Você está na página 1de 134

CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO

DO RIO DE JANEIRO
DÉCIMA-TERCEIRA EDIÇÃO

2007

www.auriverde.com.br
auriverde@auriverde.com
auriverdelivros@hotmail.com

CÓDIGO DE OBRAS ATUALIZADO/1 1


CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO
DO RIO DE JANEIRO
DÉCIMA-TERCEIRA EDIÇÃO

2007

EDITORA AURIVERDE
Fundada em 1963

Todos os direitos reservados.


Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, com fins comerciais,
sujeitos os infratores a sanções civis e criminais.

Organização: Equipe Técnica Auriverde.

Editora Auriverde
Estrada do Guandu, 60, Santa Cruz, telefax (0xx21) 3395-3047,
Rio de Janeiro, RJ.
A EDITORA AURIVERDE foi fundada em 1963 com o objetivo de di-
fundir o conhecimento da lei ao homem do povo. Na época as obras jurídicas e
de legislação estavam em compêndios e tratados volumosos, ricamente enca-
dernados e de elevado valor, ou seja, o conhecimento da lei estava restrito a
uma elite de advogados, juristas e intelectuais. O homem do povo, a popula-
ção em geral, não tinha acesso ao conhecimento da lei, conseqüentemente,
aos seus direitos. Nasceu então a AURIVERDE, publicando e distribuindo a le-
gislação em pequenas obras de acabamento simples e baixo custo, sendo, in-
clusive, a pioneira na distribuição de livros jurídicos em bancas de jornais.
É essa a nossa filosofia até hoje, levar o conhecimento jurídico ao
maior número possível de brasileiros, de maneira clara, explicada, objetiva e a
um custo acessível. Nossas obras são atualizadas, bem acabadas, com inser-
ções de leis e decretos citados no texto, pois para nós o conhecimento, não só
o jurídico, mas em todas as áreas é o diferencial que fará com que nós brasi-
leiros, façamos do nosso País uma nação mais próspera e justa.

Líbero Coelho de Andrade, filho.


Editor
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
LEI N.º 3.145, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2000. Art. 2.º Em 1.º de janeiro de cada exercício
posterior a 2001, os valores que tenham sido con-
INSTITUI PROCEDIMENTO PARA ATUALIZAÇÃO vertidos pela regra do art. 1.º, assim como os
DE CRÉDITOS DA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL demais créditos da Fazenda Pública municipal,
E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. tributários ou não, constituídos ou não, e inscritos
ou não em dívida ativa, serão atualizados pela
O Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro: variação do Índice de Preços ao Consumidor Am-
Faço saber que a Câmara Municipal decreta e plo Especial (IPCA-E), apurado pelo Instituto Bra-
eu sanciono a seguinte lei: sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumula-
Art. 1.° Em face da extinção da Unidade Fis- da no exercício anterior.
cal de Referência (UFIR), em 1.º de janeiro de Art. 3.º Caso o índice previsto nos arts. 1.º e
2001 todos os valores que, na atual legislação do 2.º desta lei seja extinto, ou de alguma forma não
Município do Rio de Janeiro, estiverem expressos possa mais ser aplicado, será adotado outro índice
em Unidades Fiscais de Referência ou, se expres- que reflita a perda do poder aquisitivo da moeda,
sos originalmente em Unidades de Valor Fiscal do dando-se prioridade para o Índice de Preços ao
Município do Rio de Janeiro (UNIF), tenham sido Consumidor-RJ (IPC-RJ), calculado pela Fundação
objeto da conversão a que se refere o art. 2.º do Getúlio Vargas.
Decreto n.º 14.502, de 29 de dezembro de 1995, Art. 4.º Os procedimentos de que trata esta
bem como os créditos da Fazenda Pública Munici- lei serão adotados sem prejuízo para a incidência
pal, tributários ou não, constituídos ou não, e ins- de multas e juros moratórios previstos na legisla-
critos ou não em dívida ativa, serão atualizados ção fiscal do Município.
pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Art. 5.° Esta lei entrará em vigor e produzirá
Amplo Especial (IPCA-E), apurado pelo Instituto efeitos na data de sua publicação, revogadas as
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acu- disposições em contrário.
mulada no exercício de 2000, após, se for o caso,
sua conversão em reais mediante a sua multiplica- Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 2000.
ção pelo valor da UFIR vigente em 1.º de janeiro
de 2000. LUIZ PAULO FERNANDEZ CONDE

[Publicada no "Diário Oficial" do Município do Rio


de Janeiro, de 11/12/2000.]

5
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
DISPOSITIVOS DA CONSTITUIÇÃO § 2.º Esse direito não será reconhecido ao
DO BRASIL mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3.º Os imóveis públicos não serão adquiri-
....................................................................... dos por usucapião.
.......................................................................
TÍTULO VII
TÍTULO VIII
DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
DA ORDEM SOCIAL
.......................................................................
.......................................................................
CAPÍTULO II
CAPÍTULO VI
Da política urbana
Do meio ambiente
Art. 182. A política de desenvolvimento urba-
no, executada pelo Poder Público municipal, con- Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
forme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
funções sociais da cidade e garantir o bem-estar impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
de seus habitantes. dever de defendê-lo e preservá-lo para as presen-
§ 1.º O plano diretor, aprovado pela Câmara tes e futuras gerações.
Municipal, obrigatório para cidades com mais de § 1.º Para assegurar a efetividade desse di-
20.000 (vinte mil) habitantes, é o instrumento reito, incumbe ao Poder Público:
básico da política de desenvolvimento e de expan- I — preservar e restaurar os processos ecoló-
são urbana. gicos essenciais e prover o manejo ecológico das
§ 2.º A propriedade urbana cumpre sua fun- espécies e ecossistemas;
ção social quando atende às exigências fundamen- II — preservar a diversidade e a integridade
tais de ordenação da cidade expressas no plano do patrimônio genético do País e fiscalizar as enti-
diretor. dades dedicadas à pesquisa e manipulação de
§ 3.º As desapropriações de imóveis urbanos material genético;
serão feitas com prévia e justa indenização em III — definir, em todas as unidades da Fede-
dinheiro. ração, espaços territoriais e seus componentes a
§ 4.º É facultado ao Poder Público municipal, serem especialmente protegidos, sendo a altera-
mediante lei específica para área incluída no plano ção e a supressão permitidas somente através de
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do pro- lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
prietário do solo urbano não edificado, subutilizado integridade dos atributos que justifiquem sua pro-
ou não utilizado, que promova seu adequado teção;
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: IV — exigir, na forma da lei, para instalação
I — parcelamento ou edificação compulsórios; de obra ou atividade potencialmente causadora de
II — imposto sobre a propriedade predial e significativa degradação do meio ambiente, estudo
territorial urbana progressivo no tempo; prévio de impacto ambiental, a que se dará publi-
III — desapropriação com pagamento medi- cidade;
ante títulos da dívida pública de emissão previa- V — controlar a produção, a comercialização e
mente aprovada pelo Senado Federal, com prazo o emprego de técnicas, métodos e substâncias que
de resgate de até 10 (dez) anos, em parcelas comportem risco para a vida, a qualidade de vida
anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor e o meio ambiente;
real da indenização e os juros legais. VI — promover a educação ambiental em to-
Art. 183. Aquele que possuir como sua área dos os níveis de ensino e a conscientização pública
urbana de até 250 (duzentos e cinqüenta) metros para a preservação do meio ambiente;
quadrados, por 5 (cinco) anos, ininterruptamente VII — proteger a fauna e a flora, vedadas, na
e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou forma da lei, as práticas que coloquem em risco
de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que sua função ecológica, provoquem a extinção de
não seja proprietário de outro imóvel urbano ou espécies ou submetam os animais a crueldade.
rural. § 2.º Aquele que explorar recursos minerais
§ 1.º O título de domínio e a concessão de fica obrigado a recuperar o meio ambiente degra-
uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a dado, de acordo com solução técnica exigida pelo
ambos, independentemente do estado civil. órgão público competente, na forma da lei.

6
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
§ 3.º As condutas e atividades consideradas vários segmentos da comunidade na formulação,
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, execução e acompanhamento de planos, progra-
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e mas e projetos de desenvolvimento urbano;
administrativas, independentemente da obrigação III — cooperação entre os governos, a inicia-
de reparar os danos causados. tiva privada e os demais setores da sociedade no
§ 4.º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata processo de urbanização, em atendimento ao inte-
Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato- resse social;
grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacio- IV — planejamento do desenvolvimento das
nal, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, den- cidades, da distribuição espacial da população e
tro de condições que assegurem a preservação do das atividades econômicas do Município e do terri-
meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recur- tório sob sua área de influência, de modo a evitar
sos naturais. e corrigir as distorções do crescimento urbano e
§ 5.º São indisponíveis as terras devolutas ou seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;
arrecadadas pelos Estados, por ações discrimina- V — oferta de equipamentos urbanos e comu-
tórias, necessárias à proteção dos ecossistemas nitários, transporte e serviços públicos adequados
naturais. aos interesses e necessidades da população e às
§ 6.º As usinas que operem com reator nu- características locais;
clear deverão ter sua localização definida em lei VI — ordenação e controle do uso do solo, de
federal, sem o que não poderão ser instaladas. forma a evitar:
............................................................................. a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
b) a proximidade de usos incompatíveis ou in-
__________ convenientes;
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o
uso excessivos ou inadequados em relação à infra-
LEI N.o 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001. -estrutura urbana;
d) a instalação de empreendimentos ou ativi-
Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constitui- dades que possam funcionar como pólos geradores
ção Federal, estabelece diretrizes gerais da de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura cor-
política urbana e dá outras providências. respondente;
e) a retenção especulativa de imóvel urbano,
O Presidente da República: que resulte na sua subutilização ou não utilização;
Faço saber que o Congresso Nacional decreta f) a deterioração das áreas urbanizadas;
e eu sanciono a seguinte Lei: g) a poluição e a degradação ambiental;
VII — integração e complementaridade entre
CAPÍTULO I as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o
desenvolvimento socioeconômico do Município e
Diretrizes gerais
do território sob sua área de influência;
Art. 1.o Na execução da política urbana, de VIII — adoção de padrões de produção e
que tratam os arts. 182 e 183 da Constituição consumo de bens e serviços e de expansão urbana
Federal, será aplicado o previsto nesta lei. compatíveis com os limites da sustentabilidade
Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta ambiental, social e econômica do Município e do
lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece território sob sua área de influência;
normas de ordem pública e interesse social que IX — justa distribuição dos benefícios e ônus
regulam o uso da propriedade urbana em prol do decorrentes do processo de urbanização;
bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos X — adequação dos instrumentos de política
cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental. econômica, tributária e financeira e dos gastos
Art. 2.o A política urbana tem por objetivo or- públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano,
denar o pleno desenvolvimento das funções sociais de modo a privilegiar os investimentos geradores
da cidade e da propriedade urbana, mediante as de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos dife-
seguintes diretrizes gerais: rentes segmentos sociais;
I — garantia do direito a cidades sustentáveis, XI — recuperação dos investimentos do Poder
entendido como o direito à terra urbana, à mora- Público de que tenha resultado a valorização de
dia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura imóveis urbanos;
urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao XII — proteção, preservação e recuperação
trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras do meio ambiente natural e construído, do patri-
gerações; mônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e
II — gestão democrática por meio da participação arqueológico;
da população e de associações representativas dos XIII — audiência do Poder Público municipal e

7
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
da população interessada nos processos de im- c) zoneamento ambiental;
plantação de empreendimentos ou atividades com d) plano plurianual;
efeitos potencialmente negativos sobre o meio e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
ambiente natural ou construído, o conforto ou a f) gestão orçamentária participativa;
segurança da população; g) planos, programas e projetos setoriais;
XIV — regularização fundiária e urbanização h) planos de desenvolvimento econômico e social;
de áreas ocupadas por população de baixa renda IV — institutos tributários e financeiros:
mediante o estabelecimento de normas especiais a) imposto sobre a propriedade predial e ter-
de urbanização, uso e ocupação do solo e edifica- ritorial urbana (IPTU);
ção, consideradas a situação socioeconômica da b) contribuição de melhoria;
população e as normas ambientais; c) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;
XV — simplificação da legislação de parcelamen- V — institutos jurídicos e políticos:
to, uso e ocupação do solo e das normas edilícias, a) desapropriação;
com vistas a permitir a redução dos custos e o au- b) servidão administrativa;
mento da oferta dos lotes e unidades habitacionais; c) limitações administrativas;
XVI — isonomia de condições para os agentes d) tombamento de imóveis ou de mobiliário
públicos e privados na promoção de empreendi- urbano;
mentos e atividades relativos ao processo de ur- e) instituição de unidades de conservação;
banização, atendido o interesse social. f) instituição de zonas especiais de interesse
Art. 3.o Compete à União, entre outras atri- social;
buições de interesse da política urbana: g) concessão de direito real de uso;
I — legislar sobre normas gerais de direito ur- h) concessão de uso especial para fins de moradia;
banístico; i) parcelamento, edificação ou utilização com-
II — legislar sobre normas para a cooperação pulsórios;
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os j) usucapião especial de imóvel urbano;
Municípios em relação à política urbana, tendo em l) direito de superfície;
vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar m) direito de preempção;
em âmbito nacional; n) outorga onerosa do direito de construir e
III — promover, por iniciativa própria e em de alteração de uso;
conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os o) transferência do direito de construir;
Municípios, programas de construção de moradias p) operações urbanas consorciadas;
e a melhoria das condições habitacionais e de sa- q) regularização fundiária;
neamento básico; r) assistência técnica e jurídica gratuita para as
IV — instituir diretrizes para o desenvolvi- comunidades e grupos sociais menos favorecidos;
mento urbano, inclusive habitação, saneamento s) referendo popular e plebiscito;
básico e transportes urbanos; VI — estudo prévio de impacto ambiental (EIA)
V — elaborar e executar planos nacionais e e estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV).
regionais de ordenação do território e de desen- § 1.o Os instrumentos mencionados neste ar-
volvimento econômico e social. tigo regem-se pela legislação que lhes é própria,
observado o disposto nesta lei.
CAPÍTULO II § 2.o Nos casos de programas e projetos ha-
bitacionais de interesse social, desenvolvidos por
Dos instrumentos da política urbana
órgãos ou entidades da Administração Pública com
Seção I atuação específica nessa área, a concessão de
direito real de uso de imóveis públicos poderá ser
Dos instrumentos em geral contratada coletivamente.
§ 3.o Os instrumentos previstos neste artigo
Art. 4.o Para os fins desta Lei, serão utiliza- que demandam dispêndio de recursos por parte do
dos, entre outros instrumentos: Poder Público municipal devem ser objeto de con-
I — planos nacionais, regionais e estaduais de trole social, garantida a participação de comunida-
ordenação do território e de desenvolvimento eco- des, movimentos e entidades da sociedade civil.
nômico e social;
II — planejamento das regiões metropolita- Seção II
nas, aglomerações urbanas e microrregiões;
III — planejamento municipal, em especial: Do parcelamento, edificação ou
a) plano diretor; utilização compulsórios.
b) disciplina do parcelamento, do uso e da
Art. 5.o Lei municipal específica para área in-
ocupação do solo;
cluída no plano diretor poderá determinar o parce-
8
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
lamento, a edificação ou a utilização compulsórios ou utilizar não esteja atendida em 5 (cinco) anos,
do solo urbano não edificado, subutilizado ou não o Município manterá a cobrança pela alíquota má-
utilizado, devendo fixar as condições e os prazos xima, até que se cumpra a referida obrigação,
para implementação da referida obrigação. garantida a prerrogativa prevista no art. 8.o
§ 1.o Considera-se subutilizado o imóvel: § 3.º É vedada a concessão de isenções ou de
I — cujo aproveitamento seja inferior ao mí- anistia relativas à tributação progressiva de que
nimo definido no plano diretor ou em legislação trata este artigo.
dele decorrente;
II — (VETADO). Seção IV
§ 2.º O proprietário será notificado pelo Poder
Executivo municipal para o cumprimento da obri- Da desapropriação com pagamento em títulos
gação, devendo a notificação ser averbada no
cartório de registro de imóveis. Art. 8.o Decorridos 5 (cinco) anos de cobrança
§ 3.º A notificação far-se-á: do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha
I — por funcionário do órgão competente do cumprido a obrigação de parcelamento, edificação
Poder Público municipal, ao proprietário do imóvel ou utilização, o Município poderá proceder à desa-
ou, no caso de este ser pessoa jurídica, a quem propriação do imóvel, com pagamento em títulos
tenha poderes de gerência geral ou administração; da dívida pública.
II — por edital quando frustrada, por 3 (três) § 1.º Os títulos da dívida pública terão prévia
vezes, a tentativa de notificação na forma prevista aprovação pelo Senado Federal e serão resgatados
pelo inciso I. no prazo de até 10 (dez) anos, em prestações
§ 4.º Os prazos a que se refere o “caput” não anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor
poderão ser inferiores a: real da indenização e os juros legais de 6% (seis
I — 1 (um) ano, a partir da notificação, para por cento) ao ano.
que seja protocolado o projeto no órgão municipal § 2.º O valor real da indenização:
competente; I — refletirá o valor da base de cálculo do
II — 2 (dois) anos, a partir da aprovação do IPTU, descontado o montante incorporado em
projeto, para iniciar as obras do empreendimento. função de obras realizadas pelo Poder Público na
§ 5.o Em empreendimentos de grande porte, área onde o mesmo se localiza após a notificação
em caráter excepcional, a lei municipal específica a de que trata o § 2.º do art. 5.o desta Lei;
que se refere o “caput” poderá prever a conclusão II — não computará expectativas de ganhos,
em etapas, assegurando-se que o projeto aprova- lucros cessantes e juros compensatórios.
do compreenda o empreendimento como um todo. § 3.º Os títulos de que trata este artigo não te-
Art. 6.o A transmissão do imóvel, por ato “inter rão poder liberatório para pagamento de tributos.
vivos” ou “causa mortis”, posterior à data da notifi- § 4.º O Município procederá ao adequado
cação, transfere as obrigações de parcelamento, aproveitamento do imóvel no prazo máximo de 5
edificação ou utilização previstas no art. 5.o desta (cinco) anos, contado a partir da sua incorporação
Lei, sem interrupção de quaisquer prazos. ao patrimônio público.
§ 5.º O aproveitamento do imóvel poderá ser
Seção III efetivado diretamente pelo Poder Público ou por meio
de alienação ou concessão a terceiros, observando-se,
Do IPTU progressivo no tempo nesses casos, o devido procedimento licitatório.
§ 6.º Ficam mantidas para o adquirente de
Art. 7.o Em caso de descumprimento das con- imóvel nos termos do § 5.º as mesmas obrigações
dições e dos prazos previstos na forma do “caput” de parcelamento, edificação ou utilização previstas
do art. 5.o desta lei, ou não sendo cumpridas as no art. 5.o desta lei.
etapas previstas no § 5.o do art. 5.o desta Lei, o
Município procederá à aplicação do imposto sobre Seção V
a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) Da usucapião especial de imóvel urbano
progressivo no tempo, mediante a majoração da
alíquota pelo prazo de 5 (cinco) anos consecutivos. Art. 9.o Aquele que possuir como sua área ou
§ 1.º O valor da alíquota a ser aplicado a cada edificação urbana de até 250m2 (duzentos e cin-
ano será fixado na lei específica a que se refere o qüenta metros quadrados), por 5 (cinco) anos,
“caput” do art. 5.o desta lei e não excederá a 2 ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a
(duas) vezes o valor referente ao ano anterior, res- para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á
peitada a alíquota máxima de 15% (quinze por cen- o domínio, desde que não seja proprietário de
to). outro imóvel urbano ou rural.
§ 2.º Caso a obrigação de parcelar, edificar § 1.º O título de domínio será conferido ao

9
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
homem ou à mulher, ou a ambos, independente- § 2.º O autor terá os benefícios da justiça e
mente do estado civil. da assistência judiciária gratuita, inclusive perante
§ 2.º O direito de que trata este artigo não o cartório de registro de imóveis.
será reconhecido ao mesmo possuidor mais de 1 Art. 13. A usucapião especial de imóvel urba-
(uma) vez. no poderá ser invocada como matéria de defesa,
§ 3.º Para os efeitos deste artigo, o herdeiro valendo a sentença que a reconhecer como título
legítimo continua, de pleno direito, a posse de seu para registro no cartório de registro de imóveis.
antecessor, desde que já resida no imóvel por Art. 14. Na ação judicial de usucapião especial
ocasião da abertura da sucessão. de imóvel urbano, o rito processual a ser observado é
Art. 10. As áreas urbanas com mais de o sumário.
250m2 (duzentos e cinqüenta metros quadrados),
ocupadas por população de baixa renda para sua Seção VI
moradia, por 5 (cinco) anos, ininterruptamente e
sem oposição, onde não for possível identificar os Da concessão de uso especial para fins de moradia
terrenos ocupados por cada possuidor, são sus-
ceptíveis de serem usucapidas coletivamente, des- Arts. 15 a 20. (VETADOS).
de que os possuidores não sejam proprietários de
outro imóvel urbano ou rural. Seção VII
§ 1.º O possuidor pode, para o fim de contar
o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua Do direito de superfície
posse à de seu antecessor, contanto que ambas
sejam contínuas. Art. 21. O proprietário urbano poderá conce-
§ 2.º A usucapião especial coletiva de imóvel der a outrem o direito de superfície do seu terre-
urbano será declarada pelo juiz, mediante senten- no, por tempo determinado ou indeterminado,
ça, a qual servirá de título para registro no cartó- mediante escritura pública registrada no cartório
rio de registro de imóveis. de registro de imóveis.
§ 3.º Na sentença, o juiz atribuirá igual fração § 1.º O direito de superfície abrange o direito
ideal de terreno a cada possuidor, independente- de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo
mente da dimensão do terreno que cada um ocu- relativo ao terreno, na forma estabelecida no con-
pe, salvo hipótese de acordo escrito entre os con- trato respectivo, atendida a legislação urbanística.
dôminos, estabelecendo frações ideais § 2.º A concessão do direito de superfície po-
diferenciadas. derá ser gratuita ou onerosa.
§ 4.º O condomínio especial constituído é in- § 3.º O superficiário responderá integralmen-
divisível, não sendo passível de extinção, salvo te pelos encargos e tributos que incidirem sobre a
deliberação favorável tomada por, no mínimo, 2/3 propriedade superficiária, arcando, ainda, propor-
(dois terços) dos condôminos, no caso de execu- cionalmente à sua parcela de ocupação efetiva,
ção de urbanização posterior à constituição do com os encargos e tributos sobre a área objeto da
condomínio. concessão do direito de superfície, salvo disposição
§ 5.º As deliberações relativas à administração em contrário do contrato respectivo.
do condomínio especial serão tomadas por maioria § 4.º O direito de superfície pode ser transfe-
de votos dos condôminos presentes, obrigando tam- rido a terceiros, obedecidos os termos do contrato
bém os demais, discordantes ou ausentes. respectivo.
Art. 11. Na pendência da ação de usucapião § 5.º Por morte do superficiário, os seus direi-
especial urbana, ficarão sobrestadas quaisquer tos transmitem-se a seus herdeiros.
outras ações, petitórias ou possessórias, que ve- Art. 22. Em caso de alienação do terreno, ou
nham a ser propostas relativamente ao imóvel do direito de superfície, o superficiário e o proprie-
usucapiendo. tário, respectivamente, terão direito de preferên-
Art. 12. São partes legítimas para a proposi- cia, em igualdade de condições à oferta de tercei-
tura da ação de usucapião especial urbana: ros.
I — o possuidor, isoladamente ou em litiscon- Art. 23. Extingue-se o direito de superfície:
sórcio originário ou superveniente; I — pelo advento do termo;
II — os possuidores, em estado de composse; II — pelo descumprimento das obrigações
III — como substituto processual, a associa- contratuais assumidas pelo superficiário.
ção de moradores da comunidade, regularmente Art. 24. Extinto o direito de superfície, o pro-
constituída, com personalidade jurídica, desde que prietário recuperará o pleno domínio do terreno,
explicitamente autorizada pelos representados. bem como das acessões e benfeitorias introduzi-
§ 1.º Na ação de usucapião especial urbana é das no imóvel, independentemente de indeniza-
obrigatória a intervenção do Ministério Público. ção, se as partes não houverem estipulado o con-

10
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
trário no respectivo contrato. recebida nos termos do “caput” e da intenção de
§ 1.º Antes do termo final do contrato, extin- aquisição do imóvel nas condições da proposta
guir-se-á o direito de superfície se o superficiário apresentada.
der ao terreno destinação diversa daquela para a § 3.º Transcorrido o prazo mencionado no
qual for concedida. “caput” sem manifestação, fica o proprietário au-
§ 2.º A extinção do direito de superfície será torizado a realizar a alienação para terceiros, nas
averbada no cartório de registro de imóveis. condições da proposta apresentada.
§ 4.º Concretizada a venda a terceiro, o pro-
Seção VIII prietário fica obrigado a apresentar ao Município,
no prazo de 30 (trinta) dias, cópia do instrumento
Do direito de preempção público de alienação do imóvel.
§ 5.º A alienação processada em condições
Art. 25. O direito de preempção confere ao diversas da proposta apresentada é nula de pleno
Poder Público municipal preferência para aquisição direito.
de imóvel urbano objeto de alienação onerosa § 6.º Ocorrida a hipótese prevista no § 5.º o
entre particulares. Município poderá adquirir o imóvel pelo valor da
§ 1.º Lei municipal, baseada no plano diretor, base de cálculo do IPTU ou pelo valor indicado na
delimitará as áreas em que incidirá o direito de proposta apresentada, se este for inferior àquele.
preempção e fixará prazo de vigência, não superior
a 5 (cinco) anos, renovável a partir de 1 (um) ano Seção IX
após o decurso do prazo inicial de vigência.
§ 2.º O direito de preempção fica assegurado Da outorga onerosa do direito de construir
durante o prazo de vigência fixado na forma do §
1.o, independentemente do número de alienações Art. 28. O plano diretor poderá fixar áreas
referentes ao mesmo imóvel. nas quais o direito de construir poderá ser exerci-
Art. 26. O direito de preempção será exercido do acima do coeficiente de aproveitamento básico
sempre que o Poder Público necessitar de áreas para: adotado, mediante contrapartida a ser prestada
I — regularização fundiária; pelo beneficiário.
II — execução de programas e projetos habi- § 1.º Para os efeitos desta lei, coeficiente de
tacionais de interesse social; aproveitamento é a relação entre a área edificável
III — constituição de reserva fundiária; e a área do terreno.
IV — ordenamento e direcionamento da ex- § 2.º O plano diretor poderá fixar coeficiente
pansão urbana; de aproveitamento básico único para toda a zona
V — implantação de equipamentos urbanos e urbana ou diferenciado para áreas específicas den-
comunitários; tro da zona urbana.
VI — criação de espaços públicos de lazer e § 3.º O plano diretor definirá os limites má-
áreas verdes; ximos a serem atingidos pelos coeficientes de
VII — criação de unidades de conservação ou aproveitamento, considerando a proporcionalidade
proteção de outras áreas de interesse ambiental; entre a infra-estrutura existente e o aumento de
VIII — proteção de áreas de interesse históri- densidade esperado em cada área.
co, cultural ou paisagístico; Art. 29. O plano diretor poderá fixar áreas
IX — (VETADO). nas quais poderá ser permitida alteração de uso
Parágrafo único. A lei municipal prevista no § do solo, mediante contrapartida a ser prestada
1.º do art. 25 desta lei deverá enquadrar cada área pelo beneficiário.
em que incidirá o direito de preempção em uma ou Art. 30. Lei municipal específica estabelecerá
mais das finalidades enumeradas por este artigo. as condições a serem observadas para a outorga
Art. 27. O proprietário deverá notificar sua in- onerosa do direito de construir e de alteração de
tenção de alienar o imóvel, para que o Município, uso, determinando:
no prazo máximo de 30 (trinta) dias, manifeste I — a fórmula de cálculo para a cobrança;
por escrito seu interesse em comprá-lo. II — os casos passíveis de isenção do paga-
§ 1.º À notificação mencionada no “caput” se- mento da outorga;
rá anexada proposta de compra assinada por ter- III — a contrapartida do beneficiário.
ceiro interessado na aquisição do imóvel, da qual Art. 31. Os recursos auferidos com a adoção da
constarão preço, condições de pagamento e prazo outorga onerosa do direito de construir e de altera-
de validade. ção de uso serão aplicados com as finalidades previs-
§ 2.º O Município fará publicar, em órgão ofi- tas nos incisos I a IX do art. 26 desta lei.
cial e em pelo menos um jornal local ou regional
de grande circulação, edital de aviso da notificação

11
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
Seção X construção serão livremente negociados, mas con-
versíveis em direito de construir unicamente na
Das operações urbanas consorciadas área objeto da operação.
§ 2.º Apresentado pedido de licença para cons-
Art. 32. Lei municipal específica, baseada no truir, o certificado de potencial adicional será utiliza-
plano diretor, poderá delimitar área para aplicação do no pagamento da área de construção que supere
de operações consorciadas. os padrões estabelecidos pela legislação de uso e
§ 1.º Considera-se operação urbana consorciada ocupação do solo, até o limite fixado pela lei específi-
o conjunto de intervenções e medidas coordena- ca que aprovar a operação urbana consorciada.
das pelo Poder Público municipal, com a participa-
ção dos proprietários, moradores, usuários perma- Seção XI
nentes e investidores privados, com o objetivo de
alcançar em uma área transformações urbanísticas Da transferência do direito de construir
estruturais, melhorias sociais e a valorização am-
biental. Art. 35. Lei municipal, baseada no plano dire-
§ 2.º Poderão ser previstas nas operações ur- tor, poderá autorizar o proprietário de imóvel ur-
banas consorciadas, entre outras medidas: bano, privado ou público, a exercer em outro local,
I — a modificação de índices e características de ou alienar, mediante escritura pública, o direito de
parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, construir previsto no plano diretor ou em legisla-
bem como alterações das normas edilícias, conside- ção urbanística dele decorrente, quando o referido
rado o impacto ambiental delas decorrente; imóvel for considerado necessário para fins de:
II — a regularização de construções, reformas I — implantação de equipamentos urbanos e
ou ampliações executadas em desacordo com a comunitários;
legislação vigente. II — preservação, quando o imóvel for consi-
Art. 33. Da lei específica que aprovar a opera- derado de interesse histórico, ambiental, paisagís-
ção urbana consorciada constará o plano de opera- tico, social ou cultural;
ção urbana consorciada, contendo, no mínimo: III — servir a programas de regularização
I — definição da área a ser atingida; fundiária, urbanização de áreas ocupadas por po-
II — programa básico de ocupação da área; pulação de baixa renda e habitação de interesse
III — programa de atendimento econômico e social.
social para a população diretamente afetada pela § 1.º A mesma faculdade poderá ser concedi-
operação; da ao proprietário que doar ao Poder Público seu
IV — finalidades da operação; imóvel, ou parte dele, para os fins previstos nos
V — estudo prévio de impacto de vizinhança; incisos I a III do “caput”.
VI — contrapartida a ser exigida dos proprie- § 2.º A lei municipal referida no “caput” esta-
tários, usuários permanentes e investidores priva- belecerá as condições relativas à aplicação da
dos em função da utilização dos benefícios previs- transferência do direito de construir.
tos nos incisos I e II do § 2.º do art. 32 desta lei;
VII — forma de controle da operação, obriga- Seção XII
toriamente compartilhado com representação da
sociedade civil. Do estudo de impacto de vizinhança
§ 1.º Os recursos obtidos pelo Poder Público
municipal na forma do inciso VI deste artigo serão Art. 36. Lei municipal definirá os empreendi-
aplicados exclusivamente na própria operação mentos e atividades privados ou públicos em área
urbana consorciada. urbana que dependerão de elaboração de estudo
§ 2.º A partir da aprovação da lei específica prévio de impacto de vizinhança (EIV) para obter
de que trata o “caput”, são nulas as licenças e as licenças ou autorizações de construção, amplia-
autorizações a cargo do Poder Público municipal ção ou funcionamento a cargo do Poder Público
expedidas em desacordo com o plano de operação municipal.
urbana consorciada. Art. 37. O EIV será executado de forma a
Art. 34. A lei específica que aprovar a opera- contemplar os efeitos positivos e negativos do
ção urbana consorciada poderá prever a emissão empreendimento ou atividade quanto à qualidade
pelo Município de quantidade determinada de cer- de vida da população residente na área e suas
tificados de potencial adicional de construção, que proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das
serão alienados em leilão ou utilizados diretamen- seguintes questões:
te no pagamento das obras necessárias à própria I — adensamento populacional;
operação. II — equipamentos urbanos e comunitários;
§ 1.º Os certificados de potencial adicional de III — uso e ocupação do solo;

12
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
IV — valorização imobiliária; art. 182 da Constituição Federal;
V — geração de tráfego e demanda por trans- IV — integrantes de áreas de especial interes-
porte público; se turístico;
VI — ventilação e iluminação; V — inseridas na área de influência de empre-
VII — paisagem urbana e patrimônio natural endimentos ou atividades com significativo impac-
e cultural. to ambiental de âmbito regional ou nacional.
Parágrafo único. Dar-se-á publicidade aos § 1.º No caso da realização de empreendi-
documentos integrantes do EIV, que ficarão dispo- mentos ou atividades enquadrados no inciso V do
níveis para consulta, no órgão competente do Po- “caput”, os recursos técnicos e financeiros para a
der Público municipal, por qualquer interessado. elaboração do plano diretor estarão inseridos entre
Art. 38. A elaboração do EIV não substitui a as medidas de compensação adotadas.
elaboração e a aprovação de estudo prévio de § 2.º No caso de cidades com mais de 500.000
impacto ambiental (EIA), requeridas nos termos (quinhentos mil) habitantes, deverá ser elaborado
da legislação ambiental. um plano de transporte urbano integrado, compatí-
vel com o plano diretor ou nele inserido.
CAPÍTULO III Art. 42. O plano diretor deverá conter no mí-
nimo:
Do plano diretor I — a delimitação das áreas urbanas onde po-
derá ser aplicado o parcelamento, edificação ou
Art. 39. A propriedade urbana cumpre sua utilização compulsórios, considerando a existência
função social quando atende às exigências funda- de infra-estrutura e de demanda para utilização,
mentais de ordenação da cidade expressas no na forma do art. 5.o desta lei;
plano diretor, assegurando o atendimento das II — disposições requeridas pelos arts. 25,
necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de 28, 29, 32 e 35 desta lei;
vida, à justiça social e ao desenvolvimento das III — sistema de acompanhamento e controle.
atividades econômicas, respeitadas as diretrizes
previstas no art. 2.o desta lei. CAPÍTULO IV
Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei mu-
nicipal, é o instrumento básico da política de de- Da gestão democrática da cidade
senvolvimento e expansão urbana.
§ 1.º O plano diretor é parte integrante do Art. 43. Para garantir a gestão democrática
processo de planejamento municipal, devendo o da cidade, deverão ser utilizados, entre outros, os
plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o seguintes instrumentos:
orçamento anual incorporar as diretrizes e as prio- I — órgãos colegiados de política urbana, nos
ridades nele contidas. níveis nacional, estadual e municipal;
§ 2.º O plano diretor deverá englobar o terri- II — debates, audiências e consultas públicas;
tório do Município como um todo. III — conferências sobre assuntos de interesse
§ 3.º A lei que instituir o plano diretor deverá urbano, nos níveis nacional, estadual e municipal;
ser revista, pelo menos, a cada 10 (dez) anos. IV — iniciativa popular de projeto de lei e de
§ 4.º No processo de elaboração do plano dire- planos, programas e projetos de desenvolvimento
tor e na fiscalização de sua implementação, os Pode- urbano;
res Legislativo e Executivo municipais garantirão: V — (VETADO).
I — a promoção de audiências públicas e de- Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orça-
bates com a participação da população e de asso- mentária participativa de que trata a alínea “f” do
ciações representativas dos vários segmentos da inciso III do art. 4.o desta lei incluirá a realização
comunidade; de debates, audiências e consultas públicas sobre
II — a publicidade quanto aos documentos e as propostas do plano plurianual, da lei de diretri-
informações produzidos; zes orçamentárias e do orçamento anual, como
III — o acesso de qualquer interessado aos condição obrigatória para sua aprovação pela Câ-
documentos e informações produzidos. mara Municipal.
§ 5.º (VETADO). Art. 45. Os organismos gestores das regiões
Art. 41. O plano diretor é obrigatório para ci- metropolitanas e aglomerações urbanas incluirão
dades: obrigatória e significativa participação da popula-
I — com mais de 20.000 (vinte mil) habitantes; ção e de associações representativas dos vários
II — integrantes de regiões metropolitanas e segmentos da comunidade, de modo a garantir o
aglomerações urbanas; controle direto de suas atividades e o pleno exer-
III — onde o Poder Público municipal preten- cício da cidadania.
da utilizar os instrumentos previstos no § 4.º do

13
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
CAPÍTULO V agentes públicos envolvidos e da aplicação de
outras sanções cabíveis, o Prefeito incorre em
Disposições gerais improbidade administrativa, nos termos da Lei n.º
8.429, de 2 de junho de 1992, quando:
Art. 46. O Poder Público municipal poderá fa-
cultar ao proprietário de área atingida pela obriga- [Lei n.º 8.429, de 02/06/1992 (D. O.
ção de que trata o “caput” do art. 5.o desta lei, a de 03/06/1992):
requerimento deste, o estabelecimento de consór- “Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
cio imobiliário como forma de viabilização financei- agentes públicos nos casos de enriqueci-
ra do aproveitamento do imóvel. mento ilícito no exercício de mandato,
§ 1.º Considera-se consórcio imobiliário a forma cargo, emprego ou função na administra-
de viabilização de planos de urbanização ou edifica- ção pública direta, indireta e fundacional
ção por meio da qual o proprietário transfere ao e dá outras providências.”]
Poder Público municipal seu imóvel e, após a realiza-
ção das obras, recebe, como pagamento, unidades I — (VETADO);
imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas. II — deixar de proceder, no prazo de 5 (cin-
§ 2.º O valor das unidades imobiliárias a se- co) anos, o adequado aproveitamento do imóvel
rem entregues ao proprietário será correspondente incorporado ao patrimônio público, conforme o
ao valor do imóvel antes da execução das obras, disposto no § 4.º do art. 8.o desta lei;
observado o disposto no § 2.º do art. 8.o desta lei. III — utilizar áreas obtidas por meio do direi-
Art. 47. Os tributos sobre imóveis urbanos, to de preempção em desacordo com o disposto no
assim como as tarifas relativas a serviços públicos art. 26 desta lei;
urbanos, serão diferenciados em função do inte- IV — aplicar os recursos auferidos com a ou-
resse social. torga onerosa do direito de construir e de altera-
Art. 48. Nos casos de programas e projetos ha- ção de uso em desacordo com o previsto no art.
bitacionais de interesse social, desenvolvidos por 31 desta lei;
órgãos ou entidades da Administração Pública com V — aplicar os recursos auferidos com opera-
atuação específica nessa área, os contratos de con- ções consorciadas em desacordo com o previsto
cessão de direito real de uso de imóveis públicos: no § 1.º do art. 33 desta lei;
I — terão, para todos os fins de direito, cará- VI — impedir ou deixar de garantir os requisi-
ter de escritura pública, não se aplicando o dispos- tos contidos nos incisos I a III do § 4.º do art. 40
to no inciso II do art. 134 do Código Civil; desta lei;
II — constituirão título de aceitação obrigató- VII — deixar de tomar as providências neces-
ria em garantia de contratos de financiamentos sárias para garantir a observância do disposto no
habitacionais. § 3.º do art. 40 e no art. 50 desta lei;
Art. 49. Os Estados e Municípios terão o pra- VIII — adquirir imóvel objeto de direito de
zo de 90 (noventa) dias, a partir da entrada em preempção, nos termos dos arts. 25 a 27 desta lei,
vigor desta lei, para fixar prazos, por lei, para a pelo valor da proposta apresentada, se este for,
expedição de diretrizes de empreendimentos ur- comprovadamente, superior ao de mercado.
banísticos, aprovação de projetos de parcelamento Art. 53. [Revogado pela Medida Provisória n.º
e de edificação, realização de vistorias e expedição 2.180-35, de 24/08/2001.]
de termo de verificação e conclusão de obras. Art. 54. O art. 4.o da Lei n.o 7.347, de 1985,
Parágrafo único. Não sendo cumprida a de- passa a vigorar com a seguinte redação:
terminação do “caput”, fica estabelecido o prazo
de 60 (sessenta) dias para a realização de cada "Art. 4.o Poderá ser ajuizada ação
um dos referidos atos administrativos, que valerá cautelar para os fins desta lei, objetivan-
até que os Estados e Municípios disponham em lei do, inclusive, evitar o dano ao meio ambi-
de forma diversa. ente, ao consumidor, à ordem urbanística
Art. 50. Os Municípios que estejam enqua- ou aos bens e direitos de valor artístico,
drados na obrigação prevista nos incisos I e II do estético, histórico, turístico e paisagístico
art. 41 desta lei que não tenham plano diretor (VETADO)." (NR)
aprovado na data de entrada em vigor desta lei,
deverão aprová-lo no prazo de 5 (cinco) anos. Art. 55. O art. 167, inciso I, item 28, da Lei
Art. 51. Para os efeitos desta lei, aplicam-se n.º 6.015, de 31 de dezembro de 1973, alterado
ao Distrito Federal e ao Governador do Distrito pela Lei n.o 6.216, de 30 de junho de 1975, passa
Federal as disposições relativas, respectivamente, a vigorar com a seguinte redação:
a Município e a Prefeito.
Art. 52. Sem prejuízo da punição de outros "Art. 167. ......................................

14
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
I — .............................................. "Art. 167. ......................................
.......................................................... II — .............................................
28) das sentenças declaratórias de 18) da notificação para parcelamento,
usucapião, independente da regularidade edificação ou utilização compulsórios de
do parcelamento do solo ou da edificação; imóvel urbano;
.................................................." (NR) 19) da extinção da concessão de uso
especial para fins de moradia;
Art. 56. O art. 167, inciso I, da Lei n.o 6.015, 20) da extinção do direito de superfí-
de 1973, passa a vigorar acrescido dos seguintes cie do imóvel urbano." (NR)
itens 37, 38 e 39:
Art. 58. Esta lei entra em vigor após decorri-
"Art. 167. ...................................... dos 90 (noventa) dias de sua publicação.
I — ..............................................
37) dos termos administrativos ou Brasília, 10 de julho de 2001; 180.o da Inde-
das sentenças declaratórias da concessão pendência e 113.o da República.
de uso especial para fins de moradia, in-
dependente da regularidade do parcela- FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
mento do solo ou da edificação;
38) (VETADO); [Publicada no “Diário Oficial” da União, de
39) da constituição do direito de su- 11/07/2001.]
perfície de imóvel urbano;" (NR)
Art. 57. O art. 167, inciso II, da Lei n.o 6.015,
de 1973, passa a vigorar acrescido dos seguintes
itens 18, 19 e 20:

15
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
LEI N.º 6.766, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1979. III — rede para o abastecimento de água po-
tável; e [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]
Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano IV — soluções para o esgotamento sanitário e
e dá outras providências. para a energia elétrica domiciliar. [Incluído pela
Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]
O Presidente da República: Art. 3.º Somente será admitido o parcela-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta mento do solo para fins urbanos em zonas urba-
e eu sanciono a seguinte Lei: nas, de expansão urbana ou de urbanização espe-
Art. 1.º O parcelamento do solo para fins ur- cífica, assim definidas pelo plano diretor ou
banos será regido por esta Lei. aprovadas por lei municipal. [Redação dada pela
Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Fe- Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]
deral e os Municípios poderão estabelecer normas Parágrafo único. Não será permitido o par-
complementares relativas ao parcelamento do solo celamento do solo:
municipal para adequar o previsto nesta Lei às I — em terrenos alagadiços e sujeitos a inun-
peculiaridades regionais e locais. dações, antes de tomadas as providências para
assegurar o escoamento das águas;
CAPÍTULO I II — em terrenos que tenham sido aterrados
com material nocivo à saúde pública, sem que
Disposições preliminares sejam previamente saneados;
III — em terreno com declividade igual ou
Art. 2.º O parcelamento do solo urbano pode- superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendi-
rá ser feito mediante loteamento ou desmembra- das exigências específicas das autoridades compe-
mento, observadas as disposições desta Lei e as tentes;
das legislações estaduais e municipais pertinentes. IV — em terrenos onde as condições geológi-
§ 1.º Considera-se loteamento a subdivisão cas não aconselham a edificação;
de gleba em lotes destinados a edificação, com V — em áreas de preservação ecológica ou
abertura de novas vias de circulação, de logradou- naquelas onde a poluição impeça condições sanitá-
ros públicos ou prolongamento, modificação ou rias suportáveis, até a sua correção.
ampliação das vias existentes.
§ 2.º considera-se desmembramento a subdi- CAPÍTULO II
visão de gleba em lotes destinados a edificação,
com aproveitamento do sistema viário existente, Dos requisitos urbanísticos para loteamento
desde que não implique na abertura de novas vias
e logradouros públicos, nem no prolongamento, Art. 4.º Os loteamentos deverão atender, pe-
modificação ou amplicação dos já existentes. lo menos, aos seguintes requisitos:
§ 3.º (VETADO). [Incluído pela Lei n.º 9.785, I — as áreas destinadas a sistemas de circula-
29/01/1999.] ção, a implantação de equipamento urbano e co-
§ 4.º Considera-se lote o terreno servido de munitário, bem como a espaços livres de uso pú-
infra-estrutura básica cujas dimensões atendam blico, serão proporcionais à densidade de
aos índices urbanísticos definidos pelo plano dire- ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada
tor ou lei municipal para a zona em que se situe. por lei municipal para a zona em que se situem.
[Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.] [Redação dada pela Lei n.º 9.785, de
§ 5.º Consideram-se infra-estrutura básica os 29/01/1999.]
equipamentos urbanos de escoamento das águas II — os lotes terão área mínima de 125m²
pluviais, iluminação pública, redes de esgoto sani- (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente
tário e abastecimento de água potável, e de ener- mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando a legis-
gia elétrica pública e domiciliar e as vias de circu- lação estadual ou municipal determinar maiores
lação pavimentadas ou não. [Incluído pela Lei n.º exigências, ou quando o loteamento se destinar a
9.785, 29/01/1999.] urbanização específica ou edificação de conjuntos
§ 6.º A infra-estrutura básica dos parcela- habitacionais de interesse social, previamente
mentos situados nas zonas habitacionais declara- aprovados pelos órgãos públicos competentes;
das por lei como de interesse social (ZHIS) consis- III — ao longo das águas correntes e dor-
tirá, no mínimo, de: [Incluído pela Lei n.º 9.785, mentes e das faixas de domínio público das rodo-
29/01/1999.] vias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma
I — vias de circulação; [Incluído pela Lei n.º faixa não-edificável de 15 (quinze) metros de cada
9.785, 29/01/1999.] lado, salvo maiores exigências da legislação espe-
II — escoamento das águas pluviais; [Incluí- cífica; [Redação dada pela Lei n.º 10.932, de
do pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.] 2004.]

16
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
IV — as vias de loteamento deverão articular-se Art. 7.º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito
com as vias adjacentes oficiais, existentes ou proje- Federal quando for o caso, indicará, nas plantas
tadas, e harmonizar-se com a topografia local. apresentadas junto com o requerimento, de acor-
§ 1.º A legislação municipal definirá, para ca- do com as diretrizes de planejamento estadual e
da zona em que se dívida o território do Município, municipal:
os usos permitidos e os índices urbanísticos de I — as ruas ou estradas existentes ou proje-
parcelamento e ocupação do solo, que incluirão, tadas, que compõem o sistema viário da cidade e
obrigatoriamente, as áreas mínimas e máximas de do Município relacionadas com o loteamento pre-
lotes e os coeficientes máximos de aproveitamen- tendido e a serem respeitadas;
to. [Redação dada pela Lei n.º 9.785, de II — o traçado básico do sistema viário principal;
29/01/1999.] III — a localização aproximada dos terrenos
§ 2.º Consideram-se comunitários os equipa- destinados a equipamento urbano e comunitário e
mentos públicos de educação, cultura, saúde, lazer das áreas livres de uso público;
e similares. IV — as faixas sanitárias do terreno necessá-
§ 3.º Se necessária, a reserva de faixa rias ao escoamento das águas pluviais e as faixas
não-edificável vinculada a dutovias será exigida no não edificáveis;
âmbito do respectivo licenciamento ambiental, ob- V — a zona ou zonas de uso predominante da
servados critérios e parâmetros que garantam a área, com indicação dos usos compatíveis.
segurança da população e a proteção do meio ambi- Parágrafo único. As diretrizes expedidas vi-
ente, conforme estabelecido nas normas técnicas gorarão pelo prazo máximo de 4 anos. [Redação
pertinentes. [Incluído pela Lei n.º 10.932, de 2004.] dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]
Art. 5.º O Poder Público competente poderá Art. 8.º Os Municípios com menos de 50.000
complementarmente exigir, em cada loteamento, cinqüenta mil habitantes e aqueles cujo plano dire-
a reserva de faixa non aedificandi destinada a tor contiver diretrizes de urbanização para a zona
equipamentos urbanos. em que se situe o parcelamento poderão dispen-
Parágrafo único. Consideram-se urbanos os sar, por lei, a fase de fixação de diretrizes previs-
equipamentos públicos de abastecimento de água, tas nos arts. 6.º e 7.º desta Lei. [Redação dada
serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]
águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado. Art. 9.º Orientado pelo traçado e diretrizes
oficiais, quando houver, o projeto, contendo dese-
CAPÍTULO III nhos, memorial descritivo e cronograma de execu-
ção das obras com duração máxima de quatro
Do projeto de loteamento anos, será apresentado à Prefeitura Municipal, ou
ao Distrito Federal, quando for o caso, acompa-
Art. 6.º Antes da elaboração do projeto de lo- nhado de certidão atualizada da matrícula da gle-
teamento, o interessado deverá solicitar à Prefei- ba, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis
tura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o competente, de certidão negativa de tributos mu-
caso, que defina as diretrizes para o uso do solo, nicipais e do competente instrumento de garantia,
traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços ressalvado o disposto no § 4.º do art. 18. [Reda-
livres e das áreas reservadas para equipamento ção dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]
urbano e comunitário, apresentando, para este § 1.º Os desenhos conterão pelo menos:
fim, requerimento e planta do imóvel contendo, I — a subdivisão das quadras em lotes, com
pelo menos: as respectivas dimensões e numeração;
I — as divisas da gleba a ser loteada; II — o sistema de vias com a respectiva hie-
II — as curvas de nível a distância adequada, rarquia;
quando exigidas por lei estadual ou municipal; III — as dimensões lineares e angulares do
III — a localização dos cursos d'água, bos- projeto, com raios, cordas, arcos, ponto de tan-
ques e construções existentes; gência e ângulos centrais das vias;
IV — a indicação dos arruamentos contíguos a IV — os perfis longitudinais, e transversais de
todo o perímetro, a localização das vias de comu- todas as vias de circulação e praças;
nicação, das áreas livres, dos equipamentos urba- V — a indicação dos marcos de alinhamento e
nos e comunitários, existentes no local ou em suas nivelamento localizados nos ângulos de curvas e
adjacências, com as respectivas distâncias da área vias projetadas;
a ser loteada; VI — a indicação em planta e perfis de todas
V — o tipo de uso predominante a que o as linhas de escoamento das águas pluviais.
loteamento se destina; § 2.º O memorial descritivo deverá conter,
VI — as características, dimensões e localiza- obrigatoriamente, pelo menos:
ção das zonas de uso contíguas. I — a descrição sucinta do loteamento, com

17
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
as suas características e a fixação da zona ou zo- CAPÍTULO V
nas de uso predominante;
II — as condições urbanísticas do loteamento Da aprovação do projeto de loteamento
e as limitações que incidem sobre os lotes e suas e desmembramento
construções, além daquelas constantes das diretri-
zes fixadas; Art. 12. O projeto de loteamento e desmem-
III — a indicação das áreas públicas que pas- bramento deverá ser aprovado pela Prefeitura
sarão ao domínio do Município no ato de registro Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o
do loteamento; caso, a quem compete também a fixação das dire-
IV — a enumeração dos equipamentos urba- trizes a que aludem os artigos 6.º e 7.º desta Lei,
nos, comunitários e dos serviços públicos ou de salvo a exceção prevista no artigo seguinte.
utilidade pública, já existentes no loteamento e Parágrafo único. O projeto aprovado deverá
adjacências. ser executado no prazo constante do cronograma
§ 3.º Caso se constate, a qualquer tempo, que de execução, sob pena de caducidade da aprova-
a certidão da matrícula apresentada como atual não ção. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]
tem mais correspondência com os registros e aver- Art. 13. Aos Estados caberá disciplinar a
bações cartorárias do tempo da sua apresentação, aprovação pelos Municípios de loteamentos e
além das conseqüências penais cabíveis, serão con- desmembramentos nas seguintes condições: [Re-
sideradas insubsistentes tanto as diretrizes expedi- dação dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]
das anteriormente, quanto as aprovações conse- I — quando localizados em áreas de interesse
qüentes. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.] especial, tais como as de proteção aos mananciais
ou ao patrimônio cultural, histórico, paisagístico e
CAPÍTULO IV arqueológico, assim definidas por legislação esta-
dual ou federal;
Do projeto de desmembramento II — quando o loteamento ou desmembra-
mento localizar-se em área limítrofe do Município,
Art. 10. Para a aprovação de projeto de des- ou que pertença a mais de um Município, nas regiões
membramento, o interessado apresentará requeri- metropolitanas ou em aglomerações urbanas, de-
mento à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal finidas em lei estadual ou federal;
quando for o caso, acompanhado de certidão atuali- III — quando o loteamento abranger área su-
zada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório perior a 1.000.000m² (um milhão de metros qua-
de Registro de Imóveis competente, ressalvado o drados).
disposto no § 4.º do art. 18, e de planta do imóvel a Parágrafo único. No caso de loteamento ou
ser desmembrado contendo:[Redação dada pela Lei desmembramento localizado em área de Município
n.º 9.785, de 29/01/1999.] integrante de região metropolitana, o exame e a
I — a indicação das vias existentes e dos anuência prévia à aprovação do projeto caberão à
loteamentos próximos; autoridade metropolitana.
II — a indicação do tipo de uso predominante Art. 14. Os Estados definirão, por decreto, as
no local; áreas de proteção especial, previstas no inciso I do
III — a indicação da divisão de lotes preten- artigo anterior.
dida na área. Art. 15. Os Estados estabelecerão, por decre-
Art. 11. Aplicam-se ao desmembramento, no to, as normas a que deverão submeter-se os pro-
que couber, as disposições urbanísticas vigentes jetos de loteamento e desmembramento nas áreas
para as regiões em que se situem ou, na ausência previstas no art. 13, observadas as disposições
destas, as disposições urbanísticas para os lotea- desta Lei.
mentos. [Redação dada pela Lei n.º 9.785, de Parágrafo único. Na regulamentação das
29/01/1999.] normas previstas neste artigo, o Estado procurará
Parágrafo único. O Município, ou o Distrito atender às exigências urbanísticas do planejamen-
Federal quando for o caso, fixará os requisitos to municipal.
exigíveis para a aprovação de desmembramento Art. 16. A lei municipal definirá os prazos pa-
de lotes decorrentes de loteamento cuja destina- ra que um projeto de parcelamento apresentado
ção da área pública tenha sido inferior à mínima seja aprovado ou rejeitado e para que as obras
prevista no § 1.º do art. 4.º desta Lei. executadas sejam aceitas ou recusadas. [Redação
dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]
§ 1.º Transcorridos os prazos sem a manifes-
tação do Poder Público, o projeto será considerado
rejeitado ou as obras recusadas, assegurada a
indenização por eventuais danos derivados da

18
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
omissão. [Incluído pela Lei n.º 9.785, panhado de competente instrumento de garantia
29/01/1999.] para a execução das obras; [Redação dada pela
§ 2.º Nos Municípios cuja legislação for omis- Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]
sa, os prezes serão de 90 dias para a aprovação VI — exemplar do contrato-padrão de pro-
ou rejeição e de 60 dias para a aceitação ou recu- messa de venda, ou de cessão ou de promessa de
sa fundamentada das obras de urbanização. [In- cessão, do qual constarão obrigatoriamente as
cluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.] indicações previstas no art. 26 desta Lei;
Art. 17. Os espaços livres de uso comum, as VII — declaração do cônjuge do requerente
vias e praças, as áreas destinadas a edifícios pú- de que consente no registro do loteamento.
blicos e outros equipamentos urbanos, constantes § 1.º Os períodos referidos nos incisos III, “b”
do projeto e do memorial descritivo, não poderão e IV, “a”, “b” e “d”, tomarão por base a data do
ter sua destinação alterada pelo loteador, desde a pedido de registro do loteamento, devendo todas
aprovação do loteamento, salvo as hipóteses de elas ser extraídas em nome daqueles que, nos
caducidade da licença ou desistência do loteador, mencionados períodos, tenham sido titulares de
sendo, neste caso, observadas as exigências do direitos reais sobre o imóvel.
art. 23 desta Lei. § 2.º A existência de protestos, de ações pes-
soais ou de ações penais, exceto as referentes a
CAPÍTULO VI crime contra o patrimônio e contra a administra-
ção, não impedirá o registro do loteamento se o
Do registro do loteamento requerente comprovar que esses protestos ou
e desmembramento ações não poderão prejudicar os adquirentes dos
lotes. Se o oficial do registro de imóveis julgar
Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou insuficiente a comprovação feita, suscitará a dúvi-
de desmembramento, o loteador deverá submetê-lo da perante o juiz competente.
ao Registro Imobiliário dentro de 180 (cento e § 3.º A declaração a que se refere o inciso VII
oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprova- deste artigo não dispensará o consentimento do
ção, acompanhado dos seguintes documentos: declarante para os atos de alienação ou promessa
I — título de propriedade do imóvel ou certi- de alienação de lotes, ou de direitos a eles relati-
dão da matrícula, ressalvado o disposto nos §§ 4.º vos, que venham a ser praticados pelo seu cônju-
e 5.º; [Redação dada pela Lei n.º 9.785, de ge.
29/01/1999.] § 4.º O título de propriedade será dispensado
II — histórico dos títulos de propriedade do quando se tratar de parcelamento popular, desti-
imóvel, abrangendo os últimos 20 (vinte) anos, nado as classes de menor renda, em imóvel decla-
acompanhado dos respectivos comprovantes; ração de utilidade pública, com processo de desa-
III — certidões negativas: propriação judicial em curso e imissão provisória
a) de tributos federais, estaduais e municipais na posse, desde que promovido pela União, Esta-
incidentes sobre o imóvel; dos, Distrito Federal, Municípios ou suas entidades
b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo delegadas, autorizadas por lei a implantar projetos
período de 10 (dez) anos; de habitação. [Incluído pela Lei n.º 9.785,
c) de ações penais com respeito ao crime con- 29/01/1999.]
tra o patrimônio e contra a Administração Pública; § 5.º No caso de que trata o § 4.º, o pedido
IV — certidões: de registro do parcelamento, além dos documen-
a) dos Cartórios de Protestos de Títulos, em tos mencionados nos incisos V e VI deste artigo,
nome do loteador, pelo período de 10 (dez) anos; será instruído com cópias autênticas da decisão
b) de ações pessoais relativas ao loteador, que tenha concedido a imissão provisória na pos-
pelo período de 10 (dez) anos; se, do decreto de desapropriação, do comprovante
c) de ônus reais relativos ao imóvel; de sua publicação na imprensa oficial e, quando
d) de ações penais contra o loteador, pelo pe- formulado por entidades delegadas, da lei de cria-
ríodo de 10 (dez) anos; ção e de seus atos constitutivos. [Incluído pela Lei
V — cópia do ato de aprovação do loteamento n.º 9.785, 29/01/1999.]
e comprovante do termo de verificação pela Pre- Art. 19. Examinada a documentação e encon-
feitura Municipal ou pelo Distrito Federal, da exe- trada em ordem, o oficial do registro de imóveis
cução das obras exigidas por legislação municipal, encaminhará comunicação à Prefeitura e fará pu-
que incluirão, no mínimo, a execução das vias de blicar, em resumo e com pequeno desenho de
circulação do loteamento, demarcação dos lotes, localização da área, edital do pedido de registro
quadras e logradouros e das obras de escoamento em 3 (três) dias consecutivos, podendo este ser
das águas pluviais ou da, aprovação de um crono- impugnado no prazo de 15 (quinze) dias contados
grama, com a duração máxima de 4 anos, acom- da data da última publicação.

19
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
§ 1.º Findo o prazo sem impugnação, será § 3.º Enquanto não procedidos todos os re-
feito imediatamente o registro. Se houver impug- gistros de que trata este artigo, considerar-se-á o
nação de terceiros, o oficial do registro de imóveis loteamento como não registrado para os efeitos
intimará o requerente e a Prefeitura Municipal, ou desta Lei.
o Distrito Federal quando for o caso, para que § 4.º O indeferimento do registro do lotea-
sobre ela se manifestem no prazo de 5 (cinco) mento em uma circunscrição não determinará o
dias, sob pena de arquivamento do processo. Com cancelamento do registro procedido em outra, se o
tais manifestações o processo será enviado ao juiz motivo do indeferimento naquela não se estender
competente para decisão. à área situada sob a competência desta, e desde
§ 2.º Ouvido o Ministério Público no prazo de que o interessado requeira a manutenção do regis-
5 (cinco) dias, o juiz decidirá de plano ou após tro obtido, submetido o remanescente do lotea-
instrução sumária, devendo remeter ao interessa- mento a uma aprovação prévia perante a Prefeitu-
do as vias ordinárias caso a matéria exija maior ra Municipal, ou o Distrito Federal quando for o
indagação. caso.
§ 3.º Nas capitais, a publicação do edital se Art. 22. Desde a data de registro do lotea-
fará no Diário Oficial do Estado e num dos jornais mento, passam a integrar o domínio do Município
de circulação diária. Nos demais Municípios, a pu- as vias e praças, os espaços, livres e as áreas
blicação se fará apenas num dos jornais locais, se destinadas a edifícios públicos e outros equipa-
houver, ou, não havendo, em jornal da região. mentos urbanos, constantes do projeto e do me-
§ 4.º O oficial do registro de imóveis que efetuar morial descritivo.
o registro em desacordo com as exigências desta Art. 23. O registro do loteamento só poderá
Lei ficará sujeito a multa equivalente a 10 (dez) ser cancelado:
vezes os emolumentos regimentais fixados para o I — por decisão judicial;
registro, na época em que for aplicada a penalida- II — a requerimento do loteador, com anuên-
de pelo juiz corregedor do cartório, sem prejuízo cia da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for
das sanções penais e administrativas cabíveis. o caso, enquanto nenhum lote houver sido objeto
§ 5.º Registrado o loteamento, o oficial de re- de contrato;
gistro comunicará, por certidão, o seu registro à III — a requerimento conjunto do loteador e
Prefeitura. de todos os adquirentes de lotes, com anuência da
Art. 20. O registro do loteamento será feito, Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o
por extrato, no livro próprio. caso, e do Estado.
Parágrafo único. No Registro de Imóveis far-se-á § 1.º A Prefeitura e o Estado só poderão se
o registro do loteamento, com uma indicação para opor ao cancelamento se disto resultar inconveni-
cada lote, a averbação das alterações, a abertura ente comprovado para o desenvolvimento urbano
de ruas e praças e as áreas destinadas a espaços ou se já se tiver realizado qualquer melhoramento
livres ou a equipamentos urbanos. na área loteada ou adjacências.
Art. 21. Quando a área loteada estiver situa- § 2.º Nas hipóteses dos incisos II e III, o ofi-
da em mais de uma circunscrição imobiliária, o cial do registro de imóveis fará publicar, em resu-
registro será requerido primeiramente perante mo, edital do pedido de cancelamento, podendo
aquela em que estiver localizada a maior parte da este ser impugnado no prazo de 30 (trinta) dias
área loteada. Procedido o registro nessa circuns- contados da data da última publicação. Findo esse
crição, o interessado requererá, sucessivamente, o prazo, com ou sem impugnação, o processo será
registro do loteamento em cada uma das demais, remetido ao juiz competente para homologação do
comprovando perante cada qual o registro efetua- pedido de cancelamento, ouvido o Ministério Público.
do na anterior, até que o loteamento seja regis- § 3.º A homologação de que trata o parágrafo
trado em todas. Denegado o registro em qualquer anterior será precedida de vistoria judicial destina-
das circunscrições, essa decisão será comunicada, da a comprovar a inexistência de adquirentes ins-
pelo oficial do registro de imóveis, às demais para talados na área loteada.
efeito de cancelamento dos registros feitos, salvo Art. 24. O processo de loteamento e os con-
se ocorrer a hipótese prevista no § 4.º deste arti- tratos depositados em cartório poderão ser exami-
go. nados por qualquer pessoa, a qualquer tempo,
§ 1.º Nenhum lote poderá situar-se em mais independentemente do pagamento de custas ou
de uma circunscrição. emolumentos, ainda que a título de busca.
§ 2.º É defeso ao interessado processar si-
multaneamente, perante diferentes circunscrições,
pedidos de registro do mesmo loteamento, sendo
nulos os atos praticados com infração a esta nor-
ma.

