Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito Das Obrigações
Direito Das Obrigações
UNIDADE I
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES
1 CONSIDERAÇÕES
O Direito disciplina relações jurídicas que se formam entre pessoas, podendo ser
dividido em dois grandes ramos:
1) DIREITOS NÃO PATRIMONIAIS: Ex: da personalidade e os de família
2) DIREITOS PATRIMONIAIS:
a) Reais ou Direitos das Coisas é o poder jurídico, direto e imediato, do
titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. Relação titular x
coisa. ELEMENTOS ESSENCIAIS: sujeito ativo, a coisa e a relação ou
poder do sujeito ativo sobre a coisa, chamado domínio. Direito real é o
que afeta a coisa direta e imediatamente, sob todos ou sob certos
respeitos, e a segue em poder de quem quer que a detenha. É limitado e
regulado expressamente por norma jurídica. Não pode ser classificado
como direito absoluto, obedece ao princípio da Tipificação, ou seja, só
são direitos reais aqueles que a lei, taxativamente, denomina como tal.
b) Obrigacionais ou Pessoais ou de Crédito Relação pessoa x pessoa.
Regem vínculos patrimoniais entre pessoas. É direito contra determinada
pessoa. Assim o Direito das Obrigações consiste num complexo de
normas que regem relações jurídicas de ordem patrimonial, que têm por
objeto prestações de um sujeito em proveito de outro, logo, disciplina as
relações jurídicas de natureza pessoal, pois seu conteúdo é a prestação
patrimonial. É um vínculo jurídico pela qual o sujeito ativo pode exigir do
sujeito passivo determinada prestação. ELEMENTOS: sujeito ativo,
sujeito passivo e a prestação. É o Complexo de normas jurídicas que
rege relações jurídicas entre sujeitos que são: devedor (passivo) e Credor
(ativo), envolvendo reciprocidade de obrigações, de um sujeito em favor
do outro, marcado pela transitoriedade, ou seja, uma vez entregue o
objeto (núcleo substancial), ela é extinta (adimplemento, cumprimento,
extinção), relatividade do vínculo da relação judicial entre sujeitos
(obrigação-cogens), terceiros não podem ser atingidos; É complexo de
1
normas jurídicas que regula relações patrimoniais de proveito de um
sujeito em favor de outro, marcado pelas características da
transitoriedade e relatividade, da oponibilidade de seus efeitos.
Obrigação é o vínculo de direito pelo qual alguém (sujeito passivo) se
propõe a dar, fazer ou não fazer qualquer coisa (objeto), em favor de
outrem (sujeito ativo), sob pena de, se o não fizer, espontaneamente, seu
patrimônio responder pelo equivalente. O Direito das Obrigações cuida
dos direitos pessoais, isto é, do vínculo ligando um sujeito ativo (credor) a
um sujeito passivo (devedor), por força do qual o primeiro pode exigir do
segundo o fornecimento de uma prestação consistente em dar, fazer ou
não fazer alguma coisa. O Direito Pessoal é ilimitado, a criação de novas
figuras contratuais que não corresponde na legislação.
3 DIVISÃO
PARTE GERAL – É o estudo da Teoria Geral das Obrigações e especial.
a) Teoria Geral
b) Modalidades ou espécies das Obrigações (dar a coisa certa e incerta,
obrigação de fazer e não fazer)
c) Teoria do Pagamento (tempo, lugar do pagamento)
d) Teoria do Inadimplemento (mora)
e) Pagamento Indireto.
f) Transmissão das obrigações.
2
Obs1: O sujeito pode ser único (obrigação denominada Singular, no pólo ativo ou
passivo) ou plural que é múltipla do ponto de vista subjetivo (obrigação denominada
Composta ou Plural): um credor e vários devedores, ou vários credores e um devedor,
ou vários devedores e vários credores).
2-Sujeito em regra ele deve ser determinado ou determinável (inicialmente não se sabe
o sujeito credor. Ex: promessa de recompensa)
Obs1: Não há obrigação quando o sujeito é indeterminado.
Pagamento Voluntário do Devedor
Não pagamento – inadimplemento da obrigação (entra o patrimônio para pagamento).
Credor (expectativa de direitos) = prestação (dar, fazer ou não fazer) = Devedor (deve
direito: pagamento voluntário ou não-pagamento – inadimplemento da obrigação).
3-O Credor pode livremente dispor de seu crédito, utilizando o instituto da “Remissão” =
perdão da dívida.
4-O credor pode exigir o cumprimento da obrigação, promovendo a execução judicial
(forçada ou coativa).
5-Os sujeitos podem transmitir a obrigação, utilizando as instituições da “Cessão de
Crédito, Cessão de Débito ou Assunção de Dívida”.
6-É possível que se confundam na mesma pessoa as figuras do devedor e credor, é o
instituto da “CONFUSÃO”. Ex: Filho deve ao pai, o pai morre, e o filho se torna devedor
e credor.
5.1 – Princípio da força obrigatória dos contratos ou pacta sunt servanda =>O
contrato deve ser cumprido conforme estabelecido entre as partes (o contrato faz “lei
entre as partes).
5.4 – Princípio da função social do contrato => Novo paradigma estabelecido pelo
Código Civil de 2002 que implanta solidarismo social nas relações jurídicas
obrigacionais, cujo fundamento é o Princípio da Dignidade Humana. Valoração de
princípio ético, social e de corretude (lealdade, honradez. Art. 420 e seguintes CC.
8- PATRIMONIALIDADE DA PRESTAÇÃO.
