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Zygmunt Bauman e A Lógica Escolar No Ensino
Zygmunt Bauman e A Lógica Escolar No Ensino
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A busca pelo aptos e inaptos, os puros e impuros, tem teste final na escolha
pelo ensino superior. Inúmeros professores e atores escolares, afirma
Oliveira, verbalizam a meta final do estudo na entrada ao ensino superior. É
desta maneira que o aluno acaba sendo homogeneizado, coberto por uma
meta universal.
No entanto, não são todos os alunos que desejam entrar em uma faculdade.
Esta sobra que não guarda esperança ou vontade para a universidade é a
parcela estranha do sistema educacional. Para eles, a escola aparece como
um ambiente hostil, já que não são enquadrados como legítimos
estudantes.
Os estranhos são, portanto, “sujeitos cuja forma de ser e agir na escola não
consegue ser enquadrada e codificada de modo claro e inequívoco pelos
agentes da pureza escolar idealizada”[6].
De outro lado, por sua vez, incrementa-se o vocabulário professoral com outras
designações não científicas que possuem um poder ordenador/estigmatizador
igualmente contundente, como se apresentam os jovens nominados como
delinqüentes, imorais, maconheiros, bandidos, perdidos, repetentes, fracos e
que não têm futuro[7].
Para além destes, ainda existem aqueles que veem no ensino médio uma
utilidade temporária, mas nada relevante a longo prazo. São alunos que não
podem ser enquadrados de nenhum jeito acima explícito: não são
compenetrados, por que bagunçam, mas tiram notas boas, conseguem lidar
com o estilo memorístico do ensino público.
É o estranho, por sua vez, que torna tênue a linha divisória entre o normal e
o anormal, porque ele é justamente gerado pela sociedade que não deseja
o ter por perto. É seu oposto, seu subproduto. A modernidade, que surge
com uma receita para a organização, se perde com a presença dos
estranhos, que obscurecem as fronteiras entre o bom e o mau, o aluno
compenetrado e o bagunceiro. Estas, por sua vez, deveriam ser vistas
claramente por todos os indivíduos.
Referências
[1]
↑ Professor Assistente, na área de Psicologia da Educação, da
Universidade Federal do Tocantins.
[2]
↑ OLIVEIRA, Adriano Machado. Entre impuros e estranho: o
pensamento de Zygmunt Bauman e a lógica escolar do ensino médio.
Revista Espaço Acadêmico, Nº125. 2011, p.2.
[3]
↑ BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. – Rio de
Janeiro, RJ:Jorge Zahar Editor, 1998 IN OLIVEIRA, Adriano Machado. Entre
impuros e estranho: o pensamento de Zygmunt Bauman e a lógica escolar
do ensino médio. Revista Espaço Acadêmico, Nº125. 2011, p.2.
[4]
↑ PATTO, Maria Helena Souza. A produção do fracasso escolar:
histórias de submissão e rebeldia. 3ª edição. – São Paulo, SP: Casa do
Psicólogo, 2008. IN OLIVEIRA, Adriano Machado. Entre impuros e estranho:
o pensamento de Zygmunt Bauman e a lógica escolar do ensino médio.
Revista Espaço Acadêmico, Nº125. 2011, p.2.
[5]
↑ OLIVEIRA, Adriano Machado. Entre impuros e estranho: o pensamento
de Zygmunt Bauman e a lógica escolar do ensino médio… p.6.
[6]
↑ OLIVEIRA, Adriano Machado. Entre impuros e estranho: o pensamento
de Zygmunt Bauman e a lógica escolar do ensino médio… p.6.
[7]
↑ OLIVEIRA, Adriano Machado. Entre impuros e estranho: o pensamento
de Zygmunt Bauman e a lógica escolar do ensino médio… p.7.
[8]
↑ OLIVEIRA, Adriano Machado. Entre impuros e estranho: o pensamento
de Zygmunt Bauman e a lógica escolar do ensino médio… p.8.
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