Você está na página 1de 71
| | Weoreione he retove Decor tater tr tone isi Fes de Monee Myr Resi paste Yo U6 Conroy SISTEMAS POLITICOS DA ALTA BIRMANIA UM ESTUDO DA ESTRUTURA SOCIAL KACHIN E.R. LEACH go? ote re INTRODUCGAO antropolégica. Nio foi proje- igfo etnografica. A maioria dos fatos etnogréticos a que me fefiro foram publicados anteriormente. NGo se dove, pois, procurar qualquer {malidade nos fates de que trato, mas na interpretagio desses mesmos fatcs ‘A populagdo de que nos ocupamos 6 a que habita a regio assinalada com o ‘nome KACHIN no mapa 1 e mostrada em grande escala no mapa. Pssa populagio ala diferentes lingvasedialetos, eexistem grands diferengas de. coutra parte da dessa populagdo com os termos chan e kachin. Neste livro chamatef toda a regio de Regio das Ce izaglo, 0s chens ccupamn os dos; $80 um povo| ‘ocupam as colinas onde eultivam arroz usando sobsetudo ast Itinerante através de derrubadas e queimadas. A literal passado quase sempre tratou esses kachins como selvagens pri to diforentes dos chans na apart considerados de origem 1 1. Pocexempl, Malcom (8375 Bie (1944) mores rotncos 4 sur at. Sr ra ds comengis mamas de eucpologique nonogis sore os tachi grrem os cans = nonopngahe s a oF Hachinn. Tov, os lah ew can atten ues de nan non ui esto batts snide yes quer cont ts Cansieese, por exer,» seine ecumente aera text do depot una teste min ne tos Estados hs do Novem 950, ‘Nome ds testemunha: Hptka Lung Hseng Lattawng (Pawysen, peio-chon) ‘une ev rer, cence tes a0 Reet (hn Sv kon ‘que entlo relnava em Mng Mao, mandou um parent : : depois sso nos trmamos chense bis kor, sempre qu famosa Mong Meo Invetsament, cm Mong ko nossa cos era dels.) Parece que essa testemunha coasiderava que nos tl aproximadamente sua fm in © chan. Como tado Chan desse nome em tetitério chines ~¢ tratado aqui como sendo ume entidade politica do mesmo tipo ¢ tendo ‘quase a mesma situagio de Méng Ho, que 20s elhos da adiinisragfo bi de 1930 nada: rculo” admin do Notte, Dados desse tipo néo podem ‘etnogrifico que, em termos ling raciais diferentes © problema, contudo, no é cchans; ha também a dificudade de Se prontamente @ qualquer esquema situa kachins ¢ el 2 Harvey & Bann (193), p21 wrso00cto lades de Kachins. Algumas dessas subestegorias si0 como quando se distinguem os kachins que falam Finghpaw, dos at 8, dos nungs ete; outras sio sobretudo , como quando se distinguem os singphos de Assam dos jinghpahs da ido do Alto Mali Hks (Tridngulo) dos gours, este de Bhamo, Porém a tendéneia geral tom sido minimizar a impoctincia desses uniforme em toda a Regio n Tribes of Burma; The ir Customs and Tradi- se por impicagt todos os kachins onde quer que sejam enconados, uma populagio de 300 mil pessoas escassamenteespaades por ema rogito de uns 130 mil quilmetos quadrados’ ‘io faz pate de meu problerna imedito dicot até que pont semhantes achin so efetivamene justifies. ‘eisj mea ntresse reside antesnoproblama de saberstqucpontose pode fiemar social provalece ao longo da regio Kachin, & seeentende por continsidade ¢ por mudange com respei ue circunstincias podemos dizer de duas soviedades vizinhas Ae B que “esas dduas sociedavdes tém estruturas socinis fundamentaimente distinas”, enquanto dduas outras sociedades Ce D podemos afrinar que “nessas duas sociedades vista te6rico a partir do qual abordo essa questo basi ‘A tese, om suma, 6 a seguinte, Os antropélogos sociais que, ne estera de Radeliffe-Brown, usamoconceito de estruturasovial como uma categoria por meio dda qual se pode comparar uma sociedade com outrapressupsem naverdade que as sociedades de que tratam existem durante todo otémpo em equilforioestével. Seré, entio, possivel deserever, por meio de categorias socioldgicas comuas, sociedades ‘que presumiveimente ndo estio em equilibrio estével? wet 1908) nee a07 o Lise4us ruticos na ara aes Minha conclusio é que, necessariamente modelos de is de sociedade sejam lades reais no podem A dlscrepiniaestéligade 20 fato de que,fqvando epresentaglo ¢imprecisa em J vento desse tema, Sustento que (cm contraste com 0 modelo abstiato do ‘nun eonjunto de idias sobre grupos de pessoas. Osi Por causa da forma em que suas idéias sko expresses. A f # expresso 6 a expressio a parte deste c laboragéo desta portentesa observagio,} ‘Antes, porém, voltemos & estrutura social o &s unidades socats Estratura Social componentes totalmente independente do Sociedade entre os cagadozes ‘estes dtimos serem, em su loresta de mongéo das chuvas, [Nesse nfvel de abstragio, nio 6 di As estruturas que o antropSlogo descreve sfo model ropria mente na forma de co abstragio com os dados do e campo. Como podemos ter ular se ajusta eos fatos methor eonecko ‘As sociedades reais existem no tempo e no espago, A situagio demogratice, ‘eol6gica, econdmica e de polfica externa nio so estruturam num ambiente fixo, mas num ambiente em constanie mudanga. Toda Sociedade real & um processo no tempo. As mudangas que resultam desse processo podem ser “angulos?. Primeiro, existem as que so coorentes com uma continuldade da orde formal existente. Por exemplo, quando um chefem< ‘ou quando uma linhagem se segmentae temo havia apenas uma, as mudanges so parte do processo de cor segundo, existem mudangas que de fato refletemn Se pder demonsterque numa ico composto ‘denada