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Dissertacao - Etapas de Reabilitação PDF
Dissertacao - Etapas de Reabilitação PDF
Edifícios
Engenharia Civil
Júri
Presidente: Prof. Francisco Loforte Teixeira Ribeiro
Orientador: Eng.º José Manuel Gaspar Nero
Vogais: Eng.º Manuel dos Santos Fonseca
Outubro de 2008
PALAVRAS-CHAVE
RESUMO
Após a análise chegou-se à conclusão da aplicabilidade do modelo, com uma margem de erro
não superior a 25%. Verificou-se ainda da análise, que os custos são os mais elevados em
edifícios Pré-Pombalinos e os mais reduzidos nos edifícios Pombalinos. Em geral os custos
obtidos através do preçário da CML são inferiores aos custos praticados no mercado.
I
KEYWORDS
ABSTRACT
The following dissertation has as its primary goal, the development of a model of costs
estimation from a rehabilitation process of an ancient building in its beginning stage, that is
based on budgets of similar construction works already concluded, and it’s posterior
comparison with the costs obtained by the price list used by the Câmara Municipal de Lisboa.
The estimated value of costs from the developed model will depend, in first place by the type of
building, that can be Pré-Pombalino, Pombalino or Gaioleiro, and in second by the level of
intervention, that varies between, Light, Medium or Heavy.
In the model development, the first step was the selection of a group of budgets from building
rehabilitation works, that can be suited to the type of building and level of intervention already
referred, which suffered a cost analysis by unit of measure linked to particular constructive
elements (e.g. roof, ceilings, kitchens). From those same budgets, it was taken the amounts of
work of certain activities to perform the application of the CML price list.
It was verified, by the analysis of the costs obtained, that the highest costs were the ones
correspondent to the Pré-Pombalinos buildings and lowest correspondent to the Pombalinos. In
general matters the cost obtained by the CML price list are lower than the real world costs.
It was also made the framing from the activities related to this primary phase, that precede the
construction works themselves, like the legal framing existent or the different insurance
solutions, and that were found very counterproductive in the development of this activity, in spite
of all the efforts that have been done.
II
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE
EDIFICIOS
ÍNDICE
1 - Introdução ........................................................................................................................... 1
1.1 - A reabilitação de edifícios em Portugal ..................................................................... 1
1.2 - Objectivos da Dissertação ......................................................................................... 3
1.3 - Metodologia seguida na Dissertação ........................................................................ 4
2 - Ponderação dos factores de base do modelo .................................................................... 6
2.1 - Considerações gerais ................................................................................................ 6
2.2 - Tipologia dos Edificios ............................................................................................... 6
2.2.1 Edifícios Pré-Pombalinos ........................................................................................ 6
2.2.2 Edifícios Pombalinos ............................................................................................... 9
2.2.3 Edifícios “Gaioleiros”.............................................................................................. 11
2.3 - Caracterização dos Elementos Construtivos ........................................................... 13
2.4 - Níveis de Intervenção .............................................................................................. 24
2.4.1 - Intervenções Ligeiras .......................................................................................... 24
2.4.2 - Intervenções Médias ........................................................................................... 24
2.4.3 - Intervenções Profundas ...................................................................................... 25
3 - Enquadramento das actuações de conservação e reabilitação de edifícios .................... 27
3.1 - Introdução ................................................................................................................ 27
3.2 - Bases Legais Associadas a Obras de Reabilitação ................................................ 27
3.2.1 - Considerações gerais .......................................................................................... 27
3.2.2 - Procedimentos Legais em Obras de Reabilitação .............................................. 27
3.2.3 - Necessidades de Projecto ................................................................................... 34
3.3 - Seguros para obras de Reabilitação ....................................................................... 35
3.4 - Trabalhos preparatórios ........................................................................................... 37
3.4.1 - Estaleiro ............................................................................................................... 38
3.4.2 - Cobertura Provisória............................................................................................ 38
3.4.3 - Andaimes e Oleados de Protecção ..................................................................... 39
4 - Definição das actividades construtivas associadas ao modelo ........................................ 40
4.1 - Considerações Gerais ............................................................................................. 40
4.2 – Trabalhos de construção ........................................................................................ 40
4.2.1 - Estrutura .............................................................................................................. 40
4.2.2 - Envolvente exterior .............................................................................................. 42
4.2.3 - Interiores .............................................................................................................. 43
4.2.4 - Instalações especiais .......................................................................................... 47
I
4.3 - Quadro Síntese ........................................................................................................ 49
4.4 - Critérios para a medição de quantidades ................................................................ 51
5 - Alimentação do Modelo ..................................................................................................... 53
5.1 – Considerações gerais ............................................................................................. 53
5.2 - Construção do modelo e procedimento de cálculo ................................................. 53
6 - Cálculo dos custos de reabilitação ................................................................................... 58
7 - Apresentação de Resultados ............................................................................................ 59
8 - Análise de Resultados ...................................................................................................... 68
8.1 - Valores Médios ........................................................................................................ 68
8.1.1 - Comparação de Valores ...................................................................................... 68
8.1.2 - Determinação dos factores de correlacionamento.............................................. 73
8.2 - Dispersão ................................................................................................................. 74
9 - Validação do modelo por aplicação a três casos de estudo ............................................. 79
9.1 - Enquadramento dos edificios em estudo no modelo............................................... 79
9.2 - Determinação dos Custos de Reabilitação ............................................................. 80
9.3 - Discussão de resultados .......................................................................................... 83
10 - Conclusões........................................................................................................................ 85
10.1 - Conclusões Finais ................................................................................................... 85
10.2 - Perspectivas para o Futuro...................................................................................... 87
Bibliografia ................................................................................................................................... 89
Anexo 1 – Cálculo de actividades construtivas do Modelo
Anexo 2 – Guia de aplicação do modelo de custos para obtenção de estimativa
ÍNDICE DE TABELAS
II
Tabela 16 – Factores de correlacionamento de preços por nível de intervenção ...................... 74
Tabela 17 - Custos de uma intervenção ligeira num edifício Pré-Pombalino ............................. 80
Tabela 18 - Custos de uma intervenção profunda num edifício Pombalino ............................... 81
Tabela 19 – Custos de uma intervenção média num edifício Gaioleiro...................................... 82
Tabela 20 – Custo Unitário por área de construção ................................................................... 82
ÍNDICE DE FIGURAS
ÍNDICE DE GRÁFICOS
III
Gráfico 6 – Total dos Custos Médios DMCRU para as actividades em espaços não comuns
interiores ...................................................................................................................................... 70
Gráfico 7 – Desvio de custos DMCRU e de mercado para edifícios Pré-Pombalinos ............... 71
Gráfico 8 – Desvio de custos DMCRU e de mercado para edifícios Pombalinos ...................... 72
Gráfico 9 – Desvio de custos DMCRU e custos de mercado para edifícios Gaioleiros ............. 72
Gráfico 10 – Dispersão dos Custos DMCRU em edifícios Pré-Pombalinos ............................... 74
Gráfico 11 – Dispersão dos Custos DMCRU em edifícios Pombalinos ...................................... 75
Gráfico 12 – Dispersão dos Custos DMCRU em edifícios Gaioleiros ........................................ 76
Gráfico 13 – Concentração dos valores da dispersão dos Custos DMCRU .............................. 76
Gráfico 14 – Dispersão dos custos de mercado em edifícios Pré-Pombalinos .......................... 77
Gráfico 15 – Dispersão dos custos de mercado em edifícios Pombalinos ................................. 77
Gráfico 16 – Dispersão dos custos de mercado em edifícios Pombalinos ................................. 78
Gráfico 17 – Concentração dos valores da dispersão dos Custos praticados no mercado ....... 78
IV
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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1 - INTRODUÇÃO
Uma das razões frequentemente apontadas para esta diminuta relevância, é a ineficácia dos
programas públicos de apoio à reabilitação. Estes programas sempre se apresentaram
demasiado complexos e limitados para poderem funcionar como um verdadeiro factor de
fomento do sector. No entanto o enquadramento legal da reabilitação, que vigorou durante
muitos anos, é muitas vezes indicado como a principal razão para a estagnação desta
actividade. A partir de 1976, com origem no período pós-revolucionário caracterizado por uma
enorme instabilidade política, foi criada uma legislação que obrigava a um congelamento das
rendas inviabilizando a rentabilidade da exploração dos imóveis arrendados. Por outro lado os
procedimentos legais para a aprovação deste tipo de obras, habitualmente ligados ao poder
autárquico, revelaram-se também complexos e demasiado burocráticos.
Esta estagnação geral das acções de reabilitação levou a um fenómeno lento mas contínuo
processo de degradação do edificado, que se manteve até muito recentemente.
A isto, veio aliar-se um outro fenómeno de construção massiva que se deu essencialmente
entre os anos 70 a 80. Esta construção, que tinha como objectivo permitir dar alojamento ao
fluxo migratório do interior para os grandes centros urbanos, foi executada com fraquíssima
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Construção Nova
Manutenção
Países Totais
Não Obras Reabilitação
Habitação
Residenciais Engenharia
Invertendo a tendência que se manteve durante muitos anos, a reabilitação de edifícios tem
vindo a beneficiar de um novo fôlego no mercado da construção, resultante de um esforço que
tem sido feito de modo a preservar o património edificado. Recentemente foi aprovada uma
nova legislação de actualização de rendas bem como um conjunto de programas de apoio à
reabilitação. Este novo enquadramento permitiu que a atenção de projectistas e construtores
tenha sido captada, ainda que, a experiência existente neste campo permaneça deficitária.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Um dos factores que têm sido apontados como deficitários nesta actividade é a
imprevisibilidade dos custos finais de um empreendimento. Esta imprevisibilidade tem criado
dificuldades para efeitos de análises custo-benefício no desenvolvimento de projectos
imobiliários, aumentando consideravelmente o risco dos mesmos e desencorajando potenciais
interessados. É por isso que uma estimação dos custos numa fase primária do
desenvolvimento do projecto é fundamental.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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intervenções adoptar (Ligeiro, Médio e Profundo). Este modelo, pretende ser de fácil aplicação
para benefício das pessoas que o pretendam utilizar.
Pretende-se também fazer uma comparação dos custos resultantes da aplicação do preçário
DMCRU (Direcção Municipal de Conservação e Reabilitação Urbana) com os custos praticados
no mercado, de modo a verificar a sua aproximação à realidade.
a) Ponderar diante das tipologias construtivas da cidade de Lisboa, a escolha dos tipos de
edifícios que se revelem de maior importância para a reabilitação, e respectiva distinção por
diferentes épocas e métodos construtivos. Assim, foram escolhidos os edifícios do tipo Pré-
Pombalino, Pombalino e Gaioleiro, representativos de um período de construção que
acompanhou a história do nosso país até à introdução do betão armado, a partir de 1930.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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f) Comparação dos custos decorrentes da aplicação dos preços unitários estabelecidos pela
DMCRU pertencente á CML (Câmara Municipal de Lisboa) com os valores praticados no
mercado, associando aos diferentes níveis de intervenção, e tipo de edificado.
g) Ponderação dos resultados e apresentação de proposta para a previsão dos custos para as
acções de reabilitação do edificado enquadrado no âmbito deste estudo.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Assim, com este capítulo pretende-se reflectir sobre cada um dos três factores considerados no
modelo, explicando de que forma se aplicam de modo a poderem ser considerados para o
modelo proposto.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Dos edifícios tipicamente urbanos, faz-se ainda uma distinção entre dois estilos predominantes
de modo a haver uma caracterização rigorosa. Em primeiro lugar temos os edifícios de melhor
qualidade construtiva com alvenaria bem cuidada, com pedra aparelhada pelo menos nos
cunhais e com existência de travamentos. Este tipo de edifícios era destinado às classes
sociais mais abastadas.
O segundo tipo de edifícios urbanos, existe em muito maior quantidade e é detentor de uma
qualidade construtiva bastante mais fraca que o anterior, com alvenarias pobres ou de taipa
mal conservada. Não possui qualquer elemento de travamento, e é bem visível actualmente o
elevado estado de deformação em que hoje em dia estes se encontram. Eram construídos
pelas classes sociais mais pobres, e são muitas vezes identificáveis pelo seu “andar de
ressalto”. Em alguns casos presenciamos a existência da gaiola pombalina (uma vez que estes
edifícios na sua maioria, sofreram algum tipo de intervenção após o terramoto), sendo as
paredes exteriores revestidas por uma alvenaria mista.
Possuem entre dois a três pisos, apesar de haver casos em que atingem inclusivamente os
quatro. Ocupam actualmente uma parte bastante importante das áreas mais antigas da cidade
de Lisboa, como é exemplo os bairros de Alfama ou do Castelo.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Para os edifícios de áreas rurais que foram posteriormente absorvidos pela cidade, os edifícios
pré-pombalinos apresentam apenas um piso de rés-do-chão, estando estes mesmos edifícios
nos dias de hoje, espalhados um pouco por toda a cidade.
Aparte destes dois tipos de edifícios pré-pombalinos, existem ainda alguns casos particulares,
que apresentam uma fiada de colunas no rés-do-chão, normalmente em madeira, suportando
uma viga em madeira corrida ao longo de toda a fachada. Estas colunas, afastadas de três a
quatro metros permitem uma melhor utilização das arcadas junto ao passeio. São observáveis
em zonas como por exemplo a Rua de Belém
Deste tipo de edificado são muito escassos, ou inexistentes, aqueles que mantiveram até aos
dias de hoje as soluções construtivas originais. Os edifícios a que hoje chamamos de pré-
pombalinos são edifícios que ao longo dos tempos foram sofrendo diversas alterações, tanto
por necessidade de reforço como pela necessidade de obras de beneficiação, para o
melhoramento das condições pré-existentes. O caso particular que afectou a quase totalidade
desta tipologia neste aspecto, foi o terramoto de 1755, que destruiu grande parte da construção
da cidade de Lisboa, e que obrigou a grandes obras de reconstrução a todos aqueles que
sobreviveram.
Pela necessidade de um reforço estrutural neste edificado resultante dos danos provocados
pelo terramoto ou pela sobrecarga criada com o aumento do número de pisos, é ainda
observável nos dias de hoje a existência de “ferrolhos” metálicos de contraventamento, tanto
em fachadas principais como nas empenas acessíveis.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Não havendo na época as mesmas preocupações de higiene que existem nos dias de hoje,
não fazia parte da sua concepção original a existência de instalações sanitárias. Este
compartimento específico só terá sido introduzido anos mais tarde, resultando de adaptações
de divisões comuns que são invariavelmente desadequadas tanto em termos de dimensões
como de materiais de construção.
O acesso à via pública é feito o mais directamente possível sem recorrer a hall de entrada, e as
escadas com uma reduzida dimensão localizam-se habitualmente junto às fachadas. Os
ressaltos no terreno eram normalmente utilizados como auxilio para acesso aos fogos dos
pisos superiores, permitindo nalguns casos a não utilização de escadas, sendo que isto ainda
pode ser observado nos dias de hoje quando as entradas no mesmo prédio se fazem
separadamente a partir da rua da frente e da rua de trás.
Os andares têm um pé direito muito reduzido, uma grande densidade de paredes e escassas
aberturas para o exterior. Apenas nos edifícios com andares de “ressalto” o aspecto amaciçado
da construção se torna bastante mais aligeirado, numa pequena antevisão da tecnologia
posteriormente introduzida por Pombal.
A variedade que esta tipologia construtiva apresenta, tanto ao nível de dimensão como ao nível
dos processos e materiais construtivos, é imensa. Isto resulta, de entre diversos factores, do
amplo período em que foram concebidos, da distância em tempo a esse período que levou a
inúmeras intervenções de reabilitação ao longo dos anos, do propósito que servia, e a quem se
destinava. Também é de referir o facto de as técnicas de construção eram normalmente
intuitivas, embora testadas pelo tempo, não havendo uma linha geral pela qual os construtores
se seguirem ao contrário do que veio a suceder em outros períodos (como o pombalino ou do
Estado Novo). Desse modo a catalogação de um modelo típico de edifício pré-pombalino é
muito difícil.
O início deste tipo de construção em Portugal, deu-se a partir de 1755, após a ocorrência de
um enorme sismo, que permaneceu na história como um dos maiores desastres naturais
jamais ocorrido. Este sismo resultou na destruição quase completa da cidade de Lisboa, e
atingiu ainda grande parte do litoral do Algarve. O sismo foi seguido de um tsunami e de
múltiplos incêndios, tendo feito mais de 10 mil mortos. Os geólogos modernos estimam que o
Sismo de 1755 atingiu 9 graus na escala Richter.
O Terramoto de Lisboa, como ficou conhecido na história, teve um enorme impacto político e
socioeconómico na sociedade portuguesa do Século XVIII, dando origem aos primeiros
estudos científicos do efeito de um terramoto numa área alargada, marcando assim o
nascimento da moderna sismologia. Como resultado directo do sismo procedeu-se à
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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reconstrução da capital e do restante país assolado pela tragédia, liderada pelo então primeiro
ministro Marquês de Pombal e executada pelo engenheiro-arquitecto Manuel da Maia, levando
a uma reconversão da organização inicial da cidade e introduzindo-se inovações construtivas
totalmente revolucionárias, sendo a mais relevante a estrutura em pórtico tridimensional de
madeira, constituindo aquilo que viria a ser conhecido como a gaiola pombalina.
A zona onde este tipo de construção é mais abundante é a Baixa (Baixa Pombalina) mas
também zonas como o Bairro Alto ou o Bairro de São Paulo. Aproveitando-se o facto de ter
sido significativamente danificada tanto pelo sismo como pelo fogo, procedeu-se ao
lançamento de um novo traçado urbano com linhas ortogonais, que foi completamente
revolucionário tanto no nosso país como a nível internacional.
Os edifícios característicos desta época possuem tipicamente três pisos mais mansarda, já que
a sua altura passou a ser limitada como exigência do primeiro regulamento anti-sísmico. As
grandes paredes-mestras de alvenaria de 1 ou 2 folhas são agora presas a um pórtico
tridimensional interior em madeira com a função de solidarizar os diferentes elementos
estruturais. A Cruz de Santo André foi uma das mais importantes inovações da arquitectura
nesta fase, sendo uma componente dos frontais, permite a combinação entre a alvenaria
pesada, rígida e frágil, com a madeira, leve e flexível. Esta combinação dá resistência à
estrutura para cargas verticais e cargas horizontais existentes em caso de um novo sismo.
Outra evolução face ao praticado até então, é o aumento dos vãos que só é possível pela
introdução de tabiqueria aligeirada de madeira que servem de elementos resistentes verticais.
Na maioria dos casos, o andar térreo é feito com arcadas em pedra ou abóbada de tijolo, uma
vez que a “transpiração” do solo torna a madeira um material muito sensível.
Já que os muitos incêndios que deflagraram em Lisboa após o Terramoto foram responsáveis
pela destruição de grande parte da cidade, optou-se em levar as paredes meãs entre edifícios
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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O rés-do-chão, ao contrário do que era norma até então, passou a ser amplo e largo o que
levou à instalação de estábulos e lojas, o acesso aos andares passou a ocupar um espaço
importante e o pé direito aumentou consideravelmente (cerca de quatro metros). As fachadas
eram agora rasgadas por amplas janelas, e as águas furtadas são aproveitadas posteriormente
com a instalação de mansardas.
As paredes divisórias, designadas por tabiques, foram outra importante introdução desta
época, executadas em madeira com acabamento por fasquiado o que as torna invulgarmente
esbeltas, de dez a doze centímetros, e incrivelmente elásticas. Quando são colocadas em
direcções ortogonais cruzando-se umas com as outras, a resistência dos tabiques torna-se
muito elevada, podendo servir em caso de catástrofe como suporte à cobertura. As paredes de
alvenaria sem funções estruturais também são designadas por tabiques, ao contrário do que
muitas vezes se pensa.
A época de construção pombalina prolonga-se até meados do século XIX, altura a partir da
qual se começa a degenerar. É hoje aceite como sendo um período em que a construção era
feita com qualidade apesar de lhe serem reconhecidos bastantes defeitos. Este período foi
responsável pela introdução da pré-fabricação e o urbanismo moderno em Portugal.
Entre finais do século XIX e as primeiras décadas do século XX, houve uma expansão
urbanística de grande escala, protagonizada por construtores civis de origem tomarense,
naquela que ficou conhecida como a primeira grande vaga de “patos bravos”. Esta época
correspondeu também à abertura da Avenida da Liberdade, que abriu caminho à edificação do
planalto a norte de Lisboa, conhecida desde então como as “Avenidas Novas”.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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O sistema construtivo adoptado para essas zonas ficou posteriormente conhecido como
“Gaioleiro”, numa alusão à gaiola de Pombal mas que resulta, no entanto, da degeneração da
mesma, na medida em que constitui uma tentativa de imitação simplificada de qualidade muito
inferior. Existem bastantes diferenças face à construção Pombalina, que são resultantes não só
da decadência das preocupações face aos riscos sísmicos, mas também pela introdução de
novos materiais.
Existe uma muito maior liberdade formal que se manifesta em diversos factores, desde logo, a
utilização de janelas de formas variadas e com cantarias de secção diversa, possuindo também
uma dimensão mais alongada com consequente recurso a maiores vãos (mainéis). Nota-se
ainda que ao nível de cada piso, a variação entre janelas de sacada e de peito, que por vezes
até variam consoante o piso, ainda um maior recurso a motivos decorativos nas fachadas como
frisos, cimalhas e até esculturas nos melhores edifícios. A composição da fachada é
normalmente feita através de três zonas bem marcadas, o soco, uma zona intermédia e
sistema platibanda/telhado, ao estilo das boulevards parisienses.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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olho nu, podemos com base em estudos científicos, saber quais as consequências que o
desleixo que os processos construtivos poderão ter em caso de sismo. Como a resistência ao
sismo destes edifícios é muito inferior aos Pombalinos, podemos antever consequências muito
graves.
Com base nas tipologias do edificado que foram identificadas como relevantes no âmbito da
presente dissertação, neste subcapítulo proceder-se-á à caracterização dos elementos
construtivos mais importantes para acções de reabilitação. Para o modelo de custos que se
pretende desenvolver posteriormente, esta caracterização servirá como uma base para as
actividades construtivas cujos custos se tentarão encontrar. Será ainda feita uma breve
descrição, num capítulo mais adiantado, dessas mesmas actividades construtivas a incidirem
sobre os elementos construtivos aqui referidos.
a) Estrutura
Paredes Estruturais
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Para o período que se seguiu, as paredes resistentes pretendiam utilizar a mesma técnica que
foi sendo utilizada ao longo de todo o período Pombalino, no entanto, os cuidados em relação à
gaiola foram progressivamente perdendo importância. A cruz de Santo André foi sendo
esquecida, com o objectivo de poupar madeira que era o elemento mais dispendioso. As
paredes de fachadas principais e de tardoz possuem espessuras que poderão ir até a 1 metro
junto à base, diminuindo-se a espessura à medida que se subia, e aproveitando-se os ressaltos
para se apoiar os vigamentos do vigamento. Já as paredes das empenas são sempre mais
esbeltas, atingindo no máximo 0,50 metros.
Fundações
Na época que antecedeu o Terramoto, a construção existente possuía fundações directas que
habitualmente eram contínuas de alvenaria de pedra. Para uma dada parede resistente, a sua
fundação apresenta uma sobrelargura que se justifica para distribuir as cargas verticais ao
terreno de muito menor capacidade resistente. Também por este factor nota-se por diversas
ocasiões, a menor qualidade dos materiais empregues, uma vez que estando as cargas mas
distribuídas não seria necessário, capacidades de resistência tão elevadas como nas paredes.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Para outras zonas da cidade com melhores terrenos, as fundações permaneciam como
directas com sapatas a um lado para suporte das paredes de alvenaria.
No caso dos edifícios “gaioleiros”, as soluções possíveis eram muito semelhantes às soluções
de fundações do período Pombalino, embora praticamente se tenham abandonando as
soluções de fundações em estacas (pelo facto dos terrenos onde os edifícios gaioleiros se
implantam não o requererem), permanecendo basicamente fundações directas e contínuas e
fundações sobre pilares e abóbadas de arco.
Caixa de Escadas
A caixa de escadas começou a ter uma função estrutural importante com a chegada do sistema
construtivo pombalino. Nos períodos Pombalinos e nos que a ele se seguiram, as escadas
foram progressivamente passando para o interior do edifício, contribuindo de forma muito
relevante para a resistência face à acção sísmica, sendo a sua concepção bastante compacta,
com três paredes paralelas em gaiola, solidamente travadas pelos degraus. O desenvolvimento
técnico atingido, imposto pela necessidade urgente de reconstrução da época que se seguiu ao
terramoto, tanto em quantidade como até em qualidade, levou à criação de uma produção em
série de elementos construtivos, através da implementação de sistemas de pré-fabricação em
elementos de variadíssima ordem. A esta uniformização de soluções não terá sido alheia a
condição de militares dos responsáveis pelo plano de reconstrução. Nos edifícios Gaioleiros,
embora se aplicasse a mesma filosofia de construção do período Pombalino, a caixa de
escadas foi perdendo importância na contribuição para a resistência relativamente a forças
horizontais, fundamental em caso de sismo.
b) Envolvente Exterior
Fachadas e empenas
Parte integrante das fachadas são as cantarias. A utilização de cantarias tornou-se muito
vulgar em edifícios antigos. Tem duas funções principais, em primeiros lugar a função
estrutural, estando localizada em pontos estratégicos de portas e janelas, e em segundo lugar
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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a função decorativa, estando cada tipo de cantaria associada a uma região de acordo com a
disponibilidade em termos de pedra. Em relação à evolução destas peças ao longo dos anos, é
possível denotar uma alteração nas dimensões das cantarias uma vez que a escassez de
pedra levou a uma diminuição dos tamanhos das mesmas.
É ainda de referir a particularidade das fachadas de tardoz nos edifícios gaioleiros que
apresentam habitualmente uma estrutura em ferro fundido, que os torna muito característicos.
Desse modo e apenas para este tipo de edifícios a fachada de tardoz deverá ser considerada à
parte das restantes fachadas.
Cobertura
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Os outros edifícios deste período que foram considerados, de melhor qualidade em alvenaria
bem cuidada, já possuem asnas em madeira com pelo menos duas águas. Estas asnas são
obtidas pela triangulação de elementos simplesmente ligados entre si. As ligações das peças
poderão variar muito sendo as soluções mais óbvias as ligações pregadas, coladas ou
recorrendo-se a elementos de ligação metálicos. Verifica-se normalmente que quanto mais
erudito é o edifício, mais complexo e completo é a estrutura da cobertura.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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estrutural na base destes edifícios, levantaram-se mais um ou dois pisos consoante o caso,
pelo que o resultado final foi uma cobertura de qualidade muito inferior àquilo que tinha sido
originalmente pensada. Deste modo, a intervenção nestas coberturas significa quase sempre a
substituição integral da estrutura de suporte, que se resume normalmente a asnas simples,
compostas ou mistas. È de referir ainda que os vãos relativamente a outros edifícios como os
gaioleiros são consideravelmente menores, o que vão permitir a utilização de secções de
menor dimensão nas asnas.
c) Interiores
Tectos e Pavimentos
Os pavimentos de edifícios antigos são na sua maioria em madeira, que foi sendo alterada
consoante a disponibilidade da época em relação à espécie de árvore. É característica destes
edifícios especialmente nos períodos Pombalinos e “gaioleiros” de terem o primeiro piso em
arcos de alvenaria (no caso de edifícios Pré-Pombalinos isto só acontece em edifícios de maior
nobreza), podendo receber um pavimento em soalho ou enchimento com protecção de pedra
ou cerâmico.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Para os edifícios Pré-Pombalinos relativamente aos pavimentos dos pisos elevados era mais
vulgar tanto na quase totalidade dos edifícios correntes como em palácios a utilização de
pavimentos de madeira, os referidos sobrados. O pavimento consistia para além da madeira
num conjunto de vigas encastradas nas paredes de alvenaria, usualmente nas de fachada,
com afastamento que pode variar entre 20 a 40 centímetros, apoiadas no tabique resistente
paralelo às fachadas, sensivelmente a meio do vão. No caso das casas de fachada em tabique,
o pavimento formava um conjunto homogéneo com estas. É possível ainda observar em
edifícios desta época de menor qualidade (“andar de ressalto”), o uso de perfis redondos, que
resulta do descascamento simples de algumas espécies arborizes sem nenhum tratamento
posterior. O recurso a este tipo de técnica vai limitar a altura dos perfis a um máximo de 20
centímetros por indisponibilidade por parte das espécies, limitando desse modo também os
vãos a 4 metros.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Em todo o período que sucedeu o Terramoto até à introdução do betão armado, a solução de
revestimento mais utilizada para os tectos, consiste numa solução à base de cal e gesso
aplicada sobre um fasquiado de madeira pregado ao vigamento do tecto. Em tectos mais
eruditos o estuque é trabalhado, moldando-se adquire formas geralmente de florões e figuras
de cor branca. Outra solução possível consiste num tecto em caixotão de madeira com o efeito
de “saia e camisa”. Sobre este tecto é aplicada uma pintura a tinta de óleo.
Paredes de Compartimentação
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Os revestimentos das paredes interiores são muito vastos. No caso das paredes em alvenaria
o revestimento mais comum é à base de cal e areia. Por vezes eram adicionados outros
aditivos como pó de tijolo moído ou pozolanas para obter o efeito de endurecimento e secagem
em ambientes húmidos, no entanto, a sua utilização não se encontra documentada, bem como
o traço utilizado que era algo intuitivo para obter uma boa trabalhabilidade, mas que se estima
estar entre 1:2 a 1:3. Podia ser ou não aplicado posteriormente estuque sobre o reboco e
consequente caiação. Outra solução de revestimento incidia sobre os tabiques da madeira, em
que era aplicado estuque sobre o fasquiado à base de cal e gesso.
Escadas
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Caixilharias
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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d) Instalações Especiais
Assim, e após caracterização dos diversos elementos construtivos que compõem os edifícios
considerados nesta dissertação, indica-se no quadro seguinte todos aqueles sobre os quais irá
incidir o modelo que se propõe:
- Paredes Resistentes
- Fundações
- Caixa de Escadas
- Fachada de Tardoz
- Cobertura
- Tectos
- Pavimentos
- Paredes de Compartimentação
- Carpintarias / Serralharias
- Instalações Sanitárias
- Cozinhas
- Electricidade
- Gás
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Os edifícios em relação aos quais serão analisadas as estruturas de custos para obras de
reabilitação, apresentam-se em estados de conservação muito diversificados que obrigam a
trabalhos de construção específicos de acordo com esse mesmo estado. Por outro lado, os
objectivos de cada uma dessas obras podem também variar, havendo para tal a possibilidade
de se alterarem as funções do espaço, ou até mesmo o nível dos acabamentos. Identificam-se
assim um conjunto de factores que fazem variar a complexidade da intervenção, ao que se
torna necessário o agrupamento de trabalhos construtivos em concordância com seu nível de
profundidade. Definem-se três níveis diferentes: Ligeiro, médio e profundo.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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As acções de reabilitação profundas incluem, para além dos trabalhos já referidos nos outros
níveis de intervenção, trabalhos que visam intervir profundamente no sistema construtivo
existente, na distribuição do espaço e ainda na organização tipológica. É prática comum a
alteração do número de fogos ou mesmo da utilização predefinida das diferentes áreas do
edifício.
Este tipo de obras implica necessariamente uma afectação do sistema estrutural existente, com
técnicas tradicionais ou modernas, dependendo do caso, podendo obrigar a uma coexistência
de diferentes sistemas e materiais construtivos.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Tem havido uma procura crescente por este tipo de práticas, especialmente no que respeita à
iniciativa privada, com o objectivo da promoção de habitação de elevada qualidade, também
com procura em acentuado crescimento.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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3.1 - INTRODUÇÃO
Tal como já foi referido em capítulos anteriores, o enquadramento legal para as obras de
reabilitação de edifícios sempre foi uma condicionante de fulcral importância para o
desenvolvimento da actividade. Devido a esta importância, foi considerado relevante, para este
estudo a inclusão de elementos que permitissem explicar a situação que se vive actualmente
neste campo.
O subcapítulo que se segue pretende não só explicar a situação legal actual, como também
explicar a transição neste aspecto que estamos a passar, e ainda a situação de excepção em
zonas de Sociedades de Reabilitação Urbana (SRU).
O diploma base que rege o licenciamento das obras de edificação particulares é o Decreto-Lei
n.º 555/99, de 16 de Dezembro (Regime Jurídico da Urbanização e Edificação). As obras de
reabilitação integram-se no conceito de obras de edificação e, por essa via, estão sujeitas aos
procedimentos de controlo que a lei estabelece.
Recentemente o Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro foi objecto de alteração por via da
Lei 60/2007, de 4 de Setembro, com o objectivo de tornar mais simples os procedimentos
legais para obras de reabilitação.
Segundo a nova legislação temos uma situação de absoluta isenção: “obras de alteração no
interior de edifícios ou suas fracções, à excepção dos imóveis classificados ou em vias de
classificação, que não impliquem modificações na estrutura de estabilidade, das cérceas, da
forma das fachadas e da forma dos telhados”.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Temos um leque de muitas situações em que o regime poderá ser o da comunicação prévia. A
diferença essencial entre o regime da licença e o da comunicação prévia é a de enquanto a
licença obriga a três fases diferentes (fase de apreciação do projecto de arquitectura, fase de
apreciação das especialidades e fase de emissão do alvará de construção), a comunicação
prévia requer apenas uma. Este factor apresenta-se como muito relevante já que o desfecho
de cada uma destas fases obriga a uma tomada de posição oficial em que tem que se passar
por todos os graus hierárquicos na Câmara Municipal. Assim, é o técnico que primeiro informa
e assina, depois o processo tem que passar pelo chefe de divisão, depois intervém o chefe de
departamento, em seguida o director municipal e só então o vereador com pelouro na área do
urbanismo. Muitas vezes é a simples subida do dossier entre os graus hierárquicos o que
provoca maiores delongas nos licenciamentos.
Em relação ao anterior regime legal, poder-se-á dizer como crítica que a comunicação prévia,
que era um regime muito mais simplificado que o licenciamento, foi alargada a novas situações
mas tornado muito mais complexo, a ponto de estar mais relacionado com o regime anterior da
autorização, formalmente extinto, do que com o regime da comunicação prévia anterior.
Ora na comunicação prévia há apenas uma fase e, em rigor, não há que haver pronúncia dos
vários escalões hierárquicos, já que na maior parte dos casos o processo acaba com uma
espécie de deferimento tácito, por exemplo, se nada se disser entende-se que não há oposição
da Câmara e o requerente poderá, pagando as taxas correspondentes, dar de imediato início
aos trabalhos. A apresentação dos elementos é feita numa só vez, tendo o requerente de
entregar os projectos de arquitectura, os projectos de engenharia das várias especialidades e
todos os dados referentes ao construtor e os seguros e demais elementos respeitantes à obra.
A Câmara tem que ser rápida a apreciar as propostas de intervenção, dispondo, quando não
há consultas a entidades externas a fazer de 20 dias, ou em caso de necessidade de
consultas, de 60 dias. Após esses prazos, o requerente poderá iniciar as obras.
Este regime das obras de reabilitação sujeitas a comunicação prévia pode colocar-se
essencialmente em quatro situações diferentes, uma delas já existente no regime legal anterior,
que é quando tenhamos um Plano de Pormenor para a zona onde o prédio se localiza e que
defina uma série de parâmetros de intervenção e as outras duas previstas com a recente
alteração da lei:
Prevê-se também no novo regime legal que, sempre que se esteja numa zona urbana
consolidada esteja sujeito a comunicação prévia. De acordo com a definição legal, zona urbana
consolidada é “a zona caracterizada por uma densidade de ocupação que permite identificar
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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uma malha ou estrutura urbana já definida, onde existem as infra-estruturas essenciais e onde
se encontram definidos os alinhamentos dos planos marginais por edificações em
continuidade”. Parece que se encaixam nesta definição vastas áreas das nossas cidades,
mesmo zonas que, nos PDM’s não são formalmente classificadas como “áreas consolidadas”
(em Lisboa, por exemplo temos Áreas Consolidadas de Moradias Unifamiliares, Áreas
Consolidadas de Edifícios de Utilização Terciária, Áreas Consolidadas de Edifícios, entre
outros) mas que, materialmente cumprem os requisitos da referida definição.
Estas obras de reconstrução com preservação de fachadas, cuja definição não parecia muito
clara, servem com efeito para incremento de situações de reabilitação. Pretendeu-se que se
mantivessem fachadas e que a opção não fosse simplesmente demolir todo o prédio e quem o
fizesse assim, poderia submeter a um procedimento de comunicação prévia (e não de
licenciamento que seria mais moroso) e por outro lado dar um bónus, fazer obras de ampliação
até às cérceas das edificações confinantes mais elevadas.
Com a alteração à lei prevê-se ainda que um pedido de informação prévia, que é um pedido de
viabilidade para determinada intervenção, se este for feito de uma forma bastante completa
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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(mas incluindo apenas um projecto de arquitectura) que após a sua aprovação se possa
submeter à Câmara o mesmo projecto sob o regime de uma comunicação prévia. Esta nova
faculdade pode servir para encurtar prazos porque já que a comunicação prévia depende
apenas do requerente. Teremos que contar simplesmente com a notificação final da decisão
quanto ao pedido de informação prévia e depois a comunicação prévia correrá por impulso e
responsabilidade exclusivas do requerente.
Quando nenhum outro regime legal se aplica, deverá ser seguido o regime do licenciamento.
Neste estudo dedicado à reabilitação, há que escrutinar todo o sentido e alcance do art.º 4.º n.º
2 al. da lei que temos vindo a tratar:
O mesmo artigo refere depois “zonas de protecção de imóveis classificados”, prevendo uma
zona de protecção de imóveis classificados, ou “imóveis integrados em conjuntos ou sítios
classificados”, como por exemplo a Baixa Pombalina que foi classificada como Património
Nacional. Em zonas históricas é muito frequente termos imóveis classificados e, em
consequência, zonas de protecção de imóveis classificados, como a zona do Bairro da Lapa
em Lisboa, por exemplo, que embora não possua uma classificação de conjunto, temos muitos
imóveis classificados e vastas áreas sujeitas a faixas de protecção. Nestes locais cairemos na
maior parte dos casos em procedimentos de licenciamento.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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que tem como consequência que será, nesses casos, obrigatório ir para um procedimento de
licenciamento.
Quanto ao tempo previsto para a atribuição da licença de construção, temos que a lei deve em
primeiro lugar deliberar em 30 dias sobre o projecto de arquitectura.
Além do factor que se referiu do licenciamento ter várias fases e isso representar uma grande
morosidade por ser necessário em cada uma delas da intervenção dos diferentes graus
hierárquicos da estrutura urbanística da autarquia, outro factor que por vezes faz dilatar o
tempo de resposta é que para obstar a um indeferimento camarário, o requerente faz junção de
elementos substitutivos aos inicialmente apresentados, obrigando a novas consultas, a novas
informações camarárias e a novas subidas na hierarquia.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Para as obras de intervenção ligeiras, não deverá ser necessário qualquer pedido de
licenciamento ou comunicação prévia, estando sujeitas ao regime de isenção absoluta.
Por seu turno, as intervenções profundas estão quase sempre sujeitas ao regime de
licenciamento atrás referido, porque implicam sempre obras de estrutura de estabilidade dos
edifícios.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Uma das vantagens, pelo menos teóricas, é a maior celeridade de todo o processo. Os
processos de licenciamento deverão ser apreciados num prazo de 20 dias contados, consoante
o caso, da data da recepção do requerimento inicial, quando previamente efectuadas as
consultas, ou do último dos pareceres, autorizações ou aprovações ou ainda do termo do prazo
para a recepção dos mesmos pareceres, autorizações ou aprovações.
Existem outras vantagens oferecidas pelas SRU, nomeadamente para quem quer que esteja
interessado em promover obras num edifício do qual seja proprietário, inquilino, ou até mesmo
apenas interessado, disponibilizando informação sobre o estado de conservação, de ocupação
e de propriedade dos imóveis e sobre os condicionamentos à edificabilidade das operações de
reabilitação concretas. Pode também disponibilizar informações sobre os direitos e deveres dos
proprietários, demais titulares de direitos reais e arrendatários, no processo de reabilitação,
nomeadamente, sobre as eventuais comparticipações financeiras públicas ou bonificações de
crédito a que estes podem aceder. Pode ainda apoiar os proprietários na preparação e
execução das acções de reabilitação.
Embora o enquadramento legal para as áreas inseridas nas SRU seja bastante mais favorável,
os resultados práticos das acções destas entidades poderão não corresponder exactamente
aos objectivos a que se propõem. Apesar de tudo é de salutar o enorme avanço que as
Sociedades de Reabilitação Urbana representam no sentido de promover a reabilitação nos
centros urbanos do país.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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As intervenções médias requerem habitualmente tanto projecto arquitectura, como até projecto
para todas as outras especialidades. O nível de pormenorização do projecto poderá ser
variável de acordo com o regime legal que se lhe aplica.
Por omissão da legislação, a lei referente ao licenciamento de obras particulares não contém
actualmente qualquer disposição legal que torne obrigatório um seguro, estando assim a
actividade construtiva obrigada aos mesmos tipos de seguros que qualquer outra empresa de
outra área, ou seja, a de acidentes de trabalho e o de responsabilidade civil.
Um dos seguros mais utilizados orientado para o sector é o de construção e montagem, que já
se faz há muitos anos em Portugal, o qual poderá evitar perdas significativas ser for feito de
forma correcta. Para contratar um seguro como este, à semelhança de todos os outros
seguros, têm sempre de ser discutidas previamente as condições de celebração. No entanto,
quando se contrata um seguro, é preciso conhecer muito bem quais são as coberturas e
principalmente quais as exclusões e o seu âmbito, pelo que a negociação é fundamental. Para
que o processo de negociação entre as duas partes envolvidas decorra da forma mais
vantajosa possível para as duas partes, é fundamental que se faça uma avaliação dos riscos,
já que é aqui que se percebe claramente os riscos que devem ser transferidos, como e com
que capitais. Para tal, o procedimento passa pela entrega de uma cópia do projecto por parte
do empreiteiro à seguradora, seguido da escolha de um gabinete de controlo que vai verificar
todo o projecto. O papel dos técnicos deste gabinete é o de certificarem se existem, ou não,
condições para ser aceite o risco, pois caso não estejam reunidas as condições necessárias,
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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não será aceite o seguro. Poderão haver alterações posteriores que deverão ser negociadas
até à aceitação do seguro.
O processo passa à fase seguinte aquando do arranque dos trabalhos, altura em que o
gabinete de controlo passa a ter uma equipa permanente em obra, a qual, com a regularidade
que for fixada pela seguradora, vai emitindo relatórios quanto à conformidade dos trabalhos.
Também nesta fase, a equipa de fiscalização pode considerar que é necessário realizar
algumas alterações, que caso não sejam acatadas, finda-se o processo de negociação e o
seguro fica sem efeito.
Por fim, o gabinete de controlo emitirá o relatório final para a companhia de seguros,
certificando que está tudo em conformidade e que o seguro decenal pode ser aceite,
processando-se, então, a apólice e o pagamento do remanescente do prémio contratado, uma
vez que, logo no início das negociações, é feita uma estimativa de quanto irá custar o seguro.
Neste tipo de seguros, há uma percentagem do prémio que é paga à cabeça e que, se o
seguro não vier a ser emitido, poderá ser perdida a favor da seguradora, enquanto o
remanescente é pago no fim, sendo que o tomador do seguro tem, ainda, que suportar todos
os custos do gabinete de controlo.
A cobertura de perdas de exploração é outro tipo de acordo que poderá ser celebrado, embora
raramente o seja. Quando acontece um acidente numa obra, existe sempre, para além da
necessidade de refazer trabalhos, um período de paralisação, envolvendo, em regra, a
imobilização de equipamentos e mão-de-obra, cujos custos inerentes, não fazem parte da
cobertura normal do seguro de obra. Efectivamente e embora possa ser integrada no seguro
de construção e montagem, a cobertura das perdas de exploração, tem sempre que ser
negociada à parte, o que evitará surpresas desagradáveis à posteriori.
O valor do prémio do seguro é outra questão que, com frequência, coloca dificuldades às
construtoras e não pode ser definido recorrendo a uma tabela, tendo sobretudo a ver com o
risco. As condicionantes são variadíssimas, e poderão variar desde experiência do construtor,
à possibilidade de danos a terceiros. Em obras de reabilitação urbana o risco é habitualmente
elevado uma vez que interfere em estruturas pré-existentes, no centro da cidade, que se
reflecte em prémios elevados.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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os intervenientes na obra. Isto pode ser evitado se o dono de obra fizer o seguro inicialmente e,
à medida que forem entrando em obra, cada um dos intervenientes pagam a sua parte
correspondente do seguro, nomeadamente através de desconto nas respectivas facturas. O
seguro torna-se, assim, mais barato do que se cada um, isoladamente, celebrar um contrato
para os trabalhos que vai desenvolver.
Os tipos de seguros existentes no mercado, para obras de construção, podem e devem ser de
extrema importância e utilidade necessitando, no entanto, de um minucioso processo de
negociação para prever todos os risco e condicionantes de acordo com as especificidades da
obra em causa.
Seguros Finalidade
Cobertura de
Reparação das perdas por imobilização de equipamento após paralisação
perdas de
por acidentes de trabalho
exploração
Perdas
Reparação das perdas de exploração devido a atrasos na obra
Antecipadas
Por trabalhos preparatórios entendem-se todo e qualquer trabalho que faça parte da obra de
forma indirecta, e cujo custo e tempo de execução não deverá ser desprezado.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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3.4.1 - Estaleiro
Para intervenções ligeiras, o estaleiro, pode ser considerado inexistente ou muito limitado.
Habitualmente são guardados os equipamentos e o material em algum espaço que não esteja
naquele momento a ser alvo de trabalhos. Normalmente não é necessário deslocalizar nenhum
espaço específico para instalar toda a instrumentação e materiais que a obra requer.
No caso das intervenções médias o estaleiro que será necessário vai depender do tipo de obra
em causa. Pode ser um estaleiro confinado a um espaço de um dos compartimentos, ou um
estaleiro que requeira projecto montagem, construção, desmontagem e destruição do mesmo.
Podemos considerar que será necessário um estaleiro com projecto e montagem quando
houver trabalhos sujeitos ao regime legal de licenciamento.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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O âmbito de aplicação das protecções de coberturas vizinhas deverá ser semelhante àquele
que vigora para as coberturas provisórias.
2
O custo da montagem e desmontagem dos andaimes cifra-se em 3,85 EUR/m de fachada ao
2
qual acresce 0,70 EUR/m referentes aos oleados de protecção.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Com base nos factores de base do modelo definidos no capítulo 2, proceder-se-á à definição
das actividades construtivas que estão associadas aos elementos construtivos explicados
nesse mesmo capítulo.
Assim, pretende-se definir as principais tarefas na reabilitação dos vários elementos, referindo
os procedimentos habituais para cada um deles. Este capítulo deverá ter uma importância
preponderante na concepção das actividades do modelo, uma vez que define qual a
abordagem que cada uma terá para efeitos de reabilitação, condicionando assim o seu custo
final.
4.2.1 - Estrutura
As intervenções que impliquem trabalhos na estrutura, são quase sempre de carácter profundo.
Exceptuam-se apenas alguns casos de pequenos reforços pontuais enquadráveis em
intervenções do nível médio.
a) Cobertura
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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betão (não considerado na análise do modelo), bem como de diversas técnicas de acordo com
o objecto de intervenção em causa e as suas perspectivas. A actividade do modelo
considerada em intervenções profundas inclui ainda a colocação de todos os revestimentos
que são considerados necessários para preencher os requisitos de conforto essenciais nos
dias de hoje, à semelhança do que é considerado para os níveis de intervenção mais baixos.
c) Reforço de Fundações
d) Caixa de Escadas
Para este item de caixa de escadas, incluem-se todos os trabalhos que poderão estar
relacionados com a intervenção estrutural em caixa de escadas. Este elemento é
preponderante na estrutura do edifício, nomeadamente para os edifícios pombalinos que se
analisam, mas também para os edifícios gaioleiros. Incluem-se ainda neste item, os trabalhos
estruturais relacionados com a intervenção nas escadas propriamente ditas.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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a) Cobertura
Para as intervenções médias em coberturas, são incluídos todo o tipo de trabalhos normais
para este elemento construtivo, incluindo algumas intervenções estruturais apenas para
substituição localizada de peças mas excluindo os trabalhos de demolição e execução de uma
nova estrutura de suporte. Deste modo são compreendidas todas as actividades que
correspondem ao desmonte ou demolição dos elementos existentes, como telhas, beirados,
telhões, à semelhança do que sucede nas intervenções ligeiras, acrescido de todo o tipo de
revestimentos de isolamento acústico ou térmico bem como de impermeabilização pré-
existentes. A intervenção típica nas coberturas compreende o fornecimento e montagem de
novo telhado incluindo todos os elementos de remate, e colocação de elementos de
impermeabilização e isolamento acústico e térmico. São também incluídos nesta actividade
trabalhos de reparação/manutenção de trapeiras e clarabóias nos casos de edifícios
Pombalinos e Gaioleiros aos quais acrescenta-se ainda a picagem e execução de reboco até
ao “osso” de paredes de chaminé com respectiva pintura, sendo isto válido para todas as
tipologias construtivas.
b) Fachadas e empenas
A actividade das fachadas e empenas que consta no modelo compreende apenas tarefas
relacionadas com os revestimentos exteriores das paredes que delimitam o edifício. Não se
inclui qualquer trabalho de cariz estrutural nas paredes resistentes a que correspondem estas
fachadas ou empenas.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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com respectiva pintura a tinta plástica. Este tipo de intervenção compreende ainda limpezas
das cantarias com recurso a técnicas como aplicação de escovas de aço ou projecção de água
à pressão.
c) Fachadas de Tardoz
Esta actividade foi considerada apenas para as todas as intervenções que se dão em edifícios
“Gaioleiros” devido à especificidade das suas fachadas de Tardoz, ao possuírem a típica
estrutura em ferro com escadas de incêndio.
As intervenções profundas já incluem a substituição integral desta estrutura. Mais uma vez
também aqui se poderá optar pela substituição desta estrutura em materiais mais correntes nos
dias de hoje, como o betão armado, ou então refazer esta de acordo com o projecto original no
mesmo material metálico.
4.2.3 - Interiores
a) Tectos
Em intervenções ligeiras nos tectos de partes não comuns são consideradas actividades
simples como o alegramento e colmatagem de fendas e de lixamento da pintura existente com
execução de uma nova pintura sobre o revestimento pré-existente.
Quando se fala em intervenções médias para os tectos já são consideradas pequenas acções
de reforço estrutural especialmente quando se trata de tectos em madeira (caixotão de “saia e
camisa”) e ainda tectos em estuque sobre fasquiado de madeira. São considerados ainda
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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b) Pavimentos
Já para o caso das intervenções médias poderão ser incluídos os trabalhos de substituição de
solho normal, solho tosco e mosaicos no pavimento, execução de massame de betão de 5cm,
e fornecimento e assentamento de revestimentos, incluindo afagamento e envernizamento de
madeiras. Existe ainda a possibilidade de pequenos reforços por substituições de peças do
vigamento.
c) Paredes interiores
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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d) Carpintaria/Serralharia
Para as obras médias são abrangidos não só substituições integrais de vãos (tanto poderão ser
em alumínio como de madeira consoante o caso particular), como também os trabalhos
normais de carpintaria de arranjos de portas e janelas (decapagem e pintura) e ainda a
substituição e arranjo de peças localizadas nestes materiais.
Embora existam diferenças substanciais na concepção das caixas de escadas em cada uma
das três tipologias relativamente às outras. Os trabalhos de reabilitação vão, apesar de tudo,
manter-se relativamente comuns entre tipologias.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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No caso das intervenções médias os trabalhos são muito semelhantes, que inclui a demolição
e execução de todo o revestimento do tecto normalmente em estafe incluindo pequenos
reforços localizados, picagem ou desmonte do revestimento de paredes (reboco ou azulejos)
com execução de um novo revestimento à base de materiais semelhantes aos pré-existentes
incluindo pintura, desmonte de elementos das escadas (degraus, corrimão, etc.) e colocação
de elementos que os substituam (exceptuam-se aqui elementos da estrutura das escadas). Faz
parte ainda das intervenções médias a substituição do pavimento em madeira por um
semelhante e posterior afagamento e envernizamento.
f) Cozinhas
Para trabalhos ligeiros, esta actividade inclui toda a reparação e substituição de revestimentos
superficiais de paredes, tectos e pavimentos de cozinha normalmente à base de mosaicos
(chão e paredes) e estuque (tecto e paredes) incluindo a sua pintura a tinta plástica. Inclui
ainda a substituição e reparação de móveis de cozinha (não se consideram quaisquer tipos de
electrodomésticos como fogões ou microondas).
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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g) Instalações Sanitárias
A actividade de reabilitação de instalações sanitárias é muito semelhante àquela que pôde ser
definida para as cozinhas.
Para as intervenções ligeiras, as tarefas consideradas são muito semelhantes às cozinhas com
a especificidade dos móveis e loiças próprias do compartimento em causa como banheira ou
lavatório,
a) Águas
As instalações de água estão presentes em todos os edifícios que vão ser reabilitados. Muitos
dos sistemas de distribuição ou escoamento de águas só foram instalados alguns anos após a
conclusão da construção do edifício, especialmente no caso dos edifícios pré-pombalinos.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Devido ao carácter rudimentar que estas instalações normalmente possuem, é quase sempre
necessário a substituição integral da rede de águas.
As intervenções médias para redes de água têm uma aplicação muito restrita, sendo normal a
colagem deste nível a níveis mais elevados.
b) Electricidade
As redes eléctricas em edifícios antigos foram quase sempre implantadas após a data da sua
consignação, e apesar de depender de caso para caso, estas encontram-se habitualmente mal
implantadas em obra.
c) Gás
Por regra os edifícios que são objecto de estudo nesta dissertação não possuem rede de gás
própria, sendo as necessidades próprias dos moradores alimentadas por bilhas normais de gás
propano.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Em primeiro lugar deverá ser referido que as actividades apresentadas constituem apenas
aquelas que foram analisadas para efeitos da definição do modelo, não constituindo o universo
de todas as actividades que poderão eventualmente ser realizados na tipologia e nível de
intervenção em causa.
Quando uma actividade construtiva com o mesmo nome e descrição é apresentada em mais
do que uma tipologia, significa que a análise dos custos foi feita separadamente para cada um
dos tipos de edifícios, tendo portanto, custos globais diferenciados. Quando a análise de custos
foi feita congregando actividades construtivas semelhantes, realizadas em diversas tipologias,
temos custos globais que irão ser iguais para todos os tipos de edifícios, apresentando uma
representação gráfica que é transversal (isto sucede no caso das instalações sanitárias,
cozinhas, e especialidades).
Existem algumas actividades construtivas apresentadas no quadro síntese que embora tenham
sido analisadas para efeitos do modelo, não permitiram a que se chegasse a resultados
considerados satisfatórios, tanto pela diversidade de soluções construtivas encontradas como
pela falta de orçamentos reais que os possam sustentar. Nesses casos não constam valores
no modelo correspondentes a essas actividades.
49
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
a) Estruturas
2
- Cobertura - Deverá ser medida a área da projecção horizontal da cobertura. (Unidade = m )
- Caixa de Escadas - Deverá ser medida a área do pavimento da caixa de escadas, incluindo a
2
área dos degraus nas escadas. (Unidade = m )
b) Envolvente Exterior
- Fachadas e Empenas - Tanto nas fachadas como nas empenas, nos edifícios gaioleiros, a
quantidade de trabalho sobre a qual incide os custos é a área da fachada em bruto, sem
2
descontar as áreas dos vãos. (Unidade = m )
- Caixa de Escadas - Deverá ser medida a área do pavimento da caixa de escadas, incluindo a
2
área dos degraus nas escadas. (Unidade = m )
c) Interiores
- Caixa de Escadas - Deverá ser medida a área do pavimento da caixa de escadas, incluindo a
2
área dos degraus nas escadas. (Unidade = m )
51
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
d) Instalações Especiais
- Para todo o tipo de especialidades consideradas os custos incidem sobre a área bruta de
2
construção total do edifício. (Unidade = m )
52
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
5 - ALIMENTAÇÃO DO MODELO
Neste capítulo procurar-se-á definir o procedimento utilizado no cálculo dos valores vigentes no
modelo. Explicar-se-á assim, passo por passo, cada opção tomada que levaram à sua
configuração final.
Para a estimação dos custos que se pretende, foi seleccionado um conjunto de edifícios
enquadrados nas três tipologias e nos três níveis de intervenção apresentados, e que
recentemente tenham sido alvo de obras de reabilitação. Desses edifícios obteve-se os
orçamentos das respectivas obras de reabilitação, descriminados por actividades, com preços
unitários e quantidades de trabalho próprias.
De modo a obter um conjunto de custos que possam ser coerentes, foi tomado o preçário que
é praticado pela DMCRU (Direcção Municipal de Conservação e Reabilitação Urbana) na
atribuição de um preço para cada uma das tarefas incluídas nas actividades anteriormente
definidas. A aplicação deste preçário nem sempre foi possível, já que em determinadas obras,
os trabalhos são de tal modo específicos que não se encontram disponíveis no preçário, já que
é praticamente impossível prever todos esses trabalhos. Assim, sempre que não é detectado
nenhuma tarefa assimilável àquelas que existem no Preçário DMCRU, aplicou-se o preço
unitário vigente no orçamento das obras do edifício em causa.
53
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
Pelo facto dos orçamentos que foram fornecidos corresponderem a obras de reabilitação
diversas, com datas de consignação também diversas, não é possível, comparar directamente
os custos. Para tornar esta operação possível, teve de se recorrer a uma actualização dos
preços para a data que se referenciou como Outubro de 2007. Os preços unitários foram
multiplicados pelo factor correspondente ao ano aos quais dizem respeito. A este factor foi
atribuída a designação de “factor de actualização”.
f i = (1 + t a ) × (1 + t a −1 ) × ... × (1 + t a − p +1 ) × (1 + t a − p )
54
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
p a = pi × f i
Com os preços unitários, já actualizados, procedeu-se então ao cálculo dos custos por cada
actividade, tendo essas actividades já sido definidas anteriormente, de acordo com a tipologia
do edifício e nível de intervenção, e identificadas as principais tarefas que lhe correspondem.
Cn =
∑ p × qt
i i
Qt n
55
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
qt i - Quantidade de trabalho i
Qt n - Quantidade total da actividade n
Este procedimento é repetido para todos os edifícios onde tenham sido realizadas actividades
construtivas semelhantes, aplicando-se sempre que possível os mesmos trabalhos com os
respectivos preços unitários. A partir de uma quantidade significativa de casos de estudo (no
mínimo 4), é estimado o custo médio da actividade, recorrendo a um cálculo de média
aritmética simples.
Para se poder validar os resultados é feito um cálculo relativo à dispersão dos custos,
utilizando a fórmula do desvio padrão. Este cálculo incide sobre as diferenças que existem
relativamente à média de cada um dos edifícios analisados, segundo a seguinte fórmula:
Dn =
∑ (C n − C i ) 2
ni
Dn - Dispersão da actividade n
_
C n - Custo médio da actividade n
Ci - Custo da actividade no edifício i
ni - Numero de edifícios em estudo
56
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
Para uma análise padronizada dos resultados com vista à validação dos custos foi utilizada a
razão entre a dispersão e a média, para as quais foram tomadas as seguintes acções de
acordo com os resultados:
Dn / C n Validação
É ainda efectuada uma comparação entre os custos segundo o preçário DMCRU e os preços
que são habitualmente praticados no mercado. Para tal, são utilizados os custos finais de cada
um dos orçamentos obtidos, para a estimação dos valores dos custos reais.
É feita a comparação por análise dos desvios entre os custos médios, de acordo com a
seguinte fórmula:
_
Dn =
∑ (Cc i − Cmi )
ni
_
D n - Desvio médio de custos da actividade n
Cci - Custo segundo o preçário DMCRU no edifício i
Cmi - Custo de mercado no edifício i
ni - Numero de edifícios em estudo
Esta análise foi efectuada para todas as actividades construtivas que foram anteriormente
mencionadas, estando ainda dependentes do numero de casos de estudo que foi possível
obter para cada um dos tipos de edifício e níveis de intervenção.
57
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
58
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
7 - APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
Estas tabelas, apresentam-se como o principal produto da dissertação, uma vez que os valores
que nelas constam são a base para aplicações do modelo a edifícios em vias de reabilitação
para os quais se queira uma estimação primária dos custos.
59
Custos DMCRU Custos de Mercado Desvio Médio
Dispersão Dispersão
Actividade Un Valor Médio Valor Médio Valor %
Valor % Valor %
Revestimento de Cobertura m2 90,55 €/m2 16,89 € 18,66% 89,59 €/m2 14,90 € 16,63% 6,85 € 7,65%
Envolvente
Exterior Aspecto Geral de Fachadas e
m2 18,36 €/m2 2,32 € 12,62% 17,91 €/m2 1,48 € 8,29% 2,08 € 11,61%
Empenas
Revestimentos de Caixa de Escadas m2 127,79 €/m2 10,37 € 8,11% 132,44 €/m2 10,92 € 8,25% 4,64 € 3,51%
Revestimentos de Tectos m2 14,75 €/m2 3,51 € 23,79% 15,35 €/m2 3,31 € 21,57% 2,55 € 16,59%
Interiores
Revestimentos de Paredes Interiores m2 116,78 €/m2 18,48 € 15,83% 117,36 €/m2 19,36 € 16,49% 4,74 € 4,04%
Revestimentos de Pavimento m2 21,18 €/m2 1,43 € 6,76% 21,72 €/m2 1,59 € 7,31% 1,39 € 6,38%
Carpintaria Serralharia m2 50,11 €/m2 4,04 € 8,07% 54,27 €/m2 13,57 € 25,00% 6,69 € 12,33%
60
Custos DMCRU Custos de Mercado Desvio Médio
Dispersão Valor Dispersão
Actividade Un Valor Médio Valor %
Valor % Médio Valor %
Revestimentos em Caixa de Escadas m2 543,09 € 47,55 € 8,76% 680,30 € 105,73 € 15,54% 137,20 € 20,17%
Carpintaria Serralharia m2 125,43 € 25,27 € 20,15% 166,03 € 43,45 € 26,17% 11,28 € 6,79%
61
Custos DMCRU Custos de Mercado Desvio Médio
Dispersão Valor Dispersão
Actividade Un Valor Médio Valor %
Valor % Médio Valor %
Revestimentos de Tectos m2 14,19 € 0,82 € 5,77% 16,23 € 1,12 € 6,89% 2,04 € 12,55%
Revestimentos de Paredes
m2 37,91 € 1,19 € 3,14% 36,64 € 1,47 € 4,00% 1,27 € 3,47%
Interiores
Interiores
Revestimentos de Pavimentos m2 24,18 € 4,13 € 17,07% 26,23 € 6,43 € 24,53% 2,31 € 8,80%
Carpintaria Serralharia m2 26,70 € 2,93 € 10,98% 25,98 € 4,18 € 16,10% 1,03 € 3,97%
Instaçalões Sanitárias m2 200,01 € 33,36 € 16,68% 213,83 € 35,79 € 16,74% 18,12 € 8,47%
62
Custos DMCRU Custos de Mercado Desvio Médio
Dispersão Valor Dispersão
Actividade Un Valor Médio Valor %
Valor % Médio Valor %
Revestimentos em Caixa de Escadas m2 147,35 € 7,16 € 4,86% 161,11 € 25,11 € 15,59% 17,95 € 11,14%
Paredes Interiores m2 182,32 € 5,73 € 3,14% 209,53 € 35,50 € 16,94% 29,77 € 14,21%
Interiores
Pavimentos m2 33,57 € 5,27 € 15,70% 44,17 € 7,07 € 16,01% 10,60 € 24,00%
Carpintaria Serralharia m2 68,97 € 7,64 € 11,08% 74,92 € 18,58 € 24,79% 8,95 € 11,95%
Instalações Sanitárias m2 844,65 € 125,89 € 14,90% 935,44 € 419,33 € 44,83% 111,06 € 11,87%
63
Custos DMCRU Custos de Mercado Desvio Médio
Dispersão Valor Dispersão
Actividade Un Valor Médio Valor %
Valor % Médio Valor %
Paredes Interiores m2 199,14 € 2,05 € 1,03% 189,84 € 3,24 € 1,71% 9,30 € 4,90%
Interiores Pavimentos m2 169,84 € 47,53 € 27,99% 200,13 € 67,07 € 33,51% 30,29 € 15,14%
Instalações Sanitárias m2 1.014,49 € 173,42 € 14,90% 1.135,57 € 486,40 € 44,83% 60,01 € 6,41%
64
Custos de Mercado
Dispersão
Actividade Un Valor Médio
Valor %
Tabela 12 – Intervenção Profunda em edifícios Pombalinos com recurso a técnicas não tradicionais
65
Custos DMCRU Custos de Mercado Desvio Padrão
Dispersão Valor Dispersão
Actividade Un Valor Médio Valor %
Valor % Médio Valor %
Revestimento de Cobertura m2 74,79 € 4,23 € 5,66% 75,22 € 3,57 € 4,75% 0,75 € 0,99%
Aspecto Geral da Fachada de Tardoz m2 96,93 € 3,34 € 3,44% 115,38 € 10,12 € 8,77% 18,45 € 15,99%
Revestimentos de Caixa de Escadas m2 122,38 € 29,32 € 23,96% 132,12 € 32,90 € 24,90% 12,80 € 9,69%
Revestimentos de Tectos m2 13,86 € 0,78 € 5,60% 14,83 € 2,04 € 13,77% 2,09 € 14,09%
Interiores
Revestimentos de Paredes Interiores m2 101,98 € 17,83 € 17,49% 106,60 € 17,51 € 16,42% 4,62 € 4,34%
Revestimentos de Pavimentos m2 22,76 € 2,67 € 11,71% 24,95 € 3,62 € 14,53% 2,28 € 9,13%
Carpintaria Serralharia m2 20,97 € 4,47 € 21,31% 23,67 € 5,18 € 21,89% 2,74 € 11,59%
66
Custos DMCRU Custos de Mercado Desvio Médio
Dispersão Valor Dispersão
Actividade Un Valor Médio Valor %
Valor % Médio Valor %
Envolvente
Fachadas e Empenas m2 60,46 € 6,81 € 11,27% 71,26 € 13,10 € 18,39% 15,40 € 21,61%
Exterior
Fachada de Tardoz m2 239,17 € 1,85 € 0,77% 223,22 € 35,71 € 16,00% 33,86 € 15,17%
Revestimentos em Caixa de Escadas m2 360,18 € 73,12 € 20,30% 360,93 € 78,27 € 21,69% 5,15 € 1,43%
Carpintaria Serralharia m2 109,59 € 23,31 € 21,27% 110,22 € 28,07 € 25,47% 6,90 € 6,26%
67
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
8 - ANÁLISE DE RESULTADOS
a) Valores Médios
Ao analisar os valores médios dos custos, interessa para além de uma observação isolada dos
custos pelo seu valor intrínseco, efectuar-se uma comparação dos custos de actividades
específicas, enunciando as possíveis razões para a sua evolução num determinado sentido.
Uma das actividades construtivas que causa maior interesse pela particularidade que os seus
resultados revelam relativamente aos custos, é a da cobertura. Nesta actividade identificam-se,
para as intervenções ligeiras, custos médios muito semelhantes entre as três tipologias, de
forma que não existem diferenças que se possam considerar relevantes, já que para este nível
de intervenção as actividades construtivas a ele associadas aplicam-se apenas a pequenas
reparações nos revestimentos, independentes do tipo de edificado. Para as intervenções
médias é de salientar a clara diferença que existe nos custos da cobertura entre os edifícios
Pré-Pombalinos e Pombalinos face aos edifícios Gaioleiros. Este é o único elemento
construtivo em que os edifícios Gaioleiros sobressaem face aos restantes, a excepção que
confirma a regra, no aspecto em que os custos de reabilitação são consideravelmente mais
reduzidos devido à elevada qualidade da construção original. Os edifícios Pombalinos
normalmente não possuem actualmente a cobertura original, sendo observável em grande
parte dos casos um posterior aumento do número de pisos com qualidade construtiva muito
reduzida. Para a construção Pré-pombalino os elevados custos de reabilitação da cobertura,
espelham a necessidade da adaptação desta construção às conveniências modernas.
68
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
Tal como já foi referido, foi considerado à parte dos outros edifícios a reabilitação das fachadas
de tardoz da tipologia construtiva correspondente aos edifícios Gaioleiros. Não havendo ponto
de referência em relação a outro edificado, podemos apenas constatar a evolução normal de
crescimento que se observa na transição entre intervenções ligeiras e intervenções médias.
69
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
edifícios, estas são habitualmente muito estreitas e com inclinações demasiado elevadas, por
vezes até anti-regulamentares. Os edifícios Pombalinos apresentam custos de reabilitação
para os revestimentos de escadas mais reduzidos em comparação com os outros tipos de
edificado, tal como seria de esperar, já que este elemento construtivo era à época um dos ex-
líbris da sua construção. Veio progressivamente a perder importância à medida que os tempos
iam passando, perdendo muita qualidade, explicando assim os custos mais elevados para a
reabilitação de edifícios Gaioleiros.
Para os custos de reabilitação dos espaços não comuns interiores do edifício, optou-se por não
discretizar os resultados pelos quatro tipos de elementos construtivos considerados (Tectos,
Paredes Interiores, Pavimentos e Carpintarias/Serralharias). Os valores obtidos encontram-se
na sequência daquilo que tem vindo a ser observado, em que os edifícios Pré-Pombalinos se
encontram num patamar de custos mais elevado, os Pombalinos num patamar mais reduzido e
os Gaioleiros num patamar intermédio. Esta relação permanece semelhante tanto nas
intervenções ligeiras como também nas intervenções médias.
Gráfico 6 – Total dos Custos Médios DMCRU para as actividades em espaços não comuns
interiores
70
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
Para a verificação da conformidade dos custos DMCRU relativamente aos custos praticados no
mercado foi feita uma análise recorrendo ao Desvio Médio. Esta análise que é dada em valores
absolutos, pretende essencialmente conferir a adequação, ou não, do preçário DMCRU face
aos preços praticados no mercado actual. Pretende-se também, analisar as tipologias e níveis
de intervenção, onde este preçário é mais adequado.
Em relação às tipologias, verifica-se no caso dos edifícios pré pombalinos, uma conformidade
bastante considerável entre os Custos DMCRU e os custos de Mercado. Isto verifica-se pelos
reduzidos desvios médios que se observam, e que estão na sua maioria próximos dos 5%
(valor percentual do desvio médio sobre os custo médio de mercado), que apenas em
escassos exemplos ultrapassam a barreira dos 20%. A razão lógica para este desempenho,
prende-se com a natureza das obras de reabilitação desta tipologia construtiva, que na sua
grande maioria têm a Câmara Municipal como principal promotor, e por uma questão de rigor
orçamental os preço unitários utilizados coincidem com os preços unitários dados pelo preçário
DMCRU. É de referir ainda, que embora por vezes as actividades consideradas nos
orçamentos analisados possam não coincidir exactamente com as actividades vigentes no
preçário da DMCRU, mas que podem resultar da decomposição ou junção de tarefas dadas
pelo preçário.
Como já foi anteriormente referido, os edifícios Pombalinos são aqueles que possuem mais
exemplos de obras de reabilitação disponíveis, não pela necessidade acrescida que a isso os
obriga face aos demais tipos de edifícios, mas pela maior atractividade que este negocio
representa nesta tipologia específica. É por isso que estes edifícios possuem desvios médios
relativamente mais elevados em comparação com os outros. Isto pode ser explicado pela maior
importância da actividade privada na contribuição para as obras deste tipo de edificado, não
estando sujeitas ao preçário da Câmara Municipal, e utilizando os seus próprios custos
unitários de acordo com as suas conveniências.
71
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
Do ponto de vista do desvio médio, os edifícios gaioleiros encontram-se num ponto intermédio
entre os edifícios Pombalinos e os edifícios Pré-Pombalinos. Existe uma forte actividade por
parte da Câmara Municipal na promoção de obras de reabilitação desta tipologia, e uma
componente privada também importante, especialmente no que respeita aos níveis de
intervenção ligeiros e médios.
Surpreendentemente, a evolução do desvio médio (em termos relativos) de acordo com o nível
de intervenção tem o seu ponto mais elevado na intervenção média. A razão para o máximo do
desvio médio não ser na intervenção profunda, tal como seria espectável, pode ser explicada
pela metodologia adoptada, já que esta compreende a utilização dos preços unitários do
orçamento original sempre que qualquer actividade específica não esteja contemplada no
preçário DMCRU. As intervenções profundas analisadas incluem quase sempre actividades
que não estão contempladas no preçário pela sua especificidade própria, ou seja, existem
quase sempre actividades de tal modo específicas para o edifício em causa de modo que não
podem ser “catalogáveis”. Assim ao ser calculada a diferença entre custos DMCRU e custos de
mercado, o desvio médio é sempre reduzido sempre que os preços de mercado (vigentes no
orçamento original) são aplicados no cálculo dos custos DMCRU.
72
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
Para além de uma análise puramente qualitativa, como aquela que foi feita no subcapítulo
anterior, é conveniente fazer-se uma análise quantitativa da variação dos preços do modelo.
Assim adoptou-se um método que nos apresenta um factor de correlacionamento, com base
em algumas actividades construtivas chave, que nos vai permitir correlacionar os preços
segundo os três níveis de intervenção e as três tipologias construtivas.
Definiu-se então para esta análise as actividades construtivas chave como aquelas que são
transversais a mais do que um nível de construção e/ou tipologia, e também que se
considerem mais representativas dos custos globais, de modo a que seja possível a
comparação de preços.
Pré- Pré-
Pombalinos Gaioleiros Pombalinos Gaioleiros
Pombalinos Pombalinos
Após uma análise cuidada verifica-se que, tomando os preços de um edifício pombalino
genérico, podemos obter os preços de um edifício pré-pombalino multiplicando estes por um
factor que se situa habitualmente entre 1,7 a 1,9, e por um factor entre 1,5 a 1,7 caso
queiramos obter os preços para um edifício gaioleiro (ter em conta o facto de nem todas as
actividades construtivas terem exactamente o mesmo factor).
Para a determinação dos factores de correlacionamento dos preços de acordo com os níveis
de intervenção, optou-se por uma metodologia semelhante àquela que foi utilizada para as
tipologias construtivas, e tomou-se o nível de intervenção médio como a referência.
73
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
Intervenção Intervenção
Profunda - Profunda -
Intervenção Ligeira Intervenção Média
Soluções Soluções Não
Tradicionais Tradicionais
Fachada 0,36
Partes
Comuns Fachada de
0,17 REF
Tardoz
Partes Não
Interiores 0,37 1,17 4,22
Comuns
Temos então factores de correlação dos preços entre os níveis de intervenção, à razão de
cerca 0,3 a 0,5 entre os preços de uma intervenção média e uma intervenção ligeira. Nas
intervenções profundas é abissal a diferença verificada entre os dois tipos soluções estudadas,
já que as intervenções profundas com base nas técnicas tradicionais são apenas em cerca de
20% a 40% mais caras que nas intervenções médias, mas este valor pode subir para mais de
300% quando se trata de técnicas construtivas não tradicionais.
8.2 - DISPERSÃO
a) Custos DMCRU
74
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
A tipologia construtiva correspondente aos edificios pombalinos, foi aquela que mais casos de
estudo esta dissertação contemplou, o que só por si é significativo das potencialidades que
este edificado apresenta no mercado de reabilitação.
A dispersão neste edificado em muito poucos casos ultrapassa os 5%, especialmente para as
intervenções médias e ligeiras. Nas intervenções profundas a dispersão ronda valores
próximos dos 10%.
75
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
Do ponto de vista da análise concreta dos números chega-se a resultados que poderão ser
considerados satisfatórios. Analisando a distribuição da dispersão, em termos de percentagem
chegamos à conclusão que apenas em 3 casos é ultrapassada a barreira dos 25%, estando em
28 casos concentrada abaixo dos 10%.
76
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
unitários praticados vão sempre depender do construtor que vai executar a obra, com valores
próprios para a execução de cada uma das tarefas construtivas.
Mais uma vez, os edifícios pombalinos são aqueles que apresentam uma dispersão mais
reduzida, embora também aqui os valores se tenham agravado. Os valores encontram-se
quase sempre abaixo de 5%, excepção feita a intervenções profundas, com crescimento
acentuado da dispersão pela multiplicidade de soluções existentes no sector privado,
dependentes ainda das condicionantes da obra e do construtor em causa.
77
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
Os edifícios gaioleiros também aqui se encontram numa posição intermédia, face às restantes
tipologias com valores que variam entre os 5 e os 20%, que poderão ser considerados
independentes do nível de intervenção.
Pela análise da concentração dos valores da dispersão chegamos à conclusão óbvia de que os
valores da dispersão agravam-se relativamente aos custos DMCRU anteriormente
apresentados. Passámos a ter 8 casos em que a dispersão se encontra acima dos 25% face
aos 3 casos anteriormente observados, e os valores de dispersão abaixo de 10% passaram a
ser apenas 19 casos. No entanto, e apesar deste agravamento, os resultados que se observam
são bastante satisfatórios face aos objectivos que se pretendiam.
78
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
__________________________________________________________________________________________
O primeiro edifício ao qual serão aplicados os preços determinados pelo modelo, trata-se de
um pequeno edifício do período Pré-Pombalino, situado na Rua da Paz em Lisboa. O seu
estado de conservação é muito razoável, pelo que se adopta um nível de intervenção ligeiro
uma vez que essencialmente apenas existem necessidades de ajustamento dos níveis de
conforto às conveniências modernas.
O segundo edifício sobre o qual se irão aplicar os custos provenientes do modelo, é um edifício
tipicamente pombalino na Rua Nova do Carvalho em Lisboa. O edifício possui três pisos
elevados, e tanto pelo seu estado de conservação muito reduzido, tanto como pelas amplas
perspectivas de elevado retorno num investimento imobiliário deste tipo, opta-se por uma
intervenção profunda, que mantém, no entanto, as técnicas tradicionais de construção.
O terceiro e último edifício escolhido caracteriza-se por ser gaioleiro tardio situado na Avenida
Dom Carlos I também na cidade de Lisboa, que possui uma qualidade construtiva muito
elevada e apenas três pisos. Apesar deste edifício não representar exactamente da melhor
forma os custos relativos aos edifícios gaioleiros deverão ser aplicáveis.
Em relação ao nível de intervenção adequável a este edifício, poderá ser discutível aquele que
é mais ajustado, tendo em conta o subfactor já enunciado relativo aos níveis de intervenção, e
que está ligado às perspectivas económico-financeiras por parte do promotor. A dúvida
subsiste entre o nível de intervenção médio e o profundo, já que apesar do nível de
conservação ser bastante aceitável, que sustenta a opção da intervenção média, a boa
localização geográfica abre perspectivas económico-financeiras que poderão ser muito
favoráveis a uma intervenção mais profunda, de modo a maximizar os ganhos provenientes
das vendas das fracções que se incluam no edifício. Optou-se, tendo em conta estas
condicionantes, pelo nível de intervenção médio, partindo do pressuposto que as obras de
reabilitação não iriam modificar a disposição actual do edifício.
Da mesma forma que na determinação dos custos, foi exigido por parte dos proprietários e
gabinetes de projecto fornecedores de plantas dos edifícios, que a morada exacta
permanecesse em sigilo.
79
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Partes
Fachada Principal m2 4.407,5 556,0 4.298,4 356,3 499,1
Comuns
Revestimentos em
m2 3.067,0 248,8 3.178,5 262,1 111,5
Caixa de Escadas
Instalações
m2 5.753,9 1.034,6 3.253,0 817,0 261,8
Sanitárias
TOTAL 111.566,7 16.174,5 108.929,3 19.032,1 8.157,3
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Partes
Fachada Principal m2 82.955,3 15.555,4 94.093,6 11.384,7 11.138,3
Comuns
Partes Não
Pavimentos m2 383.838,0 107.424,8 452.295,8 151.582,0 68.457,9
Comuns
Carpintaria
m2 155.876,5 17.275,6 169.318,5 41.981,7 20.225,5
Serralharia
Instalações
m2 188.694,5 32.256,2 211.215,7 90.470,1 11.161,5
Sanitárias
Para a última intervenção, tendo em conta a configuração do edifício, optou-se por adoptar os
custos de fachada principal nas fachadas de tardoz, uma vez que os trabalhos de reabilitação
necessários são assimiláveis aos que fazem parte de uma fachada principal e que foram
contemplados na determinação dos custos. Assim a área das fachadas de tardoz foi colocada
com valor nulo, sendo o resultado das medições deste elemento adicionado à fachada
principal. Em relação às instalações sanitárias e cozinhas, os custos foram obtidos a partir do
quadro das intervenções médias em edifícios pombalinos, mas que no entanto são comuns a
todas as tipologias tal como já foi devidamente explicado.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Revestimentos em
71,5 25.748,1 5.227,2 25.802,2 5.595,6 368,3
Caixa de Escadas
Para se ter uma ideia do custo unitário em bruto, dividiu-se o custo total do orçamento pela
área total de construção.
Caso 1 372,00 m2 299,91 €/m2 43,48 €/m2 292,82 €/m2 51,16 €/m2 21,93 €/m2
Caso 2 2370,00 m2 735,30 €/m2 97,50 €/m2 795,44 €/m2 157,00 €/m2 82,03 €/m2
Caso 3 1505,04 m2 419,46 €/m2 64,40 €/m2 465,04 €/m2 83,57 €/m2 68,20 €/m2
82
ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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A aplicação do modelo a estes casos de estudo permitiu retirar algumas elações que se
consideram relevantes para o desenvolvimento da dissertação.
Em relação aos custos propriamente ditos, consideram-se perfeitamente ajustados aos custos
correntes de obras de reabilitação, especialmente quando são utilizados os custos de mercado
vigorantes no modelo. Embora os custos resultantes da aplicação do preçário DMCRU se
encontrem ligeiramente subdimensionados, estes estão na linha dos custos que são
considerados pelos serviços da Câmara Municipal de Lisboa.
Os custos unitários que foram determinados pela aplicação do modelo, estão dentro daquilo
que seria espectável, já que as estimativas dos serviços dedicados a esta actividade apontam
para valores semelhantes. Como forma de fazer uma estimativa orçamental, as diversas
sociedades de reabilitação urbana utilizam custos unitários para a área total de construção
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10 - CONCLUSÕES
O modelo proposto para a estimação de custos que assenta em três tipologias construtivas
características da cidade de Lisboa (Pré-Pombalino, Pombalino e Gaioleiro) para três níveis de
intervenção (Ligeiro, Médio e Profundo), permite de forma simplificada uma estimação com um
erro não superior a 25%.
Da apresentação e análise de custos gerados pelo modelo resultam ainda algumas conclusões
de grande relevância.
Em relação aos níveis de intervenção, temos que para as intervenções ligeiras os custos
apresentam-se quase independentes das tipologias em causa. As pequenas variações
observadas resultam fundamentalmente das variações de áreas entre as tipologias, uma vez
que as técnicas são quase sempre as mesmas. Assim, para as intervenções ligeiras, os custos
médios são muito semelhantes entre tipologias.
Nas intervenções médias, os edifícios pré-pombalinos são aqueles que apresentam os custos
médios globalmente mais elevados, quando comparados com outros tipos de edificado. Apesar
de ser uma tipologia que é alvo de muitas acções de reabilitação, o que poderia ajudar a
cimentar técnicas baixando os respectivos preços, esta apresenta habitualmente áreas de
compartimentação muito reduzidas e uma forte desadequação às conveniências modernas. No
caso dos edifícios pombalinos, estes apresentam custos médios inferiores a todas as outras
tipologias. Devido à elevada qualidade da construção original, os edifícios encontram-se num
estado de conservação aceitável e as intervenções são menos complexas tornando-as menos
dispendiosas. Os edifícios gaioleiros, no que aos custos diz respeito, encontram-se sempre
numa posição intermédia relativamente aos outros dois tipos de edifícios.
Para as intervenções profundas, apenas em edifícios pombalinos foi possível obter resultados
conclusivos. Isto deve-se ao facto de haverem muitos casos práticos de reabilitações neste tipo
de edifícios, e com técnicas mais ou menos instituídas, sendo possível o agrupamento de
actividades construtivas. No caso dos edifícios Pré-Pombalinos, embora se dêem com relativa
frequência, apresentam uma amplitude de técnicas que é de tal modo diverso, que não permitiu
a que se pudesse chegar a qualquer conclusão em termos de custos, no entanto, crêem-se
consideravelmente mais elevados do que aqueles que foram observados para os edifícios
pombalinos. Os edifícios Gaioleiros têm uma qualidade construtiva que, regra geral, é muito
baixa, pelo que as intervenções profundas neste tipo de edificado são hoje muito raras. Este
facto é ainda agravado pelo facto de começar a ser autorizado por parte das autoridades da
Câmara Municipal para a demolição destas construções. Assim não houve análise de custos
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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para este nível de intervenção que se prevê sempre mais elevado do que aqueles que foram
calculados na tipologia que corresponde ao período pombalino.
Para efeitos da análise de custos, foi necessário criar ainda uma separação nas intervenções
profundas de acordo com as técnicas utilizadas, havendo então obras com recurso apenas a
técnicas construtivas tradicionais e aquelas com recurso a técnicas e materiais construtivos
modernos. As técnicas tradicionais de construção encontram, obviamente, mais limitações que
as técnicas modernas. Os custos das intervenções profundas em edifícios pombalinos com
recurso a técnicas tradicionais de construção, apresentam valores globalmente inferiores
àqueles que são observados quando são utilizadas técnicas construtivas modernas. Isto deve-
se essencialmente ao facto de as técnicas de construção tradicionais corresponderem a
intervenções profundas de natureza menos complexa.
A dispersão dos valores dos custos apresenta valores semelhantes para as intervenções
ligeiras entre os três tipos de edifícios sendo apenas ligeiramente superior para o edificado pré-
pombalino. Nas intervenções médias a dispersão apresenta uma distribuição que curiosamente
segue uma proporção semelhante à dos custos médios. Devido à semelhança dos edifícios,
técnicas e materiais, as reabilitações no edificado pombalino tornam-se também muito
semelhantes entre si pelo que a os valores médios da dispersão são muito baixos. Os valores
deste parâmetro atingem o seu máximo em edifícios pré-pombalinos, resultado de uma enorme
variação de áreas e técnicas e materiais de construção. Para as intervenções profundas a
dispersão cresce relação aos outros níveis, reflexo do maior leque de opções de construção.
Em relação aos edifícios pombalinos, a dispersão é maior quando são utilizadas técnicas de
construção tradicionais.
Em resumo poderá concluir-se que, tomando um edifício pombalino como referência, o custo
de uma reabilitação média de um edifício Pré-Pombalino é cerca de 80% mais cara, 60% para
o caso de edifícios Gaioleiros. As intervenções ligeiras correspondem a cerca de 40% de uma
reabilitação média, e as profundas 120% se se optar por soluções de características
tradicionais e mais de 300% se as técnicas forem modernas.
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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Apesar de tudo, têm sido realizados múltiplos esforços no sentido de serem alteradas as leis, o
que proporciona actualmente um enquadramento legal mais favorável. É ainda de referir, que
existem em algumas áreas urbanas do nosso país com regime legal de excepção, como é o
caso de Lisboa, ao possuírem sociedades de reabilitação urbana, com poderes e competências
próprias, que para além de facilitarem muito acções de reabilitação de carácter privado, são
elas próprias responsáveis por promoverem o desenvolvimento da actividade.
Foram criados pelo estado variados programas de apoio à reabilitação sendo os mais
relevantes, o RECRIA, SOLARH, RECRIPH ou o REHABITA. O RECRIA consiste num apoio
financeiro para custear parte das obras de conservação e beneficiação a realizar nos imóveis
arrendados e traduz-se na concessão de uma comparticipação a fundo perdido concedida pela
administração central e local, a proprietários, desde que se verifiquem determinados requisitos
previstos na Lei, designadamente a existência de fogos ocupados, cuja renda tenha sido
objecto de correcção extraordinária. O REHABITA é semelhante, mas apenas aplicável a
núcleos urbanos históricos com mais benefícios que o anterior. O RECRIPH visa os prédios
urbanos em regime de propriedade horizontal, construídos até à data da aplicação do RGEU
ou após essa data a prédios cuja licença de utilização tenha sido emitida até 1 de Janeiro de
1970, e as fracções deverão ser para residência própria ou arrendamento para fins não
habitacionais. Por fim o SOLARH, destina-se a financiar sob a forma de empréstimo, sem juros,
a conceder pelo Instituto Nacional de Habitação, a realização de obras de conservação
ordinária ou extraordinária.
Estes factores têm vindo a dar um novo fôlego ao mercado das obras de reabilitação em
Portugal, havendo neste momento uma infinidade de obras em curso deste cariz. São muito
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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visíveis especialmente nos centros históricos urbanos (Baixa. Chiado, Castelo, Alfama, etc…),
com particular incidência em obras com o objectivo de transformar edificado antigo em
habitação de alta qualidade, posteriormente vendidas a preços muito elevados.
A dissertação desenvolvida, crê-se ter contribuído de forma a acrescentar algum valor a este
sector em crescimento. A estimação de custos encontra aqui um modelo de fácil utilização e
com uma margem de erro aceitável para que possa ser aplicado em variadíssimos casos.
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BIBLIOGRAFIA
AGUIAR, José; APPLETON, João; CABRITA, António Reis; Guião de Apoio à Reabilitação de
Edifícios Habitacionais – LNEC, Lisboa 2002
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2005.
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a estimação de custos – Instituto Superior Técnico, Lisboa 1990
[6] CÓIAS, Vitor; Reabilitação estrutural de Edifícios Antigos – Argumentum, Lisboa 2007
FRANÇA, José Augusto; Lisboa Pombalina e o Iluminismo – Livraria Bertrand. Lisboa 1977
[7] LOURENÇO, Paulo e Luís Ramos; Análise das Técnicas de Construção Pombalina e
Apreciação do Estado de Conservação Estrutural do Quarteirão do Martinho da Arcada –
Universidade do Minho, Guimarães 2000
http://www.aecops.pt/
http://www.baixapombalinasru.pt/
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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http://www.cm-lisboa.pt/
http://www-ext.lnec.pt/
http://www.lisboaocidentalsru.pt/
http://www.portovivosru.pt/
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ESTRUTURA GERAL DE CUSTOS EM OBRAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFICIOS
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ANEXO 1 – CÁLCULO DE
ACTIVIDADES CONSTRUTIVAS DO
MODELO
1
Intervenção Ligeira em Edificios Gaioleiros - Revestimento de Coberturas
Preço Edificio
Preço
Unitário Unidade 7 8 9 10 11
Unitário
Actividade Actual Quantidade Preço Quantidade Preço Quantidade Preço Quantidade Preço Quantidade Preço
Levantar, e arrumar telhado tipo Marselha. 3,85 € 4,37 € m2 196,00 857,11 € 532,94 2.330,54 € 139,31 609,20 € 86,45 378,05 € 160 699,68 €
Fornecimento e assentamento de telhado tipo
17,60 € 19,99 € m2 196,00 3.918,20 € 532,94 10.653,91 € 139,31 2.784,92 € 86,45 1.728,21 € 160 3.198,53 €
Marselha.
Desmonte, fornecimento e colocação de telhões de
9,60 € 10,90 € ml 14,00 152,66 € 24,20 263,88 € 14,1 153,75 € 7 76,33 € 48 523,40 €
cumeeira.
Desmonte, fornecimento e assentamento de beirado
35,27 € 40,06 € ml 119,21 4.775,69 € 7,05 282,43 € 71 2.844,34 €
à Portuguesa.
Desmonte, fornecimento e colocação de ripa com
0,04x0,25m em madeira de pinho, pregada ao 4,50 € 5,11 € m2 196,00 1.001,81 € 532,94 2.724,01 € 139,31 712,05 € 86,45 441,87 € 160 817,81 €
vigamento.
Desmonte, fornecimento e colocação de varedo em
14,91 € 16,94 € m2 196,00 3.319,34 € 532,94 9.025,56 € 139,31 2.359,27 € 86,45 1.464,07 € 160 2.709,67 €
madeira de pinho, com tratamento de imunização.
1
CONSIDERAÇÕES GERAIS
A estimativa obtida por este método tem por base os custos vigentes num conjunto de cerca de
50 orçamentos reais de obras de reabilitação de edifícios Pré-Pombalinos, Pombalinos e
Gaioleiros.
Os elementos aqui apresentados surgem apenas como auxiliares de cálculo a uma estimativa
de custo, no entanto, não substituem a consulta da referida dissertação.
APLICAÇÃO DO MODELO
Verificar no quadro que se apresenta na página seguinte, quais as actividades que deverão
fazer parte da acção de reabilitação a promover.
1
PASSO 4 - OBTENÇÃO DOS CUSTOS UNITÁRIOS DAS ACTIVIDADES
CONSTRUTIVAS:
Código Código
Passo 1 Passo 2
Tabela
Nota 1: Se for um edifício Pré-Pombalino para o qual se queira promover uma intervenção
média corresponde-lhe a Tabela A.2
Nota 2: Poderão ser aplicados custos unitários de mais do que apenas uma tabela, se as
actividades assim o justificarem.
3
A.2 B.2 C.2
Dispersão Dispersão Dispersão
Actividade Un Valor Médio Valor Médio Valor Médio
Valor Valor Valor
Cobertura m2 195,42 € 48,65 € 195,16 € 11,38 € 157,23 € 20,07 €
Envolvente
Exterior
B.3.1 B.3.2
Dispersão Dispersão
Actividade Un Valor Médio Valor Médio
Valor Valor
Cobertura m2 246,00 € 37,53 € 444,23 € 28,95 €
Reforço de Paredes
Estrutura
m2 100,14 € 15,95 €
Resistentes
Reforço de Fundações -
m3 921,34 € 52,34 €
Recalçamento
Revestimentos em Caixa
m2 409,98 € 34,27 € 288,87 € 26,19 €
de Escadas
Total Interiores m2 424,44 € 67,18 € 548,15 € 63,54 €
4
PASSO 5 – MEDIÇÃO DAS QUANTIDADES DE TRABALHO
a) Estruturas
2
- Cobertura - Deverá ser medida a área da projecção horizontal da cobertura. (Unidade = m )
- Caixa de Escadas - Deverá ser medida a área do pavimento da caixa de escadas, incluindo a
2
área dos degraus nas escadas. (Unidade = m )
b) Envolvente Exterior
- Fachadas e Empenas - Tanto nas fachadas como nas empenas, nos edifícios gaioleiros, a
quantidade de trabalho sobre a qual incide os custos é a área da fachada em bruto, sem
2
descontar as áreas dos vãos. (Unidade = m )
c) Interiores
5
- Instalações Sanitárias / Cozinhas - Os custos para estes compartimentos específicos incidem
2
sobre as respectivas áreas. (Unidade = m )
d) Instalações Especiais
De modo a se obter uma estimativa do custo de uma acção de reabilitação segundo o modelo
desenvolvido, propõe-se neste ultimo passo a construção de um quadro semelhante àquele
que de seguida se apresenta:
+
Act 2 X Qtdade 2 = Custo 2
+
… … …
+
Act X X Qtdade X = Custo X
=
Custo Total