4º Patrimonialidade:
Toda prestação deve ser aferível economicamente;
Toda prestação deve ser aferível direta ou indiretamente;
A insignificância da prestação invalida a relação jurídica da relação
obrigacional;
Regra geral: as prestações devem ser determinadas pelo gênero,
quantidade e qualidade para determinação do valor econômico da
prestação
5
3º Conversão em perdas e danos.
Obs1: Não representam cumprimento da obrigação, mas substitui o
pagamento.
UNIDADE II
MODALIDADES OU ESPÉCIES DAS OBRIGAÇÕES
1 OBRIGAÇÕES DE DAR
1) Tradição real => É aquela em que consiste a simples entrega do bem jurídico de
propriedade. São não solenes. O simples contrato não transfere a propriedade,
ou, a existência do contrato não transfere a propriedade. Assim, o contrato de
compra e venda não torna o adquirente dono da coisa comprada, mas apenas
titular da prerrogativa de reclamar a sua entrega. Somente após tal entrega é que
o comprador adquire a condição de proprietário.
Tradição Solene ou Tradição Formal => Exige mais do que a tradição real.
Exige formalidade como da essência do ato. Ex: Registro de Imóveis
2) Perda:
a) Total => é o desaparecimento (perecimento) do bem jurídico para todos
os fins em direito admitidos.
b) Parcial ou deterioração => São as avarias, depreciação, vícios que
provocam a diminuição de seu valor ou perda de características intrínsecas do bem
jurídico. Ex: Características técnicas, avaliação, forma etc.
PERDA PARCIAL=DETERIORAÇÃO
a) Dolo
b) Culpa stricto sensu: negligência, imprudência e imperícia.
Obs1: O devedor da coisa certa não pode dar outra, ainda que mais valiosa, nem o
credor é obrigado a recebê-la. Art. 313 CC. Assim, a entrega de coisa diversa da
prometida importa modificação da obrigação, denominada Novação Objetiva, que só
pode ocorrer havendo consentimento de ambas as partes. O credor não pode exigir
coisa diferente, ainda que mais valiosa.
Obs2: O domínio só se adquire pela tradição, se for coisa móvel, e pelo registro do título
(tradição solene), se for imóvel, pois o contrato estabelece apenas obrigações e direitos.
Por exemplo, no Contrato de compra e venda um dos contratantes se obriga a transferir
o domínio de certa coisa, e, o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro – Art. 481 CC.
2) Elementos:
a) Complexo de normas jurídicas;
b) relações transitórias, pecuniárias e de oponibilidade relativa;
c) objeto da prestação => é indicado pelo gênero, quantidade e qualidade.
d) relação de proveito => Credor e Devedor
3) Princípios:
Obs1: “Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as
pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das
circunstâncias do caso” Art. 94 CC
7
Obs2: Regra Geral a natureza do negócio jurídico faz presumir que o acessório segue o
principal o que pode ser elidido pela natureza constitutiva do título ou presumido pelas
circunstâncias do caso. “A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela
embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias
do caso”- Art. 233 CC. Principal é o bem que tem existência própria, que existe por si
só. Acessório: é aquele cuja existência depende do principal Ex: produtos, frutos e
benfeitorias-.
HIPÓTESES LEGAIS:
A) PERDA => art. 234 -
B) DETERIORAÇÃO
3- Colhidos por antecipação => São frutos pendentes e que foram percebidos de
má-fé. Neste caso devem ser indenizados ao credor.
5- Percipiendos => São frutos que deveriam ter sido colhidos mas não foram.
9
D.2 - Os frutos quanto à origem dividem-se em:
1- Conceito: - É aquela que tem por objeto a entrega de uma quantidade de certo
gênero e não uma coisa especificada. Na relação obrigacional, o objeto indicado de
forma genérica no início da relação será determinado mediante um ato de escolha, por
ocasião de seu adimplemento.
É aquela obrigação determinada ao menos pelo gênero e quantidade, ficando a
qualidade para uma ulterior especificação ou determinação.
Gênero e quantidade
Ato de escolha
art. 243, CC
Obs1: Uma vez determinada a qualidade do objeto da prestação, ela deixa de ser
obrigação de dar coisa incerta e passará a ser obrigação de dar coisa certa.
Obs2: Existem críticos ou teóricos civilistas que condenam o termo “gênero” quando o
certo seria “espécie” para determinar o objeto da prestação.
Falta de gênero e quantidade? Ex: entregar sacas de café? Ou entregar dez sacas?
10
3 DIFERENÇAS E AFINIDADES COM OUTRAS MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES
4 Diferença entre obrigação de coisa certa para obrigação de coisa incerta => Está
na determinação da qualidade, pois na obrigação de dar coisa incerta acontece em
momento posterior.
Exemplo: se sou credor de 100 cabeças de gado de corte, uma vez escolhido o gado e
apontadas as cabeças, cuida-se da obrigação de dar coisa certa.
11
Regra Geral: Nos casos de omissão do contrato a escolha compete ao DEVEDOR,
chamado princípio do Favor Debitoris, salvo se for estabelecido de modo diverso no
contrato. Feita a escolha, acaba a incerteza; a obrigação de dar coisa incerta torna-
se obrigação de dar coisa certa.
- “não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar melhor”
4.3 – Escolha por terceiro => O terceiro é eleito de comum acordo entre as partes.
Havendo recusa ou não puder exercer a determinação será supletiva por um juiz. – art.
1930 CC
4.4– Escolha por sorteio => Quando terceiro não poder fazê-lo, será por sorteio. Deve
esta hipótese vir no contrato. Art. 817 CC
Exemplo: alguém se obriga a entregar dez sacas de café - não se eximirá da obrigação,
ainda que se percam todas as sacas de café – porque pode obter no mercado, o café
prometido
Obs1: O gênero nunca perece – genus nunquam perit – o devedor nunca poderá alegar
perda ou deterioração do gênero nas obrigações de dar coisa incerta, haja vista, ser
facilmente substituível no mercado, pois o gênero nunca perece. EXCEÇÃO: Obrigação
genérica restrita - acontece quando a obrigação de dar coisa incerta está restrita a
determinada localidade ou local.
