Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
de bens e serviços entre os € 20 000 e € 75 000 e para as 2 — O portal dos contratos públicos constitui ainda o
empreitadas de obras públicas entre € 30 000 e € 150 000. instrumento central de produção de informação estatística
Prevê-se, igualmente, a instrução dos procedimentos de sobre a contratação pública nacional, nomeadamente para
formação de contratos públicos com a utilização de meios efeitos de elaboração dos relatórios estatísticos a remeter
eletrónicos e, genericamente, o alargamento da utilização à Comissão Europeia.
das plataformas eletrónicas de contratação pública face à 3 — As regras de funcionamento e de gestão do portal
situação atual. Determinam-se medidas de prevenção e dos contratos públicos são aprovadas por portaria dos
eliminação de conflito de interesses na condução de proce- membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças
dimentos de formação de contratos, por parte dos diversos e das obras públicas.
intervenientes nos procedimentos, incluindo membros do
júri e peritos que lhe prestam apoio. Artigo 3.º
Por fim, e também em cumprimento do Programa do
Alteração ao Código dos Contratos Públicos
Governo, ao nível do descongestionamento dos tribunais,
estabelece-se um regime que promove a resolução alter- Os artigos 1.º, 2.º, 4.º, 5.º, 9.º, 10.º, 11.º, 13.º, 14.º, 16.º,
nativa de litígios, com preferência pelos centros de arbi- 17.º, 18.º, 19.º, 20.º, 21.º, 22.º, 24.º, 25.º, 26.º, 27.º, 29.º,
tragem institucionalizados, permitindo um julgamento 31.º, 32.º, 33.º, 34.º, 35.º, 36.º, 39.º, 40.º, 42.º, 43.º, 47.º,
mais rápido e menos oneroso de litígios que oponham 49.º, 50.º, 52.º, 55.º, 57.º, 59.º, 60.º, 62.º, 64.º, 66.º, 67.º,
cidadãos e empresas às entidades públicas em matéria de 69.º, 70.º, 71.º, 72.º, 73.º, 74.º, 75.º, 77.º, 78.º, 78.º-A, 79.º,
contratação pública. 81.º, 86.º, 88.º, 89.º, 96.º, 98.º, 101.º, 104.º, 105.º, 112.º,
O presente decreto-lei foi submetido a consulta pública 113.º, 114.º, 115.º, 117.º, 118.º, 122.º, 123.º, 127.º, 128.º,
entre agosto e outubro de 2016. Neste âmbito foram ou- 131.º, 132.º, 133.º, 135.º, 136.º, 139.º, 146.º, 147.º, 149.º,
vidas a Associação Nacional de Municípios Portugueses, 151.º, 155.º, 156.º, 157.º, 158.º, 164.º, 165.º, 168.º, 173.º,
a Autoridade da Concorrência, a Ordem dos Arquitetos, a 174.º, 179.º, 184.º,187.º, 188.º, 189.º, 190.º, 191.º, 198.º,
Ordem dos Engenheiros, a Ordem dos Engenheiros Téc- 206.º, 237.º, 238.º, 240.º, 245.º, 252.º, 253.º, 256.º, 257.º,
nicos, bem como as associações representativas do setor 258.º, 259.º, 260.º, 261.º, 267.º, 275.º, 276.º, 280.º, 283.º,
da construção. 284.º, 285.º, 287.º, 295.º, 302.º, 307.º, 312.º, 313.º, 314.º,
Assim: 315.º, 318.º, 319.º, 329.º, 338.º, 348.º, 354.º, 370.º, 372.º,
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons- 378.º, 380.º, 384.º, 410.º, 413.º, 429.º, 454.º, 455.º, 456.º,
tituição, o Governo decreta o seguinte: 457.º, 458.º, 460.º, 461.º, 462.º, 463.º, 464.º, 465.º, 470.º
e 472.º do Código dos Contratos Públicos passam a ter a
Artigo 1.º seguinte redação:
Objeto
«Artigo 1.º
1 — O presente decreto-lei procede à nona alteração ao
[...]
Código dos Contratos Públicos, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 18/2008, de 29 de janeiro, alterado pela Lei n.º 59/2008, 1 — [...]
de 11 de setembro, pelo Decreto-Lei n.º 223/2009, de 11 2 — O regime da contratação pública estabelecido
de setembro, pelo Decreto-Lei n.º 278/2009, de 2 de outu- na parte II é aplicável à formação dos contratos públicos
bro, pela Lei n.º 3/2010, de 27 de abril, pelo Decreto-Lei que, independentemente da sua designação e natureza,
n.º 131/2010, de 14 de dezembro, pela Lei n.º 64-B/2011, sejam celebrados pelas entidades adjudicantes referidas
de 30 de dezembro, e pelos Decretos-Leis n.os 149/2012, no presente Código e não sejam excluídos do seu âmbito
de 12 de julho, e 214-G/2015, de 2 de outubro. de aplicação.
2 — O presente decreto-lei procede igualmente à trans- 3 — O presente Código é igualmente aplicável, com
posição: as necessárias adaptações, aos procedimentos destinados
à atribuição unilateral, pelas entidades adjudicantes
a) Da Diretiva n.º 2014/23/UE, do Parlamento Europeu
referidas no artigo seguinte, de quaisquer vantagens ou
e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, relativa à ad-
benefícios, através de ato administrativo ou equiparado,
judicação de contratos de concessão;
em substituição da celebração de um contrato público.
b) Da Diretiva n.º 2014/24/UE, do Parlamento Europeu
4 — (Revogado.)
e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, relativa aos
5 — A parte III do presente Código contém o regime
contratos públicos e que revoga a Diretiva n.º 2004/18/CE;
substantivo aplicável à execução, modificação e extin-
c) Da Diretiva n.º 2014/25/UE, do Parlamento Europeu e
ção das relações contratuais administrativas.
do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, relativa aos con-
6 — (Revogado.)
tratos públicos celebrados pelas entidades que operam nos
setores da água, da energia, dos transportes e dos serviços
Artigo 2.º
postais e que revoga a Diretiva n.º 2004/17/CE;
d) Da Diretiva n.º 2014/55/UE, do Parlamento Europeu [...]
e do Conselho, de 16 de abril de 2014, relativa à faturação
1 — [...]
eletrónica nos contratos públicos.
a) [...]
Artigo 2.º b) [...]
c) [...]
Portal dos contratos públicos
d) [...]
1 — O portal dos contratos públicos destina-se a divul- e) As entidades administrativas independentes;
gar informação pública sobre os contratos públicos sujeitos f) O Banco de Portugal;
ao regime do Código dos Contratos Públicos. g) [Anterior alínea e).]
5250-(1896) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
j) Contratos de aquisição de serviços de investigação 4 — No que diz respeito aos serviços de transporte,
e desenvolvimento abrangidos pelos códigos CPV refe- considera-se que existe uma rede quando o serviço é
ridos no anexo VIII ao presente Código, que dele faz parte prestado nas condições estabelecidas por uma entidade
integrante, desde que se verifiquem cumulativamente adjudicante.
as seguintes condições: 5 — Para efeitos do presente Código consideram-se
i) Os resultados obtidos com os respetivos serviços atividades do setor dos serviços postais:
não revertam exclusivamente a favor da entidade ad- a) Os serviços que consistam na aceitação, no trata-
judicante, para utilização no exercício da sua própria mento, no transporte e na distribuição de envios postais;
atividade; b) Outros serviços afins, tais como:
ii) O pagamento dos serviços em causa não seja in-
tegralmente suportado pela entidade adjudicante, de- i) A gestão de serviços postais, designadamente os
signadamente por se tratar de projeto cofinanciado por serviços pré e pós envio, incluindo os serviços de gestão
fundos nacionais ou europeus. e de preparação interna do correio;
ii) Os serviços relativos a envios postais não inclu-
5 — (Revogado.) ídos na alínea anterior, tais como a publicidade postal
6 — (Revogado.) sem endereço.
7 — (Revogado.)
8 — A parte II não é aplicável aos contratos celebra- Artigo 10.º
dos pelas entidades referidas no n.º 2 do artigo 2.º, e [...]
pelo Banco de Portugal, que não abranjam prestações
típicas da empreitada de obras públicas, concessão de 1 — Excetua-se do disposto nos n.os 1 e 2 do artigo
obras públicas, concessão de serviços públicos, locação anterior a atividade de alimentação de redes fixas de
e aquisição de bens móveis ou aquisição de serviços. prestação de serviços ao público no domínio da produ-
ção de eletricidade e água potável quando:
Artigo 9.º a) A produção de água potável ou de eletricidade pela
[...] entidade adjudicante seja necessária ao exercício de uma
atividade diferente das referidas no artigo anterior;
1 — Para efeitos do presente Código, consideram-se b) A alimentação daquela rede dependa apenas do
atividades do setor da energia: consumo próprio da entidade adjudicante e não tenha
a) As de disponibilização ou exploração de redes excedido 30 % da produção total de água potável ou de
fixas destinadas à prestação de serviços ao público no eletricidade dessa entidade, consoante o caso, tomando
domínio da produção, do transporte ou da distribuição de por referência a média dos três últimos anos, incluindo
gás, calor ou eletricidade, bem como a alimentação des- o ano em curso.
sas redes com gás, calor ou eletricidade, respetivamente;
b) As de exploração de uma área geográfica para 2 — Excetua-se igualmente do disposto do n.º 1 do
efeitos de extração de petróleo ou gás ou de prospeção artigo anterior a atividade de alimentação de redes pú-
ou extração de carvão ou de outros combustíveis sólidos; blicas de prestação de serviços ao público no domínio
c) (Revogada.) da produção de gás ou de combustível para aquecimento
d) (Revogada.) quando:
e) (Revogada.) a) A produção de gás ou de combustível para aque-
f) (Revogada.) cimento pela entidade adjudicante seja a consequência
g) (Revogada.) inevitável do exercício de uma atividade diferente das
h) (Revogada.) referidas no artigo anterior;
i) (Revogada.) b) A alimentação daquela rede se destine apenas a
explorar de maneira mais económica a produção de gás
2 — Para efeitos do presente Código, consideram-se ou de combustível para aquecimento e não represente
atividades do setor da água a disponibilização ou explo- mais de 20 % do volume de negócios da entidade adju-
ração de redes fixas destinadas à prestação de serviços dicante, tomando por referência a média dos três últimos
ao público no domínio da produção, do transporte ou da anos, incluindo o ano em curso.
distribuição de água potável, bem como a alimentação
dessas redes com água potável, bem como a eliminação 3 — (Revogado.)
ou tratamento de águas residuais.
3 — Para efeitos do presente Código consideram-se Artigo 11.º
atividades do setor dos serviços de transporte:
[...]
a) As que tenham por objetivo a disponibilização ou
exploração de redes destinadas à prestação de serviços 1 — [...]
ao público no domínio dos transportes por caminho-de- a) [...]
-ferro, sistemas automáticos, carros elétricos, tróleis, b) [...]
autocarros ou cabo e por vias navegáveis entre terminais
marítimos ou fluviais; i) Empreitada de obras públicas cujo valor seja igual
b) As que tenham por objetivo a exploração de uma ou superior ao limiar referido na alínea a) do n.º 4 do
área geográfica para disponibilizar aeroportos e portos artigo 474.º;
marítimos ou fluviais ou outros terminais de transportes ii) [...]
às empresas de transporte aéreo, marítimo ou fluvial. iii) [...]
5250-(1898) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
bens, dos serviços ou das obras a serem desenvolvidos seja inferior ao limiares referidos nas alíneas b), c) ou
e adquiridos no final da parceria. d) do n.º 3 do artigo 474.º, consoante o caso;
6 — Quando a entidade adjudicante for organizada c) Consulta prévia, com convite a pelo menos três
por unidades orgânicas, na definição do valor do con- entidades, quando o valor do contrato seja inferior a
trato deve ser tido em conta o valor total referente a todas € 75 000;
elas, salvo se forem independentemente responsáveis d) Ajuste direto, quando o valor do contrato for in-
pelas suas aquisições, nomeadamente por se tratar de ferior a € 20 000.
serviços periféricos ou municipalizados.
7 — A fixação do valor estimado do contrato deve 2 — (Revogado.)
ser fundamentada com base em critérios objetivos, uti- 3 — (Revogado.)
lizando, como referência preferencial, os custos médios 4 — [...]
unitários de prestações do mesmo tipo adjudicadas em
anteriores procedimentos promovidos pela entidade
adjudicante. Artigo 21.º
8 — O valor do contrato não pode ser fracionado [...]
com o intuito de o excluir do cumprimento de quaisquer
exigências legais, designadamente das constantes do 1 — No caso de contratos distintos dos previstos
presente Código. nos artigos anteriores, que não configurem contratos de
9 — (Anterior n.º 4.) concessão de obras públicas ou de concessão de serviços
públicos, ou contratos de sociedade, pode adotar-se o
Artigo 18.º seguinte procedimento:
[...] a) Concurso público, concurso limitado por prévia
Sem prejuízo do disposto nos capítulos III e IV do qualificação, procedimento de negociação, diálogo con-
presente título, a escolha dos procedimentos de ajuste correncial ou parceria para a inovação, sem publicação
direto, de consulta prévia, de concurso público ou de de anúncio no Jornal Oficial da União Europeia, qual-
concurso limitado por prévia qualificação deve ser feita quer que seja o valor do contrato;
tendo por base o valor do contrato a celebrar, nos termos b) Consulta prévia, com convite a, pelo menos, três
do disposto nos artigos seguintes do presente capítulo. entidades, quando o valor do contrato seja inferior a
€ 100 000;
Artigo 19.º c) Ajuste direto, quando o valor do contrato seja
[...]
inferior a € 50 000.
exercidas nos setores da água, da energia, dos transpor- regras previstas no artigo 5.º da Diretiva n.º 2014/24/UE,
tes e dos serviços postais pelas entidades adjudicantes do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de feve-
referidas no n.º 1 do artigo 7.º, estas entidades devem reiro de 2014.
adotar, em alternativa, o concurso público, o concurso
limitado por prévia qualificação, o procedimento de
Artigo 35.º
negociação, o diálogo concorrencial, ou ainda, se cum-
pridos os pressupostos previstos no artigo 30.º-A, a [...]
parceria para a inovação.
2 — (Revogado.) 1 — Quando os contratos a celebrar digam direta e
3 — [...] principalmente respeito a uma ou a várias das atividades
4 — [...] exercidas nos setores da água, da energia, dos transpor-
tes e dos serviços postais pelas entidades adjudicantes
Artigo 34.º referidas no n.º 1 do artigo 7.º, estas podem enviar para
publicação no Jornal Oficial da União Europeia um
[...]
anúncio periódico indicativo, contendo as menções
1 — As entidades adjudicantes referidas no artigo 2.º previstas no artigo 67.º da Diretiva n.º 2014/25/UE, do
enviam para publicação no Jornal Oficial da União Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro
Europeia um anúncio de pré-informação, nos termos de 2014, ao qual é aplicável o disposto no artigo anterior,
do n.º 1 do artigo 48.º da Diretiva n.º 2014/24/UE, do com as devidas adaptações.
Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro 2 — O período abrangido pelo anúncio de pré-
de 2014, no qual indicam: -informação não pode ser superior a 12 meses a contar
a) No caso de contratos de locação ou de aquisição da data em que o anúncio é enviado para publicação,
de bens móveis ou de contratos de aquisição de servi- exceto no caso dos contratos de serviços sociais e outros
ços, o preço contratual estimado de todos os contratos serviços específicos, em que o referido período pode ser
a celebrar durante os 12 meses seguintes e cujo preço superior a 12 meses.
seja igual ou superior ao limiar aplicável nos termos
do artigo 474.º; Artigo 36.º
b) No caso de contratos de empreitada ou concessão
de obras públicas ou concessão de serviço público, [...]
as respetivas características essenciais, quando o
preço ou valor contratual estimado de todos os con- 1 — O procedimento de formação de qualquer con-
tratos a celebrar durante os 12 meses seguintes seja trato inicia-se com a decisão de contratar, a qual deve ser
igual ou superior ao limiar aplicável nos termos do fundamentada e cabe ao órgão competente para autorizar
artigo 474.º a despesa inerente ao contrato a celebrar, podendo essa
decisão estar implícita nesta última.
2 — As entidades adjudicantes referidas no artigo 2.º 2 — [...]
podem enviar para publicação no Jornal Oficial da União 3 — Quando o valor do contrato for igual ou superior
Europeia um anúncio de pré-informação, nos termos dos a € 5 000 000, a fundamentação prevista no n.º 1 deve
n.os 2 e 3 do artigo 31.º da Diretiva n.º 2014/23/UE, do basear-se numa avaliação de custo/benefício e deve
Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de feve- conter, nomeadamente e quando aplicável:
reiro de 2014, quando se trate de concessão de serviços
sociais ou outros serviços específicos enumerados no a) A identificação do tipo de beneficiários do contrato
anexo IV daquela diretiva. a celebrar;
3 — O período abrangido pelo anúncio de pré- b) A taxa prevista de utilização da infraestrutura,
-informação não pode ser superior a 12 meses a contar serviço ou bem;
da data em que o anúncio é enviado para publicação, c) A análise da rentabilidade;
exceto no caso dos contratos de serviços sociais e outros d) Os custos de manutenção;
serviços específicos, em que o referido período pode ser e) A avaliação dos riscos potenciais e formas de mi-
superior a 12 meses. tigação dos mesmos;
4 — Os preços contratuais estimados de todos os f) O impacto previsível para a melhoria da organi-
contratos a celebrar previstos nos n.os 1 e 2 incluem o zação;
valor estimado dos acordos-quadro que as entidades ad- g) O impacto previsível no desenvolvimento ou na
judicantes estejam dispostas a celebrar naquele período reconversão do país ou da região coberta pelo inves-
e cujo objeto abranja prestações típicas dos contratos timento.
referidos no n.º 1.
5 — O preço contratual estimado de todos os con-
4 — Quando o tipo de procedimento utilizado seja a
tratos a celebrar para cuja formação as entidades adju-
dicantes adotem os procedimentos de consulta prévia parceria para a inovação, o limiar referido no número
ou ajuste direto em função de critérios materiais não é anterior é de € 2 500 000.
contabilizado para efeitos do preço contratual estimado 5 — As peças do procedimento devem identificar to-
de todos os contratos a celebrar previsto no n.º 1. dos os pareceres prévios, licenciamentos e autorizações
6 — (Anterior n.º 4.) necessárias que possam condicionar o procedimento e
7 — (Anterior n.º 5.) a execução do contrato.
8 — O cálculo dos preços contratuais estimados refe- 6 — O disposto nos números anteriores não prejudica
ridos nos n.os 1 a 3 deve ser efetuado de acordo com as a aplicação de regimes especiais.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1903)
condições de natureza social, ambiental, ou que se des- c) Se, no prazo de cinco dias após notificação para,
tinem a favorecer: querendo, sanar a nulidade, o contraente público apre-
sentar as razões que justificam a não exigência dos
a) A aplicação de medidas de promoção da igualdade
elementos previstos no n.º 5.
de género e da igualdade salarial no trabalho;
b) O aumento da participação das mulheres no mer-
cado de trabalho; 11 — (Anterior n.º 9.)
c) A conciliação da vida profissional com a vida fa-
miliar e pessoal dos trabalhadores afetos à execução Artigo 47.º
do contrato; [...]
d) A inclusão de pessoas com deficiência no mercado
de trabalho. 1 — O preço base, que deve ser definido pela enti-
dade adjudicante no caderno de encargos, é o montante
7 — [...] máximo que esta entidade se dispõe a pagar pela execu-
8 — [...] ção de todas as prestações que constituem o objeto do
9 — [...] contrato, incluindo eventuais renovações do contrato.
10 — [...] 2 — Quando o contrato a celebrar não implique o
11 — Para efeitos do disposto nos n.os 3 e 5, pagamento de um preço pela entidade adjudicante, o
consideram-se aspetos submetidos à concorrência to- preço base corresponde ao montante previsível a receber
dos aqueles que são objeto de avaliação de acordo com pelas prestações que constituem o objeto do contrato.
o critério de adjudicação, e aspetos não submetidos à 3 — A fixação do preço base deve ser fundamentada
concorrência todos aqueles que, sendo apreciados, não com base em critérios objetivos, tais como os preços
são objeto de avaliação e classificação. atualizados do mercado obtidos através da consulta
preliminar prevista no artigo 35.º-A, ou os custos médios
Artigo 43.º unitários, resultantes de anteriores procedimentos, para
prestações do mesmo tipo.
[...] 4 — O preço base deve respeitar os limites de valor
1 — [...] até aos quais pode ser utilizado o tipo de procedimento
2 — Quando a obra seja classificada, nos termos da em causa e os limites máximos de autorização de des-
portaria prevista no n.º 7, na categoria III ou superior, pesa do órgão competente para a decisão de contratar,
bem como naqueles casos em que o preço base, fixado se aplicáveis.
no caderno de encargos, seja enquadrável na classe 3 5 — Em casos excecionais, devidamente funda-
de alvará ou em classe superior, o projeto de execução mentados, a entidade adjudicante pode não fixar preço
referido no número anterior deve ser objeto de prévia base, desde que o procedimento permita a celebração
revisão por entidade devidamente qualificada para a sua de contratos de qualquer valor e o órgão competente
elaboração, distinta do autor do mesmo. para a decisão de contratar não esteja sujeito a limites
3 — [...] máximos de autorização de despesa ou ao regime de
4 — [...] autorização de despesas.
5 — [...] 6 — No caso de agrupamentos de entidades adjudi-
6 — [...] cantes, o valor a considerar para efeitos do n.º 4, na parte
7 — [...] em que se refere ao valor de autorização de despesa,
8 — [...] corresponde à soma dos valores máximos até aos quais
os órgãos competentes de cada uma daquelas entidades,
a) Não seja integrado pelo projeto de execução pre- por lei ou por delegação, podem autorizar a respetiva
visto no n.º 1 ou pelo programa preliminar previsto na fração da despesa inerente ao contrato a celebrar.
parte final do n.º 3;
b) [...] Artigo 49.º
c) [...]
d) [...] [...]
1 — As especificações técnicas, tal como definidas
9 — A nulidade prevista no número anterior é sus- no anexo VII ao presente Código, do qual faz parte inte-
cetível de sanação, nos termos do disposto no n.º 2 grante, devem constar no caderno de encargos e devem
do artigo 164.º do Código do Procedimento Admi- definir as características exigidas para as obras, bens
nistrativo. móveis e serviços.
10 — Para efeitos do disposto no número anterior, 2 — As características exigidas para as obras, bens
considera-se sanada a nulidade nas seguintes situações: móveis e serviços podem também incluir uma referên-
a) Se, verificado o vício antes de decorrido o prazo cia ao processo ou método específico de produção ou
para apresentação de propostas, a entidade adjudicante execução das obras, bens móveis ou serviços solicitados
proceder à junção dos elementos em falta, no prazo de ou a um processo específico para outra fase do seu ciclo
cinco dias, sendo prorrogado o prazo para apresentação de vida, mesmo que tais fatores não façam parte da
de propostas, nos termos do artigo 64.º; sua substância material, desde que estejam ligados ao
b) Se, no prazo de cinco dias após notificação para, objeto do contrato e sejam proporcionais ao seu valor
querendo, sanar a nulidade, o contraente público pro- e aos seus objetivos.
ceder à junção dos elementos em falta, desde que não 3 — As especificações técnicas podem concretizar
alterem os pressupostos em que assentou a elaboração se é exigida a transmissão de direitos de propriedade
da proposta do adjudicatário; intelectual.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1905)
4 — O incumprimento do dever a que se referem os condenados por aqueles crimes a pessoa coletiva ou
números anteriores tem as consequências previstas nos os titulares dos seus órgãos sociais de administração,
n.os 3 e 4 do artigo 378.º direção ou gerência, e estes se encontrem em efetividade
5 — Até ao termo do segundo terço do prazo fixado de funções, em qualquer dos casos sem que entretanto
para a apresentação das propostas, ou até ao prazo fixado tenha ocorrido a respetiva reabilitação;
no convite ou no programa de concurso: c) [Anterior alínea c) do corpo do artigo.]
a) O órgão competente para a decisão de contratar, d) [Anterior alínea d) do corpo do artigo.]
ou o órgão para o efeito indicado nas peças do procedi- e) [Anterior alínea e) do corpo do artigo.]
mento, deve prestar os esclarecimentos solicitados; f) Tenham sido objeto de aplicação de sanção aces-
b) O órgão competente para a decisão de contratar sória de proibição de participação em concursos pú-
pronuncia-se sobre os erros e as omissões identificados blicos prevista em legislação especial, nomeadamente
pelos interessados, considerando-se rejeitados todos nos regimes contraordenacionais em matéria laboral,
os que, até ao final daquele prazo, não sejam por ele de concorrência e de igualdade e não-discriminação,
expressamente aceites. bem como da sanção prevista no artigo 460.º, durante
o período fixado na decisão condenatória;
6 — O órgão competente para a decisão de contratar g) [Anterior alínea h) do corpo do artigo.]
deve identificar os termos do suprimento de cada um dos h) Tenham sido condenadas por sentença transitada
erros ou das omissões aceites nos termos do disposto em julgado por algum dos seguintes crimes, se entre-
na alínea b) do número anterior. tanto não tiver ocorrido a sua reabilitação, no caso de
7 — Independentemente do disposto nos números an- se tratar de pessoas singulares, ou, no caso de se tratar
teriores, o órgão competente para a decisão de contratar de pessoas coletivas, tenham sido condenados pelos
pode, oficiosamente, proceder à retificação de erros ou mesmos crimes a pessoa coletiva ou os titulares dos seus
omissões das peças do procedimento, bem como pres- órgãos sociais de administração, direção ou gerência que
tar esclarecimentos, no mesmo prazo referido no n.º 5, se encontrem em efetividade de funções, se entretanto
ou até ao final do prazo de entrega de candidaturas ou não tiver ocorrido a sua reabilitação:
propostas, devendo, neste caso, atender-se ao disposto i) Participação numa organização criminosa, tal
no artigo 64.º como definida no n.º 1 do artigo 2.º da Decisão-
8 — Os esclarecimentos, as retificações e as listas -Quadro 2008/841/JAI do Conselho, de 24 de outubro
com a identificação dos erros e omissões detetados pelos de 2008;
interessados devem ser disponibilizados na plataforma ii) Corrupção, tal como definida no artigo 3.º da
eletrónica utilizada pela entidade adjudicante e juntos às Convenção relativa à luta contra a corrupção em que
peças do procedimento que se encontrem patentes para
estejam implicados funcionários da União Europeia ou
consulta, devendo todos os interessados que as tenham
dos Estados-Membros da União Europeia, no n.º 1 do
obtido ser imediatamente notificados desse facto.
artigo 2.º da Decisão-Quadro 2003/568/JAI, do Conse-
9 — Os esclarecimentos e as retificações fazem parte
integrante das peças do procedimento a que dizem res- lho, de 22 de julho de 2003, e nos artigos 372.º a 374.º-B
peito e prevalecem sobre estas em caso de divergência. do Código Penal;
iii) [Anterior subalínea iii) da alínea i) do corpo do
Artigo 52.º artigo.]
iv) Branqueamento de capitais ou financiamento do
[...] terrorismo, tal como definidos no artigo 1.º da Diretiva
É candidato a entidade, pessoa singular ou coletiva, n.º 2015/849, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
que participa na fase de qualificação de um concurso 20 de maio de 2015, relativa à prevenção da utilização
limitado por prévia qualificação, de um procedimento do sistema financeiro para efeitos de branqueamento de
de negociação, de um diálogo concorrencial ou de uma capitais ou de financiamento do terrorismo;
parceria para a inovação, mediante a apresentação de v) Infrações terroristas ou infrações relacionadas com
uma candidatura. um grupo terrorista, tal como definidas nos artigos 3.º e
4.º da Diretiva n.º 2017/541, do Parlamento Europeu e do
Artigo 55.º Conselho, de 15 de março de 2017, relativa à luta contra
o terrorismo, ou qualquer infração relacionada com ati-
[...] vidades terroristas, incluindo cumplicidade, instigação e
1 — [Anterior proémio do corpo do artigo]: tentativa, nos termos do artigo 14.º da referida diretiva;
vi) Trabalho infantil e outras formas de tráfico de se-
a) Se encontrem em estado de insolvência, declarada res humanos, tal como definidos no artigo 2.º da Diretiva
por sentença judicial, em fase de liquidação, dissolu- n.º 2011/36/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
ção ou cessação de atividade, sujeitas a qualquer meio de 5 de abril de 2011;
preventivo de liquidação de patrimónios ou em qual-
quer situação análoga, ou tenham o respetivo processo i) [Anterior alínea j) do corpo do artigo.]
pendente, salvo quando se encontrarem abrangidas ou j) Tenham diligenciado no sentido de influenciar
tenham pendente um plano de recuperação de empresas, indevidamente a decisão de contratar do órgão compe-
judicial ou extrajudicial, previsto na lei; tente, de obter informações confidenciais suscetíveis
b) Tenham sido condenadas por sentença transitada de lhe conferir vantagens indevidas no procedimento,
em julgado por qualquer crime que afete a sua hono- ou tenham prestado informações erróneas suscetíveis
rabilidade profissional, no caso de pessoas singulares, de alterar materialmente as decisões de exclusão, qua-
ou, no caso de pessoas coletivas, quando tenham sido lificação ou adjudicação;
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1907)
4 — [...] 2 — [...]
a) Que não apresentam algum dos atributos ou algum
Artigo 66.º
dos termos ou condições, nos termos, respetivamente,
[...] do disposto nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 57.º;
1 — [...] b) [...]
2 — [...] c) [...]
3 — [...] d) [...]
4 — [...] e) Um preço ou custo anormalmente baixo, cujos
5 — [...] esclarecimentos justificativos não tenham sido apre-
6 — A entidade adjudicante não deve divulgar as sentados ou não tenham sido considerados nos termos
informações constantes dos documentos classificados do disposto no artigo seguinte;
das propostas. f) [...]
7 — A entidade adjudicante pode impor aos concor- g) [...]
rentes requisitos destinados a proteger as informações de
natureza confidencial por ela disponibilizadas ao longo 3 — A exclusão de quaisquer propostas com funda-
do procedimento de formação do contrato público. mento no disposto na alínea e) do número anterior, bem
como a existência de indícios de práticas restritivas do
Artigo 67.º comércio, ainda que não tenham dado origem à exclusão
da proposta, devem ser comunicadas à Autoridade de
[...] Segurança Alimentar e Económica.
1 — Com exceção do ajuste direto e dos casos pre- 4 — A exclusão de quaisquer propostas com funda-
vistos no n.º 3, os procedimentos para a formação de mento no disposto na alínea g) do n.º 2, bem como a
contratos são conduzidos por um júri, designado pelo existência de indícios de práticas restritivas da concor-
órgão competente para a decisão de contratar, composto, rência, ainda que não tenham dado origem à exclusão
em número ímpar, por um mínimo de três membros da proposta, devem ser comunicadas à Autoridade da
efetivos, um dos quais preside, e dois suplentes. Concorrência.
2 — [...] 5 — A exclusão de quaisquer propostas com fun-
3 — Tratando-se de consulta prévia ou de concurso damento no disposto na alínea e) do n.º 2, devido ao
público urgente, o órgão competente para a decisão facto do concorrente ter obtido um auxílio estatal e
de contratar pode decidir que os procedimentos sejam não poder provar que o mesmo é compatível com o
conduzidos pelos serviços da entidade adjudicante, mercado interno na aceção do artigo 107.º do Tratado
considerando-se feitas a estes as referências feitas, no sobre o Funcionamento da União Europeia, deve ser
presente Código, ao júri. comunicada à Autoridade da Concorrência e, quando
4 — O júri pode ser dispensado nos procedimentos o anúncio do respetivo procedimento tenha sido publi-
em que seja apresentada apenas uma proposta. cado no Jornal Oficial da União Europeia, também à
5 — Antes do início de funções, os membros do júri Comissão Europeia.
e todos os demais intervenientes no processo de avalia-
ção de propostas, designadamente peritos, subscrevem Artigo 71.º
declaração de inexistência de conflitos de interesses, Preço ou custo anormalmente baixo
conforme modelo previsto no anexo XIII ao presente
Código e que dele faz parte integrante. 1 — As entidades adjudicantes podem definir, no
programa de concurso ou no convite, as situações em
Artigo 69.º que o preço ou o custo de uma proposta é considerado
anormalmente baixo, tendo em conta o desvio percen-
[...]
tual em relação à média dos preços das propostas a
1 — [...] admitir, ou outros critérios considerados adequados.
2 — A entidade adjudicante deve fundamentar a ne-
a) [...] cessidade de fixação do preço ou do custo anormalmente
b) [...] baixo, bem como os critérios que presidiram a essa
c) Proceder à apreciação de soluções e projetos; fixação, designadamente os preços médios obtidos na
d) Elaborar os relatórios de análise das candidaturas, consulta preliminar ao mercado, se tiver existido.
das propostas e das soluções e projetos. 3 — O órgão competente para a decisão de contratar
deve fundamentar a decisão de exclusão de uma pro-
2 — Cabe ainda ao júri exercer a competência que lhe posta com essa justificação, solicitando previamente ao
seja delegada pelo órgão competente para a decisão de respetivo concorrente que preste esclarecimentos, por
contratar, não lhe podendo este, porém, delegar a com- escrito e em prazo adequado, relativos aos elementos
petência para a retificação das peças do procedimento, constitutivos relevantes da proposta.
a decisão sobre erros ou omissões identificados pelos 4 — Na análise dos esclarecimentos prestados pelo
interessados, a decisão de qualificação dos candidatos concorrente nos termos do número anterior, pode tomar-
ou a decisão de adjudicação. -se em consideração justificações inerentes, designa-
damente:
Artigo 70.º
a) [...]
[...]
b) [...]
1 — [...] c) [...]
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1909)
5 — Ainda que não façam parte da sua substância e) Confirmar no prazo para o efeito fixado, se for o
material, consideram-se relacionados com o objeto do caso, a constituição da sociedade comercial, de acordo
contrato os fatores envolvidos no processo específico de com os requisitos fixados nas peças do procedimento e
produção ou fornecimento das obras, bens ou serviços os termos da proposta adjudicada.
ou num processo específico em relação a outra fase do
seu ciclo de vida. 3 — [...]
6 — Quando a organização, qualificações e
experiência do pessoal encarregado da execução do con- Artigo 78.º
trato tenham sido adotados como fatores de avaliação da [...]
relação qualidade-preço, o contrato deve garantir que o
pessoal empregue cumpre efetivamente as especifica- 1 — Quando o procedimento de formação do contrato
ções de qualidade especificadas no caderno de encargos tenha sido publicitado através de anúncio publicado no
e nos requisitos propostos, prevendo expressamente Jornal Oficial da União Europeia, a entidade adjudicante
que o pessoal proposto pelo adjudicatário só pode ser deve publicar no referido jornal, no prazo de 30 dias após
substituído com o expresso e prévio consentimento da a celebração de um contrato, um anúncio conforme mo-
entidade adjudicante, após verificação de que essa subs- delos constantes do anexo V da Diretiva n.º 2014/24/UE,
tituição proporciona um nível de qualidade equivalente. ou do anexo XII da Diretiva n.º 2014/25/UE, ambas do
7 — Quando o custo seja calculado com base no Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro
ciclo de vida, o modelo de avaliação das propostas pode de 2014, consoante o caso.
abranger custos suportados ou não pela entidade adju- 2 — O disposto no número anterior é também aplicá-
dicante, como sejam: vel quando a adjudicação tenha sido decidida na sequên-
cia de ajuste direto adotado ao abrigo do disposto nas
a) Custos relacionados com a aquisição propriamente alíneas a) a c) e e) do n.º 1 do artigo 24.º, nas alíneas a)
dita; e b) do n.º 1 do artigo 25.º, nas alíneas a) a d) do n.º 1 e
b) Custos de utilização, tais como consumo de ener- no n.º 2 do artigo 26.º e nas alíneas a), c) e d) do n.º 1
gia, de consumíveis e de outros recursos; do artigo 27.º, sempre que o preço contratual seja igual
c) Custos de manutenção e assistência técnica; ou superior:
d) Custos de fim de vida, tais como custos de recolha
e reciclagem; a) Ao referido na alínea a) do n.º 3 do artigo 474.º,
e) Custos imputados a externalidades ambientais no caso de se tratar de um contrato de empreitada de
ligadas ao bem, serviço ou obra durante o seu ciclo de obras públicas;
vida, desde que seja possível determinar e confirmar b) Ao referido na alínea c) do n.º 3 do artigo 474.º,
o seu valor monetário, os quais podem incluir o custo no caso de se tratar de um contrato de locação ou de
das emissões de gases com efeito de estufa e de outras aquisição de bens móveis ou de um contrato de aqui-
emissões poluentes, assim como outros custos de ate- sição de serviços;
nuação das alterações climáticas. c) Ao referido na alínea b) do n.º 3 do artigo 474.º
no caso de se tratar de um contrato de locação ou de
8 — Quando o caderno de encargos submeter à aquisição de bens móveis ou de um contrato de aqui-
concorrência os custos do ciclo de vida do objeto do sição de serviços, quando a entidade adjudicante seja
contrato a celebrar, o programa do procedimento ou o Estado.
convite deve indicar a metodologia que será utilizada
para os calcular. 3 — [...]
9 — A metodologia referida no número anterior, a) Ao referido na alínea a) do n.º 4 do artigo 474.º,
quando for aplicada para o cálculo dos custos referi- no caso de se tratar de um contrato de empreitada de
dos na alínea e) do n.º 7, deve basear-se também em obras públicas;
regras objetivamente verificáveis e não discriminatórias, b) Ao referido na alínea b) do n.º 4 do artigo 474.º,
permitindo que os dados a fornecer pelos concorrentes no caso de se tratar de um contrato de locação ou de
sejam por estes obtidos mediante esforço razoável. aquisição de bens móveis ou de um contrato de aqui-
10 — Caso seja obrigatória, por força do Direito sição de serviços.
da União Europeia, a utilização de uma metodologia
comum para o cálculo dos custos do ciclo de vida, a 4 — [...]
mesma deve ser aplicada. 5 — A publicação referida no n.º 1 é igualmente
aplicável aos contratos celebrados ao abrigo de um
Artigo 77.º acordo-quadro, ou de um sistema de aquisição di-
[...] nâmico quando o preço contratual acumulado por
trimestre ultrapassar os limiares referidos nas alíne-
1 — [...]
as do n.º 2, no prazo de 30 dias após o fim de cada
2 — [...]
trimestre.
a) [...] 6 — No caso de se tratar da adjudicação de con-
b) Prestar caução, se esta for devida, indicando ex- tratos de concessão, devem ainda ser publicados os
pressamente o seu valor; anúncios conforme os modelos aplicáveis referidos
c) [...] nos artigos 32.º e 33.º da Diretiva n.º 2014/23/UE, do
d) Se pronunciar sobre a minuta de contrato, quando Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro
este for reduzido a escrito; de 2014.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1911)
3 — O prazo mínimo previsto no n.º 1 pode ser re- a) Na formação de contratos de concessão de obras
duzido para 15 dias nos casos em que uma situação públicas ou de concessão de serviços, independente-
de urgência devidamente fundamentada pela entidade mente do valor do contrato a celebrar;
adjudicante inviabilize o cumprimento do prazo mínimo b) Na formação de contratos de empreitadas de obras
de 30 dias. públicas cujo valor seja inferior ao limiar referido na
4 — (Revogado.) alínea a) do n.º 3 do artigo 474.º;
c) Na formação de contratos de locação ou aquisição
Artigo 139.º de bens e aquisição de serviços cujo valor seja inferior
ao limiar referido na alínea b) do n.º 3 do artigo 474.º
[...]
cidas nos setores da água, da energia, dos transportes e b) Confirmar, no prazo fixado para o efeito, se for o
dos serviços postais pelas entidades adjudicantes referi- caso, os compromissos assumidos por terceiras entidades
das no n.º 1 do artigo 7.º, o prazo mínimo para a apresen- relativos aos requisitos referidos na alínea anterior.
tação das candidaturas é, em regra, de 30 dias a contar da
data do envio do anúncio para publicação, não podendo 3 — A decisão de qualificação caduca quanto ao can-
em caso algum ser inferior a 15 dias desde aquele envio. didato que, no prazo fixado no programa do concurso
ou na notificação a que se refere o n.º 1:
Artigo 179.º
a) Não apresente qualquer um dos documentos com-
[...] provativos do cumprimento dos requisitos mínimos de
1 — [...] capacidade técnica e financeira exigidos no programa
2 — [...] do concurso;
3 — Exclusivamente para os efeitos do disposto no b) Não demonstre o cumprimento dos requisitos mí-
n.º 1, considera-se que equivale ao preenchimento do nimos de capacidade técnica e financeira exigidos no
requisito mínimo de capacidade financeira: programa do concurso.
a) [...] 4 — Sempre que se verifique um facto que determine
b) [...] a caducidade da qualificação nos termos do número
anterior, o órgão competente para a decisão de contratar
Artigo 184.º deve notificar o candidato relativamente ao qual o facto
[...] ocorreu, fixando-lhe um prazo, não superior a cinco dias,
para que se pronuncie, por escrito, ao abrigo do direito
1 — [...] de audiência prévia, sendo aplicável, com as necessárias
2 — [...] adaptações, o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 86.º
a) [...] 5 — (Anterior n.º 2.)
b) [...]
c) [...] Artigo 188.º
d) [...] [...]
e) Que não sejam constituídas por todos os documentos
exigidos, salvo por aqueles que se refiram ao requisito Cumprido o disposto no artigo anterior, o órgão com-
de capacidade financeira e tenha sido apresentado o petente para a decisão de contratar notifica todos os
Documento Europeu Único de Contratação Pública ou candidatos da decisão tomada.
um dos documentos previstos no n.º 3 do artigo 179.º;
f) [...] Artigo 189.º
g) [...] [...]
h) [...]
i) [...] 1 — [...]
j) [...] 2 — [...]
l) [...] a) [...]
b) [...]
3 — [...] c) [...]
4 — [...] d) [...]
e) Se é admissível ou não a apresentação de propostas
Artigo 187.º variantes, e o número máximo de propostas variantes
[...] admitidas;
f) [...]
1 — O órgão competente para a decisão de contratar g) [...]
deve tomar a decisão de qualificação e notificá-la aos h) [...]
candidatos, acompanhada do relatório final da fase de i) O valor da caução, quando esta for exigida;
qualificação, no prazo máximo de 44 dias após o termo j) (Revogada.)
do prazo fixado para a apresentação das candidaturas, k) A indicação do prazo limite para identificação de
sem prejuízo da possibilidade de fixação de um prazo erros e omissões e para resposta quanto aos mesmos,
superior no programa do concurso. se superior ao previsto no artigo 50.º
2 — Juntamente com a notificação da decisão de
qualificação, o órgão competente para a decisão de 3 — [...]
contratar deve notificar os candidatos, concedendo-lhes 4 — [...]
um prazo mínimo de cinco dias para: 5 — [...]
a) Apresentar os documentos comprovativos do cum- 6 — [...]
primento dos requisitos mínimos de capacidade técnica
e financeira exigidos no programa do concurso, sempre Artigo 190.º
que se revele necessário e tais requisitos tenham apenas [...]
sido declarados mediante a apresentação da declaração
conforme modelo constante no anexo V ao presente 1 — Quando o anúncio do concurso limitado por
Código ou do Documento Europeu Único de Contra- prévia qualificação não seja publicado no Jornal Oficial
tação Pública; da União Europeia, não pode ser fixado um prazo para
5250-(1918) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
a apresentação das propostas inferior a seis dias ou, no 3 — A modalidade do critério de adjudicação das
caso de se tratar de um procedimento de formação de propostas no procedimento de diálogo concorrencial é
um contrato de empreitada de obras públicas, inferior a a prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 74.º
14 dias, a contar da data do envio do convite. 4 — Quando, fundamentadamente, não estiverem
2 — Em caso de manifesta simplicidade dos traba- ainda reunidas as condições para definir os valores dos
lhos necessários à realização da obra, o prazo mínimo coeficientes de ponderação dos fatores e dos eventuais
referido na parte final do número anterior pode ser re- subfatores que densificam a modalidade prevista no
duzido até um prazo mínimo de seis dias. número anterior, estes devem ser indicados no programa
do procedimento por ordem decrescente de importância.
Artigo 191.º
Artigo 237.º
[...]
[...]
1 — Quando o anúncio do concurso limitado por
prévia qualificação seja publicado no Jornal Oficial da 1 — A entidade adjudicante pode, através de um
União Europeia, não pode ser fixado um prazo para a sistema de aquisição dinâmico, celebrar contratos de
apresentação das propostas inferior a 25 dias a contar locação ou de aquisição de bens móveis ou de aquisição
da data do envio do convite. de serviços de uso corrente, bem como contratos de
2 — Quando tenha sido publicado o anúncio de pré- empreitada de obras públicas de complexidade técnica
-informação previsto no artigo 34.º e o mesmo con- reduzida, cujas características e modos de execução
temple as prestações objeto do contrato a celebrar, o genericamente disponíveis no mercado satisfaçam as
prazo mínimo referido no número anterior é de 10 dias, suas necessidades.
desde que: 2 — O sistema de aquisição dinâmico é totalmente
eletrónico e deve admitir a apresentação de candidaturas
a) [...] durante toda a sua vigência não podendo ser cobradas
b) O anúncio de pré-informação tenha incluído todas quaisquer quantias relacionadas com a instituição ou a
as informações, disponíveis à data da sua publicação, operacionalização do sistema aos interessados, candi-
exigidas nos termos do anexo V, parte B, secção I da datos e concorrentes.
