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P3. Que outro livro da Bíblia começa de forma parecida com Gênesis?
R. O evangelho de João: “No princípio era o Verbo” (Jo 1.1)
P9. Você está sugerindo algo pessoal e íntimo entre Deus e Adão mediante a criação?
R. Sim, Adão se relacionava a seu Criador como um “filho” (Lucas 3.38), o portador da imagem do
seu Pai nos céus.
P12. Explique.
R. Cristo é chamado de segundo Adão, mas ele é anterior ao primeiro Adão.
P18. Como se expressa uma prioridade numa relação eterna por meio de uma geração eterna?
R. Tanto a relação quanto a geração são eternas assim como tanto Pai quanto Filho são eternos.
P20. Mas isso não implica uma prioridade temporal ou no Pai ou no Filho?
R. Não. Não há temporalidade em Seres incriados, isto é, em Deus em sua essência tripessoal.
P21. Então nunca houve um tempo em que o Pai não era o Pai Eterno e o Filho não era Filho eterno?
R. Não. O Pai incriado eternamente gera o Filho incriado: relação ontológica, geração ontológica, não
criação ontológica.
P23. Logo, essa real incriada da Divindade essencial distinguida pessoalmente (mas não separada)
como Pai e Filho, gerador e gerado, imprime eternamente a imagem da Divindade-Pai-Ser no
Divindade-Filho-Ser. E assim há um precedente-antecedente no relacionamento ontlógico entre Deus
o Pai e Deus o Filho para o relacionamento/paradigma histórico redentivo entre o Pai-Criador
celestial e o filho-criatura terreno.
P24. O que isso implica sobre a imagem do seu Pai celestial no filho adâmico?
R. Por meio de um portador da imagem criada, o Adão protológico (filho) espelha o Adão
escatológico (Filho), o portador da imagem incriada.
P27. Um estado probatório sugere um estado que não é completo, nem perfeito?
R. Sim.
P30. Deus era obrigado a entrar nesse arranjo probatório com Adão?
R. Não. Deus nada devia à criatura, mesmo sendo sua criatura perfeita, Adão (Lc 17.10).
P31. Então do que chamamos este ato da parte do Deus transcendente em que ele se relaciona
imanentemente com a sua criatura?
R. É um ato divino de voluntário ou não-obrigatória humilhação ou de descer em relação à criatura.
Esse ato é frequentemente chamado de “condescendência voluntária”.
P32. E nesta condescendência voluntária, Deus se vinculou por meio de um relacionamento pessoal
(ou pacto) a recompensar a obediência de Adão?
R. Sim; Deus seria fiel: se Adão tivesse “feito isso” (obediência), ele teria “vivido” (eternamente).
P37. O que foi que o Adão escatológico alcançou pela sua obediência?
R. Cristo mereceu/ganhou o direito à árvore da vida no centro do Paraíso de Deus.
P38. O segundo Adão meramente mereceu esse direito para nos restaurar ao jardim do Éden do
primeiro Adão?
R. Não; o Adão escatológico mereceu o direito à esfera celestial/escatológica pelo seu mérito.
P42. Em outras palavras, os Adãos protológico e escatológico são figuras representativas, todos os
representados por eles estão inclusos “neles”?
R. Sim, o princípio pactual ou representativo está enraizado na inclusão do “em”. O primeiro é
universal; o segundo é particular. Mas ambos são prescritos federativa ou pactualmente.
P43. Onde está o primeiro registro dessa distinção e dessa revelação redentiva?
R. Está no chamado protoevangelium/protoevangelion (“primeiro evangelho”) de Gn 3.15
P46. Se, então, a esfera escatológica estava exposta como destino de Adão antes da queda, o que
precisamente é singular sobre Gn 3.15 e a escatologia?
R. Gn 3.15 revela a iniciativa divina de levar homens pecadores à esfera escatológica por meio de um
substituto, um Salvador.
P47. Assim, Gn 3.15 é o anúncio de um novo pacto!
R. Sim, o escatológico deve agora ser obtido pela graciosa provisão de um Salvador.
P51. Como essa promessa escatológica foi uma graça de reversão da reversão?
R. Na queda, Adão, antigamente amigo de Deus e inimigo de Satanás, tinha se tornado o inimigo de
Deus (note bem, ele se escondeu dele, Gn 3.8) e amigo de Satanás (isto é, Adão, como Satanás, logo
se torna um mentiroso, Gn 3.11-12). A reversão do pecado precisa ser ela própria revertida ao se
estabelecer “inimizade” entre os amigos: o homem e Satanás. A implicação é que aqueles que são
inimigos depois da queda — isto é, Deus e o homem (pecaminoso — se tornarão amigos (inimizade
revertida) por meio do esmagamento da cabeça da Serpente e o ferimento do calcanhar do
“descendente”.
P57. Por que Deus colocou uma espada flamejante e querubins na entrada do jardim?
R. Para guardar a sua presença-no-jardim, assim como os querubins guardam o seu trono-de-glória
celestial.
P63. Por que o sacrifício de Abel era “mais excelente” ou “melhor” do que o de Caim?
R. Porque ele foi um sacrifício que tinha de ser morto (Abel confessava que ele merecia isso em troca
dos seus pecados), um sacrifício de sangue (para cobrir ou expiar a sua culpa e vergonha), um
sacrifício que precisava ser consumido inteiramente (Abel orava para que o seu pecado e punição
fossem totalmente consumidos pela graça de Deus). Abel acreditava nisso tudo. Pela “fé” (Hb 11.4),
ele possuía o fim desde o começo uma vez que o (novo) começo na sua oferta antecipava o seu fim (a
certeza das coisas que se espera, a evidência das coisas que não se veem, isto é, o céu).
