Você está na página 1de 2

O Bonequinho de Massa

Era uma vez uma velha senhora que adorava inventar


maravilhas em sua cozinha. Ela passava tardes inteiras fazendo pães,
bolos, pudins. Uma certa tarde, ela resolveu fazer pães de mel. Como sobrou um pouco
de massa, resolveu fazer também um bonequinho. Ela moldou o boneco e
com a uva passa fez dois olhos, um nariz e um belo sorriso. Em
seguida, colocou no forno para assar.

Depois de alguns minutos aconteceu algo estranho... ela ouviu umas


batidinhas, vinham do fogão! Abriu a porta e... Oh! Uma surpresa! O
bonequinho saiu do forno vivinho da Silva, já correndo. A senhora
gritou: Parado! Bonequinho! Eu te fiz para o meu lanche!

Mas o boneco correndo e saltando pela estrada da fazenda respondeu cantando:

Corre! Corre! Corre! Passa! Passa! Passa! Ninguém me pega, ninguém me


pega, eu sou o bonequinho de massa!

A senhora pediu ao seu marido: Querido, por favor, pegue este


bonequinho que eu fiz par o nosso lanche!

O senhor que cuidava da horta, largou as abóboras, assustado, e


gritou: Parado! Pão de mel! Nós vamos te comer!

E a velha correu atrás do velho que correu atrás do boneco. Mas o


bonequinho foi muito mais rápido que eles e saltitante respondeu:

Corre! Corre! Corre! Passa! Passa! Passa! Ninguém me pega, ninguém me


pega, eu sou o bonequinho de massa!

Quem sentiu dessa vez o aroma delicioso do biscoitinho, foi a Dona Vaca:
Mas que delícia! Algo para o meu lanche! Parado! Eu vou te comer!

E a vaca correu atrás da velha que correu atrás do velho que correu
atrás do boneco.

Mas alguém conseguiu pegar a delícia? Que nada! O biscoitinho era mais
rápido que todos!

Corre! Corre! Corre! Passa! Passa! Passa! Ninguém me pega, ninguém me


pega, eu sou o bonequinho de massa!

Quando o cavalo, que estava na beira do rio avistou aquele saboroso


biscoito que corria, relinchou:
Parado! Eu vou te comer!

E o cavalo correu atrás da vaca que correu atrás da velha que correu
atrás do velho que correu atrás do boneco.

E o bonequinho dançando, pulando pelas moitas cantou:

Corre! Corre! Corre! Passa! Passa! Passa! Ninguém me pega, ninguém me


pega, eu sou o bonequinho de massa! Escapei do velho, escapei da
velha, escapei da vaca, escapei do cavalo! Corre! Corre! Corre! Passa!
Passa! Passa! Ninguém me pega, ninguém me pega, eu sou o bonequinho de
massa!

Quem avistou dessa vez o pãozinho que corria foram os camponeses. Bem
na hora do descanso, eles estavam famintos. Olha que maravilha! Um
nutritivo biscoitinho para o nosso lanche! Parado! Nós vamos te comer!

E os camponesses correram atrás do cavalo que correu atrás da vaca


que correu atrás da velha que correu atrás do velho que correu atrás
do boneco.
Mas ninguém conseguiu pegar o danado! Ele era mais rápido que todos!

Corre! Corre! Corre! Passa! Passa! Passa! Ninguém me pega, ninguém me


pega, eu sou o bonequinho de massa! Escapei do velho, escapei da
velha, escapei da vaca, escapei do cavalo, escapei da homem, escapei
da mulher! Corre! Corre! Corre! Passa! Passa! Passa! Ninguém me pega,
ninguém me pega, eu sou o bonequinho de massa!

Mas dessa vez, nosso amiguinho se deparou com alguém, ou melhor, um


animal que lhe deu um frio na barriga... a raposa! Vendo o pavor do
boneco, ela disse: Não tenha medo, bonequinho de massa! Eu não vou te
comer. Eu não gosto de pão de mel, faz mal para os dentes.

O boneco não sabia o que fazer... olhou para trás... Pega! Pega! Nós
vamos te comer! Então, a raposa apontou uma solução: Venha,
bonequinho, suba em minha carcaça que eu vou lhe ajudar. Eu te levarei
até o outro lado da margem do rio.

O boneco não tinha outra saída. Aceitou a ajuda, montou na carcaça da


raposa e ela mergulhou tanquilamente nas águas do rio...

E a raposa disse: Venha, bonequinho, se equilibre melhor entre as


minhas orelhas, você pode se afogar. E o bonequinho montou na cabeça
da raposa. Cuidado, bonequinho! Com os respingos dágua, você pode
desmanchar, se equilibre melhor bem perto do meu fucinho... O
bonequinho chegou bem perto do fucinho... E o que vocês acham que
aconteceu?

O que você fariam se um biscoitinho delicioso chegasse bem perto da


sua boca? ( perguntando a alguém da platéia).

A raposa abriu sua pequena grande boca e VLupt! comeu a delícia. Saiu
da água tranquilamente e encostou nas margens do rio para se secar.
Satisfeita, vendo e ouvindo aquela bicharada e aquele povo gritar:
Devolve nossa delícia! pensou: Mas que tolinhos! Mal sabem eles, que
quando queremos comer um bonequinho de massa, não devemos correr atrás
dele gritando: Parado que eu quero te comer!

AH, essas raposas... elas são tão inteligentes...

Você também pode gostar