20
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
CAPÍTULO VII habitacionais. [Incluído pela Lei n.º 9.785,
29/01/1999.]
Dos Contratos § 5.º Com o registro da sentença que, em
processo de desapropriação, fixar o valor da inde-
Art. 25. São irretratáveis os compromissos de nização, a posse referida no § 3.º converter-se-á
compra e venda, cessões e promessas de cessão, em propriedade e a sua cessão, em compromisso
os que atribuam direito a adjudicação compulsória de compra e venda ou venda e compra, conforme
e, estando registrados, confiram direito real opo- haja obrigações a cumprir ou estejam elas cum-
nível a terceiros. pridas, circunstância que, demonstradas ao Regis-
Art. 26. Os compromissos de compra e ven- tro de Imóveis, serão averbadas na matrícula rela-
da, as cessões ou promessas de cessão poderão tiva ao lote. [Incluído pela Lei n.º 9.785,
ser feitos por escritura pública ou por instrumento 29/01/1999.]
particular, de acordo com o modelo depositado na § 6.º Os compromissos de compra e venda, as
forma do inciso VI do art. 18 e conterão, pelo me- cessões e as promessas de cessão valerão como
nos, as seguintes indicações: título para o registro da propriedade do lote adquiri-
I — nome, registro civil, cadastro fiscal no Mi- do, quando acompanhados da respectiva prova de
nistério da Fazenda, nacionalidade, estado civil e quitação. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]
residência dos contratantes; Art. 27. Se aquele que se obrigou a concluir
II — denominação e situação do loteamento, contrato de promessa de venda ou de cessão não
número e data da inscrição; cumprir a obrigação, o credor poderá notificar o
III — descrição do lote ou dos lotes que fo- devedor para outorga do contrato ou oferecimento
rem objeto de compromissos, confrontações, área de impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, sob
e outras características; pena de proceder-se ao registro do pré-contrato,
IV — preço, prazo, forma e local de pagamen- passando as relações entre as partes a serem re-
to bem como a importância do sinal; gidas pelo contrato-padrão.
V — taxa de juros incidentes sobre o débito § 1.º Para fins deste artigo, terão o mesmo
em aberto e sobre as prestações vencidas e não valor de pré-contrato a promessa de cessão, a
pagas, bem como a cláusula penal, nunca exce- proposta de compra, a reserva de lote ou qualquer
dente a 10% (dez por cento) do débito e só exigí- outro instrumento, do qual conste a manifestação
vel nos casos de intervenção judicial ou de mora da vontade das partes, a indicação do lote, o preço
superior a 3 (três) meses; e modo de pagamento, e a promessa de contratar.
VI — indicação sobre a quem incumbe o pa- § 2.º O registro de que trata este artigo não se-
gamento dos impostos e taxas incidentes sobre o rá procedido se a parte que o requereu não compro-
lote compromissado; var haver cumprido a sua prestação, nem a oferecer
VII — declaração das restrições urbanísticas na forma devida, salvo se ainda não exigível.
convencionais do loteamento, supletivas da legis- § 3.º Havendo impugnação daquele que se
lação pertinente. comprometeu a concluir o contrato, observar-se-á
§ 1.º O contrato deverá ser firmado em 3 vias o disposto nos artigos 639 e 640 do Código de
ou extraído em 3 traslados, sendo um para cada Processo Civil.
parte e o terceiro para arquivo no registro imobili- Art. 28. Qualquer alteração ou cancelamento
ário, após o registro e anotações devidas. parcial do loteamento registrado dependerá de
§ 2.º Quando o contrato houver sido firmado acordo entre o loteador e os adquirentes de lotes
por procurador de qualquer das partes, será obri- atingidos pela alteração, bem como da aprovação
gatório o arquivamento da procuração no Registro pela Prefeitura Municipal, ou do Distrito Federal
Imobiliário. quando for o caso, devendo ser depositada no
§ 3.º Admite-se, nos parcelamentos popula- Registro de Imóveis, em complemento ao projeto
res, a cessão da posse em que estiverem proviso- original, com a devida averbação.
riamente imitidas a União, Estados, Distrito Fede- Art. 29. Aquele que adquirir a propriedade lo-
ral, Municípios e suas entidades delegadas, o que teada mediante ato “inter vivos”, ou por sucessão
poderá ocorrer por instrumento particular, ao qual “causa mortis”, sucederá o transmitente em todos
se atribui, para todos os fins de direito, caráter de os seus direitos e obrigações, ficando obrigado a
escritura pública, não se aplicando a disposição do respeitar os compromissos de compra e venda ou
inciso II do art. 134 do Código Civil. [Incluído pela as promessas de cessão, em todas as suas cláusu-
Lei n.º 9.785, 29/01/1999.] las, sendo nula qualquer disposição em contrário,
§ 4.º A cessão da posse referida no § 3.º, ressalvado o direito do herdeiro ou legatário de
cumpridas as obrigações do cessionário, constitui renunciar à herança ou ao legado.
crédito contra o expropriante, de aceitação obriga- Art. 30. A sentença declaratória de falência
tória em garantia de contratos de financiamentos ou da insolvência de qualquer das partes não res-

21
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
cindirá os contratos de compromisso de compra e ga; somente será efetuado novo registro relativo
venda ou de promessa de cessão que tenham por ao mesmo lote, se for comprovada a restituição do
objeto a área loteada ou lotes da mesma. Se a valor pago pelo vendedor ao titular do registro
falência ou insolvência for do proprietário da área cancelado, ou mediante depósito em dinheiro à
loteada ou do titular de direito sobre ela, incumbi- sua disposição junto ao Registro de Imóveis.
rá ao síndico ou ao administrador dar cumprimen- § 1.º Ocorrendo o depósito a que se refere
to aos referidos contratos; se do adquirente do este artigo, o oficial do registro de imóveis intima-
lote, seus direitos serão levados à praça. rá o interessado para vir recebê-lo no prazo de 10
Art. 31. O contrato particular pode ser trans- (dez) dias, sob pena de ser devolvido ao deposi-
ferido por simples trespasse, lançado no verso das tante.
vias em poder das partes, ou por instrumento em § 2.º No caso de não ser encontrado o inte-
separado, declarando-se o número do registro do ressado, o oficial do registro de imóveis depositará
loteamento, o valor da cessão e a qualificação do a quantia em estabelecimento de crédito, segundo
cessionário, para o devido registro. a ordem prevista no inciso I do art. 666 do Código
§ 1.º A cessão independe da anuência do lo- de Processo Civil, em conta com incidência de
teador, mas, em relação a este, seus efeitos só se juros e correção monetária.
produzem depois de cientificado, por escrito, pelas Art. 36. O registro do compromisso, cessão
partes ou quando registrada a cessão. ou promessa de cessão só poderá ser cancelado:
§ 2.º Uma vez registrada a cessão, feita sem I — por decisão judicial;
anuência do loteador, o oficial do registro dar-lhe- II — a requerimento conjunto das partes con-
á ciência, por escrito, dentro de 10 (dez) dias. tratantes;
Art. 32. Vencida e não paga a prestação, o III — quando houver rescisão comprovada do
contrato será considerado rescindido 30 (trinta) contrato.
dias depois de constituído em mora o devedor.
§ 1.º Para os fins deste artigo o devedor-adquirente CAPÍTULO VIII
será intimado, a requerimento do credor, pelo
oficial do registro de imóveis, a satisfazer as pres- Disposições gerais
tações vencidas e as que se vencerem até a data
do pagamento, os juros convencionados e as cus- Art. 37. É vedado vender ou prometer vender
tas de intimação. parcela de loteamento ou desmembramento não
§ 2.º Purgada a mora, convalescerá o contrato. registrado.
§ 3.º Com a certidão de não haver sido feito o Art. 38. Verificado que o loteamento ou des-
pagamento em cartório, o vendedor requererá ao membramento não se acha registrado ou regular-
oficial do registro o cancelamento da averbação. mente executado ou notificado pela Prefeitura
Art. 33. Se o credor das prestações se recu- Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o
sar a recebê-las ou furtar se ao seu recebimento, caso, deverá o adquirente do lote suspender o
será constituído em mora mediante notificação do pagamento das prestações restantes e notificar o
oficial do registro de imóveis para vir receber as loteador para suprir a falta.
importâncias depositadas pelo devedor no próprio § 1.º Ocorrendo a suspensão do pagamento
Registro de Imóveis. Decorridos 15 (quinze) dias das prestações restantes, na forma do “caput”
após o recebimento da intimação, considerar-se-á deste artigo, o adquirente efetuará o depósito das
efetuado o pagamento, a menos que o credor im- prestações devidas junto ao Registro de Imóveis
pugne o depósito e, alegando inadimplemento do competente, que as depositará em estabelecimen-
devedor, requeira a intimação deste para os fins to de crédito, segundo a ordem prevista no inciso I
do disposto no art. 32 desta Lei. do art. 666 do Código de Processo Civil, em conta
Art. 34. Em qualquer caso de rescisão por com incidência de juros e correção monetária, cuja
inadimplemento do adquirente, as benfeitorias movimentação dependerá de prévia autorização
necessárias ou úteis por ele levadas a efeito no judicial.
imóvel deverão ser indenizadas, sendo de nenhum § 2.º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Fe-
efeito qualquer disposição contratual em contrário. deral quando for o caso, ou o Ministério Público,
Parágrafo único. Não serão indenizadas as poderá promover a notificação ao loteador prevista
benfeitorias feitas em desconformidade com o no “caput” deste artigo.
contrato ou com a lei. § 3.º Regularizado o loteamento pelo lotea-
Art. 35. Ocorrendo o cancelamento do regis- dor, este promoverá judicialmente a autorização
tro por inadimplemento do contrato e tendo havido para levantar as prestações depositadas, com os
o pagamento de mais de um terço do preço ajus- acréscimos de correção monetária e juros, sendo
tado, o oficial do registro de imóveis mencionará necessária a citação da Prefeitura, ou do Distrito
este fato no ato do cancelamento e a quantia pa- Federal quando for o caso, para integrar o proces-

22
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
so judicial aqui previsto, bem como audiência do la Prefeitura Municipal, ou Distrito Federal, quando
Ministério Público. for o caso, não poderá contrariar o disposto nos
§ 4.º Após o reconhecimento judicial de regu- arts. 3.º e 4.º desta Lei, ressalvado o disposto no
laridade do loteamento, o loteador notificará os § 1.º desse último. [Incluído pela Lei n.º 9.785,
adquirentes dos lotes, por intermédio do Registro 29/01/1999.]
de Imóveis competente, para que passem a pagar Art. 41. Regularizado o loteamento ou des-
diretamente as prestações restantes, a contar da membramento pela Prefeitura Municipal, ou pelo
data da notificação. Distrito Federal quando for o caso, o adquirente do
§ 5.º No caso de o loteador deixar de atender lote, comprovando o depósito de todas as presta-
à notificação até o vencimento do prazo contratu- ções do preço avençado, poderá obter o registro
al, ou quando o loteamento ou desmembramento de propriedade do lote adquirido, valendo para
for regularizado pela Prefeitura Municipal, ou pelo tanto o compromisso de venda e compra devida-
Distrito Federal quando for o caso, nos termos do mente firmado.
art. 40 desta Lei, o loteador não poderá, a qual- Art. 42. Nas desapropriações não serão con-
quer título, exigir o recebimento das prestações siderados como loteados ou loteáveis, para fins de
depositadas. indenização, os terrenos ainda não vendidos ou
Art. 39. Será nula de pleno direito a cláusula compromissados, objeto de loteamento ou des-
de rescisão de contrato por inadimplemento do membramento não registrado.
adquirente, quando o loteamento não estiver re- Art. 43. Ocorrendo a execução de loteamento
gularmente inscrito. não aprovado, a destinação de áreas públicas exi-
Art. 40. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito gidas no inciso I do art. 4.º desta Lei não se pode-
Federal quando for o caso, se desatendida pelo rá alterar sem prejuízo da aplicação das sanções
loteador a notificação, poderá regularizar lotea- administrativas, civis e criminais previstas.
mento ou desmembramento não autorizado ou Parágrafo único. Neste caso, o loteador res-
executado sem observância das determinações do sarcirá a Prefeitura Municipal ou o Distrito Federal
ato administrativo de licença, para evitar lesão aos quando for o caso, em pecúnia ou em área equiva-
seus padrões de desenvolvimento urbano e na lente, no dobro da diferença entre o total das
defesa dos direitos dos adquirentes de lotes. áreas públicas exigidas e as efetivamente destina-
§ 1.º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Fe- das. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]
deral quando for o caso, que promover a regulari- Art. 44. O Município, o Distrito Federal e o
zação, na forma deste artigo, obterá judicialmente Estado poderão expropriar áreas urbanas ou de
o levantamento das prestações depositadas, com expansão urbana para reloteamento, demolição,
os respectivos acréscimos de correção monetária e reconstrução e incorporação, ressalvada a prefe-
juros, nos termos do § 1.º do art. 38 desta Lei, a rência dos expropriados para a aquisição de novas
título de ressarcimento das importâncias despen- unidades.
didas com equipamentos urbanos ou expropria- Art. 45. O loteador, ainda que já tenha ven-
ções necessárias para regularizar o loteamento ou dido todos os lotes, ou os vizinhos, são partes
desmembramento. legítimas para promover ação destinada a impedir
§ 2.º As importâncias despendidas pela Pre- construção em desacordo com restrições legais ou
feitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando contratuais.
for o caso, para regularizar o loteamento ou des- Art. 46. O loteador não poderá fundamentar
membramento, caso não sejam integralmente qualquer ação ou defesa na presente Lei sem a-
ressarcidas conforme o disposto no parágrafo an- presentação dos registros e contratos a que ela se
terior, serão exigidas na parte faltante do lotea- refere.
dor, aplicando-se o disposto no art. 47 desta Lei. Art. 47. Se o loteador integrar grupo econô-
§ 3.º No caso de o loteador não cumprir o es- mico ou financeiro, qualquer pessoa física ou jurí-
tabelecido no parágrafo anterior, a Prefeitura Mu- dica desse grupo, beneficiária de qualquer forma
nicipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, do loteamento ou desmembramento irregular, será
poderá receber as prestações dos adquirentes, até solidariamente responsável pelos prejuízos por ele
o valor devido. causados aos compradores de lotes e ao Poder
§ 4.º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Fe- Público.
deral quando for o caso, para assegurar a regula- Art. 48. O foro competente para os procedi-
rização do loteamento ou desmembramento, bem mentos judiciais previstos nesta Lei será sempre o
como o ressarcimento integral de importâncias da comarca da situação do lote.
despendidas, ou a despender, poderá promover Art. 49. As intimações e notificações previstas
judicialmente os procedimentos cautelares neces- nesta Lei deverão ser feitas pessoalmente ao inti-
sários aos fins colimados. mado ou notificado, que assinará o comprovante
§ 5.º A regularização de um parcelamento pe- do recebimento, e poderão igualmente ser promo-

23
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
vidas por meio dos Cartórios de Registro de Títulos para a prática dos crimes previstos no artigo ante-
e Documentos da comarca da situação do imóvel rior desta Lei incide nas penas a estes cominadas,
ou do domicílio de quem deva recebê-las. considerados em especial os atos praticados na
§ 1.º Se o destinatário se recusar a dar recibo qualidade de mandatário de loteador, diretor ou
ou se furtar ao recebimento, ou se for desconheci- gerente de sociedade.
do o seu paradeiro, o funcionário incumbido da Parágrafo único. (VETADO). [Incluído pela
diligência informará esta circunstância ao oficial Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]
competente que a certificará, sob sua responsabi- Art. 52. Registrar loteamento ou desmem-
lidade. bramento não aprovado pelos órgãos competen-
§ 2.º Certificada a ocorrência dos fatos men- tes, registrar o compromisso de compra e venda, a
cionados no parágrafo anterior, a intimação ou cessão ou promessa de cessão de direitos, ou efe-
notificação será feita por edital na forma desta Lei, tuar registro de contrato de venda de loteamento
começando o prazo a correr 10 (dez) dias após a ou desmembramento não registrado.
última publicação. Pena: Detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e
multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o maior
CAPÍTULO IX salário-mínimo vigente no País, sem prejuízo das
sanções administrativas cabíveis.
Disposições penais
CAPÍTULO X
Art. 50. Constitui crime contra a Administra-
Disposições finais
ção Pública:
I — dar início, de qualquer modo, ou efetuar Art. 53. Todas as alterações de uso do solo
loteamento ou desmembramento do solo para fins rural para fins urbanos dependerão de prévia au-
urbanos sem autorização do órgão público compe- diência do Instituto Nacional de Colonização e
tente, ou em desacordo com as disposições desta Reforma Agrária - INCRA, do Órgão Metropolitano,
Lei ou das normas pertinentes do Distrito Federal, se houver, onde se localiza o Município, e da apro-
Estados e Municípios; vação da Prefeitura Municipal, ou do Distrito Fede-
II — dar início, de qualquer modo, ou efetuar ral quando for o caso, segundo as exigências da
loteamento ou desmembramento do solo para fins legislação pertinente.
urbanos sem observância das determinações cons- Art. 53-A. São considerados de interesse pú-
tantes do ato administrativo de licença; blico os parcelamentos vinculados a planos ou
III — fazer, ou veicular em proposta, contra- programas habitacionais de iniciativa das Prefeitu-
to, prospecto ou comunicação ao público ou a inte- ras Municipais e do Distrito Federal, ou entidades
ressados, afirmação falsa sobre a legalidade de autorizadas por lei, em especial as regularizações
loteamento ou desmembramento do solo para fins de parcelamentos e de assentamentos. [Incluído
urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a ele pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]
relativo. Parágrafo único. Às ações e intervenções de
Pena: Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, que trata este artigo não será exigível documenta-
e multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o maior ção que não seja a mínima necessária e indispen-
salário mínimo vigente no País. sável aos registros no cartório competente, inclusi-
Parágrafo único. O crime definido neste ar- ve sob a forma de certidões, vedadas as exigências
tigo é qualificado, se cometido: e as sanções pertinentes aos particulares, especi-
I — por meio de venda, promessa de venda, almente aquelas que visem garantir a realização de
reserva de lote ou quaisquer outros instrumentos obras e serviços, ou que visem prevenir questões
que manifestem a intenção de vender lote em de domínio de glebas, que se presumirão assegura-
loteamento ou desmembramento não registrado das pelo Poder Público respectivo. [Incluído pela Lei
no Registro de Imóveis competente; n.º 9.785, 29/01/1999.]
II — com inexistência de título legítimo de Art. 54. Esta Lei entrará em vigor na data de
propriedade do imóvel loteado ou desmembrado, sua publicação.
ressalvado o disposto no art. 18, §§ 4.º e 5.º, Art. 55. Revogam-se as disposições em con-
desta Lei, ou com omissão fraudulenta de fato a trário.
ele relativo, se o fato não constituir crime mais
grave. [Redação dada pela Lei n.º 9.785, de Brasília, 19 de dezembro de 1979; 158.º da
29/01/1999.] Independência e 91.º da República.
Pena: Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
JOÃO BAPTISTA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO
multa de 10 (dez) a 100 (cem) vezes o maior salá-
rio-mínimo vigente no País. [Publicada no “Diário Oficial” da União, de
Art. 51. Quem, de qualquer modo, concorra 20/12/1979.]
24
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
LEI N.º 4.591, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1964. dependentemente da alienação da unidade a que
corresponder, vedada sua transferência a pessoas
Dispõe sobre o condomínio em edificações e estranhas ao condomínio.
as incorporações imobiliárias. § 3.º Nos edifícios-garagens, às vagas serão
atribuídas frações ideais de terreno específicas.
[Ver neste livro os artigos 1.314 a Art. 3.º O terreno em que se levantam a edi-
1.358 da Lei n.º 10.406, de 10/01/2002 ficação ou o conjunto de edificações e suas instala-
(Novo Código Civil).] ções, bem como as fundações, paredes externas, o
teto, as áreas internas de ventilação, e tudo o mais
O Presidente da República: que sirva a qualquer dependência de uso comum
Faço saber que o Congresso Nacional decreta dos proprietários ou titulares de direito à aquisição
e eu sanciono a seguinte lei: de unidades, ou ocupantes, constituirão condomí-
nio de todos e serão insuscetíveis de divisão, ou de
TÍTULO I alienação destacada da respectiva unidade. Serão,
também, insuscetíveis de utilização exclusiva por
DO CONDOMÍNIO qualquer condômino (VETADO). [Ver neste livro o
artigo 1.331 e 1.339 do Novo Código Civil.]
CAPÍTULO I Art. 4.º A alienação de cada unidade, a trans-
ferência de direitos pertinentes à sua aquisição e a
Disposições gerais constituição de direitos reais sobre ela independe-
rão do consentimento dos condôminos, (VETADO).
Art. 1.º As edificações ou conjuntos de edifi- Parágrafo único. A alienação ou transferên-
cações, de um ou mais pavimentos, construídos cia de direitos de que trata este artigo dependerá
sob a forma de unidades isoladas entre si, destina- de prova de quitação das obrigações do alienante
das a fins residenciais ou não-residenciais, poderão para com o respectivo condomínio. [Redação dada
ser alienados, no todo ou em parte, objetivamente pela Lei n.º 7.182, de 27/03/1984.]
considerados, e constituirá cada unidade proprie- Art. 5.º O condomínio por meação de parede,
dade autônoma, sujeita às limitações desta lei. soalhos e tetos das unidades isoladas regular-se-á
§ 1.º Cada unidade será assinalada por desig- pelo disposto no Código Civil, no que lhe for apli-
nação especial, numérica ou alfabética, para efei- cável.
tos de identificação e discriminação. Art. 6.º Sem prejuízo do disposto nesta lei,
§ 2.º A cada unidade, caberá, como parte inse- regular-se-á pelas disposições de direito comum o
parável, uma fração ideal do terreno e coisas co- condomínio por cota ideal de mais de uma pessoa
muns, expressa sob forma decimal ou ordinária. [Ver sobre a mesma unidade autônoma.
neste livro o artigo 1.331 do Novo Código Civil.] Art. 7.º O condomínio por unidades autôno-
Art. 2.º Cada unidade com saída para a via mas instituir-se-á por ato entre vivos ou por tes-
pública, diretamente ou por processo de passagem tamento, com inscrição obrigatória no Registro de
comum, será sempre tratada como objeto de pro- Imóveis, dele constando: a individualização de
priedade exclusiva, qualquer que seja o número de cada unidade, sua identificação e discriminação,
suas peças e sua destinação, inclusive (VETADO) bem como a fração ideal sobre o terreno e partes
edifício-garagem, com ressalva das restrições que comuns, atribuída a cada unidade, dispensando-se
se lhe imponham. a descrição interna da unidade. [Ver neste livro o
artigo 1.331 do Novo Código Civil.]
[Os §§ 1.º, 2.º e 3.º, abaixo transcri-
tos, foram acrescentados pela Lei n.º [A Lei n.º 4.864, de 29/11/1965, dis-
4.864, de 29/11/1965.] põe: “Art. 6.º No caso de um conjunto de
edificações, a que se refere o artigo 8.º da
§ 1.º O direito à guarda de veículos nas gara- Lei n.º 4.591, de 16 de dezembro de
gens ou locais a isso destinados nas edificações ou 1964, poder-se-á estipular o desdobra-
conjuntos de edificações será tratado como objeto mento da incorporação em várias incorpo-
de propriedade exclusiva, com ressalva das restri- rações, fixando a convenção de condomí-
ções que ao mesmo sejam impostas por instru- nio ou contrato prévio, quando a
mentos contratuais adequados, e será vinculado à incorporação ainda estiver subordinada a
unidade habitacional a que corresponder, no caso períodos de carência, os direitos e as rela-
de não lhe ser atribuída fração ideal específica de ções de propriedade entre condôminos de
terreno. várias edificações.”]
§ 2.º O direito de que trata o § 1.º deste arti-
go poderá ser transferido a outro condômino, in- Art. 8.º Quando, em terreno onde não houver

25
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
edificação, o proprietário, o promitente-comprador, exclusiva, e as de condomínio, com especificações
o cessionário deste ou o promitente-cessionário das diferentes áreas;
sobre ele desejar erigir mais de uma edificação, b) o destino das diferentes partes;
observar-se-á também o seguinte: c) o modo de usar as coisas e serviços co-
a) em relação às unidades autônomas que se muns;
constituírem em casas térreas ou assobradadas, d) encargos, forma e proporção das contribui-
será discriminada a parte do terreno ocupada pela ções dos condôminos para as despesas de custeio
edificação e também aquela eventualmente reser- e para as extraordinárias;
vada como de utilização exclusiva dessas casas, e) o modo de escolher o síndico e o conselho
como jardim e quintal, bem assim a fração ideal do consultivo;
todo do terreno e de partes comuns, que corres- f) as atribuições do síndico, além das legais;
ponderá às unidades; g) a definição da natureza gratuita ou remu-
b) em relação às unidades autônomas que nerada de suas funções;
constituírem edifícios de dois ou mais pavimentos, h) o modo e o prazo de convocação das as-
será discriminada a parte do terreno, ocupada pela sembléias-gerais dos condôminos;
edificação, aquela que eventualmente for reserva- i) o quórum para os diversos tipos de vota-
da como de utilização exclusiva, correspondente às ções;
unidades do edifício, e ainda a fração ideal do todo j) a forma de contribuição para constituição de
do terreno e de partes comuns, que corresponderá fundo de reserva;
a cada uma das unidades; l) a forma e o quórum para as alterações de
c) serão discriminadas as partes do total do convenção;
terreno que poderão ser utilizadas em comum pe- m) a forma e o quórum para a aprovação do
los titulares de direito sobre os vários tipos de regimento interno, quando não incluídos na própria
unidades autônomas; convenção.
d) serão discriminadas as áreas que se consti- § 4.º No caso de conjunto de edificações, a
tuírem em passagem comum para as vias públicas que se refere o artigo 8.º, a convenção de condo-
ou para as unidades entre si. mínio fixará os direitos e as relações de proprieda-
de entre os condôminos das várias edificações,
CAPÍTULO II podendo estipular formas pelas quais se possam
desmembrar e alienar porções do terreno, inclusive
Da convenção de condomínio as edificadas. [Parágrafo acrescentado a este arti-
go pela Lei n.º 4.864, de 29/11/1965.]
Art. 9.º Os proprietários, promitentes-com- Art. 10. É defeso a qualquer condômino: [Ver
pradores, cessionários ou promitentes-cessionários neste livro o artigo 1.336 do Novo Código Civil.]
dos direitos pertinentes à aquisição de unidades I — alterar a forma externa da fachada;
autônomas, em edificações a serem construídas, II — decorar as partes e esquadrias externas
em construção ou já construídas, elaborarão, por com tonalidades ou cores diversas das empregadas
escrito, a convenção de condomínio, e deverão, no conjunto da edificação;
também, por contrato ou por deliberação em as- III — destinar a unidade a utilização diversa
sembléia, aprovar o regimento interno da edifica- da finalidade do prédio, ou usá-la de forma nociva
ção ou conjunto de edificações. ou perigosa ao sossego, à salubridade ou à segu-
§ 1.º Far-se-á o registro da convenção no Re- rança dos demais condôminos;
gistro de Imóveis, bem como a averbação das suas IV — embaraçar o uso das partes comuns.
eventuais alterações. [Ver neste livro o artigo § 1.º O transgressor ficará sujeito ao paga-
1.333 do Novo Código Civil.] mento de multa prevista na convenção ou no regu-
§ 2.º Considera-se aprovada, e obrigatória lamento do condomínio, além de ser compelido a
para os proprietários de unidades, promitentes- desfazer a obra ou abster-se da prática do ato,
-compradores, cessionários e promitentes cessio- cabendo ao síndico, com autorização judicial, man-
nários, atuais e futuros, como para qualquer ocu- dar desmanchá-la, à custa do transgressor, se este
pante, a convenção que reúna as assinaturas de não a desfizer no prazo que lhe for estipulado.
titulares de direitos que representem, no mínimo, § 2.º O proprietário ou titular de direito à
dois terços das frações ideais que compõem o con- aquisição de unidade poderá fazer obra que (VE-
domínio. [Ver neste livro o artigo 1.333 do Novo TADO) ou modifique sua fachada, se obtiver a a-
Código Civil.] quiescência da unanimidade dos condôminos.
§ 3.º Além de outras normas aprovadas pelos Art. 11. Para efeitos tributários, cada unidade
interessados, a convenção deverá conter: [Ver autônoma será tratada como prédio isolado, con-
neste livro o artigo 1.334 do Novo Código Civil.] tribuindo o respectivo condômino, diretamente,
a) a discriminação das partes de propriedade com as importâncias relativas aos impostos e taxas

26
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
federais, estaduais e municipais, na forma dos do imposto predial, cobrável executivamente pela
respectivos lançamentos. municipalidade.
Art. 14. Na ocorrência de sinistro total, ou
CAPÍTULO III que destrua mais de dois terços de uma edificação,
seus condôminos reunir-se-ão em assembléia es-
Das despesas do condomínio pecial e deliberarão sobre a sua reconstrução ou
venda do terreno e materiais, por quórum mínimo
Art. 12. Cada condômino concorrerá nas des- de votos que representem metade mais uma das
pesas do condomínio, recolhendo, nos prazos pre- frações ideais do respectivo terreno. [Ver neste
vistos na convenção, a cota-parte que lhe couber livro o artigo 1.357 do Novo Código Civil.]
em rateio. [Ver neste livro o artigo 1.336 do Novo § 1.º Rejeitada a proposta de reconstrução, a
Código Civil.] mesma assembléia, ou outra para este fim convo-
§ 1.º Salvo disposição em contrário na con- cada, decidirá, pelo mesmo quórum, do destino a
venção, a fixação da cota no rateio corresponderá ser dado ao terreno, e aprovará a partilha do valor
à fração ideal de terreno de cada unidade. do seguro entre os condôminos, sem prejuízo do
§ 2.º Cabe ao síndico arrecadar as contribui- que receber cada um pelo seguro facultativo de
ções, competindo--lhe promover, por via executi- sua unidade.
va, a cobrança judicial das cotas atrasadas. § 2.º Aprovada, a reconstrução será feita, guar-
§ 3.º O condômino que não pagar a sua con- dados, obrigatoriamente, o mesmo destino, a mesma
tribuição no prazo fixado na convenção fica sujeito forma externa e a mesma disposição interna.
ao juro moratório de 1% ao mês, e multa de até § 3.º Na hipótese do parágrafo anterior, a mi-
20% sobre o débito, que será atualizado, se o es- noria não poderá ser obrigada a contribuir para a
tipular a convenção, com a aplicação dos índices reedificação, caso em que a maioria poderá adqui-
de correção monetária levantados pelo Conselho rir as partes dos dissidentes, mediante avaliação
Nacional de Economia, no caso de mora por perío- judicial, feita em vistoria.
do igual ou superior a seis meses. [Ver neste livro Art. 15. Na hipótese de que trata o § 3.º do
o artigo 1.336 do Novo Código Civil.] artigo antecedente, à maioria poderão ser adjudi-
§ 4.º As obras que interessarem à estrutura cadas, por sentença, as frações ideais da minoria.
integral da edificação ou conjunto de edificações, § 1.º Como condição para o exercício da ação
ou ao serviço comum, serão feitas com o concurso prevista neste artigo, com a inicial, a maioria ofe-
pecuniário de todos os proprietários ou titulares de recerá e depositará, à disposição do juízo, as im-
direito à aquisição de unidades, mediante orça- portâncias arbitradas na vistoria para avaliação,
mento prévio aprovado em assembléia-geral, po- prevalecendo as de eventual desempatador.
dendo incumbir-se de sua execução o síndico, ou § 2.º Feito o depósito de que trata o parágrafo
outra pessoa, com aprovação da assembléia. [Ver anterior, o juiz, liminarmente, poderá autorizar a
neste livro o artigo 1.341 do Novo Código Civil.] adjudicação à maioria, e a minoria poderá levantar
§ 5.º A renúncia de qualquer condômino aos as importâncias depositadas; o oficial de registro
seus direitos, em caso algum valerá como escusa de imóveis, nestes casos, fará constar do registro
para exonerá-lo de seus encargos. que a adjudicação foi resultante de medida liminar.
§ 3.º Feito o depósito, será expedido o man-
CAPÍTULO IV dado de citação, com o prazo de 10 (dez) dias para
a contestação, (VETADO).
Do seguro, do incêndio, da demolição e § 4.º Se não contestado, o juiz imediatamente
da reconstituição obrigatória. julgará o pedido.
§ 5.º Se contestado o pedido, seguirá o pro-
Art. 13. Proceder-se-á ao seguro da edifica- cesso o rito ordinário.
ção ou do conjunto de edificações, neste caso dis- § 6.º Se a sentença fixar valor superior ao da
criminadamente, abrangendo todas as unidades avaliação feita na vistoria, o condomínio em exe-
autônomas e partes comuns, contra incêndio ou cução restituirá à minoria a respectiva diferença,
outro sinistro que cause destruição no todo ou em acrescida de juros de mora à razão de 1% ao mês,
parte, computando-se o prêmio nas despesas ordi- desde a data da concessão de eventual liminar, ou
nárias do condomínio. [Ver neste livro o artigo pagará o total devido, com os juros de mora a
1.346 do Novo Código Civil.] contar da citação.
Parágrafo único. O seguro de que trata este § 7.º Transitada em julgado a sentença, servi-
artigo será obrigatoriamente feito dentro de 120 rá ela de título definitivo para a maioria, que deve-
(cento e vinte) dias, contados da data da conces- rá registrá-la no registro de imóveis.
são do “habite-se”, sob pena de ficar o condomínio § 8.º A maioria poderá pagar e cobrar da mi-
sujeito à multa mensal equivalente a um doze avos noria, em execução de sentença, encargos fiscais

27
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
necessários à adjudicação definitiva a cujo paga- do aos demais condôminos ou moradores, nem
mento se recusar a minoria. obstáculo ou embaraço ao bom uso das mesmas
Art. 16. Em caso de sinistro que destrua me- partes por todos.
nos de dois terços da edificação, o síndico promo- Parágrafo único. (VETADO).
verá o recebimento do seguro e a reconstrução ou Art. 20. Aplicam-se ao ocupante do imóvel, a
os reparos nas partes danificadas. qualquer título, todas as obrigações referentes ao
uso, fruição e destino da unidade.
[A Lei n.º 6.709, de 31/10/1979, deu Art. 21. A violação de qualquer dos deveres
ao artigo 17 a seguinte redação:] estipulados na convenção sujeitará o infrator à
multa fixada na própria convenção ou no regimen-
Art. 17. Os condôminos que representem, pelo to interno, sem prejuízo da responsabilidade civil
menos, dois terços do total de unidades isoladas e ou criminal que, no caso, couber. [Ver neste livro o
frações ideais correspondentes a 80% do terreno e artigo 1.337 do Novo Código Civil.]
coisas comuns poderão decidir sobre a demolição e Parágrafo único. Compete ao síndico a ini-
reconstrução do prédio, ou sua alienação, por moti- ciativa do processo e a cobrança da multa, por via
vos urbanísticos ou arquitetônicos, ou, ainda, no caso executiva, em benefício do condomínio, e, em caso
de condenação do edifício pela autoridade pública, de emitir-se ele, a qualquer condômino.
em razão de sua insegurança ou insalubridade.
§ 1.º A minoria não fica obrigada a contribuir CAPÍTULO VI
para as obras, mas assegura-se à maioria o direito
de adquirir as partes dos dissidentes, mediante avaliação Da administração do condomínio
judicial, aplicando-se o previsto no artigo 15.
§ 2.º Ocorrendo desgaste, pela ação do tem- Art. 22. Será eleito, na forma prevista pela
po, das unidades habitacionais de uma edificação, convenção, um síndico do condomínio, cujo man-
que deprecie seu valor unitário em relação ao valor dato não poderá exceder de dois anos, permitida a
global do terreno onde se acha construída, os con- reeleição. [Ver neste livro o artigo 1.347 do Novo
dôminos, pelo quórum mínimo de votos que repre- Código Civil.]
sentem dois terços das unidades isoladas e frações § 1.º Compete ao síndico: [Ver neste livro o
ideais correspondentes a 80% do terreno e coisas artigo 1.348 do Novo Código Civil.]
comuns, poderão decidir por sua alienação total, a) representar, ativa e passivamente, o con-
procedendo-se em relação à maioria na forma esta- domínio, em juízo ou fora dele, e praticar os atos
belecida no artigo 15, e seus parágrafos, desta lei. de defesa dos interesses comuns, nos limites das
§ 3.º Decidida por maioria a alienação do pré- atribuições conferidas por esta lei ou pela convenção;
dio, o valor atribuído à cota dos condôminos venci- b) exercer a administração interna da edifica-
dos será correspondente ao preço efetivo e, no ção ou do conjunto de edificações, no que respeita
mínimo, à avaliação prevista no § 2.º ou, a critério à sua vigilância, moralidade e segurança, bem
desses, a imóvel localizado em área próxima ou como aos serviços que interessam a todos os mo-
adjacente com a mesma área útil de construção. radores;
Art. 18. A aquisição parcial de uma edificação, c) praticar os atos que lhe atribuírem as leis, a
ou de um conjunto de edificações, ainda que por convenção e o regimento interno;
força de desapropriação, importará no ingresso do d) impor as multas estabelecidas na lei, na
adquirente no condomínio, ficando sujeito às dis- convenção ou no regimento interno;
posições desta lei, bem assim às da convenção do e) cumprir e fazer cumprir a convenção e o
condomínio e do regulamento interno. [Redação regimento interno, bem como executar e fazer
dada pelo Decreto-lei n.º 981, de 21/10/1969.] executar as deliberações da assembléia;
Parágrafo único. (VETADO). f) prestar contas à assembléia dos condômi-
nos;
CAPÍTULO V g) manter guardada, durante o prazo de 5
(cinco) anos, para eventuais necessidades de veri-
Utilização da edificação ou do conjunto ficação contábil, toda a documentação relativa ao
de edificações condomínio. [Alínea acrescentada a este artigo
pela Lei n.º 6.434, de 15/07/1977.]
Art. 19. Cada condômino tem o direito de § 2.º As funções administrativas podem ser
usar e fruir, com exclusividade, de sua unidade relegadas a pessoas de confiança do síndico, e sob
autônoma, segundo suas conveniências e interes- a sua inteira responsabilidade, mediante aprovação
ses, condicionados, umas e outros, às normas de da assembléia-geral dos condôminos.
boa vizinhança, e poderá usar as partes e coisas § 3.º A convenção poderá estipular que dos
comuns de maneira a não causar dano ou incômo- atos do síndico caiba recurso para a assembléia,

28
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
convocada pelo interessado. Lei n.º 8.245, de 18/10/1991, e redação dada pela
§ 4.º Ao síndico, que poderá ser condômino Lei n.º 9.267, de 25/03/1996.]
ou pessoa física ou jurídica estranha ao condomí- Art. 25. Ressalvado o disposto no § 3.º do ar-
nio, será fixada a remuneração pela mesma as- tigo 22, poderá haver assembléias-gerais extraor-
sembléia que o eleger, salvo se a convenção dis- dinárias, convocadas pelo síndico ou por condômi-
puser diferentemente. nos que representem um quarto, no mínimo, do
§ 5.º O síndico poderá ser destituído, pela condomínio, sempre que o exigirem os interesses
forma e sob as condições previstas na convenção, gerais. [Ver neste livro o artigo 1.355 do Novo
ou, no silêncio desta, pelo voto de dois terços dos Código Civil.]
condôminos presentes em assembléia-geral espe- Parágrafo único. Salvo estipulação diversa
cialmente convocada. [Ver neste livro o artigo da convenção, esta só poderá ser modificada em
1.349 do Novo Código Civil.] assembléia-geral extraordinária, pelo voto mínimo
§ 6.º A convenção poderá prever a eleição de de condôminos que representem dois terços do
subsíndicos, definindo-lhes atribuições e fixando-lhes total das frações ideais. [Ver neste livro o artigo
o mandato, que não poderá exceder de 2 anos, 1.351 do Novo Código Civil.]
permitida a reeleição. Art. 26. (VETADO).
Art. 23. Será eleito, na forma prevista na Art. 27. Se a assembléia não se reunir para
convenção, um conselho consultivo, constituído de exercer qualquer dos poderes que lhe competem
3 condôminos, com mandatos que não poderão 15 (quinze) dias após o pedido de convocação, o
exceder de 2 anos, permitida a reeleição. juiz decidirá a respeito, mediante requerimento
Parágrafo único. Funcionará o conselho co- dos interessados. [Ver neste livro o artigo 1.350 do
mo órgão consultivo do síndico, para assessorá-lo Novo Código Civil.]
na solução dos problemas que digam respeito ao
condomínio, podendo a convenção definir suas TÍTULO II
atribuições específicas.
DAS INCORPORAÇÕES
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO I
Da assembléia-geral
Disposições gerais
Art. 24. Haverá, anualmente, uma assem-
bléia-geral ordinária dos condôminos, convocada [A Lei n.º 4.864, de 29/11/1965, dis-
pelo síndico na forma prevista na convenção, à põe:
qual compete, além das demais matérias inscritas “Art. 9.º As disposições dos artigos 28
na ordem do dia, aprovar, por maioria dos presen- e seguintes, da Lei n.º 4.591, de 16 de
tes, as verbas para as despesas de condomínio, dezembro de 1964, não se aplicam às in-
compreendendo as de conservação da edificação corporações iniciadas antes de 10 de mar-
ou conjunto de edificações, manutenção de seus ço de 1965.
serviços e correlatas. [Ver neste livro o artigo § 1.º Caracteriza o início da incorpo-
1.348 e 1.350 do Novo Código Civil.] ração, para o efeito deste artigo, a venda,
§ 1.º As decisões da assembléia, tomadas, em promessa de venda, cessão ou promessa
cada caso, pelo quórum que a convenção fixar, de cessão de cota ideal de terreno vincu-
obrigam todos os condôminos. lada a projeto de construção, ou o contrato
§ 2.º O síndico, nos 8 (oito) dias subseqüen- de construção assinado pelo incorporador, ou
tes à assembléia, comunicará aos condôminos o por adquirente.
que tiver sido deliberado, inclusive no tocante à § 2.º Os instrumentos de contrato re-
previsão orçamentária, o rateio das despesas e feridos no parágrafo anterior somente fa-
promoverá a arrecadação, tudo na forma que a rão prova de início da execução da incor-
convenção previr. poração, quando o respectivo imposto do
§ 3.º Nas assembléias-gerais, os votos serão selo tiver sido pago antes da data desta
proporcionais às frações ideais do terreno e partes lei.”]
comuns, pertencentes a cada condômino, salvo
disposição diversa da convenção. [Ver neste livro o Art. 28. As incorporações imobiliárias, em todo
artigo 1.352 do Novo Código Civil.] o território nacional, reger-se-ão pela presente lei.
§ 4.º Nas decisões da assembléia que não en- Parágrafo único. Para efeito desta lei, consi-
volvam despesas extraordinárias do condomínio, o dera-se incorporação imobiliária a atividade exer-
locatário poderá votar, caso o condômino-locador a cida com o intuito de promover e realizar a cons-
ela não compareça. [Parágrafo acrescentado pela trução, para alienação total ou parcial, de

29
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
edificações ou conjunto de edificações compostas período de carência, referido no artigo 34.
de unidades autônomas, (VETADO).
Art. 29. Considera-se incorporador a pessoa fí- [A Lei n.º 10.931, de 02/08/2004,
sica ou jurídica, comerciante ou não, que, embora acrescentou o capítulo I-A, com a seguin-
não efetuando a construção, compromisse ou efeti- te redação:]
ve a venda de frações ideais de terreno objetivando
a vinculação de tais frações a unidades autônomas, CAPÍTULO I-A
(VETADO) em edificações a serem construídas ou
em construção sob regime condominial, ou que Do patrimônio de afetação
meramente aceite propostas para efetivação de tais
transações, coordenando e levando a termo a incor- Art. 31-A. A critério do incorporador, a incor-
poração e responsabilizando-se, conforme o caso, poração poderá ser submetida ao regime da afeta-
pela entrega, a certo prazo, preço e determinadas ção, pelo qual o terreno e as acessões objeto de
condições, das obras concluídas. incorporação imobiliária, bem como os demais
Parágrafo único. Presume-se a vinculação bens e direitos a ela vinculados, manter-se-ão
entre a alienação das frações do terreno e o negó- apartados do patrimônio do incorporador e consti-
cio de construção, se, ao ser contratada a venda, tuirão patrimônio de afetação, destinado à conse-
ou promessa de venda ou de cessão das frações de cução da incorporação correspondente e à entrega
terreno, já houver sido aprovado e estiver em vi- das unidades imobiliárias aos respectivos adqui-
gor, ou pender de aprovação de autoridade admi- rentes.
nistrativa, o respectivo projeto de construção, res- § 1.º O patrimônio de afetação não se comu-
pondendo o alienante como incorporador. nica com os demais bens, direitos e obrigações do
Art. 30. Estende-se a condição de incorpora- patrimônio geral do incorporador ou de outros
dor aos proprietários e titulares de direitos aquisi- patrimônios de afetação por ele constituídos e só
tivos que contratem a construção de edifícios que responde por dívidas e obrigações vinculadas à
se destinem a constituição em condomínio, sempre incorporação respectiva.
que iniciarem as alienações antes da conclusão das § 2.º O incorporador responde pelos prejuízos
obras. que causar ao patrimônio de afetação.
Art. 31. A iniciativa e a responsabilidade das § 3.º Os bens e direitos integrantes do patri-
incorporações imobiliárias caberão ao incorpora- mônio de afetação somente poderão ser objeto de
dor, que somente poderá ser: garantia real em operação de crédito cujo produto
a) o proprietário do terreno, o promitente- seja integralmente destinado à consecução da
-comprador, o cessionário deste ou promitente- edificação correspondente e à entrega das unida-
-cessionário com título que satisfaça os requisitos des imobiliárias aos respectivos adquirentes.
da alínea “a” do artigo 32; § 4.º No caso de cessão, plena ou fiduciária,
b) o construtor (Decretos ns. 23.569, de 11 de direitos creditórios oriundos da comercialização
de dezembro de 1933, e 3.995, de 31 de dezem- das unidades imobiliárias componentes da incorpo-
bro de 1941, e Decreto-lei n.º 8.620, de 10 de ração, o produto da cessão também passará a
janeiro de 1946) ou corretor de imóveis (Lei n.º integrar o patrimônio de afetação, observado o
4.116, de 27 de agosto de 1962). disposto no § 6.º
§ 1.º No caso da alínea “b”, o incorporador § 5.º As quotas de construção corresponden-
será investido, pelo proprietário do terreno, pelo tes a acessões vinculadas a frações ideais serão
promitente-comprador e cessionário deste ou pelo pagas pelo incorporador até que a responsabilida-
promitente-cessionário, de mandato outorgado por de pela sua construção tenha sido assumida por
instrumento público, onde se faça menção expres- terceiros, nos termos da parte final do § 6.º do art.
sa desta lei e se transcreva o disposto no § 4.º do 35.
artigo 35, para concluir todos os negócios tenden- § 6.º Os recursos financeiros integrantes do
tes à alienação das frações ideais de terreno, mas patrimônio de afetação serão utilizados para pa-
se obrigará pessoalmente pelos atos que praticar gamento ou reembolso das despesas inerentes à
na qualidade de incorporador. incorporação.
§ 2.º Nenhuma incorporação poderá ser pro- § 7.º O reembolso do preço de aquisição do
posta à venda sem a indicação expressa do incor- terreno somente poderá ser feito quando da alie-
porador, devendo também seu nome permanecer nação das unidades autônomas, na proporção das
indicado ostensivamente no local da construção. respectivas frações ideais, considerando-se tão-
§ 3.º Toda e qualquer incorporação, indepen- -somente os valores efetivamente recebidos pela
dentemente da forma por que seja constituída, alienação.
terá um ou mais incorporadores solidariamente § 8.º Excluem-se do patrimônio de afetação:
responsáveis, ainda que em fase subordinada a I — os recursos financeiros que excederem a

30
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
importância necessária à conclusão da obra (art. bilidade pela qualidade da obra, pelo prazo de en-
44), considerando-se os valores a receber até sua trega do imóvel ou por qualquer outra obrigação
conclusão e, bem assim, os recursos necessários à decorrente da responsabilidade do incorporador ou
quitação de financiamento para a construção, se do construtor, seja legal ou a oriunda dos contra-
houver; e tos de alienação das unidades imobiliárias, de
II — o valor referente ao preço de alienação construção e de outros contratos eventualmente
da fração ideal de terreno de cada unidade vendi- vinculados à incorporação.
da, no caso de incorporação em que a construção § 2.º A pessoa que, em decorrência do exercí-
seja contratada sob o regime de empreitada (art. cio da fiscalização de que trata o “caput” deste
55) ou por administração (art. 58). artigo, obtiver acesso às informações comerciais,
§ 9.º No caso de conjuntos de edificações de tributárias e de qualquer outra natureza referentes
que trata o art. 8.º, poderão ser constituídos pa- ao patrimônio afetado responderá pela falta de
trimônios de afetação separados, tantos quantos zelo, dedicação e sigilo destas informações.
forem os: § 3.º A pessoa nomeada pela instituição fi-
I — subconjuntos de casas para as quais este- nanciadora deverá fornecer cópia de seu relatório
ja prevista a mesma data de conclusão (art. 8.º, ou parecer à Comissão de Representantes, a re-
alínea “a”); e querimento desta, não constituindo esse forneci-
II — edifícios de dois ou mais pavimentos mento quebra de sigilo de que trata o § 2.º deste
(art. 8.º, alínea “b”). artigo.
§ 10. A constituição de patrimônios de afeta- Art. 31-D. Incumbe ao incorporador:
ção separados de que trata o § 9.º deverá estar I — promover todos os atos necessários à boa
declarada no memorial de incorporação. administração e à preservação do patrimônio de
§ 11. Nas incorporações objeto de financia- afetação, inclusive mediante adoção de medidas
mento, a comercialização das unidades deverá judiciais;
contar com a anuência da instituição financiadora II — manter apartados os bens e direitos ob-
ou deverá ser a ela cientificada, conforme vier a jeto de cada incorporação;
ser estabelecido no contrato de financiamento. III — diligenciar a captação dos recursos ne-
§ 12. A contratação de financiamento e cons- cessários à incorporação e aplicá-los na forma
tituição de garantias, inclusive mediante transmis- prevista nesta Lei, cuidando de preservar os recur-
são, para o credor, da propriedade fiduciária sobre sos necessários à conclusão da obra;
as unidades imobiliárias integrantes da incorpora- IV — entregar à Comissão de Representantes,
ção, bem como a cessão, plena ou fiduciária, de no mínimo a cada 3 meses, demonstrativo do es-
direitos creditórios decorrentes da comercialização tado da obra e de sua correspondência com o pra-
dessas unidades, não implicam a transferência zo pactuado ou com os recursos financeiros que
para o credor de nenhuma das obrigações ou res- integrem o patrimônio de afetação recebidos no
ponsabilidades do cedente, do incorporador ou do período, firmados por profissionais habilitados,
construtor, permanecendo estes como únicos res- ressalvadas eventuais modificações sugeridas pelo
ponsáveis pelas obrigações e pelos deveres que incorporador e aprovadas pela Comissão de Repre-
lhes são imputáveis. sentantes;
Art. 31-B. Considera-se constituído o patri- V — manter e movimentar os recursos finan-
mônio de afetação mediante averbação, a qualquer ceiros do patrimônio de afetação em conta de de-
tempo, no Registro de Imóveis, de termo firmado pósito aberta especificamente para tal fim;
pelo incorporador e, quando for o caso, também VI — entregar à Comissão de Representantes
pelos titulares de direitos reais de aquisição sobre balancetes coincidentes com o trimestre civil, rela-
o terreno. tivos a cada patrimônio de afetação;
Parágrafo único. A averbação não será obs- VII — assegurar à pessoa nomeada nos ter-
tada pela existência de ônus reais que tenham sido mos do art. 31-C o livre acesso à obra, bem como
constituídos sobre o imóvel objeto da incorporação aos livros, contratos, movimentação da conta de
para garantia do pagamento do preço de sua aqui- depósito exclusiva referida no inciso V deste artigo
sição ou do cumprimento de obrigação de construir e quaisquer outros documentos relativos ao patri-
o empreendimento. mônio de afetação; e
Art. 31-C. Comissão de Representantes e a VIII — manter escrituração contábil completa,
instituição financiadora da construção poderão ainda que esteja desobrigado pela legislação tribu-
nomear, às suas expensas, pessoa física ou jurídi- tária.
ca para fiscalizar e acompanhar o patrimônio de Art. 31-E. O patrimônio de afetação extinguir-se-á
afetação. pela:
§ 1.º A nomeação a que se refere o “caput” I — averbação da construção, registro dos tí-
não transfere para o nomeante qualquer responsa- tulos de domínio ou de direito de aquisição em

31
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
nome dos respectivos adquirentes e, quando for o sobre o imóvel, para assegurar o pagamento do
caso, extinção das obrigações do incorporador débito remanescente.
perante a instituição financiadora do empreendi- § 7.º Ainda na hipótese dos §§ 1.º e 2.º, a
mento; Comissão de Representantes ficará investida de
II — revogação em razão de denúncia da in- mandato irrevogável para, em nome dos adquiren-
corporação, depois de restituídas aos adquirentes tes, e em cumprimento da decisão da assembléia
as quantias por eles pagas (art. 36), ou de outras geral que deliberar pela liquidação do patrimônio
hipóteses previstas em lei; e de afetação, efetivar a alienação do terreno e das
III — liquidação deliberada pela assembléia acessões, transmitindo posse, direito, domínio e
geral nos termos do art. 31-F, § 1.º ação, manifestar a responsabilidade pela evicção,
Art. 31-F. Os efeitos da decretação da falên- imitir os futuros adquirentes na posse do terreno e
cia ou da insolvência civil do incorporador não das acessões.
atingem os patrimônios de afetação constituídos, § 8.º Na hipótese do § 7.º, será firmado o
não integrando a massa concursal o terreno, as respectivo contrato de venda, promessa de venda
acessões e demais bens, direitos creditórios, obri- ou outra modalidade de contrato compatível com
gações e encargos objeto da incorporação. os direitos objeto da transmissão.
§ 1.º Nos sessenta dias que se seguirem à de- § 9.º A Comissão de Representantes cumprirá
cretação da falência ou da insolvência civil do in- o mandato nos termos e nos limites estabelecidos
corporador, o condomínio dos adquirentes, por pela deliberação da assembléia geral e prestará
convocação da sua Comissão de Representantes contas aos adquirentes, entregando-lhes o produto
ou, na sua falta, de um sexto dos titulares de fra- líquido da alienação, no prazo de cinco dias da
ções ideais, ou, ainda, por determinação do juiz data em que tiver recebido o preço ou cada parcela
prolator da decisão, realizará assembléia geral, na do preço.
qual, por maioria simples, ratificará o mandato da § 10. Os valores pertencentes aos adquirentes
Comissão de Representantes ou elegerá novos não localizados deverão ser depositados em Juízo
membros, e, em primeira convocação, por dois pela Comissão de Representantes.
terços dos votos dos adquirentes ou, em segunda § 11. Caso decidam pela continuação da obra,
convocação, pela maioria absoluta desses votos, os adquirentes ficarão automaticamente sub-rogados
instituirá o condomínio da construção, por instru- nos direitos, nas obrigações e nos encargos relati-
mento público ou particular, e deliberará sobre os vos à incorporação, inclusive aqueles relativos ao
termos da continuação da obra ou da liquidação do contrato de financiamento da obra, se houver.
patrimônio de afetação (art. 43, inciso III); haven- § 12. Para os efeitos do § 11 deste artigo, ca-
do financiamento para construção, a convocação da adquirente responderá individualmente pelo
poderá ser feita pela instituição financiadora. saldo porventura existente entre as receitas do
§ 2.º O disposto no § 1.º aplica-se também à empreendimento e o custo da conclusão da incor-
hipótese de paralisação das obras previstas no art. poração na proporção dos coeficientes de constru-
43, inciso VI. ção atribuíveis às respectivas unidades, se outro
§ 3.º Na hipótese de que tratam os §§ 1.º e critério de rateio não for deliberado em assembléia
2.º, a Comissão de Representantes ficará investida geral por dois terços dos votos dos adquirentes,
de mandato irrevogável para firmar com os adqui- observado o seguinte:
rentes das unidades autônomas o contrato definiti- I — os saldos dos preços das frações ideais e
vo a que estiverem obrigados o incorporador, o acessões integrantes da incorporação que não
titular do domínio e o titular dos direitos aquisiti- tenham sido pagos ao incorporador até a data da
vos do imóvel objeto da incorporação em decor- decretação da falência ou da insolvência civil pas-
rência de contratos preliminares. sarão a ser pagos à Comissão de Representantes,
§ 4.º O mandato a que se refere o § 3.º será permanecendo o somatório desses recursos sub-
válido mesmo depois de concluída a obra. metido à afetação, nos termos do art. 31-A, até o
§ 5.º O mandato outorgado à Comissão de limite necessário à conclusão da incorporação;
Representantes confere poderes para transmitir II — para cumprimento do seu encargo de
domínio, direito, posse e ação, manifestar a res- administradora da incorporação, a Comissão de
ponsabilidade do alienante pela evicção e imitir os Representantes fica investida de mandato legal,
adquirentes na posse das unidades respectivas. em caráter irrevogável, para, em nome do incorpo-
§ 6.º Os contratos definitivos serão celebrados rador ou do condomínio de construção, conforme o
mesmo com os adquirentes que tenham obrigações caso, receber as parcelas do saldo do preço e dar
a cumprir perante o incorporador ou a instituição quitação, bem como promover as medidas extra-
financiadora, desde que comprovadamente judiciais ou judiciais necessárias a esse recebimen-
adimplentes, situação em que a outorga do contra- to, praticando todos os atos relativos ao leilão de
to fica condicionada à constituição de garantia real que trata o art. 63 ou os atos relativos à consoli-

32
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
dação da propriedade e ao leilão de que tratam os quirentes presentes, e exercida no prazo de qua-
arts. 26 e 27 da Lei n.º 9.514, de 20 de novembro renta e oito horas a contar da data designada para
de 1997, devendo realizar a garantia e aplicar na a venda.
incorporação todo o produto do recebimento do § 18. Realizada a venda prevista no § 14, in-
saldo do preço e do leilão; cumbirá à Comissão de Representantes, sucessi-
III — consideram-se receitas do empreendi- vamente, nos cinco dias que se seguirem ao rece-
mento os valores das parcelas a receber, vincen- bimento do preço:
das e vencidas e ainda não pagas, de cada adqui- I — pagar as obrigações trabalhistas, previ-
rente, correspondentes ao preço de aquisição das denciárias e tributárias, vinculadas ao respectivo
respectivas unidades ou do preço de custeio de patrimônio de afetação, observada a ordem de
construção, bem como os recursos disponíveis preferência prevista na legislação, em especial o
afetados; e disposto no art. 186 do Código Tributário Nacional;
IV — compreendem-se no custo de conclusão II — reembolsar aos adquirentes as quantias
da incorporação todo o custeio da construção do que tenham adiantado, com recursos próprios, para
edifício e a averbação da construção das edifica- pagamento das obrigações referidas no inciso I;
ções para efeito de individualização e discrimina- III — reembolsar à instituição financiadora a
ção das unidades, nos termos do art. 44. quantia que esta tiver entregue para a construção,
§ 13. Havendo saldo positivo entre as receitas salvo se outra forma for convencionada entre as
da incorporação e o custo da conclusão da incorpo- partes interessadas;
ração, o valor correspondente a esse saldo deverá IV — entregar ao condomínio o valor que este
ser entregue à massa falida pela Comissão de Re- tiver desembolsado para construção das acessões
presentantes. de responsabilidade do incorporador (§ 6.º do art.
§ 14. Para assegurar as medidas necessárias 35 e § 5.º do art. 31-A), na proporção do valor
ao prosseguimento das obras ou à liquidação do obtido na venda;
patrimônio de afetação, a Comissão de Represen- V — entregar ao proprietário do terreno, nas
tantes, no prazo de sessenta dias, a contar da data hipóteses em que este seja pessoa distinta da pes-
de realização da assembléia geral de que trata o § soa do incorporador, o valor apurado na venda, em
1.º, promoverá, em leilão público, com observân- proporção ao valor atribuído à fração ideal; e
cia dos critérios estabelecidos pelo art. 63, a venda VI — entregar à massa falida o saldo que por-
das frações ideais e respectivas acessões que, até ventura remanescer.
a data da decretação da falência ou insolvência § 19. O incorporador deve assegurar à pessoa
não tiverem sido alienadas pelo incorporador. nomeada nos termos do art. 31-C, o acesso a to-
§ 15. Na hipótese de que trata o § 14, o ar- das as informações necessárias à verificação do
rematante ficará sub-rogado, na proporção atribuí- montante das obrigações referidas no § 12, inciso
vel à fração e acessões adquiridas, nos direitos e I, do art. 31-F vinculadas ao respectivo patrimônio
nas obrigações relativas ao empreendimento, in- de afetação.
clusive nas obrigações de eventual financiamento, § 20. Ficam excluídas da responsabilidade dos
e, em se tratando da hipótese do art. 39 desta Lei, adquirentes as obrigações relativas, de maneira
nas obrigações perante o proprietário do terreno. direta ou indireta, ao imposto de renda e à contri-
§ 16. Dos documentos para anúncio de venda buição social sobre o lucro, devidas pela pessoa
de que trata o § 14 e, bem assim, o inciso III do jurídica do incorporador, inclusive por equiparação,
art. 43, constarão o valor das acessões não pagas bem como as obrigações oriundas de outras ativi-
pelo incorporador (art. 35, § 6.º) e o preço da fra- dades do incorporador não relacionadas direta-
ção ideal do terreno e das acessões (arts. 40 e 41). mente com as incorporações objeto de afetação.
§ 17. No processo de venda de que trata o §
14, serão asseguradas, sucessivamente, em igual- CAPÍTULO II
dade de condições com terceiros:
I — ao proprietário do terreno, nas hipóteses Das obrigações e direitos do incorporador
em que este seja pessoa distinta da pessoa do
incorporador, a preferência para aquisição das Art. 32. O incorporador somente poderá ne-
acessões vinculadas à fração objeto da venda, a gociar sobre unidades autônomas após ter arqui-
ser exercida nas vinte e quatro horas seguintes à vado, no cartório competente de registro de imó-
data designada para a venda; e veis, os seguintes documentos:
II — ao condomínio, caso não exercida a pre- a) título de propriedade de terreno, ou de
ferência de que trata o inciso I, ou caso não haja promessa, irrevogável e irretratável, de compra e
licitantes, a preferência para aquisição da fração venda ou de cessão de direitos ou de permuta, do
ideal e acessões, desde que deliberada em assem- qual conste cláusula de imissão na posse do imó-
bléia geral, pelo voto da maioria simples dos ad- vel, não haja estipulações impeditivas de sua alie-

33
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
nação em frações ideais e inclua consentimento registrados, conferem direito real oponível a tercei-
para demolição e construção, devidamente regis- ros, atribuindo direito a adjudicação compulsória
trado; perante o incorporador ou a quem o suceder, in-
b) certidões negativas de impostos federais, clusive na hipótese de insolvência posterior ao
estaduais e municipais, de protesto de títulos, de término da obra. [Redação dada pela Lei n.º
ações cíveis e criminais e de ônus reais relativa- 10.931, de 02/08/2004.]
mente ao imóvel, aos alienantes do terreno e ao § 3.º O número do registro referido no § 1.º,
incorporador; bem como a indicação do cartório competente,
c) histórico dos títulos de propriedade do imó- constará, obrigatoriamente, dos anúncios, impres-
vel, abrangendo os últimos 20 (vinte) anos, acom- sos, publicações, propostas, contratos, prelimina-
panhado de certidão dos respectivos registros; res ou definitivos, referentes à incorporação, salvo
d) projeto de construção devidamente apro- dos anúncios “classificados”.
vado pelas autoridades competentes; § 4.º O registro de imóveis dará certidão ou
e) cálculo das áreas das edificações, discrimi- fornecerá, a quem o solicitar, cópia fotostática,
nando, além da global, a das partes comuns e heliográfica, termofax, microfilmagem ou outra
indicando, para cada tipo de unidade, a respectiva equivalente, dos documentos especificados neste
metragem de área construída; artigo, ou autenticará cópia apresentada pela parte
f) certidão negativa de débito para com a pre- interessada.
vidência social, quando o titular de direitos sobre o § 5.º A existência de ônus fiscais ou reais,
terreno for responsável pela arrecadação das res- salvo os impeditivos de alienação, não impede o
pectivas contribuições; registro, que será feito com as devidas ressalvas,
g) memorial descritivo das especificações da mencionando-se, em todos os documentos, extraí-
obra projetada, segundo modelo a que se refere o dos do registro, a existência e a extensão do ônus.
inciso IV do artigo 53 desta lei; § 6.º Os oficiais de registro de imóveis terão
h) avaliação do custo global da obra, atualiza- 15 (quinze) dias para apresentar, por escrito, to-
da à data do arquivamento, calculada de acordo das as exigências que julgarem necessárias ao
com a norma do inciso III do artigo 53, com base arquivamento, e, satisfeitas as referidas exigên-
nos custos unitários referidos no artigo 54, discri- cias, terão o prazo de 15 (quinze) dias para forne-
minando-se, também, o custo de construção de cer certidão, relacionando a documentação apre-
cada unidade, devidamente autenticada pelo pro- sentada, e devolver, autenticadas, as segundas
fissional responsável pela obra; vias da mencionada documentação, com exceção
i) discriminação das frações ideais de terreno dos documentos públicos. Em casos de divergên-
com as unidades autônomas que a elas correspon- cia, o oficial levantará a dúvida segundo as normas
derão; processuais aplicáveis.
j) minuta da futura convenção de condomínio § 7.º O oficial de registro de imóveis respon-
que regerá a edificação ou o conjunto de edifica- de, civil e criminalmente, se efetuar o arquivamen-
ções; to de documentação contraveniente à lei ou der
l) declaração em que se defina a parcela do certidão (VETADO) sem o arquivamento de todos
preço de que trata o inciso II do artigo 39; os documentos exigidos.
m) certidão do instrumento público de manda-
to, referido no § 1.º do artigo 31; [A Lei n.º 4.864, de 29/11/1965,
n) declaração expressa em que se fixe, se acrescentou ao artigo 32 os §§ 8.º, 9.º,
houver, o prazo de carência (artigo 34); 10, 11 e 12, a seguir transcritos:]
o) atestado de idoneidade financeira, forneci-
do por estabelecimento de crédito que opere no § 8.º O oficial de registro de imóveis que não
País há mais de 5 (cinco) anos; observar os prazos previstos no § 6.º ficará sujeito
p) declaração, acompanhada de plantas eluci- a penalidade, imposta pela autoridade judiciária
dativas, sobre o número de veículos que a gara- competente, em montante igual ao dos emolumen-
gem comporta e os locais destinados à guarda dos tos devidos pelo registro de que trata este artigo,
mesmos. [Alínea acrescentada a este artigo pela aplicável por quinzena ou fração de quinzena de
Lei n.º 4.864, de 29/11/1965.] superação de cada um daqueles prazos.
§ 1.º A documentação referida neste artigo, § 9.º O oficial de registro de imóveis não res-
após o exame do oficial de registro de imóveis, ponde pela exatidão dos documentos que lhe fo-
será arquivada em cartório, fazendo-se o compe- rem apresentados para arquivamento, em obedi-
tente registro. ência ao disposto nas alíneas “e”, “g”, “h”, “l” e
§ 2.º Os contratos de compra e venda, pro- “p”, deste artigo, desde que assinados pelo profis-
messa de venda, cessão ou promessa de cessão de sional responsável pela obra.
unidades autônomas são irretratáveis e, uma vez § 10. As plantas do projeto aprovado (alínea

34
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
“d” deste artigo) poderão ser apresentadas em ver a celebração do competente contrato relativo à
cópia autenticada pelo profissional responsável fração ideal de terreno, e, bem assim, do contrato
pela obra, acompanhada de cópia da licença de de construção e da convenção do condomínio, de
construção. acordo com discriminação constante da alínea “i”
§ 11. Até 30 de junho de 1966, se, dentro de do artigo 32. [A Lei n.º 4.864, de 29/11/1965,
15 (quinze) dias da entrega, ao cartório do registro dispõe em seu artigo 13: “É de sessenta dias o
de imóveis, da documentação completa prevista prazo máximo concedido ao incorporador, no arti-
neste artigo, feita por carta enviada pelo ofício de go 35 da Lei n.º 4.591, de 16 de dezembro de
títulos e documentos, não tiver o cartório de imó- 1964.”]
veis entregue a certidão de arquivamento e regis- § 1.º No caso de não haver prazo de carência,
tro, nem formulado por escrito as exigências pre- o prazo acima se contará da data de qualquer do-
vistas no § 6.º, considerar-se-á de pleno direito cumento de ajuste preliminar.
completado o registro provisório. § 2.º Quando houver prazo de carência, a
§ 12. O registro provisório previsto no pará- obrigação somente deixará de existir se o incorpo-
grafo anterior autoriza o incorporador a negociar rador tiver denunciado, dentro do mesmo prazo e
as unidades da incorporação, indicando na sua nas condições previamente estabelecidas, por es-
publicação o número do registro de títulos e docu- crito, ao registro de imóveis, a não-concretização
mentos referente à remessa dos documentos ao do empreendimento.
cartório de imóveis, sem prejuízo, todavia, da sua § 3.º Se, dentro do prazo de carência, o in-
responsabilidade perante o adquirente da unidade corporador não denunciar a incorporação, embora
e da obrigação de satisfazer as exigências posteri- não se tenham reunido as condições a que se refe-
ormente formuladas pelo cartório, bem como de re o § 1.º, o outorgante do mandato de que trata o
completar o registro definitivo. § 1.º do artigo 31 poderá fazê-lo nos 5 (cinco) dias
Art. 33. O registro da incorporação será válido subseqüentes ao prazo de carência, e nesse caso
pelo prazo de cento e vinte dias, findo o qual, se ficará solidariamente responsável com o incorpora-
ela ainda não se houver concretizado, o incorpora- dor pela devolução das quantias que os adquiren-
dor só poderá negociar unidades depois de atuali- tes ou candidatos à aquisição houverem entregue
zar a documentação a que se refere o artigo ante- ao incorporador, resguardado o direito de regresso
rior, revalidando o registro por igual prazo. [A Lei sobre ele, dispensando-se, então, do cumprimento
n.º 4.864, de 29/11/1965, elevou para 180 (cento da obrigação fixada no “caput” deste artigo.
e oitenta) dias o prazo mencionado neste artigo.] § 4.º Descumprida pelo incorporador e pelo
Art. 34. O incorporador poderá fixar, para mandante de que trata o § 1.º do artigo 31 a obri-
efetivação da incorporação, prazo de carência, gação da outorga dos contratos referidos no “ca-
dentro do qual lhe é lícito desistir do empreendi- put” deste artigo, nos prazos ora fixados, a carta-
mento. -proposta ou o documento de ajuste preliminar
§ 1.º A fixação do prazo de carência será feita poderão ser averbados no registro de imóveis,
pela declaração a que se refere a alínea “n” do artigo averbação que conferirá direito real oponível a
32, onde se fixem as condições que autorizarão o terceiros, com o conseqüente direito à obtenção
incorporador a desistir do empreendimento. compulsória do contrato correspondente.
§ 2.º Em caso algum poderá o prazo de ca- § 5.º Na hipótese do parágrafo anterior, o in-
rência ultrapassar o termo final do prazo da vali- corporador incorrerá também na multa de 50%
dade do registro ou, se for o caso, de sua revalida- sobre a quantia que efetivamente tiver recebido,
ção. cobrável por via executiva, em favor do adquirente
§ 3.º Os documentos preliminares de ajuste, ou candidato à aquisição.
se houver, mencionarão obrigatoriamente o prazo § 6.º Ressalvado o disposto no artigo 43, do
de carência, inclusive para efeitos do artigo 45. contrato de construção deverá constar expressa-
§ 4.º A desistência da incorporação será denun- mente a menção dos responsáveis pelo pagamento
ciada, por escrito, ao registro de imóveis (VETADO) e da construção de cada uma das unidades. O incor-
comunicada, por escrito, a cada um dos adquirentes porador responde, em igualdade de condições,
ou candidatos à aquisição, sob pena de responsabili- com os demais contratantes, pelo pagamento da
dade civil e criminal do incorporador. construção das unidades que não tenham tido a
§ 5.º Será averbada no registro da incorporação responsabilidade pela sua construção assumida por
a desistência de que trata o parágrafo anterior, ar- terceiros e até que o tenham.
quivando-se em cartório o respectivo documento. Art. 36. No caso de denúncia de incorporação
§ 6.º O prazo de carência é improrrogável. nos termos do artigo 34, se o incorporador, até 30
Art. 35. O incorporador terá o prazo máximo (trinta) dias a contar da denúncia, não restituir aos
de 45 (quarenta e cinco) dias, a contar do termo adquirentes as importâncias pagas, estes poderão
final do prazo de carência, se houver, para promo- cobrá-las por via executiva, reajustado o seu valor