P64. Como a divisão entre duas raças ou duas descendências se evidencia nos descendentes de Caim?
R. Eles têm uma mentalidade que busca fortificações, construir cidades para a sua segurança,
demonstrando nas suas obras que eles pertencem ao que é horizontal somente, isto é, a este mundo.
P65. Como essa divisão se evidencia nos descendentes de Sete que substituíram a Abel?
R. Eles foram conhecidos por invocar o nome do Senhor (a dimensão vertical), isto é, eles mostram
que eles pertencem ao mundo por vir (Gn 4.26).
P66. Como essa divisão se evidencia no sétimo depois de Adão em cada linhagem (isto é, na linhagem
de Caim e na de Sete)?
R. O sétimo depois de Adão via Caim é Lameque (Gn 4.19-24), cuja ousada asseveração contra Deus
e sua justiça exibe o espírito reprovado daqueles abandonados a suas concupiscências e brutas paixões.
O sétimo depois de Adão via Sete é Enoque (Gn 5.21-24) que anda com Deus e é trasladado à
presença-de-glória do seu Senhor sem provar a morte.
P71. Há alguma justiça em Noé que lhe dá o direito à recompensa da arca por conta de suas boas
obras?
R. Absolutamente não. Qualquer indício de boas obras em Noé como fundamento meritório para a
recompensa diminui a suficiência da graça de Deus e exalta a insuficiência humana de uma forma
inapropriada e antibíblica. Noé, como todos os pecados, é sujeito à declaração do próprio Deus em Jó,
como endossado pelo apóstolo Paulo: “quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?”
(Rm 11.35 citando Jó 41.11). A resposta óbvia a essa pergunta é: pecador nenhum!
P72. O plano de Deus centraliza seu foco em Abrão/Abraão em Gênesis 11—12ss. Qual é o
significado desse padrão de focalização?
R. O foco cósmico do desígnio de Deus a nível protológico foi estreitado conspicuamente a um único
indivíduo em Gn 12. Somente Abrão foi “chamado eficazmente” de Ur dos caldeus. Da massa da
humanidade caída, a iniciativa soberana, eletiva e escatológica de Deus desassocia Abrão das
multidões restes a perecer. E Deus faz isso a fim de restaurar o foco cósmico presente no início.
P73. O que você quer dizer com Deus restaurando o “foco cósmico” presente no início?
R. Abrão, um único indivíduo, é escolhido para ser pai de uma multidão de crentes no futuro
escatológico. A escatologia recapitula a protologia: o desígnio cósmico da humanidade se expressa
escatologicamente na “família” eleita; “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3;
18.18; 22.18).
P76. O pacto abraâmico é o mesmo daquela pacto inicial de Deus com o homem?
R. Não, pois há a diferença entre o pacto de obras com Adão (no jardim) e o pacto da graça com o
Segundo Adão (no paraíso, refletido no Éden) na queda.
P78. Esse pacto foi feito para se restrito a quem é hebreu etnicamente?
R. Não, a promessa do pacto abraâmico é universal, incluindo crentes de todas as nações.
P84. Você está dizendo que Canaã/Palestina não era a herança proposta?
R. Era uma herança provisória para os hebreus, mas não podia ser a herança eterna do povo de Deus.
P88. Qual é a crise suprema da vida de Abraão que sujeita esse juramento a riscos?
R. O mandamento de sacrificar Isaque no monte Moriá (Gn 22).
P89. Qual foi a intenção de Deus ao mandar Abraão oferecer a Isaque como sacrifício?
R. Provar ou testar a fé de Abraão nas promessas do pacto.
P92. O que você quer dizer com “caráter escatológico da sua fé”?
R. A fé de Abraão lhe deu união com o Deus que é capaz de fazer todas as coisas, até ressuscitar os
mortos (cf. Rm 4.17; Gn 17.15-17; 19; Hb 11.11-12).
P93. Qual transição da morte para a vida tinha sido o objeto da fé de Abraão antes do mandamento de
ir para Moriá?
R. A vivificação do ventre morto de Sara.
P95. No que Abraão crê à medida que ele viaja para Moriá?
R. Que o seu Deus é fiel; tendo prometido que Isaque é o filho da promessa (pactua), isto é, que por
meio de Isaque, a descendência de Abraão seria mais numerosa do que a areia; herdaria a terra
prometida; seria um ancestral do abençoador-de-judeus-e-de-gentios, se ele matá-lo, Deus o
ressuscitaria. Pois Deus não pode negar a sua promessa (cf. Hb 11.17-19). Note bem: o quiasmo de ir
e voltar em 22.5 com o voltar e ir de 22.19: um padrão de reversão e simetria que demonstra a
confiança de Abraão na fiel promessa de Deus.
P96. Então Abraão colocou Isaque sobre a madeira acreditando que Deus era capaz de ressuscitá-lo
dentre os mortos?
R. Sim; o fim escatológico do seu único filho é vida, não morte.
P97. Isso não é uma intrusão da vida do Filho unigênito de Deus na história de Abraão?
R. Sim; nós vemos o fim (da história da redenção) desde o começo (a história de Isaque). O próprio
Deus iria oferecer o seu Filho com plena certeza de que ele passaria da morte para a vida. O substituto
no Moriá escatológico (Monte Calvário) seria ressuscitado à vida para que, nele, os filhos de Abraão
(= crentes, Gl 3.7) seriam ajuntados das nações judia e gentílicas; seriam feitos herdeiros do Reino da
luz; seriam abençoados no seu verdadeiro Messias.