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Lugar de mulher é na luta e

no 1º Encontro Nacional do
Movimento Mulheres em Luta
S
omos mais da metade da popula- testos nos locais de trabalho, em 11 de
ção de nosso país e metade entre julho e no dia 30 de agosto.
os trabalhadores. Unindo nossa Estamos no começo de uma situação
força e coragem, podemos lutar contra que deve continuar e se intensificar.
o machismo e a exploração, revolucio- Afinal, o descontentamento é grande.
nar e transformar a sociedade. É hora de Os governos do PSDB não mudaram a
reunirmos a diversidade dos sentimen- realidade das trabalhadoras. Com o go-
tos e anseios que surgiram diante das verno da 1ª mulher na história do país,
mobilizações. houve muitas expectativas em Dilma/
A explosão de manifestações no Brasil PT. Infelizmente, seu papel político
deu sinais de esperança. Esperança de atuante não tem sido em favor das mu-
que podemos conquistar direitos atra- lheres, mas dos empresários, dos ricos e
vés da nossa luta. As manifestações são poderosos. As mulheres pobres e traba-
parte das lutas que ocorrem contra as lhadoras continuam sofrendo com a di-
ditaduras no mundo árabe e contra os
ataques decorrentes da crise econômica
internacional. E a presença das mulheres
chama a atenção. Elas demonstram força
e garra. Desmentem os que dizem que ferença salarial, violência doméstica e esse novo momento. Queremos reunir as
nosso lugar é na cozinha. sexual, falta de creches, a desigualda- diversas esperanças depositadas nessa
No Brasil, fomos para as ruas para cobrar de de direitos e pouco acesso à saúde nova onda de lutas. E transformar essas
dos governos mais direitos, investimentos e educação públicas e de qualidade. esperanças em ação e organização.
nos serviços públicos básicos, como saú- O 1º Encontro Nacional do Movi- Venha ser parte desse momento, ve-
de, educação, transporte e moradia. A mento Mulheres em Luta é momento nha reunir todos os gritos contra o ma-
redução da tarifa do transporte em muitas de reunir todas as expressões da luta chismo, a discriminação, o preconceito
cidades foi o exemplo de que lutando é das mulheres. Queremos reunir aque- e a exploração. É momento de reunir
possível vencer. As categorias organizadas las mulheres que há tempos militam a explosão da juventude com a força
pelos sindicatos e centrais são parte muito em movimentos sindicatos, as que fi- transformadora da mulher trabalhado-
decisiva dessa luta porque podem parar o zeram greve pela primeira vez, as que ra. É o momento para organizar nossa
país ao parar fábricas e serviços. Elas cha- foram parte ou não das manifestações, luta. É momento de revolucionar. Venha
maram dias de paralisações, greves e pro- mas que olharam com simpatia para participar!

Movimento Mulheres em Luta (MML): um novo lugar às mulheres, jovens e trabalhadoras


O Movimento Mulheres em Luta é noma em relação aos partidos, democrática nar, destruir o capitalismo e construir uma
um movimento que agrupa as mulheres no funcionamento e de oposição às práticas sociedade sem opressão e exploração, uma
trabalhadoras em toda sua diversidade: burocráticas do velho sindicalismo. Estamos sociedade socialista. Não achamos que po-
brancas, negras, lésbicas, jovens, desem- onde estão as mulheres trabalhadoras: sindi- demos fazer isso sozinhas. É fundamental a
pregadas, empregadas e aposentadas. catos, movimentos populares, movimentos unidade com os homens trabalhadores. Nas-
Fazemos parte da Central Sindical e Po- estudantis e culturais. Acreditamos que para cemos em 2008, para ser uma alternativa de
pular – Conlutas, que é uma central autô- acabar com o machismo é preciso revolucio- luta independente dos governos e patrões.
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Unir as mulheres trabalhadoras e a juv


