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Áreas Centrais
Caro participante,
Você está concluindo os estudos sobre Reabilitação Urbana com foco em Áreas Centrais.
Os desafios do planejamento;
Nessa unidade serão destacados alguns aspectos chave para os quais o município deve atentar
na implementação do Plano de Reabilitação Urbana:
1. Planejamento;
2. Pactuação intersetorial;
3. Integração de ações;
5. Viabilidade econômica; e
6. Avaliação e monitoramento.
Salvador - BA
Fonte: Escritório de Referência do Centro Antigo de Salvador
Reabilitação Urbana com foco em Áreas Centrais
Módulo II – Plano de Reabilitação Urbana
Unidade 4 – Desafios para implementação de um Plano de Reabilitação
Urbana
1. PLANEJAMENTO
Você aprendeu na Unidade 3 do Módulo I que a partir de um dado momento foram realizadas intervenções
de reabilitação urbana em vários países. Contudo, há uma série de exemplos de projetos, no Brasil e no
mundo, mal sucedidos em função da adoção de estratégias distanciadas do planejamento urbano, como
um conjunto de projetos isolados.
A execução de obras e ações isoladas atendendo apenas a alguns problemas da área de intervenção, sem
relacionar às causas e outros fatores influentes, não condiz com a realidade e, desta forma, não atende de
modo justo a todos os atores envolvidos. Além disso há desperdício de tempo e recursos.
Paralelamente, verificou-se que, mesmo com a existência de muitas ações de planejamento, os problemas
urbanas persistiram nas grandes cidades brasileiras.
Isso não quer dizer que planejar é equivocado e não gera resultados!
A questão é como planejar e implantar o que foi planejado
Reabilitação Urbana com foco em Áreas Centrais
Módulo II – Plano de Reabilitação Urbana
Unidade 4 – Desafios para implementação de um Plano de Reabilitação
Urbana
1. PLANEJAMENTO
Ações
Deve-se planejar a ordem de execução das ações segundo uma escala de prioridades de curto,
médio e longo prazo.
oportunidade: realizar ações integradas com alguma intervenção que esteja em curso ou ação
prevista em outros planos;
conveniência: optar por fazer uma obra grande para atrair investimentos ou fazer pequenos
projetos-piloto;
viabilidade: econômica, política;
tipos: elencar propostas a partir de suas diferentes modalidades (obras, projetos de leis, etc.); e
graus e escalas de abrangência.
1. PLANEJAMENTO
Prazo
O cronograma de execução das ações é um instrumento básico. Há ações que podem ser executadas
simultaneamente, enquanto outras precedem a finalização de alguma intervenção.
O prazo para realização das licitações não deve ser esquecido, incluindo as
análises jurídicas dos termos de referência e prazos para habilitação, julgamento
de propostas e formalização de contratos.
Custos
Antes da implementação do Plano, deve ser elaborado um planejamento quanto à sua viabilidade
econômica, ou seja: de onde sairão os recursos para implementação das ações propostas?
É importante verificar a condição financeira do município para que a prefeitura municipal não contraia
dívidas que possam inviabilizar a implementação integral das ações.
O equilíbrio fiscal deve ser alcançado por meio de uma cobrança correta e justa de tributos (IPTU e
Contribuição de Melhoria, por exemplo) e aplicação de instrumentos do Estatuto da Cidade (Outorga
Onerosa do Direito de Construir, por exemplo).
Para isso, mais uma vez ressaltamos a importância do Cadastro Territorial Multifinalitário, que você
conheceu na Lição 4 da Unidade 3, como instrumento de política fiscal e urbana.
Reabilitação Urbana com foco em Áreas Centrais
Módulo II – Plano de Reabilitação Urbana
Unidade 4 – Desafios para implementação de um Plano de Reabilitação
Urbana
2. PACTUAÇÃO INTERSETORIAL
Os pactos estabelecidos entre os diversos grupos sociais – civis e políticos - durante o processo de
elaboração devem se fortalecer na etapa de implementação.
O Núcleo Gestor, visto na unidade 3 do módulo II, deve ficar atento para que o Plano seja seguido, de
modo que o trabalho não se perca com o surgimento de “novas prioridades”. Deve também continuar
garantindo a comunicação entre a sociedade civil e o poder público nas instâncias federal, estadual e
municipal.
A atuação do Núcleo Gestor deve
acontecer independente de
mudanças políticas no município.
Nesse ponto, os atores não
vinculados a funções políticas - a
sociedade civil representada no
Núcleo e os técnicos de carreira da
prefeitura - tem papel fundamental
Palmas – TO. Fonte: MCidades
para garantir a continuidade.
Reabilitação Urbana com foco em Áreas Centrais
Módulo II – Plano de Reabilitação Urbana
Unidade 4 – Desafios para implementação de um Plano de Reabilitação
Urbana
3. INTEGRAÇÃO DE AÇÕES
diminuição de custos; e
economia de tempo.
A viabilidade econômica do Plano a ser implantado é uma das grandes preocupações dos gestores.
A prática tem demonstrado que os ações propostas muitas vezes padecem da incerteza quanto a
disponibilização orçamentária para sua implementação. Mas, o que a princípio parece um
problema, pode ser superado se o município tiver iniciativa para buscar meios para incrementar
seus orçamentos. Abaixo apontamos algumas opções:
5. VIABILIDADE ECONÔMICA
Recursos a fundo perdido – Programas federais e estaduais onde o recursos é conseguido sem
ônus. O município, contudo, deve se comprometer com a contrapartida, que no caso do governo
federal ser o concedente, varia de acordo com a região como determina a LDO - Lei de Diretrizes
Orçamentárias.
VIABILIDADE ECONÔMICA
Atração de investidores – Algumas ações propostas podem criar expectativas de ganhos futuros
para que investidores sejam atraídos a custeá-las. Entretanto, a atração dos investidores para
revitalizar a economia não deve ser o foco do Plano de Reabilitação, pois esta estratégia poderá
implicar em perdas irreparáveis de ordem social e cultural na área central.
6. AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO
6. AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO
Indicadores
Para monitorar a implementação do Plano é muito importante que o município estabeleça indicadores
e faça medições periódicas de modo a construir uma base de dados comparativa.
Os indicadores tem a função de corrigir eventuais distorções no que foi planejado e de quantificar os
efeitos do Plano de Reabilitação na área de intervenção
Exemplos de indicadores: empregos gerados, pessoas beneficiadas, imóveis reabilitados, entre outros.
Reabilitação Urbana com foco em Áreas Centrais
Módulo II – Plano de Reabilitação Urbana
Unidade 4 – Desafios para implementação de um Plano de Reabilitação
Urbana
CONSELHOS FINAIS
A área urbana central, assim como outras áreas de intervenção, é, por definição, um espaço
heterogêneo. Assim, deve-se garantir que após o Plano essa diversidade seja mantida ou
ampliada, seja em relação aos tipos de uso, quanto à renda dos moradores e usuários.
Durante décadas o espaço urbano foi utilizado de modo a reafirmar e reproduzir formas injustas
de ocupação. O Plano de Reabilitação pode ser um instrumento para buscar a reversão deste
modelo, tentando não perpetuar relações sociais que tem gerado tantos conflitos e violência nas
nossas cidades.
CONSELHOS FINAIS
O Plano elaborado refere-se a um perímetro específico. As proposições para a área podem até ser
realizadas em outras regiões da cidade. Contudo, o plano traz o diagnóstico das necessidades de um
local específico. Assim, não é possível sua replicação automática para outras áreas da cidade. Do
mesmo modo, não é possível diminuir a área de intervenção por se constatar não haver condições
financeiras de arcar com todos os custos do Plano de Reabilitação.
Caro participante,
Esperamos que este seja um instrumento útil ao seu município para a construção de cidades
mais justas e democráticas.
Boa sorte!