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ÉFESO
Éfeso era uma antiga cidade grega no território da Lídia, na Ásia Menor.
Ficava localizada na desembocadura do rio Caister, cerca de cinquenta
e seis quilômetros a suleste de Izmir (a antiga Esmirna mencionada no
Novo Testamento). Ficava entre as duas antigas cidades de
Esmirna e Mileto. Era uma das mais importantes cidades da Ásia
Menor, no que atualmente é a Turquia. Na época do surgimento do
cristianismo, Éfeso também estava ficando mais importante do que as
cidades vizinhas. Em parte, devia sua prosperidade aos favores feitos
por seus governantes. Lisímaco chamou a cidade de Arisone, em honra
à sua segunda esposa. Atalo Filadelfo construiu excelentes docas e
instalações portuárias. Éfeso tornou-se o grande empório da Ásia
Menor, no lado ocidental das montanhas do Taurus, conforme nos diz
Estrabão (14.5.641,663). Era a capital da Ásia proconsular, uma cidade
rica e o principal porto da costa ocidental da Ásia Menor. Seu nome,
mui provavelmente, significa «desejável». Quanto ao aspecto religioso,
era conhecida mundialmente por causa de seu famoso templo
de Ártemis. O lago antigo fica agora a onze quilômetros da beira-mar,
por causa do depósito de entulho, no processo de muitos séculos.
História
Ao que parece, Éfeso foi fundada por gregos jônicos, em cerca de 1050
A.C., especificamente sob a direção de Androclus, filho do rei ateniense,
Codro. Desde os dias mais antigos, competia com Mileto e Esmirna,
para ser o porto de exportação da Ásia Menor. Creso, rei da Lídia,
obteve o controle de Éfeso em cerca de 562 A.C., somente para que os
lídios perdessem esse controle para os persas, em 546 A.C. Os persas
mantiveram o domínio sobre Éfeso até que Alexandre, o Grande,
devolveu a cidade aos domínios gregos. Os macedônios (334-283 A.C.),
os selêucidas (280-187 A.C.) e os pergamenes (187-133 A.C.), foram os
governantes da área, em sucessão. Então veio Atalo III, rei de Pérgamo,
que, em 133 A.C., doou a cidade aos romanos. Não foi muito tempo
depois disso que Éfeso tornou-se a capital da província romana da Ásia.
Então ela cresceu de tal modo em importância que chegou a rivalizar
com Antioquia da Síria, com Alexandria e com Constantinopla (atual
Istambul, na Turquia Europeia).
É bem possível que Paulo tenha lutado literalmente com feras, naquela
cidade, onde pode ter sofrido um período de detenção que não é
mencionado. Ver I Co 15:32. Alguns estudiosos supõem que as
chamadas «cartas da prisão», de Paulo, ou, pelo menos, uma parte
delas, tenham sido escritas em Éfeso, e não em Roma, conforme
tradicionalmente se pensa. Mas, também pode tê-las escrito
parcialmente em Éfeso e parcialmente em Roma.
As tradições também fazem o apóstolo João ter vivido ali, como também
Maria, mãe de Jesus, que fora entregue por ele aos cuidados do
discípulo amado, segundo se aprende em João 19:27. João, pois, teria
recebido jurisdição sobre as sete principais igrejas daquela área. Mas
há probabilidades de que não tenha sido ele o autor do livro de
Apocalipse, que foi dirigido a essas cidades (incluindo Éfeso). Antes, o
autor do Apocalipse teria sido João, o vidente, e não João, o apóstolo,
embora ele também fizesse parte do grupo joanino. Isso reflete a opinião
de alguns eruditos, contra a opinião de outros, que dizem precisamente
o contrário. Em favor da associação de João com a cidade de Éfeso,
temos o testemunho de Irineu e Eusébio (3.21), dois pais da Igreja, que
deixaram registrados vários incidentes da vida do apóstolo João, que
ocorreram ali. Mais tarde, Inácio (Efésios 11) adicionou mais algumas
informações sobre a questão. Subsequentemente, Éfeso tomou-se um
importante centro do cristianismo e um certo número de concílios foi
efetuado nessa cidade.
A cidade de Éfeso era vulnerável aos ataques, pelo que foi saqueada
repetidas vezes por invasores. Os godos atacaram-na e obtiveram
controle sobre a mesma, em 262 D.C. Os árabes, em 655 e 717 D.C. Os
turcos, em 1090 e, por duas vezes, novamente, no século XIV. Os
mongóis, sob Tamerlão, completaram a destruição da cidade, em 1403.
Finalmente, o islamismo chegou a controlar toda aquela região, pondo
fim ao poder do cristianismo naquela região do mundo. Atualmente,
uma pequena cidade turca, de nome Ayasaluk, assinala o local antigo.
Religião
Em Éfeso esteve a igreja cristã que perdera seu primeiro amor (Ap 2:4) e
que fora advertida no sentido de que, se não se arrependesse, teria
removido o seu candeeiro (Ap 2:5). Isso acabou acontecendo, embora no
processo de vários séculos. Importantes concílios cristãos foram
efetuados ali, antes do triste fim da cidade.
