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EDUCAÇÃO E AFETIVIDADE: O papel da afetividade como fio condutor para uma

educação humanizadora sob um olhar psicopedagógico

Joiara Nara Fernandes de Paiva Costa1

RESUMO

O presente artigo representa uma possibilidade de pensar a Educação e Afetividade como tempo e espaço, para
oportunizar ao aluno uma aprendizagem significativa desenvolvendo uma educação integral. Com fundamento
na visão de alguns teóricos, este trabalho objetiva salientar a importância da afetividade e da motivação no
processo de ensinar e aprender, esquadrinhado dentro de princípios psicopedagógicos. A justificativa deste
estudo está focada na necessidade de manifestar que a dimensão afetiva ocupa lugar central, tanto do ponto de
vista da construção da pessoa quanto do conhecimento. A metodologia caracteriza-se por uma pesquisa
bibliográfica descrita, com alicerce na visão de alguns teóricos. Dessa forma, o afeto é indispensável na atividade
de ensinar, compreende que as relações entre ensino e aprendizagem são movidas pelo desejo e pela paixão e
que, portanto é possível identificar e prever condições afetivas que facilitem a aprendizagem, sem desconsiderar
os aspectos psicopedagógicos que também são essenciais no processo de ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: Educação. Afetividade. Aprendizagem. Psicopedagogia.

ABSTRACT

This article is a possibility of thinking about education and Affection as time and space, to create opportunities to
students with a meaningful learning by developing a comprehensive education. Based on the view of some
theorists, this paper aims to highlight the importance of affection and motivation in the process of teaching and
learning, scanned within psychopedagogical principles. The rationale of this study is focused on the need to
express the affective dimension occupies a central place, both from the point of view of the construction of the
person and of knowledge. The methodology is characterized by a literature described, with foundation in the
view of some theorists. Thus, the affection is essential for the activity of teaching, understand that the
relationship between teaching and learning are driven by desire and passion and therefore it is possible to
identify and predict affective conditions that facilitate learning, without disregarding the psychopedagogical
aspects that also they are essential in the teaching-learning process.

Keywords: Education. Affectivity. Learning. Psychopedagogy.

1. INTRODUÇÃO

O homem é um ser vivo, um ser com necessidades e potencialidades materiais, além


das dimensões de identidade e significação que a civilização e a cultura lhe proporciona.
Nesta direção é que o homem realiza seus meios de sobrevivências. Assim, os homens não