Diretiva n.º 2014/24/UE, do Parlamento Europeu e do 3 — O sistema de aquisição dinâmico rege-se, com as
Conselho, de 26 de fevereiro. necessárias adaptações, pelas disposições que regulam
o concurso limitado por prévia qualificação, em tudo
3 — Quando o contrato a celebrar diga direta e prin- o que não esteja especialmente previsto nos artigos
cipalmente respeito a uma ou a várias das atividades seguintes e seja com eles compatível.
exercidas nos setores da água, da energia, dos transpor- 4 — A instituição de um sistema de aquisição di-
tes e dos serviços postais pelas entidades adjudicantes nâmico sem publicação no Jornal Oficial da União
referidas no n.º 1 do artigo 7.º, o prazo mínimo para a Europeia só permite a celebração de contratos ao abrigo
apresentação das propostas previsto no n.º 1 é de 10 dias do mesmo enquanto o somatório dos respetivos preços
a contar da data do envio do convite. contratuais seja inferior ao valor referido nas alíneas b)
4 — [...] ou c) do n.º 3 do artigo 474.º, a partir do qual a referida
5 — O prazo mínimo previsto no n.º 1 pode ser re- publicação é obrigatória.
duzido para 10 dias nos casos em que uma situação 5 — O sistema de aquisição dinâmico pode ser ins-
de urgência devidamente fundamentada pela entidade tituído por centrais de compras para a celebração de
adjudicante inviabilize o cumprimento do prazo mínimo contratos por parte das entidades adjudicantes por ele
de 25 dias. abrangidas.
6 — A entidade adjudicante não pode instituir um
Artigo 198.º sistema de aquisição dinâmico de modo a impedir, res-
tringir ou falsear a concorrência.
[...] 7 — Salvo disposição em contrário constante do
1 — Não pode ser fixado um prazo para a apresenta- caderno de encargos relativo ao sistema de aquisição
ção das candidaturas inferior a 30 dias a contar da data dinâmico, as entidades adjudicantes não são obrigadas
do envio do anúncio referido no n.º 2 do artigo anterior a celebrar contratos ao seu abrigo.
ao Serviço das Publicações da União Europeia.
2 — Quando tenha sido publicado o anúncio Artigo 238.º
periódico indicativo com as indicações referidas no [...]
n.º 3 do artigo 167.º, não pode ser fixado um prazo
para a apresentação das candidaturas inferior a 25 dias [...]
a contar da data do envio do convite previsto no n.º 5 a) Instituição do sistema, divulgado através da publi-
do mesmo artigo. cação de anúncio no Diário da República e no Jornal
3 — [...] Oficial da União Europeia, quando obrigatório, nos
termos das alíneas b) ou c) do n.º 3 do artigo 474.º;
Artigo 206.º b) Apresentação das candidaturas e qualificação dos
[...]
candidatos, a qual se prolonga durante o período de
vigência do sistema de aquisição dinâmico;
1 — [...] c) Apresentação e análise das propostas e adjudi-
2 — [...] cação.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1919)
tratual por entidades adjudicantes, sendo o referido Código e sem prejuízo do disposto em lei especial, como
preço contratual igual ou superior ao limiar previsto o acordo de vontades, independentemente da sua forma
na alínea a) do n.º 3 do artigo 474.º, caso envolvam ou designação, em que pelo menos uma das partes seja
uma das seguintes atividades: um contraente público e que se integre em qualquer uma
i) Atividades de construção civil enumeradas no ane- das seguintes categorias:
xo XI ao presente Código, do qual faz parte integrante; a) Contratos que, por força do presente Código, da
ii) Obras de construção de hospitais, instalações des- lei ou da vontade das partes, sejam qualificados como
portivas, recreativas e de ocupação de tempos livres, contratos administrativos ou submetidos a um regime
estabelecimentos escolares e universitários e edifícios substantivo de direito público;
para uso administrativo; b) Contratos com objeto passível de ato administra-
tivo e demais contratos sobre o exercício de poderes
b) Contratos de serviços subsidiados diretamente públicos;
em mais de 50 % do respetivo preço contratual por c) Contratos que confiram ao cocontratante direitos
entidades adjudicantes, sendo o referido preço igual especiais sobre coisas públicas ou o exercício de funções
ou superior aos limiares previstos nas alíneas b) e c) dos órgãos do contraente público;
do n.º 3 do artigo 474.º, quando estejam associados d) Contratos que a lei submeta, ou que admita que
a um contrato de empreitada de obras na aceção da sejam submetidos, a um procedimento de formação
alínea anterior. regulado por normas de direito público e em que a pres-
tação do cocontratante possa condicionar ou substituir,
2 — As entidades adjudicantes que concedem os de forma relevante, a realização das atribuições do con-
subsídios referidos no número anterior são responsáveis traente público.
por assegurar o cumprimento das normas do presente
Código, quando não forem elas próprias a celebrar os 2 — As demais relações contratuais administrativas,
contratos subsidiados ou quando celebrarem esses con- incluindo as estabelecidas entre contraentes públicos,
tratos em nome e por conta de outras entidades. são regidas pela legislação especialmente aplicável, sem
3 — Fica excecionada do disposto no n.º 1 a forma- prejuízo da aplicação subsidiária do regime da parte III,
ção de contratos celebrados por entidades não previstas quando os tipos dos contratos não afastem as razões
no artigo 2.º e no artigo 7.º, que sejam financiados com justificativas da disciplina em causa.
recurso a subsídios sujeitos a reembolso integral. 3 — As disposições do presente capítulo que têm por
4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, objetivo a defesa dos princípios gerais da contratação
à formação dos contratos aí previstos aplicam-se os pública e dos princípios da concorrência e da igualdade
princípios gerais da contratação pública, em especial,
de tratamento e não-discriminação, e em concreto as
da concorrência, da imparcialidade, da igualdade, da
disposições relativas aos regimes de invalidade, limi-
boa administração, da transparência, da legalidade, da
proporcionalidade, da boa-fé e da publicidade. tes à modificação objetiva, cessão da posição contra-
tual e subcontratação são aplicáveis, com as devidas
Artigo 276.º adaptações, aos contratos sujeitos à parte II, ainda que
estes não configurem relações jurídicas contratuais
[...] administrativas.
1 — A intenção de celebrar contratos de empreitada 4 — Em tudo quanto não estiver regulado no presente
de obras públicas cujo preço contratual seja igual ou Código, na demais legislação administrativa ou em lei
superior ao valor referido na alínea a) do n.º 3 do ar- especial, e não seja suficientemente disciplinado por
tigo 474.º, por parte de concessionários de obras pú- aplicação dos princípios gerais de direito administrativo,
blicas que não sejam entidades adjudicantes, deve ser é subsidiariamente aplicável às relações jurídicas con-
publicitada no Diário da República através de anúncio tratuais administrativas, com as necessárias adaptações,
conforme modelo aprovado por portaria dos membros o direito civil.
do Governo responsáveis pela edição do Diário da Re-
pública e pelas áreas das finanças e das obras públicas. Artigo 283.º
2 — Deve ainda ser publicado no Jornal Oficial da [...]
União Europeia um anúncio da intenção referida no
n.º 1, conforme modelo constante do anexo XXI do Regu- 1 — [...]
lamento de Execução (UE) n.º 2015/1986, da Comissão, 2 — Os contratos são anuláveis se tiverem sido
de 11 de novembro de 2015. anulados ou se forem anuláveis os atos procedimen-
3 — [...] tais em que tenha assentado a sua celebração, devendo
4 — [...] demonstrar-se que o vício é causa adequada e suficiente
5 — [...] da invalidade do contrato, designadamente por implicar
6 — [...] uma modificação subjetiva do contrato celebrado ou
7 — [...] uma alteração do seu conteúdo essencial.
3 — (Revogado.)
Artigo 280.º 4 — O efeito anulatório previsto no n.º 2 pode ser
afastado por decisão judicial ou arbitral, quando, pon-
[...]
derados os interesses públicos e privados em presença
1 — A parte III aplica-se aos contratos sujeitos à e a gravidade da ofensa geradora do vício do ato pro-
parte II que configurem relações jurídicas contratuais cedimental em causa, a anulação do contrato se revele
administrativas, entendidas, para efeitos do presente desproporcionada ou contrária à boa-fé.
5250-(1922) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
c) Modificar unilateralmente as cláusulas respeitan- 4 — Nos contratos com objeto passível de ato ad-
tes ao conteúdo e ao modo de execução das prestações ministrativo e demais contratos sobre o exercício de
previstas no contrato por razões de interesse público, poderes públicos, o fundamento previsto na alínea b)
com os limites previstos no presente Código; do artigo anterior não pode conduzir à modificação do
d) [...] contrato por decisão judicial ou arbitral, quando esta
e) [...] interfira com o resultado do exercício da margem de
f) Ordenar a cessão da posição contratual do cocon- livre decisão administrativa subjacente ao mesmo ou
tratante para terceiro. implique a formulação de valorações próprias do exer-
Artigo 307.º cício da função administrativa.
5 — As modificações que não respeitem os limites
[...] estabelecidos no presente Código determinam a adoção
1 — Com exceção dos casos previstos no número de um novo procedimento de formação de contrato, caso
seguinte, as declarações do contraente público sobre a entidade adjudicante mantenha a decisão de contratar.
interpretação e validade do contrato ou sobre a sua
execução são meras declarações negociais, pelo que, na Artigo 314.º
falta de acordo do cocontratante, o contraente público [...]
apenas pode obter os efeitos pretendidos através do
recurso à ação administrativa. 1 — O cocontratante tem direito à reposição do
2 — [...] equilíbrio financeiro, sempre que o fundamento para
a) [...] a modificação do contrato seja, para além de outras
b) [...] especialmente previstas na lei:
c) [...] a) [...]
d) [...] b) [...]
e) Cessão da posição contratual do cocontratante
para terceiro. 2 — [...]
Artigo 312.º 3 — Quando a modificação do contrato tenha por
fundamento as circunstâncias previstas na alínea a) do
[...]
artigo 312.º, o cocontratante só tem direito à reposição
O contrato pode ser modificado com fundamento do equilíbrio financeiro quando, tendo em conta a re-
nas condições nele previstas e ainda com os seguintes partição do risco entre as partes, o facto invocado como
fundamentos: fundamento desse direito altere os pressupostos com
a) [...] base nos quais determinou o valor das prestações a que
b) [...] se obrigou, desde que o contraente público conhecesse
Artigo 313.º ou não devesse ignorar esses pressupostos.
[...]
Artigo 315.º
1 — A modificação de qualquer contrato público, com Publicidade das modificações
os fundamentos previstos no artigo anterior, encontra-se
sujeita aos seguintes limites: 1 — As modificações objetivas do contrato que re-
a) Não pode conduzir à alteração substancial do ob- presentem um valor acumulado superior a 10 % do
jeto do contrato; preço contratual devem ser publicitadas, pelo contraente
b) Não pode configurar uma forma de impedir, res- público, no portal dos contratos públicos, até cinco
tringir ou falsear a concorrência; dias após a sua concretização, devendo a publicidade
c) Não é permitida quando sejam introduzidas alte- ser mantida até seis meses após a extinção do contrato.
rações que, se fizessem parte do caderno de encargos, 2 — [...]
teriam ocasionado, de forma objetivamente demonstrá- 3 — Tratando-se de contratos celebrados na sequên-
vel, a alteração da ordenação das propostas avaliadas cia de procedimento com publicação no Jornal Oficial
ou a admissão de outras propostas; da União Europeia, devem ainda ser divulgadas neste
d) O aumento total de preço originado pelas eventuais jornal oficial, mediante anúncio de modelo próprio,
modificações não pode ultrapassar 25 % do preço con- as modificações objetivas que tenham como funda-
tratual inicial, no caso da alínea a) do artigo anterior, e mento o previsto no n.º 4 do artigo 370.º, no n.º 2 do
10 % do preço contratual inicial, no caso da alínea b) artigo 420.º-A ou no n.º 3 do artigo 454.º
do artigo anterior;
e) Não pode alterar o equilíbrio económico do con- Artigo 318.º
trato a favor do cocontratante em termos de este ser Cessão e subcontratação pelo cocontratante
colocado em situação mais favorável do que a resultante
do equilíbrio inicialmente estabelecido. 1 — A possibilidade de cessão da posição contratual
deve constar expressamente do contrato, em cláusula de
2 — Não estão sujeitas às alíneas a), b) e c) do nú- revisão ou opção inequívoca, salvo quando se verifique
mero anterior as modificações que resultem da natureza uma das seguintes condições:
duradoura do vínculo contratual, desde que o decurso
do tempo as justifique. a) Quando haja transmissão universal ou parcial da
3 — A modificação dos contratos especialmente re- posição do cocontratante, na sequência de reestruturação
gulados no título II da parte III fica sujeita aos limites societária, nomeadamente, oferta pública de aquisição,
aí previstos. aquisição ou fusão, a favor de cessionário que satisfaça
5250-(1924) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
b) O preço desses trabalhos, incluindo o de anterio- ao preço contratual, tendo o empreiteiro direito a ser re-
res trabalhos complementares igualmente decorrentes munerado pelos trabalhos já realizados e pelos trabalhos
de circunstâncias imprevisíveis, não exceda 40 % do necessários à reposição da situação anterior.
preço contratual.
Artigo 384.º
5 — Os trabalhos complementares que excedam os
[...]
limites previstos no presente artigo devem ser adjudi-
cados na sequência de novo procedimento. 1 — [...]
a) [...]
Artigo 372.º
b) A identificação dos alvarás ou certificados de em-
Recusa da execução de trabalhos complementares preiteiro de obras públicas das partes;
1 — Para efeitos do disposto no n.º 2 do artigo ante- c) [...]
rior, bem como quando entenda não estarem verificados d) [...]
os pressupostos constantes dos n.os 2 e 4 do artigo 370.º, e) [...]
o empreiteiro pode, no prazo de 10 dias a contar da rece- f) [...]
ção da ordem do dono da obra de execução dos trabalhos
complementares dela reclamar, fundamentadamente. 2 — [...]
2 — [...] 3 — [...]
3 — [...] 4 — [...]
4 — [...]
Artigo 410.º
Artigo 378.º [...]
Responsabilidade pelos trabalhos complementares 1 — [...]
1 — O dono da obra é responsável pelo pagamento 2 — Na falta de estipulação contratual, o prazo a que
dos trabalhos complementares cuja execução ordene se refere o número anterior é de 30 anos, nele se incluindo
ao empreiteiro. a duração de qualquer prorrogação contratualmente
2 — Quando o empreiteiro tenha a obrigação de ela- prevista, sem prejuízo de lei especial que fixe prazo
borar o projeto de execução, é o mesmo responsável supletivo diferente, ou prazo máximo.
pelos trabalhos complementares que tenham por fina- 3 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1, o prazo inicial
lidade o suprimento dos respetivos erros e omissões, da concessão pode ser prorrogado com fundamento na
exceto quando estes sejam induzidos pelos elementos necessidade de assegurar a amortização e remuneração,
elaborados ou disponibilizados pelo dono da obra. em normais condições de rendibilidade da exploração,
3 — O empreiteiro deve, no prazo de 60 dias contados do capital investido pelo concessionário, nos termos
da data da consignação total ou da primeira consignação previstos no artigo 282.º
parcial, reclamar sobre a existência de erros ou omis-
sões do caderno de encargos, salvo dos que só sejam Artigo 413.º
detetáveis durante a execução da obra, sob pena de ser [...]
responsável por suportar metade do valor dos trabalhos
complementares de suprimento desses erros e omissões. 1 — O contrato deve implicar uma significativa e
4 — O empreiteiro é ainda responsável pelos traba- efetiva transferência para o concessionário do risco de
lhos complementares que se destinem ao suprimento exploração dessas obras ou serviços, que se traduz no
de erros e omissões que, não podendo objetivamente risco ligado à procura ou à oferta, ou a ambos.
ser detetados na fase de formação do contrato, tam- 2 — Para efeitos do disposto no número anterior,
bém não tenham sido por ele identificados no prazo considera-se que o concessionário assume o risco de
de 30 dias a contar da data em que lhe fosse exigível exploração quando:
a sua deteção. a) Em condições normais de exploração, não há ga-
5 — (Revogado.) rantia de que recupere os investimentos efetuados ou as
6 — [...] despesas suportadas no âmbito da exploração das obras
a) [...] ou dos serviços que são objeto da concessão; ou
b) Fica o empreiteiro sub-rogado no direito de in- b) A parte do risco transferido para o concessioná-
demnização que assiste ao dono da obra perante esses rio envolve uma exposição real à imprevisibilidade do
terceiros até ao limite do montante que deva ser por si mercado, o que implica que quaisquer perdas potenciais
suportado em virtude do disposto nos n.os 3 e 4. por ele incorridas não sejam meramente nominais ou
insignificantes.
7 — [...]
Artigo 429.º
Artigo 380.º Princípios gerais e regime especial
[...]
1 — (Anterior corpo do artigo.)
Se da execução de trabalhos complementares ou de 2 — Sem prejuízo do disposto no presente Código,
trabalhos a menos resultar inutilização de trabalhos já o regime das concessões de serviços públicos, desig-
realizados em conformidade com o contrato ou com nadamente o de concessões portuárias, é definido em
instruções do dono da obra, o seu valor não é deduzido legislação especial.
5250-(1926) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
454.º-A a 454.º-C, 464.º-A, 474.º, 475.º e 476.º, com a 2 — É igualmente aplicável o disposto no número
seguinte redação: anterior aos contratos adjudicados por uma entidade
«Artigo 1.º-A adjudicante a outras pessoas coletivas controladas pela
mesma entidade adjudicante, bem como aos contratos
Princípios adjudicados por uma entidade adjudicante à entidade
1 — Na formação e na execução dos contratos públi- adjudicante que a controla.
cos devem ser respeitados os princípios gerais decorren- 3 — Para efeitos do n.º 1, entende-se que existe
tes da Constituição, dos Tratados da União Europeia e controlo análogo isolado quando uma única entidade
do Código do Procedimento Administrativo, em especial adjudicante pode exercer uma influência decisiva sobre
os princípios da legalidade, da prossecução do interesse os objetivos estratégicos e as decisões relevantes da
público, da imparcialidade, da proporcionalidade, da entidade controlada.
boa-fé, da tutela da confiança, da sustentabilidade e da 4 — Para efeitos do n.º 1, entende-se que existe con-
responsabilidade, bem como os princípios da concor- trolo análogo conjunto quando estiverem preenchidas,
rência, da publicidade e da transparência, da igualdade cumulativamente, as seguintes condições:
de tratamento e da não-discriminação. a) Os órgãos de decisão da pessoa coletiva controlada
2 — As entidades adjudicantes devem assegurar, na são compostos por representantes de todas as entidades
formação e na execução dos contratos públicos, que os adjudicantes participantes;
operadores económicos respeitam as normas aplicáveis b) As entidades adjudicantes podem exercer con-
em vigor em matéria social, laboral, ambiental e de juntamente uma influência decisiva sobre os objetivos
igualdade de género, decorrentes do direito internacio-
estratégicos e as decisões relevantes da pessoa coletiva
nal, europeu, nacional ou regional.
controlada; e
3 — Sem prejuízo da aplicação das garantias de impar-
c) A pessoa coletiva controlada não prossegue quais-
cialidade previstas no Código do Procedimento Adminis-
trativo, as entidades adjudicantes devem adotar as medidas quer interesses contrários aos interesses das entidades
adequadas para impedir, identificar e resolver eficazmente adjudicantes que a controlam.
os conflitos de interesses que surjam na condução dos pro-
cedimentos de formação de contratos públicos, de modo 5 — A parte II também não é aplicável à formação
a evitar qualquer distorção da concorrência e garantir a dos contratos celebrados exclusivamente entre duas
igualdade de tratamento dos operadores económicos. ou mais entidades adjudicantes quando se verifiquem,
4 — Para efeitos do disposto no número anterior, cumulativamente, as seguintes condições:
considera-se conflito de interesses qualquer situação a) O contrato estabelece uma cooperação entre as
em que o dirigente ou o trabalhador de uma entidade entidades adjudicantes, no âmbito de tarefas públicas
adjudicante ou de um prestador de serviços que age em que lhes estão atribuídas e que apresentam uma conexão
nome da entidade adjudicante, que participe na prepa- relevante entre si;
ração e na condução do procedimento de formação de b) A cooperação é regida exclusivamente por consi-
contrato público ou que possa influenciar os resultados derações de interesse público; e
do mesmo, tem direta ou indiretamente um interesse c) As entidades adjudicantes não exercem no mer-
financeiro, económico ou outro interesse pessoal sus- cado livre mais de 20 % das atividades abrangidas pelo
cetível de comprometer a sua imparcialidade e indepen- contrato de cooperação.
dência no contexto do referido procedimento.
6 — Para efeitos do apuramento das percentagens
Artigo 5.º-A previstas na alínea b) do n.º 1 e na alínea c) do número
Contratos no âmbito do setor público anterior, deve ser tido em conta o volume médio total
de negócios, ou uma medida alternativa adequada, ba-
1 — A parte II não é aplicável à formação dos con- seada na atividade, tais como os custos suportados pela
tratos, independentemente do seu objeto, a celebrar por pessoa coletiva em causa no que diz respeito a serviços,
entidades adjudicantes com uma outra entidade, quando fornecimentos ou obras, nos três anos anteriores ou,
se verifiquem, cumulativamente, as seguintes condições: quando não tenha três anos de atividade concluídos, a
a) A entidade adjudicante exerça, direta ou indire- projeção de atividades a desenvolver.
tamente, sobre a atividade da outra pessoa coletiva,
isoladamente ou em conjunto com outras entidades Artigo 5.º-B
adjudicantes, um controlo análogo ao que exerce sobre Regime da contratação excluída
os seus próprios serviços;
b) A entidade controlada desenvolva mais de 80 % da 1 — A celebração dos contratos a que se referem os
sua atividade no desempenho de funções que lhe foram artigos 5.º e 5.º-A fica sujeita aos princípios gerais da ati-
confiadas pela entidade adjudicante ou entidades adjudi- vidade administrativa, bem como, com as devidas adap-
cantes que a controlam, ou por outra ou outras entidades tações face à natureza do contrato, aos princípios gerais
controladas por aquela ou aquelas entidades adjudican- da contratação pública previstos no n.º 1 do artigo 1.º-A,
tes, consoante se trate de controlo isolado ou conjunto; devendo sempre ser feita menção à norma que funda-
c) Não haja participação direta de capital privado na pes- menta a não aplicação da parte II ao contrato em causa.
soa coletiva controlada, com exceção de formas de partici- 2 — Os contratos com objeto passível de ato ad-
pação de capital privado sem poderes de controlo e sem blo- ministrativo e demais contratos sobre o exercício de
queio eventualmente exigidas por disposições especiais, em poderes públicos ficam sujeitos às normas constantes
conformidade com os Tratados da União Europeia, e que não do Código do Procedimento Administrativo, com as
exerçam influência decisiva na pessoa coletiva controlada. necessárias adaptações.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1929)
a) Demonstração de que ressarciu ou tomou medidas a) Fase de apresentação das candidaturas, podendo a
para ressarcir eventuais danos causados pela infração respetiva seleção incluir a qualificação dos candidatos
penal ou falta grave; quando se trate do desenvolvimento de projetos dotados
b) Esclarecimento integral dos factos e circunstân- de especial complexidade;
cias por meio de colaboração ativa com as autoridades b) Fase de apresentação de propostas de projetos de
competentes; investigação e desenvolvimento;
c) Adoção de medidas técnicas, organizativas e de c) Fase de análise das propostas de projetos de in-
vestigação e celebração da parceria.
pessoal suficientemente concretas e adequadas para
evitar outras infrações penais ou faltas graves.
2 — Aplica-se ao anúncio da parceria para a inovação,
com as devidas adaptações, o disposto no artigo 167.º
3 — Tendo por base os elementos referidos no nú-
3 — Nas peças do procedimento a entidade adjudi-
mero anterior, bem como a gravidade e as circunstâncias
cante deve:
específicas da infração ou falta cometida, a entidade
adjudicante pode tomar a decisão de não relevar o im- a) Identificar a necessidade de bens, serviços ou
pedimento. obras inovadores que não possam ser obtidos mediante
4 — As sanções de proibição de participação em a aquisição de bens, serviços ou obras já disponíveis no
procedimentos de formação de contratos públicos que mercado, indicando ainda os requisitos mínimos que
tenham sido aplicadas, ou consideradas válidas mediante concretizam a necessidade;
decisão transitada em julgado, não são passíveis de b) Definir as disposições aplicáveis aos direitos de
relevação nos termos do presente artigo. propriedade intelectual;
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1931)
c) Incluir os requisitos inerentes às capacidades que 3 — A parceria para a inovação deve ser estruturada
os concorrentes devem possuir no domínio da investiga- em fases sucessivas de acordo com a sequência de etapas
ção e desenvolvimento, bem como no desenvolvimento do processo de investigação e desenvolvimento, que
e implementação de soluções inovadoras. pode incluir o fabrico do bem, a prestação do serviço
ou a realização da obra.
4 — A parceria para a inovação não pode ser utilizada 4 — A parceria para a inovação deve fixar as metas
com o intuito de restringir ou falsear a concorrência. intermédias que devem ser alcançadas pelos parceiros
5 — À parceria para a inovação aplica-se supleti- e prever o pagamento de remuneração em frações ade-
vamente o regime previsto para o procedimento de quadas.
negociação. 5 — A entidade adjudicante é livre de, no final de
cada fase, decidir pôr termo à parceria ou, no caso de
Artigo 218.º-B parceria com vários parceiros, reduzir o número de
parceiros pondo termos a contratos individuais, desde
Convite à apresentação de propostas de projetos que tal possibilidade e respetivas condições estejam
de investigação e desenvolvimento
previstas nas peças do procedimento.
1 — A entidade adjudicante deve enviar aos candida- 6 — A entidade adjudicante deve assegurar que a es-
tos admitidos, em simultâneo, um convite à apresentação trutura da parceria, em especial, a duração e o valor das
de propostas de projetos de investigação e desenvol- diferentes fases refletem o grau de inovação da solução
vimento suscetíveis de satisfazer as necessidades e as proposta e a sequência das atividades de investigação,
exigências identificadas nas peças do procedimento. desenvolvimento e inovação necessárias para o desen-
2 — O convite à apresentação das propostas de pro- volvimento de uma solução inovadora que ainda não se
jetos de investigação e desenvolvimento deve indicar: encontre disponível no mercado.
7 — Para efeitos do disposto no número anterior, o
a) A identificação do procedimento de parceria para valor estimado dos fornecimentos, serviços ou obras não
a inovação; deve ser desproporcionado em relação ao investimento
b) A referência ao anúncio do procedimento de par- exigido para o respetivo desenvolvimento.
ceria para a inovação;
c) O prazo de apresentação das propostas de projetos Artigo 219.º-A
de investigação e desenvolvimento elaboradas pelos
concorrentes qualificados. Âmbito e modalidades
1 — O concurso de conceção visa selecionar um ou
3 — Ao modo de apresentação das propostas de pro- vários trabalhos de conceção, ao nível de programa base
jetos de investigação e desenvolvimento é aplicável, com ou similar, designadamente nos domínios artístico, do
as necessárias adaptações, o disposto no artigo 62.º ordenamento do território, do planeamento urbanístico,
4 — Cada concorrente só pode apresentar uma pro- da arquitetura, da engenharia ou do processamento de
posta de projeto de investigação e desenvolvimento. dados.
2 — Quando a entidade adjudicante pretenda ad-
Artigo 218.º-C quirir por ajuste direto, adotado ao abrigo do disposto
Negociação das propostas de projetos na alínea g) do n.º 1 do artigo 27.º, planos, projetos
de investigação e desenvolvimento ou quaisquer criações conceptuais que consistam na
concretização ou no desenvolvimento dos trabalhos de
1 — As entidades adjudicantes devem negociar com conceção referidos no número anterior, deve a mesma
os concorrentes a proposta inicialmente apresentada conduzir previamente um concurso de conceção, nos
por cada um deles, bem como todas as propostas pos- termos previstos no presente capítulo.
teriormente apresentadas, com exceção da proposta 3 — O concurso de conceção reveste, em regra, a
final de cada um. modalidade de concurso público, podendo ser adotada a
2 — O critério de adjudicação é o da proposta eco- modalidade de concurso limitado por prévia qualificação
nomicamente mais vantajosa, na forma prevista na quando a natureza dos trabalhos de conceção exija a
alínea a) do n.º 1 do artigo 74.º avaliação prévia da capacidade técnica dos concorrentes.
3 — Os requisitos mínimos e o critério de adjudica- 4 — Os requisitos mínimos da capacidade técnica
ção, incluindo os seus fatores e subfatores, não podem referida no número anterior devem ser adequados à
ser objeto de negociação. natureza dos trabalhos de conceção pretendidos e devem
ser fixados de forma não discriminatória.
Artigo 218.º-D 5 — A entidade adjudicante pode recorrer ao con-
Análise das propostas e celebração da parceria curso de conceção simplificado, quando o valor dos
prémios a pagar aos participantes, acrescido do valor
1 — À fase de análise das propostas de projetos de de quaisquer valores a pagar na sequência do eventual
investigação e desenvolvimento aplicam-se os trâmites ajuste direto referido na alínea g) do n.º 1 do artigo 27.º,
previstos nos artigos 146.º a 148.º, com as necessárias seja igual ou inferior a € 75 000.
adaptações. 6 — As formalidades aplicáveis na realização dos
2 — A entidade adjudicante pode decidir estabelecer procedimentos de concurso público, de concurso limi-
a parceria para a inovação com um só concorrente ou tado por prévia qualificação e concurso de conceção
com vários concorrentes, designados parceiros, compe- simplificado são as estabelecidas no presente capítulo,
tindo, neste caso, a cada um deles realizar atividades de aplicando-se, subsidiariamente, as restantes disposições
investigação e desenvolvimento distintas. do Código em matéria de formação dos contratos.
5250-(1932) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
e complexidade da questão e não pode ser inferior a 3 — O convite à apresentação de propostas deve
60 dias a partir da data de publicação do anúncio. indicar:
4 — A participação no concurso de ideias deve ser
a) A identificação do sistema de aquisição dinâmico;
feita de forma anónima.
b) O prazo para a apresentação das propostas, o qual
5 — O anúncio do procedimento prevê a atribuição
não pode ser inferior a 10 dias;
de um prémio razoável, o qual não pode exceder os
c) O critério de adjudicação e os eventuais fatores e
limiares estabelecidos nos n.os 2 e 3 do artigo 474.º, à
subfatores de avaliação;
pessoa ou pessoas que desenvolverem as ideias consi-
d) O valor e o modo de prestação da caução, se exi-
deradas mais adequadas ao fim público a prosseguir.
gível.
6 — A ideia ou ideias escolhidas implicam a transfe-
rência dos respetivos direitos de propriedade intelectual
para a entidade adjudicante, após aceitação pelo con- 4 — O convite pode ainda conter quaisquer regras
corrente e pagamento do respetivo prémio. específicas sobre a fase da apresentação e análise das
7 — Após eventuais definições das disposições técni- propostas e adjudicação consideradas convenientes pela
entidade adjudicante, desde que não tenham por efeito
cas a aplicar, a ideia ou ideias escolhidas podem servir
impedir, restringir ou falsear a concorrência.
de base para um procedimento pré-contratual posterior.
8 — A entidade adjudicante pode prever, no anún-
cio do procedimento, a possibilidade de o vencedor ou Artigo 241.º-C
vencedores do concurso de ideias realizarem sucessi-
Leilão e catálogos eletrónicos
vos níveis de desenvolvimento do projeto apresentado,
através de um procedimento de ajuste direto, desde que 1 — As entidades adjudicantes podem recorrer ao
se encontre demonstrado que reúnem os requisitos de leilão eletrónico para melhoria dos atributos das pro-
capacidade técnica e financeira previstos no anúncio, postas, aplicando-se, com as necessárias adaptações,
em relação ao projeto a desenvolver. os artigos 140.º a 145.º, podendo também utilizar, nos
termos gerais, catálogos eletrónicos.
Artigo 241.º-A 2 — Desde que tal tenha ficado previsto nas peças
Participação e qualificação dos candidatos
do procedimento, a utilização dos catálogos eletrónicos
pode fazer-se mediante a definição, pela entidade adju-
1 — São admitidos todos os candidatos que satis- dicante, de um determinado objeto contratual, através
façam os requisitos mínimos exigidos nos termos do da combinação de prestações de diferentes tipos que
artigo 165.º durante o período de vigência do sistema. estejam disponíveis no catálogo eletrónico, nos termos
2 — Após decurso do prazo para apresentação das previstos no anexo XIV ao presente Código, que dele
candidaturas fixado nos termos da alínea b) do n.º 1 faz parte integrante.
do artigo 240.º, os interessados que queiram participar
no sistema de aquisição dinâmico devem apresentar a
sua candidatura de acordo com as regras previstas no Artigo 241.º-D
programa de procedimento. Atualização da documentação dos candidatos qualificados
3 — As candidaturas apresentadas nos termos do
A entidade adjudicante pode, durante a vigência
número anterior são analisadas pela entidade adjudicante
do sistema de aquisição dinâmico e a qualquer mo-
no prazo máximo de 10 dias o qual pode ser prorro-
mento, exigir aos candidatos admitidos que, no prazo
gado por mais cinco dias, caso seja necessário analisar
de cinco dias, apresentem uma versão atualizada do
documentação adicional ou em casos de manifesta com-
Documento Europeu Único de Contratação Pública, se
plexidade do processo de candidatura.
o mesmo tiver sido apresentado na fase de instituição
4 — Os prazos previstos no número anterior podem
do sistema.
ser prorrogados pela entidade adjudicante desde que,
durante esse prazo, não sejam enviados convites à apre-
sentação de propostas para a celebração de um contrato Artigo 250.º-A
ao abrigo do sistema de aquisição dinâmico. Contratos de serviços sociais e de outros serviços específicos
5 — As decisões de qualificação cabem ao órgão
competente para a decisão de contratar e são publica- Os contratos públicos de valor superior ao limiar
das na plataforma eletrónica utilizada pela entidade previsto na alínea d) do n.º 3 do artigo 474.º que tenham
adjudicante. por objeto a aquisição de serviços sociais ou de outros
serviços específicos enumerados no anexo IX ao pre-
Artigo 241.º-B sente Código, são adjudicados em conformidade com
o disposto na parte II, com as adaptações constantes dos
Convite à apresentação de proposta artigos seguintes.
1 — Para a celebração de contratos ao abrigo do
sistema de aquisição dinâmico, a entidade adjudicante Artigo 250.º-B
deve enviar convite à apresentação de proposta aos
Publicação de anúncios
candidatos que, à data da decisão de contratar, estejam
qualificados. 1 — As entidades adjudicantes que pretendam ce-
2 — Caso o sistema de aquisição dinâmico tenha sido lebrar um contrato público para aquisição de serviços
dividido em lotes, a entidade adjudicante convida apenas mencionados no artigo anterior devem publicitar a sua
os candidatos qualificados para o lote que abrange o intenção no Jornal Oficial da União Europeia e no
bem ou serviço a contratar. Diário da República por uma das seguintes formas,
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1935)
2 — Para os efeitos do número anterior, o preço por 7 — Nos acordos-quadro correspondentes à modali-
unidade de medida do acordo-quadro a considerar é: dade prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo 252.º:
a) O preço obtido na última aquisição realizada ao a) A decisão de contratar ao abrigo do acordo-quadro
seu abrigo, nos acordos-quadro correspondentes à mo- deve ser tomada em simultâneo com a de remeter con-
dalidade prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 252.º; ou vite à entidade ou às entidades para efeitos do disposto
b) O mais baixo preço indicado pelos fornecedo- no presente artigo; e
res nos procedimentos de aquisição ao seu abrigo, nos b) A apresentação das declarações e dos documentos
acordos-quadro correspondentes à modalidade prevista previstos no n.º 3 do presente artigo, nos casos em que
na alínea b) do n.º 1 do artigo 252.º permita à entidade adjudicante demonstrar os requisitos
do n.º 1, determina não haver lugar a adjudicação ao
3 — A demonstração a que se refere o n.º 1 é feita: abrigo do acordo-quadro, aplicando-se o disposto no
n.º 2 do artigo 79.º
a) No caso da formação de um contrato de aquisição
ou locação de bens móveis ou de aquisição de serviços 8 — As entidades cocontratantes ao abrigo do acordo-
cujo preço contratual não seja superior a € 5000, me- -quadro respetivo não podem apresentar as declarações
diante uma fatura pró-forma ou um documento equi- e os documentos previstos no n.º 3.
valente e uma declaração da entidade convidada de
que o bem ou serviço tem as mesmas características Artigo 266.º-A
e nível de qualidade dos bens ou serviços objeto do
acordo-quadro; Âmbito
b) No caso da formação de um contrato de aquisição 1 — O presente título estabelece o regime da aliena-
ou locação de bens móveis ou de aquisição de servi- ção dos bens móveis das entidades adjudicantes referi-
ços cujo preço contratual não seja superior ao previsto das no n.º 1 do artigo 2.º
nos termos da alínea b) do n.º 3 e n.º 5 do artigo 474.º, 2 — Para os efeitos do presente título entende-se por
mediante: alienação qualquer forma de transmissão definitiva ou
i) Declaração da entidade convidada de aceitação do temporária da propriedade ou do gozo de bens móveis,
conteúdo do caderno de encargos do acordo-quadro, incluindo a locação e o comodato.
elaborada em conformidade com o modelo constante 3 — Não são abrangidos pelo presente título:
do anexo I ao presente Código; a) Os bens que integrem o património financeiro
ii) Documento que contenha versão simplificada dos do Estado;
atributos da proposta, de acordo com os quais a entidade b) Os bens culturais móveis integrantes do patrimó-
convidada se dispõe a contratar, incluindo os aspetos da nio cultural, nos termos da Lei n.º 107/2001, de 8 de
execução do contrato aos quais a entidade adjudicante setembro;
pretende que a entidade convidada se vincule; c) Os bens móveis do Estado abrangidos pelo Re-
gulamento das Alfândegas, aprovado pelo Decreto
c) No caso da formação de um contrato de aqui- n.º 31 730, de 15 de dezembro de 1941;
sição ou locação de bens móveis ou de aquisição de d) Os bens móveis afetos às Forças Armadas e que
serviços cujo preço contratual seja superior ao previsto revistam a natureza de material militar;
nos termos da alínea b) do n.º 3 e n.º 5 do artigo 474.º, e) Os veículos automóveis e motociclos.
mediante declaração da entidade convidada de aceitação
do conteúdo do caderno de encargos do acordo-quadro, 4 — O inventário e o cadastro dos bens móveis são
elaborada em conformidade com o modelo constante do regidos por diploma próprio.
anexo I ao presente Código.
Artigo 266.º-B
4 — Nos casos previstos na alínea a) do número
anterior em que a entidade adjudicante demonstre os Disponibilização
requisitos do n.º 1, a adjudicação pode ser feita pelo ór- 1 — Os bens móveis de que os serviços não careçam
gão competente para a decisão de contratar, diretamente para o exercício das suas competências são disponibili-
sobre a fatura pró-forma ou documento equivalente zados, com vista à sua reafetação a outros serviços ou
apresentado pela entidade convidada. à sua alienação.
5 — Nos casos previstos na alínea b) do n.º 3 em 2 — São competentes para determinar a disponibili-
que a entidade adjudicante demonstre os requisitos do zação prevista no número anterior, bem como para or-
n.º 1, a declaração e os documentos a que aludem as denar a destruição ou remoção dos bens que se mostrem
subalíneas i) a ii) da referida alínea equivalem a uma insuscetíveis de reutilização e, ainda, para autorizar a
proposta, seguindo-se o procedimento subsequente con- entrega de bens disponibilizados por conta do preço a
forme previsto na parte II. pagar em quaisquer contratos públicos, os dirigentes má-
6 — Nos casos previstos na alínea c) em que a en- ximos dos serviços aos quais os móveis estejam afetos.
tidade adjudicante demonstre os requisitos do n.º 1, a 3 — A disponibilização é publicitada durante pelo
aquisição ou locação de bens ou aquisição de serviços menos cinco dias no portal dos contratos públicos.
fora do acordo-quadro segue o procedimento aplicável 4 — No caso de obras de arte, objetos com interesse
nos termos da parte II, ficando a entidade convidada vin- histórico, de coleção e antiguidades, entre outros, não
culada a apresentar proposta no âmbito do procedimento abrangidos pela alínea b) do n.º 3 do artigo anterior,
pré-contratual correspondente, por preço não superior deve a sua disponibilização ser comunicada ao serviço
ao declarado nos termos da referida alínea. competente da área da cultura.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1937)
ração apenas se torna certa após o final da execução das Artigo 321.º-A
prestações do cocontratante;
Pagamento direto ao subcontratado
c) Nos casos em que se preveja o pagamento asso-
ciado a resultados, devem ser previstos indicadores 1 — O subcontratado pode reclamar, junto do con-
que permitam a quantificação do grau de obtenção dos traente público, os pagamentos em atraso que lhe sejam
mesmos e formas adequadas de o fazer, designadamente devidos pelo cocontratante, exercendo o contraente pú-
com recurso a avaliações independentes; blico o direito de retenção sobre as quantias do mesmo
d) Previsão de um faseamento adequado da execução montante devidas ao cocontratante por força do contrato
do contrato, associada à medição do grau de obtenção principal.
dos objetivos, com atribuição de adequados poderes de 2 — O contraente público notifica o cocontratante
fiscalização por parte do contraente público; para proceder à liquidação ou apresentar motivo jus-
e) Adequada flexibilidade das prestações contratuais tificativo para o não pagamento, devendo neste caso
e dos indicadores de controlo dos resultados, respeitando indicar o prazo, não superior a 30 dias, no qual se propõe
os limites para as modificações objetivas, nomeada- liquidar a dívida ao subcontratado.
mente, através da previsão, no contrato, de cenários
3 — O contraente público efetua diretamente os pa-
alternativos;
f) Possibilidade de o contraente público pôr termo gamentos ao subcontratado caso o cocontratante não se
ao contrato, designadamente em fases intermédias de oponha nos termos do número anterior, ou não liquide
avaliação dos resultados, sem outra compensação além os valores devidos no prazo por si indicado.
do pagamento dos valores despendidos com a tentativa 4 — O contraente público deve exercer o direito à
de obtenção dos resultados. compensação entre os valores pagos aos subcontratados
e os valores por si devidos ao cocontratante.
Artigo 318.º-A 5 — O pagamento direto aos subcontratados pelo
contraente público está limitado ao valor dos débitos
Cessão da posição contratual vencidos e não pagos ao cocontratante ou, se futuros,
por incumprimento do cocontratante
por aquele reconhecidos.
1 — O contrato pode prever que, em caso de incum- 6 — A presente disposição não se aplica aos contratos
primento, pelo cocontratante, das suas obrigações, que de concessão de obra ou serviço público ou contratos
reúna os pressupostos para a resolução do contrato, o que configurem uma parceria público-privada.
cocontratante ceda a sua posição contratual ao concor-
rente do procedimento pré-contratual na sequência do Artigo 410.º-A
qual foi celebrado o contrato em execução, que venha
a ser indicado pelo contraente público, pela ordem se- Valor do contrato de concessão
quencial daquele procedimento. 1 — O valor de um contrato de concessão corres-
2 — Para o efeito previsto na parte final do número ponde ao total do volume de negócios do concessioná-
anterior, o contraente público interpela, gradual e se- rio gerado ao longo da duração do contrato, sem IVA,
quencialmente, os concorrentes que participaram no conforme estipulado no contrato, em contrapartida das
procedimento pré-contratual original, de acordo com a obras e dos serviços que foram objeto da concessão,
respetiva classificação final, a fim de concluir um novo
bem como dos fornecimentos relacionados com tais
contrato para a adjudicação da conclusão dos trabalhos.