35
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
a contar da data do recebimento, em função do inclusive com parte do pagamento após a entrega
índice geral de preços mensalmente publicado pelo da unidade, discriminar-se-ão, no contrato, o pre-
Conselho Nacional de Economia, que reflita as va- ço da cota de terreno e o da construção.
riações no poder aquisitivo da moeda nacional, e § 1.º Poder-se-á estipular que, na hipótese de
acrescido de juros de 6% ao ano, sobre o total o adquirente atrasar o pagamento de parcela rela-
corrigido. tiva à construção, os efeitos da mora recairão não
Art. 37. Se o imóvel estiver gravado de ônus apenas sobre a aquisição da parte construída, mas,
real ou fiscal ou se contra os alienantes houver também, sobre a fração ideal de terreno, ainda
qualquer ação que possa comprometê-lo, o fato que esta tenha sido totalmente paga.
será obrigatoriamente mencionado em todos os § 2.º Poder-se-á também estipular que, na
documentos de ajuste, com a indicação de sua hipótese de o adquirente atrasar o pagamento da
natureza e das condições de liberação. parcela relativa à fração ideal de terreno, os efei-
Art. 38. Também constará, obrigatoriamente, tos da mora recairão não apenas sobre a aquisição
dos documentos de ajuste, se for o caso, o fato de da fração ideal, mas, também, sobre a parte cons-
encontrar-se ocupado o imóvel, esclarecendo-se a truída, ainda que totalmente paga.
que título se deve esta ocupação e quais as condi- Art. 42. No caso de rescisão do contrato rela-
ções de desocupação. tivo à fração ideal de terreno e partes comuns, a
Art. 39. Nas incorporações em que a aquisi- pessoa em cujo favor se tenha operado a resolução
ção do terreno se der com pagamento total ou sub-rogar-se-á nos direitos e obrigações contratu-
parcial em unidades a serem construídas, deverão almente atribuídos ao inadimplente, com relação à
ser discriminadas em todos os documentos de construção.
ajuste: Art. 43. Quando o incorporador contratar a
I — a parcela que, se houver, será paga em entrega da unidade a prazo e preços certos, de-
dinheiro; terminados ou determináveis, mesmo quando pes-
II — a cota-parte da área das unidades a se- soa física, ser-lhe-ão impostas as seguintes nor-
rem entregues em pagamento do terreno que cor- mas:
responderá a cada uma das unidades, a qual deve- I — informar obrigatoriamente aos adquiren-
rá ser expressa em metros quadrados. tes, por escrito, no mínimo de seis em seis meses,
Parágrafo único. Deverá constar, também, o estado da obra;
de todos os documentos de ajuste, se o alienante II — responder civilmente pela execução da
do terreno ficou ou não sujeito a qualquer presta- incorporação, devendo indenizar os adquirentes ou
ção ou encargo. compromissários, dos prejuízos que a este advie-
Art. 40. No caso de rescisão de contrato de rem do fato de não se concluir a edificação ou de
alienação do terreno ou de fração ideal, ficarão se retardar injustificadamente a conclusão das
rescindidas as cessões ou promessas de cessão de obras, cabendo-lhe ação regressiva contra o cons-
direitos correspondentes à aquisição do terreno. trutor, se for o caso e se a este couber a culpa;
§ 1.º Nesta hipótese, consolidar-se-á, no alie- III — em caso de falência do incorporador,
nante em cujo favor se opera a resolução, o direito pessoa física ou jurídica, e não ser possível à maio-
sobre a construção porventura existente. ria prosseguir na construção das edificações, os
§ 2.º No caso do parágrafo anterior, cada um subscritores ou candidatos à aquisição de unidades
dos ex-titulares de direito à aquisição de unidades serão credores privilegiados pelas quantias que
autônomas haverá do mencionado alienante o houverem pago ao incorporador, respondendo
valor da parcela de construção, que haja adiciona- subsidiariamente os bens pessoais deste;
do à unidade, salvo se a rescisão houver sido cau- IV — é vedado ao incorporador alterar o pro-
sada pelo ex-titular. jeto, especialmente no que se refere à unidade do
§ 3.º Na hipótese dos parágrafos anteriores, sob adquirente e às partes comuns, modificar as espe-
pena de nulidade, não poderá o alienante, em cujo cificações, ou desviar-se do plano da construção,
favor se operou a resolução, voltar a negociar seus salvo autorização unânime dos interessados ou
direitos sobre a unidade autônoma, sem a prévia exigência legal;
indenização aos titulares, de que trata o § 2.º V — não poderá modificar as condições de pa-
§ 4.º No caso do parágrafo anterior, se os gamento nem reajustar o preço das unidades,
ex-titulares tiverem de recorrer à cobrança judicial ainda no caso de elevação dos preços dos materiais e
do que lhes for devido, somente poderão garantir o da mão-de-obra, salvo se tiver sido expressamente
seu pagamento a unidade e respectiva fração de ajustada a faculdade de reajustamento, proceden-
terreno objeto do presente artigo. do-se, então, nas condições estipuladas;
Art. 41. Quando as unidades imobiliárias fo- VI — se o incorporador, sem justa causa devi-
rem contratadas pelo incorporador por preço glo- damente comprovada, paralisar as obras por mais
bal, compreendendo cota de terreno e construção, de 30 (trinta) dias, ou retardar-lhes excessivamente

36
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
o andamento, poderá o juiz notificá-lo para que no imposto do selo deixará de ser obrigatória
prazo mínimo de 30 (trinta) dias as reinicie ou a partir de 1.º de janeiro de 1967, ainda
torne a dar-lhes o andamento normal. Desatendida que a ocorrência do respectivo fato gera-
a notificação, poderá o incorporador ser destituído dor seja anterior à vigência desta lei;
pela maioria absoluta dos votos dos adquirentes, III — as sanções previstas na Lei n.º
sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal que 4.505, de 30 de novembro de 1964, regu-
couber, sujeito à cobrança executiva das importân- lamentada pelo Decreto n.º 55.852, de 22
cias comprovadamente devidas, facultando-se aos de março de 1965, aplicam-se às infra-
interessados prosseguir na obra (VETADO). ções das respectivas normas ocorridas du-
VII — em caso de insolvência do incorporador rante a sua vigência, ainda que se rela-
que tiver optado pelo regime da afetação e não cionem com hipóteses de incidência que
sendo possível à maioria prosseguir na construção, esta lei revoga.”]
a assembléia geral poderá, pelo voto de dois terços
dos adquirentes, deliberar pela venda do terreno, Art. 45. É lícito ao incorporador recolher o
das acessões e demais bens e direitos integrantes imposto do selo devido, mediante apresentação
do patrimônio de afetação, mediante leilão ou outra dos contratos preliminares, até 10 (dez) dias a
forma que estabelecer, distribuindo entre si, na contar do vencimento do prazo de carência a que
proporção dos recursos que comprovadamente tive- se refere o artigo 34, extinta a obrigação se, den-
rem aportado, o resultado líquido da venda, depois tro deste prazo, for denunciada a incorporação.
de pagas as dívidas do patrimônio de afetação e Art. 46. Quando o pagamento do imposto so-
deduzido e entregue ao proprietário do terreno a bre lucro imobiliário e respectivos acréscimos e
quantia que lhe couber, nos termos do art. 40; não adicionais for de responsabilidade do vendedor do
se obtendo, na venda, a reposição dos aportes efe- terreno, será lícito ao adquirente reter o pagamen-
tivados pelos adquirentes, reajustada na forma da to das últimas prestações anteriores à data-limite
lei e de acordo com os critérios do contrato celebra- em que é lícito pagar, sem reajuste, o referido
do com o incorporador, os adquirentes serão credo- imposto e os adicionais, caso o vendedor não
res privilegiados pelos valores da diferença apresente a quitação até 10 (dez) dias antes do
não-reembolsada, respondendo subsidiariamente os vencimento das prestações cujo pagamento torne
bens pessoais do incorporador. [Inciso acrescentado inferior ao débito fiscal a parte do preço a ser ain-
pela Lei n.º 10.931, de 02/08/2004.] da paga até a referida data-limite.
Art. 44. Após a concessão do “habite-se” pela Parágrafo único. No caso de retenção pelo ad-
autoridade administrativa, o incorporador deverá quirente, esse ficará responsável, para todos os efei-
requerer (VETADO) a averbação da construção das tos, perante o fisco, pelo recolhimento do tributo,
edificações para efeito de individualização e dis- adicionais e acréscimos, inclusive pelos reajustamen-
criminação das unidades, respondendo perante os tos que vier a sofrer o débito fiscal (VETADO).
adquirentes pelas perdas e danos que resultem da Art. 47. Quando se fixar no contrato que a
demora no cumprimento dessa obrigação. obrigação do pagamento do imposto sobre lucro
§ 1.º Se o incorporador não requerer a aver- imobiliário, acréscimos e adicionais devidos pelo
bação (VETADO), o construtor requerê-la à (VETA- alienante é transferida ao adquirente, dever-se-á
DO), sob pena de ficar solidariamente responsável explicitar o montante que tal obrigação atingiria se
com o incorporador perante os adquirentes. sua satisfação se desse na data da escritura.
§ 2.º Na omissão do incorporador e do cons- § 1.º Neste caso, o adquirente será tido, para
trutor, a averbação poderá ser requerida por qual- todos os efeitos, como responsável perante o fisco.
quer dos adquirentes de unidade. § 2.º Havendo parcela restituível, a restituição
será feita ao adquirente, e, se for o caso, em nome
[A Lei n.º 5.143, de 20/10/1966, dis- deste serão emitidas as obrigações do Tesouro
põe: Nacional a que se refere o artigo 4.º da Lei n.º
“Art. 15. São revogadas as leis relati- 4.357, de 16 de julho de 1964.
vas ao imposto do selo e as disposições § 3.º Para efeitos fiscais, não importará em au-
em contrário, e o artigo 11 da Lei n.º mento do preço de aquisição a circunstância de obri-
1.002, de 24 de dezembro de 1949, ob- gar-se o adquirente ao pagamento do imposto sobre
servado o seguinte: lucro imobiliário, seus acréscimos e adicionais.
I — aplicar-se-á a legislação vigente à
época em que se constituiu a obrigação
tributária, no caso de exigência do impos-
to cujo fato gerador tenha ocorrido até 31
de dezembro de 1966;
II — a complementação periódica do

37
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
CAPÍTULO III ção dos arts. 31-A a 31-F. [Redação dada pela Lei
n.º 10.931, de 02/08/2004.]
Da construção de edificação em condomínio § 1.º Uma vez eleita a comissão, cuja consti-
tuição se comprovará com a ata da assembléia,
Seção I devidamente inscrita no registro de títulos e docu-
mentos, esta ficará, de pleno direito, investida dos
Da construção em geral poderes necessários para exercer todas as atribui-
ções e praticar todos os atos que esta lei e o con-
Art. 48. A construção de imóveis, objeto de trato de construção lhe deferirem, sem necessida-
incorporação nos moldes previstos nesta lei, pode- de de instrumento especial outorgado pelos
rá ser contratada sob o regime de empreitada ou contratantes ou, se for o caso, pelos que se sub-
de administração, conforme adiante definidos, e rogarem nos direitos e obrigações destes.
poderá estar incluída no contrato com o incorpora- § 2.º A assembléia geral poderá, pela maioria
dor (VETADO), ou ser contratada diretamente en- absoluta dos votos dos adquirentes, alterar a com-
tre os adquirentes e o construtor. posição da Comissão de Representantes e revogar
§ 1.º O projeto e o memorial descritivo das qualquer de suas decisões, ressalvados os direitos
edificações farão parte integrante e complementar de terceiros quanto aos efeitos já produzidos. [Re-
do contrato. dação dada pela Lei n.º 10.931, de 02/08/2004.]
§ 2.º Do contrato deverá constar o prazo da § 3.º Respeitados os limites constantes desta
entrega das obras e as condições e formas de sua lei, o contrato poderá discriminar as atribuições da
eventual prorrogação. comissão e deverá dispor sobre os mandatos de
Art. 49. Os contratantes da construção, inclu- seus membros, sua destituição e a forma de pre-
sive no caso do artigo 43, para tratar de seus inte- enchimento das vagas eventuais, sendo lícita a
resses, com relação a ela, poderão reunir-se em estipulação de que o mandato conferido a qualquer
assembléia, cujas deliberações, desde que aprova- membro, no caso de sub-rogação de seu contrato
das por maioria simples dos votos presentes, serão a terceiros, se tenha por transferido, de pleno di-
válidos e obrigatórias para todos eles, salvo no que reito, ao sub-rogatário, salvo se este não o aceitar.
afetar ao direito de propriedade previsto na legis- § 4.º Nas incorporações em que o número de
lação. contratantes de unidades for igual ou inferior a 3
§ 1.º As assembléias serão convocadas, pelo (três), a totalidade deles exercerá, em conjunto,
menos, por um terço dos votos dos contratantes, as atribuições que esta lei confere à comissão,
pelo incorporador ou pelo construtor, com menção aplicando-se, no que couber, o disposto nos pará-
expressa do assunto a tratar, sendo admitido com- grafos anteriores.
parecimento de procurador bastante. Art. 51. Nos contratos de construção, seja
§ 2.º A convocação da assembléia será feita qual for seu regime, deverá constar expressamen-
por carta registrada ou protocolo, com antecedên- te a quem caberão as despesas com ligações de
cia mínima de 5 (cinco) dias para a primeira con- serviços públicos, devidas ao poder público, bem
vocação, e mais 3 (três) dias para a segunda, po- como as despesas indispensáveis à instalação,
dendo ambas as convocações ser feitas no mesmo funcionamento e regulamentação do condomínio.
aviso. Parágrafo único. Quando o serviço público
§ 3.º A assembléia instalar-se-á, no mínimo, for explorado mediante concessão, os contratos de
com metade dos contratantes, em primeira convo- construção deverão também especificar a quem
cação, e com qualquer número, em segunda, sen- caberão as despesas com as ligações que incum-
do, porém, obrigatória a presença, em qualquer bam às concessionárias, no caso de não estarem
caso, do incorporador ou do construtor, quando elas obrigadas a fazê-las, ou, em o estando, se a
convocantes, e, pelo menos, com metade dos con- isto se recusarem ou alegarem impossibilidade.
tratantes que a tenham convocado, se for o caso. Art. 52. Cada contratante da construção só
§ 4.º Na assembléia, os votos dos contratan- será imitido na posse de sua unidade se estiver em
tes, serão proporcionais às respectivas frações dia com as obrigações assumidas, inclusive as
ideais de terreno. relativas à construção, exercendo o construtor e o
Art. 50. Será designada no contrato de constru- condomínio, até então, o direito de retenção sobre
ção ou eleita em assembléia geral uma Comissão de a respectiva unidade; no caso do artigo 43, este
Representantes composta de três membros, pelo direito será exercido pelo incorporador.
menos, escolhidos entre os adquirentes, para repre- Art. 53. O Poder Executivo, através do Banco
sentá-los perante o construtor ou, no caso do art. 43, Nacional da Habitação, promoverá a celebração de
ao incorporador, em tudo o que interessar ao bom contratos com a Associação Brasileira de Normas
andamento da incorporação, e, em especial, perante Técnicas (ABNT), no sentido de que esta, tendo em
terceiros, para praticar os atos resultantes da aplica- vista o disposto na Lei n.º 4.150, de 21 de novem-

38
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
bro de 1962, prepare, no prazo máximo de 120 deste artigo, referente ao tipo de prédio
(cento e vinte) dias, normas que estabeleçam, padronizado que mais se aproxime do
para cada tipo de prédio que padronizar: prédio objeto da incorporação.”]
I — critérios e normas para cálculo de custos
unitários de construção, para uso dos sindicatos, Art. 54. Os sindicatos estaduais da indústria
na forma do artigo 54; da construção civil ficam obrigados a divulgar
II — critérios e normas para execução de or- mensalmente, até o dia 5 (cinco) de cada mês, os
çamentos de custo de construção, para fins do custos unitários de construção a serem adotados
disposto no artigo 59; nas respectivas regiões jurisdicionais, calculados
III — critérios e normas para a avaliação de com observância dos critérios e normas a que se
custo global de obra, para fins da alínea “h” do refere o inciso I do artigo anterior.
artigo 32; § 1.º O sindicato estadual que deixar de cum-
IV — modelo de memorial descritivo dos aca- prir a obrigação prevista neste artigo deixará de
bamentos de edificação, para fins do disposto no receber dos cofres públicos, enquanto perdurar a
artigo 32; omissão, qualquer subvenção ou auxílio que plei-
V — critério para entrosamento entre o crono- teie ou a que tenha direito.
grama das obras e o pagamento das prestações, § 2.º Na ocorrência de omissão de sindicato es-
que poderá ser introduzido nos contratos de incor- tadual, o construtor usará os índices fixados por outro
poração, inclusive para o efeito de aplicação do sindicato estadual, em cuja região os custos de cons-
disposto no § 2.º do artigo 48. trução mais lhe pareçam aproximados dos da sua.
§ 1.º O número de tipos padronizados deverá § 3.º Os orçamentos ou estimativas baseados
ser reduzido e na fixação se atenderá primordial- nos custos unitários a que se refere este artigo só
mente: poderão se considerados atualizados, em certo
a) o número de pavimentos e a existência de mês, para os efeitos desta lei, se baseados em
pavimentos especiais (subsolo, “pilotis”, etc.); custos unitários relativos ao próprio mês ou a um
b) o padrão da construção (baixo, normal, alto), dos 2 (dois) meses anteriores.
tendo em conta as condições de acabamento, a qua-
lidade dos materiais empregados, os equipamentos, Seção II
o número de elevadores e as inovações de conforto;
c) as áreas de construção. Da construção por empreitada
§ 2.º Para custear o serviço a ser feito pela
ABNT, definido neste artigo, fica autorizado o Poder Art. 55. Nas incorporações em que a constru-
Executivo a abrir um crédito especial no valor de Cr$ ção seja feita pelo regime de empreitada, esta
10.000.000,00 em favor do Banco Nacional da Habi- poderá ser a preço fixo, ou a preço reajustável por
tação, vinculado a este fim, podendo o Banco adian- índices previamente determinados.
tar a importância à ABNT, se necessário. § 1.º Na empreitada a preço fixo, o preço da
§ 3.º No contrato a ser celebrado com a construção será irreajustável, independentemente
ABNT, estipular-se-á a atualização periódica das das variações que sofrer o custo efetivo dasobras e
normas previstas neste artigo, mediante remune- quaisquer que sejam suas causas.
ração razoável. § 2.º Na empreitada a preço reajustável o
preço fixado no contrato será reajustado na forma
[A Lei n.º 4.864, de 29/11/1965, dis- e nas épocas nele expressamente previstas, em
põe: função da variação dos índices adotados, também
“Art. 14. Até 31 de dezembro de previstos obrigatoriamente no contrato.
1966, os sindicatos da indústria da cons- § 3.º Nos contratos de construção por emprei-
trução civil, nas suas respectivas bases tada, a comissão de representantes fiscalizará o
territoriais, atenderão ao disposto no arti- andamento da obra e a obediência ao projeto e às
go 54 da Lei n.º 4.591, de 16 de dezem- especificações, exercendo as demais obrigações
bro de 1964, com base em critérios, nor- inerentes à sua função representativa dos contra-
mas e tipos de prédios padronizados que tantes e fiscalizadora da construção.
adotarem, mediante estudos próprios ou § 4.º Nos contratos de construção fixados sob
contratados. regime de empreitada reajustável, a comissão de
Parágrafo único. O incorporador, ao representantes fiscalizará, também, o cálculo do
elaborar a avaliação do custo global da reajustamento.
obra para atendimento do disposto na alí- § 5.º No contrato deverá ser mencionado o
nea ‘h’ do artigo 32 da Lei n.º 4.591, de montante do orçamento atualizado da obra, calcula-
16 de dezembro de 1964, utilizará o custo do de acordo com as normas do inciso III do artigo
unitário, divulgado pelo sindicato na forma 53, com base nos custos unitários referidos no artigo

39
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
54, quando o preço estipulado for inferior ao mesmo. contrato o montante do orçamento do custo da
§ 6.º Na forma de expressa referência, os obra, elaborado com estrita observância dos crité-
contratos de empreitada entendem-se como sendo rios e normas referidos no inciso II do artigo 53, e
a preço fixo. a data em que se iniciará efetivamente a obra.
Art. 56. Em toda a publicidade ou propaganda § 1.º Nos contratos lavrados até o término
escrita, destinada a promover a venda de incorpo- das fundações, esse montante não poderá ser infe-
ração com construção pelo regime de empreitada rior ao da estimativa atualizada, a que se refere o
reajustável, em que conste preço, serão discrimi- § 3.º do artigo 54.
nados explicitamente o preço da fração ideal do § 2.º Nos contratos celebrados após o término
terreno e o preço da construção, com indicação das fundações, esse montante não poderá ser infe-
expressa da reajustabilidade. rior à última revisão efetivada na forma do artigo
§ 1.º As mesmas indicações deverão constar seguinte.
em todos os papéis utilizados para a realização da § 3.º Às transferências e sub-rogações do
incorporação, tais como cartas, propostas, escritu- contrato, em qualquer fase da obra, aplicar-se-á o
ras, contratos e documentos semelhantes. disposto neste artigo.
§ 2.º Esta exigência será dispensada nos Art. 60. As revisões da estimativa de custo da
anúncios “classificados” dos jornais. obra serão efetuadas, pelo menos semestralmente,
Art. 57. Ao construtor que contratar, por em- em comum entre a comissão de representantes e o
preitada a preço fixo, uma obra de incorporação, construtor. O contrato poderá estipular que, em fun-
aplicar-se-á, no que couber, o disposto nos itens ção das necessidades da obra, sejam alteráveis os
II, III, IV, (VETADO) e VI, do artigo 43. esquemas de contribuições quanto ao total, ao núme-
ro, ao valor e à distribuição no tempo das prestações.
Seção III Parágrafo único. Em caso de majoração de
prestações, o novo esquema deverá ser comunica-
Da construção por administração do aos contratantes, com antecedência mínima de
45 (quarenta e cinco) dias da data em que deverão
Art. 58. Nas incorporações em que a constru- ser efetuados os depósitos das primeiras presta-
ção for contratada pelo regime de administração, ções alteradas.
também chamado “a preço de custo”, será de res- Art. 61. A comissão de representantes terá
ponsabilidade dos proprietários ou adquirentes o poderes para, em nome de todos os contratos e na
pagamento do custo integral da obra, observadas forma prevista no contrato:
as seguintes disposições: a) examinar os balancetes, organizados pelos
I — todas as faturas, duplicatas, recibos e construtores, dos recebimentos e despesas do
quaisquer documentos referentes às transações ou condomínio dos contratantes, aprová-los ou impug-
aquisições para construção, serão emitidos em nome ná-los, examinando a documentação respectiva;
do condomínio dos contratantes da construção; b) fiscalizar concorrências relativas às com-
pras dos materiais necessários à obra ou aos servi-
[Lei n.º 4.864, de 29/11/1965, dispõe ços a ela pertinentes;
no § 3.º do artigo 18: “Não incidirá o impos- c) contratar, em nome do condomínio, com
to do selo sobre as obrigações a que se re- qualquer condômino, modificações por ele solicita-
fere o inciso II do artigo 58 da Lei n.º das em sua respectiva unidade, a serem adminis-
4.591, de 16 de dezembro de 1964, inclusi- tradas pelo construtor, desde que não prejudiquem
ve sobre o pagamento das penalidades apli- unidade de outro condômino e não estejam em
cadas na forma do disposto nos §§ 8.º e 9.º desacordo com o parecer técnico do construtor;
do artigo 63 da mesma lei, bem como sobre d) fiscalizar a arrecadação das contribuições
a utilização desses recursos em pagamento destinadas à construção;
dos débitos de responsabilidade do condo- e) exercer as demais obrigações inerentes a sua
mínio, quer feito diretamente pela comissão função representativa dos contratantes e fiscalizado-
de representantes, quer não.”] ra da construção, e praticar todos os atos necessários
ao funcionamento regular do condomínio.
II — todas as contribuições dos condôminos Art. 62. Em toda publicidade ou propaganda
para qualquer fim relacionado com a construção escrita destinada a promover a venda de incorpo-
serão depositadas em contas abertas em nome do ração com construção pelo regime de administra-
condomínio dos contratantes em estabelecimentos ção em que conste preço, serão discriminados
bancários, as quais serão movimentadas pela for- explicitamente o preço da fração ideal de terreno e
ma que for fixada no contrato. o montante do orçamento atualizado do custo da
Art. 59. No regime de construção por admi- construção, na forma dos artigos 59 e 60, com a
nistração, será obrigatório constar do respectivo indicação do mês a que se refere o dito orçamento

40
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
e do tipo padronizado a que se vincule o mesmo. investida de mandato irrevogável, isento do impos-
§ 1.º As mesmas indicações deverão constar to do selo, na vigência do contrato geral de cons-
em todos os papéis utilizados para a realização da trução da obra, com poderes necessários para, em
incorporação, tais como cartas, propostas, escritu- nome do condômino inadimplente, efetuar as cita-
ras, contratos e documentos semelhantes. das transações, podendo para este fim fixar pre-
§ 2.º Esta exigência será dispensada nos ços, ajustar condições, sub-rogar o arrematante
anúncios “classificados” dos jornais. nos direitos e obrigações decorrentes do contrato
de construção e da cota de terreno e construção;
CAPÍTULO IV outorgar as competentes escrituras e contratos,
receber preços, dar quitações; imitir o arrematante
Das infrações na posse do imóvel; transmitir domínio, direito e
ação; responder pela evicção; receber citação;
Art. 63. É lícito estipular no contrato, sem propor e variar de ações; e também dos poderes
prejuízo de outras sanções, que a falta de paga- “ad juditia”, a serem substabelecidos a advogado
mento, por parte do adquirente ou contratante, de legalmente habilitado.
três prestações do preço da construção, quer esta- § 6.º A morte, falência ou concordata do con-
belecidas inicialmente, quer alteradas ou criadas dômino ou sua dissolução, se se tratar de socieda-
posteriormente, quando for o caso, depois de pré- de, não revogará o mandato de que trata o pará-
via notificação com o prazo de 10 (dez) dias para grafo anterior, o qual poderá ser exercido pela
purgação da mora, implique na rescisão do contra- comissão de representantes até a conclusão dos
to, conforme nele se fixar, ou que, na falta de pa- pagamentos devidos, ainda que a unidade perten-
gamento, pelo débito respondem os direitos à res- ça a menor de idade.
pectiva fração ideal de terreno e à parte § 7.º Os eventuais débitos, fiscais ou para
construída, adicionada na forma abaixo estabeleci- com a previdência social, não impedirão a aliena-
da, se outra forma não fixar o contrato. ção por leilão público. Neste caso, ao condômino
§ 1.º Se o débito não for liquidado no prazo somente será entregue o saldo, se houver, desde
de 10 (dez) dias, após solicitação da comissão de que prove estar quite com o fisco e a previdência
representantes, esta ficará, desde logo, de pleno social, devendo a comissão de representantes, em
direito, autorizada a efetuar, no prazo que fixar, caso contrário, consignar judicialmente a impor-
em público leilão anunciado pela forma que o con- tância equivalente aos débitos existentes, dando
trato previr, a venda, promessa de venda ou de ciência do fato à entidade credora.
cessão, ou a cessão da cota de terreno e corres- § 8.º Independentemente das disposições
pondente parte construída e direitos, bem como a deste artigo e seus parágrafos, e como penalida-
sub-rogação do contrato de construção. des preliminares, poderá o contrato de construção
§ 2.º Se o maior lanço obtido for inferior ao estabelecer a incidência de multas e juros de mora
desembolso efetuado pelo inadimplente para a em caso de atraso no depósito de contribuições,
cota do terreno e a construção, despesas acarreta- sem prejuízo do disposto no parágrafo seguinte.
das e as porcentagens expressas no parágrafo § 9.º O contrato poderá dispor que o valor das
seguinte, será realizada nova praça no prazo esti- prestações pagas com atraso seja corrigível em
pulado no contrato. Nesta segunda praça, será função da variação do índice geral de preços men-
aceito o maior lanço apurado, ainda que inferior salmente publicado pelo Conselho Nacional de
àquele total (VETADO). Economia, que reflita as oscilações do poder aqui-
§ 3.º No prazo de 24 (vinte e quatro) horas sitivo da moeda nacional.
após a realização do leilão final, o condomínio, por § 10. O membro da comissão de representan-
decisão unânime de assembléia-geral em condi- tes que incorrer na falta prevista neste artigo esta-
ções de igualdade com terceiros, terá preferência rá sujeito à perda automática do mandato e deverá
na aquisição dos bens, caso em que serão adjudi- ser substituído segundo dispuser o contrato.
cados ao condomínio. Art. 64. Os órgãos de informação e publicida-
§ 4.º Do preço que for apurado no leilão, se- de que divulgarem publicidade sem os requisitos
rão deduzidas as quantias em débito, todas as exigidos pelo § 3.º do artigo 32 e pelos artigos 56
despesas ocorridas, inclusive honorários de advo- e 62 desta lei sujeitar-se-ão à multa em importân-
gados e anúncios, e mais 5% a título de comissão cia correspondente ao dobro do preço pago pelo
e 10% de multa compensatória, que reverterão em anunciante, a qual reverterá em favor da respecti-
benefício do condomínio de todos os contratantes, va municipalidade.
com exceção do faltoso, ao qual será entregue o Art. 65. É crime contra a economia popular
saldo, se houver. promover incorporação, fazendo, em proposta, con-
§ 5.º Para os fins das medidas estipuladas tratos, prospectos ou comunicação ao público ou aos
neste artigo, a comissão de representantes ficará interessados, afirmação falsa sobre a constituição do

41
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
condomínio, alienação das frações ideais do terreno terreno, desde que figurem no contrato, com direi-
ou sobre a construção das edificações. to regressivo sobre o incorporador, se as faltas
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) cometidas lhe forem imputáveis.
anos, e multa, de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes
o maior salário-mínimo legal vigente no País. CAPÍTULO V
§ 1.º Incorrem na mesma pena:
I — o incorporador, o corretor e o construtor, Das disposições finais e transitórias
individuais, bem como os diretores ou gerentes de
empresa coletiva incorporadora, corretora ou cons- Art. 67. Os contratos poderão consignar ex-
trutora que, em proposta, contrato, publicidade, clusivamente as cláusulas, termos ou condições
prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunica- variáveis ou específicas.
ção ao público ou aos condôminos, candidatos ou § 1.º As cláusulas comuns a todos os adqui-
subscritores de unidades, fizerem afirmação falsa rentes não precisarão figurar expressamente nos
sobre a constituição do condomínio, alienação das respectivos contratos.
frações ideais ou sobre a construção das edificações; § 2.º Os contratos, no entanto, consignarão
II — o incorporador, o corretor e o construtor in- obrigatoriamente que as partes contratantes ado-
dividuais, bem como os diretores ou gerentes de em- tem e se comprometam a cumprir as cláusulas,
presa coletiva, incorporadora, corretora ou construtora termos e condições contratuais a que se refere o
que usarem, ainda que a título de empréstimo, em parágrafo anterior, sempre transcritas, “verbo ad
proveito próprio ou de terceiro, bens ou haveres desti- verbum”, no respectivo cartório ou ofício, mencio-
nados a incorporação contratada por administração, nando, inclusive, o número do livro e das folhas do
sem prévia autorização dos interessados. competente registro.
§ 2.º O julgamento destes crimes será de § 3.º Aos adquirentes, ao receberem os respec-
competência de juízo singular, aplicando-se os tivos instrumentos, será obrigatoriamente entregue
artigos 5.º, 6.º e 7.º da Lei n.º 1.521, de 26 de cópia, impressa ou mimeografada, autenticada, do
dezembro de 1951. contrato-padrão, contendo as cláusulas, termos e
§ 3.º Em qualquer fase do procedimento cri- condições referidas no § 1.º deste artigo.
minal objeto deste artigo, a prisão do indiciado § 4.º Os cartórios de registro de imóveis, para
dependerá sempre de mandado do juízo referido os devidos efeitos, receberão dos incorporadores,
no § 2.º [Parágrafo acrescentado a este artigo pela autenticadamente, o instrumento a que se refere o
Lei n.º 4.864, de 29/11/1965.] parágrafo anterior.
Art. 66. São contravenções relativas à eco- Art. 68. Os proprietários ou titulares de direi-
nomia popular, puníveis na forma do artigo 10 da to aquisitivo sobre as terras rurais ou os terrenos
Lei n.º 1.521, de 26 de dezembro de 1951: onde pretendam construir ou mandar construir
I — negociar o incorporador frações ideais de habitações isoladas para aliená-las antes de con-
terreno, sem previamente satisfazer às exigências cluídas, mediante pagamento do preço a prazo,
constantes desta lei; deverão, previamente, satisfazer às exigências
II — omitir o incorporador, em qualquer do- constantes no artigo 32, ficando sujeitos ao regime
cumento de ajuste, as indicações a que se referem instituído nesta lei, para os incorporadores, no que
os artigos 37 e 38 desta lei; lhes for aplicável.
III — deixar o incorporador, sem justa causa, Art. 69. O Poder Executivo baixará, no prazo
no prazo do artigo 35 e ressalvada a hipótese de de 90 (noventa) dias, regulamento sobre o registro
seus §§ 2.º e 3.º, de promover a celebração do con- no registro de imóveis (VETADO).
trato relativo à fração ideal de terreno, do contrato Art. 70. A presente lei entrará em vigor na
de construção ou da convenção do condomínio; data de sua publicação, revogados o Decreto n.º
IV — (VETADO); 5.481, de 25 de junho de 1928, e quaisquer dispo-
V — omitir o incorporador, no contrato, a indica- sições em contrário.
ção a que se refere o § 5.º do artigo 55 desta lei;
VI — paralisar o incorporador a obra, por mais Brasília, 16 de dezembro de 1964.
de 30 (trinta) dias, ou retardar-lhe excessivamente
o andamento, sem justa causa. H. CASTELO BRANCO
Pena — Multa de 5 (cinco) a 20 (vinte) vezes
o maior salário-mínimo legal vigente no País. [Publicada no “Diário Oficial” da União, de
Parágrafo único. No caso de contratos relati- 21/12/1964; retificada no de 01/02/1965. Os vetos
vos a incorporações, de que não participe o incor- do Presidente da República foram mantidos, em sua
porador, responderão solidariamente pelas faltas totalidade, pelo Congresso Nacional, em sessão reali-
capituladas neste artigo o construtor, o corretor, o zada em 13/05/1965, cuja ata foi publicada no “Diá-
proprietário ou titular de direitos aquisitivos do rio do Congresso Nacional” da mesma data.]

42
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
o
DISPOSITIVOS DA LEI N. 10.406, DE 10 DE Art. 1.317. Quando a dívida houver sido con-
JANEIRO DE 2002. traída por todos os condôminos, sem se discrimi-
nar a parte de cada um na obrigação, nem se esti-
Institui o Código Civil. pular solidariedade, entende-se que cada qual se
obrigou proporcionalmente ao seu quinhão na coi-
O Presidente da República: sa comum.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta Art. 1.318. As dívidas contraídas por um dos
e eu sanciono a seguinte Lei: condôminos em proveito da comunhão, e durante
....................................................................... ela, obrigam o contratante; mas terá este ação
regressiva contra os demais.
PARTE ESPECIAL Art. 1.319. Cada condômino responde aos
outros pelos frutos que percebeu da coisa e pelo
LIVRO III dano que lhe causou.
Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao con-
DOS DIREITOS DAS COISAS dômino exigir a divisão da coisa comum, respon-
dendo o quinhão de cada um pela sua parte nas
....................................................................... despesas da divisão.
§ 1.º Podem os condôminos acordar que fique
TÍTULO III indivisa a coisa comum por prazo não maior de
cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior.
DA PROPRIEDADE § 2.º Não poderá exceder de cinco anos a in-
divisão estabelecida pelo doador ou pelo testador.
CAPÍTULO VI § 3.º A requerimento de qualquer interessado
e se graves razões o aconselharem, pode o juiz
Do condomínio em geral determinar a divisão da coisa comum antes do
prazo.
Seção I Art. 1.321. Aplicam-se à divisão do condomí-
nio, no que couber, as regras de partilha de heran-
Do condomínio voluntário ça (arts. 2.013 a 2.022).

Subseção I Art. 2.013. O herdeiro pode sempre


requerer a partilha, ainda que o testador o
Dos direitos e deveres dos condôminos proíba, cabendo igual faculdade aos seus
cessionários e credores.
Art. 1.314. Cada condômino pode usar da Art. 2.014. Pode o testador indicar os
coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer bens e valores que devem compor os qui-
todos os direitos compatíveis com a indivisão, nhões hereditários, deliberando ele pró-
reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e prio a partilha, que prevalecerá, salvo se o
alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la. valor dos bens não corresponder às quo-
Parágrafo único. Nenhum dos condôminos tas estabelecidas.
pode alterar a destinação da coisa comum, nem Art. 2.015. Se os herdeiros forem ca-
dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o pazes, poderão fazer partilha amigável,
consenso dos outros. por escritura pública, termo nos autos do
Art. 1.315. O condômino é obrigado, na pro- inventário, ou escrito particular, homolo-
porção de sua parte, a concorrer para as despesas gado pelo juiz.
de conservação ou divisão da coisa, e a suportar Art. 2.016. Será sempre judicial a
os ônus a que estiver sujeita. partilha, se os herdeiros divergirem, assim
Parágrafo único. Presumem-se iguais as par- como se algum deles for incapaz.
tes ideais dos condôminos. Art. 2.017. No partilhar os bens, ob-
Art. 1.316. Pode o condômino eximir-se do servar-se-á, quanto ao seu valor, nature-
pagamento das despesas e dívidas, renunciando à za e qualidade, a maior igualdade possí-
parte ideal. vel.
§ 1.º Se os demais condôminos assumem as Art. 2.018. É válida a partilha feita
despesas e as dívidas, a renúncia lhes aproveita, por ascendente, por ato entre vivos ou de
adquirindo a parte ideal de quem renunciou, na última vontade, contanto que não prejudi-
proporção dos pagamentos que fizerem. que a legítima dos herdeiros necessários.
§ 2.º Se não há condômino que faça os pa- Art. 2.019. Os bens insuscetíveis de
gamentos, a coisa comum será dividida. divisão cômoda, que não couberem na

43
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
meação do cônjuge sobrevivente ou no administração da coisa comum, escolherá o admi-
quinhão de um só herdeiro, serão vendi- nistrador, que poderá ser estranho ao condomínio;
dos judicialmente, partilhando-se o valor resolvendo alugá-la, preferir-se-á, em condições
apurado, a não ser que haja acordo para iguais, o condômino ao que não o é.
serem adjudicados a todos. Art. 1.324. O condômino que administrar sem
§ 1.º Não se fará a venda judicial se o oposição dos outros presume-se representante
cônjuge sobrevivente ou um ou mais her- comum.
deiros requererem lhes seja adjudicado o Art. 1.325. A maioria será calculada pelo va-
bem, repondo aos outros, em dinheiro, a lor dos quinhões.
diferença, após avaliação atualizada. § 1.º As deliberações serão obrigatórias, sen-
§ 2.º Se a adjudicação for requerida do tomadas por maioria absoluta.
por mais de um herdeiro, observar-se-á o § 2.º Não sendo possível alcançar maioria ab-
processo da licitação. soluta, decidirá o juiz, a requerimento de qualquer
Art. 2.020. Os herdeiros em posse dos condômino, ouvidos os outros.
bens da herança, o cônjuge sobrevivente e § 3.º Havendo dúvida quanto ao valor do qui-
o inventariante são obrigados a trazer ao nhão, será este avaliado judicialmente.
acervo os frutos que perceberam, desde a Art. 1.326. Os frutos da coisa comum, não
abertura da sucessão; têm direito ao reem- havendo em contrário estipulação ou disposição de
bolso das despesas necessárias e úteis que última vontade, serão partilhados na proporção
fizeram, e respondem pelo dano a que, por dos quinhões.
dolo ou culpa, deram causa.
Art. 2.021. Quando parte da herança Seção II
consistir em bens remotos do lugar do in-
ventário, litigiosos, ou de liquidação moro- Do condomínio necessário
sa ou difícil, poderá proceder-se, no prazo
legal, à partilha dos outros, reservando-se Art. 1.327. O condomínio por meação de pare-
aqueles para uma ou mais sobrepartilhas, des, cercas, muros e valas regula-se pelo disposto
sob a guarda e a administração do mesmo neste Código (arts. 1.297 e 1.298; 1.304 a 1.307).
ou diverso inventariante, e consentimento
da maioria dos herdeiros. Art. 1.297. O proprietário tem direito
Art. 2.022. Ficam sujeitos a sobrepar- a cercar, murar, valar ou tapar de qual-
tilha os bens sonegados e quaisquer quer modo o seu prédio, urbano ou rural,
outros bens da herança de que se tiver e pode constranger o seu confinante a
ciência após a partilha. proceder com ele à demarcação entre os
dois prédios, a aviventar rumos apagados
Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e e a renovar marcos destruídos ou arruina-
os consortes não quiserem adjudicá-la a um só, dos, repartindo-se proporcionalmente en-
indenizando os outros, será vendida e repartido o tre os interessados as respectivas despe-
apurado, preferindo-se, na venda, em condições sas.
iguais de oferta, o condômino ao estranho, e entre § 1.º Os intervalos, muros, cercas e
os condôminos aquele que tiver na coisa benfeito- os tapumes divisórios, tais como sebes vi-
rias mais valiosas, e, não as havendo, o de qui- vas, cercas de arame ou de madeira, va-
nhão maior. las ou banquetas, presumem-se, até pro-
Parágrafo único. Se nenhum dos condômi- va em contrário, pertencer a ambos os
nos tem benfeitorias na coisa comum e participam proprietários confinantes, sendo estes o-
todos do condomínio em partes iguais, realizar-se-á brigados, de conformidade com os costu-
licitação entre estranhos e, antes de adjudicada a mes da localidade, a concorrer, em partes
coisa àquele que ofereceu maior lanço, proceder-se-á iguais, para as despesas de sua constru-
à licitação entre os condôminos, a fim de que a ção e conservação.
coisa seja adjudicada a quem afinal oferecer me- § 2.º As sebes vivas, as árvores, ou
lhor lanço, preferindo, em condições iguais, o con- plantas quaisquer, que servem de marco
dômino ao estranho. divisório, só podem ser cortadas, ou arran-
cadas, de comum acordo entre proprietá-
Subseção II rios.
§ 3.º A construção de tapumes espe-
Da administração do condomínio ciais para impedir a passagem de animais
de pequeno porte, ou para outro fim, pode
Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a ser exigida de quem provocou a necessi-

44
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
dade deles, pelo proprietário, que não es- de ambos os confinantes.
tá obrigado a concorrer para as despesas. Art. 1.330. Qualquer que seja o valor da me-
Art. 1.298. Sendo confusos, os limi- ação, enquanto aquele que pretender a divisão não
tes, em falta de outro meio, se determina- o pagar ou depositar, nenhum uso poderá fazer na
rão de conformidade com a posse justa; parede, muro, vala, cerca ou qualquer outra obra
e, não se achando ela provada, o terreno divisória.
contestado se dividirá por partes iguais
entre os prédios, ou, não sendo possível a CAPÍTULO VII
divisão cômoda, se adjudicará a um deles,
mediante indenização ao outro. Do condomínio edilício
...........................................................
Art. 1.304. Nas cidades, vilas e povoa- Seção I
dos cuja edificação estiver adstrita a ali-
nhamento, o dono de um terreno pode Disposições gerais
nele edificar, madeirando na parede divi-
sória do prédio contíguo, se ela suportar a Art. 1.331. Pode haver, em edificações, par-
nova construção; mas terá de embolsar tes que são propriedade exclusiva, e partes que
ao vizinho metade do valor da parede e são propriedade comum dos condôminos.
do chão correspondentes. § 1.º As partes suscetíveis de utilização inde-
Art. 1.305. O confinante, que primeiro pendente, tais como apartamentos, escritórios,
construir, pode assentar a parede divisória salas, lojas, sobrelojas ou abrigos para veículos,
até meia espessura no terreno contíguo, com as respectivas frações ideais no solo e nas
sem perder por isso o direito a haver meio outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade
valor dela se o vizinho a travejar, caso em exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livre-
que o primeiro fixará a largura e a pro- mente por seus proprietários.
fundidade do alicerce. § 2.º O solo, a estrutura do prédio, o telhado,
Parágrafo único. Se a parede divisória a rede geral de distribuição de água, esgoto, gás e
pertencer a um dos vizinhos, e não tiver eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e
capacidade para ser travejada pelo outro, as demais partes comuns, inclusive o acesso ao
não poderá este fazer-lhe alicerce ao pé logradouro público, são utilizados em comum pelos
sem prestar caução àquele, pelo risco a condôminos, não podendo ser alienados separa-
que expõe a construção anterior. damente, ou divididos.
Art. 1.306. O condômino da parede-meia § 3.º A cada unidade imobiliária caberá, como
pode utilizá-la até ao meio da espessura, parte inseparável, uma fração ideal no solo e nas
não pondo em risco a segurança ou a se- outras partes comuns, que será identificada em
paração dos dois prédios, e avisando pre- forma decimal ou ordinária no instrumento de ins-
viamente o outro condômino das obras tituição do condomínio. [Redação dada pela Lei n.º
que ali tenciona fazer; não pode sem con- 10.931, de 02/08/2004.]
sentimento do outro, fazer, na parede-meia, § 4.º Nenhuma unidade imobiliária pode ser
armários, ou obras semelhantes, corres- privada do acesso ao logradouro público.
pondendo a outras, da mesma natureza, § 5.º O terraço de cobertura é parte comum,
já feitas do lado oposto. salvo disposição contrária da escritura de constitui-
Art. 1.307. Qualquer dos confinantes ção do condomínio.
pode altear a parede divisória, se neces- Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício
sário reconstruindo-a, para suportar o por ato entre vivos ou testamento, registrado no
alteamento; arcará com todas as despe- Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar
sas, inclusive de conservação, ou com daquele ato, além do disposto em lei especial:
metade, se o vizinho adquirir meação I — a discriminação e individualização das
também na parte aumentada. unidades de propriedade exclusiva, estremadas
uma das outras e das partes comuns;
Art. 1.328. O proprietário que tiver direito a es- II — a determinação da fração ideal atribuída
tremar um imóvel com paredes, cercas, muros, valas a cada unidade, relativamente ao terreno e partes
ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação na comuns;
parede, muro, valado ou cerca do vizinho, embolsan- III — o fim a que as unidades se destinam.
do-lhe metade do que atualmente valer a obra e o Art. 1.333. A convenção que constitui o con-
terreno por ela ocupado (art. 1.297). domínio edilício deve ser subscrita pelos titulares
Art. 1.329. Não convindo os dois no preço da de, no mínimo, dois terços das frações ideais e
obra, será este arbitrado por peritos, a expensas torna-se, desde logo, obrigatória para os titulares

45
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
de direito sobre as unidades, ou para quantos so- assembléia geral, por dois terços no mínimo dos
bre elas tenham posse ou detenção. condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança
Parágrafo único. Para ser oponível contra da multa.
terceiros, a convenção do condomínio deverá ser Art. 1.337. O condômino, ou possuidor, que
registrada no Cartório de Registro de Imóveis. não cumpre reiteradamente com os seus deveres
Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no perante o condomínio poderá, por deliberação de
art. 1.332 e das que os interessados houverem por três quartos dos condôminos restantes, ser cons-
bem estipular, a convenção determinará: trangido a pagar multa correspondente até ao
I — a quota proporcional e o modo de paga- quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as
mento das contribuições dos condôminos para despesas condominiais, conforme a gravidade das
atender às despesas ordinárias e extraordinárias faltas e a reiteração, independentemente das per-
do condomínio; das e danos que se apurem.
II — sua forma de administração; Parágrafo único. O condômino ou possuidor
III — a competência das assembléias, forma que, por seu reiterado comportamento anti-social,
de sua convocação e quórum exigido para as deli- gerar incompatibilidade de convivência com os
berações; demais condôminos ou possuidores, poderá ser
IV — as sanções a que estão sujeitos os con- constrangido a pagar multa correspondente ao
dôminos, ou possuidores; décuplo do valor atribuído à contribuição para as
V — o regimento interno. despesas condominiais, até ulterior deliberação da
§ 1.º A convenção poderá ser feita por escri- assembléia.
tura pública ou por instrumento particular. Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar
§ 2.º São equiparados aos proprietários, para área no abrigo para veículos, preferir-se-á, em
os fins deste artigo, salvo disposição em contrário, condições iguais, qualquer dos condôminos a es-
os promitentes compradores e os cessionários de tranhos, e, entre todos, os possuidores.
direitos relativos às unidades autônomas. Art. 1.339. Os direitos de cada condômino às
Art. 1.335. São direitos do condômino: partes comuns são inseparáveis de sua proprieda-
I — usar, fruir e livremente dispor das suas de exclusiva; são também inseparáveis das frações
unidades; ideais correspondentes as unidades imobiliárias,
II — usar das partes comuns, conforme a sua com as suas partes acessórias.
destinação, e contanto que não exclua a utilização § 1.º Nos casos deste artigo é proibido alienar
dos demais com possuidores; ou gravar os bens em separado.
III — votar nas deliberações da assembléia e § 2.º É permitido ao condômino alienar parte
delas participar, estando quite. acessória de sua unidade imobiliária a outro con-
Art. 1.336. São deveres do condômino: dômino, só podendo fazê-lo a terceiro se essa fa-
I — contribuir para as despesas do condomínio culdade constar do ato constitutivo do condomínio,
na proporção das suas frações ideais, salvo dispo- e se a ela não se opuser a respectiva assembléia
sição em contrário na convenção; [Redação dada geral.
pela Lei n.º 10.931, de 02/08/2004.] Art. 1.340. As despesas relativas a partes
II — não realizar obras que comprometam a comuns de uso exclusivo de um condômino, ou de
segurança da edificação; alguns deles, incumbem a quem delas se serve.
III — não alterar a forma e a cor da fachada, Art. 1.341. A realização de obras no condo-
das partes e esquadrias externas; mínio depende:
IV — dar às suas partes a mesma destinação I — se voluptuárias, de voto de dois terços
que tem a edificação, e não as utilizar de maneira dos condôminos;
prejudicial ao sossego, salubridade e segurança II — se úteis, de voto da maioria dos condô-
dos possuidores, ou aos bons costumes. minos.
§ 1.º O condômino que não pagar a sua con- § 1.º As obras ou reparações necessárias po-
tribuição ficará sujeito aos juros moratórios con- dem ser realizadas, independentemente de autori-
vencionados ou, não sendo previstos, os de um por zação, pelo síndico, ou, em caso de omissão ou
cento ao mês e multa de até dois por cento sobre impedimento deste, por qualquer condômino.
o débito. § 2.º Se as obras ou reparos necessários fo-
§ 2.º O condômino, que não cumprir qualquer rem urgentes e importarem em despesas excessi-
dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pa- vas, determinada sua realização, o síndico ou o
gará a multa prevista no ato constitutivo ou na condômino que tomou a iniciativa delas dará ciên-
convenção, não podendo ela ser superior a cinco cia à assembléia, que deverá ser convocada
vezes o valor de suas contribuições mensais, inde- imediatamente.
pendentemente das perdas e danos que se apura- § 3.º Não sendo urgentes, as obras ou repa-
rem; não havendo disposição expressa, caberá à ros necessários, que importarem em despesas

46
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
excessivas, somente poderão ser efetuadas após VIII — prestar contas à assembléia, anual-
autorização da assembléia, especialmente convo- mente e quando exigidas;
cada pelo síndico, ou, em caso de omissão ou im- IX — realizar o seguro da edificação.
pedimento deste, por qualquer dos condôminos. § 1.º Poderá a assembléia investir outra pes-
§ 4.º O condômino que realizar obras ou repa- soa, em lugar do síndico, em poderes de represen-
ros necessários será reembolsado das despesas tação.
que efetuar, não tendo direito à restituição das que § 2.º O síndico pode transferir a outrem, total
fizer com obras ou reparos de outra natureza, em- ou parcialmente, os poderes de representação ou
bora de interesse comum. as funções administrativas, mediante aprovação da
Art. 1.342. A realização de obras, em partes assembléia, salvo disposição em contrário da con-
comuns, em acréscimo às já existentes, a fim de venção.
lhes facilitar ou aumentar a utilização, depende da Art. 1.349. A assembléia, especialmente con-
aprovação de dois terços dos votos dos condômi- vocada para o fim estabelecido no § 2.º do artigo
nos, não sendo permitidas construções, nas partes antecedente, poderá, pelo voto da maioria absolu-
comuns, suscetíveis de prejudicar a utilização, por ta de seus membros, destituir o síndico que prati-
qualquer dos condôminos, das partes próprias, ou car irregularidades, não prestar contas, ou não
comuns. administrar convenientemente o condomínio.
Art. 1.343. A construção de outro pavimento, Art. 1.350. Convocará o síndico, anualmente,
ou, no solo comum, de outro edifício, destinado a reunião da assembléia dos condôminos, na forma
conter novas unidades imobiliárias, depende da prevista na convenção, a fim de aprovar o orçamento
aprovação da unanimidade dos condôminos. das despesas, as contribuições dos condôminos e a
Art. 1.344. Ao proprietário do terraço de co- prestação de contas, e eventualmente eleger-lhe o
bertura incumbem as despesas da sua conserva- substituto e alterar o regimento interno.
ção, de modo que não haja danos às unidades § 1.º Se o síndico não convocar a assembléia,
imobiliárias inferiores. um quarto dos condôminos poderá fazê-lo.
Art. 1.345. O adquirente de unidade responde § 2.º Se a assembléia não se reunir, o juiz
pelos débitos do alienante, em relação ao condo- decidirá, a requerimento de qualquer condômino.
mínio, inclusive multas e juros moratórios. Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3
Art. 1.346. É obrigatório o seguro de toda a (dois terços) dos votos dos condôminos a alteração
edificação contra o risco de incêndio ou destruição, da convenção; a mudança da destinação do edifí-
total ou parcial. cio, ou da unidade imobiliária, depende da aprova-
ção pela unanimidade dos condôminos. [Redação
Seção II dada pela Lei n.º 10.931, de 02/08/2004.]
Art. 1.352. Salvo quando exigido quórum es-
Da administração do condomínio pecial, as deliberações da assembléia serão toma-
das, em primeira convocação, por maioria de votos
Art. 1.347. A assembléia escolherá um síndi- dos condôminos presentes que representem pelo
co, que poderá não ser condômino, para adminis- menos metade das frações ideais.
trar o condomínio, por prazo não superior a dois Parágrafo único. Os votos serão proporcio-
anos, o qual poderá renovar-se. nais às frações ideais no solo e nas outras partes
Art. 1.348. Compete ao síndico: comuns pertencentes a cada condômino, salvo
I — convocar a assembléia dos condôminos; disposição diversa da convenção de constituição do
II — representar, ativa e passivamente, o condomínio.
condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os Art. 1.353. Em segunda convocação, a assem-
atos necessários à defesa dos interesses comuns; bléia poderá deliberar por maioria dos votos dos
III — dar imediato conhecimento à assem- presentes, salvo quando exigido quórum especial.
bléia da existência de procedimento judicial ou Art. 1.354. A assembléia não poderá deliberar
administrativo, de interesse do condomínio; se todos os condôminos não forem convocados
IV — cumprir e fazer cumprir a convenção, o para a reunião.
regimento interno e as determinações da assem- Art. 1.355. Assembléias extraordinárias pode-
bléia; rão ser convocadas pelo síndico ou por um quarto
V — diligenciar a conservação e a guarda das dos condôminos.
partes comuns e zelar pela prestação dos serviços Art. 1.356. Poderá haver no condomínio um
que interessem aos possuidores; conselho fiscal, composto de três membros, eleitos
VI — elaborar o orçamento da receita e da pela assembléia, por prazo não superior a dois
despesa relativa a cada ano; anos, ao qual compete dar parecer sobre as contas
VII — cobrar dos condôminos as suas contribui- do síndico.
ções, bem como impor e cobrar as multas devidas;

47
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
Seção III Art. 1.358. Se ocorrer desapropriação, a in-
denização será repartida na proporção a que se
Da extinção do condomínio refere o § 2.o do artigo antecedente.
.......................................................................
Art. 1.357. Se a edificação for total ou consi- Art. 2.043. Até que por outra forma se disci-
deravelmente destruída, ou ameace ruína, os con- plinem, continuam em vigor as disposições de na-
dôminos deliberarão em assembléia sobre a re- tureza processual, administrativa ou penal, cons-
construção, ou venda, por votos que representem tantes de leis cujos preceitos de natureza civil
metade mais uma das frações ideais. hajam sido incorporados a este Código.
§ 1.º Deliberada a reconstrução, poderá o Art. 2.044. Este Código entrará em vigor 1
condômino eximir-se do pagamento das despesas (um) ano após a sua publicação.
respectivas, alienando os seus direitos a outros Art. 2.045. Revogam-se a Lei n.o 3.071, de
o
condôminos, mediante avaliação judicial. 1. de janeiro de 1916 — Código Civil e a Parte
§ 2.º Realizada a venda, em que se preferirá, Primeira do Código Comercial, Lei n.o 556, de 25
em condições iguais de oferta, o condômino ao de junho de 1850.
estranho, será repartido o apurado entre os con- Art. 2.046. Todas as remissões, em diplomas
dôminos, proporcionalmente ao valor das suas legislativos, aos Códigos referidos no artigo ante-
unidades imobiliárias. cedente, consideram-se feitas às disposições cor-
respondentes deste Código.

48
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
DISPOSITIVOS DA LEI ORGÂNICA DO mento regulador dos processos de desenvolvimen-
MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO to urbano, servindo de referência a todos os agen-
tes públicos e privados.
....................................................................... Art. 426. A participação popular no processo
de tomada de decisão e a estrutura administrativa
TÍTULO VI descentralizada do Poder Público são a base da
realização da política urbana.
DAS POLÍTICAS MUNICIPAIS Art. 427. O Poder Público garantirá à popula-
....................................................................... ção os meios de acesso ao conjunto de informa-
ções sobre a política urbana, como forma de con-
CAPÍTULO V trole sobre a responsabilidade de suas ações:
I — no plano diretor;
Da política urbana II — no processo de elaboração e execução
orçamentária;
Seção I III — nos planos de desenvolvimento urbanos
e regionais;
Disposições gerais IV — na definição das localizações industriais;
V — nos projetos de infra-estrutura;
Art. 421. A política urbana tem com objetivo VI — no acesso ao cadastro atualizado de ter-
fundamental a garantia de qualidade de vida para ras públicas;
os habitantes, nos termos do desenvolvimento VII — nas informações referentes à gestão
municipal expresso nesta Lei Orgânica. dos serviços públicos.
Art. 422. A política urbana, formulada e ad- Parágrafo único. O acesso às informações,
ministrada no âmbito do processo de planejamen- em linguagem acessível ao cidadão comum, deve
to e em consonância com as demais políticas mu- ser descentralizado ao âmbito das Regiões Admi-
nicipais, implementará o pleno atendimento das nistrativas.
funções sociais da Cidade. Art. 428. A formulação e a administração da
§ 1.º As funções sociais da Cidade compreen- política urbana levarão em conta o estado social
dem o direito da população à moradia, transporte de necessidade e o disposto no art. 422 desta Lei
público, saneamento básico, água potável, serviços Orgânica.
de limpeza urbana, drenagem das vias de circulação,
energia elétrica, gás canalizado, abastecimento, Seção II
iluminação pública, saúde, educação, cultura, creche,
lazer, contenção de encostas, segurança e preserva- Do desenvolvimento urbano
ção, proteção e recuperação do patrimônio ambiental
e cultural. Subseção I
§ 2.º É ainda função social da Cidade a con-
servação do patrimônio ambiental, arquitetônico e Dos preceitos e instrumentos
cultural do Município, de cuja preservação, prote-
ção e recuperação cuidará a política urbana. Art. 429. A política de desenvolvimento urba-
Art. 423. Para cumprir os objetivos e diretri- no respeitará os seguintes preceitos:
zes da política urbana, o Poder Público poderá I — provisão dos equipamentos e serviços ur-
intervir na propriedade, visando ao cumprimento banos em quantidade, qualidade e distribuição
de sua função social e agir sobre a oferta do solo, espacial, garantindo pleno acesso a todos os cida-
de maneira a impedir sua retenção especulativa. dãos;
Parágrafo único. O exercício do direito de II — justa distribuição dos benefícios e ônus
propriedade e do direito de construir fica condicio- decorrentes do processo de urbanização;
nado ao disposto nesta Lei Orgânica e no plano III — ordenação e controle do uso do solo de
diretor e à legislação urbanística aplicável. modo a evitar:
Art. 424. O plano diretor, respeitadas as fun- a) a ociosidade, subutilização ou não utiliza-
ções sociais da Cidade e o bem-estar de seus habi- ção do solo edificável;
tantes, contemplará os objetivos, metas, estratégias b) o estabelecimento de atividades considera-
e programas da política urbana. das prejudiciais à saúde e nocivas à coletividade;
Art. 425. O plano diretor, como parte inte- c) espaços adensados inadequadamente em
grante do processo de planejamento e como ins- relação à infra-estrutura e aos equipamentos co-
trumento da política urbana, tratará o conjunto de munitários existentes ou previstos;
ações propostas por esta Lei Orgânica. IV — compatibilização de usos, conjugação de
Parágrafo único. O plano diretor é instru- atividades e estímulo à sua complementaridade no

49
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
território municipal; a) desapropriação por interesse social ou uti-
V — integração e complementaridade entre as lidade pública;
atividades urbanas e rurais; b) servidão administrativa e limitações admi-
VI — urbanização, regularização fundiária e nistrativas;
titulação das áreas faveladas e de baixa renda, c) tombamento de imóveis;
sem remoção dos moradores, salvo quando as d) declaração de área de preservação ou pro-
condições físicas da área ocupada imponham risco teção ambiental;
de vida aos seus habitantes, hipótese em que se- e) concessão real de uso ou domínio;
rão seguidas as seguintes regras: f) concessão de direito real de uso resolúvel;
a) laudo técnico do órgão responsável; g) lei de parcelamento do solo urbano;
b) participação da comunidade interessada e h) lei de perímetro urbano;
das entidades representativas na análise e defini- i) código de obras e edificações;
ção das soluções; j) código de posturas;
c) assentamento em localidades próximas dos k) lei de solo criado;
locais da moradia ou do trabalho, se necessário o l) código de licenciamento e fiscalização;
remanejamento; III — de caráter urbanístico-institucional;
VII — regularização de loteamentos irregula- a) programa de regularização fundiária;
res abandonados não titulados e clandestinos em b) programas de reserva de áreas para utili-
áreas de baixa renda, através da urbanização e zação pública;
titulação, sem prejuízo das ações cabíveis contra o c) programas de assentamentos de população
loteador; de baixa renda;
VIII — preservação das áreas de exploração d) programas de preservação, proteção e re-
agrícola e pecuária e estímulo a essas atividades cuperação das áreas urbanas;
primárias; IV — de caráter administrativo:
IX — preservação, proteção e recuperação do a) subsídios à construção habitacional para a
meio-ambiente urbano e cultural; população de baixa renda;
X — criação de áreas de especial interesse ur- b) urbanização de áreas faveladas e lotea-
banístico, social, ambiental, turístico e de utiliza- mentos irregulares e clandestinos, integrando-os
ção pública; aos bairros onde estão situados.
XI — utilização planejada do território e dos re- Art. 431. O processamento para desapropria-
cursos naturais, mediante controle da implantação e ção por interesse social e utilidade pública para o
do funcionamento de atividades industriais, comerciais, atendimento da política urbana e das diretrizes do
residenciais, agropecuárias e extrativas; plano diretor, adotará como valor justo e real da
XII — criação e delimitação de áreas de cres- indenização do imóvel desapropriado, o preço do
cimento limitado em zonas supersaturadas da terreno como tal, sem computar os acréscimos da
Cidade onde não se permitam novas construções e expectativa de lucro ou das mais-valias decorren-
edificações, a não ser as de gabarito e densidade tes de investimentos públicos na região.
iguais ou inferiores às que forem previamente Art. 432. O Poder Público, para área incluída
demolidas no local; no plano diretor, poderá exigir do proprietário do
XIII — a climatização da cidade; solo urbano não edificado, subutilizado ou não
XIV — a racionalização, conservação e eco- utilizado que promova seu adequado aproveita-
nomia de energia e combustíveis; mento, sob pena, sucessivamente, de:
XV — a boa qualidade de vida da população. I — parcelamento ou edificação compulsória,
Art. 430. Para assegurar as funções sociais no prazo máximo de um ano, a contar da data de
da Cidade e da propriedade, o Poder Público pode- notificação pela Prefeitura ao proprietário do imó-
rá valer-se dos seguintes instrumentos, além de vel, devendo a notificação ser averbada no Regis-
outros que a lei definir: tro de Imóveis;
I — de caráter fiscal e financeiro; II — imposto progressivo no tempo, exigível
a) imposto sobre a propriedade predial e territo- até a aquisição do imóvel pela desapropriação,
rial urbana, progressivo e diferenciado por zonas, e cuja ação deverá ser proposta no prazo de dois
outros critérios de ocupação e de uso do solo; anos contados da data do primeiro lançamento do
b) taxas e tarifas diferenciadas por zonas, se- imposto;
gundo os serviços oferecidos; III — desapropriação por necessidade ou uti-
c) contribuição de melhoria; lidade pública efetuada mediante justa e prévia
d) incentivos e benefícios fiscais; indenização em dinheiro, admitida a indenização
e) recursos públicos destinados especifica- em títulos da dívida pública somente no caso de
mente ao desenvolvimento urbano; interesse social relevante, previstos na Constitui-
II — de caráter jurídico-urbanístico: ção Federal.