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Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia (UESPI – Universidade Estadual do Piauí), Aluna do Curso de
Pós-Graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional (FAR – Faculdade Ademar Rosado)
nascem prontos, acabados, mas são constituídos em uma complexa rede de inter-relações
entre causa externas e internas de sua formação, evolução e produção social.
Estudar esse conceito passou a ser uma bandeira levantada, pois se encontra no tema
grande desafio para os profissionais que geralmente tem em sua formação noções direcionada
para conceitos cognitivos de convivência com pessoas, desconsiderando, desta forma, os
conceitos afetivos necessários para a valorização da autoestima do aluno. Cabe destacar que a
importância de se desenvolver essa pesquisa centra-se no empenho de caráter cientifico e de
sua relevância social, uma vez que a pesquisa poderá contribuir consideravelmente para a
melhoria no processo ensino e aprendizagem, especialmente no que se refere às relações entre
professores e alunos. Surge daí, a relevância de se abordar o tema Educação e Afetividade,
por entender que o cuidar é um ato consciente, que pode ser ensinado e consiste, por sua vez,
num dos maiores geradores de prazer que o mundo conhece.
Frequentemente, depararmo-nos com situações que refletem a ausência de práticas
pedagógicas que respeitem as diferenças do educando. A partir desse pressuposto, o trabalho
tem como proposta analisar o papel da afetividade como fio condutor para uma educação
humanizadora no processo de ensinar e aprender, esquadrinhado dentro de princípios
psicopedagógicos.
Estudos na área de desenvolvimento humano têm apresentado como questões
afetivas e cognitivas influenciam diretamente no processo ensino aprendizagem. Dentre os
teóricos construtivistas enfatizados nesse artigo, Wallon, Vygotsky e Piaget são relevantes no
estudo de como essas duas faculdades, atuando de forma dialética, contribuem no
desenvolvimento da criança. Levando em consideração esse processo, surgiram alguns
questionamentos como:
Qual é a contribuição da afetividade, como fio condutor, no processo de ensino e
aprendizagem dentro dos princípios psicopedagógicos? Quais as contribuições que Piaget,
Wallon e Vygotsky trouxeram para o desenvolvimento humano? Como a relação entre
professor-aluno pode contribuir, por meio da afetividade, na construção do conhecimento e
contribuição para uma educação mais humanizadora? De que forma a escola pode atuar nessa
perspectiva psicopedagógica?
Para responder estas questões norteadoras, primeiramente é necessário definir e
compreender a Afetividade, em seguida serão analisadas as teorias de Piaget, Wallon e
Vygotsky separadamente e da aprendizagem na visão de João Visca, levando em conta as
contribuições para o campo educacional, abordando o processo de cognição e afetividade sob
a visão dos três estudiosos, concluindo assim a perspectiva psicopedagógica e a escola. A
pesquisa será desenvolvida através de coleta de dados por meio de pesquisas bibliográficas.
Portanto, sabendo-se da importância da relação entre Educação e a Afetividade, as
questões relacionada nesta pesquisa nos leva a (re) pensar o fazer (psico) pedagógico,
valorizando os processos de humanização a partir de uma prática humanizadora, que busque
despertar em nossos educadores/ educandos uma postura diferenciada, onde laços afetivos
sejam fortalecidos e valorizados no processo de ensino aprendizagem.

2. AFETIVIDADE – DEFININDO E TEORIZANDO

Num sentido amplo, a afetividade pode ser compreendida como conjunto de ações e
reações internas presentes na vida do ser humano, que interferem no externo. É por meio dos
sentimentos (que são dirigidos para o interior e são privados) que as emoções, (que são
dirigidas para exterior e são públicas) iniciam o seu impacto na mente. A palavra afeto vem de
affekt = “qualquer estado afetivo, agradável ou penoso, ainda vago, e que se manifesta por
uma descarga emocional física ou psíquica, imediata ou adiada. O afeto traduz as emoções
representadas e corresponde às sensações”. (CASTRO, 2008, p.20)

3. APRENDIZAGEM E O DESENVOLVIMENTO HUMANO

Cada indivíduo é único e sua personalidade se desenvolve sofrendo influencias


genéticas e ambientais. Cada ser participa de um contexto social, portanto, seus conceitos
também serão formados mediante as relações socioculturais e as influências que sofrem destas
relações.
No desenvolvimento humano, os aspectos da maturação são: o social, interação do
individuo dentro do seu meio; o cognitivo, estrutura intelectual herdada; o físico, estrutura
corpórea, herança fisiológica; e o pessoal, a construção do eu, da nossa personalidade, o
emocional. Vamos conhecer um pouco mais sobre, de forma sucinta, as teorias desenvolvidas
pelos grandes pensadores.

3.1 PIAGET E OS ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO


Na teoria de Jean Piaget2, o desenvolvimento intelectual é considerando como tendo
dois componentes: o cognitivo e o afetivo. Afeto inclui sentimentos, interesses, desejos,
tendências, valores e emoções em geral. Piaget (2007) aponta quatro estágios, com diferentes
níveis que são os: sensório-motor, pré-operatório, operações concretas e operações formais.
Em cada período do desenvolvimento, são construídas estruturas cognitivas singulares.
Apesar de não ter centrado seus estudos e pesquisas no desenvolvimento afetivo das
crianças e sim na lógica do pensamento das mesmas, Piaget não desconsiderou essa dimensão
afetiva para o estudo da inteligência e do desenvolvimento psicológico e colocou em suas
obras que é incontestável que o afeto desempenha um papel essencial no funcionamento da
inteligência, nas suas estruturas e formas de organização.
Segundo Bringuier (1977), Piaget afirma que “para que a inteligência funcione, é
preciso um motor que é o afetivo. Jamais se procurará resolver um problema se ele não lhe
interessa. O interesse, a motivação afetiva é o móvel de tudo” (Bringuier, 1977, p. 71-72).
Nota-se que a afetividade é de suma importância para a vida tanto quanto a formação
cognitiva ou o processo do conhecimento. A afetividade e a inteligência são dois aspectos
inseparáveis no desenvolvimento e se apresentam de forma contraria e complementar, pois se
a criança tem algum problema no desenvolvimento afetivo, isto acabará comprometendo seu
desempenho cognitivo. O afeto é o estimulante, o que excita a ação e o pensamento é o fruto
da ação.

3.2 ASPECTOS AFETIVOS SEGUNDO WALLON

Henri Walon3, por sua vez, deu maior ênfase à dimensão afetiva, tanto para
construção da pessoa quanto do conhecimento. A atividade emocional é complexa e
paradoxal, é simultaneamente social e biológica em sua natureza. Realiza a transição entre o

2 Sir Jean William Fritz Piaget foi um renomado psicólogo e filósofo suíço, conhecido por seu trabalho, pioneiro
no campo da inteligência infantil, considerado um dos mais importantes pensadores do século XX. Piaget
passou grande parte de sua carreira profissional interagindo com crianças e estudando seu processo de
raciocínio. Seus estudos tiveram grande impacto sobre os campos da psicologia e da pedagogia. Segundo o
teórico, toda a ação remete a um "fazer", a um "saber fazer" e a dimensão afetiva que corresponde ao "querer
fazer", sendo assim, as dimensões cognitiva e afetiva, aparecem em seus postulados teóricos como
indissociáveis.
3
Henri Paul Hyacinthe Wallon foi filósofo, médico, psicólogo e politico francês, e marxista convicto. Wallon foi
o primeiro a levar não só o corpo da criança, mas também suas emoções para dentro da sala de aula.
Fundamentou suas idéias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o
movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa.
estado orgânico do ser e a sua etapa cognitiva, racional, sendo atingida através da mediação
cultural, isto é, social.
Para Wallon o eixo fundamental do processo de desenvolvimento é uma relação em
dois sentidos, integração organismo-meio e integração cognitivo-afetivo-motora.
Na proposta educativa walloniana, a integração é um conceito fundamental na
formação do educando, e é claramente descrito por Mahoney (2008, p. 15):

O motor, o afetivo, o cognitivo, a pessoa, embora cada um desses aspectos tenha


identidade estrutural e funcional diferenciada, estão tão integrados que cada um é
parte constitutiva dos outros. Sua separação se faz necessária apenas para a
descrição do processo. Uma das conseqüências dessa interpretação é de que
qualquer atividade humana sempre interfere em todos eles. Qualquer atividade
motora tem ressonâncias afetivas e cognitivas; toda disposição afetiva tem
ressonâncias motoras e cognitivas; toda operação mental tem ressonâncias afetivas e
motoras. E todas essas ressonâncias têm um impacto no quarto conjunto: a pessoa,
que, ao mesmo tempo em que garante essa integração, é resultado dela.

Assim, para Wallon, o mérito da Educação é desenvolver o máximo as


potencialidades de cada indivíduo. É nesse mesmo indivíduo que devem ser buscadas as
possibilidades de superação, compensação e equilíbrio funcionais. Logo, para que se possam
trabalhar as funções cognitivas, é necessário manter-se uma "baixa temperatura emocional." O
desenvolvimento, então, deve conduzir à predominância da razão, ou, na afirmação de
Wallon, "a razão é o destino final do homem”.

