Você está na página 1de 2

NNº 1211

Norma Operacional da Assistência à Saúde


O
Doenças Sexualmente Transmissíveis
NOAS 01/2001
Ano
Ano II II - Julho2001
- Agosto 2001

A NOAS E A ATENÇÃO BÁSICA


A publicação da Norma Operacional da Assistência Além das ações mínimas, os Estados e Municípios
à Saúde, NOAS-SUS 01/2001, é um importante passo poderão definir, baseados em seu perfil demográfico
no processo de implantação do SUS, ao orientar a e epidemiológico e suas prioridades políticas, ou-
macroestratégia da regionalização, pactuada de for- tras ações que julguem estratégicas e necessárias.
ma tripartite e prevista na Lei Orgânica da Saúde. Traz Entretanto, deve-se assumir o compromisso de qua-
consigo inúmeros desafios, na medida em que lificação da Atenção Básica, isto é, de melhoria da
disponibiliza instrumentos para os gestores promove- qualidade e da resolutividade, independentemente
rem a reorganização do sistema, buscando garantir a da estratégia adotada pelo município para sua or-
eqüidade no acesso às ações e serviços de saúde em ganização.
seus diferentes níveis de complexidade. Essas ações deverão estar de acordo com as
A NOAS-SUS 01/01 aponta três grupos de estraté- agendas de saúde, definidas por Estados e Municí-
gias prioritárias, que de forma articulada visam con- pios e regulamentadas pela Portaria GM/393 de 29/
tribuir para a organização dos sistemas de saúde: 03/2001, que dispõe sobre a Agenda Nacional de
• Elaboração do Plano Diretor de Regionalização Saúde para 2001.
coordenado pelas Secretarias Estaduais de Saúde Deve-se trabalhar a Atenção Básica dentro de
(SES), envolvendo o conjun- um contexto articulado
Percentual de Municípios com Falha de Alimentação aos
to dos municípios como for- Sistemas de Informação (SIA, SIAB, SINAN), com toda a rede de ser-
ma de organização de siste- por Estado BRASIL -JUNHO/01 viços e como parte
mas funcionais e resolutivos indissolúvel dessa. É
em seus diversos níveis; sabido que muitas vezes
• Fortalecimento da ca- a conformação de uma
pacidade gestora do SUS, rede de serviços com
voltada para consolidação do diversos níveis de hie-
caráter público da gestão do rarquia, extrapola o ter-
sistema; ritório de um município.
• Atualização dos critéri- Daí a importância da ar-
os e do processo de habili- ticulação intermunicipal,
tação de estados e municí- qualquer que seja a for-
pios passando do caráter ma de gestão em que o
meramente cartorial para 0 município se encontrar.
um processo de responsa- < 10 Tanto os municípios em
bilização real, com ³ 10 < 30 Gestão Plena da Aten-
pactuação de compromissos ³ 30 < 50 ção Básica quanto os
e metas pelos gestores. Fonte: SIA, SIAB, SINAN
municípios em Gestão
A Atenção Básica perpas- Plena do Sistema Muni-
sa todos os grupos de estratégias citados acima, por cipal devem trabalhar de forma articulada, partici-
englobar um conjunto de ações que deve ser ofertado par da Programação Pactuada e Integrada (PPI), vi-
em todos os municípios do país, independentemente sando garantir acesso à população aos níveis mais
de seu porte. complexos do sistema. Ressalta-se que o Plano
A experiência em curso, proporcionada pela im- Diretor de Regionalização (PDR) e o Plano Diretor
plantação do Piso da Atenção Básica (PAB), a partir da de Investimentos (PDI) deverão também contem-
habilitação dos municípios na NOB 01/96, possibilitou plar a necessidade de instalação de serviços de Aten-
inquestionável avanço na organização dos serviços em
ção Básica onde ainda não houver suficiência dos
diversos municípios. Entretanto, persistem problemas
mesmos.
em muitos outros que, ao não assumirem suas res-
Assim, para que se garanta o acesso aos servi-
ponsabilidades gestoras e de prestação de serviços,
ços de referência, é necessário que cada município
contribuem para a desorganização do sistema como
um todo, transpondo os limites de seu território muni- tenha uma atenção básica de qualidade e resolutiva.
cipal. Caso isso não aconteça haverá uma sobrecarga in-
A proposta de ampliação da Atenção Básica trazida sustentável das referências, inviabilizando o acesso
pela NOAS busca definir inequivocamente as respon- dos que realmente necessitam. O Ministério da Saú-
sabilidades e ações estratégicas mínimas que todos de (MS) está disponibilizando o instrumento
os municípios brasileiros devem desenvolver. São elas: eletrônico da PPI, que inclui os parâmetros
Controle da Tuberculose, Eliminação da Hanseníase, assistenciais recomendados para atenção básica,
Controle da Hipertensão, Controle da Diabetes Melittus, permitindo a adaptação à realidade dos Municípios
Ações de Saúde Bucal, Ações de Saúde da Criança e e Estados, quando necessário, e que poderão servir
Ações de Saúde da Mulher (vide verso deste Informe de suporte para avaliação da suficiência da produ-
para maiores detalhes sobre essas ações). ção de serviços na Atenção Básica.
É também orientação do MS a implantação do Pro- Controle da tuberculose
grama de Saúde da Família (PSF) como estratégia para
reorganização da Atenção Básica, independentemen- • Busca ativa de casos.
te do porte do município. As Equipes de Saúde da Fa- • Diagnóstico clínico de casos.
• Acesso a exames para diagnóstico e controle.
mília (ESF) deverão estar capacitadas para atender às
• Cadastramento dos portadores.
demandas das áreas estratégicas, tendo garantia de
• Tratamento dos casos.
referência e contra-referência dos casos que ultrapas- • Medidas preventivas.
sem seu nível de ação, assumindo o acompanhamen-
to de todos os casos em sua área de abrangência.
Como a NOAS prevê, é necessário que a implanta-
ção da estratégia de saúde da família como Controle da Hipertensão
reorganizadora da Atenção Básica, seja acompanha- • Diagnósticos de casos.
da de redefinições de referências, em especial do pri- • Cadastramento dos portadores.
meiro nível, que deverão garantir o suporte de exa- • Tratamento de Casos.
mes complementares tanto de laboratório como de ima- • Diagnóstico precoce de complicações.
gem (Raio X e Ultra-som), referência em odontologia, • Primeiro atendimento de urgência.
saúde mental, reabilitação, entre outras. Esses servi- • Medidas preventivas.
ços também devem buscar a definição da adscrição
de sua clientela, de acordo com sua capacidade
operacional e resolutiva.
Controle da Diabetes Mellitus
A mesma lógica de adscrição de clientela e avalia-
ção da capacidade operacional deve ser utilizada para • Diagnóstico de casos.
retaguarda de leitos hospitalares e de serviços de ur- • Cadastramento dos portadores.
gência e emergência, com descrição clara de fluxos • Busca ativa de casos.
de referência e contra referência. • Tratamento dos casos.
• Monitorização dos níveis de glicose dos pacientes.
Pretende-se que as ESF concretizem a integralidade
• Diagnóstico precoce das complicações.
em suas ações, articulando o individual com o coletivo,
• Primeiro atendimento de urgência.
a promoção e a prevenção com o tratamento e a recu- • Encaminhamento de casos graves para outro nível
peração da saúde de sua população adscrita, com gran- de complexidade.
de potencial organizador sobre os outros níveis do sis- • Medidas preventivas de promoção da Saúde.
tema de saúde.
O impacto dessas ações deverá ser acompanhado
por meio dos indicadores do Pacto da Atenção Básica
e também pelas informações que poderão ser Ações de Saúde Bucal
disponibilizadas pelos Bancos de Dados Nacionais. • Prevenção dos problemas odontológicos,
De acordo com a portaria nº1158/GM, o pacto dos prioritariamente, na população de 0 a 14 anos e
indicadores da atenção básica, a alimentação dos ban- gestantes.
cos de dados nacionais (no caso da atenção básica, o • Cadastramento de usuários.
SIA, SINAN, SINASC, SIM, SI-PNI, SIAB), a estrutura • Tratamento dos problemas odontológicos,
da rede física e dos recursos humanos para a atenção prioritariamente na população de 0 a 14 anos e
básica e a produção de serviços nas áreas de atuação gestantes.
estratégicas são componentes da avaliação da aten-
ção básica dos municípios pleiteantes à habilitação,
segundo a NOAS 01/2001. É importante a atenção
Ações de Saúde da Criança
especial dos gestores para os componentes definidos
na referida portaria, em particular a alimentação re- • Vigilância nutricional.
gular dos bancos de dados dos sistemas de informa- • Imunização.
ção, que muitas vezes não são considerados • Assistência às doenças prevalentes na infância.
prioritários, como demonstra o mapa da figura 1, para
o SIA / SIAB / SINAN.
Finalmente, é importante ressaltar que a riqueza
do processo de discussão e implantação da NOAS deve Ações de Saúde da Mulher
tornar-se também um momento de reflexão e avalia- • Pré-natal.
ção da Atenção Básica e de todo o potencial existente • Prevenção de Câncer de Colo de Útero.
nesse nível de atenção para a efetiva mudança do • Planejamento familiar.
modelo de atenção à saúde proposto pelo SUS.

Informe da Atenção Básica Coordenação


É uma publicação da Coordenação (61) 315-2185 e 321-3452
de Investigação do Departamento Fax: (61) 226-4340
de Atenção Básica da Secretaria de E-mail
Políticas de Saúde do Ministério da Saúde investiga.dab@saude.gov.br

Você também pode gostar