50
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
Art. 433. A alienação de imóvel, posterior à de Justiça — Representação n.º 15/90 — Acórdão de
data da notificação, não interrompe o prazo fixado 01/08/94 — Publicada no “Diário Oficial” do Estado
para parcelamento e edificação compulsórios. do Rio de Janeiro — Poder Judiciário.]
Art. 434. O imposto progressivo, a contribui-
ção de melhoria e a edificação compulsória não Subseção II
incidirão sobre terreno de até duzentos e cinqüen-
ta metros quadrados cujos proprietários não te- Dos assentamentos e das edificações
nham outro imóvel.
Art. 435. O abuso de direito pelo proprietário Art. 437. As terras públicas não utilizadas ou
urbano acarretará sanções administrativas, além subutilizadas serão prioritariamente destinadas a
das civis e criminais, conforme definido em lei. assentamentos de população de baixa renda e à
Art. 436. É reconhecido o direito de vizinhan- instalação de equipamentos urbanos de uso coletivo.
ça, seja pela aplicação da lei civil, seja pelas dis- Parágrafo único. Nos assentamentos em ter-
posições desta Lei Orgânica e, especialmente, ras públicas e ocupadas por população de baixa
quanto ao licenciamento de obras no Município, renda ou em terras não utilizadas e subutilizadas,
pelo atendimento do seguinte: o domínio u a concessão real de uso será concedi-
I — qualquer requerimento de licença para do ao homem ou à mulher, ou a ambos, indepen-
construção de obra nova ou modificação que im- dentemente do estado civil. [Redação da Emenda
plique a construção de pavimentos exigirá a notifi- à Lei Orgânica n.º 13, de 2002, publicada no DCM
cação, por edital e por via postal, dos proprietários de 05/07/2002.]
e dos moradores dos imóveis lindeiros, contendo Art. 438. Nos processos de regularização
descrição suscinta da área total edificável, do índi- fundiária, o Município proporcionará à população
ce de aproveitamento do terreno e do número de de baixa renda assistência jurídica através de ór-
pavimentos e de unidades por pavimentos e no gão próprio ou de convênio com entidades reco-
total; [Declarada a Inconstitucionalidade pelo Ór- nhecidas pela comunidade que já tenham experi-
gão Especial do Tribunal de Justiça — Representa- ência na prestação desse serviço.
ção n.º 12/90 — Acórdão de 18/03/92 — Publica- Art. 439. O ato de reconhecimento de logra-
da no “Diário Oficial” do Estado do Rio de Janeiro douro de uso da população não importará a acei-
— Poder Judiciário.] tação da obra ou aprovação do parcelamento do
II — é assegurado aos proprietários e mora- solo, nem dispensa do cumprimento das obriga-
dores dos imóveis lindeiros o direito de intervir no ções legais os proprietários, loteadores e demais
processo para verificar e exigir adequação do pro- responsáveis.
jeto à legislação em vigor; Parágrafo único. A prestação de serviços
III — a consulta ao processo se fará direta- públicos à comunidade de baixa renda independe-
mente pelos interessados ou por terceiros legal- rá do reconhecimento de logradouros e da regula-
mente qualificados, os quais poderão manifestar- rização urbanística ou registrária das áreas e de
se a respeito da observância, no projeto, dos re- suas construções.
quisitos legais; Art. 440. Incumbe ao Poder Público elaborar
IV — a expedição da licença ficará condicio- e executar programas de construção de moradias
nada à decisão, pela autoridade competente, das populares e garantir condições habitacionais e de
impugnações apresentadas. infra-estrutura urbana, em especial as de sanea-
§ 1.º O direito de vizinhança instituído neste mento básico e transporte.
artigo poderá ser exercido simultaneamente pelos § 1.º Para esse fim, o Poder Público apoiará:
proprietários lindeiros ou, em substituição a estes, I — a criação de cooperativas e outras formas
por associação de moradores legalmente registra- de organização que tenham por objetivo a realiza-
da após assembléia que, especialmente convoca- ção de programas de construção de moradias po-
da, se manifeste pelo exercício desse direito. pulares;
§ 2.º Fica o Poder Público obrigado, no ato de II — a pesquisa e a aplicação de soluções
expedição da licença, a publicar edital, para co- tecnológicas e urbanísticas, alternativas ou autô-
nhecimento de terceiros, do projeto licenciado, nomas, para programas habitacionais e de sanea-
com as indicações mínimas referidas no inciso I. mento básico para a população de baixa renda,
§ 3.º O descumprimento das disposições des- garantindo-lhes assistência técnica.
te artigo implica o cancelamento automático da § 2.º As entidades comunitárias e as associa-
licença ou sua denegação, além de responsabilizar ções de trabalhadores terão participação garantida
a autoridade administrativa concedente da licença, na elaboração desses programas.
de acordo com a sua hierarquia, por infração polí- § 3.º O orçamento do Município incluirá, obri-
tico-administrativa ou falta grave. [Declarada a gatoriamente, dotações destinadas aos programas
Inconstitucionalidade pelo Órgão Especial do Tribunal de moradia popular.

51
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
Art. 441. Os direitos decorrentes da conces- Parágrafo único. Os órgãos públicos afetos a
são da licença para lotear, parcelar a terra, edifi- cada item que compõem o relatório de impacto de
car ou construir cessarão se não for atendida vizinhança responsabilizar-se-ão pela veracidade das
qualquer destas condições: informações contidas nos respectivos pareceres.
I — execução total das fundações da edifica- Art. 446. O Poder Público é obrigado a emitir,
ção em dezoito meses, a contar da data de apro- no ato da aceitação da obra, o certificado de sua
vação do projeto; qualidade, segundo o estabelecido em lei. [Decla-
II — não conclusão das obras constantes do rada a Inconstitucionalidade do art. 446 pelo Ór-
projeto aprovado em trinta e seis meses, a contar gão Especial do Tribunal de Justiça — Representa-
de sua aprovação; ção n.º 12/90 — Acórdão de 18/03/92 —
III — não conclusão das obras constantes do Publicada no “Diário Oficial” do Estado do Rio de
projeto de loteamento aprovado em vinte e quatro Janeiro — Poder Judiciário.]
meses, a contar da data de sua aprovação. Art. 447. O projeto apresentado ao órgão públi-
Art. 442. O Município adotará os procedimen- co competente para a sua aprovação será fixado em
tos criminais e cíveis cabíveis contra aquele que, local de fácil acesso público, na Região Administrati-
proprietário ou não de áreas ou glebas urbanas, va em que se situa o terreno a ser construído.
parcelar a terra, abrir ruas, construir, vender ou § 1.º Os editais de divulgação do projeto de-
receber qualquer tipo de pagamento de terceiros verão conter informações que esclareçam suas
pela ocupação do lote ou da construção sem auto- características e seu conteúdo.
rização da autoridade competente. § 2.º As cópias com descrição do projeto deve-
Art. 443. Qualquer construção ou atividade de rão ser fornecidas gratuitamente às associações de
urbanização executada sem autorização ou licença é moradores da área ou das federações municipal ou
sujeita à interdição, embargo ou demolição, nos estadual correspondentes, em caso de inexistência
termos da legislação pertinente, excetuadas aquelas de associação local. [Declarada a Inconstitucionali-
localizadas nas áreas de regularização fundiária con- dade do parágrafo 2.º pelo Órgão Especial do Tribu-
forme previsto em legislação específica. nal de Justiça — Representação n.º 12/90 — Acór-
Art. 444. A autorização para implantação de dão de 18/03/92 — Publicada no “Diário Oficial” do
empreendimentos imobiliários e industriais com a Estado do Rio de Janeiro — Poder Judiciário.]
instalação de equipamentos urbanos e de infra- § 3.º A partir da divulgação do projeto, o ór-
-estrutura modificadores do meio ambiente, por gão público competente estabelecerá o prazo limi-
iniciativa do Poder Público ou da iniciativa privada, te, nunca inferior a vinte e cinco dias úteis, para
será precedida de realização de estudos e avalia- que a associação de moradores da área emita seu
ção de impacto ambiental e urbanístico. parecer, entregue sob a forma documental.
§ 1.º A responsabilidade administrativa para a § 4.º O órgão público competente realizará au-
realização do estudo, contratado após licitação, é diência pública, quando solicitada pela associação de
do órgão a que compete a autorização, cabendo o moradores local, dentro dos prazos fixados no pará-
ônus do contrato a quem postular. grafo anterior, com a finalidade de obter informações
§ 2.º O relatório será submetido à apreciação suplementares sobre o projeto em apreciação.
técnica da administração. Art. 448. Qualquer edificação colada nas divisas
§ 3.º É garantido o direito de acesso ao relató- não poderá ultrapassar a altura de doze metros, seja
rio, em audiências públicas, e de sua contestação às qual for o uso da edificação ou do pavimento, admi-
entidades representativas da sociedade civil. tidas as exceções que a lei estabelecer.
Art. 445. Qualquer projeto de edificação mul- Art. 449. É vedada a instituição pelo Poder
tifamiliar ou destinado à empreendimentos indus- Executivo de estrutura ou órgão, colegiado ou não,
triais ou comerciais, de iniciativa privada ou públi- que tenha por objetivo a elaboração de normas ou
ca, encaminhado aos órgãos públicos, para a prerrogativa de interpretar a legislação de uso e
apreciação e aprovação, será acompanhado de ocupação do solo e criar ou atribuir direito ou
relatório de impacto de vizinhança, contendo, no obrigação nela não previstos ou admitidos.
mínimo, os seguintes aspectos de interferência da Parágrafo único. A violação do disposto neste
obra sobre: artigo constitui infração político-administrativa da
I — o meio ambiente natural e construído; autoridade por ela responsável, por ação ou omissão.
II — a infra-estrutura urbana relativa à rede
de água e esgoto, gás, telefonia e energia elétrica; Subseção III
III — o sistema viário;
IV — o nível de ruído, de qualidade do ar e Disposições especiais
qualidade visual;
V — as características sócio-culturais da co- Art. 450. O Poder Executivo manterá, atuali-
munidade. zando-o permanentemente, cadastro municipal de

52
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
logradouros, do qual constarão informações sobre a mara Municipal, é o instrumento básico da política
localização, extensão, data de reconhecimento, urbana.
quando efetuado, evolução histórica, serviços urba- § 1.º O plano diretor é parte integrante do
nos existentes e inexistentes, data de implantação processo contínuo de planejamento municipal,
dos serviços ou equipamentos urbanos e outros abrangendo a totalidade do território do Município
dados acerca da situação legal, urbana e fiscal de e contendo diretrizes de uso e ocupação do solo,
cada logradouro, seja reconhecido ou não. zoneamento, índices urbanísticos e áreas de espe-
§ 1.º Cada Região Administrativa fica obriga- cial interesse, articuladas com as econômico-
da a manter atualizados os cadastros de todos os financeiras e administrativas.
imóveis e logradouros de sua circunscrição e colo- § 2.º É atribuição do Poder Executivo condu-
cá-los à disposição das associações de moradores zir, no âmbito do processo de planejamento muni-
ou de qualquer cidadão. cipal, as fases de discussão e elaboração do plano
§ 2.º É livre o acesso das associações de mo- diretor, bem como a sua posterior implementação.
radores e de qualquer do povo às informações § 3.º É garantida a participação popular atra-
constantes do cadastro municipal de logradouros e vés de entidades representativas da comunidade,
às cópias existentes nas Administrações Regionais. nas fases de elaboração, implementação, acompa-
§ 3.º A sonegação, a restrição ou o embaraço nhamento e avaliação do plano diretor.
ao acesso, ao cadastro ou às suas cópias, na for- § 4.º O plano diretor será proposto pelo Poder
ma do disposto nos §§ 1.º e 2.º, constituem falta Executivo e aprovado pela Câmara Municipal, na
grave do servidor que lhes der causa. forma do art. 70.
Art. 451. A requerimento de associações de Art. 453. O processo de elaboração do plano di-
moradores, a Prefeitura cederá espaço em áreas retor contemplará as seguintes etapas sucessivas:
públicas ou em terrenos de propriedade do Municí- I — definição dos problemas prioritários do
pio para a construção de edificação destinada à desenvolvimento urbano local e dos objetivos e
implantação de telefone público, telefone comuni- diretrizes para o seu tratamento;
tário ou central telefônica comunitária. II — definição dos programas, normas e pro-
§ 1.º São condições essenciais para a obten- jetos a serem elaborados e implementados;
ção da cessão que a associação: III — definição do orçamento municipal para
I — seja registrada no Registro de Pessoas o desenvolvimento urbano, juntamente com as
Jurídicas; metas, programas e projetos a serem implemen-
II — conte com diretoria eleita na forma que tados pelo Poder Executivo.
seu estatuto prescrever; Art. 454. O plano diretor conterá disposições
III — tenha em seu corpo social pelo menos que assegurem a preservação do perfil das edifica-
dez por cento dos moradores da área em que se ções de sítios e logradouros de importância espe-
situe o espaço pleiteado. cial para a fisionomia urbana tradicional da Cida-
§ 2.º A edificação será feita com base em de, através da manutenção do gabarito neles
projeto previamente aprovado pela Prefeitura, predominante em 5 de outubro de 1989.
através da respectiva Administração Regional e Art. 455. Os objetivos e diretrizes do plano di-
que preserve as condições urbanas ou ambientais retor constarão, obrigatoriamente, do plano pluria-
da área onde se situa o espaço pleiteado. nual e serão contemplados na lei de diretrizes orça-
§ 3.º A cessão será feita por prazo não supe- mentárias. [Redação da Emenda à Lei Orgânica n.º
rior a cinco anos, prorrogável sucessivamente a 12, de 2002, publicada no DCM de 05/07/2002.]
requerimento do cessionário. Art. 456. A destinação do patrimônio imobili-
§ 4.º As despesas de construção da edificação ário será compatibilizada com a política de desen-
correrão por conta da associação favorecida pela volvimento urbano expressa nesta Lei Orgânica e
cessão. no plano diretor.
§ 5.º O espaço cedido só poderá ser utilizado
para os fins definidos neste artigo, sob pena de Seção IV
revogação da cessão.
§ 6.º Na hipótese prevista no parágrafo anterior, Das responsabilidades sociais
a Prefeitura, após publicado o ato de revogação da
cessão, procederá à demolição da edificação. Art. 457. O Poder Executivo manterá política
de modernização e atualização de seus sistemas
Seção III administrativos, para garantir a circulação da in-
formação no processo de elaboração e execução
Do plano diretor da política urbana e atender às consultas tanto dos
demais setores da administração pública municipal
Art. 452. O plano diretor, aprovado pela Câ- como dos cidadãos.

53
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
Art. 458. Todo cidadão tem o direito de ser lações, equipamentos e atividades que comportem
informado dos atos do Poder Público em relação à risco efetivo ou potencial para a qualidade de vida
política urbana. e o meio ambiente;
Parágrafo único. O Poder Público garantirá VI — estimular a utilização de fontes energé-
os meios para que a informação chegue aos cida- ticas alternativas não poluidoras, provenientes, de
dãos, dando-lhes condições de discutir os proble- preferência, do Município ou do Estado e, em par-
mas urbanos e participar de suas soluções. ticular, do gás natural e do biogás para fins auto-
Art. 459. O Poder Público manterá fundo mu- motivos, e de equipamentos e sistemas de apro-
nicipal de desenvolvimento urbano destinado à veitamento da energia solar e eólica;
implementação de programas e projetos referen- VII — promover a proteção das águas contra
tes à administração da política urbana, sendo ve- ações que possam comprometer o seu uso, atual
dada sua utilização para pagamento de pessoal da ou futuro;
administração direta e indireta e de encargos fi- VIII — proteger os recursos hídricos, minimi-
nanceiros estranhos à sua aplicação. zando a erosão e a sedimentação;
Parágrafo único. É vedada a remuneração, a IX — efetuar levantamento dos recursos hí-
qualquer título, aos membros do fundo, sendo a dricos, incluindo os do subsolo, para posterior
participação de cada considerada como relevante compatibilização entre os seus usos múltiplos efe-
serviço público. tivos e potenciais com ênfase no desenvolvimento
e no emprego de métodos e critérios de avaliação
CAPÍTULO VI da qualidade das águas;
X — estimular e promover o reflorestamento
Do meio ambiente ecológico em áreas degradadas, sempre que pos-
sível com a participação comunitária, através de
Seção I planos e programas de longo prazo, objetivando
especialmente:
Dos princípios gerais a) a proteção das bacias hidrográficas, dos
estuários, das nascentes, das restingas, dos man-
Art. 460. Todos têm direito ao meio ambiente guezais e dos terrenos sujeitos a erosão ou inun-
ecologicamente equilibrado, patrimônio comum do dações;
povo e essencial à sadia qualidade de vida, im- b) a fixação de dunas;
pondo-se à coletividade e em especial ao Poder c) a recomposição paisagística e ecológica;
Público o dever de defendê-lo, garantida sua con- d) a reprodução natural da biota;
servação, recuperação e proteção em benefício e) a estabilização das encostas;
das gerações atuais e futuras. f) a manutenção de índices indispensáveis de
Art. 461. Visando à defesa dos princípios a cobertura vegetal, para o cumprimento do dispos-
que se refere o artigo anterior, incumbe ao Poder to nas alíneas anteriores;
Público: XI — promover os meios necessários para
I — estabelecer legislação apropriada, na evitar a pesca predatória;
forma do disposto no art. 30, I e II, da Constitui- XII — disciplinar as atividades turísticas,
ção da República; compatibilizando-as com a preservação de suas
II — definir política setorial específica, assegu- paisagens e dos recursos naturais;
rando a coordenação adequada dos órgãos direta ou XIII — garantir a limpeza e a qualidade da
indiretamente encarregados de sua implementação; areia e da água das praias, a integridade da paisa-
III — zelar pela utilização racional e susten- gem natural e o direito ao sol;
tada dos recursos naturais, e, em particular, pela XIV — garantir a limpeza e a qualidade dos
integridade do patrimônio ecológico, paisagístico, bens públicos.
histórico, arquitetônico, cultural e arqueológico; Parágrafo único. O Município manterá per-
IV — proteger a fauna e flora silvestres, em manente fiscalização e controle sobre os veículos
especial as espécies em risco de extinção, as vul- de que trata o inciso VI, que só poderão trafegar
neráveis e raras, preservando e assegurando as com equipamentos antipoluentes que eliminem ou
condições para sua reprodução, reprimindo a caça, diminuam ao mínimo o impacto nocivo dos gases
a extração, a captura, a matança, a coleção, o da combustão.
transporte e a comercialização de animais captu- Art. 462. São instrumentos de execução da
rados na natureza e consumo de seus espécimes e política de meio ambiente estabelecida nesta Lei
subprodutos e vedadas as práticas que submetam Orgânica:
os animais nestes compreendidos também os exó- I — a fixação de normas e padrões como con-
ticos e domésticos, a tratamento desnaturado; dição para o licenciamento de atividades potenci-
V — controlar, monitorar e fiscalizar as insta- almente poluidoras;

54
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
II — a permanente fiscalização do cumpri- VIII — determinação de realização periódica,
mento das normas e padrões ambientais estabele- por instituições científicas idôneas, de auditorias
cidos na legislação federal, estadual e municipal; nos sistemas de controle de poluição e prevenção
III — a criação de unidades de conservação, de riscos de acidentes nas instalações de ativida-
tais como áreas de preservação permanente, de des de significativo potencial poluidor, incluindo a
proteção ambiental, de relevante interesse ecoló- avaliação detalhada dos efeitos de sua operação
gico ou cultural, parques municipais, reservas sobre a qualidade física, química e biológica do
biológicas e estações ecológicas; meio ambiente e sobre as populações, às expen-
IV — o tombamento de bens; sas dos responsáveis por sua ocorrência;
V — a sinalização ecológica. IX — manutenção e defesa das áreas de pre-
Parágrafo único. As disposições dos incisos servação permanente, assim entendidas aquelas
III e IV poderão ser aplicadas por lei ou por ato do que, pelas suas condições fisiográficas, geológicas,
Poder Executivo. hidrológicas, biológicas ou climatológicas, formam
um ecossistema de importância no meio ambiente
Seção II natural, destacando-se:
a) os manguezais, as áreas estuarinas e as
Do controle e da preservação do meio ambiente restingas;
b) as nascentes e as faixas marginais de pro-
Art. 463. São instrumentos, meios e obriga- teção de águas superficiais;
ções de responsabilidade do Poder Público para c) a cobertura vegetal que contribua para a
preservar e controlar o meio ambiente: estabilidade das encostas sujeitas à erosão e des-
I — celebração de convênios com universida- lizamentos ou para fixação de dunas;
des, centros de pesquisa, associações civis e orga- d) as áreas que abriguem exemplares raros,
nizações sindicais nos esforços para garantir e ameaçados de extinção ou insuficientemente co-
aprimorar o gerenciamento ambiental; nhecidos da flora e da fauna, bem como aquelas
II — adoção das áreas das bacias e sub-bacias que sirvam como local de pouso, abrigo ou repro-
hidrográficas como unidades de planejamento e dução de espécies;
execução de planos, programas e projetos; e) os bens naturais a seguir, além de outros
III — estímulo à pesquisa, desenvolvimento e que a lei definir:
utilização de: 1 — os bosques da Barra e da Freguesia;
a) tecnologias poupadoras de energia; 2 — a Floresta da Tijuca;
b) fontes energéticas alternativas, em particular 3 — as Lagoas da Tijuca, de Jacarepaguá, de
do gás natural e do biogás para fins automotivos; Marapendi, do Camorim, Lagoinha e Rodrigo de
c) equipamentos e sistemas de aproveitamen- Freitas;
to da energia solar e eólica; 4 — as localidades de Grumari e Prainha;
IV — concessão de incentivos fiscais e tributá- 5 — os Maciços da Tijuca e da Pedra Branca;
rios, conforme estabelecido em lei, àqueles que: 6 — os Morros do Silvério e Dois Irmãos;
a) implantem tecnologias de produção ou de 7 — a Serra do Mendanha;
controle que possibilitem a redução das emissões 8 — as Pedras Bonita, da Gávea, de Itaúna e
poluentes a níveis significativamente abaixo dos do Arpoador;
padrões em vigor; 9 — a Fazendinha do IAPI da Penha;
b) adotem fontes energéticas alternativas f) as lagoas, lagos e lagunas;
menos poluentes; g) os parques, reservas ecológicas e biológi-
V — execução de políticas setoriais, com a cas, estações ecológicas e bosques públicos;
participação orientada da comunidade, visando à h) as cavidades naturais subterrâneas, inclu-
coleta seletiva, transporte, tratamento e disposi- sive cavernas;
ção final de resíduos urbanos, patológicos e indus- i) as áreas ocupadas por instalações militares
triais, com ênfase nos processos que envolvam na orla marítima;
sua reciclagem; X — criação de mecanismos de entrosamento
VI — registro, acompanhamento e fiscalização com outras instâncias do Poder Público das com-
das concessões de direitos de pesquisa e explora- petências e da autonomia municipal;
ção de recursos hídricos e minerais no território XI — criação de unidades de conservação re-
municipal, condicionadas à autorização da Câmara presentativas dos ecossistemas originais de seu
Municipal; espaço territorial, vedada qualquer utilização ou
VII — implantação descentralizada de usinas atividade que comprometa seus atributos essenciais,
de processamento e reprocessamento de resíduos sendo a sua alteração e supressão permitidas so-
urbanos visando a neutralizar ou eliminar impactos mente através de lei;
ambientais; XII — instituição de limitações administrati-

55
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
vas ao uso de áreas privadas, objetivando a prote- para uso civil ou militar, a menos de dois quilôme-
ção de ecossistemas, de unidades de conservação tros de áreas habitadas e nas vias de tráfego per-
e da qualidade de vida. manente.
§ 1.º A iniciativa do Poder Público de criação Art. 466. Não será permitido o ingresso ou a
de unidades de conservação de que trata o inciso circulação, nos limites da Cidade, de veículos de
XI, com a finalidade de preservar a integridade de transporte, coletivo ou não, cujas condições de
exemplares dos ecossistemas, será imediatamente funcionamento sejam fator de poluição.
seguida dos procedimentos necessários à regulari- Art. 467. Não serão permitidas a concessão
zação fundiária, sinalização ecológica, demarcação de licenças e autorizações, provisórias ou a título
e implantação de estruturas de fiscalização ade- precário, para instalação de engenhos publicitários
quadas. de qualquer natureza que vedem a visão de áreas
§ 2.º O Poder Público, no que se refere ao in- verdes, praias, lagos, rios, riachos, ilhas, praças e
ciso XI, estimulará a criação e a manutenção de curvas de logradouros públicos ou que coloquem
unidades de conservação privadas, principalmente em risco a vida ou segurança da população.
quando for assegurado o acesso de pesquisadores Art. 468. Na proteção ao meio ambiente se-
e de visitantes, de acordo com suas características rão considerados os elementos naturais e culturais
e na forma do plano diretor. que constituem a paisagem urbana, tendo por
§ 3.º As limitações administrativas a que se objetivo preservar, melhorar e recuperar a quali-
refere o inciso XII serão averbadas no Registro de dade ambiental.
Imóveis no prazo máximo de três meses contados § 1.º Entendem-se por elementos naturais o
de sua instituição. ar, a água, o solo, o subsolo, a fauna, a flora, os
§ 4.º A pesquisa e a exploração a que se refe- rios, as lagoas, os sistemas lagunares, o mar e
re o inciso VI deste artigo serão precedidas de suas margens e orlas, os morros e as formações
licenciamento do órgão municipal competente. rochosas.
§ 5.º É vedada a afixação de engenhos publi- § 2.º Entendem-se por elementos culturais as
citários de qualquer natureza: edificações, as construções, as obras de arte, os
I — a menos de 200 metros de emboques de monumentos e o mobiliário urbano.
túneis e de pontes, viadutos e passarelas; Art. 469. O Município destinará o uso dos re-
II — na orla marítima e na faixa de domínio cursos hídricos naturais prioritariamente a:
de lagoas; I — abastecimento de água;
III — em encostas de morros, habitados ou não; II — dessedentação de animais;
IV — em áreas florestadas; III — irrigação.
V — na faixa de domínio de estradas munici- Parágrafo único. Os usos secundários res-
pais, estaduais e federais. peitarão os referidos nos incisos I a III.
§ 6.º Para efeito do parágrafo anterior, en- Art. 470. O município reduzirá ao mínimo a
tende-se como faixa de domínio das estradas o aquisição e utilização de material não reciclável e
espaço de quinze metros situado nas margens de não biodegradável.
seu leito. Parágrafo único. O Município é responsável
§ 7.º Fica afastada a vedação do inciso II do § pela informação e educação da população, entida-
5.º, caso venha o Município a sediar eventos esporti- des privadas e estabelecimentos quanto ao uso
vos de caráter internacional, reconhecidos pelo Co- dos materiais referidos neste artigo.
mitê Olímpico Brasileiro, ficando a afixação de enge- Art. 471. São consideradas áreas de relevan-
nhos publicitários na orla marítima autorizada te interesse ecológico para fins de proteção, na
apenas durante o período de realização de tais even- forma desta Lei Orgânica, visando à sua conserva-
tos e na sua área e no seu entorno, na forma da lei. ção, restauração ou recuperação:
[Parágrafo acrescentado pela Emenda n.º 9, de I — os sítios e acidentes naturais adequados
2001, publicado no DCM n.º 60, de 28/03/2001 e ao lazer;
republicado no DCM n.º 63, de 02/04/2001.] II — a Baía de Guanabara;
Art. 464. O Poder Executivo é obrigado a III — a Baía de Sepetiba;
manter a sinalização de advertência nos locais de IV — as florestas do Município.
despejo de esgotos sanitários, industriais ou pato- § 1.º Poderão ainda ser consideradas áreas
lógicos, com o fim de esclarecer a população sobre para fins de proteção, as de influência de indús-
a sua existência e os perigos para a saúde. trias potencialmente poluidoras, com o objetivo de
Art. 465. São vedadas: controlar a ocupação residencial no seu entorno.
I — a fabricação, comercialização, transporte, § 2.º A lei definirá as áreas de relevante inte-
armazenamento e utilização de armas químicas e resse ecológico, para fins de proteção.
biológicas;
II — a instalação de depósitos de explosivos,

56
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
Seção III bana, a pequena distância de habitações ocupa-
das, desenvolvam, sem dispor de instalações e
Das obrigações do poder público meios adequados ao isolamento e à contenção de
ruídos, atividades que possam perturbar, mediante
Art. 472. O Poder Público é obrigado a: poluição sonora, o sossego dos moradores locais.
I — divulgar, anualmente, os planos, progra- Art. 473. Para a melhoria da qualidade do
mas e metas para a recuperação da qualidade meio urbano, incumbe ao Poder Público:
ambiental, incluindo informações detalhadas sobre I — implantar e manter hortos florestais des-
a alocação de recursos humanos e financeiros, tinados à recomposição da flora nativa e da produ-
bem como relatório de atividades e desempenho ção de espécies diversas destinadas à arborização
relativo ao período anterior; de logradouros públicos;
II — garantir amplo acesso dos interessados II — promover ampla urbanização dos logra-
às informações sobre fontes e causas de poluição douros públicos da área urbana, utilizando cin-
e de degradação ambiental, os níveis de poluição, qüenta por cento de espécies frutíferas, bem como
qualidade do meio ambiente, situações de risco de repor e substituir os espécimes doentes ou em
acidentes e a presença de substâncias potencial- processo de deterioração ou morte;
mente danosas à saúde na água potável, nos ali- III — garantir a participação da comunidade
mentos e nas areias das praias; local organizada e o acompanhamento de técnicos
III — impedir a implantação e a ampliação de especializados nos projetos de praças, parques e
atividades poluidoras cujas emissões possam cau- jardins.
sar ao meio ambiente condições em desacordo Art. 474. Caberá ao Município, no intuito de
com as normas e padrões de qualidade ambiental; evitar a poluição visual, criar medidas de proteção
IV — proibir a estocagem, a circulação e o ambiental através de legislação que promova de-
comércio de alimentos ou insumos oriundos de fesa da paisagem, especialmente no que se refere
áreas contaminadas; ao mobiliário urbano, à publicidade e ao empa-
V — condicionar a implantação de instalações chamento.
e atividades, efetiva ou potencialmente causadoras Art. 475. É dever de todos preservar as co-
de alteração no meio ambiente e na qualidade de berturas florestais nativas ou recuperadas existen-
vida, à prévia elaboração de estudo de impacto tes no Município, consideradas indispensáveis ao
ambiental, relatório de impacto ambiental (Rima) processo de desenvolvimento equilibrado e à sadia
e impacto ocupacional, que terão ampla publicida- qualidade de vida de seus habitantes.
de e serão submetidos ao Conselho Municipal de Parágrafo único. É vedada a redução, a
Meio Ambiente, ouvida a sociedade civil em audi- qualquer título ou pretexto, das áreas referidas
ências públicas e informando-se aos interessados neste artigo.
que o solicitarem no prazo de dez dias; Art. 476. Todos os cidadãos têm o direito de
VI — condicionar a implantação dos dispositi- denunciar à Procuradoria-Geral do Município infra-
vos de captação e represamento de água, voltados ções às normas de proteção ambiental e toda de-
para o aproveitamento hídrico, de forma a impedir gradação do meio ambiente que determine perda
impactos irreversíveis sobre o meio ambiente e de vida ou danos à saúde individual ou coletiva.
sobre populações tanto a montante como a jusan- Parágrafo único. Cabe obrigatoriamente à Pro-
te do local de captação; curadoria-Geral do Município promover ação civil ou
VII — não permitir, nas áreas de preservação criminal própria, sob pena de responsabilidade.
permanente, atividades que contribuam para des- Art. 477. Os serviços de derrubada de árvo-
caracterizar ou prejudicar seus atributos e funções res somente poderão ser efetuados mediante pré-
essenciais, excetuadas aquelas destinadas a recu- via autorização do órgão ambiental e sob sua ori-
perá-las e assegurar sua proteção, mediante pré- entação.
via autorização dos órgãos municipais competentes; Art. 478. É dever de todo servidor público
VIII — proibir a introdução no meio ambiente envolvido na execução da política municipal de
de substâncias cancerígenas, mutagênicas e terato- meio ambiente que tiver conhecimento de infra-
gênicas, e que afetem a camada de ozônio além dos ções às normas e padrões de proteção ambiental
limites e das condições permitidas pelos regulamen- comunicar o fato ao Ministério Público e à Procura-
tos dos órgãos de saúde e controle ambiental; doria-Geral do Município, para instauração de in-
IX — providenciar com vista à manutenção quérito, indicando os respectivos elementos de
dos ruídos urbanos em níveis condizentes com a convicção, sob pena de responsabilidade funcional.
tranqüilidade pública; Parágrafo único. Concluindo o inquérito civil
X — interditar, a bem da tranqüilidade públi- pela procedência da denúncia, o Município ajuizará
ca, estabelecimentos recreativos, industriais ou ação civil pública por danos ao meio ambiente no
comerciais que, situados em área residencial ur- prazo máximo de trinta dias a contar do recebi-

57
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
mento da denúncia, sempre que o Ministério Públi- § 3.º As penalidades previstas nos incisos IV
co não o fizer. e V poderão ser impostas diretamente pelo Muni-
Art. 479. O licenciamento da atividade de la- cípio sempre que se tratar de atividade poluidora
vra de jazidas minerais dependerá de prévia pres- de qualquer espécie não licenciada pelo órgão
tação de caução que corresponda ao custo total da competente do Poder Público estadual, nos termos
recuperação do meio ambiente degradado, de do art. 10 da Lei Federal n.º 6.938, de 31 de agos-
acordo com a solução técnica exigida pelo órgão to de 1981.
público competente, na forma da lei. § 4.º Estando o estabelecimento poluidor no
exercício da atividade licenciada, conforme referi-
Seção IV do no parágrafo anterior, a aplicação das sanções
será requerida pelo Município às autoridades fede-
Dos instrumentos de sanção rais ou estaduais competentes, de acordo com o
estabelecido nos arts. 15 e 16 da Lei Federal n.º
Art. 480. Os responsáveis por atividades cau- 6.938, de 31 de agosto de 1981.
sadoras de degradação ambiental arcarão inte-
gralmente com os custos de monitoragem, contro- CAPÍTULO VII
le e recuperação das alterações do meio ambiente
decorrentes de seu exercício, sem prejuízo da Do saneamento básico
aplicação de penalidades administrativas e da res-
ponsabilidade civil. Seção I
Parágrafo único. O disposto neste artigo in-
cluirá a imposição de taxa pelo exercício do poder Disposições gerais
de polícia proporcional aos seus custos totais e
vinculada à sua operacionalização. Art. 482. O Município, em consonância com
Art. 481. As infrações à legislação municipal sua política urbana, o plano diretor e o plano plu-
de proteção ao meio ambiente serão objeto das rianual, manterá programa anual de saneamento
seguintes sanções administrativas: básico, para execução com seus recursos e, medi-
I — multa diária, observados, em qualquer ante convênio, com recursos da União e do Esta-
caso, os limites máximos estabelecidos em lei do. [Redação da Emenda à Lei Orgânica n.º 12, de
federal e aplicável somente quando ainda não 2002, publicada no DCM de 05/07/2002.]
houver sido imposta por outro ente da Federação; § 1.º Consideram-se como saneamento bási-
II — negativa, quando requerida, de licença co os serviços referentes à:
para localização e funcionamento de outro estabe- I — captação, adução, tratamento e abaste-
lecimento pertencente à mesma pessoa titular do cimento de água;
estabelecimento poluidor. II — adução e tratamento dos esgotos sanitá-
III — perda, restrição ou negativa de conces- rios;
são de incentivos e benefícios fiscais ou creditícios III — limpeza urbana.
de qualquer espécie concedidos pelo Poder Público § 2.º Os serviços a que se refere este artigo po-
àqueles que hajam infringido normas e padrões de derão ser delegados a outros, através de regulamen-
prática ambiental, nos cinco anos anteriores à data tação, quando o município não tiver condições de
da concessão. executá-los, respeitado o previsto no art. 148.
IV — suspensão temporária da atividade do Art. 483. Para ações conjuntas relacionadas
estabelecimento; com saneamento básico, controle da poluição am-
V — negativa de renovação de licença para lo- biental e preservação dos recursos hídricos, o Mu-
calização e funcionamento do estabelecimento ou nicípio poderá participar de convênio ou instru-
cancelamento da licença anteriormente concedida mento congênere com órgãos metropolitanos do
e fechamento do estabelecimento. Estado ou da União.
§ 1.º As empresas permissionárias ou conces- Art. 484. O Poder Público executará progra-
sionárias de serviço público são passíveis de, além mas de educação sanitária, de modo a suplemen-
das sanções previstas nos incisos deste artigo, não tar a prestação de serviços de saneamento básico,
terem suas permissões ou concessões renovadas isoladamente ou em conjunto com organizações
nos casos de infrações persistentes, intencionais públicas de outras esferas de governo ou entida-
ou por omissão. des privadas.
§ 2.º As sanções previstas nos incisos deste Art. 485. A Prefeitura, por iniciativa própria
artigo serão aplicadas em caráter sucessivo e ou a requerimento de qualquer do povo, procederá
cumulativo, conforme o que dispuser regulamento, à interdição imediata do loteamento regular, irre-
excetuada a do inciso II, que poderá ser aplicada gular ou clandestino em que se constatar a venda
simultaneamente com a do inciso I. de lotes ou terrenos sem prévia implantação de

58
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
rede de esgotamento sanitário, abastecimento de rais, será permitido o tratamento com dispositivos
água potável e drenagem de águas pluviais, apro- individuais, utilizando-se o subsolo como corpo
vados pelos órgãos competentes. receptor, desde que afastados do lençol utilizado
§ 1.º Consumada a interdição, o Poder Execu- para o abastecimento de água.
tivo, através da Procuradoria-Geral do Município § 3.º O licenciamento de construção em de-
oficiará ao Ministério Público do Estado para res- sacordo com o disposto neste artigo ensejará a
ponsabilização criminal do loteador e de seus pre- instauração de inquérito administrativo para a
postos e agentes. apuração da responsabilidade do agente do Poder
§ 2.º Constitui falta grave do Secretário Munici- Público que o concedeu, o qual poderá ser indicia-
pal competente e do Procurador-Geral do Município o do mediante representação de qualquer cidadão.
retardamento ou a negligência no cumprimento das § 4.º Após a implantação do sistema de esgo-
disposições deste artigo e seu § 1.º tos conforme previsto neste artigo, a Prefeitura
§ 3.º Ao Poder Executivo é vedada a aprova- deverá permanentemente fiscalizar suas adequa-
ção de qualquer parcelamento em área onde não das condições de operação.
esteja assegurada a capacidade técnica de presta- § 5.º A fiscalização será feita pelos exames e
ção dos serviços de abastecimento de água, esgo- apreciações de laudos técnicos apresentados pela
tamento sanitário e drenagem de águas pluviais. entidade concessionária do serviço de tratamento,
sobre os quais se pronunciará a administração
Seção II através de seu órgão competente.
§ 6.º Os exames de apreciações de que trata
Da proteção dos corpos hídricos o parágrafo anterior serão colocados à disposição
dos interessados, em linguagem acessível.
Art. 486. Os lançamentos finais dos sistemas Art. 489. O plano diretor reservará áreas pa-
públicos e particulares de coletas de esgotamento ra implantação de estações de tratamento ou la-
sanitário em corpos hídricos receptores deverão goas de estabilização a fim de atender à expansão
ser precedidos de tratamento adequado. demográfica em cada região do Município.
§ 1.º Para efeitos deste artigo consideram-se
corpos hídricos receptores todas as águas que, em Seção III
seu estado natural, são utilizadas para o lança-
mento de esgotos sanitários. Das vedações
§ 2.º Fica excluído da obrigação definida nes-
te artigo o lançamento de esgotos sanitários em Art. 490. O Poder Público, ou, quando for o
águas de lagoas de estabilização especialmente caso, a empresa concessionária do serviço de
reservadas para este fim. abastecimento de água, garantirá condições que
§ 3.º O lançamento de esgotos em lagos, la- impeçam a contaminação da água potável na rede
goas, lagunas e reservatórios deverá ser precedido de distribuição.
de tratamento adequado. Art. 491. São vedadas:
Art. 487. É vedada a implantação de siste- I — a criação de aterros sanitários à margem
mas de coleta conjunta de águas pluviais e esgo- de rios, lagos, lagoas, lagunas e manguezais e
tos domésticos, patológicos ou industriais. junto a mananciais;
Parágrafo único. As atividades poluidoras II — a incineração de lixo a céu aberto, em
deverão dispor de bacias de contenção para as especial a de resíduos hospitalares.
águas de drenagem, de forma a assegurar seu Art. 492. A administração divulgará relatório
tratamento adequado, quando necessário, a crité- semestral de monitoragem da água distribuída à
rio do órgão de controle ambiental. população.
Art. 488. As edificações somente serão licen- Parágrafo único. Quando se tratar de con-
ciadas se comprovada a existência de redes de cessionária do serviço, procedimento adotado de-
esgoto sanitário e de estação de tratamento ou de verá ser idêntico.
lagoa de estabilização capacitadas para o atendi-
mento das necessidades de esgotamento sanitário Cidade do Rio de Janeiro, 5 de abril de 1990.
a serem criadas.
§ 1.º Caso inexista o sistema de esgotamento
sanitário, caberá ao incorporador prover toda a
infra-estrutura necessária, incluindo o tratamento
dos esgotos; à empresa concessionária a respon-
sabilidade pela operação e manutenção da rede e
das instalações do sistema.
§ 2.º Em residências isoladas, em áreas ru-

59
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
ATO DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS programas e projetos de interesse público.
Parágrafo único. O Município dará priorida-
....................................................................... de, nesses entendimentos, à:
I — transferência para o seu domínio da área
Art. 10. Será criada, no prazo de noventa dias da antiga Fazenda Nacional de Santa Cruz, a fim
contados da data da promulgação desta Lei Orgâni- de regularizar a posse das famílias que se instala-
ca, comissão de estudos territoriais, com oito ram nesta gleba, em particular a população do
membros indicados pela Câmara Municipal e quatro chamado Bairro Rolas e do Conjunto Habitacional
pelo Poder Executivo, com a finalidade de apresen- Antares, entre outros:
tar estudos e projetos sobre o território municipal e II — cessão de áreas sob a jurisdição admi-
sua eventual subdivisão administrativa. nistrativa dos Ministérios do Exército, Marinha e
Art. 11. A formação do cadastro municipal de Aeronáutica, em razão de desativação das instala-
logradouros, instituída pelo art. 450, se iniciará no ções e unidades militares que nelas funcionavam.
prazo de noventa dias contados da data da pro- .......................................................................
mulgação desta Lei Orgânica e será concluída no Art. 56. No prazo de três anos contados da
prazo de cinco anos. data da promulgação desta Lei Orgânica, o Poder
Parágrafo único. Para a formação do cadas- Executivo procederá à demarcação, medição e
tro, serão utilizados os dados disponíveis nos dife- descrição dos bens do domínio municipal.
rentes órgãos da Prefeitura, os quais serão centra- § 1.º Nos assentamentos relativos a esses
lizados em órgão a ser definido por ato do bens se anotarão sempre a sua destinação e, se
Prefeito, sem sacrifício da existência de cópias em for o caso, a implementação do equipamento pre-
outros órgãos. visto para sua área.
....................................................................... § 2.º Ato do Prefeito definirá a competência
Art. 16. Fica extinta a Comissão do Plano da para a guarda desses bens.
Cidade — COPLAN, da Secretaria Municipal de .......................................................................
Urbanismo e Meio Ambiente, e proibido o licen- Art. 67. A adaptação dos bens e edificações
ciamento de projetos especiais ou em desacordo em locais de uso público referidos no art. 317 será
com a legislação vigente no Município. [Declarada feita no prazo de um ano contado da data da pro-
a Inconstitucionalidade pelo Órgão Especial do mulgação desta Lei Orgânica, nos termos do art.
Tribunal de Justiça — Representação n.º 26/90 — 349 da Constituição do Estado e do art. 59 de seu
Acórdão de 25/06/92 — Publicada no “Diário Oficial” Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
do Estado do Rio de Janeiro — Poder Judiciário.] [A Emenda Constitucional n.º 4, de 20/08/1991,
....................................................................... renumerou o artigo 349 para 352.]
Art. 52. O Município adotará os procedimen- Art. 68. O Poder Executivo providenciará a
tos cabíveis mediante entendimento ou, se neces- demolição de todas as edificações existentes que
sário, ação judicial, para reintegrar a seu território impeçam o exercício do direito previsto no art.
e, se for o caso, a seu patrimônio a porção de 313, promovendo junto ao Poder Judiciário a nuli-
glebas situadas na margem direita do Rio da dade dos atos que venham autorizar construções
Guarda, em Santa Cruz, consideradas pelo Estado em desacordo com a legislação.
como pertencentes ao Município de Itaguaí e como .......................................................................
tal doadas à Companhia do Pólo Petroquímico do Art. 84. Será de iniciativa do Poder Executivo
Rio de Janeiro. o projeto de lei do plano diretor da Cidade.
§ 1.º Caberá à Procuradoria-Geral do Municí- Art. 85. No prazo de dois anos contados da
pio ajuizar as medidas judiciais cabíveis, para efe- data da promulgação desta Lei Orgânica, o Poder
tivar o disposto neste artigo. Executivo elaborará e submeterá à Câmara Muni-
§ 2.º Comprovado seu domínio sobre a área cipal:
mencionada, o Município promoverá a regulariza- I — o plano diretor de macrodrenagem;
ção de sua propriedade. II — o plano diretor de contenção, estabiliza-
§ 3.º Fica o Poder Executivo autorizado a ce- ção e proteção de encostas sujeitas à erosão e a
lebrar acordo com o Estado do Rio de Janeiro para deslizamentos, o qual preverá a recomposição da
transformar o valor da área citada neste artigo em cobertura vegetal com espécies adequadas a tais
participação acionária, com direito a voto, em no- finalidades.
me do Município, no capital da Companhia do Pólo Art. 86. Nos dois anos posteriores à promul-
Petroquímico do Rio de Janeiro. gação desta Lei Orgânica, o Poder Executivo pro-
Art. 53. O Poder Executivo manterá entendi- cederá à concessão de títulos de domínio da terra
mento com o Governo da União para a transferên- às comunidades de baixa renda, nos termos do
cia para o Município de bens imóveis a ela perten- parágrafo único do artigo 437.
centes e não indispensáveis a seus serviços, para Parágrafo único. O título de domínio da ter-

60
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
ra não será concedido mais de uma vez à mesma Art. 92. O Prefeito encaminhará à Câmara
pessoa. Municipal, no prazo de cento e vinte dias contados
Art. 87. O Poder Executivo, no prazo de um ano da data da promulgação desta Lei Orgânica, proje-
contado da data da promulgação desta Lei Orgânica, to de criação de comissão municipal de pesca.
consolidará as disposições legais vigentes que tratam Art. 93. Fica instituída a Área de Proteção
do uso e da ocupação do solo municipal, as quais Ambiental e Recuperação Urbana da Ponta do Ca-
farão parte do sistema de informações do Município, ju, a qual será objeto de atenção especial do Poder
conforme o disposto no art. 271. Público, na forma que a lei dispuser.
....................................................................... Art. 94. Serão definidos e regulamentados
Art. 90. No prazo de noventa dias contados por lei, no prazo de dois anos contados da data da
da data da promulgação desta Lei Orgânica, a promulgação desta Lei Orgânica:
requerimento do interessado no órgão competen- I — as áreas passíveis e as atividades de po-
te, poderão ser regularizadas obras de construção, tencialidade de degradação ambiental;
modificação ou acréscimo já executadas em pré- II — os critérios para o estudo de impacto
dios de uso residencial unifamiliar ou ultifamiliar, ambiental e relatório de impacto ambiental.
se atendidas as seguintes condições: Art. 95. O Poder Executivo terá o prazo de
I — comprovação de existência legal do lote sessenta dias contados da data da promulgação
pelo proprietário ou de área de posse por seu de- desta Lei Orgânica, para proceder à retirada dos
tentor; engenhos publicitários que violam o disposto no
II — requisitos mínimos de segurança, habi- art. 463, §§ 5.º e 6.º, e art. 467.
tabilidade e higiene de acordo com os padrões e Art. 96. As áreas definidas pelo plano diretor
normas técnicas vigentes; como reserva ecológica e reserva biológica serão
III — respeito ao gabarito, o número de pa- demarcadas cartograficamente pelo órgão compe-
vimentos e altura máxima fixados para o local, tente, no prazo de dois anos contados da data da
conforme a legislação em vigor; aprovação do plano.
IV — não estejam localizadas em unidades de Art. 97. Todos aqueles que na data da pro-
conservação ambiental de qualquer espécie; mulgação desta Lei Orgânica estiverem exercendo
V — não constituam parte de imóvel tombado atividades poluidoras terão o prazo de um ano
ou situados em seu entorno; para atender às normas e padrões vigentes na
VI — não ocupem área não edificável; legislação federal, estadual e municipal.
VII — apresentação de plantas-baixas, cor- Parágrafo único. A regulamentação deste
tes, fachadas e planta de situação da edificação. artigo será objeto de lei no prazo de um ano con-
Parágrafo único. A legalização da obra impli- tado da data da promulgação desta Lei Orgânica.
cará o imediato cadastramento para fins de lança- .......................................................................
mento da tributação municipal correspondente.
Art. 91. Lei de iniciativa do Poder Executivo Cidade do Rio de Janeiro, 5 de abril de 1990.
disporá, no prazo de noventa dias contados da
data da promulgação desta Lei Orgânica, sobre o [Publicada no “Diário da Câmara Municipal” do
comércio ambulante ou eventual. Rio de Janeiro, de 05/04/1990.]

61
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
LEI COMPLEMENTAR N.º 16, DE 04 serviços urbanos;
DE JUNHO DE 1992. VI - da valorização da memória construída e
da proteção e recuperação dos recursos naturais e
Dispõe sobre a política urbana do município, da paisagem;
institui o Plano Diretor Decenal da Cidade do VII - do cumprimento da função social da
Rio de Janeiro, e dá outras providências. propriedade;
VIII – da participação popular na gestão da
Autor: Poder Executivo.
cidade;
O Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro: IX - do estabelecimento de mecanismos para
Faço saber que a Câmara Municipal decreta e atuação conjunta dos setores público e privado na
eu sanciono a seguinte lei: transformação urbanística da cidade;
X - do controle, fiscalização e sistematização
TÍTULO I do mobiliário urbano e dos artefatos de empacha-
mento;
DA POLÍTICA URBANA XI - da integração entre órgãos e entidades
federais, estaduais e municipais, durante a elabo-
Seção I ração, avaliação e execução de planos, projetos e
programas urbanísticos, objetivando a compatibili-
Disposição Preliminar
zação das leis específicas.
Art. 1.° Esta lei complementar estabelece as
Seção III
normas e procedimentos para a realização da polí-
tica urbana do município, fixa as suas diretrizes, Das diretrizes, normas e objetivos do Plano Diretor
prevê instrumentos para a sua execução e define Decenal.
políticas setoriais e seus programas, buscando o
pleno atendimento das funções sociais da cidade. Art. 5.° Constituem o Plano Diretor Decenal
Art. 2.° Fica instituído o Plano Diretor da Ci- as diretrizes, normas e os instrumentos com vista:
dade do Rio de Janeiro, o qual será executado I - à ordenação do território municipal;
durante dez anos, sem sacrifício de sua revisão no II - à implantação do sistema municipal de
prazo e na forma fixados no artigo 230. planejamento e do sistema de defesa da cidade;
§ 1.° O Plano Diretor é o instrumento básico III - à promoção das políticas setoriais para:
da política urbana do município e integra o proces- a) o meio ambiente natural e o patrimônio
so contínuo de planejamento da cidade. cultural;
§ 2.° O Plano Diretor será referido nesta lei b) a habitação;
complementar como Plano Diretor Decenal da Ci- c) os transportes;
dade e com essa denominação será mencionado d) os serviços públicos;
nos documentos oficiais. e) os equipamentos urbanos;
f) o desenvolvimento econômico, científico e
Seção II tecnológico;
g) a administração do patrimônio imobiliário
Dos objetivos e instrumentos
do município;
Art. 3.° São objetivos da política urbana do IV - à ordenação do uso e ocupação do solo.
Município: § 1.° O Plano Diretor Decenal regula os pro-
I - garantir o bem-estar e a melhoria da qua- cessos de desenvolvimento urbano, seus progra-
lidade de vida de seus habitantes; mas e projetos e orienta as ações dos agentes
II - ordenar o pleno desenvolvimento das púlicos e privados para a totalidade do território
funções sociais da Cidade. municipal.
Art. 4.º Os objetivos definidos no artigo ante- § 2.° Os objetivos e diretrizes do Plano Dire-
rior serão alcançados através: tor Decenal constarão, obrigatoriamente, do Plano
I - de uma ordenação do território que pro- Plurianual de Governo e serão contemplados no
mova um desenvolvimento equilibrado; orçamento plurianual de investimentos.
II - do controle público sobre a utilização do Art. 6.º São objetivos do Plano Diretor Dece-
imóvel urbano; nal:
III - de uma política habitacional que assegu- I - propiciar ao conjunto da população melho-
ra o direito social da moradia; res condições de acesso à terra, à habitação, ao
IV - da total prioridade ao transporte público trabalho, aos transportes e aos equipamentos e
de alta capacidade; serviços urbanos;
V - da justa distribuição de infra-estrutura e II - ordenar o crescimento das diversas áreas
da cidade, compatibilizando-o com o saneamento
62
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
básico, o sistema viário e de transportes e os de- ordenará o crescimento da cidade, estabelecendo
mais equipamentos e serviços urbanos; as prioridades de investimentos e as diretrizes de
III - promover a descentralização da gestão uso e ocupação do solo, bem como os instrumen-
dos serviços públicos municipais; tos que serão aplicados no controle do desenvol-
IV - promover a distribuição justa e equilibra- vimento urbano.
da da infra-estrutura e dos serviços públicos, re- Art. 10. Leis específicas estabelecerão nor-
partindo as vantagens e ônus decorrentes da ur- mas gerais e de detalhamento do planejamento
banização; urbano relativas às seguintes matérias, observa-
V - compatibilizar o desenvolvimento urbano das as diretrizes fixadas nesta Lei Complementar:
com a proteção do meio ambiente pela utilização I - parcelamento do solo urbano;
racional do patrimônio natural cultural e construí- II - uso e ocupação do solo;
do, sua conservação, recuperação e revitalização; III - zoneamento e perímetro urbano;
VI - estimular a população para a defesa dos IV - obras de construções e edificações;
interesses coletivos, reforçando o sentimento de V - licenciamento e fiscalização de obras e e-
cidadania e proporcionando o reencontro do habi- dificações;
tante com a cidade; VI - licenciamento e fiscalização de atividades
VII - estabelecer mecanismos de participação econômicas e posturas municipais;
da comunidade no planejamento urbano e na fis- VII - regulamento do Estudo de Impacto Am-
calização de sua execução; biental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental
VIII - promover o cumprimento da função (RIMA);
social da propriedade urbana. VIII - Plano Municipal Integrado de Transpor-
tes e regulamento do sistema de transporte públi-
TÍTULO II co de passageiros.
Art. 11. O detalhamento das normas gerais
DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
de parcelamento da terra e de uso e ocupação do
Art. 7.º A propriedade urbana cumpre sua solo será feito em Projeto de Estruturação Urbana
função social quando atende às exigências funda- (PEU), instituído por lei.
mentais de ordenação da cidade expressas no Parágrafo único. O Projeto de Estruturação
Plano Diretor. Urbana define a legislação urbanística das Unida-
Art. 8.º A intervenção do Poder Público tem des Espaciais de Planejamento (UEP), a partir das
como finalidade: peculiaridades de cada bairro ou do conjunto de
I - recuperar em beneficio coletivo a valoriza- bairros que as compõem.
ção acrescentada pelos investimentos públicos à Art. 12. É garantida a participação da popula-
propriedade particular; ção em todas as etapas do processo de planeja-
II - controlar a densidade populacional com a mento, pelo amplo acesso às informações, assim
correspondente e adequada utilização urbana; como à elaboração, implementação e avaliação de
III - gerar recursos para o atendimento da planos, projetos e programas de desenvolvimento
demanda de infra-estrutura e de serviços públicos urbano, de caráter geral, regional ou local, medi-
provocada pelo adensamento decorrente da verti- ante a exposição de problemas e de propostas de
calização das edificações e para implantação de soluções.
infra-estrutura em áreas não servidas; § 1.° A participação da população é assegurada
IV - promover o adequado aproveitamento pela representação de entidades e associações co-
dos vazios urbanos ou terrenos subutilizados ou munitárias em grupos de trabalho, comissões e ór-
ociosos, sancionando a sua retenção especulativa; gãos colegiados, provisórios ou permanentes.
V - criar áreas sob regime urbanístico especí- § 2.° (VETADO).
fico; § 3.° (VETADO).
VI - condicionar a utilização do solo urbano
aos princípios de proteção e valorização do meio CAPÍTULO II
ambiente e do patrimônio cultural.
Do sistema municipal de planejamento
TÍTULO III
Art. 13. A lei instituirá o sistema municipal de
DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO URBANO planejamento urbano, definindo a sua estrutura, a
qual será integrada pelo Conselho Municipal de
CAPÍTULO I Política Urbana.
Art. 14. O sistema municipal de planejamento
Disposições gerais
urbano se responsabilizará:
Art. 9.° O planejamento urbano do município I - pela integração dos agentes setoriais de

63
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
planejamento e de execução da administração áreas de mais baixa renda;
direta, indireta e fundacional do município, assim VI - a cooperação da população na fiscaliza-
como dos órgãos e entidades federais e estaduais, ção do estado da infra-estrutura de serviços bási-
quando necessário, para aplicação das diretrizes e cos, dos despejos industriais, da descarga de ater-
políticas setoriais previstas nesta Lei Complemen- ro e das ações de desmatamento.
tar; Art. 17. O município manterá, em caráter
II - pelo acompanhamento e a avaliação dos permanente, órgão de vistoria e fiscalização das
resultados da implementação do Plano Diretor obras públicas de grandes estruturas, para preve-
Decenal; nir a ocorrência de acidentes.
III - pela criação e atualização de um sistema Parágrafo único. A lei definirá a composição,
de informações sobre a cidade, compreendendo, as competências, as atribuições e o funcionamento
entre outros, cadastro de terras e infra-estrutura e do órgão.
dados gerais sobre o uso e ocupação do solo urbano;
IV - pela atualização permanente da planta de TÍTULO IV
valores do município;
V - pela ampla divulgação dos dados e infor- DOS INSTRUMENTOS E RECURSOS DO PLANO
mações; DIRETOR DECENAL
VI - pela realização de análises e formulação
de propostas solicitadas aos órgãos do sistema de CAPÍTULO I
planejamento pelas instituições da sociedade civil.
Disposições gerais
CAPÍTULO III
Art. 18. São instrumentos de aplicação do
Do sistema de defesa da cidade Plano Diretor Decenal, sem prejuízo de outros
previstos na legislação municipal, estadual e fede-
Art. 15. O Poder Executivo manterá sistema ral e especialmente daqueles relacionados no arti-
de defesa da cidade, visando a coordenar as ações go 430 da Lei Orgânica do Município:
e atuar preventiva e imediatamente nos casos de
ameaça ou dano às suas condições normais de [Lei Orgânica do Município do Rio de Ja-
funcionamento. neiro:
Parágrafo único. O sistema de defesa da ci- "Art. 430. Para assegurar as funções
dade será constituído por órgãos públicos munici- sociais da cidade e da propriedade, o Poder
pais, facultada a participação de órgãos estaduais Público poderá valer-se dos seguintes ins-
e federais e da comunidade. trumentos, além de outros que a lei definir:
Art. 16. São meios de defesa da cidade: I - de caráter fiscal e financeiro:
I - a prevenção dos efeitos das enchentes, a) imposto sobre a propriedade predial
desmoronamentos e outras situações de risco, e territorial urbana progressivo e diferencia-
através de ações do Poder Público, entre as quais: do por zonas, e outros critérios de ocupação
a) o controle, a fiscalização e a remoção das e de uso do solo;
causas de risco; b) taxas e tarifas diferenciadas por zo-
b) o monitoramento dos índices pluviométri- nas, segundo os serviços oferecidos;
cos; c) contribuição de melhoria;
c) a assistência à população diante da ameaça d) incentivos e benefícios fiscais;
ou dano; e) recursos públicos destinados especifi-
II - o impedimento e a fiscalização da ocupa- camente ao desenvolvimento urbano;
ção de áreas de risco, assim definidas em laudo II - de caráter jurídico-urbanístico:
solicitado ou emitido pelo órgão técnico competen- a) desapropriação por interesse social
te, e de áreas públicas, faixas marginais de rios e ou utilidade pública;
lagoas, vias públicas e áreas de proteção ambien- b) servidão administrativa e limitações
tal; administrativas;
III - a divulgação e a realização de campa- c) tombamento de imóveis;
nhas públicas contendo medidas preventivas e de d) declaração de área de preservação
ação imediata de defesa da cidade; ou proteção ambiental;
IV - a identificação e o cadastramento de á- e) concessão real de uso ou domínio;
reas de risco; f) concessão de direito real de uso reso-
V - a implantação de um programa amplo e lúvel;
de sistema de Educação Ambiental de Prevenção g) Lei de Parcelamento do Solo Urbano;
contra o risco junto à população, em especial nas h) Lei do Perímetro Urbano;

64
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
i) Código de Obras e Edificações; da Constituição da República.
j) Código de Posturas;
k) Lei de Solo Criado; [Constituição do Brasil:
I) Código de Licenciamento e Fiscaliza- "Art. 156. Compete aos municípios insti-
ção; tuir impostos sobre:
III - de caráter urbanístico-institucional: I - propriedade predial e territorial ur-
a) programas de regularização fundiá- bana;
ria; II - transmissão 'inter vivos', a qualquer
b) programas de reservas de áreas para título, por ato oneroso, de bens imóveis, por
utilização pública; natureza ou acessão física, e de direitos reais
c) programas de assentamentos de po- sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
pulação de baixa renda; como cessão de direitos a sua aquisição;
d) programas de preservação, proteção III - serviços de qualquer natureza, não
e recuperação das áreas urbanas; compreendidos no artigo 155, II, definidos
IV - de caráter administrativo: em lei complementar; (Redação dada pela
a) subsídios à construção habitacional Emenda Constitucional n.º 3, de
para a população de baixa renda; 17/03/1993.)
b) urbanização de áreas faveladas e lo- IV - [Revogado pela Emenda Constitu-
teamentos irregulares e clandestinos, inte- cional n.º 3, de 17/03/1993.]
grando-os aos bairros onde estão situados. "] § 1.º O imposto previsto no inciso I po-
derá ser progressivo, nos termos de lei mu-
I - de caráter institucional: nicipal, de forma a assegurar o cumprimento
a) o sistema municipal de planejamento; da função social da propriedade.
b) o sistema de defesa da cidade; § 2.º O imposto previsto no inciso II:
c) os Conselhos Municipais de: I - não incide sobre a transmissão de
1 - VETADO; bens ou direitos incorporados ao patrimônio
2 - Desenvolvimento Econômico, Ciência e de pessoas jurídica em realização de capital,
Tecnologia; nem sobre a transmissão de bens ou direitos
3 - VETADO; decorrente de fusão, incorporação, cisão ou
4 - Meio Ambiente; extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses
5 - Política Urbana; casos, a atividade preponderante do adqui-
6 - Proteção do Patrimônio Cultural; rente for a compra e venda desses bens ou
7 - VETADO; direitos, locação de bens imóveis ou arren-
8 - Transportes; damento mercantil;
II - de caráter financeiro-contábil, os Fundos II - compete ao município da situação
Municipais de: do bem.
a) Conservação Ambiental;
b) Desenvolvimento Econômico; (A Emenda Constitucional n.º 3, de
c) Desenvolvimento Urbano; 17/03/1993, deu ao § 3.° a seguinte reda-
d) Transportes e Sistema Viário; ção:)
III - de caráter urbanístico:
a) a criação de solo; § 3.º Em relação ao imposto previsto no
b) a operação interligada; inciso III, cabe à Lei Complementar:
c) a urbanização consorciada; I - fixar as suas alíquotas máximas;
d) o parcelamento e a edificação compulsó- II - excluir de sua incidência exporta-
rios; ções de serviços para o exterior.
e) a desapropriação com pagamento em títu- § 4.º [Revogado pela Emenda Constitu-
los da dívida pública; cional n.º 3, de 17/03/1993.]
f) a legislação de parcelamento, uso e ocupa- Art. 182. A política de desenvolvimento
ção do solo, obras e edificações; urbano, executada pelo Poder Público muni-
g) a legislação de licenciamento e fiscaliza- cipal, conforme diretrizes gerais fixadas em
ção; lei, tem por objetivo ordenar o pleno desen-
h) os Projetos de Estruturação Urbana; volvimento das funções sociais da cidade e
IV - de caráter tributário: garantir o bem-estar de seus habitantes.
a) a contribuição de melhoria; § 1.º O plano diretor, aprovado pela
b) o Imposto Sobre a Propriedade Predial e Câmara Municipal, obrigatório para cidades
Territorial Urbana progressivo no tempo, conforme com mais de vinte mil habitantes, é o ins-
o disposto nos artigos 156, § 1.°, e 182, § 4.°, II, trumento básico da política de desenvolvi-

65
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
mento e de expansão urbana. audiências públicas.
§ 2.º A propriedade urbana cumpre sua
função social quando atende às exigências CAPÍTULO III
fundamentais de ordenação da cidade ex-
pressas no plano diretor. Dos fundos municipais
§ 3.º As desapropriações de imóveis ur-
banos serão feitas com prévia e justa inde- Art. 20. A lei disporá sobre os fundos munici-
nização em dinheiro. pais referidos nesta Lei Complementar, os quais
§ 4.º É facultado ao Poder Público terão natureza contábil-financeira, sem personali-
municipal, mediante lei específica para dade jurídica.
área incluída no plano diretor, exigir, nos Art. 21. Comporão os recursos dos fundos
termos da lei federal, do proprietário do municipais, dentre outros:
solo urbano não edificado, subutilizado I - as dotações orçamentárias;
ou não utilizado, que promova seu ade- II - as receitas decorrentes da aplicação de
quado aproveitamento, sob pena, sucessi- instrumentos previstos nesta Lei Complementar;
vamente, de: III - o produto de operações de crédito cele-
I - parcelamento ou edificação compul- bradas com organismos nacionais e internacionais,
sórios; mediante prévia autorização legislativa;
II - imposto sobre a propriedade predial IV - as subvenções, contribuições, transferên-
e territorial urbana progressivo no tempo; cia e participação do Município em convênios, con-
III - desapropriação com pagamento sórcios e contratos relacionados com o desenvol-
mediante títulos da dívida pública de emis- vimento urbano;
são previamente aprovada pelo Senado Fe- V - as doações públicas e privadas;
deral, com prazo de resgate de até dez a- VI - o resultado da aplicação de seus recur-
nos, em parcelas anuais, iguais e sos;
sucessivas, assegurados o valor real da in- VII - as receitas decorrentes da arrecadação
denização e os juros legais."] de multas por infração da legislação urbanística e
ambiental, na forma que a lei fixar.
CAPÍTULO II § 1.° Os recursos dos fundos municipais serão
destinados ao planejamento, execução e fiscaliza-
Dos conselhos municipais ção dos objetivos, projetos e programas definidos
nesta Lei Complementar, vedada a sua aplicação
Art. 19. Excetuados aqueles com competên- em pagamento de despesas de pessoal da admi-
cia definida em lei, os conselhos são órgãos con- nistração direta, indireta ou fundacional, bem co-
sultivos e de assessoria do Poder Executivo, com mo de encargos financeiros estranhos à sua finali-
atribuições de analisar e propor, assim como dar- dade.
lhes publicidade, medidas de concretização das § 2.° O Poder Executivo enviará, anualmente,
políticas setoriais definidas no título VII desta Lei à Câmara Municipal e aos respectivos conselhos
Complementar e verificar sua execução, observa- municipais relatórios discriminados dos balancetes
das as diretrizes nele estabelecidas. dos fundos municipais referidos nesta Lei Com-
§ 1.° Os Conselhos de Desenvolvimento Eco- plementar.
nômico, Ciência e Tecnologia, de Proteção do Pa- Art. 22. O Fundo Municipal de Desenvolvi-
trimônio Cultural, de Meio Ambiente e de Trans- mento Urbano, a ser criado na forma do disposto
portes atuarão em colaboração com o Conselho no artigo 20, será vinculado à Secretaria Municipal
Municipal de Política Urbana. de Urbanismo e Meio Ambiente e terá como finali-
§ 2.° São atribuições dos conselhos: dade dar suporte financeiro à implantação dos
I - intervir em todas as etapas do processo de objetivos, programas e projetos relativos à habita-
planejamento; ção e infra-estrutura de saneamento básico nas
II - analisar e propor medidas de concretiza- Áreas de Especial Interesse Social, previstos nesta
ção de políticas setoriais; Lei Complementar.
III - participar da gestão dos fundos previstos § 1.° A lei disporá sobre a composição e a
nesta Lei Complementar, propondo prioridades na prestação de contas do conselho de administração
aplicação dos recursos, assim como da fiscalização dos recursos do Fundo Municipal de Desenvolvi-
de sua utilização; mento Urbano e as atribuições, competências e
IV - solicitar ao Poder Público a realização de funcionamento de sua estrutura organizacional.
audiências públicas, para prestar esclarecimentos § 2.° VETADO.
à população;
V - realizar, no âmbito de sua competência,

66
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
CAPÍTULO IV comunicação do início da obra, conforme previsto
no artigo 97, § 1.º, ficando a expedição do "habi-
Da criação de solo te-se" condicionada à quitação de todas as parce-
las. [Ver nota na página 5.]
Seção I § 2.° Lei de iniciativa do Poder Executivo,
proposta em mensagem contendo exposição cir-
Disposições gerais cunstanciada e tabela de valores, definirá o fator
de correção (fc) para cada bairro, que variará pro-
Art. 23. É fixado para todo o município o coe- gressivamente tendendo a um, de acordo com o
ficiente um de aproveitamento do terreno, que período de outorga da concessão, e disporá sobre
permite ao proprietário construir o equivalente à a disciplina de sua cobrança.
metragem quadrada do terreno, sem qualquer § 3.° A lei a que se refere o parágrafo anteri-
pagamento relativo à criação do solo. or poderá estabelecer coeficientes de correção (fc)
§ 1.° Nas áreas tombadas e nas áreas de en- diferenciados por logradouros ou áreas públicas
torno de bens tombados e, ainda, naquelas onde a situadas numa mesma Unidade Espacial de Plane-
legislação urbanística fixar índices de aproveita- jamento, para atender à variação de valorização
mento do terreno inferiores a um ou outros parâ- do terreno no respectivo bairro.
metros urbanísticos dos quais resultem índices de Art. 26. A lei poderá isentar, total ou parcial-
aproveitamento do terreno inferiores a um, o pro- mente, o valor do solo criado, para adequá-lo à di-
prietário não terá direito de construir a área cor- nâmica do desenvolvimento urbano do município.
respondente à metragem quadrada da totalidade Art. 27. O produto da arrecadação da criação
do terreno de que trata o "caput" deste artigo. do solo reverterá para o Fundo Municipal de De-
§ 2.° Para efeito de aplicação do coeficiente senvolvimento Urbano e será aplicado exclusiva-
um serão computados na área total do terreno os mente na execução de projetos de construção de
eventuais recursos para ele exigidos. habitações para a população de baixa renda e de
Art. 24. O Poder Público poderá autorizar a implantação de sistema de esgotamento sanitário
criação de solo como excedente do coeficiente nas comunidades por esta ocupadas.
um, mediante pagamento, observado o Índice de § 1.° O orçamento municipal detalhará, a ca-
Aproveitamento de Terreno (IAT) e os demais da exercício, as áreas de aplicação dos recursos do
parâmetros urbanísticos fixados pela legislação. Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano pro-
Art. 25. O valor a ser pago pelo solo criado venientes da arrecadação da criação de solo, ve-
será calculado pela multiplicação da quantidade de dada a sua utilização em áreas não incluídas na lei
metros quadrados a serem edificados, que excede- orçamentária.
rem à área do terreno, pelo valor do metro qua- § 2.° Responderá na forma da lei a autorida-
drado do terreno no mercado imobiliário e por de de qualquer hierarquia que descumprir o dis-
uma fração que considerará o Índice de Aprovei- posto neste artigo e no parágrafo anterior ou per-
tamento do Terreno fixado pela legislação e um mitir o seu descumprimento.
fator de correção que variará de cinco centésimos
a um, conforme o período em que for outorgada a CAPÍTULO V
concessão e o bairro onde se localizar o terreno,
de acordo com a seguinte fórmula: Da operação interligada e da urbanização
SC = (ATE - AT) X (V/A T) X (1/((IAT - IAT X consorciada
fc) + 1)), sendo:
SC = valor a ser pago pelo solo criado; Seção I
V = valor do terreno no mercado imobiliário;
AT = área do terreno em metros quadrados Da operação interligada
não descontados os recuos obrigatórios;
ATE = área total edificada em metros quadra- Art. 28. Constitui operação interligada a alte-
dos; ração pelo Poder Público, nos limites e na forma
IAT = índice de aproveitamento do terreno; definidos em lei, de determinados parâmetros
fc = fator de correção diferenciado por bairro urbanísticos, mediante contrapartida dos interes-
e por ano. sados, igualmente definida em lei.
§ 1.° O valor a ser pago pelo solo criado será Art. 29. Para efeito de utilização das opera-
fixado em Unidades de Valor Fiscal do Município ções interligadas serão estabelecidas as contrapar-
(UNIF) ou outro índice aplicado no município, no tidas dos interessados, calculadas proporcional-
ato da expedição da licença de construir, e o seu mente à valorização acrescida ao empreendimento
pagamento poderá ser efetuado em até doze par- projetado, pela alteração de parâmetros urbanísti-
celas mensais e sucessivas, a partir da data da cos, sob a forma de:

67
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
I - recursos para o Fundo Municipal de Desen- compreendidos no artigo 155, II, definidos em
volvimento Urbano; lei complementar; (Redação dada pela Emenda
II - obras de infra-estrutura urbana; Constitucional n.º 3, de 17/03/]993.)
III - terrenos e habitações destinados à po- IV – (Revogado pela Emenda Constitu-
pulação de baixa renda; cional n.º 3, de 17/3/1993.)
IV - recuperação do meio ambiente ou do pa- § 1.º O imposto previsto no inciso I po-
trimônio cultural. derá ser progressivo, nos termos de lei mu-
§ 1.° A realização de operação interligada de- nicipal, deforma a assegurar o cumprimento
penderá, sempre, de parecer favorável do Conse- da função social da propriedade.
lho Municipal de Política Urbana. § 2.º O imposto previsto no inciso II:
§ 2.° Nos casos mencionados no inciso IV, se- I - não incide sobre a transmissão de
rão ouvidos, respectivamente, o Conselho Munici- bens ou direitos incorporados ao patrimônio
pal de Meio Ambiente e o Conselho Municipal de de pessoa jurídica em realização de capital,
Proteção do Patrimônio Cultural. nem sobre a transmissão de bens ou direitos
decorrente de fusão, incorporação, cisão ou
Seção II extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses
casos, a atividade preponderante do adqui-
Da urbanização consorciada rente for a compra e venda desses bens ou
direitos, locação de bens imóveis ou arren-
Art. 30. A urbanização consorciada será utili- damento mercantil;
zada em empreendimentos conjuntos da iniciativa II - compete ao município da situação
privada e dos poderes públicos federal, estadual e do bem.
municipal, sob a coordenação deste último, visan-
do à integração e à divisão de competências e (A Emenda Constitucional n.º 3,
recursos para a execução de projetos comuns. de 17/03/1993, deu ao § 3.° a seguin-
Art. 31. A urbanização consorciada poderá te redação:)
ocorrer por iniciativa do Poder Público através de
§ 3.º Em relação ao imposto previsto no
propostas dos interessados, avaliado o interesse
inciso III, cabe à Lei Complementar:
público da operação pelo órgão responsável pelo
I - fixar as suas alíquotas máximas;
planejamento urbano do município e ouvido o
II - excluir de sua incidência exporta-
Conselho Municipal de Política Urbana.
ções de serviços para o exterior.
Art. 32. A lei disporá sobre a disciplina de
.............................................................]
aplicação da urbanização consorciada.
§ 1.° O imposto não incidirá sobre terreno de
CAPÍTULO VI
até duzentos e cinqüenta metros quadrados cujos
Do Imposto Progressivo Sobre a Propriedade proprietários não tenham outro imóvel.
Predial e Territorial Urbana § 2.° Lei de iniciativa do Poder Executivo es-
tabelecerá, a relação dos logradouros cujos imó-
Art. 33. O imposto progressivo de que trata o veis serão alcançados pelo imposto referido neste
artigo 156 da Constituição da República incide artigo.
sobre imóveis localizados nas áreas constantes do Art. 34. O imposto referido no artigo anterior
anexo I, nos quais não tenha havido edificações ou incide também sobre a porção da área do terreno
cujas edificações estejam em ruínas ou tenham superior a cem metros quadrados que exceder a:
sido objeto de demolição, abandono, desabamento I - dez vezes a área construída em terreno si-
ou incêndio, ou que, de outra forma, não cumpram tuado na Região A de área total superior a seis-
a função social da propriedade. centos metros quadrados;
II - cinco vezes a área construída em terreno
[Constituição do Brasil: situado na Região B de área total superior a tre-
"Art. 156. Compete aos municípios insti- zentos e sessenta metros quadrados;
tuir impostos sobre: III - três vezes a área construída em terreno
I - propriedade predial e territorial ur- situado na Região C de área total superior a du-
bana; zentos e cinqüenta metros quadrados.
II - transmissão 'inter vivos', a qualquer § 1.° As Regiões A, B e C são as definidas no
título, por ato oneroso, de bens imóveis, por Código Tributário Municipal.
natureza ou acessão física, e de direitos re- § 2.° O disposto no "caput" deste artigo não
ais sobre imóveis, exceto os de garantia, se aplica a imóveis sujeitos à legislação urbanística
bem como cessão de direitos a sua aquisição; ou especial que restrinja o seu aproveitamento,
III - serviços de qualquer natureza, não
68
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
impedindo-os de atingir os níveis de construção § 1.° O uso do solo será controlado pela defi-
previstos. nição de zonas, de acordo com adequação ou a
Art. 35. O fato gerador, o sujeito passivo, a predominância, em cada zona, do uso residencial,
base de cálculo, o lançamento, a forma de paga- comercial e de serviços, industrial ou agrícola.
mento, as obrigações acessórias e as penalidades § 2.° A ocupação do solo será controlada pela
relativos ao imposto previsto neste capítulo são os definição de índices e parâmetros para o parcela-
estabelecidos no Código Tributário Municipal. mento da terra, a construção e a edificação.
Art. 36. A alíquota do imposto previsto nos
artigos 33 e 34 é a definida no Código Tributário CAPÍTULO II
Municipal.
Do macrozoneamento
[Lei n.º 691, de 24/12/1984 (D. O. de
26/12/1984): Art. 41. Para ordenação da ocupação do solo,
"Aprova o Código Tributário do Municí- o território municipal será dividido em:
pio do Rio de Janeiro e dá outras providên- I - macrozonas urbanas;
cias."] II - macrozonas de expansão urbana;
III - macrozonas de restrição à ocupação ur-
Parágrafo único. A alíquota será progressi-
bana.
va, cumulativamente, a cada ano, observado o
§ 1.° As macrozonas urbanas são as ocupa-
limite, condições e hipóteses de isenção fixados
das ou já comprometidas com a ocupação pela
em lei.
existência de parcelamentos urbanos implantados
Art. 37. Dependerá de lei a redefinição de
ou em execução.
qualquer alteração nas áreas de aplicação do im-
§ 2.° As macrozonas de expansão urbana são
posto referido no artigo 33.
as destinadas à ocupação, por necessárias ao
TÍTULO V crescimento da cidade.
§ 3.° As macrozonas de restrição à ocupação
DA ORDENAÇÃO DO TERRITÓRIO urbana são:
I - as com condições físicas adversas à ocupa-
CAPÍTULO I ção;
II - as destinadas à ocupação agrícola;
Disposições gerais
III - as sujeitas à proteção ambiental;
Art. 38. O território municipal será ordenado IV - as impróprias à urbanização;
para atender as funções econômicas e sociais da V - VETADO.
cidade, de modo a compatibilizar o desenvolvi-
mento urbano com o uso e a ocupação do solo, CAPÍTULO III
suas condições ambientais e a oferta de transpor-
tes, de saneamento básico e dos demais serviços Da ordenação para o planejamento
urbanos.
Parágrafo único. As condições ambientais Art. 42. Para o planejamento e controle do
serão consideradas a partir das grandes unidades desenvolvimento urbano, o território municipal
naturais, como maciços montanhosos e baixadas, divide-se em:
e da análise da situação das bacias ou sub-bacias I - Áreas de Planejamento (AP);
hidrográficas delas integrantes, e serão contem- II - Regiões Administrativas (RA);
pladas nos Projetos de Estruturação Urbana. III - Unidade Espaciais de Planejamento
Art. 39. A ordenação do território far-se-á (UEP);
através do planejamento contínuo e do controle do IV - bairros.
uso e da ocupação do solo. § 1.° As Áreas de Planejamento são formadas
Art. 40. A regulação do uso e da intensidade por agrupamento de várias Regiões Administrati-
da ocupação do solo considerará, sempre: vas e poderão ser divididas em Subáreas de Plane-
I - os elementos naturais e culturais da paisa- jamento, em função de fatores sócio-econômicos e
gem e do ambiente urbano; de relativa homogeneidade da ocupação.
II - a segurança individual e coletiva; § 2.° As Regiões Administrativas são forma-
III - a qualidade de vida; das por uma ou mais Unidades Espaciais de Plane-
IV - a oferta existente ou projetada de: jamento.
a) saneamento básico; § 3.° As Unidades Espaciais de Planejamento
b) transporte coletivo; correspondem às áreas objeto dos Projetos de
c) drenagem; Estruturação Urbana, constituídas por um ou mais
d) outros serviços urbanos essenciais. bairros em continuidade geográfica e definidas por

69
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
analogias físicas ou urbanísticas, segundo indica- c) a Área de Planejamento 5;
dores de integração e compartimentação. IX - intensificação do processo de descentrali-
§ 4.° Os bairros correspondem a porções do zação das atividades econômicas, com a reestrutu-
território que reúnem pessoas que utilizam os ração e a otimização do uso e da ocupação do solo
mesmos equipamentos comunitários, dentro de nos centros de comércio e serviços das Áreas de
limites reconhecidos pela mesma denominação. Planejamento 3, 4 e 5;
Art. 43. A ordenação do território para o pla- X - estruturação das Unidades Espaciais de
nejamento será estabelecida em lei de iniciativa do Planejamento, nos Projetos de Estruturação Urba-
Poder Executivo, observados os critérios e a ter- na, pela:
minologia fixados neste capítulo. a) hierarquia das vias;
b) definição das intensidades de uso e ocupa-
TÍTULO VI ção;
c) determinação de áreas para equipamentos
DO USO DE OCUPAÇÃO DO SOLO urbanos;
XI - adequação dos padrões de urbanização e ti-
CAPÍTULO I pologias das construções às condições sócio -econômicas
da população residente, através da legislação urbanís-
Dos princípios e objetivos tica e edilícia;
XII - estímulo à coexistência de usos e ativi-
Art. 224. Permanecem em vigor a legis- dades de pequeno porte com o uso residencial,
lação vigente de uso e ocupação do solo, os evitando-se segregação dos espaços e desloca-
regulamentos de parcelamento da terra, de mentos longos ou desnecessários;
construções e edificações em geral, de licen- XIII - direcionamento das indústrias de mé-
ciamento e fiscalização, de assentamento de dio e grande porte ou potencialmente poluidoras
máquinas, motores e equipamentos e de para áreas industriais adequadas, conforme a lei
posturas, naquilo que não contrariam esta definir, sob o devido controle ambiental;
Lei Complementar e a Lei Orgânica do Muni- XIV - garantia de espaços para o estabeleci-
cípio. mento de indústrias através de zoneamento indus-
trial, compatibilizando-o com o da Região Metropo-
Art. 44. O uso e ocupação do solo urbano litana do Rio de Janeiro;
respeitarão os seguintes princípios e objetivos: XV - garantia de espaços para o desenvolvi-
I - distribuição equilibrada dos ônus e benefí- mento de atividades agrícolas, principalmente para
cios da urbanização e atendimento à função social a produção de hortifrutigranjeiros e criação ani-
da propriedade, com a subordinação do uso e ocu- mal;
pação do solo ao interesse coletivo; XVI - limitação de crescimento em zonas su-
II - proteção do meio ambiente e respeito aos persaturadas, priorizando a elaboração dos Proje-
recursos naturais e ao patrimônio cultural como tos de Estruturação Urbana que as contenham.
condicionantes da ocupação do solo; § 1.° Estarão sujeitas a relocalização e, por-
III - não remoção das favelas; tanto, não incluídas no princípio mencionado no
IV - inserção das favelas e loteamentos irre- inciso III as áreas de favelas ou residências que
gulares no planejamento da cidade com vista à ocupem:
sua transformação em bairros ou integração com I - áreas de risco;
os bairros em que se situam; II - faixas marginais de proteção de águas
V - prioridade para a ocupação dos vazios ur- superficiais;
banos que não atendam ao interesse coletivo para III - faixa de proteção de adutoras e de redes
o adensamento das áreas com potencial de melho- elétricas de alta tensão;
ria de infra-estrutura, controlando-se a expansão IV - faixa de domínio de estradas federais,
da malha urbana; estaduais e municipais;
VI - adensamento ou controle de crescimento V - áreas de especial interesse ambiental ou
de áreas em função da oferta de transportes; unidades de conservação ambiental;
VII - controle do impacto das atividades ge- VI - vãos e pilares de viadutos, pontes e pas-
radoras de tráfego nas áreas já adensadas e nos sarelas e áreas a estes adjacentes, quando ofere-
principais corredores de transportes; cerem riscos à segurança individual e coletiva e
VIII - prioridade na distribuição de investi- inviabilizarem a implantação de serviços urbanos
mentos públicos para: básicos;
a) a Área de Planejamento 3; VII - áreas que possam ser dotadas de condi-
b) a XVI Região Administrativa - Jacarepaguá, ções mínimas de urbanização e saneamento bási-
na Área de Planejamento 4; co, de acordo com os artigos 50 e 51 desta Lei

70
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
Complementar. ção do meio ambiente urbano e cultural;
§ 2.º Os moradores que ocupem favelas em X - criação de áreas de especial interes-
áreas referidas no parágrafo anterior deverão ser se urbanístico, social, ambiental, turístico e
relocalizados, obedecendo-se às diretrizes cons- de utilização pública;
tantes do artigo 138, § 2.°, desta Lei Complemen- XI - utilização planejada do território e
tar e do artigo 429, VI, "a", "b" e "c", da Lei Orgâ- dos recursos naturais, mediante controle da
nica do Município. implantação e do funcionamento de ativida-
des industriais, comerciais, residenciais,
[Lei Orgânica do Município do Rio de Ja- agropecuárias e extrativas;
neiro: XII – criação e delimitação de áreas de
"Art. 429. A política de desenvolvimento crescimento limitado em zonas super-
urbano respeitará os seguintes preceitos: saturadas da cidade onde não se permitam
I - provisão dos equipamentos e servi- novas construções e edificações a não ser as
ços urbanos em quantidade, qualidade e dis- de gabarito e densidade iguais ou inferiores
tribuição especial. garantindo pleno acesso a às que forem previamente demolidas no lo-
todos os cidadãos; cal;
II - justa distribuição dos benefícios e XIII - a climatização da cidade;
ônus decorrentes do processo de urbaniza- XIV - a racionalização, conservação e
ção; economia de energia e combustíveis;
III - ordenação e controle do uso do so- XV - a boa qualidade de vida da popula-
lo de modo a evitar: ção."]
a) a ociosidade, subutilização ou não
utilização do solo edificável; CAPÍTULO II
b) o estabelecimento de atividades con-
sideradas prejudiciais à saúde e nocivas à Da ocupação urbana
coletividade;
c) espaços adensados inadequadamente Seção I
em relação à infra-estrutura e aos equipa-
mentos comunitários existentes ou previs- Disposições gerais
tos;
IV – compatibilização de usos, conjuga- Art. 45. A ocupação urbana do município con-
ção de atividades e estímulo à sua comple- solidará os grandes vetores de crescimento do
mentaridade no território municipal; centro da cidade para a Zona Norte - Área de Pla-
V - integração e complementaridade en- nejamento 3, para a Zona Oeste - Área de Plane-
tre as atividades urbanas e rurais; jamento 5, para a região de Jacarepaguá, na Área
VI – urbanização, regularização fundiá- de Planejamento 4, bem como os vetores que se
ria e titulação das áreas faveladas e de bai- irradiam a partir de centros de comércio e servi-
xa renda, sem remoção dos moradores, sal- ços.
vo quando as condições físicas da área Art. 46. As macrozonas urbanas, de expansão
ocupada imponham risco de vida aos seus urbana e de restrição à ocupação urbana, defini-
habitantes, hipótese em que serão seguidas das de acordo com os vetores de expansão referi-
as seguintes regras: dos no artigo anterior, são as constantes do anexo
a) laudo técnico do órgão responsável; III, excluídos os limites externos e internos da
b) participação da comunidade interes- Zona Econômica Exclusiva (ZEE), estabelecidos no
sada e das entidades representativas na anexo IX.
análise e definição das soluções: Art. 47. O uso e ocupação do solo no territó-
c) assentamento em localidades próxi- rio municipal ficam condicionados ao controle da
mas dos locais da moradia ou do trabalho, densidade demográfica e do número de empregos,
se necessário o remanejamento; em função da saturação da infra-estrutura e ameaça
VII - regularização de loteamentos irre- ao meio ambiente e à memória urbana, mediante
gulares abandonados, não titulados e clan- o estabelecimento de limites de construção por
destinos em áreas de baixa renda, através Unidades Espaciais de Planejamento.
da urbanização e titulação, sem prejuízo das § 1.° Os limites de construção são estabeleci-
ações cabíveis contra o loteador; dos pelos índices de aproveitamento do terreno
VIII - preservação das áreas de explo- fixados para o cálculo do limite máximo de área
ração agrícola e pecuária e estímulo a essas edificável no lote, e por outros parâmetros urba-
atividades primárias; nísticos e de proteção complementares.
IX – preservação, proteção e recupera- § 2.° Os Projetos de Estruturação Urbana po-

71
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
derão definir índices diferenciados para uma mes- I - passíveis de ocupação, desde que efetua-
ma Unidade Espacial de Planejamento, a partir das das, previamente, obras estabilizantes;
diferentes características das áreas e dos critérios II - impróprias à ocupação.
de planejamento, respeitados os índices de apro- § 3.º As áreas frágeis de baixadas terão seus
veitamento de terreno máximos definidos no qua- usos condicionados à avaliação técnica e poderão
dro do anexo II. ser consideradas quanto:
I - a inundação, aquelas que, por suas condi-
Seção II ções naturais, obstáculos construídos ou deficiên-
cias do sistema de drenagem, estejam sujeitas à
Das macrozonas de restrição à ocupação urbana inundação freqüente;
II - ao do tipo de solo, aquelas cujos solos
Art. 48. As macrozonas de restrição à ocupa- são classificados como hidromórficos ou que te-
ção urbana, constituídas pelas áreas agrícolas, nham influência marinha.
áreas com condições físicas adversas à ocupação, § 4.º As áreas frágeis de baixadas poderão
áreas impróprias à urbanização e áreas destinadas comportar usos agrícolas, de lazer e residenciais
à proteção do meio ambiente, terão seus critérios de baixa densidade, condicionados estes à realiza-
de ocupação definidos segundo suas destinações ção de obras de macrodrenagem e à redefinição
específicas. de cotas de soleira das edificações.
Art. 49. As áreas agrícolas serão delimitadas § 5.º O parcelamento da terra em áreas frá-
com vista à manutenção da atividade agropecuária geis, quando admitida a sua ocupação residencial,
e compreenderão áreas com vocação agrícola e na forma dos §§ 2.°, I, e 3.° submetido ao órgão
outras impróprias à urbanização, recuperáveis competente de controle do meio ambiente, para
para o uso agrícola ou necessárias à manutenção exame das restrições locais e dos impactos ambi-
do equilíbrio ambienta!. entais decorrentes.
§ 1.° As áreas agrícolas poderão comportar Art. 51. As áreas objeto de proteção ambien-
usos residenciais com baixa densidade, atividades tal são passíveis de ocupação residencial ou agrí-
de comércio e serviços complementares ao uso cola restrita e usos como lazer ou pesquisa ecoló-
agrícola e residencial, agroindústrias e atividades gica, com exceção das áreas classificadas como
turísticas, recreativas e culturais, em sítios e fa- reserva biológica.
zendas. Parágrafo único. Nas áreas classificadas co-
§ 2.° O uso e ocupação das áreas agrícolas mo de preservação permanente, não serão permi-
observarão as seguintes diretrizes: tidas atividades que contribuam para descaracteri-
I - proibição do parcelamento em lotes de pe- zar ou prejudicar seus atributos e funções
quenas dimensões pelo estabelecimento de lotes essenciais, excetuadas aquelas destinadas a recu-
agrícolas mínimos, em função das características perá-las e assegurar sua proteção, mediante pré-
de cada área; via autorização dos órgãos municipais competen-
II - proibição da ocupação por conjuntos ha- tes.
bitacionais e pelo uso residencial de alta densida-
de; CAPÍTULO III
III - estabelecimento de parâmetros de ocu-
pação para proteção do uso agrícola nas faixas de Da estrutura urbana básica
transição entre as áreas agrícolas e as macrozonas
urbana ou de expansão urbana. Art. 52. A estrutura urbana básica do municí-
Art. 50. Constituem áreas com condições físi- pio é constituída pelas áreas residenciais, pelo
cas adversas à ocupação urbana as áreas frágeis sistema de centros de comércio e serviços e pelas
de encostas e as áreas frágeis de baixadas. áreas industriais, integradas pela rede estrutural
§ 1.º São áreas frágeis: de transportes, conforme o anexo VII.
I - de encostas, as sujeitas a deslizamentos, Art. 53. As áreas residenciais caracterizam-se
desmoronamentos e outras alterações geológicas pela predominância do uso residencial, adequado
que comprometam ou possam comprometer a sua em todo o território municipal, salvo nos locais
estabilidade; onde a convivência com outros usos instalados ou
II - de baixada, as sujeitas a alagamento, condições ambientais adversas cause risco à popu-
inundação ou rebaixamento decorrente de sua lação residente e onde seja incompatível com a
composição morfológica. proteção do meio ambiente.
§ 2.º As áreas frágeis de encostas terão seus Parágrafo único. As intervenções urbanas
usos condicionados a critérios geotécnicos de ava- nas áreas de uso residencial respeitarão as carac-
liação dos riscos de deslizamentos e se dividem terísticas físicas, econômicas, sociais e culturais
em: dos diferentes bairros ou partes de bairros e a

72
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
estas se adequarão. CAPÍTULO IV
Art. 54. O sistema de centros de comércio e
serviços é constituído, hierarquicamente, por: Das áreas sujeitas à intervenção
I - centros de alcance metropolitano;
II - centros de alcance municipal; Art. 56. São consideradas sujeitas a interven-
III - centros de alcance local; ção do Poder Público as áreas do território munici-
IV - concentrações pontuais ou lineares de pal que, por suas condições urbanísticas e ambien-
comércio e serviços. tais, necessitem de obras, redefinição das
§ 1.º São consideradas centros de comércio e condições de uso e ocupação ou de regularização
serviços as áreas que contenham atividades co- fundiária.
merciais diversificadas e especializadas e serviços Art. 57. As áreas sujeitas a intervenção são
financeiros, profissionais, culturais e recreativos. classificadas em:
§ 2.º A organização espacial do sistema de I - áreas sujeitas a estruturação e regulariza-
centros de comércio e serviços, observada a racio- ção;
nalização do uso do sistema viário e de transpor- II - áreas sujeitas a reestruturação;
tes, terá por objetivo a redução da atratividade de III - áreas sujeitas a proteção ambiental.
tráfego para a Área de Planejamento 1 e para a Parágrafo único. As áreas mencionadas nes-
Área de Planejamento 2, a partir das seguintes te artigo são as constantes do anexo IV.
diretrizes de uso e ocupação do solo: Art. 58. Serão objeto de estruturação e regu-
I - expansão das atividades de comércio e larização as áreas ocupadas por favelas, loteamen-
serviços da Área Central de Negócios para sua tos irregulares e conjuntos habitacionais de baixa
periferia; renda, assim como as respectivas vizinhanças.
II - fortalecimento dos centros de Madureira, § 1.° As ações previstas neste artigo compre-
Campo Grande e Taquara e consolidação da poli- endem:
nucleação existente. I - regularização fundiária;
Art. 55. As áreas industriais serão definidas II - relocalização de moradias, nos casos
em conformidade com o zoneamento metropolita- mencionados no artigo 44, § 1.°;
no e delimitadas em função de fatores de localiza- III - urbanização e integração na malha ur-
ção e seus critérios de uso e ocupação estarão bana;
condicionados, sempre, à proteção do meio ambi- IV - recuperação das condições ambientais,
ente e do patrimônio cultural e sua adaptação a abrangendo a vizinhança.
estes. § 2.° As áreas referidas neste artigo poderão
§ 1.º São fatores de localização para a delimi- ser declaradas áreas de Especial Interesse Social,
tação de áreas industriais: no todo ou em parte.
I - o ciclo de produção e suas características; § 3.° As áreas mencionadas no parágrafo an-
II - a oferta de transportes públicos de pas- terior serão recuperadas para criação de programa
sageiros; de moradias para população de baixa renda, desde
III - a possibilidade de escoamento da produ- que o laudo técnico indique essa possibilidade.
ção; Art. 59. Serão objeto de reestruturação as
IV - a oferta de serviços básicos, como ener- áreas que necessitem de revitalização, de renova-
gia elétrica, gás, telefone, água e esgotamento ção, de ocupação, de obras ou alterações em sua
sanitário; estrutura física, sistema viário, saneamento básico
V - a possibilidade de integração entre indús- e equipamentos urbanos ou alterações nas condi-
trias; ções de uso e ocupação do solo.
VI - a disponibilidade de mão-de-obra e seu Parágrafo único. As áreas sujeitas a reestru-
acesso às áreas estabelecidas; turação serão gradual e progressivamente decla-
VII - as condições ambientais. radas Áreas de Especial Interesse Urbanístico para
§ 2.º A lei definirá as tipologias industriais a execução dos projetos específicos, obedecendo
passíveis de implantação nas áreas industriais. às prioridades estabelecidas nesta Lei Complemen-
§ 3.º As indústrias não poluentes, particular- tar.
mente as vinculadas ao setor terciário, poderão Art. 60. Estarão sujeitas a proteção ambiental
localizar-se nos centros de comércio e nas zonas as áreas que necessitem de proteção legal e de
de uso misto, quando as dimensões de seu porte manutenção, recuperação ou revitalização nas
se compatibilizarem com as características dessas condições do meio ambiente natural ou construído.
áreas. Parágrafo único. As áreas sujeitas a prote-
§ 4.º A legislação de que trata este artigo te- ção ambiental serão gradual e progressivamente
rá a participação das entidades e contribuintes das declaradas Áreas de Especial Interesse Ambiental,
citadas áreas. para a execução de projetos específicos.

73
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
CAPÍTULO V IV – compatibilização dos critérios de prote-
ção dos bens preservados ou tombados com seu
Das diretrizes de uso e ocupação por áreas entorno pela revisão das condições de uso e ocu-
de planejamento pação na área da Praça da Cruz Vermelha e arre-
dores;
Seção I V - adensamento dos bairros periféricos à
Área Central de Negócios, com manutenção de
Disposições gerais suas características ambientais, econômicas e
sociais;
Art. 61. O uso e ocupação do solo nas dife- VI - integração do centro e dos diferentes
rentes Áreas de Planejamento obedecerão ao dis- bairros aos projetos de turismo da cidade, com a
posto neste capítulo. melhoria de suas condições urbanas;
Parágrafo único. As Áreas de Planejamento, VII - revitalização da área portuária, como
suas Subáreas de Planejamento e suas Regiões expansão do Centro, garantidas a manutenção e
Administrativas, são as constantes dos anexos V e modernização das atividades necessárias ao porto
V-A. do Rio de Janeiro;
VIII - estímulo à implantação da linha 2 do
Seção II sistema metroviário até a Praça Quinze de No-
vembro;
Da Área de Planejamento 1 IX - implantação do sistema cicloviário;
X - estruturação da faixa ao longo da linha do
Art. 62. As diretrizes de uso e ocupação para sistema metroviário no bairro do Estácio, com o
a Área de Planejamento são as seguintes: estímulo à ocupação dos lotes remanescentes com
I - incentivo ao uso residencial permanente e equipamentos de uso coletivo;
transitório; XI - criação de condições para estacionamen-
II - revitalização e renovação da Cidade Nova, to na periferia do Centro, preferencialmente junto
mediante: às estações metroviárias;
a) recuperação da estrutura de equipamentos XII - desestímulo à criação de estacionamen-
e serviços urbanos, através da realização de obras to e revisão de exigência de vagas para as edifica-
de melhoria do calçamento, da rede de drenagem ções na Área Central de Negócios;
de águas pluviais e da iluminação pública; XIII - incentivo à localização de usos e ativi-
b) preservação do casario, através de estímu- dades residenciais, comerciais e de serviços liga-
los aos moradores para recuperação de suas casas dos ao lazer e à cultura, para melhor utilização da
e restauração dos passeios; infra-estrutura nos horários de ociosidade;
c) restauração do Conjunto Proletário da Ave- XIV - racionalização dos sistemas de trans-
nida Salvador de Sá, sob orientação e com financi- portes de passageiros e individual nos principais
amento proporcionados pelo Poder Público, que eixos viários, privilegiando o transporte coletivo
para isso elaborará projeto específico; em linhas circulares;
d) ocupação dos terrenos ociosos na vizinhan- XV - melhoria das condições de operação do
ça do Centro Administrativo São Sebastião da Ci- bonde de Santa Teresa, com a preservação do
dade do Rio de Janeiro, com implantação de pa- sistema existente;
râmetros urbanísticos a serem definidos em lei; XVI - melhoria das condições ambientais da
e) valorização do entorno da Avenida dos orla marítima, garantindo o livre acesso aos dife-
Desfiles, com relocalização de construções existen- rentes pontos com o aproveitamento turístico e
tes em passeios de logradouros públicos; cultural;
f) prestação regular de serviços públicos, es- XVII - valorização e conservação das edifica-
pecialmente os de coleta de lixo e limpeza pública; ções e dos conjuntos arquitetônicos de interesse
g) retomada de áreas do patrimônio público cultural e paisagístico da área.
apropriadas por particulares e sua destinação a Parágrafo único. A Área de Planejamento 1
fins econômicos e sociais; fica dividida em Subáreas assim definidas:
h) urbanização consorciada das áreas danifi- I - Subárea de Planejamento 1-A:
cadas ou prejudicadas pelas obras de construção a) I Região Administrativa - Portuária;
do metropolitano; b) II Região Administrativa - Centro;
i) vedação da afixação de engenhos publicitá- c) VII Região Administrativa - São Cristóvão;
rios ao ar livre; II - Subárea de Planejamento 1-B:
III - desenvolvimento das propostas de pro- a) III Região Administrativa - Rio Comprido;
teção das áreas de Saúde - Gamboa – Santo Cris- b) XXIII Região Administrativa - Santa Tere-
to, de Santa Teresa e do Catumbi; sa;

74
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
III - Subárea de Planejamento 1-C: XVIII - outros conjuntos arquitetônicos e
a) XXI Região Administrativa - Ilha de Paque- monumentos de valor cultural e paisagístico da
tá. área.
Art. 63. A Área Central de Negócios (ACN)
constitui o principal centro de alcance metropolita- Seção III
no do sistema de centros de comércio e serviços
do município, para fins culturais e comerciais. Da Área de Planejamento 2
Parágrafo único. O uso e ocupação do solo
na Área Central de Negócios obedecerá às seguin- Art. 65. As diretrizes de uso e ocupação para
tes diretrizes específicas: a Área de Planejamento 2 são as seguintes:
I - melhoria das condições urbanísticas, medi- I - contenção do adensamento dos bairros pa-
ante alteração em seu desenho, na forma da lei, e ra evitar a saturação da infra-estrutura existente;
execução de projetos de recuperação física dos II - preservação da paisagem, com a proteção
espaços públicos; dos monumentos naturais e construídos, em fun-
II - proteção do conjunto arquitetônico da Es- ção do potencial de lazer e turístico de alcance
planada do Castelo, para manutenção das caracte- metropolitano, nacional e internacional;
rísticas morfológicas das quadras remanescentes III - reestruturação dos centros de comércio
do Plano Agache; e serviços da Tijuca e de Copacabana, com o esta-
III - ocupação prioritária dos lotes vazios da belecimento de critérios para a utilização dos es-
Avenida Presidente Vargas, com revisão, por lei, paços públicos, assegurada a livre circulação de
das condições de ocupação; pedestres e a redução da intensidade do transpor-
IV - transferência da comercialização do pes- te rodoviário no interior dos centros;
cado da Praça Quinze de Novembro para pólo pes- IV - estruturação da faixa ao longo da linha
queiro a ser criado em lei; do sistema metroviário nos bairros do Catete,
V - consolidação da legislação da Zona Espe- Flamengo, Botafogo e Tijuca, com o estímulo à
cial do Corredor Cultural do Centro da Cidade. ocupação dos lotes remanescentes com equipa-
Art. 64. Integram o patrimônio paisagístico e mentos urbanos de uso coletivo;
cultural do município, sujeitos à proteção ambien- V - criação de condições de estacionamento
tal, as seguintes áreas e bens localizados no terri- compatíveis com as características locais em todos
tório da Área de Planejamento 1 (AP1): os bairros:
I - a orla marítima entre o Aeroporto Santos VI - racionalização da circulação de veículos co-
Dumont e a foz do Canal do Cunha, no Caju; letivos de passageiros e individual nos principais
II - a Quinta da Boa Vista; corredores, para redução da poluição sonora e do ar;
III - a área da caixa-d’água da Companhia VII - implantação de sistema cicloviário;
Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE), no Morro VIII - prioridade para projetos e investimen-
do Tuiuti; tos no trecho Tijuca, e suas adjacências, do siste-
IV - o Observatório Nacional; ma Zona Norte de esgotamento sanitário da Com-
V - o Morro do Valongo; panhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE);
VI - o Morro da Conceição; IX - criação e delimitação das áreas de cres-
VII - o Campo de Santana; cimento limitado nos bairros de Copacabana, Fla-
VIII - o Passeio Público e o Aqueduto da La- mengo e Laranjeiras;
pa; X - controle e fiscalização da ocupação de en-
IX - as áreas da Zona Especial do Corredor costas e vistas panorâmicas, visando à preserva-
Cultural do Centro da Cidade e do Projeto Saúde - ção ambiental e paisagística.
Gamboa - Santo Cristo (Projeto Sagas); Parágrafo único. A Área de Planejamento 2
X - o bairro de Santa Teresa e as encostas do fica dividida em Subáreas assim definidas:
Maciço da Tijuca; I - Subárea de Planejamento 2-A:
XI - as ilhas da Baía de Guanabara e especi- a) IV Região Administrativa - Botafogo;
almente as Ilhas de Paquetá e Brocoió; b) VI Região Administrativa - Lagoa;
XII - as edificações e os conjuntos arquitetô- II - Subárea de Planejamento 2-B:
nicos da área da Praça da Cruz Vermelha, da Es- a) V Região Administrativa - Copacabana;
planada do Castelo, do Catumbi, da Cidade Nova, III - Subárea de Planejamento 2-C:
do Estácio e de São Cristóvão; a) VIII Região Administrativa - Tijuca;
XIII - o Campo de São Cristóvão; b) IX Região Administrativa - Vila Isabel;
XIV - a Praça Quinze de Novembro; IV - Subárea de Planejamento 2-D:
XV - a Ponta do Caju; a) XXVII Região Administrativa - Rocinha.
XVI - o Morro do Pinto; Art. 66. Integram o patrimônio paisagístico
XVII - o Morro de São Bento; do município, sujeitos a proteção ambiental, as

75
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
seguintes áreas e bens localizados no território da V - localização das atividades de maior porte
Área de Planejamento 2: nos centros de comércio e serviços e as atividades
I - a orla marítima, entre o Aeroporto Santos complementares ao uso residencial e pequenas
Dumont e a Praia da Gávea, em São Conrado, indústrias nos principais corredores de ligação
incluídos as faixas de areia, as formações rocho- entre os referidos centros;
sas, as ilhas, as amuradas e os cais de atracamen- VI - criação de áreas verdes e espaços para
to existentes; recreação, esporte e lazer;
II - o Maciço da Tijuca; VII - redefinição da utilização das áreas re-
III - os Morros Azul, Cara de Cão, Cochrane, manescentes de exploração mineral em processo
Corcovado, da Babilônia, da Catacumba, da For- de desativação, para criação de espaços de recre-
miga, da Saudade, da Urca, da Viúva, de São Jo- ação e lazer;
ão, do Cantagalo, do Leme, do Pão de Açúcar, do VIII - melhoria das condições dos espaços
Pasmado, do Urubu, Dona Marta, dos Cabritos, públicos, dotando-os de arborização, equipamentos
dos Macacos, Mundo Novo e Nova Cintra; de uso coletivo, como telefones públicos, caixas de
IV - as Pedras Bonita, da Babilônia, da Gávea, correio e cestas de lixo, entre outros;
do Arpoador e Dois Irmãos; IX - implantação prioritária da linha 2 do sis-
V - os Parques da Catacumba, da Chacrinha, tema metroviário até a Pavuna e criação de linhas
da Cidade, do Flamengo, do Pasmado, Garota de de ônibus, integradas, circulando nos bairros adja-
Ipanema, Guinle e Laje; centes, com melhoria das condições operacionais
VI - o Parque Nacional da Tijuca; do trecho em funcionamento;
VII - o Jardim Botânico; X - criação de rodovia para integração do
VIII - a reserva florestal do Grajaú; bairro de Cavalcanti a Madureira, Vaz Lobo, Turia-
IX - o Gávea Golfe Clube; çu e Rocha Miranda, através da ligação das Ruas
X - Os Fortes de Copacabana, de São João e Laurindo filho e Licurgo, passando pelo Morro do
do Leme; Dendê, como alternativa para o desvio do fluxo de
XI - o arquipélago das Cagarras; veículos do centro comercial de Madureira;
XII - a Lagoa Rodrigo de Freitas, suas ilhas e XI - melhoria, ampliação e revitalização das
as áreas de seu entorno; passagens de pedestres sobre as vias férreas;
XIII - outros conjuntos arquitetônicos e mo- XII - construção e refazimento dos passeios
numentos de valor cultural e paisagístico da área. ao longo dos muros das vias férreas, através da
Parágrafo único. Na hipótese de demolição fiscalização do cumprimento dessa obrigação legal
de edificação situada no entorno do Morro da Viú- pela concessionária dos transportes ferroviários
va, o Poder Público instituirá servidão de passa- suburbanos;
gem para assegurar o acesso a esse bem natural e XIII - implantação de sistema cicloviário;
a sua contemplação. XIV - estímulo à melhoria das condições ope-
racionais do sistema ferroviário suburbano e da
Seção IV qualidade das suas estações;
XV - ampliação do sistema de transporte hi-
Da Área de Planejamento 3 droviário pela Baía de Guanabara;
XVI - controle da poluição do ar e da água
Art. 67. As diretrizes de uso e ocupação do provocada pelas indústrias existentes e das que
solo para a Área de Planejamento 3 são as seguin- venham a se implantar e impedimento do tráfego
tes: de veículos poluentes;
I - adensamento compatível com a infra-estrutura XVII - prioridade para projetos e investimen-
existente nas áreas de melhor padrão urbanístico; tos de drenagem na Baía de Guanabara;
II - manutenção das características de diver- XVIII - prioridade para projetos e investimentos
sidade de usos garantida a convivência equilibrada no sistema Zona Norte de esgotamento sanitário
dos usos residencial, comercial e de serviços e da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CE-
industrial; DAE);
III - fortalecimento dos centros de comércio e XIX - recuperação prioritária da Avenida Au-
de serviços do Méier, Bonsucesso, Penha e Madu- tomóvel Clube e das áreas a ela adjacentes em
reira, pelo estímulo ao crescimento das atividades toda a faixa lindeira à linha 2 do sistema metroviá-
comerciais e de serviços nos bairros situados em rio;
seus respectivos entornos; XX - integração dos terminais rodoviários,
IV - reestruturação dos espaços públicos e ra- metroviário e ferroviário da Pavuna, com os diver-
cionalização do sistema de transportes da área da sos terminais da Baixada Fluminense, principal-
Grande Madureira, compatibilizando-os com a mente o de Nova Iguaçu, com a eliminação da
vocação de centro metropolitano do bairro; passagem de nível da Pavuna e o aumento da

76
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
capacidade viária da Estrada do Rio do Pau; Barros, Pavuna e Anchieta, mediante:
XXI - criação de unidade de conservação na I - implantação do sistema de esgotamento
área do Instituto Oswaldo Cruz e na área rema- sanitário;
nescente da Ilha dos Macacos, em Manguinhos, e II - relocalização de moradias que ocupem as
nas Serras da Misericórdia e do Engenho Novo; áreas referidas no artigo 44, § 1.°;
XXII - a utilização, pelos meios próprios de III - pavimentação de logradouros, incluídos
direito, das áreas marginais às faixas de domínio os de favelas e loteamentos irregulares;
da Light vinculadas aos serviços federais concedi- IV - desassoreamento de cursos d’água e sua
dos de energia elétrica, que, mediante autorização canalização;
formal do poder concedente, forem progressiva- V - manutenção da regularidade dos serviços
mente desafetadas daquela concessão; de coleta de lixo e limpeza pública;
XXIII - reestruturação e racionalização do § 3.º VETADO.
sistema viário, de circulação e de transporte públi- Art. 68. Integram o patrimônio paisagístico
co do bairro do Méier e adjacências, com priorida- do município, sujeitos à proteção ambiental, as
de para a construção de terminal rodoviário urba- seguintes áreas e bens localizados no território da
no em área central; Área de Planejamento 3:
XXIV - interligação dos bairros de Rocha Mi- I - a orla marítima da Ilha do Governador, da
randa e Colégio com os bairros de Vaz Lobo e lrajá Ilha do Fundão e da praia de Ramos;
pela adequação e aumento da capacidade viária II - a Igreja da Penha e seu sítio;
das Ruas Carolina Amado, Caxambu e Lajeado, III - a Fazendinha da Penha;
interligando a Avenida Monsenhor Félix, em Vaz IV - o Parque Ari Barroso;
Lobo, à Estrada do Barro Vermelho; V - a encosta do Maciço da Tijuca e da Serra
XXV - criação de via auxiliar ao escoamento do Engenho Novo;
do tráfego de veículos da Avenida Ministro Edgard VI - o Várzea Country Clube;
Romero, interligando as Ruas Andrade Figueira, VII - a Serra da Misericórdia;
Pescador Josimo e Bezerra de Menezes, até à Ave- VIII - a Serra dos Pretos Forros;
nida Vicente de Carvalho; IX - a Igreja de São José, no Morro de São
XXVI - abertura de via de ligação da Rua Ma- José, em Madureira;
noel Machado, em Vaz Lobo, com a Rua Monse- X - a Fazenda Capão do Bispo;
nhor Inácio da Silva, em Turiaçu, com pavimenta- XI - outros conjuntos arquitetônicos e monu-
ção adequada ao tráfego de veículos no trecho sob mentos de valor cultural e paisagístico da área.
o Morro do Sapê.
§ 1.° A Área de Planejamento 3 fica dividida Seção V
em Subáreas assim definidas:
I - Subárea de Planejamento 3-A: Da Área de Planejamento 4
a) X Região Administrativa - Ramos;
b) XI Região Administrativa - Penha; Art. 69. As diretrizes de uso e ocupação do
c) XXX Região Administrativa - Complexo da solo para a Área de Planejamento 4 são as seguin-
Maré; tes:
II - Subárea de Planejamento 3-B: I - adensamento compatível com a infra-estrutura
a) XII Região Administrativa - Inhaúma; existente nos bairros do Pechincha, Freguesia,
b) XIII Região Administrativa - Méier; Taquara, Tanque e Praça Seca;
c) XXVIII Região Administrativa - Jacarezi- II - incentivo à localização de atividades ge-
nho; radoras de emprego, para redução dos desloca-
d) XXIX Região Administrativa - Complexo do mentos, mediante o fortalecimento do centro de
Morro do Alemão; comércio e serviços Taquara-Tanque;
III - Subárea de Planejamento 3-C: III - desestímulo ao parcelamento das áreas
a) XIV Região Administrativa - Irajá; ocupadas por sítios e granjas nos bairros de Var-
b) XV Região Administrativa - Madureira; gem Grande, Vargem Pequena e Camorim;
IV - Subárea de Planejamento 3-D: IV - revisão, complementação e implementa-
a) XX Região Administrativa - Ilha do Gover- ção do sistema viário projetado da Barra da Tiju-
nador; ca;
V - Subárea de Planejamento 3-E: V - recuperação e preservação dos canais da
a) XXII Região Administrativa - Anchieta; Barra da Tijuca;
b) XXV Região Administrativa - Pavuna. VI - criação de área para estacionamento na
§ 2.° O Poder Público elaborará e executará região Tanque-Taquara;
programa de recuperação urbana da área compre- VII - implantação de sistema cicloviário;
endida por Acari, Coelho Neto, Barros Filho, Costa VIII - elaboração e execução de macroplano

77
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
de drenagem e aterros para a Baixada de Jacare- São Conrado, até à ponta da Praia Funda, incluídas
paguá, o qual dará prioridade à desobstrução de as faixas de areia, as formações rochosas e as
canais de alimentação das lagoas da região, medi- ilhas;
ante estudo e relatório de impacto ambiental; IV - a Prainha;
IX - revisão do estado de variação das lâmi- V - o bairro de Grumari;
nas d’água das lagoas, para redefinição das cotas VI - os Maciços da Pedra Branca e da Tijuca;
de aterros da região da Baixada de Jacarepaguá; VII - as Pedras de Itaúna e do Catemba;
X - revisão dos critérios de ocupação da área VIII - os Morros da Panela, do Bruno, do Ca-
da Baixada de Jacarepaguá, incluindo o centro morim, do Cantagalo, do Outeiro, do Portela, do
metropolitano, consideradas as características Rangel e do Urubu;
geológicas; IX - os Bosques da Barra e da Freguesia;
XI - consolidação das áreas destinadas à ocu- X - o Itanhangá Golfe Clube;
pação industrial, inclusive dos pólos de desenvol- XI - a Restinga de Marapendi;
vimento industrial; XII - o Parque Ecológico da Barra da Tijuca,
XII - criação de unidade de conservação na formado pelos Morros do Amorim e Cantagalo;
área da Colônia Juliano Moreira e definição de XIII - outros conjuntos arquitetônicos e mo-
parâmetros de ocupação compatíveis com a prote- numentos de valor cultural e paisagístico da área.
ção da área;
XIII - incentivo ao desenvolvimento de ativi- Seção VI
dades turísticas, desportivas, culturais, de educa-
ção ambiental e de pesquisa e proteção da fauna, Da Área de Planejamento 5
da flora e dos recursos naturais da região;
XIV - estímulo à implantação de transporte Art. 71. As diretrizes de uso e ocupação do
sobre trilhos de alta capacidade para promover a solo para a Área de Planejamento 5 são as seguin-
integração dos bairros da Baixada de Jacarepa- tes:
guá com Madureira e Penha; com Água Santa e I - definição de critérios de proteção das
Encantado; com a Ilha do Governador e com a áreas de atividades agrícolas, sobretudo de produ-
Zona Oeste, com a utilização do corredor deno- ção hortifrutigranjeira, agroindustriais e de peque-
minado T-5; na criação animal, sua delimitação e incentivo à
XV - elaboração de planos de recuperação e preservação dessa destinação, de modo a evitar a
preservação ambiental do sistema lagunar da re- extensão da malha urbana;
gião, compreendendo o controle e a fiscalização da II - incentivo à localização de atividades ge-
ocupação das margens das lagoas por edificações radoras de emprego, especialmente cooperativas
e aterros irregulares e do lançamento de esgotos com respectivos mercados ou feiras-livres, para
sanitários e industriais sem tratamento ou com redução dos deslocamentos;
tratamento inadequado; III - estímulo ao desenvolvimento turístico e
XVI - contenção do processo de ocupação de- de lazer da região, especialmente em Guaratiba,
sordenada da Baixada de Jacarepaguá, especial- Sepetiba, Pedra de Guaratiba, Barra de Guaratiba
mente nas áreas lindeiras às lagoas, canais e ou- e no Pico da Pedra Branca;
tros cursos d’água; IV - prioridade para ocupação urbana na faixa
XVII - manutenção de sistema e medidas de de território compreendida entre o lado ímpar da
caráter permanente para inibir a ocupação desor- Avenida Brasil e a linha ferroviária;
denada de áreas públicas na Baixada de Jacarepa- V - desestímulo à construção de conjuntos
guá, mediante a criação de programas de oferta habitacionais de grande porte;
de lotes urbanizados e construção de habitações VI - criação de faixas exclusivas para trans-
para a população de baixa renda; porte de alta capacidade nos principais corredores
XVIII - planejamento integrado de infra-estrutura viários, com inversão, quando possível, das cita-
da Baixada de Jacarepaguá, com as instalações das faixas de tráfego;
aeroportuárias ali existentes. VII - implantação de sistema cicloviário;
Art. 70. Integram o patrimônio paisagístico VIII - criação de plano de circulação viária
do município, sujeitos à proteção ambiental, as para integração dos bairros da Zona Oeste, inclu-
seguintes áreas localizadas na Área de Planeja- sive ligando os bairros de Bangu e Campo Grande
mento 4: via Rio da Prata, através de túnel ou de outra via;
I - as lagoas de Camorim, Jacarepaguá, Lagoi- IX - melhoria das passagens de pedestres e
nha, Marapendi e Tijuca, seus canais e suas faixas das ligações viárias sobre ou sob a linha férrea;
marginais; X - restrição da ocupação intensiva do solo na
II - o Parque Chico Mendes; macrozona de expansão urbana contínua às áreas
III - a orla marítima da praia da Gávea, em agrícolas, visando à criação de áreas de transição;

78
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
XI - consolidação das áreas destinadas ao uso XXII - melhoria das condições de acesso às
industrial, com adoção obrigatória de medidas e comunidades interiores de Campo Grande, com a
equipamentos necessários ao controle da poluição duplicação de suas vias axiais e especialmente:
atmosférica e o tratamento adequado dos efluen- a) da Estrada do Pré;
tes industriais; b) da Estrada do Mendanha, entre a Avenida
XII - controle da exploração mineral, com o Brasil e a Estrada das Capoeiras;
estabelecimento de parâmetros compatíveis com a c) da Estrada das Capoeiras, entre a Estrada
proteção do meio ambiente, vetando-se a retirada do Mendanha e a Estrada do Rio do A;
de componentes geológicos que impliquem erosão XXIII - implantação de sinalização vertical e
ou decomposição natural dos terrenos no Maciço horizontal de trânsito nas vias axiais da Zona Oes-
da Pedra Branca e outros bens naturais; te e especialmente:
XIII - fortalecimento dos centros de comércio a) na Estrada do Pré;
e serviços, em especial os de Bangu, Campo b) na Estrada do Mendanha;
Grande e Santa Cruz, pela concentração de ativi- c) na Estrada das Capoeiras;
dades e reestruturação dos espaços públicos e d) na Avenida João XXIII;
racionalização do sistema de transportes, inclusive e) na Estrada da Pedra;
nas áreas da XVII e XIX Regiões Administrativas; XXIV - prioridade na execução de obras de
XIV - criação de áreas públicas de lazer, de drenagem na Baía de Sepetiba;
âmbito local e metropolitano; XXV - intensificação do processo de reconhe-
XV - criação do Parque Ecológico do Menda- cimento definitivo ou provisório de logradouros
nha, com construção de mirante para visão pano- públicos na Zona Oeste e afixação de placas com
râmica da área vulcânica secularmente desativada, indicação de sua denominação;
do lago e da cachoeira existente na região; XXVI - implantação de central de abasteci-
XVI - estabelecimento de parâmetros de ocu- mento e comercialização de produtos hortifruti-
pação de transição das áreas contíguas aos gran- granjeiros em Campo Grande, com a ocupação dos
des conjuntos habitacionais, para integrá-los à boxes exclusivamente por produtores do municí-
malha urbana, evitando-se o crescimento desor- pio;
denado nas áreas, através de projetos integrados XXVII - prioridade para a construção de hos-
entre o já urbanizado com os projetos ainda em pital público especializado em atendimento infantil,
estudo a serem executados, integrando-os com as clínico e cirúrgico e de hospital-geral com serviços
respectivas áreas; completos de ambulatório e de emergência.
XVII - reflorestamento, manutenção e contro- § 1.° O Poder Executivo elaborará e executará
le ecológico do Maciço da Pedra Branca; projeto espacial de valorização turística da região
XVIII - impedimento à implantação de pro- de Guaratiba, Sepetiba, Pedra de Guaratiba e Bar-
gramas de reassentamento das populações de ra de Guaratiba, o qual conciliará a implantação de
baixa renda e de construção de moradias popula- serviços e equipamentos urbanos, notadamente
res em áreas classificadas como macrozonas de saneamento básico, pavimentação de logradouros
restrição à ocupação urbana, conforme definição e implantação de iluminação pública, com a pre-
do artigo 41, § 3.º, e naquelas desprovidas de servação das características rústicas da região.
saneamento básico, equipamentos urbanos ou de § 2.° VETADO.
sistema de transporte adequado; Art. 72. Integram o patrimônio paisagístico
XIX - implantação de terminais rodoviários in- do município, sujeitos à proteção ambiental, as
tegrados ao Plano Municipal de Transportes; seguintes áreas e bens localizados no território da
XX - estímulo e proteção às áreas ocupadas Área de Planejamento 5:
por colônias pesqueiras e de pesca artesanal, vi- I - a orla marítima, desde a Ponta da Praia
sando à preservação e desenvolvimento da ativi- Funda até o Rio da Guarda, incluídas as faixas de
dade na região e à organização de centros de co- areia, os manguezais, as formações rochosas e as
mercialização direta ao consumidor, através da ilhas;
participação dos pescadores na elaboração, apro- II - a Restinga de Marambaia;
vação e administração de programas de estímulo III - as ilhas da Pescaria, das Baleias, de
às atividades pesqueiras e nas decisões relativas a Guaraquessaba, de Guaratiba, do Bom Jardim, do
tais atividades, incluindo a criação de entreposto Cavado, do Frade, do Tatu, do Urubu, Nova, Suru-
em Sepetiba e Guaratiba; guaí e Rasa;
XXI - pavimentação das vias de escoamento IV - a Reserva Biológica e Arqueológica de
da produção agrícola, e especialmente do trecho Guaratiba;
da Estrada da Reta do Rio Grande que liga Santa V - o Maciço da Pedra Branca;
Cruz a Itaguaí, da Estrada do Mendanha e da Es- VI - as encostas das Serras da Capoeira
trada do Guandu; Grande, da Grota Funda, da Paciência, de Bangu,

79
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
de Inhoaíba, do Cantagalo, do Mendanha e do uso e ocupação do solo que a lei fixar.
Quitungo; § 4.º O Projeto de Estruturação Urbana será
VII - o Campo dos Afonsos e o Morro da Esta- instituído por lei e avaliado e revisto periodica-
ção; mente, nos prazos fixados na lei que o instituir.
VIII - os Morros do Retiro, do Taquaral e dos Art. 74. A lei do Projeto de Estruturação Ur-
Coqueiros, em Bangu; da Posse, das Paineiras, do bana terá como conteúdo mínimo:
Santíssimo e São Luís Bom, em Campo Grande; do I - a delimitação das Zonas e Áreas de Espe-
Mirante, em Santa Cruz, e do Silvério, em Pedra cial Interesse, definido os usos permitidos;
de Guaratiba; II - a fixação de Índices de Aproveitamento
IX - a área e a edificação do Matadouro de do Terreno e seus parâmetros urbanísticos;
Santa Cruz; III - a fixação de índices e parâmetros urba-
X - a Igreja de São Salvador do Mundo; nísticos para as edificações, compreendendo, entre
XI - a obra da Fazenda Modelo, em Guarati- outros:
ba; a) altura máxima das edificações;
XII - a Igreja de São Pedro, em Senador Vas- b) área mínima útil da unidade edificável;
concelos; c) taxa de ocupação;
XIII - a Fazendinha do Viegas, em Senador d) número máximo de pavimentos das edifi-
Camará; cações;
XIV - a Igreja de Nossa Senhora do Desterro, e) área total edificável, entre outros;
em Pedra de Guaratiba; IV - restrições que incidam sobre as edifica-
XV - o conjunto arquitetônico da Fábrica Ban- ções ou atividades existentes que não mais satis-
gu e suas palmeiras, em Bangu; façam as condições da Zona ou Área de Especial
XVI - a Igreja de Nossa Senhora do Desterro, Interesse em que se situam;
em Campo Grande; V - a relação dos bens tombados ou preserva-
XVII - a Igreja de São Sebastião e Santa Ce- dos, com suas respectivas áreas de entorno;
cília e respectivo chafariz, localizada na Praça da VI - o quadro de atividades relativo aos usos
Fé, em Bangu; permitidos para as diversas zonas, número de
XVIII - a área do Sítio Burle Marx; vagas de garagem e a área mínima destinada a
XIX - as edificações e os outros conjuntos ar- recreação.
quitetônicos e monumentos de valor cultural e Art. 75. Na elaboração do Projeto de Estrutu-
paisagístico da área. ração Urbana serão considerados os pontos crí-
ticos relativos a erosão, desmatamento, inunda-
CAPÍTULO VI ção, poluição hídrica e do ar definidos por bacias
hidrográficas onde estão contidas as Unidades
Dos projetos de estruturação urbana Espaciais de Planejamento.
Art. 76. O Projeto de Estruturação Urbana
Art. 73. O Projeto de Estruturação Urbana de- observará os índices máximos de aproveitamento
finirá o controle de uso e ocupação do solo e as do terreno definidos para as Unidades Espaciais de
ações da administração para as Unidades Espaciais Planejamento constantes do quadro do anexo III.
de Planejamento, observados os objetivos, princí- § 1.° O Projeto de Estruturação Urbana pode-
pios, diretrizes setoriais e por Áreas de Planeja- rá adotar índices diferenciados para cada Unidade
mento definidos nesta Lei Complementar, ouvidas Espacial de Planejamento para atender às caracte-
as comunidades diretamente envolvidas. rísticas de suas Zonas e Áreas de Especial Interes-
§ 1.º O Projeto de Estruturação Urbana trata se.
da estruturação das Unidades Espaciais de Plane- § 2.° Nas Áreas de Especial Interesse Urba-
jamento pela hierarquização das vias, pela defini- nístico poderão ser adotados índices de Aprovei-
ção das intensidades de uso e ocupação e pela tamento do Terreno maiores que os definidos para
determinação de áreas para equipamentos urba- as Unidades Espaciais de Planejamento citadas no
nos. “caput”, desde que:
§ 2.º Na elaboração do Projeto de Estrutura- I - justificado o interesse coletivo nos termos
ção Urbana serão consideradas as principais ques- do Relatório de Impacto de Vizinhança, estabeleci-
tões urbanísticas da Unidade Espacial de Planeja- do pela Lei Orgânica;
mento e definidas propostas para o seu equa- II - as alterações desses índices para maior
cionamento. sejam expressamente previstas e aprovadas por
§ 3.º Para a elaboração do Projeto de Estrutu- Lei.
ração Urbana o Poder Executivo poderá declarar e Art. 77. São prioritárias para a elaboração
delimitar Áreas de Especial Interesse Urbanístico, dos Projetos de Estruturação Urbana as Unidades
às quais serão aplicadas normas transitórias de Espaciais de Planejamento onde ocorram áreas

80
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
sujeitas a intervenção ou onde os Índices de Apro- (A Lei n.º 4.864, de 29/11/1965,
veitamento do Terreno atuais tenham sido altera- dispõe: "Art. 6.° No caso de um conjun-
dos conforme o anexo VI. to de edificações, a que se refere o arti-
Parágrafo único. A Zona Especial 5, na Bai- go 8.° da Lei n.º 4.591, de 16 de de-
xada de Jacarepaguá, é prioritária para estudos zembro de 1964, poder-se-á estipular o
ambientais e posterior alteração, por lei, da orde- desdobramento da incorporação em vá-
nação urbanística vigente, visando a compatibilizar rias incorporações, fixando a convenção
o uso e a ocupação do solo com suas característi- de condomínio ou contrato prévio, quan-
cas geológicas. do a incorporação ainda estiver subordi-
nada a períodos de carência, os direitos
CAPÍTULO VII e as relações de propriedade entre con-
dôminos de várias edificações.")
Das áreas de crescimento limitado
"Art. 8.º Quando, em terreno onde
Art. 78. São consideradas áreas de cresci- não houver edificação, o proprietário, o
mento limitado as zonas supersaturadas do terri- promitente-comprador, o cessionário deste
tório municipal que: ou o promitente-cessionário sobre ele de-
I - tenham índices de densidade superiores a sejar erigir mais de uma edificação, obser-
quinhentos habitantes por hectare; var-se-á também o seguinte:
II - que por suas condições físicas, urbanísti- a) em relação às unidades autônomas
cas e ambientais sejam consideradas pelo Poder que se constituírem em casas térreas ou as-
Público incompatíveis com o aumento de suas sobradadas, será discriminada a parte do
densidades. terreno ocupada pela edificação e também
Art. 79. As áreas de crescimento limitado se- aquela eventualmente reservada como de
rão definidas como rua, quadra ou bairro, em sua utilização exclusiva dessas casas, como jar-
totalidade ou parcialmente. dim e quintal, bem assim a fração ideal do
Art. 80. Será priorizada a elaboração de Pro- todo do terreno e de partes comuns, que
jetos de Estruturação Urbana que compreendam corresponderá às unidades;
áreas de crescimento limitado. b) em relação às unidades autônomas
que constituírem edifícios de dois ou mais
CAPÍTULO VIII pavimentos, será discriminada a parte do
terreno ocupada pela edificação, aquela que
Do controle do uso e da ocupação do solo eventualmente for reservada como de utili-
zação exclusiva, correspondente às unidades
Seção I do edifício, e ainda a fração ideal do todo do
terreno e de partes comuns, que correspon-
Disposições gerais derá a cada uma das unidades;
c) serão discriminadas as partes do to-
Art. 81. A legislação de controle do uso e o- tal do terreno que poderão ser utilizadas em
cupação do solo compreende: comum pelos titulares de direito sobre os
I - a Lei do Parcelamento do Solo; vários tipos de unidades autônomas;
II - o Código de Obras e Edificações; d) serão discriminadas as áreas que se
III - o Código de Licenciamento e Fiscaliza- constituírem em passagem comum para as
ção; vias públicas ou para as unidades entre si."]
IV - a Lei do Uso e Ocupação do Solo;
V - leis ordinárias que disciplinem as matérias Seção II
referidas nos incisos anteriores e seus respectivos
regulamentos; Da lei de parcelamento do solo urbano
VI - demais normas administrativas pertinen-
tes. Art. 83. São modalidades de parcelamento do
Art. 82. O condomínio por unidades autônomas, solo para fins urbanos o loteamento, o remem-
nos termos do artigo 8.° da Lei Federal n.º 4.591, de bramento e o desmembramento, conforme defini-
16 de dezembro de 1964, subordinar-se-á à legisla- dos na legislação federal.
ção do controle do uso e ocupação do solo. Art. 84. A lei estabelecerá os seguintes pa-
râmetros urbanísticos para o parcelamento do solo
[Lei n.º 4.591, de 16/12/1964 (D. O. de para fins urbanos, dentre outros:
21/12/1964): I - dimensões dos lotes;
II - dimensões e características técnicas dos

81
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
logradouros, seu reconhecimento e arborização; condicionada ao requerimento e concessão de
III - porcentagem e características gerais das licença de execução das obras.
áreas a serem destinadas a uso público; Art. 91. A lei disporá sobre a regularização de
IV - áreas não edificáveis; loteamentos e a aprovação e regularização das
V - normas de implantação das redes de ser- vilas.
viços públicos no subsolo. Art. 92. Nas macrozonas de restrição à ocu-
Parágrafo único. A determinação da porcen- pação urbana, o parcelamento do solo em áreas
tagem das áreas a serem destinadas ao uso públi- destinadas a atividade agrícola obedecerá a crité-
co considerará a densidade demográfica, prevista rios específicos fixados em lei.
para o local e o tipo de uso do solo, não podendo a
soma dessas áreas ser inferior a trinta e cinco por Seção III
cento da área total da gleba, excetuados os lotea-
mentos destinados ao uso industrial, cujo porcen- Do Código de Obras e Edificações
tual poderá ser inferior, nos termos da Lei Federal
n.º 6.766, de 19 de dezembro de 1979. Art. 93. O Código de Obras e Edificações dis-
porá sobre as obras públicas ou privadas de demo-
[Lei n.° 6.766, de 19/12/1979 (D. O. de lição, reforma, transformação de uso, modificação
20/12/1979): e construções.
"Dispõe sobre o parcelamento do solo Art. 94. A lei conterá glossário e disposições
urbano e dá outras providências."] sobre as seguintes matérias, dentre outras:
I - canteiro de obras;
Art. 85. Os projetos de parcelamento ou re- II - edificações, conceituação e parâmetros
membramento deverão conter os parâmetros de externos e internos para a sua construção;
uso e ocupação dos lotes resultantes. III - unidades, compartimentos e áreas co-
Art. 86. Os projetos de parcelamento obser- muns das edificações;
varão as diretrizes a serem fixadas pelo Poder IV - grupamentos de edificações;
Executivo, definindo no mínimo o sistema viário V - adequação das edificações ao seu uso por
principal, a porcentagem e a localização das áreas deficientes físicos;
destinadas ao uso público. VI - aproveitamento e conservação das edifi-
§ 1.° VETADO. cações tombadas e preservadas, observando a sua
§ 2.° Nos projetos de loteamento, as vias de proteção e conservação.
circulação obedecerão a disposição hierárquica, Art 95. A lei disporá sobre a revisão das nor-
consideradas suas características e funções, e mas vigentes para edificações no que se refere a:
serão integradas ao sistema viário existente ou I - dimensionamento das áreas de estaciona-
projetado. mento de veículos;
Art. 87. Os loteamentos poderão ser execu- II - exigibilidade de apartamento de zelador;
tados com ou sem a comercialização dos lotes III - exigibilidade de área de recreação infan-
durante a realização das obras de urbanização. til e de pavimento de uso comum, que serão esta-
§ 1.° Na execução de loteamento com comer- belecidos em função do número de unidades das
cialização dos lotes será exigido cronograma físico- edificações e a disponibilidade de áreas para lazer
financeiro e garantia, mediante caução de vinte na região em que estão situadas;
por cento do total dos lotes, da implantação e IV - dimensionamento das áreas de circulação
conclusão das obras. comum das edificações;
§ 2.° Na execução de loteamento sem comer- V - exigibilidade de elevadores;
cialização dos lotes, a certidão de aprovação do VI - dimensionamento dos compartimentos
projeto somente será concedida após constatada das edificações destinadas ao uso residencial, co-
pelo Poder Público a execução das obras exigidas mercial e de serviços. .
pela legislação. § 1.° As disposições sobre grupamentos de
Art. 88. A lei estabelecerá padrões diferencia- edificação fixarão a área máxima do terreno, fi-
dos de loteamentos para atendimento das diversas cando o Poder Executivo autorizado a estabelecer
faixas de renda, observadas as diretrizes de uso e diretrizes para a implantação das vias, localização
ocupação do solo. das áreas a serem transferidas ao município e
Art. 89. Não será permitida a implantação de exigência dos equipamentos urbanos, observada a
loteamento ou de grupamento de edificações que densidade populacional projetada para o empre-
impeçam o livre acesso ao mar, às praias, aos rios endimento e sua compatibilidade com o entorno.
e às lagoas ou a fruição de qualquer outro bem § 2.° Os empreendedores ficam obrigados a
público de uso comum da coletividade. adotar técnicas preventivas e de controle para
Art. 90. A aprovação do parcelamento fica segurança momentânea e futura dos imóveis lin-

82
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
deiros, na forma fixada em regulamento. ou atingidos por áreas ou faixas não edificáveis.
§ 4.° A execução de obras pelo Poder Público
Seção IV federal, estadual e municipal está sujeita a apro-
vação, licença e fiscalização.
Do Código de Licenciamento e Fiscalização
§ 5.° As explorações arqueológicas estão su-
Art. 96. Dependem de licença: jeitas à autorização do órgão ou entidade federal
I - a execução de toda a obra de construção, competente para a expedição de sua licença.
reconstrução total ou parcial, modificação, acrés- Art. 97. A expedição da licença será condicio-
cimo, reforma e conserto de edificações em geral, nada:
marquises e muros, contenção do solo, drenagem; I - ao atendimento no projeto de adequação
II - a abertura, regularização, desvio, canali- do uso, dos índices e parâmetros urbanísticos e
zação de valas ou cursos d’água, perenes ou não; edilícios;
III - as canalizações e lançamento de águas II - à análise do impacto no sistema viário e
pluviais; no meio ambiente;
IV - o parcelamento da terra, a abertura de III - à audiência dos órgãos públicos esta-
logradouros e o remembramento; duais, municipais e federais, quando necessária.
V - a demolição; § 1.° O início das obras será caracterizado pe-
VI - a movimentação de terra; la execução das fundações, ficando o interessa do
VII - as obras de engenharia em geral; obrigado a comunicá-lo ao órgão fiscalizador.
VIII - o uso e a modificação de uso das edifi- § 2.° O autor do projeto assumirá, ante a Pre-
cações, a pintura e os pequenos consertos em feitura e perante terceiros, a responsabilidade do
prédios tombados, preservados ou tutelados loca- cumprimento no projeto de todas as condições
lizados em unidades de conservação ambiental; previstas no Código de Obras e Edificações.
IX - as obras públicas executadas direta ou § 3.º Caso se verifique o desrespeito às con-
indiretamente; dições do Código de Obras e Edificações será can-
X - a exploração mineral do solo ou do subso- celada a licença e serão aplicadas sanções ao pro-
lo; fissional.
XI - o assentamento de máquinas, motores e § 4.° Os proprietários e responsáveis pela
equipamentos; execução da obra assumirão, quando da aceitação
XII - as obras, reformas ou modificação de da obra ou concessão do "habite-se", a responsa-
uso em imóveis situados em áreas submetidas a bilidade de ter respeitado o projeto, durante sua
regime de proteção ambiental, em área tombada execução.
ou em vizinhança de bem tombado. § 5.° O desrespeito ao projeto e ao Código de
§ 1.° Não dependerão de licença as obras e Obras e Edificações implicará o cancelamento da
as atividades não relacionadas neste artigo, bem aceitação ou do "habite-se" e a aplicação de san-
como as seguintes, dentre outras que a lei discri- ções ao proprietário e ao profissional responsável
minar e que não interfiram com a segurança de pela obra.
terceiros e nem se projetem sobre área de logra- Art. 98. A responsabilidade pelos diferentes
douro público, tais como: projetos, cálculos e memórias relativos à execução
I - as pinturas e os pequenos consertos de de obras e instalações, caberá sempre e exclusi-
prédios; vamente aos profissionais que os assinarem.
II - a construção de galerias e caramanchões, Art. 99. O Código de Licenciamento e Fiscali-
jardins e as pavimentações a céu aberto; zação disporá sobre as normas reguladoras, a
III - as instalações de antenas e bombas ele- disciplina, as sanções e a obrigatoriedade de res-
vatórias de água; tauração por danos causados por obras executa-
IV - as obras de reforma ou de modificação das em logradouros por empresas de serviços
interna ou de fachada, sem acréscimo de área que públicos, diretamente ou por meio de empreitei-
não implique alterações das áreas comuns das ras.
edificações;
Seção V
V - a construção, restauração e reforma de
passeios. Da fiscalização
§ 2.° O disposto no § 1.° não se aplica a imó-
veis sujeitos a desapropriação parcial, a recuo ou Art. 100. A lei disporá sobre a fiscalização
investidura ou que estejam atingidos por área ou das obras e atividades previstas no artigo 96 e
faixa não edificável. seus parágrafos, bem como sobre a aplicação de
§ 3.° A lei disporá sobre o licenciamento de sanções pelo descumprimento da legislação de
obras em imóveis ou edificações sujeitos a desa- controle de uso e de ocupação do solo e das nor-
propriação total ou parcial, a recuo e a investidura mas e padrões ambientais municipais, estaduais e
83
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
federais. sidade dos diversos usos e atividades econômicas,
§ 1.° O Poder Executivo aplicará as sanções sociais e culturais.
de interdição, embargo, demolição ou multa, na § 2.° As zonas não serão sobrepostas e abran-
forma e valores disciplinados na regulamentação gerão a totalidade do território municipal.
da lei. § 3.° Áreas de Especial Interesse, permanen-
§ 2.° A multa será calculada em função do tes ou transitórias, são espaços da cidade perfei-
valor da obra ou instalações, e sua aplicação será tamente delimitados sobrepostos em uma ou mais
periódica, sucessiva e cumulativa, enquanto per- zonas, que serão submetidos a regime urbanístico
sistir a irregularidade. específico, relativo a formas de controle que pre-
§ 3.° O pagamento da multa não implicará a valecerão sobre os controles definidos para a zona
cessação das irregularidades, e sua correção não ou as zonas que as contêm.
dispensará o pagamento da multa. § 4.° Será garantida a participação popular na
Art. 101. Os danos ao patrimônio público, a delimitação de Áreas de Especial Interesse, atra-
usurpação ou invasão de vias ou servidões públi- vés de audiências públicas com a população local.
cas, bem como das galerias e cursos d’água, pere- Art. 106. As zonas terão as seguintes deno-
nes ou não, ainda que situados em terrenos de minações e conceitos:
propriedade particular, estarão sujeitos à fiscaliza- I - Zona Residencial é aquela onde prevalece
ção e à aplicação de sanções, na forma prevista na o uso para moradias unifamiliares ou multifamilia-
lei. res e as atividades de apoio ou complementarie-
Art. 102. O município poderá, a qualquer dade a esse uso. compatíveis entre si;
tempo, realizar vistoria administrativa, para apu- II - Zona Industrial é aquela onde prevalece a
ração de responsabilidades, constatação de irregu- existência de indústrias e de atividades correlatas
laridades ou para, preventivamente, determinar do setor secundário e inclui aquelas de seu apoio,
providências para eliminação de risco ou ameaça à viabilidade e complementação, compatíveis entre
integridade física de pessoas ou bens. si;
§ 1.° O município poderá tomar as providên- III - Zona Comercial e de Serviços é aquela
cias necessárias à eliminação do risco ou ameaça, onde prevalece as atividades comerciais e de pres-
inscrevendo em dívida ativa o total dos custos da tação de serviços, classificadas de acordo com as
sua intervenção. intensidades dessas atividades, admitida a inci-
§ 2.° O responsável pelo risco ou ameaça não dência de uso residencial e de atividades econômi-
poderá obter licença para quaisquer outras obras cas ligadas aos setores primário e secundário;
enquanto não tomar as providências necessárias à IV - Zona de Uso Misto é aquela onde as ati-
eliminação do risco e quitar a sua dívida. vidades residenciais, comerciais, de serviços e
Art. 103. O município poderá assumir e exe- industriais, compatíveis entre si, coexistem, sem a
cutar obras, retomar posse, demolir ou tomar predominância de qualquer dessas atividades;
qualquer providência para a preservação da segu- V - Zona de Conservação Ambiental é aquela
rança e do patrimônio públicos, em situações de que apresenta características ambientais e paisa-
emergência, independentemente de prévio proces- gísticas relevantes para a proteção;
so administrativo ou de autorização judicial. VI - Zona Agrícola é aquela onde prevalece ati-
Parágrafo único. O disposto neste artigo não vidades agrícolas e de criação animal e aquela de
afasta a responsabilidade civil daqueles que causa- apoio e complementação compatíveis entre si.
rem danos a terceiros. Parágrafo único. As Zonas Industriais serão
Art. 104. A lei disporá sobre a fiscalização em classificadas em:
Áreas de Especial Interesse Social, com a coopera- I - Zonas de Uso Estritamente Industrial - ZEI;
ção da comunidade. II - Zonas de Uso Predominantemente Indus-
trial - ZUPI.
Seção VI Art. 107. Cada Área de Especial Interesse re-
ceberá apenas uma das seguintes denominações e
Da lei de uso e ocupação do solo conceitos:
I - Área de Especial Interesse Urbanístico,
Art. 105. Para controle do uso e ocupação do destinada a projetos específicos de estruturação
solo, o município será dividido em zonas, que po- ou reestruturação, renovação e revitalização urba-
derão conter, no todo ou em parte, Áreas de Espe- na;
cial Interesse. II - Área de Especial Interesse Social, a que
§ 1.° Zona é o espaço da cidade perfeitamen- apresenta terrenos não utilizados ou subutilizados
te delimitado por suas características ambientais, e considerados necessários à implantação de pro-
para o qual serão previstos controles de densidade gramas habitacionais de baixa renda ou, ainda,
demográfica e de limites de construção e a inten- aquelas ocupadas por favelas, loteamentos irregu-

84
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
lares e conjuntos habitacionais, destinadas a pro- tos internos da edificação;
gramas específicos de urbanização e regularização i) número de vagas para estacionamento de
fundiária; veículos;
III - Área de Especial Interesse Ambiental, j) tipologia das edificações;
aquela destinada à criação de Unidade de Conser- l) limite de implantação das edificações, de-
vação Ambiental, visando à proteção do meio am- correntes das características dimensionais, geoló-
biente natural e cultural; gicas e de relevo do terreno;
IV - Área de Especial Interesse Turístico, m) faixas não edificáveis;
aquela com potencial turístico e para qual se fa- III - para logradouros:
çam necessários investimentos e intervenções a) dimensões;
visando o desenvolvimento da atividade turística; b) especificações físicas, construtivas e de
V - Área de Especial Interesse Funcional, lançamento;
aquela caracterizada por atividades de prestação c) perfis longitudinais;
de serviços e de interesse público que exija regime d) destinação geral e especificação de faixas
urbanístico específico. de uso;
e) alinhamento,
Seção VII Art. 109. Os usos serão controlados mediante
a adoção da seguinte classificação:
Dos controles I - uso adequado;
II - uso adequado com restrições quanto ao
Art. 108. A ocupação das Zonas e Áreas de porte ou as características das edificações, ou
Especial Interesse será controlada pela definição sujeito à adoção de medidas redutoras de impac-
de densidades demográficas e prediais específicas. to;
§ 1.° Os controles serão exercidos por meio III - uso inadequado;
da determinação de índices e parâmetros urbanís- IV - uso vedado.
ticos. Parágrafo único. É facultado ao Poder Exe-
§ 2.° Índice urbanístico é a relação mensurá- cutivo, mediante lei, ouvido, ainda, o Conselho
vel entre o solo e seu aproveitamento edificável, Municipal de Política Urbana, conceder, na forma e
condicionado a usos específicos, a condições ambi- nos casos de interesse público previstos na forma
entais e a infra-estrutura de transportes e sanea- da lei, licença especial para edificação e uso do
mento básico, solo urbano.
§ 3.° Os índices urbanísticos são identificados Art. 110. As obras de qualquer natureza ou
pelos seguintes parâmetros: finalidade somente serão licenciadas após verifica-
I - para terrenos: da a adequação do uso previsto para a Zona ou
a) dimensões do lote (testadas, divisas e áreas); Área de Especial Interesse em que serão executa-
b) recuos, investiduras e limites de profundi- das.
dade;
c) número de edificações e de unidades habi- TÍTULO VII
táveis no lote;
II - para edificações: DAS POLÍTICAS SETORIAIS
a) afastamento das edificações e entre as edi-
ficações; Art. 111. Os objetivos, as diretrizes, os ins-
b) nível de implantação das edificações (cota trumentos e os programas para a execução das
de soleira); políticas setoriais do meio ambiente e valorização
c) altura máxima das edificações e/ou número do patrimônio cultural, habitação, transportes,
máximo de pavimentos (gabarito); serviços públicos e equipamentos urbanos, desen-
d) Área Total das Edificações (ATE), para de- volvimento econômico, científico e tecnológico e
terminação da área máxima de construção das administração do patrimônio imobiliário do municí-
edificações, a ser definida pelo valor resultante pio observarão estes princípios:
apurado da multiplicação do Índice de Aproveita- I - participação da comunidade na elaboração,
mento do Terreno estabelecido para o local pela execução e fiscalização das políticas setoriais;
área do terreno; II - divulgação de dados e informações sobre
e) taxa de ocupação; os diversos assuntos relacionados às políticas se-
f) dimensões máximas da projeção das edifi- toriais;
cações; III - integração das ações dos órgãos e enti-
g) prismas de iluminação e ventilação; dades municipais, estaduais e federais, através do
h) área mínima da unidade edificável e núme- sistema municipal de planejamento urbano;
ro, dimensões e áreas mínimas dos compartimen- IV - cooperação com as entidades afins das

85
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
outras esferas de governo e com os municípios da tegrado:
Região Metropolitana do Rio de Janeiro. I - pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente;
II - pelo Fundo de Conservação Ambiental;
CAPÍTULO I III - por entidade a ser criada por lei que fun-
cionará como órgão executivo e de suporte técni-
Da política de meio ambiente e valorização co-administrativo ao sistema;
do patrimônio cultural IV - pelo Conselho de Proteção do Patrimônio
Cultural;
Seção I V - pelo Fundo de Conservação do Patrimônio
Cultural, a ser criado por lei.
Disposições gerais Parágrafo único. VETADO.
Art. 115. Serão objeto de atuação do sistema
Art. 112. A política de meio ambiente e valo- de gestão ambiental o patrimônio cultural construí-
rização do patrimônio cultural do município visa à do ou agenciado pelo homem e o natural, obser-
proteção, recuperação e conservação da memória vando-se para tanto, entre outros fatores, implan-
construída da cidade, suas paisagens e seus recur- tação de obras, instalações e atividades que
sos naturais, na realização dos seguintes objeti- potencial ou efetivamente atuem como agentes
vos: modificadores do meio ambiente, definidas em lei.
I - garantia de integridade do patrimônio eco- Art. 116. A gestão do patrimônio cultural de-
lógico, genético, paisagístico e cultural do municí- verá ser atribuída ao órgão do Poder Executivo
pio; competente para a formulação e a execução da
II - utilização racional dos recursos naturais e política de patrimônio cultural do Município, inte-
culturais; grado ao sistema de gestão ambiental.
III - incorporação da proteção do patrimônio Art. 117. O sistema de gestão ambiental
cultural e paisagístico ao processo permanente de compreenderá:
planejamento e ordenação do território; I - a formulação e a execução de programas e
IV - aplicação de instrumentos normativos, projetos de interesse da proteção, recuperação e
administrativos e financeiros para viabilizar a ges- conservação do patrimônio cultural e ambiental,
tão do meio ambiente natural e cultural; diretamente ou mediante convênio;
V - conscientização da população quanto aos II - a implantação de processo de avaliação
valores ambientais, naturais e culturais e à neces- de impacto ambiental e de controle da poluição;
sidade de sua proteção e recuperação; III - a integração das ações dos órgãos con-
VI - impedimento ou controle do funciona- sultivos e executivos municipais encarregados da
mento e da implantação ou ampliação de constru- formulação e execução de política de meio ambi-
ções ou atividades que comportem risco efetivo ou ente e valorização do patrimônio cultural;
potencial de dano à qualidade de vida e ao meio IV - a integração das ações fiscalizadoras do
ambiente natural ou cultural; Município com as dos órgãos da União e do Estado
VII - impedimento ou restrição da ocupação e o acompanhamento das tarefas de fiscalização
urbana em áreas frágeis de baixadas e de encos- realizadas pelos órgãos setoriais;
tas, impróprias à urbanização, bem como em áreas V - a integração das Administrações Regionais
de notável valor paisagístico; às tarefas de gestão ambiental;
VIII - descentralização das ações relativas à VI - o exame de projetos, obras ou ativida-
política de meio ambiente. des, efetiva ou potencialmente causadoras de de-
gradação do meio ambiente, e a exigência, quando
Seção II for o caso, de estudo e de relatório de impacto
ambiental ou garantia de recuperação ambiental,
Das diretrizes para seu licenciamento;
VII - a fixação de normas para aplicação dos
Subseção I recursos do Fundo de Conservação Ambiental;
VIII - a implantação de sistema de informa-
Da gestão ambiental ções geográficas, para o monitoramento da situa-
ção ambiental do Município;
Art. 113. O município instituíra sistema de IX - a criação de um banco de dados ambien-
gestão ambiental para a execução de sua política tais.
de meio ambiente e valorização do patrimônio
cultural, vinculado ao sistema municipal de plane-
jamento urbano.
Art. 114. O sistema de gestão ambiental é in-

86
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
Subseção II I - Área de Proteção Ambiental (APA), de do-
mínio público ou privado, dotada de características
Do processo de avaliação do impacto ambiental ecológicas e paisagísticas notáveis, cuja utilização
deve ser compatível com sua conservação ou com
Art. 118. Competirá ao órgão executivo cen- a melhoria das suas condições ecológicas;
tral do sistema implantar processo de avaliação de II - Área de Proteção Ambiental e Recupera-
impacto ambiental e de vizinhança para o controle ção Urbana (APARU), de domínio público ou priva-
das obras, atividades ou instalações potencialmen- do, a que apresenta as características descritas no
te poluidoras ou degradadoras do meio ambiente parágrafo anterior e depende de ações do Poder
natural e cultural. Público para a regulação do uso e ocupação do
Parágrafo único. VETADO. solo e restauração de suas condições ecológicas e
Art. 119. Para o processo de avaliação do es- urbanas;
tudo e do relatório de impacto ambiental e de vizi- III - Área de Proteção do Ambiente Cultural
nhança serão editadas normas técnicas comple- (APAC), de domínio público ou privado, a que
mentares às federais e estaduais. apresenta relevante interesse cultural e caracterís-
Art. 120. O licenciamento de obras, instala- ticas paisagísticas notáveis, cuja ocupação deve
ções e atividades e suas ampliações, de origem ser compatível com a valorização e proteção da
pública ou privada, efetiva ou potencialmente cau- sua paisagem e do seu ambiente urbano e com a
sadoras de alteração no meio ambiente natural e preservação e recuperação de seus conjuntos ur-
cultural e na qualidade de vida, estará sujeito à banos;
elaboração de Estudo de Impacto Ambiental, de IV - Área de Relevante Interesse Ecológico,
Relatório de Impacto Ambiental e de Relatório de de domínio público ou privado, com características
Impacto de Vizinhança. naturais extraordinárias e que abriga remanescen-
Art. 121. A exigibilidade, as formas, os pra- tes raros da biota regional a ser protegida ou re-
zos, os elementos e demais requisitos que deverão cuperada;
estar contidos no Estudo de Impacto Ambiental V - Reserva Biológica, área de domínio público
e/ou no Relatório de Impacto de Vizinhança, para destinado à preservação de ecossistemas naturais;
cada instalação ou atividade, ou grupo de instala- VI - Estação Ecológica, área de domínio públi-
ções ou atividades, serão estabelecidos em lei. co, cujo ecossistema é objeto de conservação para
realização de estudos e pesquisas, podendo ser
Seção III criada no interior de outras unidades de conserva-
ção;
Dos instrumentos VII - Parque, área de domínio público, desti-
nada à visitação pública e ao lazer, podendo com-
Art. 122. São instrumentos básicos para rea- preender Área de Relevante Interesse Ecológico ou
lização dos objetivos definidos no artigo 112, além Área de Preservação;
de outros previstos nesta Lei Complementar e na VIII - Área de Preservação Permanente, de
legislação federal, estadual e municipal: domínio público ou privado para proteção de ma-
I - o sistema de gestão ambiental; nanciais, dunas e remanescentes da Mata Atlânti-
II - a criação de Unidades de Conservação ca, na qual fica vedada a exploração de vegetação
Ambiental; nativa e qualquer forma de utilização dos recursos
III - a declaração de Área de Especial Inte- naturais.
resse Ambiental; § 1.° O órgão executivo do Sistema de Gestão
IV - o tombamento e criação de Áreas de Pro- Ambiental estabelecerá a classificação das áreas
teção do Entorno dos Bens Tombados. protegidas existentes segundo as espécies previs-
tas neste artigo.
Subseção I § 2.° As Unidades de Conservação Ambiental
de qualquer classificação não poderão ser tornadas
Das Unidades de Conservação Ambiental Áreas de Especial Interesse Social, excetuadas as
referidas no inciso II.
Art. 123. VETADO.
Parágrafo único. O ato de criação da Unida- Subseção II
de de Conservação Ambiental indicará o bem obje-
to de proteção, fixará sua delimitação, estabelece- Das Áreas de Especial Interesse Ambiental
rá sua classificação e as limitações de uso e
ocupação e disporá sobre sua gestão. Art. 125. Para a avaliação do interesse ambi-
Art. 124. As Unidades de Conservação Ambi- ental de determinada área e a sua classificação
ental classificam-se em: como unidade de conservação ambiental, o Poder

87
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
Executivo poderá declará-la Área de Especial Inte- Subseção II
resse Ambiental.
§ 1.° O ato de declaração de especial interes- Do programa de controle e recuperação das uni-
se ambiental definirá os limites da área e poderá dades de conservação ambiental
determinar a suspensão temporária, nunca supe-
rior a cento e oitenta dias, do licenciamento de Art. 128. O programa de controle e recupera-
construção, edificação, acréscimo ou modificação ção das unidades de conservação ambiental com-
de uso em edificação, parcelamento do solo, aber- preenderá:
tura de logradouro e instalação de mobiliário ur- I - o cadastramento das unidades de conser-
bano. vação ambiental;
§ 2.° O ato a que se refere o parágrafo ante- II - a edição de normas específicas para con-
rior não elide o poder de iniciativa da Câmara Mu- trole de usos e atividades em unidades de conser-
nicipal, na forma do artigo 123, em relação à área vação ambiental;
objeto do ato. III - a criação de incentivos para refloresta-
mento ecológico e para criação e manutenção de
Seção IV viveiros de espécies nativas;
IV - o incentivo à criação de unidades de con-
Dos programas servação ambiental de domínio privado, assegura-
do o acesso a visitantes e pesquisadores;
Art. 126. São programas prioritários da polí- V - a edição de normas para proteção do en-
tica de meio ambiente e valorização cultural do torno de reservatórios, mananciais e de bens tom-
município; bados;
I - programa de controle da poluição; VI - a elaboração de plano de recuperação e
II - programa de controle e recuperação das proteção para o Maciço da Pedra Branca, em coo-
unidades de conservação ambiental; peração com os órgãos federais e estaduais com-
III - programa de proteção de encostas e de petentes, e reflorestamento de suas vertentes com
baixadas sujeitas a inundação; prioridade para áreas de proteção de mananciais e
IV - programa de proteção, recuperação e va- faixas marginais dos cursos d’água;
lorização do patrimônio cultural e do ambiente VII - a elaboração de plano de recuperação e
urbano; proteção para o Maciço da Tijuca incluindo suas
V - programa de educação ambiental e de de- vertentes não incorporadas ao Parque Nacional,
fesa do meio ambiente. em cooperação com os órgãos federais e esta-
duais;
Subseção I VIII - a elaboração e execução de programa
específico para o Maciço de Gericinó, visando à sua
Dos programas de controle da poluição recuperação ambiental e paisagística, em coopera-
ção com a União, o Estado do Rio de Janeiro e os
Art. 127. Os programas compreenderão o municípios cujos territórios integrem a sua verten-
monitoramento, a fiscalização e o controle da po- te Norte;
luição, efetiva ou potencial, causada por obras, IX - a execução de projetos turísticos-ambientais
atividades, instalações e equipamentos. vinculados aos planos de recuperação e proteção
§ 1.° Na formulação dos programas serão de- dos maciços;
finidos padrões ambientais que assegurem: X - a criação, em hortos do município, de can-
I - a redução dos efeitos poluidores de emis- teiros especializados em plantas admitidas como
sões que agravem a qualidade do ar e da água; medicinais, de modo a construir fontes de amos-
II - o controle de agentes poluidores em áreas tras para centros de pesquisas bioquímicas e clíni-
de cabeceiras de cursos d’água, dos mangues e cas;
das áreas estuarinas; XI - a elaboração de Plano de Manejo para as
III - o estímulo à utilização de fontes energé- Unidades de Conservação Ambiental do Município
ticas alternativas para fins automotivos; do Rio de Janeiro.
IV - a redução dos efeitos da poluição sonora
e visual em áreas de grande concentração urbana. Subseção III
§ 2.° Os programas poderão limitar-se a
complementar os federais e estaduais, desde que Do programa de proteção das encostas e das bai-
atendidos os padrões ambientais municipais. xadas sujeitas a inundação
§ 3.° A lei estabelecerá, na área de compe-
tência do município, penalidades para as ativida- Art. 129. O programa de proteção das encos-
des que poluam o meio ambiente. tas e das baixadas sujeitas a inundação compre-

88
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
enderá: guintes:
I - o controle da ocupação das encostas, com I - Rio Acari;
a fixação de limites para a expansão urbana, con- II - Rio Cabuçu;
siderada a especificidade de cada área e os riscos III - Rio Cação Vermelho;
de desmoronamento ou deslizamento identifica- IV - Rio das Pedras, de Jacarepaguá;
dos; V - Rio dos Cachorros;
II - o controle do licenciamento de lavras em VI - Rio Timbó Superior;
encostas; VII - Rio Faria Timbó;
III - o controle da ocupação das baixadas VIII - Rio Guandu-Mirim;
inundáveis, com a definição de cotas de soleira IX - Rio Itá;
para as construções e edificações, considerada a X - Rio Maracanã;
especificidade de cada área e a recorrência da XI - Rio Meriti;
inundação; XII - Rio Pavuna;
IV - o zoneamento ecológico das baixadas su- XIII - Rio Trapicheiros.
jeitas a inundação, para sua destinação ao uso
agrícola ou urbano ou para sua classificação em Subseção IV
unidade de conservação;
V - a ampliação do sistema de coleta de resí- Do programa de proteção e valorização do patri-
duos sólidos em favelas e áreas localizadas nas mônio cultural e do ambiente urbano
bordas de maciços montanhosos;
VI - a implantação do sistema de esgoto e Art. 130. O programa de proteção e valoriza-
drenagem em favelas localizadas em encostas, ção do patrimônio cultural e do ambiente urbano
com o tratamento de cobertura necessário à sua compreenderá:
conservação; I - a delimitação e declaração das Áreas de
VII - a execução de obras de contenção, re- Proteção do Ambiente Cultural e definição dos
florestamento ou drenagem de encostas em: critérios de proteção;
a) áreas de risco; II - a proteção e valorização da paisagem e
b) áreas que contribuam para o agravamento dos conjuntos urbanos de interesse;
de enchentes; III - identificação dos ambientes urbanos a-
c) áreas de erosão acelerada; dequadamente integrados à morfologia da Cidade
d) eixos viários; que terão seu crescimento e renovação compatibi-
e) cabeceiras ou emboques de túneis; lizados com as necessidades de proteção;
.
VIII - a elaboração e execução de planos de IV - a elaboração de projetos de recomposi-
macrodrenagem para as grandes baixadas, que ção da paisagem, do ambiente urbano e da recu-
contemplem a recuperação das áreas inundáveis peração dos logradouros e espaços públicos, vi-
para usos agrícolas ou urbanos; sando à sua adequação aos conjuntos protegidos;
IX - a elaboração e execução de plano de V - a revisão dos procedimentos e avaliação
drenagem das lagoas, tendo em vista a recupera- permanente da aplicação de isenção do Imposto
ção do sistema lagunar; Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana
X - o monitoramento permanente das situa- como instrumento de incentivo à conservação do
ções de risco; patrimônio cultural;
XI - a elaboração e execução de projetos in- VI - a criação de novos instrumentos de cará-
tegrados de limpeza dos corpos d’água, com prio- ter tributário, urbanísticos e financeiros de incenti-
ridade para as áreas populosas, com a colaboração vo à conservação do patrimônio cultural;
dos órgãos estaduais e federais; VII - o inventário, classificação e cadastra-
XII - a realização de estudos por bacias hi- mento do patrimônio cultural e paisagístico do
drográficas, para determinação de taxa de imper- município, sua atualização permanente e integra-
meabilização do solo, a fim de subsidiar a elabora- ção ao banco de dados ambientais;
ção do plano de macrodrenagem e da legislação VIII - a revisão dos Projetos de Alinhamento
urbanística; em vigor para os logradouros incluídos em Áreas
XIII - o mapeamento das áreas de risco vin- de Proteção do Ambiente Cultural que estejam em
culadas à instabilidade das encostas. desacordo com seus critérios de preservação;
Parágrafo único. Diretamente ou em coope- IX - a reavaliação das autorizações para ins-
ração com a União e o Estado, o Município promo- talação de mobiliário urbano, de vinculação publi-
verá obras de drenagem, regularização e canaliza- citária, anúncios indicativos, artefatos e pequenos
ção de cursos d’água, conferindo prioridade aos equipamentos de uso público;
rios que interferem nas condições de vida de áreas X - o controle e fiscalização das obras, insta-
densamente povoadas, e especialmente aos se- lações e atividades que incidam sobre os bens

89
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
tombados e suas áreas de entorno e nas Áreas de reconstrução, no caso de demolição não licenciada
Proteção do Ambiente Cultural; ou sinistro de bem tombado ou preservado, com a
XI - a integração das ações de proteção, con- manutenção de suas características originais;
servação e revitalização do patrimônio cultural IV - a cassação de alvará de localização de
entre órgãos e entidades municipais, estaduais e atividade econômica em funcionamento em bem
federais e a comunidade. tombado ou preservado no qual tenha sido execu-
Art. 131. Na criação de uma Área de Proteção tada qualquer tipo de obra sem licença ou em
do Ambiente Cultural serão relacionados os bens situação que comprometa a integridade do imóvel.
preservados e os bens tutelados e definidos seus Art. 134. Os acréscimos realizados em bens
critérios de preservação. tombados e preservados, desde que condicionados
§ 1.° Para controle e acompanhamento dos à legislação de proteção e à legislação de uso do
critérios de preservação, a declaração de Área de solo previstas para a área, poderão ser isentados
Proteção do Ambiente Cultural poderá conter a do pagamento do solo criado.
criação de escritório técnico em função da nature- Art. 135. VETADO.
za e do grau de complexidade da área protegida.
§ 2.° Entende-se por bem preservado aquele Subseção V
que, situado em Área de Proteção do Ambiente
Cultural, deverá manter as características que Do programa de educação ambiental e de defesa
tenham sido identificadas como de importância do meio ambiente
para a ambiência e identidade cultural da Área,
segundo critérios estabelecidos pelo órgão de tute- Art. 136. O programa de educação ambiental
la. e defesa do meio ambiente dará ênfase aos aspec-
§ 3.° Considera-se bem cultural passível de tos locais de conservação da natureza e de recu-
preservação aquele que atenda alguma das se- peração do ambiente urbano, considerados em
guintes exigências: conjunto e compreenderá:
I - seja parte de um conjunto de bens de va- I - a promoção de campanhas educativas de
lor cultural na área na qual está inserido; conscientização ambiental;
II - apresente características morfológicas tí- II - o acompanhamento sistemático de proje-
picas e recorrentes na área na qual está inserido; tos-piloto de educação ambiental;
III - constitua-se em testemunho das várias III - o estabelecimento de convênios de coo-
etapas da evolução urbana da área na qual está peração técnica para o desenvolvimento de proje-
inserido; tos de educação ambiental;
IV - possua inequívoco valor afetivo coletivo IV - a utilização de equipamentos urbanos e
ou se constitua em marco na história da comuni- dos serviços públicos relativos à limpeza urbana;
dade. V - o incentivo à criação, nos parques ecológi-
§ 4.° Entende-se por bem tutelado aquele cos, de trilhas ecológicas onde professores, estu-
que, situado em Área de Proteção do Ambiente diosos e o público em geral deverão ser orientados
Cultural, integra a ambiência do bem ou conjunto sobre as principais espécies vegetais e animais do
preservado, podendo ser modificado ou demolido, Município e do Estado.
ficando a nova edificação sujeita a restrições para
evitar a descaracterização do conjunto preservado, Seção V
a critério do órgão de tutela.
Art. 132. As demolições, construções e Disposições especiais
quaisquer obras a serem efetuadas nas áreas de
entorno de bens tombados e nos limites das Áreas Art. 137. Somente será concedida licença pa-
de Proteção do Ambiente Cultural deverão ser ra estabelecimento comercial ou industrial que
previamente aprovadas pelos órgãos e entidades possua cozinha se dispuser de equipamento para
municipais, estaduais e federais de tutela. exaustão com características antipoluentes e que
Art. 133. O órgão responsável pela proteção oponha barreira preventiva contra a propagação
de bem preservado ou tutelado poderá determi- do fogo.
nar: Parágrafo único. O equipamento para exaustão
I - a realização de obras de recuperação de deverá ter aprovação da Fundação Estadual de
bens em mau estado de conservação, através de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA) e do Corpo
intimação ao proprietário; de Bombeiros.
II - o embargo de demolições e obras de res-
tauração, reforma ou acréscimo, realizados sem
prévia autorização;
III - o estabelecimento da obrigatoriedade de

90
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
CAPÍTULO II mas e projetos pertinentes, bem assim para a
proposição de normas, com a participação do Con-
Da política habitacional selho Municipal de Política Urbana.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não
Seção I exclui a participação das comunidades interessa-
das na forma que a lei fixar.
Dos objetivos
Seção III
Art. 138. A política habitacional do município
visa assegurar o direito social de moradia e reduzir Dos instrumentos
o déficit habitacional, pela realização dos seguintes
objetivos: Art. 140. São instrumentos básicos para a
I - utilização racional do espaço através do realização da política habitacional, além de outros
controle institucional do solo urbano, reprimindo a previstos na legislação federal, estadual e munici-
ação especulativa sobre a terra e simplificando as pal:
exigências urbanísticas para garantir à população I - a declaração e a delimitação de Áreas de
o acesso à moradia com infra-estrutura sanitária, Especial Interesse Social, de acordo com o dispos-
transporte e equipamentos de educação, saúde e to nos artigos 107, II, e 138;
lazer; II - o solo criado, referido nos artigos 23 a
II - relocalização prioritária das populações 27;
assentadas em áreas de risco, com sua recupera- III - o Imposto Sobre a Propriedade Predial e
ção e utilização imediata e adequada; Territorial Urbana progressivo no tempo, conforme
III - urbanização e regularização fundiária de o disposto nesta lei complementar;
favelas e de loteamentos de baixa renda; IV - a concessão de direito real de uso resolú-
IV - implantação de lotes urbanizados e de vel;
moradias populares; V - a usucapião;
V - geração de recursos para o financiamento VI - a intervenção ativa no mercado de terras
dos programas definidos no artigo 146, dirigidos à pela obtenção do domínio, da propriedade e da
redução do déficit habitacional e à melhoria da posse pública de amplas áreas de terra de topo-
infra-estrutura urbana. com prioridade para a po- grafia e localização adequadas;
pulação de baixa renda; VII - o incentivo ao desenvolvimento de coo-
VI - incentivo à participação da iniciativa pri- perativas habitacionais e mutirões autogestioná-
vada no desenvolvimento dos programas habita- rios de iniciativa de comunidades de baixa renda.
cionais destinados à população de baixa renda.
§ 1.° Os objetivos definidos neste artigo serão Subseção única
atendidos nos programas específicos e na legisla-
ção urbanística, tributária e orçamentária. Das Áreas de Especial Interesse Social
§ 2.° No caso de necessidade de remaneja-
mento de edificações previsto no inciso II deste Art. 141. Lei de iniciativa do Poder Executivo
artigo, serão adotadas, em ordem de preferência, delimitará como Área de Especial Interesse Social
as seguintes medidas: os imóveis públicos ou privados necessários à im-
I - reassentamento em terrenos na própria plantação de programas habitacionais e os ocupa-
área; dos por favelas, por loteamentos irregulares e por
II - reassentamento em locais próximos; conjuntos habitacionais de baixa renda, conforme
III - reassentamento em locais dotados de in- previsto no artigo 107.
fra-estrutura sanitária e transporte coletivo; § 1.° A declaração de especial interesse social
IV - inserção em outros programas que con- é condição para a inclusão de determinada área
templem a solução da questão habitacional. nos programas previstos no artigo 146.
§ 2.° A lei estabelecerá padrões especiais de
Seção II urbanização, parcelamento da terra e uso e ocu-
pação do solo nas áreas declaradas de especial
Das diretrizes interesse social.
Art. 142. Não serão declaradas como Áreas
Art. 139. A política habitacional será coorde- de Especial Interesse Social as ocupadas por as-
nada pelo órgão responsável pelo planejamento sentamentos situados em áreas de risco, nas fai-
urbano do município e implicará centralização do xas marginais de proteção de águas superficiais e
planejamento, do controle e do acompanhamento nas faixas de domínio de estradas estaduais, fede-
das ações definidas para a execução dos progra- rais e municipais.

91
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
Parágrafo único. As ocupações irregulares § 2.° O Poder Executivo regulamentará os
citadas no "caput" existentes antes da publicação programas definidos no "caput".
desta Lei Complementar não serão declaradas § 3.° Lei específica, na forma da Constituição
Áreas de Especial Interesse Social, ficando con- da República, estabelecerá isenção do imposto de
templadas no programa de lotes urbanizados e transmissão de bens imóveis para alienação de
moradias populares. imóveis necessários à execução dos programas
Art. 143. Os bens públicos dominicais do Mu- referidos neste artigo.
nicípio e as unidades de conservação ambiental § 4.° Quando o Município promover a regula-
somente poderão ser declaradas e delimitadas rização fundiária e a urbanização com recursos
como Áreas de Especial Interesse Social nos casos próprios será utilizada a concessão de direito real
de ocupação anterior à data da publicação desta de uso resolúvel.
Lei Complementar, respeitados os limites da ocu- § 5.° O Poder Executivo discriminará nos or-
pação nessa data, consoante cadastro a ser divul- çamentos anual e plurianual as metas a serem
gado pelo Poder Executivo. atingidas pelos programas dispostos neste artigo.
Parágrafo único. A declaração de especial
interesse social e o estabelecimento de padrões Subseção I
urbanísticos especiais para áreas situadas em uni-
dades de conservação ambiental e em áreas frá- Do programa de urbanização e regularização fun-
geis de baixadas e de encostas obedecerão aos diária das favelas
parâmetros ambientais definidos em lei.
Art. 144. Os proprietários, as cooperativas Art. 147. Para fins de aplicação do Plano Di-
habitacionais ou outras entidades associativas retor Decenal, favela é a área predominantemente
poderão solicitar a declaração de especial interes- habitacional, caracterizada por ocupação da terra
se social para a regularização de áreas ocupadas e por população de baixa renda, precariedade da
a realização de obra de urbanização em consórcio infra-estrutura urbana e de serviços públicos, vias
com o Município, na forma dos artigos 164 a 167. estreitas e de alinhamento irregular, lote de forma
Parágrafo único. A declaração prevista neste e tamanho irregulares e construções não licencia-
artigo deverá ser precedida de parecer do Conse- das, em desconformidade com os padrões legais.
lho Municipal de Política Urbana. Art. 148. A urbanização e a regularização ur-
Art. 145. Para as áreas declaradas de especial banística e fundiária serão realizadas mediante
interesse social, necessárias à implantação de intervenções graduais e progressivas em cada
projetos habitacionais de baixa renda, o Poder favela, para maximizar a aplicação dos recursos
Executivo poderá, na forma da lei: públicos e disseminar os benefícios entre o maior
I - exigir a edificação ou o parcelamento com- número de habitantes.
pulsório, ou ambos; Art. 149. As favelas integrarão o processo de
II - impor o Imposto Sobre a Propriedade planejamento da Cidade, constando nos mapas
Predial e Territorial Urbana progressivo no tempo; cadastros, planos, projetos e legislação relativos
III - desapropriar, mediante pagamento com ao controle do uso e ocupação do solo e da pro-
títulos da dívida pública. gramação de atividades de manutenção dos servi-
ços e conservação dos equipamentos públicos
Seção IV nelas instalados.
Art. 150. O programa garantirá a permanên-
Dos programas cia dos moradores na favela beneficiada, pela im-
posição de restrições ao uso e ocupação do solo e
Art. 146. São programas prioritários da polí- de outros instrumentos adequados.
tica habitacional do Município: Art. 151. A determinação do grau de priori-
I - programa de urbanização e regularização dade da favela para efeito de sua integração ao
fundiária de favelas; programa considerará os seguintes critérios:
II - programa de urbanização e regularização I - participação da comunidade no programa;
fundiária de loteamentos de baixa renda; II - viabilidade técnica considerada a relação
III - programa de lotes urbanizados; custo-benefício social, das intervenções do Poder
IV - programa de construção de habitações Público;
para a população de baixa renda. III - existência de áreas de risco;
§ 1.° Os programas poderão prever financia- IV - proximidade de unidade de conservação
mento para aquisição de materiais de construção e ambiental.
assistência técnica a cooperativas habitacionais ou Art. 152. As ações previstas nesta seção se-
mutirões nos assentamentos de baixa renda, para rão orientadas pelo estudo da situação fundiária e
construção ou melhoria das habitações. pela elaboração de projeto urbanístico, que obser-

92
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
vará estas diretrizes: de a regularização fundiária referida neste artigo
I - integração da favela ao bairro e ao aglo- ser realizada na forma nele prevista, o município
merado de favelas onde está situada; poderá promover a desapropriação ou a aquisição
II - preservação da tipicidade da ocupação lo- direta da área para os fins indicados no "caput".
cal; Art. 154. A regularização fundiária será pro-
III - previsão da implantação progressiva e movida sob a forma de alienação ou de concessão
gradual da infra-estrutura, com a definição das do direito real de uso resolúvel em lotes individuais,
obras a serem executadas em cada etapa, de mo- condomínio de unidades autônomas ou outras
do a manter a complementaridade entre elas e os formas convenientes de acordo com a definição do
procedimentos de regularização urbanística a se- projeto urbanístico.
rem adotados. Parágrafo único. A concessão de direito real
§ 1.° A regularização urbanística compreen- de uso resolúvel será concedida ao homem ou à
derá: mulher, ou a ambos, independentemente do esta-
I - a aprovação de Projetos de Alinhamento do civil, e não será outorgada ao mesmo benefi-
(PA); ciário mais de uma vez.
II - a edição de legislação específica de uso e Art. 155. O município definirá os procedimen-
ocupação do solo; tos administrativos e os parâmetros de uso e ocu-
III - o reconhecimento dos logradouros; pação do solo relativos à regularização fundiária
IV - a implantação de sistema de fiscalização, promovida por terceiros, de modo a facilitar a
acompanhado de programa de esclarecimento e aquisição da terra por seus ocupantes.
conscientização sobre suas finalidades e vanta-
gens; Subseção II
V - a elaboração do cadastro de lotes e edifi-
cações para regularização fundiária ou lançamento Do programa de urbanização e regularização fun-
no cadastro imobiliário do município, ou para am- diária de loteamentos de baixa renda
bos;
VI - a edição de legislação de parcelamento Art. 156. Parcelamentos irregulares são os lo-
da terra. teamentos e desmembramentos executados em
§ 2.° A urbanização será executada, com ba- discordância com as normas federais, estaduais e
se no projeto urbanístico, através de implantação municipais que regulam a matéria.
prioritária de abastecimento de água, esgotamento Parágrafo único. O loteamento cujo promo-
sanitário, remoção dos resíduos sólidos e elimina- tor não seja o proprietário do terreno será inte-
ção dos fatores de risco. grado ao programa de urbanização e regularização
§ 3.° Complementarão a urbanização o tra- fundiária de favelas, sem prejuízo da propositura
tamento das vias, a execução da drenagem pluvial das medidas judiciais cabíveis.
e da iluminação pública, a implantação dos proje- Art. 157. O acompanhamento permanente do
tos de alinhamento e o reflorestamento, quando programa de urbanização e regularização fundiária
couber. dos loteamentos de baixa renda será coordenado
§ 4.° Os equipamentos urbanos complemen- por núcleo de regularização, grupo de trabalho de
tares relativos a saúde, educação, lazer e outros caráter permanente com representantes das co-
serão implantados obedecida a escala urbana da munidades envolvidas, mantido pelo Poder Execu-
área e sua localização. tivo, com as atribuições e composição fixadas em
§ 5.° Os projetos de urbanização de favelas regimento interno.
contemplarão, quando possível tecnicamente, so- Art. 158. A determinação do grau de priori-
luções que eliminem os fatores de risco para os dade da área, observada a situação fundiária, para
moradores. efeito de sua integração ao programa, obedecerá
§ 6.° Serão instalados escritórios técnicos lo- aos seguintes critérios:
cais para conduzir a execução do programa, fazer I - participação da comunidade no programa;
cumprir a legislação urbanística e prestar assistên- II - quantitativo da população a ser beneficia-
cia técnica e social aos moradores. da;
Art. 153. A regularização fundiária e a titula- III - o número porcentual de ocupação dos
ção das áreas faveladas, dependendo da situação lotes;
da propriedade da terra, poderão ser promovidas IV - o custo global das obras;
diretamente pelo Poder Público, pelo proprietário V - a viabilidade técnica, considerada a rela-
ou pelos ocupantes, inclusive através do instituto ção custo-benefício social, das intervenções do
da usucapião, hipótese em que o município presta- Poder Público;
rá assistência técnica aos interessados. VI - o grau de deficiência da infra-estrutura
Parágrafo único. Constatada a impossibilidade instalada;

93
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
VII - a existência de áreas de risco; pio de fração da área urbanizada para população
VIII - a proximidade de unidades de conser- de baixa renda.
vação ambiental; Parágrafo único. O valor da fração da área
IX - o tempo de existência da comunidade e urbanizada que permanecerá no domínio do pro-
de seu abandono pelo Poder Público. prietário equivalerá ao valor de toda a gleba, antes
Art. 159. Na execução do programa, a inter- da implantação da infra-estrutura, excluídas as
venção do município será precedida da notificação áreas de destinação pública obrigatória.
ao loteador para promover a regularização. Art. 165. O procedimento administrativo ins-
taurado para a celebração do consórcio será ins-
Subseção III truído, entre outras, com as seguintes informa-
ções:
Do programa de lotes urbanizados e de moradias I - valor da gleba, atribuído por órgão avalia-
populares dor do município;
II - memória descritiva do projeto de urbani-
Art. 160. São objetivos do programa: zação ou de edificação, ou de ambos, com as res-
I - promover o reassentamento das popula- pectivas plantas;
ções de baixa renda, localizadas nas áreas citadas III - prazo de execução das obras, com cro-
no artigo 142; nograma;
II - implantar lotes urbanizados e moradias IV - indicação da área urbanizada que perma-
para população de baixa renda. necerá com o proprietário da terra com a definição
Art. 161. O programa de lotes urbanizados e de sua metragem, localização e valor.
de moradias populares observará o padrão urba- Art. 166. As obras de urbanização ou de edi-
nístico e de infra-estrutura definidos para lotea- ficação, ou de ambos, em terrenos de propriedade
mentos de interesse social em legislação própria, de cooperativas, associações de moradores ou
dando prioridade à produção de lotes urbanizados entidades afins sem fim lucrativo poderão ser rea-
em projetos de pequeno e médio porte. lizadas através do regime de consórcio, regulado
Art. 162. O programa será desenvolvido na nesta seção, ou pelo município, direta ou indire-
macrozona urbana e na macrozona de expansão tamente, com o reembolso do seu custo, mediante
urbana. garantia real ou pessoal.
Parágrafo único. Em casos especiais, especi- Art. 167. Para viabilizar a execução de proje-
ficados e detalhados em lei e ouvido o Conselho tos habitacionais para a população de baixa renda,
Municipal de Política Urbana, o programa poderá o município poderá reduzir e adotar padrões diferenci-
ser executado fora dessas macrozonas, desde que ados de exigências urbanísticas e de infra-estrutura,
em locais providos de saneamento básico e de mediante requerimento do empreendedor ou pro-
transportes coletivos e situados fora dos limites de prietário e ouvido o Conselho Municipal de Política
unidades de conservação ambiental e de zonas Urbana, desde que:
agrícolas. I - a redução proposta seja admitida em lei;
Art. 163. Na promoção de reassentamento de II - não seja afetada a oferta de saneamento
populações de baixa renda, o lote urbanizado será básico para a comunidade a ser atendida;
provido de embrião de unidade habitacional, o III - sejam asseguradas as condições de se-
qual, obrigatoriamente, deverá dispor de área útil gurança, higiene e habitabilidade do conjunto do
edificável correspondente a trinta metros quadra- empreendimento e de suas habitações.
dos, no mínimo. § 1.º Os padrões diferenciados de exigências
Parágrafo único. O embrião mencionado no urbanísticas e de infra-estrutura serão regulamen-
"caput" deverá estar de acordo com as normas tados em lei.
técnicas capazes de garantir sua ampliação dentro § 2.º No ato da aprovação do projeto, serão
de padrões de segurança. exigidos o cronograma de execução das obras e o
Art. 164. Os proprietários interessados em plano de comercialização dos lotes ou moradias,
participar do programa poderão requerer ao Poder que garantirão a destinação dos produtos finais à
Executivo o estabelecimento de consórcio para a população de baixa renda.
execução, em suas propriedades, de projetos de § 3.º O descumprimento das obrigações pelo
urbanização ou de edificação de interesse social ou proprietário implicará sua exclusão do programa e
de ambos, ouvido o Conselho Municipal de Política a caducidade da licença, e o obrigará a cumprir as
Urbana e observados os seguintes requisitos: exigências prescritas pela legislação urbanística
I - elaboração do plano e execução das obras vigente, sem prejuízo da aplicação das penalida-
de urbanização ou de construção de moradias, des cabíveis.
pelo município;
II - transferência pelo proprietário ao municí-

94
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
CAPÍTULO III VI - estabelecimento de política tarifária para
os transportes públicos de passageiros, pela consi-
Da política de transportes deração do deslocamento e não da viagem;
VII - investimento e participação, mediante
Art. 168. A política municipal de transportes
convênio, no controle, ordenamento e gerência
visa a facilitar o transporte de pessoas e bens no
dos transportes de alta capacidade de responsabi-
município, tendo como base os seguintes princí-
lidade do Estado ou da União que operem no terri-
pios:
tório do Município;
I - no espaço viário o transporte coletivo terá
VIII - estabelecimento de horários especiais
prioridade em relação ao transporte individual;
de tráfego de veículos de transporte de cargas nas
II - no estabelecimento da política tarifária de
vias de circulação intensa de veículos e especial-
cada modo de transporte e integração física e tari-
mente na Avenida Brasil;
fária entre os diferentes modos de transporte pú-
IX - criação da Companhia Municipal de
blico deverá ser atendido o deslocamento total do
Transportes Urbanos.
cidadão e não um conjunto de viagens tratadas
Art. 170. VETADO.
isoladamente, independentemente de a gestão ser
municipal, estadual ou federal; Seção I
III - estará assegurada a participação da co-
munidade e dos usuários no planejamento e na Das diretrizes
fiscalização dos órgãos gerenciadores e operado-
res de transporte; Art. 171. Os planos-programas, normas e
IV - a necessidade de aperfeiçoamento nos projetos da política de transporte do município
transportes levará em consideração, prioritaria- observarão as seguintes diretrizes:
mente, a proteção individual dos cidadãos e a pro- I - quanto aos transportes públicos de passa-
teção do meio ambiente. geiros:
Art. 169. A política de transportes do municí- a) prioridade para o transporte público de alta
pio dará prioridade absoluta ao transporte público capacidade, com a garantia de tarifa compatível
de passageiros de alta capacidade, na realização com o poder aquisitivo dos seus usuários;
dos seguintes objetivos: b) participação da iniciativa privada, sob a for-
I - promoção da melhoria dos sistemas viá- ma de investimento, na implantação da superestru-
rios, de circulação de veículos e de pedestres, de tura e operação do sistema, nos termos que a lei
transporte de passageiros e de cargas, pela racio- fixar;
nalização do sistema de transporte rodoviário de c) racionalização do sistema de transporte ro-
passageiros e da descentralização das atividades doviário, para melhoria da qualidade dos desloca-
geradoras de tráfego, em harmonia com a prote- mentos, com a implantação de faixas, pistas e
ção do meio ambiente, para assegurar os padrões corredores exclusivos e o estabelecimento de for-
de qualidade dignos de seus usuários; mas de gerenciamento e controle da operação;
II - estabelecimento de planejamento e de d) estabelecimento de programa de informa-
operação de transportes de forma integrada aos ção do controle operacional do transporte por ôni-
sistemas federal e estadual; bus, para sua dinamização, acompanhamento e
III - democratização do sistema viário, com monitoramento de prestação do serviço, do seu
prioridade do seu uso para o transporte público custo e ressarcimento;
coletivo rodoviário sobre o transporte individual, e) obrigatoriedade de adaptação dos padrões
combinada com medidas restritivas ao estabeleci- técnicos dos veículos para adequação quanto ao
mento nos centros de comércio e serviços e inte- acesso à circulação de deficientes físico-motores,
gração de ambos através da implantação de áreas idosos, gestantes e pessoas obesas;
de estacionamento próximas aos terminais de f) melhoria da qualidade da prestação dos
transporte público de passageiros situados fora da serviços de transportes de passageiros por ônibus
área central da cidade; e revisão da sistemática de permissão e concessão
IV - integração do sistema de transporte de visando à sua racionalização, evitando a sobrepo-
cargas rodoviárias aos terminais de cargas de sição a outras modalidades de transportes;
grande porte e sua compatibilização com os pro- II - quanto aos sistemas viário e de circula-
gramas de desenvolvimento aeroportuário, portuá- ção:
rio e ferroviário, com racionalização das atividades a) planejamento e execução do sistema viário
de carga e descarga na cidade; segundo critérios de segurança e conforto da po-
V - melhoria da qualidade do tráfego, com ên- pulação e da defesa do meio ambiente, obedecidas
fase na fiscalização, operação, policiamento, edu- as diretrizes de uso e ocupação do solo;
cação e engenharia de tráfego; b) implantação de passagem para pedestres,
através de passarelas, passagens subterrâneas,
95
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
sinais luminosos ou sonorizadores em frente a I - viário;
supermercados, centros comerciais e principais II - de circulação;
condomínios na Avenida das Américas; III - de transporte público de passageiros;
c) restrição ao estacionamento de veículos IV - de transportes de cargas;
nos centros de comércio e serviços, com sua im- V - cicloviários.
plantação e consolidação nas periferias dos referi- § 1.° O subsistema viário compreende a ma-
dos centros, integrados ao sistema de transporte lha viária física de uso público, a qual se divide
de passageiros, e liberação da superfície para ou- em:
tros aproveitamentos, pela construção de gara- I - vias principais ou arteriais;
gens subterrâneas, quando possível; II - vias coletoras;
d) planejamento e operação da rede viária III - vias locais;
municipal de acordo com o Plano Municipal Inte- IV - vias especiais;
grado de Transportes, com o estabelecimento da V - vias exclusivas para:
hierarquização das vias para sua utilização priori- a) ônibus;
tária pelo transporte público de passageiros, atra- b) bicicletas;
vés de vias e faixas exclusivas; c) pedestres.
e) criação de sistema de comunicação visual § 2.° O subsistema de circulação compreende
de informação, orientação e sinalização nas vias, as funções das vias, seus equipamentos e sua
que atenda às necessidades do sistema viário, sinalização, que pode ser:
através da sinalização gráfica vertical e horizontal I - gráfica:
e semafórica, considerando também o interesse a) horizontal;
turístico; b) vertical;
f) redução das interferências da sinalização II - semafórica.
gráfica vertical e do mobiliário urbano nos espaços § 3.° O subsistema de transporte público de
destinados à circulação de pedestres, garantindo passageiros compreende:
seu deslocamento; I - as linhas;
g) desenvolver um programa cicloviário muni- II - os veículos e os equipamentos;
cipal que permita a utilização segura de bicicleta III - as ligações complementares;
como veículo de transporte, através da implanta- IV - as unidades de conexão modal e inter-
ção de sistemas cicloviários, compreendendo ciclo- modal constituída por:
vias, ciclofaixas, bicicletários, sinalização adequa- a) terminais;
da e elaboração de normas, regras e campanhas b) estações;
educativas para sua correta utilização; c) pontos de embarque e desembarque;
III - quanto à proteção do meio ambiente; d) estacionamentos integrados.
a) estímulo a substituição dos veículos polu- § 4.° O subsistema de transporte de cargas
entes, com a adoção preferencial de veículos leves compreende:
sobre trilhos, trolebus, ônibus e táxis movidos a I - as rotas;
gás natural; II - os veículos;
b) estímulo à implantação e distribuição de III - os pontos de carga e descarga;
gás natural nos postos de abastecimento; IV - os terminais:
c) estímulo à adaptação dos veículos de a) públicos;
transporte coletivo, de cargas e particulares a b) privados.
padrões de operação que reduzam as emissões de § 5.° A subdivisão constante deste artigo não
gases poluentes, resíduos ou suspensão e poluição considera a modalidade do transporte.
sonora;
d) ação efetiva do Poder Público de controle, Seção III
monitoramento e fiscalização, diretamente ou em
conjunto com órgãos da esfera estadual ou fede- Das atividades geradoras de tráfego
ral, dos índices de poluição atmosférica e sonora
nas principais vias de circulação do Município, vi- Art. 173. As atividades geradoras de tráfego
sando a torná-los compatíveis com os níveis tole- serão analisadas e monitoradas quanto aos impac-
rados pela legislação. tos sobre o sistema viário.
§ 1.° Os projetos que impliquem a implanta-
Seção II ção ou expansão de atividades geradoras de tráfe-
go serão acompanhados de estudos de avaliação
Do sistema operacional de transportes
dos seus impactos a serem submetidos ao órgão
Art. 172. O sistema municipal de transportes municipal de transportes e ao Conselho Municipal
é constituído pelos subsistemas: de Meio Ambiente, observado o disposto nos arti-

96
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
gos 403, 405, 408 e 416 da Lei Orgânica do Muni- caráter local.
cípio. Art. 175. O Plano Municipal Integrado de
Transportes será elaborado com a colaboração dos
[Lei Orgânica do Município do Rio de Ja- órgãos competentes do Estado, da União e do
neiro: Conselho Municipal de Transportes e contemplará
todas as modalidades de transporte urbano e solu-
"Art. 403. O órgão responsável pelo ções de curto, médio e longo prazo, observado o
planejamento, operação e execução do con- disposto nos artigos 403, 408 e 416 da Lei Orgâni-
trole do trânsito consultará as entidades re- ca do Município.
presentativas da comunidade local, sempre
que houver alteração significativa do trânsi- [Lei Orgânica do Município do Rio de Ja-
to na sua região. neiro:
Art. 405. O trânsito em cada bairro de-
verá ser estabelecido levando-se em conta "Art. 403. O órgão responsável pelo
as características locais e o plano diretor. planejamento, operação e execução do con-
Art. 408. O licenciamento de obras ou trole do trânsito consultará as entidades re-
de funcionamento depende de parecer pré- presentativas da comunidade local, sempre
vio sobre o impacto no volume e no fluxo de que houver alteração significativa do trânsi-
tráfego, nas áreas do entorno. to na sua região.
Art. 416. Toda e qualquer obra relaciona- Art. 408. O licenciamento de obras ou
da com a União ou estado, vinculada a ativi- de funcionamento depende de parecer pré-
dade de transporte, alteração de itinerário vio sobre o impacto no volume e no fluxo de
de transportes coletivos intermunicipais e tráfego, nas áreas do entorno.
interestaduais na malha viária do município, Art.416. Toda e qualquer obra relacio-
e a localização de terminais rodoviários, in- nada com a União ou estado, vinculada a
cluídos os relativos ao transporte intermuni- atividade de transporte, alteração de itinerá-
cipal de passageiros, estarão condicionadas rio de transportes coletivos intermunicipais e
às diretrizes e critérios do plano diretor e interestaduais na malha viária do município,
dependerão de prévia autorização do Poder e a localização de terminais rodoviários, in-
Executivo. cluídos os relativos ao transporte intermuni-
§ 1.º Os terminais de que trata este cipal de passageiros, estarão condicionadas
artigo serão equipados de forma a propiciar às diretrizes e critérios do plano diretor e
conforto, proteção e segurança aos usuários dependerão de prévia autorização do Poder
de transporte coletivo e incluirão, sanitá- Executivo.
rios e instalações para o comércio de gêne- § 1.º Os terminais de que trata este ar-
ros alimentícios. tigo serão equipados de forma a propiciar
§ 2.º Nos terminais serão afixados os conforto, proteção e segurança aos usuários
horários e itinerários."] de transporte coletivo e incluirão sanitários
e instalações para o comércio de gêneros
§ 2.° As atividades geradoras de tráfego exis- alimentícios.
tentes serão analisadas pelos órgãos municipais de § 2.º Nos terminais serão afixados os
transportes e de urbanismo, para adequação do horários e itinerários."]
seu funcionamento e das edificações que as abri-
gam às condições de fluidez e segurança da via, Art. 176. O Plano Municipal Integrado de
de acordo com estudo de avaliação dos impactos Transportes disporá de uma base de informações
produzidos no tráfego local. sobre transportes, definirá a rede estrutural de
transporte e a rede estrutural do sistema viário,
Seção IV compreendendo os seguintes planos setoriais:
I - plano de circulação viária;
Do plano municipal integrado de transportes II - plano de terminais de transportes de pas-
sageiros;
Subseção I III - plano de estacionamento de veículos;
IV - plano cicloviário;
Do alcance e das formas V - plano de passagens protegidas e vias de
pedestres;
Art. 174. O Poder Executivo elaborará Plano VI - plano de transportes de carga e de ter-
Municipal Integrado de Transportes, de caráter minais multimodais;
geral e Planos de Circulação e Sistema Viário, de VII - plano de ação para situações de emer-

97
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
gência; II - tipos de veículos;
VIII - plano de ação de eventos especiais. III - horários de circulação;
Parágrafo único. A base de informações de IV - localização dos pontos de carga e descar-
transportes será constituída pelo conjunto dos ga e dos terminais públicos e privados, inclusive
estudos, pesquisas e dados necessários à atualiza- para lixo urbano e cargas perigosas, compatíveis
ção permanente do Plano, padronizados para a com os sistemas viário e de circulação.
Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Art. 181. Os planos locais de circulação e sis-
Art. 177. A definição da rede estrutural de tema viário serão desenvolvidos para cada Unida-
transportes contemplará a operação integrada de Espacial de Planejamento e elaborados em con-
físico-operacional e tarifária das modalidades de junto com Projetos de Estruturação Urbana e
transportes. contemplarão:
§ 1.° A base da rede estrutural de transportes I - a revisão dos projetos de alinhamento das
compreende o conjunto de ligações, relacionadas vias;
no anexo VIII, por onde se realiza a movimenta- II - a solução de pontos críticos de tráfego;
ção de passageiros por meio de transportes públi- III - a revisão do mobiliário urbano;
cos em suas diferentes modalidades, e está defini- IV - a regulamentação do uso dos passeios;
da no anexo VII desta Lei Complementar. V - as funções e operações das vias;
§ 2.° A rede estrutural de transportes a ser VI - os equipamentos de trânsito;
desenvolvida orientará os estudos e projetos, para VII - a comunicação visual e a sinalização.
implantação gradual e progressiva de obras ou
operações sobre o território municipal pelos órgãos Seção V
das esferas municipal, estadual ou federal.
§ 3.° A rede estrutural de transportes será Dos instrumentos
hierarquizada da seguinte forma:
I - arterial primária, para as ligações de maior Art. 182. O instrumento básico para a execu-
capacidade; ção da política de transportes é o Fundo Municipal
II - arterial secundária, para as ligações em de Transportes, sem prejuízo da aplicação de ou-
faixas ou pistas exclusivas, integradas e terminais- tros instrumentos previstos na legislação federal,
tronco alimentadores, efetuadas por ônibus de estadual e municipal.
grande capacidade; § 1.° O Fundo financiará projetos de implan-
III - grande coleta, para ligações cujas carac- tação, operação e melhoria dos sistemas viário, de
terísticas viárias, de investimentos prioritários ou circulação, de transporte público de passageiros e
de situações em áreas de adensamento habitacio- de transporte de cargas.
nal sejam fundamentais para a conexão da rede. § 2.° O Fundo ficará vinculado ao órgão mu-
Art. 178. A definição da rede estrutural viária nicipal encarregado da formulação e execução da
contemplará: política de transportes.
I - a hierarquização das vias; Art. 183. Constituirão receitas do Fundo Mu-
II - os projetos de alinhamento para as vias nicipal de Transportes, além das previstas no arti-
principais; go 21, os recursos obtidos:
III - as prioridades das soluções de drena- I - na exploração de publicidade nos bens e
gem; equipamentos ligados ao sistema de transportes;
IV - a criação de faixas e vias exclusivas para II - nas operações interligadas.
transporte público; Parágrafo único. Nas operações interligadas,
V - a garantia de espaços destinados a pedes- poderá ser dispensada, na forma da lei, a obriga-
tres, através da regulamentação do uso dos pas- toriedade de garagens nas Zonas da Cidade de
seios; restrição ao transporte individual, como contrapar-
VI - a criação de ciclovias e ciclofaixas em to- tida da contribuição, ou de investimento em obras
das as áreas de planejamento urbano da Cidade. de infra-estrutura urbana.
Art. 179. O plano de circulação viária relativo
ao sistema viário estrutural da Cidade contempla- Seção VI
rá:
I - as funções e operações das vias; Dos programas
II - os equipamentos de trânsito;
III - a comunicação visual e a sinalização grá- Art. 184. A Secretaria Municipal de Transpor-
fica horizontal e vertical e semafórica. tes, com a consultoria e o assessoramento do
Art. 180. O plano de transporte de cargas e Conselho Municipal de Transportes será responsá-
de terminais multimodais definirá: vel pela elaboração e acompanhamento dos se-
I - rotas; guintes programas:

98
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
I - programa de política tarifária para o trans- observadas as seguintes diretrizes:
porte público de passageiros; I - reavaliação da delimitação dos territórios
II - programa de municipalização de rodovias; dos Distritos de Educação e Cultura, da Secretaria
III - programa de regulamentação da presta- Municipal de Educação, para fazê-los coincidir com
ção de serviços de transportes; os limites das Regiões Administrativas;
IV - programa de incentivo à utilização de gás II - elaboração de política para atendimento
natural; educacional de crianças de zero a seis anos, com
V - programa de incentivo à implantação de prioridade para a população de baixa renda e por-
transporte de passageiros de alta capacidade; tadora de deficiência;
VI - programa de segurança de trânsito; III - realização periódica de censo escolar das
VII - programa de capacitação dos órgãos de crianças de até quatorze anos, das portadoras de
gerência. deficiência, para definição do programa de educa-
Art. 185. O programa de municipalização de ção especial, e das crianças que não tiverem aces-
rodovias terá por finalidade o desenvolvimento de so à escola na idade própria;
estudo de viabilidade para apresentação ao Estado IV - garantia de uma escola pública de quali-
e à União de proposta de municipalização de suas dade, através do planejamento eficaz da rede pú-
rodovias situadas no território do Município. blica, levando-se em conta a demanda real, espa-
Art. 186. O programa de regulamentação da ço físico adequado à prática educacional e às
prestação de serviços de transportes das empre- ações preventivas de saúde do educando e a ex-
sas concessionárias e permissionárias estabelecerá tensão diária do horário de atendimento;
as normas e formas de gerenciamento e operação V - delimitação dos territórios dos Distritos
do sistema de transportes de passageiros por ôni- Regionais de Saúde, a serem definidas pelo Siste-
bus. ma Único de Saúde e coincidentes com os limites
Art. 187. O programa de incentivo à utiliza- das Áreas de Planejamento fixadas nesta Lei Com-
ção de gás natural terá por finalidade o desenvol- plementar;
vimento de estudos para a criação de estímulos à VI - prioridade da ação preventiva sobre a
utilização desse combustível. curativa, com ênfase na implantação dos serviços
de saneamento básico, precedendo à instalação de
CAPÍTULO IV novas unidades de saúde;
VII - utilização das unidades de conservação
Da política de serviços públicos e equipamen- ambiental como áreas de lazer, quando compatí-
tos urbanos vel, ouvidos os órgãos competentes;
VIII - incentivo à utilização de ruas, equipa-
Art. 188. A política de serviços públicos e mentos institucionais, estacionamentos e outros
equipamentos urbanos visa à justa distribuição da como espaço alternativo para o lazer;
infra-estrutura urbana e dos serviços urbanos, na IX - obrigação de manutenção dos usos de
realização dos seguintes objetivos: salas de espetáculos nas edificações existentes ou
I - promoção da distribuição e da apropriação nas que vierem a ser construídas no mesmo local;
dos serviços públicos e dos equipamentos urbanos X - estabelecimento de critérios para implan-
de forma socialmente justa e equilibrada na Cida- tação e melhoria dos serviços de iluminação públi-
de; ca, considerando-se a hierarquia das vias, a popu-
II - compatibilização da oferta e da manuten- lação beneficiada e a precariedade dos equipamentos
ção dos serviços públicos e de seus respectivos instalados;
equipamentos com o planejamento do Município e XI - incentivo à criação de um Conselho de
o crescimento da Cidade; Municípios para equacionamento das questões
III - aplicação de instrumentos que permitam relativas a serviços públicos e equipamentos urba-
ao Município a intervenção eficaz nos serviços nos de alcance metropolitano.
públicos, para melhoria da qualidade de vida dos Parágrafo único. São equipamentos urbanos
habitantes e do meio ambiente urbano; os prédios e as instalações, móveis ou imóveis,
IV - ordenação da ocupação e dos sistemas destinados à prestação dos serviços públicos ou à
operacionais no subsolo. utilização de interesse coletivo.
Art. 190. Não serão implantados serviços e
Seção I equipamentos urbanos nas áreas ocupadas consi-
deradas de risco ou impróprias à ocupação urbana,
Das diretrizes assim definidas pelos órgãos competentes.
Art. 191. O Poder Executivo fiscalizará a ade-
Art. 189. Na implantação e distribuição de quação, operação e manutenção dos serviços pú-
serviços públicos e equipamentos urbanos serão blicos e equipamentos urbanos, pelos seus órgãos

99
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
de licenciamento e pelas Administrações Regio- § 3.º A lei regulará:
nais. I - os direitos dos usuários;
Parágrafo único. A prestação dos serviços II - as obrigações dos concessionários
de água e esgoto poderá ser objeto de celebração ou permissionários quanto à oferta e manu-
de convênio com concessionárias, obedecido o tenção de serviços adequados;
disposto nos artigos 31, 148, 149, 150 e 482, § III - as condições de exploração, sob
2.°, da Lei Orgânica do Município. concessão ou permissão, a intervenção nas
concessionárias ou permissionárias, a desa-
[Lei Orgânica do Município do Rio de Ja- propriação ou encampação de seus bens e
neiro: sua reversão ou incorporação ao patrimônio
"Art. 31. A competência para a explora- do município, observada a legislação federal
ção de serviços de água e esgoto, referida e estadual pertinente.
no artigo 30, VI; ‘a’, será exercida pelo mu- Art. 149. As empresas concessionárias
nicípio diretamente, através de organismo ou permissionárias e os detentores de auto-
próprio, ou mediante concessão. rizações de serviços públicos sujeitam-se ao
Parágrafo único. A atribuição da conces- permanente controle e à fiscalização do Po-
são e a conclusão do respectivo convênio der Público, cumprindo-lhes manter adequa-
dependem de autorização prévia da Câmara da execução do serviço e plena satisfação
Municipal. dos direitos dos usuários.
Parágrafo único. As concessões, permis-
Art. 30. Compete ao município: sões ou autorizações podem ser revistas a
VI - organizar e prestar, direta- qualquer tempo, desde que comprovado o
mente ou sob regime de concessão ou descumprimento das leis municipais e dos
permissão, entre outros, os seguintes critérios e normas estabelecidos pelos ór-
serviços: gãos de direção.
a) abastecimento de água e esgo- Art. 150. O Poder Público fará incluir em
tamento sanitário; todos os contratos ou termos de concessões,
permissões ou autorizações de serviço públi-
Art. 148. A prestação de serviços públi- co cláusula obrigando as empresas a respei-
cos poderá ser delegada a particular medi- tar, em relação aos seus empregados, os di-
ante concessão ou permissão, através de reitos individuais e coletivos prescritos na
processo licitatório, na forma da lei. Constituição da República, na Constituição
§ 1.º Os contratos de concessão e os do Estado e nesta Lei Orgânica.
termos de permissão estabelecerão condi- Art. 482. O município, em consonância
ções que assegurem ao Poder Público, nos com sua política urbana, o plano diretor e o
termos da lei, a regulamentação e o controle plano plurianual de governo, manterá pro-
sobre a prestação dos serviços delegados, grama anual de saneamento básico, para
observado o seguinte: execução com seus recursos e mediante con-
I - no exercício de suas atribuições, os vênio, com recursos da União e do estado.
funcionários públicos investidos do poder de ..............................................................
policia terão livre acesso a todos os serviços § 2.º Os serviços a que se refere este
e instalações das empresas concessionárias artigo poderão ser delegados a outros, atra-
ou permissionárias; vés de regulamentação, quando o município
II - estabelecimento de hipóteses de não tiver condições de executá-los, respeita-
penalização pecuniária, de intervenção por do o previsto no artigo 148."]
prazo e de cassação, impositiva esta em ca-
so de contumácia no descumprimento de Art. 192. As despesas pela prestação dos
cláusulas do acordo celebrado ou de normas serviços de esgotamento sanitário e pluvial, dre-
protetoras da saúde e do meio ambiente. nagem, produção e distribuição da água potável
§ 2.º Lei complementar disporá sobre o fluorada, serão cobradas mediante a imposição de
regime da concessão, permissão ou autori- tarifas e taxas diferenciadas, observados os aspec-
zação de serviços públicos, o caráter essen- tos técnicos, os custos, a destinação social dos
cial desses serviços, quando assim o deter- serviços e o poder aquisitivo da população benefi-
minar a legislação federal, o caráter especial ciada.
de seu contrato e de sua prorrogação e as Art. 193. Os imóveis transferidos ao Municí-
condições de caducidade, fiscalização e res- pio serão adequados pelo proprietário do parcela-
cisão da concessão, permissão ou autoriza- mento da terra ao funcionamento dos equipamen-
ção. tos para eles previstos.

100
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
§ 1.° A destinação dos imóveis será decidida Seção III
pelo órgão responsável pela execução da política
urbana. Dos programas
§ 2.° O proprietário do parcelamento será
responsável pela segurança e conservação dos Art. 197. São programas prioritários da polí-
imóveis até à aceitação definitiva das obras de tica de serviços públicos e equipamentos urbanos;
urbanização. I - programa de esgotamento sanitário;
Art. 194. O município criará estruturas des- II - programa de drenagem;
centralizadas para realização de pequenos serviços III - programa de limpeza urbana;
de manutenção nas unidades municipais de pres- IV - programa de abastecimento de água;
tação de serviços públicos. Parágrafo único. O Poder Executivo discri-
Parágrafo único. O Poder Executivo discri- minará nos orçamentos anual e plurianual as me-
minará na Proposta Orçamentária Anual os pro- tas a serem atingidas pelos programas referidos
gramas referentes aos serviços de manutenção neste artigo.
relativos às unidades mencionadas no "caput".
Art. 195. A localização dos seguintes equi- Subseção I
pamentos urbanos observará as diretrizes de pla-
nejamento da cidade definidas nesta Lei Comple- Do programa de esgotamento sanitário
mentar e será submetida à apreciação do órgão
responsável pelo planejamento urbano e da comu- Art. 198. O programa de esgotamento sanitá-
nidade local: rio terá o seguinte conteúdo mínimo:
I - unidades escolares de primeiro grau; I - implantação gradual, em todo o território
II - unidades destinadas ao atendimento às municipal, do sistema separador absoluto das re-
crianças de zero a seis anos; des de esgotamento sanitário e de drenagem, com
III - unidades de saúde primárias e secundá- a proibição de sua conexão;
rias; II - eliminação gradual, conforme definido em
IV - bibliotecas públicas e demais equipamen- plano de trabalho, das conexões existentes entre
tos da área de cultura; os sistemas de esgotamento sanitário e de drena-
V - área de lazer. gem;
III - fiscalização permanente da operação e
Seção II funcionamento do sistema separador absoluto,
mediante a exigência e a análise de laudos técni-
Dos instrumentos cos;
IV - exigência de tratamento que garanta a
Art. 196. São instrumentos básicos para a proteção da saúde humana e dos ecossistemas
execução da política de serviços públicos e equi- para o lançamento de esgotos sanitários nos cor-
pamentos urbanos, sem prejuízo de outros previs- pos hídricos receptores, assim considerados os
tos nesta Lei Complementar e na legislação fede- cursos d’água que em seu estado natural recebem
ral, estadual e municipal: esgotos sanitários;
I - a Empresa Municipal de Esgoto e Drena- V - exigências de tratamento, com a mesma
gem, a ser criada por lei; qualidade do previsto no inciso IV, para lançamen-
II - a contribuição de melhoria, na forma da to de esgoto sanitário na rede pluvial de drena-
lei; gem, até à implantação de esgoto sanitário na
III - a Lei de Parcelamento do Solo Urbano; rede pluvial de drenagem, até à implantação do
IV - o Fundo Municipal de Desenvolvimento sistema separador absoluto;
Urbano. VI - localização das estações de tratamento
§ 1.° A lei definirá a competência e as atribui- de esgoto referidas no artigo 489 da Lei Orgânica
ções da Empresa Municipal de Esgoto e Drenagem, do Município;
contemplando, dentre elas, o planejamento, a
implantação, a operação e a fiscalização dos sis- [Lei Orgânica do Município do Rio de Ja-
temas de drenagem urbana e de esgotamento neiro:
sanitário do Município, bem como a destinação "Art. 489. O plano diretor reservará
final de seus produtos. áreas para implantação de estações de tra-
§ 2.° A Lei de Parcelamento do Solo Urbano tamento ou lagoas de estabilização a fim de
conterá diretrizes para a distribuição dos equipa- atender à expansão demográfica em cada
mentos urbanos no território municipal. região do município."]

VII - definição, em conjunto com o órgão es-

101
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
tadual responsável, das áreas de competência do tiva que a viabilize;
município para implantação do programa de esgo- IV - garantia de manipulação adequada de li-
tamento sanitário. xo patogênico, tóxico ou perigoso em geral.
Parágrafo único. O Poder Público poderá
Subseção II exigir de estabelecimentos produtores dos tipos de
lixo referidos no inciso IV processamento que ga-
Do programa de drenagem ranta a eliminação dos riscos para a saúde pública
e o meio ambiente.
Art. 199. O programa de drenagem terá o
seguinte conteúdo mínimo: Subseção IV
I - definição, em conjunto com o órgão esta-
dual responsável, das áreas de competência do Do programa de abastecimento de água
município para a realização dos serviços de meso-
drenagem e macrodrenagem; Art. 201. O programa de abastecimento de
II - planejamento, implantação, manutenção, água terá o seguinte conteúdo mínimo:
limpeza, licenciamento e fiscalização da rede de I - promoção da municipalização, por etapas,
microdrenagem; dos serviços de produção e distribuição de água
III - exigência de implantação de rede de potável fluorada;
drenagem pelo parcelador do solo; II - proibição da implantação da rede de dis-
IV - reorganização e ampliação do cadastro tribuição de água sem a previsão do seu esgota-
da rede de drenagem, para apoio do planejamento mento;
e da conservação dos sistemas; III - garantia de qualidade e quantidade de
V - elaboração do plano de macrodrenagem, água necessária ao adequado consumo da popula-
em colaboração com o órgão estadual compe- ção, mediante a realização de pesquisa de fontes
tente; alternativas no subsolo.
VI - exigência da pavimentação imediata do
logradouro em áreas de aclive acentuado, após a CAPÍTULO V
implantação da rede de drenagem, para garantia
de sua preservação; Da política de desenvolvimento econômico,
VII - exigência da garantia de infiltração de científico e tecnológico.
parcela das águas pluviais, na urbanização de
áreas de baixada, especialmente daquelas situa- Art. 202. A política municipal de desenvolvi-
das em nível de altitude inferior a cinco metros; mento econômico, científico e tecnológico visa à
VIII - programação e exigência de reflores- promoção do desenvolvimento equilibrado do muni-
tamento, quando recomendável, para garantia da cípio, através da realização dos seguintes objetivos:
eficácia do sistema de drenagem. I - integração do desenvolvimento econômico,
Parágrafo único. A exigência a que se refere científico e tecnológico do Município com o da Re-
o inciso VII considerará índices de impermeabiliza- gião Metropolitana do Rio de Janeiro e do Estado;
ção definidos para cada área. II - compatibilização do desenvolvimento
econômico, científico e tecnológico com a proteção
Subseção III do meio ambiente;
III - melhoria da qualidade de vida da popu-
Do programa de limpeza urbana lação, da distribuição de renda e da elevação do
nível de empregos;
Art. 200. O programa de limpeza urbana terá IV - integração do desenvolvimento econômi-
o seguinte conteúdo mínimo: co com a oferta de habitações, de sistema viário e
I - tratamento de resíduos sólidos, mediante a de transportes e de saneamento básico;
instalação de usinas de reciclagem e composta- V - descentralização das atividades econômi-
gem, em complementação às operações de desti- cas no espaço urbano, para redução dos desloca-
nação final do lixo; mentos;
II - implantação do programa nas comuni- VI - distribuição e localização de comércio e
dades de baixa renda, condicionada à manifes- serviços de caráter local nas áreas residenciais,
tação da Companhia Municipal de Limpeza Urba- privilegiando as pequenas e médias empresas.
na (COMLURB) quanto à estratégia, métodos e Art. 203. O município manterá programas
técnicas a serem adotados; permanentes de formação e qualificação de profis-
III - implantação gradual do sistema de cole- sionais e especialistas para as áreas de educação,
ta seletiva do lixo, para separação do lixo orgânico ciência e tecnologia através de:
daquele reciclável, precedida de campanha educa- I - VETADO;

102
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
II - instituição de sistemas de bolsas de estu- zação do setor industrial, com elevação da sua
do para estimular vocações, formação e pesquisas produtividade e competitividade e sua compatibili-
nas áreas mencionadas no "caput"; zação com a proteção do meio ambiente;
III - criação de prêmios municipais que esti- b) promoção do desenvolvimento industrial,
mulem e recompensem desempenhos que contri- com prioridade para indústrias não poluentes, de
buam para o progresso da educação, da ciência e alto valor de transformação, de tecnologia de pon-
da tecnologia do município; ta e absorvedoras de mão-de-obra;
IV - celebração de convênios e contratos com IV - quanto ao desenvolvimento do setor ter-
as universidades públicas da Região Metropolitana ciário:
do Rio de Janeiro para realização de estudos, pes- a) promoção da descentralização das ativida-
quisas e projetos sobre a realidade econômica, des do setor terciário;
social e física do Município. b) dinamização das atividades do setor terciá-
rio, pela adequação das exigências de instalação e
Seção I funcionamento às especificidades de sua natureza
e porte;
Das diretrizes c) integração dos diversos centros de comér-
cio e serviços através do sistema de transportes;
Art. 204. O Município promoverá o desenvol- d) estímulo à coexistência dos usos residen-
vimento econômico, científico e tecnológico de cial, de comércio e serviços e industrial não polu-
todos os setores da economia, em especial das ente de pequeno porte;
microempresas e das pequenas e médias empre- e) estabelecimento de política de apoio ao de-
sas, ordenando sua distribuição espacial, obser- senvolvimento das atividades turísticas, com a
vando as seguintes diretrizes; participação da iniciativa privada;
I - quanto ao desenvolvimento econômico, ci- f) estímulo ao turismo, com o estabelecimen-
entífico e tecnológico em geral: to de áreas de interesse turístico e de critérios
a) participação no processo decisório metro- para sua proteção e utilização e de melhoria das
politano e estadual e estabelecimento de coopera- condições de limpeza urbana, segurança, trans-
ção com os demais municípios da Região Metropo- porte e informação;
litana do Rio de Janeiro; g) incentivo à implantação de atividades com-
b) implantação de projetos habitacionais em patíveis com a proteção do patrimônio cultural ou
locais próximos a pólos de indústrias não poluen- paisagístico nas áreas turísticas;
tes e absorvedoras de mão-de-obra; h) apoio às iniciativas de modernização do
c) estímulo à implantação de microempresas, porto do Rio de Janeiro, com a realização das alte-
pequenas e médias empresas e aquelas de uso rações necessárias na estrutura urbana, na área
intensivo de mão-de-obra, próximo das áreas resi- portuária e na sua vizinhança;
denciais de baixa renda; i) apoio à implantação de serviços de "check
d) estímulo à legalização das atividades eco- in" de passageiros e recepção de bagagens, inte-
nômicas informais, ligadas à microempresa, à grado ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.
pequena empresa, à empresa familiar e à indústria
de fundo de quintal ou caseira, pela promoção de Seção II
programas de apoio ao setor;
II - quanto ao desenvolvimento do setor pri- Dos instrumentos
mário:
a) estímulo às atividades agrícolas pelo apoio Art. 205. São instrumentos para a execução
ao sistema de produção e comercialização; da política de desenvolvimento econômico, científi-
b) difusão de técnicas voltadas para produtos co e tecnológico, sem prejuízo de outros previstos
de alto valor comercial; na legislação federal, estadual e municipal:
c) apoio às iniciativas de integração da agri- I – a edificação e o parcelamento compulsó-
cultura com a indústria e os serviços; rio, o imposto progressivo no tempo e a desapro-
d) desenvolvimento de atividade pesqueira, priação com títulos da dívida pública, na forma do
com apoio à comercialização e industrialização; artigo 182, § 4.°, II, da Constituição da República.
e) estímulo e difusão de práticas agrícolas
com uso de adubação orgânica do solo, utilização [Constituição do Brasil:
de defensivos biológicos e adoção de rotação de "Art. 182. A política de desenvolvimento
culturas e consorciamento de espécies vegetais; urbano, executada pelo Poder Público muni-
III - quanto ao desenvolvimento do setor se- cipal, conforme diretrizes gerais fixadas em
cundário: lei, tem por objetivo ordenar o pleno desen-
a) estímulo ao desenvolvimento e à moderni- volvimento das funções sociais da cidade e

103
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
garantir o bem-estar de seus habitantes. IV - habilitação sumária e procedimen-
§ 4.º É facultado ao Poder Público muni- tos simplificados para participação em licita-
cipal, mediante lei especifica para área incluí- ções públicas e preferência na aquisição de
da no plano diretor, exigir, nos termos da lei bens e serviços de valor compatível com o
federal, do proprietário do solo urbano não porte das microempresas e pequenas em-
edificado, subutilizado ou não utilizado, que presas, quando conveniente para a adminis-
promova seu adequado aproveitamento, sob tração pública;
pena, sucessivamente, de: V - criação de mecanismos simplificados
I - parcelamento ou edificação compul- e descentralizados para o oferecimento de
sórios; pedidos e requerimentos de qualquer espé-
II - Imposto Sobre a Propriedade Predial cie junto à administração pública, inclusive
e Territorial Urbana progressivo no tempo; para obtenção de licença para localização;
III - desapropriação com pagamento VI - obtenção de incentivos especiais,
mediante títulos da dívida pública de emissão vinculados à absorção de mão-de-obra por-
previamente aprovada pelo Senado Federal, tadora de deficiência com restrição à ativi-
com prazo de resgate de até dez anos, em dade física;
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegu- VII - disciplinamento do comércio even-
rados o valor real da indenização e os juros tual e ambulante.
legais."] § 2.º As entidades representativas das
microempresas e pequenas empresas parti-
II - o imposto progressivo sobre a proprieda- ciparão na elaboração de políticas munici-
de territorial urbano, previsto nos artigos 33 a 37; pais voltadas para esse segmento e no cole-
III - o Conselho Municipal de Desenvolvimen- giado dos órgãos públicos em que seus
to Econômico, Ciência e Tecnologia; interesses sejam objeto de discussão e deli-
IV - o Fundo de Desenvolvimento Econômico; beração.
V - o estabelecimento de Áreas de Especial § 3.º A lei disporá sobre a criação e o
Interesse Turístico; funcionamento de banco de investimento e
VI - a legislação urbanística; desenvolvimento econômico do município,
VII - o Banco de Investimento e Desenvolvi- organizado sob a forma de sociedade anô-
mento Econômico, na forma do artigo 291, § 3.°, nima de economia mista e destinado à apli-
da Lei Orgânica do Município. cação de recursos financeiros para assistên-
cia a microempresas e pequenas empresas
[Lei Orgânica do Município do Rio de Ja- estabelecidas no município."]
neiro:
"Art. 291, O município concederá espe- Seção III
cial proteção às microempresas e empresas
de pequeno porte, como tais definidas em Dos programas
lei, as quais receberão tratamento jurídico
diferenciado, visando ao incentivo de sua Art. 206. São programas prioritários da polí-
criação, preservação e desenvolvimento atra- tica de desenvolvimento econômico, científico e
vés da eliminação, redução ou simplificação. tecnológico:
conforme o caso. de suas obrigações admi- I - programa de apoio à atividade econômica
nistrativas, tributárias e creditícias. em geral;
§ 1.º As empresas referidas neste artigo II - programa de integração dos setores for-
serão assegurados, dentre outros, os se- mal e informal;
guintes direitos: III - programa de estímulo às atividades agrí-
I - redução de tributos e obrigações colas e pesqueiras;
acessórias, com dispensa do pagamento de IV - programa de estímulo à indústria;
multas por infrações formais, das quais não V - programa de estímulo ao Estudo e à Pes-
resulte falta de pagamento de tributos; quisa Científica.
II - fiscalização com caráter de orienta- Art. 207. O programa de implantação de pó-
ção, exceto nos casos de reincidência ou de los de desenvolvimento e de distritos industriais
comprovada 'intencionalidade ou sonegação será mantido e adaptado às diretrizes e priorida-
fiscal; des desta Lei Complementar.
III - notificação prévia. para início de
ação ou procedimento administrativo ou tri-
butário-fiscal de qualquer natureza ou espé-
cie;

104
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
Subseção I de baixa renda;
IV - estímulo de prática de conservação do
Do programa de apoio à atividade econômica em solo, recuperação do meio ambiente e manutenção
geral das áreas verdes, associadas à redução ou à eli-
minação do uso de agrotóxicos;
Art. 208. O programa de apoio à atividade V - implantação de projetos-modelo destina-
econômica em geral terá o seguinte conteúdo mí- dos a estimular a prática da agricultura orgânica e
nimo: divulgação de suas técnicas de plantio;
I - desburocratização dos licenciamentos, es- VI - realização de estudos, mediante convê-
pecialmente das microempresas e das pequenas e nios com órgãos universitários e de pesquisas, que
médias empresas; tenham por objetivo harmonizar a elevação da
II - estímulo à implantação de empreendi- produtividade com a recuperação do solo;
mentos especialmente em áreas de baixa renda; VII - implantação de hortas comunitárias,
III - estímulo ao desenvolvimento científico e quando de interesse da comunidade, principal-
tecnológico; mente em terrenos ociosos próprios do Município
IV - desenvolvimento de estudos e pesquisas e, também, nas escolas públicas, com apoio técni-
das atividades econômicas; co de entidades de pesquisa, em colaboração com
V - apoio à comercialização de produtos das o Poder Público.
microempresas e das pequenas empresas.
Subseção IV
Subseção II
Do programa de estímulo à indústria
Do programa de integração dos setores formal e
informal Art. 211. O programa de estímulo à indústria
terá o seguinte conteúdo mínimo:
Art. 209. O programa de integração dos seto- I - estímulo à modernização do setor industrial
res formal e informal terá o seguinte conteúdo e incentivo ao desenvolvimento científico e tecno-
mínimo: lógico;
I - estímulo ao associativismo e apoio à co- II - estímulo à criação de condomínios e pólos
mercialização de produtos; de indústrias, para aproveitamento de serviços
II - assistência técnica para aumento da pro- comuns de tratamento de despejos, segurança,
dutividade e cadastramento dos produtos assisti- administração, assistência médica e social e trei-
dos; namento de mão-de-obra;
III - captação de recursos para fomentos das III - elaboração de estudos relativos a fontes
atividades; energéticas alternativas.
IV - estímulo às atividades econômicas do se-
tor informal, garantindo-se-lhes legalização simpli- Subseção V
ficada e tratamento tributário diferenciado;
V - promoção de feiras de comercialização de Do programa de estímulo ao turismo
artesanato e antiguidades com padronização dos
equipamentos, dos artefatos e da sinalização turís- Art. 212. O programa de estímulo ao turismo
tica. terá o seguinte conteúdo mínimo:
I - divulgação da Cidade no Brasil e no exterior;
Subseção III II - implantação de postos de informação de
atendimento ao turista;
Do programa de estímulo às atividades agrícolas e III - ampliação, organização e divulgação de
pesqueiras roteiros e eventos culturais, históricos, ecológicos,
de montanhismo, náuticos, esportivos e científi-
Art. 210. O programa de estímulo às ativida- cos;
des agrícolas e pesqueiras terá o seguinte conteú- IV - apoio à realização de congressos, simpó-
do mínimo: sios e seminários;
I - estímulo à formação de associações e coo- V - implantação de equipamentos urbanos de
perativas; apoio ao turístico;
II - execução de obras e serviços necessários VI - implantação de sinalização turística efici-
de dragagem, drenagem, abertura e manutenção ente e de linhas de transporte coletivo para per-
de estradas, eletrificação e transportes; curso dos itinerários turísticos;
III - estímulo à comercialização direta do VII - criação, recuperação e conservação de
produtor ao consumidor, especialmente em áreas centros de lazer e praças;

105
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
VIII - incentivo à construção de meios de de seu registro.
hospedagem com programas de recuperação de
imóveis de interesse cultural e tipologias alternati- Seção I
vas àquelas contempladas nos regulamentos.
Das diretrizes
Subseção VI
Art. 215. O Poder Executivo promoverá estu-
Do programa de estímulo e a pesquisa científica dos para o lançamento do Imposto Sobre Proprie-
dade Predial e Territorial Urbana sobre a posse de
Art. 213. O programa de estímulo ao estudo bens imóveis do município, do estado e da União
e à pesquisa científica terá o seguinte conteúdo regularmente transferidos a terceiros.
mínimo:
I - apoio à manutenção e desenvolvimento Seção II
dos centros de estudos e pesquisa científica exis-
tentes; Dos instrumentos
II - apoio à criação de novos centros de estu-
dos e pesquisa científica; Art. 216. O órgão de administração do patri-
III - elaboração de calendário mínimo de even- mônio imobiliário é o instrumento básico para exe-
tos, tais como: cução da política setorial regulada neste capítulo.
a) congressos; Art. 217. O órgão de administração do patri-
b) simpósios; mônio imobiliário será organizado conforme o dis-
c) feiras; posto no artigo 236, § 1.°, da Lei Orgânica do
d) exposições; Município e terá as seguintes atribuições, dentre
IV - criação de prêmio anual; outras que a lei estabelecer:
V - inserção nos currículos escolares da rede
municipal de ensino público da disciplina pesquisa [Lei Orgânica do Município do Rio de Ja-
científica; neiro:
VI - incentivo ao intercâmbio entre os diver- "Art. 236. Os bens imóveis do domínio
sos centros de estudos e pesquisa científica. municipal, conforme sua destinação, são de
uso comum do povo, de uso especial ou do-
CAPÍTULO VI minical.
§ 1.º Os bens referidos neste artigo se-
Da política de administração do patrimônio rão administrados por um órgão de patrimô-
imobiliário municipal nio imobiliário, organizado sob a forma de
autarquia.
Art. 214. A política de administração do pa- § 2.º Os bens imóveis do domínio muni-
trimônio imobiliário municipal visa a compatibiliza- cipal, enquanto destinados ao uso comum do
ção da sua destinação com o desenvolvimento povo e ao uso especial, são indisponíveis.
urbano do município, na realização dos seguintes § 3.º A destinação dos bens imóveis do
objetivos: domínio municipal será, fixada por ato do
I - promoção de cadastramento e regulariza- prefeito, que poderá modificá-la sempre que
ção do patrimônio imobiliário do município e das o exigir o interesse público.
entidades da administração direta, indireta e fun- § 4.º Quando a afetação se der por lei
dacional; municipal, a mudança de destinação será es-
II - intercâmbio de informações cadastrais tabelecida por norma de igual hierarquia.
entre os diversos órgãos de administração do pa- § 5.º A desafetação de bens de uso co-
trimônio da administração direta, indireta e funda- mum do povo dependerá de prévia aprova-
cional do município, do estado e da União; ção das comunidades circunvizinhas ou dire-
III - implementação de medidas de guarda, tamente interessadas, nos termos da lei."]
conservação e aprimoramento dos bens imóveis
públicos; I - as previstas no Código de Administração
IV - prevalência do interesse público sobre o Financeira e Contabilidade Pública do Município
privado; relativas à administração do patrimônio imobiliá-
V - elaboração de sistema de avaliação patri- rio;
monial com ajustes periódicos; II - a demarcação, medição, descrição e regu-
VI - levantamento das propriedades munici- larização jurídica dos bens imóveis municipais,
pais não cadastradas através de pesquisas nos com a anotação, nos seus assentamentos, de sua
assentamentos apropriados, inclusive cartórios e destinação e da implantação de equipamentos
memoriais de loteamentos, visando à efetivação para eles previstos, quando for o caso;
106
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
III - elaboração de cadastro, com as informa- mera conservação desses bens;
ções do inciso anterior, de todos os imóveis da III - a utilização dos bens imóveis públicos
administração direta e indireta do estado e da mediante pagamento de preço vil ou simbólico;
União; IV - a restrição irregular de acesso da popula-
IV - estabelecimento de convênios com os ór- ção aos imóveis públicos.
gãos federais e estaduais para a transferência de § 1.° Nos casos referidos no inciso IV, o Poder
imóveis públicos para o Município; Público poderá propor a permuta desses bens por
V - promoção de campanha de esclarecimento outros de igual valor, mais convenientes à presta-
da população, com a divulgação da competência ção de serviço público e ao uso da coletividade,
para guarda, conservação e melhoria dos imóveis ouvido o Conselho Municipal de Política Urbana, e
públicos, bem como dos princípios que regem a consumá-la mediante prévia autorização legislativa.
administração desses bens. § 2.° Enquanto não realizada a permuta pre-
vista no parágrafo anterior, o Poder Público pro-
Seção III moverá a cobrança de taxa de ocupação desses
bens.
Do programa de reserva de terras públicas § 3.° É vedada a permuta no caso de restri-
ção de acesso a vias de circulação.
Art. 218. A administração do patrimônio imo- § 4.° Na hipótese do parágrafo anterior, será
biliário municipal formulará programa de reserva cobrado o preço referido no § 2.°, ouvido o órgão
de terras públicas para proporcionar espaço físico- municipal competente e considerada a utilidade do
-territorial necessário à execução da política de logradouro para o sistema viário.
serviços públicos e equipamentos urbanos e da
política habitacional do município, observados os TÍTULO VIII
seguintes princípios:
I - a alienação ou utilização privativa dos bens DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
integrantes do patrimônio imobiliário municipal
será possível quando não forem necessários ao Art. 220. Ficam mantidas ás Áreas de Prote-
serviço público, não interessarem à execução de ção Ambiental instituídas antes da publicação des-
projetos urbanísticos ou não se revelarem de van- ta Lei Complementar as quais serão classificadas
tajosa exploração econômica; em Áreas de Proteção Ambiental ou em Áreas de
II - a alienação será sempre subordinada à Proteção do Ambiente Cultural de acordo com o
existência de interesse público expressamente disposto no artigo 124.
justificado e precedida de autorização legislativa, Parágrafo único. Excetua-se do disposto
avaliação e licitação, esta dispensável nos casos neste artigo as Áreas de Proteção Ambiental já
de doação em pagamento, permuta e outras hipó- classificadas de outro modo pela Lei Orgânica do
teses previstas em lei; Município.
III - emprego preferencial dos institutos de Art. 221. Fica instituída na Zona Oeste do
permissão de uso, de cessão de uso e da conces- Município a Zona Econômica Exclusiva (ZEE), des-
são de direito real de uso resolúvel sobre o da tinada à implantação de empreendimentos indus-
alienação, considerada a destinação do bem, espe- triais.
cialmente no caso de assentamento de população § 1.° Serão admitidos na Zona Econômica Ex-
de baixa renda, conforme o disposto no artigo clusiva empreendimentos de comércio e serviços
146, § 4.° para atender às empresas que nela se instalem e à
§ 1.° Quando a alienação se destinar ao as- população radicada nas vizinhanças.
sentamento de população de baixa renda, conso- § 2.° VETADO.
ante o título VII, capítulo II, será dispensada a § 3.° Os limites externos e internos da Zona
autorização legislativa. Econômica Exclusiva são os constantes do anexo
§ 2.° A outorga de investidura aplica-se em 9.
qualquer caso ao regime do parágrafo anterior, Art. 222. Até que sejam revistos e elaborados
dispensada a licitação. os Projetos de Estruturação Urbana, as edificações
Art. 219. O Poder Público impedirá toda for- em lotes situados em logradouros ou quadras que
ma de utilização por terceiros dos seus bens imó- constituam limites de Zona ou permitam diferentes
veis públicos e dos de sua administração indireta e parâmetros urbanísticos terão suas condições de
fundacional e especialmente: aproveitamento definidas em lei, após a análise
I - a utilização irregular dos bens públicos; pelo órgão responsável pela elaboração dos Proje-
II - a utilização, a título gratuito, dos bens tos de Estruturação Urbana, ouvido o Conselho
imóveis públicos, inclusive aquela que se dá medi- Municipal de Política Urbana.
ante a imposição de encargos que decorrem de Parágrafo único. As edificações em lotes re-

107
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
sultantes de remembramento observarão os pa- feito:
râmetros urbanísticos estabelecidos para cada lote I - desapropriar imóveis e proceder ao paga-
original. mento da respectiva indenização em títulos da
Art. 223. Os índices mencionados no artigo dívida pública;
76 valerão para cada Unidade Espacial de Plane- II - determinar a demarcação física dos limi-
jamento, ressalvados os índices e parâmetros ur- tes da área de expansão da Rocinha, além dos
banísticos mais restritos estabelecidos pela legisla- quais não se permitirá, mesmo após a instituição
ção vigente, até a elaboração dos respectivos do respectivo Projeto de Estruturação Urbana, a
Projetos de Estruturação Urbana. edificação de construções de qualquer natureza;
Art. 224. Permanecem em vigor a legislação III - promover a relocalização das habitações
vigente de uso e ocupação do solo, os regulamen- situadas em áreas de risco e nos espaços floresta-
tos de parcelamento da terra, de construções e dos da região;
edificações em geral, de licenciamento e fiscaliza- IV - instituir sistema de contenção e preven-
ção, de assentamento de máquinas, motores e ção de invasão da área florestada do entorno da
equipamentos e de posturas, naquilo que não con- Rocinha.
trariam esta Lei Complementar e a Lei Orgânica do § 4.° O Poder Executivo manterá entendimen-
Município. tos com o Estado do Rio de Janeiro com vista à
Parágrafo único. VETADO. sua participação, inclusive com recursos financei-
Art. 225. VETADO. ros, em programas e projetos do Governo do Es-
Art. 226. São vedadas aos servidores de ór- tado para Urbanização da Rocinha e melhoria das
gãos da administração direta, indireta e fundacio- condições de vida de sua população.
nal do município a prestação de serviços de con- Art. 228. Para a consecução dos objetivos da
sultoria e a assunção, em empresas privadas, de política de transportes prevista nesta Lei Comple-
autoria de projeto e/ou de responsabilidade técni- mentar, o Poder Executivo promoverá gestões
ca vinculados à execução de obras públicas do junto à Companhia Brasileira de Trens Urbanos
município. (CBTU) para a reativação da estação Matadouro,
§ 1.° Excluem-se da proibição referida no em Santa Cruz, e manterá entendimento com o
“caput” os servidores municipais integrantes das Governo da União ou, se for o caso, com o Gover-
categorias funcionais Arquiteto e Engenheiro não no do Estado, visando à ampliação do ramal do
ocupantes de cargo em comissão ou função grati- sistema ferroviário da região, notadamente até
ficada, aos quais é facultada a opção pelo exercício Sepetiba.
exclusivo da função pública. Art. 229. Fixam fixados os seguintes prazos
§ 2.º Na hipótese da opção prevista no pará- para a adoção de iniciativas e medidas estabeleci-
grafo anterior, os servidores mencionados farão das nesta Lei Complementar:
jus a gratificação de dedicação exclusiva, corres- I - VETADO;
pondente a cem por cento do vencimento-base, II - de cento e oitenta dias:
neste caso cabendo-lhes a vedação expressa no a) Para o encaminhamento à Câmara Munici-
"caput". pal, pelo Poder Executivo, de projetos de lei dis-
Art. 227. Até que seja elaborado Projeto de pondo sobre estas matérias:
Estruturação Urbana específico para a área, fica 1 - Imposto Sobre a Propriedade Predial e
vedada a edificação de novas construções na Roci- Territorial Urbana progressivo no tempo;
nha, exceto aquelas de iniciativa e responsabilida- 2 - regulamentação da urbanização consorciada;
de dos poderes públicos. b) retirada dos engenhos publicitários ao ar
§ 1.° A vedação estabelecida neste artigo não livre afixados na área da Cidade Nova, atendendo
inclui as obras destinadas a melhoria das condi- ao disposto no artigo 62, II, "i";
ções de higiene e segurança nas edificações exis- c) fixação, pelo Poder Executivo, das normas
tentes na data de publicação desta Lei Comple- definidoras dos pólos geradores de tráfego, em
mentar, nem a transformação de habitações função dos impactos que possam causar no ambi-
rústicas em edificações de alvenaria, mediante ente urbano e na sua área de influência, com vista
licença do órgão competente da Prefeitura. ao atendimento do disposto no artigo 173, § 2.°;
§ 2.° O Prefeito poderá delegar a responsabi- d) elaboração, pelo Poder Executivo, do plano
lidade do licenciamento previsto no parágrafo an- de trabalho para a eliminação gradual das cone-
terior à Administração Regional da XXVII Região xões existentes entre os sistemas de esgotamento
Administrativa - Rocinha, nos limites e na forma sanitário e de drenagem, conforme o estabelecido
que o respectivo ato fixar. no artigo 198, II;
§ 3.° Para deter o processo de superadensa- e) edição de lei dispondo sobre a composição,
mento da Rocinha e de exploração imobiliária na as atribuições, as competências, o funcionamento
locação de imóveis na comunidade, poderá o pre- e a prestação de contas do conselho de

108
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
administrados recursos do Fundo Municipal de tados da data da publicação desta Lei Complemen-
Desenvolvimento Urbano; tar, o Poder Executivo encaminhará à Câmara
III - de um ano, para o encaminhamento à Municipal o detalhamento descritivo dos anexos I,
Câmara Municipal, pelo Poder Executivo, dos pro- IV, VI e VII referidos, respectivamente, nos arti-
jetos de lei dispondo sobre estas matérias: gos 33; 57, parágrafo único; 77; 52 e 177, § 1.°,
a) detalhamento dos programas da área de os quais integrarão Lei Complementar. [Redação
transporte referidos nos artigos 184 e 186; dada pela Lei Complementar n.º 19, de
b) normas gerais de parcelamento, uso e o- 14/12/1992.]
cupação do solo e obras de edificações; Art. 232. Fica o Poder Executivo autorizado a
IV - de dois anos, para: abrir crédito especial para ocorrer às despesas do
a) adequação, das instalações dos estabele- Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, po-
cimentos a que se refere o artigo 137 e já licenci- dendo, para tanto, alterar total ou parcialmente
ados às disposições nele contidas; dotações do orçamento vigente.
b) VETADO;
V - de três anos, para o encaminhamento à
Câmara Municipal, pelo Poder Executivo, destas TÍTULO IX
matérias:
a) propostas de Projetos de Estruturação Ur- DISPOSIÇÕES FINAIS
bana para todo o território municipal;
b) projetos de lei de revisão dos Projetos de Art. 233. O Plano Diretor Decenal da Cidade do
Estruturação Urbana vigentes, para sua adaptação Rio de Janeiro foi proposto ao Poder Legislativo pelo
às metas e diretrizes estabelecidas nesta Lei Com- Prefeito Marcelo Nunes de Alencar em 1.° de março
plementar, em consonância com o disposto nos de 1991 e aprovado em ... de maio de 1992 pelos
artigos 73 a 77. membros da 4.º Sessão Legislativa da 3.º Legislatura
§ 1.º O prazo fixado no inciso III, "b", será da Câmara Municipal do Rio de janeiro, Vereadores
observado sem prejuízo da iniciativa da Câmara Aarão Steinbruch, Adilson Pires, Alfredo Syrkis, Amé-
Municipal, nas formas do seu Regimento Interno. rico Camargo, André Luiz, Augusto Paz, Bambina
§ 2.º As propostas referidas no inciso V serão Bucci, Beto Gama, Carlos Alberto Torres, Carlos de
votadas no prazo de noventa dias, preterindo Carvalho, Carlos Menezes, Celso Macedo, César Pena,
qualquer outra matéria, exceto as de prazo consti- Édson Santos, Eliomar Coelho, Emir Amed, Femando
tucional, enquanto a Câmara Municipal sobre elas William, Francisco Alencar, Francisco Milani, Guilher-
não se pronunciar. me Haeser, Ivanir de Mello, Ivo da Silva, João Doura-
Art. 230. O Plano Diretor Decenal instituído do, Jorge Felippe, Jorge Pereira, Laura Carneiro, Lud-
por esta Lei Complementar será revisto pela Câ- mila Mayrink, Mário Dias, Maurício Azedo, Nestor
mara Municipal, por proposta do Poder Executivo, Rocha, Neuza Amaral, Paulo César de Almeida, Paulo
no prazo de cinco anos contados da data de sua Emílio, Roberto Ribeiro, Ronaldo Gomlevsky, Ruça-
publicação. Licia Caniné, Sami Jorge, Sérgio Cabral, Túlio Simões,
Parágrafo único. A revisão de que trata este Waldir Abraão, Wilmar Palis e Wilson Leite Passos, sob
artigo será precedida de avaliações da aplicação a presidência do Vereador Sami Jorge.
do Plano Diretor Decenal a cada ano de sua execu- Art. 234. Esta Lei Complementar entrará em vi-
ção e objeto de mensagem especial do Prefeito à gor na data de sua publicação, revogadas as disposi-
Câmara Municipal, com as respectivas conclusões. ções em contrário.
Art. 231. Dentro de cento e oitenta dias con- ..............................................................................

109
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
ANEXO II
ÍNDICES DE APROVEITAMENTO DE TERRENO
Área de Unidade Espa- Índices de Apro-
Plane- cial de Plane- Bairros veitamento de Observações
jamento jamento Terrenos
01 Saúde, Santo Cristo , Gamboa 5,0
02 Caju 2,0
Na AC1 e AC2
03 Centro 5,0-15,0
respectivamente
1 Catumbi, Rio Comprido, Estácio 2,5
04
Cidade Nova 11,0
05 São Cristóvão, Magueira, Benfica 5,5
06 Paquetá 1,0
07 Santa Teresa 1,0
Flamengo, Glória, Laranjeiras, *Nos logradouros
08 3,5-4,0*
Catete, Cosme Velho CB-3
09 Botafogo, Humaitá 3,5
10 Urca 1,0
11 Leme, Copacabana 3,5
*Nos logradouros
12 Ipanema, Leblon, Vidigal 3,5-4,0*
CB-3
13 Lagoa 3,5
14 Jardim Botânico, Gávea 3,5
15 São Conrado 3,5
16 Praça da Bandeira, Tijuca 3,5
17 Alto da Boa Vista 1,0
18 Maracanã, Vila Isabel, Andaraí 4,0
19 Grajaú 3,0
20 Manguinhos 1,5
21 Bonsucesso, Ramos, Olaria 3,0
Penha, Penha Circular, Brás de
22 4,0
Pina
Cordovil, Parada de Lucas, Vigá-
23 1,5
rio Geral, Jardim América
Higienópolis, Maria da Graça,
24 3,0
Del Castilho, Jacaré
Inhaúma, Engenho da Rainha,
25 3,0
Tomás Coelho
São Francisco Xavier, Rocha,
2 26 Riachuelo, Sampaio, Engenho 3,0
Novo
Méier, Cachambi, Todos os San-
27 3,5
tos, Lins de Vasconcelos
Engenho de Dentro, Água Santa,
28 Encantado, Piedade, Abolição, 3,0
Pilares
Vila Cosmos, Vicente de Carva-
29 3,0
lho, Vila da Penha
30 Vista Alegre, Irajá, Colégio 3,0
31 Campinho, Madureira, Vaz Lobo 4,0
Quintino Bocaiúva, Cavalcanti,
32 3,0
Engenheiro Leal, Cascadura
Turiaçu, Rocha Miranda, Honório
33 2,5
Gurgel
Osvaldo Cruz, Bento Ribeiro,
34 2,5
Marechal Hermes
Ribeira, Zumbi, Cacuia, Pitan-
gueiras, Praia da Bandeira, Co-
35 cotá, Bancários, Freguesia, Jar- 1,5
dim Carioca, Tauá, Moneró,
Portuguesa, Jardim Guanabara
Área de especial
36 Galeão, Cidade Universitária -
interesse funcional
Guadalupe, Anchieta, Parque
37
Anchieta, Ricardo de Albuquerque 1,5

110
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
ÍNDICES DE APROVEITAMENTO DE TERRENO
Área de Unidade Espa- Índices de Apro-
Plane- cial de Plane- Bairros veitamento de Observações
jamento jamento Terrenos
38 Coelho Neto, Acari 1,5
Barros Filho, Costa Barros, Pa-
39 1,5
vuna
Exceto para áreas
situadas em ZE-5,
3 40 Jacarepaguá 1,0
onde ficam mantidos
os índices atuais
Anil, Gardênia Azul, Cidade de
41 1,0
Deus, Curicica
42 Freguesia, Pechincha 3,0
43 Taquara, Tanque 4,0
44 Praça Seca, Vila Valqueire 3,0
Exceto para áreas
situadas em ZE-5,
45 Joá, Itanhangá, Barra da Tijuca 1,0
onde ficam mantidos
os índices atuais
Camorim, Vargem Grande, Var- Ficam mantidos os
4
46 gem Pequena - índices por subzo-
na na ZE-5
Ficam Mantidos os
Recreio dos Bandeirantes - índices por subzona
47 na ZE-5
APA – Critérios
Grumari -
Especiais
Deodoro, Vila Militar, Campo dos
48 2,0
Afonsos, Jardim Sulacap
49 Magalhães Bastos, Realengo 2,0
Padre Miguel, Bangu, Senador
50 3,5
Câmara
Santíssimo, Senador Vasconce-
2,0
5 51 los
Campo Grande 3,5
52 Inhoaíba, Cosmos 2,0
53 Paciência, Santa Cruz 2,0
54 Sepetiba 1,5
Barra de Guaratiba, Guaratiba,
55 1,5
Pedra de Guaratiba

111
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
ANEXO III nida Edson Passos, continuando pela cota + 100 m
da Serra Carioca; contornando os Morros da For-
DELIMITAÇÃO DAS MACROZONAS DE RESTRiÇÃO miga, do Turano, do Mirante e dos Prazeres, até
A OCUPAÇÃO URBANA encontrar a Escadaria Cândido de Oliveira; por
esta (excluída), na direção leste, até encontrar a
1 - MACIÇO DA TIJUCA Rua Barão de Petrópolis; por esta, na direção sul,
Do encontro da Rua Professor Ataíde com a até encontrar a entrada do Túnel Rio Comprido-
curva de nível + 100 m do Morro da Formiga na Laranjeiras e deste ponto por uma linha reta sobre
entrada do Túnel Rio Comprido/Laranjeiras, por o mesmo túnel até ao ponto inicial.
esta curva de nível, contornando esse Morro e o
Morro Dona Marta, na direção oeste, até encontrar 2 - URCA
a Rua Caio Melo Franco; por esta, até à Rua Enge- Do entroncamento da Avenida João Luís Alves
nheiro Alfredo Duarte; por esta (excluída), até à com a Avenida São Sebastião, seguindo pelo lito-
Rua Maria Angélica; por esta (excluída), até a Rua ral, contornando o Morro Cara de Cão e o Morro do
J. Carlos (excluída); por esta, até a Rua Jardim Pão de Açúcar até à Praia Vermelha; deste ponto,
Botânico; por esta (excluída), até à Rua Benjamim por uma linha reta, na direção sul, até à curva de
Batista; por esta (excluída) e pelo seu prolonga- nível + 25 m; seguindo por esta curva de nível,
mento, até atingir a curva de nível + 75 m da contornando o Morro da Urca, até encontrar o
Serra da Carioca; por esta, na direção oeste, até prolongamento da Rua Joaquim Caetano; deste
encontrar a Rua Pacheco Leão; por esta (excluí- ponto, por uma linha reta, até ao ponto inicial.
da), até à Rua Jardim Botânico; por esta (incluí-
da), até à Rua Major Rubens Vaz e por esta (incluí- 3 - LEME
da) e pelo seu prolongamento, até encontrar a Do entroncamento da Praça Almirante Júlio de
curva de nível + 100 m do Morro Dois Irmãos; por Noronha (incluída), com a Rua Gustavo Sampaio,
esta curva de nível até encontrar a Pedra Dois seguindo por esta (excluída), até à Rua Aureliano
Irmãos; deste ponto, descendo o espigão do Leal, seguindo por esta (excluída) e pelo seu pro-
mesmo Morro, até ao encontro com a Avenida longamento, até encontrar a curva de nível + 50
Niemeyer; por esta (incluída), até à Avenida Pre- m; por esta curva de nível, na direção oeste, con-
feito Mendes de Morais; deste ponto, subindo a tornando os Morros da Babilônia e de São João,
linha de cumeada do Morro Dois Irmãos, até atin- até encontrar as Ladeiras dos Tabajaras; subindo
gir a curva de nível + 100 m do Morro Dois Ir- por esta, até ao seu encontro com a Rua Euclides
mãos; por esta, na direção sudeste, até encontrar da Rocha; deste ponto, por uma linha reta, pela
a Rua Iposeira; por esta (incluída) e pelo seu pro- vertente leste do Morro de São João; subindo por
longamento até à Estrada do Joá e deste ponto, esta vertente, até encontrar a curva de nível +
por uma linha reta, até o litoral; atravessando a 100 m; seguindo por esta curva de nível, na dire-
auto-estrada Lagoa-Barra; por esta, na direção ção nordeste, contornando o Morro de São João,
sudoeste, até à Ponta do Marisco; deste ponto até encontrar uma linha reta traçada perpendicu-
pela linha de cumeada do Morro junto à Ponta do larmente à Ladeira do Leme do ponto que esta
Marisco, até à curva de nível + 75 m; por esta, encontra a curva de nível + 25 m; seguindo por
contornando as Serras dos Três Rios e da Carioca, esta curva de nível, contornando o Morro da Babi-
na direção noroeste, até encontrar a Estrada da lônia, até ao seu ponto mais próximo da Praia
Barra da Tijuca; por esta, na direção oeste, até à Vermelha; daí, por uma linha reta, até encontrar
Estrada do Itanhangá; por esta, até à Estrada de essa praia; desse ponto, seguindo pelo litoral,
Jacarepaguá; por esta (incluída), até ao Largo da contornando os Morros do Urubu e do Leme, até
Panela; deste ponto, pelo prolongamento da Ave- encontrar o início da praia do Leme; deste ponto,
nida Afonso da Silveira Filho, até atingir a curva de por uma reta, até ao ponto inicial.
nível + 50 m, da Serra dos Três Rios; por esta
curva de nível, na direção noroeste, contornando a 4 - SERRA DO ENGENHO NOVO
Serra dos Três Rios, até encontrar a Rua Tirol; por Curva de nível de 50 metros.
esta (incluída), na direção leste e pelo seu prolon-
gamento, até encontrar a curva de nível + 100 m; 5 - SERRA DA MISERICÓRDIA
por esta, na direção nordeste, contornando as Do entroncamento da Rua Maracá com a Ave-
Serras dos Três Rios, cruzando a Avenida Menezes nida Automóvel Clube; por esta (excluída), na
Cortes e Rua José Braga, contornando os Morros direção noroeste até atingir a curva de nível +
da Bica, do Inácio Dias, São Jorge e Careca; atra- 50m; por esta curva de nível, contornando a Serra
vessando as Ruas Vítor Pentagna e Engenheiro da Misericórdia, até encontrar o prolongamento da
Eufrásio e a Avenida Menezes Cortes; contornando Rua Major Vítor Hugo; por esta, até atingir a curva
os Morros do Andaraí e do Borel; cruzando a Ave- de nível + 100m; por esta curva de nível, na dire-

112
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
ção leste, contornando a Serra da Misericórdia, até 9 - MORRO DO SAPÊ
encontrar o prolongamento da Rua Edmundo Pe- Curva de nível de 100 metros.
reira; por este, até atingir a curva de nível + 50m;
por esta curva de nível, na direção oeste, até en- 10 - MORRO COSTA BARROS
contrar a Rua Maracá; por esta (excluída), até ao Curva de nível de 50 metros.
ponto inicial.
11 - GERICINÓ
6 - CACUIA Do entroncamento da Rua Argos com a Ave-
Do entroncamento da Estrada do Rio Jequiá nida Brasil; por esta (incluído o lado par), até à
com a Rua Ipiru; deste ponto, até ao litoral; por Avenida Marechal Alencastro; por esta (excluída),
este, na direção oeste, até encontrar o prolonga- até encontrar a reta paralela e distante trezentos
mento da Avenida Almirante Fontenele; seguindo metros da Avenida Brasil; por esta (incluída), na
por este e pela Avenida Almirante Fontenele (in- direção sudoeste, até atingir a curva de nível +
cluída), até encontrar a Avenida Almirante Alves 35m do Morro do Jaques; por esta curva de nível,
Câmara Júnior; por esta (incluída), até à Estrada na direção sudoeste, contornando os Morros do Ja-
da Bica; por esta (excluída), até encontrar a Es- ques, Monte Alegre e do Batã, até encontrar a Rua
trada do Rio Jequiá; por esta (excluída), até ao H do Projeto Aprovado de Loteamento número
ponto inicial. 8.793; pelo prolongamento da Rua H, até encon-
trar a Avenida Brasil; por esta (excluída), até en-
7 - FREGUESIA (ILHA DO GOVERNADOR) contrar o limite da Zona Especial 7; por este, até
Do encontro do prolongamento da Rua Manoel ao limite entre os Municípios do Rio de Janeiro e
Marreiros com o litoral; por este, na direção nor- de Nilópolis; por esta, até encontrar a Rua Otacílio
deste, até encontrar o prolongamento da Travessa Pedro Vasco; por esta (excluída) e pelo seu pro-
Teotônio Freire, por esta (excluída), até à Estrada longamento, até à Rua Boaçu; por esta (incluído o
do Pinhão; por esta (excluída), na direção sudoes- lado ímpar), até à Rua Aripuã; por esta (excluída)
te, até ao seu encontro com a Rua Paraim; por e pelo seu prolongamento, até encontrar a Aveni-
esta (excluída), até à Rua Coronel Rogaciano Men- da Nazaré; por esta (excluída), até à Rua Paraúna;
des; por esta (excluída), até à Rua Miritiba; deste por esta (excluída), até à Rua Lobo; por esta (in-
ponto, por uma linha reta, até o final da Rua Ma- cluído o lado par), até à Rua Araí; por esta (incluí-
rau; por esta (excluída), até atingir a curva de da o lado par), até à Estrada do Camboatá; por
nível + 25m do Morro Bela Vista; por esta curva esta (incluído o lado ímpar), até à Rua Marcos de
de nível, na direção leste, até a Rua Magno Mar- Macedo; por esta (incluído o lado ímpar), até à
tins; por esta, na direção noroeste, até à Rua das Rua Condor; por esta (incluído o lado ímpar), até à
Araras; por esta (excluída), até à Rua ltacuá; por Rua dos Argos; por esta (incluído o lado ímpar),
esta (excluída), até à Estrada da Porteira; por esta até ao ponto inicial.
(excluída), até à Rua Tremembé; por esta (excluí-
da), na direção noroeste, até à Rua João Teles de 12 - GUARATIBA/MACIÇO DA PEDRA BRANCA
Menezes; por esta (excluída), na direção oeste, Do encontro do Canal Cortado com a Estrada
até à Rua Doutor Manoel Marreiros; por esta (ex- Vereador Alceu de Carvalho; por esta (excluída),
cluída), na direção noroeste, até ao ponto inicial. até ao encontro do Canal de Sernambetiba com o
litoral; por este, incluído a Restinga da Marambaia,
8 - MORRO DO JURAMENTO até à Avenida Carlos da Silva Rocha; por esta (ex-
Do encontro da Rua Domingos da Silva com a cluída), até à Rua Centro e Trinta e Dois do Proje-
curva de nível + 50m; por esta curva de nível, na to Aprovado de Loteamento número 6.172; deste
direção nordeste, contornando o Morro do Jura- ponto, por uma linha reta, até ao ponto de conflu-
mento, até à Rua dos Lírios; por esta e pelo seu ência da Rua Serra da Saudade com a Estrada da
prolongamento, até atingir a curva de nível + Capoeira Grande; por esta (excluída), até ao en-
75m; por esta, na direção oeste, até encontrar o contro com a Rua B Dois do Projeto Aprovado de
prolongamento da Rua Açaí, até encontrar a curva Loteamento número 6.466; por esta (excluída) e
de nível + 75m; por esta curva de nível, na dire- pelo seu prolongamento; até encontrar a curva de
ção sudoeste, até à Travessa Henrique Azevedo; nível + 50m da Serra da Capoeira Grande; por
por esta, na direção norte, até atingir a curva de esta, na direção sudoeste, contornando a Serra da
nível + 100m; por esta curva de nível, na direção Capoeira Grande, até ao ponto mais próximo da
oeste, contornando os Morros do Dendê e da Ser- Avenida das Américas; deste ponto, por uma linha
rinha, até encontrar o prolongamento da Rua Do- reta perpendicular à Avenida das Américas, até
mingos da Silva; por este, até ao ponto inicial. encontrá-la; por esta (excluída), na direção oeste,
até à Estrada da Pedra; por esta (excluída), na
direção sul, até o encontro com a Rua Francisco

113
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
Vilhena; por esta (excluída), até à Rua Professor deste, até encontrar a curva de nível + 100m do
Charles Lachmund; por esta (excluída), até à Rua Morro de Santa Eugênia; por esta, na direção nor-
Vasco Lima, por esta (excluída), até encontrar o deste, contornando a Serra do Cantagalo, até en-
prolongamento da Rua Matarazzo; por esta (excluí- contrar a Estrada do Canhangá; por esta (incluí-
da), até à Avenida Levi Neves; por esta (excluída), da), na direção sudeste, até encontrar a Estrada
até à Avenida Oswald de Andrade; por esta (excluí- do Magarça; por esta (excluída), na direção sudo-
da), até à Rua Antônio Pereira da Silva; por esta, este, até encontrar a Estrada do Cachimbau; por
até à Rua Tasso de Figueiredo; por esta (excluí- esta (incluída), até à Estrada do Aterrado do Rio;
da), até o litoral; por este, na direção oeste, até por esta (incluída), na direção sul, até à Estrada
encontrar a reta perpendicular à Estrada São Tar- General Pessoa Cavalcanti; por esta (incluída), até
císio no seu ponto de confluência com a Rua Leila a Estrada da Cachamorra; por esta (excluída), na
Lopes; pela Estrada São Tarcísio (excluída), na direção leste, até encontrar a Estrada dos Ca-
direção norte, até à Estrada Santa Veridiana; por boclos; por esta (incluída), até à Estrada do Cabu-
esta (excluída), até à Estrada do Piaí; por esta çu; por esta (excluída), na direção noroeste, até
(excluída), até à Estrada Vasconcelos; por esta ao entroncamento da Estrada do Cabuçu com a
(excluída), até à Estrada de Sepetiba; por esta Avenida Glicínia; deste ponto, pela Rua Augusta
(excluída), na direção sudoeste, até encontrar o (excluída), até à Rua do Turista; por esta (incluí-
prolongamento da Rua Itamogi; por esta, até en- da) e pelo seu prolongamento, até atingir a curva
contrar a Rua Itamogi; por esta (excluída), até à de nível + 50m; por esta, na direção leste, até
Rua Buritizal; pela Rua Buritizal (excluída), na encontrar o prolongamento do Caminho do Veloso;
direção sudoeste e pelo seu prolongamento, até por este (incluído), na direção norte, até à Estrada
encontrar a Rua da Guarda; por esta (incluída), na Moriçaba; por esta (excluída), até encontrar a Rua
direção sudoeste, até à confluência com a Estrada Cláudio Ganns; deste ponto, por uma perpendicu-
da Praia de Sepetiba; deste ponto, por uma linha lar à Estrada Moriçaba, passando pela Rua Cláudio
reta até o litoral; por este, na direção noroeste, Ganns (excluída), até encontrar a curva de nível +
até ao Rio da Guarda; por este, até ao Canal de 60m; por esta, contornando o Maciço da Pedra
Santo Agostinho; por este, até encontrar o Canal Branca, na direção nordeste, até encontrar o pro-
de São Francisco; por este, na direção nordeste, longamento da Rua Capitão Borges do Couto; por
até encontrar a linha da Rede Ferroviária Federal esta (excluída), até ao seu início; deste ponto,
Sociedade Anônima; por esta, na direção sudeste, pelo seu prolongamento a curva de nível + 75m;
até encontrar a Estrada do Itá; por esta, até en- por esta, na direção sudeste, contornando o Mací-
contrar a Avenida Prado Júnior; por esta (excluí- ço da Pedra Branca, até ao encontro com a Rua
da), até encontrar o limite da Zona Especial 7; por Guilherme Veloso; por esta (excluída), até ao pon-
este, até encontrar uma linha imaginária paralela to de encontro com a curva de nível + 50m; por
e distante setecentos metros da Avenida Prado esta, na direção oeste, contornando o Maciço da
Júnior; por esta linha, na direção sudeste, até à Pedra Branca, até encontrar a Estrada da Boiúna
Estrada Vítor Dumas; por esta (excluída), na dire- no seu ponto mais próximo à Estrada dos Teixei-
ção sul, até encontrar a Estrada São Domingos ras; pela Estrada da Boiúna (incluída), na direção
Sávio; por esta (excluída), até à Estrada de Sepe- sudoeste, até encontrar a Estrada do Rio Grande
tiba; por esta (excluída), na direção sul, até en- (excluída), até à Estrada da Ligação; por esta (ex-
contrar o limite sul do Projeto Aprovado de Lotea- cluída), até à Estrada do Outeiro Santo; por esta
mento número 20.509; por este, até à Rua (excluída), até à Praça São Casemiro (excluída);
Dezessete do mesmo Projeto Aprovado de Lotea- pela Estrada do Guerenguê (excluída), até à Rua
mento; por esta (excluída) e pelo seu prolonga- André Rocha; por esta (excluída), até à Estrada da
mento até encontrar a Estrada Tasso Blaso; por Curicica; por esta (excluída), até a Estrada do
esta (excluída), na direção sudeste, até à Estrada Calmete; deste ponto, pelo prolongamento da
Santa Veridiana; por esta (excluída), na direção Estrada do Calmete, até encontrar a curva de nível
norte, até encontrar a Estrada da Pedra; por esta + 50m do Morro Dois Irmãos; por esta, contor-
(excluída), até à Rua F do Projeto Aprovado de nando na direção sul, até ao encontro com a Es-
Loteamento número 26.224; por esta (excluída), trada Frei Tibúrcio; por esta (incluída), na direção
até atingir o limite sudoeste do Conjunto Habita- sudeste, até à Estrada dos Bandeirantes; por esta
cional Doutor Otacílio Camará; por este até atingir (excluída) na direção sudoeste, até à Estrada Ben-
a linha de cumeada do Morro da Joaquina; por vindo de Novais; por esta (excluída), até ao seu
esta, até encontrar a Estrada do Massapê; por encontro com o Canal do Cortado; por este, na
esta (incluída), na direção noroeste, até encontrar direção sudoeste, até ao ponto inicial.
a curva de nível + 25m; por esta, na direção no-
roeste, até encontrar a projeção da linha de 13 - MENDANHA
transmissão da Light;- por esta, na direção nor- Do entroncamento da Estrada do Mendanha

114
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
com o caminho sobre a adutora do Guandu; por 16 - MORRO LUÍS BOM
este (incluído), na direção oeste, até encontrar o Curva de nível 50 metros.
limite do Projeto Aprovado de Loteamento número
35.779; por este limite, até encontrar a Estrada do 17 - MORRO DO SANTÍSSIMO
Pedregoso; por esta (incluída), na direção sudoes- Curva de nível 50 metros.
te, até encontrar o Rio da Prata do Mendanha;
seguindo por este, na direção sudoeste (incluído), 18 - MORRO MONTE ALEGRE
e pelo Rio Guandu-Mirim (incluído), até encontrar Curva de nível 50 metros.
o limite entre os Municípios do Rio de Janeiro e
Nilópolis; por este limite, até encontrar a curva de 19 - MORRO JOÃO VICENTE
nível + 50m da Serra do Mendanha, por esta cur- Curva de nível 50 metros.
va de nível, contornando o Morro do Capim Mela-
do, até encontrar o prolongamento da Estrada 20 - MORRO DA PACIÊNCIA
General Afonso de Carvalho; por este prolonga- Curva de nível 50 metros.
mento até encontrar o entroncamento da Estrada
General Afonso de Carvalho com a Estrada do 21 - MORRO DO SILVÉRIO
Gericinó; por esta (excluída), até à Estrada do Curva de nível 25 metros.
Guandu do Sena; pela Estrada do Guandu do Sena
(excluída) até ao encontro desta com o prolonga- 22 - PIAÍ
mento da Rua Viúva Guerreiro; por esta (excluí- Do encontro da Estrada do Piaí com a Rua To-
da), até à Travessa Sucre; por esta (excluída), até lândia; por esta, na direção sul, até o litoral; por
à Travessa Sorrento; por esta (excluída), até en- este, na direção sudeste, até encontrar a Rua Ma-
contrar a Rua Júlio Reis; por esta (excluída), até estro Deozílio; por esta, até ao encontro com a
ao seu final; deste ponto, por uma linha reta, até Estrada da Pedra; por esta, na direção norte, até à
à Rua Otaviano Romeiro; por esta (excluída), até Estrada do Piaí; por esta, até ao ponto inicial.
ao seu início; deste ponto, por uma linha reta, até
ao início da Estrada Sargento Miguel Filho; por
esta (excluída), até ao seu final; pelo prolonga- 23 - PALMARES
mento da Estrada Sargento Miguel Filho, até en- Área delimitada a partir da confluência do leito
contrar a curva de nível + 75m do Morro dos Co- do Rio Guandu-Mirim com a antiga Estrada Rio-São
queiros; por esta curva de nível, contornando os Paulo; por esta (incluído apenas o lado ímpar), na
Morros do Cafuá, dos Coqueiros e da Bandeira, direção sul, até o entroncamento com a Avenida
descendo o espigão do Morro da Bandeira, até Brasil; por esta, na direção sudoeste, excluídos os
encontrar o entroncamento da Rua Teixeira Cam- terrenos lindeiros do lado par compreendidos nu-
pos com a Estrada dos Sete Riachos; por esta, até ma faixa com duzentos metros, até encontrar o
à projeção da linha de transmissão; por esta linha, prolongamento do limite nordeste do Conjunto
até encontrar a curva de nível + 50m; por esta Habitacional Manguariba; por este prolongamento
curva de nível, na direção oeste, contornando o e pelos limites nordeste e noroeste desse Conjunto
Morro do Taquara, até encontrar a Rua Caiará; por Habitacional, até encontrar o Caminho do Cavalo
esta (incluída), até a Estrada dos Sete Riachos; de Pau; por este (incluído apenas o lado ímpar),
por esta (incluída), na direção noroeste, até um na direção sul, até à Estrada dos Palmares; por
ponto a duzentos metros do seu encontro com a esta (incluído apenas o lado par), na direção oes-
Rua Caiará; deste ponto, por uma linha reta, até te, até à Estrada do Morro do Ar; por esta (incluí-
ao final do Caminho do Quitungo; por este (excluí- do apenas o lado ímpar), na direção sudoeste, até
do), até encontrar o limite do Projeto Aprovado de encontrar o leito do Rio Cação Vermelho; por este,
Loteamento número 24.477; pelo limite da área na direção noroeste, até encontrar o leito do Canal
loteada desse Projeto Aprovado de Loteamento, do Itá; por este, na direção sudoeste, até encon-
até encontrar o Caminho do Ceará; por este (ex- trar o prolongamento do limite nordeste do Projeto
cluído), até encontrar o prolongamento da Rua do Aprovado de Loteamento número 40.190; por este
Paraense; por esta (excluída), até à Estrada do prolongamento e pelo limite nordeste, cruzando o
Mendanha; por esta (excluída), até ao ponto inicial. Canal do Guandu, até encontrar o limite nordeste
do Conjunto Habitacional Guandu; por este e pelo
14 - MORRO DA POSSE limite noroeste do Conjunto Habitacional João
Curva de nível 50 metros. XXIII; por este limite e pelo seu prolongamento,
na direção noroeste, até encontrar a Estrada da
15 - MORRO DAS PAINEIRAS Reta do Rio Grande; por esta (incluído apenas o
Curva de nível 50 metros. lado par); na direção nordeste, até encontrar o
limite nordeste do Projeto Aprovado de Loteamen-

115
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
to número 38.456; por esse limite, até ao leito do desta com os limites norte e leste do Projeto Apro-
Canal São Fernando; por este, na direção nordes- vado de Loteamento número 37.474; de seu en-
te, até encontrar o prolongamento do limite nor- contro com a Avenida Alvorada, até ao seu encon-
deste do Projeto Aprovado de Loteamento número tro com o lado norte da Avenida Sernambetiba;
38.798; por esse limite e pelo seu prolongamento, pelo lado norte da Avenida Sernambetiba; de seu
até encontrar o leito do Canal de São Francisco; encontro com o limite leste do Projeto Aprovado
por este, na direção nordeste, até encontrar o de Loteamento número 37.474 até ao seu encon-
limite do Município de Nova Iguaçu; por esse limi- tro com a Via Parque do Projeto Aprovado de Lo-
te, na direção leste, até encontrar o leito do Rio teamento número 27.560; pela Via Parque do
Guandu-Mirim; por este, na direção leste, até ao Projeto Aprovado de Loteamento número 27.560,
ponto de partida. de seu encontro com o lado norte da Avenida Ser-
nambetiba, até ao seu encontro com o lado sul da
24 - MORRO DO FURADO Via 2 do Projeto de Alinhamento número 8.997;
Curva de nível 50 metros. pelo lado da Via 2 do Projeto de Alinhamento nú-
mero 8.997 de seu encontro com a Via Parque do
25 - LAGOINHA Projeto Aprovado de Loteamento número 27.560
Do encontro da Estrada Benvindo de Novais até ao seu encontro com a Lagoa da Tijuca; pela
com a Avenida Jarbas de Carvalho; por esta (ex- linha reta que atravessa o Canal de Marapendi e
cluída), contornando a Lagoinha, no sentido sudo- contém os encontros da Lagoa da Tijuca com os
este, até encontrar a Estrada Benvindo de Novais; lados norte e sul da Via 2 do Projeto de Alinha-
por esta (excluída), até ao ponto inicial. mento número 8.997; pelo lado norte da Via 2 do
Projeto de Alinhamento número 8.997 do seu en-
26 - LAGOA DA TIJUCA E JACAREPAGUÁ contro com a Lagoa da Tijuca até ao seu encontro
Do entroncamento da Avenida Arenópolis com com a Rua Professor Alfredo Colombo; pela Rua
a Avenida Embaixador Abelardo Bueno; por esta Professor Alfredo Colombo, pela Avenida das Amé-
(excluída), até ao Arroio Pavuna; a partir deste ricas, de seu encontro com a Rua Professor Co-
ponto pela faixa de proteção da SERLA da Lagoa lombo, até ao encontro com a Avenida Mário Fer-
do Camorim; por esta, até à faixa de proteção da nandes Guedes; pela Avenida Mário Fernandes
Lagoa da Tijuca; por esta, até encontrar a Estrada Guedes; pela Via 2 do Projeto de Alinhamento
do Itanhangá no seu ponto mais próximo das número 8.997 de seu encontro com a Avenida
margens da Lagoa da Tijuca; pela Estrada do Ita- Moisés Castelo Branco Filho; pela Avenida Moisés
nhangá (excluída), até à Praça Desembargador Castelo Branco Filho, pela Avenida das Américas,
Araújo Jorge (excluída); deste ponto, pela faixa de de seu encontro com a Avenida Moisés Castelo
proteção do Canal da Lagoa da Tijuca (margem Branco Filho, até ao seu encontro com a Avenida
direita), até ao litoral; retornando pela faixa de Otávio Dupont; pela Avenida Otávio Dupont; pela
proteção da margem direita do Canal da Lagoa da Via 2 do Projeto de Alinhamento número 8.997, de
Tijuca até à Lagoa da Tijuca; e pela faixa de pro- seu encontro com a Avenida Aeronópolis, até ao
teção da Lagoa da Tijuca até encontrar a Vila Par- ponto inicial.
que do Projeto Aprovado de Loteamento número
27.560; por esta e pelo seu prolongamento, até 28 - MORRO DO RANGEL
encontrar a faixa de proteção da Lagoa de Jacare- Curva de nível 50 metros.
paguá; por esta, até encontrar a Avenida Arenópo-
lis; por esta até ao ponto inicial. 29 - MORRO SITUADO ENTRE A ESTRADA
DO CAPENHA, A RUA GEMINIANO GÓIS E A
27 - LAGOA DE MARAPENDI RUA ARAGUAIA.
Da Avenida Arenópolis, em seu encontro com Curva de nível 100 metros.
a Via 2 do Projeto Aprovado de Alinhamento nú-
mero 8.997, até seu encontro com a via de ligação 30 - MORRO DO BARRO VERMELHO
daquela à Avenida Sernambetiba; pela linha per- Curva de nível 100 metros.
pendicular ao Oceano Atlântico que contém o en-
contro da Avenida Sernambetiba com a via de
ligação desta, à Avenida Arenópolis; pelo Oceano
Atlântico; pela linha perpendicular ao Oceano A-
tlântico que contém o encontro da Avenida Ser-
nambetiba com limite oeste do Projeto Aprovado
de Loteamento número 38.021 até seu encontro
com a Avenida Alvorada; pela linha reta que atra-
vessa a Avenida Alvorada e contém os encontros

116
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
ANEXO IV
ÁREAS SUJEITAS A INTERVENÇÃO DO PODER PÚBLICO PARA ESTRUTURAÇÃO E REGULARIZA-
ÇÃO, REESTRUTURAÇÃO E PROTEÇÃO AMBIENTAL.
[Com a redação dada pela Lei Complementar n.º 19, de 14/12/1992.]
estruturação e re-
Áreas sujeitas a

gulamentação

Favelas e loteamentos irregulares existentes até a data da publicação desta lei, exce-
tuados aqueles situados em áreas de risco, nas faixas marginais de proteção de águas
superficiais e nas faixas de domínio de estradas municipais, estaduais e federais res-
peitados os artigos 142 e 143 da Lei Complementar n.º 16, de 04 de junho de 1992.
Conjuntos habitacionais existentes

Área de Unidade espacial


Áreas objetos de
Planjamen- de planejamento Bairros
reestruturação
to (AP) (UEP)
Área Portuária 1 01 Saúde, Santo Cristo, Gamboa.
Bairro do Caju 02 Caju
Áreas remanescen- 2 08 Flamengo, Glória, Laranjeiras,
tes da implantação Catete.
do Metrô 09 Botafogo.
16 Tijuca, Praça da Bandeira
Áreas descritas no 3 24 Higienópolis, Jacaré, Maria da
Decreto n.º 1.271, Graça, Del Castilho.
Áreas sujeitas a reestabilização

de 27 de outubro de 25 Inhaúma, Engenho da Rainha,


1977 (Áreas Rema- Tomás Coelho.
nescentes 30 Irajá, Colégio.
do Metrô/ZE-9) 39 Barros Filho, Costa Barros,
Pavuna.
Áreas afetadas pela 3 35 Ribeira, Zumbi, Cacuia, Pi-
implantação da Linha tangueiras, Praia da Bandeira,
Vermelha, e áreas do Cocotá, Bancários, Freguesia,
Saco do Rio Jequiá Jardim Guanabara, Jardim Cari-
oca, Tauá, Moneró, Portuguesa.
Áreas afetadas pela 3 39 Barros Filho, Costa Barros,
implantação da Linha Pavuna.
Vermelha
Área de expansão do 4 43 Taquara, Tanque.
centro de comércio e
serviços da Taqua-
ra/Tanque
Área de expansão do 5 51 Campo Grande
Centro de Comércio
e Serviços de Campo
Grande
Áreas sujeitas a proteção

Áreas situadas na Macrozona de restrição à ocupação urbana (anexo III da Lei Com-
plementar n.º 16, de 04 de junho de 1992), passíveis de só tornarem unidades de
conservação ambiental.
ambiental

Áreas de preservação permanente, entendidas como aquelas descritas na Lei Orgânica


do Município em seu artigo 463, inciso IX.
Áreas que integram o patrimônio paisagístico e cultural relacionadas, por Áreas de Planeja-
mento, nos artigos 64, 66, 68, 70 e 72 da Lei Complementar n.º 16, de 04 de junho
de 1992.
Áreas consideradas como Zona Especial 1 (ZE-1) descritas no artigo 163, e seus pa-
rágrafos, do Decreto n.º 322, de 03 de março de 1976.

117
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
ANEXO V

ÁREAS DE PLANEJAMENTO

Área de
REGIÃO ADMINISTRATIVA
Planejamento
(RA)
(AP)
I RA – Portuária
II RA – Centro
III RA – Rio Comprido
AP-1
VII RA – São Cristóvão
XXI RA – Ilha de Paquetá
XXIII RA – Santa Teresa
IV RA – Botafogo
V RA – Copacabana
VI RA – Lagoa
AP-2
VIII RA – Tijuca
IX RA – Vila Isabel
XXVII RA – Rocinha
X RA – Ramos
XI RA – Penha
XII RA – Inhaúma
XIII RA – Méier
XIV RA – Irajá
XV RA – Madureira
AP-3
XX RA – Ilha do Governador
XXII RA – Anchieta
XXV RA – Pavuna
XXVIII RA – Jacarezinho
XXIX RA – Complexo do Morro do Alemão
XXX RA – Complexo da Maré
XVI RA – Jacarepaguá
AP-4
XXIV RA – Barra da Tijuca
XVII RA – Bangu
XVIII RA – Campo Grande
AP-5
XIX RA – Santa Cruz
XXVI RA – Guaratiba

118
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
ANEXO V-A
SUBÁREAS DE PLANEJAMENTO
Subárea de
REGIÃO ADMINISTRATIVA
Planejamento
(RA)
(AP)
I RA – Portuária
1-A II RA – Centro
VII RA – São Cristóvão
III RA – Rio Comprido
1-B
XXIII RA – Santa Teresa
1-C XXI RA – Ilha de Paquetá
IV RA – Botafogo
2-A
VI RA – Lagoa
2-B V RA – Copacabana
VIII RA – Tijuca
2-C
IX RA – Vila Isabel
2-D XXVII RA – Rocinha
X RA – Ramos
3-A XI RA – Penha
XXX RA – Complexo da Maré
XII RA – Inhaúma
XIII RA – Méier
3-B
XXVIII RA – Jacarezinho
XXIX RA – Complexo do Morro do Alemão
XIV RA – Irajá
3-C
XV RA – Madureira
3-D XX RA – Ilha do Governador
XXII RA – Anchieta
3-E
XXV RA – Pavuna

ANEXO VI
UNIDADES ESPACIAIS DE PLANEJAMENTO (UEP) PRIORITÁRIAS PARA ELABORAÇÃO
DE PROJETOS DE ESTRUTURAÇÃO URBANA (PEU).
[Com a redação dada pela Lei Complementar n.º 19, de 14/12/1992.]
Áreas de Bairros (UEP)
Planejamento
Caju 02
Centro 03
1 Saúde, Santo Cristo, Gamboa (exceto na área da APA 01
descrita na Lei n.º 971, de 04 de maio de 1981, regulamen-
tada pelo Decreto n.º 7.351, de 14 de janeiro de 1988).
Copacabana, Leme 11
2 Tijuca, Praça da Bandeira 16
Alto da Boa Vista 17
Madureira, Campinho, Vaz Lobo 31
Higienópolis, Jacaré, Maria da Graça, Del Castilho 24
3
Inhaúma, Tomás Coelho, Engenho da Rainha 25
Vista Alegre, Irajá, Colégio 30
Taquara, Tanque 43
4 Barra da Tijuca, Itanhangá, Joá 45
Pechincha, Freguesia 42
Campo Grande, Santíssimo, Senador Vasconcelos 51
Deodoro, Vila Militar, Campo dos Afonsos, Jardim Sulacap 48
5
Magalhães Bastos, Realengo 49
Inhoaíba, Cosmos 52
119
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
ANEXO VII
ESTRUTURA URBANA BÁSICA, COM REDE ESTRUTURAL DE TRANSPORTE
[Com a redação dada pela Lei Complementar n.º 19, de 14/12/1992.]
A) Sistemas de Centros de Comércio e Serviços
Unidade
Categoria/
Bairro Espacial de
Hierarquia
Planejamento
1.º) Centro de al- Centro (ACN) 03
cance metropolitano Copacabana 11
Madureira 31
Tanque / Taquara 43
Campo Grande 51
2.º) Centro de al-
Estácio 04
cance municipal
Botafogo 09
Ipanema 12
Leblon 12
Tijuca 16
Bonsucesso 21
Ramos 21
Penha Circular 22
Méier 27
Irajá 30
Bairros da Ilha do Governador 35
Pavuna 39
Barra da Tijuca 45
Bangu 50
3.º) Centro de al- Os centros de alcance local a serem definidos nos Proje-
cance local tos de Estruturação Urbana, correspondem aos núcleos
de comércio e serviços dos demais bairros

Unidade
Áreas industriais Denominação Espacial de
Planejamento
Zonas indus- Zona de uso estri- Fazenda Botafogo 38/39
triais tamente industrial Campo Grande* 51
(ZEI) Paciência 53
Palmares* 53/51
Santa Cruz 51
Zonas de uso pre- Caju 02
do-minantemente São Cristóvão 05
industrial (ZUPI) Jacaré-Manguinhos 20/24
Bonsucesso-Penha 21/22/24
Projeto Rio 20/21/22/23
Del Castilho-Inhaúma 24/25/27/28
Acari-Vigário Geral 23/30/38/39
Guadalupe 37/39/48
Jacarepaguá 40/41/43
Camorim 40
Curicica 40/41
Bangu 50
Campo Grande* 51
Inhoaíba 52
Palmares* 53
Santa Cruz 53
Guaratiba 55

120
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
Unidade
Áreas industriais Denominação Espacial de
Planejamento
Pólos industri- Zona estritamente Bio-Tecnologia 36
ais in-dustrial (ZEI) Cine-Vídeo e Comunicação 40
Ótica 40
Tecnologia II 40
Tecnologia I 41
Confecção 46
Calçadista 50
Alumínio e Fundição 53
* Incluídos na Zona Econômica Exclusiva.

B) Rede Estrutural de Transportes


Principais Centros de Unidade
Modo Corredor Comércio e Serviços Espacial de
Atendidos Planejamento
Rodoviário Estácio-Praça XV de No- Estácio (2)
04
P vembro (linha 2) Centro Praça XV de No-
r vembro (1) 03
o Botafogo-Copacabana Botafogo (2) 09
p Copacabana (1) 11
o Tijuca-Gavéa Tijuca (2) 16
s Gávea (3) 14
t Copacabana-Ipanema Copacabana (1) 11
o (Linha 1) Ipanema (1) 12
E Tijuca-Botafogo Tijuca (2) 16
x (Linha 1) Estácio (2) 04
i Centro (1) 03
s Flamengo (3) 08
t Botafogo (2) 09
e Estácio-Pavuna Estácio (2) 04
n (Linha 2) São Cristóvão (3) 05
t
Pavuna (3) 39
e
Hidroviário P Praça XV de Novembro- Centro (1) 03
r Barra da Tijuca Barra da Tijuca (2) 45
o Praça XV de Novembro- Centro (1) 03
p
São Gonçalo São Gonçalo -
o
s Marina da Glória-Ilha do Flamengo (3) 08
t Governador Ilha do Governador (2) 35
o
E Praça XV de Novembro- Centro (1) 03
x
i Ilha do Governador Ilha do Governador 35
s Praça XV de Novembro – Centro (1) 03
t Paquetá Paquetá (3) 06
e Praça XV de Novembro – Centro (1) 03
n Niterói Niterói -
t
e
Rodoviário P Penha-Barra da Tijuca (T5) Penha (2) 22
r Irajá (2) 30
o Madureira (1) 31
p
Taquara (1) 43
o
s Tanque (1) 43
t Barra da Tijuca (2) 45
o
121
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
Principais Centros de Unidade
Modo Corredor Comércio e Serviços Espacial de
Atendidos Planejamento
Rodoviário P São Cristóvão – Rodovia São Cristóvão (3) 05
r Washington Luís (via Ilha do Governador (2) 35
o Linha Vermelha) Duque de Caxias -
p Ilha do Governador – Ilha do Governador (2) 35
o Jacarepaguá (Via Túnel Bonsucesso (2) 21
s da Covanca) Tanque (1) 43
t Taquara (1) 43
o
Bangu – Centro Bangu (2) 50
(Av. Brasil) Penha Circular (2) 22
Ramos (2) 21
Bonsucesso (2) 21
Centro (1) 03
Ilha do Governador – Ilha do Governador (2) 35
Centro (Av. Brasil) Ramos (2) 21
Bonsucesso(2) 21
Centro (1) 03
Gávea-Centro Gávea (3) 14
(Via Botafogo) Botafogo (2) 09
Centro (1) 03
Gávea-Centro Gávea (3) 14
(Via Copacabana) Leblon (2) 12
Ipanema (2) 12
Copacabana (1) 11
e
Botafogo (2) 09
x
Centro (1) 03
i
Ipanema – Rodoviária Ipanema (2) 12
s
(Via Túnel Rebouças) Estácio (2) 04
t
Santo Cristo (3) 01
e
Leblon-São Cristóvão Leblon (2) 12
n
(Via Túnel Rebouças) Estácio (2) 04
t
São Cristóvão (3) 05
e
Copacabana – São Cris- Copacabana (1) 11
tóvão (via - Túnel Re- Estácio (2) 04
bouças) São Cristóvão (3) 05
Botafogo-Portuária Botafogo (2) 09
(Via Túnel Santa Bárba- Catumbi (3) 04
ra) Santo Cristo (3) 01
Irajá-S. J. de Meriti Irajá (2) 30
(via Rod. Pres. Dutra) São João de Meriti -
Anchieta-Pavuna (Via Anchieta (3) 37
Est. do Rio do Pau- Pavuna (2) 39
Viaduto da Pavuna
Irajá-Duque de Caxias Irajá (2) 30
(Via Rodovia Washington Duque de Caxias -
Luís)

122
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

Principais Centros de Unidade


Modo Corredor Comércio e Serviços Espacial de
Atendidos Planejamento
Rodoviário B. da Tijuca-Gávea Barra da Tijuca (2) 45
Gávea (3) 14
Vila-Isabel-Taquara Vila Isabel (3) 18
(Via Estrada Grajaú- Taquara (1) 43
Jacarepaguá)
Bangu-Madureira Bangu (2) 50
(Via Campo dos Afonsos) Madureira (1) 31
Bangu-Largo do Tanque Bangu (2) 50
(Via Estr. do Cafundá) Taquara (1) 43
Tanque (1) 43
Santa Cruz-Deodoro Santa Cruz (3) 53
(Via Estr. do Morro do Ar Campo Grande (1) 51
e Av. Brasil Bangu (2) 50
Deodoro (3) 48
Campo Grande-Deodoro Campo Grande (1) 51
(Via Estr. do Mendanha- Bangu (2) 50
Av.Brasil) Deodoro (3) 48
Largo do Tanque- Tanque (1) 43
Deodoro (V. Estr. do Ca- Deodoro (3) 48
E fundá)
x Santa Cruz-Estrada de Santa Cruz (3) 53
i Sepetiba (Via Av. Felipe Sepetiba (3) 54
s Cardoso)
t Santa Cruz-Pedra de Santa Cruz (3) 53
e Guaratiba (Via Av. Felipe Pedra de Guaratiba (3) 55
n Cardoso)
t Santa Cruz-Barra de Santa Cruz (3) 53
e Guaratiba (Via Rodovia Pedra de Guaratiba (3) 55
RJ-071)
Campo Grande-Barra de Campo Grande (1) 51
Guaratiba (Via Estr. do Barra de Guaratiba (3) 55
Monteiro)
Campo Grande-Barra da Campo Grande (1) 51
Tijuca (Via Av. das Amé- Barra da Tijuca (2) 45
ricas)
Recreio dos Bandeiran- R. dos Bandeirantes 47
tes-Tanque (Via Estrada Tanque 43
dos Bandeirantes)
Campo Grande-Nova Iguaçu Campo Grande 51
(Via Antiga Estrada Rio-São Nova Iguaçu -
Paulo)
Santa Cruz-Itaguaí (Via Santa Cruz (3) 53
Rod. Rio-Santos) Itaguaí -
Santa Cruz (3) 53
Santa Cruz-Sepetiba (Via Sepetiba (3) 54
Rod. RJ-071 – Estrada de
Sepetiba)
123
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

Principais Centros de Unidade


Modo Corredor Comércio e Serviços Espacial de
Atendidos Planejamento
Rodoviário Campo Grande-Itaguaí Campo Grande (1) 51
(Via Antiga Estrada Rio- Itaguaí
São Paulo e Rod. Rio -
Santos)
Ferroviário D. Pedro II – Santa Cruz Centro (1) 03
(Ramal Centro) Méier (2) 27
Madureira (1) 31
Bangu (2) 50
Campo Grande (1) 51
E Santa Cruz (3) 53
x D. Pedro II – Japeri Centro (1) 03
i (Linha Auxiliar) Madureira (Magno) (2) 31
s Deodoro (3) 48
t Centro (1) 03
e D. Pedro II – Belford Madureira (Magno) (2) 31
n Roxo (Linha Auxiliar Pavuna (2) 39
t B. de Mauá – Gramacho São Cristóvão (3) 05
e (Leopoldina) Bonsucesso (2) 21
Ramos (2) 21
Penha Circular (2) 22
Vigário Geral (3) 23
Ligação Centro – Santa Centro (1) 03
Teresa (Bonde) Santa Teresa (3) 07

ANEXO VIII

REDE ESTRUTURAL DE TRANSPORTES – LIGAÇÕES


Sistema Ligação
Ferroviário 1 D. Pedro II – Santa Cruz (Ramal Centro)
2 D. Pedro II – Japeri (Linha Auxiliar)
3 D. Pedro II – Belford Roxo (Linha Auxiliar)
4 Barão de Mauá – Gramacho (Linha Leopoldina)
5 Ligação Centro – Santa Teresa (Bondes)
Metroviário 6 Estácio – Pavilhão (Linha 2)
7 Carioca – Praça Quinze de Novembro (Linha 2)
8 Tijuca – Botafogo (Linha 1)
8A Botafogo – Copacabana (Linha 1)
9 Tijuca – Gávea
10 Copacabana – Ipanema (Linha 1)
Hidroviário 11 Praça Quinze de Novembro – Ilha do Governador
12 Praça Quinze de Novembro – Barra da Tijuca
13 Praça Quinze de Novembro – São Gonçalo
14 Praça Quinze de Novembro – Paquetá
15 Praça Quinze de Novembro – Niterói
16 Marina da Glória – Ilha do Governador

124
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

Sistema Ligação
Rodoviário 17 Penha – Barra da Tijuca (T 5)
18 Bangu – Centro (via Avenida Brasil)
19 Ilha do Governador – Centro (via Avenida Brasil)
20 Gávea – Centro (via Botafogo)
21 Gávea – Centro (via Copacabana)
22 Ipanema – Rodoviária (via Túnel Rebouças)
23 Leblon – São Cristóvão (via Túnel Rebouças)
24 Copacabana – São Cristóvão (via Túnel Rebouças)
25 Botafogo – Portuária (via Túnel Santa Bárbara)
26 Irajá – São João de Meriti (via Rodovia Presidente Dutra)
27 Anchieta – Pavuna (via Estrada do Rio do Pau, Viaduto da Pavuna)
28 Irajá – Duque de Caxias (via Rodovia Washington Luiz)
29 São Cristóvão – Rodovia Washington Luiz (via Linha Vermelha)
30 Barra da Tijuca – Gávea (via Túnel Dois Irmãos)
31 Vila Isabel – Taquara (via Grajaú – Jacarepaguá)
32 Bangu – Madureira (via Campo dos Afonsos)
33 Bangu – Largo do Tanque (via Estrada do Cafundá)
34 Santa Cruz – Deodoro (via Estrada do Morro do Ar, Avenida Brasil)
35 Campo Grande – Deodoro (via Estrada do Mendanha, Avenida Brasil)
36 Ilha do Governador – Jacarepaguá (via Estrada da Covanca)
37 Largo do Tanque – Deodoro (via Estrada do Cafundá)
38 Santa Cruz – Estrada de Sepetiba (via Avenida Felipe Cardoso)
39 Santa Cruz – Pedra de Guaratiba (via Avenida Felipe Cardoso)
40 Santa Cruz – Barra de Guaratiba (via Rodovia RJ 071)
41 Campo Grande – Barra de Guaratiba (via Estrada do Monteiro)
42 Campo Grande – Barra da Tijuca (via Avenida das Américas)
43 Recreio do Bandeirantes – Tanque (via Estrada dos Bandeirantes)
44 Campo Grande – Nova Iguaçu (via antiga Estrada Rio-São Paulo)
45 Santa Cruz – Itaguaí (via Rodovia Rio-Santos)
46 Santa Cruz – Sepetiba (via Rodovia RJ 071, Estrada de Sepetiba)
Campo Grande – Itaguaí (via antiga Estrada Rio-São Paulo, Rodo-
47
via Rio-Santos)

125
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
ANEXO IX encontrar a antiga Estrada Rio-São Paulo; por
esta, incluído apenas o lado par, até ao Caminho
LIMITES EXTERNOS E INTERNOS DA ZONA ECO- de Dona Júlia (não reconhecido); por este até
NÔMICA EXCLUSIVA encontrar a antiga Estrada Rio-São Paulo e a Ave-
nida Brasil; por esta, incluindo os terrenos lindei-
1 - LIMITES EXTERNOS ros com profundidade máxima de duzentos me-
Área limitada pela poligonal que começa o en- tros, até encontrar a Estrada do Tingui; seguindo
troncamento da Estrada do Campinho com a Es- por esta, incluído apenas o lado ímpar, até ao
trada do Furado; por esta, incluído apenas o lado ponto em que é cortada pela linha de transmissão
ímpar, até à Estrada da Boa Esperança; por esta, Santa Cruz-Jacarepaguá, seguindo por esta até a
incluído apenas o lado ímpar, até setenta metros Avenida Manuel Caldeira de Alvarenga; por esta,
após o cruzamento com a Rua Pistóia, deste pon- incluído apenas o lado par, até à Estrada do Tingui
to, por uma linha reta, passando pelo limite dos (trecho não reconhecido); por esta, incluído ape-
fundos dos lotes da Rua Sergipe até à Estrada do nas o lado par até ao limite do Projeto Aprovado
Morro do Ar; seguindo por esta, incluindo apenas o de Loteamento (PAL) n.º 33.118; pelo limite deste
lado par, até à Estrada dos Palmares; por esta, até encontrar a Rua Frei Timóteo; por esta, incluí-
incluído, apenas o lado ímpar, até à Estrada da do apenas o lado par, até ao limite do Projeto Apro-
Lama Preta; por esta, incluído apenas o lado par, vado de Loteamento (PAL) n.º 29.604; por este
até a Estrada do Gambá; por esta, incluído apenas limite, até encontrar a Estrada do Campinho; por
o lado par e por seu prolongamento, até o Rio esta, incluído apenas o lado par, até ao ponto de
Guandu-Mirim; pelo leito deste até à confluência partida.
com o Rio da Prata do Mendanha; por este incluída
apenas a margem esquerda, até encontrar a Es- 2 - LIMITES INTERNOS
trada do Pedregoso; por esta, incluído apenas o 2.1 Área limitada pela confluência da Estrada
lado ímpar, até o limite mais norte do Projeto Apro- dos Palmares com a Rua Floriano Manoel da Fon-
vado de Loteamento (PAL) n.º 35.779; por este seca; por esta, incluído apenas o lado par, até
limite até o Caminho Sobre a Adutora do Guandu duzentos e vinte e cinco metros após esta conflu-
(não reconhecido); pelo eixo deste e por seu pro- ência; deste ponto, por uma linha reta, até ao
longamento até à Estrada Guandu do Sena; por ponto de encontro da Estrada Manguariba com o
esta, incluído, apenas o lado par, até a Estrada limite norte do Conjunto Manguariba; por este
dos Sete Riachos, incluído, apenas o lado ímpar, limite e contornando o Conjunto Manguariba, até
até ao entroncamento da Avenida Brasil; deste encontrar a Estrada dos Palmares; por esta, incluí-
ponto. subindo a vertente do Morro do Quincas, do apenas o lado par, até ao ponto de partida.
até seu ponto culminante (cota setenta e sete 2.2 Área limitada pelo entroncamento da Rua
metros); deste ponto, por uma linha reta, até ao Agaí com a Avenida Brasil; por esta, incluído ape-
entroncamento do Caminho do Tereré com a Es- nas o lado ímpar, até ao prolongamento da Rua
Soldado José Furtado; por esta, incluída, e por seu
trada do Mendanha; por esta, incluído apenas o
prolongamento, até à Rua Agaí; por esta, incluído
lado ímpar, até à Avenida Paulo Afonso; por esta,
apenas o lado ímpar, até ao ponto de partida.
incluído apenas o lado par, da Estrada do Menda-
nha até a Estrada do Pedrogoso; por esta, incluído
[Publicada no "Diário Oficial" do Município do
apenas o lado ímpar, da Avenida Paulo Afonso até
Rio de Janeiro, de 09/06/1992; republicada no de
à Rua Baluarte; por esta, incluído apenas o lado
15/06/1992, 17/06/1992 e 11/08/1994 (esta últi-
par, da Estrada do Pedregoso até à Rua Rio de
ma republicação foi em decorrência da decisão da
Contas; por esta incluído apenas o lado par, da
Câmara Municipal do Rio de Janeiro que, em ses-
Rua Baluarte até a Rua Xique-Xique; por esta,
são de 25/06/1992, rejeitou os vetos parciais ao
incluído o lado par, da Rua Rio de Contas até en-
artigo 17, artigo 19, § 2.º, I e II, artigo 62, X,
contrar o prolongamento da Rua Aurizona; daí, por
artigo 85 e artigo 87).]
este prolongamento e pela Rua Aurizona, excluída;
pelo Caminho Simões Lobo (não reconhecido),
excluído, da Rua Aurizona até à antiga Estrada
Rio-São Paulo; por esta, incluído apenas o lado par
até encontrar o limite do Projeto Aprovado de Lo-
teamento (PAL) n.º 35.779; por este limite, até
126
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
LEI N.° 1.574, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1967. preceitos da presente lei, os documentos e dese-
nhos que constituem os projetos, cálculos e me-
Estabelece normas para o desenvolvimento moriais serão visados pela repartição competente,
urbano e regional do Estado da Guanabara não cabendo ao Estado qualquer responsabilidade
e dá outras providências. pelo mau uso dos mesmos.

[Ver neste livro a Portaria O/DGED n.º 68, de CAPÍTULO II


11/03/1983, que dispõe: Aprova a coletânea dos
critérios usuais adotados na interpretação das TÍTULO I
normas regulamentares à Lei n.° 1.574/67.]
Do licenciamento
O Governador do Estado da Guanabara:
Faço saber que a Assembléia Legislativa do Art. 4.° Ressalvados os casos explicitamente
Estado da Guanabara decreta e eu sanciono a determinados, não poderão ser executadas, em
seguinte lei: qualquer zona do Estado da Guanabara, obras,
instalações ou explorações de qualquer natureza
CAPÍTULO I sem a devida licença.
Art. 5.° O processamento e a expedição das li-
TÍTULO ÚNICO cenças de obras, instalações ou explorações de toda
a natureza, serão efetuados de acordo com as ins-
Disposições iniciais truções próprias baixadas pelo Secretário de Estado
de Obras Públicas e na forma prevista por esta lei.
Art. 1.º Esta lei tem por finalidade instituir § 1.° (VETADO).
normas genéricas sobre o licenciamento, a execu- § 2.° As obras do poder público estão sujeitas
ção e a fiscalização de obras, o zoneamento, o à aprovação e licença tendo o exame do pedido
parcelamento da terra, as instalações e exploração preferência sobre outro qualquer.
de qualquer natureza no território do Estado da § 3.° Independem de Licença as pinturas e os
Guanabara, bem como fixar a natureza dos mate- pequenos consertos de prédios, a construção de
riais a serem empregados. galerias e caramanchões e jardins, as pavimenta-
§ 1.° O Poder Executivo promoverá as provi- ções a céu aberto, bem como as instalações de
dências necessárias no sentido de dotar os órgãos do antenas e bombas elevatórias de água.
Estado de estrutura, meios e normas adequadas ao § 4.° A aprovação de um projeto poderá ser
exato cumprimento das disposições deste artigo. cancelada pela autoridade que o tenha aprovado
§ 2.° (VETADO). ou autoridade superior, antes do pagamento da
Art. 2.° A responsabilidade pelos diferentes pro- licença, caso seja verificada falta de imposição de
jetos, cálculos e memoriais apresentados para o qualquer exigência regulamentar anterior ou pos-
necessário licenciamento de obras, cabe sempre e teriormente publicada, ou decorrido o prazo de 2
exclusivamente aos profissionais que os assinarem. (dois) meses, a contar da data da sua publicação,
Da mesma forma, a responsabilidade pela execução do despacho concessório.
de obras de qualquer natureza será atribuída exclu- Art. 6.° Nas regras gerais de licenciamento,
sivamente aos profissionais que, no respectivo proje- que serão definidas em regulamento, deverão ser
to, o assinarem com essa finalidade. previstas as condições de obrigatoriedade, compe-
§ 1.° Nos casos onde se fizer desmonte de ter- tência e maneira de requerer, bem como as pes-
reno ou extração de areia de rio ou de terreno, para soas hábeis para tanto. Também serão reguladas
fins comerciais, industriais ou particulares, exigir-se-á a forma da apresentação dos projetos e a situação
sempre a assinatura de termo ou carta de responsa- dos profissionais e firmas habilitadas a projetar,
bilidade nos quais serão fixadas as obrigações por calcular e construir.
danos eventualmente causados a terceiros. Art. 7.° Deverão ser previstas pela regulamenta-
§§ 2.° a 8.° (VETADOS). ção desta lei as condições peculiares para o licencia-
Art. 3.° Às repartições do Estado cabe apenas mento das entidades competentes da administração
o encargo do exame de projetos, cálculos e me- direta e indireta do Estado da Guanabara.
moriais a elas apresentados para autorização do
licenciamento das obras decorrentes. Nessa verifi- TÍTULO II
cação será examinado, nos seus pormenores, o
atendimento do que estabelecerá esta lei em sua Da fiscalização
regulamentação, para o que serão feitas as exi-
gências ao seu cumprimento. Art. 8.° O Estado se reserva o direito de, pe-
Parágrafo único. Urna vez enquadrados nos las suas repartições competentes, proceder a vis-

127
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
torias administrativas, sempre que o justificar o rariamente, a não ser em conformidade com a
interesse coletivo e, preventivamente, quando regulamentação do zoneamento;
houver indícios de ameaça à integridade física de IV — reconstruído após avaria que tenha
pessoas ou bens de terceiros, quer se trate de atingido 60% (sessenta por cento) de sua área
terras ou rochas, quer de construções ou instala- total de construção.
ções, total ou parcialmente executadas. Art. 14. Em qualquer zona, toda edificação
Parágrafo único. As vistorias administrativas existente ou que sofra modificação em 60% (ses-
serão também promovidas quando se verificar a senta por cento) de sua área total de construção,
obstrução ou desvio de cursos de água, perenes a partir da vigência desta lei, deverá obedecer aos
ou não, bem como sempre que deixar de ser cum- afastamentos mínimos, à altura máxima, ao índice
prida, no prazo nelas fixado, intimação feita para a do aproveitamento da área, ao número de unida-
legalização ou para a demolição, parcial ou total, des de uso permitidas por lote, fixado para cada
de qualquer construção ou instalação, ou para zona, tipo de uso, intensidade e forma de uso indi-
execução de obras de contenção, regularização ou cados no “Quadro Geral de Uso da Terra” e “Qua-
fixação de terras ou rochas. dros Complementares de Uso da Terra” que o re-
Art. 9.° Serão passíveis de punição os res- gulamentam.
ponsáveis pelas infrações dos dispositivos desta lei Parágrafo único. Nenhum afastamento ou
ou dela emanados. área de ventilação e iluminação, exigidos para
Parágrafo único. Serão especificadas, na re- qualquer edificação poderá, durante a sua existên-
gulamentação desta lei, as diferentes espécies de cia, ser ocupado ou considerado como espaço livre
penalidade. para qualquer outra construção ou edificação.
Art. 10. Na regulamentação da presente lei, Art. 15. Área de estacionamento de veículos,
serão estabelecidos os tipos e formas de procedi- cobertas ou não, serão previstas nos diferentes
mento fiscal e definida a competência dos diferen- lotes.
tes órgãos em relação à fiscalização das obras e § 1.° O espaço para o estacionamento deverá
atividades licenciadas. permitir o acesso de veículos, do ou para o logra-
Art. 11. Normas peculiares deverão ser pre- douro, e ser considerado como espaço livre, asso-
vistas para a fiscalização das obras do governo em ciado ao uso ou usos permitidos, e não poderá, em
geral, quando da regulamentação da presente lei. nenhum tempo, ser reduzido, de qualquer forma.
§ 2.° Os “Quadros Complementares de Uso da
CAPÍTULO III Terra”, que regulamentam o “Quadro Geral de Uso
da Terra”, ao estabelecerem as particularidades de
TÍTULO ÚNICO cada zona fixarão as condições em cada uma delas
para atender aos casos em que não seja possível
Do zoneamento aplicar este artigo pelas características peculiares
da zona ou lote.
Art. 12. O Estado da Guanabara, para efeito Art. 16. Ficam estabelecidas as zonas e os ti-
de aplicação das disposições constantes do artigo pos de uso, constantes do “Quadro Geral de Uso
1.º será dividido em zonas que serão delimitadas e da Terra”, adiante exposto, com as informações
indicadas por simbologia adequada no mapa de necessárias a seu entendimento.
zoneamento que com suas notas explicativas fica
fazendo parte da regulamentação desta lei. QUADRO GERAL DE USO DA TERRA
Art. 13. Em cada zona a terra e as edificações
ZONAS
Reserva Verde

só poderão ser usadas para o fins especificados no


Centro-bairro

“Quadro Geral de Uso da Terra” (artigo 16) e suas


Residencial

Recreativa

regulamentações, através dos “Quadros Comple-


Industrial

Turística

Especial

mentares de Uso da Terra”.


Central

§ 1.° Todo uso ou edificação existente à data


Rural

da promulgação ou de alteração subseqüente des-


ta lei, mas não em conformidade com sua regula- USOS
mentação, será mantido com as limitações previs- Residencial ......... AD TO TO TO TO TO TO TO
tas no parágrafo seguinte.
§ 2.° Qualquer uso ou edificação que não sa- Comercial ........... TO AD AD TO TO TO IN IN
tisfaça a regulamentação desta lei não poderá ser: Profissões e negó-
I — substituído por outro uso não conforme; TO AD AD TO IN TO IN IN
cios ..................
II — restabelecido após 6 (seis) meses de
Indústria leve ..... TO TO TO AD TO TO IN IN
descontinuidade;
III — prorrogado, embora concedido tempo- Indústria em geral IN IN IN AD TO IN IN IN

128
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

Indústria nociva ou mente reconhecidos terão designação própria.


IN IN IN AD TO IN IN IN Art. 19. Todos os edifícios terão numeração
perigosa .............
própria com placa oficial em lugar visível e as par-
Educacional ........ TO AD AD TO TO TO TO IN tes autônomas, lojas, apartamentos, salas e gru-
Recreacional ....... TO AD AD IN TO AD TO IN pos serão também devidamente numerados.
Art. 20. Só serão realizadas obras de abertu-
Saúde-assistência TO AD AD IN TO IN TO IN
ra de logradouros públicos ou particulares mediante
Cultivo-lavra da autorização prévia pelas repartições competentes,
IN IN IN IN AD TO TO IN
terra .................. que deverão fiscalizar sua execução posterior,
“Non altius tolandi” aplicando-se a presente determinação inclusive às
TO TO TO TO TO TO AD AD permissionárias de serviços públicos.
– proteção ...........
Parágrafo único. Depende também da autoriza-
“Non aedificandi” - ção de que trata este artigo a execução daquelas
TO TO TO TO TO TO AD AD
espaço aberto ..... obras, quando realizadas por quaisquer órgãos públi-
Outros tipos ....... S SF SF SF SF SF SF SF cos.
Art. 21. As reposições de pavimentação reali-
Observação: No “Quadro Geral de Uso da Terra”, zadas pelas companhias ou empresas concessioná-
a coluna referente aos usos discrimina os fixados rias de serviços públicos, entidades paraestatais,
nesta lei; a linha referente às zonas discrimina as de economia mista ou qualquer órgão do Governo
que serão delimitadas no Estado da Guanabara. da União, diretamente ou por meio de empreitei-
Na interseção das linhas e colunas referentes a ros, mas sob a sua responsabilidade, além das
cada uso e zona encontra-se uma quadrícula na prescrições técnicas vigentes previstas para as
qual está indicado: obras executadas pelo Governo do Estado, deve-
1 — pelas letras AD, que o uso é adequado e rão obedecer às normas que sobre o assunto de-
predominante na zona correspondente; terminem os regulamentos.
2 — pelas letras IN, que o uso é inadequado e Art. 22. A construção e a manutenção dos
não compatível com a zona correspondente; passeios dos logradouros dotados de meios-fios
3 — pelas letras TO, que o uso é tolerado na são obrigatórias em toda a extensão das testadas
zona correspondente desde que cumpra as exigên- dos terrenos, edificados ou não, e serão feitas
cias de intensidade, dimensão, forma, etc., a se- pelos respectivos proprietários, ressalvados os
rem fixadas nos “Quadros Complementares de Uso casos explicitamente definidos em regulamento.
da Terra” de regulamentação desta lei; Art. 23. A arborização e o ajardinamento dos
4 — pelas letras SF, que as condições de uso logradouros públicos serão projetados e executa-
serão fixadas de acordo com a região onde se dos pelo Governo do Estado.
pretende localizá-lo. Parágrafo único. Nos logradouros abertos
§ 1.° A caracterização dos usos permitidos por particulares, correm por conta dos responsá-
para cada zona e a especificação de seus tipos e veis a promoção e o custeio da respectiva arbori-
subtipos serão feitas junto com os “Quadros Com- zação cujo projeto e fiscalização cabem todavia ao
plementares de Uso da Terra” ou farão parte da Governo do Estado.
regulamentação desta lei. Art. 24. Serão baixadas, na forma prevista
§ 2.° Para facilitar a aplicação desta lei será or- por esta lei, as disposições relativas à conservação
ganizada na sua regulamentação a lista de usos e limpeza dos logradouros e precauções a serem
existentes e previstos, permitidos nas várias zonas, observadas durante a execução das obras neles
indicando como eles se grupam dentro da classifica- efetuadas, visando à segurança pública.
ção apresentada no “Quadro Geral do Uso da Terra”. § 1.º Nenhum material poderá permanecer na
via pública além do tempo necessário à sua des-
CAPÍTULO IV carga e remoção, salvo quando se destinar a obras
a serem realizadas no próprio logradouro.
Do parcelamento da terra § 2.° (VETADO).
§ 3.° A usurpação ou invasão da via pública,
TÍTULO I bem como a depredação ou destruição de quais
quer benfeitorias do Estado, sujeitará o infrator às
Logradouros penas que forem estabelecidas por lei.

Art. 17. Para os efeitos desta lei os logradou-


ros deverão ser classificados quanto à natureza,
espécie, categoria e função.
Art. 18. Os logradouros públicos e os oficial-

129
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
TÍTULO II aceitação de obras ou concessão do “habite-se”
(mesmo parcial).
Terrenos Art. 30. Todas as vezes em que a licença a
ser expedida importar na criação de logradouros
Art. 25. A ninguém, pessoa física ou jurídica, públicos, deverá o proprietário do imóvel transferir
é lícito efetuar, sem prévia autorização da reparti- para o Estado da Guanabara, antes da aceitação
ção competente, o parcelamento ou remembra- das obras, a propriedade das áreas reservadas
mento de áreas dos imóveis de sua propriedade, para os mesmos logradouros acima, bem como a
estendendo-se a interdição deste artigo aos conces- daquelas que devem ser doadas.
sionários ou permissionários de serviços públicos. Parágrafo único. Só será permitida a cons-
§ 1.° A proibição acima estende-se a todos os trução em lote devidamente transcrito no Registro
atos relacionados com o parcelamento ou remem- Geral de Imóveis e o seu aproveitamento será de
bramento, mesmo que efetuados em juízo. acordo com a finalidade prevista nos planos de
§ 2.° Embora satisfazendo às demais exigên- desenvolvimento do Estado.
cias desta lei, qualquer projeto de parcelamento
ou remembramento poderá ser recusado ou alte- CAPÍTULO V
rado, total ou parcialmente, pelo órgão estadual
competente, tendo em vista: TÍTULO ÚNICO
1 — o Plano de Desenvolvimento Urbano do
Estado da Guanabara; Das construções e edificações
2 — o desenvolvimento da região;
3 — a defesa das reservas naturais; Art. 31. Não poderão ser executadas, sem
4 — a preservação de pontos panorâmicos; prévia licença do órgão estadual competente,
5 — a manutenção de aspectos paisagísticos, obras de construção e reconstrução parcial ou
todos eles a serem fixados na regulamentação per- total de edificações de qualquer natureza, bem
tinente ao zoneamento do Estado da Guanabara. como os consertos, reformas e modificações em
Art. 26. Além dos casos explicitamente pre- prédios existentes.
vistos no artigo 25, não poderão ser executados, Parágrafo único. Serão especificadas, na for-
sem a prévia licença do órgão estadual competen- ma desta lei, as obras que dependem de simples
te, as seguintes obras nos terrenos: comunicação e as que independem da mesma.
1 — construção de muralha de sustentação; Art. 32. As regras disciplinadoras de ilumina-
2 — abertura, regularização, desvio, canaliza- ção e ventilação dos compartimentos e seus usos
ção, capeamento de valas ou cursos de água, pe- serão previstas na regulamentação desta lei que
renes ou não; disporá, ainda, acerca dos preceitos relativos aos
3 — lançamento e canalização, para logradou- pisos, paredes, coberturas, fachadas, caixas-
ros, das águas pluviais; -d’água, escadas, elevadores e outros elementos
4 — consolidação e proteção contra erosões; de edificação.
5 — terraplenagens; Art. 33. Nenhuma construção ou edificação,
6 — vedação e fechamento. seja qual for a sua natureza, poderá ser feita sem
Art. 27. Os proprietários dos terrenos ficam que seja fornecido, pela repartição estadual com-
obrigados à fixação, estabilização ou sustentação petente, o termo de alinhamento, altura da soleira
das respectivas terras, por meio de obras e medi- e as respectivas numerações.
das de precaução contra erosões de solo, desmo- Art. 34. Serão reguladas, na forma como
ronamento e contra carreamento de terras, mate- prevê esta lei, as condições de obstrução transitó-
riais, detritos e lixo para as valas, sarjetas ou ria ou permanente de logradouros públicos e vistas
canalizações públicas ou particulares e logradouros panorâmicas, bem como as relativas a obras de
públicos. [Regulamentado pelo Decreto n.° qualquer espécie nas fachadas.
17.315, de 29/01/1999.] Art. 35. O dimensionamento das construções
Art. 28. Os danos, usurpação ou a invasão da é função das condições peculiares às zonas, bem
via ou servidão públicas, bem como das galerias e como dos índices da densidade demográfica e de
cursos de água, perenes ou não, ainda que situa- aproveitamento, obedecendo às condições de se-
dos em terreno de propriedade particular, consta- gurança, higiene e estética, atendendo às necessi-
táveis em qualquer época, serão punidos. dades de trânsito, transporte, estacionamento e
Art. 29. Caso o imóvel onde se pretende efe- outros serviços públicos.
tuar atos dependentes de licença esteja atingido Art. 36. As obras de acréscimo, quer no sen-
por projeto de urbanização ou de modificação de tido vertical, quer no horizontal, modificação ou
alinhamento, deverão ser efetivados o recuo ou a melhoria das condições higiênicas dos prédios
investidura (conforme o caso) anteriormente à existentes serão executadas na forma prevista

130
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
pelo regulamento, atendendo também ao que dis- funcionamento das instalações a que se refere o
põem, nesse particular, os regulamentos de saúde artigo 44.
e saneamento. Art. 44. O assentamento de instalações, seja
Art. 37. Nas demolições de qualquer nature- para fins industriais ou comerciais, seja para o uso
za, além das medidas de higiene e segurança exi- particular, está sujeito a licença na forma prevista
gidas pela Consolidação das Leis do Trabalho e por esta lei.
pelo Código de Saúde, serão observadas as dispo- Parágrafo único. Para o assentamento de
sições previstas pelo regulamento. instalações a que se refere este artigo, deverão
Parágrafo único. Ao verificar-se a paralisa- ser atendidas em todos os casos as recomenda-
ção de uma obra por prazo superior a dois meses. ções das regulamentações de zoneamento, saúde
o terreno será fechado por muro, o passeio cons- e segurança do trabalho.
truído, devendo ser retirado qualquer material Art. 45. As instalações estão subordinadas às
cuja queda possa ocasionar acidentes, e fechados seguintes disposições referentes à sua fiscalização:
os vãos da fachada. 1 — disposições relativas às declarações;
Art. 38. Finda a execução de qualquer obra, 2 — disposições relativas aos certificados;
como observância de todas as prescrições legais, 3 — disposições relativas às condições de ins-
deverá ser pedida e concedida a aceitação pela talação e funcionamento;
autoridade fiscalizadora. 4 — disposições relativas a profissionais e fir-
Parágrafo único. Verificada a inobservância mas.
de qualquer prescrição legal, o pedido será indefe-
rido e conseqüentemente aplicada a penalidade CAPÍTULO VIII
cabível.
Art. 39. Para a execução de qualquer obra TÍTULO ÚNICO
será permitida a construção de andaimes fixos ou
suspensos e obrigatória a construção de tapumes. Das multas e penalidades
Art. 40. Os materiais empregados nas constru-
ções deverão obedecer às especificações dos labora- Art. 46. As infrações às disposições da pre-
tórios de ensaios de materiais, oficiais ou particula- sente lei e de sua complementação serão punidas
res, podendo o Governo do Estado dar força com multas e outras sanções, como o embargo de
obrigatória às normas da Associação Brasileira de obras, a demolição, o desmonte e outros, confor-
Normas Técnicas (ABNT) e sob forma de regulamen- me escalonamento de penalidades que a regula-
to complementar à presente lei, inclusive quanto a mentação determinará.
quaisquer outras normas da mesma ABNT. § 1.º As multas serão proporcionais ao valor
das obras ou instalações executadas ilegalmente e
CAPÍTULO VI as demais fixadas em tabela própria, que poderá
ser atualizada em cada exercício.
TÍTULO ÚNICO § 2.° Nas reincidências ou no não cumprimen-
to das intimações, após a aplicação da primeira
Do movimento de terras e explorações multa, as demais serão aplicadas em dobro.
Art. 47. No caso de haver duplicidade de au-
Art. 41. Para casos especiais, além das exi- tuação, prevalecerá o auto da data mais antiga e,
gências usuais previstas na forma desta lei, o Po- se a data for a mesma, prevalecerá o da Secreta-
der Executivo poderá estabelecer normas específi- ria de Obras Públicas e depois o da circunscrição
cas de acordo com a natureza do movimento de fiscal.
terras ou exploração e com as prescrições técnicas Art. 48. A aplicação da multa poderá ter lugar
aconselháveis. em qualquer época, durante ou depois de consu-
mada a infração.
CAPÍTULO VII Art. 49. O pagamento de multa não sana a
infração, ficando o infrator na obrigação de legali-
TÍTULO ÚNICO zar as obras ou instalações executadas sem licen-
ça ou demoli-las e desmontá-la.
Das instalações

Art. 42. Para os efeitos desta lei, as instala-


ções são divididas em instalações mecânicas em
geral e instalações especializadas.
Art. 43. As disposições desta lei deverão
abranger as condições para o assentamento e o

131
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
CAPÍTULO IX Rio de Janeiro, GB, 11 de dezembro de 1967;
79.° da República e 8.° do Estado da Guanabara.
TÍTULO ÚNICO
FRANCISCO NEGRÃO DE LIMA
Anúncios
[Publicada no “Diário Oficial” do Estado da
Arts. 50 a 52. (VETADOS). Guanabara, de 13/12/1967; retificada nos de
18/12/1967 e de 19/12/1967.]

CAPÍTULO X
__________
TÍTULO ÚNICO

Disposições finais DECRETO-LEI N.° 42, DE 23


DE JUNHO DE 1969.
Art. 53. Quando, em decorrência de obra ou
de quaisquer fenômenos que alcançam a proprie- Aprova o plano-piloto de urbanização e zonea-
dade imobiliária privada, se configurar ameaça à mento para a Baixada de Jacarepaguá.
integridade física de pessoas ou bens, o Estado
poderá adotar, à sua custa, todas as medidas que [Decreto “E” n.° 2.913, de 23/6/1969: “Cria
se fizerem necessárias, sempre que não forem grupo de trabalho encarregado de coordenar e diri-
elas executadas pelos responsáveis direto ou pro- gir as atividades de desenvolvimento e implantação
prietários, nos prazos constantes das respectivas do plano-piloto aprovado pelo Decreto-lei n.° 42, de
intimações, cobrando dos mesmos os custos que 23/6/1969, para a Baixada de Jacarepaguá”. Decre-
houver suportado, acrescido de correção monetá- to n.° 7.118, de 25/6/1974: “Transforma o Grupo
ria e de multa de 20% (vinte por cento), sem pre- de Trabalho da Baixada de Jacarepaguá em Supe-
juízo das demais sanções cabíveis. rintendência do Desenvolvimento da Barra da Tijuca
§§ 1.º e 2.° (VETADOS). (SUDEBAR), sem aumento de despesa, e dá outras
Art. 54. A ocupação, para fins comerciais, de providências.”]
calçadas — empachamento — será concedida a
critério da autoridade competente na área do ser- O Governador do Estado da Guanabara, no
viço de fiscalização, observadas as peculiaridades uso das atribuições que lhe confere o § 1.° do
de cada ponto de comércio de cada região. artigo 2.° do Ato Institucional n.° 5, de 13 de de-
Parágrafo único. (VETADO). zembro de 1968, decreta:
Art. 55. (VETADO). Art. 1.º O zoneamento e a urbanização para a
Parágrafo único. (VETADO). área abrangida pelo projeto aprovado (PA) n.°
Art. 56. (VETADO). 5.596 passam a ser regidos pelo plano-piloto ela-
§§ 1.º a 8.° (VETADOS). borado e apresentado pelo arquiteto Lúcio Costa,
Art. 57. (VETADO). baixado em anexo a este decreto-lei.
Parágrafo único. (VETADO). Art. 2.° A implantação de normas e diretrizes
Art. 58. A partir da data indicada no artigo 59 estabelecidas no plano-piloto será orientada por
ficam revogados todos os atos (leis, decretos, grupo de trabalho a ser criado por decreto do Go-
portarias, ordens de serviço) ou parte desses atos vernador.
que digam respeito à matéria tratada por esta lei e Art. 3.° Ficam revogados os artigos 9.°, 10,
pelo regulamento a ser baixado pelo Poder Execu- 11, 12, e seu parágrafo único, 13, 14, e 15, da Lei
tivo e que colidam com o que for determinado por n.° 894, de 22 de agosto de 1957.
esses últimos diplomas.
Art. 59. Esta lei entrará em vigor cento e [Lei n.° 894, de 22/8/1957 (D.O.-DF de
oitenta dias após sua publicação, simultaneamente 24/08/1957):
com os atos normativos complementares. “Estabelece a obrigatoriedade de reserva
§ 1.° Os expedientes administrativos forma- de áreas e a construção de abrigos destinados
dos até a data do início da vigência desta lei serão ao parqueamento de veículos em dependências
decididos de acordo com a legislação anterior, de edifícios em bairros novos, e dá outras pro-
desde que não sejam arquivados ou caiam em vidências.”]
perempção.
§ 2.° Os alvarás de licença de obras não iniciadas Art. 4.° Nos lotes integrantes dos loteamen-
não poderão ser prorrogados ou revalidados sem tos aprovados e localizados nas áreas extremas já
obedecer às disposições desta lei. definidas e parcialmente arruadas, expressamente

132
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
referidos no plano-piloto, seu aproveitamento má- DECRETO-LEI N.° 222, DE 14
ximo poderá ser feito, a critério do grupo de traba- DE NOVEMBRO DE 1969.
lho definido no artigo 2.°, de acordo com as nor-
mas seguintes: Dispõe sobre loteamentos, serviço público de
I — gabarito máximo: dois pavimentos; abastecimento de água e reconhecimento
II — taxa de ocupação: 50% (em projeção de logradouros.
vertical);
III — afastamento frontal mínimo de 3 m; O Governador do Estado da Guanabara, no
IV — afastamento mínimo das divisas late- uso das atribuições que lhe confere o § 1.º do
rais: 2,5 m; artigo 2.° do Ato Institucional n.° 5, de 13 de de-
V — plantio obrigatório de amendoeiras em zembro de 1968, decreta:
torno das construções já existentes, proibida qual-
quer poda; CAPÍTULO I
VI — poderá ser feito o aproveitamento parcial
da cobertura, desde que todos os elementos com- Dos loteamentos
ponentes ali projetados:
a) guardem o afastamento mínimo de 5 m em Art. 1.º O prazo a ser inicialmente fixado para
relação ao plano da fachada; a execução das obras de urbanização de lotea-
b) ocupem, no máximo, 50% da área do se- mentos não excederá de 60 (sessenta) meses.
gundo pavimento; § 1.° Quando o prazo inicial for inferior ao li-
c) apresentem a altura máxima de 3 m; mite máximo acima referido, admitir-se-ão prorro-
VII — no pavimento aberto em “pilotis” pode- gações até aquele limite.
rá haver aproveitamento parcial, observadas as § 2.° Por despacho do Secretário de Obras
seguintes normas: Públicas, dar-se-á suspensão do prazo, inicial ou
a) a distância do seu piso até o do primeiro prorrogado:
pavimento será de 3 m, no máximo; I — “ex officio”, quando o interesse público o
b) a área do “pilotis” poderá ser ocupada por justificar;
elementos construtivos necessários às partes co- II — desde que o requeira o loteador, justifi-
muns do edifício em, no máximo, um terço da cando e comprovando a necessidade de paralisa-
projeção do primeiro pavimento; ção das obras.
c) o pavimento em “pilotis” será mantido per- Art. 2.° Esgotado o período máximo de 60
manentemente aberto; (sessenta) meses, sem que a execução das obras
VIII — o número máximo de apartamentos a que se obrigou o loteador esteja completa, o
corresponderá a um para cada 100 m de terreno. Secretário de Obras Públicas, se entender que o
Art. 5.° Nos lotes dos loteamentos indicados interesse público o justifica, poderá conceder no-
no artigo anterior, a concessão do uso comercial vos prazos, igualmente sujeitos às condições pre-
ficará condicionada ao pronunciamento do grupo vistas no artigo anterior e seus parágrafos.
de trabalho referido no artigo 2.° Parágrafo único. Na hipótese prevista no presen-
Art. 6.° Os pedidos de utilização da terra te artigo, a administração, sempre que não o impeçam
localizada no restante da área atingida pelo plano- circunstâncias materiais peculiares a cada caso, deverá:
-piloto, qualquer que seja sua forma (desmem- I — impor todas as novas condições previstas na
bramento, arruamento, loteamento, edificações, legislação então em vigor;
construções, etc.), serão examinados e decididos II — vincular a prorrogação a cronograma dos
pelo grupo de trabalho referido no artigo 2.°, de serviços a serem executados;
acordo com as diretrizes estabelecidas no plano- III — exigir que o loteador ou terceiro ofereçam,
-piloto e na forma que for estabelecida em decreto em garantia vinculada à execução das obras. lotes ou
a ser baixado pelo Executivo. outros imóveis de valor equivalente às obras a serem
Art. 7.° Este decreto-lei entrará em vigor na executadas, ou que completem a garantia que já tiver
data de sua publicação, revogadas as disposições sido prestada. Mediante decisão do Governador, pode-
em contrário. rão ser admitidas, em casos excepcionais. outras for-
mas de garantia.
Rio de Janeiro, 23 de junho de 1969. Art. 3.° A transferência a terceiros das obrigações
assumidas pelo loteador dependerá da concordância
FRANCISCO NEGRÃO DE LIMA expressa do Estado, podendo a administração, por
motivos justificados, negar sua concordância
[Publicado no “Diário Oficial” do Estado da Art. 4.º Os lotes vinculados em garantia à
Guanabara, de 23/06/1969.] execução de obras de urbanização poderão ser objeto
de liberação parcial, nas condições que forem estabele-

133
CÓDIGO DE OBRAS Auriverde
cidas em regulamento. cimento das vias de trânsito, como logradouros públi-
Art. 5.º Verificada a inexecução das obras de ur- cos, sem condições, de acordo com os artigos 8.° e 9.°
banização, deverá o processo, instruído com o orça- deste decreto-lei.
mento das obras faltantes, ser encaminhado à Procu- § 3.º Ficam reconhecidas, condicionalmente, co-
radoria-Geral do Estado, para a propositura da mo logradouros públicos, na forma do presente artigo,
competente ação judicial. todas as vias de trânsito reconhecidas, até a data de
vigência deste decreto-lei, de acordo com o artigo 2.°
CAPÍTULO II
do Decreto n.° 1.657, de 3 de maio de 1963.
Do abastecimento de água Art. 11. O reconhecimento de logradouros será
efetuado mediante decreto do Governador do Estado e
Art. 6.º As obras e instalações vinculadas ao ser- poderá, a exclusivo critério da administração, abranger
viço público de abastecimento de água, bem como a somente trechos parciais que preencham as condições
cessão a título gratuito dos bens necessários ao mes- necessárias.
mo, deverão ser objeto de instrumento especial a ser Art. 12. O reconhecimento como logradouro pú-
firmado com a Companhia Estadual de Águas da Gua- blico, de acordo com os artigos anteriores:
nabara (CEDAG). 1 — não eximirá loteadores, profissionais ou
Art. 7.° Ficam transferidos à Companhia Estadual quaisquer responsáveis, das multas e outras penalida-
de Águas da Guanabara (CEDAG) todos os direitos des decorrentes da lei, dos termos ou instrumentos
atribuídos ao Estado da Guanabara na parte concer- assinados;
nente ao serviço público de abastecimento de água, II — não impedirá, se for o caso, que sejam pro-
relativos às obrigações assumidas perante aquele por postas as medidas judiciais cabíveis para exigir:
quaisquer interessados em processo de loteamento ou a) o cumprimento das obrigações decorrentes da
arruamento. lei, de termos, instrumentos assinados ou projetos
Parágrafo único. Caberá à Companhia Estadual técnicos aprovados;
de Águas da Guanabara (CEDAG) promover as medi- b) a indenização correspondente às obras de ur-
das administrativas ou judiciais necessárias para exigir banização ou de serviço de abastecimento de água que
o cumprimento das obrigações de que trata este artigo. tenham sido efetivadas pelo Estado ou pela Companhia
CAPÍTULO III Estadual de Águas da Guanabara (CEDAG), ou cujos
encargos tenham sido por estes assumidos.
Do reconhecimento de logradouros Parágrafo único. A realização de obras ou a assun-
Art. 8.º Serão reconhecidas como logradouros ção de encargos deverá ser precedida, em cada caso, de
públicos as vias de trânsito, objeto de projetos de lote- prévia vistoria administrativa ou judicial ou orçamento.
amento ou arruamento, cujas obras de urbanização — CAPÍTULO IV
inclusive as relativas ao serviço público de água —
tenham sido realizadas e aceitas pela administração Das disposições gerais e finais
pública. Art. 13. O loteador em atraso de pagamento dos
Art. 9.º Poderão ser reconhecidas como logradou- emolumentos e taxas por mais de sessenta dias, ficará
ros públicos as vias de trânsito, abertas em licença ou sujeito à multa de dez UFEG. Aplicar-se-á a multa,
constantes de projetos de arruamento e loteamento, mensalmente, no caso de persistir o atraso.
que atendam a requisitos mínimos fixados pelo Poder Art. 14. Os dispositivos do presente decreto-lei
Executivo. aplicam-se aos processos em curso, bem como àqueles
Art. 10. Poderão ser reconhecidas, condicional- com prazo para urbanização já vencidos.
mente, como logradouros públicos, as vias de trânsito Art. 15. Ficam mantidas todas as disposições cons-
abertas sem licença ou constantes de projetos de arrua- tantes da Lei n.° 1.574, de 11 de dezembro de 1967,
mento ou loteamento, que: relativas à matéria tratada no presente decreto-lei e que
I — apresentem condições mínimas para acesso com ele não colidam, revogando-se os artigos 1.º ao
aos lotes; 9.° e 18 da Lei n.° 1.692, de 19 de julho de 1968, e
II — estejam com os serviços de terraplenagem demais disposições em contrário constantes da legisla-
executados; ção estadual.
III — atendam a outros requisitos mínimos fixa- Art. 16. O presente decreto-lei entrará em vigor
dos pelo Poder Executivo. na data de sua publicação.
§ 1.° Nos logradouros reconhecidos como públi-
cos, condicionalmente, nos termos deste artigo, as Rio de Janeiro, GB, 14 de novembro de 1969; 81.º
obras de conservação do logradouro, sua limpeza, da República e 10.º do Estado da Guanabara.
arborização, calçamento e iluminação continuarão com
FRANCISCO NEGRÃO DE LIMA
o loteador ou com seus sucessores a qualquer título.
§ 2.° Os ônus mencionados no parágrafo anterior [Publicado no “Diário Oficial” do Estado da Guana-
somente passarão para o Estado quando do reconhe- bara, de 18/11/1969; retificado no de 21/11/1969.]
134

Você também pode gostar