3.3 DESENVOLVIMENTO HUMANO SOB A LUZ DE VYGOTSKY

A teoria de Vygotsky4 fundamenta-se no desenvolvimento humano como


consequência de um processo sócio-histórico, uma maior importância ao papel da linguagem
e da aprendizagem, tendo como centro das atenções a aquisição de conhecimentos pela
interação do sujeito com o meio. Ele propõe uma visão de formação das funções psíquicas
superiores tais como a internalização mediada pela cultura.
Na Cultura que é fornecido ao ser humano os sistemas simbólicos de representação
da realidade, que estão em constante progresso de recriação e reinterpretarão de informações,

4
Um importante pesquisador do funcionamento intelectual humano, o psicólogo russo Lev Semenovich
Vygotsky (1896-1934), cujas idéias são imprescindíveis, ele remete que as funções psicológicas superiores do
homem são construídas a partir de suas relações com o meio externo.
conceitos e significações. Para o funcionamento do psicológico, o desenvolvimento do
processo de internalização que envolve uma atividade externa que deve ser modificada para se
tornar uma atividade interna, é interpessoal e se torna intrapessoal. A interação social se dá no
pensamento, memória, percepção e atenção. A motivação, a necessidade, impulso, emoção e
afeto, parte através do pensamento.
Vigotski (2001) afirma que a emoção é a reação reflexa de certos estímulos que são
mediados a partir do meio sociocultural. As emoções influenciam e diversificam o
comportamento, portanto, quando as palavras são ditas com sentimentos agem sobre o
indivíduo de forma diferente de quando isto não acontece.
Portanto, é nas relações com o outro que os objetos tomam um sentido afetivo e
determinam a qualidade desse objeto internalizado, supondo que os processos de
internalização envolvam tanto aspectos cognitivos como aspectos afetivos. A linguagem oral,
o contato físico e a proximidade são elementos indissociáveis, um leva ao outro e todos
implicam nas relações afetivas um significado maior no processo ensino-aprendizagem
(TASSONI, 2010).

3.4 APRENDIZAGEM NA VISÃO DE VISCA

De acordo Visca5 (1991, p.47), a inteligência se constrói mediante a interação do


sujeito com as circunstancias com o meio social. O professor e o contato com outras crianças
são essenciais para a construção do conhecimento. Pra obter uma boa aprendizagem não basta
ter um bom desenvolvimento no aspecto cognitivo, pois fatores de ordem afetiva e social
podem interferir de forma positiva ou negativa.
Sampaio (2009) apresenta a aprendizagem na ótica de Visca, a qual está organizada
em quatro estágios:
- Aprendizagem Protoaprendizagem: é o resultado da interação da criança com a
mãe, sendo, portanto, o estágio das primeiras relações vinculares.
- Aprendizagem Deuteroaprendizagem: consiste no contato do sujeito que alcançou a
Protoaprendizagem com o grupo familiar que lhe possibilitou adquirir uma precoce visão dos
objetos animados e inanimados.

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Jorge Pedro Luiz Visca foi um dos primeiros psicopedagogos que se preocupou com a Epistemologia da
Psicopedagogia e propôs estudos que chamou de Epistemologia Convergente.
- Aprendizagem Assistemática: elaborada por meio do vínculo entre sujeito e a
comunidade restringida, o que lhe permite adquirir conhecimentos que ainda não são os da
instituição educativa. Toda aprendizagem dentro de casa, fora de casa, pracinha.
- Aprendizagem Sistemática: Resulta da interação do sujeito com as instituições.
Além dos estágios, Visca propõe os três tipos de obstáculos da aprendizagem, os
quais são: Obstáculo Epistêmico (estrutura cognitiva defasada em relação à idade
cronológica); Obstáculo Epistemofílico (falta de amor pelo conhecimento, gerados pelo
medo); Obstáculo Funcional (corresponde a causa emocionais e estruturais).
Todo processo de aprendizagem transcende a estruturação cognitiva, pois demanda a
afetização do objeto, visto que implica na utilização de operações cognitivas sem esquecer da
tematização ou conteúdo adquirido mediante recursos cognitivo-afetivos postos em jogo
(VISCA, 1991).

