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Lei Pro Aguas PDF
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O PREFEITO DE MANAUS, usando das atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 80, inciso IV
da LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE MANAUS,
FAZ SABER que o Poder Legislativo decretou e eu sanciono a seguinte
LEI:
CAPITULO 1
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1° O Programa de Tratamento e Uso Racional das Águas nas Edificações – Pró-Águas tem
como objetivo instituir medidas que induzam à preservação, tratamento e uso racional dos recursos
hídricos nas edificações, inclusive com a ultilização de fontes alternativas para captação de águas.
Art. 3° Para o atendimento dos objetivos do PRÓ-ÁGUAS, devem as novas edificações observar
as normas urbanísticas e ambientais de âmbito municipal, especialmente:
I - junto ao órgão municipal responsável pelo desenvolvimento urbano, de acordo com o Plano
Diretor Urbano e Ambiental do Município de Manaus e leis complementares:
a) aprovação do projeto da edificação, com a apresentação da licença ambiental prévia ou de
conformidade;
b) licenciamento da obra, com a apresentação da licença de instalação ambiental e dos projetos
hidro-sanitários aprovados pela concessionária responsável, este último no prazo de 180 dias, contados da
data do licenciamento;
c) solicitação de “habite-se”, com a apresentação da licença ambiental de operação, certificado de
ligação de água e certificado de execução do sistema de tratamento de efluentes pela concessionária
responsável.
II - junto ao órgão municipal responsável pelo meio ambiente, de acordo com o Código Ambiental
do Município de Manaus:
a) solicitação de licença ambiental prévia ou de conformidade;
b) solicitação de licença ambiental de instalação, com a apresentação de projetos hidro-sanitários
e tratamento de esgoto, bem como projeto de drenagem, este último aprovado pelo órgão municipal
responsável pelas obras públicas;
c) solicitação de licença ambiental de operação, com a apresentação de cópia do alvará de
construção respectivo e comprovação da execução do sistema de tratamento de esgoto.
III - junto à concessionária responsável pelos serviços de abastecimento de água e tratamento de
esgoto:
a) aprovação dos projetos hidro-sanitários;
b) vistoria para certificação da execução do sistema de tratamento de efluentes e de ligação de
água desprovido de sistema público de coleta e tratamento de esgoto, sendo obrigatória a instalação de
um sistema de tratamento de esgoto de característica doméstica que atenda ao sistema de tratamento pré-
tratamento, tratamento primário, secundário e desinfecção ou a sistema que atenda aos parâmetros da
legislação em vigor.
Art. 4° Os sistema hidráulico-sanitários de novas edificações devem ser projetados visando não
apenas o conforto e segurança dos usuários, mas também a sustentabilidade da gestão dos recursos
hídricos.
Art. 5° Nas ações de tratamento e uso racional das águas em edificações construídas a partir da
vigência desta Lei, serão preferencialmente utilizados aparelhos e dispositivos que evitem o desperdício e
uso excessivo de água, tais como:
a) bacias sanitárias de volume reduzido de descarga;
b) chuveiros e lavatórios de volumes fixos de descarga;
c) torneiras dotadas de arejadores;
d) registros controladores de vazão.
§1° Em edificações de condomínio, além dos dispositivos previstos neste artigo, serão também
instalados hidrômetros para medição individualizada do consumo de água por unidade.
§2° Nos ambientes sanitários de uso coletivo das edificações, será obrigatória a utilização de
aparelhos e dispositivos que evitem o desperdício e uso excessivo de água.
CAPÍTULO 2
DO TRATAMENTO DE ESGOTO DE CARACTERÍSTICA
DOMÉSTICA
Art. 10. Após a vistoria para certificação da execução do sistema de tratamento de efluentes e da
ligação de água, bem como da adequação do sistema em empreendimento já instalado, os responsáveis
pelo mesmo poderão repassar a sua manutenção e operação à concessionária responsável pelos serviços
de abastecimento de água e tratamento de esgoto, que não poderá recusar-se ao recebimento.
Parágrafo único. Nos locais onde exista rede coletora e tratamento, o repasse será obrigatório,
exceto nos casos de reuso da água tratada.
Art. 11. É obrigatória a apresentação bimestral dos laudos dos efluentes, de acordo com os
parâmetros que o Poder Público Municipal julgar necessário, observados os artigos 15 e 34 da Resolução
CONAMA n° 357, de 17 de março de 2005.
§ 1° Quando julgar necessário, o órgão competente poderá realizar contra-prova do laudo dos
efluentes apresentado pelo empreendimento.
§ 2° Os empreendimentos que comprovarem o atendimento do previsto no caput deste artigo serão
autorizados pelo órgão municipal responsável pelas obras públicas a lançar seus efluentes tratados na
rede de drenagem de águas pluviais.
§ 3° Os empreendimentos já instalados ficam obrigados a atender os parâmetros de tratamento de
efluentes, seja qual for o método do tratamento, a fim de obterem a renovação de sua licença ambiental,
sendo responsável pela adequação o requerente da renovação da licença ambiental.
Art. 12. O empreendedor fica obrigado a informar, quando da entrega do empreendimento, sobre o
funcionamento e operacionalização da estação de tratamento de esgoto, inclusive fornecendo o manual de
operação respectivo ao síndico ou administrador do condomínio, após vistoria final da concessionária.
Art. 13. A destinação dos resíduos sólidos oriundos do processo de depuração deverá ser
realizada por empresa com licença na atividade fim encaminhada ao tratamento e destino final adequado,
disponibilizado pelo Poder Público, de acordo com as normas técnicas aplicáveis.
Art. 14. Os loteamentos que atenderem ao disposto nesta Lei quanto ao sistema de tratamento de
esgoto e obtiverem aprovação e vistoria da concessionária, poderão repassar sua manutenção à mesma,
mediante o pagamento de tarifa vigente.
CAPITULO 3
DO INCENTIVO AS FONTES ALTERNATIVAS DE
ABASTECIMENTO
Art. 15. As disposições deste capítulo poderão ser observadas na elaboração e aprovação dos
projetos de construção de novas edificações, conforme definido a seguir.
SEÇÃO 1
DO INCENTIVO À CAPTAÇÃO E APROVEITAMENTO DE
ÁGUAS PLUVIAIS
Art. 16. A água das chuvas poderá ser captada nas edificações e encaminhada a um reservatório
para ser utilizada, após tratamento adequado, em atividades que não requeiram o uso de água potável,
tais como:
I - rega de vegetação, inclusive hortas;
II - lavagem de roupa;
III - lavagem de veículos;
IV - lavagem de vidros, calçadas e pisos;
V - descarga em vasos sanitários;
VI - combate a incêndios;
VII - recarga de lençol freático.
Art. 17. Nos novos empreendimentos ou ampliações, que tenham área impermeabilizada superior
a quinhentos metros quadrados, é obrigatória a implantação de reservatórios que retardem o escoamento
das águas pluviais para rede de drenagem.
§ 1° Ficam dispensados de construir o reservatório para captação de águas pluviais os
empreendimentos já instalados, desde que atendam à taxa de permeabilidade conforme a legislação
urbanística.
§2° Os empreendimentos já instalados que implantarem, espontaneamente, o reservatório de
águas pluviais, poderão requerer os incentivos previstos no art. 81 da Lei n° 605, de 24 de julho de 2001, e
sua regulamentação.
Art. 19. Sempre que houver aproveitamento das águas pluviais para finalidades não-potáveis,
conforme o art. 16, deverão ser atendidas as normas sanitárias vigentes e as condições técnicas
específicas estabelecidas pelo órgão municipal responsável pela vigilância sanitária visando:
I - evitar o consumo indevido, definindo sinalização de alerta padronizada a ser colocada em local
visível junto ao ponto de água não-potável e determinando os tipos de utilização admitidos para água não-
potável;
II - garantir padrões de qualidade da água apropriados ao tipo de utilização previsto, definindo os
dispositivos, processos e tratamentos necessários para a manutenção desta qualidade;
III - impedir a contaminação no sistema predial destinado à água potável, sendo terminantemente
vedada qualquer comunicação entre este sistema de aproveitamento, o sistema predial destinado à água
potável e o sistema de abastecimento da concessionária.
SEÇÃO 3
DO REUSO DE ÁGUAS SERVIDAS
Art. 20. Após tratamento adequado, será permitida a reutilização de águas servidas nas seguintes
atividades:
I – rega de vegetação, exceto hortas;
II – descarga em vasos sanitários;
III – combate a incêndios; e
IV – recarga de lençol freático.
§ 1° Sempre que houver aproveitamento das águas servidas para as finalidades acima, deverão
ser atendidas as normas sanitárias vigentes e as condições técnicas especificas estabelecidas pelo órgão
municipal responsável pela vigilância sanitária visando:
I – evitar o consumo indevido, definindo sinalização de alerta padronizada a ser colocada em local
visível junto ao ponto de água não-potável e determinando os tipos de utilização admitidos para a água
servida;
II – garantir padrões de qualidade da água apropriados ao tipo de utilização previsto, definindo os
dispositivos, processos e tratamentos necessários para a manutenção desta qualidade;
III – impedir a contaminação do sistema predial destinado à água potável, sendo terminantemente
vedada qualquer comunicação entre este sistema de reaproveitamento, o sistema predial destinado à água
potável e o sistema de abastecimento da concessionária.
§ 2° Os empreendimentos que implantarem, espontaneamente, o sistema de reuso de águas
servidas, poderão requerer os incentivos previstos no art. 81 da Lei n° 605, de 24 de julho de 2001, e sua
regulamentação.
Art. 21 – A presente Lei não se aplica a templos religiosos de qualquer culto próprios ou alugados,
ficando as mesmas isentas também do cumprimento da Portaria 11 de 05 de março de 2007 e da
Resolução 131/2006 do Conselho Municipal de Meio Ambiente.
Art. 22. O não cumprimento das disposições desta Lei implica a negativa de concessão das
Licenças Ambientais e Alvarás de Construção pertinentes e/ou suas renovações e outras penalidades,
conforme a Lei n° 605, de 24 de julho de 2001.
Art. 23. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 120 dias, estabelecendo os
requisitos necessários à elaboração e aprovação dos projetos de construção, instalação e
dimensionamento dos aparelhos e dispositivos destinados ao tratamento e uso racional da água a que a
mesma se refere, inclusive quanto ao cálculo da capacidade do reservatório para captação de águas
pluviais.
Art. 24. Esta Lei entra em vigor em 90 (noventa) dias, contados da sua publicação.