localidade pat de segmentos de de tipo feudal, podemes fl Quando, neste livro, eu falode mudangas daes referindo a mudongas deste si 1sde Kachin, oconceitade “uma sociedade” iculdades que se tornario cada vex de tamanho © parecem set podesseencont mente 0 seu out extromo tomes o Estado Chan de Tsem subestados (ning), alguns dos quis compres sldeia separees. En ide plenamente auténoma. No i que, antes de 1885, eontinha 49 iam por sua vez mais de cem \SBTeNAS FoUcos ALA nin, dos outros nio s6 em escala mas tembém nos prinefpios formal ‘io organizados. B aqui que resi froqientemente a agregar-se e scala fregmentaram-se em unidades meno- esse rogiéo; Se consideradssclaramente como part de um sistem total mais amplo em continua mudanga, Mas a essncta de minha tes 6 que o processo pelo qual as ‘pequenas unidades se desenvolvem em unidades maiores ¢ a8 grandes unidedes se fragmentam em menores no é uma simples parte do processo de continuidade ‘strutural; nfo & apenas um processo de segmentagio e agregacto, & um processo ‘que envolve mudangs estrutual.E 0 mecenismo desse processo de mudaaga que os interessa em patticular, Nio hé dévida de que tanto o estudo quanto a descrigéo da mudanga social ‘¢m contextos antropol6gicos comuns apresenta grandes dificuldades. Os estudos de campo sio de curta duragao, os registros histbricos raramente cont ‘ipo correto em pormenores adequados. Em verdade, embora os tenham dectarado amide um i em merecido até agora pouces Mesmo assim, parece:me que pelo menos algumas das ‘surgem coro um produto secundrio dos p logo acerca da natureza desses dados. ir seus conceltes bésicos ‘muito mais de Durkheim do que de Pareto ou de Max Weber. Em conseqiénca, estio fortemente prodispostes era favor de: sentam si costumam ser vistas pelos antropslogos tunades. As sociedades que exibem siniomas de lemo que conduzem a répida mudanga sf0, por ovtto lado, suspeitas de “anomia” ¢ de decadéncia patol6gica”, tagBes do “equiltrio” decotre da ele executa 0 normalmente estuda 2 populagéo de um local ‘num determinado ponto do tempo e nfo esti muito preocupado com a ‘robabilidade de ser ou nio = mesma localidade estudada de novo por outros antropélogos numa data posterior. Desse modo, temos estudos da sociedade ‘robtiand, da sociedade tikopia, da sociedade muet, mas ndo da “sociedade briand de 1914”, da “sociedade tikopia de 1929°, da “sociedade nuer de ‘Quando as sociedades antropolégicas so assim di 8 interp 3 assim nfo Fosse, sem qualquer noséo de rep trobriandets, os os Com efeito, a confusto entre 4iferentes partes do sistema de modelo formam, portanto, necess todo coerente~ 6 umn social forma um todo eaetente; 20 cor ‘cheia de incongruéncias;e so pr sistomas apresentam-se como alternativas ou incongruncies no esquema de valo- tes pelo qual ele ordena sua vida. 0 proceseo global de mudanga estrutural i ogress sociedad, cada qual em seu préprio interesse, se swsrexas routcos psatn neuisin ‘empenhaem explorarasituagio medida que a percebec, a0 faze de individuos altera a estrutura da prépria sociedade, ia um tanto complicada receberé freqiient ‘sequintes, mas o argumento pode se tema chan de governo, que ce assemelha ia feudal. O outro 6 aquele que den: 6 um sistema essencialmente anarquista. tar um Kachin embicioso que assuma os nomes ¢: chan a fim de just kachins se véem freqientemente diante do uma ‘da mesma forma pode-se junto das comunidades kachin se oferece uma escolha quanto 20 tipo de ina tese & que em termos de "8 a8 comunidades kachins oscilam entre doi ‘umlao, de um ledo, ¢ autocracia chan, de outro. A mai ‘utaticas comunidades kachins nio sio nem do tipo gumlao nem d ‘mas estio organizadas segundo um sistema dé ‘uma espécie de compromisso e capitulo posterior descrevo o sistem: ideal gumlao ¢ 0 chan, Num fosse um tereeieo modelo 'sontem que “se tornarar chans" (sam fancito de Meng Hko, que encontramos na pégina 66; otras comunidades: ‘organizago social kac 6 sempre o sistema guumsa; mas minha tese 6 q mesmo é realmente incompreensivel, pois ests cheio de contiadigées inerentes, ‘Apenas enquanto esquema de modelo ele pode deoq 2 maooutho rater sa rune, No campo da io essencialmente instiveis, e sustento que elas 96 se tornam plenamen! sveis em termos do contraste apreseniado pelos tipos polaes de organizagio onlaoe chan. ‘Outra maneira de estudar os fendmenos de mudanga estratural consiste em entte a8 pessoas sociais que compiem grupos particulars". A osigio dequalquer pessoa socal em tl sistema de modelo énecessatiamente fix ‘onguanto se possa pensar que os individuos preenchem diferentes posigdes no esempenho de diferentes tipos de ocupacio e om diferentes estigios de sua "ito 6, de pessoas sociais que ocupam posigaes ts quais © poder iduos exercem poder somente em sua capacidads de pessoas ‘Sociais {Como regra geral, ereio que nunca se justifica que o an {interpretea agGo como sendo inambiguamente Por essa 1 igeagem, Glferente, cles procurardo ter acesso a0 cargo a 20 aprego de seus companheitos ‘que pode levé-los ao cargo. {9 apreco € um prod leplorado em outea Ap ‘em uma sociedade pode taagdo nas Colinas de Kachin stsreasPuiicos D4 ALA tn que um individuo pode per Sociedade a acio eticamente correla para um homem de negécios crstéo & quase sempre igualmente ambigua, ‘em que ele se encontra tempor de semelhante aforisimo dependeré do sent que se deve aribuir& palavra, Os antcopélogos sociais ingleses, em sua mai ‘uma das mois importantes diz respeito A definigio.e &classificaséo laveré uma classe especial de des que se podem descrever como alos mégicos 6, se houver categoria “profana”, jos0s on as dos alos respostas foram dadas a essa pergunta. Malinow: #4 a magia no terreno do sagrado™; Mauss patece consid lependentemente de a jcotomia estar situada entre on (Gagredo) ¢ 0 técnico (profano), ou entre 0 religioso (sagredo) eo mégico-técnico (Profano), permanece o pressuposto de que rofanas sio distintas como escrever as ages socials que modo diferente deste, Do ponto de vista do observador, as agies afiguram-se fins, e & perfeitamente exe woouio a forma lomentar funcionalmente definida, Por exemplo, se se deseja culivar atoz, é funcionalmente necessirio limpar um pedago de jopar sementes nele. Fem dvida as perspectives de uma boa colheta mel seo terreno for cereado eas ervas daninhas forem capinadas de quando em quando. ‘Os kachins fazem todas essas coisas e, na medida em que oft simples alos t&cnicos de umn reno, plantar as sementes, eefeat 0 ppedago de etra¢ capinar as ervas daninhas sio todas padronizadas de acordo com as convengdes formais ¢ das com todos es tpos de adoimos ¢ omatos tecnicamente supérfus. Séo esses adornos ¢ omstos que tormam o desempenho ‘um desempenho Kachin, e nfo um mero ato funcional. Eo mesmo sucede coma todo tipo de agio téenia; hé sempre o elemento que funcionalmenteéessencia te esses adomos costumeiros que fornecem 20 bésicos. Logicamente, estticae &t roxas éticas de uma sociedade, Pormenores do costume podem ser um que vivem numa sociedade tas pormenores nunca podem: dosistoma fa do antcop6logo tentar deseab ‘que estésimbolizado ou representado. muito préximo de Durkheim. Mas Dut jtado que nadas i esfera do sogrado, e desde que afiemam que a dicotomia enireo sagradoe ‘9 profano era universal e absolute inferia-se quesé eram especificamentesagrados (0s simbolos que o antrop6logo submetia& andlise Quanto s mia, ach ficvel a €nfase que Durkheim colaca na dicoto- ‘ssrewas roiricos oa aA ai, ‘numa oscala continua, Num extremotemos as agBes que so ntezamenteprofenas, inteiramente funcionais, pura © simples técnica; no ramente sagradas,esritamente es ‘esses dois exiremos temos a grande mi parte de uma das esforas ¢ em ps de virtualmente qualquer tipo de eco. A 16 conseqiéncias materisis econdmicas que sio mensurves 6p Por outro lado, é uma dectaragio simbélica que “diz” alguma coisa sobre os olvidos na ago, \Assim, de certs pontos de vista poderse dizer que ioso Kachin € um ato putamente téenico e econémico. £ um pprocedimento para matar gado edi ‘ivida de que para a maioria das kachins isso ‘Um nat gata (“executar um nat", sscrficio) & quase sindnino de uma do observador hi muita coisa que ocorre num levante no que concerne a matadouto, a cozi- ‘Sto esses ovtros aspectos que tém © sio esses outros aspectos que deserevo como is quer envolvam ou néo diretamente qualquer conceituagio do sobrenatural ‘08 do met inha terminologis, € a contrapartida do ambos sio uma 56 ¢ a mestia torna possivel diseutir os indo um sistema de crengas, ede feto uma parte muito ‘ande da literatura antropologica sobre religigo diz espeito quaset discussio do contesido da erenga e da 1 tals argumentos parecom-me um co ‘encarado como uma ia" a mesma coisa que o sobre 0 conteido da crenge que ‘ao esté contido no contesido do ritual 6 um contra-senso} im diagrama grosseico de um automével no quadro-nogro © ‘06 um catro”, ambas as declaragdes — 0 desenho e o escrito por Meson natando um porco e Ihe pergunt migai ~ “Estou dando-o a0 magio € apenas fo do que ele estéfazendo. H wm contra-seaso fazer perguntas como: “Os nats tém pernas? Eles comer carne? Eles vivem no cés?” Em algumas partes deste ‘oque estéfazondo qualquer cocréncia légica (Os mitos, para mim, so apenas um modo de deserever ce la que soja a minka representagéo, minha preocupagio & ‘Sempre com o mundo material do comportamento humano observével, nunca com ‘ametatisica ou com sistemas de idsias que tis,| Interpretagéo nha opinido aqui € quelpota ritual e erenga devem ser entendidas como foumas de afirmagto simbélica sobre a oxdem social JEmbora eu nfo afirme que os antropélogos icolégico bésico. Suponho que todos os. tura © 0 seu grau do complexidade lose fazer associagbes mentais do mesmo tipo 10 ampla, se bem que todos os aniropSlogos ronho que com paciéncia ev, um inglés, posso ngua verbal - por exemplo, kachin. Além disso, ‘suponho que entio serei capaz de dar uma tradugio aproximada em inglés de ‘qualquer afirmagio verbal comum feta por um kachin, Quando se tata de afi «es que, embora ver poesia a tradugio torna-te m ‘por palavra, provavelmente ni _ssrenis rouncos ac atra anik ‘comum; suponho todavia que posso, com pac ra © que posso entio comunicar «outros essa compreensio. Da mesma maneira, suponho que posso dar "uma interpretagSo aproximadamesmode ages simbslicas ndo-verbais, com ta posso volar uo problema que levantei no comego deste lagio entre uma estrutura social considerada como modelo strato de uma sociedade idea e aest Bstou afitmando que onde quer que eu encontre un “ritual” (no sentido em queodk que o interpreta sio culto modelo de simbolos compost lrg, Aécnios invents por antopélogos-plavra como lithagern, Os dos sistemas de simboto tm a De igual modo, ma pritura msicale sua execugéo tém uma st Isso € 0 que estou qurendo dizer quando aftmo quly rival, estrtura social totalmente desprezadas; Indo lado com o menor dos seus servos. ‘No entanto, se quisermoseviter a anarg ividuos que compéem uma Sociedade devem de tempos em tempos ser lembrados, pelo menos em stinboto, da ‘rdem bisica que presumivelmente guia sua ritmais tém essa funcéo pi ‘momentanesmente expi eles tornam rtura social e in imediata disso, A cultura proporeiona a forma, a um fator dad, 6 ‘um produto e um avidente da histéria,JNio sei por que as mulheres kachins antes ‘dese casarem andam com a cabega descaberta eo cabelo cortado cu fanto quanto néo sei por que as mulheres i ‘nel num dedo particular para den ‘que me imeressa 6 que nesse cont tem esse significado simbs! fem muits culturas iterates © ser simbolizado de maneitas cortespondentemento diferentes JNo exemplo que acabamos de da, o casamento € um relagioestrtural que & commun tanto 8 sociedade inglesa quanto A kachin; 6 simbolizado por um anel em uma e por um turbante ne outr. Isso significa quelym nico e messi estrutura social pode aparecer com uma roupagem cultural roupagem Admito quelysdiferensas de cultura so ostruturalmente signifiatives, mas ‘© mero fato de dois grupos de pessoas serem de enltura diferente néo impli necessariamento ~ como quase sempze se supls ~ que pertengam a dais fotalmente diferentes JNesselivro pressuponho 0 or Em qualquer segido geogréfica que eareea de fronteizas snsreuas pofrcos D4 atra mason is, Na medida em que essas relagSes sfo ordenadas e no , hd implicta nelas uma estrutura socal. Mas ~ pode-se per- ‘guntar — so as estruturas so expressas em s{mbolos culturais, como so podem expressar as relagses culturais entre grupos de cultura diferente? Minha Tesposta 6 que a manutengéo da diferenga cultural ¢ ncia nessa diferenga oem por simesmas tomar a aio ritual expresiva das relagéessovsig) Na regio geogréfiea discutida neste liv as variagbes culturas entre um ‘10p0 © outro sio muito numerosas e muito acentuadas. Mas a pessoas que fl ‘uma lingua diferente, usam roupa diferent, adoram divindades diferentes ec, nto ‘séo vistas como estrangeiros inteiramente, fora do Ambito do ceconhecimento ‘Social. Os kachins ¢ 0s chans sio mutuamente arrogantes uns com o8 outros, mas Dresume-se que-os kachins es chans tém, apesar de tudo, um ante Nese contexto, aributos eultucais como lingua, oupa e procedimento ritual sfo ‘eros rétulos simbélicos que denotam os diferentes setores de um sistema est. tra Gnico © extenso, Para 03 mous propésitos, |g que tem significado real é o modelo estrutural biésico, enfo omodelo cultural manifesto, Estou expre- tego estrutural de uma cul ular, mas no modo como as estruturas Patticulares podem adi lepretagies cultrais ¢ no modo como esttue ‘ras diferentes podem ser cepresentadas pelo mesmo conjunto de sfmbolos cult. ‘Ao tatar desse tema, procuro demonstrar um mecanismo bisico da mudanga social.) 0 PLANO DE FUNDO ECOLOGICO DA SOCIEDADE KACHIN Antes de prosteguir, é necessério dar uma indicagio geral do tipo de vida ‘econtmica que levam os Kechins e seus vizinhos chans. bos ‘ou seja, 0s karens, 0s chins, os noges, 08 palaungs, os iinia compreende a regito ocupada peles bacias’ do inhanca imediata desses grandes ios ede seus was. Em esséacia, a Irrawaddy edo baixo Salwoon. A: ‘mais secas encontramos cetrados, pradatie eflorestas de pinheiros ‘Uma distingéo importante a fazer aqui € que nos cinturdes de chuve ume donsa vegotagho secundsra subst idamento todas os desmatamentos aban- donados. Nas zonas mais secas, por outro lado, a floresta vitgem, uma vez desmatada, tende a tornar-se uma pradatia ou uma cepocire. Na auséacia de pedo ou de adubagio sistemstica, a fenilidade continua da tera € assim mis alta nos cinturées de chuva do que nas zonas secas. ‘Ao longo dos vales fluvisis © cultive de arroz itigado 6 fé ca1rogéveis so rapidemente construds, mas nas montankas que se, 2s vias ramos vales 1 Seyensoa (949), ep (B25N0) 2) swerewas pouncat. aa ara sicins aconstrugio dees Nao surpreen: ‘das colinas se Ae terragos de arroz requer uma técnica mais laborada, que a organizagio técnica e econdmica dos habitantes to diferente da dos moradores nos vales, nem admira que os Mapa 1. Os paves ds catige da fronted (PANO DF FUNDO EcoLdEICO BASOCHEDLEEKACHIN populagio das pos no tem uma Em termos de terrasaltas ea das terasbaixas 6 or isso muito marcado. Os dois Jingua comum © compactiham pouces tagos de cultura mi ‘equipamento técnica e dom ents fnicos objetas comunsenteo8 dois ‘grupos na Regio des Colinas de Kachin so coisas como panelas de feraetripés de Cozinha que ambos compram dos chineses. Noentanto, isso Sbastane compteensive, pois © equipamento tecrolgic é ajustado necessariamente s candigies de vida, €0 ‘modo de vida das duas populagées é vivemente ci aspectos de cultura que tém uma significagSo mais mulheres 6 vivamente contrastanie entre as duas 1pi6ese apresent rogionais entre os dois grupos. Essa dferenga de sexo deixa de ter suas sociol6gica. E um aspecto de um salmente, grande part-dacinograia sm da hip6tese de que diferengas no -vestudrio denotam diferenges de “raga"! Nessa base, membros de mas de uma dizia ‘de “ragas” aparecem a cada einco dias na fira de Namsbkam nos Estados Chans do. ssrewssruincos 4 aur sauna onsumno dos prépriosagricultores. Essa base econdmica segura permite o desen- nto de um comércio e uma urbanizagio em pequensa es ado de complexidade eu De mancira bastante genética, pode-se éizer que os povos do vale constituem umn campesinat s0 conémico, vivem num nivel de organizagio consideravelmente “supe seus vizinhos das ae de um grau coduzir um excedente sob condiges excepeionais de a densidade populacional ede terra especialmente favorsvels. Onde quer queesea téenica se revele inadequada, os pavos das cclinas sho forgados a lengar mio de expedientes de vériostipas. Alguns grupos, como as chins do Centro, desenvolveram: esquemas muito elabocedes de rotagéo de cultura’; outos,n dos vals e, desse modo, os pavos do vale pagam uma taxa de artendamento feudal acs chefestribais das colinas*; ora os povos das colinas apenas exploram o fato de controlarem as vias de comunicagdo entre as vales através ‘dos eampos cobram vin pedgio das caravanas que por ali passam®; ora. os poves dos vales se dispoem a pagar a “extorsio” cobrade pelos montanheses deste que estes ‘concordem em no invadir as calheitas dos val sa90es esto ligadas ao fato de que, om regra geral, os povos tores de excedentes de arraz para suas préprias necessidades, enguanto os povos das colina, também em regra gera, softem de uma caréncia de farroz que de algum modo deve ser supride por aquisigdo de fora, Esse fato {econdatico fundamental 6 da maior importineia pata a compreensio de todos os deseavolvimentos sociais a longo prszo ma regiso da ‘0 PANO De PUNDo EeoLdatco DA soceDADE KicHae Nem todos os kachins habitantes de colina, contudo, trem seu sustento da f precisames estudar as diferentes técnicas empregadas e 05 (8) taungya de pradaria © (2) 5gbes dessas diferent ea semelhante & chamatl j dda Maleia, Essa palavra foi ot 'mas no mereceu uma observagio mais euidadosa. Um geSgrafo desereveu recen- temente o processo da seguinte maneira 3 8 fomecid pb era €xbanconada conver fell desmatae ven foes mito sbandoasd em em sua vizinhange se exsu mento eros do so ‘exaurer(digamos de uma quatro: de moitas enfezadss» (tos. Como & m smavtr pr inteio quando a tea appt plies sto acompanhadas de ssi Essa descrigéo decididamente tendenciosa distorce @ te ‘mostra a Regio das Colinas de Kachin subdividida numa bese ica de floresta de mongio. Aqui taungya de moncio. O primeito requisite 6que ela sejarogada apenas por um ano «depois abandonada; 0 segundo, que umn tereno qu tnha sido rogeda uma vez no deve ser ogado de novo durante cerca de doze ou quinze anos", Se for seguido ssrews poinces DA Atk anu, esse procedimento,entio nao haverd desmatamento ea perda de solo ser mi Em tais condigdes, pode-se fazer com que 0 artaz de sequi ‘mentos que se aproximem dos obtidos a partir do auto irignd Esse procedimento implica que cada pedago de err, 20 te 6 deixado em pousio durante pelo menos doze anos. Cada unidede do popul Fequer portanto ume érea total de cultivo formidavelmento grande, re ‘muitas vezes que uma grande comunidade aldeS permanente e densamente aglo- ‘merada se enconiteamuitas milhas de alguma propriedade svadistante.P {sso, a8 comunidades kachins sio constitudas quase sempre de um grupo de ‘Pequenss aldeias ou povoados emplamente espalhados pela propriedade da comu- nidade tot te um conflito aqui entee os interesses de segurenga {grandes assentamentos cercads ps cos queixavam-so amide da tendéncia dos kachins a fragmentar seus assentamentos em aldeias cada vez menores, ¢ & forgada estimulou a posterior Mapa 2. Regito das Coins de Kachin, Zon <<. SSG pee [cco oes comme xaci ZoNAsFeaLoreas °c sTsreaaspouincos brs snsden res muito mais eficientos do que os de sva vizinhanga imediata que ‘confiam unicamente no cultivo de taungya, Persuadides de que a co tetragos era Gnica resposia & uso.continuade da faungya, os teragos em um on 1940 se usavam menos © fato 6 que o entusiasmo oficial pelo sistema de tetragos no condizia com (08 falos econdmicos. Em geral, o sistema de terragos no 6 um procedimento econémico, $6 se toma econdmico quando a densidade popalacional no local & sulle te elevada para criar uma séra escassee de terra. Sob a Pas Britan- ‘nica, a populagio kachin como um todo tendeu a espalhat-se mais uniformemente sobre a rea total, resultande que grande parte da sada aproveltivel ja consumidos. No aso em que a faungye 6 0s eragos de rads pla mesma comunidade, como si Acontecer, os poves em questio parecem gerslmente considerar o cultve. de ugya como 0 mais compensndor", Por outro lado, como os tetragos podem ser calivados ano apés ano com pouco ov neshum period de pousio, s¥0 poseveis ‘gregads locas de populagioreativamente dents. Comuente 8 trrags de colina esti assocados a comunidades singularmente grandes que vivem em sion petmanents. ‘A verdadeira vantagem dos sistemas do errags de colina parece ser mais © politica do que econdmica. E provavelmente sign notivels sistemas de teragos nessa aneverslmente ou pr6xi- sos as principsisrotas comercisis lest-ceste de Yun-nan pata 0 ineror da Birminia— isto é, peo de Hpimaw, Sadone Sinlum?. O controle mi rotas de cométco foi a raison clevadas