RESUMO:
1. Até o momento da tradição todos os riscos são suportados pelo devedor. Nas
obrigações de dar coisa incerta, não há determinação da qualidade, por isso não
pode ser alegada a impossibilidade de cumprimento.
2. Após a escolha, a obrigação de dar coisa incerta torna-se obrigação de dar coisa
certa e pelos dispositivos legais correspondentes é regulada.
12
C) OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR - ARTS. 238 a 242, CC
É aquela que tem por objeto a devolução de coisa certa, por parte do devedor.
Espécie de obrigação de dar coisa certa – em sentido inverso
O dono é o credor
É o complexo de normas jurídicas que regem relações entre sujeitos de caráter
patrimonial, transitório e de oponibilidade relativa e cujo núcleo da prestação
corresponde à restituição ou devolução de objeto certo e determinado ao seu legítimo
proprietário. Caracteriza-se pela existência de coisa alheia em poder do devedor, a
quem cumpre devolvê-la ao dono. É o que sucede, por exemplo, com o comodatário, o
depositário, o locatário, o credor pignoratício e outros, que devem restituir ao
proprietário, nos prazos ajustados, ou no da notificação quando avença for celebrado
por prazo indeterminado, a coisa que se encontra em seu poder por força do vínculo
obrigacional. Ex: Contrato de locação
Prestação?
Dono da coisa?
- Essa coisa por qualquer título encontra-se em poder do devedor (maior incidência): Ex:
Locatário; Mutuário; Comodatário; Depositário; Mandatário.
13
5 OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR - RESPONSABILIDADE PELA PERDA OU
DETERIORAÇÃO DA COISA
b) Perda antes da tradição COM culpa do devedor – art. 239 CC - “se a coisa se
perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e
danos”
5.2 – DETERIORAÇÃO
BOA-FÉ MÁ-FÉ
Direito Direito de
Benfeitorias Indenização de Benfeitorias Indenização Retenção
Retenção
NECESSÁRIAS SIM SIM NECESSÁRIAS SIM NÃO
UTÉIS SIM SIM UTÉIS NÃO NÃO
VOLUPTUÁRIAS SIM/NÃO NÃO VOLUPTUÁRIAS NÃO/NÃO* NÃO
Condições:
Legítima detenção da coisa sobre a qual se pretende exercer o direito;
Exista um crédito por parte do retentor; Exista um acréscimo do retentor.
15
2 OBRIGAÇÃO DE FAZER - arts. 247 a 249 CC
É uma obrigação positiva que tem como prestação atos ou serviços a serem
executados pelo devedor. O conteúdo é uma atividade do devedor. É uma obrigação
que traduz o comportamento ativo (comissivo) por parte do devedor.
EXEMPLOS:
prestação de uma atividade física ou material – pintar uma casa, levantar um
muro
atividade intelectual, artística ou cientifica – escrever uma obra literária,
experiência cientifica.
não há tal exigência – nem se trata de ato ou serviço cuja execução depende
de qualidades pessoais do devedor – pode ser realizado por terceiro.
A pessoa do devedor é facilmente substituível
16
Exemplo: contratar um pintor para a pintura de uma casa ou um pedreiro para uma
pequena reforma.
Obrigações negativas;
O devedor compromete-se a uma abstenção, obrigação de prestação de fato;
Imposição de uma obrigação negativa ao devedor – “abstenção” – pode ou não
ser considerada ou não ser limitada no tempo;
características: a) como pura e simples abstenção; b) dever de abstenção ligado
a uma prestação positiva; c) simples dever de tolerância
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do
devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não
praticar.
extinção da obrigação – sem culpa do devedor – não puder se abster do ato que
se obrigou a não praticar
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor
pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa,
ressarcindo o culpado perdas e danos.
18
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar
desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do
ressarcimento devido.
praticado o ato pelo devedor – o credor pode exigir que desfaça – sob pena de
mandar desfazer (a sua custa) + perdas e danos;
4 REGRAS PROCESSUAIS
Art. 642, CPC - “Se o devedor praticou o ato, a cuja abstenção estava obrigado pela lei
ou pelo contrato, o credor requererá ao juiz que lhe assine prazo para desfazê-lo”
CLASSIFICAÇÃO
a) Obrigações simples
Único credor
b) Obrigações compostas
19
Vários credores x vários devedores
20
Obs3: pacta sunt servanda
Obs4: Não vigora nas obrigações alternativas a equação do meio-termo, uma vez que
ambas as prestações são equivalentes. Art. 314 CC
o direito de opção pode ser dado a terceiro – se não fizer, a escolha caberá
supletivamente ao juiz se não houver acordo entre as partes
terceiro = mandatário comum
Obs1: com a morte do devedor ou credor => o direito de escolha compete aos
herdeiros
INDIVISIBILIDADE DA ESCOLHA
não havendo acordo, devem valer-se de uma decisão judicial – cabe ao juiz,
decidir, após conceder um prazo para deliberação.
A) ESCOLHA DO DEVEDOR
B) ESCOLHA DO CREDOR
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou
se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das
prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a
23
pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que
o caso determinar.
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se
impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação
subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do
devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor
reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e
danos.
poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por
perdas e danos.
24
5 OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS – arts. 233 a 420
Bem Divisível – É aquele que comporta fracionamento, ou seja, que pode ser
fracionado, repartido, dividido sem que haja perda de suas características intrínsecas.
