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Fatos Nus: 25/02/2017 Scott Randall Paine Posts em Português
Fatos Nus: 25/02/2017 Scott Randall Paine Posts em Português
— Admiração, quando disci…
Fatos nus
A modéstia, tal como a entendo, é uma forma de respeito que mostramos às outras pessoas, ao agirmos e nos vestirmos visando suas
faculdades mais elevadas, e não despertando sua carnalidade contra a vontade. Obviamente, o que excita em uma cultura pode não fazêlo
em outra; e, numa cultura, o que excita uma pessoa pode não excitar outra. Mas, há limites em relação a isso, como poderia ser o caso de
uma pessoa que, mesmo modestamente vestida, desperte o desejo. Mas, quando se olha para as mulheres estufadas dos tempos vitorianos,
e também para os homens todoabotoados, e vemos fotos deles nadando quase totalmente vestidos, percebese que isso não é mais
modéstia, mas uma perversa aliança entre o puritanismo e a indústria da moda. E, claro, isso sequer dá resultado! Sigmund Freud
arrancou as camadas tanto dos vestidos vitorianos quanto dos ardis inconscientes, ao por a nu os segredos sexuais daquela época.
Lembrome certa vez de estar em algum lugar do mundo, segurando meu traje de banho, querendo pular na piscina, mas não podendo
fazêlo porque não encontrava um lugar para me trocar. Na Alemanha, e na maioria dos países eslavos, eu teria apenas de dar as costas
para a multidão e me trocar, pronto! Vi isso muitas vezes naqueles países, onde muitos mostram seus traseiros nus por um segundo,
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2017521 Disciplined Wonder – Wonder, when disciplined, generates the three domains of human transcendence: the arts, philosophy and religion, which, to flourish, must remain distinct, but inseparable. — Admiração, quando disci…
enquanto mudam de roupa rapidamente, mas sem neurose. Nos EUA, isso poderia dar cadeia! Acho que os alemães são mais naturais
quanto a isso, e todos nós faríamos bem em relaxar no tocante a esse assunto. Para o bem ou para o mal, nós somos hoje pesadamente
esclarecidos acerca de nossos corpos e do sexo. Teremos que tirar o melhor partido do assunto. Mas há uma outra dimensão nisso tudo.
Certa vez, estava eu viajando no assento da frente de um pequeno ônibus, no caminho entre Damasco e Palmira, na Síria. Cruzei minhas
pernas, de modo que a sola de um de meus sapatos estava ligeiramente voltada para o motorista. Um passageiro muçulmano deu um
tapinha em meu joelho, apontou com seu dedo primeiro para a sola e depois para meu rosto, não de forma rude, mas com insistência. Meu
sapato não era exatamente imodesto, mas estava no mesmo espírito – expondo a alguém as partes ‘menos nobres’ de nosso corpo, neste
caso, a sujeira de nossos pés. Isso é particularmente típico do Oriente Médio, como nos lembra bem a prática bíblica de lavar os pés. É
estranho dizer, mas eu me sintonizei instantaneamente com essa prática, e desde então tenho evitado voltar a sola de meus pés na direção
de uma pessoa.
Essa anedota remetenos ao outro lado da modéstia: que nós não apenas cobrimos partes de nós que poderiam indevidamente despertar as
paixões de outra pessoa, mas também porque são desagradáveis à vista, até mesmo feias. Como regra, a maioria de nós é pouco atraente,
até mesmo assustador, quando pelada. Cobrimos nossa nudez na maior parte do tempo não para impedir que o sexo oposto diga “Ooh la
la!”, mas para evitar que alguém diga “Eca!”. É claro que existe aqui também uma questão de higiene e de odor. Os naturistas, é claro,
proclamarão que seus corpos descaradamente nus e bem ventilados não têm o problema do mau cheiro advindo das coisas enroladas em
camadas e mais camadas de roupas. Pode ser, mas cabe dizer que o ser humano é a única espécie de animal que por natureza se veste; para
nós é natural ser vestido. Aliás, a maioria dos climas da Terra não recomenda ostentar nossa pele nua, como se fosse um casaco de pelos ou
de penas. E, novamente, assim como a maioria de nós não se deliciaria com a visão do interior de nossas bocas e narizes, nós da mesma
forma preferimos que as várias intersecções funcionais de nossos corpos, bem como o seu aparato nutritivo e higiênico, estejam ocultas à
vista. Marcel Marceau estava certo: nossas faces e mãos possuem tudo o que é preciso para nos comunicarmos perfeitamente. Elas têm
todos os cinco sentidos e o resto do corpo é apenas como um elenco secundário. Este pode passar a maior parte do tempo fora da câmera
sem afetar o enredo.
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