Éfeso e a Arqueologia
LAODICÉIA
O Nome
Havia ainda outras três cidades que tinham esse nome na antiguidade,
mas que não se revestem de qualquer interesse bíblico.
Descrições
Já que Laodice era um nome feminino comum, nos tempos do N.T., seis
cidades receberam tal nome, nos período helenista. Por essa razão, a
Laodicéia de Ap 3:14 era chamada de Laodicéia do Lico, isto é, do rio
Lico, conforme assevera Estrabão (578). Ficava localizada na margem
sul desse rio, a dez quilômetros ao sul de Hierápolis e a dezesseis
quilômetros a oeste de Colossos.
PÊRGAMO
Hoje em dia não resta mais glória à antiquíssima cidade. Uma pequena
aldeia, de nome Bergama, ocupa o seu lugar, na planície abaixo do local
da antiga Pérgamo.
A Igreja em Pérgamo
A paganização da igreja de Pérgamo (historicamente, nos fins do
primeiro século, e no segundo e terceiro séculos, especialmente
mediante o gnosticismo libertino, e, profeticamente, na época de
Constantino, quando a igreja ficou sob o favor imperial) exigiu que a
mesma recebesse um severo julgamento. Isso salienta-o «imperativo
moral» do evangelho. A santificação é necessária à «salvação» (ver II Ts
2:13), e não meramente para a «comunhão com o Senhor». É falso o
evangelho que não envolve exigências morais, ou que as subestima.
TIATIRA
Era difícil alguém se abster das festividades das guildas sem perder
alguma coisa no mundo dos negócios, em termos de aceitação e
prestígio social. Por outro lado, ajustar-se a tais costumes era expor-se
à licenciosidade dos ritos pagãos, que assinalavam os banquetes das
guildas. Aquela seção da Igreja cristã, com ritos de sua pureza, buscava
alguma forma de transigência. Estamos falando sobre os nicoláitas.
Parecem ter sido liderados por uma habilidosa mulher, a quem João
apodou de Jezabel. Esse apelido foi escolhido deliberadamente, com
base no casamento de Acabe, rei de Israel, com Jezabel, filha do rei de
Tiro. Esse casamento fora um compromisso, com o intuito de fomentar
o comércio entre Samaria e os fenícios. Tal matrimônio foi um grande
desastre, conforme Elias demonstrou. João, autor do Apocalipse,
denunciou essa mulher, proferindo contra ela uma horrível condenação:
«Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com
ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita.
Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele
que sonda mentes e corações e vos darei a cada um, segundo as vossas
obras» (Ap 2:22,23).
Uma inscrição encontrada por Ramsay, em Tiatira, mostra que ali, nos
festejos públicos, as mulheres eram segregadas dos homens. Portanto,
que as vítimas daquela pervertida mulher a abandonassem, deixando-a
cair na condenação que inevitavelmente lhe sobreviria.
SARDES
Ao que parece, os cristãos que ali havia, na época da visão dada a João,
tinham cedido à complacência própria do lugar. Apenas alguns poucos
não haviam contaminado «as suas vestiduras», sendo dignas de andar
de branco com o Senhor. Evidentemente, muitos deles tinham
transigido com a adoração a Cibele, aquele horrendo culto de histeria e
mutilação, de que falam os antigos historiadores. Algumas inscrições
cristãs têm sido encontradas em Sardes, embora coisa alguma se saiba
a respeito das origens e do fim da comunidade cristã do lugar.
Ultimamente, têm estado a trabalhar em pesquisas arqueológicas
equipes das Universidades de Harvard e Cornell. O templo de Ártemis,
cuja adoração acabou absorvendo a de Cibele, naquela cidade, foi
descoberto, juntamente com alguma evidência de que tal templo fora
transformado em igreja cristã.
ESMIRNA
FILADÉLFIA
Esse apelativo significa amor fraternal. No fim da era presente, quando
a tribulação ameaçar o mundo, Deus se dirigirá à humanidade em
amor, o que beneficiará a comunidade daqueles que derem lugar ao
amor de Cristo em seus corações, assim amando-se uns aos outros.
Haverá um refúgio que nos abrigará de toda a contenda; haverá
calmaria para as águas agitadas; haverá um oásis no grande deserto
espiritual do fim. Isso se encontrará na comunidade da Igreja do Amor
Fraternal, cujo Senhor será o Cristo.
A localidade é agora ocupada por uma aldeia turca, Allah Shehr, nome
que significa «Cidade de Deus». No dizer de Vincent (in loc.): «A situação
é pitoresca, pois a aldeia ocupa quatro ou cinco colinas, estando bem
suprida de árvores, e o clima é saudável. Acredita-se que uma das
mesquitas ali existentes era o lugar das reuniões da igreja endereçada
no Apocalipse. Uma coluna solitária, de grande antiguidade, com
frequência tem sido notada, lembrando as pessoas sobre as palavras de
Ap 3:12: ‘Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus...’».
Bibliografia J. M. Bentes