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Libertarismo ou teoria do Direito sólida.

O libertarismo diz que indivíduos têm importância não apenas como instrumentos para um propósito social maior ou em
prol de maximizar a utilidade. Indivíduos são seres distintos, com vidas distintas, merecedores de respeito.
Então é um erro, segundo o libertarismo, pensar em justiça ou leis apenas somando preferências e valores. A teoria libertária
leva a sério os direitos individuais.
O nome se deve ao conceito de que o direito fundamental individual é o direito à 'liberdade'. Exatamente porque somos
seres individuais distintos, não estamos disponíveis para qualquer finalidade que a sociedade possa desejar ou planejar. Isso
significa o direito de escolher livremente, de vivermos nossa vida como quisermos, desde que respeitamos os direitos dos
outros de fazer a mesma coisa. Esta é a ideia fundamental.

Robert Nozick, um dos filósofos libertários diz o seguinte: "Indivíduos têm direitos. Esses direitos são tão fortes e extensos,
que questionam o que o Estado pode fazer, se é que pode fazer algo."

Então, o que a ideologia libertária diz sobre o papel do governo ou do Estado? Há três coisas que a maioria dos Estados
modernos faz e que, para a teoria libertária dos direitos, são ilegítimas, são injustas.

Uma delas é a legislação paternalista:

1. São as leis que protegem as pessoas de si mesmas. Como o uso do cinto de segurança ou de capacete para andar de moto.

2. Sem legislações morais.

3. E o terceiro tipo de lei ou política que fica de fora da filosofia libertária é qualquer tributação ou outra política que vise
distribuir rendas ou riquezas dos ricos aos pobres.

A redistribuição, se pensarmos bem, é um tipo de coerção, segundo o libertarismo. Ela equivale a um roubo, cometido pelo
Estado, ou pela maioria, no caso de uma democracia contra pessoas que são bem de vida e ganham muito dinheiro.

Exemplo: Consideremos a distribuição de riqueza nos EUA. Os EUA estão entre as sociedades mais desiguais quando se
fala em distribuição de riquezas, dentre todas as democracias avançadas. 70% da riqueza concentrada nas mãos dos ricos e
apenas 10% destinada aos pobres.
Em 2016, o ganho médio de uma pessoa no Brasil que integra o grupo de 1% mais rico da população era equivalente a 36
vezes do ganho de uma pessoa que integra o grupo da metade mais pobre do país. 889 mil é o número de pessoas que
integram o grupo de 1% mais rico, que em 2016 teve rendimento médio de R$ 27 mil /mês. 44,4 milhões é o número de
pessoas que integram o grupo de 50% com menor renda e que em 2016 ganhou R$ 747 em média por mês, inferior ao
salário mínimo. Isto é justo ou injusto?

Ele diz que não é possível saber apenas pelos fatos analisados acima se essa distribuição é justa ou injusta. Não dá para
saber, apenas olhando um padrão, uma distribuição ou resultado, se ela é justa ou injusta. Precisaríamos saber a origem da
riqueza concentrada. Não poderíamos neste caso, olhar apenas para o resultado, precisaríamos antes, observar dois
princípios.

1. Justiça na aquisição ou posse inicial: o significado é simples - será que as pessoas obtiveram as coisas que usaram para
ganhar dinheiro de forma justa? Precisamos saber se houve justiça nas posses iniciais, se elas roubaram a terra, a fábrica ou
bens que permitiram que elas ganhassem dinheiro. Em caso negativo, se elas tinham o direito a seja o que for que lhes
permitiu acumular riqueza, o primeiro princípio é atendido.

2. A distribuição derivou de ação de consentimento livre, pessoas comprando e negociando no mercado?


A ideia libertária de justiça corresponde a um conceito de livre mercado. Desde que as pessoas tenham obtido o que usaram
de forma justa, sem roubar, e desde que a distribuição resulte da livre escolha de indivíduos comprando e vendendo, essa
distribuição é justa. Caso contrário, é injusta.

