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Primeira Temporada
A princípio, como quase qualquer animação que tenha como público alvo, o
público infantil/jovem, ou que, atenda e aprecie qualquer idade, é vista como
uma narrativa superficial e pobre de análises e coesões reflexivas, muito
menos, filosóficas.
Claro que esta leitura sobre as produções fantásticas e suas animações, não
passa de um mero equívoco. Basta termos um pouco mais de intimidade para
com essas produções, para se perceber suas inúmeras nuances e
perspectivas.
No anime Yu-Gi-Oh!, primeira temporada – por exemplo – nos deparamos com
críticas ao lado negro do mundo empresarial, contrastes entre fé e insanidade,
e construções de personalidades seus valores e ideais.
Insanidade e Fé;
Enquanto os “Big 5”, tem como objetivo ao tentar derrubar Seto, receber lucros
e ações empresariais, Pegasus pretende ao se enriquecer com as tecnologias
da corporação Kaiba, e uni-las com o poder de todas as relíquias milenares,
conseguir ressuscitar sua amada esposa.
Sabendo que o menino Yugi, tem consigo uma das relíquias, Pegasus cria um
campeonato de monstros de duelo, onde força Muto Yugi participar uma vez
que rouba a alma de seu avô, e caso ele não vença o campeonato não a
libertará jamais. O mesmo faz com a alma de Mokuba para obrigar Seto a
duelar com ele para salvar seu irmão, apostando a sua alma também, que
infelizmente vem adquirir ao vencer o duelo. Restando assim a Yugi, resgatar
a alma de seu avô, e dos irmãos Kaiba.
Muto Yugi, aliás, vive um sentimento paradoxal em relação ao seu espírito, já
que no seu enigma do milênio, repousa a alma de um faraó do antigo Egito que
desperta quando o menino monta o enigma. Daí surge essa dualidade de
espírito, de uma criança se descobrindo e moldando sua personalidade, tendo
de dividir o corpo com uma alma adulta, que busca resgatar suas memórias do
passado. E como tudo que é novo, gera medo e confusão, Yugi sofre muito
incialmente para lidar com esses paralelos, mas a fé e conexão que Yugi tem
para com seus amigos, lhe ajuda a lapidar um equilíbrio com o faraó sem nome,
e lhe ajudar-lhe com recordar suas memórias do passado.
Enquanto, Yugi vivendo esse embaraço que é a transição da infância para as
revelações de uma juventude, unido de uma dificuldade de ter que dividir os
equívocos de uma vida com outra já adulta, mas cheia de questões, se une
aos laços de amizade e fé que tem para com seus amigos para lidar com as
adversidades e constrói nas experiências pilares de sustento para se reeguer.
Temos, Pegasus, que não conseguindo lidar contra a dor da perca de um ente
querido, se lança as cascatas de uma obsessão, a ponto de vir a machucar
outras pessoas, e separa-las de quem as ama na tentativa de desafiar uma
realidade já imposta.
“A vida é assim:
esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem.”