de contratar. despesa inerente ao contrato a celebrar ou, quando o con-
3 — Nos casos em que o órgão competente nos termos trato a celebrar não implique o pagamento de um preço
do disposto nos números anteriores seja um órgão colegial, pela entidade adjudicante, a delegação da competência
a representação na outorga do contrato cabe ao presidente para a decisão de contratar, implica a delegação das de-
desse órgão. mais competências do órgão competente para a decisão de
4 — Relativamente às entidades adjudicantes referidas contratar atribuídas pelo presente Código, exceto daquelas
no n.º 2 do artigo 2.º ou no n.º 1 do artigo 7.º, a representa- que o delegante expressamente reservar para si.
ção na outorga do contrato cabe a quem, nos termos da lei
ou dos respetivos estatutos, tiver poderes para as obrigar. Artigo 110.º
5 — A competência prevista nos números anteriores
Delegação de competências nos órgãos dos institutos públicos
para a representação da entidade adjudicante na outorga
do contrato pode ser delegada nos termos gerais. Quando a entidade adjudicante seja um instituto pú-
blico e a competência para a autorização da despesa
inerente ao contrato a celebrar tenha sido exercida pelo
CAPÍTULO XII membro do Governo ou pelo membro do Governo
Relatórios Regional da tutela, consideram-se delegadas no res-
petivo órgão de direção todas as competências atribu-
Artigo 107.º ídas pelo presente Código ao órgão competente para a
decisão de contratar, sem prejuízo de o delegante po-
Informações sobre o procedimento der reservar para si qualquer daquelas competências.
1 — A entidade adjudicante deve conservar, pelo prazo
de quatro anos a contar da data da celebração do contrato, Artigo 111.º
todos os documentos relativos ao procedimento de for- Delegação das competências do Conselho de Ministros
mação que permitam justificar todas as decisões tomadas ou do Conselho do Governo Regional
e fornecer à Comissão Europeia as informações que esta
solicitar sobre o mesmo, nomeadamente: Quando o órgão competente para a decisão de contratar
seja o Conselho de Ministros ou o Conselho do Governo
a) A decisão de escolha do procedimento e respetivos Regional, consideram-se delegadas no Primeiro-Ministro
fundamentos; ou no Presidente do Governo Regional, consoante o caso,
b) A identificação dos candidatos e dos concorrentes; todas as competências atribuídas pelo presente Código.
c) O teor das candidaturas e das propostas apresentadas;
d) A decisão de qualificação e respetivos fundamentos;
e) A decisão de adjudicação e respetivos fundamentos; TÍTULO III
f) Os fundamentos da eventual exclusão de candidaturas
e de propostas; Tramitação procedimental
g) As eventuais causas de não adjudicação;
h) O objeto do contrato e o respetivo preço contratual. CAPÍTULO I
2 — O disposto no número anterior é igualmente apli- Consulta prévia e ajuste direto
cável a todas as notificações e comunicações.
3 — A entidade adjudicante deve enviar à Comissão SECÇÃO I
Europeia, a pedido desta, um relatório contendo as infor-
mações sobre o procedimento e as decisões nele tomadas. Disposições comuns

Artigo 108.º Artigo 112.º


(Revogado.) Noção de consulta prévia e de ajuste direto
1 — A consulta prévia é o procedimento em que a en-
CAPÍTULO XIII tidade adjudicante convida diretamente pelo menos três
entidades à sua escolha a apresentar proposta, podendo com
Delegação de competências elas negociar os aspetos da execução do contrato a celebrar.
2 — O ajuste direto é o procedimento em que a enti-
Artigo 109.º dade adjudicante convida diretamente uma entidade à sua
escolha a apresentar proposta.
Norma de habilitação
1 — Todas as competências atribuídas pelo presente Artigo 113.º
Código ao órgão competente para a decisão de contratar
Escolha das entidades convidadas
podem ser delegadas, sem prejuízo do disposto na parte
final no n.º 2 do artigo 69.º 1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 128.º,
2 — As competências atribuídas pelo artigo 37.º ao a escolha das entidades convidadas a apresentar proposta
membro do Governo ou ao membro do Governo Regio- nos procedimentos de consulta prévia ou de ajuste direto
nal responsável pela área das finanças e ao membro do cabe ao órgão competente para a decisão de contratar.
5250-(1980) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

2 — Não podem ser convidadas a apresentar propos- h) O modo de prestação da caução ou os termos em que
tas, entidades às quais a entidade adjudicante já tenha não seja exigida essa prestação de acordo com o disposto
adjudicado, no ano económico em curso e nos dois anos no n.º 4 do artigo 88.º;
económicos anteriores, na sequência de consulta prévia ou i) O valor da caução, quando esta for exigida;
ajuste direto adotados nos termos do disposto nas alíneas c) j) O prazo para a apresentação, pelo adjudicatário, dos
e d) do artigo 19.º e alíneas c) e d) do n.º 1 do artigo 20.º, documentos de habilitação, que pode ser até cinco dias,
consoante o caso, propostas para a celebração de contratos bem como o prazo a conceder pela entidade adjudicante
cujo preço contratual acumulado seja igual ou superior aos para a supressão de irregularidades detetadas nos docu-
limites referidos naquelas alíneas. mentos apresentados que possam levar à caducidade da
3 — Para os efeitos do disposto no número anterior, adjudicação nos termos do disposto no artigo 86.º;
quando a entidade adjudicante seja o Estado ou uma re-
gião autónoma, apenas são tidos em conta os contratos
2 — Tratando-se de procedimento de consulta prévia,
celebrados no âmbito do mesmo gabinete governamental,
o convite deve também indicar:
serviço central ou serviço periférico de cada ministério ou
secretaria regional, respetivamente. a) Se as propostas apresentadas serão objeto de nego-
4 — Para os efeitos do disposto no n.º 2, quando a en- ciação e, em caso afirmativo:
tidade adjudicante seja um município, são tidos em conta,
autonomamente, os contratos celebrados no âmbito de cada i) Quais os aspetos da execução do contrato a celebrar
serviço municipalizado. que a entidade adjudicante não está disposta a negociar;
5 — Não podem igualmente ser convidadas a apresentar ii) Se a negociação decorrerá, parcial ou totalmente, por
propostas entidades que tenham executado obras, fornecido via eletrónica e os respetivos termos;
bens móveis ou prestado serviços à entidade adjudicante,
a título gratuito, no ano económico em curso ou nos dois b) O critério de adjudicação e os eventuais fatores e
anos económicos anteriores, exceto se o tiverem feito ao subfatores que o densificam, não sendo, porém, necessário
abrigo do Estatuto do Mecenato. um modelo de avaliação das propostas.

SECÇÃO II 3 — (Revogado.)
4 — O convite e a proposta devem ser enviados através
Regime geral de meios eletrónicos, não sendo obrigatória a utilização
de plataforma eletrónica.
Artigo 114.º 5 — Quando o ajuste direto seja adotado ao abrigo do
Número de entidades convidadas disposto na alínea g) do n.º 1 do artigo 27.º:
1 — No procedimento de consulta prévia, a entidade a) O critério de adjudicação pode ter em conta a orde-
adjudicante deve convidar a apresentar proposta, pelo me- nação das propostas efetuada no âmbito do concurso de
nos, três entidades. conceção;
2 — No caso de o ajuste direto ser adotado ao abrigo b) O caderno de encargos deve ser substancialmente
do disposto na alínea g) do n.º 1 do artigo 27.º, a entidade idêntico ao que acompanhou os termos de referência do
adjudicante deve convidar a apresentar propostas para a concurso de conceção.
concretização ou o desenvolvimento dos trabalhos de con-
ceção todos os selecionados no concurso de conceção. Artigo 116.º
Artigo 115.º Esclarecimentos e retificação das peças do procedimento

Convite Quando o prazo fixado para a apresentação da proposta


seja inferior a nove dias, os esclarecimentos sobre as peças
1 — O convite à apresentação de proposta deve indicar: do procedimento podem ser prestados e as retificações das
a) A identificação do procedimento e da entidade ad- mesmas podem ser efetuadas até ao dia anterior ao termo
judicante; daquele prazo.
b) O órgão que tomou a decisão de contratar e, no caso
de esta ter sido tomada no uso de delegação ou subdele- Artigo 117.º
gação de competência, a qualidade em que aquele decidiu,
Agrupamentos
com menção das decisões de delegação ou subdelegação
e do local da respetiva publicação; 1 — Pode apresentar proposta num procedimento de
c) O fundamento da escolha do procedimento de con- consulta prévia ou de ajuste direto um agrupamento de pes-
sulta prévia ou de ajuste direto; soas singulares ou coletivas, desde que um dos seus mem-
d) Os documentos referidos na alínea c) do n.º 1 do bros tenha sido a entidade convidada para esse efeito.
artigo 57.º, se for o caso; 2 — A entidade convidada não pode integrar um agru-
e) Os documentos que constituem a proposta que podem pamento quando a consulta prévia ou o ajuste direto seja
ser redigidos em língua estrangeira, nos termos do disposto adotado:
no n.º 2 do artigo 58.º;
f) O prazo para a apresentação da proposta; a) Ao abrigo das alíneas c) e d) do artigo 19.º, das alíne-
g) O modo de apresentação da proposta, através de as c) e d) do artigo 20.º e das alíneas b) e c) do artigo 21.º; ou
meio de transmissão eletrónica de dados, se diferente do b) Para a formação de um contrato ao abrigo de um
previsto no n.º 1 do artigo 62.º; acordo-quadro.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1981)

Artigo 118.º Artigo 122.º


Negociações Relatório preliminar
1 — No procedimento de consulta prévia, quando cons- 1 — Após a análise das versões iniciais e finais das
tar do convite a indicação de que as propostas apresentadas propostas e a aplicação do critério de adjudicação, o júri
são objeto de negociação, nos termos da alínea a) do n.º 2 elabora um relatório preliminar fundamentado, no prazo
do artigo 115.º, há lugar a uma fase de negociação, condu- de três dias, no qual deve propor a ordenação das mesmas,
zida pelo júri, ou pelos serviços da entidade adjudicante, salvo no caso previsto no n.º 4 do artigo 67.º
se for o caso, que deve incidir apenas sobre os atributos 2 — No relatório preliminar a que se refere o número
das propostas. anterior, o júri deve também propor, fundamentadamente, a
2 — O número anterior não se aplica às propostas que exclusão das propostas por qualquer dos motivos previstos
sejam excluídas por qualquer dos motivos previstos no n.º 2 nos n.os 2 e 3 do artigo 146.º, aplicáveis com as necessárias
do artigo 146.º, aplicáveis com as necessárias adaptações. adaptações, bem como das que sejam apresentadas em vio-
3 — À exclusão de propostas a que se refere o número lação do disposto na parte final do n.º 1 do artigo anterior.
anterior é aplicável, com as necessárias adaptações, o re- 3 — Do relatório preliminar deve ainda constar refe-
gime de audiência prévia constante do artigo 123.º rência aos esclarecimentos prestados pelos concorrentes
nos termos do disposto no artigo 72.º
Artigo 119.º
Representação dos concorrentes nas sessões de negociação Artigo 123.º
Os concorrentes devem fazer-se representar nas sessões Audiência prévia
de negociação pelos seus representantes legais ou pelos 1 — Elaborado o relatório preliminar referido no artigo
representantes comuns dos agrupamentos concorrentes, anterior, o júri envia-o a todos os concorrentes, fixando-lhes
se existirem, podendo ser acompanhados por técnicos por um prazo, não inferior a três dias, para que se pronunciem,
eles indicados. por escrito, ao abrigo do direito de audiência prévia.
2 — Durante a fase de audiência prévia, os concorren-
Artigo 120.º tes têm acesso às atas das sessões de negociação com os
Formalidades a observar demais concorrentes e às informações e comunicações
escritas de qualquer natureza que estes tenham prestado,
1 — O júri notifica os concorrentes, com uma antece-
bem como às versões finais integrais das propostas apre-
dência mínima de três dias, da data, da hora e do local da
sentadas.
primeira sessão de negociações, agendando as restantes
sessões nos termos que tiver por convenientes.
2 — Na notificação referida no número anterior o júri Artigo 124.º
deve indicar o formato adotado para as negociações, no- Relatório final
meadamente se decorrem em separado ou em conjunto
com os diversos concorrentes, podendo, porém, a qual- 1 — Cumprido o disposto no artigo anterior, o júri ela-
quer momento, alterar esse formato, desde que os informe bora um relatório final fundamentado, no qual pondera
previamente. as observações dos concorrentes efetuadas ao abrigo do
3 — De cada sessão de negociações é lavrada ata, a qual direito de audiência prévia, mantendo ou modificando o
deve ser assinada pelos membros presentes do júri e pelos teor e as conclusões do relatório preliminar, podendo ainda
representantes presentes dos concorrentes, devendo fazer- propor a exclusão de propostas se verificar, nesta fase, a
-se menção da recusa de algum destes em assiná-la. ocorrência de qualquer dos motivos previstos no n.º 2 do
4 — Os concorrentes devem ter idênticas oportunidades artigo 146.º
de propor, de aceitar e de contrapor modificações das res- 2 — No caso previsto na parte final do número anterior,
petivas propostas durante as sessões de negociação. bem como quando do relatório final resulte uma alteração
5 — As atas e quaisquer outras informações ou comu- da ordenação das propostas constante do relatório preli-
nicações, escritas ou orais, prestadas pelos concorrentes minar, o júri procede a nova audiência prévia, nos ter-
à entidade adjudicante devem manter-se sigilosas durante mos previstos no artigo anterior, restrita aos concorrentes
a fase de negociação. interessados, sendo subsequentemente aplicável o disposto
no número anterior.
Artigo 121.º 3 — O relatório final, juntamente com os demais docu-
mentos que compõem o processo de ajuste direto, é enviado
Versões finais das propostas ao órgão competente para a decisão de contratar.
1 — Quando o júri der por terminada a negociação, 4 — Cabe ao órgão competente para a decisão de con-
notifica imediatamente os concorrentes para, em prazo tratar decidir sobre a aprovação de todas as propostas
por ele para o efeito fixado, apresentarem as versões fi- contidas no relatório final, nomeadamente para efeitos de
nais integrais das propostas, as quais não podem conter adjudicação.
atributos diferentes dos constantes das respetivas versões
iniciais no que respeita aos aspetos da execução do contrato Artigo 125.º
a celebrar que a entidade adjudicante tenha indicado não Adjudicação no caso de apresentação de uma única proposta
estar disposta a negociar.
2 — Depois de entregues as versões finais das pro- 1 — Quando tenha sido apresentada uma única pro-
postas, não podem as mesmas ser objeto de quaisquer posta, compete aos serviços da entidade adjudicante pedir
alterações. esclarecimentos sobre a mesma e submeter o projeto da
5250-(1982) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

decisão de adjudicação ao órgão competente para a decisão CAPÍTULO II


de contratar.
2 — No caso previsto no número anterior, não há lugar Concurso público
às fases de negociação e de audiência prévia, nem à elabo-
ração dos relatórios preliminar e final, podendo, porém, o SECÇÃO I
concorrente ser convidado a melhorar a sua proposta.
Anúncio e peças do concurso
Artigo 126.º
Artigo 130.º
(Revogado.)
Anúncio
Artigo 127.º 1 — O concurso público é publicitado no Diário da
Publicitação e eficácia do contrato República, através de anúncio conforme modelo aprovado
por portaria dos membros do Governo responsáveis pela
1 — A celebração de quaisquer contratos na sequência edição do Diário da República e pelas áreas das finanças
de consulta prévia ou ajuste direto deve ser publicitada, e das obras públicas.
pela entidade adjudicante, no portal dos contratos públicos 2 — O anúncio referido no número anterior ou um re-
através de uma ficha conforme modelo constante do ane- sumo dos seus elementos mais importantes pode ser poste-
xo III ao presente Código, do qual faz parte integrante. riormente divulgado por qualquer outro meio considerado
2 — (Revogado.) conveniente, nomeadamente através da sua publicação em
3 — A publicitação referida no n.º 1 é condição de efi- plataforma eletrónica utilizada pela entidade adjudicante.
cácia do respetivo contrato, independentemente da sua
redução ou não a escrito, nomeadamente para efeitos de Artigo 131.º
quaisquer pagamentos.
Anúncio no Jornal Oficial da União Europeia
SECÇÃO III 1 — Quando a entidade adjudicante pretenda publicitar
Ajuste direto simplificado o concurso público no Jornal Oficial da União Europeia
deve fazê-lo através de um anúncio contendo as menções
Artigo 128.º previstas na parte C do anexo V da Diretiva n.º 2014/24/UE,
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro
Tramitação de 2014.
1 — No caso de se tratar de ajuste direto para a formação 2 — No caso de se tratar de um contrato de concessão
de um contrato de aquisição ou locação de bens móveis, de obras públicas, independentemente do preço base fixado
aquisição de serviços ou empreitadas de obras públicas no caderno de encargos, deve ser sempre publicado no
cujo preço contratual não seja superior a € 5 000, ou no Jornal Oficial da União Europeia um anúncio do concurso
caso de empreitadas, a € 10 000, a adjudicação pode ser público, contendo a informação constante do anexo V da
feita pelo órgão competente para a decisão de contratar, Diretiva n.º 2014/23/UE, do Parlamento Europeu e do
diretamente, sobre uma fatura ou um documento equiva- Conselho, de 26 de fevereiro de 2014.
lente apresentado pela entidade convidada, com dispensa 3 — Quando o contrato a celebrar diga direta e princi-
de tramitação eletrónica. palmente respeito a uma ou a várias das atividades exerci-
2 — À decisão de adjudicação prevista no número an- das nos setores da água, da energia, dos transportes e dos
terior está subjacente a decisão de contratar e a decisão de serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas no
escolha do ajuste direto nos termos do disposto na alínea d) n.º 1 do artigo 7.º, o anúncio a publicar no Jornal Oficial
do artigo 19.º e na alínea d) do n.º 1 do artigo 20.º da União Europeia deve conter a informação constante
3 — O procedimento de ajuste direto regulado na pre- do anexo XI da Diretiva n.º 2014/25/UE, do Parlamento
sente secção está dispensado de quaisquer outras forma- Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014.
lidades previstas no presente Código, incluindo as relati- 4 — (Revogado.)
vas à celebração do contrato e à publicitação prevista no 5 — Deve ser junto ao processo de concurso documento
artigo 465.º comprovativo da data do envio do anúncio para publicação
4 — O regime previsto no presente artigo é aplicável, nos no Jornal Oficial da União Europeia.
limites previstos no n.º 1, às aquisições de bens e serviços 6 — A publicação do anúncio no Jornal Oficial da
realizadas através de plataformas de intermediação online. União Europeia não dispensa a publicação do anúncio
referido no n.º 1 do artigo anterior.
Artigo 129.º 7 — O envio para publicação dos anúncios referidos no
número anterior deve ocorrer em simultâneo.
Prazo e preços
8 — (Revogado.)
Nos contratos celebrados na sequência do ajuste direto
regulado na presente secção: Artigo 132.º
a) O prazo de vigência não pode ter duração superior Programa do concurso
a um ano a contar da decisão de adjudicação nem pode 1 — O programa do concurso público deve indicar:
ser prorrogado, sem prejuízo da existência de obrigações
acessórias que tenham sido estabelecidas inequivocamente a) A identificação do concurso;
em favor da entidade adjudicante, tais como as de sigilo b) A entidade adjudicante;
ou de garantia dos bens ou serviços adquiridos; c) O órgão que tomou a decisão de contratar e, no caso
b) O preço contratual não é passível de revisão. de esta ter sido tomada no uso de delegação ou subdele-
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1983)

gação de competência, a qualidade em que aquele decidiu, 2 — As peças procedimentais que não possam, total
com menção das decisões de delegação ou subdelegação ou parcialmente, ser disponibilizadas sem restrições de
e do local da respetiva publicação; acesso, designadamente por motivos de segurança, são
d) O fundamento da escolha do concurso público, disponibilizadas por outros meios adequados, que devem
quando seja feita ao abrigo do disposto no artigo 28.º; ser indicados aos interessados.
e) O órgão competente para prestar esclarecimentos; 3 — (Revogado.)
f) Os documentos de habilitação, diretamente relacio- 4 — (Revogado.)
nados com o objeto do contrato a celebrar, a apresentar 5 — (Revogado.)
nos termos do artigo 81.º; 6 — Quando, por qualquer motivo, as peças do proce-
g) O prazo para a apresentação dos documentos de ha- dimento não tiverem sido disponibilizadas, nos termos do
bilitação pelo adjudicatário, bem como o prazo a conceder disposto no n.º 1, desde o dia da publicação do anúncio, o
pela entidade adjudicante para a supressão de irregularida- prazo fixado para a apresentação das propostas deve ser
des detetadas nos documentos apresentados que possam prorrogado, oficiosamente ou a pedido dos interessados, no
levar à caducidade da adjudicação nos termos do disposto mínimo pelo período equivalente ao do atraso verificado.
no artigo 86.º; 7 — A decisão de prorrogação prevista no número ante-
h) Os documentos referidos nos n.os 1 e 2 do artigo 57.º rior cabe ao órgão competente para a decisão de contratar e
e no n.º 4 do artigo 60.º; deve ser junta às peças do procedimento e notificada a to-
i) Os documentos que constituem a proposta que podem dos os interessados que as tenham adquirido, publicando-se
ser redigidos em língua estrangeira, nos termos do disposto imediatamente aviso daquela decisão, nos mesmos termos
no n.º 2 do artigo 58.º; em que foi publicitado o anúncio do procedimento.
j) Se é ou não admissível a apresentação de propostas
variantes e, em caso afirmativo, o número máximo de Artigo 134.º
propostas variantes admitidas; (Revogado.)
l) O prazo para a apresentação das propostas;
m) O prazo da obrigação de manutenção das propostas,
quando superior ao previsto no artigo 65.º; SECÇÃO II
n) O modelo de avaliação das propostas, nos termos Apresentação das propostas
do artigo 139.º;
o) O modo de prestação da caução ou os termos em que Artigo 135.º
não seja exigida essa prestação de acordo com o disposto
no n.º 4 do artigo 88.º; Prazo mínimo para a apresentação das propostas em concursos
públicos sem publicidade internacional
p) O valor da caução, quando esta for exigida;
q) A possibilidade de adoção de um ajuste direto, nos 1 — Quando o anúncio do concurso público não seja pu-
termos do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 25.º ou blicado no Jornal Oficial da União Europeia, não pode ser
na alínea a) do n.º 1 do artigo 27.º, ou da consulta prévia, fixado um prazo para a apresentação das propostas inferior
nos termos do artigo 27.º-A; a seis dias ou, no caso de se tratar de um procedimento de
r) A indicação de que se trata de um contrato reservado, formação de um contrato de empreitada de obras públicas,
nos termos dos artigos 54.º-A ou 250.º-D, se for o caso. a 14 dias, a contar da data do envio, para publicação, do
anúncio previsto no n.º 1 do artigo 130.º
2 — O programa de concurso pode indicar as situações 2 — Em caso de manifesta simplicidade dos trabalhos
em que o preço de uma proposta é considerado anormal- necessários à realização da obra, o prazo mínimo de 14 dias
mente baixo. referido no número anterior pode ser reduzido até um prazo
3 — (Revogado.) mínimo de seis dias.
4 — O programa do concurso pode ainda conter quais-
quer regras específicas sobre o procedimento de concurso Artigo 136.º
público consideradas convenientes pela entidade adjudi- Prazos mínimos para a apresentação das propostas em concursos
cante, desde que não tenham por efeito impedir, restringir públicos com publicidade internacional
ou falsear a concorrência.
5 — Para a formação de contratos que digam direta e 1 — Quando o anúncio do concurso público seja pu-
principalmente respeito a uma ou a várias das atividades blicado no Jornal Oficial da União Europeia, não pode
exercidas nos setores da água, da energia, dos transportes e ser fixado um prazo para a apresentação das propostas
dos serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas inferior a 30 dias a contar da data do envio desse anúncio
no n.º 1 do artigo 7.º, o programa do concurso pode conter ao Serviço das Publicações Oficiais da União Europeia.
regras destinadas a proteger o caráter confidencial das 2 — Quando tenha sido publicado o anúncio de pré-
informações contidas nas peças do procedimento. -informação previsto no artigo 34.º, ou anúncio periódico
indicativo, previsto no artigo 35.º, o prazo mínimo referido
6 — (Revogado.)
no número anterior é de 15 dias desde que:
Artigo 133.º a) O anúncio de pré-informação tenha sido enviado para
Disponibilização eletrónica das peças do concurso
publicação com uma antecedência mínima de 35 dias e
máxima de 12 meses em relação à data do envio do anúncio
1 — As entidades adjudicantes disponibilizam na respe- previsto no número anterior; e
tiva plataforma eletrónica de contratação pública de forma b) O anúncio de pré-informação tenha incluído todas
livre, completa e gratuita as peças do procedimento, a partir as informações, disponíveis à data da sua publicação,
da data da publicação do respetivo anúncio. exigidas nos termos da parte B do anexo V da Diretiva
5250-(1984) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

n.º 2014/24/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, 4 — Na elaboração do modelo de avaliação das propos-
de 26 de fevereiro de 2014. tas não podem ser utilizados quaisquer dados que depen-
dam, direta ou indiretamente, dos atributos das propostas
3 — O prazo mínimo previsto no n.º 1 pode ser reduzido a apresentar, com exceção dos da proposta a avaliar.
para 15 dias nos casos em que uma situação de urgência 5 — As pontuações parciais de cada proposta são
devidamente fundamentada pela entidade adjudicante in- atribuídas pelo júri através da aplicação da expressão
viabilize o cumprimento do prazo mínimo de 30 dias. matemática referida no n.º 3 ou, quando esta não existir,
4 — (Revogado.) através de um juízo de comparação do respetivo atributo
com o conjunto ordenado referido no mesmo número.
Artigo 137.º
Retirada da proposta SECÇÃO IV
1 — Até ao termo do prazo fixado para a apresentação Leilão eletrónico
das propostas, os interessados que já as tenham apresen-
tado podem retirá-las, bastando comunicarem tal facto à Artigo 140.º
entidade adjudicante. Âmbito
2 — O exercício da faculdade prevista no número an-
terior não prejudica o direito de apresentação de nova 1 — No caso de contratos de locação ou de aquisição de
proposta dentro daquele prazo. bens móveis ou de contratos de aquisição de serviços, a en-
tidade adjudicante pode recorrer a um leilão eletrónico que
Artigo 138.º consiste num processo interativo baseado num dispositivo
eletrónico destinado a permitir aos concorrentes melhorar
Lista dos concorrentes e consulta das propostas apresentadas progressivamente os atributos das respetivas propostas,
1 — O júri, no dia imediato ao termo do prazo fixado depois de avaliadas, obtendo-se a sua nova pontuação
para a apresentação das propostas, procede à publicitação global através de um tratamento automático.
da lista dos concorrentes na plataforma eletrónica utilizada 2 — Só podem ser objeto de um leilão eletrónico os
pela entidade adjudicante. atributos das propostas, desde que:
2 — Mediante a atribuição de um login e de uma pas- a) O caderno de encargos fixe os parâmetros base dos
sword aos concorrentes incluídos na lista é facultada a respetivos aspetos da execução do contrato a celebrar sub-
consulta, diretamente na plataforma eletrónica referida no metidos à concorrência; e
número anterior, de todas as propostas apresentadas. b) Tais atributos sejam definidos apenas quantitativa-
3 — O interessado que não tenha sido incluído na lista mente.
dos concorrentes pode reclamar desse facto, no prazo de
três dias contados da publicitação da lista, devendo para o 3 — A entidade adjudicante não pode utilizar o leilão
efeito apresentar comprovativo da tempestiva apresentação eletrónico de forma abusiva ou de modo a impedir, res-
da sua proposta. tringir ou falsear a concorrência.
4 — Caso a reclamação prevista no número anterior seja
deferida mas não se encontre a proposta do reclamante, o Artigo 141.º
júri fixa-lhe um novo prazo para a apresentar, sendo aplicá-
vel, com as necessárias adaptações, o disposto nos n.os 1 e 2. Indicações relativas ao leilão eletrónico
Quando a entidade adjudicante decidir utilizar um leilão
SECÇÃO III eletrónico, o programa do concurso deve indicar, para além
dos elementos referidos no artigo 132.º:
Avaliação das propostas
a) Os atributos das propostas objeto do leilão eletrónico;
Artigo 139.º b) As condições em que os concorrentes podem propor
novos valores relativos aos atributos das propostas objeto
Modelo de avaliação das propostas do leilão eletrónico, nomeadamente as diferenças mínimas
1 — Caso a determinação da proposta economicamente exigidas entre licitações;
mais vantajosa se faça pela relação qualidade-preço, ou a c) Outras regras de funcionamento do leilão eletrónico;
avaliação do preço ou custo se decomponha em mais do d) As informações relativas ao dispositivo eletrónico
que um fator de avaliação, o modelo de avaliação das pro- a utilizar e às modalidades e especificações técnicas de
postas tem de observar o disposto nos números seguintes. ligação dos concorrentes ao mesmo.
2 — A pontuação global de cada proposta, expressa
numericamente, corresponde ao resultado da soma das Artigo 142.º
pontuações parciais obtidas em cada fator ou subfator Convite
elementar, multiplicadas pelos valores dos respetivos co-
eficientes de ponderação. 1 — Todos os concorrentes são simultaneamente con-
3 — Para cada fator ou subfator elementar deve ser de- vidados pela entidade adjudicante, por via eletrónica, a
finida uma escala de pontuação através de uma expressão participar no leilão eletrónico.
matemática ou em função de um conjunto ordenado de 2 — O convite previsto no número anterior deve indicar:
diferentes atributos suscetíveis de serem propostos para a) A pontuação global e a ordenação da proposta do
o aspeto da execução do contrato submetido à concor- concorrente convidado;
rência pelo caderno de encargos respeitante a esse fator b) A data e a hora de início do leilão;
ou subfator. c) O modo de encerramento do leilão.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1985)

Artigo 143.º f) Que sejam apresentadas como variantes quando estas


não sejam admitidas pelo programa do concurso, ou em
Regras do leilão eletrónico
número superior ao número máximo por ele admitido;
1 — Não pode ser dado início ao leilão eletrónico antes g) Que sejam apresentadas como variantes quando não
de decorridos, pelo menos, dois dias a contar da data do seja apresentada a proposta base;
envio dos convites. h) Que sejam apresentadas como variantes quando seja
2 — O dispositivo eletrónico utilizado deve permitir proposta a exclusão da respetiva proposta base;
informar permanentemente todos os concorrentes acerca i) Que violem o disposto no n.º 7 do artigo 59.º;
da pontuação global e da ordenação de todas as propostas, j) (Revogada.)
bem como dos novos valores relativos aos atributos das l) Que não observem as formalidades do modo de apre-
propostas objeto do leilão. sentação das propostas fixadas nos termos do disposto no
artigo 62.º;
Artigo 144.º m) Que sejam constituídas por documentos falsos ou
nas quais os concorrentes prestem culposamente falsas
Confidencialidade declarações;
No decurso do leilão eletrónico, a entidade adjudicante n) Que sejam apresentadas por concorrentes em violação
do disposto nas regras referidas no n.º 4 do artigo 132.º,
não pode divulgar, direta ou indiretamente, a identidade
desde que o programa do concurso assim o preveja ex-
dos concorrentes que nele participam.
pressamente;
o) Cuja análise revele alguma das situações previstas
Artigo 145.º no n.º 2 do artigo 70.º
Modos de encerramento do leilão eletrónico
3 — Nos casos previstos nas alíneas f) e i) do número
1 — A entidade adjudicante pode encerrar o leilão ele- anterior, o júri deve propor a exclusão de todas as propostas
trónico: variantes, a qual não implica a exclusão da proposta base.
a) Na data e hora previamente fixadas no convite para 4 — Do relatório preliminar deve ainda constar refe-
participação no leilão eletrónico; ou rência aos esclarecimentos prestados pelos concorrentes
b) Quando, decorrido o prazo máximo contado da rece- nos termos do disposto no artigo 72.º
ção da última licitação, não receber novos valores corres- 5 — Quando, nos termos do disposto na secção seguinte,
pondentes às diferenças mínimas exigidas entre licitações. seja adotada uma fase de negociação aberta a todos os
concorrentes cujas propostas não sejam excluídas, o júri
2 — O prazo máximo referido na alínea b) do número não deve aplicar o critério de adjudicação nem propor
anterior deve ser fixado no convite para participação no a ordenação das propostas no relatório preliminar para
efeitos do disposto no n.º 1.
leilão eletrónico.
Artigo 147.º
SECÇÃO V
Audiência prévia
Preparação da adjudicação
Elaborado o relatório preliminar, o júri envia-o a todos
os concorrentes, fixando-lhes um prazo, não inferior a
Artigo 146.º cinco dias, para que se pronunciem, por escrito, ao abrigo
Relatório preliminar do direito de audiência prévia.
1 — Após a análise das propostas, a utilização de um Artigo 148.º
leilão eletrónico e a aplicação do critério de adjudicação
constante do programa do concurso, o júri elabora fun- Relatório final
damentadamente um relatório preliminar, no qual deve 1 — Cumprido o disposto no artigo anterior, o júri ela-
propor a ordenação das mesmas. bora um relatório final fundamentado, no qual pondera
2 — No relatório preliminar a que se refere o número as observações dos concorrentes efetuadas ao abrigo do
anterior, o júri deve também propor, fundamentadamente, direito de audiência prévia, mantendo ou modificando o
a exclusão das propostas: teor e as conclusões do relatório preliminar, podendo ainda
propor a exclusão de qualquer proposta se verificar, nesta
a) Que tenham sido apresentadas depois do termo fixado
fase, a ocorrência de qualquer dos motivos previstos no
para a sua apresentação; n.º 2 do artigo 146.º
b) Que sejam apresentadas por concorrentes em violação 2 — No caso previsto na parte final do número anterior,
do disposto no n.º 2 do artigo 54.º; bem como quando do relatório final resulte uma alteração
c) Que sejam apresentadas por concorrentes relativa- da ordenação das propostas constante do relatório preli-
mente aos quais ou, no caso de agrupamentos concorrentes, minar, o júri procede a nova audiência prévia, nos termos
relativamente a qualquer dos seus membros, a entidade previstos no artigo anterior, sendo subsequentemente apli-
adjudicante tenha conhecimento que se verifica alguma cável o disposto no número anterior.
das situações previstas no artigo 55.º; 3 — O relatório final, juntamente com os demais docu-
d) Que não sejam constituídas por todos os documentos mentos que compõem o processo de concurso, é enviado
exigidos nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 57.º; ao órgão competente para a decisão de contratar.
e) Que não cumpram o disposto nos n.os 4 e 5 do ar- 4 — Cabe ao órgão competente para a decisão de con-
tigo 57.º ou nos n.os 1 e 2 do artigo 58.º; tratar decidir sobre a aprovação de todas as propostas
5250-(1986) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

contidas no relatório final, nomeadamente para efeitos Artigo 152.º


de adjudicação ou para efeitos de seleção das propostas Segundo relatório preliminar
ou dos concorrentes para a fase de negociação quando,
nos termos do disposto na secção seguinte, seja adotada 1 — Após a análise das versões finais das propostas
essa fase. e a aplicação do critério de adjudicação, o júri elabora
fundamentadamente um segundo relatório preliminar, no
qual deve propor a ordenação das mesmas, podendo ainda
SECÇÃO VI propor a exclusão de qualquer proposta se verificar, nesta
Fase de negociação das propostas fase, a ocorrência de qualquer dos motivos previstos no
n.º 2 do artigo 146.º
Artigo 149.º 2 — O júri deve também propor a exclusão das versões
finais das propostas que sejam apresentadas em violação
Âmbito do disposto na parte final do n.º 1 do artigo 121.º
3 — Quando seja adotada uma fase de negociação res-
1 — A entidade adjudicante pode adotar uma fase de tringida aos concorrentes cujas propostas sejam ordenadas
negociação das propostas nos seguintes casos: nos primeiros lugares, o júri deve ainda propor a exclusão
a) Na formação de contratos de concessão de obras das versões finais cuja pontuação global seja inferior à das
públicas ou de concessão de serviços, independentemente respetivas versões iniciais.
do valor do contrato a celebrar; 4 — No caso previsto no número anterior, bem como
b) Na formação de contratos de empreitadas de obras pú- no caso de o júri propor a exclusão das versões finais das
blicas cujo valor seja inferior ao limiar referido na alínea a) propostas por ocorrer qualquer dos motivos previstos no
do n.º 3 do artigo 474.º; n.º 2 do artigo 146.º, ou ainda no caso de não serem apre-
sentadas versões finais das propostas, as respetivas versões
c) Na formação de contratos de locação ou aquisição
iniciais mantêm-se para efeitos de adjudicação.
de bens e aquisição de serviços cujo valor seja inferior ao
limiar referido na alínea b) do n.º 3 do artigo 474.º Artigo 153.º
2 — A fase de negociação das propostas pode ser res- Audiência prévia
tringida aos concorrentes cujas propostas sejam ordenadas Durante a fase de audiência prévia, cada concorrente tem
nos primeiros lugares ou aberta a todos os concorrentes acesso às atas das sessões de negociação com os demais
cujas propostas não sejam excluídas. concorrentes e às informações e comunicações escritas de
qualquer natureza que estes tenham prestado à entidade
adjudicante, bem como às versões finais integrais das pro-
Artigo 150.º
postas apresentadas.
Indicações relativas à fase de negociação
Artigo 154.º
1 — Quando a entidade adjudicante decidir adotar uma
fase de negociação das propostas, o programa do con- Segundo relatório final
curso deve indicar, para além dos elementos referidos no Ao segundo relatório final é aplicável, com as necessá-
artigo 132.º: rias adaptações, o disposto no artigo 148.º
a) Se a negociação é restringida aos concorrentes cujas
propostas foram ordenadas nos primeiros lugares e, nesse SECÇÃO VII
caso, qual o número mínimo e máximo de propostas ou
Concurso público urgente
de concorrentes a selecionar;
b) Quais os aspetos da execução do contrato a celebrar Artigo 155.º
que a entidade adjudicante não está disposta a negociar;
c) Se a negociação decorrerá, parcial ou totalmente, por Âmbito e pressupostos
via eletrónica e os respetivos termos. Em caso de urgência na celebração de um contrato de
locação ou de aquisição de bens móveis ou de aquisição
2 — Em alternativa à indicação prevista na alínea a) de serviços de uso corrente, ou de contratos de empreitada,
do número anterior, o programa do concurso pode re- pode adotar-se o procedimento de concurso público nos
servar, para o termo da fase de avaliação das propostas, termos previstos na presente secção, desde que:
a possibilidade de o órgão competente para a decisão
a) O valor do contrato a celebrar não exceda os limia-
de contratar adotar uma fase de negociação restringida res previstos no artigo 474.º, no caso de locação ou de
aos concorrentes cujas propostas foram ordenadas nos aquisição de bens móveis ou de aquisição de serviços, ou
primeiros lugares. € 300 000, no caso de empreitada de obras públicas; e
b) O critério de adjudicação seja na modalidade prevista
Artigo 151.º na alínea b) do n.º 1 do artigo 74.º
Remissão
Artigo 156.º
À negociação e à apresentação das versões finais in-
Tramitação
tegrais das propostas é aplicável o disposto no n.º 1 do
artigo 118.º e nos artigos 119.º a 121.º, sem prejuízo do 1 — O procedimento de concurso público urgente rege-
disposto na presente secção. -se, com as necessárias adaptações, pelas disposições que
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1987)

regulam o concurso público, em tudo o que não esteja 2 — Ao concurso limitado por prévia qualificação não
especialmente previsto nos artigos seguintes ou que com é aplicável o disposto nos artigos 149.º a 161.º
eles seja incompatível.
2 — Ao procedimento de concurso público urgente não Artigo 163.º
é aplicável, nomeadamente, o disposto nos artigos 50.º,
Fases do procedimento
64.º, 67.º a 69.º, 72.º, 88.º a 91.º, 138.º e 146.º a 154.º
O procedimento de concurso limitado por prévia qua-
Artigo 157.º lificação integra as seguintes fases:
Anúncio a) Apresentação das candidaturas e qualificação dos
1 — O concurso público urgente é publicitado no Diário candidatos;
da República através de anúncio conforme modelo apro- b) Apresentação e análise das propostas e adjudicação.
vado por portaria dos membros do Governo responsáveis
pela edição do Diário da República, pelas finanças e pelas Artigo 164.º
obras públicas, aplicando-se o disposto no artigo 133.º Programa do concurso
quanto à disponibilização do programa do concurso e ca-
derno de encargos. 1 — O programa do concurso limitado por prévia qua-
2 — (Revogado.) lificação deve indicar:
a) A identificação do concurso;
Artigo 158.º b) A entidade adjudicante;
Prazo mínimo para a apresentação das propostas c) O órgão que tomou a decisão de contratar e, no caso
de esta ter sido tomada no uso de delegação ou subdele-
O prazo mínimo para a apresentação das propostas é de gação de competência, a qualidade em que aquele decidiu,
24 horas, no caso de aquisição ou locação de bens móveis com menção das decisões de delegação ou subdelegação
ou de aquisição de serviços, e de 72 horas, no caso de e do local da respetiva publicação;
empreitada de obras públicas, desde que o prazo decorra d) O fundamento da escolha do concurso limitado,
integralmente em dias úteis. quando seja feita ao abrigo do disposto no artigo 28.º;
e) O órgão competente para prestar esclarecimentos;
Artigo 159.º f) Os documentos de habilitação, diretamente relaciona-
Prazo da obrigação de manutenção das propostas dos com o objeto do contrato a celebrar, a apresentar nos
termos do disposto no n.º 2 do artigo 81.º;
O prazo da obrigação de manutenção das propostas é de g) O prazo para a apresentação dos documentos de ha-
10 dias, não havendo lugar a qualquer prorrogação. bilitação pelo adjudicatário, bem como o prazo a conceder
pela entidade adjudicante para a supressão de irregularida-
Artigo 160.º des detetadas nos documentos apresentados que possam
Adjudicação levar à caducidade da adjudicação nos termos do disposto
no artigo 86.º;
1 — Da decisão de adjudicação devem constar os mo- h) Os requisitos mínimos de capacidade técnica que os
tivos da exclusão de propostas enumerados nos n.os 2 e 3 candidatos devem preencher;
do artigo 146.º i) (Revogada.)
2 — (Revogado.) j) Os documentos destinados à qualificação dos can-
didatos;
Artigo 161.º l) Os documentos que constituem a candidatura que
Prazo para a apresentação dos documentos de habilitação podem ser redigidos em língua estrangeira, nos termos do
disposto no n.º 3 do artigo 169.º;
Sem prejuízo de o programa do procedimento poder
m) No caso de a qualificação assentar no sistema de
fixar um prazo inferior, o adjudicatário deve apresentar os
seleção:
documentos de habilitação exigidos no prazo de dois dias
a contar da data da notificação da adjudicação. i) O modelo de avaliação dos candidatos, explicitando
claramente os fatores e eventuais subfatores que densifi-
cam o critério de qualificação, os valores dos respetivos
CAPÍTULO III coeficientes de ponderação e, relativamente a cada um
Concurso limitado por prévia qualificação dos fatores ou subfatores elementares, a respetiva escala
de pontuação, bem como a expressão matemática ou o
conjunto ordenado de diferentes níveis de capacidade
SECÇÃO I suscetíveis de serem apresentados pelos candidatos que
Disposições gerais permita a atribuição das pontuações parciais;
ii) O número de candidatos a qualificar, não inferior
Artigo 162.º a cinco;
Regime
n) O prazo para a apresentação das candidaturas;
1 — O concurso limitado por prévia qualificação rege- o) O prazo para a decisão de qualificação, quando su-
-se, com as necessárias adaptações, pelas disposições que perior ao previsto no artigo 187.º;
regulam o concurso público, em tudo o que não esteja p) Se há lugar a um leilão eletrónico e, em caso afirma-
especialmente previsto nos artigos seguintes. tivo, estabelecer as indicações previstas no artigo 141.º;
5250-(1988) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

