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A Reação Álcali-Agregado e Suas Características PDF
A Reação Álcali-Agregado e Suas Características PDF
RESUMO
This article presents content about alkali-aggregate reaction (ARR), in which the
phenomenon was defined and classified, followed by a brief history about
researches, which have resulted in some test methods. Main factors of the reaction
and consequences of the phenomenon in constructions have been discussed in this
text. Prevention has mentioned such as the main way to combat the reaction. The
text aims to inform about the need ofalerting the possibility of occurrence of
this phenomenon in works, so as to prevent damages to building structures. A
bibliography research was realized to gather information that results the presented
text. Thus, it is understood that this issue deserves close attention byresearchers
and construction professionals
INTRODUÇÃO
DEFINIÇÃO
A RAA é uma reação química que ocorre na parte interna do concreto, envolvendo
hidróxidos alcalinos, provenientes principalmente do cimento, e minerais presentes
nos agregados. Este fenômeno gera produtos (gel sílico alcalino) que, na presença
de umidade, podem expandir, gerando pressões que provocam fissurações ou
deslocamentos no concreto, o que resulta em perda de resistência, elasticidade e
durabilidade. Segundo Nogueira (2010, p. 5), “a possibilidade de ocorrência da RAA
está condicionada à interação entre a quantidade deálcalis disponíveis e a
potencialidade reativa dos agregados”. Mas estes fatores não são os únicos que
provocam a reação, pois influências do meio externo também contribuem para o
processo, como a temperatura e a umidade (BICZOK et al., 1972apud NOGUEIRA,
2010, p. 5).
Este tipo de RAA é a “mais conhecida e relatada no meio técnico, sendo a que
normalmente ocorre mais rapidamente, em função das formas minerais de sílica
reativas envolvidas” (HASPARYK, 2005, p. 36).
• Reação álcali-silicato:
Ocorre da mesma maneira que a RAS, porém, mais lentamente, fato este devido ao
tamanho das partículas dos minerais reativos.
• Reação álcali-carbonato:
HISTÓRICO
Segundo Nogueira (2010) o primeiro relato de RAA foi na década de 1930 nos
Estados Unidos, no estado da Califórnia, sendo observado fissuras e expansões em
estruturas de concreto. Porém os primeiros estudos, realizados por ThomasEdison
Stanton, só foram publicados em 1940 pela American Society ofCivil Engineers –
ASCE (NBR 15577, 2008). Essa publicação supôs que a reação era originada pelos
hidróxidos alcalinos do cimento e pela sílica presente nos agregados, sendo
influenciados pela umidade. Posteriormente,em 1944, foiformada a primeira teoria
para explicar a expansão do gel de sílica, por Hansen, nomeada de pressão
osmótica. Nas décadas de1950 até meados de 1970, foram identificadas muitas
construções na Europa com ocorrência de RAA, porém nesse período as pesquisas
perderam “força”, e só foram retomadas na década de 1970, pela grande quantidade
de ocorrências, onde vários artigos começaram a ser publicados, expandindo o
conhecimento sobre a reação.
No Brasil, conforme a ABNT (2008), inicialmente o estudo da reação, teve como
objetivo aperfeiçoar obras hidráulicas, e só em 1985 se teve relato de RAA no país,
nas barragens de Moxotó e Joanes II, localizadas na região nordeste. Porém Kihara
(1993 apud NOGUEIRA, 2010, p. 7) cita um exemplo na região sul, na década de
1960, na construção da barragem Jupiá. Hoje, as principais pesquisas de RAA no
Brasil são realizadas pela ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland)
juntamente com as universidades e centros de pesquisa privada. Apesar de muitas
ocorrências, houve poucos casos de condenação das estruturas, na grande maioria,
foram colocados estruturas de contensão e realização de manutenções.
CAUSAS
FATORES INFLUENCIADORES
• Agregados Reativos:
Outro fator que aumenta o poder de reação dos agregados são as deformações na
microestrutura do agregado, resultantes de deformações tectônicas. Quanto mais
desestruturado for o agregado mais este poderá ser reativo com os álcalis do
cimento.
• Umidade:
Figueirôa e Andrade (2007 apudSILVA, 2010, p.41) afirmam que “a umidade relativa
necessária para ocorrer a RAA em um elemento de concreto deve ser superior a
80%. Uma umidade relativa acima desse valor tende a ocasionar expansão, embora
o gel possa ser formado em umidades mais baixa”. Por isso estruturas com sistema
de drenagem deficiente, obras hidráulicas - como barragens e concreto - em contato
com umidade são mais susceptíveis à reação álcali-agregado.