3 — A execução do contrato ocorre nas mesmas obras e serviços.
condições já propostas pelo cedente no procedimento 2 — O valor do contrato deve ter em conta, nomea-
pré-contratual original. damente, o seguinte:
4 — A cessão da posição contratual opera por mero a) O valor de qualquer tipo de opção e eventuais
efeito de ato do contraente público, sendo eficaz a partir prorrogações da duração da concessão;
da data por este indicada. b) As receitas provenientes do pagamento de taxas
5 — Os direitos e obrigações do cocontratante, desde pelos utilizadores das obras ou dos serviços distintas das
que constituídos em data anterior à da notificação do ato cobradas em nome da entidade adjudicante;
referido no número anterior, transmitem-se automatica- c) Os pagamentos ou qualquer vantagem financeira,
mente para o cessionário na data de produção de efeitos independentemente da forma, que a entidade adjudicante
daquele ato, sem que este a tal se possa opor. ou qualquer outra autoridade pública proporcione ao
6 — As obrigações assumidas pelo cocontratante
concessionário, incluindo a compensação pelo cum-
depois da notificação referida no n.º 4 apenas vinculam
a entidade cessionária quando este assim o declare, primento de uma obrigação de serviço público e os
após a cessão. subsídios ao investimento público;
7 — A caução e as garantias prestadas pelo cocontra- d) O valor das subvenções ou de quaisquer outras
tante inicial são objeto de redução na proporção do valor vantagens financeiras, independentemente da forma,
das prestações efetivamente executadas e são liberadas provenientes de terceiros pela execução da concessão;
seis meses após a data da cessão, ou, no caso de existi- e) A receita da venda de ativos que façam parte do
rem obrigações de garantia, após o final dos respetivos estabelecimento da concessão;
prazos, mediante comunicação dirigida pelo contraente f) O valor de todos os fornecimentos e serviços postos
público aos respetivos depositários ou emitentes. à disposição do concessionário pelas entidades adju-
8 — A posição contratual do cocontratante nos sub- dicantes, desde que sejam necessários à execução das
contratos por si celebrados transmite-se automatica- obras ou à prestação dos serviços;
mente para a entidade cessionária, salvo em caso de g) Os prémios ou pagamentos a candidatos ou pro-
recusa por parte desta. ponentes.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1939)
1 — O recurso à arbitragem ou a outros meios de São aditados ao Código dos Contratos Públicos os
resolução alternativa de litígios é permitido, nos termos anexos VII a XIV, com a redação constante do anexo II ao
da lei, para a resolução de litígios emergentes de proce- presente decreto-lei, do qual faz parte integrante.
dimentos ou contratos aos quais se aplique o presente
Código. Artigo 7.º
2 — Quando opte pela sujeição dos litígios a arbi- Alterações sistemáticas
tragem, a entidade adjudicante prevê obrigatoriamente:
São introduzidas ao Código dos Contratos Públicos as
a) A aceitação, por parte de todos os interessados, seguintes alterações sistemáticas:
candidatos e concorrentes, da jurisdição de um cen-
a) A epígrafe do capítulo I do título II da parte II passa a
tro de arbitragem institucionalizado competente para ter a redação «Preparação do procedimento»;
o julgamento de questões relativas ao procedimento de b) A epígrafe do capítulo I do título III da parte II passa
formação de contrato, de acordo com o modelo previsto a ter a redação «Consulta prévia e ajuste direto»;
no anexo XII ao presente Código, do qual faz parte inte- c) A epígrafe da secção III do capítulo I do título III da
grante, a incluir no programa do procedimento; parte II passa a ter a redação «Ajuste direto simplificado»;
b) A necessidade de aceitação, por parte do cocon- d) A epígrafe do título I da parte III passa a ter a redação
tratante, da jurisdição do centro de arbitragem institu- «Regime substantivo dos contratos administrativos»;
cionalizado para a resolução de quaisquer conflitos re- e) A epígrafe da parte IV passa a ter a redação «Gover-
lativos ao contrato de acordo com o modelo previsto no nação e regime sancionatório»;
anexo XII, a incluir no caderno de encargos e no contrato; f) É aditado um capítulo VI ao título III da parte II com
c) O modo de constituição do tribunal e o regime a epígrafe «Parceria para a inovação», que integra os ar-
processual a aplicar, por remissão para as normas do tigos 218.º-A a 218.º-D;
regulamento do centro de arbitragem institucionali- g) É aditado um capítulo IV ao título IV da parte II com a
zado competente, de acordo com o modelo previsto epígrafe «Serviços sociais e outros serviços específicos»,
no anexo XII. que integra os artigos 250.º-A a 250.º-D;
h) É aditado um título VI-A à parte II com a epígrafe
3 — A resolução de litígios por meio de arbitragem «Alienação de bens móveis», que integra os artigos 266.º-A
em tribunais arbitrais não integrados em centros de a 266.º-C;
arbitragem institucionalizados só pode ser determinada i) É aditado um capítulo I à parte IV com a epígrafe
numa das seguintes situações: «Governação», que integra os artigos 454.º-A a 454.º-C;
j) É aditado um capítulo II à parte IV com a epígrafe «Re-
a) Quando, face à elevada complexidade das ques- gime sancionatório», que integra os artigos 455.º a 464.º-A.
tões jurídicas ou técnicas envolvidas, ao elevado valor k) A epígrafe do artigo 381.º passa a ter a redação
económico das questões a resolver, ou à inexistência «Indemnização por redução do preço contratual».
de centro de arbitragem institucionalizado competente
na matéria, seja aconselhável a submissão de eventuais Artigo 8.º
litígios à jurisdição de tribunal arbitral não integrado em
centro de arbitragem institucionalizado; Remissões
b) Quando o processo arbitral previsto nos regula- 1 — Todas as remissões para as disposições legais e
mentos do respetivo centro de arbitragem institucionali- para os atos legislativos revogados nos termos do presente
zado não se conforme com o regime de urgência previsto decreto-lei consideram-se feitas para as correspondentes
no Código do Processo nos Tribunais Administrativos disposições do Código dos Contratos Públicos.
para os contratos por ele abrangidos; 2 — As referências, constantes de qualquer ato le-
c) Quando se demonstre que a utilização de um centro gislativo ou regulamentar, aos serviços mencionados no
de arbitragem institucionalizado teria como consequên- anexo II-B da Diretiva n.º 2004/18/CE, do Parlamento Eu-
cia uma resolução mais morosa do litígio; ropeu e do Conselho, de 31 de março, consideram-se feitas
d) Quando se demonstre que a utilização de um centro para os serviços enumerados no anexo IX ao Código dos
de arbitragem institucionalizado teria como consequên- Contratos Públicos.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1941)
Prazo da execução das principais pres- tes, nomeadamente, dos documentos do procedimento,
tações objeto do contrato. que definem as características exigidas ao material ou
Local da execução das principais pres- produto e que permitem caracterizá-los de modo a que
tações objeto do contrato.
Critério material de escolha do ajuste (1) correspondam à utilização a que a entidade adjudicante
direto (se aplicável). os destina; essas características incluem os níveis de
Critério de escolha da entidade, quando desempenho ambiental e climático, a conceção que
utilizada a consulta prévia. preveja todas as utilizações (incluindo a acessibilidade
(1) Indicar o fundamento da escolha do procedimento de ajuste direto, incluindo a não
opção pela consulta prévia nos termos do artigo 27.º-A, quando este tiver sido adotado ao
por parte das pessoas com deficiência) e a avaliação da
abrigo do disposto nos artigos 24.º a 27.º conformidade, o desempenho, a segurança ou as dimen-
sões, incluindo os procedimentos relativos à garantia
de qualidade, a terminologia, os símbolos, os ensaios
e métodos de ensaio, a embalagem, a marcação e a
ANEXO V rotulagem, as instruções de utilização, bem como os
procedimentos e métodos de produção em qualquer das
Modelo de declaração fases do ciclo de vida dos trabalhos; as características
incluem igualmente as regras de conceção e cálculo
(a que se refere o n.º 1 do artigo 168.º) dos custos, as condições de ensaio, de controlo e de
receção das obras, bem como as técnicas ou métodos
1 — ... (nome, número de documento de identifica- de construção e todas as outras condições de caráter
ção e morada), na qualidade de representante legal de técnico que a autoridade adjudicante possa exigir, por
( 1)... (firma, número de identificação fiscal e sede ou, meio de regulamentação geral ou especial, no que res-
no caso de agrupamento concorrente, firmas, números peita às obras acabadas e aos materiais ou elementos
de identificação fiscal e sedes), tendo tomado conhe- integrantes dessas obras;
cimento das peças do procedimento de... (designação b) No caso de contratos de aquisição ou locação
ou referência ao procedimento em causa), vem por este de bens móveis e de aquisição de serviços, uma espe-
meio apresentar a respetiva candidatura, juntando em cificação constante de um documento que define as
anexo, para o efeito, os seguintes documentos desti- características exigidas a um produto ou a um serviço,
nados à qualificação (2): tais como os níveis de qualidade, os níveis de desem-
2 — Para o efeito declara, sob compromisso de honra, penho ambiental e climático, a conceção que preveja
que não se encontra em nenhuma das situações pre- todas as utilizações (incluindo a acessibilidade por
vistas no n.º 1 do artigo 55.º do Código dos Contratos parte das pessoas com deficiência) e a avaliação da
Públicos. conformidade, o desempenho, a utilização do produto,
3 — O declarante tem pleno conhecimento de que a a segurança ou as dimensões, incluindo as prescrições
prestação de falsas declarações implica a exclusão da aplicáveis ao produto no que se refere ao nome sob o
candidatura apresentada e constitui contraordenação qual é vendido, a terminologia, os símbolos, os ensaios
muito grave, nos termos do artigo 456.º do Código e métodos de ensaio, a embalagem, a marcação e rotu-
dos Contratos Públicos, a qual pode determinar a apli- lagem, as instruções de utilização, os procedimentos e
cação da sanção acessória de privação do direito de métodos de produção em qualquer fase do ciclo de vida
participar, como candidato, como concorrente ou como do produto ou serviço e os procedimentos de avaliação
membro de agrupamento candidato ou concorrente, da conformidade.
em qualquer procedimento adotado para a formação
de contratos públicos, sem prejuízo da participação
à entidade competente para efeitos de procedimento 2 — Entende-se por ‘Norma’: uma especificação técnica
criminal. aprovada por um organismo de normalização reconhecido
para aplicação repetida ou continuada, cuja observância
... (local),... (data),... [assinatura (3)]. não é obrigatória e que se enquadra no âmbito de uma das
(1) Aplicável apenas a concorrentes que sejam pessoas coletivas. seguintes categorias:
(2) Enumerar todos os documentos que constituem a candidatura, para
além desta declaração, indicados no programa do procedimento. a) ‘Norma internacional’: uma norma aprovada por um
(3) Nos termos do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 168.º» organismo internacional de normalização e acessível ao
público em geral;
b) ‘Norma europeia’: uma norma aprovada por um or-
ANEXO II ganismo europeu de normalização e acessível ao público
em geral;
(a que se refere o artigo 6.º) c) ‘Norma nacional’: uma norma aprovada por um or-
ganismo nacional de normalização e acessível ao público
«ANEXO VII em geral.
ANEXO XI
Secção F Construção
Código CPV
Secção F Construção
Código CPV
Secção F Construção
Código CPV
ANEXO XIII
Na utilização dos catálogos eletrónicos deve ser obser-
vado o seguinte:
Modelo de declaração de inexistência de conflito a) A entidade adjudicante notifica o ou os participantes
de interesses no acordo-quadro da sua intenção de proceder à composi-
ção do objeto e do momento em que o fará;
(a que se refere o n.º 5 do artigo 67.º) b) É conferido ao ou aos participantes um prazo razo-
ável antes de a entidade adjudicante efetivar a recolha de
... (nome, número de documento de identificação e informação;
morada), na qualidade de … (dirigente, trabalhador, c) A entidade adjudicante recolhe a informação, com-
ou prestador de serviço atuando em nome da entidade põe o objeto contratual pretendido e, consoante o tipo de
adjudicante) da … (entidade adjudicante), participando acordo-quadro, envia convite para ajuste direto nos termos
(se for o caso, como membro do júri) no procedimento do artigo 258.º, ou submete esse objeto a consulta prévia
de formação do contrato n.º … relativo a … (objeto nos termos do artigo 259.º;
do contrato), declara não estar abrangido, na presente d) O ou os participantes no acordo-quadro podem
data, por quaisquer conflitos de interesses relacionados escusar-se a apresentar proposta, indicando, de forma
com o objeto ou com os participantes no procedimento fundamentada, que a concreta combinação de prestações
em causa. escolhida pela entidade adjudicante apresenta erros, ou é
Mais declara que se durante o procedimento de for- técnica ou funcionalmente inexequível;
mação do contrato tiver conhecimento da participação e) Nos casos do artigo 259.º, a entidade adjudicante
nele de operadores económicos relativamente aos quais adota as medidas que assegurem que este modo de
possa existir um conflito de interesses, disso dará ime- utilização de catálogos eletrónicos não viola ou res-
diato conhecimento ao órgão competente da entidade tringe a concorrência ou a igualdade de tratamento,
adjudicante, para efeitos de impedimento ou escusa de designadamente no que diz respeito à comparabilidade
participação no procedimento, nos termos do disposto entre propostas.»
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1949)
especiais de segurança, bem como quando os interesses 4 — Para efeitos do n.º 1, entende-se que existe controlo
essenciais de defesa e segurança do Estado o exigirem; análogo conjunto quando estiverem preenchidas, cumula-
j) Contratos de aquisição de serviços de investigação tivamente, as seguintes condições:
e desenvolvimento abrangidos pelos códigos CPV referi- a) Os órgãos de decisão da pessoa coletiva controlada
dos no anexo VIII ao presente Código, que dele faz parte são compostos por representantes de todas as entidades
integrante, desde que se verifiquem cumulativamente as adjudicantes participantes;
seguintes condições: b) As entidades adjudicantes podem exercer conjunta-
i) Os resultados obtidos com os respetivos serviços não mente uma influência decisiva sobre os objetivos estratégi-
revertam exclusivamente a favor da entidade adjudicante, cos e as decisões relevantes da pessoa coletiva controlada; e
para utilização no exercício da sua própria atividade; c) A pessoa coletiva controlada não prossegue quaisquer
ii) O pagamento dos serviços em causa não seja inte- interesses contrários aos interesses das entidades adjudi-
gralmente suportado pela entidade adjudicante, designa- cantes que a controlam.
damente por se tratar de projeto cofinanciado por fundos 5 — A parte II também não é aplicável à formação dos
nacionais ou europeus. contratos celebrados exclusivamente entre duas ou mais
entidades adjudicantes quando se verifiquem, cumulati-
5 — (Revogado.) vamente, as seguintes condições:
6 — (Revogado.)
7 — (Revogado.) a) O contrato estabelece uma cooperação entre as enti-
8 — A parte II não é aplicável aos contratos celebrados dades adjudicantes, no âmbito de tarefas públicas que lhes
pelas entidades referidas no n.º 2 do artigo 2.º, e pelo Banco estão atribuídas e que apresentam uma conexão relevante
entre si;
de Portugal, que não abranjam prestações típicas da em-
b) A cooperação é regida exclusivamente por conside-
preitada de obras públicas, concessão de obras públicas, rações de interesse público; e
concessão de serviços públicos, locação e aquisição de c) As entidades adjudicantes não exercem no mercado
bens móveis ou aquisição de serviços. livre mais de 20 % das atividades abrangidas pelo contrato
de cooperação.
Artigo 5.º-A
Contratos no âmbito do setor público
6 — Para efeitos do apuramento das percentagens
previstas na alínea b) do n.º 1 e na alínea c) do número
1 — A parte II não é aplicável à formação dos contratos, anterior, deve ser tido em conta o volume médio total de
independentemente do seu objeto, a celebrar por entidades negócios, ou uma medida alternativa adequada, baseada
adjudicantes com uma outra entidade, quando se verifi- na atividade, tais como os custos suportados pela pessoa
quem, cumulativamente, as seguintes condições: coletiva em causa no que diz respeito a serviços, forneci-
mentos ou obras, nos três anos anteriores ou, quando não
a) A entidade adjudicante exerça, direta ou indireta- tenha três anos de atividade concluídos, a projeção de
mente, sobre a atividade da outra pessoa coletiva, isolada- atividades a desenvolver.
mente ou em conjunto com outras entidades adjudicantes,
um controlo análogo ao que exerce sobre os seus próprios Artigo 5.º-B
serviços;
b) A entidade controlada desenvolva mais de 80 % da Regime da contratação excluída
sua atividade no desempenho de funções que lhe foram 1 — A celebração dos contratos a que se referem os arti-
confiadas pela entidade adjudicante ou entidades adjudi- gos 5.º e 5.º-A fica sujeita aos princípios gerais da atividade
cantes que a controlam, ou por outra ou outras entidades administrativa, bem como, com as devidas adaptações face
controladas por aquela ou aquelas entidades adjudicantes, à natureza do contrato, aos princípios gerais da contratação
consoante se trate de controlo isolado ou conjunto; pública previstos no n.º 1 do artigo 1.º-A, devendo sempre
c) Não haja participação direta de capital privado na ser feita menção à norma que fundamenta a não aplicação
pessoa coletiva controlada, com exceção de formas de da parte II ao contrato em causa.
participação de capital privado sem poderes de controlo 2 — Os contratos com objeto passível de ato adminis-
e sem bloqueio eventualmente exigidas por disposições trativo e demais contratos sobre o exercício de poderes
especiais, em conformidade com os Tratados da União públicos ficam sujeitos às normas constantes do Código
Europeia, e que não exerçam influência decisiva na pessoa do Procedimento Administrativo, com as necessárias adap-
coletiva controlada. tações.
Artigo 6.º
2 — É igualmente aplicável o disposto no número an- (Revogado.)
terior aos contratos adjudicados por uma entidade adjudi-
cante a outras pessoas coletivas controladas pela mesma Artigo 6.º-A
entidade adjudicante, bem como aos contratos adjudicados
por uma entidade adjudicante à entidade adjudicante que Contratos de serviços sociais e de outros serviços específicos
a controla. 1 — A parte II não é aplicável à formação dos contratos
3 — Para efeitos do n.º 1, entende-se que existe controlo públicos que tenham por objeto a aquisição de serviços so-
análogo isolado quando uma única entidade adjudicante ciais e de outros serviços específicos referidos no anexo IX
pode exercer uma influência decisiva sobre os objetivos es- ao presente Código, que dele faz parte integrante, salvo
tratégicos e as decisões relevantes da entidade controlada. quando o valor de cada contrato for superior ao limiar
5250-(1952) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
previsto na alínea d) do n.º 3 do artigo 474.º, caso em que 2 — Para os efeitos do disposto na alínea a) do número
se aplica o disposto nos artigos 250.º-A e seguintes. anterior, considera-se que uma entidade adjudicante pode
2 — À celebração dos contratos referidos no número exercer influência dominante quando detiver, nomeada-
anterior são aplicáveis, com as devidas adaptações, os mente, a maioria do capital social, a maioria dos direitos de
princípios gerais da contratação pública previstos no ar- voto, o controlo de gestão ou o direito de designar, direta
tigo 1.º-A. ou indiretamente, a maioria dos titulares de um órgão de
administração, de direção ou de fiscalização.
Artigo 6.º-B
Artigo 8.º
Acordo sobre Contratos Públicos da Organização
Mundial do Comércio Contraentes públicos nos setores da água, da energia,
dos transportes e dos serviços postais
Nos domínios abrangidos pelos anexos 1, 2, 4 e 5, pelas
Notas Gerais do Apêndice 1 da União Europeia ao Acordo São ainda contraentes públicos as entidades adjudicantes
referidas no artigo anterior sempre que os contratos por
sobre Contratos Públicos da Organização Mundial do Co-
si celebrados, a cuja formação seja aplicável a parte II do
mércio e pelos outros acordos internacionais a que a União presente Código, sejam, por vontade das partes, qualifica-
Europeia se encontra vinculada, as entidades adjudicantes dos como contratos administrativos ou submetidos a um
abrangidas pelo presente Código devem conceder aos ope- regime substantivo de direito público.
radores económicos dos Estados signatários desses acor-
dos um tratamento idêntico ao concedido pelas entidades Artigo 9.º
adjudicantes desses Estados aos operadores económicos
da União Europeia. Atividades nos setores da água, da energia,
dos transportes e dos serviços postais
1 — Para efeitos do presente Código, consideram-se
TÍTULO II atividades do setor da energia:
Setores da água, da energia, dos transportes a) As de disponibilização ou exploração de redes fixas
e dos serviços postais destinadas à prestação de serviços ao público no domínio
da produção, do transporte ou da distribuição de gás, calor
Artigo 7.º ou eletricidade, bem como a alimentação dessas redes com
gás, calor ou eletricidade, respetivamente;
Entidades adjudicantes nos setores da água, da energia, b) As de exploração de uma área geográfica para efeitos
dos transportes e dos serviços postais de extração de petróleo ou gás ou de prospeção ou extração
1 — São ainda entidades adjudicantes: de carvão ou de outros combustíveis sólidos;
c) (Revogada.)
a) Quaisquer pessoas coletivas não abrangidas pelo d) (Revogada.)
artigo 2.º, ainda que criadas especificamente para satisfazer e) (Revogada.)
necessidades de interesse geral, com carácter industrial f) (Revogada.)
ou comercial, que exerçam uma ou várias atividades nos g) (Revogada.)
setores da água, da energia, dos transportes e dos serviços h) (Revogada.)
postais e em relação às quais qualquer das entidades ad- i) (Revogada.)
judicantes referidas no artigo 2.º possa exercer, direta ou
indiretamente, uma influência dominante; 2 — Para efeitos do presente Código, consideram-se ati-
b) Quaisquer pessoas coletivas não abrangidas pelo vidades do setor da água a disponibilização ou exploração
artigo 2.º que gozem de direitos especiais ou exclusivos de redes fixas destinadas à prestação de serviços ao público
não atribuídos no âmbito de um procedimento de formação no domínio da produção, do transporte ou da distribuição
de contrato com publicidade internacional e que tenham de água potável, bem como a alimentação dessas redes
por efeito: com água potável, bem como a eliminação ou tratamento
de águas residuais.
i) Reservar-lhes, isolada ou conjuntamente com outras 3 — Para efeitos do presente Código consideram-se
entidades, o exercício de uma ou várias atividades nos atividades do setor dos serviços de transporte:
setores da água, da energia, dos transportes e dos serviços
postais; e a) As que tenham por objetivo a disponibilização ou
exploração de redes destinadas à prestação de serviços ao
ii) Afetar substancialmente a capacidade de quaisquer
público no domínio dos transportes por caminho-de-ferro,
outras entidades exercerem uma ou várias dessas ativi- sistemas automáticos, carros elétricos, tróleis, autocarros
dades; ou cabo e por vias navegáveis entre terminais marítimos
ou fluviais;
c) Quaisquer pessoas coletivas constituídas exclusiva- b) As que tenham por objetivo a exploração de uma
mente por entidades adjudicantes referidas nas alíneas an- área geográfica para disponibilizar aeroportos e portos
teriores ou que sejam por elas maioritariamente financia- marítimos ou fluviais ou outros terminais de transportes
das, estejam sujeitas ao seu controlo de gestão ou tenham às empresas de transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
um órgão de administração, de direção ou de fiscalização
cuja maioria dos titulares seja, direta ou indiretamente, 4 — No que diz respeito aos serviços de transporte,
designada por aquelas entidades, desde que se destinem considera-se que existe uma rede quando o serviço é
ao exercício em comum de atividade nos setores da água, prestado nas condições estabelecidas por uma entidade
da energia, dos transportes e dos serviços postais. adjudicante.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1953)
Comissão Europeia, nos termos do disposto no artigo 34.º cante, nos termos do disposto na Diretiva n.º 2013/34/UE,
da Diretiva n.º 2014/25/UE, do Parlamento Europeu e do do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho
Conselho, de 26 de fevereiro de 2014; de 2013, relativa às demonstrações financeiras anuais, às
c) A celebrar entre uma entidade adjudicante abrangida demonstrações financeiras consolidadas e aos relatórios
pelas alíneas a) ou b) do n.º 2 do artigo 2.º e uma empresa conexos de certas formas de empresas, ou, no caso de
sua associada ou uma entidade abrangida pela alínea d) a entidade adjudicante não se encontrar abrangida pela
do mesmo número da qual aquela entidade adjudicante referida diretiva:
faça parte; a) Qualquer pessoa coletiva sobre a qual a entidade
d) A celebrar entre uma entidade adjudicante abrangida adjudicante possa exercer, direta ou indiretamente, uma
pela alínea d) do n.º 2 do artigo 2.º e uma entidade abran- influência dominante em virtude, nomeadamente, de de-
gida pelas alíneas a) ou b) do mesmo número ou uma ter a maioria do capital social, a maioria dos direitos de
empresa associada a esta última; voto, o controlo de gestão ou o direito de designar, direta
e) A celebrar entre uma entidade adjudicante abrangida ou indiretamente, a maioria dos titulares de um órgão de
pelas alíneas a) ou b) do n.º 1 do artigo 7.º e uma empresa administração, direção ou fiscalização;
sua associada ou uma entidade abrangida pela alínea c) b) Qualquer pessoa coletiva que possa exercer, direta ou
do mesmo número, da qual aquela entidade adjudicante indiretamente, uma influência dominante sobre a entidade
faça parte; adjudicante, em virtude de qualquer uma das situações
f) A celebrar entre uma entidade adjudicante abrangida referidas na alínea anterior;
pela alínea c) do n.º 1 do artigo 7.º e uma entidade abran- c) Qualquer pessoa coletiva que, conjuntamente com
gida pelas alíneas a) ou b) do mesmo número ou uma a entidade adjudicante, esteja sujeita, direta ou indireta-
empresa associada a esta última. mente, à influência dominante de uma terceira entidade,
em virtude de qualquer uma das situações referidas na
2 — Para os efeitos do disposto nas alíneas c) e e) do alínea a).
número anterior, as entidades referidas na alínea d) do n.º 2 Artigo 15.º
do artigo 2.º ou na alínea c) do n.º 1 do artigo 7.º devem ter
sido criadas para desenvolver a sua atividade no setor da Comunicações à Comissão Europeia
água, da energia, dos transportes ou dos serviços postais 1 — Nos casos previstos nas alíneas c) a f) do n.º 1 do
durante um período mínimo de três anos e os instrumen- artigo 13.º, as entidades adjudicantes devem comunicar
tos jurídicos que as constituem devem estabelecer que as à Comissão Europeia, a pedido desta, as seguintes infor-
entidades que dela fazem parte as integrem durante, pelo mações:
menos, o mesmo período.
3 — O disposto nas alíneas c) a f) do n.º 1 só é aplicável a) A identificação das entidades adjudicantes e das em-
desde que, pelo menos, 80 % da média do volume de ne- presas associadas em causa;
gócios da empresa associada nos últimos três anos, em ma- b) A natureza dos contratos celebrados e o respetivo
téria de obras, de bens móveis ou de serviços, consoante o preço contratual;
caso, provenha da realização dessas obras, do fornecimento c) Outros elementos que a Comissão Europeia considere
desses bens ou da prestação desses serviços à entidade necessários para provar que as relações entre as partes
adjudicante ou a outras empresas com as quais se encontre nos contratos celebrados preenchem os requisitos de que
associada ou, caso a empresa associada esteja constituída depende a aplicação do disposto no artigo 13.º
há menos de três anos, desde que esta demonstre, nome-
adamente por recurso a projeções da sua atividade, que o 2 — As entidades adjudicantes devem comunicar à Co-
respetivo volume de negócios é credível. missão Europeia, a pedido desta, os contratos celebrados
4 — Para efeitos do apuramento da percentagem pre- ao abrigo do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 13.º
vista no número anterior, deve ser tido em conta o volume ou os que não digam direta e principalmente respeito a
médio de negócios ou os custos suportados pela pessoa uma ou a várias das atividades exercidas por essas enti-
coletiva em causa no que diz respeito a serviços, forneci- dades nos setores da água, da energia, dos transportes e
mentos ou obras, nos três anos anteriores. dos serviços postais.
5 — Se, devido à reorganização das suas atividades, o
volume de negócios não estiver disponível para os três anos PARTE II
anteriores, basta demonstrar que as atividades projetadas
para os anos seguintes cumprem o disposto no n.º 3. Contratação pública
6 — Quando as obras, os bens móveis ou os serviços
sejam, respetivamente, realizadas, fornecidos ou presta- TÍTULO I
dos à entidade adjudicante por mais do que uma empresa
associada, a percentagem referida no n.º 3 é calculada Tipos e escolha de procedimentos
tendo em conta o volume total de negócios, em matéria
de obras, de bens móveis ou de serviços, de todas as em- CAPÍTULO I
presas associadas.
Tipos de procedimentos
Artigo 14.º
Empresa associada
Artigo 16.º
Procedimentos para a formação de contratos
Para os efeitos do disposto no artigo anterior, considera-
-se empresa associada qualquer pessoa coletiva cujas con- 1 — Para a formação de contratos cujo objeto abranja
tas anuais sejam consolidadas com as da entidade adjudi- prestações que estão ou sejam suscetíveis de estar subme-
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1955)
tidas à concorrência de mercado, as entidades adjudicantes como referência preferencial, os custos médios unitários
devem adotar um dos seguintes tipos de procedimentos: de prestações do mesmo tipo adjudicadas em anteriores
procedimentos promovidos pela entidade adjudicante.
a) Ajuste direto;
8 — O valor do contrato não pode ser fracionado com
b) Consulta prévia;
c) Concurso público; o intuito de o excluir do cumprimento de quaisquer exi-
d) Concurso limitado por prévia qualificação; gências legais, designadamente, das constantes do presente
e) Procedimento de negociação; Código.
f) Diálogo concorrencial; 9 — Caso não se verifique qualquer das situações re-
g) Parceria para a inovação. feridas nos números anteriores considera-se o contrato
sem valor.
2 — Para os efeitos do disposto no número anterior,
consideram-se submetidas à concorrência de mercado, Artigo 18.º
designadamente, as prestações típicas abrangidas pelo Escolha do procedimento
objeto dos seguintes contratos, independentemente da sua
designação ou natureza: Sem prejuízo do disposto nos capítulos III e IV do pre-
sente título, a escolha dos procedimentos de ajuste direto,
a) Empreitada de obras públicas; de consulta prévia, de concurso público ou de concurso
b) Concessão de obras públicas; limitado por prévia qualificação deve ser feita tendo por
c) Concessão de serviços públicos; base o valor do contrato a celebrar, nos termos do disposto
d) Locação ou aquisição de bens móveis; nos artigos seguintes do presente capítulo.
e) Aquisição de serviços;
f) Sociedade. Artigo 19.º
Escolha do procedimento de formação de contratos
CAPÍTULO II de empreitada de obras públicas
1 — No caso de contratos distintos dos previstos nos 1 — Qualquer que seja o objeto do contrato a celebrar,
artigos anteriores, que não configurem contratos de con- pode adotar-se o ajuste direto quando:
cessão de obras públicas ou de concessão de serviços pú- a) Em anterior concurso público ou concurso limitado
blicos, ou contratos de sociedade, pode adotar-se o seguinte por prévia qualificação, nenhum candidato se haja apre-
procedimento: sentado ou nenhum concorrente haja apresentado proposta,
a) Concurso público, concurso limitado por prévia qua- e desde que o caderno de encargos e, se for o caso, os
lificação, procedimento de negociação, diálogo concor- requisitos mínimos de capacidade técnica e financeira não
rencial ou parceria para a inovação, sem publicação de sejam substancialmente alterados em relação aos daquele
anúncio no Jornal Oficial da União Europeia, qualquer concurso;
que seja o valor do contrato; b) Em anterior concurso público, concurso limitado
b) Consulta prévia, com convite a, pelo menos, três enti- por prévia qualificação ou diálogo concorrencial, todas as
dades, quando o valor do contrato seja inferior a € 100 000; propostas apresentadas tenham sido excluídas, e desde que
c) Ajuste direto, quando o valor do contrato seja inferior o caderno de encargos não seja substancialmente alterado
a € 50 000. em relação ao daquele procedimento;
c) Na medida do estritamente necessário e por motivos
de urgência imperiosa resultante de acontecimentos im-
2 — Para a formação de contratos sem valor, exceto
previsíveis pela a entidade adjudicante, não possam ser
se se tratar de um dos contratos mencionados no número
cumpridos os prazos inerentes aos demais procedimentos, e
anterior, pode ser adotado qualquer um dos procedimentos desde que as circunstâncias invocadas não sejam, em caso
nele referidos. algum, imputáveis à entidade adjudicante;
d) As prestações que constituem o seu objeto se desti-
Artigo 22.º nem, a título principal, a permitir à entidade adjudicante
Contratação de prestações do mesmo tipo a prestação ao público de um ou mais serviços de teleco-
em diferentes procedimentos municações;
e) As prestações que constituem o objeto do contrato
1 — Quando prestações do mesmo tipo, suscetíveis de
só possam ser confiadas a determinada entidade por uma
constituírem objeto de um único contrato, sejam contrata-
das seguintes razões:
das através de mais do que um procedimento, a escolha do
procedimento a adotar deve ser efetuada tendo em conta: i) O objeto do procedimento seja a criação ou aquisição
de uma obra de arte ou de um espetáculo artístico;
a) O somatório dos valores dos vários procedimentos, ii) Não exista concorrência por motivos técnicos;
caso a formação de todos os contratos a celebrar ocorra iii) Seja necessário proteger direitos exclusivos, in-
em simultâneo; ou cluindo direitos de propriedade intelectual;
b) O somatório dos preços contratuais relativos a todos
os contratos já celebrados e do valor de todos os pro- f) (Revogada.)
cedimentos ainda em curso, quando a formação desses
contratos ocorra ao longo do período de um ano, desde 2 — Quando todas as propostas tenham sido excluídas
que a entidade adjudicante, aquando do lançamento do com fundamento no n.º 2 do artigo 70.º, a adoção do ajuste
primeiro procedimento, devesse ter previsto a necessidade direto ao abrigo do disposto na alínea b) do número anterior
de lançamento dos procedimentos subsequentes. só permite a celebração de contratos de valor inferior ao:
2 — As entidades adjudicantes ficam dispensadas do a) Referido na alínea b) do artigo 19.º, no caso de se
disposto no número anterior relativamente a procedimentos tratar de um contrato de empreitada de obras públicas;
de bens e serviços cujo valor seja inferior a € 80 000, ou b) Referido na alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º, no caso
a empreitadas de obras públicas cujo valor seja inferior a de se tratar de um contrato de locação ou de aquisição de
bens móveis ou de um contrato de aquisição de serviços;
€ 1 000 000, desde que o valor do conjunto dos procedi-
c) (Revogada.)
mentos não exceda 20 % deste limite.
3 — (Revogado.) 3 — No caso previsto no número anterior, a adoção
do ajuste direto só permite a celebração de contratos de
CAPÍTULO III valor igual ou superior aos referidos nas alíneas do mesmo
número, desde que o anúncio do procedimento anterior
Escolha do procedimento em função tenha sido publicado no Jornal Oficial da União Europeia
de critérios materiais e sejam convidados a apresentar proposta todos, e apenas,
os concorrentes cujas propostas tenham sido excluídas
Artigo 23.º apenas com fundamento no n.º 2 do artigo 70.º
Regra geral 4 — O ajuste direto com fundamento no disposto nas
subalíneas ii) e iii) da alínea e) do n.º 1 só pode ser ado-
A escolha do procedimento nos termos do disposto no tado quando não exista alternativa ou substituto razoável
presente capítulo permite a celebração de contratos de e quando a inexistência de concorrência não resulte de
qualquer valor, sem prejuízo das exceções expressamente uma restrição desnecessária face aos aspetos do contrato
previstas. a celebrar.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1957)
5 — Para a formação de contratos que digam direta e v) A possibilidade de adoção do procedimento de ajuste
principalmente respeito a uma ou a várias das atividades direto tenha sido indicada no anúncio ou no programa do
exercidas nos setores da água, da energia, dos transportes e procedimento;
dos serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas
no n.º 1 do artigo 7.º, o ajuste direto só pode ser adotado ao b) Se trate de obras a realizar para fins de investigação,
abrigo do disposto na alínea b) do n.º 1 do presente artigo, de experimentação, de estudo ou desenvolvimento, desde
desde que as propostas tenham sido excluídas com funda- que a realização dessas obras não se destine a assegurar a
mento diferente dos previstos no n.º 2 do artigo 70.º obtenção de lucro ou a amortizar o custo dessas ativida-
6 — Para a formação dos contratos a que se refere o des e o valor estimado do contrato seja inferior ao limiar
número anterior e sem prejuízo do que nele se dispõe, tam- estabelecido na alínea a) do n.º 3 do artigo 474.º;
bém pode ser adotado o ajuste direto quando as situações c) Se trate de realizar uma obra ao abrigo de um acordo-
previstas nas alíneas a) e b) do n.º 1 tenham ocorrido em -quadro celebrado nos termos do disposto na alínea a) do
anterior procedimento de negociação. n.º 1 do artigo 252.º
7 — A decisão de escolha do ajuste direto ao abrigo do
disposto nas alíneas a) e b) do n.º 1 e no número anterior 2 — Para a formação de contratos que digam direta e
só pode ser tomada no prazo de seis meses a contar: principalmente respeito a uma ou a várias das atividades
a) Do termo do prazo fixado para a apresentação de exercidas nos setores da água, da energia, dos transportes
candidaturas ou propostas, no caso previsto na alínea a) e dos serviços postais pelas entidades adjudicantes refe-
do n.º 1; ridas no n.º 1 do artigo 7.º, a escolha do ajuste direto ao
b) Da decisão de exclusão de todas as propostas apre- abrigo do disposto na alínea a) do n.º 1 também permite
sentadas, no caso previsto na alínea b) do n.º 1. a celebração de contratos de qualquer valor, quando a
situação prevista nessa alínea tenha ocorrido em anterior
8 — A decisão de escolha do ajuste direto tomada nos procedimento de negociação.
termos do disposto no número anterior caduca se o con-
vite à apresentação de proposta não for formulado nos Artigo 26.º
prazos previstos nas alíneas a) e b) do número anterior, Escolha do ajuste direto para a formação de contratos
consoante o caso. de locação ou de aquisição de bens móveis
9 — Para efeitos do disposto nas alíneas a) e b) do n.º 1,
considera-se que o caderno de encargos e os requisitos mí- 1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 24.º, no caso
nimos de capacidade técnica e financeira são substancial- de contratos de locação ou de aquisição de bens móveis,
mente alterados quando as alterações sejam suscetíveis de pode adotar-se o ajuste direto quando:
impedir a verificação das situações previstas nessas alíneas, a) Se trate de bens destinados à substituição parcial ou
nomeadamente quando sejam modificados os parâmetros à ampliação de bens ou equipamentos de específico uso
base fixados no caderno de encargos. corrente da entidade adjudicante, desde que o contrato a
10 — As entidades adjudicantes devem comunicar à celebrar o seja com a entidade com a qual foi celebrado
Comissão Europeia, a pedido desta, um relatório relativo o contrato inicial de locação ou de aquisição de bens e a
aos contratos celebrados ao abrigo do disposto na alínea a) mudança de fornecedor obrigasse a entidade adjudicante
do n.º 1. a adquirir material de características técnicas diferentes,
originando incompatibilidades ou dificuldades técnicas de
Artigo 25.º utilização e manutenção desproporcionadas;
Escolha do ajuste direto para a formação de contratos b) Se trate de bens produzidos ou a produzir para fins de
de empreitada de obras públicas investigação, de experimentação, de estudo ou desenvol-
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, no vimento, desde que tais bens não sejam produzidos com
caso de contratos de empreitada de obras públicas, pode finalidade comercial, ou com vista a amortizar o custo
adotar-se o ajuste direto quando: dessas atividades, e o valor estimado do contrato seja in-
ferior aos limiares estabelecidos nas alíneas b) e c) do n.º 3
a) Se trate de novas obras que consistam na repetição do artigo 474.º;
de obras similares objeto de contrato anteriormente ce- c) Se trate de adquirir bens cotados e adquiridos num
lebrado pela mesma entidade adjudicante, desde que, de mercado de matérias-primas;
forma cumulativa: d) Se trate de adquirir bens, em condições especial-
i) O contrato seja celebrado com a entidade com a qual mente mais vantajosas do que as normalmente existentes
foi celebrado o contrato inicial; no mercado, a entidades que cessem definitivamente a
ii) Essas obras estejam em conformidade com um pro- sua atividade comercial, a curadores, liquidatários, admi-
jeto base comum; nistradores de insolvência ou ainda no âmbito de acordo
iii) Aquele contrato tenha sido celebrado, há menos de judicial ou procedimento da mesma natureza previsto na
três anos, na sequência de concurso público, de concurso legislação aplicável;
limitado, de procedimento de negociação, de diálogo con- e) Se trate de locar ou adquirir bens ao abrigo de um
correncial ou de parceria para a inovação; acordo-quadro celebrado nos termos do disposto na alí-
iv) O anúncio do procedimento tenha sido publicado no nea a) do n.º 1 do artigo 252.º;
Jornal Oficial da União Europeia, no caso de o somatório f) Se trate de adquirir água ou energia, desde que a
do valor estimado do contrato relativo ao ajuste direto e entidade adjudicante exerça a atividade de colocação à
do preço contratual relativo ao contrato inicial ser igual disposição, de exploração ou de alimentação de redes fixas
ou superior ao limiar estabelecido na alínea a) do n.º 3 do de prestação de serviços ao público no domínio da produ-
artigo 474.º; e ção, do transporte ou da distribuição de, respetivamente,
5250-(1958) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
água potável ou eletricidade, gás ou combustível para que a definição quantitativa dos atributos das propostas, no
aquecimento. âmbito de outros tipos de procedimento, seja desadequada
a essa fixação tendo em conta os objetivos da aquisição
2 — Sem prejuízo do disposto no artigo 24.º, para a pretendida;
formação de contratos que digam direta e principalmente c) Se trate de serviços relativos à aquisição ou à locação,
respeito a uma ou a várias das atividades exercidas nos independentemente da respetiva modalidade financeira,
setores da água, da energia, dos transportes e dos serviços
de quaisquer bens imóveis, ou a direitos sobre esses bens,
postais pelas entidades adjudicantes referidas no n.º 1 do
artigo 7.º, o ajuste direto também pode ser adotado quando: salvo os contratos de prestação de serviços financeiros ce-
lebrados simultânea, prévia ou posteriormente ao contrato
a) Se trate de adquirir bens destinados a revenda ou a de aquisição ou de locação, seja qual for a sua forma;
locação a terceiros, diretamente ou através da sua incor- d) Se trate de serviços de arbitragem, conciliação ou
poração noutros bens móveis: mediação;
i) A entidade adjudicante não goze de direitos especiais e) Se trate de serviços de investigação e desenvolvi-
ou exclusivos para a revenda ou a locação daqueles bens; e mento não abrangidos pela alínea j) do n.º 4 do artigo 5.º,
ii) Outras entidades possam revender ou locar livre- desde que o valor estimado do contrato seja inferior aos
mente bens do mesmo tipo em condições idênticas às das limiares estabelecidos nas alíneas b) e c) do n.º 3 do ar-
que goza a entidade adjudicante; tigo 474.º;
f) (Revogada.)
b) Se trate de adquirir bens que se encontram dispo- g) Se trate de contrato que, na sequência de um concurso
níveis no mercado por um período de tempo muito curto
e cujo preço seja consideravelmente inferior aos preços de conceção, deva ser celebrado com o concorrente sele-
normalmente praticados no mercado. cionado ou com um dos concorrentes selecionados nesse
concurso, desde que tal intenção tenha sido manifestada
3 — As entidades adjudicantes devem comunicar à nos respetivos termos de referência e de acordo com as
Comissão Europeia, a pedido desta, as categorias de bens regras neles estabelecidas;
objeto dos contratos celebrados na sequência de ajuste h) Se trate de adquirir serviços ao abrigo de um acordo-
direto adotado ao abrigo do disposto na alínea a) do nú- -quadro, nos termos do disposto na alínea a) do n.º 1 do
mero anterior. artigo 252.º;
i) Se trate de adquirir serviços, em condições especial-
Artigo 27.º mente mais vantajosas do que as normalmente existentes
Escolha do ajuste direto para a formação no mercado, a entidades que cessem definitivamente a
de contratos de aquisição de serviços sua atividade comercial, a curadores, liquidatários, admi-
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 24.º, no caso nistradores de insolvência ou ainda no âmbito de acordo
de contratos de aquisição de serviços, pode adotar-se o judicial ou procedimento da mesma natureza previsto na
ajuste direto quando: legislação aplicável.
a) Se trate de novos serviços que consistam na repetição
2 — (Revogado.)
de serviços similares que tenham sido objeto de contrato
anteriormente celebrado pela mesma entidade adjudicante 3 — Só pode ser adotado o ajuste direto ao abrigo do
com o mesmo adjudicatário, desde que, de forma cumu- disposto na alínea b) do n.º 1 quando o respetivo preço
lativa: base seja inferior aos valores resultantes da aplicação da
alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º
i) Esses serviços estejam em conformidade com um 4 — Não pode ser adotado o ajuste direto ao abrigo do
projeto base comum;
disposto na alínea b) do n.º 1 quando o serviço a adquirir
ii) Aquele contrato tenha sido celebrado, há menos de
três anos, na sequência de concurso público, de concurso consista na elaboração de um plano, de um projeto ou de
limitado por prévia qualificação, de procedimento de ne- uma qualquer criação conceptual nos domínios artístico, do
gociação, de diálogo concorrencial ou de parceria para a ordenamento do território, do planeamento urbanístico, da
inovação; arquitetura, da engenharia ou do processamento de dados.
iii) O anúncio do procedimento tenha sido publicado 5 — A decisão de escolha do ajuste direto ao abrigo do
no Jornal Oficial da União Europeia, no caso de o soma- disposto na alínea g) do n.º 1 só pode ser tomada no prazo
tório do valor estimado do contrato e do preço contratual de um ano a contar da decisão de adjudicação tomada no
relativo ao contrato inicial ser igual ou superior ao valor concurso de conceção, devendo o convite à apresentação
referido, consoante os casos, nas alíneas b) ou c) do n.º 3 de proposta ser enviado dentro do mesmo prazo, sob pena
do artigo 474.º; e de caducidade daquela decisão.
iv) A possibilidade de adoção do ajuste direto tenha sido 6 — A entidade adjudicante deve indemnizar os concor-
indicada no anúncio ou no programa do concurso;
rentes pelos encargos em que comprovadamente incorreram
b) A natureza das respetivas prestações, nomeadamente com a elaboração das respetivas propostas apresentadas
as inerentes a serviços de natureza intelectual, não permita no concurso de conceção quando a decisão de escolha do
a elaboração de especificações contratuais suficientemente ajuste direto, ao abrigo do disposto na alínea g) do n.º 1,
precisas para que sejam definidos os atributos qualitativos tenha caducado ou não tenha sido tomada no prazo previsto
das propostas necessários à fixação de um critério de ad- no número anterior.
judicação, nos termos do disposto no artigo 74.º, e desde 7 — (Revogado.)
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1959)
Artigo 39.º
CAPÍTULO II
Agrupamento de entidades adjudicantes
Início do procedimento 1 — As entidades adjudicantes podem agrupar-se com
vista à:
Artigo 36.º
a) Formação de contratos cuja execução seja do inte-
Decisão de contratar e decisão de autorização da despesa resse de todas;
1 — O procedimento de formação de qualquer con- b) Formação de um acordo-quadro de que todas possam
trato inicia-se com a decisão de contratar, a qual deve ser beneficiar;
fundamentada e cabe ao órgão competente para autorizar c) Gestão conjunta de sistemas de aquisição dinâmicos;
a despesa inerente ao contrato a celebrar, podendo essa d) Aquisição conjunta utilizando catálogos eletrónicos.
decisão estar implícita nesta última.
2 — As entidades adjudicantes devem designar qual
2 — Quando o contrato a celebrar não implique o pa- delas constitui o representante do agrupamento para efeitos
gamento de um preço pela entidade adjudicante, a decisão de condução do procedimento de formação do contrato ou
de contratar cabe ao órgão desta que for competente para do acordo-quadro a celebrar.
o efeito nos termos da respetiva lei orgânica ou dos seus 3 — A decisão de contratar, a decisão de escolha do
estatutos. procedimento, a aprovação das peças do procedimento, a
3 — Quando o valor do contrato for igual ou superior designação do júri, a decisão de qualificação dos candi-
a € 5 000 000, a fundamentação prevista no n.º 1 deve datos e a decisão de adjudicação, bem como os restantes
basear-se numa avaliação de custo/benefício e deve conter, atos cuja competência esteja atribuída ao órgão com com-
nomeadamente e quando aplicável: petência para a decisão de contratar, devem ser tomadas
conjuntamente pelos órgãos competentes de todas as enti-
a) A identificação do tipo de beneficiários do contrato dades que integram o agrupamento, eventualmente através
a celebrar; de conferência procedimental, nos termos gerais.
b) A taxa prevista de utilização da infraestrutura, serviço 4 — No caso de agrupamentos de entidades adjudicantes
ou bem; constituídos por pelo menos uma das referidas no n.º 1 do
c) A análise da rentabilidade; artigo 2.º, o ajuste direto, a consulta prévia, o concurso
d) Os custos de manutenção; público ou o concurso limitado por prévia qualificação
e) A avaliação dos riscos potenciais e formas de miti- adotados nos termos do disposto nos artigos 19.º e 20.º só
gação dos mesmos; permite a celebração de contratos de valor inferior ao mais
f) O impacto previsível para a melhoria da organização; baixo dos limites neles referidos, consoante o caso.
g) O impacto previsível no desenvolvimento ou na re- 5 — No caso de agrupamentos de entidades adjudican-
conversão do país ou da região coberta pelo investimento. tes, só pode ser adotado um procedimento em função de
um dos critérios materiais previstos nos capítulos III e IV do
4 — Quando o tipo de procedimento utilizado seja a título anterior quando tal critério se verifique relativamente
a todas as entidades que o constituem.
parceria para a inovação, o limiar referido no número 6 — As entidades adjudicantes membro do agrupamento
anterior é de € 2 500 000. só são solidariamente responsáveis pelo cumprimento das
5 — As peças do procedimento devem identificar todos obrigações por si assumidas quando tais obrigações o sejam
os pareceres prévios, licenciamentos e autorizações neces- na sua totalidade pelo conjunto dos seus membros.
sárias que possam condicionar o procedimento e a execu- 7 — Salvo disposição especial constante de acordo in-
ção do contrato. ternacional celebrado entre os Estados em causa, quando
6 — O disposto nos números anteriores não prejudica o agrupamento for constituído também com entidades
a aplicação de regimes especiais. adjudicantes de outros Estados-Membros da União Euro-
5250-(1962) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
peia, as entidades adjudicantes devem celebrar um acordo pelo órgão competente para a decisão de selecionar um ou
prévio que determine: vários trabalhos de conceção.
4 — As indicações constantes do programa do proce-
a) As responsabilidades das partes e as disposições na- dimento, do caderno de encargos e da memória descritiva
cionais aplicáveis, as quais, por sua vez, devem constar prevalecem sobre as indicações do anúncio em caso de
dos documentos do respetivo procedimento de contratação; divergência.
b) A organização interna do procedimento de contrata- 5 — As peças do procedimento prevalecem sobre as
ção, nomeadamente a sua gestão, a distribuição das obras, indicações constantes da plataforma eletrónica de contra-
fornecimentos ou serviços a adjudicar e a celebração dos tação, em caso de divergência.
contratos.
Artigo 41.º
8 — Tendo em vista a gestão conjunta, com caráter
regular, de procedimentos de formação de contratos pú- Programa do procedimento
blicos, uma ou mais entidades adjudicantes sujeitas ao O programa do procedimento é o regulamento que de-
presente Código podem associar-se com uma ou mais fine os termos a que obedece a fase de formação do contrato
entidades adjudicantes de outros Estados-Membros da até à sua celebração.
União Europeia, constituindo uma entidade jurídica co-
mum, nomeadamente sob a forma de agrupamento europeu Artigo 42.º
de cooperação territorial.
9 — Para efeitos do disposto no número anterior, as Caderno de encargos
entidades adjudicantes participantes devem definir, atra- 1 — O caderno de encargos é a peça do procedimento
vés de decisão do órgão competente da entidade jurídica que contém as cláusulas a incluir no contrato a celebrar.
comum, a legislação nacional aplicável em matéria de 2 — Nos casos de manifesta simplicidade das prestações
contratos públicos de entre: que constituem o objeto do contrato a celebrar, as cláusulas
a) Legislação do Estado onde a entidade jurídica comum do caderno de encargos podem consistir numa mera fixa-
tem a sua sede social; ção de especificações técnicas e numa referência a outros
b) Legislação do Estado onde a entidade jurídica comum aspetos essenciais da execução desse contrato, tais como
desenvolve as suas atividades. o preço ou o prazo.
3 — As cláusulas do caderno de encargos relativas aos
aspetos da execução do contrato submetidos à concorrên-
CAPÍTULO III cia podem fixar os respetivos parâmetros base a que as
propostas estão vinculadas.
Peças do procedimento 4 — Os parâmetros base referidos no número anterior
podem dizer respeito a quaisquer aspetos da execução
Artigo 40.º do contrato, tais como o preço a pagar ou a receber pela
Tipos de peças entidade adjudicante, a sua revisão, o prazo de execução
das prestações objeto do contrato ou as suas caracterís-
1 — As peças dos procedimentos de formação de con- ticas técnicas ou funcionais, bem como às condições da
tratos são as seguintes: modificação do contrato, devendo ser definidos através
a) No ajuste direto, o convite à apresentação das pro- de limites mínimos ou máximos, consoante os casos, sem
postas e o caderno de encargos, sem prejuízo do disposto prejuízo dos limites resultantes das vinculações legais ou
no artigo 128.º; regulamentares aplicáveis.
b) Na consulta prévia, o convite à apresentação de pro- 5 — O caderno de encargos pode também descrever as-
postas e o caderno de encargos; petos da execução do contrato não submetidos à concorrên-
c) No concurso público, o anúncio, o programa do pro- cia, nomeadamente mediante a fixação de limites mínimos
cedimento e o caderno de encargos; ou máximos a que as propostas estão vinculadas.
d) No concurso limitado por prévia qualificação, o anún- 6 — Os aspetos da execução do contrato, constantes das
cio, o programa do procedimento, o convite à apresentação cláusulas do caderno de encargos, podem dizer respeito,
de propostas e o caderno de encargos; desde que relacionados com tal execução, a condições de
e) No procedimento de negociação, o anúncio, o pro- natureza social, ambiental, ou que se destinem a favorecer:
grama do procedimento, o convite à apresentação de pro- a) A aplicação de medidas de promoção da igualdade
postas e o caderno de encargos; de género e da igualdade salarial no trabalho;
f) No diálogo concorrencial, o anúncio, o programa do b) O aumento da participação das mulheres no mercado
procedimento, a memória descritiva, o convite à apresen- de trabalho;
tação de soluções, o convite à apresentação de propostas c) A conciliação da vida profissional com a vida familiar
e o caderno de encargos; e pessoal dos trabalhadores afetos à execução do contrato;
g) Na parceria para a inovação, o anúncio, o programa d) A inclusão de pessoas com deficiência no mercado
do procedimento, o convite à apresentação de propostas e de trabalho.
o caderno de encargos.
7 — (Revogado.)
2 — As peças do procedimento referidas no número 8 — (Revogado.)
anterior, incluindo a minuta do anúncio, são aprovadas 9 — (Revogado.)
pelo órgão competente para a decisão de contratar. 10 — (Revogado.)
3 — Nos concursos de conceção, os termos de referência 11 — Para efeitos do disposto nos n.os 3 e 5, consideram-
constituem a única peça do procedimento, sendo aprovados -se aspetos submetidos à concorrência todos aqueles que
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1963)
são objeto de avaliação de acordo com o critério de adju- 8 — O caderno de encargos é nulo quando:
dicação, e aspetos não submetidos à concorrência todos
a) Não seja integrado pelo projeto de execução previsto
aqueles que, sendo apreciados, não são objeto de avaliação
no n.º 1 ou pelo programa preliminar previsto na parte
e classificação.
final do n.º 3;
b) Seja elaborado em violação do disposto no n.º 2;
Artigo 43.º c) O projeto de execução nele integrado não esteja acom-
Caderno de encargos do procedimento de formação panhado dos elementos previstos no n.º 5;
de contratos de empreitada d) Os elementos da solução da obra nele integrados
1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo anterior, não observem o conteúdo obrigatório previsto na portaria
o caderno de encargos do procedimento de formação de referida no número anterior.
contratos de empreitada de obras públicas deve incluir um 9 — A nulidade prevista no número anterior é suscetível
projeto de execução. de sanação, nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 164.º
2 — Quando a obra seja classificada, nos termos da do Código do Procedimento Administrativo.
portaria prevista no n.º 7, na categoria III ou superior, bem 10 — Para efeitos do disposto no número anterior,
como naqueles casos em que o preço base, fixado no ca- considera-se sanada a nulidade nas seguintes situações:
derno de encargos, seja enquadrável na classe 3 de alvará
ou em classe superior, o projeto de execução referido no a) Se, verificado o vício antes de decorrido o prazo para
número anterior deve ser objeto de prévia revisão por apresentação de propostas, a entidade adjudicante proceder
entidade devidamente qualificada para a sua elaboração, à junção dos elementos em falta, no prazo de cinco dias,
distinta do autor do mesmo. sendo prorrogado o prazo para apresentação de propostas,
3 — Em casos excecionais devidamente fundamenta- nos termos do artigo 64.º;
dos, nos quais o adjudicatário deva assumir, nos termos do b) Se, no prazo de cinco dias após notificação para,
caderno de encargos, obrigações de resultado relativas à querendo, sanar a nulidade, o contraente público proceder
utilização da obra a realizar, ou nos quais a complexidade à junção dos elementos em falta, desde que não alterem
técnica do processo construtivo da obra a realizar requeira, os pressupostos em que assentou a elaboração da proposta
em razão da tecnicidade própria dos concorrentes, a espe- do adjudicatário;
cial ligação destes à conceção daquela, a entidade adjudi- c) Se, no prazo de cinco dias após notificação para,
cante pode prever, como aspeto da execução do contrato querendo, sanar a nulidade, o contraente público apresentar
a celebrar, a elaboração do projeto de execução, caso em as razões que justificam a não exigência dos elementos
que o caderno de encargos deve ser integrado apenas por previstos no n.º 5.
um programa preliminar.
4 — Em qualquer dos casos previstos nos números an- 11 — No caso previsto n.º 3, o contrato a celebrar não é
teriores, o projeto de execução deve ser acompanhado de: considerado um contrato misto para os efeitos do disposto
no artigo 32.º
a) Uma descrição dos trabalhos preparatórios ou aces- Artigo 44.º
sórios, tal como previstos no artigo 350.º;
b) Uma lista completa de todas as espécies de trabalhos Cadernos de encargos relativos a contratos de concessão
necessárias à execução da obra a realizar e do respetivo Sem prejuízo do disposto no artigo 42.º, os cadernos de
mapa de quantidades. encargos dos procedimentos de formação de contratos de
concessão de obras públicas e de concessão de serviços
5 — Em qualquer dos casos previstos nos n.os 1 a 3, o públicos integram um código de exploração que contém os
projeto de execução deve ser acompanhado, para além direitos e as obrigações das partes relativas à exploração,
dos demais elementos legalmente exigíveis, dos que, em incluindo, quando for o caso, as normas de exploração que
função das características específicas da obra, se justifi- são estabelecidas também no interesse dos utentes da obra
quem, nomeadamente: ou do serviço a explorar.
a) Dos levantamentos e das análises de base e de campo;
b) Dos estudos geológicos e geotécnicos; Artigo 45.º
c) Dos estudos ambientais, incluindo a declaração de Caderno de encargos das parcerias público-privadas
impacto ambiental, nos termos da legislação aplicável;
d) Dos estudos de impacte social, económico ou cultural, Os cadernos de encargos dos procedimentos de forma-
nestes se incluindo a identificação das medidas de natureza ção de contratos que configurem parcerias público-privadas
expropriatória a realizar, dos bens e direitos a adquirir e devem submeter à concorrência os aspetos da sua execução
dos ónus e servidões a impor; relativos aos encargos para a entidade adjudicante e aos
e) Dos resultados dos ensaios laboratoriais ou outros; riscos a ela direta ou indiretamente afetos decorrentes da
f) Do plano de prevenção e gestão de resíduos de cons- configuração do modelo contratual.
trução e demolição, nos termos da legislação aplicável.
Artigo 46.º
6 — No caso previsto no n.º 1, o projeto de execução Formulários de caderno de encargos
deve ainda ser acompanhado do planeamento das opera-
ções de consignação, seja esta total ou parcial nos termos Podem ser aprovados formulários de cadernos de en-
cargos nos seguintes termos:
do disposto nos artigos 358.º e 359.º
7 — O conteúdo obrigatório dos elementos referidos a) Por portaria do membro do Governo responsável pela
nos n.os 1 e 3 é fixado por portaria do membro do Governo área das obras públicas, no caso de contratos de empreitada
responsável pela área das obras públicas. de obras públicas;
5250-(1964) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
b) Por portaria do membro do Governo responsável pela 4 — O preço base deve respeitar os limites de valor até
área das finanças, no caso de contratos de locação ou de aos quais pode ser utilizado o tipo de procedimento em
aquisição de bens móveis e de aquisição de serviços; causa e os limites máximos de autorização de despesa do
c) Por portaria do membro do Governo responsável pela órgão competente para a decisão de contratar, se aplicáveis.
área das finanças e do membro do Governo responsável 5 — Em casos excecionais, devidamente fundamen-
pela área em causa, no caso de contratos de concessão de tados, a entidade adjudicante pode não fixar preço base,
obras públicas e de concessão de serviços públicos. desde que o procedimento permita a celebração de contra-
tos de qualquer valor e o órgão competente para a decisão
Artigo 46.º-A de contratar não esteja sujeito a limites máximos de autori-
Adjudicação por lotes zação de despesa ou ao regime de autorização de despesas.
6 — No caso de agrupamentos de entidades adjudi-
1 — As entidades adjudicantes podem prever, nas peças cantes, o valor a considerar para efeitos do n.º 4, na parte
do procedimento, a adjudicação por lotes. em que se refere ao valor de autorização de despesa, cor-
2 — Na formação de contratos públicos de aquisição responde à soma dos valores máximos até aos quais os
ou locação de bens, ou aquisição de serviços, de valor órgãos competentes de cada uma daquelas entidades, por
superior a € 135 000, e empreitadas de obras públicas de lei ou por delegação, podem autorizar a respetiva fração
valor superior a € 500 000, a decisão de não contratação da despesa inerente ao contrato a celebrar.
por lotes deve ser fundamentada, constituindo fundamento,
designadamente, as seguintes situações:
Artigo 48.º
a) Quando as prestações a abranger pelo respetivo objeto Fundamentação do prazo de vigência
forem técnica ou funcionalmente incindíveis ou, não o
sendo, a sua separação causar graves inconvenientes para No caso de contratos de locação ou de aquisição de bens
a entidade adjudicante; móveis ou de aquisição de serviços, a fixação no caderno
b) Quando, por motivos de urgência ou por imperativos de encargos de um prazo de vigência do contrato a celebrar
técnicos ou funcionais, a gestão de um único contrato se superior a três anos deve ser fundamentada.
revele mais eficiente para a entidade adjudicante.
Artigo 49.º
3 — O disposto no número anterior não se aplica às
Especificações técnicas
entidades adjudicantes referidas nos artigos 7.º e 12.º
4 — A entidade adjudicante pode limitar o número 1 — As especificações técnicas, tal como definidas no
máximo de lotes que podem ser adjudicados a cada con- anexo VII ao presente Código, do qual faz parte integrante,
corrente, devendo indicar essas limitações no convite ou devem constar no caderno de encargos e devem definir
no programa do procedimento, bem como os critérios as características exigidas para as obras, bens móveis e
objetivos e não discriminatórios em que se baseie a es- serviços.
colha dos lotes a adjudicar a cada concorrente nos casos 2 — As características exigidas para as obras, bens mó-
em que a aplicação dos critérios de adjudicação resulte na veis e serviços podem também incluir uma referência ao
atribuição, ao mesmo concorrente, de um número de lotes processo ou método específico de produção ou execução
superior ao máximo fixado. das obras, bens móveis ou serviços solicitados ou a um
5 — O disposto nos números anteriores não prejudica a processo específico para outra fase do seu ciclo de vida,
possibilidade de a entidade adjudicante celebrar contratos mesmo que tais fatores não façam parte da sua substância
que combinem vários ou a totalidade dos lotes, desde que material, desde que estejam ligados ao objeto do contrato
essa possibilidade seja expressamente incluída no convite e sejam proporcionais ao seu valor e aos seus objetivos.
ou no programa do procedimento, caso em que devem ser 3 — As especificações técnicas podem concretizar se é
previamente estabelecidos e indicados os critérios que
exigida a transmissão de direitos de propriedade intelectual.
fundamentam as várias hipóteses de combinação previstas.
4 — As especificações técnicas devem permitir a igual-
dade de acesso dos operadores económicos ao procedi-
Artigo 47.º
mento de contratação e não devem criar obstáculos injusti-
Preço base ficados à abertura dos contratos públicos à concorrência.
1 — O preço base, que deve ser definido pela entidade 5 — Em relação a todos os contratos cujo objeto se
adjudicante no caderno de encargos, é o montante máximo destine a ser utilizado por pessoas singulares, quer seja o
que esta entidade se dispõe a pagar pela execução de to- público em geral quer o pessoal da entidade adjudicante,
das as prestações que constituem o objeto do contrato, as especificações técnicas devem, salvo em casos devi-
incluindo eventuais renovações do contrato. damente justificados, ser elaboradas de modo a ter em
2 — Quando o contrato a celebrar não implique o pa- conta os critérios de acessibilidade para as pessoas com
gamento de um preço pela entidade adjudicante, o preço deficiência ou de conceção para todos os utilizadores.
base corresponde ao montante previsível a receber pelas 6 — Sempre que existam normas de acessibilidade obri-
prestações que constituem o objeto do contrato. gatórias adotadas por ato legislativo da União Europeia, as
3 — A fixação do preço base deve ser fundamentada especificações técnicas devem ser definidas por referência
com base em critérios objetivos, tais como os preços atua- a essas normas, no que respeita aos critérios de acessibili-
lizados do mercado obtidos através da consulta preliminar dade para as pessoas com deficiência ou de conceção para
prevista no artigo 35.º-A, ou os custos médios unitários, todos os utilizadores.
resultantes de anteriores procedimentos, para prestações 7 — Sem prejuízo das regras técnicas nacionais vincu-
do mesmo tipo. lativas, na medida em que sejam compatíveis com o direito
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1965)
da União Europeia, as especificações técnicas devem ser 12 — O concorrente pode demonstrar na sua proposta,
formuladas segundo uma das seguintes modalidades: por qualquer meio adequado, incluindo os meios referidos
no artigo 49.º-A, que a obra, bem móvel ou serviço em
a) Em termos de desempenho ou de requisitos funcio- conformidade com a norma em questão corresponde ao
nais, que podem incluir critérios ambientais, desde que os desempenho exigido ou cumpre os requisitos funcionais
parâmetros sejam suficientemente precisos para permitir da entidade adjudicante.
que os concorrentes determinem o objeto do contrato e que 13 — (Revogado.)
a entidade adjudicante proceda à respetiva adjudicação; 14 — (Revogado.)
b) Por referência a especificações técnicas definidas
e, por ordem de preferência, a normas nacionais que Artigo 49.º-A
transponham normas europeias, a homologações técnicas
europeias, a especificações técnicas comuns, a normas Rótulos e relatórios de ensaio, certificação e outros meios de prova
internacionais e a outros sistemas técnicos de referência A entidade adjudicante pode exigir, nos termos a definir
estabelecidos pelos organismos europeus de normalização por portaria do membro do Governo responsável pela área
ou, quando estes não existam, a normas nacionais, a homo- das obras públicas:
logações técnicas nacionais ou a especificações técnicas
nacionais em matéria de conceção, cálculo e execução das a) Rótulo específico para atestar que as obras, bens mó-
obras e de utilização dos fornecimentos, devendo cada veis ou serviços correspondem às características exigidas;
referência ser acompanhada da menção «ou equivalente»; b) Apresentação de um relatório de ensaio de um or-
c) Em termos do desempenho ou dos requisitos funcio- ganismo de avaliação da conformidade ou um certificado
nais a que se refere a alínea a), com referência às espe- emitido por tal organismo como meio de prova da confor-
cificações técnicas a que se refere a alínea b) como meio midade com os requisitos ou critérios estabelecidos;
de presunção de conformidade com esse desempenho ou c) Apresentação de amostras de produtos que pretendem
com esses requisitos funcionais; adquirir.
d) Por referência às especificações técnicas a que se
refere a alínea b), para determinadas características, e por Artigo 50.º
referência ao desempenho ou aos requisitos funcionais a Esclarecimentos, retificação e alteração das peças procedimentais
que se refere a alínea a), para outras.
1 — No primeiro terço do prazo fixado para a apresen-
8 — A menos que o objeto do contrato o justifique, as tação das propostas, os interessados podem solicitar os
esclarecimentos necessários à boa compreensão e inter-
especificações técnicas não podem fazer referência a deter-
pretação das peças do procedimento e, no mesmo prazo,
minado fabrico ou proveniência, a um procedimento espe-
devem apresentar uma lista na qual identifiquem, expressa
cífico que caracterize os produtos ou serviços prestados por e inequivocamente, os erros e as omissões das peças do
determinado fornecedor, ou a marcas comerciais, patentes, procedimento por si detetados.
tipos, origens ou modos de produção determinados que 2 — Para efeitos do presente Código consideram-se
tenham por efeito favorecer ou eliminar determinadas erros e omissões das peças do procedimento os que digam
empresas ou produtos. respeito a:
9 — As referências mencionadas no número anterior
só são autorizadas, a título excecional, no caso de não ser a) Aspetos ou dados que se revelem desconformes com
possível uma descrição suficientemente precisa e inteligí- a realidade;
vel do objeto do contrato nos termos do n.º 7, devendo, no b) Espécie ou quantidade de prestações estritamente
entanto, ser acompanhada da menção «ou equivalente». necessárias à integral execução do objeto do contrato a
10 — Sempre que a entidade adjudicante recorra à pos- celebrar;
sibilidade de remeter para as especificações técnicas a c) Condições técnicas de execução do objeto do contrato
que se refere na alínea b) do n.º 7, não pode excluir uma a celebrar que o interessado não considere exequíveis;
proposta com o fundamento de que as obras, bens móveis d) Erros e omissões do projeto de execução que não se
ou serviços dela constantes não estão em conformidade incluam nas alíneas anteriores.
com as suas especificações técnicas de referência, se o
concorrente demonstrar na sua proposta por qualquer meio 3 — A lista a apresentar ao órgão competente para a
adequado, nomeadamente os meios de prova referidos no decisão de contratar deve identificar, expressa e inequi-
n.º 2 do artigo 49.º-A, que as soluções propostas satisfazem vocamente, os erros ou omissões do caderno de encargos
de modo equivalente os requisitos definidos nas especi- detetados, com exceção dos referidos na alínea d) do nú-
ficações técnicas. mero anterior e daqueles que por eles apenas pudessem ser
11 — Sempre que a entidade adjudicante recorra à possi- detetados na fase de execução do contrato, atuando com
bilidade, prevista na alínea a) do n.º 7, de formular especi- a diligência objetivamente exigível em face das circuns-
ficações técnicas em termos de exigências de desempenho tâncias concretas.
ou de requisitos funcionais, não deve excluir uma proposta 4 — O incumprimento do dever a que se referem os
que esteja em conformidade com uma norma nacional números anteriores tem as consequências previstas nos
que transponha uma norma europeia, uma homologação n.os 3 e 4 do artigo 378.º
técnica europeia, uma especificação técnica comum, uma 5 — Até ao termo do segundo terço do prazo fixado
norma internacional ou um sistema técnico de referência para a apresentação das propostas, ou até ao prazo fixado
estabelecido por um organismo de normalização europeu, no convite ou no programa de concurso:
quando essas especificações corresponderem aos critérios a) O órgão competente para a decisão de contratar, ou
de desempenho ou cumprirem os requisitos funcionais o órgão para o efeito indicado nas peças do procedimento,
impostos. deve prestar os esclarecimentos solicitados;
5250-(1966) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
b) O órgão competente para a decisão de contratar ou concorrentes no mesmo procedimento, nos termos do
pronuncia-se sobre os erros e as omissões identificados disposto nos artigos anteriores, nem integrar outro agrupa-
pelos interessados, considerando-se rejeitados todos os mento candidato ou outro agrupamento concorrente.
que, até ao final daquele prazo, não sejam por ele expres- 3 — Todos os membros de um agrupamento concor-
samente aceites. rente são solidariamente responsáveis, perante a entidade
adjudicante, pela manutenção da proposta.
6 — O órgão competente para a decisão de contratar 4 — Em caso de adjudicação, todos os membros do
deve identificar os termos do suprimento de cada um dos agrupamento concorrente, e apenas estes, devem associar-
erros ou das omissões aceites nos termos do disposto na -se, antes da celebração do contrato, na modalidade jurídica
alínea b) do número anterior. prevista no programa do procedimento.
7 — Independentemente do disposto nos números ante-
riores, o órgão competente para a decisão de contratar pode, Artigo 54.º-A
oficiosamente, proceder à retificação de erros ou omissões Contratos reservados
das peças do procedimento, bem como prestar esclareci-
mentos, no mesmo prazo referido no n.º 5, ou até ao final A entidade adjudicante pode reservar a possibilidade
do prazo de entrega de candidaturas ou propostas, devendo, de ser candidato ou concorrente às entidades cujo objeto
neste caso, atender-se ao disposto no artigo 64.º principal seja a integração social e profissional de pes-
8 — Os esclarecimentos, as retificações e as listas com a soas com deficiência ou desfavorecidas, desde que pelo
identificação dos erros e omissões detetados pelos interes- menos 30 % dos trabalhadores daquelas entidades tenham
sados devem ser disponibilizados na plataforma eletrónica deficiência devidamente reconhecida nos termos da lei ou
utilizada pela entidade adjudicante e juntos às peças do sejam desfavorecidos.
procedimento que se encontrem patentes para consulta,
devendo todos os interessados que as tenham obtido ser Artigo 55.º
imediatamente notificados desse facto. Impedimentos
9 — Os esclarecimentos e as retificações fazem parte
integrante das peças do procedimento a que dizem respeito 1 — Não podem ser candidatos, concorrentes ou inte-
e prevalecem sobre estas em caso de divergência. grar qualquer agrupamento, as entidades que:
a) Se encontrem em estado de insolvência, declarada
Artigo 51.º por sentença judicial, em fase de liquidação, dissolução ou
Prevalência cessação de atividade, sujeitas a qualquer meio preventivo
de liquidação de patrimónios ou em qualquer situação
As normas constantes do presente Código relativas às análoga, ou tenham o respetivo processo pendente, salvo
fases de formação e de execução do contrato prevalecem quando se encontrarem abrangidas ou tenham pendente
sobre quaisquer disposições das peças do procedimento um plano de recuperação de empresas, judicial ou extra-
com elas desconformes. judicial, previsto na lei;
b) Tenham sido condenadas por sentença transitada em
CAPÍTULO IV julgado por qualquer crime que afete a sua honorabilidade
profissional, no caso de pessoas singulares, ou, no caso
Regras de participação de pessoas coletivas, quando tenham sido condenados por
aqueles crimes a pessoa coletiva ou os titulares dos seus
Artigo 52.º órgãos sociais de administração, direção ou gerência, e
Candidatos
estes se encontrem em efetividade de funções, em qualquer
dos casos sem que entretanto tenha ocorrido a respetiva
É candidato a entidade, pessoa singular ou coletiva, que reabilitação;
participa na fase de qualificação de um concurso limitado c) Tenham sido objeto de aplicação de sanção adminis-
por prévia qualificação, de um procedimento de negocia- trativa por falta grave em matéria profissional, se entretanto
ção, de um diálogo concorrencial ou de uma parceria para não tiver ocorrido a sua reabilitação, no caso de se tratar
a inovação, mediante a apresentação de uma candidatura. de pessoas singulares, ou, no caso de se tratar de pessoas
coletivas, tenham sido objeto de aplicação daquela sanção
Artigo 53.º administrativa os titulares dos órgãos sociais de administra-
Concorrentes
ção, direção ou gerência das mesmas e estes se encontrem
em efetividade de funções;
É concorrente a entidade, pessoa singular ou coletiva, d) Não tenham a sua situação regularizada relativamente
que participa em qualquer procedimento de formação de a contribuições para a segurança social em Portugal ou, se
um contrato mediante a apresentação de uma proposta. for o caso, no Estado de que sejam nacionais ou no qual
se situe o seu estabelecimento principal;
Artigo 54.º e) Não tenham a sua situação regularizada relativa-
Agrupamentos
mente a impostos devidos em Portugal ou, se for o caso,
no Estado de que sejam nacionais ou no qual se situe o
1 — Podem ser candidatos ou concorrentes agrupamen- seu estabelecimento principal;
tos de pessoas singulares ou coletivas, qualquer que seja a f) Tenham sido objeto de aplicação de sanção acessória
atividade por elas exercida, sem que entre as mesmas exista de proibição de participação em concursos públicos pre-
qualquer modalidade jurídica de associação. vista em legislação especial, nomeadamente nos regimes
2 — Os membros de um agrupamento candidato ou de contraordenacionais em matéria laboral, de concorrência
um agrupamento concorrente não podem ser candidatos e de igualdade e não-discriminação, bem como da sanção
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1967)
prevista no artigo 460.º, durante o período fixado na de- de indemnização resultante de incumprimento, à aplica-
cisão condenatória; ção de sanções que tenham atingido os valores máximos
g) Tenham sido objeto de aplicação, há menos de dois aplicáveis nos termos dos n.os 2 e 3 do artigo 329.º, ou a
anos, de sanção administrativa ou judicial pela utilização outras sanções equivalentes.
ao seu serviço de mão-de-obra legalmente sujeita ao paga-
mento de impostos e contribuições para a segurança social, 2 — Para efeitos do disposto na alínea k) do número
não declarada nos termos das normas que imponham essa anterior, podem ser ponderadas, como medidas menos
obrigação, em Portugal ou no Estado de que sejam nacio- gravosas que a exclusão, designadamente, a substituição
nais ou no qual se situe o seu estabelecimento principal; de membros do júri ou de peritos que prestem apoio ao
h) Tenham sido condenadas por sentença transitada júri, a instituição de sistemas de reconfirmação de análi-
em julgado por algum dos seguintes crimes, se entre- ses, apreciações ou aferições técnicas, ou a proibição de
tanto não tiver ocorrido a sua reabilitação, no caso de se o concorrente recorrer a um determinado subcontratado.
tratar de pessoas singulares, ou, no caso de se tratar de
pessoas coletivas, tenham sido condenados pelos mes-
Artigo 55.º-A
mos crimes a pessoa coletiva e os titulares dos seus ór-
gãos sociais de administração, direção ou gerência das Relevação dos impedimentos
mesmas e estes se encontrem em efetividade de fun-
ções, se entretanto não tiver ocorrido a sua reabilitação: 1 — O disposto nas alíneas d) e e) do n.º 1 do artigo
anterior aplica-se sem prejuízo dos regimes de regula-
i) Participação numa organização criminosa, tal como de- rização de dívidas fiscais e dívidas à Segurança Social
finida no n.º 1 do artigo 2.º da Decisão-Quadro 2008/841/JAI em vigor.
do Conselho, de 24 de outubro de 2008; 2 — O candidato ou concorrente que se encontre numa
ii) Corrupção, tal como definida no artigo 3.º da Con- das situações referidas nas alíneas b), c), g), h) ou l) do n.º 1
venção relativa à luta contra a corrupção em que estejam do artigo anterior pode demonstrar que as medidas por si
implicados funcionários da União Europeia ou dos Estados- tomadas são suficientes para demonstrar a sua idoneidade
-Membros da União Europeia e no n.º 1 do artigo 2.º da para a execução do contrato e a não afetação dos interes-
Decisão-Quadro 2003/568/JAI do Conselho, de 22 de julho ses que justificam aqueles impedimentos, não obstante a
de 2003, e nos artigos 372.º a 374.º-B do Código Penal; existência abstrata de causa de exclusão, nomeadamente
iii) Fraude, na aceção do artigo 1.º da Convenção re-
através de:
lativa à Proteção dos Interesses Financeiros das Comuni-
dades Europeias; a) Demonstração de que ressarciu ou tomou medidas
iv) Branqueamento de capitais ou financiamento do para ressarcir eventuais danos causados pela infração penal
terrorismo, tal como definidos no artigo 1.º da Diretiva ou falta grave;
n.º 2015/849, do Parlamento Europeu e do Conselho, de b) Esclarecimento integral dos factos e circunstâncias
20 de maio de 2015, relativa à prevenção da utilização por meio de colaboração ativa com as autoridades com-
do sistema financeiro para efeitos de branqueamento de petentes;
capitais ou de financiamento do terrorismo; c) Adoção de medidas técnicas, organizativas e de pes-
v) Infrações terroristas ou infrações relacionadas com soal suficientemente concretas e adequadas para evitar
um grupo terrorista, tal como definidas nos artigos 3.º e outras infrações penais ou faltas graves.
4.º da Diretiva n.º 2017/541, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 15 de março de 2017, relativa à luta contra 3 — Tendo por base os elementos referidos no número
o terrorismo, ou qualquer infração relacionada com ati-
anterior, bem como a gravidade e as circunstâncias especí-
vidades terroristas, incluindo cumplicidade, instigação e
tentativa, nos termos do artigo 14.º da referida diretiva; ficas da infração ou falta cometida, a entidade adjudicante
vi) Trabalho infantil e outras formas de tráfico de seres pode tomar a decisão de não relevar o impedimento.
humanos, tal como definidos no artigo 2.º da Diretiva 4 — As sanções de proibição de participação em proce-
n.º 2011/36/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, dimentos de formação de contratos públicos que tenham
de 5 de abril de 2011; sido aplicadas, ou consideradas válidas, mediante decisão
transitada em julgado não são passíveis de relevação nos
i) Tenham, a qualquer título, prestado, direta ou indireta- termos do presente artigo.
mente, assessoria ou apoio técnico na preparação e elabora-
ção das peças do procedimento que lhes confira vantagem
que falseie as condições normais de concorrência; CAPÍTULO V
j) Tenham diligenciado no sentido de influenciar inde-
vidamente a decisão de contratar do órgão competente, de Proposta
obter informações confidenciais suscetíveis de lhe conferir
vantagens indevidas no procedimento, ou tenham prestado Artigo 56.º
informações erróneas suscetíveis de alterar materialmente Noção de proposta
as decisões de exclusão, qualificação ou adjudicação;
k) Estejam abrangidas por conflitos de interesses que 1 — A proposta é a declaração pela qual o concorrente
não possam ser eficazmente corrigidos por outras medidas manifesta à entidade adjudicante a sua vontade de contratar
menos gravosas que a exclusão; e o modo pelo qual se dispõe a fazê-lo.
l) Tenham acusado deficiências significativas ou persis- 2 — Para efeitos do presente Código, entende-se por
tentes na execução de, pelo menos, um contrato público atributo da proposta qualquer elemento ou característica da
anterior nos últimos três anos, tendo tal facto conduzido à mesma que diga respeito a um aspeto da execução do con-
resolução desse contrato por incumprimento, ao pagamento trato submetido à concorrência pelo caderno de encargos.
5250-(1968) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
competente para a decisão de contratar deve promover, 5 — O júri pode designar um secretário de entre o pes-
oficiosamente, a respetiva desclassificação, informando soal dos serviços da entidade adjudicante, com a aprovação
do facto todos os interessados. do respetivo dirigente máximo.
5 — Quando, por força da classificação de documentos 6 — Quando o considerar conveniente, o órgão com-
que constituem a proposta, não seja possível apresentá-los petente para a decisão de contratar pode designar peritos
nos termos do disposto no artigo 62.º ou no prazo fixado ou consultores para apoiarem o júri do procedimento no
no programa do procedimento, o órgão competente para exercício das suas funções, podendo aqueles participar,
a decisão de contratar pode estabelecer, oficiosamente ou sem direito de voto, nas reuniões do júri.
a pedido do interessado, um modo alternativo de apresen-
tação dos documentos em causa ou a prorrogação daquele Artigo 69.º
prazo na medida do estritamente necessário. Competência do júri
6 — A entidade adjudicante não deve divulgar as in-
formações constantes dos documentos classificados das 1 — Compete nomeadamente ao júri:
propostas. a) Proceder à apreciação das candidaturas;
7 — A entidade adjudicante pode impor aos concor- b) Proceder à apreciação das propostas;
rentes requisitos destinados a proteger as informações de c) Proceder à apreciação de soluções e projetos;
natureza confidencial por ela disponibilizadas ao longo do d) Elaborar os relatórios de análise das candidaturas,
procedimento de formação do contrato público. das propostas e das soluções e projetos.
comércio, ainda que não tenham dado origem à exclusão Artigo 72.º
da proposta, devem ser comunicadas à Autoridade de Se- Esclarecimentos e suprimento de propostas e candidaturas
gurança Alimentar e Económica.
4 — A exclusão de quaisquer propostas com fundamento 1 — O júri do procedimento pode pedir aos concorrentes
no disposto na alínea g) do n.º 2, bem como a existência de quaisquer esclarecimentos sobre as propostas apresenta-
indícios de práticas restritivas da concorrência, ainda que das que considere necessários para efeito da análise e da
não tenham dado origem à exclusão da proposta, devem avaliação das mesmas.
ser comunicadas à Autoridade da Concorrência. 2 — Os esclarecimentos prestados pelos respetivos con-
5 — A exclusão de quaisquer propostas com funda- correntes fazem parte integrante das mesmas, desde que
mento no disposto na alínea e) do n.º 2, devido ao facto não contrariem os elementos constantes dos documentos
do operador económico ter obtido um auxílio estatal e não que as constituem, não alterem ou completem os respetivos
puder provar que o mesmo é compatível com o mercado atributos, nem visem suprir omissões que determinam a
interno na aceção do artigo 107.º do Tratado sobre o Fun- sua exclusão nos termos do disposto na alínea a) do n.º 2
do artigo 70.º
cionamento da União Europeia, deve ser comunicada à Au-
3 — O júri deve solicitar aos candidatos e concorrentes
toridade da Concorrência e, quando o anúncio do respetivo
que, no prazo máximo de cinco dias, procedam ao supri-
procedimento tenha sido publicado no Jornal Oficial da mento das irregularidades das suas propostas e candidatu-
União Europeia, também à Comissão Europeia. ras causadas por preterição de formalidades não essenciais
e que careçam de suprimento, incluindo a apresentação
Artigo 71.º de documentos que se limitem a comprovar factos ou
Preço ou custo anormalmente baixo qualidades anteriores à data de apresentação da proposta
ou candidatura, e desde que tal suprimento não afete a
1 — As entidades adjudicantes podem definir, no pro- concorrência e a igualdade de tratamento.
grama de concurso ou no convite, as situações em que o 4 — O júri procede à retificação oficiosa de erros de
preço ou o custo de uma proposta é considerado anor- escrita ou de cálculo contidos nas candidaturas ou propos-
malmente baixo, tendo em conta o desvio percentual em tas, desde que seja evidente para qualquer destinatário a
relação à média dos preços das propostas a admitir, ou existência do erro e os termos em que o mesmo deve ser
outros critérios considerados adequados. corrigido.
2 — A entidade adjudicante deve fundamentar a ne- 5 — Os pedidos do júri formulados nos termos dos n.os 1
cessidade de fixação do preço ou do custo anormalmente e 3, bem como as respetivas respostas, devem ser disponi-
baixo, bem como os critérios que presidiram a essa fixação, bilizados em plataforma eletrónica utilizada pela entidade
designadamente os preços médios obtidos na consulta adjudicante, devendo todos os candidatos e concorrentes
preliminar ao mercado, se tiver existido. ser imediatamente notificados desse facto.
3 — O órgão competente para a decisão de contratar
deve fundamentar a decisão de exclusão de uma proposta Artigo 73.º
com essa justificação, solicitando previamente ao respe- Noção de adjudicação
tivo concorrente que preste esclarecimentos, por escrito e
em prazo adequado, relativos aos elementos constitutivos 1 — A adjudicação é o ato pelo qual o órgão competente
relevantes da proposta. para a decisão de contratar aceita a única proposta apresen-
4 — Na análise dos esclarecimentos prestados pelo con- tada ou escolhe uma de entre as propostas apresentadas.
corrente nos termos do número anterior, pode tomar-se em 2 — Quando seja feita a adjudicação por lotes nos ter-
consideração justificações inerentes, designadamente: mos do artigo 46.º-A, pode existir uma decisão de adju-
dicação para cada lote, podendo tais decisões ocorrer em
a) À economia do processo de construção, de fabrico momentos distintos.
ou de prestação do serviço;
b) Às soluções técnicas adotadas ou às condições ex- Artigo 74.º
cecionalmente favoráveis de que o concorrente compro-
Critério de adjudicação
vadamente disponha para a execução da prestação objeto
do contrato a celebrar; 1 — A adjudicação é feita de acordo com o critério da
c) À originalidade da obra, dos bens ou dos serviços proposta economicamente mais vantajosa para a entidade
propostos; adjudicante, determinada por uma das seguintes modali-
d) Às específicas condições de trabalho de que beneficia dades:
o concorrente; a) Melhor relação qualidade-preço, na qual o critério
e) À possibilidade de obtenção de um auxílio de Estado de adjudicação é composto por um conjunto de fatores, e
pelo concorrente, desde que legalmente concedido; eventuais subfatores, relacionados com diversos aspetos
f) À verificação da decomposição do respetivo preço, da execução do contrato a celebrar;
por meio de documentos comprovativos dos preços uni- b) Avaliação do preço ou custo enquanto único aspeto
tários incorporados no mesmo, nomeadamente folhas de da execução do contrato a celebrar.
pagamento e declarações de fornecedores, que atestem a
conformidade dos preços apresentados e demonstrem a 2 — Em casos devidamente fundamentados, a entidade
sua racionalidade económica; adjudicante pode optar por não submeter à concorrência
g) Ao cumprimento das obrigações decorrentes da le- o preço ou o custo, caso em que se estabelece obrigato-
gislação em matéria ambiental, social e laboral, referidas riamente um preço fixo ou um preço máximo no caderno
no n.º 2 do artigo 1.º-A. de encargos.
5250-(1972) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
3 — A utilização da modalidade prevista na alínea b) nham sido adotados como fatores de avaliação da relação
do n.º 1 só é permitida quando as peças do procedimento qualidade-preço, o contrato deve garantir que o pessoal
definam todos os restantes elementos da execução do con- empregue cumpre efetivamente as especificações de qua-
trato a celebrar. lidade especificadas no caderno de encargos e nos requi-
4 — O convite ou o programa do procedimento deve sitos propostos, prevendo expressamente que o pessoal
definir o critério de desempate na avaliação das propostas. proposto pelo adjudicatário só pode ser substituído com o
5 — É vedada a utilização do critério do momento expresso e prévio consentimento da entidade adjudicante,
de entrega da proposta como critério de desempate. após verificação de que essa substituição proporciona um
6 — Podem ser utilizados como critério de desempate, nível de qualidade equivalente.
designadamente, os fatores e subfatores estabelecidos nos 7 — Quando o custo seja calculado com base no ciclo de
termos do artigo seguinte, por ordem decrescente de pon- vida, o modelo de avaliação das propostas pode abranger
deração relativa, ou a proposta que tiver sido apresentada custos suportados ou não pela própria entidade adjudicante,
por empresas sociais ou por pequenas e médias empresas, como sejam:
por ordem crescente da categoria das empresas.
a) Custos relacionados com a aquisição propriamente
dita;
Artigo 75.º
b) Custos de utilização, tais como consumo de energia,
Fatores e subfatores de consumíveis e de outros recursos;
c) Custos de manutenção e assistência técnica;
1 — Os fatores e os eventuais subfatores que densificam
d) Custos de fim de vida, tais como custos de recolha
o critério de adjudicação da proposta economicamente
e reciclagem;
mais vantajosa devem estar ligados ao objeto do contrato
e) Custos imputados a externalidades ambientais ligadas
a celebrar, abrangendo todos, e apenas, os aspetos da exe-
ao bem, serviço ou obra durante o seu ciclo de vida, desde
cução do contrato a celebrar submetidos à concorrência
que seja possível determinar e confirmar o seu valor mone-
pelo caderno de encargos.
tário, os quais podem incluir o custo das emissões de gases
2 — Os fatores e os eventuais subfatores podem ser,
com efeito de estufa e de outras emissões poluentes, assim
em função dos objetivos e das necessidades da entidade
como outros custos de atenuação das alterações climáticas.
adjudicante, designadamente os seguintes:
a) Qualidade, designadamente valor técnico, caracterís- 8 — Quando o caderno de encargos submeter à con-
ticas estéticas e funcionais, acessibilidade, conceção para corrência os custos do ciclo de vida do objeto do contrato
todos os utilizadores, características sociais, ambientais e a celebrar, o programa do procedimento ou convite deve
inovadoras e condições de fornecimento; indicar a metodologia que será utilizada para os calcular.
b) Organização, qualificações e experiência do pessoal 9 — A metodologia referida no número anterior, quando
encarregado da execução do contrato em questão, caso a for aplicada para o cálculo dos custos referidos na alínea e)
qualidade do pessoal empregue tenha um impacto signifi- do n.º 7, deve basear-se também em regras objetivamente
cativo no nível de execução do contrato, designadamente, verificáveis e não discriminatórias, permitindo que os da-
em contratos de serviços de natureza intelectual, tais como dos a fornecer pelos concorrentes sejam por estes obtidos
a consultoria ou os serviços de projeto de obras; mediante esforço razoável.
c) Serviço e assistência técnica pós-venda e condições 10 — Caso seja obrigatória, por força do Direito da
de entrega, designadamente a data de entrega, o processo União Europeia, a utilização de uma metodologia comum
de entrega, o prazo de entrega ou de execução e o tempo para o cálculo dos custos do ciclo de vida, a mesma deve
de prestação de assistência; ser aplicada.
d) Sustentabilidade ambiental ou social do modo de
execução do contrato, designadamente no que respeita ao Artigo 76.º
tempo de transporte e de disponibilização do produto ou
Dever de adjudicação
serviço, em especial no caso de produtos perecíveis, e a
denominação de origem ou indicação geográfica, no caso 1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 79.º, o
de produtos certificados. órgão competente para a decisão de contratar deve tomar a
decisão de adjudicação e notificá-la aos concorrentes até ao
3 — Sem prejuízo do disposto na alínea b) do número termo do prazo da obrigação de manutenção das propostas.
anterior, os fatores e subfatores não podem dizer respeito, 2 — Por motivo devidamente justificado, a decisão de
direta ou indiretamente, a situações, qualidades, caracte- adjudicação pode ser tomada e notificada aos concorrentes
rísticas ou outros elementos de facto relativos aos con- após o termo do prazo referido no número anterior, sem
correntes. prejuízo do direito de recusa da adjudicação pelo concor-
4 — Para os efeitos previstos no n.º 1, os fatores e subfa- rente cuja proposta foi a escolhida.
tores consideram-se ligados ao objeto do contrato quando 3 — Quando a decisão de adjudicação seja tomada e no-
estiverem relacionados com as obras, bens ou serviços a tificada aos concorrentes após o termo do prazo referido no
executar ou fornecer ao abrigo desse contrato, sob qualquer n.º 1, a entidade adjudicante deve indemnizar o concorrente
aspeto e em qualquer fase do seu ciclo de vida. que recuse a adjudicação pelos encargos em que comprova-
5 — Ainda que não façam parte da sua substância mate- damente incorreu com a elaboração da respetiva proposta.
rial, consideram-se relacionados com o objeto do contrato
os fatores envolvidos no processo específico de produção ou Artigo 77.º
fornecimento das obras, bens ou serviços ou num processo
Notificação da decisão de adjudicação
específico em relação a outra fase do seu ciclo de vida.
6 — Quando a organização, qualificações e experiên- 1 — A decisão de adjudicação é notificada em simultâ-
cia do pessoal encarregado da execução do contrato te- neo a todos os concorrentes, indicando-se, quando aplicá-
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1973)
vel, o prazo de suspensão previsto no n.º 3 do artigo 95.º ou b) Ao referido na alínea b) do n.º 4 do artigo 474.º, no
na alínea a) do n.º 1 do artigo 104.º, conforme o caso. caso de se tratar de um contrato de locação ou de aquisição
2 — Juntamente com a notificação da decisão de adju- de bens móveis ou de um contrato de aquisição de serviços.
dicação, o órgão competente para a decisão de contratar
deve notificar o adjudicatário para: 4 — O disposto no n.º 1 é ainda aplicável aos proce-
a) Apresentar os documentos de habilitação exigidos dimentos de formação de acordos-quadro e aos procedi-
nos termos do disposto no artigo 81.º; mentos de formação de contratos a celebrar ao abrigo de
b) Prestar caução, se esta for devida, indicando expres- um sistema de aquisição dinâmico quando o anúncio com
samente o seu valor; indicação expressa da instituição desse sistema tenha sido
c) Confirmar no prazo para o efeito fixado, se for o publicado no Jornal Oficial da União Europeia.
caso, os compromissos assumidos por terceiras entidades 5 — A publicação referida no n.º 1 é igualmente apli-
relativos a atributos ou a termos ou condições da proposta cável aos contratos celebrados ao abrigo de um acordo-
adjudicada; -quadro, ou de um sistema de aquisição dinâmico quando
d) Se pronunciar sobre a minuta de contrato, quando o preço contratual acumulado por trimestre ultrapassar os
este for reduzido a escrito; limiares referidos nas alíneas do n.º 2, no prazo de 30 dias
e) Confirmar no prazo para o efeito fixado, se for o caso, após o fim de cada trimestre.
a constituição da sociedade comercial, de acordo com os 6 — No caso de se tratar da adjudicação de contratos
requisitos fixados nas peças do procedimento e os termos de concessão, devem ainda ser publicados os anúncios
da proposta adjudicada. conforme os modelos aplicáveis referidos nos artigos 32.º
e 33.º da Diretiva n.º 2014/23/UE, do Parlamento Europeu
3 — As notificações referidas nos números anteriores e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014.
devem ser acompanhadas do relatório final de análise das
propostas. Artigo 78.º-A
Anúncio voluntário de transparência
Artigo 78.º
1 — Quando a decisão de adjudicação tenha sido to-
Anúncio da adjudicação
mada na sequência de um procedimento de formação do
1 — Quando o procedimento de formação do contrato contrato sem publicação de anúncio no Jornal Oficial da
tenha sido publicitado através de anúncio publicado no União Europeia, a entidade adjudicante pode nele publicar
Jornal Oficial da União Europeia, a entidade adjudicante um anúncio voluntário de transparência divulgando a sua
deve publicar no referido jornal, no prazo de 30 dias após intenção de celebrar o contrato.
a celebração de um contrato, um anúncio conforme mo- 2 — Quando a entidade adjudicante pretenda divulgar a
delos constantes do anexo V da Diretiva n.º 2014/24/UE, sua intenção de celebrar um contrato no Jornal Oficial da
ou do anexo XII da Diretiva n.º 2014/25/UE, ambas do União Europeia, nos termos do número anterior, deve fazê-
Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro de -lo através de um anúncio conforme modelo constante do
2014, consoante o caso. anexo XII do Regulamento de Execução (UE) n.º 2015/1986
2 — O disposto no número anterior é também aplicável da Comissão, de 11 de novembro de 2015, que estabelece
quando a adjudicação tenha sido decidida na sequência de os formulários-tipo para publicação de anúncios no âmbito
ajuste direto adotado ao abrigo do disposto nas alíneas a) dos processos de adjudicação de contratos públicos.
a c) e e) do n.º 1 do artigo 24.º, nas alíneas a) e b) do n.º 1
do artigo 25.º, nas alíneas a) a d) do n.º 1 e no n.º 2 do Artigo 79.º
artigo 26.º e nas alíneas a), c) e d) do n.º 1 do artigo 27.º,
sempre que o preço contratual seja igual ou superior: Causas de não adjudicação
a) Ao referido na alínea a) do n.º 3 do artigo 474.º, no 1 — Não há lugar a adjudicação, extinguindo-se o pro-
caso de se tratar de um contrato de empreitada de obras cedimento, quando:
públicas; a) Nenhum candidato se haja apresentado ou nenhum
b) Ao referido na alínea c) do n.º 3 do artigo 474.º, no concorrente haja apresentado proposta;
caso de se tratar de um contrato de locação ou de aquisição b) Todas as candidaturas ou todas as propostas tenham
de bens móveis ou de um contrato de aquisição de serviços; sido excluídas;
c) Ao referido na alínea b) do n.º 3 do artigo 474.º no c) Por circunstâncias imprevistas, seja necessário alterar
caso de se tratar de um contrato de locação ou de aquisição aspetos fundamentais das peças do procedimento;
de bens móveis ou de um contrato de aquisição de serviços, d) Circunstâncias supervenientes relativas aos pressu-
quando a entidade adjudicante seja o Estado. postos da decisão de contratar o justifiquem;
e) Nos casos a que se refere o n.º 5 do artigo 47.º, a
3 — Quando o contrato a celebrar diga direta e princi- entidade adjudicante considere, fundamentadamente, que
palmente respeito a uma ou a várias das atividades exer- todos os preços apresentados são inaceitáveis;
cidas nos setores da água, da energia, dos transportes e f) No procedimento de diálogo concorrencial, nenhuma
dos serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas das soluções apresentadas satisfaça as necessidades e as
no n.º 1 do artigo 7.º, o disposto no número anterior só é exigências da entidade adjudicante.
aplicável quando o preço contratual seja igual ou superior: g) No procedimento para a celebração de acordo-quadro
a) Ao referido na alínea a) do n.º 4 do artigo 474.º, no com várias entidades o número de candidaturas ou pro-
caso de se tratar de um contrato de empreitada de obras postas apresentadas ou admitidas seja inferior ao número
públicas; mínimo previsto no programa de concurso.
5250-(1974) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
adicional para a apresentação dos documentos em falta, ção de responsabilidade solidária com o adjudicatário, pelo
sob pena de caducidade da adjudicação. mesmo montante, emitida por entidade bancária, desde
4 — Nos casos previstos nos números anteriores, o ór- que essa entidade apresente documento comprovativo de
gão competente para a decisão de contratar deve adjudicar que possui sede ou sucursal em Estado membro da União
a proposta ordenada em lugar subsequente. Europeia, emitido pela entidade que nesse Estado exerça
5 — (Revogado.) a supervisão seguradora ou bancária, respetivamente.
4 — O prazo de 10 dias previsto no número anterior posta adjudicada que se reportem a aspetos da execução
não é aplicável quando: do contrato não regulados pelo caderno de encargos e que
não sejam considerados estritamente necessários a essa
a) Não tenha sido publicado anúncio do procedimento
no Jornal Oficial da União Europeia; execução ou sejam considerados desproporcionados.
b) (Revogada.) 5 — Em caso de divergência entre os documentos re-
c) Se trate da celebração de contrato ao abrigo de acordo- feridos no n.º 2, a prevalência é determinada pela ordem
-quadro cujos termos abranjam todos os seus aspetos ou pela qual são indicados nesse número.
que tenha sido celebrado apenas com uma entidade. 6 — Em caso de divergência entre os documentos re-
d) Só tenha sido apresentada uma proposta. feridos no n.º 2 e o clausulado do contrato, prevalecem
os primeiros, salvo quanto aos ajustamentos propostos de
Artigo 96.º acordo com o disposto no artigo 99.º e aceites pelo adju-
dicatário nos termos do disposto no artigo 101.º
Conteúdo do contrato 7 — São nulos os contratos a que falte algum dos ele-
1 — Faz parte integrante do contrato, quando este for mentos essenciais referidos nas alíneas a) a i) do n.º 1,
reduzido a escrito, um clausulado que deve conter os se- salvo se os mesmos constarem dos documentos identifi-
guintes elementos: cados no n.º 2.
a) A identificação das partes e dos respetivos represen- Artigo 97.º
tantes, assim como do título a que intervêm, com indicação
dos atos que os habilitem para esse efeito; Preço contratual
b) A indicação do ato de adjudicação e do ato de apro- 1 — Para efeitos do presente Código, entende-se por
vação da minuta do contrato; preço contratual o preço a pagar, pela entidade adjudicante,
c) A descrição do objeto do contrato; em resultado da proposta adjudicada, pela execução de
d) O preço contratual ou o preço a receber pela entidade todas as prestações que constituem o objeto do contrato.
adjudicante ou, na impossibilidade do seu cálculo, os ele- 2 — Está incluído no preço contratual, nomeadamente,
mentos necessários à sua determinação; o preço a pagar pela execução das prestações objeto do
e) O prazo de execução das principais prestações objeto contrato na sequência de qualquer prorrogação contratual-
do contrato; mente prevista, expressa ou tácita, do respetivo prazo.
f) Os ajustamentos aceites pelo adjudicatário; 3 — Não está incluído no preço contratual o acréscimo
g) A referência à caução prestada pelo adjudicatário;
de preço a pagar em resultado de:
h) Se for o caso, a classificação orçamental da dotação
por onde será satisfeita a despesa inerente ao contrato, a a) Modificação objetiva do contrato;
realizar no ano económico da celebração do mesmo ou, b) Reposição do equilíbrio financeiro prevista na lei
no caso de tal despesa se realizar em mais de um ano eco- ou no contrato;
nómico, a indicação da disposição legal habilitante ou do c) Prémios por antecipação do cumprimento das pres-
plano plurianual legalmente aprovado de que o contrato em tações objeto do contrato.
causa constitui execução ou ainda do instrumento, legal-
mente previsto, que autoriza aquela repartição de despesa; Artigo 98.º
i) A identificação do gestor do contrato em nome da
entidade adjudicante, nos termos do artigo 290.º-A; Aprovação da minuta do contrato
j) As eventuais condições de modificação do contrato 1 — Nos casos em que a celebração do contrato impli-
expressamente previstas no caderno de encargos, incluindo que a sua redução a escrito, a respetiva minuta é aprovada
cláusulas de revisão ou opção, claras, precisas e inequí- pelo órgão competente para a decisão de contratar em
vocas. simultâneo com a decisão de adjudicação.
2 — (Revogado.)
2 — Fazem sempre parte integrante do contrato, inde- 3 — A aprovação da minuta do contrato a celebrar tem
pendentemente da sua redução a escrito: por objetivo verificar se o seu conteúdo está conforme à
a) Os suprimentos dos erros e das omissões do caderno decisão de contratar e a todos os documentos que o inte-
de encargos identificados pelos concorrentes, desde que gram nos termos do disposto nos n.os 2 e 5 do artigo 96.º,
esses erros e omissões tenham sido expressamente aceites sem prejuízo de serem propostos ajustamentos nos termos
pelo órgão competente para a decisão de contratar; do disposto no artigo seguinte.
b) Os esclarecimentos e as retificações relativos ao 4 — Da minuta do contrato devem constar expressa-
caderno de encargos; mente os termos ou condições da proposta adjudicada
c) O caderno de encargos; excluídos do contrato nos termos do disposto no n.º 4 do
d) A proposta adjudicada; artigo 96.º
e) Os esclarecimentos sobre a proposta adjudicada pres-
tados pelo adjudicatário. Artigo 99.º
Ajustamentos ao conteúdo do contrato a celebrar
3 — Sempre que a entidade adjudicante considere con-
veniente, o clausulado do contrato pode também incluir 1 — O órgão competente para a decisão de contratar
uma reprodução do caderno de encargos completada por pode propor ajustamentos ao conteúdo do contrato a ce-
todos os elementos resultantes dos documentos referidos lebrar, desde que estes resultem de exigências de interesse
nas alíneas a), b), d) e e) do número anterior. público e, tratando-se de procedimento em que se tenha
4 — A entidade adjudicante pode excluir expressamente analisado e avaliado mais de uma proposta, seja obje-
do contrato os termos ou condições constantes da pro- tivamente demonstrável que a respetiva ordenação não
5250-(1978) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
seria alterada se os ajustamentos propostos tivessem sido d) Confirmados os compromissos referidos na alínea c)
refletidos em qualquer das propostas. do n.º 2 do artigo 77.º
2 — Os ajustamentos referidos no número anterior não
podem implicar, em caso algum: 2 — O prazo de 10 dias previsto na alínea a) do número
a) A violação dos parâmetros base fixados no caderno anterior não é aplicável quando:
de encargos nem a dos aspetos da execução do contrato a a) O contrato tenha sido celebrado ao abrigo de um
celebrar por aquele não submetidos à concorrência; procedimento de ajuste direto ou de consulta prévia ou,
b) A inclusão de soluções contidas em proposta apre- nos demais procedimentos, quando o anúncio não tenha
sentada por outro concorrente. sido publicado no Jornal Oficial da União Europeia;
b) (Revogada.)
Artigo 100.º c) Se trate da celebração de contrato ao abrigo de acordo-
Notificação da minuta do contrato -quadro cujos termos abranjam todos os seus aspetos ou
que tenha sido celebrado apenas com uma entidade.
1 — Depois de aprovada a minuta do contrato a celebrar, d) Só tenha sido apresentada uma proposta.
o órgão competente para a decisão de contratar notifica-a
ao adjudicatário, assinalando expressamente os ajustamen- 3 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
tos propostos nos termos do disposto no artigo anterior. o órgão competente para a decisão de contratar comunica
2 — (Revogado.) ao adjudicatário o seguinte:
Artigo 101.º a) No caso de assinatura presencial do contrato, a data,
a hora e o local em que ocorrerá a respetiva outorga, com
Aceitação da minuta do contrato a antecedência mínima de cinco dias;
A minuta do contrato a celebrar e os ajustamentos pro- b) No caso de assinatura por meios eletrónicos, o prazo
postos consideram-se aceites pelo adjudicatário quando para a outorga e remessa do contrato, não podendo em caso
haja aceitação expressa ou quando não haja reclamação algum esse prazo ser inferior a três dias.
nos cinco dias subsequentes à respetiva notificação, ou
nos dois dias subsequentes no caso dos procedimentos de Artigo 105.º
ajuste direto ou consulta prévia. Não outorga do contrato
2 — No caso das entidades adjudicantes referidas nas Governo ou ao membro do Governo Regional da tutela
alíneas d) e e) do n.º 1 do artigo 2.º, a representação na setorial só podem ser delegadas em membros do Governo
outorga do contrato cabe ao órgão designado no respetivo ou do Governo Regional, consoante o caso.
diploma orgânico ou nos respetivos estatutos, independen- 3 — A delegação da competência para autorização da
temente do órgão que tenha tomado a decisão de contratar. despesa inerente ao contrato a celebrar ou, quando o con-
3 — Nos casos em que o órgão competente nos termos trato a celebrar não implique o pagamento de um preço
do disposto nos números anteriores seja um órgão colegial, pela entidade adjudicante, a delegação da competência
a representação na outorga do contrato cabe ao presidente para a decisão de contratar, implica a delegação das de-
desse órgão. mais competências do órgão competente para a decisão de
4 — Relativamente às entidades adjudicantes referidas contratar atribuídas pelo presente Código, exceto daquelas
no n.º 2 do artigo 2.º ou no n.º 1 do artigo 7.º, a representa- que o delegante expressamente reservar para si.
ção na outorga do contrato cabe a quem, nos termos da lei
ou dos respetivos estatutos, tiver poderes para as obrigar. Artigo 110.º
5 — A competência prevista nos números anteriores
Delegação de competências nos órgãos dos institutos públicos
para a representação da entidade adjudicante na outorga
do contrato pode ser delegada nos termos gerais. Quando a entidade adjudicante seja um instituto pú-
blico e a competência para a autorização da despesa
inerente ao contrato a celebrar tenha sido exercida pelo
CAPÍTULO XII membro do Governo ou pelo membro do Governo
Relatórios Regional da tutela, consideram-se delegadas no res-
petivo órgão de direção todas as competências atribu-
Artigo 107.º ídas pelo presente Código ao órgão competente para a
decisão de contratar, sem prejuízo de o delegante po-
Informações sobre o procedimento der reservar para si qualquer daquelas competências.
1 — A entidade adjudicante deve conservar, pelo prazo
de quatro anos a contar da data da celebração do contrato, Artigo 111.º
todos os documentos relativos ao procedimento de for- Delegação das competências do Conselho de Ministros
mação que permitam justificar todas as decisões tomadas ou do Conselho do Governo Regional
e fornecer à Comissão Europeia as informações que esta
solicitar sobre o mesmo, nomeadamente: Quando o órgão competente para a decisão de contratar
seja o Conselho de Ministros ou o Conselho do Governo
a) A decisão de escolha do procedimento e respetivos Regional, consideram-se delegadas no Primeiro-Ministro
fundamentos; ou no Presidente do Governo Regional, consoante o caso,
b) A identificação dos candidatos e dos concorrentes; todas as competências atribuídas pelo presente Código.
c) O teor das candidaturas e das propostas apresentadas;
d) A decisão de qualificação e respetivos fundamentos;
e) A decisão de adjudicação e respetivos fundamentos; TÍTULO III
f) Os fundamentos da eventual exclusão de candidaturas
e de propostas; Tramitação procedimental
g) As eventuais causas de não adjudicação;
h) O objeto do contrato e o respetivo preço contratual. CAPÍTULO I
2 — O disposto no número anterior é igualmente apli- Consulta prévia e ajuste direto
cável a todas as notificações e comunicações.
3 — A entidade adjudicante deve enviar à Comissão SECÇÃO I
Europeia, a pedido desta, um relatório contendo as infor-
mações sobre o procedimento e as decisões nele tomadas. Disposições comuns
2 — Não podem ser convidadas a apresentar propos- h) O modo de prestação da caução ou os termos em que
tas, entidades às quais a entidade adjudicante já tenha não seja exigida essa prestação de acordo com o disposto
adjudicado, no ano económico em curso e nos dois anos no n.º 4 do artigo 88.º;
económicos anteriores, na sequência de consulta prévia ou i) O valor da caução, quando esta for exigida;
ajuste direto adotados nos termos do disposto nas alíneas c) j) O prazo para a apresentação, pelo adjudicatário, dos
e d) do artigo 19.º e alíneas c) e d) do n.º 1 do artigo 20.º, documentos de habilitação, que pode ser até cinco dias,
consoante o caso, propostas para a celebração de contratos bem como o prazo a conceder pela entidade adjudicante
cujo preço contratual acumulado seja igual ou superior aos para a supressão de irregularidades detetadas nos docu-
limites referidos naquelas alíneas. mentos apresentados que possam levar à caducidade da
3 — Para os efeitos do disposto no número anterior, adjudicação nos termos do disposto no artigo 86.º;
quando a entidade adjudicante seja o Estado ou uma re-
gião autónoma, apenas são tidos em conta os contratos
2 — Tratando-se de procedimento de consulta prévia,
celebrados no âmbito do mesmo gabinete governamental,
o convite deve também indicar:
serviço central ou serviço periférico de cada ministério ou
secretaria regional, respetivamente. a) Se as propostas apresentadas serão objeto de nego-
4 — Para os efeitos do disposto no n.º 2, quando a en- ciação e, em caso afirmativo:
tidade adjudicante seja um município, são tidos em conta,
autonomamente, os contratos celebrados no âmbito de cada i) Quais os aspetos da execução do contrato a celebrar
serviço municipalizado. que a entidade adjudicante não está disposta a negociar;
5 — Não podem igualmente ser convidadas a apresentar ii) Se a negociação decorrerá, parcial ou totalmente, por
propostas entidades que tenham executado obras, fornecido via eletrónica e os respetivos termos;
bens móveis ou prestado serviços à entidade adjudicante,
a título gratuito, no ano económico em curso ou nos dois b) O critério de adjudicação e os eventuais fatores e
anos económicos anteriores, exceto se o tiverem feito ao subfatores que o densificam, não sendo, porém, necessário
abrigo do Estatuto do Mecenato. um modelo de avaliação das propostas.
SECÇÃO II 3 — (Revogado.)
4 — O convite e a proposta devem ser enviados através
Regime geral de meios eletrónicos, não sendo obrigatória a utilização
de plataforma eletrónica.
Artigo 114.º 5 — Quando o ajuste direto seja adotado ao abrigo do
Número de entidades convidadas disposto na alínea g) do n.º 1 do artigo 27.º:
1 — No procedimento de consulta prévia, a entidade a) O critério de adjudicação pode ter em conta a orde-
adjudicante deve convidar a apresentar proposta, pelo me- nação das propostas efetuada no âmbito do concurso de
nos, três entidades. conceção;
2 — No caso de o ajuste direto ser adotado ao abrigo b) O caderno de encargos deve ser substancialmente
do disposto na alínea g) do n.º 1 do artigo 27.º, a entidade idêntico ao que acompanhou os termos de referência do
adjudicante deve convidar a apresentar propostas para a concurso de conceção.
concretização ou o desenvolvimento dos trabalhos de con-
ceção todos os selecionados no concurso de conceção. Artigo 116.º
Artigo 115.º Esclarecimentos e retificação das peças do procedimento
gação de competência, a qualidade em que aquele decidiu, 2 — As peças procedimentais que não possam, total
com menção das decisões de delegação ou subdelegação ou parcialmente, ser disponibilizadas sem restrições de
e do local da respetiva publicação; acesso, designadamente por motivos de segurança, são
d) O fundamento da escolha do concurso público, disponibilizadas por outros meios adequados, que devem
quando seja feita ao abrigo do disposto no artigo 28.º; ser indicados aos interessados.
e) O órgão competente para prestar esclarecimentos; 3 — (Revogado.)
f) Os documentos de habilitação, diretamente relacio- 4 — (Revogado.)
nados com o objeto do contrato a celebrar, a apresentar 5 — (Revogado.)
nos termos do artigo 81.º; 6 — Quando, por qualquer motivo, as peças do proce-
g) O prazo para a apresentação dos documentos de ha- dimento não tiverem sido disponibilizadas, nos termos do
bilitação pelo adjudicatário, bem como o prazo a conceder disposto no n.º 1, desde o dia da publicação do anúncio, o
pela entidade adjudicante para a supressão de irregularida- prazo fixado para a apresentação das propostas deve ser
des detetadas nos documentos apresentados que possam prorrogado, oficiosamente ou a pedido dos interessados, no
levar à caducidade da adjudicação nos termos do disposto mínimo pelo período equivalente ao do atraso verificado.
no artigo 86.º; 7 — A decisão de prorrogação prevista no número ante-
h) Os documentos referidos nos n.os 1 e 2 do artigo 57.º rior cabe ao órgão competente para a decisão de contratar e
e no n.º 4 do artigo 60.º; deve ser junta às peças do procedimento e notificada a to-
i) Os documentos que constituem a proposta que podem dos os interessados que as tenham adquirido, publicando-se
ser redigidos em língua estrangeira, nos termos do disposto imediatamente aviso daquela decisão, nos mesmos termos
no n.º 2 do artigo 58.º; em que foi publicitado o anúncio do procedimento.
j) Se é ou não admissível a apresentação de propostas
variantes e, em caso afirmativo, o número máximo de Artigo 134.º
propostas variantes admitidas; (Revogado.)
l) O prazo para a apresentação das propostas;
m) O prazo da obrigação de manutenção das propostas,
quando superior ao previsto no artigo 65.º; SECÇÃO II
n) O modelo de avaliação das propostas, nos termos Apresentação das propostas
do artigo 139.º;
o) O modo de prestação da caução ou os termos em que Artigo 135.º
não seja exigida essa prestação de acordo com o disposto
no n.º 4 do artigo 88.º; Prazo mínimo para a apresentação das propostas em concursos
públicos sem publicidade internacional
p) O valor da caução, quando esta for exigida;
q) A possibilidade de adoção de um ajuste direto, nos 1 — Quando o anúncio do concurso público não seja pu-
termos do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 25.º ou blicado no Jornal Oficial da União Europeia, não pode ser
na alínea a) do n.º 1 do artigo 27.º, ou da consulta prévia, fixado um prazo para a apresentação das propostas inferior
nos termos do artigo 27.º-A; a seis dias ou, no caso de se tratar de um procedimento de
r) A indicação de que se trata de um contrato reservado, formação de um contrato de empreitada de obras públicas,
nos termos dos artigos 54.º-A ou 250.º-D, se for o caso. a 14 dias, a contar da data do envio, para publicação, do
anúncio previsto no n.º 1 do artigo 130.º
2 — O programa de concurso pode indicar as situações 2 — Em caso de manifesta simplicidade dos trabalhos
em que o preço de uma proposta é considerado anormal- necessários à realização da obra, o prazo mínimo de 14 dias
mente baixo. referido no número anterior pode ser reduzido até um prazo
3 — (Revogado.) mínimo de seis dias.
4 — O programa do concurso pode ainda conter quais-
quer regras específicas sobre o procedimento de concurso Artigo 136.º
público consideradas convenientes pela entidade adjudi- Prazos mínimos para a apresentação das propostas em concursos
cante, desde que não tenham por efeito impedir, restringir públicos com publicidade internacional
ou falsear a concorrência.
5 — Para a formação de contratos que digam direta e 1 — Quando o anúncio do concurso público seja pu-
principalmente respeito a uma ou a várias das atividades blicado no Jornal Oficial da União Europeia, não pode
exercidas nos setores da água, da energia, dos transportes e ser fixado um prazo para a apresentação das propostas
dos serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas inferior a 30 dias a contar da data do envio desse anúncio
no n.º 1 do artigo 7.º, o programa do concurso pode conter ao Serviço das Publicações Oficiais da União Europeia.
regras destinadas a proteger o caráter confidencial das 2 — Quando tenha sido publicado o anúncio de pré-
informações contidas nas peças do procedimento. -informação previsto no artigo 34.º, ou anúncio periódico
indicativo, previsto no artigo 35.º, o prazo mínimo referido
6 — (Revogado.)
no número anterior é de 15 dias desde que:
Artigo 133.º a) O anúncio de pré-informação tenha sido enviado para
Disponibilização eletrónica das peças do concurso
publicação com uma antecedência mínima de 35 dias e
máxima de 12 meses em relação à data do envio do anúncio
1 — As entidades adjudicantes disponibilizam na respe- previsto no número anterior; e
tiva plataforma eletrónica de contratação pública de forma b) O anúncio de pré-informação tenha incluído todas
livre, completa e gratuita as peças do procedimento, a partir as informações, disponíveis à data da sua publicação,
da data da publicação do respetivo anúncio. exigidas nos termos da parte B do anexo V da Diretiva
5250-(1984) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
n.º 2014/24/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, 4 — Na elaboração do modelo de avaliação das propos-
de 26 de fevereiro de 2014. tas não podem ser utilizados quaisquer dados que depen-
dam, direta ou indiretamente, dos atributos das propostas
3 — O prazo mínimo previsto no n.º 1 pode ser reduzido a apresentar, com exceção dos da proposta a avaliar.
para 15 dias nos casos em que uma situação de urgência 5 — As pontuações parciais de cada proposta são
devidamente fundamentada pela entidade adjudicante in- atribuídas pelo júri através da aplicação da expressão
viabilize o cumprimento do prazo mínimo de 30 dias. matemática referida no n.º 3 ou, quando esta não existir,
4 — (Revogado.) através de um juízo de comparação do respetivo atributo
com o conjunto ordenado referido no mesmo número.
Artigo 137.º
Retirada da proposta SECÇÃO IV
1 — Até ao termo do prazo fixado para a apresentação Leilão eletrónico
das propostas, os interessados que já as tenham apresen-
tado podem retirá-las, bastando comunicarem tal facto à Artigo 140.º
entidade adjudicante. Âmbito
2 — O exercício da faculdade prevista no número an-
terior não prejudica o direito de apresentação de nova 1 — No caso de contratos de locação ou de aquisição de
proposta dentro daquele prazo. bens móveis ou de contratos de aquisição de serviços, a en-
tidade adjudicante pode recorrer a um leilão eletrónico que
Artigo 138.º consiste num processo interativo baseado num dispositivo
eletrónico destinado a permitir aos concorrentes melhorar
Lista dos concorrentes e consulta das propostas apresentadas progressivamente os atributos das respetivas propostas,
1 — O júri, no dia imediato ao termo do prazo fixado depois de avaliadas, obtendo-se a sua nova pontuação
para a apresentação das propostas, procede à publicitação global através de um tratamento automático.
da lista dos concorrentes na plataforma eletrónica utilizada 2 — Só podem ser objeto de um leilão eletrónico os
pela entidade adjudicante. atributos das propostas, desde que:
2 — Mediante a atribuição de um login e de uma pas- a) O caderno de encargos fixe os parâmetros base dos
sword aos concorrentes incluídos na lista é facultada a respetivos aspetos da execução do contrato a celebrar sub-
consulta, diretamente na plataforma eletrónica referida no metidos à concorrência; e
número anterior, de todas as propostas apresentadas. b) Tais atributos sejam definidos apenas quantitativa-
3 — O interessado que não tenha sido incluído na lista mente.
dos concorrentes pode reclamar desse facto, no prazo de
três dias contados da publicitação da lista, devendo para o 3 — A entidade adjudicante não pode utilizar o leilão
efeito apresentar comprovativo da tempestiva apresentação eletrónico de forma abusiva ou de modo a impedir, res-
da sua proposta. tringir ou falsear a concorrência.
4 — Caso a reclamação prevista no número anterior seja
deferida mas não se encontre a proposta do reclamante, o Artigo 141.º
júri fixa-lhe um novo prazo para a apresentar, sendo aplicá-
vel, com as necessárias adaptações, o disposto nos n.os 1 e 2. Indicações relativas ao leilão eletrónico
Quando a entidade adjudicante decidir utilizar um leilão
SECÇÃO III eletrónico, o programa do concurso deve indicar, para além
dos elementos referidos no artigo 132.º:
Avaliação das propostas
a) Os atributos das propostas objeto do leilão eletrónico;
Artigo 139.º b) As condições em que os concorrentes podem propor
novos valores relativos aos atributos das propostas objeto
Modelo de avaliação das propostas do leilão eletrónico, nomeadamente as diferenças mínimas
1 — Caso a determinação da proposta economicamente exigidas entre licitações;
mais vantajosa se faça pela relação qualidade-preço, ou a c) Outras regras de funcionamento do leilão eletrónico;
avaliação do preço ou custo se decomponha em mais do d) As informações relativas ao dispositivo eletrónico
que um fator de avaliação, o modelo de avaliação das pro- a utilizar e às modalidades e especificações técnicas de
postas tem de observar o disposto nos números seguintes. ligação dos concorrentes ao mesmo.
2 — A pontuação global de cada proposta, expressa
numericamente, corresponde ao resultado da soma das Artigo 142.º
pontuações parciais obtidas em cada fator ou subfator Convite
elementar, multiplicadas pelos valores dos respetivos co-
eficientes de ponderação. 1 — Todos os concorrentes são simultaneamente con-
3 — Para cada fator ou subfator elementar deve ser de- vidados pela entidade adjudicante, por via eletrónica, a
finida uma escala de pontuação através de uma expressão participar no leilão eletrónico.
matemática ou em função de um conjunto ordenado de 2 — O convite previsto no número anterior deve indicar:
diferentes atributos suscetíveis de serem propostos para a) A pontuação global e a ordenação da proposta do
o aspeto da execução do contrato submetido à concor- concorrente convidado;
rência pelo caderno de encargos respeitante a esse fator b) A data e a hora de início do leilão;
ou subfator. c) O modo de encerramento do leilão.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1985)
regulam o concurso público, em tudo o que não esteja 2 — Ao concurso limitado por prévia qualificação não
especialmente previsto nos artigos seguintes ou que com é aplicável o disposto nos artigos 149.º a 161.º
eles seja incompatível.
2 — Ao procedimento de concurso público urgente não Artigo 163.º
é aplicável, nomeadamente, o disposto nos artigos 50.º,
Fases do procedimento
64.º, 67.º a 69.º, 72.º, 88.º a 91.º, 138.º e 146.º a 154.º
O procedimento de concurso limitado por prévia qua-
Artigo 157.º lificação integra as seguintes fases:
Anúncio a) Apresentação das candidaturas e qualificação dos
1 — O concurso público urgente é publicitado no Diário candidatos;
da República através de anúncio conforme modelo apro- b) Apresentação e análise das propostas e adjudicação.
vado por portaria dos membros do Governo responsáveis
pela edição do Diário da República, pelas finanças e pelas Artigo 164.º
obras públicas, aplicando-se o disposto no artigo 133.º Programa do concurso
quanto à disponibilização do programa do concurso e ca-
derno de encargos. 1 — O programa do concurso limitado por prévia qua-
2 — (Revogado.) lificação deve indicar:
a) A identificação do concurso;
Artigo 158.º b) A entidade adjudicante;
Prazo mínimo para a apresentação das propostas c) O órgão que tomou a decisão de contratar e, no caso
de esta ter sido tomada no uso de delegação ou subdele-
O prazo mínimo para a apresentação das propostas é de gação de competência, a qualidade em que aquele decidiu,
24 horas, no caso de aquisição ou locação de bens móveis com menção das decisões de delegação ou subdelegação
ou de aquisição de serviços, e de 72 horas, no caso de e do local da respetiva publicação;
empreitada de obras públicas, desde que o prazo decorra d) O fundamento da escolha do concurso limitado,
integralmente em dias úteis. quando seja feita ao abrigo do disposto no artigo 28.º;
e) O órgão competente para prestar esclarecimentos;
Artigo 159.º f) Os documentos de habilitação, diretamente relaciona-
Prazo da obrigação de manutenção das propostas dos com o objeto do contrato a celebrar, a apresentar nos
termos do disposto no n.º 2 do artigo 81.º;
O prazo da obrigação de manutenção das propostas é de g) O prazo para a apresentação dos documentos de ha-
10 dias, não havendo lugar a qualquer prorrogação. bilitação pelo adjudicatário, bem como o prazo a conceder
pela entidade adjudicante para a supressão de irregularida-
Artigo 160.º des detetadas nos documentos apresentados que possam
Adjudicação levar à caducidade da adjudicação nos termos do disposto
no artigo 86.º;
1 — Da decisão de adjudicação devem constar os mo- h) Os requisitos mínimos de capacidade técnica que os
tivos da exclusão de propostas enumerados nos n.os 2 e 3 candidatos devem preencher;
do artigo 146.º i) (Revogada.)
2 — (Revogado.) j) Os documentos destinados à qualificação dos can-
didatos;
Artigo 161.º l) Os documentos que constituem a candidatura que
Prazo para a apresentação dos documentos de habilitação podem ser redigidos em língua estrangeira, nos termos do
disposto no n.º 3 do artigo 169.º;
Sem prejuízo de o programa do procedimento poder
m) No caso de a qualificação assentar no sistema de
fixar um prazo inferior, o adjudicatário deve apresentar os
seleção:
documentos de habilitação exigidos no prazo de dois dias
a contar da data da notificação da adjudicação. i) O modelo de avaliação dos candidatos, explicitando
claramente os fatores e eventuais subfatores que densifi-
cam o critério de qualificação, os valores dos respetivos
CAPÍTULO III coeficientes de ponderação e, relativamente a cada um
Concurso limitado por prévia qualificação dos fatores ou subfatores elementares, a respetiva escala
de pontuação, bem como a expressão matemática ou o
conjunto ordenado de diferentes níveis de capacidade
SECÇÃO I suscetíveis de serem apresentados pelos candidatos que
Disposições gerais permita a atribuição das pontuações parciais;
ii) O número de candidatos a qualificar, não inferior
Artigo 162.º a cinco;
Regime
n) O prazo para a apresentação das candidaturas;
1 — O concurso limitado por prévia qualificação rege- o) O prazo para a decisão de qualificação, quando su-
-se, com as necessárias adaptações, pelas disposições que perior ao previsto no artigo 187.º;
regulam o concurso público, em tudo o que não esteja p) Se há lugar a um leilão eletrónico e, em caso afirma-
especialmente previsto nos artigos seguintes. tivo, estabelecer as indicações previstas no artigo 141.º;
5250-(1988) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
q) A modalidade do critério de adjudicação, bem como, c) Ao modelo e à capacidade organizacionais dos can-
quando seja adotado o previsto na alínea a) do n.º 1 do ar- didatos, designadamente no que respeita à direção e inte-
tigo 74.º, o modelo de avaliação das propostas, explicitando gração de valências especializadas, aos sistemas de infor-
claramente os fatores e eventuais subfatores relativos aos mação de suporte e aos sistemas de controlo de qualidade;
aspetos da execução do contrato a celebrar submetidos à d) À capacidade dos candidatos adotarem medidas de
concorrência pelo caderno de encargos, os valores dos res- gestão ambiental no âmbito da execução do contrato a
petivos coeficientes de ponderação e, relativamente a cada celebrar;
um dos fatores ou subfatores elementares, a respetiva escala e) (Revogada.)
de pontuação, bem como a expressão matemática ou o con-
junto ordenado de diferentes atributos suscetíveis de serem 2 — (Revogado.)
propostos que permita a atribuição das pontuações parciais; 3 — Os requisitos mínimos de capacidade financeira a
r) A possibilidade de adoção de um ajuste direto nos que se refere o n.º 4 do artigo anterior não podem exceder
termos do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 25.º ou o dobro do valor do contrato, salvo em casos devidamente
na alínea a) do n.º 1 do artigo 27.º, quando for o caso; justificados, designadamente quando se prenda com os
s) O prazo para apresentação dos documentos compro- riscos especiais associados à natureza do contrato, e de-
vativos do cumprimento dos requisitos mínimos de capa- vem reportar-se à aptidão estimada dos candidatos para
cidade técnica e financeira após a decisão de qualificação; mobilizar os meios financeiros previsivelmente necessários
t) A indicação do prazo limite para identificação de erros para o integral cumprimento das obrigações resultantes do
e omissões e para resposta quanto aos mesmos, se superior contrato a celebrar.
ao previsto no artigo 50.º; 4 — Quando, no caso de empreitadas ou de concessões
u) A indicação de que se trata de um contrato reservado, de obras públicas, os requisitos mínimos de capacidade
nos termos dos artigos 54.º-A ou 250.º-D, se for o caso. técnica e de capacidade financeira exigidos no programa
do concurso se basearem em elementos de facto já tidos em
2 — Quando, nos termos do disposto na alínea j) do nú- consideração para efeitos da concessão do alvará ou título
mero anterior, o programa do concurso exigir a apresenta- de registo contendo as habilitações adequadas e necessárias
ção de certificados emitidos por organismos independentes, à execução da obra a realizar, tais requisitos devem ser mais
nacionais ou estabelecidos noutros Estados membros da exigentes que os legalmente previstos para aquela concessão.
União Europeia, que atestem que o interessado respeita 5 — (Revogado.)
determinadas normas de garantia de qualidade ou normas
de gestão ambiental, deve referir-se, respetivamente, aos Artigo 166.º
sistemas de garantia de qualidade ou aos sistemas de gestão Esclarecimentos e retificação das peças do concurso
ambiental baseados no Sistema Comunitário de Ecogestão
e Auditoria (EMAS) ou no conjunto de normas europeias, 1 — Os esclarecimentos necessários à boa compreensão
e certificados por organismos conformes com as séries de e interpretação das peças do concurso podem ser solicitados
e devem ser prestados nas fases referidas no artigo 163.º,
normas europeias respeitantes à certificação.
sendo aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto
3 — Para os efeitos do disposto no número anterior,
no artigo 50.º
a entidade adjudicante deve reconhecer também outras
2 — O disposto no número anterior é aplicável à retifi-
provas de medidas de garantia de qualidade ou de medidas cação de erros ou omissões das peças do concurso.
de gestão ambiental equivalentes apresentadas por interes-
sados que não tenham acesso aos referidos certificados ou
que demonstrem que os não possam obter dentro do prazo SECÇÃO II
de apresentação das candidaturas. Fase da apresentação das candidaturas
4 — O programa do concurso pode indicar requisi- e da qualificação dos candidatos
tos mínimos de capacidade financeira que os candidatos
devem preencher, sujeitos ao limite previsto no n.º 3 do Artigo 167.º
artigo seguinte.
5 — Quando o anúncio do concurso limitado por prévia Anúncio
qualificação não for publicado no Jornal Oficial da União 1 — O concurso limitado por prévia qualificação é
Europeia, o programa do concurso pode estabelecer que a publicitado no Diário da República através de anúncio
qualificação dos candidatos é efetuada apenas em função conforme modelo aprovado por portaria dos membros do
da capacidade técnica ou apenas em função da capacidade Governo responsáveis pela edição do Diário da República
financeira. e pelas áreas das finanças e das obras públicas.
2 — Ao concurso limitado por prévia qualificação é
Artigo 165.º aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto no
Requisitos mínimos artigo 131.º.
3 — Não há lugar à publicação do anúncio previsto
1 — Os requisitos mínimos de capacidade técnica a que no número anterior nem do anúncio previsto no n.º 3 do
se refere a alínea h) do n.º 1 do artigo anterior devem ser artigo 131.º quando tenha sido publicado o anúncio pe-
adequados à natureza das prestações objeto do contrato a riódico indicativo previsto no artigo 35.º e este indique,
celebrar, descrevendo situações, qualidades, características expressamente:
ou outros elementos de facto relativos, designadamente:
a) As prestações objeto do contrato a celebrar;
a) À experiência curricular dos candidatos; b) O concurso limitado por prévia qualificação como
b) Aos recursos humanos, tecnológicos, de equipamento o procedimento a adotar para a formação do contrato a
ou outros utilizados, a qualquer título, pelos candidatos; celebrar; e
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1989)
c) Um prazo, que não pode ser superior a 11 meses a verem redigidos em língua estrangeira, deve o interessado
contar da data da publicação do anúncio periódico indica- fazê-los acompanhar de tradução devidamente legalizada.
tivo, para os interessados manifestarem à entidade adjudi- 3 — Em função da especificidade técnica dos documen-
cante o seu interesse em participar no concurso. tos destinados à qualificação dos candidatos, o programa
do procedimento pode admitir que alguns dos documentos
4 — A manifestação de interesse referida na alínea c) referidos na alínea j) do n.º 1 do artigo 164.º sejam redigi-
do número anterior deve ser formulada por qualquer meio dos em língua estrangeira, indicando os idiomas admitidos.
escrito, contendo o nome ou a denominação social do
interessado, bem como o seu número de identificação Artigo 170.º
fiscal, o seu domicílio ou sede e, se o tiver, o endereço de Modo de apresentação das candidaturas
correio eletrónico.
5 — No prazo máximo de um mês após o termo do prazo 1 — Os documentos que constituem a candidatura de-
referido na alínea c) do n.º 3, o órgão competente para a vem ser apresentados diretamente na plataforma eletrónica
decisão de contratar envia aos interessados, em simultâneo, utilizada pela entidade adjudicante, através de meio de
um convite à apresentação de candidaturas, o qual deve ser transmissão escrita e eletrónica de dados.
acompanhado de um exemplar do programa do concurso. 2 — A receção das candidaturas deve ser registada com
6 — O convite referido no número anterior deve indicar: referência às respetivas data e hora, sendo entregue aos can-
didatos um recibo eletrónico comprovativo dessa receção.
a) O anúncio periódico indicativo do concurso no qual 3 — Os termos a que deve obedecer a apresentação e
os interessados manifestaram o seu interesse em participar; a receção das candidaturas nos termos do disposto nos
b) A identificação, tão completa quanto possível, das números anteriores são definidos por diploma próprio.
prestações que constituem o objeto do contrato a celebrar; 4 — Quando algum documento destinado à qualificação
c) O sítio da Internet onde o caderno de encargos se se encontre disponível na Internet, o candidato pode, em
encontra disponível para aquisição e o respetivo preço; substituição da apresentação da sua reprodução, indicar à
d) O prazo de vigência do contrato. entidade adjudicante o endereço do sítio onde aquele pode
ser consultado, bem como a informação necessária a essa
Artigo 168.º consulta, desde que os referidos sítio e documento dele
Documentos da candidatura constante estejam redigidos em língua portuguesa.
5 — O órgão competente para a decisão de contratar
1 — A candidatura é constituída pelos documentos
pode sempre exigir ao candidato a apresentação dos origi-
destinados à qualificação dos candidatos e pela declara-
nais de quaisquer documentos cuja reprodução tenha sido
ção conforme o modelo constante no anexo V ao presente
apresentada nos termos do disposto no n.º 1, em caso de
Código, do qual faz parte integrante, a qual é substituída
dúvida fundada sobre o conteúdo ou a autenticidade destes.
pelo Documento Europeu Único de Contratação Pública
6 — Quando, pela sua natureza, qualquer documento
nos procedimentos com publicação de anúncio no Jornal
que constitui a candidatura não possa ser apresentado nos
Oficial da União Europeia.
termos do disposto no n.º 1, deve ser encerrado em invó-
2 — A declaração do anexo V ao presente Código ou o
lucro opaco e fechado:
Documento Europeu Único de Contratação Pública referi-
dos no número anterior devem ser assinados pelo candidato a) No rosto do qual se deve indicar a designação do
ou por representante que tenha poderes para o obrigar. procedimento e da entidade adjudicante;
3 — Quando a candidatura seja apresentada por um b) Que deve ser entregue diretamente ou enviado por
agrupamento candidato, a declaração do anexo V ao pre- correio registado à entidade adjudicante, devendo, em
sente Código ou o Documento Europeu Único de Con- qualquer caso, a respetiva receção ocorrer dentro do prazo
tratação Pública referidos no n.º 1 devem ser assinados fixado para a apresentação das candidaturas;
pelo representante comum dos membros que o integram, c) Cuja receção deve ser registada por referência à res-
caso em que devem ser juntos ao respetivo documento os petiva data e hora.
instrumentos de mandato emitidos por cada um dos seus
membros ou, não existindo representante comum, deve Artigo 171.º
ser assinada por todos os seus membros ou respetivos
Apresentação das candidaturas por agrupamentos
representantes.
4 — Quando, para efeitos do preenchimento dos requi- Quando o candidato for um agrupamento de pessoas
sitos mínimos de capacidade técnica, o candidato recorra singulares ou coletivas, os documentos destinados à qua-
a terceiros, independentemente do vínculo que com eles lificação podem ser apresentados por apenas um ou alguns
estabeleça, nomeadamente o de subcontratação, a respetiva dos seus membros, salvo se o programa do concurso dis-
candidatura é ainda constituída por uma declaração através puser diferentemente.
da qual estes se comprometam, incondicionalmente, a rea-
lizar determinadas prestações objeto do contrato a celebrar. Artigo 172.º
Fixação do prazo para a apresentação das candidaturas
Artigo 169.º
1 — O prazo para a apresentação das candidaturas é
Idioma dos documentos da candidatura
fixado livremente, com respeito pelos limites mínimos
1 — Os documentos destinados à qualificação dos candi- estabelecidos nos artigos seguintes.
datos são obrigatoriamente redigidos em língua portuguesa. 2 — Na fixação do prazo para a apresentação das can-
2 — Quando, pela sua própria natureza ou origem, os didaturas, deve ser tido em conta o tempo necessário à
documentos destinados à qualificação dos candidatos esti- respetiva elaboração, em função da natureza, das carac-
5250-(1990) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
terísticas, do volume e da complexidade dos documentos do concurso e notificadas a todos os interessados que as
que as constituem. tenham adquirido, publicando-se imediatamente aviso
daquelas decisões, nos termos do disposto nos n.os 1 a 3
Artigo 173.º do artigo 131.º e no n.º 1 do artigo 167.º
Prazo mínimo para a apresentação das candidaturas
em concursos limitados por prévia Artigo 176.º
qualificação sem publicidade internacional Retirada da candidatura
Quando o anúncio do concurso limitado por prévia 1 — Até ao termo do prazo fixado para a apresenta-
qualificação não seja publicado no Jornal Oficial da União ção das candidaturas, os interessados que já as tenham
Europeia, não pode ser fixado um prazo para a apresenta- apresentado podem retirá-las através de comunicação à
ção das candidaturas inferior a seis dias a contar da data entidade adjudicante.
do envio, para publicação, do anúncio previsto no n.º 1 2 — O exercício da faculdade prevista no número an-
do artigo 167.º terior não prejudica o direito de apresentação de nova
candidatura dentro daquele prazo.
Artigo 174.º
Prazos mínimos para a apresentação das candidaturas Artigo 177.º
em concursos limitados por prévia Lista dos candidatos e consulta das candidaturas apresentadas
qualificação com publicidade internacional
1 — O júri, no dia imediato ao termo do prazo fixado
1 — Quando o anúncio do concurso limitado por prévia para a apresentação das candidaturas, procede à publi-
qualificação seja publicado no Jornal Oficial da União citação da lista dos candidatos na plataforma eletrónica
Europeia, não pode ser fixado um prazo para a apresen- utilizada pela entidade adjudicante.
tação das candidaturas inferior a 30 dias a contar da data 2 — Mediante a atribuição de um login e de uma pas-
do envio desse anúncio ao Serviço das Publicações da sword, aos candidatos incluídos na lista é facultada a con-
União Europeia. sulta, diretamente na plataforma eletrónica referida no
2 — O prazo mínimo previsto no número anterior pode número anterior, de todas as candidaturas apresentadas.
ser reduzido para 15 dias nos casos em que uma situação 3 — O interessado que não tenha sido incluído na lista
de urgência devidamente fundamentada pela entidade dos candidatos pode reclamar desse facto, no prazo de
adjudicante inviabilize o cumprimento do prazo mínimo três dias contados da publicitação da lista, devendo para o
de 30 dias. efeito apresentar comprovativo da tempestiva apresentação
3 — Quando o contrato a celebrar diga direta e princi- da sua candidatura.
palmente respeito a uma ou a várias das atividades exerci- 4 — Caso a reclamação prevista no número anterior seja
das nos setores da água, da energia, dos transportes e dos deferida mas não se encontre a candidatura do reclamante,
serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas no o júri fixa-lhe um novo prazo para a apresentar, sendo
n.º 1 do artigo 7.º, o prazo mínimo para a apresentação das aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto nos
candidaturas é, em regra, de 30 dias a contar da data do n.os 1 e 2.
envio do anúncio para publicação, não podendo em caso
Artigo 178.º
algum ser inferior a 15 dias desde aquele envio.
Análise das candidaturas
Artigo 175.º 1 — O júri do concurso analisa as candidaturas para
Prorrogação do prazo fixado efeitos da qualificação dos respetivos candidatos.
para a apresentação das candidaturas 2 — O preenchimento dos requisitos mínimos de ca-
1 — Quando as retificações ou os esclarecimentos pre- pacidade técnica e de capacidade financeira referidos no
vistos no artigo 166.º, respeitantes à fase da apresentação artigo 165.º é comprovado pela avaliação dos elementos
das candidaturas e qualificação dos candidatos, sejam co- constantes dos documentos destinados à qualificação dos
municados para além do prazo estabelecido para o efeito, candidatos.
o prazo fixado para a apresentação das candidaturas deve Artigo 179.º
ser prorrogado, no mínimo por período equivalente ao do Modelo simples de qualificação
atraso verificado.
2 — Quando as retificações referidas no artigo 166.º 1 — No caso de a qualificação não assentar no sistema
implicarem alterações de aspetos fundamentais das peças de seleção, previsto no artigo 181.º, são qualificados todos
do concurso, independentemente do momento da sua co- os candidatos que preencham os requisitos mínimos de
municação, o prazo fixado para a apresentação das can- capacidade técnica e de capacidade financeira.
didaturas deve ser prorrogado, no mínimo por período 2 — Quando, para efeitos do preenchimento dos requi-
equivalente ao tempo decorrido desde o início daquele sitos mínimos de capacidade técnica, o candidato recorra a
prazo até à comunicação das retificações. terceiras entidades, a capacidade destas apenas aproveita
3 — A pedido fundamentado de qualquer interessado àquele na estrita medida das prestações objeto do contrato
que tenha adquirido as peças do concurso, o prazo fixado a celebrar que essas entidades se comprometam a realizar.
para a apresentação das candidaturas pode ser prorrogado 3 — Exclusivamente para os efeitos do disposto no n.º 1,
pelo período considerado adequado, o qual aproveita a considera-se que equivale ao preenchimento do requisito
mínimo de capacidade financeira:
todos os interessados.
4 — As decisões de prorrogação nos termos do dis- a) A apresentação de declaração bancária conforme
posto nos números anteriores cabem ao órgão competente modelo constante do anexo VI ao presente Código e do
para a decisão de contratar e devem ser juntas às peças qual faz parte integrante; ou
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1991)
b) No caso de o candidato ser um agrupamento, um dos 2 — Quando os requisitos mínimos de capacidade técnica
membros que o integram ser uma instituição de crédito digam respeito a elementos de facto relativos ao exercício
que apresente documento comprovativo de que possui de uma atividade regulamentada, os membros do agrupa-
sede ou sucursal em Estado membro da União Europeia, mento candidato a que se referem as alíneas do número an-
emitido pela entidade que exerça a supervisão bancária terior devem ser entidades que prossigam aquela atividade.
nesse Estado.
Artigo 183.º
Artigo 180.º Esclarecimentos sobre os documentos destinados
Revogação, invalidade, ineficácia ou extinção à qualificação dos candidatos
da declaração bancária 1 — O júri do procedimento pode pedir aos candidatos
1 — A revogação, a invalidade, a ineficácia ou a extin- quaisquer esclarecimentos sobre os documentos, da sua au-
ção, a qualquer título, da declaração que o candidato tenha toria, destinados à qualificação que considere necessários
apresentado nos termos do disposto na alínea a) do n.º 3 para efeitos da análise das candidaturas.
do artigo anterior determina a sua exclusão do concurso, 2 — Os esclarecimentos referidos no número anterior fa-
ou, no caso de a respetiva proposta já ter sido objeto de zem parte integrante das respetivas candidaturas, desde que
adjudicação, a caducidade desta última. não contrariem os elementos constantes dos documentos
2 — No caso de caducidade da adjudicação previsto que as constituem ou não visem suprir omissões que deter-
no número anterior, é aplicável o disposto no n.º 4 do minam a sua exclusão nos termos do disposto na alínea e)
artigo 86.º do n.º 2 do artigo seguinte.
3 — Quando se produza após a celebração do contrato,
a revogação, a invalidade, a ineficácia ou a extinção, a Artigo 184.º
qualquer título, da declaração bancária referida no n.º 1 é Relatório preliminar da fase de qualificação
inoponível à entidade adjudicante.
1 — Após a análise das candidaturas e a aplicação às
mesmas do critério de qualificação, o júri elabora funda-
Artigo 181.º
mentadamente um relatório preliminar, no qual deve propor
Modelo complexo de qualificação: Sistema de seleção a qualificação dos candidatos.
2 — No relatório preliminar a que se refere o número
1 — O sistema de seleção consiste na qualificação efe-
anterior, o júri deve também propor a exclusão das can-
tuada segundo o critério da maior capacidade técnica e didaturas:
financeira.
2 — O critério de qualificação da maior capacidade a) Que tenham sido apresentadas depois do termo fixado
técnica e financeira implica a utilização de um modelo de para a sua apresentação;
avaliação ao qual é aplicável, com as necessárias adapta- b) Que sejam apresentadas por candidatos em violação
ções, o disposto no artigo 139.º do disposto no n.º 2 do artigo 54.º;
3 — Os candidatos que preencham os requisitos míni- c) Que sejam apresentadas por candidatos relativamente
mos de capacidade técnica e de capacidade financeira são aos quais ou, no caso de agrupamentos candidatos, relativa-
ordenados de acordo com o critério de qualificação previsto mente a qualquer dos seus membros, a entidade adjudicante
no número anterior, sendo qualificados apenas os que sejam tenha conhecimento que se verifica alguma das situações
ordenados nos lugares correspondentes ao número fixado previstas no artigo 55.º;
nos termos do disposto na subalínea ii) da alínea m) do d) Que sejam apresentadas por candidatos que não
n.º 1 do artigo 164.º, salvo se os candidatos que preen- preencham os requisitos referidos no n.º 4 do artigo 164.º,
cham aqueles requisitos mínimos sejam menos de cinco. desde que o programa do concurso assim o preveja ex-
4 — No caso previsto na parte final do número anterior, pressamente;
são qualificados todos os candidatos que preencham os e) Que não sejam constituídas por todos os documentos
requisitos mínimos de capacidade técnica e de capacidade exigidos, salvo por aqueles que se refiram ao requisito de
financeira. capacidade financeira e tenha sido apresentado o Docu-
mento Europeu Único de Contratação Pública ou um dos
Artigo 182.º documentos previstos no n.º 3 do artigo 179.º;
f) Que não cumpram o disposto nos n.os 2 e 3 do ar-
Preenchimento dos requisitos mínimos tigo 168.º;
por agrupamentos candidatos g) Que sejam constituídas por documentos destinados
1 — Salvo se o programa do concurso dispuser diferen- à qualificação não redigidos em língua portuguesa ou, nos
temente e sem prejuízo do disposto no número seguinte, casos previstos no n.º 2 do artigo 169.º, não acompanhados
no caso de o candidato ser um agrupamento, considera-se de tradução devidamente legalizada;
que preenche os requisitos mínimos de capacidade técnica h) Que sejam constituídas por documentos destinados
e de capacidade financeira, desde que, relativamente a à qualificação que contenham qualquer referência indicia-
cada requisito: dora de algum dos atributos da proposta;
i) Que não observem as formalidades do modo de apre-
a) Algum dos membros que o integram o preencha in- sentação das candidaturas fixadas nos termos do disposto
dividualmente; ou no artigo 170.º;
b) Alguns dos membros que o integram o preencham j) Que sejam constituídas por documentos falsos ou
conjuntamente, quando tal seja possível em função da nas quais os candidatos prestem culposamente falsas de-
natureza do requisito exigido. clarações;
5250-(1992) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
l) Cuja análise revele que os respetivos candidatos não modelo constante no anexo V ao presente Código ou do
preenchem os requisitos mínimos de capacidade técnica Documento Europeu Único de Contratação Pública;
ou de capacidade financeira. b) Confirmar no prazo fixado para o efeito, se for o
caso, os compromissos assumidos por terceiras entidades
3 — No caso de a qualificação assentar no sistema de relativos aos requisitos referidos na alínea anterior.
seleção, previsto no artigo 181.º, o relatório preliminar da
fase de qualificação deve propor a ordenação dos candida- 3 — A decisão de qualificação caduca quanto ao can-
tos que preencham os requisitos mínimos de capacidade didato que, no prazo fixado no programa do concurso ou
técnica e de capacidade financeira exigidos. na notificação a que se refere o n.º 1:
4 — Do relatório preliminar da fase de qualificação deve
a) Não apresente qualquer um dos documentos com-
ainda constar referência aos esclarecimentos prestados
provativos do cumprimento dos requisitos mínimos de
pelos candidatos nos termos do disposto no artigo anterior.
capacidade técnica e financeira exigidos no programa do
concurso;
Artigo 185.º b) Não demonstre o cumprimento dos requisitos míni-
Audiência prévia mos de capacidade técnica e financeira exigidos no pro-
grama do concurso.
Elaborado o relatório preliminar referido no artigo ante-
rior, o júri envia-o a todos os candidatos, fixando-lhes um 4 — Sempre que se verifique um facto que determine a
prazo, não inferior a cinco dias, para que se pronunciem, caducidade da qualificação nos termos do número anterior,
por escrito, ao abrigo do direito de audiência prévia. o órgão competente para a decisão de contratar deve no-
tificar o candidato relativamente ao qual o facto ocorreu,
Artigo 186.º fixando-lhe um prazo, não superior a cinco dias, para que
Relatório final da fase de qualificação se pronuncie, por escrito, ao abrigo do direito de audiência
prévia, sendo aplicável, com as necessárias adaptações, o
1 — Cumprido o disposto no artigo anterior, o júri ela- disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 86.º
bora um relatório final fundamentado, no qual pondera as 5 — Os candidatos qualificados passam à fase seguinte
observações dos candidatos efetuadas ao abrigo do direito em condições de igualdade.
de audiência prévia, mantendo ou modificando o teor e as
conclusões do relatório preliminar, podendo ainda determi- Artigo 188.º
nar a exclusão de qualquer candidatura se verificar, nesta
fase, a ocorrência de qualquer dos motivos previstos no Notificação da decisão de qualificação
n.º 2 do artigo 184.º Cumprido o disposto no artigo anterior, o órgão com-
2 — No caso previsto na parte final do número anterior, petente para a decisão de contratar notifica todos os can-
bem como quando do relatório final resulte uma desqualifi- didatos da decisão tomada.
cação de candidatos relativamente ao disposto no relatório
preliminar, o júri procede a nova audiência prévia, nos ter-
mos previstos no artigo anterior, sendo subsequentemente SECÇÃO III
aplicável o disposto no número anterior. Fase da apresentação e análise das propostas
3 — O relatório final, juntamente com os demais e da adjudicação
documentos que compõem o processo de concurso, é en-
viado ao órgão competente para a decisão de contratar. Artigo 189.º
4 — Cabe ao órgão competente para a decisão de con-
Convite
tratar decidir sobre a aprovação de todas as propostas
contidas no relatório final, nomeadamente para efeitos de 1 — Com a notificação referida no artigo anterior, o
qualificação de candidatos. órgão competente para a decisão de contratar envia aos
candidatos qualificados, em simultâneo, um convite à
Artigo 187.º apresentação de propostas.
Dever de qualificação
2 — O convite à apresentação de propostas deve indicar:
i) O valor da caução, quando esta for exigida; n.º 2014/24/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
j) (Revogada.) de 26 de fevereiro.
k) A indicação do prazo limite para identificação de
erros e omissões e para resposta quanto aos mesmos, se 3 — Quando o contrato a celebrar diga direta e princi-
superior ao previsto no artigo 50.º palmente respeito a uma ou a várias das atividades exerci-
das nos setores da água, da energia, dos transportes e dos
3 — O convite pode indicar, ainda que por referência serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas no
ao preço base fixado no caderno de encargos, um valor a n.º 1 do artigo 7.º, o prazo mínimo para a apresentação das
partir do qual o preço total resultante de uma proposta é propostas previsto no n.º 1 é de 10 dias a contar da data
considerado anormalmente baixo. do envio do convite.
4 — O convite pode ainda conter quaisquer regras espe- 4 — Aos prazos mínimos para a apresentação das pro-
cíficas sobre a fase da apresentação e análise das propostas postas previstos nos n.os 1 a 3 não é aplicável a redução
e adjudicação consideradas convenientes pela entidade prevista no n.º 3 do artigo 136.º
adjudicante, desde que não tenham por efeito impedir, 5 — O prazo mínimo previsto no n.º 1 pode ser reduzido
restringir ou falsear a concorrência. para 10 dias nos casos em que uma situação de urgência
5 — Para a formação de contratos que digam direta e devidamente fundamentada pela entidade adjudicante in-
principalmente respeito a uma ou a várias das atividades viabilize o cumprimento do prazo mínimo de 25 dias.
exercidas nos setores da água, da energia, dos transportes e
dos serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas Artigo 192.º
no n.º 1 do artigo 7.º, o programa do concurso pode conter Acordo sobre a fixação do prazo
regras destinadas a proteger o caráter confidencial das para a apresentação das propostas
informações contidas nas peças do procedimento.
6 — As normas do convite prevalecem sobre quaisquer 1 — Quando o concurso limitado por prévia qualifica-
indicações constantes dos anúncios com elas desconfor- ção respeitar à formação de contratos que digam direta e
mes, mas as normas contidas no programa do concurso principalmente respeito a uma ou a várias das atividades
prevalecem sobre aquelas. exercidas nos setores da água, da energia, dos transportes e
dos serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas
Artigo 190.º no n.º 1 do artigo 7.º, estas entidades podem fixar, para os
efeitos do disposto na alínea f) do n.º 2 do artigo 189.º, um
Prazo mínimo para a apresentação das propostas prazo para a apresentação das propostas inferior ao prazo
em concursos limitados mínimo previsto no n.º 3 do artigo anterior.
por prévia qualificação sem publicidade internacional
2 — O prazo previsto no número anterior não pode, em
1 — Quando o anúncio do concurso limitado por prévia qualquer caso, ser inferior a 10 dias a contar da data do
qualificação não seja publicado no Jornal Oficial da União envio do convite.
Europeia, não pode ser fixado um prazo para a apresen- 3 — Se, no prazo de dois dias a contar da receção do
tação das propostas inferior a seis dias ou, no caso de se convite, nenhum dos candidatos qualificados manifestar
tratar de um procedimento de formação de um contrato de discordância sobre o prazo fixado para a apresentação das
empreitada de obras públicas, inferior a 14 dias, a contar propostas fixado nos termos do disposto nos números ante-
da data do envio do convite. riores, considera-se o mesmo aceite para todos os efeitos.
2 — Em caso de manifesta simplicidade dos trabalhos 4 — Se, no prazo referido no número anterior, algum
necessários à realização da obra, o prazo mínimo referido dos candidatos qualificados manifestar, por qualquer meio
na parte final do número anterior pode ser reduzido até um escrito, discordância sobre o prazo fixado nos termos do
prazo mínimo de seis dias. disposto nos n.os 1 e 2, a entidade adjudicante deve notificar
imediatamente todos os candidatos qualificados de que o
Artigo 191.º prazo fixado para a apresentação das propostas passa a ser
de 19 dias a contar da data do envio do convite.
Prazos mínimos para a apresentação das propostas
em concursos limitados 5 — No caso previsto no n.º 3, ao prazo fixado para a
por prévia qualificação com publicidade internacional apresentação das propostas não é aplicável o disposto no
artigo 64.º
1 — Quando o anúncio do concurso limitado por prévia
qualificação seja publicado no Jornal Oficial da União
Europeia, não pode ser fixado um prazo para a apresen- CAPÍTULO IV
tação das propostas inferior a 25 dias a contar da data do
envio do convite. Procedimento de negociação
2 — Quando tenha sido publicado o anúncio de pré-
-informação previsto no artigo 34.º e o mesmo contemple SECÇÃO I
as prestações objeto do contrato a celebrar, o prazo mínimo
Disposições gerais
referido no número anterior é de 10 dias, desde que:
a) O anúncio de pré-informação tenha sido enviado para Artigo 193.º
publicação com uma antecedência mínima de 52 dias e
Regime
máxima de 12 meses em relação à data do envio do anúncio
previsto no número anterior; e O procedimento de negociação rege-se, com as necessá-
b) O anúncio de pré-informação tenha incluído todas as rias adaptações, pelas disposições que regulam o concurso
informações, disponíveis à data da sua publicação, exigi- limitado por prévia qualificação, em tudo o que não esteja
das nos termos do anexo V, parte B, secção I da Diretiva especialmente previsto nos artigos seguintes.
5250-(1994) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
CAPÍTULO V SECÇÃO II
Diálogo concorrencial Fase da apresentação das candidaturas e da qualificação
dos candidatos
SECÇÃO I Artigo 208.º
Disposições gerais Anúncios
Artigo 214.º
SECÇÃO IV
Formalidades a observar
Fase da apresentação e análise das propostas
1 — O júri notifica os candidatos qualificados cujas e da adjudicação
soluções tenham sido admitidas, com uma antecedência
mínima de três dias, da data, da hora e do local da primeira Artigo 217.º
sessão de diálogo, agendando as restantes sessões nos Convite
termos que tiver por convenientes.
2 — Na fase de diálogo, o júri reúne sempre em sepa- 1 — Caso tenha sido identificada uma solução suscetível
rado com cada candidato qualificado, devendo garantir a de satisfazer as necessidades e as exigências da entidade
igualdade de tratamento de todos eles, designadamente adjudicante, o órgão competente para a decisão de contratar
não facultando, de forma discriminatória, informações que envia a todos os candidatos qualificados cujas soluções
possam dar vantagem a uns relativamente a outros. tenham sido admitidas, simultaneamente com a notificação
3 — As soluções apresentadas ou outras informações referida no artigo anterior, um convite à apresentação de
que, no todo ou em parte, tenham sido transmitidas com propostas.
caráter de confidencialidade pelos candidatos durante as 2 — Para além dos elementos previstos nos n.os 2 a 4 do
sessões da fase de diálogo, só com o consentimento ex- artigo 189.º, o convite à apresentação das propostas deve
presso e por escrito dos mesmos é que podem ser divul- ainda indicar o modelo de avaliação das mesmas.
gadas aos outros candidatos ou a terceiros. 3 — O convite à apresentação das propostas deve ser
4 — Às sessões da fase de diálogo é aplicável, com acompanhado do caderno de encargos ou da indicação
as necessárias adaptações, o disposto nos n.os 3 e 5 do do endereço do sítio da Internet onde este é disponibi-
artigo 120.º lizado.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(1997)
7 — Os interessados podem, para preenchimento dos 3 — Aos interessados selecionados nos termos do dis-
requisitos mínimos de capacidade técnica ou de capaci- posto nos números anteriores é enviado o programa do
dade financeira, recorrer a terceiras entidades, indepen- procedimento contendo as regras do concurso limitado
dentemente do vínculo que com elas estabeleçam, desde por prévia qualificação ou do procedimento de negociação
que apresentem declarações através das quais estas se aplicáveis a partir da fase da apresentação das propostas.
comprometam, incondicionalmente, a disponibilizar, até 4 — Nos concursos limitados por prévia qualificação e
ao termo da duração do sistema de qualificação, os meios nos procedimentos de negociação adotados na sequência
necessários àquele preenchimento.
da instituição de um sistema de qualificação não há lugar
Artigo 247.º à publicação dos anúncios previstos nos artigos 167.º e
197.º, respetivamente.
Participação num sistema de qualificação
1 — A entidade adjudicante que tenha instituído um CAPÍTULO IV
sistema de qualificação deve assegurar que os interessa-
dos possam, durante todo o tempo de duração do sistema, Serviços sociais e outros serviços específicos
solicitar a sua qualificação.
2 — A entidade adjudicante deve fornecer, a pedido dos Artigo 250.º-A
interessados, todos os documentos que contenham regras
e critérios de qualificação para além dos constantes dos Contratos de serviços sociais e de outros serviços específicos
anúncios previstos no artigo 245.º Os contratos públicos de valor superior ao limiar pre-
visto na alínea d) do n.º 3 do artigo 474.º que tenham por
Artigo 248.º objeto a aquisição de serviços sociais ou de outros serviços
Atualização das regras e dos critérios de qualificação específicos enumerados no anexo IX ao presente Código,
1 — As regras e os critérios de qualificação podem são adjudicados em conformidade com o disposto na par-
ser atualizados pela entidade adjudicante a todo o tempo, te II, com as adaptações constantes dos artigos seguintes.
devendo essa atualização ser comunicada aos interessados
que já se encontravam qualificados, àqueles cujo pedido Artigo 250.º-B
de qualificação foi anteriormente recusado e àqueles cujo Publicação de anúncios
processo se encontra pendente.
2 — A atualização das regras ou dos critérios de quali- 1 — As entidades adjudicantes que pretendam celebrar
ficação implica a revisão da decisão de qualificação dos um contrato público para aquisição de serviços menciona-
interessados que já se encontrem qualificados. dos no artigo anterior devem publicitar a sua intenção no
Jornal Oficial da União Europeia e no Diário da Repú-
Artigo 249.º blica por uma das seguintes formas, quando o respetivo
Decisão de qualificação valor seja superior ao limiar previsto na alínea d) do n.º 3
do artigo 474.º:
1 — O órgão da entidade adjudicante que para tal for
competente deve pronunciar-se sobre o pedido de qualifi- a) Através da publicação de um anúncio de concurso
cação, no prazo de seis meses a contar da data da respetiva do qual constem as informações referidas no anexo XVIII
apresentação, equivalendo o silêncio ao deferimento do do Regulamento de Execução (UE) n.º 2015/1986, da
pedido. Comissão, de 11 de novembro de 2015; ou
2 — O indeferimento do pedido de qualificação deve b) Através de um anúncio de pré-informação do qual
ser fundamentado com base nas regras e nos critérios apli- constem:
cáveis e comunicado aos interessados.
3 — O órgão referido no n.º 1 apenas pode revogar a i) As informações constantes do anexo referido na
decisão de qualificação de qualquer interessado por moti- alínea anterior;
vos relativos ao incumprimento superveniente das regras ii) Os tipos de serviços que são objeto dos contratos a
ou dos critérios aplicáveis, ainda que resultantes de uma celebrar;
atualização dos mesmos. iii) A indicação de que os procedimentos são adjudica-
dos sem nova publicitação, convidando-se os operadores
Artigo 250.º económicos interessados a manifestar-se por escrito.
Seleção dos interessados qualificados
2 — A adjudicação deve ser publicitada por meio de
1 — Os interessados qualificados são selecionados pelo anúncio do qual constem as informações referidas anexo III
órgão referido no artigo anterior, de acordo com as regras
do Regulamento de Execução (UE) n.º 2015/1986, da Co-
fixadas no sistema de qualificação, para apresentarem
propostas em concurso limitado por prévia qualificação missão, de 11 de novembro de 2015, em conformidade com
ou em procedimento de negociação. o modelo aprovado por portaria dos membros do Governo
2 — O órgão referido no artigo anterior pode também responsáveis pela edição do Diário da República e pelas
recorrer a sistemas de qualificação instituídos por outras áreas das finanças e das obras públicas.
entidades adjudicantes para proceder à seleção dos inte- 3 — Em alternativa ao disposto no número anterior, as
ressados qualificados de acordo com as regras fixadas adjudicações podem ser agrupadas e publicitadas através
nesses sistemas. da publicação de um anúncio por trimestre.
5250-(2004) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
6 — Nos casos previstos na alínea c) em que a entidade 7 — As entidades adjudicantes responsáveis pela cele-
adjudicante demonstre os requisitos do n.º 1, a aquisição bração de acordos-quadro podem disponibilizar sistemas
ou locação de bens ou aquisição de serviços fora do acordo- eletrónicos de apresentação e atualização dos documentos
-quadro segue o procedimento aplicável nos termos da de habilitação dos cocontratantes, permitindo a divulgação
parte II, ficando a entidade convidada vinculada a apre- ou consulta do estado em que os mesmos se encontrem para
sentar proposta no âmbito do procedimento pré-contratual as entidades que celebrem contratos ao abrigo daqueles
correspondente, por preço não superior ao declarado nos acordos-quadro.
termos da referida alínea. 8 — Quando disponibilizado, o sistema eletrónico
7 — Nos acordos-quadro correspondentes à modalidade previsto no número anterior é de uso obrigatório para
prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo 252.º: os cocontratantes do acordo-quadro, sendo dispensada
a) A decisão de contratar ao abrigo do acordo-quadro a habilitação dos adjudicatários sempre que se celebrem
deve ser tomada em simultâneo com a de remeter convite contratos ao abrigo dos mesmos.
à entidade ou às entidades para efeitos do disposto no 9 — A não atualização dos documentos de habilitação
presente artigo; e no sistema eletrónico referido no n.º 7 determina a sus-
b) A apresentação das declarações e dos documentos pensão do acordo-quadro relativamente ao cocontratante
previstos no n.º 3 do presente artigo, nos casos em que em incumprimento.
permita à entidade adjudicante demonstrar os requisitos do 10 — O procedimento por consulta prévia para a for-
n.º 1, determina não haver lugar a adjudicação ao abrigo mação de contratos ao abrigo de acordos-quadro não está
do acordo-quadro, aplicando-se o disposto no n.º 2 do sujeito ao limite previsto no artigo 114.º, nos termos pre-
artigo 79.º vistos no n.º 2 do artigo 259.º
8 — As entidades cocontratantes ao abrigo do acordo- Artigo 258.º
-quadro respetivo não podem apresentar as declarações e
os documentos previstos no n.º 3. Celebração de contratos ao abrigo de acordos-quadro
cujos termos abranjam
todos os seus aspetos submetidos à concorrência
CAPÍTULO II 1 — Deve adotar-se o ajuste direto para a formação de
Celebração de contratos ao abrigo contratos a celebrar ao abrigo de acordos-quadro na mo-
de acordos-quadro dalidade prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 252.º
2 — Quando exista mais do que um cocontratante no
Artigo 257.º acordo-quadro, o adjudicatário é selecionado de acordo
Regras gerais com os critérios objetivos estabelecidos no caderno de
encargos do acordo-quadro, não havendo reabertura da
1 — Só podem celebrar contratos ao abrigo de um concorrência.
acordo-quadro as partes nesse acordo-quadro. 3 — O conteúdo dos contratos a que se refere o n.º 1
2 — Da celebração de contratos ao abrigo de acordos- deve corresponder às condições contratuais estabelecidas
-quadro não podem resultar alterações substanciais das no acordo-quadro, não sendo necessária a elaboração de
condições consagradas nestes últimos. um caderno de encargos.
3 — Quando expressamente previsto no caderno de 4 — Caso tal se revele necessário, a entidade adjudi-
encargos relativo ao acordo-quadro, a entidade adjudicante
cante pode solicitar ao cocontratante do acordo-quadro que
pode atualizar as características dos bens ou dos serviços
pormenorize aspetos constantes da sua proposta.
a adquirir ao abrigo do acordo-quadro, modificando-as ou
substituindo-as por outras, desde que se mantenha o tipo
de prestação e os objetivos das especificações fixadas no Artigo 259.º
procedimento de formação do acordo-quadro e desde que Celebração de contratos ao abrigo de acordos-quadro
tal se justifique em função da ocorrência de inovações cujos termos não abranjam
tecnológicas. todos os seus aspetos submetidos à concorrência
4 — O disposto no n.º 1 não obsta à adesão de novas 1 — Deve adotar-se o procedimento de consulta pré-
entidades adjudicantes, desde que o programa do proce- via para a formação de contratos a celebrar ao abrigo de
dimento ou o convite relativos ao procedimento que deu acordos-quadro na modalidade prevista na alínea b) do
origem à celebração do acordo-quadro tenha indicado tal
n.º 1 do artigo 252.º
possibilidade e tenha identificado, de forma suficiente, de-
2 — O caderno de encargos do acordo-quadro deve
signadamente por recurso a categorias gerais ou delimitação
geográfica, as entidades adjudicantes que poderiam aderir. prever as regras quanto aos cocontratantes a convidar em
5 — A celebração de contratos ao abrigo de acordo- cada procedimento, designadamente em função do lote, se
-quadro pode ser realizada mediante catálogos eletrónicos existente, ou do valor do contrato a celebrar.
desde que tal possibilidade, bem como as regras sobre o seu 3 — Quando o caderno de encargos do acordo-quadro
funcionamento e utilização, seja expressamente prevista preveja que a adjudicação da proposta seja determinada
naquele acordo-quadro. apenas com base no preço ou custo e a aquisição seja
6 — No caso previsto no número anterior, a entidade realizada através de sistemas de informação disponibiliza-
adjudicante pode definir um objeto contratual combinando dos pela própria entidade adjudicante, ficam dispensadas
prestações de diferentes tipos, desde que disponíveis no outras formalidades previstas no presente Código, desig-
catálogo eletrónico, e nos termos do anexo XIV ao presente nadamente a elaboração de relatórios preliminar e final e
Código. audiência prévia.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2007)
4 — A entidade adjudicante deve convidar os cocontra- prestação de serviços, a pedido e em representação das
tantes do acordo-quadro a apresentar propostas circunscritas: entidades adjudicantes;
a) Aos termos do acordo-quadro, concretizando, de- b) Locar ou adquirir bens móveis ou adquirir serviços
senvolvendo ou complementando em virtude das parti- destinados a entidades adjudicantes, nomeadamente por
cularidades da necessidade cuja satisfação se visa com a forma a promover o agrupamento de encomendas;
celebração do contrato; ou c) Celebrar acordos-quadro, designados contratos públi-
b) Aos aspetos da execução do contrato a celebrar sub- cos de aprovisionamento, que tenham por objeto a posterior
metidos à concorrência pelo caderno de encargos do acordo- celebração de contratos de empreitadas de obras públicas
-quadro para os efeitos do procedimento de formação do ou de locação ou de aquisição de bens móveis ou de aqui-
contrato a celebrar ao seu abrigo. sição de serviços;
d) Instituir sistemas de aquisição dinâmicos para utili-
5 — O convite deve indicar o prazo e o modo de apre- zação por parte das entidades adjudicantes pelos mesmos
sentação das propostas, os termos ou os aspetos referidos abrangidos;
no número anterior e o critério de adjudicação de acordo e) Instituir catálogos eletrónicos para utilização por
com as regras para o efeito definidas no caderno de encar- parte das entidades adjudicantes;
gos de formação do acordo-quadro, não sendo necessária f) Adjudicar contratos públicos de prestação de ativi-
a elaboração de um caderno de encargos. dades auxiliares de aquisição, que consistam no apoio às
6 — O convite pode ainda prever a realização de leilão atividades de aquisição.
eletrónico, aplicando-se, com as necessárias adaptações,
os artigos 140.º a 145.º 2 — Para os efeitos do exercício das atividades previstas
7 — Sempre que o critério de adjudicação adotado em no número anterior, as centrais de compras estão sujeitas
função do disposto no caderno de encargos do acordo- às disposições do presente Código.
-quadro seja o da proposta economicamente mais van- 3 — (Revogado.)
tajosa, na modalidade prevista na alínea a) do n.º 1 do
artigo 74.º, é ainda aplicável o disposto no artigo 139.º Artigo 262.º
Âmbito subjetivo das centrais de compras
TÍTULO VI 1 — São abrangidas pela contratação centralizada a
Centrais de compras efetuar por cada central de compras as entidades previstas
no diploma que regula o seu funcionamento.
2 — As entidades não abrangidas pela contratação cen-
CAPÍTULO I tralizada a efetuar por uma determinada central de compras
Disposições gerais podem dela beneficiar, para a aquisição da totalidade ou
de apenas algumas categorias de obras, de bens móveis ou
Artigo 260.º de serviços, nos termos previstos no diploma que regula o
funcionamento da mesma.
Centrais de compras
1 — As entidades adjudicantes referidas nos n.os 1 e 2 CAPÍTULO II
do artigo 2.º podem constituir centrais de compras para
centralizar a contratação de empreitadas de obras públicas, Acordos-quadro celebrados por centrais de compras
de locação e de aquisição de bens móveis e de aquisição
de serviços. Artigo 263.º
2 — As entidades adjudicantes referidas no número
anterior podem ainda constituir centrais de compras exclu- Admissibilidade da celebração de acordos-quadro
por centrais de compras
sivamente destinadas a um determinado setor de atividade.
3 — A constituição, a estrutura orgânica e o funcio- 1 — As centrais de compras podem celebrar acordos-
namento das centrais de compras regem-se por diploma -quadro, em qualquer das modalidades previstas no ar-
próprio. tigo 252.º, que tenham por objeto a futura celebração de
4 — As entidades adjudicantes nacionais podem recor- contratos de empreitada de obras públicas, de locação ou
rer a atividades de compras centralizadas oferecidas por de aquisição de bens móveis ou de aquisição serviços.
centrais de compras situadas noutros Estados da União 2 — Salvo nos casos especialmente previstos na lei, sem-
Europeia sempre que estas ofereçam condições mais van- pre que as entidades adjudicantes referidas nas alíneas a)
tajosas do que as oferecidas pelas centrais de compras e d) do n.º 1 do artigo 2.º se encontrem abrangidas pela
previstas no n.º 1. contratação centralizada a efetuar por uma central de com-
5 — Os contratos celebrados pelas centrais de compras pras, os acordos-quadro em qualquer das modalidades
situadas noutros Estados da União Europeia regem-se pelas previstas no artigo 252.º devem ser celebrados por essa
disposições nacionais do respetivo Estado. central de compras.
Artigo 261.º Artigo 264.º
Principais atividades das centrais de compras
Remissão
1 — As centrais de compras destinam-se a: Em tudo o que não se encontrar especificamente re-
a) Adjudicar propostas de execução de empreitadas gulado no presente capítulo, aos contratos públicos de
de obras públicas, de fornecimento de bens móveis e de aprovisionamento, bem como aos contratos celebrados
5250-(2008) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
ao seu abrigo, é aplicável o disposto nos capítulos I e II quaisquer contratos públicos, os dirigentes máximos dos
do título V. serviços aos quais os móveis estejam afetos.
3 — A disponibilização é publicitada durante pelo me-
Artigo 265.º nos cinco dias no portal dos contratos públicos.
4 — No caso de obras de arte, objetos com interesse
Procedimento de formação dos contratos
públicos de aprovisionamento histórico, de coleção e antiguidades, entre outros, não
abrangidos pela alínea b) do n.º 3 do artigo anterior, deve a
1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 24.º a 29.º, sua disponibilização ser comunicada ao serviço competente
para a formação dos contratos públicos de aprovisiona- da área da cultura.
mento deve ser adotado o procedimento de concurso pú- 5 — Em caso de falta de manifestações de interesse por
blico ou de concurso limitado por prévia qualificação. parte de outras entidades na sequência da publicitação pre-
2 — O anúncio do concurso público ou do concurso vista no n.º 3 ou de qualquer outro contacto que a entidade
limitado por prévia qualificação para a formação de con- adjudicante entenda adequado fazer, pode ser promovida
tratos públicos de aprovisionamento deve ser sempre pu- a alienação nos termos dos artigos seguintes.
blicado no Jornal Oficial da União Europeia.
Artigo 266.º-C
Artigo 266.º
Alienação
Prazo máximo de vigência dos contratos
públicos de aprovisionamento 1 — A alienação é precedida de avaliação, que pode
ser solicitada a outras entidades ou serviços públicos com
O prazo de vigência dos contratos públicos de aprovi- conhecimentos adequados para o efeito, nos termos do
sionamento não pode ser superior a quatro anos. artigo 66.º do Código do Procedimento Administrativo.
2 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes,
a alienação dos bens considerados disponíveis faz-se em
TÍTULO VI-A hasta pública, com publicação de anúncio no Diário da
Alienação de bens móveis República, e cujos trâmites e condições, designadamente
a base de licitação, são fixados pela entidade alienante.