Bem Indivisível – É aquele que não comporta fracionamento, ou seja, não pode ser
repartido, dividido sob pena de perda de suas características intrínsecas.
A) CREDORES:
Presunção Relativa:
B) DEVEDORES:
Presunção Relativa:
3-OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS – São aquelas cujo objeto da prestação não pode ser
fracionado ou repartido sob pena de suas características intrínsecas. Cada credor pode
exigir o objeto da prestação por inteiro e cada devedor é obrigado a pagar por inteiro
caso seja demandado pelo pólo creditório.
25
Obs2: As obrigações de Fazer algumas vezes podem dividir-se e outras, não.
Obs3: A obrigação de dar coisa certa, pode ser divisível ou Indivisível, conforme a
natureza do objeto.
26
6 OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS – arts. 264 a 285 CC
2 CARACTERES
• A obrigação é solidária quando a totalidade de seu objeto pode ser reclamada por
qualquer dos credores ou devedores.
3 DISCIPLINA LEGAL
4 ESPÉCIES
I. Fonte da solidariedade:
Fonte da indivisibilidade:
II. Na solidariedade: cada devedor paga por inteiro, porque deve por inteiro;
Na indivisibilidade: o devedor paga por inteiro porque outra solução não é
possível.
6 HISTÓRICO
- do lado passivo: é que o co-devedor que paga extingue a dívida, tanto em relação a si
quanto em relação aos demais co-obrigados (devedores)
- do lado ativo: cada credor tem a faculdade de exigir a totalidade da coisa devida do
devedor.
28
7 OBRIGAÇÕES IN SOLIDUM
são obrigações em que encontramos sujeitos que “devem”, sem serem solidários.
São, portanto, situações das quais decorrem obrigações para os sujeitos, embora
não estejam ligados por uma unidade de causa obrigacional.
os liames que ligam os devedores ao credor são totalmente independentes,
embora ligados pelo mesmo fato.
diferente é a responsabilidade – aqui os devedores não são responsáveis, todos,
pelo mesmo valor.
8 FONTES DA SOLIDARIEDADE
Art. 265, CC: “A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes”;
A solidariedade não decorre de sentença – o juiz não pode fixar solidariedade se ela
não preexiste num contrato ou na lei, ele apenas declara o direito das partes
A solidariedade deve ser expressa e não presumida – quer dizer, não exige
formalidades sacramentais, mas a vontade da obrigação solidária deve ficar expressa
e, quanto à solidariedade presumida – adoção do princípio de que na dúvida se
prefere a solução menos onerosa para o devedor.
Quem alega solidariedade deve prová-la – já que não existe presunção. Provindo da
lei não precisa de prova.
A solidariedade pode ser provada por testemunhas, quando o valor do contrato
permitir - art. 227, CC
Meras presunções e indícios podem reforçar a solidariedade, mas não a induzem. Ex:
- O parentesco não induz solidariedade;
- Indícios e conjecturas, mais ou menos verossímeis;
- A obrigação assumida na mesma oportunidade;
- Obrigação assumida por sócios ou condôminos – presunção é de que cada qual
contrai obrigação proporcional ao seu quinhão – art. 1317, CC.
29
É relação jurídica em que concorrem dois ou mais credores, podendo qualquer
deles receber integralmente a prestação devida – art. 267, CC, in verbis:
SOLIDARIEDADE ATIVA
Art. 267, CC: “Cada um dos credores solidários tem direito de exigir do
devedor o cumprimento da prestação por inteiro”.
- O devedor não poderá pretender pagar a prestação parcialmente – ou seja, apenas
sua quota-parte – alegando que a obrigação deveria ser rateada.
A) DA PREVENÇÃO JUDICIAL
Art. 268: “Enquanto algum dos credores solidários não demandarem o devedor
comum, a qualquer daqueles poderá este pagar”
30
B) REFRAÇÃO DO CRÉDITO
Art. 270, CC: “Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada
um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que
corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível”
- fixado o valor das perdas e danos – cada credor continua com o direito de exigir
a sua totalidade.
OBS: Difere das obrigações indivisíveis, visto que nestas há conversão de perdas e
danos torna a obrigação divisível.
31
E) OPOSIÇÃO DE EXCEÇÕES PESSOAIS
a) Geral ou Objetiva ou Absoluta => atinge a obrigação por inteiro, dizendo respeito
ao interesse de todos os credores e devedores. Ex: prescrição, licitude do objeto,
extinção da obrigação
b) Pessoal ou Particular ou Subjetiva => É o argumento de defesa que atinge
somente aquele devedor, que argüiu a defesa em seu favor, e somente ele
poderá argui-lo. Ex: incapacidade, erro e outros vícios de vontade.
Art. 273: “a um dos credores solidários não pode o devedor opor exceções pessoais
oponíveis aos outros”
EXCEÇÃO NO DIREITO
- Solidariedade:
dizem respeito à própria obrigação – pode ser alegada por qualquer devedor
demandado
Ex: situações como a inexistência de obrigação, ausência de forma prescrita, extinção
da obrigação.
- “são os meios de defesa que podem ser opostos por todos os co-devedores da
obrigação solidária” – Venosa
- a exceção pessoal só pode ser oposta pelo devedor ao credor que ela possua
(exceção pessoal).
32
F) EFEITOS DO JULGAMENTO EM CASO DE SOLIDARIEDADE ATIVA
A SOLIDARIEDADE PASSIVA
DIREITOS DO CREDOR
- O credor pode propor ação contra um ou apenas uma parte dos devedores –
sem que com isso renuncie a solidariedade dos demais.
