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Uma indagação constante dentre os adeptos são as formas que podem ser

usadas para fortalecer o vínculo com seus Mestres Exus. Sabemos que não é
uma tarefa fácil edifcar uma relação energética com os Mortos, mas existe
uma série de técnicas que podem corroborar
com esse processo

O adepto deve saber que:

- Apesar de Exu ser o ‘Dono da Fala’, a principal forma de comunicação não é


através de ondas sonoras. Os espíritos se comunicam por linguagens
telepáticas, indireta, ‘subterrâneas’ e através do próprio ambiente. A
comunicação telepática ocorre através do pensamento e esse é capaz de
produzir uma força/ energia que gera movimento. Dessa forma, tudo que
imaginamos (pensamos) pode criar formas (a princípio sutis). Segundo A.
Victor Segno, o pensamento, por meio do movimento, descola os átomos do
ar que rodeiam o corpo, produzindo, deste modo, as vibrações ou ondas de
pensamento na atmosfera. Um pensamento fraco não produz mais que um
leve abalo, semelhante a uma tênue brisa que move suavemente as folhas
das árvores; ao passo que os pensamentos fortes e impetuosos deslocam os
átomos por um espaço maior. Essa teoria pode se alinhar com o conceito de
escudo energético que é um dos elementos da Quimbanda.

Para que o adepto entenda a extensão da comunicação telepática, necessita


de práticas que alicercem a mesma. Como nossa Tradição é eclética criamos
uma ritualística que envolve meditação, visualização e ativação de Pontos.
Toda essa escalada se inicia através do estímulo da imaginação. Quando
falamos em imaginação não tendencionamos para mentiras e invenções,
afnal, partimos da premissa maior que a imaginação é o que o ser humano
possui de
mais poderoso. Devemos estar atentos apenas nos reflexos dessa, pois a
imaginação deve ter como fundamento a criação de uma memória para
atrações futuras. Segundo Albert Einstein: Imaginação é tudo, é a prévia das
atrações futuras”. Para estimular essa imaginação podemos usar alguns
recursos, tais como som ambiente, perfumes, óleos, defumações, enfm,
aquilo que agrada nossos sentidos e permite-nos expandir os pensamentos.

A Ritualística preparatória
Essa ritualística deve ser feita para que o adepto possa dominar e apaziguar
seus pensamentos, ou seja, ‘desligado’ ou afastado há pelo menos duas
horas da rotina diária inicia suas práticas. Por isso recomendamos os horários
noturnos. O lugar escolhido para o rito deve ser confortável e odos os meios
para pacifcar os pensamentos são válidos. O adepto pode usar incensos,
perfumes, óleos, sons, scrying, tabaco, bebidas ritualísticas, rapé medicinal,
enfm, o resultado deve ser pacifcar e deixar a mente criativa livre. Usando a
imaginação o adepto deverá construir um “local mágico”, que pode ser uma
sala, salão, clareira, encruzilhada, caverna, choupana ou outro sítio que
servirá de ponto de encontro com os Mestres Espirituais. Esse local deverá
conter nstrumentos ritualísticos como velas, charutos, caldeirões, livros,
animais secos, símbolos sagrados e tudo que a imaginação do adepto puder
agregar. Importante salientarmos que quanto mais detalhada for a imagem
desse local, mais fácil será a comunicação. Quando o adepto tiver controle de
criação desse ponto poderá iniciar suas práticas mágicas. Recomendamos
que enquanto a imaginação não permitir ao adepto a completa criação e
visualização não faça o
ritual.

O Ritual Inicial
Em uma noite de lua crescente ou cheia, o adepto deverá banhar
seu corpo com uma mistura feita com um litro de água, 10g sálvia,
10g manjericão, 10g arruda e 10g hortelã. Após maceradas as ervas o
adepto derrama esse do pescoço para baixo. Fará o ritual corriqueiro em
suas frmações ou assentamentos.
Acrescentará a queima de um incenso de arruda, mirra, sândalo
ou guiné. Permitirá que a fumaça da queima das ervas eleve seus
padrões de pensamento deixando os problemas mundanos para
serem resolvidos só depois do contato com seus Mestres.
Sentará confortavelmente em frente as frmações e recitará a seguinte
oração:
“Em nome do Grande Dragão Negro, aquele que cerceia a
escravidão, dou vida ao meu Templo Interior e convido a presença
dos meus Mestres Guardiões. Clamo ao poder do meu espírito
ígneo para que desperte as memórias ancestrais e que com clareza
eu possa usufruir de todos meus sentidos extra-sensoriais. Chamo
Exu e Pombagira para meu refúgio onde receberei os sagrados
ensinamentos. Prometo não banalizar e não confundir o que é
real do que é fctício.
Permita, ó Grande Maioral, que meu Templo seja uma construção
sólida na minha mente, capaz de abrigar meu conhecimento e
esconder minhas intensões.
Evoco Exu, Evoco Pombagira, com a força das minhas palavras
e pensamentos!”.
Nesse exato momento fechará seus olhos e voltará seus pensamentos
ao local construído com o uso da imaginação. Dentro desse ambiente
continue o ritual, acendendo velas, incensos e ofertando presentes.
Certamente começará ouvir telepaticamente a voz dos seus Mestres
Exus. Muitas vezes os adeptos até se assustam com a clareza dessas
comunicações. Deixe a mente fluir pelo tempo necessário e ao
fnalizar essa meditação/ritual agradeça mesmo que não tenha
ouvido nada claramente, pois como foi dito anteriormente, Exu
pode se manifestar através de outras formas linguísticas que nossas
mentes ainda não estão preparadas. Esse procedimento pode ser
repetido quantas vezes o adepto desejar.

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