• Temperatura:
O nível elevado de calor no ambiente provoca aceleração das reações químicas nas
estruturas de concreto, constatando-se que na medida em que se eleva a
temperatura, aumentam as expansões provenientes da reação álcali-agregado.
Funcionando assim como um catalisador da RAA.
• Tensão de confinamento:
• Tempo:
Segundo Taylor (1997 apud HASPARYK, 2005, p. 38), podem ser citados como os
tipos de manifestações de RAA mais comuns os seguintes:
EXEMPLOS DE OCORRÊNCIAS
O RAA, hoje, é uma patologia no concreto em escala mundial, tendo sido detectadas
várias ocorrências. Sendo umas das construções mais propícias, as obras
hidráulicas, comobarragem, tem exemplos em todo o continente. No Brasil, o
exemplo de maior relevância foi o desabamento do Edifício Areia Branca, em
Recife/PE, cuja causa provém da degradação dos materiais das peças de fundação,
em virtude do contato com agentes agressivos e água subterrânea provenientes de
sumidouros, provocando a reação. Deve-se levar em conta que a cidade de Recife
não possui sistema de esgotamento sanitário em todas as áreas residenciais, fato
este que se repete nas grandes cidades brasileiras. É importante ressaltar que a
RAA dificilmente será a causa principal de colapso de uma estrutura, porém ela
desencadeia processos de deterioração, muitas vezes irreparáveis ou com soluções
financeiramente impossíveis, que culminam em desastres.
PREVENÇÃO DA RAA
MÉTODOS DE ENSAIO
Como não existe uma forma de ensaio que avalie com completa confiança e
sensibilidade a possibilidade de ocorrência da RAA, sendo, portanto, difícil indicar a
melhor escolha de material a ser utilizado na fabricação de traços de concreto de
modo a se evitar o fenômeno, o modo ideal de atuação deve ser por meio da
combinação de diversos ensaios, pois todos possuem pontos positivos e também
negativos. Estes testes visam analisar o comportamento dos agregados e de sua
combinação com o cimento, a fim de se verificar a probabilidade de ocorrência de
RAA, para se estudar a melhor maneira de se trabalhar com os agregados, para
evitar o desencadeamento da reação.
• Análise petrográfica
Este método, apesar de ser rápido, não é confiável, pois apresenta falhas na
detecção de reatividade em alguns tipos de agregado. Por isso, não é recomendado
para indicar a tendência de um agregado para a reação e nem os procedimentos
para se evitar a RAA (KUPERMAN et al., 2005 apudNOGUEIRA, 2010, p. 39;
THOMAS et al., 2006 apud NOGUEIRA, 2010, p. 38).
Este método de ensaio, normatizado pela canadense A.23.2-14A (CSA, 2000), pela
americana C-1293 (ASTM, 2005) e pela brasileira NBR 15577-6 (ABNT, 2008), tem
como meta avaliar a disposição que o agregado apresenta para participar da reação.
São moldados três prismas de concreto, as quais são submetidas à cura e, após a
desforma, são feitas as leituras iniciais. Posteriormente, os prismas são
armazenados em recipientes herméticos e revestidos com material absorvente, com
água até (20±5) mm acima do seu fundo, à temperatura de (38±2)ºC, sendo
necessário fluxo de ar no entorno. Segundo Nogueira (2010, p. 41), “as expansões
dos prismas são avaliadas nas idades de 7, 28, 56 dias e, posteriormente, em
períodos mensais, dos 3 aos 12 meses”. O material é julgado inócuo se a expansão
após um ano for inferior a 0,04% e reativo se for acima de 0,04%.
• Método acelerado dos prismas de concreto
• Método Osipov
• Método Químico
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esse trabalho foi possível constatar que o aumento das ocorrências de
estruturas danificadas pela RAA, como: pontes, obras hidráulicas, e infra-estrutura
de prédios, faz necessária a busca por soluções que evitem sua manifestação, pois,
embora não se tenha uma solução imediata, pode-se impedir que novas estruturas
desenvolvam esse problema utilizando medidas eficazes na prevenção, indicadas
pela NBR 15577/2008 (ABNT, 2008), diminuindo assim gastos desnecessários com
manutenção e impedindo, em casos extremos a perda da capacidade operacional da
estrutura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS