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TERRITÓRIO MENDONÇA: PRÁTICAS, CONHECIMENTOS E FORMAS DE ORGANIZAÇÃO 1

Fascículo Nova Cartografia Social do Nordeste A coleção Nova Cartografia Social do Nordeste
Território Mendonça: práticas, conhecimentos e
formas de organização
Número 4 | Ano 2022
compreende um conjunto de trabalhos que registram
mobilizações de Povos e Comunidades Tradicionais
do Nordeste em torno da construção de conhecimen-
tos que possibilitem dar visibilidade aos seus modos
APRESENTAÇÃO
de vida, com destaque para conflitos que enfrentam
Expediente e suas demandas aos poderes públicos. Refletem não
Periodicidade: Irregular | Idioma: Português somente a diversidade social e a gama de pontos de
vista e suas respectivas práticas, mas, sobretudo, si-
O fascículo “Território Men- Marajó, Assentamento Santa Terezi-
Editorial
Etnologia, Tradição, Ambiente e Pesca Artesa- tuações de conflito e conhecimentos intrínsecos aos donça: Práticas, Conhecimentos e nha, Cachoeira e Serrote São Bento,
nal - ETAPA processos reais e às realidades localizadas.
Formas de Organização” é resulta- localizadas nos municípios de João
Coordenação Geral Participantes Atividades Campo Oficinas
Franklin Plessmann de Carvalho, Juracy Mar-
das de e das de
do de oficinas, encontros, reuniões Câmara e Jardim de Angicos, na re-
Mapas
ques e Vânia Fialho e caminhadas realizadas entre os gião de Mato Grande no Agreste Po-
Coordenação PNCS/RN Açucena: Ednete Pedro da Silva.
Amarelão: Beatriz dos Santos Nascimento, Francisca meses de fevereiro e agosto do ano tiguar do estado do Rio Grande do
Rita Neves
Organização da Edição
Evania Barbosa do Nascimento, Hugo do Nascimen- de 2021, durante a pandemia da Norte. Como as demais áreas indíge-
to Silva, Humeara da Silva Oliveira, Jaciara Soares,
Taisa Lewitzki, Ana Maria do Nascimento Mou- Kaliane Raimundo de Souza, Lidiane dos Santos, Covid-19, no Território Mendonça. nas do estado do Rio Grande do Nor-
ra, Neide Campos, Laura Carolina Borges, Rita Liziane Campos, Marcelo Oliveira, Neide Campos,
Neves, Poliana de Souza Nascimento e Tiane de Maria Raissa de Lima Rocha, Milena Soares de Souza Nosso território é formado por 900 te, não é um território demarcado:
Paiva e Souza e Tayse Campos. famílias que vivem nas comunidades “são terras, comunidades, enfim, com
Equipe do Projeto Nova Cartografia Social (Núcleo Assentamento Marajó: Aline Felipe de Paula, Amanda
Rio Grande do Norte) Micaelly Felipe da Silva, Ana Carla Bezerra Pinto Fe- indígenas “Mendonça Potiguara” de processos de construção diferentes.”
lipe, Carla Cristina Menezes da Silva, Cristiane Feli-
Taisa Lewitzki, Ana Maria do Nascimento Moura,
pe, Dainara Góis de Lima, Deize Góes de Lima, Erica
Açucena, Amarelão, Assentamento (Tayse Campos, Amarelão)
Laura Carolina Borges, Rita Neves, José Glebson
Vieira, Rozeli Porto, Francisco Cândido Firmia- Gabriele Barbosa, Francisco Joseilson da Silva Góis,
no Jr, Adinei Crisóstomo, Lázaro Souza, Manuel Francisco Victor, Jenilson Thyago Elias, José Carlos
Moura e Roberto Carlos M.C. Mendonça de Góis Tavares, José Eduardo Góis da Costa, Kaline
Bezerra Felipe, Luize Góis de Lima, Manoel Henrique
Croquis: Comunidades Indígena Mendonça Po-
tiguara: Amarelão, Assentamento Santa Terezi-
Felipe de Paula, Maria Danielly Góis de Lima, Maria 1
Eduarda Felipe da Costa, Maria Eloise Felipe da Silva,
nha, Assentamento Marajó e Serrote São Bento Maria Erlanea Lima do Sitio, Raissa Vitória Silva de
Góis e Williane Varela do Nascimento.
Elaboração dos Mapas: Poliana de Souza Nasci-
Assentamento Santa Terezinha: Anderson Barbosa San-
mento e Tiane de Paiva e Souza
tos, Brigida de Lima Leotério, Claudiane Pedro do
Fotografias: Taisa Lewitzki Nascimento, Dioclécio Bezerra da Costa, José Ailton
Dias da Silva e Lidiane Rodrigues da Silva.
Digramação e Projeto Gráfico: Ana Paula Arruda Cachoeira: Claudio Soares, Damiana Soares, Francis-
co Félix, Izabelle Oliveira e Maria Betânia Soares.
CONTATO Serrote São Bento: Dialison Mello, Edna Raquel To-
maz, Dona Chiquinha, Genilda Batista da Silva Jus-
Divulgação: Etnologia, Tradição, Ambiente e
tino, Jamily Gabrielly da Costa Silva, Kaline Cassiano
Pesca Artesanal - ETAPA
da Silva, Maria da Conceição Batista, Rejane Batista
Endereço: CCHLA/UFRN | Departamento de An-
da Costa Feitoza e Rogério Batista.
tropologia - ETAPA (Av. Senador Salgado Filho,
3000 – Lagoa Nova, Natal/RN - 59078-970)
Contatos: pncs.nucleo.rn@gmail.com
(84) 3342-2240 Organização do Povo Indígena Mendonça - OPIM
opim22.rn@gmail.com
ivoneideaca@hotmail.com

Ficha catalográfica elaborada por Rosiane Pereira Lima - CRB 11/963

N935 Nova cartografia social do Nordeste / Território Mendonça: práticas, conhecimentos e for-
mas de organização, n. 4 (jun. 2022) / Coord. da pesquisa: Rita Neves; Taisa Lewitzki, Cruz das
Almas: EDUFRB, 2022.
Irregular
Coordenação geral: Franklin Plessmann de Carvalho, Juracy Marques e Vânia Fialho.
20 p.

ISSN: 2763-7174

1. Povos indígenas. 2. Processos de territorialização. 3. Conhecimentos tradicionais. I. Título.

CDU 39:304
TERRITÓRIO MENDONÇA: PRÁTICAS, CONHECIMENTOS E FORMAS DE ORGANIZAÇÃO 1
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O projeto “Nova cartografia em diálogo com IFRN e MEC, coor-
social do Território Mendonça” sur- denaram sozinhos as ações forma-
giu a partir do interesse apresenta- tivas do programa por considerar
do por Dona Neide, liderança Men- a importância de formação de pro-
donça representante do Amarelão, fessoras/es por meio de pedagogias
que expressou o desejo de atualizar diferenciadas para o fortalecimento
um mapa já existente na comuni- da identidade Mendonça.
dade. O mapa havia sido feito na A partir do Organização do
década de 1990, pela Irmã Terezi- Povo Indígena Mendonça (OPIM), o
3 nha Galles, e representava todas as processo da cartografia que se ini- 7
casas da comunidade, dividindo-as ciou com as comunidades de Ama-
em setores, possibilitando sua utili- relão, Assentamento Marajó, Assen-
zação para organização e distribui- tamento Santa Terezinha e Serrote
ção de recursos, ações locais e diá- São Bento se estendeu às demais co-
logo com órgãos públicos. munidades do Território, abrangen-
A ação também foi motivada do Açucena e Cachoeira, e ampliou
por uma demanda de professores as temáticas e demandas acerca da
e professoras indígenas em produ- representação da territorialidade do
zir materiais didáticos/pedagógicos povo Mendonça por meio do Nova
para educação escolar indígena, por Cartografia Social.
meio do curso Ação Saberes Indíge- Em meio à pandemia da Co-
4 nas na Escola, programa vinculado à vid-19 e à adoção de medidas preven- 8
Secretaria de Educação Continuada, tivas à transmissão do Sars-CoV-2, a
Alfabetização, Diversidade e Inclusão metodologia de mapeamento foi
(SECADI) do Ministério da Educação tecida por arranjos locais, em um
(MEC). Esse programa foi fruto das processo metodológico que pode
reivindicações do movimento indí- ser sistematizado em três etapas, as
gena junto ao MEC desde o ano de quais serão detalhados adiante: ofi-
2010 e, no Rio Grande do Norte, teve cinas e encontros nos quais profes-
início em 2016, sendo administrado soras/es e lideranças se disponibili-
pelo Instituto Federal de Educação, zaram para desenhar sobre o tecido
Ciência e Tecnologia do Rio Grande cada uma de suas comunidades;
do Norte (IFRN) – Campus Cangua- caminhadas e mapeamentos de lu-
5 retama. No contexto de pandemia gares importantes para a memória
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e suspensão de atividades presen- e para a resistência dos Mendonça;
ciais pelas instituições de ensino e, por fim, um momento de acordar
superior, as lideranças organizadas coletivamente a configuração final
no Fórum de Lideranças Mendonça, do fascículo.

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Primeiramente, o trabalho se telas de algodão cru, a partir de técni-
iniciou pelas oficinas e encontros que cas de tecelagem, pintura, desenho,
aconteceram na Associação Comuni- bordado, colagem e aplicação de ma-
tária do Amarelão, na Escola Estadual teriais como sementes, tecidos e bo-
Indígena Professor Francisco Silva do tões. Cada comunidade elaborou seu
Nascimento, na Associação Comunitá- mapa de tecido como croqui da car-
ria Serrote São Bento e no interior de tografia digital, mas, sobretudo, para
casas de professoras/es e lideranças uso no cotidiano da educação escolar
de Assentamento Marajó e Assenta- indígena e no processo formativo das
mento Santa Terezinha. Realizamos associações, onde os mapas estão ex-
reuniões, divididos em pequenos postos. Ainda nessa etapa, de forma 11 12 13
grupos de trabalho, para elaboração paralela, elaboramos os desenhos
dos mapas de tecidos, com croquis para legendas do fascículo represen-
desenhados primeiramente no papel tativo de elementos importantes das A segunda etapa caracterizou- Marajó, as caminhadas envolveram
para então serem confeccionados em comunidades e do território. -se pelas visitas a cada comunidade a Articulação de Jovens Indígenas de
por meio de caminhadas e deslo- Marajó (AJIM), formada por jovens e
camentos de moto e de carro para adolescentes indígenas, lideranças e
coleta de pontos de GPS (Global Po- pessoas mais velhas que contaram
10 sitioning System), momento em que histórias e compartilharam conhe-
conversas, entrevistas, fotos e vídeos cimentos locais com os mais jovens;
foram captados. Na impossibilidade em Cachoeira, as caminhadas acon-
de reunirmos muita gente, o proces- teceram com a liderança Bethânia e
so foi diferenciado em cada localida- pessoas que são reconhecidas local-
de, dependendo da disponibilidade mente como detentoras das “histó-
das pessoas e de transporte: nas co- rias antigas”; e, por fim, em Açucena,
munidades de Amarelão e Santa Te- a caminhada foi guiada por Ednete,
rezinha, a moto foi a principal forma liderança e presidenta da associa-
de circulação da pesquisadora Taisa ção comunitária. Assim, foi possível
com as lideranças locais Rayssa, Ivo- identificar diferenças entre as co-
neide, Kaline e Dioclecio; enquanto munidades em relação à forma de
em Serrote São Bento, as caminha- circulação pelo Território Mendonça
das aconteceram com a companhia e interação com lugares e pessoas.
das lideranças Rejane e Genilda que Nesse percurso, vale destacar a im-
se estenderam ao Território com portância das associações comunitá-
Dona Chiquinha, Rogério e Jamilly, rias indígenas coordenadas pelas li-
caçadores e detentores de conheci- deranças que formam a Organização
mentos da mata em relação à caça do Povo Indígena Mendonça (OPIM),
de animais, coleta de plantas medi- fundamental para viabilizarmos as
cinais e de méis; já no Assentamento ações dentro do território.

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São Bento), 104 textos descritivos horta, capim, plantação de palma, cam o TERRITÓRIO; a IDENTIDADE
das legendas elaboradas no âmbito tanajura, plantio de bananeira, plan- MENDONÇA, abarcando práticas
da Ação Saberes Indígenas na Escola tio de batata doce, sementes para e conhecimentos tradicionais, ex-
e coletados 232 pontos de GPS (6 - plantio; água: açude, barragem, bar- pressos nas formas socioprodutivas,
Açucena, 81 - Amarelão, 51 - Assen- reiro, cacimba ativa, cacimba não ofícios tradicionais e formas de or-
tamento Marajó, 23 - Assentamento ativa, cacimbão ativo, cacimbão não ganização; CONFLITOS E AMEAÇAS
Santa Terezinha, 28 - Cachoeira e 43 ativo, caixa d’água, cisterna, cisterna enfrentados na manutenção do nos-
- Serrote São Bento) articulados pe- calçadão, riacho, poço ativo, poço so modo de vida; e o processo de
las seguintes categorias: organiza- não ativo; comércio comunitário: CARTOGRAFIA.
15 ção/setores: casa de taipa, casa de padaria, mercadinho, bar, oficina, O mapa “Território Mendonça:
alvenaria, barraca de castanha fami- academia, casa do bolo; conflitos Práticas, Conhecimentos e Formas
liar, área de barracas comunitárias; e ameaças: áreas de desmatamen- de Organização” apresenta o nosso
lugares religiosos: igreja católica, to, falta de água/falta de acesso à modo de vida, abarcando as formas
igreja evangélica, terreiro, monte de água, falta de terra/falta de acesso de produção e reprodução sociocul-
orações; lugares públicos: quadra, à terra, lixo, terrenos de pessoas de tural, ao que corresponde a religio-
escola municipal e estadual, posto fora, parque eólico, gasoduto, fazen- sidade, ofícios tradicionais e práticas
de saúde, cemitério, creche, sede do das, linhas de transmissão, falta de socioprodutivas, assim como confli-
INCRA; lugares comunitários: pá- um posto de saúde; organização: tos e ameaças.
tio de vaquejada, campo de futebol, Organização do Povo Indígena Men-
sede de time; ofícios tradicionais: donça, Associação Comunitária do
curadeira, caçador, parteira, pessoa Amarelão, Associação Indígena As-
que faz garrafada, artesã; pontos de sentamento Santa Terezinha, Asso- 16
A terceira etapa foi um proces- memória: Pedra das Letras, Pedra ciação Comunitária Serrote São Ben-
so contínuo de diálogo e de acordo do Sino, Tanque de Pedras, Cacim- to, Articulação dos Jovens Indígenas
nos encontros e em conversas com ba Salgada, Museu da Cultura Men- de Marajó, Associação Indígena de
as lideranças locais para a defini- donça, Açude, Gameleira, Linha Fér- Marajó, Associação Pró-Ativa de Açu-
ção dos temas geradores, mapas e rea, Mercadinho de Jale, Umbuzeiro, cena e Associação Cachoeira.
legendas deste fascículo. Ao todo, Casa do Seu Luiz Batista, Ruínas Casa A presente publicação traz
foram elaborados três croquis em de Farinha, Caixa d’Água, Casa Gran- esse mapeamento, que resulta das
papel (Assentamento Marajó, Assen- de, Casa de Pedra, Casa de Farinha, demandas e perspectivas das pes-
tamento Santa Terezinha e Serrote Pé de Figo, Pé de Pitomba, Cemitério soas que nele tomaram parte sobre
São Bento), cinco croquis em tecido dos Anjos; práticas tradicionais de aquele momento específico, por
(Amarelão, Assentamento Marajó, uso do território: área de caça, área meio de textos elaborados por nós,
dois do Assentamento Santa Terezi- de pesca, áreas comunitárias, lote professoras/es indígenas, sobre as
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nha e Serrote São Bento), 186 dese- produtivo, lote preservação, guabi- legendas, bem como das falas de
nhos de legendas, (56 - Amarelão, 42 raba, cajuzeiro, umbuzeiro, pinha, nossas lideranças e jovens indígenas
- Assentamento Marajó, 51- Assenta- coqueiro, uso de plantas medicinais, durante o processo, enfatizando:
mento Santa Terezinha, 37 - Serrote criação de animais, roçado, roça, os pontos de memória que demar-

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TERRITÓRIO
Então é um território que tem tudo para só aqui, só conseguiram re-
seis aldeias, as únicas comunidades sistir Amarelão e Serrote São Bento, e a
que nunca saíram dessa area são Ama- partir daí os Mendonça começaram a
relão e Serrote São Bento. O pessoal de criar estratégias para retomar o terri-
Cachoeira foi um indígena que migrou tório. E essas estratégias foi junto com
pra lá e o processo lá foi tipo um paga- o INCRA, foi fazendo financiamento
mento de uma terra, uma coisa assim. com as secretarias para comprar fa-
Aí tem Santa Terezinha e Marajó que zendas. (Tayse Campos, Amarelão) Os pontos de memórias são a história da nossa origem, identidade e
são assentamentos de reforma agrária O pessoal chama aqui a Casa de cultura, onde é através deles que podemos representar e mostrar a
vinculados ao INCRA, administrados Pedra dos Monte, eu vi minha vó dizen- memória viva que tem nosso povo, onde cada um tem um significado
pelo INCRA. Tem Açucena, que é um do que aqui era um homem que fazia marcante para nossa comunidade e território.
programa de terra pelo crédito rural promessa e o pessoal vinha pra cá fa- (Beatriz dos Santos Nascimento, Amarelão)
pela Secretaria de Agricultura. Então, zer promessa e ficava bom, e minha
cada comunidade tem um processo de vó dizia quando era viva que ele tinha
construção e criação diferente, mes- enricado aqui, o porquê ela nunca me
Os pontos de memória a gen- a placa ali? É proibido. Nós vem de
mo todas essas comunidades estando explicou. Muita pessoa vem de fora co-
te colocou cacimbão, casa grande, a cabido. Desde criança… a gente vem
dentro do território historicamente nhecer aqui esse canto, o pessoal acha
casa de farinha, também o pé de pi- aqui para esses mato caça mel para
ocupado, então o que acontece, era muito bonito aqui. (Maria Betânia
tomba, o riacho e os lugares públicos sobreviver, tá pensando que era brin-
tudo território indígena, depois vieram Soares, Cachoeira)
que a gente acha interessante, o cam- cadeira? Antigamente era mais difícil.
po, a quadra, a igreja, a nossa escola. Meu pai, ele era profissional em subida
(Kaline Bezerra Felipe, Assenta- e descida, meu pai era um índio, um
18 mento Marajó) índio mesmo, um índio puro era meu
Esse lugar aqui é a caverna dos pai, meu pai era índio do Amarelão
indígenas, foi os indígenas que fizeram mesmo. (Dona Chiquinha, Serrote
isso aqui, no tempo antigo, quando os São Bento)
índios chegaram aqui no Rio Grande A Casa de Luiz Batista é uma
do Norte fizeram isso aqui, eu acho das casas mais antigas da comunida-
que essas pedra aqui já caiu, acho que de Serrote de São Bento. Tem aproxi-
quando eles moravam aqui não tinha madamente mais de 62 anos de sua
isso aqui não. Eles moravam aqui den- construção e até hoje se mantém com
tro, os índios, nossos antepassados a mesma estrutura [...] na casa de Luiz
moravam aqui dentro desse buraco. Batista e Julia Maria, foi onde começou
Aqui tinha onça, tinha gato do mato. toda história religiosa da comunidade
Aqui é proibido a gente vir, você viu [...] Julia sua esposa tinha um sonho de

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construir uma capela na comunidade
e o seu sonho hoje está sendo realiza-
tanto suprir a necessidade de água
do Território Mendonça, quanto para
PRÁTICAS, CONHECIMENTOS E FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
do por filhos, netos, e toda comunida- manter a questão dos animais, muitas
de. (Genilda Batista da Silva Justi- pessoas do território saíam da comu-
no, Serrote São Bento) nidade do Amarelão, de Santa Terezi- Pra gente a concepção de ser que são: o assentamento Marajó, a co-
[Umbuzeiro] Ponto de memória nha e próprio do Serrote pra vir pegar Mendonça é ser do grupo familiar, en- munidade de Açucena, Serrote de São
que é de extrema importância para a água aqui, esse um ponto de memó-
tão, ter algum vínculo com Mendonça, Bento, Amarelão e Assentamento Santa
comunidade de Santa Terezinha. Foi lá ria do meu povo, do povo Mendonça.
e esse vínculo familiar ele é estabelecido Teresinha. Então, todas são indígenas,
nesse umbuzeiro centenário que acon- Até hoje as pessoas ainda vêm a esse
pelas famílias através dos sobrenomes de etnia Potiguara e, no caso, “Mendon-
teceu alguns encontros na construção açude tanto para pegar água quanto
familiares, normalmente entre os Men- ça”, porque se autodenominam… nós
do Assentamento [que na época era a para deixar os animais aqui, como
donça eles vão ter os sobrenomes Bar- nos autodenominamos “Mendonças
fazenda Saramandaia]. Algumas lide- você pode ver têm vacas, ele é conhe-
bosa, Silva, Nascimento, Bezerra, Batis- do Amarelão”. Nesse sentido, o nosso
ranças contam que ele foi um ponto cido por Açude dos Bodes. Por muitos
ta, Anísio, então a gente liga muito ao território vive da [castanha]… todas as
de apoio para as pessoas discutirem anos as pessoas vinham deixar aqui os
tronco familiar. (Dioclecio Bezerra, seis comunidades têm como principal
as suas demandas. Hoje em dia o Um- bodes, tem muita pedra, tinha muita
Assentamento Santa Terezinha) fonte de renda, o beneficiamento da
buzeiro está ainda de pé, símbolo de água para os animais se manterem.
O território Mendonça é for- castanha de caju. É um beneficiamento
luta e esforços da comunidade indí- Pra não haver necessidade de carregar
mado por seis comunidades e está na de forma artesanal, onde eles fazem a
gena de Santa Terezinha. (Brigida de água daqui, lá pra comunidade pra
região do Mato Grande, no estado do torra da castanha no quintal de casa e
Lima Leotério, Assentamento San- dar essa água para os animais. Todo
Rio Grande do Norte. Uma dessas seis beneficia, para depois haver a comer-
ta Terezinha) mundo vem, deixam os animais aqui
Os mais velhos da comunidade e posteriormente levam a água pra comunidades está localizada no territó- cialização – onde vai para Recife, para
repassam que esse açude era utili- casa. (Dioclécio Bezerra da Costa, rio de Jardim de Angicos, que é a comu- Natal, para alguns municípios da Paraí-
zado pela comunidade com o intuito Assentamento Santa Terezinha) nidade de Cachoeira e, as outras cinco ba e de Pernambuco. (Neide Campos,
estão no município de João Câmara – Amarelão)

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A agricultura é uma atividade
muito importante na comunidade. Ela
vem sendo repassada desde os ante-
passados até os dias atuais para os
nossos descendentes. Isto é tão prová-
vel que foi em busca de espaços para
se trabalhar que surgiu o interesse em
algumas famílias se reunir para reto-
mada das terras indígenas no territó-
24 rio Mendonça, e em outras localida-
des. Para se trabalhar nas terras elas é de baixo custo e de rápida constru- A ciência da mata, igual tive con-
foram divididas em grupos de assen- ção. Ainda existente na comunidade, tato, é a maior ciência que pode existir
tados e por lotes para as famílias que a casa de taipa é um símbolo de cultu- é a mata, para aqueles que entendem,
pertencem ao Assentamento. Nas ter- ra e resistência. (Kaline Cassiano da que não querem correr atrás de médi-
ras são cultivadas e plantadas várias Silva, Serrote São Bento) co, igual muitos da gente que é criado,
espécies de plantas. Como por exem- Nós estamos aqui no açude que é agricultor. Alguns correm para
plo: milho, feijão, gergelim, batata dos Barro, viemos andar por aqui o médico, mas outros correm para o
doce, jerimum, cajueiro entre outros. dentro da mata, descobrir algumas mato, então, essa é a ciência que en-
(Brigida de Lima Leotério, Assen- coisas, olhar as águas, já vim várias contrei já pela minha mãe. (João José
tamento Santa Terezinha) vezes aqui no açude dos Barro pegar de Paiva (João Boi), Amarelão)
A criação de animais é uma piaba no landuá. Você sabe o que é Como falar da jurema, primei-
25 atividade realizada praticamente por um landuá? É um saco, sabe aquele ro que jurema é ciência, e ciência pra
todas as famílias da comunidade. É saquinho vermelho de pegar cebola gente é a ligação que nós temos com
uma forma de garantir a alimentação na feira, coloca num bambu, sabe o nossos ancestrais, com nosso sagra-
quando a crise econômica aumenta. A que é um bambu? Pois dobra e colo- do. Então, jurema no Território ela
galinha caipira é um coringa do quin- ca, quando levanta tá cheio de piaba. tem uma representatividade muito
tal, sendo um prato bastante deseja- (Damiana Soares, Cachoeira) grande, porque tá ligada justamen-
do pelas visitas, do cozido é feito o pi- Então assim, a tanajura nós co- te a nossas raízes ancestrais, com a
rão muito usado na recuperação das nhece ela como uma formiga, formiga jurema eu consigo fazer banhos de
gestantes, além dos ovos que são uti- de roça, tem certo período que ela sai limpeza, eu utilizo para cicatrização,
lizados em diversas receitas. (Rejane de dentro da reprodução dela, que é utilizo para fazer lambedor, tem todo
Batista da Costa Feitoza, Serrote do formigueiro. Aí é uma coisa que um ritual, que a gente utiliza tanto a
São Bento) aqui todo mundo, quando tá saindo, casca da jurema quanto as folhas no
26 Sendo uma casa tradicional, todo mundo quer pegar, todo mundo território pra questão da medicina
a casa de taipa é construída basica- ajeita pra cumê, tá entendendo? Ela tradicional e também ela representa a
mente com materiais da natureza, são até é boa pra garganta, pra saúde questão ancestral. (Dioclécio Bezer-
eles, barro, vara, e madeira roliça. Foi mental. (Deize Góes de Lima, As- ra da Costa, Assentamento Santa
a principal moradia por décadas, pois sentamento Marajó) Terezinha)

12 FASCÍCULO NOVA CARTOGRAFIA SOCIAL DO NORDESTE TERRITÓRIO MENDONÇA: PRÁTICAS, CONHECIMENTOS E FORMAS DE ORGANIZAÇÃO 13
As barracas de castanha an-
tigamente não tinham na comuni-
por causa das barracas, porque tem
sombra, mesas e cadeiras para sen- CONFLITOS E AMEAÇAS
dade, as pessoas trabalhavam no tar-se. Essa construção ajudou mui-
beneficiamento da castanha de caju to as pessoas no beneficiamento da
nos quintais de suas casas, ou árvo- castanha. (Claudiane Pedro do Hoje, no nosso território, uma forma muito reduzida. Esse ano, foi
res perto de casa. Hoje já ficou mui- Nascimento, Assentamento San- das principais ameaças é a falta de mais um ano de seca, que não choveu,
to melhor trabalhar em castanha, ta Terezinha) água. De água potável tanto para o então, a situação foi crítica, porque não
consumo quanto para a produção. Faz choveu. Em 2020, por exemplo, a gente
mais de vinte anos que a comunidade é ainda conseguiu encher algumas cister-
abastecida por carro-pipa. Essas “ope- nas com água para consumo humano,
A Associação Comunitária Amarelão – ACA foi fundada em 21
rações-pipa”, estão canceladas no mu- mas este ano, ninguém conseguiu en-
de maio de 1994 pera irmã Terezinha Tesseles Galles da Con-
nicípio de João Câmara. A Defesa Civil, cher, porque não teve chuva que desse
gregação Imaculado Coração de Maria, do Rio Grande do Sul, e ou seja, o exército, não está abastecen- pra encher. Então, na nossa comuni-
lideranças indígenas moradores da comunidade Amarelão. Com do as comunidades com água. Somente dade, a principal ameaça é a falta de
a criação da ACA e o apoio da irmã Terezinha, a comunidade ini- a prefeitura está fazendo isso, mas de água. (Neide Campos, Amarelão)
ciou um processo de formação política das lideranças indígenas
e fortaleceu a luta por direitos dos povos indígenas no Rio Gran-
de do Norte. (Humeara da Silva Oliveira, Amarelão) 29

