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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

GOIÁS - CÂMPUS GOIÂNIA


DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS IV
DISCIPLINA DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO


DO LABORATÓRIO DE MEIO AMBIENTE

Alunos
BEATRIZ BATULEVICIUS P. MAGALHÃES
FLAMMARION
LETÍCIA CRISTINA VASCONCELOS
PEDRO AUGUSTO P. NOVAES

Professor
ALDO MURO

GOIÂNIA
AGOSTO, 2017
1. Substâncias e equipamentos

O Laboratório de Águas da Coordenação de Meio Ambiente alocado na


sala T-401-C tem como função principal a análise de água para estudos de
diversas matérias, como Saúde Pública e Vigilância Sanitária, Química
Ambiental e pesquisas de trabalhos de extensão também. Além de analise de
água são realizadas várias outras atividades envolvendo reações químicas com
ácidos e bases que tem certo grau de periculosidade para a saúde humana,
seja por inalação ou ingestão ou simplesmente por contato com a pele, tem
certo destaque produtos químicos como: a Acetona (um líquido aquoso, sem
coloração, incompatível com material oxidante e ácido, classificado como
inflamável e tóxica), o Hidróxido de Sódio (extremamente corrosivos para os
tecidos do corpo e são particularmente perigosos para os olhos), o Éter (pode
afetar o sistema nervoso central, seguido por dor de cabeça e tontura, pode
causar a morte por parada respiratória), entre outros.
Para que não ocorram acidentes com esses produtos existem normas
reguladoras que devem ser utilizadas nesse tipo de laboratório. O
armazenamento e a utilização usual são muito importantes para a segurança
dos técnicos e demais pessoas que utilizam tal local. A NR 15 é utilizada para
definir o grau de periculosidade de todos os produtos químicos utilizados.
Todavia, não é apenas a única especificação, é relevante seguir as instruções
do rótulo ou da caixa desses produtos químicos.
Ademais, o laboratório também contêm vários equipamentos que
apresentam riscos como choques elétricos (centrifugadora) e queimaduras
(chapa aquecedora), por isso são necessários cuidados ao utiliza-los,
principalmente ler e seguir o manual de instrução de cada um.
Abaixo seguem todos os equipamentos e alguns produtos que estão
contidos no laboratório analisado, o restante esta em anexo juntamente com a
tabela de normas de limites de tolerância.

Tabela 1.1 – Lista de equipamentos.


LABORATÓRIO DE ÁGUAS
Quant. EQUIPAMENTOS
01 Homogeneizador de Amostra
01 Estufa para Esterelização e Secagem
01 Banho Maria 6 bocas
01 Banho-Maria 8 bocas
01 Banho- Maria para cultura - Agitação
01 Aparelho Comparador Portátil
01 Fotocolorímetro
01 Centrífuga de Gerber
01 Centrifugadora
02 Destilador de Água
02 Chapa Aquecedora
02 Suporte Giratório para pipetas
03 Medidor de ph para leite Lactodensimetro
10 Butirômetro
02 Alcoolômetro
01 Balança analítica
01 Turbidímetro
01 Potenciômetro
01 Capela para gases com exaustão
01 Condutivímetro Portátil
01 Aquachek Medidor de Ox., ph e temperatura
01 Medidor de concent. de fluoreto
01 Mini-digi, medidor de ph completo
02 Espectofotõmetro
01 Aparelho para Ensaio de Floculação
01 Centrifuga Excelsa Baby
01 Turbidimetro Ap 200 Portatil
01 Aquacolor Fluor
01 Aquacolor Cor
01 Aquacolor Cloro
01 Spectroquant Move 100 - Colorimeter
01 Spectroquant Colororimeter
01 Refratômetro de Laboratório
01 Tela para projeção de Data Show

Tabela 1.2 – Lista de produtos químicos.


PRODUTOS QUÍMICOS

NOME PRODUTO QUANTIDADE

Antrona 45 g
Sulfanilamida 20 g
Cloreto de amônio 800 g
Dulcita 20 g
Fucsina básica 80 g
Cloreto de ferro 500 g
Cloreto de cálcio 500 g
Hidróxido de sódio 5000
Éter 1100 ml
Cloridrato de Hidroxilamina 2000 g
Fenantrolina 80 g
Hidoxilamina cloridrato 1000 g
Ácido acético 300 ml
Fenolftaleína 400 g
Azul de Bromotinol 20 g
Negro de Eriocromo 55 g
Difinilcarbazida 25 g
Cloreto de cobalto 100 g
Dimetilaminobenzaldeido 25 g
Tártarato de Potássio 1000 g
Hexametilnotetramina 1000 g
Arsenito de sódio 250 g
Metil Orange 450 g
Lucol Orange 1800 g
Cloreto de amônio 400 g
Hydrazine Sulfate 500 g
Fluoreto de sódio 15 g
Guaiacol 700 ml
Cloreto de alumínio 500 g
Molibdato de amônio 250 g
Álcool amílico 400 ml
Hexano 1000 ml
Hidróxido de amônio 1000 ml
Geocálcio 500 g
Água sanitária 15 ml
Hipoclorito de sódio 50 ml
Ortotoluidina 60 ml
Sulfato de alumínio 700 ml
Álcool metílico 1000 ml
Água oxigenada 150 ml
SPADNS 25 g
Verde Brilhante 20 g
Verde de Bromocresol 25 g

2. Riscos em laboratórios químicos no geral

Os riscos existentes em um laboratório químico são diversos,


independentemente do tipo de atividade exercida eles podem ser químicos,
físicos, ergonômicos ou de acidentes. Esses riscos ocorrem principalmente
pelas seguintes causas (UNICAMP, 2017):
 falta de organização do local de trabalho;
 uso incorreto de equipamentos ou substâncias;
 estocagem e transporte inadequado de produtos químicos;
 uso de vidrarias defeituosas;
 desconhecimento ou negligência das técnicas corretas de
trabalho;
 trabalhos realizados por pessoa não habilitada em determinadas
técnicas;
 não observância das normas de segurança;
 utilização incorreta ou o não uso de equipamentos de proteção
coletiva e individual adequados ao risco;
 manutenção inexistente ou inadequada do laboratório.
Os riscos podem ser eliminados ou minimizados adotando-se algumas
medidas de segurança, como (UNICAMP, 2017):
 o uso de proteção coletiva, fornecimento de equipamentos de
proteção individual adequados ao risco.
 treinamento se segurança para o laboratorista sobre o uso correto
de equipamentos de proteção coletiva (EPC), uso de
equipamentos de proteção individual (EPI) adequados ao risco,
prevenção e combates a princípios de incêndio, abandono de
áreas, primeiros socorros;
 treinamentos sobre os perigos de estocagem, manuseio,
derramamento e descarte de produtos químicos;
 treinamentos e conhecimentos sobre o uso prévio da Ficha de
Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), além
do cumprimento das normativas internas de segurança existentes.

3. Condições de riscos do Laboratório de Águas

3.1 Layout da Sala

Todo Laboratório tem por finalidade a realização de experimentos e se


tratando de um laboratório de química, como o próprio nome já diz, são
realizados experimentos químicos o que torna o ambiente insalubre e perigoso.
No laboratório são armazenados os produtos químicos utilizados em
aulas práticas, nesse mesmo local sem nenhuma divisão existe uma sala de
aula teórica onde são ministradas aulas, assim os alunos ficam expostos a
diversos odores proveniente dos agentes químicos e com livre acesso a esses
produtos, como mostrado na Figura 3.1.
Figura 3.1 – Sala de aula teórica e laboratório de química.

3.2 Quadro elétrico

O quadro elétrico do laboratório está localizado ao lado de uma estufa


que trabalha em altas temperaturas, conforme apresentado na Figura 3.2.
A estufa, mesmo com um isolamento adequado é um equipamento de
aquecimento, que ao lado de um quadro geral pode ocasionar o derretimento
dos fios facilitando um curto circuito. Até mesmo o manuseio de produtos
aquecidos próximo a um quadro, ou em um caso de superaquecimento de um
determinado produto e uma explosão, o sistema elétrico seria um dos primeiros
pontos atingidos.
Figura 3.2 – Estufa e quadro elétrico.

3.3 Descarte de resíduos químicos

Os resíduos químicos são, de fato, um grande risco tanto à saúde


pública quanto ao meio ambiente, uma vez que contém propriedades como
toxicidade, inflamabilidade, corrosividade e reatividade, que podem causar
danos bastante graves, de enormes proporções e de extrema contaminação.
Não existe nenhum plano de gerenciamento de resíduos químicos,
tratando do seu descarte. Atualmente os produtos usados em aulas práticas
são descartados na pia do laboratório, mostrada na Figura 3.3, sem nenhum
tratamento adequado.

Figura 3.3 – Pia onde são descartados os agentes químicos.


3.4 Capela

Uma capela de laboratório (capela de exaustão) é um equipamento de


proteção coletiva (EPC) em todos os laboratórios que tenham algum tipo de
trabalho com manipulações de produtos químicos, tóxicos, vapores agressivos,
partículas ou líquidos em quantidades e concentrações perigosas, prejudiciais
para a saúde. Por isso a sua importância no laboratório e a obrigatoriedade de
toda a manipulação que possa ocasionar uma reação perigosa ser feita dentro
de uma capela.
A capela existente está danificada e se tratando de um equipamento
muito antigo apresenta falhas de projeto, tendo em vista as dimensões do
equipamento, o modelo de exaustor não apresenta compatibilidade com o
volume de ar a ser exaurido se tornando pouco eficiente, vale ressaltar ainda
que o exaustor existente não está funcionando (Figura 3.4). Assim esse modelo
se apresenta obsoleto e não apresenta uma garantia de proteção eficiente na
manipulação de produtos químicos de alto risco.

Figura 3.4 – Capela de Exaustão.

3.5 Condições estruturais do Laboratório


O laboratório apresenta diversos pontos de infiltração (Figura 3.5),
janelas quebradas com vidros estilhaçados (Figura 3.6), sistema de
condicionamento do ar inadequado para aplicação (Figura 3.7) e o
laboratório/sala fica aberto, podendo ter o acesso de qualquer pessoa.
Os produtos químicos estão armazenados próximo do ponto de
manuseio (Figura 3.8), no caso da estufa os produtos ficam guardados na parte
inferior dos armários. Alguns produtos estão sem a etiqueta de identificação
com o símbolo representando seu risco, além de muitos produtos com a data
de validade vencida.

Figura 3.5 – Infiltrações.

Figura 3.6 – Janela com vidro quebrado.


Figura 3.7 – Ar condicionado mal dimensionado e que não funciona.

Figura 3.8 – Local onde são armazenados os produtos químicos.

4. Sugestões de correção das irregularidades e inconformidades do


Laboratório

4.1 Local para armazenamento dos produtos químicos

Os produtos químicos que se encontram no laboratório da Figura 3.8 devem


ser estocados em uma sala própria, separada do laboratório, com acesso
restrito. De acordo com Costalonga et al. (2010), esses produtos químicos
devem ser guardados em um almoxarifado, e nunca no laboratório de pesquisa
ou ensino. O que pode ficar no laboratório, são apenas materiais
indispensáveis para o consumo rápido, as maiores quantidades devem ser
mantidas em um almoxarifado e este deve possuir condições adequadas de
armazenamento. A Figura 4.1 ilustra um exemplo de um almoxarifado para
estocagem de produtos químicos.
Figura 4.1 – Exemplo de um almoxarifado (CONTAINERSA, 2014).

Algo muito importante no projeto do almoxarifado é o estudo do local que


será destinado o mesmo. Quando são negligenciadas as propriedades físicas e
químicas dos produtos químicos armazenados podem ser ocasionados
incêndios, explosões, emissão de gases tóxicos, vapores, pós e radiações ou
combinações variadas desses efeitos. No que tange a produtos químicos, é
importante considerar não somente a sua toxicidade, mas também a
quantidade manipulada, pois dependendo da quantidade alguns produtos
químicos podem provocar efeitos nocivos (COSTALONGA et al., 2010).
Áreas separadas de estocagem devem ser providenciadas para produtos
químicos incompatíveis (produtos podem reagir e criar uma condição de perigo
devido a esta reação). Áreas de estocagem para produtos químicos sensíveis à
agua devem ser projetadas para evitar qualquer contato com água, e isto é
feito da melhor forma mantendo todas as possíveis fontes de água fora da área
(COSTALONGA et al., 2010).

4.2 Ventilação e exaustão

Todo laboratório necessita de um sistema de exaustão e ventilação


corretamente projetado para as atividades realizadas, incluindo capelas, coifas,
ar condicionado, exaustores e ventiladores. E como foi mostrado nas Figuras
3.4 e 3.7, o Laboratório de Águas em questão possui um ar condicionado que
não funciona e uma capela quebrada. A manutenção deve ser periódica, para
garantir a eficiência das instalações (OLIVEIRA et al., 2007). A Figura 4.2
mostra uma capela adequada para uso em laboratórios.

Figura 4.2 – Capela de laboratório de aspiração química (MADICALEXPO)

O projeto de ventilação geral deve contemplar a troca continua do ar


fornecido ao laboratório de forma a não aumentar as concentrações de
substâncias odoríferas e/ou toxicas no transcorrer da jornada de trabalho
(OLIVEIRA et al., 2007).

4.3 Descarte de resíduos químicos

Em geral, podem ser descartados diretamente na pia (após diluição-


100x e sob água corrente) os compostos solúveis em água (pelo menos 0,1g
ou 0,1ml/3 ml de água) e com baixa toxicidade. Para os orgânicos é preciso
que também sejam facilmente biodegradáveis. Quantidade máxima
recomendável: 100 g ou 100 ml, por ponto, por dia.
Misturas contendo compostos pouco solúveis em água, em
concentrações abaixo de 2% podem ser descartadas na pia. Já Compostos
com PE <50ºC não devem ser descartados na pia, mesmo que extremamente
solúveis em água e pouco tóxicos.
Já compostos como açúcares, amido, aminoácidos, sulfatos, fosfatos,
carbonatos, óxidos podem ser descartados no lixo.
Entretanto, solventes halogenados e não halogenados, peróxidos
orgânicos, pesticidas e outros produtos de alta toxicidade aguda ou crônica
devem ser destinados para incineração ou co-processamento.

4.4 Quadro de distribuição

A NBR 5410 fixa as condições a que devem satisfazer as instalações


elétricas alimentadas sob uma tensão nominal igual ou inferior a 1 000 V em
corrente alternada, com frequências inferiores a 400 Hz, ou a 1 500 V em
corrente contínua, a fim de garantir seu funcionamento adequado, a segurança
de pessoas e animais domésticos e a conservação dos bens. A norma prevê,
assim:
- Proteção contra contatos diretos
As pessoas e os animais devem ser protegidos contra os perigos que
possam resultar de um contato com partes vivas da instalação.
- Proteção contra contatos indiretos
As pessoas e os animais devem ser protegidos contra os perigos que
possam resultar de um contato com massas colocadas acidentalmente sob
tensão.
- Proteção contra efeitos térmicos
A instalação elétrica deve estar disposta de maneira a excluir qualquer
risco de incêndio de materiais inflamáveis devido a temperaturas elevadas ou
arcos elétricos. Além disso, em serviço normal, as pessoas e os animais
domésticos não devem correr riscos de queimaduras.
A estrutura do quadro de distribuição deve permitir também que:
Os componentes fixos cujas superfícies externas possam atingir
temperaturas que venham a causar perigo de incêndio a materiais adjacentes
devem:
a) ser montados sobre materiais ou contidos no interior de materiais que
suportem tais temperaturas e sejam de baixa condutância térmica; ou
b) ser montados de modo a permitir a dissipação segura do calor, a uma
distância segura de qualquer material em que tais temperaturas possam
ter efeitos térmicos prejudiciais, sendo que qualquer meio de suporte
deverá ser de baixa condutância térmica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CIENFUEGOS, F. Segurança no Laboratório. Rio de Janeiro: Interciência,


2001.

COSTALONGA, A. G. C.; FINAZZI, G. A.; GONÇALVES, M. A. Normas de


Armazenamento de Produtos Químicos. Araraquara, 2010.

MEDICALEXPO. Capela de laboratório / de aspiração química / de bancada


/com porta frontal deslizante. Disponível em:
<http://www.medicalexpo.com/pt/prod/labconco/product-80298-670986.html>.
Acesso em: 30 set. 2017.

NR, Norma Regulamentadora Ministério do Trabalho e Emprego. NR-15 -


Atividades e Operações Insalubres. 1978.

OLIVEIRA, C. M. A.; MANCILHA, J. C.; ROCHA, L. M. S.; SASSA, L. H. Guia


de Laboratório para o Ensino de Química: Instalação, Montagem e
Operação. São Paulo, 2007.

UNESP. Gerenciamento de resíduos químicos Normas Gerais – revisão


2002. Disponível em: < http://www.iq.unesp.br/Home/normas-residuos.pdf>.
Acesso em: 26 ago. 2017.

UNICAMP. Segurança em Laboratórios Químicos. Diretoria de Segurança


do Trabalho – Instituto de Química. Disponível em
http://www.iqm.unicamp.br/sites/default/files/seg_lab_quimico.pdf. Acesso em:
22 ago. 2017.

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