q) A modalidade do critério de adjudicação, bem como, c) Ao modelo e à capacidade organizacionais dos can-
quando seja adotado o previsto na alínea a) do n.º 1 do ar- didatos, designadamente no que respeita à direção e inte-
tigo 74.º, o modelo de avaliação das propostas, explicitando gração de valências especializadas, aos sistemas de infor-
claramente os fatores e eventuais subfatores relativos aos mação de suporte e aos sistemas de controlo de qualidade;
aspetos da execução do contrato a celebrar submetidos à d) À capacidade dos candidatos adotarem medidas de
concorrência pelo caderno de encargos, os valores dos res- gestão ambiental no âmbito da execução do contrato a
petivos coeficientes de ponderação e, relativamente a cada celebrar;
um dos fatores ou subfatores elementares, a respetiva escala e) (Revogada.)
de pontuação, bem como a expressão matemática ou o con-
junto ordenado de diferentes atributos suscetíveis de serem 2 — (Revogado.)
propostos que permita a atribuição das pontuações parciais; 3 — Os requisitos mínimos de capacidade financeira a
r) A possibilidade de adoção de um ajuste direto nos que se refere o n.º 4 do artigo anterior não podem exceder
termos do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 25.º ou o dobro do valor do contrato, salvo em casos devidamente
na alínea a) do n.º 1 do artigo 27.º, quando for o caso; justificados, designadamente quando se prenda com os
s) O prazo para apresentação dos documentos compro- riscos especiais associados à natureza do contrato, e de-
vativos do cumprimento dos requisitos mínimos de capa- vem reportar-se à aptidão estimada dos candidatos para
cidade técnica e financeira após a decisão de qualificação; mobilizar os meios financeiros previsivelmente necessários
t) A indicação do prazo limite para identificação de erros para o integral cumprimento das obrigações resultantes do
e omissões e para resposta quanto aos mesmos, se superior contrato a celebrar.
ao previsto no artigo 50.º; 4 — Quando, no caso de empreitadas ou de concessões
u) A indicação de que se trata de um contrato reservado, de obras públicas, os requisitos mínimos de capacidade
nos termos dos artigos 54.º-A ou 250.º-D, se for o caso. técnica e de capacidade financeira exigidos no programa
do concurso se basearem em elementos de facto já tidos em
2 — Quando, nos termos do disposto na alínea j) do nú- consideração para efeitos da concessão do alvará ou título
mero anterior, o programa do concurso exigir a apresenta- de registo contendo as habilitações adequadas e necessárias
ção de certificados emitidos por organismos independentes, à execução da obra a realizar, tais requisitos devem ser mais
nacionais ou estabelecidos noutros Estados membros da exigentes que os legalmente previstos para aquela concessão.
União Europeia, que atestem que o interessado respeita 5 — (Revogado.)
determinadas normas de garantia de qualidade ou normas
de gestão ambiental, deve referir-se, respetivamente, aos Artigo 166.º
sistemas de garantia de qualidade ou aos sistemas de gestão Esclarecimentos e retificação das peças do concurso
ambiental baseados no Sistema Comunitário de Ecogestão
e Auditoria (EMAS) ou no conjunto de normas europeias, 1 — Os esclarecimentos necessários à boa compreensão
e certificados por organismos conformes com as séries de e interpretação das peças do concurso podem ser solicitados
e devem ser prestados nas fases referidas no artigo 163.º,
normas europeias respeitantes à certificação.
sendo aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto
3 — Para os efeitos do disposto no número anterior,
no artigo 50.º
a entidade adjudicante deve reconhecer também outras
2 — O disposto no número anterior é aplicável à retifi-
provas de medidas de garantia de qualidade ou de medidas cação de erros ou omissões das peças do concurso.
de gestão ambiental equivalentes apresentadas por interes-
sados que não tenham acesso aos referidos certificados ou
que demonstrem que os não possam obter dentro do prazo SECÇÃO II
de apresentação das candidaturas. Fase da apresentação das candidaturas
4 — O programa do concurso pode indicar requisi- e da qualificação dos candidatos
tos mínimos de capacidade financeira que os candidatos
devem preencher, sujeitos ao limite previsto no n.º 3 do Artigo 167.º
artigo seguinte.
5 — Quando o anúncio do concurso limitado por prévia Anúncio
qualificação não for publicado no Jornal Oficial da União 1 — O concurso limitado por prévia qualificação é
Europeia, o programa do concurso pode estabelecer que a publicitado no Diário da República através de anúncio
qualificação dos candidatos é efetuada apenas em função conforme modelo aprovado por portaria dos membros do
da capacidade técnica ou apenas em função da capacidade Governo responsáveis pela edição do Diário da República
financeira. e pelas áreas das finanças e das obras públicas.
2 — Ao concurso limitado por prévia qualificação é
Artigo 165.º aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto no
Requisitos mínimos artigo 131.º.
3 — Não há lugar à publicação do anúncio previsto
1 — Os requisitos mínimos de capacidade técnica a que no número anterior nem do anúncio previsto no n.º 3 do
se refere a alínea h) do n.º 1 do artigo anterior devem ser artigo 131.º quando tenha sido publicado o anúncio pe-
adequados à natureza das prestações objeto do contrato a riódico indicativo previsto no artigo 35.º e este indique,
celebrar, descrevendo situações, qualidades, características expressamente:
ou outros elementos de facto relativos, designadamente:
a) As prestações objeto do contrato a celebrar;
a) À experiência curricular dos candidatos; b) O concurso limitado por prévia qualificação como
b) Aos recursos humanos, tecnológicos, de equipamento o procedimento a adotar para a formação do contrato a
ou outros utilizados, a qualquer título, pelos candidatos; celebrar; e
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1989)

c) Um prazo, que não pode ser superior a 11 meses a verem redigidos em língua estrangeira, deve o interessado
contar da data da publicação do anúncio periódico indica- fazê-los acompanhar de tradução devidamente legalizada.
tivo, para os interessados manifestarem à entidade adjudi- 3 — Em função da especificidade técnica dos documen-
cante o seu interesse em participar no concurso. tos destinados à qualificação dos candidatos, o programa
do procedimento pode admitir que alguns dos documentos
4 — A manifestação de interesse referida na alínea c) referidos na alínea j) do n.º 1 do artigo 164.º sejam redigi-
do número anterior deve ser formulada por qualquer meio dos em língua estrangeira, indicando os idiomas admitidos.
escrito, contendo o nome ou a denominação social do
interessado, bem como o seu número de identificação Artigo 170.º
fiscal, o seu domicílio ou sede e, se o tiver, o endereço de Modo de apresentação das candidaturas
correio eletrónico.
5 — No prazo máximo de um mês após o termo do prazo 1 — Os documentos que constituem a candidatura de-
referido na alínea c) do n.º 3, o órgão competente para a vem ser apresentados diretamente na plataforma eletrónica
decisão de contratar envia aos interessados, em simultâneo, utilizada pela entidade adjudicante, através de meio de
um convite à apresentação de candidaturas, o qual deve ser transmissão escrita e eletrónica de dados.
acompanhado de um exemplar do programa do concurso. 2 — A receção das candidaturas deve ser registada com
6 — O convite referido no número anterior deve indicar: referência às respetivas data e hora, sendo entregue aos can-
didatos um recibo eletrónico comprovativo dessa receção.
a) O anúncio periódico indicativo do concurso no qual 3 — Os termos a que deve obedecer a apresentação e
os interessados manifestaram o seu interesse em participar; a receção das candidaturas nos termos do disposto nos
b) A identificação, tão completa quanto possível, das números anteriores são definidos por diploma próprio.
prestações que constituem o objeto do contrato a celebrar; 4 — Quando algum documento destinado à qualificação
c) O sítio da Internet onde o caderno de encargos se se encontre disponível na Internet, o candidato pode, em
encontra disponível para aquisição e o respetivo preço; substituição da apresentação da sua reprodução, indicar à
d) O prazo de vigência do contrato. entidade adjudicante o endereço do sítio onde aquele pode
ser consultado, bem como a informação necessária a essa
Artigo 168.º consulta, desde que os referidos sítio e documento dele
Documentos da candidatura constante estejam redigidos em língua portuguesa.
5 — O órgão competente para a decisão de contratar
1 — A candidatura é constituída pelos documentos
pode sempre exigir ao candidato a apresentação dos origi-
destinados à qualificação dos candidatos e pela declara-
nais de quaisquer documentos cuja reprodução tenha sido
ção conforme o modelo constante no anexo V ao presente
apresentada nos termos do disposto no n.º 1, em caso de
Código, do qual faz parte integrante, a qual é substituída
dúvida fundada sobre o conteúdo ou a autenticidade destes.
pelo Documento Europeu Único de Contratação Pública
6 — Quando, pela sua natureza, qualquer documento
nos procedimentos com publicação de anúncio no Jornal
que constitui a candidatura não possa ser apresentado nos
Oficial da União Europeia.
termos do disposto no n.º 1, deve ser encerrado em invó-
2 — A declaração do anexo V ao presente Código ou o
lucro opaco e fechado:
Documento Europeu Único de Contratação Pública referi-
dos no número anterior devem ser assinados pelo candidato a) No rosto do qual se deve indicar a designação do
ou por representante que tenha poderes para o obrigar. procedimento e da entidade adjudicante;
3 — Quando a candidatura seja apresentada por um b) Que deve ser entregue diretamente ou enviado por
agrupamento candidato, a declaração do anexo V ao pre- correio registado à entidade adjudicante, devendo, em
sente Código ou o Documento Europeu Único de Con- qualquer caso, a respetiva receção ocorrer dentro do prazo
tratação Pública referidos no n.º 1 devem ser assinados fixado para a apresentação das candidaturas;
pelo representante comum dos membros que o integram, c) Cuja receção deve ser registada por referência à res-
caso em que devem ser juntos ao respetivo documento os petiva data e hora.
instrumentos de mandato emitidos por cada um dos seus
membros ou, não existindo representante comum, deve Artigo 171.º
ser assinada por todos os seus membros ou respetivos
Apresentação das candidaturas por agrupamentos
representantes.
4 — Quando, para efeitos do preenchimento dos requi- Quando o candidato for um agrupamento de pessoas
sitos mínimos de capacidade técnica, o candidato recorra singulares ou coletivas, os documentos destinados à qua-
a terceiros, independentemente do vínculo que com eles lificação podem ser apresentados por apenas um ou alguns
estabeleça, nomeadamente o de subcontratação, a respetiva dos seus membros, salvo se o programa do concurso dis-
candidatura é ainda constituída por uma declaração através puser diferentemente.
da qual estes se comprometam, incondicionalmente, a rea-
lizar determinadas prestações objeto do contrato a celebrar. Artigo 172.º
Fixação do prazo para a apresentação das candidaturas
Artigo 169.º
1 — O prazo para a apresentação das candidaturas é
Idioma dos documentos da candidatura
fixado livremente, com respeito pelos limites mínimos
1 — Os documentos destinados à qualificação dos candi- estabelecidos nos artigos seguintes.
datos são obrigatoriamente redigidos em língua portuguesa. 2 — Na fixação do prazo para a apresentação das can-
2 — Quando, pela sua própria natureza ou origem, os didaturas, deve ser tido em conta o tempo necessário à
documentos destinados à qualificação dos candidatos esti- respetiva elaboração, em função da natureza, das carac-
5250-(1990) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

terísticas, do volume e da complexidade dos documentos do concurso e notificadas a todos os interessados que as
que as constituem. tenham adquirido, publicando-se imediatamente aviso
daquelas decisões, nos termos do disposto nos n.os 1 a 3
Artigo 173.º do artigo 131.º e no n.º 1 do artigo 167.º
Prazo mínimo para a apresentação das candidaturas
em concursos limitados por prévia Artigo 176.º
qualificação sem publicidade internacional Retirada da candidatura
Quando o anúncio do concurso limitado por prévia 1 — Até ao termo do prazo fixado para a apresenta-
qualificação não seja publicado no Jornal Oficial da União ção das candidaturas, os interessados que já as tenham
Europeia, não pode ser fixado um prazo para a apresenta- apresentado podem retirá-las através de comunicação à
ção das candidaturas inferior a seis dias a contar da data entidade adjudicante.
do envio, para publicação, do anúncio previsto no n.º 1 2 — O exercício da faculdade prevista no número an-
do artigo 167.º terior não prejudica o direito de apresentação de nova
candidatura dentro daquele prazo.
Artigo 174.º
Prazos mínimos para a apresentação das candidaturas Artigo 177.º
em concursos limitados por prévia Lista dos candidatos e consulta das candidaturas apresentadas
qualificação com publicidade internacional
1 — O júri, no dia imediato ao termo do prazo fixado
1 — Quando o anúncio do concurso limitado por prévia para a apresentação das candidaturas, procede à publi-
qualificação seja publicado no Jornal Oficial da União citação da lista dos candidatos na plataforma eletrónica
Europeia, não pode ser fixado um prazo para a apresen- utilizada pela entidade adjudicante.
tação das candidaturas inferior a 30 dias a contar da data 2 — Mediante a atribuição de um login e de uma pas-
do envio desse anúncio ao Serviço das Publicações da sword, aos candidatos incluídos na lista é facultada a con-
União Europeia. sulta, diretamente na plataforma eletrónica referida no
2 — O prazo mínimo previsto no número anterior pode número anterior, de todas as candidaturas apresentadas.
ser reduzido para 15 dias nos casos em que uma situação 3 — O interessado que não tenha sido incluído na lista
de urgência devidamente fundamentada pela entidade dos candidatos pode reclamar desse facto, no prazo de
adjudicante inviabilize o cumprimento do prazo mínimo três dias contados da publicitação da lista, devendo para o
de 30 dias. efeito apresentar comprovativo da tempestiva apresentação
3 — Quando o contrato a celebrar diga direta e princi- da sua candidatura.
palmente respeito a uma ou a várias das atividades exerci- 4 — Caso a reclamação prevista no número anterior seja
das nos setores da água, da energia, dos transportes e dos deferida mas não se encontre a candidatura do reclamante,
serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas no o júri fixa-lhe um novo prazo para a apresentar, sendo
n.º 1 do artigo 7.º, o prazo mínimo para a apresentação das aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto nos
candidaturas é, em regra, de 30 dias a contar da data do n.os 1 e 2.
envio do anúncio para publicação, não podendo em caso
Artigo 178.º
algum ser inferior a 15 dias desde aquele envio.
Análise das candidaturas
Artigo 175.º 1 — O júri do concurso analisa as candidaturas para
Prorrogação do prazo fixado efeitos da qualificação dos respetivos candidatos.
para a apresentação das candidaturas 2 — O preenchimento dos requisitos mínimos de ca-
1 — Quando as retificações ou os esclarecimentos pre- pacidade técnica e de capacidade financeira referidos no
vistos no artigo 166.º, respeitantes à fase da apresentação artigo 165.º é comprovado pela avaliação dos elementos
das candidaturas e qualificação dos candidatos, sejam co- constantes dos documentos destinados à qualificação dos
municados para além do prazo estabelecido para o efeito, candidatos.
o prazo fixado para a apresentação das candidaturas deve Artigo 179.º
ser prorrogado, no mínimo por período equivalente ao do Modelo simples de qualificação
atraso verificado.
2 — Quando as retificações referidas no artigo 166.º 1 — No caso de a qualificação não assentar no sistema
implicarem alterações de aspetos fundamentais das peças de seleção, previsto no artigo 181.º, são qualificados todos
do concurso, independentemente do momento da sua co- os candidatos que preencham os requisitos mínimos de
municação, o prazo fixado para a apresentação das can- capacidade técnica e de capacidade financeira.
didaturas deve ser prorrogado, no mínimo por período 2 — Quando, para efeitos do preenchimento dos requi-
equivalente ao tempo decorrido desde o início daquele sitos mínimos de capacidade técnica, o candidato recorra a
prazo até à comunicação das retificações. terceiras entidades, a capacidade destas apenas aproveita
3 — A pedido fundamentado de qualquer interessado àquele na estrita medida das prestações objeto do contrato
que tenha adquirido as peças do concurso, o prazo fixado a celebrar que essas entidades se comprometam a realizar.
para a apresentação das candidaturas pode ser prorrogado 3 — Exclusivamente para os efeitos do disposto no n.º 1,
pelo período considerado adequado, o qual aproveita a considera-se que equivale ao preenchimento do requisito
mínimo de capacidade financeira:
todos os interessados.
4 — As decisões de prorrogação nos termos do dis- a) A apresentação de declaração bancária conforme
posto nos números anteriores cabem ao órgão competente modelo constante do anexo VI ao presente Código e do
para a decisão de contratar e devem ser juntas às peças qual faz parte integrante; ou
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1991)

b) No caso de o candidato ser um agrupamento, um dos 2 — Quando os requisitos mínimos de capacidade técnica
membros que o integram ser uma instituição de crédito digam respeito a elementos de facto relativos ao exercício
que apresente documento comprovativo de que possui de uma atividade regulamentada, os membros do agrupa-
sede ou sucursal em Estado membro da União Europeia, mento candidato a que se referem as alíneas do número an-
emitido pela entidade que exerça a supervisão bancária terior devem ser entidades que prossigam aquela atividade.
nesse Estado.
Artigo 183.º
Artigo 180.º Esclarecimentos sobre os documentos destinados
Revogação, invalidade, ineficácia ou extinção à qualificação dos candidatos
da declaração bancária 1 — O júri do procedimento pode pedir aos candidatos
1 — A revogação, a invalidade, a ineficácia ou a extin- quaisquer esclarecimentos sobre os documentos, da sua au-
ção, a qualquer título, da declaração que o candidato tenha toria, destinados à qualificação que considere necessários
apresentado nos termos do disposto na alínea a) do n.º 3 para efeitos da análise das candidaturas.
do artigo anterior determina a sua exclusão do concurso, 2 — Os esclarecimentos referidos no número anterior fa-
ou, no caso de a respetiva proposta já ter sido objeto de zem parte integrante das respetivas candidaturas, desde que
adjudicação, a caducidade desta última. não contrariem os elementos constantes dos documentos
2 — No caso de caducidade da adjudicação previsto que as constituem ou não visem suprir omissões que deter-
no número anterior, é aplicável o disposto no n.º 4 do minam a sua exclusão nos termos do disposto na alínea e)
artigo 86.º do n.º 2 do artigo seguinte.
3 — Quando se produza após a celebração do contrato,
a revogação, a invalidade, a ineficácia ou a extinção, a Artigo 184.º
qualquer título, da declaração bancária referida no n.º 1 é Relatório preliminar da fase de qualificação
inoponível à entidade adjudicante.
1 — Após a análise das candidaturas e a aplicação às
mesmas do critério de qualificação, o júri elabora funda-
Artigo 181.º
mentadamente um relatório preliminar, no qual deve propor
Modelo complexo de qualificação: Sistema de seleção a qualificação dos candidatos.
2 — No relatório preliminar a que se refere o número
1 — O sistema de seleção consiste na qualificação efe-
anterior, o júri deve também propor a exclusão das can-
tuada segundo o critério da maior capacidade técnica e didaturas:
financeira.
2 — O critério de qualificação da maior capacidade a) Que tenham sido apresentadas depois do termo fixado
técnica e financeira implica a utilização de um modelo de para a sua apresentação;
avaliação ao qual é aplicável, com as necessárias adapta- b) Que sejam apresentadas por candidatos em violação
ções, o disposto no artigo 139.º do disposto no n.º 2 do artigo 54.º;
3 — Os candidatos que preencham os requisitos míni- c) Que sejam apresentadas por candidatos relativamente
mos de capacidade técnica e de capacidade financeira são aos quais ou, no caso de agrupamentos candidatos, relativa-
ordenados de acordo com o critério de qualificação previsto mente a qualquer dos seus membros, a entidade adjudicante
no número anterior, sendo qualificados apenas os que sejam tenha conhecimento que se verifica alguma das situações
ordenados nos lugares correspondentes ao número fixado previstas no artigo 55.º;
nos termos do disposto na subalínea ii) da alínea m) do d) Que sejam apresentadas por candidatos que não
n.º 1 do artigo 164.º, salvo se os candidatos que preen- preencham os requisitos referidos no n.º 4 do artigo 164.º,
cham aqueles requisitos mínimos sejam menos de cinco. desde que o programa do concurso assim o preveja ex-
4 — No caso previsto na parte final do número anterior, pressamente;
são qualificados todos os candidatos que preencham os e) Que não sejam constituídas por todos os documentos
requisitos mínimos de capacidade técnica e de capacidade exigidos, salvo por aqueles que se refiram ao requisito de
financeira. capacidade financeira e tenha sido apresentado o Docu-
mento Europeu Único de Contratação Pública ou um dos
Artigo 182.º documentos previstos no n.º 3 do artigo 179.º;
f) Que não cumpram o disposto nos n.os 2 e 3 do ar-
Preenchimento dos requisitos mínimos tigo 168.º;
por agrupamentos candidatos g) Que sejam constituídas por documentos destinados
1 — Salvo se o programa do concurso dispuser diferen- à qualificação não redigidos em língua portuguesa ou, nos
temente e sem prejuízo do disposto no número seguinte, casos previstos no n.º 2 do artigo 169.º, não acompanhados
no caso de o candidato ser um agrupamento, considera-se de tradução devidamente legalizada;
que preenche os requisitos mínimos de capacidade técnica h) Que sejam constituídas por documentos destinados
e de capacidade financeira, desde que, relativamente a à qualificação que contenham qualquer referência indicia-
cada requisito: dora de algum dos atributos da proposta;
i) Que não observem as formalidades do modo de apre-
a) Algum dos membros que o integram o preencha in- sentação das candidaturas fixadas nos termos do disposto
dividualmente; ou no artigo 170.º;
b) Alguns dos membros que o integram o preencham j) Que sejam constituídas por documentos falsos ou
conjuntamente, quando tal seja possível em função da nas quais os candidatos prestem culposamente falsas de-
natureza do requisito exigido. clarações;
5250-(1992) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

l) Cuja análise revele que os respetivos candidatos não modelo constante no anexo V ao presente Código ou do
preenchem os requisitos mínimos de capacidade técnica Documento Europeu Único de Contratação Pública;
ou de capacidade financeira. b) Confirmar no prazo fixado para o efeito, se for o
caso, os compromissos assumidos por terceiras entidades
3 — No caso de a qualificação assentar no sistema de relativos aos requisitos referidos na alínea anterior.
seleção, previsto no artigo 181.º, o relatório preliminar da
fase de qualificação deve propor a ordenação dos candida- 3 — A decisão de qualificação caduca quanto ao can-
tos que preencham os requisitos mínimos de capacidade didato que, no prazo fixado no programa do concurso ou
técnica e de capacidade financeira exigidos. na notificação a que se refere o n.º 1:
4 — Do relatório preliminar da fase de qualificação deve
a) Não apresente qualquer um dos documentos com-
ainda constar referência aos esclarecimentos prestados
provativos do cumprimento dos requisitos mínimos de
pelos candidatos nos termos do disposto no artigo anterior.
capacidade técnica e financeira exigidos no programa do
concurso;
Artigo 185.º b) Não demonstre o cumprimento dos requisitos míni-
Audiência prévia mos de capacidade técnica e financeira exigidos no pro-
grama do concurso.
Elaborado o relatório preliminar referido no artigo ante-
rior, o júri envia-o a todos os candidatos, fixando-lhes um 4 — Sempre que se verifique um facto que determine a
prazo, não inferior a cinco dias, para que se pronunciem, caducidade da qualificação nos termos do número anterior,
por escrito, ao abrigo do direito de audiência prévia. o órgão competente para a decisão de contratar deve no-
tificar o candidato relativamente ao qual o facto ocorreu,
Artigo 186.º fixando-lhe um prazo, não superior a cinco dias, para que
Relatório final da fase de qualificação se pronuncie, por escrito, ao abrigo do direito de audiência
prévia, sendo aplicável, com as necessárias adaptações, o
1 — Cumprido o disposto no artigo anterior, o júri ela- disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 86.º
bora um relatório final fundamentado, no qual pondera as 5 — Os candidatos qualificados passam à fase seguinte
observações dos candidatos efetuadas ao abrigo do direito em condições de igualdade.
de audiência prévia, mantendo ou modificando o teor e as
conclusões do relatório preliminar, podendo ainda determi- Artigo 188.º
nar a exclusão de qualquer candidatura se verificar, nesta
fase, a ocorrência de qualquer dos motivos previstos no Notificação da decisão de qualificação
n.º 2 do artigo 184.º Cumprido o disposto no artigo anterior, o órgão com-
2 — No caso previsto na parte final do número anterior, petente para a decisão de contratar notifica todos os can-
bem como quando do relatório final resulte uma desqualifi- didatos da decisão tomada.
cação de candidatos relativamente ao disposto no relatório
preliminar, o júri procede a nova audiência prévia, nos ter-
mos previstos no artigo anterior, sendo subsequentemente SECÇÃO III
aplicável o disposto no número anterior. Fase da apresentação e análise das propostas
3 — O relatório final, juntamente com os demais e da adjudicação
documentos que compõem o processo de concurso, é en-
viado ao órgão competente para a decisão de contratar. Artigo 189.º
4 — Cabe ao órgão competente para a decisão de con-
Convite
tratar decidir sobre a aprovação de todas as propostas
contidas no relatório final, nomeadamente para efeitos de 1 — Com a notificação referida no artigo anterior, o
qualificação de candidatos. órgão competente para a decisão de contratar envia aos
candidatos qualificados, em simultâneo, um convite à
Artigo 187.º apresentação de propostas.
Dever de qualificação
2 — O convite à apresentação de propostas deve indicar:

1 — O órgão competente para a decisão de contratar a) A identificação do concurso;


deve tomar a decisão de qualificação e notificá-la aos b) A referência ao anúncio do concurso previsto no n.º 1
candidatos, acompanhada do relatório final da fase de do artigo 167.º e, quando for o caso, ao previsto nos n.os 1
qualificação, no prazo máximo de 44 dias após o termo a 3 do artigo 131.º;
do prazo fixado para a apresentação das candidaturas, sem c) Os documentos referidos na alínea c) do n.º 1 do
prejuízo da possibilidade de fixação de um prazo superior artigo 57.º, se for o caso;
no programa do concurso. d) Os documentos que constituem a proposta que podem
2 — Juntamente com a notificação da decisão de qua- ser redigidos em língua estrangeira, nos termos do disposto
lificação, o órgão competente para a decisão de contratar no n.º 2 do artigo 58.º;
deve notificar os candidatos, concedendo-lhes um prazo e) Se é admissível ou não a apresentação de propostas va-
mínimo de cinco dias para: riantes, e o número máximo de propostas variantes admitidas;
f) O prazo para a apresentação das propostas;
a) Apresentar os documentos comprovativos do cum- g) O prazo da obrigação de manutenção das propostas,
primento dos requisitos mínimos de capacidade técnica e quando superior ao previsto no artigo 65.º;
financeira exigidos no programa do concurso, sempre que h) O modo de prestação da caução, ou os termos em que
se revele necessário e tais requisitos tenham apenas sido de- não seja exigida essa prestação de acordo com o disposto
clarados mediante a apresentação da declaração conforme no n.º 4 do artigo 88.º;
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1993)

i) O valor da caução, quando esta for exigida; n.º 2014/24/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
j) (Revogada.) de 26 de fevereiro.
k) A indicação do prazo limite para identificação de
erros e omissões e para resposta quanto aos mesmos, se 3 — Quando o contrato a celebrar diga direta e princi-
superior ao previsto no artigo 50.º palmente respeito a uma ou a várias das atividades exerci-
das nos setores da água, da energia, dos transportes e dos
3 — O convite pode indicar, ainda que por referência serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas no
ao preço base fixado no caderno de encargos, um valor a n.º 1 do artigo 7.º, o prazo mínimo para a apresentação das
partir do qual o preço total resultante de uma proposta é propostas previsto no n.º 1 é de 10 dias a contar da data
considerado anormalmente baixo. do envio do convite.
4 — O convite pode ainda conter quaisquer regras espe- 4 — Aos prazos mínimos para a apresentação das pro-
cíficas sobre a fase da apresentação e análise das propostas postas previstos nos n.os 1 a 3 não é aplicável a redução
e adjudicação consideradas convenientes pela entidade prevista no n.º 3 do artigo 136.º
adjudicante, desde que não tenham por efeito impedir, 5 — O prazo mínimo previsto no n.º 1 pode ser reduzido
restringir ou falsear a concorrência. para 10 dias nos casos em que uma situação de urgência
5 — Para a formação de contratos que digam direta e devidamente fundamentada pela entidade adjudicante in-
principalmente respeito a uma ou a várias das atividades viabilize o cumprimento do prazo mínimo de 25 dias.
exercidas nos setores da água, da energia, dos transportes e
dos serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas Artigo 192.º
no n.º 1 do artigo 7.º, o programa do concurso pode conter Acordo sobre a fixação do prazo
regras destinadas a proteger o caráter confidencial das para a apresentação das propostas
informações contidas nas peças do procedimento.
6 — As normas do convite prevalecem sobre quaisquer 1 — Quando o concurso limitado por prévia qualifica-
indicações constantes dos anúncios com elas desconfor- ção respeitar à formação de contratos que digam direta e
mes, mas as normas contidas no programa do concurso principalmente respeito a uma ou a várias das atividades
prevalecem sobre aquelas. exercidas nos setores da água, da energia, dos transportes e
dos serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas
Artigo 190.º no n.º 1 do artigo 7.º, estas entidades podem fixar, para os
efeitos do disposto na alínea f) do n.º 2 do artigo 189.º, um
Prazo mínimo para a apresentação das propostas prazo para a apresentação das propostas inferior ao prazo
em concursos limitados mínimo previsto no n.º 3 do artigo anterior.
por prévia qualificação sem publicidade internacional
2 — O prazo previsto no número anterior não pode, em
1 — Quando o anúncio do concurso limitado por prévia qualquer caso, ser inferior a 10 dias a contar da data do
qualificação não seja publicado no Jornal Oficial da União envio do convite.
Europeia, não pode ser fixado um prazo para a apresen- 3 — Se, no prazo de dois dias a contar da receção do
tação das propostas inferior a seis dias ou, no caso de se convite, nenhum dos candidatos qualificados manifestar
tratar de um procedimento de formação de um contrato de discordância sobre o prazo fixado para a apresentação das
empreitada de obras públicas, inferior a 14 dias, a contar propostas fixado nos termos do disposto nos números ante-
da data do envio do convite. riores, considera-se o mesmo aceite para todos os efeitos.
2 — Em caso de manifesta simplicidade dos trabalhos 4 — Se, no prazo referido no número anterior, algum
necessários à realização da obra, o prazo mínimo referido dos candidatos qualificados manifestar, por qualquer meio
na parte final do número anterior pode ser reduzido até um escrito, discordância sobre o prazo fixado nos termos do
prazo mínimo de seis dias. disposto nos n.os 1 e 2, a entidade adjudicante deve notificar
imediatamente todos os candidatos qualificados de que o
Artigo 191.º prazo fixado para a apresentação das propostas passa a ser
de 19 dias a contar da data do envio do convite.
Prazos mínimos para a apresentação das propostas
em concursos limitados 5 — No caso previsto no n.º 3, ao prazo fixado para a
por prévia qualificação com publicidade internacional apresentação das propostas não é aplicável o disposto no
artigo 64.º
1 — Quando o anúncio do concurso limitado por prévia
qualificação seja publicado no Jornal Oficial da União
Europeia, não pode ser fixado um prazo para a apresen- CAPÍTULO IV
tação das propostas inferior a 25 dias a contar da data do
envio do convite. Procedimento de negociação
2 — Quando tenha sido publicado o anúncio de pré-
-informação previsto no artigo 34.º e o mesmo contemple SECÇÃO I
as prestações objeto do contrato a celebrar, o prazo mínimo
Disposições gerais
referido no número anterior é de 10 dias, desde que:
a) O anúncio de pré-informação tenha sido enviado para Artigo 193.º
publicação com uma antecedência mínima de 52 dias e
Regime
máxima de 12 meses em relação à data do envio do anúncio
previsto no número anterior; e O procedimento de negociação rege-se, com as necessá-
b) O anúncio de pré-informação tenha incluído todas as rias adaptações, pelas disposições que regulam o concurso
informações, disponíveis à data da sua publicação, exigi- limitado por prévia qualificação, em tudo o que não esteja
das nos termos do anexo V, parte B, secção I da Diretiva especialmente previsto nos artigos seguintes.
5250-(1994) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 194.º tação das candidaturas inferior a 25 dias a contar da data


Fases do procedimento do envio do convite previsto no n.º 5 do mesmo artigo.
3 — Os prazos mínimos para a apresentação das candi-
O procedimento de negociação integra as seguintes daturas previstos nos números anteriores podem ser reduzi-
fases: dos em até sete dias quando os anúncios forem preparados
a) Apresentação das candidaturas e qualificação dos e enviados por meios eletrónicos conforme formato e mo-
candidatos; dalidades de transmissão indicados no portal da Internet
b) Apresentação e análise das versões iniciais das pro- http://simap.eu.int.
postas;
c) Negociação das propostas;
d) Análise das versões finais das propostas e adjudi- SECÇÃO III
cação. Fase da apresentação e análise das versões
iniciais das propostas
Artigo 195.º
Inadmissibilidade de leilão eletrónico Artigo 199.º
No procedimento de negociação a entidade adjudicante Convite
não pode recorrer a um leilão eletrónico.
Para além dos elementos previstos no n.º 2 do ar-
Artigo 196.º tigo 189.º, o convite pode ainda conter quaisquer regras
específicas sobre a fase de apresentação e análise das ver-
Programa do procedimento de negociação sões iniciais das propostas.
Para além dos elementos previstos na alínea a) do n.º 1
do artigo 150.º e no n.º 1 do artigo 164.º, o programa do Artigo 200.º
procedimento de negociação deve ainda indicar: Remissão
a) No caso de a qualificação assentar no sistema de À análise das versões iniciais das propostas é aplicável o
seleção, o número mínimo de candidatos a qualificar, que
não pode ser inferior a três; disposto no artigo 139.º e, com as necessárias adaptações,
b) Quais os aspetos da execução do contrato a celebrar o disposto nos artigos 146.º a 148.º
que a entidade adjudicante não está disposta a negociar;
c) Se a negociação decorrerá, parcial ou totalmente, por SECÇÃO IV
via eletrónica e os respetivos termos.
Fase da negociação das propostas
SECÇÃO II
Artigo 201.º
Fase da apresentação das candidaturas e da qualificação
Início da negociação
dos candidatos
No caso de ter havido reclamação nos termos do dis-
Artigo 197.º posto no n.º 3 do artigo 138.º, a negociação das propostas
Anúncios não pode iniciar-se:
1 — O procedimento de negociação é publicitado no a) Antes da notificação da decisão de indeferimento ou
Diário da República através de anúncio conforme modelo do decurso do respetivo prazo; ou
aprovado por portaria dos membros do Governo respon- b) Antes de cumprido o disposto no n.º 4 do artigo 138.º,
sáveis pela edição do Diário da República e pelas áreas no caso de a reclamação ser deferida.
das finanças e das obras públicas.
2 — Ao procedimento de negociação é aplicável, com Artigo 202.º
as necessárias adaptações, o disposto no artigo 131.º.
3 — Quando o procedimento de negociação seja ado- Negociação e apresentação das versões finais das propostas
tado ao abrigo do disposto nas alíneas a) a d) do n.º 1 do À negociação e à apresentação das versões finais in-
artigo 29.º, independentemente do preço base fixado no tegrais das propostas é aplicável o disposto no n.º 2 do
caderno de encargos, deve ser sempre publicado anúncio
nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 131.º. artigo 118.º e nos artigos 119.º a 121.º

Artigo 198.º SECÇÃO V


Prazos mínimos para a apresentação das candidaturas Fase da análise das versões finais das propostas
1 — Não pode ser fixado um prazo para a apresentação e da adjudicação
das candidaturas inferior a 30 dias a contar da data do envio
do anúncio referido no n.º 2 do artigo anterior ao Serviço Artigo 203.º
das Publicações da União Europeia. Remissão
2 — Quando tenha sido publicado o anúncio perió-
dico indicativo com as indicações referidas no n.º 3 do À fase da análise das versões finais das propostas e
artigo 167.º, não pode ser fixado um prazo para a apresen- adjudicação é aplicável o disposto nos artigos 152.º a 154.º
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1995)

CAPÍTULO V SECÇÃO II
Diálogo concorrencial Fase da apresentação das candidaturas e da qualificação
dos candidatos
SECÇÃO I Artigo 208.º
Disposições gerais Anúncios

Artigo 204.º 1 — O procedimento do diálogo concorrencial é publici-


tado no Diário da República através de anúncio conforme
Regime modelo aprovado por portaria dos membros do Governo
1 — O procedimento de diálogo concorrencial rege-se, responsáveis pela edição do Diário da República e pelas
com as necessárias adaptações, pelas disposições que regu- áreas das finanças e das obras públicas.
lam o concurso limitado por prévia qualificação, em tudo o 2 — No caso de contratos de empreitada ou de con-
que não esteja especialmente previsto nos artigos seguintes. cessão de obras públicas, de contratos de locação ou de
2 — No procedimento de diálogo concorrencial, a enti- aquisição de bens móveis ou de contratos de aquisição
dade adjudicante não pode recorrer a um leilão eletrónico de serviços, deve ainda ser publicado anúncio do diálogo
nem adotar uma fase de negociações. concorrencial nos termos do disposto no n.º 1 ou no n.º 2
do artigo 131.º, independentemente do preço base fixado
Artigo 205.º no caderno de encargos.
3 — Ao anúncio referido no número anterior é aplicável,
Fases do procedimento
com as necessárias adaptações, o disposto nos n.os 4 a 8
O procedimento de diálogo concorrencial integra as do artigo 131.º.
seguintes fases:
a) Apresentação das candidaturas e qualificação dos SECÇÃO III
candidatos; Fase da apresentação das soluções e de diálogo
b) Apresentação das soluções e diálogo com os candi- com os candidatos qualificados
datos qualificados;
c) Apresentação e análise das propostas e adjudicação. Artigo 209.º
Artigo 206.º Convite à apresentação das soluções

Programa do procedimento de diálogo concorrencial 1 — Com a notificação da decisão de qualificação, o


órgão competente para a decisão de contratar envia aos can-
1 — Para além dos elementos previstos no n.º 1 do didatos qualificados, em simultâneo, um convite à apresen-
artigo 164.º, o programa do procedimento de diálogo tação de soluções suscetíveis de satisfazer as necessidades
concorrencial deve ainda indicar o montante da eventual e as exigências identificadas na memória descritiva.
remuneração, ou o critério do respetivo cálculo, a atribuir 2 — O convite à apresentação das soluções deve indicar:
aos candidatos qualificados para participar no diálogo que
apresentem soluções que sejam admitidas. a) A identificação do procedimento de diálogo con-
2 — O número de candidatos a qualificar indicado no correncial;
programa do procedimento de diálogo concorrencial não b) A referência ao anúncio do procedimento de diálogo
pode ser inferior a três. concorrencial previsto no n.º 1 do artigo anterior e, quando
3 — A modalidade do critério de adjudicação das pro- for o caso, ao previsto no n.º 2 do mesmo artigo;
postas no procedimento de diálogo concorrencial é a pre- c) O prazo de apresentação das soluções elaboradas
vista na alínea a) do n.º 1 do artigo 74.º pelos candidatos qualificados;
4 — Quando, fundamentadamente, não estiverem ainda d) Se é admissível a utilização de línguas estrangeiras
reunidas as condições para definir os valores dos coeficien- na fase de diálogo e, em caso afirmativo, quais as línguas.
tes de ponderação dos fatores e dos eventuais subfatores
que densificam a modalidade prevista no número anterior, Artigo 210.º
estes devem ser indicados no programa do procedimento Apresentação de soluções
por ordem decrescente de importância.
1 — Ao modo de apresentação das soluções é aplicável,
Artigo 207.º com as necessárias adaptações, o disposto no artigo 62.º
2 — Cada candidato só pode apresentar uma solução.
Memória descritiva e caderno de encargos
1 — No procedimento de diálogo concorrencial, o órgão Artigo 211.º
competente para a decisão de contratar deve aprovar uma Idioma das soluções
memória descritiva, na qual identifica as necessidades e
as exigências que pretende satisfazer com o contrato a 1 — Os documentos que constituem as soluções são
celebrar. obrigatoriamente redigidos em língua portuguesa.
2 — À memória descritiva é aplicável o disposto no 2 — Em função da especificidade técnica das prestações
artigo 133.º objeto do contrato a celebrar, o convite pode admitir que
3 — No procedimento de diálogo concorrencial só há alguns dos documentos referidos no número anterior sejam
lugar à elaboração do caderno de encargos depois de con- redigidos em língua estrangeira, indicando os idiomas
cluída a fase de apresentação das soluções e de diálogo. admitidos.
5250-(1996) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 212.º 5 — O diálogo com os candidatos prossegue até o júri:


Admissão e exclusão das soluções a) Identificar, se necessário por comparação, a solução
1 — Após a apresentação das soluções, o júri elabora um suscetível de satisfazer as necessidades e as exigências da
relatório preliminar onde deve propor fundamentadamente entidade adjudicante;
a admissão e a exclusão das soluções apresentadas. b) Declarar que nenhuma das soluções apresentadas
2 — O júri deve propor a exclusão das soluções que: e discutidas satisfaz as necessidades e as exigências da
entidade adjudicante.
a) Tenham sido apresentadas depois do termo do prazo
fixado para a sua apresentação; 6 — Os candidatos qualificados devem fazer-se re-
b) Tenham sido apresentadas em violação do disposto presentar nas sessões da fase de diálogo pelos seus re-
no artigo 210.º; presentantes legais ou pelos representantes comuns dos
c) Não cumpram o disposto no artigo anterior; agrupamentos candidatos, se existirem, podendo ser acom-
d) Se revelem manifestamente desadequadas à satisfa- panhados por técnicos por eles indicados.
ção das necessidades ou das exigências identificadas na
memória descritiva. Artigo 215.º
Relatório do diálogo
3 — Elaborado o relatório preliminar referido no n.º 1,
o júri procede à audiência prévia nos termos do disposto 1 — Concluída a fase do diálogo, o júri elabora um
no n.º 1 do artigo 123.º relatório fundamentado, no qual propõe, clara e distinta-
4 — Cumprido o disposto no número anterior, o júri mente, a solução suscetível de satisfazer as necessidades
elabora um relatório final fundamentado, no qual pondera e as exigências da entidade adjudicante ou, em alternativa,
as observações dos candidatos qualificados efetuadas ao que nenhuma das soluções apresentadas satisfaz aquelas
abrigo do direito de audiência prévia, mantendo ou modi- necessidades e exigências.
ficando o teor e as conclusões do relatório preliminar. 2 — O relatório previsto no número anterior, jun-
5 — O relatório final é enviado ao órgão competente tamente com os demais documentos que compõem o
para a decisão de contratar, ao qual cabe decidir sobre a processo, é enviado ao órgão competente para a decisão
admissão e a exclusão das soluções apresentadas. de contratar.
6 — O órgão competente para a decisão de contratar 3 — Cabe ao órgão competente para a decisão de con-
notifica a decisão de admissão e de exclusão das soluções, tratar decidir sobre a aprovação de todas as propostas con-
acompanhada do relatório final, em simultâneo, a todos os tidas no relatório, nomeadamente para efeitos de convite
candidatos qualificados. à apresentação de propostas.

Artigo 213.º Artigo 216.º


Diálogo Notificação da conclusão do diálogo
O júri do procedimento estabelece com os candidatos O órgão competente para a decisão de contratar no-
qualificados cujas soluções tenham sido admitidas um di- tifica todos os candidatos qualificados cujas soluções
álogo com vista a discutir todos os aspetos nelas previstos tenham sido admitidas da decisão tomada nos termos
ou omitidos relativos à execução do contrato a celebrar e do disposto no n.º 3 do artigo anterior, remetendo-lhes
que permitam a elaboração do caderno de encargos. o relatório.