[Mercadinho de Jale] É um lugar tabelecimento. (Beatriz dos Santos


em nossa comunidade que virou re- Nascimento, Amarelão)
ferência, onde podemos encontrar de A história de Açucena eu até me
tudo de alimentação, como também emociono um pouco, porque foi meu
de higiene, materiais de casa como gás pai fundador de Açucena. Foi uma ba-
de cozinha, combustível gasolina para talha muito grande, ele lutou muito.
abastecer os transportes. Jales, o dono A gente era do Serrote de São Bento,
do mercadinho, tem um conhecimento lá por falta de terra pra trabalhar e a
muito interessante, o mesmo não sabe água lá é muito escassa, ele viu essa
ler, nem escrever, mas tem consigo um oportunidade de adquirir essa terra.
conhecimento de mundo interessante, Aí ele começou a correr atrás, a ba-
pois faz as compras para seu merca- talhar e formou uma associação com
dinho com a ajuda de desenhos de 20 pessoas, 20 moradores para que
encartes que o mesmo faz, ou com os o banco pudesse financiar a compra
próprios encartes, desta maneira pas- dessa fazenda, dessa comunidade
sando a identificar tudo que precisar chamada Açucena. (Ednete Pedro
ser comprado para repor em seu es- da Silva, Açucena)

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A alta subestação que tá acolá
de fios é uma ameaça pra comunidade,
o desmatamento que a eólica fez que
desmatou e tirou o piçarro da comuni-
dade pra nós é uma ameaça. Um lixão
que tem na entrada da comunidade,
na segunda entrada, que não é causa-
da pelos moradores é causada por co-
merciantes de João Câmara, então pra
31 gente é uma ameaça. [...] Outro ponto
que não sei se vai entrar de ameaça
que é o que a gente não tem é o posto
de saúde, ponto de apoio de saúde que
a gente não tem. [...] A linha de trans-
missão a gente colocou no mapa por- grandes impactos com a chegada dos não vieram, se eu não me engano se
que ela causa risco pra comunidade, parques eólicos na região, bem como, deu em 2015, 2016 esse dano a nossa
tendo em vista que um fio desse caindo o aumento do agronegócio nas fazen- comunidade. (Kaline Bezerra Felipe,
ele atinge até cem metros se eu não me Assentamento Marajó)
das vizinhas, isso afetou diretamente
engano, foi cem metro que disseram, e
a fauna e a flora do nosso território, Faz muitos anos, isso aqui [gaso-
ele caindo nas proximidades de casa
tendo como consequência a migração duto] meu avô ainda era vivo, tem mais
ele pode atingir um bocado de famílias,
32 de casas. Então, pra gente é um risco.
desses animais para outros territórios. de cinquenta anos, eu acho que ainda
(Rejane Batista da Costa Feitoza, mais, tenho trinta anos, meu avô ven-
No momento que aceitaram essa linha
Serrote São Bento) deu essa parte aqui por mixaria, era
de transmissão passar, não pensaram
A piçarreira onde a eólica veio tudo terreno dele, a Petrobras comprou
no bem da comunidade, no bem das
e fez a desmatação todinha da nossa uma partezinha por uma mixaria na
famílias e nem nos riscos que ela ia tra-
área, uma área que era de conserva- época. Aí eles botam essas placas aqui
zer para comunidade, por isso a gente
ção que tinha animais e tudo, e tira- ‘atenção duto enterrado, não escavar,
colocou como risco para comunidade.
ram várias carrada de piçarro daqui não transitar com veículos sobre a fai-
(Kaline Bezerra Felipe, Assenta-
mento Marajó) das eólica e acabou que depois o pes- xa’. Isso aqui Deus me livre se furar ou
Local onde é praticado a caça soal achava espinha de cobras muito estourar, essas casas aqui até ali a es-
de animais para o consumo humano, grandes que eles acabaram matan- cola corre o risco de ter explosão nas
essa prática milenar vem desde os do, os animais que tinha aqui de caça casas, pegar fogo, a gente corre risco,
33 primeiros habitantes da comunidade nessa área sumiram totalmente, por mas fazer o quê? Isso daqui explode,
e é repassado de geração a geração. conta que eles fizeram esse desma- isso aqui é gás de cozinha que passa
É praticado por homens, mulheres, tamento e a devastação da nossa co- aqui, a gente tá quase em cima de um
crianças e adolescentes. Nos últimos munidade como ficou. E ficaram de cano. (Genilda Batista da Silva Justi-
anos essa atividade vem sofrendo vir fazer o reflorestamento e até hoje no, Serrote São Bento)