Artigo 266.º-A 3 — A alienação pode realizar-se por negociação direta
com pessoa determinada:
Âmbito
a) Quando o adquirente for uma entidade adjudicante;
1 — O presente título estabelece o regime da alienação b) Quando o valor do bem ou do conjunto de bens a
dos bens móveis das entidades adjudicantes referidas no alienar seja inferior a € 30 000;
n.º 1 do artigo 2.º c) Quando fosse possível recorrer ao ajuste direto por
2 — Para os efeitos do presente título entende-se por fundamentos materiais, designadamente por motivos de
alienação qualquer forma de transmissão definitiva ou urgência imperiosa ou deserção de anterior hasta pública.
temporária da propriedade ou do gozo de bens móveis,
incluindo a locação e o comodato. 4 — Por razões de interesse público devidamente fun-
3 — Não são abrangidos pelo presente título: damentadas e, no caso das entidades ou serviços da ad-
a) Os bens que integrem o património financeiro do ministração direta e indireta do Estado, mediante parecer
Estado; favorável da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, pode
b) Os bens culturais móveis integrantes do património ser autorizada pelos dirigentes máximos dos serviços a
cultural, nos termos da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro; alienação a título gratuito.
c) Os bens móveis do Estado abrangidos pelo Regula- 5 — É dispensado o parecer referido no número an-
mento das Alfândegas, aprovado pelo Decreto n.º 31 730, terior quando o adquirente for uma entidade adjudicante
de 15 de dezembro de 1941; referida no n.º 1 do artigo 2.º, uma instituição particular de
d) Os bens móveis afetos às Forças Armadas e que solidariedade social ou uma pessoa coletiva de utilidade
revistam a natureza de material militar; pública administrativa.
e) Os veículos automóveis e motociclos. 6 — Salvo disposição legal em contrário, no caso de
entidades adjudicantes da administração direta do Estado,
4 — O inventário e o cadastro dos bens móveis são 25 % do produto da alienação dos bens constitui receita do
regidos por diploma próprio. serviço alienante, sendo o restante entregue nos cofres do
Estado após deduzidos os encargos de alienação.
Artigo 266.º-B
Disponibilização TÍTULO VII
1 — Os bens móveis de que os serviços não careçam Garantias administrativas
para o exercício das suas competências são disponibili-
zados, com vista à sua reafetação a outros serviços ou à Artigo 267.º
sua alienação.
Direito aplicável
2 — São competentes para determinar a disponibiliza-
ção prevista no número anterior, bem como para ordenar 1 — As impugnações administrativas das decisões re-
a destruição ou remoção dos bens que se mostrem insus- lativas à formação dos contratos públicos regem-se pelo
cetíveis de reutilização e, ainda, para autorizar a entrega disposto no presente título e, subsidiariamente, pelo dis-
de bens disponibilizados por conta do preço a pagar em posto no Código do Procedimento Administrativo.
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2009)
privado em presença e a gravidade do vício do contrato 7 — A ineficácia prevista no n.º 1 pode ser afastada com
em causa. os fundamentos previstos no n.º 4 do artigo 283.º, devendo
a decisão judicial ou arbitral obrigatoriamente determinar
uma das seguintes sanções alternativas:
CAPÍTULO III
a) Redução da duração do contrato; ou
Execução do contrato b) Sanção pecuniária de montante inferior ou igual ao
preço contratual.
Artigo 286.º
Princípios fundamentais 8 — A decisão referida no número anterior não pode
afastar a ineficácia com base na ponderação do interesse
O contrato constitui, para o contraente público e para o económico diretamente relacionado com o contrato em
cocontratante, situações subjetivas ativas e passivas que causa, quando tal interesse assente, designadamente, nos
devem ser exercidas e cumpridas de boa-fé e em conformi- custos resultantes de atraso na execução do contrato, de
dade com os ditames do interesse público, nos termos da lei. abertura de um novo procedimento de formação do con-
trato, de mudança do cocontratante ou de obrigações legais
Artigo 287.º resultantes da ineficácia.
Eficácia do contrato
Artigo 288.º
1 — A plena eficácia do contrato depende da emis-
Execução pessoal
são dos atos de aprovação, de visto, de publicidade, ou
de outros atos integrativos de eficácia exigidos por lei, Sem prejuízo do disposto em matéria de cessão da po-
quer em relação ao próprio contrato, quer ao tipo de ato sição contratual e de subcontratação, incumbe ao cocon-
administrativo que o mesmo eventualmente substitua, no tratante a exata e pontual execução das prestações contra-
caso de se tratar de contrato com objeto passível de ato tuais, em cumprimento do convencionado, não podendo
administrativo. este transmitir a terceiros as responsabilidades assumidas
2 — As partes podem atribuir eficácia retroativa ao perante o contraente público.
contrato quando razões de interesse público o justifiquem,
desde que a produção antecipada de efeitos: Artigo 289.º
a) Não seja proibida por lei; Colaboração recíproca
b) Não lese direitos e interesses legalmente protegidos As partes estão vinculadas pelo dever de colaboração
de terceiros; e mútua, designadamente no tocante à prestação recíproca
c) Não impeça, restrinja ou falseie a concorrência ga- de informações necessárias à boa execução do contrato.
rantida pelo disposto no presente Código relativamente à
de formação do contrato. Artigo 290.º
3 — O contrato que constitui situações subjetivas pas- Informação e sigilo
sivas para terceiros ou do qual resultem efeitos modifica- 1 — O cocontratante deve prestar ao contraente público
tivos, impeditivos ou extintivos de direitos de terceiros só todas as informações que este lhe solicitar e que sejam ne-
se torna eficaz nessa parte mediante consentimento dos cessárias à fiscalização do modo de execução do contrato,
titulares dos direitos ou obrigações visados. devendo o contraente público satisfazer os pedidos de
4 — Excetuam-se do disposto no número anterior as informação formulados pelo cocontratante e que respeitem
cláusulas contratuais de efeito normativo, cuja eficácia a elementos técnicos na sua posse cujo conhecimento se
depende de publicidade conferida segundo as formalidades mostre necessário à execução do contrato.
aplicáveis aos regulamentos do contraente público. 2 — Salvo quando, por força do contrato, caiba ao
5 — São ineficazes os contratos celebrados: cocontratante o exercício de poderes públicos, compete
a) Na sequência de um procedimento de formação exclusivamente ao contraente público a satisfação do di-
de contrato sem publicação prévia de anúncio do respe- reito à informação por parte de particulares sobre o teor do
tivo procedimento no Jornal Oficial da União Europeia, contrato e quaisquer aspetos da respetiva execução.
quando exigível; 3 — O contraente público e o cocontratante guardam
b) Antes de decorrido, quando aplicável, o prazo de sigilo sobre quaisquer matérias sujeitas a segredo nos ter-
suspensão previsto no n.º 3 do artigo 95.º ou na alínea a) mos da lei às quais tenham acesso por força da execução
do n.º 1 do artigo 104.º, conforme o caso. do contrato.
1 — No caso de contratos que impliquem o pagamento 1 — O regime de liberação das cauções prestadas pelo
de um preço pelo contraente público, este pode efetuar cocontratante deve ser estabelecido no contrato, não po-
adiantamentos de preço por conta de prestações a realizar dendo as partes acordar em regime diverso durante a fase
ou de atos preparatórios ou acessórios das mesmas quando: de execução contratual, salvo havendo fundamento de
modificação do contrato que justifique uma alteração do
a) O valor dos adiantamentos não seja superior a 30 do regime de liberação das cauções e desde que sejam respei-
preço contratual; e tados os limites previstos no presente Código.
b) Seja prestada caução de valor igual ou superior aos 2 — A caução para garantia de adiantamentos de preço
adiantamentos efetuados, sendo aplicável, com as neces- é progressivamente liberada à medida que forem presta-
sárias adaptações, o disposto nos artigos 88.º e 90.º dos ou entregues os bens ou serviços correspondentes
ao pagamento adiantado que tenha sido efetuado pelo
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, no contraente público.
caso de a despesa inerente ao contrato se realizar em mais 3 — Nos contratos em que não haja obrigações de cor-
de um ano económico, o contraente público só pode efe- reção de defeitos pelo cocontratante, designadamente obri-
tuar adiantamentos de preço quando, até ao final do ano gações de garantia, o contraente público deve promover a
económico no qual são efetuados os adiantamentos, sejam liberação integral da caução destinada a garantir o exato e
pontual cumprimento das obrigações contratuais no prazo
realizadas prestações ou praticados atos preparatórios ou
de 30 dias após o cumprimento de todas as obrigações do
acessórios das mesmas de montante igual ou superior aos cocontratante.
valores adiantados. 4 — Nos contratos em que haja obrigações de correção
3 — Em casos excecionais, podem ser efetuados adian- de defeitos pelo cocontratante, designadamente obrigações
tamentos sem que estejam reunidas as condições previstas de garantia, sujeitas a um prazo igual ou inferior a dois
nos números anteriores, mediante decisão fundamentada do anos, o contraente público deve promover a liberação inte-
órgão competente para autorizar a correspondente despesa. gral da caução destinada a garantir o exato e pontual cum-
4 — Em qualquer caso, só são admitidos adiantamentos primento das obrigações contratuais no prazo de 30 dias
contratualmente previstos, não podendo as partes, durante após o termo do respetivo prazo.
a fase de execução contratual, acordar em regime de pa- 5 — Nos contratos referidos no número anterior em que
gamentos que implique a realização de adiantamentos o prazo aí referido das obrigações de correção de defeitos
inicialmente não previstos, salvo havendo fundamento de seja superior a dois anos, o contraente público promove a
modificação do contrato que justifique uma alteração de tal liberação da caução destinada a garantir o exato e pontual
regime e desde que sejam respeitados os limites previstos cumprimento das obrigações contratuais, nos seguintes
no presente Código. termos:
5 — Na falta de estipulação contratual, os adiantamentos a) No final do primeiro ano, 30 % do valor da caução;
são imputados aos pagamentos contratualmente previstos. b) No final do segundo ano, 30 % do valor da caução;
6 — Os termos concretos da imputação a que se refere c) No final do terceiro ano, 15 % do valor da caução;
o número anterior, incluindo a aplicação das fórmulas que d) No final do quarto ano, 15 % do valor da caução;
sejam julgadas relevantes, devem ser fixados no contrato. e) No final do quinto ano, os 10 % restantes.
5250-(2014) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
2 — No caso previsto no número anterior, a cláusula vação sob qualquer das suas formas, como os contratos
tem-se por não escrita e a obrigação considera-se vencida emergentes de parcerias para a inovação, ou relativos à
de acordo com as regras do artigo anterior. aquisição de serviços sociais, de saúde ou ensino, ou de
serviços de investigação e desenvolvimento.
Artigo 299.º-B 2 — Tal especificidade traduz-se, designadamente, nos
Fatura eletrónica
seguintes aspetos:
2 — O contrato pode ainda ser modificado por ato ad- Artigo 314.º
ministrativo do contraente público quando o fundamento Consequências
invocado sejam razões de interesse público.
1 — O cocontratante tem direito à reposição do equilí-
Artigo 312.º brio financeiro, sempre que o fundamento para a modifi-
cação do contrato seja, para além de outras especialmente
Fundamentos previstas na lei:
O contrato pode ser modificado com fundamento nas a) A alteração anormal e imprevisível das circunstâncias
condições nele previstas e ainda com os seguintes funda- imputável a decisão do contraente público, adotada fora
mentos: do exercício dos seus poderes de conformação da relação
a) Quando as circunstâncias em que as partes fundaram a contratual, que se repercuta de modo específico na situação
decisão de contratar tiverem sofrido uma alteração anormal contratual do cocontratante; ou
e imprevisível, desde que a exigência das obrigações por si b) Razões de interesse público.
assumidas afete gravemente os princípios da boa-fé e não
esteja coberta pelos riscos próprios do contrato; 2 — Os demais casos de alteração anormal e imprevi-
b) Por razões de interesse público decorrentes de ne- sível das circunstâncias conferem direito à modificação
cessidades novas ou de uma nova ponderação das circuns- do contrato ou a uma compensação financeira, segundo
tâncias existentes. critérios de equidade.
3 — Quando a modificação do contrato tenha por fun-
Artigo 313.º damento as circunstâncias previstas na alínea a) do ar-
tigo 312.º, o cocontratante só tem direito à reposição do
Limites equilíbrio financeiro quando, tendo em conta a repartição
1 — A modificação de qualquer contrato público, com do risco entre as partes, o facto invocado como funda-
os fundamentos previstos no artigo anterior, encontra-se mento desse direito altere os pressupostos com base nos
sujeita aos seguintes limites: quais determinou o valor das prestações a que se obrigou,
desde que o contraente público conhecesse ou não devesse
a) Não pode conduzir à alteração substancial do objeto ignorar esses pressupostos.
do contrato;
b) Não pode configurar uma forma de impedir, restringir Artigo 315.º
ou falsear a concorrência;
Publicidade das modificações
c) Não é permitida quando sejam introduzidas alterações
que, se fizessem parte do caderno de encargos, teriam oca- 1 — As modificações objetivas do contrato que repre-
sionado, de forma objetivamente demonstrável, a alteração sentem um valor acumulado superior a 10 % do preço
da ordenação das propostas avaliadas ou a admissão de contratual devem ser publicitadas, pelo contraente público,
outras propostas; no portal dos contratos públicos, até cinco dias após a sua
5250-(2018) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
concretização, devendo a publicidade ser mantida até seis os requisitos mínimos de habilitação e de capacidade téc-
meses após a extinção do contrato. nica e de capacidade económica e financeira exigidos ao
2 — A publicitação referida no número anterior é con- cocontratante;
dição de eficácia dos atos administrativos ou acordos b) Quando o próprio contraente público assume as obri-
modificativos, nomeadamente para efeitos de quaisquer gações do cocontratante para com os subcontratados.
pagamentos.
3 — Tratando-se de contratos celebrados na sequência 2 — A autorização da cessão da posição contratual de-
de procedimento com publicação no Jornal Oficial da pende ainda:
União Europeia, devem ainda ser divulgadas neste jornal
oficial, mediante anúncio de modelo próprio, as modifi- a) Da prévia apresentação dos documentos de habilita-
cações objetivas que tenham como fundamento o previsto ção relativos ao potencial cessionário que sejam exigidos
no n.º 4 do artigo 370.º, no n.º 2 do artigo 420.º-A ou no ao cedente na fase de formação do contrato em causa;
n.º 3 do artigo 454.º b) Do preenchimento, por parte do potencial cessio-
nário, dos requisitos mínimos de capacidade técnica e de
capacidade financeira exigidos ao cedente para efeitos
CAPÍTULO VI de qualificação, quando esta tenha tido lugar na fase de
formação do contrato em causa.
Cessão da posição contratual e subcontratação
3 — A autorização da subcontratação depende:
Artigo 316.º
a) Da prévia apresentação dos documentos de habi-
Âmbito
litação relativos ao potencial subcontratado que sejam
Na falta de estipulação contratual ou quando outra coisa exigidos ao subcontratante na fase de formação do contrato
não resultar da natureza do contrato, são admitidas a cessão em causa;
da posição contratual e a subcontratação, nos termos do b) Do preenchimento, por parte do potencial subcon-
disposto nos artigos seguintes. tratado, de requisitos mínimos de capacidade técnica ou
de capacidade financeira, quando o contrato subordinar
Artigo 317.º expressamente a subcontratação à avaliação dessas capa-
cidades ou de uma delas, ou do preenchimento, por parte
Limites à cessão e à subcontratação pelo cocontratante
do potencial subcontratado, dos requisitos mínimos de
1 — A cessão da posição contratual e a subcontratação capacidade técnica relativos às prestações a subcontratar,
são sempre vedadas: sempre que o cocontratante recorra à capacidade de poten-
ciais subcontratados, para efeitos de qualificação na fase
a) Quando a escolha do cocontratante tenha sido deter-
de formação do contrato.
minada por ajuste direto, nos casos em que só possa ser
convidada uma entidade;
b) Às entidades abrangidas pelas causas de impedimento 4 — O contrato pode proibir a subcontratação de deter-
previstas no artigo 55.º; minadas prestações contratuais ou de prestações cujo valor
c) Quando existam fortes indícios de que a cessão da acumulado exceda uma percentagem do preço contratual.
posição contratual ou a subcontratação resultem de atos, 5 — A estipulação contratual prevista no número ante-
acordos, práticas ou informações suscetíveis de falsear as rior não pode ter por efeito restringir, limitar ou falsear a
regras de concorrência. concorrência garantida pelo disposto no presente Código
relativamente à formação do contrato, não podendo, desig-
2 — Sempre que se trate de subcontratação, o limite nadamente, limitar a possibilidade de recurso à capacidade
constante da alínea a) do número anterior restringe-se às técnica de terceiras entidades que se afigure essencial para
prestações objeto do contrato que tiverem sido determi- efeitos de qualificação do cocontratante.
nantes para a escolha do ajuste direto. 6 — A autorização estabelecida no contrato não dispensa
3 — Nos casos previstos na alínea c) do n.º 1, deve o a observância, no momento da cessão ou subcontratação,
contraente público, de imediato, comunicar, à Autoridade dos limites e requisitos previstos, respetivamente, no artigo
da Concorrência e, no caso de empreitadas ou de con- anterior e nos números anteriores.
cessões de obras públicas, igualmente ao Instituto dos
Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P., Artigo 318.º-A
os indícios dos atos, acordos, práticas ou informações Cessão da posição contratual por incumprimento
suscetíveis de falsear as regras de concorrência. do cocontratante
1 — O contrato pode prever que, em caso de incum-
Artigo 318.º primento, pelo cocontratante, das suas obrigações, que
Cessão e subcontratação pelo cocontratante reúna os pressupostos para a resolução do contrato, o co-
contratante ceda a sua posição contratual ao concorrente
1 — A possibilidade de cessão da posição contratual do procedimento pré-contratual na sequência do qual foi
deve constar expressamente do contrato, em cláusula de celebrado o contrato em execução, que venha a ser indicado
revisão ou opção inequívoca, salvo quando se verifique
pelo contraente público, pela ordem sequencial daquele
uma das seguintes condições:
procedimento.
a) Quando haja transmissão universal ou parcial da 2 — Para o efeito previsto na parte final do número
posição do cocontratante, na sequência de reestruturação anterior, o contraente público interpela, gradual e sequen-
societária, nomeadamente, oferta pública de aquisição, cialmente, os concorrentes que participaram no procedi-
aquisição ou fusão, a favor de cessionário que satisfaça mento pré-contratual original, de acordo com a respetiva
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2019)
classificação final, a fim de concluir um novo contrato para pelo exato e pontual cumprimento de todas as obrigações
a adjudicação da conclusão dos trabalhos. contratuais.
3 — A execução do contrato ocorre nas mesmas con-
dições já propostas pelo cedente no procedimento pré- Artigo 321.º-A
-contratual original.
Pagamento direto ao subcontratado
4 — A cessão da posição contratual opera por mero
efeito de ato do contraente público, sendo eficaz a partir 1 — O subcontratado pode reclamar, junto do contraente
da data por este indicada. público, os pagamentos em atraso que lhe sejam devidos
5 — Os direitos e obrigações do cocontratante, desde pelo cocontratante, exercendo o contraente público o di-
que constituídos em data anterior à da notificação do ato reito de retenção sobre as quantias do mesmo montante
referido no número anterior, transmitem-se automatica- devidas ao cocontratante por força do contrato principal.
mente para o cessionário na data de produção de efeitos 2 — O contraente público notifica o cocontratante para
daquele ato, sem que este a tal se possa opor. proceder à liquidação ou apresentar motivo justificativo
6 — As obrigações assumidas pelo cocontratante depois para o não pagamento, devendo, neste caso, indicar o prazo,
da notificação referida no n.º 4 apenas vinculam a entidade não superior a 30 dias, no qual se propõe liquidar a dívida
cessionária quando este assim o declare, após a cessão. ao subcontratado.
7 — A caução e as garantias prestadas pelo cocontra- 3 — O contraente público efetua diretamente os pa-
tante inicial são objeto de redução na proporção do valor gamentos ao subcontratado caso o cocontratante não se
das prestações efetivamente executadas e são liberadas oponha nos termos do número anterior, ou não liquide os
seis meses após a data da cessão, ou, no caso de existirem valores devidos no prazo por si indicado.
obrigações de garantia, após o final dos respetivos prazos, 4 — O contraente público deve exercer o direito à com-
mediante comunicação dirigida pelo contraente público pensação entre os valores pagos aos subcontratados e os
aos respetivos depositários ou emitentes. valores por si devidos ao cocontratante.
8 — A posição contratual do cocontratante nos sub- 5 — O pagamento direto aos subcontratados pelo con-
contratos por si celebrados transmite-se automaticamente traente público está limitado ao valor dos débitos vencidos
para a entidade cessionária, salvo em caso de recusa por e não pagos ao cocontratante ou, se futuros, por aquele
parte desta. reconhecidos.
6 — A presente disposição não se aplica aos contratos
Artigo 319.º de concessão de obra ou serviço público ou contratos que
Autorização à subcontratação pelo cocontratante configurem uma parceria público-privada.
na fase de execução
Artigo 322.º
1 — Na fase de execução do contrato é admitida a sub-
contratação desde que autorizada pelo contraente público. Direitos de step in e step out
2 — Para efeitos da autorização referida no número 1 — Quando haja estipulação contratual nesse sentido,
anterior, o cocontratante deve apresentar uma proposta fun- as entidades financiadoras podem, mediante autorização do
damentada e instruída com todos os documentos compro- contraente público e nos termos contratualmente estabe-
vativos da verificação dos requisitos que seriam exigíveis lecidos, intervir no contrato, com o objetivo de assegurar
para a autorização da subcontratação no próprio contrato, a continuidade das prestações objeto do mesmo, devendo
nos termos do disposto no artigo 318.º assegurar o respeito pelas normas legais reguladoras da
3 — O contraente público deve pronunciar-se sobre a atividade subjacente às prestações em causa.
proposta do cocontratante no prazo de 30 dias a contar da 2 — O disposto no número anterior só é aplicável em
respetiva apresentação, desde que regularmente instruída. caso de incumprimento grave pelo cocontratante de obri-
4 — Se o contraente público não efetuar nenhuma co- gações contratuais perante o contraente público ou pe-
municação ao cocontratante dentro do prazo previsto no rante terceiros com quem o cocontratante tenha celebrado
número anterior, considera-se que a proposta deste foi subcontratos essenciais para a prossecução do objeto do
rejeitada. contrato desde que o incumprimento esteja iminente ou se
verifiquem os pressupostos para a resolução do contrato
Artigo 320.º pelo contraente público ou dos subcontratos por terceiros.
Recusa de autorização à subcontratação 3 — A intervenção das entidades financiadoras pode
revestir as seguintes modalidades:
Observados os limites previstos no artigo 317.º e sempre
que o potencial subcontratado se encontre habilitado e a) Transferência do controlo societário do cocontratante
reúna as capacidades técnica e financeira, nos termos pre- para as entidades financiadoras ou para a entidade indicada
vistos nos artigos anteriores, o contraente público apenas pelas entidades financiadoras;
pode recusar a subcontratação no contrato ou negar a sua b) Cessão da posição contratual do cocontratante para as
autorização na fase de execução quando haja fundado re- entidades financiadoras ou para a entidade indicada pelas
ceio de que a subcontratação envolva um aumento de risco entidades financiadoras.
de incumprimento das obrigações emergentes do contrato.
4 — No caso previsto na alínea b) do número anterior,
Artigo 321.º a posição contratual do cocontratante nos subcontratos
celebrados transmitir-se-á automaticamente para as enti-
Responsabilidade do cocontratante
dades financiadoras ou para a entidade por esta indicada,
Nos casos de subcontratação, o cocontratante permanece transmitindo-se novamente para o cocontratante no termo
integralmente responsável perante o contraente público do período de intervenção, se aplicável.
5250-(2020) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
mulado não pode exceder 20 % do preço contratual, sem manutenção do contrato ponha manifestamente em causa
prejuízo do poder de resolução do contrato prevista no a viabilidade económico-financeira do cocontratante ou
capítulo seguinte. se revele excessivamente onerosa, devendo, nesse último
3 — Nos casos em que seja atingido o limite previsto no caso, ser devidamente ponderados os interesses públicos
número anterior e o contraente público decida não proceder e privados em presença.
à resolução do contrato, por dela resultar grave dano para 3 — O direito de resolução é exercido por via judicial
o interesse público, aquele limite é elevado para 30 %. ou mediante recurso a arbitragem.
4 — Para efeitos dos limites previstos nos n.os 2 e 3, 4 — Nos casos previstos na alínea c) do n.º 1, o direito
quando o contrato previr prorrogações expressas ou táci- de resolução pode ser exercido mediante declaração ao con-
tas, o valor das sanções a aplicar deve ter por referência o traente público, produzindo efeitos 30 dias após a receção
preço do seu período de vigência inicial. dessa declaração, salvo se o contraente público cumprir
as obrigações em atraso nesse prazo, acrescidas dos juros
de mora a que houver lugar.
CAPÍTULO VIII
Extinção do contrato em geral Artigo 333.º
Resolução sancionatória
Artigo 330.º
1 — Sem prejuízo de outras situações de grave violação
Causas de extinção das obrigações assumidas pelo cocontratante especialmente
São causas de extinção do contrato: previstas no contrato, o contraente público pode resolver o
contrato a título sancionatório nos seguintes casos:
a) O cumprimento, a impossibilidade definitiva e todas
as restantes causas de extinção das obrigações reconhecidas a) Incumprimento definitivo do contrato por facto im-
pelo direito civil; putável ao cocontratante;
b) A revogação; b) Incumprimento, por parte do cocontratante, de or-
c) A resolução, por via de decisão judicial ou arbitral dens, diretivas ou instruções transmitidas no exercício do
ou por decisão do contraente público, nos casos previstos poder de direção sobre matéria relativa à execução das
nos artigos 333.º a 335.º prestações contratuais;
c) Oposição reiterada do cocontratante ao exercício dos
Artigo 331.º poderes de fiscalização do contraente público;
d) Cessão da posição contratual ou subcontratação reali-
Revogação zadas com inobservância dos termos e limites previstos na
1 — As partes podem, por acordo, revogar o contrato lei ou no contrato, desde que a exigência pelo cocontratante
em qualquer momento. da manutenção das obrigações assumidas pelo contraente
2 — Os efeitos da revogação são os que tiverem sido público contrarie o princípio da boa-fé;
validamente fixados no acordo. e) Se o valor acumulado das sanções contratuais com
3 — A revogação não pode revestir forma menos solene natureza pecuniária exceder o limite previsto no n.º 2 do
do que a do contrato. artigo 329.º;
f) Incumprimento pelo cocontratante de decisões judi-
Artigo 332.º ciais ou arbitrais respeitantes ao contrato;
g) Não renovação do valor da caução pelo cocontra-
Resolução do contrato por iniciativa do cocontratante tante;
1 — Sem prejuízo de outras situações de grave violação h) O cocontratante se apresente à insolvência ou esta
das obrigações assumidas pelo contraente público espe- seja declarada pelo tribunal.
cialmente previstas no contrato e independentemente do
direito de indemnização, o cocontratante tem o direito de 2 — O disposto no número anterior não prejudica o
resolver o contrato nas seguintes situações: direito de indemnização nos termos gerais, nomeadamente
pelos prejuízos decorrentes da adoção de novo procedi-
a) Alteração anormal e imprevisível das circunstâncias; mento de formação de contrato.
b) Incumprimento definitivo do contrato por facto im- 3 — Nos casos de resolução sancionatória, havendo
putável ao contraente público; lugar a responsabilidade do cocontratante, será o montante
c) Incumprimento de obrigações pecuniárias pelo con- respetivo deduzido das quantias devidas, sem prejuízo do
traente público por período superior a seis meses ou quando contraente público poder executar as garantias prestadas
o montante em dívida exceda 25 % do preço contratual, pelo cocontratante.
excluindo juros;
d) Exercício ilícito dos poderes tipificados no capítulo Artigo 334.º
sobre conformação da relação contratual pelo contraente
Resolução por razões de interesse público
público, quando tornem contrária à boa-fé a exigência pela
parte pública da manutenção do contrato; 1 — O contraente público pode resolver o contrato por
e) Incumprimento pelo contraente público de decisões razões de interesse público, devidamente fundamentado,
judiciais ou arbitrais respeitantes ao contrato. e mediante o pagamento ao cocontratante de justa indem-
nização.
2 — No caso previsto na alínea a) do n.º 1, apenas há di- 2 — A indemnização a que o cocontratante tem direito
reito de resolução quando esta não implique grave prejuízo corresponde aos danos emergentes e aos lucros cessantes,
para a realização do interesse público subjacente à relação devendo, quanto a estes, ser deduzido o benefício que
jurídica contratual ou, caso implique tal prejuízo, quando a resulte da antecipação dos ganhos previstos.
5250-(2022) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
3 — A falta de pagamento da indemnização prevista nos igualdade jurídica, designadamente no que respeita ao exer-
números anteriores no prazo de 30 dias contados da data cício dos poderes de conformação da relação contratual.
em que o montante devido se encontre definitivamente 2 — O disposto na parte final do artigo anterior não
apurado confere ao cocontratante o direito ao pagamento afasta a possibilidade de qualquer um dos contraentes pú-
de juros de mora sobre a respetiva importância. blicos exercer o poder de resolução unilateral do contrato
por razões de interesse público.
Artigo 335.º
Outros fundamentos de resolução pelo contraente público SECÇÃO III
1 — O contraente público tem o direito de resolver Execução e modificação de parcerias público-privadas
o contrato com fundamento na alteração anormal e im-
previsível das circunstâncias, nos termos do disposto na Artigo 339.º
alínea a) do artigo 312.º Dever de informação
2 — Quando a resolução do contrato por alteração anor-
mal e imprevisível das circunstâncias seja imputável a Quando o serviço ou a entidade que represente o con-
decisão do contraente público adotada fora do exercício traente público na execução do contrato que configure
dos seus poderes de conformação da relação contratual, o uma parceria público-privada tomar conhecimento de si-
cocontratante tem direito ao pagamento de justa indemni- tuações suscetíveis de gerarem encargos adicionais para
zação nos termos do disposto no artigo anterior. o parceiro público ou para o Estado, designadamente os
decorrentes de atrasos imputáveis a entidades públicas
intervenientes na respetiva implementação ou execução,
CAPÍTULO IX devem, de imediato, comunicar tais factos ao membro do
Regras especiais Governo responsável pela área das finanças e ao membro
do Governo da tutela, indicando, sempre que possível, os
valores estimados envolvidos.
SECÇÃO I
Contratos sobre o exercício de poderes públicos Artigo 340.º
Fiscalização, acompanhamento e modificação
Artigo 336.º de parcerias público-privadas
Negociabilidade da vigência dos vínculos contratuais 1 — Nos contratos que configurem uma parceria público-
-privada, compete ao membro do Governo ou ao membro
Nos contratos com objeto passível de ato administrativo
do Governo Regional responsável pela área das finanças
e demais contratos sobre o exercício de poderes públicos,
ou ao membro do Governo ou ao membro do Governo
as partes têm a faculdade de fixar livremente o respetivo
Regional da tutela setorial, consoante o caso:
prazo de vigência e os pressupostos da sua modificação,
caducidade, revogação ou resolução, salvo quando se trate a) O exercício de poderes de fiscalização;
de direitos ou interesses legalmente protegidos indisponí- b) O acompanhamento do contrato, tendo por objetivo
veis, ou quando outra coisa resultar da lei ou da natureza a avaliação dos seus custos e riscos, bem como a melhoria
do poder exercido através do contrato. do processo de constituição de novas parcerias público-
-privadas.
Artigo 337.º
2 — A modificação do contrato que configure uma
Causas específicas de caducidade
parceria público-privada depende de decisão conjunta
1 — Os contratos com objeto passível de ato adminis- dos membros do Governo ou dos membros do Governo
trativo extinguem-se por força da verificação dos factos Regional responsáveis pelas áreas das finanças e da tutela
determinantes da caducidade dos atos administrativos que setorial.
aqueles substituem. 3 — No âmbito da administração indireta do Estado
2 — Os contratos pelos quais o contraente público se ou das Regiões Autónomas, a decisão de modificação
vincula a praticar, ou não praticar, um ato administrativo depende de parecer favorável do membro do Governo ou
com certo conteúdo extinguem-se por força da alteração do membro do Governo Regional da tutela setorial.
ou da impossibilidade superveniente de concretização dos
pressupostos que ditariam o exercício da discricionariedade Artigo 341.º
administrativa no sentido convencionado. Partilha de benefícios
1 — Nos contratos que configurem uma parceria público-
SECÇÃO II
-privada, sempre que ocorrer um acréscimo anormal e im-
Contratos interadministrativos previsível dos benefícios financeiros para o cocontratante
que não resulte da sua eficiente gestão e das oportunidades
Artigo 338.º por si criadas, há lugar à partilha equitativa desses benefí-
cios entre o cocontratante e o contraente público.
Contratos entre contraentes públicos
2 — Na falta de estipulação contratual, a partilha equi-
1 — A parte III é aplicável aos contratos celebrados entre tativa dos benefícios financeiros deve ser efetuada através
contraentes públicos, sem prejuízo das necessárias adap- da revisão de preços ou da assunção, por parte do cocon-
tações quando os mesmos sejam celebrados num plano de tratante, do dever de prestar ao contraente público o valor
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2023)
correspondente ao acréscimo das receitas ou ao decréscimo representação do dono da obra em matéria de modificação,
dos encargos previstos com a execução do contrato. resolução ou revogação do contrato.
4 — Na falta de estipulação contratual, durante os perío-
Artigo 342.º dos em que se encontrem ausentes ou impedidos, o diretor
Acompanhamento de processos arbitrais de fiscalização da obra e o diretor de obra são substituídos
pelas pessoas que os mesmos indicarem para esse efeito,
1 — Quando, nos termos do contrato que configure uma desde que, no caso do diretor de fiscalização da obra, a
parceria público-privada, seja requerida a constituição de designação do substituto seja aceite pelo dono da obra e
um tribunal arbitral para a resolução de litígios entre as
comunicada ao empreiteiro.
partes, o respetivo contraente público deve comunicar
imediatamente ao membro do Governo ou ao membro
Artigo 345.º
do Governo Regional responsável pela área das finanças
ou ao membro do Governo ou ao membro do Governo Garantias administrativas do empreiteiro relativamente
Regional da tutela setorial, consoante o caso, a ocorrência a eventos que devam ser formalizados em auto
desse facto, fornecendo todos os elementos que se revelem 1 — O empreiteiro tem direito a reclamar ou a apre-
úteis ao acompanhamento do processo arbitral.
sentar reservas ao conteúdo dos atos referentes à obra que
2 — Devem ser remetidas, periodicamente, à entidade
diretamente incumbida de proceder ao acompanhamento devam ser formalizados em auto.
do respetivo processo arbitral cópias dos atos processuais 2 — Os autos são reduzidos a escrito e assinados pelos
que sejam entretanto praticados por qualquer das partes e representantes das partes, sendo um duplicado dos mesmos
pelo tribunal, bem como dos pareces técnicos e jurídicos e entregue ao empreiteiro.
quaisquer outros elementos relevantes para a compreensão, 3 — As reclamações ou reservas podem ser exaradas no
desenvolvimento ou desfecho da lide. próprio auto ou apresentadas nos 10 dias subsequentes à
notificação do mesmo ao empreiteiro.
4 — As reclamações ou reservas exaradas no próprio
TÍTULO II auto podem limitar-se ao enunciado genérico do respetivo
objeto, podendo o empreiteiro, neste caso, apresentar por
Contratos administrativos em especial
escrito exposição fundamentada, no prazo de 15 dias.
5 — O dono da obra decide a reclamação ou pronuncia-
CAPÍTULO I -se sobre as reservas apresentadas e notifica o empreiteiro
no prazo de 15 dias a contar da data da assinatura do auto
Empreitadas de obras públicas
ou da entrega da reclamação ou da exposição escrita refe-
rida no número anterior, equivalendo o silêncio a deferi-
SECÇÃO I mento da reclamação ou aceitação da reserva.
Disposições gerais 6 — Se o empreiteiro se recusar a assinar o auto, nele
se fará menção desse facto e da razão invocada para a re-
Artigo 343.º cusa, devendo o representante do dono da obra promover
a assinatura do auto por duas testemunhas que confirmem
Noção
a ocorrência.
1 — Entende-se por empreitada de obras públicas o 7 — Se, sem justificação nos termos do presente Código
contrato oneroso que tenha por objeto quer a execução e por facto que lhe seja imputável, o dono da obra não
quer, conjuntamente, a conceção e a execução de uma obra formalizar em auto qualquer ato que esteja sujeito a essa
pública que se enquadre nas subcategorias previstas no re- formalidade, tal omissão não é oponível ao empreiteiro.
gime de ingresso e permanência na atividade de construção.
2 — Para efeitos do disposto no número anterior,
considera-se obra pública o resultado de quaisquer traba- SECÇÃO II
lhos de construção, reconstrução, ampliação, alteração ou Direitos e obrigações das partes
adaptação, conservação, restauro, reparação, reabilitação,
beneficiação e demolição de bens imóveis executados por Artigo 346.º
conta de um contraente público.
Manutenção da boa ordem no local dos trabalhos
Artigo 344.º 1 — O empreiteiro deve manter a boa ordem no local
Partes dos trabalhos.
1 — São partes no contrato de empreitada de obras 2 — Para os efeitos do número anterior, o empreiteiro
públicas o dono da obra e o empreiteiro. deve retirar do local dos trabalhos, por sua iniciativa ou
2 — Durante a execução do contrato, o dono da obra imediatamente após ordem do dono da obra, o pessoal
é representado pelo diretor de fiscalização da obra e o que haja tido comportamento perturbador dos trabalhos,
empreiteiro por um diretor de obra, salvo nas matérias designadamente por menor probidade no desempenho dos
em que, em virtude da lei ou de estipulação contratual, se respetivos deveres, por indisciplina ou por desrespeito de
estabeleça diferente mecanismo de representação. representantes ou agentes do dono da obra ou de repre-
3 — Sem prejuízo de outras limitações previstas no con- sentantes ou agentes do empreiteiro, dos subempreiteiros
trato, o diretor de fiscalização da obra não tem poderes de ou de terceiros.
5250-(2024) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
5 — A decisão, ou a omissão dela no prazo devido, comparecer em outra data e hora, com indicação do local,
pode ser objeto de impugnação nos tribunais administra- sem prejuízo de o dono da obra poder resolver o contrato,
tivos, nos termos do Código de Processo nos Tribunais nos termos do disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 405.º
Administrativos.
Artigo 360.º
SECÇÃO III Modificação das condições locais e suspensão
do procedimento de consignação
Consignação da obra
1 — Quando se verifique uma modificação relevante das
Artigo 355.º condições locais existentes por comparação com os ele-
mentos da solução da obra ou com os dados que serviram
Regra geral
de base à sua elaboração, a qual determine a necessidade
O regime da consignação da obra consta do contrato, de um projeto de alteração, o prazo referido no n.º 1 do
sem prejuízo das disposições estabelecidas na presente artigo anterior é suspenso, salvo se for possível a realiza-
secção. ção de consignações parciais quanto às zonas da obra não
afetadas pelo projeto de alteração, que, nesse caso, devem
Artigo 356.º respeitar os prazos ali estabelecidos.
Dever de consignar
2 — A contagem do prazo referido no n.º 1 do artigo
anterior só é retomada depois de terem sido notificadas ao
O dono da obra deve facultar ao empreiteiro o acesso empreiteiro as alterações introduzidas no projeto.
aos prédios, ou parte dos mesmos, onde os trabalhos devam 3 — Sem prejuízo do direito de resolução previsto na
ser executados e fornecer-lhe os elementos que, nos termos alínea a) do n.º 1 do artigo 332.º, a suspensão de prazo
contratuais, sejam necessários para o início dos trabalhos. prevista no n.º 1 implica a suspensão do prazo previsto na
alínea a) do artigo 406.º
Artigo 357.º
Plano final de consignação SECÇÃO IV
1 — O contrato pode prever a elaboração pelo dono da Execução dos trabalhos
obra de um plano final de consignação que densifique e
concretiza o plano inicialmente apresentado para efeitos Artigo 361.º
de elaboração da proposta.
2 — (Revogado.) Plano de trabalhos
1 — O plano de trabalhos destina-se, com respeito pelo
Artigo 358.º prazo de execução da obra, à fixação da sequência e dos
Consignação total e parcial prazos parciais de execução de cada uma das espécies de
trabalhos previstas e à especificação dos meios com que o
1 — O dono da obra só pode proceder a consignações empreiteiro se propõe executá-los, bem como à definição
parciais nos seguintes casos: do correspondente plano de pagamentos.
a) Quando, antes da celebração do contrato, não esteja 2 — No caso em que o empreiteiro tenha a obrigação
na posse administrativa da totalidade dos prédios neces- contratual de elaborar o programa ou o projeto de execução,
sários à execução da obra; o plano de trabalhos compreende as prestações de conceção
b) Quando o período de tempo necessário às operações sob responsabilidade do empreiteiro.
preparatórias da consignação total sob responsabilidade 3 — O plano de trabalhos constante do contrato pode
do dono da obra impossibilite o início da execução dos ser ajustado pelo empreiteiro ao plano final de consignação
trabalhos no momento projetado por este e o respetivo apresentado pelo dono da obra nos termos do disposto no
adiamento cause grave prejuízo para o interesse público; artigo 357.º, bem como em caso de prorrogação do prazo
c) Nos casos previstos no artigo 360.º de execução, de deteção de erros e omissões reclamados
na fase de execução ou quando haja lugar a trabalhos
2 — (Revogado.) complementares.
4 — Os ajustamentos referidos no número anterior não
Artigo 359.º podem implicar a alteração do preço contratual, nem a
alteração do prazo de execução da obra, nem ainda alte-
Prazo e auto de consignação rações aos prazos parciais definidos no plano de trabalhos
1 — Na falta de estipulação contratual, a consignação constante do contrato, para além do que seja estritamente
deve estar concluída em prazo não superior a 30 dias após a necessário à adaptação do plano de trabalhos ao plano
data da celebração do contrato, no caso de consignação total final de consignação.
ou da primeira consignação parcial, ou logo que o dono da 5 — O plano de trabalhos ajustado carece de aprovação
obra tenha acesso aos prédios, com a faculdade de os entre- pelo dono da obra, no prazo de cinco dias após a notifi-
gar a terceiros, no caso das demais consignações parciais. cação do mesmo pelo empreiteiro, equivalendo o silêncio
2 — A consignação é formalizada em auto e, em caso a aceitação.
de consignações parciais, a cada uma deve corresponder 6 — O procedimento de ajustamento do plano de tra-
um auto autónomo. balhos deve ser concluído antes da data da conclusão da
3 — Caso o empreiteiro não compareça no local, na consignação total ou da primeira consignação parcial.
data e na hora que o dono da obra comunicar para efeitos 7 — O dono da obra não pode proceder à aceitação
de assinatura do auto de consignação, é notificado para parcial do plano de trabalhos.
5250-(2026) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
1 — Na falta de estipulação contratual, o preço a pagar 1 — O dono da obra é responsável pelo pagamento
pelos trabalhos complementares e o respetivo prazo de dos trabalhos complementares cuja execução ordene ao
execução são fixados nos seguintes termos: empreiteiro.
2 — Quando o empreiteiro tenha a obrigação de elabo-
a) Tratando-se de trabalhos da mesma espécie de outros rar o projeto de execução, é o mesmo responsável pelos
previstos no contrato e a executar em condições semelhan- trabalhos complementares que tenham por finalidade o
tes, são aplicáveis o preço contratual e os prazos parciais suprimento dos respetivos erros e omissões, exceto quando
de execução previstos no plano de trabalhos para essa estes sejam induzidos pelos elementos elaborados ou dis-
espécie de trabalhos; ponibilizados pelo dono da obra.
b) Tratando-se de trabalhos de espécie diferente ou 3 — O empreiteiro deve, no prazo de 60 dias contados
da mesma espécie de outros previstos no contrato mas a da data da consignação total ou da primeira consignação
executar em condições diferentes, deve o empreiteiro apre- parcial, reclamar sobre a existência de erros ou omissões
sentar uma proposta de preço e de prazo de execução. do caderno de encargos, salvo dos que só sejam detetáveis
durante a execução da obra, sob pena de ser responsável
2 — Nos casos previstos na alínea b) do número ante- por suportar metade do valor dos trabalhos complementares
rior, o empreiteiro deve apresentar ao dono da obra uma de suprimento desses erros e omissões.
proposta de preço e de prazo de execução dos trabalhos 4 — O empreiteiro é ainda responsável pelos trabalhos
complementares que se destinem ao suprimento de erros
complementares, no prazo de 10 dias a contar da data da
e omissões que, não podendo objetivamente ser detetados
receção da ordem de execução dos mesmos. na fase de formação do contrato, também não tenham sido
3 — O dono da obra dispõe de 10 dias para se pronun- por ele identificados no prazo de 30 dias a contar da data
ciar sobre a proposta do empreiteiro, podendo, em caso de em que lhe fosse exigível a sua deteção.
não aceitação da mesma, apresentar uma contraproposta. 5 — (Revogado.)
4 — Se o dono da obra não efetuar nenhuma comuni- 6 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
cação ao empreiteiro dentro do prazo previsto no número caso os erros ou omissões decorram do incumprimento de
anterior, considera-se que a proposta deste foi aceite. obrigações de conceção assumidas por terceiros perante
5 — Sem prejuízo do disposto no artigo 372.º, enquanto o dono da obra:
não houver acordo sobre todos ou alguns preços ou sobre
a) Deve o dono da obra exercer obrigatoriamente o
o prazo de execução, os trabalhos respetivos são executa- direito que lhe assista de ser indemnizado por parte destes
dos e pagos com base na contraproposta do dono da obra, terceiros;
efetuando-se, se for caso disso, a correspondente correção, b) Fica o empreiteiro sub-rogado no direito de indemni-
acrescida, no que respeita aos preços, dos juros de mora zação que assiste ao dono da obra perante esses terceiros
devidos, logo que haja acordo ou determinação judicial ou até ao limite do montante que deva ser por si suportado
arbitral sobre a matéria. em virtude do disposto nos n.os 3 e 4.
Artigo 374.º 7 — No caso previsto no número anterior, a responsa-
Prorrogação do prazo de execução da obra bilidade dos terceiros perante o dono da obra ou o emprei-
teiro, quando fundada em título contratual, é limitada ao
1 — Quando haja lugar à execução de trabalhos comple- triplo dos honorários a que tenham direito ao abrigo do
mentares, o prazo de execução da obra é proporcionalmente respetivo contrato, salvo se a responsabilidade em causa
prorrogado de acordo com os prazos definidos nos termos tiver resultado de dolo ou de negligência grosseira no
do disposto no artigo 373.º cumprimento das suas obrigações.
2 — O disposto no número anterior não é aplicável
quando estejam em causa trabalhos complementares cuja Artigo 379.º
execução não prejudique o normal desenvolvimento do Trabalhos a menos
plano de trabalhos.
1 — Salvo em caso de impossibilidade de cumprimento,
Artigo 375.º o empreiteiro só pode deixar de executar quaisquer tra-
balhos previstos no contrato desde que o dono da obra
Formalização dos trabalhos complementares emita uma ordem com esse conteúdo, especificando os
trabalhos a menos.
Definidos todos os termos e condições a que deve obe-
2 — O preço correspondente aos trabalhos a menos é
decer a execução dos trabalhos complementares, o dono deduzido ao preço contratual, sem prejuízo do disposto
da obra e o empreiteiro devem proceder à respetiva for- no artigo 381.º
malização por escrito.
Artigo 380.º
Artigo 376.º
Inutilização de trabalhos já executados
(Revogado.)
Se da execução de trabalhos complementares ou de
Artigo 377.º trabalhos a menos resultar inutilização de trabalhos já
realizados em conformidade com o contrato ou com instru-
(Revogado.) ções do dono da obra, o seu valor não é deduzido ao preço
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2029)
contratual, tendo o empreiteiro direito a ser remunerado 4 — O disposto no n.º 1 é igualmente aplicável aos con-
pelos trabalhos já realizados e pelos trabalhos necessários tratos de subempreitada celebrados entre o subempreiteiro
à reposição da situação anterior. e um terceiro.
1 — Quando, por virtude da ordem de supressão de 1 — O subcontrato está sujeito à forma escrita e o seu
trabalhos ou de outros atos ou factos imputáveis ao dono clausulado deve conter, sob pena de nulidade, os seguintes
da obra, os trabalhos executados pelo empreiteiro tenham elementos:
um valor inferior em mais de 20 % ao preço contratual, a) A identificação das partes e dos respetivos represen-
este tem direito a uma indemnização correspondente a tantes, assim como do título a que intervêm, com indicação
10 % do valor da diferença verificada. dos atos que os habilitam para esse efeito;
2 — A indemnização prevista no número anterior é b) A identificação dos alvarás ou certificados de em-
liquidada na conta final da empreitada. preiteiro de obras públicas das partes;
c) A descrição do objeto do subcontrato;
Artigo 382.º d) O preço;
Revisão ordinária de preços e) A forma e o prazo de pagamento do preço;
f) O prazo de execução das prestações objeto do sub-
1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 282.º, 300.º e contrato.
341.º, o preço fixado no contrato para os trabalhos de exe-
cução da obra é obrigatoriamente revisto nos termos contra- 2 — O empreiteiro deve assegurar e certificar-se do
tualmente estabelecidos e de acordo com o disposto em lei. cumprimento do disposto no número anterior, não podendo,
2 — Na falta de estipulação contratual quanto à fórmula consequentemente, invocar a nulidade aí prevista.
de revisão de preços, é aplicável a fórmula tipo estabelecida 3 — O disposto no número anterior é igualmente apli-
para obras da mesma natureza constante de lei. cável aos contratos de subempreitada celebrados entre o
subempreiteiro e um terceiro.
SECÇÃO VII 4 — Os empreiteiros, os subempreiteiros, assim como
os terceiros são obrigadas a manter em arquivo os contratos
Subempreitadas celebrados em que são intervenientes pelo período de cinco
anos a contar da data da conclusão das obras.
Artigo 383.º
Limites às subempreitadas Artigo 385.º
Subempreitadas na fase de execução
1 — Sem prejuízo dos limites gerais previstos no pre-
sente Código, a subcontratação é vedada: 1 — A subcontratação no decurso da execução do con-
trato não carece de autorização do dono da obra, salvo o
a) A entidades que não sejam titulares de alvará ou
disposto no número seguinte.
de título de registo emitido pelo Instituto dos Mercados
2 — Quando as particularidades da obra justifiquem
Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P., contendo
uma especial qualificação técnica do empreiteiro e a mesma
as habilitações adequadas à execução da obra a subcon- tenha sido exigida ao empreiteiro na fase de formação do
tratar; ou contrato, o contrato pode subordinar expressamente a sub-
b) A entidades nacionais de Estado signatário do Acordo contratação na fase de execução a autorização do dono da
sobre o Espaço Económico Europeu ou do Acordo sobre obra, dependente da verificação da capacidade técnica do
Contratos Públicos da Organização Mundial de Comércio potencial subcontratado em moldes semelhantes aos que
que, não sendo titulares do alvará ou do título de registo, hajam sido exigidos em relação ao empreiteiro.
não apresentem uma declaração, emitida pelo Instituto dos 3 — Salvo nos casos previstos no número anterior, aos
Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P., quais é aplicável, com as necessárias adaptações, o dis-
comprovativa de que podem executar as prestações objeto posto nos n.os 3 a 6 do artigo 318.º, o empreiteiro deve, no
do contrato a celebrar por preencherem os requisitos que prazo de cinco dias após a celebração de cada contrato de
lhes permitiriam ser titular de um alvará ou de um título subempreitada, comunicar esse facto por escrito ao dono
de registo contendo as habilitações adequadas à execução da obra, remetendo-lhe cópia do contrato em causa.
da obra a realizar. 4 — Na comunicação prevista no número anterior, o
empreiteiro fundamenta a decisão de recorrer à subemprei-
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, não tada e atesta a observância dos limites a que se referem os
pode o empreiteiro subcontratar prestações objeto do con- n.os 1 e 2 do artigo 383.º
trato de valor total superior a 75 % do preço contratual,
acrescido ou deduzido dos preços correspondentes aos Artigo 386.º
trabalhos complementares ou a menos e à reposição do
Oposição e recusa de autorização à subempreitada
equilíbrio financeiro a que haja lugar no âmbito do con-
trato em causa. 1 — O dono da obra pode sempre opor-se ou, nos casos
3 — Não é aplicável o disposto no número anterior previstos no n.º 2 do artigo anterior, recusar a autorização
relativamente à fase de formação do contrato sempre que à subempreitada quando não sejam observados os limites
da limitação aí fixada decorram os efeitos previstos no fixados no artigo 383.º e com os fundamentos previstos
n.º 5 do artigo 318.º no artigo 320.º
5250-(2030) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
previsto no plano de trabalhos, o dono da obra procede b) O modo como foi executado o plano de prevenção e
imediatamente ao cálculo definitivo da revisão, pagando gestão de resíduos de construção e demolição, nos termos
ao empreiteiro ou deduzindo, na situação de trabalhos que da legislação aplicável;
se seguir, a diferença apurada. c) Quaisquer condições que o dono da obra julgue ne-
cessário impor, nos termos do presente Código ou da lei,
SECÇÃO IX bem como o prazo para o seu cumprimento.
Receção provisória e definitiva 3 — Sem prejuízo de estipulação contratual que exclua
a receção provisória parcial, se a obra estiver, no todo
Artigo 394.º ou em parte, em condições de ser recebida, a assinatura
Vistoria do auto de receção nos termos do disposto nos números
anteriores autoriza, no todo ou em parte, a abertura da
1 — A receção provisória da obra depende da realização obra ao uso público ou a sua entrada em funcionamento
de vistoria, que deve ser efetuada logo que a obra esteja e implica, sendo caso disso, a sua transferência para o
concluída no todo ou em parte, mediante solicitação do domínio público, sem prejuízo das obrigações de garantia
empreiteiro ou por iniciativa do dono da obra, tendo em que impendem sobre o empreiteiro.
conta o termo final do prazo total ou dos prazos parciais 4 — Considera-se que a obra não está em condições
de execução da obra. de ser recebida se o dono da obra não atestar a correta
2 — A vistoria é feita pelo dono da obra, com a colabo- execução do plano de prevenção e gestão de resíduos de
ração do empreiteiro, e tem como finalidade, em relação construção e demolição, nos termos da legislação aplicável,
à obra a receber, designadamente: devendo tal condição ser declarada no auto de receção
a) Verificar se todas as obrigações contratuais e legais do provisória.
empreiteiro estão cumpridas de forma integral e perfeita; 5 — No caso de serem identificados defeitos da obra
b) Atestar a correta execução do plano de prevenção e que impeçam, no todo ou em parte, a receção provisória
gestão de resíduos de construção e demolição, nos termos da mesma, a especificação de tais defeitos no auto nos
da legislação aplicável. termos do disposto na alínea a) do n.º 2 é acrescida da
declaração de não receção da obra ou da parte da mesma
3 — O dono da obra convoca, por escrito, o empreiteiro que não estiver em condições de ser recebida e dos respe-
para a vistoria com a antecedência mínima de cinco dias tivos fundamentos.
e, no caso de este não comparecer nem justificar a falta, a 6 — Caso o dono da obra se recusar a assinar o auto, a
vistoria tem lugar com a intervenção de duas testemunhas, obra não é recebida no todo ou em parte.
que também assinam o respetivo auto. 7 — A recusa injustificada do dono da obra em assinar
4 — No caso a que se refere o número anterior, o auto o auto de receção provisória na sequência da vistoria tem
é imediatamente notificado ao empreiteiro para os efeitos os efeitos previstos no direito civil para a mora do credor.
previstos nos artigos seguintes. 8 — Ainda que não tenha sido observado o disposto
5 — Quando a vistoria for solicitada pelo empreiteiro, o nos números anteriores, a obra considera-se tacitamente
dono da obra deve realizá-la no prazo de 30 dias contados recebida sempre que a mesma seja afeta pelo dono da obra
da data da receção da referida solicitação, convocando o aos fins a que se destina, sem prejuízo da obrigação de ga-
empreiteiro nos termos do n.º 3. rantia regulada na presente secção e das sanções a que haja
6 — O não agendamento ou realização atempada e sem lugar nos termos da legislação aplicável, designadamente
motivo justificado da vistoria por facto imputável ao dono quando o empreiteiro não executou corretamente o plano de
da obra tem os efeitos previstos no direito civil para a prevenção e gestão de resíduos de construção e demolição.
mora do credor.
7 — No caso previsto no número anterior, a obra Artigo 396.º
considera-se tacitamente recebida se o dono da obra não
agendar ou não proceder à vistoria no prazo de 30 dias a Defeitos da obra
contar do termo do prazo previsto no n.º 5, sem prejuízo 1 — O auto que declare a não receção da obra, no todo
das sanções a que haja lugar, nos termos da legislação apli- ou em parte, em virtude de defeitos da obra detetados na
cável, designadamente quando o empreiteiro não executou vistoria é notificado ao empreiteiro, sendo-lhe concedido
corretamente o plano de prevenção e gestão de resíduos um prazo razoável para os corrigir.
de construção e demolição. 2 — O prazo fixado para correção de defeitos da obra
que se revele necessária após a realização de vistoria não
Artigo 395.º começa a contar antes do decurso do prazo para apresen-
Auto de receção provisória tação de reclamação ou reservas pelo empreiteiro ou da
decisão do dono da obra que sobre elas incida.
1 — Da vistoria é lavrado auto, assinado pelos interve- 3 — Se a correção dos defeitos ordenada não for exe-
nientes, que deve declarar se a obra está, no todo ou em cutada no prazo fixado, o dono da obra pode optar pela
parte, em condições de ser recebida. execução dos referidos trabalhos, diretamente ou por in-
2 — O auto a que se refere o número anterior deve termédio de terceiro, sendo aplicável, com as necessárias
conter informação sobre: adaptações, o disposto nos n.os 2 a 4 do artigo 325.º
a) O modo como se encontram cumpridas as obrigações 4 — Logo que os trabalhos de correção de defeitos
contratuais e legais do empreiteiro, identificando, nomea- estejam concluídos, há lugar a novo procedimento de re-
damente, os defeitos da obra; ceção provisória.
5250-(2032) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, o panhado de uma memória justificativa da sua viabilidade,
empreiteiro pode consultar e examinar os documentos de devendo notificá-lo ao empreiteiro.
suporte à elaboração da conta final da empreitada. 3 — Caso se verifiquem novos desvios, seja relativa-
3 — O dono da obra comunica ao empreiteiro a sua mente ao plano de trabalhos modificado pelo empreiteiro
decisão sobre a reclamação apresentada no prazo de 30 dias ou ao plano de trabalhos notificado pelo dono da obra nos
a contar da receção desta. termos do disposto no número anterior, este pode tomar a
4 — Independentemente da assinatura da conta final da posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e
empreitada, a não apresentação, no prazo fixado no n.º 1, imóveis à mesma afetos, e executar a obra, diretamente ou
de reclamação pelo empreiteiro equivale à aceitação da por intermédio de terceiro, nos termos previstos nos n.os 2
mesma, sem prejuízo das reclamações pendentes. a 4 do artigo 325.º, procedendo aos inventários, medições
e avaliações necessários.
Artigo 402.º 4 — Sem prejuízo do disposto nos números anterio-
res, o empreiteiro é responsável perante o dono da obra
Relatório final da obra
ou perante terceiros pelos danos decorrentes do desvio
1 — No prazo de 10 dias a contar da data da assinatura injustificado do plano de trabalhos, quer no que respeita
da conta final ou da data em que a conta final se consi- ao conteúdo da respetiva prestação quer no que respeita
dera aceite pelo empreiteiro, o dono da obra deve enviar ao prazo de execução da obra.
ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da
Construção, I. P., o relatório final da obra. SECÇÃO XII
2 — O disposto no número anterior é aplicável a em-
preitadas de obras públicas integradas em concessões, Extinção do contrato
incumbindo ao concessionário a elaboração e o envio do
referido relatório. Artigo 405.º
3 — O modelo do relatório referido no n.º 1 é aprovado Resolução pelo dono da obra
por portaria do membro do Governo responsável pela área
das obras públicas e deve conter todos os elementos e 1 — Sem prejuízo dos fundamentos gerais de resolu-
menções exigíveis, nos termos do presente Código. ção do contrato e de outros neste previstos e do direito
de indemnização nos termos gerais, o dono da obra pode
resolver o contrato nos seguintes casos:
SECÇÃO XI
a) Se o empreiteiro, de forma grave ou reiterada, não
Incumprimento do contrato cumprir o disposto na legislação sobre segurança, higiene
e saúde no trabalho;
Artigo 403.º b) Se, tendo faltado à consignação sem justificação
Atraso na execução da obra aceite pelo dono da obra, o empreiteiro não comparecer,
após segunda notificação, no local, na data e na hora in-
1 — Em caso de atraso no início ou na conclusão da dicados pelo dono da obra para nova consignação desde
execução da obra por facto imputável ao empreiteiro, o que não apresente justificação de tal falta aceite pelo dono
dono da obra pode aplicar uma sanção contratual, por cada da obra;
dia de atraso, em valor correspondente a 1 (por mil) do c) Se ocorrer um atraso no início da execução dos tra-
preço contratual, sem prejuízo de o contrato poder prever balhos imputável ao empreiteiro que seja superior a 1/40
valor mais elevado, até ao dobro daquele valor. do prazo de execução da obra;
2 — Em caso de incumprimento de prazos parciais de d) Se o empreiteiro não der início à execução dos traba-
execução da obra por facto imputável ao empreiteiro, é lhos complementares decorridos 15 dias da notificação da
aplicável o disposto no número anterior, sendo o montante decisão do dono da obra que indefere a reclamação apre-
da sanção contratual aí prevista reduzido a metade. sentada por aquele e reitera a ordem para a sua execução;
3 — O empreiteiro tem direito ao reembolso das quan- e) Se houver suspensão da execução dos trabalhos pelo
tias pagas a título de sanção contratual por incumprimento dono da obra por facto imputável ao empreiteiro ou se
de prazos parciais de execução da obra quando recupere o este suspender a execução dos trabalhos sem fundamento
atraso na execução dos trabalhos e a obra seja concluída e fora dos casos previstos no n.º 1 do artigo 366.º, desde
dentro do prazo de execução do contrato. que da suspensão advenham graves prejuízos para o in-
teresse público;
Artigo 404.º f) Se ocorrerem desvios ao plano de trabalhos nos termos
Desvio do plano de trabalhos
do disposto no n.º 3 do artigo 404.º;
g) Se não foram corrigidos os defeitos detetados no pe-
1 — Em caso de desvio do plano de trabalhos que, in- ríodo de garantia da obra ou se não for repetida a execução
justificadamente, ponha em risco o cumprimento do prazo da obra com defeito ou substituídos os equipamentos de-
de execução da obra ou dos respetivos prazos parcelares, o feituosos, nos termos do disposto no artigo 397.º
dono da obra pode notificar o empreiteiro para apresentar,
no prazo de 10 dias, um plano de trabalhos modificado, 2 — Em caso de resolução, o dono da obra deve infor-
adotando as medidas de correção que sejam necessárias à mar o Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da
recuperação do atraso verificado. Construção, I. P., e, no caso previsto na alínea a) do número
2 — Realizada a notificação prevista no número ante- anterior, a Autoridade para as Condições de Trabalho.
rior, se o empreiteiro não apresentar um plano de trabalhos 3 — O Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário
modificado em moldes considerados adequados pelo dono e da Construção, I. P., sendo o caso, dá conhecimento da
da obra, este pode elaborar novo plano de trabalhos, acom- resolução do contrato à entidade que comprova a inscri-
5250-(2034) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
1 — O concessionário deve manter a obra em bom es- Os princípios do serviço público referidos no artigo an-
tado de conservação e em perfeitas condições de utiliza- terior, bem como o regime definido na secção I do presente
ção, realizando todos os trabalhos necessários para que capítulo, são aplicáveis, com as necessárias adaptações,
as mesmas satisfaçam, cabal e permanentemente, o fim a a contratos afins do contrato de concessão de serviços
que se destinam. públicos.
2 — Caso se revele necessário e na impossibilidade de
intervenção atempada da autoridade pública competente, CAPÍTULO III
o concessionário pode adotar as medidas necessárias com
vista à utilização da obra pública, devendo, nesse caso, dar Locação de bens móveis
imediato conhecimento deste facto à autoridade pública
competente. Artigo 431.º
3 — O concessionário apenas pode impedir o uso da Noção
obra pública nas situações previstas no contrato, sem pre-
juízo do que, a este respeito, se estabeleça em legislação 1 — Entende-se por locação de bens móveis o con-
especial. trato pelo qual um locador se obriga a proporcionar a um
contraente público o gozo temporário de bens móveis,
Artigo 428.º mediante retribuição.
2 — Para efeitos do presente capítulo, a locação de bens
Zonas de exploração comercial móveis compreende a locação financeira e a locação que
1 — Para além dos espaços que integram as obras pú- envolva a opção de compra dos bens locados.
blicas por natureza, estas podem incluir, quando previsto
no contrato, outras zonas ligadas funcionalmente à con- Artigo 432.º
cessão destinadas a atividades comerciais ou industriais Remissão
que sejam suscetíveis de um aproveitamento económico
Em tudo quanto não estiver regulado no presente capí-
diferenciado, designadamente estabelecimentos de hote-
tulo, é aplicável aos contratos de locação de bens móveis,
laria, estações de serviço, zonas de lazer, estacionamentos com as necessárias adaptações, o disposto no capítulo sobre
e centros comerciais. contratos de aquisição de bens móveis.
2 — O desenvolvimento das atividades previstas no
número anterior não dispensa o cumprimento das normas Artigo 433.º
aplicáveis, designadamente em matéria de instalação
comercial ou industrial e, bem assim, em matéria am- Obrigações de reparação e manutenção
biental. 1 — Na falta de estipulação contratual, o locador tem
3 — As zonas ou espaços ligados funcionalmente à obrigação de manter o bem locado em perfeitas condições
concessão são sujeitos ao princípio de unidade de gestão e de utilização, efetuando as reparações e os trabalhos de ma-
controlo pelo concedente e são explorados conjuntamente nutenção que se tornarem necessários num prazo razoável.
com a obra pública pelo concessionário, diretamente ou 2 — Quando as reparações e os trabalhos de manutenção
por intermédio de terceiros, nos termos previstos no con- se tornarem necessários por facto imputável ao contraente
trato. público, este suportará as despesas inerentes na medida em
4 — Os bens e instalações incluídos na zona de ativi- que tenha concorrido para a deterioração do bem.
dades complementares da obra concedida são entregues
ao concedente no termo da concessão nos mesmos termos Artigo 434.º
em que o são os bens afetos à concessão. Indemnização por mora do contraente público nos pagamentos
Em caso de mora do contraente público, o locador ape-
SECÇÃO III
nas tem direito a exigir o pagamento de juros de mora a
Concessão de serviços públicos título de indemnização.
1 — Na exploração de uma atividade de serviço público, O contraente público pode ceder o gozo ou sublocar o
o concessionário está sujeito aos seguintes princípios: bem locado a qualquer entidade sobre a qual tenha poderes
de direção, superintendência ou tutela de mérito ou que
a) Continuidade e regularidade; sobre ele exerça tais poderes sem necessidade de autori-
b) Igualdade; zação por parte do locador.
c) Adaptação às necessidades.
Artigo 436.º
2 — Sem prejuízo do disposto no presente Código, o
Resolução pelo contraente público
regime das concessões de serviços públicos, designada-
mente o de concessões portuárias, é definido em legislação Sem prejuízo dos fundamentos gerais de resolução do
especial. contrato e de outros neste previstos e do direito de indemni-
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2039)
zação nos termos gerais, pode o contraente público resolver Artigo 442.º
o contrato quando o cumprimento de qualquer obrigação Acompanhamento do fabrico
de reparação ou de manutenção do bem se atrase por mais
de três meses ou o locador declarar por escrito que o atraso 1 — Na falta de estipulação contratual, nos contratos
excederá esse prazo. de aquisição de bens a fabricar, o contraente público pode
manter nas instalações do fabricante ou dos fabricantes
dos bens objeto do contrato missões de acompanhamento,
CAPÍTULO IV cuja composição, competências e modo de funcionamento
Aquisição de bens móveis devem ser definidos por acordo das partes.
2 — No caso de, num prazo razoável, as partes não
Artigo 437.º chegarem a acordo quanto aos aspetos referidos no nú-
mero anterior, os mesmos são definidos pelo contraente
Noção público, em obediência a critérios de proporcionalidade
Entende-se por aquisição de bens móveis o contrato e razoabilidade.
pelo qual um contraente público compra bens móveis a 3 — Em qualquer caso, o acesso dos membros das mis-
um fornecedor. sões de acompanhamento às instalações do fabricante deve
ser feito de forma a evitar qualquer interferência nociva na
Artigo 438.º gestão e operação das instalações e no processo de fabrico
dos bens, devendo os referidos membros cumprir as nor-
Remissão mas de segurança aplicáveis às instalações a que tenham
É aplicável aos contratos de aquisição de bens, com as acesso, bem como as instruções para o efeito impostas
necessárias adaptações, o disposto no capítulo sobre con- pelo fabricante.
tratos de empreitadas de obras públicas no que respeita a 4 — Quando o fornecedor não seja o fabricante dos
trabalhos complementares. bens, aquele tem a obrigação de assegurar o acesso e o
desenvolvimento dos trabalhos das missões de acompa-
Artigo 439.º nhamento nas instalações do fabricante.
5 — O desempenho das funções da missão de acom-
Objeto
panhamento não exime o fornecedor de responsabilidade
O contrato de aquisição de bens móveis pode ter por por quaisquer defeitos dos bens objeto do contrato ou não
objeto a aquisição de bens a fabricar ou a adaptar em mo- conformidade destes com as características, especificações
mento posterior à celebração do contrato, de acordo com e requisitos estabelecidos no contrato.
características específicas estabelecidas pelo contraente 6 — O disposto no presente artigo é aplicável, com
público. as necessárias adaptações, aos contratos que tenham por
objeto a adaptação ou modificação de bens.
Artigo 440.º
Artigo 443.º
Prazo
Entrega dos bens
1 — O prazo de vigência do contrato não pode ser supe-
rior a três anos, incluindo quaisquer prorrogações expressas 1 — Na falta de estipulação contratual, o fornecedor
ou tácitas do prazo de execução das prestações que cons- deve entregar os bens objeto do contrato na sede do con-
tituem o seu objeto, salvo se tal se revelar necessário ou traente público.
conveniente em função da natureza das prestações objeto 2 — Conjuntamente com os bens objeto do contrato, o
do contrato ou das condições da sua execução. fornecedor deve entregar todos os documentos que sejam
2 — O disposto no número anterior não é aplicável necessários para a boa e integral utilização, funcionamento
a obrigações acessórias que tenham sido estabelecidas ou consumo daqueles.
inequivocamente em favor do contraente público, desig- 3 — Entre a entrega e a receção dos bens objeto do
nadamente obrigações de sigilo, de conformidade dos bens contrato, o contraente público é obrigado a cooperar com
adquiridos e de garantia dos mesmos. o fornecedor para que sejam criadas as condições de se-
gurança dos bens que o fornecedor considere necessárias,
Artigo 441.º suportando este os custos daí resultantes.
Conformidade dos bens a entregar
Artigo 444.º
1 — O fornecedor está obrigado a entregar todos os bens Obrigações do fornecedor em relação aos bens entregues
objeto do contrato em conformidade com os termos no
mesmo estabelecidos, tendo em conta a respetiva natureza 1 — É aplicável, com as necessárias adaptações, aos
e o fim a que se destinam. contratos regulados no presente capítulo o disposto na
2 — Na falta de estipulação contratual, todos os bens lei que disciplina os aspetos relativos à venda de bens de
objeto do contrato bem como as respetivas peças, compo- consumo e das garantias a ela relativas no que respeita à
nentes ou equipamentos devem ser novos. responsabilidade e obrigações do fornecedor e do produtor
3 — É aplicável, com as necessárias adaptações, aos e aos direitos do consumidor.
contratos regulados no presente capítulo o disposto na 2 — O prazo das obrigações de reposição da conformi-
lei que disciplina os aspetos relativos à venda de bens de dade dos bens fornecidos conta-se a partir de cada receção
consumo e das garantias a ela relativas no que respeita à individualmente considerada ou da data em que ocorrer a
conformidade dos bens com o contrato. receção dos últimos bens fornecidos, consoante esteja em
5250-(2040) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
causa contrato que estabeleça entregas faseadas de bens e outros direitos de propriedade industrial ou direitos de
com ou sem autonomia funcional entre si, respetivamente. autor ou conexos.
3 — As obrigações do fornecedor a que se refere o n.º 1 2 — Se o contraente público vier a ser demandado por
abrangem ainda todos os encargos com os testes, a realizar ter infringido, na execução do contrato ou na posterior
pelo fornecedor, que o contraente público considere, justi- utilização dos bens objeto do mesmo, qualquer dos direi-
ficadamente, necessário efetuar para verificação funcional tos referidos no número anterior, terá direito de regresso
dos bens objeto do contrato. contra o fornecedor por quaisquer quantias pagas, seja a
4 — Para além das obrigações que resultam para o for- que título for.
necedor do disposto nos números anteriores, pode o con- 3 — Os encargos e a responsabilidade civil perante
trato estipular uma obrigação de garantia, cujas condições terceiros decorrentes dos factos mencionados nos n.os 1 e
concretas, designadamente as respeitantes ao respetivo 2 não correm por conta do fornecedor se este demonstrar
prazo e às obrigações do fornecedor, são fixadas no con- que os mesmos são imputáveis ao contraente público ou
trato, sendo aplicável nesta matéria o disposto na lei a que a terceiros que não sejam seus subcontratados.
se refere o n.º 1.
5 — O prazo da garantia a que se refere o número an- Artigo 448.º
terior não deve exceder dois anos, podendo ser superior Resolução pelo contraente público
quando, tratando-se de aspeto da execução do contrato
submetido à concorrência pelo caderno de encargos, o 1 — Sem prejuízo dos fundamentos gerais de resolução
fornecedor o tenha proposto. do contrato e de outros neste previstos e do direito de in-
demnização nos termos gerais, pode o contraente público
Artigo 445.º resolver o contrato no caso de o fornecedor violar de forma
grave ou reiterada qualquer das obrigações que lhe incum-
Encargos gerais bem, nomeadamente quando a entrega de qualquer bem
Na falta de estipulação contratual, constituem obriga- objeto do fornecimento se atrase por mais de três meses ou
ções do fornecedor: o fornecedor declarar por escrito que o atraso na entrega
excederá esse prazo.
a) O pagamento de quaisquer impostos, taxas, direitos 2 — A resolução do contrato nos termos do presente
de qualquer natureza ou outros encargos exigidos pelas artigo abrange a repetição das prestações já realizadas
autoridades competentes e relativos à execução do contrato pelo fornecedor se assim for determinado pelo contraente
nos territórios do país ou países do fornecedor, dos seus público.
subcontratados ou de passagem em transporte;
b) A obtenção de quaisquer autorizações e o pagamento Artigo 449.º
de quaisquer emolumentos exigidos pelas autoridades com-
Resolução pelo fornecedor
petentes relativamente ao cumprimento das obrigações que
impendem sobre o fornecedor no âmbito do contrato; Na falta de estipulação contratual, a resolução do con-
c) A realização de todas as diligências necessárias ou trato pelo fornecedor não determina a repetição das pres-
convenientes à obtenção de quaisquer licenças de expor- tações já realizadas, cessando, porém, todas as obrigações
tação e de importação exigidas pelos países envolvidos na do fornecedor previstas no contrato, com exceção das
execução do contrato e a esta respeitantes, bem como o pa- obrigações a que se refere o artigo 444.º
gamento das taxas ou demais encargos a que houver lugar;
d) O pagamento de quaisquer despesas resultantes da
prestação das cauções previstas nos artigos 88.º a 91.º e CAPÍTULO V
292.º Aquisição de serviços
Artigo 446.º Artigo 450.º
Continuidade de fabrico Noção
Na falta de estipulação contratual e salvo quando outra Entende-se por aquisição de serviços o contrato pelo
coisa resultar da natureza do bem a fornecer, o fornecedor qual um contraente público adquire a prestação de um
deve assegurar a continuidade do fabrico e do forneci- ou vários tipos de serviços mediante o pagamento de um
mento de todas as peças, componentes e equipamentos preço.
que integrem os bens objeto do contrato pelo prazo esti-
mado da respetiva vida útil, sem prejuízo do disposto nos Artigo 451.º
artigos 297.º e 298.º
Remissão
Artigo 447.º Em tudo quanto não estiver regulado no presente ca-
Direitos de propriedade intelectual
pítulo, é aplicável aos contratos de aquisição de serviços,
com as necessárias adaptações, o disposto no capítulo sobre
1 — Na falta de estipulação contratual, correm in- contratos de aquisição de bens móveis.
tegralmente por conta do fornecedor os encargos ou a
responsabilidade civil decorrentes da incorporação em Artigo 452.º
qualquer dos bens objeto do contrato, ou da utilização
Instalações e equipamentos
nesses mesmos bens, de elementos de construção, de
hardware, de software ou de outros que respeitem a Na falta de estipulação contratual, as instalações, os
quaisquer patentes, licenças, marcas, desenhos registados equipamentos e quaisquer outros meios necessários ao
Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017 5250-(2041)
Artigo 464.º-A português, podendo ser efetuadas pelos meios a que se re-
Proibição de participação decorrente
fere o número anterior, ou por via postal, por meio de carta
de incumprimento contratual registada ou de carta registada com aviso de receção.
3 — Para efeitos de comunicações relativas à fase
1 — Pode ser aplicada sanção de proibição de participa- de execução do contrato, as partes devem identificar no
ção em procedimentos de formação de contratos públicos, mesmo as informações de contacto dos respetivos repre-
pelo prazo de um ano, às entidades que se encontrem em sentantes, designadamente o endereço eletrónico, o número
qualquer das seguintes situações: de telecópia e o endereço postal.
a) Incumprimento contratual que tenha dado origem, 4 — No contrato podem as partes estipular que a vali-
nos três últimos anos, à aplicação de sanções que tenham dade das comunicações efetuadas por correio eletrónico
atingido os valores máximos aplicáveis nos termos dos fique sujeita à condição da sua utilização obedecer a re-
n.os 2 e 3 do artigo 329.º; quisitos suplementares.
b) Incumprimento contratual que tenha sido objeto 5 — As comunicações ao Instituto dos Mercados Pú-
de duas resoluções sancionatórias nos três últimos anos blicos, do Imobiliário e da Construção, I. P., previstas no
com fundamento na alínea a) do n.º 1 do artigo 333.º, em presente Código devem ser efetuadas através de correio
qualquer das situações das alíneas b) a g) do n.º 1 do ar- eletrónico ou de outro meio de transmissão escrita e ele-
tigo 405.º e as constantes do artigo 423.º trónica de dados.
Artigo 469.º
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, os Data da notificação e da comunicação
contraentes públicos devem comunicar ao Instituto dos
Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P., 1 — As notificações e as comunicações consideram-se
as situações aí referidas, no prazo de 10 dias a contar da feitas:
sua ocorrência. a) Na data da respetiva expedição, quando efetuadas
3 — A aplicação da sanção referida no presente artigo através de correio eletrónico ou de outro meio de trans-
cabe ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário missão escrita e eletrónica de dados, salvo o disposto no
e da Construção, I. P., e é objeto de publicitação no portal número seguinte;
dos contratos públicos. b) Na data constante do relatório de transmissão bem
sucedido, quando efetuado através de telecópia, salvo o
PARTE V disposto no número seguinte;
c) Na data indicada pelos serviços postais, quando efe-
Disposições finais tuadas por carta registada;
d) Na data da assinatura do aviso, quando efetuadas por
Artigo 465.º carta registada com aviso de receção.
Publicitação dos contratos
2 — As notificações e as comunicações que tenham
1 — A informação relativa à formação e à execução dos como destinatário a entidade adjudicante ou o contraente
contratos públicos sujeitos à parte II é obrigatoriamente público e que sejam efetuadas através de correio eletrónico,
publicitada no portal dos contratos públicos, através de uma telecópia ou outro meio de transmissão escrita e eletrónica
ficha conforme modelo constante do anexo III ao presente de dados, após as 17 horas do local de receção ou em dia
Código. não útil nesse mesmo local, presumem-se feitas às 10 horas
2 — (Revogado.) do dia útil seguinte.
Artigo 470.º
Artigo 466.º
Contagem dos prazos na fase de formação dos contratos
(Revogado.)
1 — Os prazos referidos no presente Código relativos
aos procedimentos de formação de contratos contam-se
Artigo 467.º
nos termos do disposto no artigo 87.º do Código do Pro-
Notificações cedimento Administrativo e não lhes é aplicável, em caso
As notificações previstas no presente Código devem ser algum, o disposto no artigo 88.º do mesmo Código.
efetuadas através de correio eletrónico ou de outro meio 2 — Ao prazo para a apresentação das propostas no con-
de transmissão escrita e eletrónica de dados. curso público urgente não é aplicável o disposto na alínea b)
do artigo 87.º do Código do Procedimento Administrativo.
3 — Os prazos fixados para a apresentação das propos-
Artigo 468.º
tas, das candidaturas e das soluções são contínuos, não se
Comunicações suspendendo nos sábados, domingos e feriados.
1 — Todas as comunicações entre a entidade adjudi-
cante ou o júri do procedimento e os interessados, os can- Artigo 471.º
didatos, os concorrentes ou o adjudicatário relativas à fase Contagem dos prazos na fase de execução dos contratos
de formação do contrato devem ser escritas e redigidas em
1 — À contagem de prazos na fase de execução dos
português e efetuadas através de correio eletrónico ou de
contratos públicos que revistam a natureza de contrato
outro meio de transmissão escrita e eletrónica de dados.
administrativo são aplicáveis as seguintes regras:
2 — Na falta de estipulação contratual, as comunicações
entre o contraente público e o cocontratante relativas à fase a) Não se inclui na contagem do prazo o dia em que
de execução do contrato devem ser escritas e redigidas em ocorrer o evento a partir do qual o mesmo começa a correr;
5250-(2044) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
1 — O recurso à arbitragem ou a outros meios de reso- 1 — ... (nome, número de documento de identificação
lução alternativa de litígios é permitido, nos termos da lei, e morada), na qualidade de representante legal de (1)...
para a resolução de litígios emergentes de procedimentos (firma, número de identificação fiscal e sede ou, no caso
ou contratos aos quais se aplique o presente Código. de agrupamento concorrente, firmas, números de iden-
2 — Quando opte pela sujeição dos litígios a arbitragem, tificação fiscal e sedes), tendo tomado inteiro e perfeito
a entidade adjudicante prevê obrigatoriamente: conhecimento do caderno de encargos relativo à execução
a) A aceitação, por parte de todos os interessados, can- do contrato a celebrar na sequência do procedimento de...
didatos e concorrentes, da jurisdição de um centro de ar- (designação ou referência ao procedimento em causa) e,
bitragem institucionalizado competente para o julgamento se for o caso, do caderno de encargos do acordo-quadro
de questões relativas ao procedimento de formação de aplicável ao procedimento, declara, sob compromisso de
contrato, de acordo com o modelo previsto no anexo XII honra, que a sua representada (2) se obriga a executar o
ao presente Código, do qual faz parte integrante, a incluir referido contrato em conformidade com o conteúdo do
no programa do procedimento; mencionado caderno de encargos, relativamente ao qual
b) A necessidade de aceitação, por parte do cocontra- declara aceitar, sem reservas, todas as suas cláusulas.
tante, da jurisdição do centro de arbitragem instituciona- 2 — Declara também que executa o referido contrato
lizado para a resolução de quaisquer conflitos relativos ao nos termos previstos nos seguintes documentos, que junta
contrato, de acordo com o modelo previsto no anexo XII, a em anexo (3):
incluir no caderno de encargos e no contrato; a)...
c) O modo de constituição do tribunal e o regime proces- b)...
sual a aplicar, por remissão para as normas do regulamento
do centro de arbitragem institucionalizado competente, de 3 — Declara ainda que renuncia a foro especial e se
acordo com o modelo previsto no anexo XII. submete, em tudo o que respeitar à execução do referido
contrato, ao disposto na legislação portuguesa aplicável.
3 — A resolução de litígios por meio de arbitragem em 4 — Mais declara, sob compromisso de honra, que não
tribunais arbitrais não integrados em centros de arbitragem se encontra em nenhuma das situações previstas no n.º 1
institucionalizados só pode ser determinada numa das do artigo 55.º do Código dos Contratos Públicos.
seguintes situações: 5 — O declarante tem pleno conhecimento de que a
a) Quando, face à elevada complexidade das questões prestação de falsas declarações implica, consoante o caso,
jurídicas ou técnicas envolvidas, ao elevado valor econó- a exclusão da proposta apresentada ou a caducidade da
mico das questões a resolver, ou à inexistência de centro de adjudicação que eventualmente sobre ela recaia e constitui
arbitragem institucionalizado competente na matéria, seja contraordenação muito grave, nos termos do artigo 456.º
aconselhável a submissão de eventuais litígios à jurisdição do Código dos Contratos Públicos, a qual pode determinar
de tribunal arbitral não integrado em centro de arbitragem a aplicação da sanção acessória de privação do direito de
institucionalizado; participar, como candidato, como concorrente ou como
b) Quando o processo arbitral previsto nos regulamentos membro de agrupamento candidato ou concorrente, em
do respetivo centro de arbitragem institucionalizado não se qualquer procedimento adotado para a formação de con-
conforme com o regime de urgência previsto no Código do tratos públicos, sem prejuízo da participação à entidade
Processo nos Tribunais Administrativos para os contratos competente para efeitos de procedimento criminal.
por ele abrangidos; 6 — Quando a entidade adjudicante o solicitar, o con-
c) Quando se demonstre que a utilização de um centro corrente obriga-se, nos termos do disposto no artigo 81.º
de arbitragem institucionalizado teria como consequência do Código dos Contratos Públicos, a apresentar os docu-
uma resolução mais morosa do litígio; mentos comprovativos de que não se encontra nas situações
d) Quando se demonstre que a utilização de um centro previstas nas alíneas b), d), e) e i) do n.º 1 do artigo 55.º
de arbitragem institucionalizado teria como consequência do referido Código.
um custo mais elevado para as entidades adjudicantes ou 7 — O declarante tem ainda pleno conhecimento de que
contraentes públicos. a não apresentação dos documentos solicitados nos termos
do número anterior, por motivo que lhe seja imputável,
4 — Se se optar pela submissão de litígio a tribunal determina a caducidade da adjudicação que eventualmente
arbitral não integrado em centro de arbitragem institu- recaia sobre a proposta apresentada e constitui contraorde-
cionalizado, a entidade contratante deve elaborar uma nação muito grave, nos termos do artigo 456.º do Código
avaliação de impacto dos custos que tal opção importa, dos Contratos Públicos, a qual pode determinar a aplicação
designadamente quanto aos honorários de árbitros e ad- da sanção acessória de privação do direito de participar,
vogados, taxas, custas e outras despesas. como candidato, como concorrente ou como membro de
5 — Nos litígios de valor superior a € 500 000, da de- agrupamento candidato ou concorrente, em qualquer pro-
cisão arbitral cabe recurso para o tribunal administrativo cedimento adotado para a formação de contratos públicos,
competente, nos termos da lei, com efeito meramente de- sem prejuízo da participação à entidade competente para
volutivo. efeitos de procedimento criminal.
5250-(2046) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
ANEXO IX
Código CPV Descrição
Lista de serviços de saúde, serviços sociais, serviços
de ensino e outros serviços específicos
De 75100000-7 a 75120000-3; 75123000-4; Outros serviços adminis-
de 75125000-8 a 75131000-3. trativos e das adminis-
[a que se refere o artigo 6.º-A, a subalínea v) da alínea b) trações públicas.
do n.º 1 do artigo 11.º, De 75200000-8 a 75231000-4 . . . . . . . . . . Prestação de serviços à
o artigo 250.º-A e a alínea d) do n.º 3 do artigo 474.º] comunidade.
98900000-2 [Serviços prestados por orga- Serviços internacionais.
nizações e entidades extraterritoriais] e
Código CPV Descrição 98910000-5 [Serviços específicos às or-
ganizações e entidades extraterritoriais].
ANEXO XI
Secção F Construção
Código CPV
Secção F Construção
Código CPV
Secção F Construção
Código CPV
Secção F Construção
Código CPV
(1) Regulamento (CEE) n.º 3037/90 do Conselho, de 9 de outubro de 1990, relativo à nomenclatura estatística das atividades económicas na Comunidade Europeia (JO L 293 de 24.10.1990, p. 1).
5250-(2052) Diário da República, 1.ª série — N.º 168 — 31 de agosto de 2017
1 — Modelo previsto na alínea a) do n.º 2 do artigo 476.º, (a que se refere o n.º 2 do artigo 241.º-C e o n.º 6 do artigo 257.º)
a incluir no programa do procedimento:
I — Sistema de aquisição dinâmico
A (designação oficial da entidade pública adjudi-
cante) aceita a jurisdição do Centro de Arbitragem Ins- 1 — A entidade adjudicante notifica os participantes
titucionalizado (designação e identificação do Centro
de Arbitragem Institucionalizado) para a resolução de no sistema da sua intenção de proceder à composição do
qualquer litígio respeitante ao presente procedimento objeto e do momento em que o fará;
pré-contratual, seguindo-se os respetivos regulamentos, 2 — É conferido aos participantes um prazo razoável
designadamente quanto ao respetivo modo de constitui- antes de a entidade adjudicante efetivar a recolha de in-
ção e regime processual. formação;
3 — A entidade adjudicante recolhe a informação, com-
2 — Modelo previsto na alínea a) do n.º 2 do ar- põe o objeto contratual pretendido e leva a cabo a tramita-
tigo 476.º, a incluir no caderno de encargos: ção do procedimento de formação de contrato, nos termos
O interessado aceita submeter a resolução de qual- previstos nos artigos anteriores;
quer litígio respeitante ao contrato a celebrar ou a as- 4 — Os participantes no sistema podem escusar-se a
petos respeitantes ao procedimento de formação ao apresentar proposta, indicando, de forma fundamentada,
Centro de Arbitragem Institucionalizado (designação
que a concreta combinação de prestações escolhida pela
e identificação do Centro de Arbitragem Instituciona-
lizado), incluindo os aspetos que resultem do procedi- entidade adjudicante apresenta erros, ou é técnica ou fun-
mento pré-contratual que lhe deu origem, nos termos cionalmente inexequível;
dos respetivos regulamentos. 5 — A entidade adjudicante adota as medidas tendentes
a assegurar que este modo de utilização de catálogos ele-
3 — Modelo previsto no n.º 3 do artigo 476.º, a incluir trónicos não viola ou restringe a concorrência ou a igual-
no contrato: dade de tratamento, designadamente, no que diz respeito
à comparabilidade entre propostas.
As partes contratantes aceitam atribuir a competên-
cia para a resolução de litígios relativos ao contrato ao
Centro de Arbitragem Institucionalizado (designação II — Acordos-quadro
e identificação do Centro de Arbitragem Instituciona-
lizado).
Na utilização dos catálogos eletrónicos deve ser obser-
ANEXO XIII vado o seguinte: