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11/04/2018 STF adia decisão sobre pedido de liberdade de Palocci - Notícias - Política

STF adia decisão sobre pedido de


liberdade de Palocci
Felipe Amorim e Gustavo Maia
Do UOL, em Brasília 11/04/2018 19h20 > Atualizada 11/04/2018 20h01

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Apesar de terem rejeitado o pedido de habeas corpus por questões processuais, os


ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiram analisar o pedido de
liberdade do ex-ministro Antonio Palocci, em sessão nesta quarta-feira (11). A
sessão foi suspensa às 19h48 e deverá ser retomada nesta quinta (12). Até agora,
o relator, Edson Fachin, e outros três ministros decidiram não conceder o habeas
corpus "de ofício".

Juízes e tribunais podem conceder a liberdade por iniciativa própria, se


identificarem ilegalidade na prisão. Foi isso o que os ministros começaram a fazer
no início da noite, e devem continuar na sessão de quinta-feira.

Antes, por maioria de 6 votos a 5, o plenário negou o "conhecimento" do recurso,


sob o argumento de que como Palocci foi condenado após a decretação da prisão
preventiva, a defesa do ex-ministro deveria ter apresentado um novo pedido de
habeas corpus ao Supremo.

Em tese, isso significa que o mérito do caso não deveria nem ser analisado pelos
ministros, mas Fachin declarou que, mesmo que o habeas corpus não tenha sido
conhecido, "não poderia deixar de examinar a questão do excesso de prazo".

O voto de Fachin sobre o "conhecimento" foi acompanhado pelos ministros


Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen
Lúcia. Os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco
Aurélio Mello e Celso de Mello votaram para que o pedido fosse analisado.

Os seis ministros entenderam que não é possível julgar o pedido de habeas corpus
contra a prisão preventiva de Palocci, decretada em setembro de 2016, depois que
de a condenação no processo a que responde na Operação Lava Jato ter mantido a
prisão do ex-ministro.

Negar conhecimento e analisar "de ofício" causa polêmica

O ministro Marco Aurélio Mello se mostrou surpreso com a decisão anunciada pela
presidente da Corte, Cármen Lúcia, de analisar a questão mesmo tendo negado
"conhecimento". "Nós vamos assentar a inadmissibilidade do habeas corpus e

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vamos apreciaar uma causa de pedir desse mesmo habeas corpus?", questionou.

A decisão causou surpresa no plenário. "Eu nunca vi, nesses 28 anos de Supremo,
votar-se uma proposta de indeferimento de ofício da ordem", interveio Marco
Aurélio.

Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski deixaram o plenário antes do


término da sessão. Dias Toffoli sugeriu a Cármen Lúcia que suspendesse a sessão
por conta da duração já longa, mas o ministro Luís Roberto Barroso anunciou seu
voto acompanhando o relator. Em seguida, Alexandre de Moraes fez o mesmo.

Cármen então voltou a questionar Fachin sobre se considerava a questão decidida.


Ele disse que, mesmo que o habeas corpus não tenha sido conhecido, não poderia
deixar de examinar a questão do excesso de prazo.

Ex-ministro está preso desde 2016

Palocci está preso preventivamente desde setembro de 2016 por ordem do juiz
Sergio Moro, responsável pela Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba. Em junho
do ano passado, Palocci foi condenado por Moro a 12 anos de prisão por corrupção
e lavagem de dinheiro.

Hoje o STF está julgando recurso da defesa contra a primeira prisão ordenada por
Moro. O argumento de Fachin é de que a defesa deveria ter apresentado um novo
pedido de liberdade após Palocci ser condenado.

Palocci ocupou as pastas da Fazenda, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
e da Casa Civil, na gestão de Dilma Rousseff (PT).

O ex-ministro foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) sob a acusação
de ter participado de um esquema de corrupção evolvendo a Odebrecht e contratos
com a Petrobras.

A defesa de Palocci afirma que o ex-ministro não interferiu para favorecer a


Odebrecht na licitação das sondas.

O advogado Alessandro Silvério, que representa Palocci, defendeu que o pedido


fosse julgado pela 2ª Turma do STF --composta por Fachin e pelos ministros Celso
de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli-- e não pelo plenário,
sustentando que trata-se do colegiado "natural".

Em sua fala, Silvério reconheceu que havia "indícios fortes" de materialidade para a
decretação da prisão por Moro, mas criticou o magistrado por determinar o
"encarceramento prematuro" e a "antecipação de pena".

"O último fato [investigado] teria ocorrido 50 meses antes", frisou.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que o recurso fosse


negado. A procuradora afirmou que Palocci é um "homem poderoso com conexões
com pessoas igualmente poderosas" e pode "influir contra o regular termo da ação
penal".

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instância"; Gilmar defende medida

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