Bolsa Estupro, Não!
Mais investimentos para a saúde e educação
E Contra a violência sexual, é necessário Fora Feliciano!
stá em debate no Congresso
Nacional o Projeto “Estatuto
do Nascituro” (PL 478/07). investimento público e a legalização do aborto! Os elaboradores
Dilma sancionou o projeto que obriga o atendimento integral a do Bolsa Estupro
Uma das propostas desse projeto
pessoas em situação de violência sexual (PLC 03/2013). Os setores são os mesmos
é criar uma “Bolsa Estupro”, que
conservadores exigiram o veto do projeto alegando que permite o que buscam retirar
funcionaria da seguinte maneira:
aborto, porque prevê o uso da pílula do dia seguinte, que já é permi- direitos dos setores
a mulher estuprada abriria mão do
tida no Brasil. Para a garantia efetiva desse atendimento, os recursos oprimidos, como
seu direito legal de interromper a
para a saúde pública devem ser ampliados, o que Dilma ainda não mulheres, negros/
gravidez resultante do ato de vio-
fez, mesmo com a presença de milhares nas ruas exigindo mais inves- as e LGBT’s. Marco
lência a que foi submetida contra
timentos na saúde pública. Ao mesmo tempo, é necessário legalizar Feliciano virou a
sua vontade. O estuprador teria o
o aborto. principal figura
nome na certidão de nascimento,
dessa postura
como pai da criança, e a mulher re-
preconceituosa.
ceberia uma bolsa por isso. É como Anticoncepcionais para não abortar, aborto Além de promover
colocar para dentro de sua casa o
ladrão que tentou roubá-la, me- legal seguro e gratuito para não morrer! o ódio aos negros
No Brasil, os abortos são a 4ª causa de morte das mulheres. O Conse- e homossexuais, é
diante o pagamento de uma quan-
lho Federal de Medicina defende sua descriminalização para evitar a contra a igualdade
tia mensal. Isso é um grande absur-
morte de milhares por ano em nosso país. Vários países legalizaram de direitos entre
do, principalmente no governo da
o aborto. Há seis meses, no Uruguai, o aborto é legal. Desde então, homens e mulhe-
primeira mulher presidente. Quere-
as estatísticas demonstram que não houve mortes de mulheres por res. Não podemos
mos os estupradores na cadeia e o
conseqüência de abortos. A melhor forma de defender a vida não é aceitar que ele con-
direito da mulher decidir sobre seu
dar “Bolsa-Estupro”, mas ter uma política de estado em que haja Edu- tinue na presidên-
corpo. Exigimos a retirada imediata
cação Sexual para evitar a gravidez indesejada, métodos contracep- cia da Comissão de
desse projeto e um imediato posi-
tivos gratuitos distribuídos a toda a população para evitar o aborto e Direitos Humanos
cionamento de Dilma.
aborto legal, seguro e gratuito para que as mulheres não morram. da Câmara.

Chega de Violência contra as mulheres! Chega de sufoco e violência


A nos transportes públicos!
violência contra as mu-
lheres segue sendo uma

A
epidemia. Recente pes- luta pela
quisa revela que 56% das pes- qualidade
soas conhece alguma mulher nos trans-
que já foi agredida. Os casos de portes é um dos
estupro seguem crescendo no grandes motivos
Brasil, no Rio de Janeiro, ocor- que leva mani-
rem 17 por dia. Em 30 anos, o festantes às ruas
número de mortes aumentou e às ocupações
217,6%. No dia 8 de março, o das Câmaras dos
governo Dilma anunciou a cria- vereadores pelo
ção do Projeto “Mulher: Viver país. A superlota-
sem Violência”. No entanto, os ção do transporte
investimentos ainda são muito estimula casos de
baixos, pois permite a criação assédio e estupro dentro dos trens e ônibus. Por isso, a melhoria
de apenas 27 casas nas capitais. da qualidade do transporte é uma das principais lutas das mu-
A previsão orçamentária de 4,3 lheres trabalhadoras, que são as que mais utilizam metrôs, ôni-
milhões por casa não assegura a bus e trens. Essa realidade, somada às ruas mal iluminadas dos
manutenção efetiva. A Lei Maria bairros das periferias das cidades brasileiras criam condições
da Penha não vem sendo implementada, faltam delegacias de mulheres especializadas, faltam centros de propícias para o estupro.
referência e casas abrigo. É preciso investimento público para aplicar e ampliar a Lei Maria da Penha.
www.mulheresemluta.blogspot.com.br 3

ventude para organizar as lutas


Salário Igual para Trabalho Igual!
O Brasil se encontra na 84ª mens e mulheres, por isso, os ferença salarial é tão grande,
posição no índice de Igualda- contratos de uma mesma em- essa bandeira deve ser colo-
de de Gênero da ONU. Um dos presa não fazem essa discrimi- cada nas ruas e entre as preo-
principais medidores desse nação, ela se dá de forma vela- cupações dos governantes. O
índice é a igualdade salarial da, ou seja, com diferenciação dia nacional de paralisação de
entre homens e mulheres. Ou dos cargos nos contratos que Agosto levanta essa bandeira,
seja, o Brasil está muito atrasa- justifiquem um salário inferior, precisamos canalizar a força
do neste tema. mesmo quando o mesmo tra- das ruas para a conquista de
A diferença salarial chega a balho é realizado. uma lei que garanta efetiva-
30% no país. As mulheres es- No início de 2012, Dilma, mente a igualdade salarial.
tão localizadas nos trabalhos junto com a Secretaria de Polí-
mais precarizados, são maioria ticas para as Mulheres segurou Não ao PL 4330!
entre os terceirizados, os que o debate no Congresso sobre Este projeto regulamenta as
trabalham sem carteira assina- um projeto que previa punição terceirizações, ou seja, o tra-
da, e os que carecem de direi- para as empresas em que fosse balho precarizado, onde estão
tos trabalhistas. comprovada a discriminação localizadas muitas mulheres.
A lei brasileira condena a salarial. Nos somamos a luta contra
discriminação salarial entre ho- Em um país em que a di- este projeto!

Creches públicas, gratuitas e de qualidade!


A falta de creches é a e educar os filhos são atribuídas foi a construção de 6 mil novas a Educação pública Já, para que
principal dificuldade para quase que exclusivamente às mu- creches. Com quase 3 anos de isso seja revertido também na
a mulher trabalhadora con- lheres. Por isso, a falta de creches governo, a promessa não foi cum- Educação Infantil, garantindo cre-
seguir emprego ou manter- públicas se torna um problema prida. Se compararmos a agili- ches públicas, gratuitas, estatais,
se nele. Apenas 18% das maior para as mulheres, além de dade do governo em investir na de qualidade e em período inte-
crianças de 0 a 3 anos estão retirar o direito das crianças de construção dos estádios da Copa, gral para todos os filhos e filhas da
matriculadas em creches, terem acesso à Educação desde percebemos que os interesses das classe trabalhadora, assim como
e 10% estão matriculadas os seus primeiros anos. mulheres trabalhadoras não são melhores condições de trabalho
em vagas públicas. Infeliz- Diante dessa realidade, a prin- prioridade em seu governo. e melhores salários para os profis-
mente, as tarefas de cuidar cipal promessa de Dilma em 2010 Precisamos de 10% do PIB para sionais dessa área.

NOSSAS LUTAS!
O Movimento Mulheres em Luta também
quer saber: Cabral, cadê o Amarildo?
Nos solidarizamos com a companheira de
Amarildo e seus filhos, que há dias e dias
não sabem o paradeiro do pedreiro que
foi visto pela última vez capturado pela
polícia de Cabral! Um absurdo!
Informações importantes É muito fácil participar!
- Podem participar mulheres da classe trabalhadora
Data: e estudantes, organizadas ou não em movimentos
04, 05 e 06 de outubro ou entidades.

- Não haverá eleição de delegadas ao Encontro, to-


Local: Pousada do Rei
das as mulheres presentes que pagarem a taxa, te-
Rua Santa Efigênia, 320 - Bairro Santa Rita – Sarzedo - MG (re- rão direito a voz e voto no Encontro.
gião metropolitana de Belo Horizonte)
Para se inscrever:
Programação As interessadas em participar devem procurar o Mo-
04 de outubro (Sexta feira) vimento Mulheres em Luta de sua cidade e/ou a CSP
19h: Ato político de abertura do 1º Encontro Nacional do Conlutas. É necessário preencher a ficha de inscrição
MML em BH e enviar um e-mail para: encontronacionaldomml@
gmail.com. A resposta ao e-mail enviará um boleto,
para pagamento da taxa de inscrição ao Encontro.
05 de outubro (Sábado)
Início dos trabalhos do Encontro A ficha de inscrição encontra-se no Blog do Movi-
mento Mulheres em Luta (www.mulheresemluta.
Manhã: blogspot.com.br) e no site da CSP Conlutas (www.
Debate: Lugar de mulher é na luta – a conjuntura nacional, cspconlutas.org.br)
internacional e as lutas das mulheres

Tarde: Suas ideias são importantes!


Grupos de conversa sobre os temas: Contribua com o Encontro!
Aborto; A mulher no sindicato; A mulher operária; A mulher Qualquer entidade, oposição, movimentos ou gru-
pos que participarem do Encontro terão direito a
trans*; Creches e o direito à maternidade; Mulheres Aposen-
enviar propostas de resolução ao Encontro.
tadas; Mulheres e a luta internacional; Mulheres e Educação; As propostas de resolução devem falar sobre os te-
Mulheres e Transporte; Mulher jovem; Mulher lésbica; Mulher mas e objetivos do Encontro. Também será permiti-
e movimento popular; Mulher negra; Prostituição; Saúde da do o envio de contribuições sobre temas diversos.
Mulher; Trabalho Doméstico; Violência. As propostas de resolução terão limite de 5000 (cin-
co mil) caracteres. As propostas de contribuição te-
Final da tarde: rão limite de 12000 (doze mil) caracteres.
Debate sobre a importância da organização do Movimento
Mulheres em Luta Mais Informações sobre taxa,
Noite Cultural
hospedagem, alimentação e
programação completa:
www.mulheresemluta.blogspot.com.br
06 de outubro (Domingo)

Plenária Final do Encontro


Contatos: CSP Conlutas Nacional: (11) 31077984 | Celular do Encontro: (11) 952272674 (TIM)

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