- Poderá, neste caso, ainda, demandar a obrigação dos demais devedores não
acionados judicialmente.
art. 276: “Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum
destes será obrigado a pagar senão a quota correspondente ao seu quinhão
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão
considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores”
33
art. 277: “o pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele
obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até a concorrência da
quantia paga ou relevada”
- Aqui, a remissão pessoal dada pelo credor a um dos devedores – não tem o
condão de apagar a solidariedade relativamente aos demais devedores – que
permanecerão vinculados.
- Ocorre, entretanto, a redução da dívida proporcionalmente à concorrência da
importância relevada.
- O credor só cobrará dos demais o restante da obrigação = valor do crédito com o
abatimento.
- IMPOSSIBILIDADE DA PRESTAÇÃO
SEM CULPA: decorrente de caso fortuito ou força maior = resolução da obrigação
= liberação dos co-devedores.
COM CULPA: de um ou de alguns dos devedores – respondem todos pelo
equivalente, mas pelas perdas e danos só o(s) culpado(s)
Ninguém pode ser culpado pela culpa alheia
art. 280: “todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a
ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos
outros pela obrigação acrescida”
OPOSIÇÃO DE EXCEÇÕES
34
art. 281: “o devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe
forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções
pessoais a outro co-devedor”.
- O credor quando for cobrar dos demais – deverá abater na dívida a quantia
alusiva à parte devida pelo co-devedor que foi liberado
- O credor beneficiado (pela renúncia) passará a ser o sujeito passivo de uma
obrigação simples – deve apenas uma quota-parte
- Os demais co-devedores continuarão solidários
DIREITO DE REGRESSO
art. 283: “ o devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de
cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a
do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de
todos os co-devedores”.
35
- Eles contribuirão, proporcionalmente no rateio.
a) Instantâneas:
b) Diferidas;
c) De trato sucessivo ou periódicas: Os atos de execução se dão de forma
reiterado no tempo.
REGRAS ESPECÍFICAS:
36
a) De meio – O devedor se compromete de usar de todos os meios. É aquela em
que o devedor se compromete a empregar todo o conhecimento, técnica e
diligências necessárias para alcançar o resultado, porém não se compromete
com o próprio resultado. Ex: Obrigações do advogado e do médico
b) Resultado – O devedor se compromete a alcançar o resultado. É aquela em
que o devedor se compromete com o próprio resultado da obrigação, ou seja,
só se exonera quando alcança o resultado, caso contrário, será considerado
inadimplente, devendo responder pelos prejuízos decorrentes do insucesso.
Obs1: Caso o resultado não seja alcançado deverá será apurado perdas e
danos. Ex: Obrigação de uma cirurgia plástica, dentista, cirurgia estética,
canal.
37
Obs2: O princípio de eu o acessório segue o principal vale para as obrigações com
cláusula principal. Assim, nula a obrigação principal, nula será a obrigação acessória,
sendo que o contrário não é verdadeiro, ou seja, nulo o acessório, o principal não estará
nulo.
38
Dívida prescrita – art. 882 CC - (tem débito, mas não tem responsabilidade, salvo
se os herdeiros do de cujus pagaram a dívida prescrita com desconhecimento
quanto então pode reaver o que voluntariamente pagaram para quitar a dívida
prescrita);
O Código no artigo 882, aduz que não se pode repetir o que se pagou para solver dívida
prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.
Artigo 564 III, segundo o qual não se revogam por ingratidão as doações que se fizerem
em cumprimento de obrigação natural.
Natureza jurídica: é uma categoria jurídica autônoma, porque envolve tanto direito real,
quanto direito obrigacional, por isso, são denominadas, de obrigações híbridas ou
ambíguas
Exemplos:
Obrigação do condômino de pagar a taxa do condomínio;
Do condômino em condomínio de edificar, de não alterar a fachada do prédio;
Do condômino de contribuir para conservação da coisa comum;
Dos donos de imóveis confinantes de concorrerem para despesas de
conservação e construção de tapumes e divisórias.
Características
Regras Especiais:
39
A prestação pode ser positiva ou negativa;
O desaparecimento do objeto não faz desaparecer o ônus.
b) Ônus Reais – É aquela que onera o devedor fazendo recair sobre sua pessoa por
força de determinado direito real determinado gravame ou encargo.
Características:
Regras Especiais:
Exemplos:
c) Eficácia Real – São aquelas obrigações que sem perder o caráter essencial de
Direitos, há uma prestação se transmitem ou são oponíveis a terceiros que adquiram
Direito sobre determinada coisa.
Exemplos:
40
8 TEORIA DO PAGAMENTO
a) Lugar do Pagamento;
b) Tempo do Pagamento;
c) Objeto e sua prova;
d) Daqueles a quem se deve pagar – accipiens;
e) Daquele que deve pagar - solvens
2) CONDIÇÕES
Subjetivas Objetivas
. Credor . Lugar
. Devedor . Tempo
. Objeto
. Prova
3) LUGAR DO PAGAMENTO – É o local de cumprimento da obrigação que deve vir
designado no título (contrato) constitutivo da obrigação.
3.2 – Local alternativo – Se forem designados dois ou mais locais para pagamento,
caberá ao Credor a escolha entre eles. Parágrafo Único, art, 327 CC
3.3 – Devedor Muda de domicílio – O devedor arcará com todas as novas despesas
acarretadas ao credor. Art. 327 CC
41
3.6 – Calamidade pública ou outro motivo grave – O devedor poderá promover o
pagamento em outro local sem prejuízo para o credor. Art. 329 CC
3.7 – Tempo do pagamento – É o momento de cumprimento da obrigação, ou seja, o
vencimento.
4.4 – Recibo ou quitação – É a prova cabal do pagamento. Art. 319 CC. O devedor
pode reter o pagamento até que o credor que lhe forneça recibo ou quitação.
4.5 – Forma de Quitação – Na quitação os recibos poderá ser dado por instrumento
público ou particular, salvo nos negócios.
Obs1: Recibo ou quitação como regra geral poderá ser dado por instrumento particular.
Princípio da Boa-Fé:
4.6 – Débitos Literais – São aquelas obrigações que estão representados no próprio
título da obrigação. Ex: cheque, nota promissória. Nessas circunstâncias a posse do
título faz presumir o pagamento da obrigação.
Obs1: 1º Regra: Quem se apresenta com título (débito) literal) é presumido credor.
2º Regra: Perda, desaparecimento ou inutilização do título. Nos casos de
extravio do título deverá o devedor exigir do credor declaração de inutilização do título
sob argumento de extravio de forma prevenir futura cobrança.
3º Regra: É possível a promoção de Ação Declaratória de inutilização (extravio)
de forma que seja cientificado terceiros para impugnar a legitimidade do pagamento, art.
321 CC.
4.9 – Presunções de pagamento – São relativos, pois admitem prova contrário, que
cabe a credor, que não houve pagamento de juros.
2º - Quando o pagamento for por quotas periódicas a quitação da última faz presumir o
pagamento das parcelas anteriores, salvo disposição ou prova em contrário. Art. 322
CC.
43
Obs1: Prazo decadencial de 60 dias para que o credor faça a impugnação da presunção.
Art. 324 CC, Parágrafo.
Regra Geral: As despesas com o pagamento e quitação correm por conta do devedor.
Exceção: Se por fato imputável ao credor, sobrevier aumento das despesas, este
suportará o referido acréscimo. Art. 325 CC, parte final.
Obs3: Terceiro não-interessado que paga em nome próprio e por conta do devedor
não se sub-roga nos direitos do credor (não assume os privilégios creditórios.
Garantias reais e fidejussórias). Art. 305 CC
Obs2: Se a coisa dada em pagamento for bem fungível nada se poderá reclamar do
credor que a recebeu e consumiu de boa-fé ainda que a transmissão do bem tenha se
operado por que não tinha poderes para alienar. Art. 307, Parágrafo Único.CC
44
5 - DAQUELES QUE DEVEM RECEBER “a QUEM SE DEVE PAGAR” – accipiens -
credor
a) Credor;
b) Representante
Convencional => por contrato de mandato (procurador)
Legal/Judicial – Ex: síndico na falência, administrador de bens de ausente
c) Co-Credor
Da Solidária Ativa
Da Indivisível
d) Sucessor
Inter-vivos=> Transmissão das obrigações=Sucessão jurídica de credores >
Cessão de crédito
Causa-mortis => herdeiros > ato sucessório
5.1 - Autorização para receber => Cabe ao portador da quitação. Art. 311 CC, salvo se
as circunstâncias contrariarem a presunção do caso.
5.1 - Penhora de Crédito. Art. 312 CC.
5.2 – Pagamento feito a inibido de receber – é aquele que temporariamente não está
legitimado a receber. O pagamento feito cientemente ao incapaz de quitar só será válido
se houver prova de que em benefício dele se reverteu.
REGRA GERAL: O pagamento não é válido. Art. 310 CC. EXCEÇÃO: Se o devedor
provar que em benefício do credor incapaz o pagamento revertido, este será
considerado válido.
LUGAR DO PAGAMENTO
45
O credor procura o devedor para cobrança presunção de
que o pagamento é quesível.
LOCAL ALTERNATIVO
Se forem designadas dois ou mais lugares, caberá ao credor a escolha –
parágrafo único do art. 327, CC.
não sendo possível, será feito no novo domicílio do devedor, que arcará com as
despesas acarretadas ao credor (ex: taxas de remessa bancária, etc.)
- local do pagamento esteja isolado ou atingido por calamidade pública – art. 329, CC
46
o credor deve ser ressarcido dos incômodos de receber em local diverso do
combinado?
caso fortuito ou força maior autorizam indenização?
mora creditoris - art. 335, I, CC
Depende de cada caso concreto.
TEMPO DO PAGAMENTO
- art. 331, CC – deve ser visto com reservas – há obrigações que por sua própria
natureza, não podem ser exigidas de plano. Ex. empréstimo, locação, depósito
PRAZO MORAL
o credor não pode exigir o pagamento antes do vencimento, sob as penas do art.
939, CC.
a) a falência do devedor e sua execução permite prever que não cumprirá a obrigação;
c) diminuição da garantia pessoal ou real, ou mesmo a sua perda – o devedor deve ser
intimado para reforçar a garantia, caso não o faça, a lei autoriza a cobrança antes do
vencimento da dívida.
47
SOLIDARIEDADE PASSIVA
Art. 313, CC – o credor não pode ser obrigado a receber outra coisa, ainda que
mais valiosa.
Art. 314, CC – ainda que a prestação seja divisível, não pode ser o credor
obrigado a receber por partes ou o devedor a pagar por partes, se assim não se
ajustar.
art. 326, CC – os pagamentos contratados por medida ou peso devem obedecer aos
costumes do lugar – no silêncio das partes.
48
cláusula de atualização de valores monetários
- atribuição ao Judiciário (de forma expressa) – o poder de rescisão dos preços – dentro
da teoria da imprevisão ou excessiva onerosidade.
DA PROVA DO PAGAMENTO
art. 321, CC – existem débitos que são representados por um título = débitos literais.
50
art. 324, parágrafo único, CC – a quitação ficará sem efeito se o credor provar, em
60 dias, a falta do pagamento – prazo é decadencial.
suportará este a despesa acrescida ou seus sucessores – não é justo que o devedor
arque com despesas por fatos supervenientes para os quais não concorreu.
se o credor der quitação do capital sem reserva de juros – haverá presunção juris
tantum – de que houve pagamento (juros)
acessório segue o principal
próprio devedor
terceiro interessado – art. 346, III, CC
52
DAQUELES A QUEM SE DEVE PAGAR
ao credor
ao co-credor
a quem o represente legal, judicial ou convencionalmente
sucessores causa mortis (herdeiro ou legatário)
sucessores inter vivos (cessionário do crédito, sub-rogado no direito creditório)
pagamento pode ser feito a pessoa não intitulada e mesmo assim vale –
ratificação do credor ou de quem o represente – art. 308,CC
- o pagamento deve ser feito ao credor ou a seu representante – “quem paga mal paga
duas vezes”
art. 311, CC
presunção é de quem se apresenta com um recibo firmado por
terceiro – possui mandato específico para receber = portador da quitação
exceções:
quem são?
quem paga arrisca-se a pagar mal
53
“conhecimento da penhora” ou da “oposição de terceiro”
art. 312, CC – aplicação das garantias dos direitos de crédito – se pagar ao credor –
assumirá o risco
devedor falido
incapacidade é conferida em benefício dos credores
54
MATÉRIA PARA O 2º BIMESTRE – arts. 233 até 420 CC
UNIDADE 1
TEORIA DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES
1.1 Teoria
1.2 Perdas e danos
1.3 Mora
1.4 Cláusula Penal
1.5 Arras e Sinal
1.6 Juros
UNIDADE 2
TEORIA DO PAGAMENTO INDIRETO
UNIDADE 3
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
55
UNIDADE 1
TEORIA DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES
TEORIA DO INADIMPLEMENTO OU TEORIA DO DESCUMPRIMENTO
OU TEORIA DA INEXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES.
2 – INADIMPLEMENTO
a) INADIMPLEMENTO ABSOLUTO
CONTRATUAL EXTRACONTRATUAL
Tem relação jurídica pré-existente entre É a prática do ato ilícito que faz nascer o
lesante e lesado. dever de indenizar => Não há relação
Fundamento é contratual – art. 389 CC jurídica pré-existente entre lesante e
lesado.
Ocorre a violação da prestação negativa de não causar danos a outrem – art. 186 CC
RESPONSABILIDADE CIVIL:
RESPONSABILIDADE CIVIL:
a) Subjetiva => É a regra geral no CC. Investigamos a culpa,
art. 186 c/c art. 927, caput CC
b) Objetiva => É a regra do CDC1. Quando houver lei ou
atividade desenvolvida que causa risco ou potencial. A culpa
é presumida. Art. 927, § único CC. É a exceção no CC.
Obs2: Culpa em sentido amplo (a culpa lato sensu: a) dolo e b) culpa stricto sensu
(negligência, imprudência e imperícia).
IV) Inadimplemento Fortuito => é aquele absoluto, sem culpa do devedor, logo não há
dever de indenizar.
Obs5: Exceção = Isenção de culpa – art. 399 CC. Se o devedor moroso provar isenção
de culpa, ou seja, que o evento sobreviverá ainda que a prestação fosse cumprida,
estará isento de responsabilidade civil.
1
Código de Defesa do Consumidor
57
Obs6: Patrimônio do devedor responde pelo inadimplemento das obrigações do devedor.
2.2.1 Mora do devedor (Solvendi), Mora de pagar – É a mora comum, devido ao não
cumprimento da obrigação=tempo, lugar e modo.Quando se dá o
descumprimento ou cumprimento imperfeito da obrigação por parte do devedor.
Mora ex re => em razão de fato previsto na lei. Ocorre quando o devedor nela incorre
sem necessidade de qualquer ação por parte do credor.
Mora ex persona => Quando não há termo, ou seja, data estipulada “a mora constitui
mediante interpelação judicial ou extrajudicial (art. 397 § único), ou seja, depende de
providência do credor.
58
1º - Existência de dívida líquida e certa. Das obrigações de dar coisa
incerta e alternativa, primeiro deve-se realizar a concentração da
obrigação.
Obs1: Não pode o devedor abandonar a coisa, conservando-a como a diligência normal
de depositário.
59
Obriga o credor a receber a prestação pela estimação que lhe for mais
favorável, se entre o dia ao pagamento e a da sua efetivação, ocorrer
oscilação em seu valor;
O devedor se desobriga propondo a consignação em pagamento.
2.3.1 - Purgação da mora pelo devedor => O devedor oferece a prestação acrescida
da importância com juros, correção monetária, despesas contratuais, honorários
advocatícios e quaisquer outras perdas e danos.
2.3.2 – Purgação da mora pelo credor => O credor purgar a sua mora oferecendo-se a
receber a prestação e sujeitando-se ao efeito da mora, até a data do recebimento;
reembolso das despesas pela conservação; recebimento da prestação pela estimação
mais favorável.
Obs1: Resigna-se ao silêncio pela perda e deterioração do bem, sem culpa do devedor,
após a recusa.
60
prefixarem em cláusula penal originária ou superveniente, as perdas e danos
decorrentes do inadimplemento absoluto.
61
Indivisíveis – Somente o devedor culpado poderá ser demandado integralmente na
pena convencional. Os demais devedores respondem cada um por suas respectivas
quotas. Ressalva-se sempre o direito de regresso.
4 – PERDAS E DANOS
4.1 – Conceito – É o prejuízo material ou moral suportado tendo em conta lesão a bem
jurídico contratualmente protegido.
4.2 – Espécies
4.2 – Natureza Jurídica – É um pacto acessório ao contrato principal. Não pode ser
presumida, portanto consignada expressamente no contrato.
4.4 – Espécies
Se o descumprimento foi quem as recebeu (credor), então quem as deu (devedor) terá o
direito a sua devolução + equivalente em DOBRO.
Obs1: Se a parte inocente (não descumpriu) provar ter suportado prejuízo maior que o
valor das arras será facultado a exigência de indenização suplementar valendo as arras
como taxa mínima de indenização.
Se o descumprimento foi quem as recebeu (credor), então quem as deu (credor) terá
direito a sua devolução EM DOBRO.
UNIDADE 2
TEORIA DO PAGAMENTO INDIRETO
1) DAÇÃO EM PAGAMENTO
Princípios de garantia:
a) Coisa (fato) – vícios redibitórios (vício ocultos)
2) DA CONFUSÃO
1. CONCEITO – É uma figura anômala, o que extingue a obrigação sem ter havido
pagamento. Ex: direitos decorrentes de herança; cessão de crédito; regime de
comunhão universal de bens.
Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela.
3. CONFUSÃO E SOLIDARIEDADE
64
- a solidariedade subsistirá quanto ao remanescente – os co-devedores e co-credores
continuaram vinculados, deduzindo-se a parte alusiva ao co-devedor ou co-credor na
qual se operou a confusão.
Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus
acessórios, a obrigação anterior. EX: sucessão provisória em razão da declaração de
ausência e posterior presumidamente morto.
Se a confusão for operada apenas transitoriamente ou a relação jurídica for declarada
ineficaz restaura-se a obrigação com todos os seus acessórios. Ex: Anulação de
testamento
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem
prejuízo de terceiro.
- liberação graciosa do devedor pelo credor
- voluntariamente abre mão de seu crédito
- extinção da obrigação
- consenso expresso do devedor
- ressalvados direitos de terceiros
Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular,
prova desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e
o devedor capaz de adquirir. Art. 324 § único CC.
- NATUREZA JURÍDICA = CONTRATUAL
- requisitos: capacidade do remitente para alienar e do remido para consentir e adquirir
- restituição voluntária do instrumento particular (pelo próprio credor ou seu
representante) – revelará a intenção de perdoar. Art. 104 CC
65
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele
correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os
outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.
4) DA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só
credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem
líquidos e vencidos.
# requisitos:
a) Existência de duas ou mais dívidas
b) Identidade de credor e de devedor
c) Igual natureza dos débitos
d) Dívidas líquidas e vencidas
e) Suficiência do pagamento para resgatar qualquer dos débitos
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer
imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar
contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou
dolo.
- será operada quando o devedor não utilizar de seu direito de indicar o débito.
- neste caso, aceitando a quitação de um deles – não poderá reclamar contra a
imputação feita pelo credor.
66
Obs: a impugnação será admitida se o devedor provar violência ou dolo do credor –
que prevalecendo do direito de imputação do pagamento – o tenha feito por meios
escusos.
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros
vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a
quitação por conta do capital.
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto
à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as
dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na
mais onerosa.
67
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida,
sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor
satisfeito.
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e
garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.
Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações
do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor.
- o sub-rogado legal não poderá exercer direitos e ações do antigo credor, senão até a
soma que realmente desembolsou para liberar o devedor
6. SUB-ROGAÇÃO PARCIAL
68
QUESTÕES
a) Caso Leão seja remitido e Luter revele-se insolvente, Lara será a única
responsável pelo cumprimento da obrigação? Justifique.
Solução:
Martinho Maria
Solução:
Solução: É possível que Maria exija a tutela específica da obrigação obtida com a ação
cominatória, fixando-se multa diária por atraso no cumprimento (astreintes) ou ainda
pedir a tutela pelo equivalente (obtenção de um resultado prático equivalente) e a seu
critério a conversão em perdas e danos. A recusa voluntária induz culpa, assim
indenização por perdas e danos, com fundamento no artigo 461 CPC e artigo 247 CC.
70
5) Mapiroldo recebeu em comodato um imóvel de Matos, localizado na Cidade de
São Marçal. Dois meses depois de ingressar no imóvel, Mapiroldo descobriu que
havia uma rachadura no teto, provocada por uma antiga infiltração de água.
Mapiroldo chamou o empreiteiro Pinheiro, que verificou que todo o encanamento
necessitava de reparos. Pinheiro efetuou um orçamento de R$ 3.500,00, que
Mapiroldo mandou para a aprovação de Matos afirmou que ele não precisaria
aprovar ou não o orçamento, já que não teria que pagar por qualquer reparo, pois,
por tratar-se de um contrato de comodato, o responsável pelo pagamento do
conserto seria Mapiroldo. A afirmativa de Matos está ou não correta? Justifique
sua resposta.
71
Solução: Os exonerados da obrigação voltam a compor o vínculo jurídico para ratear a
quota-parte do insolvente, podendo posteriormente regredir contra o insolvente, para o
ressarcimento do montante dispendido. Art. 284 CC
Matéria da 1ª prova: Direito Civil brasileiro – Carlos Roberto Gonçalves – páginas 01 até
197 e 235 a 270.
Sites: www.boletimjuridico.com.br
www.fortesadvogados.com.br
www.giseleleite.com.br
www.jurisway.org.br
www.consultorjuridico.com.br
www.netsaber.com.br
www.ask.com.br
www.adirmachado.com.br
www.direitonet.com.br
GLOSSÁRIO
EVICÇAO – É a perda da coisa em virtude de sentença judicial, que atribui a outrem por
causa jurídica preexistente ao contrato. É a perda total ou parcial da coisa adquirida em
favor de terceiro, que tem direito anterior. Tipos: Evicção total é a perda total da coisa e
evicção parcial é a perda de parte da coisa.
72
73