Exemplo real: A pessoa mais rica dos EUA por origem e pertencimento ainda é Bill Gates (dono da Microsoft). Qual o
patrimônio líquido dele? U$D 91 bilhões. No mandato do presidente Bill Clinton, houve um
a controvérsia: doadores. Grandes contribuintes da campanha eram convidados a dormir uma noite num quarto da Casa
Branca. O valor aproximado da contribuição era de uns U$D25 mil.
Calcularam que pela doação média, que dava o direito de dormir uma noite no quarto de Lincoln, Bill Gates poderia ficar
lá todas as noites pelos '66 mil anos seguintes'. Outra pessoa pensou: quanto ele ganha por hora? Desde que ele fundou a
Microsoft, supondo que trabalhasse umas 14 horas por dia (um palpite razoável). Calculando o patrimônio, o resultado foi
que a remuneração dele é de mais de U$D150 por "segundo".

No entanto, a teoria do libertarismo diz que não podemos somar e agregar preferências e satisfações dessa forma, precisamos
respeitar as pessoas. Se Gates ganhou dinheiro corretamente, sem violar os direitos de ninguém, de acordo com os dois
princípios de justiça na aquisição e justiça na transferência, então seria errado, seria uma forma de coerção, tirá-lo dele.

Nozick desenvolve mais a fundo a ideia de que tributação é roubo. Ele diz que a tributação equivale a confiscar ganhos, os
frutos do trabalho pessoal. Mas, se o Estado tem o direito de tomar os frutos do meu trabalho, isso não é a mesma coisa,
moralmente, que conceder ao Estado o direito de confiscar uma porção do meu trabalho? Então, a tributação é moralmente
equivalente a trabalho forçado, porque o trabalho forçado consiste em tirar o lazer, tempo, esforços, assim como a tributação
tira os ganhos que uma pessoa tem com o seu trabalho. Então além de roubo, para os libertários a tributação é moralmente
equivalente a reivindicar algumas horas da vida e do trabalho de uma pessoa. Se o Estado tem o direito de tirar o fruto do
meu trabalho, subentende-se que ele é dono do meu próprio trabalho. Se quisermos levar a sério os direitos, se não quisermos
considerar as pessoas apenas como um conjunto de preferências, a ideia moral fundamental à qual seremos levados é a de
que somos os donos ou proprietários de nós mesmos. É aí que o utilitarismo erra. Por essa razão é errado fazer leis para nos
proteger de nós mesmos, para dizer como devemos viver, dizer quais virtudes devem nos reger. Por isso também é errado
tributar os ricos para ajudar os pobres, mesmo por boas causas.

Riscos do Seguro Social- O principal problema que atinge a maioria dos países com este sistema de proteção é sua
sustentabilidade financeira em longo prazo. Para que seja possível seguir prestando uma série de serviços, especialmente
pensões, é necessário que haja uma proporção adequada entre a quantidade de pessoas beneficiadas e o número de pessoas
que contribuem com a manutenção do sistema.
Há outro aspecto que se apresenta da mesma forma como problemático: o envelhecimento da população e a baixa natalidade
em muitos países. Estes dois fatores demográficos afetam a viabilidade do seguro social. Para que uma sociedade se
mantenha em equilíbrio é preciso que sua estrutura demográfica permita uma mudança geracional: na Espanha, a taxa de
fecundidade é de 1,3 filhos por mulher segundo os dados de 2012; já no México, durante o mesmo ano, essa taxa subiria
para 2,2 filhos por mulher, já no Brasil segundo dados de 2015 essa taxa é de 1,78 por mulher.
Diante dos inúmeros riscos que atingem a manutenção do Seguro Social, são abordadas várias soluções: reduzir as
prestações, por exemplo, com um atendimento médico não universal; incentivar os planos privados de pensões para reduzir
os gastos das pensões públicas e atualmente a reforma da previdência em sentido geral pelo governo do PSDB na figura do
atual presidente da República – Michel Temer.

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