16 FASCÍCULO NOVA CARTOGRAFIA SOCIAL DO NORDESTE TERRITÓRIO MENDONÇA: PRÁTICAS, CONHECIMENTOS E FORMAS DE ORGANIZAÇÃO 17
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18 FASCÍCULO NOVA CARTOGRAFIA SOCIAL DO NORDESTE TERRITÓRIO MENDONÇA: PRÁTICAS, CONHECIMENTOS E FORMAS DE ORGANIZAÇÃO 19
CARTOGRAFIA SOCIAL LISTA DE FIGURAS
Essa cartografia é muito importante para comunidade, não só para co-
Figura 01: Elaboração do mapa de tecido da comunidade Serrote São Bento. (pág. 1)
munidade, mas assim, para comunidade porque vai representar a gente, vai
Figuras 02 a 05: Oficinas de elaboração dos croquis em papel. (pág. 2)
estar disponível o link para o pessoal acessar, pra ver quais são os pontos
Figuras 06 a 09: Visitas às comunidades e coleta de pontos de GPS. (pág. 3)
importantes da nossa comunidade. Tá sendo muito importante e estou muito
feliz pela empolgação de muitos jovens, que eu não pensava que ia ter essa Figura 10: Mapas em tecido das comunidades de Assentamento Santa Terezinha e

empolgação e eles tão tendo, tão mostrando compromisso que eu me sur- Amarelão, elaborados na Escola Estadual Indígena Professor Francisco Nascimento,

preendi. Eu disse pras meninas que eu nem sei como expressar o que eu senti, por lideranças e professoras/es indígenas. (pág. 4)
aquele momento que os meninos chegaram lá em casa e disseram, o mapa tá Figuras 11 a 13: Desenhos elaborados para representar as usinas eólicas, curandeira
pronto! [...] Então vai ser muito importante, porque a gente tá vendo os jovens e roçado. (pág. 5)
interagir, a gente tá vendo o interesse dos jovens em participar, o conhecimen- Figuras 14 a 17: Oficinas de elaboração dos croquis em papel, mapas em tecido e
to que eles estão adquirindo, os pontos de referência que eles tão chegando e desenho de legendas. (págs. 6 e 7)
dizendo ‘oh é preciso ter esse ponto, esse ponto é importante pra nossa comu- Figura 18: Dona Neide visita a Casa de Pedra, ponto de memória do povo Mendonça
nidade’, ‘ah pai contou que esse ponto é importante pra nossa comunidade’, situado na comunidade de Cachoeira, cerca de 16 quilômetros da comunidade de
‘ah, pai contou que isso daqui era desse jeito, menina como é interessante!’. Amarelão. (pág. 8)
A gente vê que tá motivando os jovens, a comunidade, até os mais velhos, mi- Figuras 19 e 20: Pé de pitomba, ponto de memória da comunidade de Assentamento
nha mãe disse ‘tô doida pra falar’. Então, tá sendo bem interessante mesmo, Marajó. (pág. 9)
espero que não seja empolgação deles só apenas na construção do mapa, que Figura 21: Açude do Bode localizado no Assentamento Santa Terezinha. (pág. 10)
a gente leve pra frente pra nossas buscas da Articulação dos Jovens Indígenas Figura 22: Casa de taipa, comunidade de Amarelão. (pág. 11)
da comunidade que essa Articulação defende, quer defender os direitos dos Figuras 23 a 26: Durante o mapeamento do Território Mendonça, encontramos
jovens, as política públicas voltadas para os jovens e garantir acima de tudo. pelo caminho plantas que são usadas para fins medicinais, saberes compartilhados
(Kaline Bezerra Felipe, Assentamento Marajó) entre pessoas mais velhas e jovens do Assentamento Marajó que participaram da
nova cartografia social. (pág. 12)
Figuras 27 e 28: O beneficiamento de castanha de caju caracteriza a principal ati-
36 37 vidade socioeconômica do Território Mendonça que acontece de forma familiar na
barraca de castanha, situada no quintal das casas ou em áreas comunitárias, no caso
dos assentamentos. (pág. 13)
Figura 29: Visitas de campo, comunidade de Amarelão. (pág. 15)
Figuras 30 a 33: Conflitos e ameaças identificados no Território Mendonça. (pág. 16)
Figura 34: Pedra do Sino, comunidade Serrote São Bento. (pág. 17)
Figura 35: Mapa de tecido da comunidade Serrote São Bento. (págs. 18 e 19)
Figuras 36 a 39: Mapas em tecido elaborados pelas comunidades de Assentamento
Santa Terezinha, Assentamento Marajó, Amarelão e Serrote São Bento. Diferente das

38 39 fotos de apresentação dos fascículos do Projeto Nova Cartografia Social que retratam
o coletivo de pessoas envolvidas no processo de elaboração dos croquis, devido ao
Covid-19 e a medidas de segurança, as oficinas de nova cartografia social foram reali-
zadas em número reduzido de pessoas e fragmentada nas comunidades que formam
o Território Mendonça. (pág. 20)
20 FASCÍCULO NOVA CARTOGRAFIA SOCIAL DO NORDESTE TERRITÓRIO MENDONÇA: PRÁTICAS, CONHECIMENTOS E FORMAS DE ORGANIZAÇÃO 21
22 FASCÍCULO NOVA CARTOGRAFIA SOCIAL DO NORDESTE

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