de pop das cobrancasdepedigiog de terrogos recomendével emt Sob o governo anos, os Kachins foram proibidos do ‘cobrar pedgio das catavanas de mercadores que passavem por seu ter ‘oman De FunoaEeexdcIco Dx SOCIEDHDE RACH de trabalho © & improvével que lamente abarkdonado. A maior aldeia das Colinas de Kachin (cerca de 150 casas) est situada na vizinhangaimediata do ppasso Hpimaw. Sem o sistema de if que « maiorie das encostas & demasiado fagreme para a implantagéo da faungya. € absurda, mas militarmente falando ée também exerceu wma inflvéncia consideravel. A situagdo ecolégi- ca € um fator limitante, ¢ no um determainante da ordem soc Voltatei a esse tema no capital 8, sisrevasrouncos D.ALTa ama ls sio consideréves, mas ainda assim, a parte umas potess excegSes espe- is, pode-se dizer que todos os chans da mplexidade chan, Quando, como sucede com no pouca freq ¢ toma um chan” (sani fai), a adogio do budismo & uma pa do processo. O individuo que na Birminia atual (1951) recebe o titulo oficial de “Chefe do Estado de Kachin” 6 um budita-kachin-e-chen desse géneto, ‘Um segundo critrio geral & que “todos os povosdos chans estéo associados -Podemos aqui combinar 0 conceito chan com os dedos tados no capitulo 2. A Birminia do Norte € uma regio de colinas e montanhas. Os chans estio espathados por essa regio, mas néo aleatoriamente. Os povoudos ‘chans ocorrem somente ao longo dos vales dos rios ov em bolsbes de i plano nas colinas. Esses povoados estio sempre associados as, regiéo, a prosperidade que provém dis planicies ond ‘subentende o budismo, que por sua vez subentende a vineul imbém alguns habitentes som os jueros decortentes to ds populasio kachin e chan, a) f ‘ ne ‘s a) 2 ee QW estavos ‘Mapa 4, Disrbuisfo da populacto chan Kachin por vlta de 1825 na porgo norte da Regite das Colinas de Kachin, -ssrewss poutncos xara icos do passado, como, por exemplo, guerrs I Urativa externa; mas, seja qual for sua origem, a conseqt dentro da Zona A potencialmente que, mesmo ‘existem numerosas localidades onde a ra durante mais de uma estagho de eada voz, Em ircunstincias, os métodos da fawn tempo, levam defini- Kkechins estéo bem de suas trras por opséo, apenas reduzem o period de ousio de seu cicto de cultivo quando a escassez de tetas local os obtiga a proceder. ‘Além disso, a prosperidade do certas pates da Zona A foi afetada no passado pelas vicissitudes do comércio de produtos Assim, o mbar, 0 sal e a borracha foram, mestno em ép {mportincia para o vale do Hukawng, embora atu indo sto considerados dignos de exploracdo. Esses is fo elementos na situagio ecolégies, mas sus importéncia, em ‘qualquer época parti inada por fatres pofticos e econdmicos que io exteriores 20 mefo ambiente local ‘A Zona B fica mais ou menos fora da © a pluviosidade sto mais baixas, . sem a floresta simida. Aq lentamente des ixes. No entanto, ‘onde quer que as condigées svenson (1940). Pin dealbes sobre» mana de prea. etna (160), Pate vo, ep 355358. poe runvoecouscrco m4 sociouns KACH tenle pobres © pouco compensadoras, existe um incentive para eprodugéo ras para o mercado. Produtos como 0 ché, @ papoula e o favan si dos pata fins comerciais de preferéncia a géneros aime com consideravel sucesso. Os palaungs de Tawngpeng, por exe ‘bora um povo das colinas, conseguem manter padres de vida chan ‘coméreio de cha h muito estabelecido , O chi, naturalmente éc cenvolve a pr Bm ges somum da Zona B meteestalvez ‘srande parte da condenagio implicita em minha ctegSo de Spate. Uae aldeia que contfia exe ale nesse lipo de faungya rarmente pode se euto-sul io, Bxiste assim uma tendéncia mu {do que na Zona A a que a8 aldein das col espéeie de interdependncia econdmicae p ‘Bm termos de clima ¢ de ecoloy de mongio como a de idades separadas por grande distancia, 1890s isigados, usados para o 190 so bastante comuns em diversas partes da China, mas, quando sfo encontrados entte um chamado povo "primitivo",impoem-se relmente & admiragio dos ‘comoos igorots fi Imente impressionedos. Perece al supor que 0s povos capazes de sernlhantes Fegenhas (écnieas devam ser AS CATEGORIAS CHAN E KACHIN E SUAS SUBDIVISOES contrastantes kachin gums e i ade tomar claras essa distingoes no subdivisées, ‘umlao. O presente capitulo & uma tent plano muito superficial da etnogr até onde se podem: Chan _Examinemos em primeio luger acalegoria chan. A palavra nessa forma deriva ‘do binmants. Os termas googrifices Assam e Sigo fermo chan, de mencira bastante coerenic, todos oshabitantes da Biméniapoitica ‘da regio fronteirga ente Birmania e Yun-nan que se autodenominam Tais, NO ambigiidade, uma vez que os inguem os chans dos siameses, embora ambos os grupos se autode- » Sisrus poiricos 4 a4 main -omo os chans que possivelmenteestaboleceram uma c lianga polities com cconservaram um graa sign lealdade & China que & uma série de guercas al principados chans da regi idy (Mogaung, Mob Bhamo) parecem ter tomado o partido dos chineses; em coasegignci uma desiruigéo nas més dos exércits bi incipes chans (suolpa) regulates nesses Estados. Estes eram ‘ados como dependéncias feudais dretas da coroa biemanesa. Os rendimentos do departamenio de myosa dependiam da mereé do tei eo governante do Estado (nyowu etamente pelo ast sido originariamente umn ices de Mogaung num sentido feud: Como esses Estados Hkamtis desempentaram um papet de rlevo nos neg6- ios dos kachins, vale a pena enumeré-los em detahe. ‘kami Long (Grande Rkamt), hoje uns confederagio deste pequenes principados ert das eabeceras do Inawaddy (Mal ka). Enbora a principio tena sido -coloizado distamented ‘ett de Ledo (mapa ‘nraram em Assam p Sean Por essa liste pode-se ver que existe uma confusio entie o uso do termo, ‘mesmo termo como 0 nome de um estado pol ‘io apenas outras comunidades de rigado, com também vétiasaldeias de colina com ‘o-chan e uma economia do: resultante & um tanto com ‘pagavam seus impostos2os saohpa de Méng Wan. Os ldeses chans pagavam seus tos com arroz, enquanto os chefes kechins pagavam of seus com anjo economicemente mito setisfatério para ambas as pat ‘Uma referéncia 20 Chan States Gazeteer mos kashin © chan, que prevaleceu durante a ol 9). sin (1900-190. ‘ssrewis pocrcos 4 atria ‘Birménia, ni ora um fendmeno natura, mas fruto de uma agéo administeativapor parte do poder superior. ‘ibuicio esparsa da crescente populagéo cultivadora de ato € budista, de lingua ta seudo-histérica. Parece que a ‘que 05 povos de Kagua migragio parao Sul Ie XII d. C. por uma ssa migragio dos chans para ” Chan de Nanchao, que tnha de, com o deelinio do poderio politico chan, supde-se que se tena reencetadao movimento XIX, supbe-se que tenham “devastado” os chans, de modo que os ehans da Birmstinia do Norte de 0 meros sobs 1adas somente Para oeativo de taungya, ou enconttanios kachins ou ado encontramos ninguém, A inferéncia ¢ clara; € improvével que a distribuigdo dos povoados chans tenhe sido alguma vez, em qualquer época desde a difusto original da culture chan, substancialmente diversa do que é agora. Se, como & bem possfvel,houve a ‘mente ume populegio chan numericamente maior do que a ai que os chans estivessem mais amplamente disper Povoados chans atuais eram anteriotmente um pouco maiores. Nunca howe uma opulacio chan domi ne em Localidades ‘como o vale do Hukawng, onde vamos encontrar kachinscultivando o attoz pelos ‘apenas que os AS ATECORUS CANE RACHICE Sts umDIORS métodos chans, 6 que se pode inferr com alguma probabilidade que os kachins fenham “devastado” ou desalojado uma populagio chan. B quanto @ isso, se ‘depatamos com poves de lingua kachin cultivando arroz poles métodos chans, estdoem via dese tornarem chans”” !populagio chan nas », de mado que os chans € os kachins #80 n es. Tr8s dessessubsistemas poder chin gumlao ¢ kachin guansa. Cons organizagio, podemos pensar es corganizagio kachin gunsa modi ‘hans; modificada noutra diregio, seria radas histotieament ivel da kachin gumlao, Conside- ‘modificagies realmente ocorrem, ¢ & licito felar de ram chans ou de ckans que se tornaram Kachins. Quando, p cu, na qualidade de antropStogo, examino uma dada localidade kachin ou chs devo reconhecer que qualquer equil verdade, um equi tantemente ciente da ‘organizagto correlatos, por exemplo, chan ou Kachin gumlao. HPALANG ~ UMA COMUNIDADE KACHIN GUMSA INSTAVEL" ‘Todo o meu problema poderia ser formulado da seguinte maneira: Deno da {rea definida de modo um tanto arbitttio que denomino Regiio das Colinas de Kachin, Imente diferente ¢ a organizagio politica é estrtue ras nfo se aust 3s vas tampouco as veriagées da cultura ou da es vatiagBes no fundo ecolégico. Como, pos, Ecologis, sc estabilidade no tempo. O que se pode observar hoje & spenss uma configuragio omentines de uma totalidede existente um estado de fluxo, Concordo todavia descrever essa totalidade,faz-se mister epresente siserna como se fosse estével ocostente [Na Parte Il deste livro (capituos 4 e 5), procuro expliat de que manera os kachins de conviegio gumsa supoem 0 funcionamento real de sia ociedade; tonto também explicar por que esse modelo é necessatiamente uma fiogio, Na Pare wsreus rouncosaasrr naa 7 MONGHSA = . > gy ‘Maps 62, Hpatong Horo outncos 04 Aa mann todo. Um tema bisico deste ivzo é que a incongruéncia funcional & intcinseca & ‘organizagio social Kachin, Sem divide, muitas comunidades kechins gumsa sto, Superficialmente, muito mais bem “integradss” do que oexemplo que vou descr ‘er, mas todas elas tém uma lendéncia ao tipo de faccioatismo que aparece aqui ‘numa forma bastante extremada, Minha descrigho de Hpalang ¢ apresentads na seguinte ordem. Primi, , que mudancas da organiasio det sunsa para gumleo ala, Que especie iseutida mais adiante, no capitulo 8, Entrementes, doa disfuncéo entre umsregumlao, devo fazer uma anise bastante lt elagio entre teoria politica gumsa.e a chan evict esate cers ate de fatores? Essa quesitio ie tno Capitulo 7 GUMSA E CHAN {quando tém a oportunidade, tomam por modelo o comportaments dos principes hans (s20hpa). Neste capi porque, no tonciono explicarexatemente o que e853 i malsucedida Iago envolvee is diferengas entre 0 modo de chans estéo de vétzea. eno tipo de construgéo ¢ no padi de agrupamento, mas 0s assentamentos sio petmanentes. O agrioltor chan esté preso& sia terta; no pode rapidaments modar sua lesldade de um chefe territorial para outro, como o pode umn kechin. Via de tepra, um chan espera desposar uma jovem de sua propria aldeia eal possar toda ¢eua vida, Identifica-secom essaaldeia, 60seu Tor; mesmo {que as ciccunstincias o obsiguem a mocar em oulra pare, sempre se descrevers Quandoaescassezdeterras compete um grupo ‘que a nova aldea receberi.o mesmo nome fos. Os chans plebeus no possuem pal i. Nio hi restigio 20 casamento ente primos; conse- upos de parentesco Tinhagem como os Kuc! Capitulo 9 0 MITO COMO JUSTIFICAGAO DA FACCAO E DA MUDANGA SOCIAL kkachin e sua permutsbilidade e examinarei meu tera principal de um ingolo diferente. ‘Afirmei no capitulo 1 que, na linguagem empregada neste livo, mito ¢ ital «quo cortom na idcologia kachin gumsa, desenvlvi esse tema. Oquedeserevo sic objetos, agdes e idéas defnidos cultralmente; © que me ineressaé a sun ccagio para as relag6es formais que existem entre pessoas socials. AIG ax procure enfatizar mais stual ue‘ mito—isto 6 mats as ages que os afiemagies verbais que sto contrapares da agHo, mas j em alguns exemnplos partcularmente quando tentei explicar a difeenga conceitval entre gumsa e gumlao, tive de explici-la por meio do mito. Tsso suscita questOes de importinciatedrca, das quais a mais impr “Como pode a mitologe ser usada pata justificar a mudanga a estrutura so [Nao sets quase uma conttadigio detefmos sugers tl possibilidade? Dentro do complexo geral kachin-chan termos, ame ver, alguns subi tveis, Comunidades particulares conseguem muder de um subsist ‘outro, Suponkamos por enquanto que esta andlse se correta do ponte de vista sociolégico. Devemos entéo perguntar-nos como tals mudangas e formas alterna- tivas de organizagio se apresontam para 05 kachins e chon partcipantes? ‘ssrewaspoiricos bara snusn Affrmel que aestrtura soci Patece-me razoével dizor que a mai mente consideram 0 mito do mesmo pon ‘em seu conhecio ensaio Myth in Prin devesse imaginar 0 mito e a trad re Psychology’. Segundo este ponto de 0 basicamente como uma sangéo ou itual reflete estrutura socal, mas & «80 dramética do ito. Mito¢ ritual so assim complemen- tares e servem para peipetuar um a0 outro. Néo fez parte dessa douirina que os rites de qualquer cultura devam ser motuamente congruentes, mas @ ades30 0 fs da teoria foncionaista de Malinowski eonduz & pressuposigio de que ivamente 0 sto. No esquema malinowskiano, os ties aspectos de umacultura tegrados para formarum todo coerente; pot conseguinte, os ritos de um povo devem ser mutuamente coer pessoas hf apenas uma cul coerente de mits. Ora, a mou ver & desnecessério postular esse tipo de coeréncia, Acho que os ‘antop6logos socinis tesdem apenas a pensar que os sistemas de mitos sio coeren- tes internsmente porque conservam algo da nagio do etn6logo segundo a qual o tito é uma espécie de histéria, Devi sa andlise do mito e tendem a discriminar entre verses “correlas” "incorretas” do mesmo conto, No caso da mitologia ke lidade do contradigdes e incoeréncias. Flas si0 fundamentsis, Onde exist versdes da mesma histérie, nenhuma versio é “mais correts" do que out atlzmo que as contradigdes sio mais signiticativas do que as wniformidades. ‘Os kachins recontam suas tra uma quore I, para acompankar uma repre sentagio religiosa. O sto de contar uma hst6ria tem, portant, um propbsito, serve ‘pata validaro status do individvo que conta a histéta, ov antes do individuo que ‘contrats um bardo para contar a hist6ri, porquanio entre os Kachins a tarefa de natrar contos tradicionais uma ocupaglo profissional desempenhada por sacet- dotes ¢ bardos de vérios graus (Jatin, dumsa, Jka). No entanto, se 0 status de 1. Natio 1906, ‘oni coo ricagho on acc4oe an Muang soCdL um individu €legitimado, isso quase sempre significa que o stars de um terceiro 6 donegrido, Entio pode-se quase infer dos principios bisicas que cada canto recente prs bien perio das orgnizaco do tipo gunlzo parce er penssgo nn eeior pate da ‘smentonl dss Zonas B e C (mapa 2, pide de (rare ung) madame 2 cads pours lbs, quae de. oa poa sea, ‘At6 aqui os fatos corroboram a teoria expotia no capitulo 3. ‘Mos no resto da Regio das Colinas de Kachin teres, creio ev, uma instabi- lidade pottica endémiea, E entéo? Bonaparte setontrional da Zona C (mapa 2, regio de Sinpraw), devido relativa aridez 0 densidade relativamente alla da populagio, a economia das comunidades as colinas 6 essoncialmente desigual. A establidado temporéia $6 pode cer alcangada mediante expedientes potticos e militares. Nessas zona, tanto nas togides gumsa como nas guntao a tnica unidade cont rutua politica éa ade; em escata maior as federagoes pol nests sagen qu vrs contr peqents wide eds obtina- amentospegatest un niin ings, mesnon mb deun oxpnia 1 muito menos pressio sobre 08 seeare05, a precisamente porque as condigoes econdmicas so potoncialimente menos arriscado recorcerAexperimentagio politica. Ofeccfonarismo assueagora tums forma diferent. Fm vez de uma al Imente baseada a competir ‘com a segu 0 uma de (Eh ‘agua chefs) tocrata). Nessas condiges 2 lingua deixa de se il como bandeira de solidariedade, pols o agrupamento de pesseas em termos de parentesco do que de localidade. Tudo isso & com o fo de que em fodaaZona Aexiste apenas uma forma principal ihpaw, € 0S grupos estranhos a essa sepido slo ez pelo sistema jinghpav. ‘menos uma expticagio parcial do meu probleme original Imonte,seja-me permitdo dizer quoo tipo geal ds andlise que empreen- ro pode ter valor em outsos contextosalém da Regito das Colinas de Kachin. A situagio cultural ns Colinas de Kachin, como a descrevi é confusa e

Você também pode gostar