Narrado na primeira pessoa, por Carlos Melo, � o primeiro livro do ciclo da
cana- de- a��car. O que constatamos � que o bi�grafo foi superado pela imagina��o criadora do romancista. A realidade bruta � recriada atrav�s da criatividade do g�nero nordestino. � a hist�ria t�pica , natural e sem retoques de uma crian�a , Carlos , �rf�o de pai e m�e e que , aos oito anos de idade, vem viver com o av� , o maior propriet�rio de terras da regi�o- Coronel Jos� Paulino. Carlos � criado sem a repress�o familiar e mesmo sem os cuidados e aten��es que lhe seriam necess�rias diante das experi�ncias da vida. V� o mundo, aprende o bem e o mal e chega a uma talvez precocidade acerca dos h�bitos que lhe eram "proibidos", mas inevit�veis de serem adquiridos. Pela aus�ncia de orienta��o, torna-se viciado, corrompido aos doze anos de idade. Al�m dos problemas �ntimos do menino desorientado para a vida e para o sexo , temos a an�lise do mundo em que vivia, visto por Carlos, que � a personagem narradora. Carlos v� o av� como um verdadeiro Deus, uma figura de grandiosidade inating�vel. O Engenho � o mundo , um imp�rio, de onde o coronel Jos� Paulino dirige, guia os destinos de todos. E , em conseq��ncia , Carlos considera- se e � considerado pelos servos, escravos e agregados o "coronelzinho" cujas vontades t�m que ser rigorosamente realizadas. Descreve com emo��o a vida dos escravos, a senzala, o sofrimento e os castigos do "tronco" . Outra cena a ser destacada � a "enchente" do rio, vista atrav�s dos sustos e admira��o de Carlos. Uma descri��o de grandiosidade b�blica. Tamb�m v�m � tona as supersti��es e crendices comuns entre as camadas populares, como a do "lobisomem". O romance se passa na regi�o lim�trofe entre Pernambuco e Para�ba, o que � deduzido atrav�s das descri��es de paisagem e da vida dos engenhos de a��car. S�o mostrados os bandidos , cangaceiros, comuns na regi�o , como �nica forma de rea��o social de um povo oprimido . Personagens: Tia Maria- mo�a que, com ternura, amor, e carinho vai substituir a m�e na mem�ria de Carlos. Tio Juca- tio que , levando o menino da cidade para o engenho, apresenta-lhe o mundo novo do engenho e tamb�m o pr�prio av�. Tia Sinhazinha velha de uns sessenta anos desp�tica, que dirigia o engenho. Casada com um dos homens mais ricos da regi�o, de quem estava separada desde o come�o do matrim�nio, esta velha tir�nica ser� o tormento da vida do menino. As negras , os moleques, todos tinham que se submeter � sua dureza e crueldade.