Artigo 214.º
SECÇÃO IV
Formalidades a observar
Fase da apresentação e análise das propostas
1 — O júri notifica os candidatos qualificados cujas e da adjudicação
soluções tenham sido admitidas, com uma antecedência
mínima de três dias, da data, da hora e do local da primeira Artigo 217.º
sessão de diálogo, agendando as restantes sessões nos Convite
termos que tiver por convenientes.
2 — Na fase de diálogo, o júri reúne sempre em sepa- 1 — Caso tenha sido identificada uma solução suscetível
rado com cada candidato qualificado, devendo garantir a de satisfazer as necessidades e as exigências da entidade
igualdade de tratamento de todos eles, designadamente adjudicante, o órgão competente para a decisão de contratar
não facultando, de forma discriminatória, informações que envia a todos os candidatos qualificados cujas soluções
possam dar vantagem a uns relativamente a outros. tenham sido admitidas, simultaneamente com a notificação
3 — As soluções apresentadas ou outras informações referida no artigo anterior, um convite à apresentação de
que, no todo ou em parte, tenham sido transmitidas com propostas.
caráter de confidencialidade pelos candidatos durante as 2 — Para além dos elementos previstos nos n.os 2 a 4 do
sessões da fase de diálogo, só com o consentimento ex- artigo 189.º, o convite à apresentação das propostas deve
presso e por escrito dos mesmos é que podem ser divul- ainda indicar o modelo de avaliação das mesmas.
gadas aos outros candidatos ou a terceiros. 3 — O convite à apresentação das propostas deve ser
4 — Às sessões da fase de diálogo é aplicável, com acompanhado do caderno de encargos ou da indicação
as necessárias adaptações, o disposto nos n.os 3 e 5 do do endereço do sítio da Internet onde este é disponibi-
artigo 120.º lizado.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1997)

Artigo 218.º c) O prazo de apresentação das propostas de projetos


Prazos mínimos para a apresentação das propostas
de investigação e desenvolvimento elaboradas pelos con-
em procedimento de diálogo concorrencial correntes qualificados.
Não pode ser fixado um prazo para a apresentação das 3 — Ao modo de apresentação das propostas de projetos
propostas inferior a 40 dias a contar da data do envio do de investigação e desenvolvimento é aplicável, com as
convite.
necessárias adaptações, o disposto no artigo 62.º
4 — Cada concorrente só pode apresentar uma proposta
CAPÍTULO VI de projeto de investigação e desenvolvimento.
Parceria para a inovação Artigo 218.º-C
Artigo 218.º-A Negociação das propostas de projetos
de investigação e desenvolvimento
Regime
1 — As entidades adjudicantes devem negociar com os
1 — A parceria para a inovação integra as seguintes concorrentes a proposta inicialmente apresentada por cada
fases, as quais podem ser adaptadas em função da comple- um deles, bem como todas as propostas posteriormente
xidade e relevância financeira da parceria a celebrar: apresentadas, com exceção da proposta final de cada um.
a) Fase de apresentação das candidaturas, podendo a 2 — O critério de adjudicação é o da proposta econo-
respetiva seleção incluir a qualificação dos candidatos micamente mais vantajosa na forma prevista na alínea a)
quando se trate do desenvolvimento de projetos dotados do n.º 1 do artigo 74.º
de especial complexidade; 3 — Os requisitos mínimos e o critério de adjudicação,
b) Fase de apresentação de propostas de projetos de incluindo os seus fatores e subfatores, não podem ser objeto
investigação e desenvolvimento; de negociação.
c) Fase de análise das propostas de projetos de investi-
gação e celebração da parceria. Artigo 218.º-D
2 — Aplica-se ao anúncio da parceria para a inovação, Análise das propostas e celebração da parceria
com as devidas adaptações, o disposto no artigo 167.º 1 — À fase de análise das propostas de projetos de
3 — Nas peças do procedimento a entidade adjudicante investigação e desenvolvimento aplicam-se os trâmites
deve: previstos nos artigos 146.º a 148.º, com as necessárias
a) Identificar a necessidade de bens, serviços ou obras adaptações.
inovadores que não possam ser obtidos mediante a aquisi- 2 — A entidade adjudicante pode decidir estabelecer a
ção de bens, serviços ou obras já disponíveis no mercado, parceria para a inovação com um só concorrente ou com
indicando ainda os requisitos mínimos que concretizam a vários concorrentes, designados parceiros, competindo,
necessidade; neste caso, a cada um deles realizar atividades de investi-
b) Definir as disposições aplicáveis aos direitos de pro- gação e desenvolvimento distintas.
priedade intelectual; 3 — A parceria para a inovação deve ser estruturada
c) Incluir os requisitos inerentes às capacidades que os em fases sucessivas de acordo com a sequência de eta-
concorrentes devem possuir no domínio da investigação pas do processo de investigação e desenvolvimento, que
e desenvolvimento, bem como no desenvolvimento e im- pode incluir o fabrico do bem, a prestação do serviço ou
plementação de soluções inovadoras. a realização da obra.
4 — A parceria para a inovação deve fixar as metas
4 — A parceria para a inovação não pode ser utilizada intermédias que devem ser alcançadas pelos parceiros e
com o intuito de restringir ou falsear a concorrência.
prever o pagamento de remuneração em frações adequadas.
5 — À parceria para a inovação aplica-se supletivamente
o regime previsto para o procedimento de negociação. 5 — A entidade adjudicante é livre de, no final de cada
fase, decidir pôr termo à parceria ou, no caso de parceria
Artigo 218.º-B com vários parceiros, reduzir o número de parceiros pondo
termos a contratos individuais, desde que tal possibili-
Convite à apresentação de propostas de projetos dade e respetivas condições estejam previstas nas peças
de investigação e desenvolvimento
do procedimento.
1 — A entidade adjudicante deve enviar aos candidatos 6 — A entidade adjudicante deve assegurar que a es-
admitidos, em simultâneo, um convite à apresentação de trutura da parceria, em especial, a duração e o valor das
propostas de projetos de investigação e desenvolvimento diferentes fases refletem o grau de inovação da solução
suscetíveis de satisfazer as necessidades e as exigências proposta e a sequência das atividades de investigação,
identificadas nas peças do procedimento. desenvolvimento e inovação necessárias para o desen-
2 — O convite à apresentação das propostas de projetos volvimento de uma solução inovadora que ainda não se
de investigação e desenvolvimento deve indicar: encontre disponível no mercado.
a) A identificação do procedimento de parceria para a 7 — Para efeitos do disposto no número anterior, o valor
inovação; estimado dos fornecimentos, serviços ou obras não deve
b) A referência ao anúncio do procedimento de parceria ser desproporcionado em relação ao investimento exigido
para a inovação; para o respetivo desenvolvimento.
5250-(1998) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

TÍTULO IV 4 — O procedimento decorre em plataforma eletrónica,


podendo ser estabelecido que certos elementos da candi-
Instrumentos procedimentais especiais datura possam ser apresentados por correio registado ou
entrega presencial, com registo da data e hora da receção,
CAPÍTULO I que deve acontecer dentro do prazo fixado para o efeito,
e em qualquer dos casos salvaguardando-se o anonimato,
Concurso de conceção sob pena de exclusão da candidatura.
5 — O prazo para a apresentação dos documentos que
Artigo 219.º materializam os trabalhos de conceção não pode ser inferior
(Revogado.) a 30 dias, nos concursos público e limitado, e 15 dias, no
concurso simplificado.
Artigo 219.º-A
Artigo 219.º-C
Âmbito e modalidades
Publicidade
1 — O concurso de conceção visa selecionar um ou
vários trabalhos de conceção, ao nível de programa base 1 — O concurso de conceção é publicitado no Diário da
ou similar, designadamente nos domínios artístico, do República através de anúncio conforme modelo aprovado
ordenamento do território, do planeamento urbanístico, da por portaria dos membros do Governo responsáveis pela
arquitetura, da engenharia ou do processamento de dados. edição do Diário da República e pelas áreas das finanças
2 — Quando a entidade adjudicante pretenda adquirir e das obras públicas.
por ajuste direto, adotado ao abrigo do disposto na alínea g) 2 — Deve ainda ser publicado um anúncio no Jornal
do n.º 1 do artigo 27.º, planos, projetos ou quaisquer cria- Oficial da União Europeia, exceto se se verificarem, cumu-
ções conceptuais que consistam na concretização ou no lativamente as seguintes condições:
desenvolvimento dos trabalhos de conceção referidos no
a) A entidade adjudicante manifeste expressamente que,
número anterior, deve a mesma conduzir previamente um
posteriormente, não pretende celebrar contrato, por ajuste
concurso de conceção, nos termos previstos no presente
capítulo. direto ao abrigo do disposto na alínea g) do n.º 1 do ar-
3 — O concurso de conceção reveste, em regra, a moda- tigo 27.º, de aquisição do plano, do projeto ou da criação
lidade de concurso público, podendo ser adotada a modali- conceptual que consista na concretização ou no desenvol-
dade de concurso limitado por prévia qualificação quando vimento do ou dos trabalhos de conceção selecionados;
a natureza dos trabalhos de conceção exija a avaliação b) A despesa autorizada para pagamento de prémios no
prévia da capacidade técnica dos concorrentes. âmbito do concurso de conceção seja inferior aos limiares
4 — Os requisitos mínimos da capacidade técnica refe- referidos nas alíneas b) ou c) do n.º 3 do artigo 474.º
rida no número anterior devem ser adequados à natureza
dos trabalhos de conceção pretendidos e devem ser fixados 3 — Quando o anúncio do concurso de conceção tenha
de forma não discriminatória. sido publicado no Jornal Oficial da União Europeia, a en-
5 — A entidade adjudicante pode recorrer ao concurso tidade adjudicante deve enviar ao Serviço das Publicações
de conceção simplificado, quando o valor dos prémios a da União Europeia, no prazo de 30 dias após a decisão
pagar aos participantes, acrescido do valor de quaisquer de seleção, um anúncio conforme modelo constante do
valores a pagar na sequência do eventual ajuste direto anexo X ao Regulamento de Execução (UE) n.º 2015/1986,
referido na alínea g) do n.º 1 do artigo 27.º, seja igual ou da Comissão, de 11 de novembro de 2015.
inferior a € 75 000. 4 — O concurso de conceção simplificado é publicitado
6 — As formalidades aplicáveis na realização dos pro- da forma mais adequada à sua plena difusão e, no mínimo,
cedimentos de concurso público, de concurso limitado por no sítio na Internet da entidade adjudicante.
prévia qualificação e concurso de conceção simplificado
são as estabelecidas no presente capítulo, aplicando-se, Artigo 219.º-D
subsidiariamente, as restantes disposições do Código em
Termos de referência
matéria de formação dos contratos.
1 — Os termos de referência devem indicar:
Artigo 219.º-B
a) A identificação do concurso, bem como a respetiva
Disposições gerais modalidade escolhida;
1 — Salvo disposição em contrário nos termos de refe- b) Uma descrição, tão completa quanto possível, das
rência, cada concorrente pode apresentar vários trabalhos características, das particularidades, das referências e de
de conceção, devendo organizar para cada um deles uma quaisquer outros requisitos de natureza estética, funcional
candidatura autónoma. ou técnica que os trabalhos de conceção apresentados
2 — Qualquer que seja a modalidade adotada, a identi- devem observar;
dade dos concorrentes autores dos trabalhos de conceção c) A entidade adjudicante e o órgão competente para a
apresentados só pode ser conhecida e revelada depois de decisão de contratar;
elaborado o relatório a que se refere o n.º 1 do artigo 219.º-I. d) A identidade dos membros, efetivos e suplentes, que
3 — A entidade adjudicante, o júri do concurso e os compõem o júri e, quando for o caso, as respetivas habi-
concorrentes devem praticar, ou abster-se de praticar, se litações profissionais específicas;
for o caso, todos os atos necessários ao cumprimento do e) As habilitações profissionais específicas de que os
disposto no número anterior. concorrentes devem ser titulares, se for o caso;
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1999)

f) Os documentos que devem materializar os trabalhos Artigo 219.º-F


de conceção apresentados e a identificação do prazo e do
Formalidades do concurso público de conceção
local para a apresentação desses documentos;
g) O critério de seleção, explicitando claramente os 1 — Os documentos que materializam os trabalhos
fatores e eventuais subfatores que o concretizam; de conceção devem ser elaborados e apresentados de tal
h) O montante global dos eventuais prémios de par- forma que fique assegurado o total e absoluto anonimato
ticipação a atribuir aos concorrentes cujos trabalhos de dos concorrentes, não podendo conter qualquer elemento
conceção não sejam excluídos; que permita, de forma direta ou indireta, identificar o seu
i) O número de trabalhos de conceção a selecionar; autor ou autores.
j) O valor do prémio de consagração a atribuir a cada 2 — O júri do concurso procede à apreciação dos tra-
um dos concorrentes selecionados; balhos de conceção e elabora um relatório, assinado por
k) A intenção ou não de celebrar, na sequência do con- todos os seus membros, no qual deve indicar, fundamen-
curso, por ajuste direto ao abrigo do disposto na alínea g) tadamente:
do n.º 1 do artigo 27.º, um contrato de prestação de serviços
destinado a adquirir planos, projetos ou quaisquer criações a) A ordenação dos trabalhos de conceção apresentados,
conceptuais que consistam na concretização ou no desen- de acordo com o critério de seleção fixado nos termos de
volvimento do ou dos trabalhos de conceção selecionados referência;
neste concurso. b) A exclusão dos trabalhos de conceção apresentados
em violação de quaisquer regras relativas à apresentação
2 — Quando for adotada a modalidade de concurso dos trabalhos.
limitado por prévia qualificação, os termos de referência
devem ainda indicar: 3 — O júri do concurso só pode tomar conhecimento
da identidade dos concorrentes depois de integralmente
a) Os requisitos mínimos de capacidade técnica que os cumprido o disposto no número anterior.
candidatos devem preencher; 4 — Desde que isso tenha ficado previsto nos termos
b) Os documentos destinados à qualificação dos candi- de referência, o júri pode fazer pedidos de esclarecimento
datos e a identificação do prazo e modo para a sua apre- aos concorrentes sobre os seus trabalhos ou realizar uma
sentação. fase de demonstrações ou experiências dos trabalhos de
conceção, destinadas a aferir o cumprimento dos termos
3 — Os termos de referência podem ainda conter quais-
de referência, a adequação ou exequibilidade das soluções
quer regras específicas sobre o concurso de conceção con-
propostas.
sideradas convenientes pela entidade adjudicante, desde
5 — Caso sejam realizadas as diligências referidas no
que não tenham por efeito impedir, restringir ou falsear a
concorrência, bem como ser acompanhados de quaisquer número anterior, o júri elabora novo relatório, refletindo
documentos complementares necessários à cabal descrição o resultado das mesmas e propondo a ordenação final dos
referida na alínea b) do n.º 1 ou indicar a entidade e o local concorrentes.
onde esses documentos podem ser obtidos diretamente
pelos interessados. Artigo 219.º-G
4 — Quando se verificar a situação prevista na alínea k) Formalidades do concurso limitado de conceção
do n.º 1, os termos de referência devem ser acompanha-
dos do caderno de encargos relativo ao procedimento de 1 — Quando a modalidade escolhida for a de concurso
ajuste direto. limitado por prévia qualificação, depois do termo do prazo
fixado para a apresentação das candidaturas, o júri do
Artigo 219.º-E concurso procede à sua apreciação, propondo, funda-
mentadamente, a qualificação dos candidatos que, tendo
Júri do concurso de conceção apresentado as respetivas candidaturas tempestivamente,
1 — O júri do concurso de conceção, designado pelo cumpram os requisitos mínimos de capacidade técnica
órgão competente para a decisão prevista no artigo 219.º-I, fixados nos termos de referência.
é composto, em número ímpar, por um mínimo de três 2 — Efetuada a qualificação, o júri do concurso envia
membros efetivos, um dos quais preside, e dois suplentes, aos candidatos qualificados, em simultâneo, um convite
salvo no caso do concurso de conceção simplificado, que à apresentação dos trabalhos de conceção de acordo com
pode ter júri singular. as regras fixadas nos termos de referência.
2 — Quando, nos termos de referência, for exigida aos 3 — Cumprido o disposto no número anterior, o con-
concorrentes a titularidade de habilitações profissionais es- curso de conceção prossegue os seus termos de acordo
pecíficas, um terço dos membros do júri, ou o júri singular, com o disposto no artigo anterior.
deve ser titular da mesma habilitação ou equivalente.
3 — As deliberações do júri do concurso de conceção Artigo 219.º-H
sobre a ordenação dos trabalhos de conceção apresentados Formalidades do concurso de conceção simplificado
ou sobre a exclusão dos mesmos por inobservância da
descrição a que se refere a alínea b) do n.º 1 do artigo an- O concurso de conceção simplificado segue as forma-
terior têm caráter vinculativo para a entidade adjudicante, lidades determinadas nos respetivos termos de referência,
não podendo, em qualquer caso, ser alteradas depois de devendo ser observado o disposto no artigo 219.º-B e no
conhecida a identidade dos concorrentes. artigo seguinte.
5250-(2000) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 219.º-I monstrado que reúnem os requisitos de capacidade técnica


Decisão de seleção e prémios
e financeira previstos no anúncio, em relação ao projeto
a desenvolver.
1 — O órgão competente da entidade adjudicante se-
leciona um ou mais trabalhos de conceção, consoante o Artigo 220.º
número fixado nos termos de referência do concurso, de
acordo com o teor e as conclusões do relatório final, no- (Revogado.)
meadamente com as deliberações vinculativas tomadas
pelo júri. Artigo 221.º
2 — Da decisão de seleção deve também constar a (Revogado.)
atribuição dos prémios de consagração aos concorrentes
selecionados, bem como a atribuição dos eventuais prémios
Artigo 222.º
de participação.
3 — A decisão de seleção referida nos números anterio- (Revogado.)
res é notificada simultaneamente a todos os concorrentes e,
quando a modalidade escolhida for a de concurso limitado, Artigo 223.º
também aos concorrentes excluídos.
4 — Os concorrentes sobre cujos trabalhos de conceção (Revogado.)
recaia a decisão de seleção consideram-se selecionados
para efeitos do disposto na alínea g) do n.º 1 do artigo 27.º Artigo 224.º
5 — Quando os termos de referência do concurso de (Revogado.)
conceção exigirem aos concorrentes a titularidade de ha-
bilitações profissionais específicas, os concorrentes sele- Artigo 225.º
cionados devem apresentar documentos comprovativos
das mesmas no prazo de cinco dias a contar da notificação (Revogado.)
da decisão de seleção.
6 — A decisão de seleção caduca se o concorrente se- Artigo 226.º
lecionado não apresentar os documentos referidos no nú-
mero anterior no prazo nele fixado, devendo, nesse caso, (Revogado.)
selecionar-se o trabalho de conceção ordenado em lugar
subsequente. Artigo 227.º
(Revogado.)
Artigo 219.º-J
Concurso de ideias Artigo 228.º
1 — As disposições do presente capítulo aplicam-se, (Revogado.)
igualmente, aos concursos de ideias destinados a adquirir
uma ou várias propostas de ideias, remuneradas através Artigo 229.º
da atribuição de um prémio apropriado.
2 — O candidato ou concorrente prepara a proposta de (Revogado.)
ideia da forma que considerar mais adequada à respetiva
apresentação. Artigo 230.º
3 — O prazo para a apresentação de propostas deve (Revogado.)
ser estabelecido tendo em consideração a importância e
complexidade da questão e não pode ser inferior a 60 dias Artigo 231.º
a partir da data de publicação do anúncio.
4 — A participação no concurso de ideias deve ser feita (Revogado.)
de forma anónima.
5 — O anúncio do procedimento prevê a atribuição de Artigo 232.º
um prémio razoável, o qual não pode exceder os limiares (Revogado.)
estabelecidos nos n.os 2 e 3 do artigo 474.º, à pessoa ou
pessoas que desenvolverem as ideias consideradas mais
Artigo 233.º
adequadas ao fim público a prosseguir.
6 — A ideia ou ideias escolhidas implicam a transferên- (Revogado.)
cia dos respetivos direitos de propriedade intelectual para
a entidade adjudicante, após aceitação pelo concorrente e Artigo 234.º
pagamento do respetivo prémio.
7 — Após eventuais definições das disposições técnicas (Revogado.)
a aplicar, a ideia ou ideias escolhidas podem servir de base
para um procedimento pré-contratual posterior. Artigo 235.º
8 — A entidade adjudicante pode prever, no anúncio do (Revogado.)
procedimento, a possibilidade de o vencedor ou vencedo-
res do concurso de ideias realizarem sucessivos níveis de Artigo 236.º
desenvolvimento do projeto apresentado, através de um
procedimento de ajuste direto, desde que se encontre de- (Revogado.)
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2001)

CAPÍTULO II b) Fixar o prazo para apresentação de candidaturas até ao


envio do 1.º convite à apresentação de propostas ao abrigo
Sistemas de aquisição dinâmicos do sistema, quando seja conhecida a data previsível em que
o mesmo ocorre, o qual não pode ser inferior a 30 dias;
Artigo 237.º c) Fornecer todas as informações necessárias ao acesso
Noção dos interessados ao sistema de aquisição dinâmico, indi-
cando o equipamento eletrónico utilizado, as modalidades
1 — A entidade adjudicante pode, através de um sistema e os aspetos técnicos de ligação ao sistema.
de aquisição dinâmico celebrar contratos de locação ou de
aquisição de bens móveis ou de aquisição de serviços de 2 — O programa do procedimento do sistema de
uso corrente, bem como contratos de empreitada de obras aquisição dinâmico deve prever as regras para a fase de
públicas de complexidade técnica reduzida, cujas carac- apresentação e análise das propostas e adjudicação, de-
terísticas e modos de execução genericamente disponíveis signadamente o critério de adjudicação a ser adotado e
no mercado satisfaçam as suas necessidades. desenvolvido naquela fase do procedimento, não sendo
2 — O sistema de aquisição dinâmico é totalmente eletró- necessário um modelo de avaliação das propostas.
nico e deve admitir a apresentação de candidaturas durante 3 — As peças do procedimento devem ser integralmente
toda a sua vigência não podendo ser cobradas quaisquer disponibilizadas, até ao encerramento do sistema, de forma
quantias relacionadas com a instituição ou a operacionaliza- gratuita e direta, na plataforma eletrónica utilizada pela
ção do sistema aos interessados, candidatos e concorrentes. entidade adjudicante.
3 — O sistema de aquisição dinâmico rege-se, com as
necessárias adaptações, pelas disposições que regulam o Artigo 241.º
concurso limitado por prévia qualificação, em tudo o que (Revogado.)
não esteja especialmente previsto nos artigos seguintes e
seja com eles compatível.
Artigo 241.º-A
4 — A instituição de um sistema de aquisição dinâmico
sem publicação no Jornal Oficial da União Europeia só Participação e qualificação dos candidatos
permite a celebração de contratos ao abrigo do mesmo
1 — São admitidos todos os candidatos que satisfaçam
enquanto o somatório dos respetivos preços contratuais seja
os requisitos mínimos exigidos nos termos do artigo 165.º
inferior ao valor referido nas alíneas b) ou c) do n.º 3 do ar-
durante o período de vigência do sistema.
tigo 474.º, a partir do qual a referida publicação é obrigatória.
2 — Após decurso do prazo para apresentação das
5 — O sistema de aquisição dinâmico pode ser instituído
candidaturas fixado nos termos da alínea b) do n.º 1 do
por centrais de compras para a celebração de contratos por
artigo 240.º, os interessados que queiram participar no
parte das entidades adjudicantes por ele abrangidas.
sistema de aquisição dinâmico devem apresentar a sua
6 — A entidade adjudicante não pode instituir um sis-
candidatura de acordo com as regras previstas no programa
tema de aquisição dinâmico de modo a impedir, restringir
de procedimento.
ou falsear a concorrência.
3 — As candidaturas apresentadas nos termos do nú-
7 — Salvo disposição em contrário constante do caderno
mero anterior são analisadas pela entidade adjudicante no
de encargos relativo ao sistema de aquisição dinâmico,
prazo máximo de 10 dias o qual pode ser prorrogado por
as entidades adjudicantes não são obrigadas a celebrar
mais cinco dias, caso seja necessário analisar documenta-
contratos ao seu abrigo.
ção adicional ou em casos de manifesta complexidade do
Artigo 238.º processo de candidatura.
Fases do sistema
4 — Os prazos previstos no número anterior podem ser
prorrogados pela entidade adjudicante desde que, durante
O sistema de aquisição dinâmico compreende as se- esse prazo, não sejam enviados convites à apresentação de
guintes fases: propostas para a celebração de um contrato ao abrigo do
a) Instituição do sistema, divulgado através da publica- sistema de aquisição dinâmico.
ção de anúncio no Diário da República e no Jornal Oficial 5 — As decisões de qualificação cabem ao órgão com-
da União Europeia, quando obrigatório, nos termos das petente para a decisão de contratar e são publicadas na pla-
alíneas b) ou c) do n.º 3 do artigo 474.º; taforma eletrónica utilizada pela entidade adjudicante.
b) Apresentação das candidaturas e qualificação dos
candidatos, a qual se prolonga durante o período de vi- Artigo 241.º-B
gência do sistema de aquisição dinâmico; Convite à apresentação de proposta
c) Apresentação e análise das propostas e adjudicação.
1 — Para a celebração de contratos ao abrigo do sistema
Artigo 239.º de aquisição dinâmico, a entidade adjudicante deve enviar
convite à apresentação de proposta aos candidatos que, à
(Revogado.) data da decisão de contratar, estejam qualificados.
Artigo 240.º 2 — Caso o sistema de aquisição dinâmico tenha sido
dividido em lotes, a entidade adjudicante convida apenas
Peças do procedimento
os candidatos qualificados para o lote que abrange o bem
1 — Para além do disposto no artigo 164.º, o programa ou serviço a contratar.
do procedimento deve ainda: 3 — O convite à apresentação de propostas deve indicar:
a) Fixar a duração do sistema de aquisição dinâmico, a) A identificação do sistema de aquisição dinâmico;
que não pode ser superior a quatro anos, salvo em casos b) O prazo para a apresentação das propostas, o qual
excecionais devidamente fundamentados; não pode ser inferior a 10 dias;
5250-(2002) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

c) O critério de adjudicação e os eventuais fatores e 2 — A instituição de um sistema de qualificação é publi-


subfatores de avaliação; citada no Diário da República através de anúncio conforme
d) O valor e o modo de prestação da caução, se exigível. modelo aprovado por portaria dos membros do Governo
responsáveis pela edição do Diário da República e pelas
4 — O convite pode ainda conter quaisquer regras espe- áreas das finanças e das obras públicas.
cíficas sobre a fase da apresentação e análise das propostas 3 — O anúncio referido no número anterior ou um re-
e adjudicação consideradas convenientes pela entidade sumo dos seus elementos mais importantes pode ser poste-
adjudicante, desde que não tenham por efeito impedir, riormente divulgado por qualquer outro meio considerado
restringir ou falsear a concorrência. conveniente, nomeadamente através da sua publicação em
plataforma eletrónica utilizada pela entidade adjudicante.
Artigo 241.º-C 4 — Deve ainda ser publicado no Jornal Oficial da
União Europeia um anúncio do sistema de qualificação,
Leilão e catálogos eletrónicos
conforme modelo constante do anexo VII ao Regulamento
1 — As entidades adjudicantes podem recorrer ao lei- de Execução (UE) n.º 2015/1986, da Comissão, de 11 de
lão eletrónico para melhoria dos atributos das propos- novembro de 2015.
tas, aplicando-se, com as necessárias adaptações, os ar- 5 — Quando o sistema de qualificação tiver uma dura-
tigos 140.º a 145.º, podendo também utilizar, nos termos ção superior a três anos, os anúncios previstos nos n.os 2 e
gerais, catálogos eletrónicos. 4 devem ser republicados anualmente.
2 — Desde que tal tenha ficado previsto nas peças do 6 — Aos anúncios previstos nos números anteriores é
procedimento, a utilização dos catálogos eletrónicos pode aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto nos
fazer-se mediante a definição, pela entidade adjudicante, de n.os 5 a 7 do artigo 131.º
um determinado objeto contratual, através da combinação
de prestações de diferentes tipos que estejam disponíveis Artigo 246.º
no catálogo eletrónico, nos termos previstos no anexo XIV Regras dos sistemas de qualificação
ao presente Código, que dele faz parte integrante.
1 — Os sistemas de qualificação, que podem compreen-
Artigo 241.º-D der várias fases de qualificação, devem basear-se em regras
e critérios objetivos e não discriminatórios, nomeadamente
Atualização da documentação dos candidatos qualificados
relativos ao preenchimento de requisitos mínimos de ca-
A entidade adjudicante pode, durante a vigência do pacidade técnica ou de capacidade financeira dos interes-
sistema de aquisição dinâmico e a qualquer momento, sados, devendo ser aplicados em condições de igualdade.
exigir aos candidatos admitidos que, no prazo de cinco 2 — As regras e os critérios de qualificação devem
dias, apresentem uma versão atualizada do Documento ser adequados ao tipo e às características das prestações
Europeu Único de Contratação Pública, se o mesmo tiver abrangidas pelo objeto do contrato a celebrar, podendo
sido apresentado na fase de instituição do sistema. consistir no cumprimento de especificações técnicas, caso
em que é aplicável o disposto no artigo 49.º
Artigo 242.º 3 — No caso de a entidade adjudicante exigir a apre-
sentação de certificados emitidos por organismos inde-
(Revogado.) pendentes, nacionais ou estabelecidos noutros Estados
membros da União Europeia, que atestem que o interessado
Artigo 243.º respeita determinadas normas de garantia de qualidade,
(Revogado.) deve referir-se aos sistemas de garantia de qualidade ba-
seados no conjunto de normas europeias, certificados por
Artigo 244.º organismos conformes com as séries de normas europeias
respeitantes à certificação.
(Revogado.) 4 — No caso de a entidade adjudicante exigir a apresen-
tação de certificados emitidos por organismos independen-
CAPÍTULO III tes, nacionais ou estabelecidos noutros Estados membros
da União Europeia, que atestem que o interessado respeita
Sistemas de qualificação determinadas normas de garantia de gestão ambiental, deve
referir-se aos sistemas de gestão ambiental baseados no
Artigo 245.º Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS)
Instituição de sistemas de qualificação
ou em normas europeias ou internacionais, certificados por
organismos conformes com as séries de normas europeias
1 — Quando o contrato a celebrar diga direta e princi- ou regulamentos comunitários respeitantes à certificação.
palmente respeito a uma ou a várias das atividades exer- 5 — Para os efeitos do disposto no n.º 3, a entidade
cidas nos setores da água, da energia, dos transportes e adjudicante deve reconhecer também outras provas de
dos serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas medidas de garantia de qualidade equivalente apresenta-
no n.º 1 do artigo 7.º, estas podem instituir sistemas de das por interessados que não tenham acesso aos referidos
qualificação de interessados em participar em concursos certificados ou que demonstrem que os não possam obter
limitados por prévia qualificação ou em procedimentos de dentro do prazo de duração do sistema de qualificação.
negociação para a formação de contratos de empreitada de 6 — A entidade adjudicante não pode exigir aos inte-
obras públicas, de contratos de locação ou de aquisição de ressados testes ou outras diligências que constituam du-
bens móveis ou de contratos de aquisição de serviços. plicação de provas objetivas já disponíveis.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2003)

7 — Os interessados podem, para preenchimento dos 3 — Aos interessados selecionados nos termos do dis-
requisitos mínimos de capacidade técnica ou de capaci- posto nos números anteriores é enviado o programa do
dade financeira, recorrer a terceiras entidades, indepen- procedimento contendo as regras do concurso limitado
dentemente do vínculo que com elas estabeleçam, desde por prévia qualificação ou do procedimento de negociação
que apresentem declarações através das quais estas se aplicáveis a partir da fase da apresentação das propostas.
comprometam, incondicionalmente, a disponibilizar, até 4 — Nos concursos limitados por prévia qualificação e
ao termo da duração do sistema de qualificação, os meios nos procedimentos de negociação adotados na sequência
necessários àquele preenchimento.
da instituição de um sistema de qualificação não há lugar
Artigo 247.º à publicação dos anúncios previstos nos artigos 167.º e
197.º, respetivamente.
Participação num sistema de qualificação
1 — A entidade adjudicante que tenha instituído um CAPÍTULO IV
sistema de qualificação deve assegurar que os interessa-
dos possam, durante todo o tempo de duração do sistema, Serviços sociais e outros serviços específicos
solicitar a sua qualificação.
2 — A entidade adjudicante deve fornecer, a pedido dos Artigo 250.º-A
interessados, todos os documentos que contenham regras
e critérios de qualificação para além dos constantes dos Contratos de serviços sociais e de outros serviços específicos
anúncios previstos no artigo 245.º Os contratos públicos de valor superior ao limiar pre-
visto na alínea d) do n.º 3 do artigo 474.º que tenham por
Artigo 248.º objeto a aquisição de serviços sociais ou de outros serviços
Atualização das regras e dos critérios de qualificação específicos enumerados no anexo IX ao presente Código,
1 — As regras e os critérios de qualificação podem são adjudicados em conformidade com o disposto na par-
ser atualizados pela entidade adjudicante a todo o tempo, te II, com as adaptações constantes dos artigos seguintes.
devendo essa atualização ser comunicada aos interessados
que já se encontravam qualificados, àqueles cujo pedido Artigo 250.º-B
de qualificação foi anteriormente recusado e àqueles cujo Publicação de anúncios
processo se encontra pendente.
2 — A atualização das regras ou dos critérios de quali- 1 — As entidades adjudicantes que pretendam celebrar
ficação implica a revisão da decisão de qualificação dos um contrato público para aquisição de serviços menciona-
interessados que já se encontrem qualificados. dos no artigo anterior devem publicitar a sua intenção no
Jornal Oficial da União Europeia e no Diário da Repú-
Artigo 249.º blica por uma das seguintes formas, quando o respetivo
Decisão de qualificação valor seja superior ao limiar previsto na alínea d) do n.º 3
do artigo 474.º:
1 — O órgão da entidade adjudicante que para tal for
competente deve pronunciar-se sobre o pedido de qualifi- a) Através da publicação de um anúncio de concurso
cação, no prazo de seis meses a contar da data da respetiva do qual constem as informações referidas no anexo XVIII
apresentação, equivalendo o silêncio ao deferimento do do Regulamento de Execução (UE) n.º 2015/1986, da
pedido. Comissão, de 11 de novembro de 2015; ou
2 — O indeferimento do pedido de qualificação deve b) Através de um anúncio de pré-informação do qual
ser fundamentado com base nas regras e nos critérios apli- constem:
cáveis e comunicado aos interessados.
3 — O órgão referido no n.º 1 apenas pode revogar a i) As informações constantes do anexo referido na
decisão de qualificação de qualquer interessado por moti- alínea anterior;
vos relativos ao incumprimento superveniente das regras ii) Os tipos de serviços que são objeto dos contratos a
ou dos critérios aplicáveis, ainda que resultantes de uma celebrar;
atualização dos mesmos. iii) A indicação de que os procedimentos são adjudica-
dos sem nova publicitação, convidando-se os operadores
Artigo 250.º económicos interessados a manifestar-se por escrito.
Seleção dos interessados qualificados
2 — A adjudicação deve ser publicitada por meio de
1 — Os interessados qualificados são selecionados pelo anúncio do qual constem as informações referidas anexo III
órgão referido no artigo anterior, de acordo com as regras
do Regulamento de Execução (UE) n.º 2015/1986, da Co-
fixadas no sistema de qualificação, para apresentarem
propostas em concurso limitado por prévia qualificação missão, de 11 de novembro de 2015, em conformidade com
ou em procedimento de negociação. o modelo aprovado por portaria dos membros do Governo
2 — O órgão referido no artigo anterior pode também responsáveis pela edição do Diário da República e pelas
recorrer a sistemas de qualificação instituídos por outras áreas das finanças e das obras públicas.
entidades adjudicantes para proceder à seleção dos inte- 3 — Em alternativa ao disposto no número anterior, as
ressados qualificados de acordo com as regras fixadas adjudicações podem ser agrupadas e publicitadas através
nesses sistemas. da publicação de um anúncio por trimestre.
5250-(2004) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 250.º-C 5 — Consideram-se preenchidos os requisitos previstos


Procedimentos pré-contratuais
no n.º 2 quando as organizações ali indicadas sejam cons-
tituídas ou participadas, nos termos legalmente admitidos,
1 — Atendendo à natureza específica das prestações por entidades que preencham, individualmente ou em con-
a adquirir e observados os princípios gerais aplicáveis à junto, os referidos requisitos.
contratação pública, as entidades adjudicantes gozam de 6 — O regime previsto no presente artigo é, ainda,
autonomia na definição das peças procedimentais, podendo aplicável às empresas sociais, constituídas nos termos
afastar ou incluir quaisquer regras ou formalidades, desde legalmente previstos, desde que se encontrem cumpridos
que isso seja necessário para atingir os seguintes objetivos: os requisitos previstos no n.º 2.
a) Garantia de uma elevada qualidade, continuidade, 7 — Para efeitos do disposto no presente artigo, são
acessibilidade, disponibilidade e exaustividade dos ser- consideradas empresas sociais aquelas que se dedicam
viços a adquirir; à produção de bens e serviços com forte componente de
b) Consideração adequada das necessidades específicas empreendedorismo social ou de inovação social, e pro-
das diferentes categorias de utilizadores dos bens e ser- movendo a integração no mercado de trabalho, através
viços, incluindo os grupos desfavorecidos e vulneráveis; do desenvolvimento de programas de investigação, de
c) Envolvimento e capacitação dos utilizadores e ino- inovação e de desenvolvimento social, nas áreas dos ser-
vação. viços previstos no n.º 1.

2 — A modalidade do critério de adjudicação a utili- TÍTULO V


zar é a prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 74.º, tendo
em conta fatores de qualidade e sustentabilidade para os Acordos-quadro
serviços sociais.
3 — Podem também ser utilizados como critérios, para
a aquisição dos serviços abrangidos pela presente secção, CAPÍTULO I
fatores como: Celebração de acordos-quadro
a) A qualidade e humanidade dos cuidados a prestar,
avaliada através de histórico de satisfação, entrevistas ou Artigo 251.º
qualidade da descrição dos cuidados na proposta; Noção
b) Os indicadores ou níveis estimados de impacto social
positivo a obter com a execução do contrato. Acordo-quadro é o contrato celebrado entre uma ou
várias entidades adjudicantes e uma ou mais entidades, com
Artigo 250.º-D vista a disciplinar relações contratuais futuras a estabelecer
ao longo de um determinado período de tempo, mediante
Contratos reservados para determinados serviços
a fixação antecipada dos respetivos termos.
1 — As entidades adjudicantes podem lançar proce-
dimentos de formação de contratos reservados quando Artigo 252.º
estejam em causa os serviços de saúde, serviços sociais, Modalidades de acordos-quadro
serviços de ensino e serviços culturais que se encontrem
incluídos no anexo X ao presente Código, do qual faz parte 1 — As entidades adjudicantes só podem celebrar
integrante. acordos-quadro:
2 — Podem ser candidatos ou concorrentes aos proce- a) Com uma ou várias entidades, quando neles estejam
dimentos referidos no número anterior quaisquer organi- suficientemente especificados todos os aspetos da execução
zações que preencham, de forma cumulativa, os seguintes dos contratos a celebrar ao seu abrigo;
requisitos: b) Com várias entidades, quando neles não estejam
a) Terem por objeto a prossecução de uma missão de totalmente contemplados ou não estejam suficientemente
serviço público ligada à prestação dos serviços a que se especificados os aspetos da execução dos contratos a ce-
refere o número anterior; lebrar ao seu abrigo.
b) Reinvestirem os seus lucros com vista à consecução
do objetivo da organização ou, caso sejam distribuídos 2 — As entidades adjudicantes não podem recorrer à ce-
ou redistribuídos, fazê-lo com base em considerações de lebração de acordos-quadro, em qualquer das modalidades
natureza participativa; referidas no número anterior, de forma abusiva ou de modo
c) Contarem com a participação dos trabalhadores no a impedir, restringir ou falsear a concorrência.
capital social da organização que executa o contrato ou 3 — O caderno de encargos do procedimento relativo
basearem a sua estrutura de gestão em princípios participa- à celebração de acordo-quadro com várias entidades deve
tivos que requerem o envolvimento ativo dos trabalhadores, indicar as regras para os procedimentos a realizar ao abrigo
utilizadores ou partes interessadas; do mesmo, incluindo os critérios objetivos que permiti-
d) Não terem celebrado nos últimos três anos, com a rão selecionar o ou os cocontratantes do acordo-quadro
mesma entidade adjudicante, qualquer contrato abrangido a convidar.
pela presente secção.
Artigo 253.º
3 — Os contratos abrangidos pela presente secção não Procedimento de formação dos acordos-quadro
podem ter um prazo de vigência superior a três anos.
4 — O anúncio ou convite à apresentação de propostas 1 — Em tudo o que não esteja especialmente previsto
deve fazer referência ao presente artigo. no presente capítulo, à escolha do procedimento para a
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2005)

formação de um acordo-quadro e à respetiva tramitação Artigo 256.º-A


são aplicáveis, com as necessárias adaptações, as normas Obtenção de preço mais vantajoso fora do acordo-quadro
previstas no título I, nos capítulos II a XIII do título II e no
título III da parte II do presente Código. 1 — As entidades adjudicantes abrangidas por sistemas
2 — A escolha do procedimento de formação do acordo- de compra vinculada ao abrigo de um acordo-quadro ficam
-quadro nos termos do disposto nos artigos 19.º a 21.º só excecionadas dessa vinculação caso demonstrem que, para
permite a celebração de contratos ao seu abrigo enquanto uma dada aquisição ou locação de bens móveis ou aqui-
o somatório dos respetivos preços contratuais seja inferior sição de serviços, a utilização do acordo-quadro levaria
aos valores correspondentemente aplicáveis nos termos ao pagamento de um preço, por unidade de medida, pelo
do artigo 474.º. menos, 10 % superior ao preço demonstrado pela entidade
adjudicante para objeto com as mesmas características e
3 — A titularidade do alvará ou do certificado de em-
nível de qualidade, nos termos dos números seguintes.
preiteiro de obras públicas para os efeitos do disposto no 2 — Para os efeitos do número anterior, o preço por
n.º 2 do artigo 81.º apenas é relevante para as categorias e unidade de medida do acordo-quadro a considerar é:
as subcategorias, independentemente das respetivas classes.
4 — O programa do procedimento de formação de a) O preço obtido na última aquisição realizada ao seu
acordos-quadro com várias entidades deve indicar o nú- abrigo, nos acordos-quadro correspondentes à modalidade
mero de propostas a adjudicar que não deve ser inferior a prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 252.º; ou
três, salvo quando o número de candidatos qualificados, b) O mais baixo preço indicado pelos fornecedores nos
ou de propostas apresentadas e não excluídas, seja inferior. procedimentos de aquisição ao seu abrigo, nos acordos-
5 — (Revogado.) -quadro correspondentes à modalidade prevista na alínea b)
do n.º 1 do artigo 252.º
Artigo 254.º
3 — A demonstração a que se refere o n.º 1 é feita:
Caução
a) No caso da formação de um contrato de aquisição
1 — A entidade adjudicante pode exigir a cada adju- ou locação de bens móveis ou de aquisição de serviços
dicatário a prestação de uma caução destinada a garantir cujo preço contratual não seja superior a € 5000, mediante
o exato e pontual cumprimento da obrigação prevista no uma fatura pró-forma ou um documento equivalente e
n.º 1 do artigo seguinte. uma declaração da entidade convidada de que o bem ou
2 — À caução referida no número anterior é aplicável serviço tem as mesmas características e nível de qualidade
o disposto nos artigos 90.º e 91.º dos bens ou serviços objeto do acordo-quadro;
b) No caso da formação de um contrato de aquisição ou
Artigo 255.º locação de bens móveis ou de aquisição de serviços cujo
preço contratual não seja superior ao previsto nos termos
Obrigação de celebração de contratos ao abrigo de acordo-quadro da alínea b) do n.º 3 e n.º 5 do artigo 474.º, mediante:
1 — O cocontratante do acordo-quadro obriga-se a i) Declaração da entidade convidada de aceitação do
celebrar contratos nas condições naquele previstas à me- conteúdo do caderno de encargos do acordo-quadro, elabo-
dida que a entidade adjudicante parte no acordo-quadro rada em conformidade com o modelo constante do anexo I
o requeira. ao presente Código;
2 — Salvo disposição em contrário constante do ca- ii) Documento que contenha versão simplificada dos
derno de encargos relativo ao acordo-quadro, as entidades atributos da proposta, de acordo com os quais a entidade
adjudicantes não são obrigadas a celebrar contratos ao convidada se dispõe a contratar, incluindo os aspetos da
seu abrigo. execução do contrato aos quais a entidade adjudicante
pretende que a entidade convidada se vincule;
Artigo 256.º
c) No caso da formação de um contrato de aquisição ou
Prazo máximo de vigência dos acordos-quadro locação de bens móveis ou de aquisição de serviços cujo
1 — O prazo de vigência dos acordos-quadro não pode preço contratual seja superior ao previsto nos termos da alí-
ser superior a quatro anos, incluindo quaisquer prorroga- nea b) do n.º 3 e n.º 5 do artigo 474.º, mediante declaração
ções expressas ou tácitas. da entidade convidada de aceitação do conteúdo do caderno
2 — O caderno de encargos relativo ao acordo-quadro de encargos do acordo-quadro, elaborada em conformidade
com o modelo constante do anexo I ao presente Código.
pode, excecionalmente e com respeito pelo disposto no
n.º 2 do artigo 252.º, fixar um prazo de vigência do acordo-
4 — Nos casos previstos na alínea a) do número anterior
-quadro a celebrar superior a quatro anos, desde que tal se em que a entidade adjudicante demonstre os requisitos do
revele necessário ou conveniente em função da natureza n.º 1, a adjudicação pode ser feita pelo órgão competente
das prestações objeto desse acordo-quadro ou das condi- para a decisão de contratar, diretamente sobre a fatura
ções da sua execução. pró-forma ou documento equivalente apresentado pela
3 — A fixação do prazo de vigência do acordo-quadro entidade convidada.
nos termos do disposto no número anterior deve ser fun- 5 — Nos casos previstos na alínea b) do n.º 3 em que a
damentada. entidade adjudicante demonstre os requisitos do n.º 1, a de-
4 — A extinção do acordo-quadro não tem qualquer claração e os documentos a que aludem as subalíneas i) a ii)
efeito sobre os procedimentos já iniciados ou sobre os da referida alínea equivalem a uma proposta, seguindo-se
contratos celebrados ao abrigo do mesmo. o procedimento subsequente conforme previsto na parte II.
5250-(2006) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

6 — Nos casos previstos na alínea c) em que a entidade 7 — As entidades adjudicantes responsáveis pela cele-
adjudicante demonstre os requisitos do n.º 1, a aquisição bração de acordos-quadro podem disponibilizar sistemas
ou locação de bens ou aquisição de serviços fora do acordo- eletrónicos de apresentação e atualização dos documentos
-quadro segue o procedimento aplicável nos termos da de habilitação dos cocontratantes, permitindo a divulgação
parte II, ficando a entidade convidada vinculada a apre- ou consulta do estado em que os mesmos se encontrem para
sentar proposta no âmbito do procedimento pré-contratual as entidades que celebrem contratos ao abrigo daqueles
correspondente, por preço não superior ao declarado nos acordos-quadro.
termos da referida alínea. 8 — Quando disponibilizado, o sistema eletrónico
7 — Nos acordos-quadro correspondentes à modalidade previsto no número anterior é de uso obrigatório para
prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo 252.º: os cocontratantes do acordo-quadro, sendo dispensada
a) A decisão de contratar ao abrigo do acordo-quadro a habilitação dos adjudicatários sempre que se celebrem
deve ser tomada em simultâneo com a de remeter convite contratos ao abrigo dos mesmos.
à entidade ou às entidades para efeitos do disposto no 9 — A não atualização dos documentos de habilitação
presente artigo; e no sistema eletrónico referido no n.º 7 determina a sus-
b) A apresentação das declarações e dos documentos pensão do acordo-quadro relativamente ao cocontratante
previstos no n.º 3 do presente artigo, nos casos em que em incumprimento.
permita à entidade adjudicante demonstrar os requisitos do 10 — O procedimento por consulta prévia para a for-
n.º 1, determina não haver lugar a adjudicação ao abrigo mação de contratos ao abrigo de acordos-quadro não está
do acordo-quadro, aplicando-se o disposto no n.º 2 do sujeito ao limite previsto no artigo 114.º, nos termos pre-
artigo 79.º vistos no n.º 2 do artigo 259.º
8 — As entidades cocontratantes ao abrigo do acordo- Artigo 258.º
-quadro respetivo não podem apresentar as declarações e
os documentos previstos no n.º 3. Celebração de contratos ao abrigo de acordos-quadro
cujos termos abranjam
todos os seus aspetos submetidos à concorrência
CAPÍTULO II 1 — Deve adotar-se o ajuste direto para a formação de
Celebração de contratos ao abrigo contratos a celebrar ao abrigo de acordos-quadro na mo-
de acordos-quadro dalidade prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 252.º
2 — Quando exista mais do que um cocontratante no
Artigo 257.º acordo-quadro, o adjudicatário é selecionado de acordo
Regras gerais com os critérios objetivos estabelecidos no caderno de
encargos do acordo-quadro, não havendo reabertura da
1 — Só podem celebrar contratos ao abrigo de um concorrência.
acordo-quadro as partes nesse acordo-quadro. 3 — O conteúdo dos contratos a que se refere o n.º 1
2 — Da celebração de contratos ao abrigo de acordos- deve corresponder às condições contratuais estabelecidas
-quadro não podem resultar alterações substanciais das no acordo-quadro, não sendo necessária a elaboração de
condições consagradas nestes últimos. um caderno de encargos.
3 — Quando expressamente previsto no caderno de 4 — Caso tal se revele necessário, a entidade adjudi-
encargos relativo ao acordo-quadro, a entidade adjudicante
cante pode solicitar ao cocontratante do acordo-quadro que
pode atualizar as características dos bens ou dos serviços
pormenorize aspetos constantes da sua proposta.
a adquirir ao abrigo do acordo-quadro, modificando-as ou
substituindo-as por outras, desde que se mantenha o tipo
de prestação e os objetivos das especificações fixadas no Artigo 259.º
procedimento de formação do acordo-quadro e desde que Celebração de contratos ao abrigo de acordos-quadro
tal se justifique em função da ocorrência de inovações cujos termos não abranjam
tecnológicas. todos os seus aspetos submetidos à concorrência
4 — O disposto no n.º 1 não obsta à adesão de novas 1 — Deve adotar-se o procedimento de consulta pré-
entidades adjudicantes, desde que o programa do proce- via para a formação de contratos a celebrar ao abrigo de
dimento ou o convite relativos ao procedimento que deu acordos-quadro na modalidade prevista na alínea b) do
origem à celebração do acordo-quadro tenha indicado tal
n.º 1 do artigo 252.º
possibilidade e tenha identificado, de forma suficiente, de-
2 — O caderno de encargos do acordo-quadro deve
signadamente por recurso a categorias gerais ou delimitação
geográfica, as entidades adjudicantes que poderiam aderir. prever as regras quanto aos cocontratantes a convidar em
5 — A celebração de contratos ao abrigo de acordo- cada procedimento, designadamente em função do lote, se
-quadro pode ser realizada mediante catálogos eletrónicos existente, ou do valor do contrato a celebrar.
desde que tal possibilidade, bem como as regras sobre o seu 3 — Quando o caderno de encargos do acordo-quadro
funcionamento e utilização, seja expressamente prevista preveja que a adjudicação da proposta seja determinada
naquele acordo-quadro. apenas com base no preço ou custo e a aquisição seja
6 — No caso previsto no número anterior, a entidade realizada através de sistemas de informação disponibiliza-
adjudicante pode definir um objeto contratual combinando dos pela própria entidade adjudicante, ficam dispensadas
prestações de diferentes tipos, desde que disponíveis no outras formalidades previstas no presente Código, desig-
catálogo eletrónico, e nos termos do anexo XIV ao presente nadamente a elaboração de relatórios preliminar e final e
Código. audiência prévia.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2007)

4 — A entidade adjudicante deve convidar os cocontra- prestação de serviços, a pedido e em representação das
tantes do acordo-quadro a apresentar propostas circunscritas: entidades adjudicantes;
a) Aos termos do acordo-quadro, concretizando, de- b) Locar ou adquirir bens móveis ou adquirir serviços
senvolvendo ou complementando em virtude das parti- destinados a entidades adjudicantes, nomeadamente por
cularidades da necessidade cuja satisfação se visa com a forma a promover o agrupamento de encomendas;
celebração do contrato; ou c) Celebrar acordos-quadro, designados contratos públi-
b) Aos aspetos da execução do contrato a celebrar sub- cos de aprovisionamento, que tenham por objeto a posterior
metidos à concorrência pelo caderno de encargos do acordo- celebração de contratos de empreitadas de obras públicas
-quadro para os efeitos do procedimento de formação do ou de locação ou de aquisição de bens móveis ou de aqui-
contrato a celebrar ao seu abrigo. sição de serviços;
d) Instituir sistemas de aquisição dinâmicos para utili-
5 — O convite deve indicar o prazo e o modo de apre- zação por parte das entidades adjudicantes pelos mesmos
sentação das propostas, os termos ou os aspetos referidos abrangidos;
no número anterior e o critério de adjudicação de acordo e) Instituir catálogos eletrónicos para utilização por
com as regras para o efeito definidas no caderno de encar- parte das entidades adjudicantes;
gos de formação do acordo-quadro, não sendo necessária f) Adjudicar contratos públicos de prestação de ativi-
a elaboração de um caderno de encargos. dades auxiliares de aquisição, que consistam no apoio às
6 — O convite pode ainda prever a realização de leilão atividades de aquisição.
eletrónico, aplicando-se, com as necessárias adaptações,
os artigos 140.º a 145.º 2 — Para os efeitos do exercício das atividades previstas
7 — Sempre que o critério de adjudicação adotado em no número anterior, as centrais de compras estão sujeitas
função do disposto no caderno de encargos do acordo- às disposições do presente Código.
-quadro seja o da proposta economicamente mais van- 3 — (Revogado.)
tajosa, na modalidade prevista na alínea a) do n.º 1 do
artigo 74.º, é ainda aplicável o disposto no artigo 139.º Artigo 262.º
Âmbito subjetivo das centrais de compras
TÍTULO VI 1 — São abrangidas pela contratação centralizada a
Centrais de compras efetuar por cada central de compras as entidades previstas
no diploma que regula o seu funcionamento.
2 — As entidades não abrangidas pela contratação cen-
CAPÍTULO I tralizada a efetuar por uma determinada central de compras
Disposições gerais podem dela beneficiar, para a aquisição da totalidade ou
de apenas algumas categorias de obras, de bens móveis ou
Artigo 260.º de serviços, nos termos previstos no diploma que regula o
funcionamento da mesma.
Centrais de compras
1 — As entidades adjudicantes referidas nos n.os 1 e 2 CAPÍTULO II
do artigo 2.º podem constituir centrais de compras para
centralizar a contratação de empreitadas de obras públicas, Acordos-quadro celebrados por centrais de compras
de locação e de aquisição de bens móveis e de aquisição
de serviços. Artigo 263.º
2 — As entidades adjudicantes referidas no número
anterior podem ainda constituir centrais de compras exclu- Admissibilidade da celebração de acordos-quadro
por centrais de compras
sivamente destinadas a um determinado setor de atividade.
3 — A constituição, a estrutura orgânica e o funcio- 1 — As centrais de compras podem celebrar acordos-
namento das centrais de compras regem-se por diploma -quadro, em qualquer das modalidades previstas no ar-
próprio. tigo 252.º, que tenham por objeto a futura celebração de
4 — As entidades adjudicantes nacionais podem recor- contratos de empreitada de obras públicas, de locação ou
rer a atividades de compras centralizadas oferecidas por de aquisição de bens móveis ou de aquisição serviços.
centrais de compras situadas noutros Estados da União 2 — Salvo nos casos especialmente previstos na lei, sem-
Europeia sempre que estas ofereçam condições mais van- pre que as entidades adjudicantes referidas nas alíneas a)
tajosas do que as oferecidas pelas centrais de compras e d) do n.º 1 do artigo 2.º se encontrem abrangidas pela
previstas no n.º 1. contratação centralizada a efetuar por uma central de com-
5 — Os contratos celebrados pelas centrais de compras pras, os acordos-quadro em qualquer das modalidades
situadas noutros Estados da União Europeia regem-se pelas previstas no artigo 252.º devem ser celebrados por essa
disposições nacionais do respetivo Estado. central de compras.
Artigo 261.º Artigo 264.º
Principais atividades das centrais de compras
Remissão
1 — As centrais de compras destinam-se a: Em tudo o que não se encontrar especificamente re-
a) Adjudicar propostas de execução de empreitadas gulado no presente capítulo, aos contratos públicos de
de obras públicas, de fornecimento de bens móveis e de aprovisionamento, bem como aos contratos celebrados
5250-(2008) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

ao seu abrigo, é aplicável o disposto nos capítulos I e II quaisquer contratos públicos, os dirigentes máximos dos
do título V. serviços aos quais os móveis estejam afetos.
3 — A disponibilização é publicitada durante pelo me-
Artigo 265.º nos cinco dias no portal dos contratos públicos.
4 — No caso de obras de arte, objetos com interesse
Procedimento de formação dos contratos
públicos de aprovisionamento histórico, de coleção e antiguidades, entre outros, não
abrangidos pela alínea b) do n.º 3 do artigo anterior, deve a
1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 24.º a 29.º, sua disponibilização ser comunicada ao serviço competente
para a formação dos contratos públicos de aprovisiona- da área da cultura.
mento deve ser adotado o procedimento de concurso pú- 5 — Em caso de falta de manifestações de interesse por
blico ou de concurso limitado por prévia qualificação. parte de outras entidades na sequência da publicitação pre-
2 — O anúncio do concurso público ou do concurso vista no n.º 3 ou de qualquer outro contacto que a entidade
limitado por prévia qualificação para a formação de con- adjudicante entenda adequado fazer, pode ser promovida
tratos públicos de aprovisionamento deve ser sempre pu- a alienação nos termos dos artigos seguintes.
blicado no Jornal Oficial da União Europeia.
Artigo 266.º-C
Artigo 266.º
Alienação
Prazo máximo de vigência dos contratos
públicos de aprovisionamento 1 — A alienação é precedida de avaliação, que pode
ser solicitada a outras entidades ou serviços públicos com
O prazo de vigência dos contratos públicos de aprovi- conhecimentos adequados para o efeito, nos termos do
sionamento não pode ser superior a quatro anos. artigo 66.º do Código do Procedimento Administrativo.
2 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes,
a alienação dos bens considerados disponíveis faz-se em
TÍTULO VI-A hasta pública, com publicação de anúncio no Diário da
Alienação de bens móveis República, e cujos trâmites e condições, designadamente
a base de licitação, são fixados pela entidade alienante.
Artigo 266.º-A 3 — A alienação pode realizar-se por negociação direta
com pessoa determinada:
Âmbito
a) Quando o adquirente for uma entidade adjudicante;
1 — O presente título estabelece o regime da alienação b) Quando o valor do bem ou do conjunto de bens a
dos bens móveis das entidades adjudicantes referidas no alienar seja inferior a € 30 000;
n.º 1 do artigo 2.º c) Quando fosse possível recorrer ao ajuste direto por
2 — Para os efeitos do presente título entende-se por fundamentos materiais, designadamente por motivos de
alienação qualquer forma de transmissão definitiva ou urgência imperiosa ou deserção de anterior hasta pública.
temporária da propriedade ou do gozo de bens móveis,
incluindo a locação e o comodato. 4 — Por razões de interesse público devidamente fun-
3 — Não são abrangidos pelo presente título: damentadas e, no caso das entidades ou serviços da ad-
a) Os bens que integrem o património financeiro do ministração direta e indireta do Estado, mediante parecer
Estado; favorável da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, pode
b) Os bens culturais móveis integrantes do património ser autorizada pelos dirigentes máximos dos serviços a
cultural, nos termos da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro; alienação a título gratuito.
c) Os bens móveis do Estado abrangidos pelo Regula- 5 — É dispensado o parecer referido no número an-
mento das Alfândegas, aprovado pelo Decreto n.º 31 730, terior quando o adquirente for uma entidade adjudicante
de 15 de dezembro de 1941; referida no n.º 1 do artigo 2.º, uma instituição particular de
d) Os bens móveis afetos às Forças Armadas e que solidariedade social ou uma pessoa coletiva de utilidade
revistam a natureza de material militar; pública administrativa.
e) Os veículos automóveis e motociclos. 6 — Salvo disposição legal em contrário, no caso de
entidades adjudicantes da administração direta do Estado,
4 — O inventário e o cadastro dos bens móveis são 25 % do produto da alienação dos bens constitui receita do
regidos por diploma próprio. serviço alienante, sendo o restante entregue nos cofres do
Estado após deduzidos os encargos de alienação.
Artigo 266.º-B
Disponibilização TÍTULO VII
1 — Os bens móveis de que os serviços não careçam Garantias administrativas
para o exercício das suas competências são disponibili-
zados, com vista à sua reafetação a outros serviços ou à Artigo 267.º
sua alienação.
Direito aplicável
2 — São competentes para determinar a disponibiliza-
ção prevista no número anterior, bem como para ordenar 1 — As impugnações administrativas das decisões re-
a destruição ou remoção dos bens que se mostrem insus- lativas à formação dos contratos públicos regem-se pelo
cetíveis de reutilização e, ainda, para autorizar a entrega disposto no presente título e, subsidiariamente, pelo dis-
de bens disponibilizados por conta do preço a pagar em posto no Código do Procedimento Administrativo.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2009)

2 — Os prazos previstos no presente título contam-se Artigo 274.º


nos termos do disposto no artigo 87.º do Código do Pro- Decisão
cedimento Administrativo e não lhes é aplicável, em caso
algum, o artigo 88.º do mesmo código. 1 — As impugnações administrativas são decididas no
prazo de cinco dias a contar da data da sua apresentação,
Artigo 268.º equivalendo o silêncio à rejeição das mesmas.
2 — Quando haja lugar a audiência dos contrainteres-
Natureza
sados nos termos do disposto no artigo anterior, o prazo
As impugnações administrativas são facultativas. para a decisão da impugnação administrativa conta-se do
termo do prazo fixado para aquela audiência.
Artigo 269.º
Decisões impugnáveis TÍTULO VIII
1 — São suscetíveis de impugnação administrativa
quaisquer decisões administrativas ou outras àquelas Extensão do âmbito de aplicação
equiparadas proferidas no âmbito de um procedimento
de formação de um contrato público. Artigo 275.º
2 — As peças do procedimento são também suscetíveis Contratos subsidiados
de impugnação administrativa.
1 — A parte II aplica-se igualmente à formação de con-
Artigo 270.º tratos celebrados por entidades não previstas no artigo 2.º
e no artigo 7.º, nos seguintes termos:
Prazo de impugnação
a) Contratos de empreitada de obras subsidiados direta-
Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 138.º e no mente em mais de 50 % do respetivo preço contratual por
n.º 3 do artigo 177.º, as impugnações administrativas de entidades adjudicantes, sendo o referido preço contratual
quaisquer decisões administrativas ou de outras àquelas igual ou superior ao limiar previsto na alínea a) do n.º 3 do
equiparadas relativas à formação de um contrato público artigo 474.º, caso envolvam uma das seguintes atividades:
devem ser apresentadas no prazo de cinco dias a contar
da respetiva notificação. i) Atividades de construção civil enumeradas no anexo XI
ao presente Código, do qual faz parte integrante;
Artigo 271.º ii) Obras de construção de hospitais, instalações des-
portivas, recreativas e de ocupação de tempos livres, es-
Apresentação da impugnação tabelecimentos escolares e universitários e edifícios para
1 — O interessado deve expor, na reclamação ou no uso administrativo;
requerimento de interposição do recurso, todos os funda-
mentos da impugnação, podendo juntar os documentos b) Contratos de serviços subsidiados diretamente em
que considere convenientes. mais de 50 % do respetivo preço contratual por entidades
2 — O recurso administrativo das deliberações do júri adjudicantes, sendo o referido preço igual ou superior
deve ser interposto para o órgão competente, por lei ou aos limiares previstos nas alíneas b) e c) do n.º 3 do ar-
por delegação, para a decisão de contratar. tigo 474.º, quando estejam associados a um contrato de
empreitada de obras na aceção da alínea anterior.
Artigo 272.º
2 — As entidades adjudicantes que concedem os sub-
Efeitos da impugnação sídios referidos no número anterior são responsáveis por
1 — A apresentação de quaisquer impugnações admi- assegurar o cumprimento das normas do presente Código,
nistrativas não suspende a realização das operações sub- quando não forem elas próprias a celebrar os contratos
sequentes do procedimento em causa. subsidiados ou quando celebrarem esses contratos em
2 — Enquanto as impugnações administrativas não nome e por conta de outras entidades.
forem decididas ou não tiver decorrido o prazo para a 3 — Fica excecionada do disposto no n.º 1 a formação
respetiva decisão, não se pode proceder: de contratos celebrados por entidades não previstas no ar-
tigo 2.º e no artigo 7.º, que sejam financiados com recurso
a) À decisão de qualificação; a subsídios sujeitos a reembolso integral.
b) Ao início da fase de negociação; 4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, à for-
c) À decisão de adjudicação. mação dos contratos aí previstos aplicam-se os princípios
gerais da contratação pública, em especial, da concorrência,
Artigo 273.º da imparcialidade, da igualdade, da boa administração,
Audiência dos contrainteressados da transparência, da legalidade, da proporcionalidade, da
boa-fé e da publicidade.
Quando a impugnação administrativa tiver por objeto
a decisão de qualificação, a decisão de adjudicação ou a Artigo 276.º
rejeição de impugnação administrativa de qualquer dessas
decisões, o órgão competente para dela conhecer deve, Contratos a celebrar por concessionários de obras públicas
que não sejam entidades adjudicantes
nos dois dias seguintes à respetiva apresentação, notifi-
car os candidatos ou os concorrentes para, querendo, se 1 — A intenção de celebrar contratos de empreitada de
pronunciarem no prazo de cinco dias, sobre o pedido e os obras públicas cujo preço contratual seja igual ou superior
seus fundamentos. ao valor referido na alínea a) do n.º 3 do artigo 474.º, por
5250-(2010) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

parte de concessionários de obras públicas que não sejam PARTE III


entidades adjudicantes, deve ser publicitada no Diário da
Regime substantivo dos contratos
República através de anúncio conforme modelo aprovado
administrativos
por portaria dos membros do Governo responsáveis pela
edição do Diário da República e pelas áreas das finanças
e das obras públicas. TÍTULO I
2 — Deve ainda ser publicado no Jornal Oficial da
União Europeia um anúncio da intenção referida no n.º 1,
Regime substantivo dos contratos administrativos
conforme modelo constante do anexo XXI do Regulamento
de Execução (UE) n.º 2015/1986, da Comissão, de 11 de CAPÍTULO I
novembro de 2015. Disposições gerais
3 — Aos anúncios previstos nos números anteriores é
aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto nos Artigo 278.º
n.os 4 e 7 do artigo 131.º
Utilização do contrato administrativo
4 — Os anúncios previstos nos n.os 1 e 2 não têm de ser
publicados quando: Na prossecução das suas atribuições ou dos seus fins, os
contraentes públicos podem celebrar quaisquer contratos
a) Se verificar alguma das situações previstas nos ar- administrativos, salvo se outra coisa resultar da lei ou da
tigos 24.º ou 25.º; natureza das relações a estabelecer.
b) O adjudicatário seja uma empresa associada do con-
cessionário de obras públicas, nos termos do disposto no Artigo 279.º
artigo 14.º; Contrato como fonte da relação jurídica administrativa
c) O adjudicatário seja membro do agrupamento que
apresentou a proposta adjudicada no procedimento de Sem prejuízo do disposto no presente título em matéria
formação do contrato de concessão ou uma empresa asso- de conformação da relação contratual, esta rege-se pelas
cláusulas e pelos demais elementos integrantes do contrato
ciada a qualquer dos seus membros nos termos do disposto que sejam conformes com a Constituição e a lei.
no artigo 14.º
Artigo 280.º
5 — Para efeitos da formação dos contratos de emprei-
Direito aplicável
tada de obras públicas referidos no n.º 1, o concessionário
não pode fixar um prazo para a apresentação de candidatu- 1 — A parte III aplica-se aos contratos sujeitos à parte II
ras inferior a 37 dias a contar da data do envio do anúncio que configurem relações jurídicas contratuais administra-
referido no n.º 2, nem um prazo para a apresentação das tivas, entendidas, para efeitos do presente Código e sem
propostas inferior a 40 dias a contar daquela mesma data prejuízo do disposto em lei especial, como o acordo de von-
ou do convite à apresentação de propostas. tades, independentemente da sua forma ou designação, em
que pelo menos uma das partes seja um contraente público
6 — Aos prazos mínimos previstos no número anterior e que se integre em qualquer uma das seguintes categorias:
são aplicáveis as reduções previstas no n.º 3 do artigo 136.º
e no n.º 3 do artigo 174.º, consoante o caso. a) Contratos que, por força do presente Código, da lei ou
7 — Quando, por qualquer motivo, as peças do proce- da vontade das partes, sejam qualificados como contratos
administrativos ou submetidos a um regime substantivo
dimento não sejam disponibilizadas no prazo máximo de
de direito público;
três dias a contar da data da sua solicitação, o prazo fixado b) Contratos com objeto passível de ato administrativo
para a apresentação das candidaturas ou das propostas deve e demais contratos sobre o exercício de poderes públicos;
ser prorrogado, a pedido dos interessados, por período, no c) Contratos que confiram ao cocontratante direitos
mínimo, equivalente ao do atraso verificado. especiais sobre coisas públicas ou o exercício de funções
dos órgãos do contraente público;
Artigo 277.º d) Contratos que a lei submeta, ou que admita que sejam
submetidos, a um procedimento de formação regulado por
Contratos a celebrar por entidades beneficiárias
normas de direito público e em que a prestação do cocon-
de direitos especiais ou exclusivos
no exercício de atividades de serviço público
tratante possa condicionar ou substituir, de forma relevante,
a realização das atribuições do contraente público.
1 — Na formação de contratos de locação ou de aquisi-
ção de bens móveis por entidades não referidas no artigo 2.º 2 — As demais relações contratuais administrativas,
ou no n.º 1 do artigo 7.º às quais tenham sido atribuídos incluindo as estabelecidas entre contraentes públicos, são
direitos especiais ou exclusivos no exercício de atividades regidas pela legislação especialmente aplicável, sem preju-
de serviço público por uma das entidades adjudicantes ízo da aplicação subsidiária do regime da parte III, quando
os tipos dos contratos não afastem as razões justificativas
neles referidas, devem aquelas respeitar o princípio da não da disciplina em causa.
discriminação em razão da nacionalidade. 3 — As disposições do presente capítulo que têm por ob-
2 — No ato de atribuição dos direitos especiais ou ex- jetivo a defesa dos princípios gerais da contratação pública
clusivos, as entidades adjudicantes devem mencionar a e dos princípios da concorrência e da igualdade de trata-
obrigação prevista no número anterior. mento e não-discriminação, e em concreto as disposições
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2011)

relativas aos regimes de invalidade, limites à modificação CAPÍTULO II


objetiva, cessão da posição contratual e subcontratação
são aplicáveis, com as devidas adaptações, aos contratos Invalidade do contrato
sujeitos à parte II, ainda que estes não configurem relações
jurídicas contratuais administrativas. Artigo 283.º
4 — Em tudo quanto não estiver regulado no presente Invalidade consequente de atos procedimentais inválidos
Código, na demais legislação administrativa ou em lei espe-
cial, e não seja suficientemente disciplinado por aplicação 1 — Os contratos são nulos se a nulidade do ato proce-
dos princípios gerais de direito administrativo, é subsidia- dimental em tenha assentado a sua celebração tenha sido
judicialmente declarada ou possa ainda sê-lo.
riamente aplicável às relações jurídicas contratuais admi-
2 — Os contratos são anuláveis se tiverem sido anula-
nistrativas, com as necessárias adaptações, o direito civil.
dos ou se forem anuláveis os atos procedimentais em que
tenha assentado a sua celebração, devendo demonstrar-se
Artigo 281.º que o vício é causa adequada e suficiente da invalidade do
Proporcionalidade e conexão material das prestações contratuais contrato, designadamente por implicar uma modificação
subjetiva do contrato celebrado ou uma alteração do seu
O contraente público não pode assumir direitos ou obri- conteúdo essencial.
gações manifestamente desproporcionados ou que não 3 — (Revogado.)
tenham uma conexão material direta com o fim do contrato. 4 — O efeito anulatório previsto no n.º 2 pode ser afas-
tado por decisão judicial ou arbitral, quando, ponderados
Artigo 282.º os interesses públicos e privados em presença e a gravi-
Reposição do equilíbrio financeiro do contrato dade da ofensa geradora do vício do ato procedimental em
causa, a anulação do contrato se revele desproporcionada
1 — Há lugar à reposição do equilíbrio financeiro ape- ou contrária à boa-fé.
nas nos casos especialmente previstos na lei ou, a título
excecional, no próprio contrato. Artigo 283.º-A
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o
cocontratante só tem direito à reposição do equilíbrio fi- (Revogado.)
nanceiro quando, tendo em conta a repartição do risco
entre as partes, o facto invocado como fundamento desse Artigo 284.º
direito altere os pressupostos nos quais o cocontratante Invalidade própria do contrato
determinou o valor das prestações a que se obrigou, desde
que o contraente público conhecesse ou não devesse igno- 1 — Os contratos celebrados com ofensa de princípios
rar esses pressupostos. ou normas injuntivas são anuláveis.
3 — A reposição do equilíbrio financeiro produz os seus 2 — Os contratos são nulos quando se verifique algum
efeitos desde a data da ocorrência do facto que alterou os dos fundamentos previstos no presente Código, no ar-
pressupostos referidos no número anterior, sendo efetuada, tigo 161.º do Código do Procedimento Administrativo ou
na falta de estipulação contratual, designadamente, através em lei especial, designadamente:
da prorrogação do prazo de execução das prestações ou de a) Os contratos celebrados com alteração dos elementos
vigência do contrato, da revisão de preços ou da assunção, essenciais do caderno de encargos e da proposta adjudicada
por parte do contraente público, do dever de prestar à con- que devessem constar do respetivo clausulado;
traparte o valor correspondente ao decréscimo das receitas b) Os contratos celebrados com aposição de cláusulas
esperadas ou ao agravamento dos encargos previstos com de modificação que violem o regime previsto no presente
a execução do contrato. Código quanto aos respetivos limites.
4 — A reposição do equilíbrio financeiro efetuada nos
termos do presente artigo é, relativamente ao evento que 3 — São ainda aplicáveis aos contratos públicos as dispo-
lhe deu origem, única, completa e final para todo o pe- sições do Código Civil relativas à falta e vícios da vontade.
ríodo do contrato, sem prejuízo de tal reposição poder
ser parcialmente diferida em relação a quaisquer efeitos Artigo 285.º
específicos do evento em causa que, pela sua natureza,
não sejam suscetíveis de uma razoável avaliação imediata Regime de invalidade
ou sobre cuja existência, incidência ou quantificação não 1 — Aos contratos com objeto passível de ato admi-
exista concordância entre as partes. nistrativo e outros contratos sobre o exercício de poderes
5 — Na falta de estipulação contratual, o valor da re- públicos é aplicável o regime de invalidade previsto para
posição do equilíbrio financeiro corresponde ao neces- o ato administrativo.
sário para repor a proporção financeira em que assentou 2 — Aos demais contratos públicos aplica-se o regime
inicialmente o contrato e é calculado em função do valor de invalidade do presente Código e o previsto na legislação
das prestações a que as partes se obrigaram e dos efeitos administrativa.
resultantes do facto gerador do direito à reposição no valor 3 — Todos os contratos públicos são suscetíveis de
dessas mesmas prestações. redução e conversão, nos termos do disposto nos arti-
6 — A reposição do equilíbrio financeiro não pode gos 292.º e 293.º do Código Civil, independentemente do
colocar qualquer das partes em situação mais favorável respetivo desvalor jurídico.
que a que resultava do equilíbrio financeiro inicialmente 4 — Caso não seja possível a redução ou a conversão do
estabelecido, não podendo cobrir eventuais perdas que contrato e o efeito anulatório se revele desproporcionado
já decorriam desse equilíbrio ou eram inerentes ao risco ou contrário à boa-fé, pode este ser afastado por decisão
próprio do contrato. judicial ou arbitral, ponderados os interesses público e
5250-(2012) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

privado em presença e a gravidade do vício do contrato 7 — A ineficácia prevista no n.º 1 pode ser afastada com
em causa. os fundamentos previstos no n.º 4 do artigo 283.º, devendo
a decisão judicial ou arbitral obrigatoriamente determinar
uma das seguintes sanções alternativas:
CAPÍTULO III
a) Redução da duração do contrato; ou
Execução do contrato b) Sanção pecuniária de montante inferior ou igual ao
preço contratual.
Artigo 286.º
Princípios fundamentais 8 — A decisão referida no número anterior não pode
afastar a ineficácia com base na ponderação do interesse
O contrato constitui, para o contraente público e para o económico diretamente relacionado com o contrato em
cocontratante, situações subjetivas ativas e passivas que causa, quando tal interesse assente, designadamente, nos
devem ser exercidas e cumpridas de boa-fé e em conformi- custos resultantes de atraso na execução do contrato, de
dade com os ditames do interesse público, nos termos da lei. abertura de um novo procedimento de formação do con-
trato, de mudança do cocontratante ou de obrigações legais
Artigo 287.º resultantes da ineficácia.
Eficácia do contrato
Artigo 288.º
1 — A plena eficácia do contrato depende da emis-
Execução pessoal
são dos atos de aprovação, de visto, de publicidade, ou
de outros atos integrativos de eficácia exigidos por lei, Sem prejuízo do disposto em matéria de cessão da po-
quer em relação ao próprio contrato, quer ao tipo de ato sição contratual e de subcontratação, incumbe ao cocon-
administrativo que o mesmo eventualmente substitua, no tratante a exata e pontual execução das prestações contra-
caso de se tratar de contrato com objeto passível de ato tuais, em cumprimento do convencionado, não podendo
administrativo. este transmitir a terceiros as responsabilidades assumidas
2 — As partes podem atribuir eficácia retroativa ao perante o contraente público.
contrato quando razões de interesse público o justifiquem,
desde que a produção antecipada de efeitos: Artigo 289.º
a) Não seja proibida por lei; Colaboração recíproca
b) Não lese direitos e interesses legalmente protegidos As partes estão vinculadas pelo dever de colaboração
de terceiros; e mútua, designadamente no tocante à prestação recíproca
c) Não impeça, restrinja ou falseie a concorrência ga- de informações necessárias à boa execução do contrato.
rantida pelo disposto no presente Código relativamente à
de formação do contrato. Artigo 290.º
3 — O contrato que constitui situações subjetivas pas- Informação e sigilo
sivas para terceiros ou do qual resultem efeitos modifica- 1 — O cocontratante deve prestar ao contraente público
tivos, impeditivos ou extintivos de direitos de terceiros só todas as informações que este lhe solicitar e que sejam ne-
se torna eficaz nessa parte mediante consentimento dos cessárias à fiscalização do modo de execução do contrato,
titulares dos direitos ou obrigações visados. devendo o contraente público satisfazer os pedidos de
4 — Excetuam-se do disposto no número anterior as informação formulados pelo cocontratante e que respeitem
cláusulas contratuais de efeito normativo, cuja eficácia a elementos técnicos na sua posse cujo conhecimento se
depende de publicidade conferida segundo as formalidades mostre necessário à execução do contrato.
aplicáveis aos regulamentos do contraente público. 2 — Salvo quando, por força do contrato, caiba ao
5 — São ineficazes os contratos celebrados: cocontratante o exercício de poderes públicos, compete
a) Na sequência de um procedimento de formação exclusivamente ao contraente público a satisfação do di-
de contrato sem publicação prévia de anúncio do respe- reito à informação por parte de particulares sobre o teor do
tivo procedimento no Jornal Oficial da União Europeia, contrato e quaisquer aspetos da respetiva execução.
quando exigível; 3 — O contraente público e o cocontratante guardam
b) Antes de decorrido, quando aplicável, o prazo de sigilo sobre quaisquer matérias sujeitas a segredo nos ter-
suspensão previsto no n.º 3 do artigo 95.º ou na alínea a) mos da lei às quais tenham acesso por força da execução
do n.º 1 do artigo 104.º, conforme o caso. do contrato.

6 — A ineficácia de um contrato com fundamento na Artigo 290.º-A


alínea a) do número anterior não se verifica quando, cumu- Gestor do contrato
lativamente:
1 — O contraente público deve designar um gestor do
a) O procedimento de formação do contrato tenha sido contrato, com a função de acompanhar permanentemente
escolhido em função de um critério material previsto nos a execução deste.
artigos 24.º a 27.º; 2 — Quando se trate de contratos com especiais ca-
b) Tenha sido publicado o anúncio voluntário de trans- racterísticas de complexidade técnica ou financeira ou de
parência previsto no artigo 78.º-A; duração superior a três anos, e sem prejuízo das funções
c) A outorga do contrato não tenha ocorrido antes de que sejam definidas por cada contraente público, o gestor
decorridos 10 dias após a data da referida publicação. deve elaborar indicadores de execução quantitativos e qua-
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2013)

litativos adequados a cada tipo de contrato, que permitam, Artigo 293.º


entre outros aspetos, medir os níveis de desempenho do Garantia suplementar dos adiantamentos
cocontratante, a execução financeira, técnica e material
do contrato. Nos contratos que envolvam a afetação de bens móveis
3 — Caso o gestor detete desvios, defeitos ou outras à atividade do cocontratante e em que haja adiantamentos
anomalias na execução do contrato, deve comunicá-los de preço por virtude de tal afetação, para além de outras
de imediato ao órgão competente, propondo em relatório garantias que sejam devidas, o contraente público goza
fundamentado as medidas corretivas que, em cada caso, de privilégio mobiliário especial, graduado em primeiro
se revelem adequadas. lugar, sobre os bens a que digam respeito os adiantamentos
concedidos, não podendo o cocontratante aliená-los, onerá-
4 — Ao gestor do contrato podem ser delegados pode-
-los ou desafetá-los da atividade de execução do contrato
res para a adoção das medidas a que se refere o número sem prévio consentimento escrito daquele.
anterior, exceto em matéria de modificação e cessação do
contrato. Artigo 294.º
Artigo 291.º Substituição da caução

Proteção do cocontratante pelo contraente público 1 — A requerimento do cocontratante, o contraente pú-


blico pode autorizar a substituição da caução que tenha
O contraente público deve exercer as respetivas com- sido prestada desde que fiquem salvaguardados os paga-
petências de autoridade a fim de reprimir ou prevenir a mentos já efetuados, sendo aplicável, com as necessárias
violação por terceiros de vínculos jurídico-administrativos adaptações, o disposto no artigo 90.º
de que resulte a impossibilidade ou grave dificuldade da 2 — Da substituição a que se refere o número anterior
boa execução do contrato pelo cocontratante e da obtenção não pode resultar a diminuição das garantias do contraente
por este das receitas a que tenha direito. público.

Artigo 292.º Artigo 295.º


Adiantamentos de preço Liberação da caução

1 — No caso de contratos que impliquem o pagamento 1 — O regime de liberação das cauções prestadas pelo
de um preço pelo contraente público, este pode efetuar cocontratante deve ser estabelecido no contrato, não po-
adiantamentos de preço por conta de prestações a realizar dendo as partes acordar em regime diverso durante a fase
ou de atos preparatórios ou acessórios das mesmas quando: de execução contratual, salvo havendo fundamento de
modificação do contrato que justifique uma alteração do
a) O valor dos adiantamentos não seja superior a 30 do regime de liberação das cauções e desde que sejam respei-
preço contratual; e tados os limites previstos no presente Código.
b) Seja prestada caução de valor igual ou superior aos 2 — A caução para garantia de adiantamentos de preço
adiantamentos efetuados, sendo aplicável, com as neces- é progressivamente liberada à medida que forem presta-
sárias adaptações, o disposto nos artigos 88.º e 90.º dos ou entregues os bens ou serviços correspondentes
ao pagamento adiantado que tenha sido efetuado pelo
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, no contraente público.
caso de a despesa inerente ao contrato se realizar em mais 3 — Nos contratos em que não haja obrigações de cor-
de um ano económico, o contraente público só pode efe- reção de defeitos pelo cocontratante, designadamente obri-
tuar adiantamentos de preço quando, até ao final do ano gações de garantia, o contraente público deve promover a
económico no qual são efetuados os adiantamentos, sejam liberação integral da caução destinada a garantir o exato e
pontual cumprimento das obrigações contratuais no prazo
realizadas prestações ou praticados atos preparatórios ou
de 30 dias após o cumprimento de todas as obrigações do
acessórios das mesmas de montante igual ou superior aos cocontratante.
valores adiantados. 4 — Nos contratos em que haja obrigações de correção
3 — Em casos excecionais, podem ser efetuados adian- de defeitos pelo cocontratante, designadamente obrigações
tamentos sem que estejam reunidas as condições previstas de garantia, sujeitas a um prazo igual ou inferior a dois
nos números anteriores, mediante decisão fundamentada do anos, o contraente público deve promover a liberação inte-
órgão competente para autorizar a correspondente despesa. gral da caução destinada a garantir o exato e pontual cum-
4 — Em qualquer caso, só são admitidos adiantamentos primento das obrigações contratuais no prazo de 30 dias
contratualmente previstos, não podendo as partes, durante após o termo do respetivo prazo.
a fase de execução contratual, acordar em regime de pa- 5 — Nos contratos referidos no número anterior em que
gamentos que implique a realização de adiantamentos o prazo aí referido das obrigações de correção de defeitos
inicialmente não previstos, salvo havendo fundamento de seja superior a dois anos, o contraente público promove a
modificação do contrato que justifique uma alteração de tal liberação da caução destinada a garantir o exato e pontual
regime e desde que sejam respeitados os limites previstos cumprimento das obrigações contratuais, nos seguintes
no presente Código. termos:
5 — Na falta de estipulação contratual, os adiantamentos a) No final do primeiro ano, 30 % do valor da caução;
são imputados aos pagamentos contratualmente previstos. b) No final do segundo ano, 30 % do valor da caução;
6 — Os termos concretos da imputação a que se refere c) No final do terceiro ano, 15 % do valor da caução;
o número anterior, incluindo a aplicação das fórmulas que d) No final do quarto ano, 15 % do valor da caução;
sejam julgadas relevantes, devem ser fixados no contrato. e) No final do quinto ano, os 10 % restantes.
5250-(2014) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

6 — (Revogado.) Artigo 298.º


7 — Nos contratos sujeitos, nos termos do disposto
Recomeço da execução
no n.º 2 do artigo 397.º, a diferentes prazos de garantia
e, consequentemente, a receções provisórias e definitivas 1 — A execução das prestações que constituem objeto
parciais, a liberação parcial da caução, nos termos do dis- do contrato recomeça logo que cessem as causas que de-
posto nos números anteriores, é promovida na proporção do terminaram a suspensão, devendo o contraente público
valor respeitante a cada um dos conjuntos de elementos que notificar por escrito o cocontratante para o efeito.
compõem a obra, designadamente estruturais, construtivos 2 — A suspensão, total ou parcial, da execução das
não estruturais ou instalações técnicas e equipamentos. prestações objeto do contrato determina a prorrogação
8 — A liberação da caução prevista nos n.os 4 a 7 depende do prazo de execução das mesmas por período igual ao
da inexistência de defeitos da prestação do cocontratante ou prazo inicialmente fixado no contrato para a sua execução,
da correção daqueles que hajam sido detetados até ao mo- acrescido do prazo estritamente necessário à organização
mento da liberação, sem prejuízo de o contraente público de meios e execução de trabalhos preparatórios ou aces-
poder decidir diferentemente, designadamente por consi- sórios com vista ao recomeço da execução.
derar que os defeitos identificados e não corrigidos são 3 — Na determinação do prazo acrescido a que se refere
de pequena importância e não justificam a não liberação. a segunda parte do número anterior devem ser considerados
9 — Decorrido o prazo previsto nos números anteriores o objeto contratual em causa, as necessidades de mobili-
para a liberação da caução sem que esta tenha ocorrido, o zação de meios humanos e materiais do cocontratante e a
cocontratante pode notificar o contraente público para que duração do período de suspensão.
este cumpra a obrigação de liberação da caução, ficando 4 — A prorrogação prevista no n.º 2 não aproveita à
autorizado a promovê-la, a título parcial ou integral, se,
parte a quem seja imputável o facto gerador da suspensão.
15 dias após a notificação, o contraente público não tiver
dado cumprimento à referida obrigação.
10 — A mora na liberação, total ou parcial, da caução Artigo 299.º
confere ao cocontratante o direito de indemnização, de- Prazo de pagamento
signadamente pelos custos adicionais por este incorridos
com a manutenção da caução prestada por período superior 1 — Sempre que do contrato não conste data ou prazo
ao que seria devido. de pagamento, a obrigação pecuniária vence-se, sem ne-
cessidade de novo aviso:
Artigo 296.º a) 30 dias após a data em que o contraente público tiver
Execução da caução recebido a fatura ou documento equivalente;
b) 30 dias após a data de receção efetiva dos bens ou da
1 — As cauções prestadas pelo cocontratante podem prestação dos serviços quando a data de receção da fatura
ser executadas pelo contraente público, sem necessidade ou de documento equivalente seja incerta;
de prévia decisão judicial ou arbitral, para satisfação de c) 30 dias após a data de receção efetiva dos bens ou da
quaisquer importâncias que se mostrem devidas por força prestação dos serviços quando o contraente público receba
do não cumprimento por aquele das obrigações legais ou a fatura ou documento equivalente antes do fornecimento
contratuais, designadamente as seguintes: dos bens ou da prestação dos serviços;
a) Sanções pecuniárias aplicadas nos termos previstos d) 30 dias após a data de aceitação ou verificação
no contrato; quando esteja previsto um processo mediante o qual deva
b) Prejuízos incorridos pelo contraente público, por ser determinada a conformidade dos bens ou serviços e o
força do incumprimento do contrato; contraente público receba a fatura ou documento equiva-
c) Importâncias fixadas no contrato a título de cláusulas lente em data anterior.
penais.
2 — O período máximo de duração do procedimento de
2 — A execução parcial ou total de caução prestada pelo aceitação ou verificação referido na alínea d) do número
cocontratante implica a renovação do respetivo valor, no anterior não pode exceder os 30 dias, salvo disposição em
prazo de 15 dias após a notificação pelo contraente público contrário devidamente justificada no contrato.
para esse efeito. 3 — Constando do contrato data ou prazo de pagamento,
3 — A execução indevida da caução confere ao co- os pagamentos devidos pelo contraente público devem ser
contratante o direito a indemnização pelos prejuízos daí efetuados no prazo de 30 dias após a entrega das respetivas
advenientes. faturas, as quais só podem ser emitidas após o vencimento
da obrigação a que se referem.
Artigo 297.º 4 — O contrato pode estabelecer prazo diverso do fi-
Suspensão da execução xado no número anterior, não devendo este exceder, em
qualquer caso, 60 dias.
A execução das prestações que constituem o objeto do
contrato pode ser, total ou parcialmente, suspensa com os Artigo 299.º-A
seguintes fundamentos:
Vencimento das obrigações pecuniárias
a) A impossibilidade temporária de cumprimento do
contrato, designadamente em virtude de mora do contra- 1 — São nulas as cláusulas contratuais que, sem motivo
ente público na entrega ou na disponibilização de meios atendível e justificado face às circunstâncias concretas,
ou bens necessários à respetiva execução; ou estabeleçam prazos superiores a 60 dias para o vencimento
b) A exceção de não cumprimento. das obrigações pecuniárias.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2015)

2 — No caso previsto no número anterior, a cláusula vação sob qualquer das suas formas, como os contratos
tem-se por não escrita e a obrigação considera-se vencida emergentes de parcerias para a inovação, ou relativos à
de acordo com as regras do artigo anterior. aquisição de serviços sociais, de saúde ou ensino, ou de
serviços de investigação e desenvolvimento.
Artigo 299.º-B 2 — Tal especificidade traduz-se, designadamente, nos
Fatura eletrónica
seguintes aspetos:

1 — No âmbito da execução de contratos públicos, os a) Possibilidade de definição das prestações contratuais


cocontratantes são obrigados a emitir faturas eletrónicas, por referência aos resultados a atingir, sem no entanto haver
as quais, sem prejuízo dos requisitos exigidos na legislação garantia de obtenção dos mesmos;
fiscal, contêm imperativamente os seguintes elementos, b) Possibilidade de adoção de mecanismos de paga-
sempre que aplicáveis: mento associados ao grau de obtenção dos objetivos e
resultados, podendo dar origem a situações de ausência de
a) Identificadores do processo e da fatura; remuneração, com ou sem reembolso dos valores despen-
b) Período de faturação; didos, bem como a situações em que a remuneração apenas
c) Informações sobre o cocontratante; se torna certa após o final da execução das prestações do
d) Informações sobre o contraente público; cocontratante;
e) Informações sobre a entidade beneficiária, se distinta c) Nos casos em que se preveja o pagamento associado
da anterior; a resultados, devem ser previstos indicadores que permi-
f) Informações sobre o representante fiscal do cocon- tam a quantificação do grau de obtenção dos mesmos e
tratante; formas adequadas de o fazer, designadamente com recurso
g) Referência do contrato; a avaliações independentes;
h) Condições de entrega; d) Previsão de um faseamento adequado da execução
i) Instruções de pagamento; do contrato, associada à medição do grau de obtenção
j) Informações sobre ajustamentos e encargos; dos objetivos, com atribuição de adequados poderes de
l) Informações sobre as rubricas da fatura; fiscalização por parte do contraente público;
m) Totais da fatura. e) Adequada flexibilidade das prestações contratuais e
dos indicadores de controlo dos resultados, respeitando
2 — Não são exigidas faturas eletrónicas quando se trate os limites para as modificações objetivas, nomeadamente,
da execução de contratos declarados secretos ou acompa- através da previsão no contrato de cenários alternativos;
nhados de medidas especiais de segurança. f) Possibilidade de o contraente público pôr termo ao
3 — O modelo de fatura eletrónica é o estabelecido contrato, designadamente em fases intermédias de ava-
pela norma europeia respetiva aprovada pela Comissão liação dos resultados, sem outra compensação além do
Europeia e publicitada no portal dos contratos públicos. pagamento dos valores despendidos com a tentativa de
4 — Os dados pessoais obtidos para efeitos de faturação obtenção dos resultados.
eletrónica só podem ser usados para esse fim ou para fins
que com ele sejam compatíveis.
5 — A regulamentação dos aspetos complementares da CAPÍTULO IV
faturação eletrónica é feita nos termos a definir por portaria Conformação da relação contratual
dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das
finanças e das obras públicas. Artigo 302.º
Artigo 300.º Poderes do contraente público

Revisão de preços Salvo quando outra coisa resultar da natureza do con-


trato ou da lei, o contraente público pode, nos termos do
Sem prejuízo do disposto nos artigos 282.º, 341.º e 382.º, disposto no contrato e no presente Código:
só há lugar à revisão de preços se o contrato o determinar
e fixar os respetivos termos, nomeadamente o método de a) Dirigir o modo de execução das prestações;
cálculo e a periodicidade. b) Fiscalizar o modo de execução do contrato;
c) Modificar unilateralmente as cláusulas respeitantes ao
Artigo 301.º conteúdo e ao modo de execução das prestações previstas
no contrato por razões de interesse público, com os limites
Prémios por cumprimento antecipado
previstos no presente Código;
1 — Salvo quando a natureza do contrato ou a lei não o d) Aplicar as sanções previstas para a inexecução do
permitam, o contraente público pode atribuir ao cocontra- contrato;
tante prémios por cumprimento antecipado das prestações e) Resolver unilateralmente o contrato;
objeto do contrato. f) Ordenar a cessão da posição contratual do cocontra-
2 — A possibilidade de atribuição de prémios a que se tante para terceiro.
refere o número anterior, as condições da sua atribuição e
o respetivo valor devem constar do contrato. Artigo 303.º
Princípios respeitantes aos poderes de direção e de fiscalização
Artigo 301.º-A
1 — Cabe ao contraente público assegurar, mediante o
Contratos com forte componente de inovação
exercício de poderes de direção e de fiscalização, a fun-
1 — É reconhecida a especificidade dos contratos cujo cionalidade da execução do contrato quanto à realização
objeto abranja prestações particularmente ligadas à ino- do interesse público visado pela decisão de contratar.
5250-(2016) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

2 — O exercício dos poderes de direção e de fiscali- Artigo 306.º


zação deve salvaguardar a autonomia do cocontratante, Fiscalização do modo de execução dos projetos
limitando-se ao estritamente necessário à prossecução do de investigação e desenvolvimento
interesse público, e processando-se de modo a não pertur-
bar a execução do contrato, com observância das regras O regime da fiscalização da execução dos projetos de in-
legais ou contratuais aplicáveis e sem diminuir a iniciativa vestigação e desenvolvimento é objeto de regulamentação
e a correlativa responsabilidade do cocontratante. própria, aprovada por portaria dos membros do Governo
3 — Nos contratos que envolvam prestações de con- responsáveis pelas áreas das obras públicas e da ciência.
ceção por parte do cocontratante, o contraente público
deve abster-se designadamente de, por via do exercício Artigo 307.º
de poderes de direção e de fiscalização relativos a fases Natureza das declarações do contraente público
posteriores à de conceção, diminuir a responsabilidade e
o grau de risco assumido pelo cocontratante relativamente 1 — Com exceção dos casos previstos no número se-
à fase de conceção. guinte, as declarações do contraente público sobre inter-
pretação e validade do contrato ou sobre a sua execução
Artigo 304.º são meras declarações negociais, pelo que, na falta de
acordo do cocontratante, o contraente público apenas pode
Direção do modo de execução das prestações
obter os efeitos pretendidos através do recurso à ação
1 — O contraente público dispõe do poder de direção administrativa.
do modo de execução das prestações do cocontratante no 2 — Revestem a natureza de ato administrativo as decla-
que respeita a matérias necessárias à execução do contrato rações do contraente público sobre a execução do contrato
carentes de regulamentação ou insuficientemente reguladas que se traduzam em:
de forma a impedir que o contrato seja executado de modo
inconveniente ou inoportuno para o interesse público, sem a) Ordens, diretivas ou instruções no exercício dos po-
prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo anterior e, desig- deres de direção e de fiscalização;
nadamente, da reserva de autonomia técnica ou de gestão b) Modificação unilateral das cláusulas respeitantes ao
do cocontratante que se encontre assegurada no contrato conteúdo e ao modo de execução das prestações previstas
ou que decorra do tipo contratual aplicável ou, ainda, dos no contrato por razões de interesse público;
usos sociais. c) Aplicação das sanções previstas para a inexecução
2 — Para além das ações tipificadas no contrato, a Di- do contrato;
reção pelo contraente público consiste na emissão de or- d) Resolução unilateral do contrato;
dens, diretivas ou instruções sobre o sentido das escolhas e) Cessão da posição contratual do cocontratante para
necessárias nos domínios da execução técnica, financeira terceiro.
ou jurídica das prestações contratuais, consoante o contrato
em causa. Artigo 308.º
3 — As ordens, diretivas ou instruções devem ser emi- Formação dos atos administrativos do contraente público
tidas por escrito ou, quando as circunstâncias impuserem
a forma oral, reduzidas a escrito e notificadas ao cocon- 1 — A formação dos atos administrativos emitidos no
tratante no prazo de cinco dias, salvo justo impedimento. exercício dos poderes do contraente público não está sujeita
ao regime da marcha do procedimento estabelecido pelo
Artigo 305.º Código do Procedimento Administrativo.
2 — Excetuam-se do disposto no número anterior a
Fiscalização do modo de execução do contrato aplicação de sanções contratuais através de ato adminis-
1 — O contraente público dispõe de poderes de fiscali- trativo, a qual está sujeita a audiência prévia do cocontra-
zação técnica, financeira e jurídica do modo de execução tante, nos termos previstos no Código do Procedimento
do contrato por forma a poder determinar as necessárias Administrativo.
correções e aplicar as devidas sanções. 3 — O contraente público pode, todavia, dispensar a
2 — Sem prejuízo do disposto em matéria de segredo audiência prévia referida no número anterior se a sanção a
profissional ou comercial e do regime aplicável a outra aplicar tiver natureza pecuniária e se encontrar caucionada
informação protegida por lei, a fiscalização deve limitar- por garantia bancária à primeira solicitação ou por instru-
-se a aspetos que se prendam imediatamente com o modo mento equivalente, desde que haja fundado receio de a exe-
de execução do contrato, podendo realizar-se, designa- cução da mesma se frustrar por virtude daquela audiência.
damente, através de inspeção de locais, equipamentos,
documentação, registos informáticos e contabilidade ou Artigo 309.º
mediante pedidos de informação. Executividade dos atos administrativos do contraente público
3 — O exercício do poder de fiscalização deve ficar
documentado em autos, relatórios ou livros próprios. 1 — Os atos administrativos do contraente público rela-
4 — As tarefas de fiscalização podem ser parcial ou to- tivos à execução do contrato constituem título executivo.
talmente delegadas em comissões paritárias de acompanha- 2 — O cumprimento das obrigações determinadas pelos
mento ou entidades públicas ou privadas especializadas. atos administrativos a que se refere o número anterior não
5 — À relação entre o contraente público e as entida- pode ser imposto coercivamente pelo contraente público,
des públicas ou privadas referidas no número anterior salvo quando se trate de atos que determinem, em geral,
são aplicáveis, com as necessárias adaptações, as regras a resolução do contrato ou, em especial, o sequestro e o
próprias da delegação de poderes constantes do Código resgate de concessões, bem como outras situações pre-
do Procedimento Administrativo. vistas na lei.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2017)

Artigo 310.º d) O aumento total de preço originado pelas eventuais


Acordos endocontratuais
modificações não pode ultrapassar 25 % do preço con-
tratual inicial, no caso da alínea a) do artigo anterior, e
1 — Salvo se outra coisa resultar da natureza dos efeitos 10 % do preço contratual inicial, no caso da alínea b) do
jurídicos pretendidos, podem as partes no contrato celebrar artigo anterior;
entre si, sob forma escrita, acordos pelos quais substituam e) Não pode alterar o equilíbrio económico do contrato a
a prática de atos administrativos pelo contraente público favor do cocontratante em termos de este ser colocado em
em matéria de execução do contrato ou que tenham por situação mais favorável do que a resultante do equilíbrio
objeto a definição consensual de parte ou da totalidade do inicialmente estabelecido.
conteúdo de tais atos administrativos.
2 — Os acordos endocontratuais sobre a modificação 2 — Não estão sujeitas às alíneas a), b) e c) do nú-
do contrato dependem dos pressupostos e estão sujeitos mero anterior as modificações que resultem da natureza
aos limites estatuídos no capítulo seguinte. duradoura do vínculo contratual, desde que o decurso do
3 — Os acordos endocontratuais integram o contrato a tempo as justifique.
que dizem respeito. 3 — A modificação dos contratos especialmente re-
gulados no título II da parte III fica sujeita aos limites aí
previstos.
CAPÍTULO V 4 — Nos contratos com objeto passível de ato admi-
Modificações objetivas do contrato nistrativo e demais contratos sobre o exercício de poderes
públicos, o fundamento previsto na alínea b) do artigo
anterior não pode conduzir à modificação do contrato por
Artigo 311.º
decisão judicial ou arbitral, quando esta interfira com o
Modificação objetiva do contrato resultado do exercício da margem de livre decisão adminis-
trativa subjacente ao mesmo ou implique a formulação de
1 — O contrato pode ser modificado com os fundamen-
valorações próprias do exercício da função administrativa.
tos previstos no artigo seguinte:
5 — As modificações que não respeitem os limites es-
a) Por acordo entre as partes, que não pode revestir tabelecidos no presente Código determinam a adoção de
forma menos solene do que a do contrato; um novo procedimento de formação de contrato, caso a
b) Por decisão judicial ou arbitral. entidade adjudicante mantenha a decisão de contratar.

2 — O contrato pode ainda ser modificado por ato ad- Artigo 314.º
ministrativo do contraente público quando o fundamento Consequências
invocado sejam razões de interesse público.
1 — O cocontratante tem direito à reposição do equilí-
Artigo 312.º brio financeiro, sempre que o fundamento para a modifi-
cação do contrato seja, para além de outras especialmente
Fundamentos previstas na lei:
O contrato pode ser modificado com fundamento nas a) A alteração anormal e imprevisível das circunstâncias
condições nele previstas e ainda com os seguintes funda- imputável a decisão do contraente público, adotada fora
mentos: do exercício dos seus poderes de conformação da relação
a) Quando as circunstâncias em que as partes fundaram a contratual, que se repercuta de modo específico na situação
decisão de contratar tiverem sofrido uma alteração anormal contratual do cocontratante; ou
e imprevisível, desde que a exigência das obrigações por si b) Razões de interesse público.
assumidas afete gravemente os princípios da boa-fé e não
esteja coberta pelos riscos próprios do contrato; 2 — Os demais casos de alteração anormal e imprevi-
b) Por razões de interesse público decorrentes de ne- sível das circunstâncias conferem direito à modificação
cessidades novas ou de uma nova ponderação das circuns- do contrato ou a uma compensação financeira, segundo
tâncias existentes. critérios de equidade.
3 — Quando a modificação do contrato tenha por fun-
Artigo 313.º damento as circunstâncias previstas na alínea a) do ar-
tigo 312.º, o cocontratante só tem direito à reposição do
Limites equilíbrio financeiro quando, tendo em conta a repartição
1 — A modificação de qualquer contrato público, com do risco entre as partes, o facto invocado como funda-
os fundamentos previstos no artigo anterior, encontra-se mento desse direito altere os pressupostos com base nos
sujeita aos seguintes limites: quais determinou o valor das prestações a que se obrigou,
desde que o contraente público conhecesse ou não devesse
a) Não pode conduzir à alteração substancial do objeto ignorar esses pressupostos.
do contrato;
b) Não pode configurar uma forma de impedir, restringir Artigo 315.º
ou falsear a concorrência;
Publicidade das modificações
c) Não é permitida quando sejam introduzidas alterações
que, se fizessem parte do caderno de encargos, teriam oca- 1 — As modificações objetivas do contrato que repre-
sionado, de forma objetivamente demonstrável, a alteração sentem um valor acumulado superior a 10 % do preço
da ordenação das propostas avaliadas ou a admissão de contratual devem ser publicitadas, pelo contraente público,
outras propostas; no portal dos contratos públicos, até cinco dias após a sua
5250-(2018) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

concretização, devendo a publicidade ser mantida até seis os requisitos mínimos de habilitação e de capacidade téc-
meses após a extinção do contrato. nica e de capacidade económica e financeira exigidos ao
2 — A publicitação referida no número anterior é con- cocontratante;
dição de eficácia dos atos administrativos ou acordos b) Quando o próprio contraente público assume as obri-
modificativos, nomeadamente para efeitos de quaisquer gações do cocontratante para com os subcontratados.
pagamentos.
3 — Tratando-se de contratos celebrados na sequência 2 — A autorização da cessão da posição contratual de-
de procedimento com publicação no Jornal Oficial da pende ainda:
União Europeia, devem ainda ser divulgadas neste jornal
oficial, mediante anúncio de modelo próprio, as modifi- a) Da prévia apresentação dos documentos de habilita-
cações objetivas que tenham como fundamento o previsto ção relativos ao potencial cessionário que sejam exigidos
no n.º 4 do artigo 370.º, no n.º 2 do artigo 420.º-A ou no ao cedente na fase de formação do contrato em causa;
n.º 3 do artigo 454.º b) Do preenchimento, por parte do potencial cessio-
nário, dos requisitos mínimos de capacidade técnica e de
capacidade financeira exigidos ao cedente para efeitos
CAPÍTULO VI de qualificação, quando esta tenha tido lugar na fase de
formação do contrato em causa.
Cessão da posição contratual e subcontratação
3 — A autorização da subcontratação depende:
Artigo 316.º
a) Da prévia apresentação dos documentos de habi-
Âmbito
litação relativos ao potencial subcontratado que sejam
Na falta de estipulação contratual ou quando outra coisa exigidos ao subcontratante na fase de formação do contrato
não resultar da natureza do contrato, são admitidas a cessão em causa;
da posição contratual e a subcontratação, nos termos do b) Do preenchimento, por parte do potencial subcon-
disposto nos artigos seguintes. tratado, de requisitos mínimos de capacidade técnica ou
de capacidade financeira, quando o contrato subordinar
Artigo 317.º expressamente a subcontratação à avaliação dessas capa-
cidades ou de uma delas, ou do preenchimento, por parte
Limites à cessão e à subcontratação pelo cocontratante
do potencial subcontratado, dos requisitos mínimos de
1 — A cessão da posição contratual e a subcontratação capacidade técnica relativos às prestações a subcontratar,
são sempre vedadas: sempre que o cocontratante recorra à capacidade de poten-
ciais subcontratados, para efeitos de qualificação na fase
a) Quando a escolha do cocontratante tenha sido deter-
de formação do contrato.
minada por ajuste direto, nos casos em que só possa ser
convidada uma entidade;
b) Às entidades abrangidas pelas causas de impedimento 4 — O contrato pode proibir a subcontratação de deter-
previstas no artigo 55.º; minadas prestações contratuais ou de prestações cujo valor
c) Quando existam fortes indícios de que a cessão da acumulado exceda uma percentagem do preço contratual.
posição contratual ou a subcontratação resultem de atos, 5 — A estipulação contratual prevista no número ante-
acordos, práticas ou informações suscetíveis de falsear as rior não pode ter por efeito restringir, limitar ou falsear a
regras de concorrência. concorrência garantida pelo disposto no presente Código
relativamente à formação do contrato, não podendo, desig-
2 — Sempre que se trate de subcontratação, o limite nadamente, limitar a possibilidade de recurso à capacidade
constante da alínea a) do número anterior restringe-se às técnica de terceiras entidades que se afigure essencial para
prestações objeto do contrato que tiverem sido determi- efeitos de qualificação do cocontratante.
nantes para a escolha do ajuste direto. 6 — A autorização estabelecida no contrato não dispensa
3 — Nos casos previstos na alínea c) do n.º 1, deve o a observância, no momento da cessão ou subcontratação,
contraente público, de imediato, comunicar, à Autoridade dos limites e requisitos previstos, respetivamente, no artigo
da Concorrência e, no caso de empreitadas ou de con- anterior e nos números anteriores.
cessões de obras públicas, igualmente ao Instituto dos
Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P., Artigo 318.º-A
os indícios dos atos, acordos, práticas ou informações Cessão da posição contratual por incumprimento
suscetíveis de falsear as regras de concorrência. do cocontratante
1 — O contrato pode prever que, em caso de incum-
Artigo 318.º primento, pelo cocontratante, das suas obrigações, que
Cessão e subcontratação pelo cocontratante reúna os pressupostos para a resolução do contrato, o co-
contratante ceda a sua posição contratual ao concorrente
1 — A possibilidade de cessão da posição contratual do procedimento pré-contratual na sequência do qual foi
deve constar expressamente do contrato, em cláusula de celebrado o contrato em execução, que venha a ser indicado
revisão ou opção inequívoca, salvo quando se verifique
pelo contraente público, pela ordem sequencial daquele
uma das seguintes condições:
procedimento.
a) Quando haja transmissão universal ou parcial da 2 — Para o efeito previsto na parte final do número
posição do cocontratante, na sequência de reestruturação anterior, o contraente público interpela, gradual e sequen-
societária, nomeadamente, oferta pública de aquisição, cialmente, os concorrentes que participaram no procedi-
aquisição ou fusão, a favor de cessionário que satisfaça mento pré-contratual original, de acordo com a respetiva
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2019)

classificação final, a fim de concluir um novo contrato para pelo exato e pontual cumprimento de todas as obrigações
a adjudicação da conclusão dos trabalhos. contratuais.
3 — A execução do contrato ocorre nas mesmas con-
dições já propostas pelo cedente no procedimento pré- Artigo 321.º-A
-contratual original.
Pagamento direto ao subcontratado
4 — A cessão da posição contratual opera por mero
efeito de ato do contraente público, sendo eficaz a partir 1 — O subcontratado pode reclamar, junto do contraente
da data por este indicada. público, os pagamentos em atraso que lhe sejam devidos
5 — Os direitos e obrigações do cocontratante, desde pelo cocontratante, exercendo o contraente público o di-
que constituídos em data anterior à da notificação do ato reito de retenção sobre as quantias do mesmo montante
referido no número anterior, transmitem-se automatica- devidas ao cocontratante por força do contrato principal.
mente para o cessionário na data de produção de efeitos 2 — O contraente público notifica o cocontratante para
daquele ato, sem que este a tal se possa opor. proceder à liquidação ou apresentar motivo justificativo
6 — As obrigações assumidas pelo cocontratante depois para o não pagamento, devendo, neste caso, indicar o prazo,
da notificação referida no n.º 4 apenas vinculam a entidade não superior a 30 dias, no qual se propõe liquidar a dívida
cessionária quando este assim o declare, após a cessão. ao subcontratado.
7 — A caução e as garantias prestadas pelo cocontra- 3 — O contraente público efetua diretamente os pa-
tante inicial são objeto de redução na proporção do valor gamentos ao subcontratado caso o cocontratante não se
das prestações efetivamente executadas e são liberadas oponha nos termos do número anterior, ou não liquide os
seis meses após a data da cessão, ou, no caso de existirem valores devidos no prazo por si indicado.
obrigações de garantia, após o final dos respetivos prazos, 4 — O contraente público deve exercer o direito à com-
mediante comunicação dirigida pelo contraente público pensação entre os valores pagos aos subcontratados e os
aos respetivos depositários ou emitentes. valores por si devidos ao cocontratante.
8 — A posição contratual do cocontratante nos sub- 5 — O pagamento direto aos subcontratados pelo con-
contratos por si celebrados transmite-se automaticamente traente público está limitado ao valor dos débitos vencidos
para a entidade cessionária, salvo em caso de recusa por e não pagos ao cocontratante ou, se futuros, por aquele
parte desta. reconhecidos.
6 — A presente disposição não se aplica aos contratos
Artigo 319.º de concessão de obra ou serviço público ou contratos que
Autorização à subcontratação pelo cocontratante configurem uma parceria público-privada.
na fase de execução
Artigo 322.º
1 — Na fase de execução do contrato é admitida a sub-
contratação desde que autorizada pelo contraente público. Direitos de step in e step out
2 — Para efeitos da autorização referida no número 1 — Quando haja estipulação contratual nesse sentido,
anterior, o cocontratante deve apresentar uma proposta fun- as entidades financiadoras podem, mediante autorização do
damentada e instruída com todos os documentos compro- contraente público e nos termos contratualmente estabe-
vativos da verificação dos requisitos que seriam exigíveis lecidos, intervir no contrato, com o objetivo de assegurar
para a autorização da subcontratação no próprio contrato, a continuidade das prestações objeto do mesmo, devendo
nos termos do disposto no artigo 318.º assegurar o respeito pelas normas legais reguladoras da
3 — O contraente público deve pronunciar-se sobre a atividade subjacente às prestações em causa.
proposta do cocontratante no prazo de 30 dias a contar da 2 — O disposto no número anterior só é aplicável em
respetiva apresentação, desde que regularmente instruída. caso de incumprimento grave pelo cocontratante de obri-
4 — Se o contraente público não efetuar nenhuma co- gações contratuais perante o contraente público ou pe-
municação ao cocontratante dentro do prazo previsto no rante terceiros com quem o cocontratante tenha celebrado
número anterior, considera-se que a proposta deste foi subcontratos essenciais para a prossecução do objeto do
rejeitada. contrato desde que o incumprimento esteja iminente ou se
verifiquem os pressupostos para a resolução do contrato
Artigo 320.º pelo contraente público ou dos subcontratos por terceiros.
Recusa de autorização à subcontratação 3 — A intervenção das entidades financiadoras pode
revestir as seguintes modalidades:
Observados os limites previstos no artigo 317.º e sempre
que o potencial subcontratado se encontre habilitado e a) Transferência do controlo societário do cocontratante
reúna as capacidades técnica e financeira, nos termos pre- para as entidades financiadoras ou para a entidade indicada
vistos nos artigos anteriores, o contraente público apenas pelas entidades financiadoras;
pode recusar a subcontratação no contrato ou negar a sua b) Cessão da posição contratual do cocontratante para as
autorização na fase de execução quando haja fundado re- entidades financiadoras ou para a entidade indicada pelas
ceio de que a subcontratação envolva um aumento de risco entidades financiadoras.
de incumprimento das obrigações emergentes do contrato.
4 — No caso previsto na alínea b) do número anterior,
Artigo 321.º a posição contratual do cocontratante nos subcontratos
celebrados transmitir-se-á automaticamente para as enti-
Responsabilidade do cocontratante
dades financiadoras ou para a entidade por esta indicada,
Nos casos de subcontratação, o cocontratante permanece transmitindo-se novamente para o cocontratante no termo
integralmente responsável perante o contraente público do período de intervenção, se aplicável.
5250-(2020) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 323.º tratuais que, sem motivo atendível e justificado face às


Alterações societárias
circunstâncias concretas, limitem a responsabilidade pela
mora.
Nos casos em que o cocontratante deva constituir-se sob 4 — Em caso de desacordo sobre o montante devido,
a forma de sociedade, o contrato pode sujeitar a autorização deve o contraente público efetuar o pagamento sobre a
do contraente público qualquer alteração do contrato cons- importância em que existe concordância do cocontratante.
titutivo da sociedade, bem como a alienação ou oneração 5 — Quando as importâncias pagas nos termos pre-
das participações no respetivo capital social. vistos no número anterior forem inferiores àquelas que
sejam efetivamente devidas ao cocontratante, em função
Artigo 324.º da apreciação de reclamações deduzidas, tem este direito
Cessão da posição contratual pelo contraente público
a juros de mora sobre essa diferença, nos termos do dis-
posto no n.º 1.
A cessão da posição contratual pelo contraente público 6 — Na falta de disposição contratual, o atraso em um
só pode ser recusada pelo cocontratante quando haja fun- ou mais pagamentos não determina o vencimento das res-
dado receio de que a cessão envolva um aumento do risco tantes obrigações de pagamento.
de incumprimento das obrigações emergentes do contrato
pelo potencial cessionário ou a diminuição das garantias Artigo 327.º
do cocontratante.
Exceção de não cumprimento invocável pelo cocontratante
1 — Nos contratos bilaterais, quando o incumprimento
CAPÍTULO VII seja imputável ao contraente público, o cocontratante,
Incumprimento do contrato independentemente do direito de resolução do contrato
que lhe assista, nos termos do disposto no artigo 332.º,
Artigo 325.º pode invocar a exceção de não cumprimento desde que a
sua recusa em cumprir não implique grave prejuízo para
Incumprimento por facto imputável ao cocontratante a realização do interesse público subjacente à relação ju-
1 — Se o cocontratante não cumprir de forma exata e rídica contratual.
pontual as obrigações contratuais ou parte delas por facto 2 — Se a recusa de cumprir pelo cocontratante impli-
que lhe seja imputável, deve o contraente público notificá- car grave prejuízo para a realização do interesse público
-lo para cumprir dentro de um prazo razoável, salvo quando nos termos do disposto na parte final do número anterior,
o cumprimento se tenha tornado impossível ou o contraente aquele apenas pode invocar a exceção de não cumprimento
público tenha perdido o interesse na prestação. quando a realização das prestações contratuais coloque ma-
2 — Mantendo-se a situação de incumprimento após o nifestamente em causa a viabilidade económico-financeira
decurso do prazo referido no número anterior, o contra- do cocontratante ou se revele excessivamente onerosa,
ente público pode optar pela efetivação das prestações de devendo, nesse último caso, ser devidamente ponderados
natureza fungível em falta, diretamente ou por intermédio os interesses públicos e privados em presença.
de terceiro, ou por resolver o contrato com fundamento 3 — O exercício pelo cocontratante do direito de recusar
em incumprimento definitivo, nos termos do disposto no o cumprimento da prestação depende de prévia notificação
artigo 333.º ao contraente público da intenção de exercício do direito e
3 — Se o contraente público optar pela execução das dos respetivos fundamentos, com a antecedência mínima
prestações fungíveis por terceiro, à formação do contrato de 15 dias, se outra não for estipulada no contrato.
com esse terceiro é aplicável o disposto na parte II do 4 — Considera-se que a invocação da exceção de não
presente Código. cumprimento não implica grave prejuízo para a realização
4 — O disposto nos números anteriores não prejudica a do interesse público quando o contraente público, no prazo
aplicação pelo contraente público de sanções previstas no de 15 dias contado da notificação a que se refere o número
contrato para o caso de incumprimento pelo cocontratante, anterior não reconhecer, mediante resolução fundamentada,
por facto que lhe seja imputável, nem a aplicação das dis- que a recusa em cumprir seria gravemente prejudicial para
posições relativas à obrigação de indemnização por mora o interesse público.
e incumprimento definitivo previstas no Código Civil.
Artigo 328.º
Artigo 326.º Direito de retenção
Atrasos nos pagamentos
O disposto no artigo anterior é aplicável, com as ne-
1 — Em caso de atraso do contraente público no cum- cessárias adaptações, à invocação do direito de retenção
primento de obrigações pecuniárias, tem o cocontratante pelo cocontratante.
direito aos juros de mora sobre o montante em dívida à
taxa legalmente fixada para o efeito pelo período corres- Artigo 329.º
pondente à mora. Aplicação das sanções contratuais
2 — A obrigação de pagamento de juros de mora vence-
-se automaticamente, sem necessidade de novo aviso, con- 1 — Nos termos previstos no presente Código, o con-
soante o caso, uma vez vencida a obrigação pecuniária traente público pode, a título sancionatório, resolver o
nos termos do n.º 1 do artigo 299.º ou decorrido o prazo contrato e aplicar as sanções previstas no contrato ou na
previsto nos n.os 3 e 4 do mesmo artigo. lei em caso de incumprimento pelo cocontratante.
3 — São nulas as cláusulas contratuais que excluam a 2 — Quando as sanções a que se refere o número ante-
responsabilidade pela mora, bem como as cláusulas con- rior revistam natureza pecuniária, o respetivo valor acu-
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2021)

mulado não pode exceder 20 % do preço contratual, sem manutenção do contrato ponha manifestamente em causa
prejuízo do poder de resolução do contrato prevista no a viabilidade económico-financeira do cocontratante ou
capítulo seguinte. se revele excessivamente onerosa, devendo, nesse último
3 — Nos casos em que seja atingido o limite previsto no caso, ser devidamente ponderados os interesses públicos
número anterior e o contraente público decida não proceder e privados em presença.
à resolução do contrato, por dela resultar grave dano para 3 — O direito de resolução é exercido por via judicial
o interesse público, aquele limite é elevado para 30 %. ou mediante recurso a arbitragem.
4 — Para efeitos dos limites previstos nos n.os 2 e 3, 4 — Nos casos previstos na alínea c) do n.º 1, o direito
quando o contrato previr prorrogações expressas ou táci- de resolução pode ser exercido mediante declaração ao con-
tas, o valor das sanções a aplicar deve ter por referência o traente público, produzindo efeitos 30 dias após a receção
preço do seu período de vigência inicial. dessa declaração, salvo se o contraente público cumprir
as obrigações em atraso nesse prazo, acrescidas dos juros
de mora a que houver lugar.
CAPÍTULO VIII
Extinção do contrato em geral Artigo 333.º
Resolução sancionatória
Artigo 330.º
1 — Sem prejuízo de outras situações de grave violação
Causas de extinção das obrigações assumidas pelo cocontratante especialmente
São causas de extinção do contrato: previstas no contrato, o contraente público pode resolver o
contrato a título sancionatório nos seguintes casos:
a) O cumprimento, a impossibilidade definitiva e todas
as restantes causas de extinção das obrigações reconhecidas a) Incumprimento definitivo do contrato por facto im-
pelo direito civil; putável ao cocontratante;
b) A revogação; b) Incumprimento, por parte do cocontratante, de or-
c) A resolução, por via de decisão judicial ou arbitral dens, diretivas ou instruções transmitidas no exercício do
ou por decisão do contraente público, nos casos previstos poder de direção sobre matéria relativa à execução das
nos artigos 333.º a 335.º prestações contratuais;
c) Oposição reiterada do cocontratante ao exercício dos
Artigo 331.º poderes de fiscalização do contraente público;
d) Cessão da posição contratual ou subcontratação reali-
Revogação zadas com inobservância dos termos e limites previstos na
1 — As partes podem, por acordo, revogar o contrato lei ou no contrato, desde que a exigência pelo cocontratante
em qualquer momento. da manutenção das obrigações assumidas pelo contraente
2 — Os efeitos da revogação são os que tiverem sido público contrarie o princípio da boa-fé;
validamente fixados no acordo. e) Se o valor acumulado das sanções contratuais com
3 — A revogação não pode revestir forma menos solene natureza pecuniária exceder o limite previsto no n.º 2 do
do que a do contrato. artigo 329.º;
f) Incumprimento pelo cocontratante de decisões judi-
Artigo 332.º ciais ou arbitrais respeitantes ao contrato;
g) Não renovação do valor da caução pelo cocontra-
Resolução do contrato por iniciativa do cocontratante tante;
1 — Sem prejuízo de outras situações de grave violação h) O cocontratante se apresente à insolvência ou esta
das obrigações assumidas pelo contraente público espe- seja declarada pelo tribunal.
cialmente previstas no contrato e independentemente do
direito de indemnização, o cocontratante tem o direito de 2 — O disposto no número anterior não prejudica o
resolver o contrato nas seguintes situações: direito de indemnização nos termos gerais, nomeadamente
pelos prejuízos decorrentes da adoção de novo procedi-
a) Alteração anormal e imprevisível das circunstâncias; mento de formação de contrato.
b) Incumprimento definitivo do contrato por facto im- 3 — Nos casos de resolução sancionatória, havendo
putável ao contraente público; lugar a responsabilidade do cocontratante, será o montante
c) Incumprimento de obrigações pecuniárias pelo con- respetivo deduzido das quantias devidas, sem prejuízo do
traente público por período superior a seis meses ou quando contraente público poder executar as garantias prestadas
o montante em dívida exceda 25 % do preço contratual, pelo cocontratante.
excluindo juros;
d) Exercício ilícito dos poderes tipificados no capítulo Artigo 334.º
sobre conformação da relação contratual pelo contraente
Resolução por razões de interesse público
público, quando tornem contrária à boa-fé a exigência pela
parte pública da manutenção do contrato; 1 — O contraente público pode resolver o contrato por
e) Incumprimento pelo contraente público de decisões razões de interesse público, devidamente fundamentado,
judiciais ou arbitrais respeitantes ao contrato. e mediante o pagamento ao cocontratante de justa indem-
nização.
2 — No caso previsto na alínea a) do n.º 1, apenas há di- 2 — A indemnização a que o cocontratante tem direito
reito de resolução quando esta não implique grave prejuízo corresponde aos danos emergentes e aos lucros cessantes,
para a realização do interesse público subjacente à relação devendo, quanto a estes, ser deduzido o benefício que
jurídica contratual ou, caso implique tal prejuízo, quando a resulte da antecipação dos ganhos previstos.
5250-(2022) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

3 — A falta de pagamento da indemnização prevista nos igualdade jurídica, designadamente no que respeita ao exer-
números anteriores no prazo de 30 dias contados da data cício dos poderes de conformação da relação contratual.
em que o montante devido se encontre definitivamente 2 — O disposto na parte final do artigo anterior não
apurado confere ao cocontratante o direito ao pagamento afasta a possibilidade de qualquer um dos contraentes pú-
de juros de mora sobre a respetiva importância. blicos exercer o poder de resolução unilateral do contrato
por razões de interesse público.
Artigo 335.º
Outros fundamentos de resolução pelo contraente público SECÇÃO III
1 — O contraente público tem o direito de resolver Execução e modificação de parcerias público-privadas
o contrato com fundamento na alteração anormal e im-
previsível das circunstâncias, nos termos do disposto na Artigo 339.º
alínea a) do artigo 312.º Dever de informação
2 — Quando a resolução do contrato por alteração anor-
mal e imprevisível das circunstâncias seja imputável a Quando o serviço ou a entidade que represente o con-
decisão do contraente público adotada fora do exercício traente público na execução do contrato que configure
dos seus poderes de conformação da relação contratual, o uma parceria público-privada tomar conhecimento de si-
cocontratante tem direito ao pagamento de justa indemni- tuações suscetíveis de gerarem encargos adicionais para
zação nos termos do disposto no artigo anterior. o parceiro público ou para o Estado, designadamente os
decorrentes de atrasos imputáveis a entidades públicas
intervenientes na respetiva implementação ou execução,
CAPÍTULO IX devem, de imediato, comunicar tais factos ao membro do
Regras especiais Governo responsável pela área das finanças e ao membro
do Governo da tutela, indicando, sempre que possível, os
valores estimados envolvidos.
SECÇÃO I
Contratos sobre o exercício de poderes públicos Artigo 340.º
Fiscalização, acompanhamento e modificação
Artigo 336.º de parcerias público-privadas
Negociabilidade da vigência dos vínculos contratuais 1 — Nos contratos que configurem uma parceria público-
-privada, compete ao membro do Governo ou ao membro
Nos contratos com objeto passível de ato administrativo
do Governo Regional responsável pela área das finanças
e demais contratos sobre o exercício de poderes públicos,
ou ao membro do Governo ou ao membro do Governo
as partes têm a faculdade de fixar livremente o respetivo
Regional da tutela setorial, consoante o caso:
prazo de vigência e os pressupostos da sua modificação,
caducidade, revogação ou resolução, salvo quando se trate a) O exercício de poderes de fiscalização;
de direitos ou interesses legalmente protegidos indisponí- b) O acompanhamento do contrato, tendo por objetivo
veis, ou quando outra coisa resultar da lei ou da natureza a avaliação dos seus custos e riscos, bem como a melhoria
do poder exercido através do contrato. do processo de constituição de novas parcerias público-
-privadas.
Artigo 337.º
2 — A modificação do contrato que configure uma
Causas específicas de caducidade
parceria público-privada depende de decisão conjunta
1 — Os contratos com objeto passível de ato adminis- dos membros do Governo ou dos membros do Governo
trativo extinguem-se por força da verificação dos factos Regional responsáveis pelas áreas das finanças e da tutela
determinantes da caducidade dos atos administrativos que setorial.
aqueles substituem. 3 — No âmbito da administração indireta do Estado
2 — Os contratos pelos quais o contraente público se ou das Regiões Autónomas, a decisão de modificação
vincula a praticar, ou não praticar, um ato administrativo depende de parecer favorável do membro do Governo ou
com certo conteúdo extinguem-se por força da alteração do membro do Governo Regional da tutela setorial.
ou da impossibilidade superveniente de concretização dos
pressupostos que ditariam o exercício da discricionariedade Artigo 341.º
administrativa no sentido convencionado. Partilha de benefícios
1 — Nos contratos que configurem uma parceria público-
SECÇÃO II
-privada, sempre que ocorrer um acréscimo anormal e im-
Contratos interadministrativos previsível dos benefícios financeiros para o cocontratante
que não resulte da sua eficiente gestão e das oportunidades
Artigo 338.º por si criadas, há lugar à partilha equitativa desses benefí-
cios entre o cocontratante e o contraente público.
Contratos entre contraentes públicos
2 — Na falta de estipulação contratual, a partilha equi-
1 — A parte III é aplicável aos contratos celebrados entre tativa dos benefícios financeiros deve ser efetuada através
contraentes públicos, sem prejuízo das necessárias adap- da revisão de preços ou da assunção, por parte do cocon-
tações quando os mesmos sejam celebrados num plano de tratante, do dever de prestar ao contraente público o valor
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2023)

correspondente ao acréscimo das receitas ou ao decréscimo representação do dono da obra em matéria de modificação,
dos encargos previstos com a execução do contrato. resolução ou revogação do contrato.
4 — Na falta de estipulação contratual, durante os perío-
Artigo 342.º dos em que se encontrem ausentes ou impedidos, o diretor
Acompanhamento de processos arbitrais de fiscalização da obra e o diretor de obra são substituídos
pelas pessoas que os mesmos indicarem para esse efeito,
1 — Quando, nos termos do contrato que configure uma desde que, no caso do diretor de fiscalização da obra, a
parceria público-privada, seja requerida a constituição de designação do substituto seja aceite pelo dono da obra e
um tribunal arbitral para a resolução de litígios entre as
comunicada ao empreiteiro.
partes, o respetivo contraente público deve comunicar
imediatamente ao membro do Governo ou ao membro
Artigo 345.º
do Governo Regional responsável pela área das finanças
ou ao membro do Governo ou ao membro do Governo Garantias administrativas do empreiteiro relativamente
Regional da tutela setorial, consoante o caso, a ocorrência a eventos que devam ser formalizados em auto
desse facto, fornecendo todos os elementos que se revelem 1 — O empreiteiro tem direito a reclamar ou a apre-
úteis ao acompanhamento do processo arbitral.
sentar reservas ao conteúdo dos atos referentes à obra que
2 — Devem ser remetidas, periodicamente, à entidade
diretamente incumbida de proceder ao acompanhamento devam ser formalizados em auto.
do respetivo processo arbitral cópias dos atos processuais 2 — Os autos são reduzidos a escrito e assinados pelos
que sejam entretanto praticados por qualquer das partes e representantes das partes, sendo um duplicado dos mesmos
pelo tribunal, bem como dos pareces técnicos e jurídicos e entregue ao empreiteiro.
quaisquer outros elementos relevantes para a compreensão, 3 — As reclamações ou reservas podem ser exaradas no
desenvolvimento ou desfecho da lide. próprio auto ou apresentadas nos 10 dias subsequentes à
notificação do mesmo ao empreiteiro.
4 — As reclamações ou reservas exaradas no próprio
TÍTULO II auto podem limitar-se ao enunciado genérico do respetivo
objeto, podendo o empreiteiro, neste caso, apresentar por
Contratos administrativos em especial
escrito exposição fundamentada, no prazo de 15 dias.
5 — O dono da obra decide a reclamação ou pronuncia-
CAPÍTULO I -se sobre as reservas apresentadas e notifica o empreiteiro
no prazo de 15 dias a contar da data da assinatura do auto
Empreitadas de obras públicas
ou da entrega da reclamação ou da exposição escrita refe-
rida no número anterior, equivalendo o silêncio a deferi-
SECÇÃO I mento da reclamação ou aceitação da reserva.
Disposições gerais 6 — Se o empreiteiro se recusar a assinar o auto, nele
se fará menção desse facto e da razão invocada para a re-
Artigo 343.º cusa, devendo o representante do dono da obra promover
a assinatura do auto por duas testemunhas que confirmem
Noção
a ocorrência.
1 — Entende-se por empreitada de obras públicas o 7 — Se, sem justificação nos termos do presente Código
contrato oneroso que tenha por objeto quer a execução e por facto que lhe seja imputável, o dono da obra não
quer, conjuntamente, a conceção e a execução de uma obra formalizar em auto qualquer ato que esteja sujeito a essa
pública que se enquadre nas subcategorias previstas no re- formalidade, tal omissão não é oponível ao empreiteiro.
gime de ingresso e permanência na atividade de construção.
2 — Para efeitos do disposto no número anterior,
considera-se obra pública o resultado de quaisquer traba- SECÇÃO II
lhos de construção, reconstrução, ampliação, alteração ou Direitos e obrigações das partes
adaptação, conservação, restauro, reparação, reabilitação,
beneficiação e demolição de bens imóveis executados por Artigo 346.º
conta de um contraente público.
Manutenção da boa ordem no local dos trabalhos
Artigo 344.º 1 — O empreiteiro deve manter a boa ordem no local
Partes dos trabalhos.
1 — São partes no contrato de empreitada de obras 2 — Para os efeitos do número anterior, o empreiteiro
públicas o dono da obra e o empreiteiro. deve retirar do local dos trabalhos, por sua iniciativa ou
2 — Durante a execução do contrato, o dono da obra imediatamente após ordem do dono da obra, o pessoal
é representado pelo diretor de fiscalização da obra e o que haja tido comportamento perturbador dos trabalhos,
empreiteiro por um diretor de obra, salvo nas matérias designadamente por menor probidade no desempenho dos
em que, em virtude da lei ou de estipulação contratual, se respetivos deveres, por indisciplina ou por desrespeito de
estabeleça diferente mecanismo de representação. representantes ou agentes do dono da obra ou de repre-
3 — Sem prejuízo de outras limitações previstas no con- sentantes ou agentes do empreiteiro, dos subempreiteiros
trato, o diretor de fiscalização da obra não tem poderes de ou de terceiros.
5250-(2024) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 347.º Artigo 352.º


Publicidade Posse administrativa e constituição de servidões
A afixação pelo empreiteiro de publicidade no local dos 1 — Antes da celebração do contrato, o dono da obra
trabalhos depende de autorização do dono da obra. deve estar na posse administrativa da totalidade dos ter-
renos a expropriar, salvo quando o número de prédios a
Artigo 348.º expropriar associado ao prazo de execução da obra tornem
Menções obrigatórias no local dos trabalhos
esta obrigação desproporcionada.
2 — No caso previsto na segunda parte do número ante-
Sem prejuízo do disposto em lei especial, o empreiteiro rior, o dono da obra deve, antes da celebração do contrato,
deve afixar no local dos trabalhos, de forma visível, a iden- estar na posse administrativa dos prédios necessários ao
tificação da obra, do dono da obra e do empreiteiro, com início da execução da obra.
menção do respetivo alvará ou número de certificado de 3 — As servidões necessárias à execução de trabalhos
empreiteiro de obras públicas ou dos documentos previstos preparatórios ou acessórios e ao início da execução da obra
na portaria referida no n.º 2 do artigo 81.º devem ser constituídas antes da celebração do contrato.
4 — O disposto nos números anteriores não é aplicável
Artigo 349.º quando o empreiteiro tenha a obrigação de elaborar o
Meios destinados à execução da obra e dos trabalhos projeto de execução.
preparatórios ou acessórios 5 — A posse administrativa e a constituição de servidões
que, nos termos do disposto nos números anteriores, não
Na falta de estipulação contratual, cabe ao empreiteiro estejam concretizadas até à celebração do contrato devem
disponibilizar e fornecer todos os meios necessários para sê-lo de forma a não determinar a suspensão da obra e a
a realização da obra e dos trabalhos preparatórios ou aces- não prejudicar o normal desenvolvimento do plano de
sórios, incluindo, nomeadamente, os materiais e os meios trabalhos.
humanos, técnicos e equipamentos.
Artigo 353.º
Artigo 350.º
Reforço da caução
Trabalhos preparatórios ou acessórios
1 — Para reforço da caução prestada com vista a ga-
Na falta de estipulação contratual, o empreiteiro tem rantir o exato e pontual cumprimento das obrigações con-
obrigação de realizar todos os trabalhos que, por natureza, tratuais, às importâncias que o empreiteiro tiver a receber
por exigência legal ou segundo o uso corrente, sejam con- em cada um dos pagamentos parciais previstos é deduzido
siderados como preparatórios ou acessórios à execução da o montante correspondente a 5 % desse pagamento, salvo
obra, designadamente: se o contrato fixar percentagem inferior ou dispensar tal
a) Trabalhos de montagem, construção, manutenção, dedução.
desmontagem e demolição do estaleiro; 2 — A dedução prevista no número anterior pode ser
b) Trabalhos necessários para garantir a segurança de substituída por títulos emitidos ou garantidos pelo Estado,
todas as pessoas que trabalhem na obra ou que circulem no por garantia bancária à primeira solicitação ou por seguro-
respetivo local, incluindo o pessoal dos subempreiteiros e -caução, nos mesmos termos estabelecidos para a caução
terceiros em geral, para evitar danos nos prédios vizinhos destinada a garantir o exato e pontual cumprimento das
e para satisfazer os regulamentos de segurança, higiene e obrigações contratuais.
saúde no trabalho e de polícia das vias públicas;
c) Trabalhos de restabelecimento, por meio de obras Artigo 354.º
provisórias, de todas as servidões e serventias que seja
Reposição do equilíbrio financeiro por agravamento
indispensável alterar ou destruir para a execução dos tra- dos custos na realização da obra
balhos e para evitar a estagnação de águas que os mesmos
possam originar; 1 — Se o dono da obra praticar ou der causa a facto
d) Trabalhos de construção dos acessos ao estaleiro e donde resulte maior dificuldade na execução da obra, com
das serventias internas deste. agravamentos dos encargos respetivos, o empreiteiro tem
o direito à reposição do equilíbrio financeiro.
Artigo 351.º 2 — O direito à reposição do equilíbrio financeiro pre-
visto no número anterior caduca no prazo de 30 dias a
Expropriações, servidões e ocupação de prédios
contar do evento que o constitua ou do momento em que
1 — Incumbe ao dono da obra promover os procedi- o empreiteiro dele tome conhecimento, sem que este apre-
mentos administrativos para a realização de quaisquer sente reclamação dos danos correspondentes nos termos
expropriações que se revelem necessárias à execução da do número seguinte, ainda que desconheça a extensão
obra, bem como para a constituição das servidões e para a integral dos mesmos.
ocupação de prédios necessários à execução dos trabalhos. 3 — A reclamação é apresentada por meio de requeri-
2 — Na falta de estipulação contratual, no caso de obras mento no qual o empreiteiro deve expor os fundamentos
públicas integradas em concessões, a promoção dos pro- de facto e de direito e oferecer os documentos ou outros
cedimentos referidos nos números anteriores incumbe ao meios de prova que considere convenientes.
concedente. 4 — O dono da obra aprecia e decide a reclamação
3 — O pagamento das indemnizações devidas por ex- no prazo de 90 dias, podendo este prazo ser prorrogado
propriação, constituição de servidões e ocupação de prédios por decisão daquele, caso se revele necessário proceder à
é da responsabilidade do dono da obra. realização de diligências complementares.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2025)

5 — A decisão, ou a omissão dela no prazo devido, comparecer em outra data e hora, com indicação do local,
pode ser objeto de impugnação nos tribunais administra- sem prejuízo de o dono da obra poder resolver o contrato,
tivos, nos termos do Código de Processo nos Tribunais nos termos do disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 405.º
Administrativos.
Artigo 360.º
SECÇÃO III Modificação das condições locais e suspensão
do procedimento de consignação
Consignação da obra
1 — Quando se verifique uma modificação relevante das
Artigo 355.º condições locais existentes por comparação com os ele-
mentos da solução da obra ou com os dados que serviram
Regra geral
de base à sua elaboração, a qual determine a necessidade
O regime da consignação da obra consta do contrato, de um projeto de alteração, o prazo referido no n.º 1 do
sem prejuízo das disposições estabelecidas na presente artigo anterior é suspenso, salvo se for possível a realiza-
secção. ção de consignações parciais quanto às zonas da obra não
afetadas pelo projeto de alteração, que, nesse caso, devem
Artigo 356.º respeitar os prazos ali estabelecidos.
Dever de consignar
2 — A contagem do prazo referido no n.º 1 do artigo
anterior só é retomada depois de terem sido notificadas ao
O dono da obra deve facultar ao empreiteiro o acesso empreiteiro as alterações introduzidas no projeto.
aos prédios, ou parte dos mesmos, onde os trabalhos devam 3 — Sem prejuízo do direito de resolução previsto na
ser executados e fornecer-lhe os elementos que, nos termos alínea a) do n.º 1 do artigo 332.º, a suspensão de prazo
contratuais, sejam necessários para o início dos trabalhos. prevista no n.º 1 implica a suspensão do prazo previsto na
alínea a) do artigo 406.º
Artigo 357.º
Plano final de consignação SECÇÃO IV
1 — O contrato pode prever a elaboração pelo dono da Execução dos trabalhos
obra de um plano final de consignação que densifique e
concretiza o plano inicialmente apresentado para efeitos Artigo 361.º
de elaboração da proposta.
2 — (Revogado.) Plano de trabalhos
1 — O plano de trabalhos destina-se, com respeito pelo
Artigo 358.º prazo de execução da obra, à fixação da sequência e dos
Consignação total e parcial prazos parciais de execução de cada uma das espécies de
trabalhos previstas e à especificação dos meios com que o
1 — O dono da obra só pode proceder a consignações empreiteiro se propõe executá-los, bem como à definição
parciais nos seguintes casos: do correspondente plano de pagamentos.
a) Quando, antes da celebração do contrato, não esteja 2 — No caso em que o empreiteiro tenha a obrigação
na posse administrativa da totalidade dos prédios neces- contratual de elaborar o programa ou o projeto de execução,
sários à execução da obra; o plano de trabalhos compreende as prestações de conceção
b) Quando o período de tempo necessário às operações sob responsabilidade do empreiteiro.
preparatórias da consignação total sob responsabilidade 3 — O plano de trabalhos constante do contrato pode
do dono da obra impossibilite o início da execução dos ser ajustado pelo empreiteiro ao plano final de consignação
trabalhos no momento projetado por este e o respetivo apresentado pelo dono da obra nos termos do disposto no
adiamento cause grave prejuízo para o interesse público; artigo 357.º, bem como em caso de prorrogação do prazo
c) Nos casos previstos no artigo 360.º de execução, de deteção de erros e omissões reclamados
na fase de execução ou quando haja lugar a trabalhos
2 — (Revogado.) complementares.
4 — Os ajustamentos referidos no número anterior não
Artigo 359.º podem implicar a alteração do preço contratual, nem a
alteração do prazo de execução da obra, nem ainda alte-
Prazo e auto de consignação rações aos prazos parciais definidos no plano de trabalhos
1 — Na falta de estipulação contratual, a consignação constante do contrato, para além do que seja estritamente
deve estar concluída em prazo não superior a 30 dias após a necessário à adaptação do plano de trabalhos ao plano
data da celebração do contrato, no caso de consignação total final de consignação.
ou da primeira consignação parcial, ou logo que o dono da 5 — O plano de trabalhos ajustado carece de aprovação
obra tenha acesso aos prédios, com a faculdade de os entre- pelo dono da obra, no prazo de cinco dias após a notifi-
gar a terceiros, no caso das demais consignações parciais. cação do mesmo pelo empreiteiro, equivalendo o silêncio
2 — A consignação é formalizada em auto e, em caso a aceitação.
de consignações parciais, a cada uma deve corresponder 6 — O procedimento de ajustamento do plano de tra-
um auto autónomo. balhos deve ser concluído antes da data da conclusão da
3 — Caso o empreiteiro não compareça no local, na consignação total ou da primeira consignação parcial.
data e na hora que o dono da obra comunicar para efeitos 7 — O dono da obra não pode proceder à aceitação
de assinatura do auto de consignação, é notificado para parcial do plano de trabalhos.
5250-(2026) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 362.º SECÇÃO V


Prazo de execução da obra e das prestações de conceção Suspensão dos trabalhos
1 — O prazo de execução da obra começa a contar-se Artigo 365.º
da data da conclusão da consignação total ou da primeira
Suspensão pelo dono da obra
consignação parcial ou ainda da data em que o dono da
obra comunique ao empreiteiro a aprovação do plano de Sem prejuízo dos fundamentos gerais de suspensão pre-
segurança e saúde, nos termos previstos na lei, caso esta vistos no presente Código e de outros previstos no contrato,
última data seja posterior. o dono da obra pode ordenar a suspensão da execução dos
2 — Nos casos em que o empreiteiro tenha a obriga- trabalhos nos seguintes casos:
ção de elaborar o projeto de execução, o contrato pode a) Falta de condições de segurança;
estabelecer prazos de elaboração e entrega dos elementos b) Verificação da necessidade de estudar alterações a
de projeto relevantes com termo final anterior à data da introduzir ao projeto;
consignação. c) Determinação vinculativa ou recomendação tida
como relevante de quaisquer autoridades administrativas
3 — Verificando-se o disposto no número anterior, o competentes.
contrato deve estabelecer prazos máximos de pronúncia
do dono da obra sobre os elementos de projeto entregues Artigo 366.º
pelo empreiteiro de forma que a execução dos trabalhos
Suspensão pelo empreiteiro
não seja prejudicada por demoras na apreciação que ao
dono da obra caiba sobre tais elementos de projeto. 1 — Nos contratos que prevejam um prazo de execução
4 — Na falta de estipulação contratual, entende-se da obra igual ou superior a um ano, o empreiteiro pode
que o prazo de execução da obra a que alude o n.º 1 suspender, uma vez em cada ano, no todo ou em parte,
a execução dos trabalhos por um período não superior a
compreende a fase de conceção, seja qual for o respetivo 10 dias seguidos desde que o dono da obra não se oponha
conteúdo. de forma expressa e não fiquem comprometidos os prazos
parciais e o termo final de execução da obra.
Artigo 363.º 2 — São da responsabilidade do empreiteiro os encargos
Início dos trabalhos
acrescidos decorrentes da suspensão prevista no número
anterior.
1 — A execução dos trabalhos inicia-se na data em que 3 — Para além dos fundamentos gerais de suspensão
começa a correr o prazo de execução da obra. previstos no presente Código e de outros previstos no con-
2 — Sem prejuízo do disposto quanto à fase de conce- trato, o empreiteiro pode suspender, no todo ou em parte,
ção nos contratos em que o empreiteiro tenha a obrigação a execução dos trabalhos nos seguintes casos:
de elaborar o projeto de execução, o dono da obra apenas a) Falta de condições de segurança;
pode consentir o início dos trabalhos em data anterior b) Falta de pagamento de qualquer quantia devida nos
ou posterior à definida no número anterior se ocorrerem termos do contrato, desde que tenha decorrido um mês
circunstâncias justificativas. sobre a data do respetivo vencimento.

4 — A suspensão pelo empreiteiro deve ser antecedida


Artigo 364.º de comunicação escrita ao dono da obra, imediatamente
Património cultural e restos humanos após a verificação do evento que a fundamenta, com men-
ção expressa do fundamento invocado e dos factos que o
1 — Todos os bens com valor histórico, paleontoló- concretizam.
gico, arqueológico, arquitetónico, linguístico, documen- 5 — No caso da alínea b) do n.º 3, a comunicação a que
tal, artístico, etnográfico, científico, social, industrial se refere o número anterior deve ser efetuada com antece-
ou técnico encontrados no decurso da execução da obra dência não inferior a 15 dias relativamente à data prevista
são entregues pelo empreiteiro ao dono da obra, acom- da suspensão e deve ser assegurado o normal desenvolvi-
panhados de auto donde conste especificamente o objeto mento do plano de trabalhos, ficando prejudicada se, até
ao termo do prazo ali referido, o dono da obra efetuar o
da entrega.
pagamento das quantias em dívida.
2 — Quando se trate de bens móveis cuja extração ou 6 — Quando a urgência ou a necessidade de suspensão
desmontagem envolva trabalhos, conhecimentos ou pro- imediata for incompatível com a exigência de prévia comu-
cessos especializados, o empreiteiro comunica o achado nicação escrita, as comunicações referidas nos números an-
ao dono da obra e, se necessário, suspende a execução dos teriores podem ser efetuadas oralmente, devendo o emprei-
trabalhos até receber instruções sobre como proceder. teiro formalizá-las por escrito nos cinco dias subsequentes.
3 — O dono da obra está obrigado a dar conhecimento
de todos os achados referidos nos números anteriores às Artigo 367.º
autoridades administrativas competentes. Suspensão autorizada pelo dono da obra
4 — No caso de serem detetados restos humanos, o O dono da obra pode ainda autorizar a suspensão da
empreiteiro deve comunicar imediatamente o facto às au- execução dos trabalhos se a mesma não comprometer o
toridades policiais competentes, dando conhecimento ao termo final de execução da obra e não implicar a assunção
dono da obra. de novos encargos da sua parte.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2027)

Artigo 368.º b) O preço desses trabalhos, incluindo o de anterio-


Suspensão por período excessivo
res trabalhos complementares igualmente decorrentes de
circunstâncias imprevisíveis, não exceda 40 % do preço
Se a suspensão resultar de facto imputável ao emprei- contratual.
teiro e o dono da obra ordenar a manutenção da suspensão
por mais tempo do que o que resultaria necessariamente 5 — Os trabalhos complementares que excedam os li-
do facto em causa, considera-se, para todos os efeitos, mites previstos no presente artigo devem ser adjudicados
que o tempo de suspensão excedente não é imputável ao na sequência de novo procedimento.
empreiteiro.
Artigo 371.º
Artigo 369.º
Obrigação de execução de trabalhos complementares
Auto de suspensão
1 — O empreiteiro tem a obrigação de executar os tra-
A suspensão é sempre formalizada em auto, cujo conte- balhos complementares, desde que tal lhe seja ordenado
údo deve compreender, no mínimo, os pressupostos que a por escrito pelo dono da obra e lhe sejam entregues as
determinaram e os termos gerais do procedimento a seguir
alterações aos elementos da solução da obra necessárias
subsequentemente, se for possível determiná-los, assim
à sua execução, quando os mesmos tenham integrado o
como quaisquer reclamações apresentadas ou reservas
apresentadas por qualquer das partes, desde que direta- caderno de encargos relativo ao procedimento de formação
mente relacionadas com a suspensão. do contrato.
2 — O empreiteiro não está sujeito à obrigação pre-
vista no número anterior quando opte por exercer o direito
SECÇÃO VI de resolução do contrato ou quando, sendo os trabalhos
Modificações objetivas complementares de espécie diferente dos previstos no
contrato ou da mesma espécie de outros nele previstos,
Artigo 370.º mas a executar em condições diferentes, o empreiteiro não
disponha dos meios humanos ou técnicos indispensáveis
Trabalhos complementares
para a sua execução.
1 — São trabalhos complementares aqueles cuja espécie
ou quantidade não esteja prevista no contrato. Artigo 372.º
2 — Quando os trabalhos complementares resultem
Recusa da execução de trabalhos complementares
de circunstâncias não previstas, pode o dono da obra or-
denar a sua execução ao empreiteiro desde que, de forma 1 — Para efeitos do disposto no n.º 2 do artigo anterior,
cumulativa: bem como quando entenda não estarem verificados os
a) Não possam ser técnica ou economicamente sepa- pressupostos constantes dos n.º 2 e 4 do artigo 370.º, o
ráveis do objeto do contrato sem inconvenientes graves empreiteiro pode, no prazo de 10 dias a contar da receção
e impliquem um aumento considerável de custos para o da ordem do dono da obra de execução dos trabalhos com-
dono da obra; plementares dela reclamar, fundamentadamente.
b) O preço desses trabalhos, incluindo o de anterio- 2 — Recebida a reclamação do empreiteiro, o dono da
res trabalhos complementares igualmente decorrentes de obra deve apreciar a mesma no prazo de 10 dias a contar
circunstâncias não previstas, não exceda 10 % do preço da sua receção.
contratual; e 3 — Quanto considere injustificada a não execução dos
c) O somatório do preço contratual com o preço atribu- trabalhos complementares, o dono da obra pode:
ído aos trabalhos complementares não exceda os limites a) Notificar o empreiteiro com, pelo menos, cinco dias
previstos na alínea d) do artigo 19.º, quando o procedi- de antecedência, para execução os trabalhos complemen-
mento adotado tenha sido o ajuste direto, na alínea c) do
tares; ou
mesmo artigo quando o procedimento tenha sido o da
b) Optar pela execução dos trabalhos complementares,
consulta prévia ou na alínea b) do artigo 19.º quando o
procedimento adotado tenha sido o concurso público ou diretamente ou por intermédio de terceiro, quando o em-
o concurso limitado por prévia qualificação sem publi- preiteiro tenha manifestado de forma perentória a intenção
cação do respetivo anúncio no Jornal Oficial da União de não os executar, sendo aplicável, com as necessárias
Europeia; adaptações, o disposto nos n.os 2 a 4 do artigo 325.º
d) (Revogada.)
4 — No caso previsto na alínea a) do número anterior,
3 — (Revogado.) quando o empreiteiro não dê início à execução dos tra-
4 — Quando os trabalhos complementares resultem de balhos, pode o dono da obra, sem prejuízo do poder de
circunstâncias imprevisíveis ou que uma entidade adjudi- resolução do contrato:
cante diligente não pudesse ter previsto, pode o dono da obra a) Aplicar ao empreiteiro uma sanção pecuniária com-
ordenar a sua execução desde que, de forma cumulativa: pulsória, por cada dia de atraso, em valor correspondente a
a) Não possam ser técnica ou economicamente sepa- 1 (por mil) do preço contratual, sem prejuízo de o contrato
ráveis do objeto do contrato sem inconvenientes graves poder prever valor mais elevado; ou
e impliquem um aumento considerável de custos para o b) Optar pela execução dos trabalhos complementares,
dono da obra; e diretamente ou por intermédio de terceiro.
5250-(2028) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 373.º Artigo 378.º


Preço e prazo de execução dos trabalhos complementares Responsabilidade pelos trabalhos complementares

1 — Na falta de estipulação contratual, o preço a pagar 1 — O dono da obra é responsável pelo pagamento
pelos trabalhos complementares e o respetivo prazo de dos trabalhos complementares cuja execução ordene ao
execução são fixados nos seguintes termos: empreiteiro.
2 — Quando o empreiteiro tenha a obrigação de elabo-
a) Tratando-se de trabalhos da mesma espécie de outros rar o projeto de execução, é o mesmo responsável pelos
previstos no contrato e a executar em condições semelhan- trabalhos complementares que tenham por finalidade o
tes, são aplicáveis o preço contratual e os prazos parciais suprimento dos respetivos erros e omissões, exceto quando
de execução previstos no plano de trabalhos para essa estes sejam induzidos pelos elementos elaborados ou dis-
espécie de trabalhos; ponibilizados pelo dono da obra.
b) Tratando-se de trabalhos de espécie diferente ou 3 — O empreiteiro deve, no prazo de 60 dias contados
da mesma espécie de outros previstos no contrato mas a da data da consignação total ou da primeira consignação
executar em condições diferentes, deve o empreiteiro apre- parcial, reclamar sobre a existência de erros ou omissões
sentar uma proposta de preço e de prazo de execução. do caderno de encargos, salvo dos que só sejam detetáveis
durante a execução da obra, sob pena de ser responsável
2 — Nos casos previstos na alínea b) do número ante- por suportar metade do valor dos trabalhos complementares
rior, o empreiteiro deve apresentar ao dono da obra uma de suprimento desses erros e omissões.
proposta de preço e de prazo de execução dos trabalhos 4 — O empreiteiro é ainda responsável pelos trabalhos
complementares que se destinem ao suprimento de erros
complementares, no prazo de 10 dias a contar da data da
e omissões que, não podendo objetivamente ser detetados
receção da ordem de execução dos mesmos. na fase de formação do contrato, também não tenham sido
3 — O dono da obra dispõe de 10 dias para se pronun- por ele identificados no prazo de 30 dias a contar da data
ciar sobre a proposta do empreiteiro, podendo, em caso de em que lhe fosse exigível a sua deteção.
não aceitação da mesma, apresentar uma contraproposta. 5 — (Revogado.)
4 — Se o dono da obra não efetuar nenhuma comuni- 6 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
cação ao empreiteiro dentro do prazo previsto no número caso os erros ou omissões decorram do incumprimento de
anterior, considera-se que a proposta deste foi aceite. obrigações de conceção assumidas por terceiros perante
5 — Sem prejuízo do disposto no artigo 372.º, enquanto o dono da obra:
não houver acordo sobre todos ou alguns preços ou sobre
a) Deve o dono da obra exercer obrigatoriamente o
o prazo de execução, os trabalhos respetivos são executa- direito que lhe assista de ser indemnizado por parte destes
dos e pagos com base na contraproposta do dono da obra, terceiros;
efetuando-se, se for caso disso, a correspondente correção, b) Fica o empreiteiro sub-rogado no direito de indemni-
acrescida, no que respeita aos preços, dos juros de mora zação que assiste ao dono da obra perante esses terceiros
devidos, logo que haja acordo ou determinação judicial ou até ao limite do montante que deva ser por si suportado
arbitral sobre a matéria. em virtude do disposto nos n.os 3 e 4.
Artigo 374.º 7 — No caso previsto no número anterior, a responsa-
Prorrogação do prazo de execução da obra bilidade dos terceiros perante o dono da obra ou o emprei-
teiro, quando fundada em título contratual, é limitada ao
1 — Quando haja lugar à execução de trabalhos comple- triplo dos honorários a que tenham direito ao abrigo do
mentares, o prazo de execução da obra é proporcionalmente respetivo contrato, salvo se a responsabilidade em causa
prorrogado de acordo com os prazos definidos nos termos tiver resultado de dolo ou de negligência grosseira no
do disposto no artigo 373.º cumprimento das suas obrigações.
2 — O disposto no número anterior não é aplicável
quando estejam em causa trabalhos complementares cuja Artigo 379.º
execução não prejudique o normal desenvolvimento do Trabalhos a menos
plano de trabalhos.
1 — Salvo em caso de impossibilidade de cumprimento,
Artigo 375.º o empreiteiro só pode deixar de executar quaisquer tra-
balhos previstos no contrato desde que o dono da obra
Formalização dos trabalhos complementares emita uma ordem com esse conteúdo, especificando os
trabalhos a menos.
Definidos todos os termos e condições a que deve obe-
2 — O preço correspondente aos trabalhos a menos é
decer a execução dos trabalhos complementares, o dono deduzido ao preço contratual, sem prejuízo do disposto
da obra e o empreiteiro devem proceder à respetiva for- no artigo 381.º
malização por escrito.
Artigo 380.º
Artigo 376.º
Inutilização de trabalhos já executados
(Revogado.)
Se da execução de trabalhos complementares ou de
Artigo 377.º trabalhos a menos resultar inutilização de trabalhos já
realizados em conformidade com o contrato ou com instru-
(Revogado.) ções do dono da obra, o seu valor não é deduzido ao preço
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2029)

contratual, tendo o empreiteiro direito a ser remunerado 4 — O disposto no n.º 1 é igualmente aplicável aos con-
pelos trabalhos já realizados e pelos trabalhos necessários tratos de subempreitada celebrados entre o subempreiteiro
à reposição da situação anterior. e um terceiro.

Artigo 381.º Artigo 384.º


Indemnização por redução do preço contratual Forma e conteúdo

1 — Quando, por virtude da ordem de supressão de 1 — O subcontrato está sujeito à forma escrita e o seu
trabalhos ou de outros atos ou factos imputáveis ao dono clausulado deve conter, sob pena de nulidade, os seguintes
da obra, os trabalhos executados pelo empreiteiro tenham elementos:
um valor inferior em mais de 20 % ao preço contratual, a) A identificação das partes e dos respetivos represen-
este tem direito a uma indemnização correspondente a tantes, assim como do título a que intervêm, com indicação
10 % do valor da diferença verificada. dos atos que os habilitam para esse efeito;
2 — A indemnização prevista no número anterior é b) A identificação dos alvarás ou certificados de em-
liquidada na conta final da empreitada. preiteiro de obras públicas das partes;
c) A descrição do objeto do subcontrato;
Artigo 382.º d) O preço;
Revisão ordinária de preços e) A forma e o prazo de pagamento do preço;
f) O prazo de execução das prestações objeto do sub-
1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 282.º, 300.º e contrato.
341.º, o preço fixado no contrato para os trabalhos de exe-
cução da obra é obrigatoriamente revisto nos termos contra- 2 — O empreiteiro deve assegurar e certificar-se do
tualmente estabelecidos e de acordo com o disposto em lei. cumprimento do disposto no número anterior, não podendo,
2 — Na falta de estipulação contratual quanto à fórmula consequentemente, invocar a nulidade aí prevista.
de revisão de preços, é aplicável a fórmula tipo estabelecida 3 — O disposto no número anterior é igualmente apli-
para obras da mesma natureza constante de lei. cável aos contratos de subempreitada celebrados entre o
subempreiteiro e um terceiro.
SECÇÃO VII 4 — Os empreiteiros, os subempreiteiros, assim como
os terceiros são obrigadas a manter em arquivo os contratos
Subempreitadas celebrados em que são intervenientes pelo período de cinco
anos a contar da data da conclusão das obras.
Artigo 383.º
Limites às subempreitadas Artigo 385.º
Subempreitadas na fase de execução
1 — Sem prejuízo dos limites gerais previstos no pre-
sente Código, a subcontratação é vedada: 1 — A subcontratação no decurso da execução do con-
trato não carece de autorização do dono da obra, salvo o
a) A entidades que não sejam titulares de alvará ou
disposto no número seguinte.
de título de registo emitido pelo Instituto dos Mercados
2 — Quando as particularidades da obra justifiquem
Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P., contendo
uma especial qualificação técnica do empreiteiro e a mesma
as habilitações adequadas à execução da obra a subcon- tenha sido exigida ao empreiteiro na fase de formação do
tratar; ou contrato, o contrato pode subordinar expressamente a sub-
b) A entidades nacionais de Estado signatário do Acordo contratação na fase de execução a autorização do dono da
sobre o Espaço Económico Europeu ou do Acordo sobre obra, dependente da verificação da capacidade técnica do
Contratos Públicos da Organização Mundial de Comércio potencial subcontratado em moldes semelhantes aos que
que, não sendo titulares do alvará ou do título de registo, hajam sido exigidos em relação ao empreiteiro.
não apresentem uma declaração, emitida pelo Instituto dos 3 — Salvo nos casos previstos no número anterior, aos
Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P., quais é aplicável, com as necessárias adaptações, o dis-
comprovativa de que podem executar as prestações objeto posto nos n.os 3 a 6 do artigo 318.º, o empreiteiro deve, no
do contrato a celebrar por preencherem os requisitos que prazo de cinco dias após a celebração de cada contrato de
lhes permitiriam ser titular de um alvará ou de um título subempreitada, comunicar esse facto por escrito ao dono
de registo contendo as habilitações adequadas à execução da obra, remetendo-lhe cópia do contrato em causa.
da obra a realizar. 4 — Na comunicação prevista no número anterior, o
empreiteiro fundamenta a decisão de recorrer à subemprei-
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, não tada e atesta a observância dos limites a que se referem os
pode o empreiteiro subcontratar prestações objeto do con- n.os 1 e 2 do artigo 383.º
trato de valor total superior a 75 % do preço contratual,
acrescido ou deduzido dos preços correspondentes aos Artigo 386.º
trabalhos complementares ou a menos e à reposição do
Oposição e recusa de autorização à subempreitada
equilíbrio financeiro a que haja lugar no âmbito do con-
trato em causa. 1 — O dono da obra pode sempre opor-se ou, nos casos
3 — Não é aplicável o disposto no número anterior previstos no n.º 2 do artigo anterior, recusar a autorização
relativamente à fase de formação do contrato sempre que à subempreitada quando não sejam observados os limites
da limitação aí fixada decorram os efeitos previstos no fixados no artigo 383.º e com os fundamentos previstos
n.º 5 do artigo 318.º no artigo 320.º
5250-(2030) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

2 — Sempre que a oposição ou a recusa de autorização Artigo 391.º


se fundamentem na inobservância dos limites fixados no Situação provisória de trabalhos
artigo 383.º, o dono da obra deve comunicar esse facto
ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da 1 — Quando seja impossível a realização da medição
Construção, I. P., no prazo de cinco dias. nos termos do n.º 1 do artigo 388.º e, bem assim, quando
o dono da obra, por qualquer motivo, deixe de fazê-la, o
empreiteiro deve apresentar, até ao fim do mês seguinte,
SECÇÃO VIII um mapa das quantidades dos trabalhos efetuados no mês
Medição e pagamento em causa, juntamente com os documentos respetivos.
2 — O mapa apresentado nos termos do número anterior
SUBSECÇÃO I é considerado como situação de trabalhos provisória para
os efeitos do artigo 389.º
Medição 3 — A exatidão das quantidades inscritas nos mapas
apresentados nos termos dos números anteriores é veri-
Artigo 387.º ficada no primeiro auto de medição posterior à sua apre-
Objeto da medição
sentação, no qual o dono da obra procede às retificações a
que houver lugar, ou, estando concluída a obra, em auto de
O dono da obra deve proceder à medição de todos os tra- medição avulso, a elaborar até à receção provisória.
balhos executados, incluindo os trabalhos não previstos no 4 — Se o empreiteiro inscrever, dolosamente, trabalhos
projeto ou não devidamente ordenados pelo dono da obra. não efetuados nos mapas apresentados nos termos dos
números anteriores, tal facto deve ser participado ao Mi-
Artigo 388.º nistério Público para competente procedimento criminal
e ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da
Procedimento e critérios da medição
Construção, I. P., que, sendo o caso, comunica o mesmo
1 — Na falta de estipulação contratual, a medição à entidade que comprova a inscrição na lista oficial de
é efetuada mensalmente, devendo estar concluída até empreiteiros aprovados do país de que seja nacional ou no
ao 8.º dia do mês imediatamente seguinte àquele a que qual se situe o estabelecimento principal do empreiteiro.
respeita.
2 — As medições são feitas no local da obra com SUBSECÇÃO II
a colaboração do empreiteiro e são formalizadas em Pagamento
auto.
3 — Os métodos e os critérios a adotar para realização Artigo 392.º
das medições devem ser definidos no contrato.
Liquidação e pagamento
Artigo 389.º 1 — Após a assinatura pelo empreiteiro dos documentos
que constituem a situação de trabalhos, promove-se a liqui-
Situação de trabalhos
dação do preço correspondente às quantidades de trabalhos
1 — Feita a medição, elabora-se a respetiva conta cor- medidos sobre as quais não haja divergências, depois de
rente no prazo de 10 dias, com especificação das quantida- deduzidos os descontos a que houver lugar nos termos
des de trabalhos apuradas, dos respetivos preços unitários, contratuais, notificando-se o empreiteiro dessa liquidação
do total creditado, dos descontos a efetuar, dos adiantamen- para efeito do respetivo pagamento, no prazo estipulado.
tos concedidos ao empreiteiro e do saldo a pagar a este. 2 — Quando não forem liquidados todos os trabalhos
2 — A conta corrente e os demais documentos que medidos, nos termos do disposto no número anterior,
constituem a situação de trabalhos devem ser verificados menciona-se o facto mediante nota explicativa inserta na
e assinados pelo empreiteiro, ficando um duplicado na respetiva conta corrente.
posse deste. 3 — Logo que sejam resolvidas as reclamações apre-
3 — Quando considerar que existe algum erro em sentadas pelo empreiteiro, o dono da obra procede, sendo
qualquer dos documentos referidos no número anterior, o caso disso, à retificação da conta corrente, liquidando e
efetuando o pagamento ao empreiteiro da importância
empreiteiro deve apresentar a correspondente reserva no
apurada a seu favor, no prazo estipulado.
momento da sua assinatura, sendo aplicável o disposto
no artigo 345.º Artigo 393.º
Artigo 390.º Pagamento provisório

Erros de medição 1 — Se nas datas dos autos de medição ou nas datas


de apresentação dos mapas a que se refere o n.º 1 do ar-
1 — Se, até à conclusão da obra, forem detetados er- tigo 391.º ainda não forem conhecidos os valores finais dos
ros ou faltas em qualquer auto de medição anteriormente indicadores económicos a utilizar na revisão dos preços
lavrado, a correção deve ser efetuada no auto de medição dos trabalhos executados, o dono da obra deve proceder
imediatamente posterior pelo dono da obra caso este e o ao pagamento provisório com base no respetivo preço
empreiteiro estejam de acordo em relação ao objeto e às previsto no contrato, revisto em função dos últimos indi-
quantidades a corrigir. cadores conhecidos.
2 — A correção da medição é refletida na conta corrente 2 — Nos casos previstos no número anterior, logo que
elaborada no mês seguinte, nos termos do disposto no sejam publicados os indicadores económicos respeitantes
artigo anterior. ao mês de execução dos trabalhos ou do período para tal
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2031)

previsto no plano de trabalhos, o dono da obra procede b) O modo como foi executado o plano de prevenção e
imediatamente ao cálculo definitivo da revisão, pagando gestão de resíduos de construção e demolição, nos termos
ao empreiteiro ou deduzindo, na situação de trabalhos que da legislação aplicável;
se seguir, a diferença apurada. c) Quaisquer condições que o dono da obra julgue ne-
cessário impor, nos termos do presente Código ou da lei,
SECÇÃO IX bem como o prazo para o seu cumprimento.
Receção provisória e definitiva 3 — Sem prejuízo de estipulação contratual que exclua
a receção provisória parcial, se a obra estiver, no todo
Artigo 394.º ou em parte, em condições de ser recebida, a assinatura
Vistoria do auto de receção nos termos do disposto nos números
anteriores autoriza, no todo ou em parte, a abertura da
1 — A receção provisória da obra depende da realização obra ao uso público ou a sua entrada em funcionamento
de vistoria, que deve ser efetuada logo que a obra esteja e implica, sendo caso disso, a sua transferência para o
concluída no todo ou em parte, mediante solicitação do domínio público, sem prejuízo das obrigações de garantia
empreiteiro ou por iniciativa do dono da obra, tendo em que impendem sobre o empreiteiro.
conta o termo final do prazo total ou dos prazos parciais 4 — Considera-se que a obra não está em condições
de execução da obra. de ser recebida se o dono da obra não atestar a correta
2 — A vistoria é feita pelo dono da obra, com a colabo- execução do plano de prevenção e gestão de resíduos de
ração do empreiteiro, e tem como finalidade, em relação construção e demolição, nos termos da legislação aplicável,
à obra a receber, designadamente: devendo tal condição ser declarada no auto de receção
a) Verificar se todas as obrigações contratuais e legais do provisória.
empreiteiro estão cumpridas de forma integral e perfeita; 5 — No caso de serem identificados defeitos da obra
b) Atestar a correta execução do plano de prevenção e que impeçam, no todo ou em parte, a receção provisória
gestão de resíduos de construção e demolição, nos termos da mesma, a especificação de tais defeitos no auto nos
da legislação aplicável. termos do disposto na alínea a) do n.º 2 é acrescida da
declaração de não receção da obra ou da parte da mesma
3 — O dono da obra convoca, por escrito, o empreiteiro que não estiver em condições de ser recebida e dos respe-
para a vistoria com a antecedência mínima de cinco dias tivos fundamentos.
e, no caso de este não comparecer nem justificar a falta, a 6 — Caso o dono da obra se recusar a assinar o auto, a
vistoria tem lugar com a intervenção de duas testemunhas, obra não é recebida no todo ou em parte.
que também assinam o respetivo auto. 7 — A recusa injustificada do dono da obra em assinar
4 — No caso a que se refere o número anterior, o auto o auto de receção provisória na sequência da vistoria tem
é imediatamente notificado ao empreiteiro para os efeitos os efeitos previstos no direito civil para a mora do credor.
previstos nos artigos seguintes. 8 — Ainda que não tenha sido observado o disposto
5 — Quando a vistoria for solicitada pelo empreiteiro, o nos números anteriores, a obra considera-se tacitamente
dono da obra deve realizá-la no prazo de 30 dias contados recebida sempre que a mesma seja afeta pelo dono da obra
da data da receção da referida solicitação, convocando o aos fins a que se destina, sem prejuízo da obrigação de ga-
empreiteiro nos termos do n.º 3. rantia regulada na presente secção e das sanções a que haja
6 — O não agendamento ou realização atempada e sem lugar nos termos da legislação aplicável, designadamente
motivo justificado da vistoria por facto imputável ao dono quando o empreiteiro não executou corretamente o plano de
da obra tem os efeitos previstos no direito civil para a prevenção e gestão de resíduos de construção e demolição.
mora do credor.
7 — No caso previsto no número anterior, a obra Artigo 396.º
considera-se tacitamente recebida se o dono da obra não
agendar ou não proceder à vistoria no prazo de 30 dias a Defeitos da obra
contar do termo do prazo previsto no n.º 5, sem prejuízo 1 — O auto que declare a não receção da obra, no todo
das sanções a que haja lugar, nos termos da legislação apli- ou em parte, em virtude de defeitos da obra detetados na
cável, designadamente quando o empreiteiro não executou vistoria é notificado ao empreiteiro, sendo-lhe concedido
corretamente o plano de prevenção e gestão de resíduos um prazo razoável para os corrigir.
de construção e demolição. 2 — O prazo fixado para correção de defeitos da obra
que se revele necessária após a realização de vistoria não
Artigo 395.º começa a contar antes do decurso do prazo para apresen-
Auto de receção provisória tação de reclamação ou reservas pelo empreiteiro ou da
decisão do dono da obra que sobre elas incida.
1 — Da vistoria é lavrado auto, assinado pelos interve- 3 — Se a correção dos defeitos ordenada não for exe-
nientes, que deve declarar se a obra está, no todo ou em cutada no prazo fixado, o dono da obra pode optar pela
parte, em condições de ser recebida. execução dos referidos trabalhos, diretamente ou por in-
2 — O auto a que se refere o número anterior deve termédio de terceiro, sendo aplicável, com as necessárias
conter informação sobre: adaptações, o disposto nos n.os 2 a 4 do artigo 325.º
a) O modo como se encontram cumpridas as obrigações 4 — Logo que os trabalhos de correção de defeitos
contratuais e legais do empreiteiro, identificando, nomea- estejam concluídos, há lugar a novo procedimento de re-
damente, os defeitos da obra; ceção provisória.
5250-(2032) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 397.º 4 — O disposto no número anterior é aplicável, com


as necessárias adaptações, aos casos de receção definitiva
Garantia da obra
parcial.
1 — Na data da assinatura do auto de receção provisória 5 — Se, em consequência da vistoria prevista no pre-
inicia-se o prazo de garantia, durante o qual o empreiteiro sente artigo, se verificar que existem defeitos da obra da
está obrigado a corrigir todos os defeitos da obra. responsabilidade do empreiteiro, apenas podem ser recebi-
2 — O prazo de garantia varia de acordo com o defeito das as obras que reúnam as condições enunciadas no n.º 3
da obra, nos seguintes termos: e que sejam suscetíveis de receção parcial, procedendo o
dono da obra, em relação às restantes, nos termos previstos
a) 10 anos, no caso de defeitos relativos a elementos no artigo 396.º
construtivos estruturais; 6 — São aplicáveis à vistoria e ao auto de receção de-
b) 5 anos, no caso de defeitos relativos a elementos finitiva, bem como à falta de agendamento ou realização
construtivos não estruturais ou a instalações técnicas; da vistoria pelo dono da obra, os preceitos que regulam a
c) 2 anos, no caso de defeitos relativos a equipamentos receção provisória quanto às mesmas matérias.
afetos à obra, mas dela autonomizáveis. 7 — O empreiteiro fica exonerado da responsabilidade
pelos defeitos da obra que sejam verificados após a rece-
3 — O contrato pode estipular prazos de garantia dife- ção definitiva, salvo quando o dono da obra prove que os
rentes dos previstos no número anterior, mas tais prazos defeitos lhe são culposamente imputáveis.
apenas podem ser superiores àqueles quando, tratando-se
de aspeto da execução do contrato submetido à concor-
SECÇÃO X
rência pelo caderno de encargos, o empreiteiro o tenha
proposto. Liquidação da empreitada e relatório final
4 — Se, quanto aos bens referidos na alínea c) do n.º 2,
o empreiteiro beneficiar de prazo de garantia superior ao Artigo 399.º
previsto neste preceito face aos terceiros a quem os tenha Elaboração da conta
adquirido, é esse o prazo de garantia a que fica vinculado.
5 — O empreiteiro tem a obrigação de corrigir, a expen- 1 — Na falta de estipulação contratual, a conta final
sas suas, todos os defeitos da obra e dos equipamentos nela da empreitada é elaborada no prazo de dois meses após a
integrados que sejam identificados até ao termo do prazo de primeira revisão ordinária de preços subsequente à receção
garantia, entendendo-se como tais, designadamente, quais- provisória.
quer desconformidades entre a obra executada e os equipa- 2 — Se não houver lugar à revisão ordinária de preços,
mentos fornecidos ou integrados e o previsto no contrato. o prazo a que se refere o número anterior inicia-se na data
6 — Se os defeitos identificados não forem suscetíveis da receção provisória.
de correção, o dono da obra pode, sem custos adicionais, 3 — Os trabalhos e os valores em relação aos quais
exigir ao empreiteiro que repita a execução da obra com existam reclamações pendentes de decisão são liquidados
defeito ou que substitua os equipamentos defeituosos, salvo à medida que aquelas forem definitivamente decididas.
se tal se revelar impossível ou constituir abuso de direito,
nos termos gerais. Artigo 400.º
7 — Sem prejuízo da opção pelo exercício do direito Elementos da conta
de resolução do contrato, não sendo corrigidos os defeitos
Da conta final da empreitada devem constar os seguintes
nem cumprido o disposto no número anterior, ainda que se elementos:
verifiquem os casos previstos na sua parte final, o dono da
obra pode exigir a redução do preço e tem direito de ser a) Uma conta corrente à qual são levados, por verbas
indemnizado nos termos gerais. globais, os valores de todas as medições e revisões ou
acertos decorrentes de reclamações decididas, o prémio
Artigo 398.º por cumprimento antecipado do contrato e as sanções
contratuais aplicadas;
Receção definitiva
b) Um mapa dos trabalhos complementares e dos traba-
1 — Findo o período de garantia, há lugar, em relação lhos a menos, com a indicação dos preços unitários pelos
à totalidade ou a cada uma das partes da obra, a nova quais se procedeu à sua liquidação;
vistoria para efeitos de receção definitiva da empreitada, c) Um mapa de todos os trabalhos e valores sobre os
cujo procedimento deve ser definido no contrato. quais subsistam reclamações ou reservas do empreiteiro
2 — A receção definitiva é formalizada em auto. ainda não decididas, com expressa referência ao mapa da
3 — A receção definitiva depende da verificação cumu- alínea anterior, sempre que os mesmos também constem
lativa dos seguintes pressupostos: daquele.
a) Funcionalidade regular, no termo do período de ga- Artigo 401.º
rantia, em condições normais de exploração, operação ou
Notificação da conta final ao empreiteiro
utilização, da obra e respetivos equipamentos, de forma que
cumpram todas as exigências contratualmente previstas; 1 — Elaborada a conta final da empreitada, a mesma é
b) Cumprimento, pelo empreiteiro, de todas as obriga- enviada, no prazo de 15 dias, ao empreiteiro, podendo este,
ções decorrentes do período de garantia relativamente à no mesmo prazo, proceder à sua assinatura ou, discordando
totalidade ou à parte da obra a receber. da mesma, apresentar reclamação fundamentada.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2033)

2 — Para efeitos do disposto no número anterior, o panhado de uma memória justificativa da sua viabilidade,
empreiteiro pode consultar e examinar os documentos de devendo notificá-lo ao empreiteiro.
suporte à elaboração da conta final da empreitada. 3 — Caso se verifiquem novos desvios, seja relativa-
3 — O dono da obra comunica ao empreiteiro a sua mente ao plano de trabalhos modificado pelo empreiteiro
decisão sobre a reclamação apresentada no prazo de 30 dias ou ao plano de trabalhos notificado pelo dono da obra nos
a contar da receção desta. termos do disposto no número anterior, este pode tomar a
4 — Independentemente da assinatura da conta final da posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e
empreitada, a não apresentação, no prazo fixado no n.º 1, imóveis à mesma afetos, e executar a obra, diretamente ou
de reclamação pelo empreiteiro equivale à aceitação da por intermédio de terceiro, nos termos previstos nos n.os 2
mesma, sem prejuízo das reclamações pendentes. a 4 do artigo 325.º, procedendo aos inventários, medições
e avaliações necessários.
Artigo 402.º 4 — Sem prejuízo do disposto nos números anterio-
res, o empreiteiro é responsável perante o dono da obra
Relatório final da obra
ou perante terceiros pelos danos decorrentes do desvio
1 — No prazo de 10 dias a contar da data da assinatura injustificado do plano de trabalhos, quer no que respeita
da conta final ou da data em que a conta final se consi- ao conteúdo da respetiva prestação quer no que respeita
dera aceite pelo empreiteiro, o dono da obra deve enviar ao prazo de execução da obra.
ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da
Construção, I. P., o relatório final da obra. SECÇÃO XII
2 — O disposto no número anterior é aplicável a em-
preitadas de obras públicas integradas em concessões, Extinção do contrato
incumbindo ao concessionário a elaboração e o envio do
referido relatório. Artigo 405.º
3 — O modelo do relatório referido no n.º 1 é aprovado Resolução pelo dono da obra
por portaria do membro do Governo responsável pela área
das obras públicas e deve conter todos os elementos e 1 — Sem prejuízo dos fundamentos gerais de resolu-
menções exigíveis, nos termos do presente Código. ção do contrato e de outros neste previstos e do direito
de indemnização nos termos gerais, o dono da obra pode
resolver o contrato nos seguintes casos:
SECÇÃO XI
a) Se o empreiteiro, de forma grave ou reiterada, não
Incumprimento do contrato cumprir o disposto na legislação sobre segurança, higiene
e saúde no trabalho;
Artigo 403.º b) Se, tendo faltado à consignação sem justificação
Atraso na execução da obra aceite pelo dono da obra, o empreiteiro não comparecer,
após segunda notificação, no local, na data e na hora in-
1 — Em caso de atraso no início ou na conclusão da dicados pelo dono da obra para nova consignação desde
execução da obra por facto imputável ao empreiteiro, o que não apresente justificação de tal falta aceite pelo dono
dono da obra pode aplicar uma sanção contratual, por cada da obra;
dia de atraso, em valor correspondente a 1 (por mil) do c) Se ocorrer um atraso no início da execução dos tra-
preço contratual, sem prejuízo de o contrato poder prever balhos imputável ao empreiteiro que seja superior a 1/40
valor mais elevado, até ao dobro daquele valor. do prazo de execução da obra;
2 — Em caso de incumprimento de prazos parciais de d) Se o empreiteiro não der início à execução dos traba-
execução da obra por facto imputável ao empreiteiro, é lhos complementares decorridos 15 dias da notificação da
aplicável o disposto no número anterior, sendo o montante decisão do dono da obra que indefere a reclamação apre-
da sanção contratual aí prevista reduzido a metade. sentada por aquele e reitera a ordem para a sua execução;
3 — O empreiteiro tem direito ao reembolso das quan- e) Se houver suspensão da execução dos trabalhos pelo
tias pagas a título de sanção contratual por incumprimento dono da obra por facto imputável ao empreiteiro ou se
de prazos parciais de execução da obra quando recupere o este suspender a execução dos trabalhos sem fundamento
atraso na execução dos trabalhos e a obra seja concluída e fora dos casos previstos no n.º 1 do artigo 366.º, desde
dentro do prazo de execução do contrato. que da suspensão advenham graves prejuízos para o in-
teresse público;
Artigo 404.º f) Se ocorrerem desvios ao plano de trabalhos nos termos
Desvio do plano de trabalhos
do disposto no n.º 3 do artigo 404.º;
g) Se não foram corrigidos os defeitos detetados no pe-
1 — Em caso de desvio do plano de trabalhos que, in- ríodo de garantia da obra ou se não for repetida a execução
justificadamente, ponha em risco o cumprimento do prazo da obra com defeito ou substituídos os equipamentos de-
de execução da obra ou dos respetivos prazos parcelares, o feituosos, nos termos do disposto no artigo 397.º
dono da obra pode notificar o empreiteiro para apresentar,
no prazo de 10 dias, um plano de trabalhos modificado, 2 — Em caso de resolução, o dono da obra deve infor-
adotando as medidas de correção que sejam necessárias à mar o Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da
recuperação do atraso verificado. Construção, I. P., e, no caso previsto na alínea a) do número
2 — Realizada a notificação prevista no número ante- anterior, a Autoridade para as Condições de Trabalho.
rior, se o empreiteiro não apresentar um plano de trabalhos 3 — O Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário
modificado em moldes considerados adequados pelo dono e da Construção, I. P., sendo o caso, dá conhecimento da
da obra, este pode elaborar novo plano de trabalhos, acom- resolução do contrato à entidade que comprova a inscri-
5250-(2034) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

ção na lista oficial de empreiteiros aprovados do país de Artigo 408.º


que seja nacional ou no qual se situe o estabelecimento Aplicação subsidiária
principal do empreiteiro.
4 — O disposto nos números anteriores não prejudica A presente secção é aplicável, subsidiariamente, ao
a aplicação das sanções que se mostrem devidas nos ter- contrato de concessão de exploração de bens do domínio
mos da legislação que regula o exercício da atividade de público.
construção.
Artigo 409.º
Artigo 406.º Exercício de poderes e prerrogativas de autoridade
Resolução pelo empreiteiro 1 — As entidades adjudicantes podem conceder a exe-
Sem prejuízo dos fundamentos gerais de resolução do cução ou a conceção e execução de obras públicas ou a
contrato e de outros neste previstos e do direito de indem- gestão de serviços públicos.
nização nos termos gerais, o empreiteiro tem o direito de 2 — Mediante estipulação contratual, o concessioná-
resolver o contrato nos seguintes casos: rio pode exercer os seguintes poderes e prerrogativas de
autoridade:
a) Se não for feita consignação da obra no prazo de seis
a) Expropriação por utilidade pública;
meses contados da data da celebração do contrato por facto
b) Utilização, proteção e gestão das infraestruturas afetas
não imputável ao empreiteiro; ao serviço público;
b) Se, havendo sido feitas uma ou mais consignações c) Licenciamento e concessão, nos termos da legislação
parciais, o retardamento da consignação ou consignações aplicável à utilização do domínio público, da ocupação ou
subsequentes acarretar a interrupção dos trabalhos por mais do exercício de qualquer atividade nos terrenos, edificações
de 120 dias, seguidos ou interpolados; e outras infraestruturas que lhe estejam afetas.
c) Se, avaliados os trabalhos complementares e os traba-
lhos a menos, relativos ao contrato e resultantes de atos ou Artigo 410.º
factos não imputáveis ao empreiteiro, ocorrer uma redução
Prazo
superior a 20 % do preço contratual;
d) Se a suspensão da empreitada se mantiver: 1 — O prazo de vigência do contrato é fixado em fun-
i) Por período superior a um quinto do prazo de execu- ção do período de tempo necessário para amortização e
remuneração, em normais condições de rendibilidade da
ção da obra, quando resulte de caso de força maior;
exploração, do capital investido pelo concessionário.
ii) Por período superior a um décimo do mesmo prazo,
2 — Na falta de estipulação contratual, o prazo a que
quando resulte de facto imputável ao dono da obra; se refere o número anterior é 30 anos, nele se incluindo a
duração de qualquer prorrogação contratualmente prevista,
e) Se, verificando-se os pressupostos do artigo 354.º, sem prejuízo de lei especial que fixe prazo supletivo dife-
os danos do empreiteiro excederem 20 % do preço con- rente, ou prazo máximo.
tratual. 3 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1, o prazo inicial
da concessão pode ser prorrogado com fundamento na
CAPÍTULO II necessidade de assegurar a amortização e remuneração,
em normais condições de rendibilidade da exploração, do
Concessões de obras públicas e de serviços públicos capital investido pelo concessionário, nos termos previstos
no artigo 282.º
SECÇÃO I
Artigo 410.º-A
Disposições gerais
Valor do contrato de concessão

Artigo 407.º 1 — O valor de um contrato de concessão corresponde


ao total do volume de negócios do concessionário gerado
Noção
ao longo da duração do contrato, sem IVA, conforme es-
1 — Entende-se por concessão de obras públicas o con- tipulado no contrato, em contrapartida das obras e dos
trato pelo qual o cocontratante se obriga à execução ou à serviços que foram objeto da concessão, bem como dos
conceção e execução de obras públicas, adquirindo em con- fornecimentos relacionados com tais obras e serviços.
trapartida o direito de proceder, durante um determinado 2 — O valor do contrato deve ter em conta, nomeada-
período, à respetiva exploração, e, se assim estipulado, o mente, o seguinte:
direito ao pagamento de um preço. a) O valor de qualquer tipo de opção e eventuais pror-
2 — Entende-se por concessão de serviços públicos o rogações da duração da concessão;
contrato pelo qual o cocontratante se obriga a gerir, em b) As receitas provenientes do pagamento de taxas pelos
nome próprio e sob sua responsabilidade, uma atividade de utilizadores das obras ou dos serviços distintas das cobra-
serviço público, durante um determinado período, sendo das em nome da entidade adjudicante;
remunerado pelos resultados financeiros dessa gestão ou, c) Os pagamentos ou qualquer vantagem financeira,
diretamente, pelo contraente público. independentemente da forma, que a entidade adjudicante
3 — São partes nos contratos referidos nos números ou qualquer outra autoridade pública proporcione ao con-
anteriores o concedente e o concessionário. cessionário, incluindo a compensação pelo cumprimento
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2035)

de uma obrigação de serviço público e os subsídios ao Artigo 414.º


investimento público; Obrigações do concessionário
d) O valor das subvenções ou de quaisquer outras van-
tagens financeiras, independentemente da forma, prove- Constituem obrigações do concessionário:
nientes de terceiros pela execução da concessão; a) Informar o concedente de qualquer circunstância que
e) A receita da venda de ativos que façam parte do es- possa condicionar o normal desenvolvimento das ativida-
tabelecimento da concessão; des concedidas;
f) O valor de todos os fornecimentos e serviços postos à b) Fornecer ao concedente, ou a quem este designar
disposição do concessionário pelas entidades adjudicantes, para o efeito, qualquer informação ou elaborar relatórios
desde que sejam necessários à execução das obras ou à específicos sobre aspetos relacionados com a execução do
prestação dos serviços; contrato, desde que solicitados por escrito;
g) Os prémios ou pagamentos a candidatos ou propo- c) Obter todas as licenças, certificações, credenciações
nentes. e autorizações necessárias ao exercício das atividades in-
tegradas ou de algum modo relacionadas com o objeto do
Artigo 411.º contrato, salvo estipulação contratual em contrário;
d) Quaisquer outras previstas na lei ou no contrato.
Concessionário

1 — Na falta de estipulação contratual, o concessio- Artigo 415.º


nário deve manter a sua sede em Portugal e a forma de Direitos do concessionário
sociedade anónima. Constituem direitos do concessionário:
2 — O concessionário deve ter por objeto social exclu-
sivo, ao longo de todo o período de duração do contrato, as a) Explorar, em regime de exclusivo, a obra pública ou
atividades que se encontram integradas na concessão. o serviço público concedidos;
b) Receber a retribuição prevista no contrato;
Artigo 412.º c) Utilizar, nos termos da lei e do contrato, os bens
do domínio público necessários ao desenvolvimento das
Outras atividades atividades concedidas;
1 — Mediante autorização do concedente, o concessio- d) Quaisquer outros previstos na lei ou no contrato.
nário pode exercer atividades não previstas no contrato
Artigo 416.º
desde que complementares ou acessórias das que consti-
tuem o objeto principal do mesmo. Viabilidade económico-financeira do projeto
2 — A autorização referida no número anterior pressu- O contrato só pode atribuir ao concessionário o direito a
põe a apresentação pelo concessionário de uma projeção prestações económico-financeiras desde que as mesmas não
económico-financeira da atividade ou atividades a desen- violem as regras comunitárias e nacionais da concorrência,
volver e de uma proposta de partilha da correspondente sejam essenciais à viabilidade económico-financeira da
receita entre as partes. concessão e não eliminem a efetiva e significativa trans-
3 — Mediante acordo do concedente, a partilha de re- ferência do risco da concessão para o concessionário.
ceita entre as partes pode ser substituída, total ou parcial-
mente, pela redução do valor das tarifas aplicadas pelo Artigo 417.º
concessionário ou por outras contrapartidas, com expressão Cedência de elementos ao concedente
financeira, que beneficiem os utilizadores da obra ou dos
serviços concedidos ou o próprio concedente. 1 — O concessionário deve disponibilizar ao conce-
dente todos os projetos, planos, plantas e outros elementos,
Artigo 413.º de qualquer natureza, que se revelem necessários ou úteis
ao exercício dos direitos ou ao desempenho de funções
Partilha de riscos atribuídas pela lei ou pelo contrato ao concedente.
1 — O contrato deve implicar uma significativa e efetiva 2 — O disposto no número anterior é aplicável aos
elementos adquiridos ou criados no desenvolvimento das
transferência para o concessionário do risco de exploração
atividades concedidas, seja diretamente pelo concessioná-
dessas obras ou serviços, que se traduz no risco ligado à rio seja por terceiros por aquele subcontratados.
procura ou à oferta, ou a ambos.
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, Artigo 418.º
considera-se que o concessionário assume o risco de ex-
ploração quando: Indicadores de acompanhamento e avaliação
do desempenho do concessionário
a) Em condições normais de exploração, não há garantia 1 — Salvo quando incompatível ou desnecessário em
de que recupere os investimentos efetuados ou as despe- face da natureza da obra pública ou do serviço público
sas suportadas no âmbito da exploração das obras ou dos concedidos, o contrato deve estabelecer indicadores de
serviços que são objeto da concessão; ou acompanhamento e de avaliação do desempenho do con-
b) A parte do risco transferido para o concessionário en- cessionário, da perspetiva do utilizador e do interesse
volve uma exposição real à imprevisibilidade do mercado, público, bem como procedimentos de cálculo para a sua
o que implica que quaisquer perdas potenciais por ele in- aferição periódica, designadamente no que respeita ao
corridas não sejam meramente nominais ou insignificantes. número de utilizadores e seus níveis de satisfação.
5250-(2036) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

2 — O concedente pode, nos termos do contrato e em Artigo 420.º-A


função dos resultados da aplicação dos indicadores referi- Modificações ao contrato
dos no número anterior, atribuir vantagens económicas ou
aplicar penalizações económicas ao concessionário. 1 — O concedente apenas pode ampliar a quantidade
de obras ou serviços abrangidos pelo contrato, com fun-
Artigo 419.º damento em circunstâncias não previstas, se:
Bens afetos à concessão a) As mesmas não puderem ser técnica ou economica-
mente separáveis do objeto do contrato sem inconvenientes
1 — À concessão corresponde um estabelecimento, graves ou que impliquem um aumento considerável de
que integra os bens móveis e imóveis afetos àquela e os custos para concedente;
direitos e obrigações destinados à realização do interesse b) O valor dessas obras ou serviços não exceder 10 %
público subjacente à celebração do contrato. do valor do contrato.
2 — Para efeitos do disposto no número anterior,
consideram-se afetos à concessão todos os bens exis- 2 — Quando a modificação do contrato se fundar em
tentes à data de celebração do contrato, assim como os circunstâncias imprevisíveis, o valor da modificação não
bens a criar, construir, adquirir ou instalar pelo conces- pode ultrapassar 50 % do valor do contrato.
sionário em cumprimento do mesmo, que sejam indis-
pensáveis para o adequado desenvolvimento das ativi- Artigo 421.º
dades concedidas, independentemente de o direito de
Sequestro
propriedade pertencer ao concedente, ao concessionário
ou a terceiros. 1 — Em caso de incumprimento grave pelo conces-
3 — O concessionário só pode onerar bens do domínio sionário de obrigações contratuais, ou estando o mesmo
público afetos à concessão mediante autorização, que deve iminente, o concedente pode, mediante sequestro, tomar
acautelar a compatibilidade daquela oneração com o nor- a seu cargo o desenvolvimento das atividades concedidas.
mal desenvolvimento das atividades concedidas. 2 — O sequestro pode ter lugar, designadamente, nas
4 — O concessionário só pode alienar ou onerar bens seguintes situações:
próprios essenciais ao desenvolvimento das atividades a) Quando ocorra ou esteja iminente a cessação ou
concedidas mediante autorização do concedente, que deve suspensão, total ou parcial, de atividades concedidas;
salvaguardar a existência de bens funcionalmente aptos à b) Quando se verifiquem perturbações ou deficiências
prossecução daquelas atividades. graves na organização e regular desenvolvimento das ati-
5 — O concessionário pode alienar ou onerar bens vidades concedidas ou no estado geral das instalações
próprios não essenciais ao desenvolvimento das ati- e equipamentos que comprometam a continuidade ou a
vidades concedidas desde que garanta a existência de regularidade daquelas atividades ou a integridade e segu-
bens funcionalmente aptos à prossecução daquelas ati- rança de pessoas e bens.
vidades.
6 — Tratando-se de bens abrangidos, nos termos do con- 3 — Verificada a ocorrência de uma situação que pode
trato, por cláusula de transferência, à respetiva alienação determinar o sequestro da concessão, o concedente notifica
ou oneração é aplicável o disposto no n.º 4. o concessionário para, no prazo que lhe for razoavelmente
7 — O concessionário pode tomar de aluguer, por loca- fixado, cumprir integralmente as suas obrigações e corrigir
ção financeira ou por figuras contratuais afins bens e equi- ou reparar as consequências dos seus atos, exceto tratando-
pamentos a afetar à concessão desde que seja reservado ao -se de uma violação não sanável.
concedente o direito de, mediante contrapartida, aceder ao 4 — Nos casos em que esteja previsto, em acordo entre
uso desses bens e suceder na respetiva posição contratual o concedente e as entidades financiadoras, o direito destas
em caso de sequestro, resgate ou resolução da concessão, de intervir na concessão nas situações de iminência de se-
não devendo, em qualquer caso, o prazo de vigência do questro, este apenas pode ter lugar depois de o concedente
respetivo contrato exceder o prazo de vigência do contrato notificar a sua intenção às entidades financiadoras.
de concessão a que diga respeito. 5 — Em caso de sequestro, o concessionário suporta os
encargos do desenvolvimento das atividades concedidas,
Artigo 420.º bem como quaisquer despesas extraordinárias necessárias
ao restabelecimento da normalidade da execução ou ex-
Direitos do concedente ploração da obra pública ou da normalidade da exploração
Constituem direitos do concedente, a exercer nos termos do serviço público.
e condições do contrato ou da lei e com os efeitos que 6 — O sequestro mantém-se pelo tempo julgado neces-
destes resultem: sário pelo concedente, com o limite máximo de um ano,
sendo o concessionário notificado pelo concedente para
a) Estabelecer as tarifas mínimas e máximas pela utili- retomar o desenvolvimento das atividades concedidas, na
zação das obras públicas ou dos serviços públicos; data que lhe for fixada.
b) Sequestrar a concessão; 7 — Se o concessionário não puder ou se se opuser a
c) Resgatar a concessão; retomar o desenvolvimento das atividades concedidas ou
d) Exigir a partilha equitativa do acréscimo de benefí- se, tendo-o feito, continuarem a verificar-se os factos que
cios financeiros, nos termos do disposto no artigo 341.º; deram origem ao sequestro, o concedente pode resolver
e) Quaisquer outros previstos na lei ou no contrato. o contrato.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2037)

Artigo 422.º resolução da concessão pelo concedente, esta apenas pode


Resgate
ter lugar depois de o concedente notificar a sua intenção
às entidades financiadoras.
1 — O concedente pode resgatar a concessão, por razões 3 — A resolução do contrato determina, além dos efeitos
de interesse público, após o decurso do prazo fixado no previstos no contrato, a reversão dos bens do concedente
contrato ou, na sua falta, decorrido um terço do prazo de e a obrigação de o concessionário entregar àquele, no
vigência do contrato. prazo que lhe seja fixado na notificação a que se refere o
2 — O resgate é notificado ao concessionário no prazo número anterior, os bens afetos à concessão abrangidos
previsto no contrato ou, na sua falta, com pelo menos seis por eventual cláusula de transferência.
meses de antecedência.
3 — Em caso de resgate, o concedente assume auto- Artigo 424.º
maticamente os direitos e obrigações do concessionário
diretamente relacionados com as atividades concedidas Responsabilidade perante terceiros
desde que constituídos em data anterior à da notificação 1 — O concedente responde por danos causados pelo
referida no número anterior. concessionário a terceiros no desenvolvimento das ativida-
4 — As obrigações assumidas pelo concessionário após des concedidas por facto que ao primeiro seja imputável.
a notificação referida no n.º 2 apenas vinculam o conce- 2 — O concedente responde ainda por facto que não
dente quando este haja autorizado, prévia e expressamente, lhe seja imputável, mas neste caso só depois de exercidos
a sua assunção.
quaisquer direitos resultantes de contrato de seguro que
5 — Em caso de resgate, o concessionário tem direito a
no caso caibam e de excutidos os bens do património do
uma indemnização correspondente aos danos emergentes
e aos lucros cessantes, devendo, quanto a estes, deduzir- concessionário.
-se o benefício que resulte da antecipação dos ganhos
previstos. Artigo 425.º
6 — A indemnização referida no número anterior é de- Efeitos da extinção do contrato no termo previsto
terminada nos termos do contrato ou, quando deste não
resulte o respetivo montante exato, nos termos do disposto 1 — No termo do contrato, não são oponíveis ao con-
no n.º 3 do artigo 566.º do Código Civil. cedente os contratos celebrados pelo concessionário com
7 — O resgate determina a reversão dos bens do con- terceiros para efeitos do desenvolvimento das atividades
cedente afetos à concessão, bem como a obrigação de o concedidas, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
concessionário entregar àquele os bens abrangidos, nos 2 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 417.º,
termos do contrato, por cláusula de transferência. os direitos de propriedade intelectual sobre os estudos
8 — A caução e as garantias prestadas são liberadas e projetos elaborados para os fins específicos das ativi-
um ano após a data do resgate, mediante comunicação dades integradas na concessão, bem como os projetos,
dirigida pelo concedente aos respetivos depositários ou planos, plantas, documentos e outros elementos referidos
emitentes. no mesmo artigo, são transmitidos gratuitamente e em
regime de exclusividade ao concedente no termo do prazo
Artigo 423.º de vigência do contrato, cabendo ao concessionário adotar
todas as medidas para o efeito necessárias.
Resolução pelo concedente
3 — No termo da concessão, revertem gratuitamente
1 — Sem prejuízo dos fundamentos gerais de resolu- para o concedente todos os seus bens que integram o esta-
ção do contrato e de outros neste previstos e do direito de belecimento da concessão, obrigando-se o concessionário
indemnização nos termos gerais, o concedente só pode a entregá-los em bom estado de conservação e funciona-
resolver o contrato quando se verifique: mento, sem prejuízo do normal desgaste resultante do seu
a) Desvio do objeto da concessão; uso para efeitos de execução do contrato.
b) Cessação ou suspensão, total ou parcial, pelo conces- 4 — No caso de o contrato prever a transferência, gra-
sionário da execução ou exploração de obras públicas ou da tuita ou onerosa, para o concedente de bens do concessio-
gestão do serviço público, sem que tenham sido tomadas nário afetos à concessão, este é obrigado, no termo do prazo
medidas adequadas à remoção da respetiva causa; de vigência do contrato, a entregá-los livres de quaisquer
c) Recusa ou impossibilidade do concessionário em ónus ou encargos, nos termos referidos na parte final do
retomar a concessão na sequência de sequestro; número anterior.
d) Repetição, após a retoma da concessão, das situações
que motivaram o sequestro; SECÇÃO II
e) Ocorrência de deficiência grave na organização e
desenvolvimento pelo concessionário das atividades con- Concessão de obras públicas
cedidas, em termos que possam comprometer a sua con-
tinuidade ou regularidade nas condições exigidas pela lei Artigo 426.º
e pelo contrato; Remissão
f) Obstrução ao sequestro;
g) Sequestro da concessão pelo prazo máximo permitido Em tudo quanto respeite às empreitadas de obras pú-
pela lei ou pelo contrato. blicas cuja execução seja necessária para a realização do
objeto da concessão e não seja regulado pela presente
2 — Nos casos em que esteja previsto, em acordo entre secção ou pelo contrato de concessão, é aplicável, com as
o concedente e as entidades financiadoras, o direito destas necessárias adaptações, o regime previsto no capítulo I do
de intervir na concessão nas situações de iminência de título II da parte III do presente Código.
5250-(2038) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 427.º Artigo 430.º


Conservação e uso da obra e dos bens afetos à concessão Contratos afins

1 — O concessionário deve manter a obra em bom es- Os princípios do serviço público referidos no artigo an-
tado de conservação e em perfeitas condições de utiliza- terior, bem como o regime definido na secção I do presente
ção, realizando todos os trabalhos necessários para que capítulo, são aplicáveis, com as necessárias adaptações,
as mesmas satisfaçam, cabal e permanentemente, o fim a a contratos afins do contrato de concessão de serviços
que se destinam. públicos.
2 — Caso se revele necessário e na impossibilidade de
intervenção atempada da autoridade pública competente, CAPÍTULO III
o concessionário pode adotar as medidas necessárias com
vista à utilização da obra pública, devendo, nesse caso, dar Locação de bens móveis
imediato conhecimento deste facto à autoridade pública
competente. Artigo 431.º
3 — O concessionário apenas pode impedir o uso da Noção
obra pública nas situações previstas no contrato, sem pre-
juízo do que, a este respeito, se estabeleça em legislação 1 — Entende-se por locação de bens móveis o con-
especial. trato pelo qual um locador se obriga a proporcionar a um
contraente público o gozo temporário de bens móveis,
Artigo 428.º mediante retribuição.
2 — Para efeitos do presente capítulo, a locação de bens
Zonas de exploração comercial móveis compreende a locação financeira e a locação que
1 — Para além dos espaços que integram as obras pú- envolva a opção de compra dos bens locados.
blicas por natureza, estas podem incluir, quando previsto
no contrato, outras zonas ligadas funcionalmente à con- Artigo 432.º
cessão destinadas a atividades comerciais ou industriais Remissão
que sejam suscetíveis de um aproveitamento económico
Em tudo quanto não estiver regulado no presente capí-
diferenciado, designadamente estabelecimentos de hote-
tulo, é aplicável aos contratos de locação de bens móveis,
laria, estações de serviço, zonas de lazer, estacionamentos com as necessárias adaptações, o disposto no capítulo sobre
e centros comerciais. contratos de aquisição de bens móveis.
2 — O desenvolvimento das atividades previstas no
número anterior não dispensa o cumprimento das normas Artigo 433.º
aplicáveis, designadamente em matéria de instalação
comercial ou industrial e, bem assim, em matéria am- Obrigações de reparação e manutenção
biental. 1 — Na falta de estipulação contratual, o locador tem
3 — As zonas ou espaços ligados funcionalmente à obrigação de manter o bem locado em perfeitas condições
concessão são sujeitos ao princípio de unidade de gestão e de utilização, efetuando as reparações e os trabalhos de ma-
controlo pelo concedente e são explorados conjuntamente nutenção que se tornarem necessários num prazo razoável.
com a obra pública pelo concessionário, diretamente ou 2 — Quando as reparações e os trabalhos de manutenção
por intermédio de terceiros, nos termos previstos no con- se tornarem necessários por facto imputável ao contraente
trato. público, este suportará as despesas inerentes na medida em
4 — Os bens e instalações incluídos na zona de ativi- que tenha concorrido para a deterioração do bem.
dades complementares da obra concedida são entregues
ao concedente no termo da concessão nos mesmos termos Artigo 434.º
em que o são os bens afetos à concessão. Indemnização por mora do contraente público nos pagamentos
Em caso de mora do contraente público, o locador ape-
SECÇÃO III
nas tem direito a exigir o pagamento de juros de mora a
Concessão de serviços públicos título de indemnização.

Artigo 429.º Artigo 435.º


Princípios gerais e regime especial Cedência do gozo e sublocação do bem locado

1 — Na exploração de uma atividade de serviço público, O contraente público pode ceder o gozo ou sublocar o
o concessionário está sujeito aos seguintes princípios: bem locado a qualquer entidade sobre a qual tenha poderes
de direção, superintendência ou tutela de mérito ou que
a) Continuidade e regularidade; sobre ele exerça tais poderes sem necessidade de autori-
b) Igualdade; zação por parte do locador.
c) Adaptação às necessidades.
Artigo 436.º
2 — Sem prejuízo do disposto no presente Código, o
Resolução pelo contraente público
regime das concessões de serviços públicos, designada-
mente o de concessões portuárias, é definido em legislação Sem prejuízo dos fundamentos gerais de resolução do
especial. contrato e de outros neste previstos e do direito de indemni-
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2039)

zação nos termos gerais, pode o contraente público resolver Artigo 442.º
o contrato quando o cumprimento de qualquer obrigação Acompanhamento do fabrico
de reparação ou de manutenção do bem se atrase por mais
de três meses ou o locador declarar por escrito que o atraso 1 — Na falta de estipulação contratual, nos contratos
excederá esse prazo. de aquisição de bens a fabricar, o contraente público pode
manter nas instalações do fabricante ou dos fabricantes
dos bens objeto do contrato missões de acompanhamento,
CAPÍTULO IV cuja composição, competências e modo de funcionamento
Aquisição de bens móveis devem ser definidos por acordo das partes.
2 — No caso de, num prazo razoável, as partes não
Artigo 437.º chegarem a acordo quanto aos aspetos referidos no nú-
mero anterior, os mesmos são definidos pelo contraente
Noção público, em obediência a critérios de proporcionalidade
Entende-se por aquisição de bens móveis o contrato e razoabilidade.
pelo qual um contraente público compra bens móveis a 3 — Em qualquer caso, o acesso dos membros das mis-
um fornecedor. sões de acompanhamento às instalações do fabricante deve
ser feito de forma a evitar qualquer interferência nociva na
Artigo 438.º gestão e operação das instalações e no processo de fabrico
dos bens, devendo os referidos membros cumprir as nor-
Remissão mas de segurança aplicáveis às instalações a que tenham
É aplicável aos contratos de aquisição de bens, com as acesso, bem como as instruções para o efeito impostas
necessárias adaptações, o disposto no capítulo sobre con- pelo fabricante.
tratos de empreitadas de obras públicas no que respeita a 4 — Quando o fornecedor não seja o fabricante dos
trabalhos complementares. bens, aquele tem a obrigação de assegurar o acesso e o
desenvolvimento dos trabalhos das missões de acompa-
Artigo 439.º nhamento nas instalações do fabricante.
5 — O desempenho das funções da missão de acom-
Objeto
panhamento não exime o fornecedor de responsabilidade
O contrato de aquisição de bens móveis pode ter por por quaisquer defeitos dos bens objeto do contrato ou não
objeto a aquisição de bens a fabricar ou a adaptar em mo- conformidade destes com as características, especificações
mento posterior à celebração do contrato, de acordo com e requisitos estabelecidos no contrato.
características específicas estabelecidas pelo contraente 6 — O disposto no presente artigo é aplicável, com
público. as necessárias adaptações, aos contratos que tenham por
objeto a adaptação ou modificação de bens.
Artigo 440.º
Artigo 443.º
Prazo
Entrega dos bens
1 — O prazo de vigência do contrato não pode ser supe-
rior a três anos, incluindo quaisquer prorrogações expressas 1 — Na falta de estipulação contratual, o fornecedor
ou tácitas do prazo de execução das prestações que cons- deve entregar os bens objeto do contrato na sede do con-
tituem o seu objeto, salvo se tal se revelar necessário ou traente público.
conveniente em função da natureza das prestações objeto 2 — Conjuntamente com os bens objeto do contrato, o
do contrato ou das condições da sua execução. fornecedor deve entregar todos os documentos que sejam
2 — O disposto no número anterior não é aplicável necessários para a boa e integral utilização, funcionamento
a obrigações acessórias que tenham sido estabelecidas ou consumo daqueles.
inequivocamente em favor do contraente público, desig- 3 — Entre a entrega e a receção dos bens objeto do
nadamente obrigações de sigilo, de conformidade dos bens contrato, o contraente público é obrigado a cooperar com
adquiridos e de garantia dos mesmos. o fornecedor para que sejam criadas as condições de se-
gurança dos bens que o fornecedor considere necessárias,
Artigo 441.º suportando este os custos daí resultantes.
Conformidade dos bens a entregar
Artigo 444.º
1 — O fornecedor está obrigado a entregar todos os bens Obrigações do fornecedor em relação aos bens entregues
objeto do contrato em conformidade com os termos no
mesmo estabelecidos, tendo em conta a respetiva natureza 1 — É aplicável, com as necessárias adaptações, aos
e o fim a que se destinam. contratos regulados no presente capítulo o disposto na
2 — Na falta de estipulação contratual, todos os bens lei que disciplina os aspetos relativos à venda de bens de
objeto do contrato bem como as respetivas peças, compo- consumo e das garantias a ela relativas no que respeita à
nentes ou equipamentos devem ser novos. responsabilidade e obrigações do fornecedor e do produtor
3 — É aplicável, com as necessárias adaptações, aos e aos direitos do consumidor.
contratos regulados no presente capítulo o disposto na 2 — O prazo das obrigações de reposição da conformi-
lei que disciplina os aspetos relativos à venda de bens de dade dos bens fornecidos conta-se a partir de cada receção
consumo e das garantias a ela relativas no que respeita à individualmente considerada ou da data em que ocorrer a
conformidade dos bens com o contrato. receção dos últimos bens fornecidos, consoante esteja em
5250-(2040) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

causa contrato que estabeleça entregas faseadas de bens e outros direitos de propriedade industrial ou direitos de
com ou sem autonomia funcional entre si, respetivamente. autor ou conexos.
3 — As obrigações do fornecedor a que se refere o n.º 1 2 — Se o contraente público vier a ser demandado por
abrangem ainda todos os encargos com os testes, a realizar ter infringido, na execução do contrato ou na posterior
pelo fornecedor, que o contraente público considere, justi- utilização dos bens objeto do mesmo, qualquer dos direi-
ficadamente, necessário efetuar para verificação funcional tos referidos no número anterior, terá direito de regresso
dos bens objeto do contrato. contra o fornecedor por quaisquer quantias pagas, seja a
4 — Para além das obrigações que resultam para o for- que título for.
necedor do disposto nos números anteriores, pode o con- 3 — Os encargos e a responsabilidade civil perante
trato estipular uma obrigação de garantia, cujas condições terceiros decorrentes dos factos mencionados nos n.os 1 e
concretas, designadamente as respeitantes ao respetivo 2 não correm por conta do fornecedor se este demonstrar
prazo e às obrigações do fornecedor, são fixadas no con- que os mesmos são imputáveis ao contraente público ou
trato, sendo aplicável nesta matéria o disposto na lei a que a terceiros que não sejam seus subcontratados.
se refere o n.º 1.
5 — O prazo da garantia a que se refere o número an- Artigo 448.º
terior não deve exceder dois anos, podendo ser superior Resolução pelo contraente público
quando, tratando-se de aspeto da execução do contrato
submetido à concorrência pelo caderno de encargos, o 1 — Sem prejuízo dos fundamentos gerais de resolução
fornecedor o tenha proposto. do contrato e de outros neste previstos e do direito de in-
demnização nos termos gerais, pode o contraente público
Artigo 445.º resolver o contrato no caso de o fornecedor violar de forma
grave ou reiterada qualquer das obrigações que lhe incum-
Encargos gerais bem, nomeadamente quando a entrega de qualquer bem
Na falta de estipulação contratual, constituem obriga- objeto do fornecimento se atrase por mais de três meses ou
ções do fornecedor: o fornecedor declarar por escrito que o atraso na entrega
excederá esse prazo.
a) O pagamento de quaisquer impostos, taxas, direitos 2 — A resolução do contrato nos termos do presente
de qualquer natureza ou outros encargos exigidos pelas artigo abrange a repetição das prestações já realizadas
autoridades competentes e relativos à execução do contrato pelo fornecedor se assim for determinado pelo contraente
nos territórios do país ou países do fornecedor, dos seus público.
subcontratados ou de passagem em transporte;
b) A obtenção de quaisquer autorizações e o pagamento Artigo 449.º
de quaisquer emolumentos exigidos pelas autoridades com-
Resolução pelo fornecedor
petentes relativamente ao cumprimento das obrigações que
impendem sobre o fornecedor no âmbito do contrato; Na falta de estipulação contratual, a resolução do con-
c) A realização de todas as diligências necessárias ou trato pelo fornecedor não determina a repetição das pres-
convenientes à obtenção de quaisquer licenças de expor- tações já realizadas, cessando, porém, todas as obrigações
tação e de importação exigidas pelos países envolvidos na do fornecedor previstas no contrato, com exceção das
execução do contrato e a esta respeitantes, bem como o pa- obrigações a que se refere o artigo 444.º
gamento das taxas ou demais encargos a que houver lugar;
d) O pagamento de quaisquer despesas resultantes da
prestação das cauções previstas nos artigos 88.º a 91.º e CAPÍTULO V
292.º Aquisição de serviços
Artigo 446.º Artigo 450.º
Continuidade de fabrico Noção
Na falta de estipulação contratual e salvo quando outra Entende-se por aquisição de serviços o contrato pelo
coisa resultar da natureza do bem a fornecer, o fornecedor qual um contraente público adquire a prestação de um
deve assegurar a continuidade do fabrico e do forneci- ou vários tipos de serviços mediante o pagamento de um
mento de todas as peças, componentes e equipamentos preço.
que integrem os bens objeto do contrato pelo prazo esti-
mado da respetiva vida útil, sem prejuízo do disposto nos Artigo 451.º
artigos 297.º e 298.º
Remissão
Artigo 447.º Em tudo quanto não estiver regulado no presente ca-
Direitos de propriedade intelectual
pítulo, é aplicável aos contratos de aquisição de serviços,
com as necessárias adaptações, o disposto no capítulo sobre
1 — Na falta de estipulação contratual, correm in- contratos de aquisição de bens móveis.
tegralmente por conta do fornecedor os encargos ou a
responsabilidade civil decorrentes da incorporação em Artigo 452.º
qualquer dos bens objeto do contrato, ou da utilização
Instalações e equipamentos
nesses mesmos bens, de elementos de construção, de
hardware, de software ou de outros que respeitem a Na falta de estipulação contratual, as instalações, os
quaisquer patentes, licenças, marcas, desenhos registados equipamentos e quaisquer outros meios necessários ao
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2041)

exato e pontual cumprimento das obrigações contratuais PARTE IV


são da responsabilidade do prestador de serviços.
Governação e regime sancionatório
Artigo 453.º
Obrigações de serviço público CAPÍTULO I
1 — Quando o objeto do contrato de aquisição de ser- Governação
viços esteja diretamente relacionado com uma atividade
de serviço público, o respetivo contrato deve prever as Artigo 454.º-A
obrigações de serviço público, compatíveis com as normas Acompanhamento e monitorização dos contratos públicos
e os princípios comunitários aplicáveis, a que o prestador
de serviços fica sujeito. O Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da
2 — Como contrapartida do cumprimento das obriga- Construção, I. P., é, nos termos da lei, o organismo respon-
ções de serviço público, o contraente público pode atribuir sável pela regulação dos contratos públicos e é o ponto
uma compensação financeira ao prestador de serviços. de referência de cooperação com a Comissão Europeia,
para efeitos do disposto no n.º 5 do artigo 83.º da Diretiva
n.º 2014/24/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
Artigo 454.º de 26 de fevereiro de 2014.
Serviços complementares
Artigo 454.º-B
1 — São serviços complementares aqueles cuja espécie
ou quantidade não esteja prevista no contrato. Auditoria e fiscalização dos contratos públicos
2 — Quando os serviços complementares resultem de A auditoria e a fiscalização dos contratos públicos com-
circunstâncias não previstas, pode o contraente público pete ao Tribunal de Contas, à Inspeção-Geral de Finanças
ordenar a sua execução ao cocontratante desde que: e às entidades com competências de inspeção e controlo
a) Não possam ser técnica ou economicamente sepa- interno, nos termos previstos em legislação própria.
ráveis do objeto do contrato sem inconvenientes graves e
impliquem um aumento considerável de custos; Artigo 454.º-C
b) O preço desses serviços, incluindo o de anterio- Dever de colaboração com outras autoridades
res serviços complementares igualmente decorrentes de 1 — As entidades adjudicantes e o Instituto dos Merca-
circunstâncias não previstas, não exceda 10 % do preço dos Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P., devem
contratual; e prestar prontamente a colaboração requerida pelo Minis-
c) O somatório do preço contratual com o preço atri- tério Público, pela Autoridade da Concorrência e pelas
buído aos serviços complementares não exceda os limites entidades de auditoria e fiscalização referidas no artigo
previstos na alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º, quando o pro- anterior, para o desempenho da respetiva missão, nome-
cedimento adotado tenha sido o concurso público ou o limi- adamente garantindo o acesso direto às bases de dados
tado por prévia qualificação sem publicação de anúncio no de informações de contratos públicos e apresentando os
Jornal Oficial da União Europeia, na alínea c) do n.º 1 do documentos ou registos solicitados.
mesmo artigo, quando o procedimento adotado tenha sido 2 — As informações disponibilizadas nos termos do
a consulta prévia, ou na alínea d) do n.º 1 do mesmo artigo, número anterior apenas podem ser utilizadas no âmbito
quando o procedimento adotado tenha sido o ajuste direto; das competências das referidas autoridades.
d) (Revogada.)
CAPÍTULO II
3 — Quando os serviços complementares resultem de
circunstâncias imprevisíveis, ou que uma entidade adjudi- Regime sancionatório
cante diligente não pudesse ter previsto, pode o contraente
público ordenar a sua execução ao cocontratante desde que: Artigo 455.º
a) Não possam ser técnica ou economicamente sepa- Restrição do âmbito de aplicação
ráveis do objeto do contrato sem inconvenientes graves e 1 — Caso o objeto do contrato a celebrar ou celebrado
impliquem um aumento considerável de custos; e abranja prestações típicas do contrato de empreitada de
b) O preço desses serviços, incluindo o de anteriores ser- obras públicas, incluindo aquelas realizadas ou a realizar
viços complementares igualmente decorrentes de circuns- no âmbito de concessões, o regime contraordenacional apli-
tâncias imprevisíveis, não exceda 40 % do preço contratual. cável consta do regime jurídico aplicável ao exercício da
atividade da construção, estabelecido pela Lei n.º 41/2015,
4 — (Revogado.) de 3 de junho.
5 — Caso não se verifique alguma das condições pre- 2 — As entidades adjudicantes, os donos de obra ou os
vistas no n.º 2, os serviços complementares devem ser concessionários devem participar ao Instituto dos Merca-
objeto de contrato celebrado na sequência de procedimento dos Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P., logo
adotado nos termos do disposto no título I da parte II. que tomem conhecimento da sua ocorrência, quaisquer
6 — Aos serviços complementares e aos serviços a me- factos suscetíveis de constituírem contraordenação prevista
nos é aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto na lei referida no número anterior e na demais legislação
nos artigos 371.º a 375.º e 379.º a 381.º especificamente aplicável à atividade de construção.
5250-(2042) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

Artigo 456.º Artigo 459.º


Contraordenações muito graves Tentativa e negligência
Constitui contraordenação punível com coima de € 2000 1 — A tentativa e a negligência são puníveis.
a € 3700 ou de € 7500 a € 44 800, consoante seja aplicada 2 — Em caso de negligência, os limites mínimos e
a pessoa singular ou a pessoa coletiva: máximos das coimas previstas nos artigos anteriores são
a) A participação de candidato ou de concorrente que se reduzidos para metade.
encontre em alguma das situações previstas no artigo 55.
º no momento da apresentação da respetiva candidatura Artigo 460.º
ou proposta, da adjudicação ou da celebração do contrato; Sanção de proibição de participação
b) A não apresentação pelo adjudicatário, no prazo fi-
xado para o efeito, de quaisquer documentos de habilitação 1 — Pode ser aplicada ao infrator a sanção de proibição
exigidos no presente Código ou pelo órgão competente de participar, como candidato, como concorrente ou como
para a decisão de contratar; membro de agrupamento candidato ou concorrente, em
c) A não apresentação de documentos comprovativos qualquer procedimento adotado para a formação de con-
da titularidade de habilitação profissional específica pelo tratos públicos, quando a gravidade da infração e a culpa
adjudicatário, em violação do disposto no n.º 5 do ar- do agente o justifiquem.
tigo 219.º-I; 2 — A sanção a que se refere o número anterior deve ser
d) A apresentação de documentos falsos de habilitação, fixada segundo a gravidade da infração e a culpa do agente
de documentos que constituem a proposta e de documentos e não pode, em caso algum, exceder dois anos.
destinados à qualificação;
e) A prestação de falsas declarações no decurso da fase Artigo 461.º
de formação do contrato por qualquer candidato ou con-
corrente. Competência para o processo de contraordenação

1 — A instauração e arquivamento dos processos, bem


Artigo 457.º
como a aplicação de coimas e sanções acessórias, cabem
Contraordenações graves ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da
Constitui contraordenação punível com coima de € 1000 Construção, I. P..
a € 3000 ou de € 5000 a € 30 000, consoante seja aplicada 2 — (Revogado.)
a pessoa singular ou a pessoa coletiva: 3 — As entidades adjudicantes devem participar ao
Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da
a) A não prestação da caução pelo adjudicatário no
Construção, I. P., quaisquer factos suscetíveis de cons-
tempo e nos termos previstos no presente Código, em
tituírem contraordenações nos termos do disposto nos
violação do disposto no artigo 90.º;
b) A não comparência do adjudicatário no dia, na hora artigos 456.º a 458.º.
e no local fixados para a outorga do contrato pelo órgão
competente para a decisão de contratar, em violação do Artigo 462.º
disposto no n.º 3 do artigo 104.º; Cobrança das coimas
c) A não remessa do contrato assinado eletronicamente,
no prazo fixado pelo órgão competente para a decisão de 1 — O produto das coimas reverte em 60 % para o
contratar, em violação do disposto no n.º 3 do artigo 104.º; Estado, em 30 % para o Instituto dos Mercados Públicos,
d) No caso de o adjudicatário ser um agrupamento, o do Imobiliário e da Construção, I. P., e em 10 % para as
facto de os seus membros não se associarem, antes da entidades adjudicantes que tenham participado os factos
celebração do contrato, na modalidade jurídica prevista que determinaram a aplicação da coima.
no programa do procedimento, em violação do disposto 2 — Quando não pagas, as coimas aplicadas em proces-
no n.º 4 do artigo 54.º sos de contraordenação são cobradas coercivamente.

Artigo 458.º Artigo 463.º


Contraordenações simples Publicidade da sanção
Constitui contraordenação punível com coima de € 500 As decisões definitivas de aplicação da sanção prevista
a € 1500 ou de € 3000 a € 20 000, consoante seja aplicada no artigo 460.º são publicitadas no portal dos contratos
a pessoa singular ou a pessoa coletiva: públicos durante todo o período da respetiva inabilidade.
a) A violação do disposto no n.º 2 do artigo 54.º;
b) A verificação de que a declaração necessária nos Artigo 464.º
termos da alínea a) do n.º 3 do artigo 256.º-A não corres- Responsabilidade criminal
ponde à verdade;
c) A não apresentação de uma proposta nos termos pre- O desrespeito, pelo infrator, da sanção prevista no ar-
vistos na parte final do n.º 6 do artigo 256.º-A; tigo 460.º constitui crime de desobediência nos termos do
d) A violação do disposto no n.º 8 do artigo 256.º-A. Código Penal.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2043)

Artigo 464.º-A português, podendo ser efetuadas pelos meios a que se re-
Proibição de participação decorrente
fere o número anterior, ou por via postal, por meio de carta
de incumprimento contratual registada ou de carta registada com aviso de receção.
3 — Para efeitos de comunicações relativas à fase
1 — Pode ser aplicada sanção de proibição de participa- de execução do contrato, as partes devem identificar no
ção em procedimentos de formação de contratos públicos, mesmo as informações de contacto dos respetivos repre-
pelo prazo de um ano, às entidades que se encontrem em sentantes, designadamente o endereço eletrónico, o número
qualquer das seguintes situações: de telecópia e o endereço postal.
a) Incumprimento contratual que tenha dado origem, 4 — No contrato podem as partes estipular que a vali-
nos três últimos anos, à aplicação de sanções que tenham dade das comunicações efetuadas por correio eletrónico
atingido os valores máximos aplicáveis nos termos dos fique sujeita à condição da sua utilização obedecer a re-
n.os 2 e 3 do artigo 329.º; quisitos suplementares.
b) Incumprimento contratual que tenha sido objeto 5 — As comunicações ao Instituto dos Mercados Pú-
de duas resoluções sancionatórias nos três últimos anos blicos, do Imobiliário e da Construção, I. P., previstas no
com fundamento na alínea a) do n.º 1 do artigo 333.º, em presente Código devem ser efetuadas através de correio
qualquer das situações das alíneas b) a g) do n.º 1 do ar- eletrónico ou de outro meio de transmissão escrita e ele-
tigo 405.º e as constantes do artigo 423.º trónica de dados.
Artigo 469.º
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, os Data da notificação e da comunicação
contraentes públicos devem comunicar ao Instituto dos
Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P., 1 — As notificações e as comunicações consideram-se
as situações aí referidas, no prazo de 10 dias a contar da feitas:
sua ocorrência. a) Na data da respetiva expedição, quando efetuadas
3 — A aplicação da sanção referida no presente artigo através de correio eletrónico ou de outro meio de trans-
cabe ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário missão escrita e eletrónica de dados, salvo o disposto no
e da Construção, I. P., e é objeto de publicitação no portal número seguinte;
dos contratos públicos. b) Na data constante do relatório de transmissão bem
sucedido, quando efetuado através de telecópia, salvo o
PARTE V disposto no número seguinte;
c) Na data indicada pelos serviços postais, quando efe-
Disposições finais tuadas por carta registada;
d) Na data da assinatura do aviso, quando efetuadas por
Artigo 465.º carta registada com aviso de receção.
Publicitação dos contratos
2 — As notificações e as comunicações que tenham
1 — A informação relativa à formação e à execução dos como destinatário a entidade adjudicante ou o contraente
contratos públicos sujeitos à parte II é obrigatoriamente público e que sejam efetuadas através de correio eletrónico,
publicitada no portal dos contratos públicos, através de uma telecópia ou outro meio de transmissão escrita e eletrónica
ficha conforme modelo constante do anexo III ao presente de dados, após as 17 horas do local de receção ou em dia
Código. não útil nesse mesmo local, presumem-se feitas às 10 horas
2 — (Revogado.) do dia útil seguinte.
Artigo 470.º
Artigo 466.º
Contagem dos prazos na fase de formação dos contratos
(Revogado.)
1 — Os prazos referidos no presente Código relativos
aos procedimentos de formação de contratos contam-se
Artigo 467.º
nos termos do disposto no artigo 87.º do Código do Pro-
Notificações cedimento Administrativo e não lhes é aplicável, em caso
As notificações previstas no presente Código devem ser algum, o disposto no artigo 88.º do mesmo Código.
efetuadas através de correio eletrónico ou de outro meio 2 — Ao prazo para a apresentação das propostas no con-
de transmissão escrita e eletrónica de dados. curso público urgente não é aplicável o disposto na alínea b)
do artigo 87.º do Código do Procedimento Administrativo.
3 — Os prazos fixados para a apresentação das propos-
Artigo 468.º
tas, das candidaturas e das soluções são contínuos, não se
Comunicações suspendendo nos sábados, domingos e feriados.
1 — Todas as comunicações entre a entidade adjudi-
cante ou o júri do procedimento e os interessados, os can- Artigo 471.º
didatos, os concorrentes ou o adjudicatário relativas à fase Contagem dos prazos na fase de execução dos contratos
de formação do contrato devem ser escritas e redigidas em
1 — À contagem de prazos na fase de execução dos
português e efetuadas através de correio eletrónico ou de
contratos públicos que revistam a natureza de contrato
outro meio de transmissão escrita e eletrónica de dados.
administrativo são aplicáveis as seguintes regras:
2 — Na falta de estipulação contratual, as comunicações
entre o contraente público e o cocontratante relativas à fase a) Não se inclui na contagem do prazo o dia em que
de execução do contrato devem ser escritas e redigidas em ocorrer o evento a partir do qual o mesmo começa a correr;
5250-(2044) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

b) Os prazos são contínuos, não se suspendendo nos Artigo 473.º


sábados, domingos e feriados; Imposto sobre o valor acrescentado
c) O prazo fixado em semanas, meses ou anos, a contar
de certa data, termina às 24 horas do dia que corresponda, Todas as quantias previstas no presente Código, bem
dentro da última semana, mês ou ano, a essa data, mas se como o valor do contrato, o preço base e o preço contratual,
no último mês não existir dia correspondente o prazo finda não incluem o imposto sobre o valor acrescentado.
no último dia desse mês;
d) O prazo que termine em sábado, domingo, feriado ou Artigo 474.º
em dia em que o serviço perante o qual deva ser praticado Montantes dos limiares europeus
o ato que não esteja aberto ao público, ou não funcione
durante o período normal, transfere-se para o 1.º dia útil 1 — Os montantes dos limiares europeus, para efeitos
seguinte. de publicitação obrigatória de anúncio no Jornal Oficial
da União Europeia, previstos no artigo 8.º da Diretiva
n.º 2014/23/UE, no artigo 4.º da Diretiva n.º 2014/24/UE
2 — O disposto na alínea d) do número anterior também
e no artigo 15.º da Diretiva n.º 2014/25/UE, todas do Par-
é aplicável aos prazos que terminem em férias judiciais se
lamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro, à data
o ato sujeito a prazo tiver de ser praticado em juízo. da publicação do presente Código, são os previstos nos
números seguintes.
Artigo 472.º 2 — O montante do limiar previsto para os contratos
Obrigações perante a Comissão Europeia de concessão de serviços públicos e de obras públicas é
de € 5 225 000.
1 — Para efeitos do cumprimento das obrigações pre- 3 — Os montantes dos limiares previstos para os con-
vistas no artigo 45.º da Diretiva n.º 2014/23/UE, nos arti- tratos públicos são os seguintes:
gos 83.º e 85.º da Diretiva n.º 2014/24/UE e nos artigos 99.º
e 101.º da Diretiva n.º 2014/25/UE, todas do Parlamento a) € 5 225 000, para os contratos de empreitada de obras
Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, com- públicas;
pete ao Instituto dos Mercados Públicos, Imobiliário e b) € 135 000, para os contratos públicos de fornecimen-
Construção, I. P., elaborar e remeter à Comissão Europeia, tos de bens, de prestação de serviços e de concursos de
de três em três anos, um relatório relativo aos contratos de conceção, adjudicados pelo Estado;
aquisição e locação de bens e de aquisição de serviços, um c) € 209 000, para os contratos referidos na alínea ante-
relatório estatístico relativo aos contratos de empreitada rior, adjudicados por outras entidades adjudicantes;
de obras públicas e um relatório estatístico relativo aos d) € 750 000, para os contratos públicos relativos a
serviços sociais e outros serviços específicos enumerados
contratos de concessão de obras e serviços públicos, os
no anexo IX ao presente Código.
quais devem conter dados de monitorização adequados,
incluindo, se for o caso, informações sobre as situações 4 — Os montantes dos limiares previstos para os con-
de dúvidas mais frequentes ou de aplicação incorreta das tratos públicos celebrados pelas entidades que operam nos
regras de contratação pública, sobre o nível de participação setores da água, da energia, dos transportes e dos serviços
das pequenas e médias empresas e a prevenção, deteção postais são os seguintes:
e notificação dos casos de fraude, corrupção, conflitos de
interesses e outras irregularidades graves no domínio da a) € 5 225 000, para os contratos de empreitada de obras
contratação pública. públicas;
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, o Insti- b) € 418 000, para os contratos públicos de forneci-
tuto dos Mercados Públicos, Imobiliário e Construção, I. P., mentos de bens, de prestação de serviços e de concursos
recolhe os dados necessários a partir do portal dos contratos de conceção;
públicos e dos instrumentos de comunicação da informação c) € 1 000 000, para os contratos públicos relativos a
inerentes à sua atividade. serviços sociais e outros serviços específicos enumerados
3 — Para efeitos do cumprimento das obrigações pre- no anexo IX ao presente Código.
vistas no n.º 2 do artigo 4.º da Diretiva n.º 89/665/CEE, do
5 — Os montantes dos limiares referidos nos números
Conselho, de 21 de dezembro, e no n.º 2 do artigo 12.º da
anteriores são revistos de dois em dois anos pela Comissão
Diretiva n.º 92/13/CEE, do Conselho, de 25 de fevereiro,
Europeia, constando de regulamento a publicar no Jornal
compete ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário Oficial da União Europeia, sendo posteriormente divul-
e da Construção, I. P., comunicar à Comissão Europeia, até gados no portal dos contratos públicos.
30 de setembro de cada ano, de acordo com informação
fornecida pelo Conselho Superior dos Tribunais Adminis- Artigo 475.º
trativos e Fiscais, a compilação de todas as decisões que
tenham transitado em julgado no ano anterior, nos termos Base de dados de certificados (e-Certis)
previstos no n.º 4 do artigo 285.º e no n.º 7 do artigo 287.º 1 — Com vista a facilitar a apresentação de propostas
4 — É obrigatória a comunicação das decisões referidas transfronteiriças, as entidades adjudicantes devem recorrer
no número anterior, bem como da respetiva fundamenta- ao e-Certis e solicitar os tipos de certificados ou provas
ção, por via eletrónica, ao portal da Internet dedicado aos documentais abrangidos por este sistema.
contratos públicos, em termos a regular por portaria dos 2 — No e-Certis são disponibilizadas todas as versões
membros do Governo responsáveis pelas áreas da justiça linguísticas do Documento Europeu Único de Contratação
e das obras públicas. Pública.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2045)

3 — O Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário ANEXO I


e da Construção, I. P., é responsável por manter atualizada
a informação da base de dados e-Certis. Modelo de declaração

Artigo 476.º [a que se refere a alínea a) do n.º 1 do artigo 57.º


ou a subalínea i) da alínea b) e alínea c)
Resolução alternativa de litígios do n.º 3 do artigo 256.º-A, conforme aplicável]

1 — O recurso à arbitragem ou a outros meios de reso- 1 — ... (nome, número de documento de identificação
lução alternativa de litígios é permitido, nos termos da lei, e morada), na qualidade de representante legal de (1)...
para a resolução de litígios emergentes de procedimentos (firma, número de identificação fiscal e sede ou, no caso
ou contratos aos quais se aplique o presente Código. de agrupamento concorrente, firmas, números de iden-
2 — Quando opte pela sujeição dos litígios a arbitragem, tificação fiscal e sedes), tendo tomado inteiro e perfeito
a entidade adjudicante prevê obrigatoriamente: conhecimento do caderno de encargos relativo à execução
a) A aceitação, por parte de todos os interessados, can- do contrato a celebrar na sequência do procedimento de...
didatos e concorrentes, da jurisdição de um centro de ar- (designação ou referência ao procedimento em causa) e,
bitragem institucionalizado competente para o julgamento se for o caso, do caderno de encargos do acordo-quadro
de questões relativas ao procedimento de formação de aplicável ao procedimento, declara, sob compromisso de
contrato, de acordo com o modelo previsto no anexo XII honra, que a sua representada (2) se obriga a executar o
ao presente Código, do qual faz parte integrante, a incluir referido contrato em conformidade com o conteúdo do
no programa do procedimento; mencionado caderno de encargos, relativamente ao qual
b) A necessidade de aceitação, por parte do cocontra- declara aceitar, sem reservas, todas as suas cláusulas.
tante, da jurisdição do centro de arbitragem instituciona- 2 — Declara também que executa o referido contrato
lizado para a resolução de quaisquer conflitos relativos ao nos termos previstos nos seguintes documentos, que junta
contrato, de acordo com o modelo previsto no anexo XII, a em anexo (3):
incluir no caderno de encargos e no contrato; a)...
c) O modo de constituição do tribunal e o regime proces- b)...
sual a aplicar, por remissão para as normas do regulamento
do centro de arbitragem institucionalizado competente, de 3 — Declara ainda que renuncia a foro especial e se
acordo com o modelo previsto no anexo XII. submete, em tudo o que respeitar à execução do referido
contrato, ao disposto na legislação portuguesa aplicável.
3 — A resolução de litígios por meio de arbitragem em 4 — Mais declara, sob compromisso de honra, que não
tribunais arbitrais não integrados em centros de arbitragem se encontra em nenhuma das situações previstas no n.º 1
institucionalizados só pode ser determinada numa das do artigo 55.º do Código dos Contratos Públicos.
seguintes situações: 5 — O declarante tem pleno conhecimento de que a
a) Quando, face à elevada complexidade das questões prestação de falsas declarações implica, consoante o caso,
jurídicas ou técnicas envolvidas, ao elevado valor econó- a exclusão da proposta apresentada ou a caducidade da
mico das questões a resolver, ou à inexistência de centro de adjudicação que eventualmente sobre ela recaia e constitui
arbitragem institucionalizado competente na matéria, seja contraordenação muito grave, nos termos do artigo 456.º
aconselhável a submissão de eventuais litígios à jurisdição do Código dos Contratos Públicos, a qual pode determinar
de tribunal arbitral não integrado em centro de arbitragem a aplicação da sanção acessória de privação do direito de
institucionalizado; participar, como candidato, como concorrente ou como
b) Quando o processo arbitral previsto nos regulamentos membro de agrupamento candidato ou concorrente, em
do respetivo centro de arbitragem institucionalizado não se qualquer procedimento adotado para a formação de con-
conforme com o regime de urgência previsto no Código do tratos públicos, sem prejuízo da participação à entidade
Processo nos Tribunais Administrativos para os contratos competente para efeitos de procedimento criminal.
por ele abrangidos; 6 — Quando a entidade adjudicante o solicitar, o con-
c) Quando se demonstre que a utilização de um centro corrente obriga-se, nos termos do disposto no artigo 81.º
de arbitragem institucionalizado teria como consequência do Código dos Contratos Públicos, a apresentar os docu-
uma resolução mais morosa do litígio; mentos comprovativos de que não se encontra nas situações
d) Quando se demonstre que a utilização de um centro previstas nas alíneas b), d), e) e i) do n.º 1 do artigo 55.º
de arbitragem institucionalizado teria como consequência do referido Código.
um custo mais elevado para as entidades adjudicantes ou 7 — O declarante tem ainda pleno conhecimento de que
contraentes públicos. a não apresentação dos documentos solicitados nos termos
do número anterior, por motivo que lhe seja imputável,
4 — Se se optar pela submissão de litígio a tribunal determina a caducidade da adjudicação que eventualmente
arbitral não integrado em centro de arbitragem institu- recaia sobre a proposta apresentada e constitui contraorde-
cionalizado, a entidade contratante deve elaborar uma nação muito grave, nos termos do artigo 456.º do Código
avaliação de impacto dos custos que tal opção importa, dos Contratos Públicos, a qual pode determinar a aplicação
designadamente quanto aos honorários de árbitros e ad- da sanção acessória de privação do direito de participar,
vogados, taxas, custas e outras despesas. como candidato, como concorrente ou como membro de
5 — Nos litígios de valor superior a € 500 000, da de- agrupamento candidato ou concorrente, em qualquer pro-
cisão arbitral cabe recurso para o tribunal administrativo cedimento adotado para a formação de contratos públicos,
competente, nos termos da lei, com efeito meramente de- sem prejuízo da participação à entidade competente para
volutivo. efeitos de procedimento criminal.
5250-(2046) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

... (local),... (data),... [assinatura (4)]. ANEXO IV


1
( ) Aplicável apenas a concorrentes que sejam pessoas coletivas. (Revogado.)
(2) No caso de o concorrente ser uma pessoa singular, suprimir a
expressão «a sua representada».
(3) Enumerar todos os documentos que constituem a proposta, para ANEXO V
além desta declaração, nos termos do disposto nas alíneas b), c) e d) do
n.º 1 e nos n.os 2 e 3 do artigo 57.º
(4) Nos termos do disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 57.º Modelo de declaração

ANEXO II (a que se refere o n.º 1 do artigo 168.º)


Modelo de declaração 1 — ... (nome, número de documento de identifica-
ção e morada), na qualidade de representante legal de
[a que se refere a alínea a) do n.º 1 do artigo 81.º]
(1)... (firma, número de identificação fiscal e sede ou,
1 — ... (nome, número de documento de identificação no caso de agrupamento concorrente, firmas, números
e morada), na qualidade de representante legal de (1)... de identificação fiscal e sedes), tendo tomado conhe-
(firma, número de identificação fiscal e sede ou, no caso de cimento das peças do procedimento de... (designação
agrupamento concorrente, firmas, números de identificação ou referência ao procedimento em causa), vem por este
fiscal e sedes), adjudicatário(a) no procedimento de... (de- meio apresentar a respetiva candidatura, juntando em
signação ou referência ao procedimento em causa), declara, anexo, para o efeito, os seguintes documentos destinados
sob compromisso de honra, que a sua representada (2) não à qualificação (2):
se encontra em nenhuma das situações previstas no n.º 1 2 — Para o efeito declara, sob compromisso de honra,
do artigo 55.º do Código dos Contratos Públicos: que não se encontra em nenhuma das situações pre-
2 — O declarante junta em anexo [ou indica…como en- vistas no n.º 1 do artigo 55.º do Código dos Contratos
dereço do sítio da Internet onde podem ser consultados (3)] Públicos.
os documentos comprovativos de que a sua representada (4) 3 — O declarante tem pleno conhecimento de que a
não se encontra nas situações previstas nas alíneas b), d), e) prestação de falsas declarações implica a exclusão da
e i) do n.º 1 do artigo 55.º do Código dos Contratos Públicos. candidatura apresentada e constitui contraordenação
3 — O declarante tem pleno conhecimento de que a muito grave, nos termos do artigo 456.º do Código dos
prestação de falsas declarações implica a caducidade da Contratos Públicos, a qual pode determinar a aplicação
adjudicação e constitui contraordenação muito grave, nos da sanção acessória de privação do direito de participar,
termos do artigo 456.º do Código dos Contratos Públicos, como candidato, como concorrente ou como membro de
a qual pode determinar a aplicação da sanção acessória de agrupamento candidato ou concorrente, em qualquer pro-
privação do direito de participar, como candidato, como cedimento adotado para a formação de contratos públicos,
concorrente ou como membro de agrupamento candidato ou sem prejuízo da participação à entidade competente para
concorrente, em qualquer procedimento adotado para a for- efeitos de procedimento criminal.
mação de contratos públicos, sem prejuízo da participação à
entidade competente para efeitos de procedimento criminal. ... (local),... (data),... [assinatura (3)].
(1) Aplicável apenas a concorrentes que sejam pessoas coletivas.
... (local),... (data),... [assinatura (5)]. (2) Enumerar todos os documentos que constituem a candidatura, para
(1) Aplicável apenas a concorrentes que sejam pessoas coletivas. além desta declaração, indicados no programa do procedimento.
(2) No caso de o concorrente ser uma pessoa singular, suprimir a (3) Nos termos do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 168.º
expressão «a sua representada».
(3) Acrescentar as informações necessárias à consulta, se for o caso.
(4) No caso de o concorrente ser uma pessoa singular, suprimir a ANEXO VI
expressão «a sua representada».
(5) Nos termos do disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 57.º Modelo de declaração bancária

ANEXO III [a que se refere a alínea a) do n.º 3 do artigo 179.º]

Modelo de ficha Procedimento de... (designação ou referência ao procedimento


em causa), cujo anúncio foi publicado no Diário da República
(a que se refere o n.º 1 do artigo 127.º e o n.º 1 do artigo 465.º) de..., e no Jornal Oficial da União Europeia de... (se aplicável)
... (designação, número de identificação fiscal e sede)
Entidade adjudicante . . . . . . . . . . . . . Identificação da entidade adju- (adiante, instituição de crédito), neste ato representada
dicante.
Adjudicatário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Identificação do adjudicatário. por... (nome, número de documento de identificação e
Objeto do contrato . . . . . . . . . . . . . . . Descrição sumária. morada), na qualidade de... (qualidade em que declara:
Preço contratual . . . . . . . . . . . . . . . . . Preço calculado nos termos do representante legal, procurador ou outra), com poderes para
disposto no artigo 17.º o ato, declara, para os efeitos do disposto na alínea a) do
Prazo da execução das principais pres-
tações objeto do contrato. n.º 3 do artigo 179.º do Código dos Contratos Públicos e
Local da execução das principais pres- da eventual adjudicação da proposta que... (firma, número
tações objeto do contrato. de identificação fiscal e sede ou, no caso de agrupamento
Critério material de escolha do ajuste (1) concorrente, firmas, números de identificação fiscal e se-
direto (se aplicável).
Critério de escolha da entidade, quando des) (adiante, candidato) venha a apresentar no referido
utilizada a consulta prévia. procedimento, o seguinte:
(1) Indicar o fundamento da escolha do procedimento de ajuste direto, incluindo a não
opção pela consulta prévia nos termos do artigo 27.º-A, quando este tiver sido adotado ao a) A instituição de crédito obriga-se, perante o candidato
abrigo do disposto nos artigos 24.º a 27.º e... (designação, número de identificação fiscal e sede da
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2047)

entidade adjudicante), a pôr à disposição do candidato truções de utilização, os procedimentos e métodos de


todos os meios financeiros previsivelmente necessários produção em qualquer fase do ciclo de vida do produto
ao integral cumprimento das obrigações resultantes do ou serviço e os procedimentos de avaliação da confor-
contrato a celebrar no caso de a adjudicação recair sobre midade.
a proposta a apresentar;
b) Em cumprimento da obrigação prevista no número 2 — Entende-se por «Norma»: uma especificação téc-
anterior, que vigora desde o início do prazo de vigência
nica aprovada por um organismo de normalização reco-
do contrato, a instituição de crédito atribui ao candi-
dato uma linha de crédito que o habilita a sacar, para nhecido para aplicação repetida ou continuada, cuja ob-
o efeito da execução do contrato, os referidos meios servância não é obrigatória e que se enquadra no âmbito
financeiros; de uma das seguintes categorias:
c) A emissão, a validade e a eficácia da presente de- a) «Norma internacional»: uma norma aprovada por
claração e a constituição, a modificação e a extinção, a
um organismo internacional de normalização e acessível
qualquer título, das obrigações por ela constituídas, são
integralmente disciplinadas pela legislação portuguesa ao público em geral;
aplicável. b) «Norma europeia»: uma norma aprovada por um
organismo europeu de normalização e acessível ao público
... (local),... (data),... (assinatura). em geral;
c) «Norma nacional»: uma norma aprovada por um or-
ganismo nacional de normalização e acessível ao público
ANEXO VII
em geral.
Especificações técnicas
3 — Entende-se por «Avaliação Técnica Europeia»: a
(a que se refere o n.º 1 do artigo 49.º)
avaliação documentada do desempenho de um produto de
construção, em relação às suas características essenciais,
1 — Entende-se por «Especificação técnica»: em conformidade com o respetivo documento de avaliação
a) No caso dos contratos de empreitada de obras europeu, conforme definido no ponto 12 do artigo 2.º do
públicas, a totalidade das prescrições técnicas constan- Regulamento (UE) n.º 305/2011 do Parlamento Europeu
tes, nomeadamente, dos documentos do procedimento, e do Conselho, de 9 de março.
que definem as características exigidas ao material ou 4 — Entende-se por «Especificação técnica comum»,
produto e que permitem caracterizá-los de modo a que uma especificação técnica no domínio das Tecnologias de
correspondam à utilização a que a entidade adjudicante Informação e Comunicação estabelecida de acordo com
os destina; essas características incluem os níveis de o disposto nos artigos 13.º e 14.º do Regulamento (UE)
desempenho ambiental e climático, a conceção que
n.º 1025/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, de
preveja todas as utilizações (incluindo a acessibilidade
por parte das pessoas com deficiência) e a avaliação da 25 de outubro de 2012.
conformidade, o desempenho, a segurança ou as dimen- 5 — Entende-se por «Referencial técnico»: qualquer
sões, incluindo os procedimentos relativos à garantia produto elaborado por organismos europeus de norma-
de qualidade, a terminologia, os símbolos, os ensaios lização, que não as normas europeias, em conformidade
e métodos de ensaio, a embalagem, a marcação e a com procedimentos adaptados à evolução das necessidades
rotulagem, as instruções de utilização, bem como os do mercado.
procedimentos e métodos de produção em qualquer das
fases do ciclo de vida dos trabalhos; as características ANEXO VIII
incluem igualmente as regras de conceção e cálculo
dos custos, as condições de ensaio, de controlo e de Lista de serviços de investigação e de desenvolvimento
receção das obras, bem como as técnicas ou métodos
de construção e todas as outras condições de caráter [a que se refere a alínea j) do n.º 4 do artigo 5.º e alínea e) do n.º 1
técnico que a autoridade adjudicante possa exigir, por do artigo 27.º]
meio de regulamentação geral ou especial, no que res-
peita às obras acabadas e aos materiais ou elementos Código CPV Descrição
integrantes dessas obras;
b) No caso de contratos de aquisição ou locação de
bens móveis e de aquisição de serviços, uma especifi- 73000000-2 Serviços de investigação e desenvolvimento e ser-
cação constante de um documento que define as carac- viços de consultoria conexos.
73100000-3 Serviços de desenvolvimento experimental e de
terísticas exigidas a um produto ou a um serviço, tais investigação.
como os níveis de qualidade, os níveis de desempenho 73110000-6 Serviços de investigação.
ambiental e climático, a conceção que preveja todas 73111000-3 Serviços relacionados com laboratórios de inves-
as utilizações (incluindo a acessibilidade por parte das tigação.
73112000-0 Serviços de investigação marinha.
pessoas com deficiência) e a avaliação da conformidade, 73120000-9 Serviços de desenvolvimento experimental.
o desempenho, a utilização do produto, a segurança ou 73300000-5 Conceção e execução em matéria de investigação
as dimensões, incluindo as prescrições aplicáveis ao e desenvolvimento.
73420000-2 Estudo de pré-viabilidade e demonstração tecno-
produto no que se refere ao nome sob o qual é vendido, lógica.
a terminologia, os símbolos, os ensaios e métodos de 73430000-5 Ensaios e avaliações.
ensaio, a embalagem, a marcação e rotulagem, as ins-
5250-(2048) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

ANEXO IX
Código CPV Descrição
Lista de serviços de saúde, serviços sociais, serviços
de ensino e outros serviços específicos
De 75100000-7 a 75120000-3; 75123000-4; Outros serviços adminis-
de 75125000-8 a 75131000-3. trativos e das adminis-
[a que se refere o artigo 6.º-A, a subalínea v) da alínea b) trações públicas.
do n.º 1 do artigo 11.º, De 75200000-8 a 75231000-4 . . . . . . . . . . Prestação de serviços à
o artigo 250.º-A e a alínea d) do n.º 3 do artigo 474.º] comunidade.
98900000-2 [Serviços prestados por orga- Serviços internacionais.
nizações e entidades extraterritoriais] e
Código CPV Descrição 98910000-5 [Serviços específicos às or-
ganizações e entidades extraterritoriais].

75200000-8; 75231200-6; 75231240-8; Saúde, serviços sociais e


79611000-0; 79622000-0 [Serviços de for- serviços conexos. ANEXO X
necimento de pessoal auxiliar doméstico];
79624000-4 [Serviços de fornecimento Lista de serviços de saúde, serviços sociais e serviços
de pessoal de enfermagem] e 79625000-1 culturais que podem
[Serviços de fornecimento de pessoal participar em procedimentos reservados
médico] de 85000000-9 a 85323000-9;
98133100-5, 98133000-4; 98200000-5;
(a que se refere o n.º 1 do artigo 250.º-D)
98500000-8 [Residências particulares com
empregados domésticos] e 98513000-2 a
98514000-9 [Serviços de fornecimento de Código CPV Descrição
pessoal para agregados familiares, serviços
de agências de pessoal para agregados fa-
miliares, serviços de empregados para agre- 75121000-0 Serviços administrativos na área da educação.
gados familiares, pessoal temporário para 75122000-7 Serviços administrativos na área da saúde.
agregados familiares, serviços de assistên- 75123000-4 Serviços administrativos na área da habitação.
cia ao domicílio e serviços domésticos]. 79622000-0 Serviços de fornecimento de pessoal auxiliar doméstico.
85321000-5 e 85322000-2, 75000000-6 [Ser- Serviços administrativos 79624000-4 Serviços de fornecimento de pessoal de enfermagem.
viços relacionados com a administração nas áreas social, da 79625000-1 Serviços de fornecimento de pessoal médico.
pública, a defesa e a segurança social], educação e da saúde. 80110000-8 Serviços de ensino pré-escolar.
75121000-0, 75122000-7, 75124000-1; de 80300000-7 Serviços de ensino superior.
79995000-5 a 79995200-7; de 80000000-4 80420000-4 Serviços de aprendizagem eletrónica (e-learning).
[Serviços de educação e formação profis- 80430000-7 Serviços de ensino de nível superior para adultos.
sional] a 80660000-8. 80511000-9 Serviços de formação de quadros.
98000000-3; 98120000-0; 98132000-7; Outros serviços coleti- 80520000-5 Instalações para formação.
98133110-8 e 98130000-3. vos, sociais e pesso- 80590000-6 Serviços de tutoria.
ais, incluindo serviços 85000000-9 a Serviços de saúde e ação social, vários serviços de
prestados por orga- 85323000-9 saúde, médicos e hospitalares, serviços de assistên-
nizações sindicais, cia social, até serviços comunitários de saúde.
organizações políti- 92500000-6 Serviços de bibliotecas, arquivos e museus e outros
cas, organizações de serviços culturais.
juventude e outras 92600000-7 Serviços de desporto.
organizações associa- 98133000-4 Serviços prestados por organizações associativas de
tivas. caráter social.
98131000-0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Serviços prestados por or- 98133110-8 Serviços prestados por organizações de juventude.
ganizações religiosas.

ANEXO XI

Lista de atividades de construção civil

[a que se refere a subalínea i) da alínea a) do n.º 1 do artigo 275.º]

Em caso de divergências de interpretação entre a CPV e a NACE, é aplicável a nomenclatura CPV.

NACE Rev. 1 (1)

Secção F Construção
Código CPV

Divisão Grupo Classe Objeto Notas

45 Construção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Esta divisão inclui: 45000000

— Novas construções, restauração e reparação de rotina.


45.1 Preparação dos locais de construção . . . 45100000
45.11 Demolição e destruição de edifícios; ter- Esta classe inclui: 45110000
raplenagens.
— Demolição de edifícios e outras estruturas,
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2049)

NACE Rev. 1 (1)

Secção F Construção
Código CPV

Divisão Grupo Classe Objeto Notas

— Limpeza de estaleiros de construção,


— Terraplanagens: desaterros, aterros, nivelamento de estalei-
ros de construção, escavação de valas, remoção de rochas,
destruição por meio de explosivos, etc.
— Preparação de estaleiros para mineração,
— Remoção de obstáculos e outras atividades de desenvol-
vimento e de preparação de propriedades e de estaleiros
associados a minas.
Esta classe inclui ainda:
— Drenagem de estaleiros de construção,
— Drenagem de terras dedicadas à agricultura ou à silvicultura.
45.12 Perfurações e sondagens . . . . . . . . . . . . Esta classe inclui: 45120000
— Perfurações, sondagens e recolha de amostras com fins geo-
físicos, geológicos, de construção ou semelhantes.
Esta classe não inclui:
— Perfuração de poços de petróleo ou de gás, ver 11.20,
— Perfuração de poços de água, ver 45.25,
— Abertura de poços, ver 45.25,
— Exploração de campos de petróleo e de gás, prospeção
geofísica, geológica e sísmica, ver 74.20.
45.2 Construção de edifícios (no todo ou em 45200000
parte); engenharia civil.
45.21 Construção geral de edifícios e engenha- Esta classe inclui: 45210000
ria civil. Exceto:
— Construção de todo o tipo de edifícios construção de obras 45213316
de engenharia civil, 45220000
— Pontes, incluindo as que se destinam a estradas em passagens 45231000
superiores, viadutos, túneis e passagens inferiores, 45232000
— Condutas de longa distância, linhas de comunicações e de
transporte de energia,
— Condutas urbanas, linhas urbanas de comunicações e de
transporte de energia,
— Obras urbanas associadas,
— Montagem e edificação, no local, de construções pré-
-fabricadas.
Esta classe não inclui:
— Atividades dos serviços relacionados com a extração de
petróleo e de gás, ver 11.20,
— Edificação de construções totalmente pré-fabricadas a par-
tir de partes fabricadas automaticamente, não de betão, ver
divisões 20, 26 e 28,
— Obras de construção, exceto de edifícios, em estádios, pis-
cinas, ginásios, campos de ténis e de golfe e em outras ins-
talações desportivas, ver 45.23,
— Instalações especiais, ver 45.3,
— Acabamento de edifícios, ver 45.4,
— Atividades de arquitetura e de engenharia, ver 74.20,
— Gestão de projetos para a construção, ver 74.20.
45.22 Construção de coberturas e estruturas Esta classe inclui: 45261000
— Construção de telhados,
— Cobertura de telhados,
— Impermeabilização.
45.23 Construção de estradas, vias férreas, aero- Esta classe inclui: 45212212 e
portos e de instalações desportivas. DA03
— Construção de estradas, ruas e outras vias para veículos e peões, 45230000
— Construção de vias férreas, Exceto:
— Construção de pistas de aeroportos, 45231000
— Obras de construção, exceto de edifícios, em estádios, pis- 45232000
cinas, ginásios, campos de ténis, campos de golfe, e outras 45234115
instalações desportivas,
— Pintura de sinalização horizontal em estradas e parques de
estacionamento.
5250-(2050) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

NACE Rev. 1 (1)

Secção F Construção
Código CPV

Divisão Grupo Classe Objeto Notas

Esta classe não inclui:


— Terraplanagens prévias, ver 45.11.
45.24 Engenharia hidráulica . . . . . . . . . . . . . . Esta classe inclui: 45240000
— Construção de:
— Vias aquáticas, portos e obras fluviais, portos de recreio
(marinas), eclusas, etc.,
— Barragens e diques,
— Dragagens,
— Obras abaixo da superfície.
45.25 Outras obras especializadas de construção Esta classe inclui: 45250000
45262000
— Atividades de construção especializadas num aspeto comum
a diferentes tipos de estruturas e que requeiram aptidões ou
equipamento especializados,
— Construção de fundações, incluindo cravação de estacas,
— Perfuração e construção de poços de água, abertura de poços,
— Edificação de elementos de aço não fabricados automati-
camente,
— Moldagem de aço,
— Assentamento de tijolos e de pedras,
— Montagem e desmontagem de andaimes e plataformas de
construção, incluindo o aluguer dos mesmos,
— Edificação de chaminés e de fornos industriais.
Esta classe não inclui:
— Aluguer de andaimes que não implique montagem nem
desmontagem, ver 71.32
45.3 Instalações especiais . . . . . . . . . . . . . . . 45300000
45.31 Instalação elétrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . Esta classe inclui: 45213316
45310000
Instalação, em edifícios ou em outros projetos de construção, de: Exceto:
— Instalação elétrica, 45316000
— Sistemas de telecomunicações,
— Sistemas elétricos de aquecimento,
— Antenas residenciais,
— Alarmes contra incêndio,
— Alarmes contra roubo,
— Elevadores e escadas rolantes,
— Condutores de para-raios, etc.
45.32 Obras de isolamento. . . . . . . . . . . . . . . . Esta classe inclui: 45320000
— Instalação, em edifícios ou em outros projetos de construção,
de isolamento térmico, sonoro ou contra vibrações.
Esta classe não inclui:
— Impermeabilização, ver 45.22.
45.33 Instalação de canalizações e de clima- Esta classe inclui: 45330000
tização.
— Instalação, em edifícios ou em outros projetos de constru-
ção, de:
— Canalizações e equipamento sanitário,
— Artefactos para instalações de distribuição de gás,
— Equipamento e condutas para aquecimento, ventilação, re-
frigeração ou climatização,
— Sistemas de aspersão.
Esta classe não inclui:
— Realização de instalações de aquecimento elétrico, ver 45.31.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2051)

NACE Rev. 1 (1)

Secção F Construção
Código CPV

Divisão Grupo Classe Objeto Notas

45.34 Instalações, n.e. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Esta classe inclui: 45234115


45316000
— Instalação de sistemas de iluminação e de sinalização para 45340000
estradas, caminho-de-ferro, aeroportos e portos,
— Instalação, em edifícios ou em outros projetos de constru-
ção, de equipamento e acessórios não especificados noutra
posição.
45.4 Atividades de acabamento . . . . . . . . . . . 45400000
45.41 Estucagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Esta classe inclui: 45410000
— Aplicação, em edifícios ou em outros projetos de construção,
de estuque interior e exterior, incluindo materiais de reves-
timento associados.
45.42 Montagem de trabalhos de carpintaria e Esta classe inclui: 45420000
de caixilharia.
— Instalação de portas, janelas, caixilhos de portas e janelas,
cozinhas equipadas, escadas, equipamento para estabeleci-
mentos comerciais e semelhantes não fabricados automati-
camente, de madeira ou de outros materiais,
— Acabamentos de interior, tais como tetos, revestimentos de
madeira para paredes, divisórias móveis, etc.
Esta classe não inclui:
— Colocação de parquet e outros revestimentos de madeira
para pavimentos, ver 45.43.
45.43 Revestimento de pavimentos e de paredes Esta classe inclui: 45430000
— Colocação, aplicação, suspensão ou assentamento, em edi-
fícios ou em outros projetos de construção, de:
— Paredes de cerâmica, de betão ou de cantaria, ou ladrilhos
para pavimentos,
— Parquet e outros revestimentos de madeira para pavimentos,
alcatifas e revestimentos em linóleo para pavimentos,
— Incluindo de borracha ou plástico,
— Revestimentos de granito artificial, mármore, granito ou
ardósia para pavimentos e paredes,
— Papel de parede.
45.44 Pintura e colocação de vidros . . . . . . . . Esta classe inclui: 45440000
— Pintura interior e exterior de edifícios,
— Pintura de estruturas de engenharia civil,
— Colocação de vidros, espelhos, etc.
Esta classe não inclui:
— Instalação de janelas, ver 45.42.
45.45 Atividades de acabamento, n.e. . . . . . . . Esta classe inclui: 45212212 e
DA04
— Instalação de piscinas privadas, 45450000
— Limpeza a vapor ou com jato de areia e outras atividades
semelhantes em exteriores de edifícios,
— Outras obras de acabamento de edifícios n.e.
Esta classe não inclui:
— Limpeza interior de edifícios e de outras estruturas, ver 74.70.
45.5 Aluguer de equipamento de construção e 45500000
de demolição com operador.
45.50 Aluguer de equipamento de construção e Esta classe não inclui: 45500000
de demolição com operador.
— Aluguer de maquinaria e equipamento de construção ou de-
molição sem operador, ver 71.32.

(1) Regulamento (CEE) n.º 3037/90 do Conselho, de 9 de outubro de 1990, relativo à nomenclatura estatística das atividades económicas na Comunidade Europeia (JO L 293 de 24.10.1990, p. 1).
5250-(2052) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017

ANEXO XII ANEXO XIV

Modelos para a aceitação da jurisdição de centro


de arbitragem institucionalizado Recurso a catálogos eletrónicos no sistema de aquisição
dinâmico e nos acordos-quadro
(a que se refere o artigo 476.º)

1 — Modelo previsto na alínea a) do n.º 2 do artigo 476.º, (a que se refere o n.º 2 do artigo 241.º-C e o n.º 6 do artigo 257.º)
a incluir no programa do procedimento:
I — Sistema de aquisição dinâmico
A (designação oficial da entidade pública adjudi-
cante) aceita a jurisdição do Centro de Arbitragem Ins- 1 — A entidade adjudicante notifica os participantes
titucionalizado (designação e identificação do Centro
de Arbitragem Institucionalizado) para a resolução de no sistema da sua intenção de proceder à composição do
qualquer litígio respeitante ao presente procedimento objeto e do momento em que o fará;
pré-contratual, seguindo-se os respetivos regulamentos, 2 — É conferido aos participantes um prazo razoável
designadamente quanto ao respetivo modo de constitui- antes de a entidade adjudicante efetivar a recolha de in-
ção e regime processual. formação;
3 — A entidade adjudicante recolhe a informação, com-
2 — Modelo previsto na alínea a) do n.º 2 do ar- põe o objeto contratual pretendido e leva a cabo a tramita-
tigo 476.º, a incluir no caderno de encargos: ção do procedimento de formação de contrato, nos termos
O interessado aceita submeter a resolução de qual- previstos nos artigos anteriores;
quer litígio respeitante ao contrato a celebrar ou a as- 4 — Os participantes no sistema podem escusar-se a
petos respeitantes ao procedimento de formação ao apresentar proposta, indicando, de forma fundamentada,
Centro de Arbitragem Institucionalizado (designação
que a concreta combinação de prestações escolhida pela
e identificação do Centro de Arbitragem Instituciona-
lizado), incluindo os aspetos que resultem do procedi- entidade adjudicante apresenta erros, ou é técnica ou fun-
mento pré-contratual que lhe deu origem, nos termos cionalmente inexequível;
dos respetivos regulamentos. 5 — A entidade adjudicante adota as medidas tendentes
a assegurar que este modo de utilização de catálogos ele-
3 — Modelo previsto no n.º 3 do artigo 476.º, a incluir trónicos não viola ou restringe a concorrência ou a igual-
no contrato: dade de tratamento, designadamente, no que diz respeito
à comparabilidade entre propostas.
As partes contratantes aceitam atribuir a competên-
cia para a resolução de litígios relativos ao contrato ao
Centro de Arbitragem Institucionalizado (designação II — Acordos-quadro
e identificação do Centro de Arbitragem Instituciona-
lizado).
Na utilização dos catálogos eletrónicos deve ser obser-
ANEXO XIII vado o seguinte:

Modelo de declaração de inexistência de conflito a) A entidade adjudicante notifica o ou os participantes


de interesses no acordo-quadro da sua intenção de proceder à composi-
ção do objeto e do momento em que o fará;
(a que se refere o n.º 5 do artigo 67.º) b) É conferido ao ou aos participantes um prazo razoá-
... (nome, número de documento de identificação e vel antes de a entidade adjudicante efetivar a recolha de
morada), na qualidade de … (dirigente, trabalhador, informação;
ou prestador de serviço atuando em nome da entidade c) A entidade adjudicante recolhe a informação, com-
adjudicante) da … (entidade adjudicante), participando põe o objeto contratual pretendido e, consoante o tipo de
(se for o caso, como membro do júri) no procedimento acordo-quadro, envia convite para ajuste direto nos termos
de formação do contrato n.º … relativo a … (objeto do artigo 258.º, ou submete esse objeto a consulta prévia
do contrato), declara não estar abrangido, na presente
data, por quaisquer conflitos de interesses relacionados nos termos do artigo 259.º;
com o objeto ou com os participantes no procedimento d) O ou os participantes no acordo-quadro podem
em causa. escusar-se a apresentar proposta, indicando, de forma
Mais declara que se durante o procedimento de for- fundamentada, que a concreta combinação de prestações
mação do contrato tiver conhecimento da participação escolhida pela entidade adjudicante apresenta erros, ou é
nele de operadores económicos relativamente aos quais técnica ou funcionalmente inexequível;
possa existir um conflito de interesses, disso dará ime-
diato conhecimento ao órgão competente da entidade e) Nos casos do artigo 259.º, a entidade adjudicante
adjudicante, para efeitos de impedimento ou escusa de adota as medidas que assegurem que este modo de uti-
participação no procedimento, nos termos do disposto lização de catálogos eletrónicos não viola ou restringe
nos artigos 45.º a 50.º do Código do Procedimento Ad- a concorrência ou a igualdade de tratamento, designa-
ministrativo. damente no que diz respeito à comparabilidade entre
... (local), ... (data), ... (assinatura). propostas.

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