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TOPOGRAFIA APLICADA A ESTRADAS

Limita-se a parte que concerne à Topografia na construção de Estradas de rodagem ou


de Ferro. Assim não trataremos sobre estudos preliminares sócio-economico e político
de uma determinada Região.

Quanto aos trabalhos topográficos para a construção de estradas, podemos dividi-los em


4 etapas clássicas a saber:

- Reconhecimento
- Exploração
- Projeto e
- Locação
RECONHECIMENTO

Identificada a necessidade de ligar duas localidades ou 2 pontos por uma estrada, o


engenheiro deverá tomar conhecimento da região a atravessar, a fim de escolher os
pontos de passagem obrigatória ou pontos “forçados” da mesma. Isto é o
reconhecimento.

Neste momento, deve-se dispor de uma carta em curvas de nível do IBGE em escala de
1:50.000, fotografias aéreas, ortofotocartas ou imagem de satélites para uma melhor
orientação. O engenheiro deverá através desse material marcar os pontos na própria
planta, mas é indispensável a ida no local.

Na visita ao local é importante estar acompanhado de pessoas que conhecem bem a


região, para prestar valiosos esclarecimentos. Deverá elaborar um croqui do
caminhamento expedito onde assinalará os pontos forçados, principais acidentes ao
longo do itinerário, como rios, picos, serras, pântanos, povoados, terras de cultura,
classificação geológica, nomes de proprietários, tipo de vegetação, pedreiras,
cascalheiras, etc. Tudo isso deverá fazer parte de um relatório bem detalhado,
possivelmente ilustrado com fotografias e coordenadas.

As coordenadas poderão ser obtidas com um equipamento GPS, com precisão de 1 a 15


metros, disponível mo mercado. Pode-se também de posse de imagens de satélite do
tipo Quick BIRD ou Landsat etc. ou ainda fotografias aéreas, montar um mosaico para
apresentar o caminhamento percorrido.

EXPLORAÇÃO

Na exploração o engenheiro deverá escolher dentro da zona, portanto, entre os pontos


forçados, a faixa de terreno que tem mais condições de receber o leito da estrada. Em
outras palavras deve escolher a uma faixa de 100 a 200 metros, chamada de faixa de
exploração. Em resumo a operação consiste em lançar uma poligonal chamada linha de

Faixa de exploração
ensaio, segundo uma trajetória, próxima ao eixo da estrada e com base nessa poligonal
é efetuado o levantamento completo da faixa de terreno.

Poligonal próxima ao eixo

Esta poligonal será nivelada longitudinalmente, estaca por estaca e terá seus principais
pontos determinados através de coordenadas oficiais. Deverá ser feito também o
nivelamento transversal das seções, segundo alinhamentos perpendiculares e cada estaca
numa distancia média de 80 m para cada lado e ainda levantado todos os acidentes
naturais ou artificiais.

Resumindo, a faixa de exploração deverá conter nas escalas de 1:2.000 e 1:1.000- todos
os elementos para a elaboração do ante-projeto ou projeto e orientar os órgãos
incumbidos das desapropriações.

Os elementos principais a constar são:

- Linhas de ensaios com os respectivos estaqueamentos, com coordenadas, rumos ou


azimutes e distancias etc.
- Curvas de nível de metro em metro
- Estradas de rodagem, estradas de ferro e caminhos
- Acidentes, vilas, vilas, povoados e casas
- Bacia hidrográfica
- Cadastro das propriedades lindeiras
- Campos de aviação
- Alagadiços e etc.

Sobre essa planta deveremos iniciar o projeto com o lançamento das tangentes, após
conhecermos as normas de projeto a serem obedecidas.
LANÇAMENTO DAS TANGENTES

Os trechos em retas chamam-se tangentes.


A faixa de exploração constitui-se de uma planta com curvas de nível de metro em
metro na escala de 1:2000 ou 1:1000 onde aparecem os elementos cadastrais necessários
ao pleno conhecimento.
O lançamento das tangentes deve obedecer a seguinte orientação:
- deve passar pelos pontos obrigatórios;
- deve seguir pelo meio da faixa de exploração, sempre que possível;
- deve evitar topo um grande número de curvas de nível próximas;

Lançadas as tangentes deve-se fazer um estaqueamento provisório, graduando estas


tangentes de estaca em estaca. Ao ponto inicial marca-se a estaca 0 (zero), e daí de 20
em 20 metros marca-se as demais estacas apenas para a orientação, pois após o projeto
das concordâncias, este estaqueamento será alterado.

A indicação das tangentes será completada com a indicação do PI – Ponto de


Intersecção das tangentes ou de seus prolongamentos – dos rumos e das deflexões, este
último recebendo o nome de ângulo central (AC).

Duas tangentes, pela própria natureza da estrada (permitirá a velocidade de veículos


mais ou menos elevada), devem ser concordadas por um arco de curva que pode ser dos
seguintes tipos:
-Curva circular simples
-Curvas compostas
-curva circular com transição em espiral

Para o nosso estudo aplicaremos a topografia para os casos da curva circular simples e
seus elementos:

CURVA CIRCULAR SIMPLES

Vejamos os elementos fundamentais de uma curva circular simples:

0 - Centro da curva
PI - Ponto de intersecção das tangentes(prolongamento)
PC – ponto de inicio da curva circular
PT – ponto de inicio da tangente ou ponto de termino da curva circular
R - Raio de curvatura da curva
AC – Ângulo central da curva formado pelos raios que vão até ao PC e PT, a partir
de um ponto comum ou centro da curva.
D= Desenvolvimento da curva, ou comprimento do arco que vai do PC ao PT
Fórmulas para calculo da curva circular simples:

Tangente(T) = R. Tg x AC/2

Desenvolvimento da curva (D) = π . R . AC/180

Grau da curva para uma corda de 20m (G) =

360°-----------2 π R

G° -----------20 onde G = 360 x 20 / 2 π R

LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR SIMPLES

Para a locação da curva circular deveremos estabelecer os seguintes


espaçamentos em função do seu Raio.

Raios menores que 150 m ---- espaçamentos de 5 em 5 metros


Raios entre 150 e 300 m--- espaçamento de 10 em 10 metros
Raios maiores que 300 m--- espaçamento de 20 em 20 metros

Portanto, conhecendo-se o grau (G) da curva para uma corda de 20


metros, poderemos estabelecer o valor para uma corda de 1m ou seja
a deflexão por metro (dm) ou ainda dm= AC/2D.
A deflexão total (Dft= AC/2

A seguir veremos exemplo de tabela de locação com os seguintes dados:

AC = 12° 12’ 00”


R = 1.145,93 m
T=
D=
dm=
PCD= 93 + 13,20
PT=
Estacas inteiras intermediárias Alinhamento Deflexões parciais Defl.totais
93
13,20
94 00°10’ 12” 00°10’12”
95 00 30 00 00 40 12
96 00 30 00 01 10 12
97 00 30 00 01 40 12
98 00 30 00 02 10 12
99 00 30 00 02 40 12
100 00 30 00 03 10 12
101 00 30 00 03 40 12
102 00 30 00 04 10 12
103 00 30 00 04 40 12
104 00 30 00 05 10 12
105 00 30 00 05 40 12
106 00 30 00 06 10 12
+4,88 00 07 18 06 17 30

T = R. tg . AC/2 = 1.145,93 x tg12° 35’ 00”/2 = 126,34m

D = AC. Π . R/180 = 12°35’00” x 3,1416 x 1.145,93 / 180 = 251,67m

dm = AC/2D = 12° 35’ 00” / 251,67 x 2 = 00° 1’ 30”

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