4. A ESCOLA E A PERSPECTIVA PSICOPEDAGÓGICA

Na perspectiva psicopedagógica, os autores: Piaget, Vygotsky e Wallon contribuem


com suas teorias de forma significativa e eficaz para a compreensão do desenvolvimento
humano no processo de ensino-aprendizagem nas séries iniciais. Jean Piaget apresenta aos
professores uma teoria didática para que possam desenvolver as capacidades e habilidades
cognitivas e afetivas nos alunos por meio de estímulos. É de suma importância a definição dos
períodos de desenvolvimento da inteligência para que auxilie o professor no entendimento da
fase que seus alunos estão passando e montar uma didática específica para o grupo.
Baseado na teoria de Vygotsky, o professor é o mediador entre o sujeito e o objeto de
estudo, intervindo no processo de aprendizagem, levando em conta aspectos da linguagem,
cultura, processo de internalização, função mental e zona de desenvolvimento proximal. O
aluno aprende junto ao outro o que produz o grupo social seja na linguagem, valores ou
conhecimentos. Wallon propõe uma teoria pedagógica tendo o “meio” como um conjunto de
circunstâncias no qual as pessoas se desenvolvem interagindo com o outro.
Portanto, nenhuma atividade intelectiva pode acontecer sem a pré-disposição afetiva;
educador só ensina perante do querer transmitir e o aprendiz só aspira, transporta e assimila o
conhecimento se existir de sua parte o querer aprender. Este querer, vontade interna, desejo
de, só nasce da motivação da nossa essência, do nosso afeto. É a afetividade humana que
motiva, tanto o melhor como o pior em nós.
Trabalhar com esses dois gigantes internos não é fácil, cabe tanto ao que transmite
como ao que recebe, um grau de confiança e aceitação que, imensuravelmente, demarca o
sucesso ou o fracasso das atitudes humanas.
Afeto é, antes de face emotiva do ser, um caminho aberto, um ponto de ligação com
o outro e consigo.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como objetivo enfocar a dimensão afetiva do ser humano,
buscando compreender de que forma este aspecto influencia e atua no funcionamento
psíquico, no processo de desenvolvimento e aprendizagem e, consequentemente, na educação.
Partimos do principio de que afetividade e cognição devem ser vistos de maneira
indissociada, de modo que afetividade e inteligência se misturam, dependendo uma da outra.
Durante todo o desenvolvimento deste artigo, teve-se a oportunidade de estudar um
pouco da visão de alguns teóricos, filósofos, educadores, dentre os quais se interessam pela
temática pertinente ao objeto de estudo. Sendo assim, nota-se a relevância que tem a
afetividade como ferramenta facilitadora do processo ensino aprendizagem e compreende-se
que a afetividade, sendo aplicada em sala de aula e considerando o professor como seu
mediador, auxilia em suas conquistas, principalmente na construção do conhecimento e
contribuição para uma educação mais humanizadora.
Enfim, fica claro a importância que tem para nós, educadores, o conhecimento da
afetividade, seja através das emoções, da força motora das ações ou dos sentimentos que
trespassa as relações interpessoais, para uma melhor relação professor-aluno, um melhor
ambiente de vivências escolares e uma melhor aprendizagem dos estudantes. O trabalho na
escola, deste modo, deve valorizar o desenvolvimento afetivo, e não apenas o cognitivo, pois
ambos devem ser reconhecidos como elementos imprescindível no desenvolvimento da
criança como um todo. Passamos a conhecer quem somos por meio dos outros e que nesse
sentido, as relações interpessoais são fundamentais para a formação e manutenção do “eu”.
Na escola, para que haja aprendizagem, é preciso levar em conta os dois personagens
principais (educador e educando), assim como o vínculo que se estabelece entre eles. Não
aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a quem respeitamos, admiramos, confiamos
o direito de ensinar. Nesse contexto que a afetividade se mostra essencial. Portanto,
afetividade deve deixar de ser uma palavra e ser uma ação.
REFERÊNCIAS

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CASASSUS, Juan. Fundamentos da educação emocional. Brasilia: Unesco, Liber Livro


Editora, 2009.

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2008. 2ª ed.

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CUNHA, Antônio Eugênio. Afeto e Aprendizagem, relação de amorosidade e saber na


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