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Capítulo 1 - Saber e Poder

O que é linguística: Eni Pulcinelli Orlandi

O homem procura dominar o mundo em que vive. Uma forma de ele ter esse domínio
é através do conhecimento. Esse é um motivo pelo qual ele tenta explicar tudo o que
existe. A linguagem é uma dessas coisas. Ao procurar explicar a linguagem, o homem
está procurando explicar algo que lhe é próprio e que é parte necessária de seu mundo
e da sua convivência com os outros seres humanos.

Um interesse antigo e uma ciência moderna

A sedução que a linguagem exerce sobre o homem existe desde sempre. A gente pode
observar esse fascínio de inúmeras maneiras: por meio da literatura, da poesia, da
religião, da filosofia etc. Não faltam lendas, teorias, rituais, histórias que revelam a
curiosidade do homem pela linguagem.

 Na índia Védica - I milénio a. C.

Têm-se as primeiras descrições linguísticas de que se tem conhecimento. Aqui O


Sânscrito (palavra que nesta língua significa 'perfeito') era considerado como uma língua
mágica e sagrada e, por essa razão, não podia sofrer a menor alteração de pronúncia
ao ser usada nos rituais religiosos. Isso motivou alguns indivíduos a manterem registros
daquilo considerado correto: Ordem de palavras, construção de frases, conjugação de
verbos... Fizeram até minuciosos estudos fonéticos que, de tão precisos que eram,
foram base para a fonética moderna.

 Na Hélade

Nomes de destaque incluem Platão, Sócrates, Aristóteles e Dionísio de Trácia.


Por exemplo, Platão em seu livro Crátilo discute sobre a convencionalidade das
palavras. Os nomes seriam dados segundo os desejos dos homens ou da
natureza? O pensador preferia acreditar na última concepção, haja vista a
confusão que ter-se-ia se qualquer coisa pudesse ter qualquer nome,
dependendo do homem que a dirigisse a palavra. Que outro nome Astyanax(rei
de tróia), cujo nome deriva de anax(rei) e ektor(detentor), poderia ter? Palavras
compostas como essa eram parte-chave dos argumentos de Platão. Mas ele ao
termo de seu livro aceitou, mesmo que um pouco, a existência da convenção.
Foi a gotinha de incompletude deixada pelos gregos, dentre outras coisas, que
propulsionou os estudos linguísticos posteriores.

 Na Idade Média

Dá-se neste período ênfase aos Modistae (modistas), assim chamados devido ao seu
considerável número de trabalhos intitulados De modis significandi.
Eram em sua natureza filósofos e ancorados na Metafísica de Aristóteles conceberam
aquilo que chamar-se-ia de Gramática Especulativa. Com especular vindo do latino
Speculum(espelho), para eles a linguagem refletiria a realidade subjacente do mundo
físico.

Como assim? Preposições eram conhecidas por serem imagens que “mostravam” a
realidade, enquanto que os verbos expressavam uma ideia de tornar-se. Preocupavam-
se muito com o aspecto metafísico das línguas e de conectar todas por meio deste viés.
Talvez por conta disso e da crescente aproximação europeia para com o método
científico, este baseado em fatos verificáveis e tangíveis, a ideia de que há uma conexão
intrínseca e completa entre palavras e realidade foi rejeitada com o passar do tempo.
Consideremos as palavras “nada” e “branco”. Nada é inexistente no mundo, ainda assim
podemos fazer referência a isso com a língua. Temos uma situação semelhante em “eu
visto branco” ou “sou bonito de branco”. Eu nenhum caso concreto eu posso vestir a cor
branca, porém, metaforicamente, posso dizer que sim.

Capítulo 2 - O que é e o que não é linguística

A linguística, como o seu próprio nome sugere, é o estudo da língua. Mas não de uma
língua particular, e sim da linguagem em geral; busca aquilo que é comum a todas as
línguas e por fim as explica, é de cunho estritamente descritivo. Trata tanto da linguagem
verbal quanto da não-verbal, mas sempre com ênfase na primeira.
Devido à vastidão de seu objeto, não é a toa que, como as demais ciências sociais
(filosofia, antropologia...), a linguística divida seus estudos em diversos ramos, alguns
deles são: fonética, fonologia, semântica, sintaxe, pragmática, lexicografia, linguística
histórica, etimologia.

Alguns precursores da linguística: os séculos XVII e XIX

Na história da constituição da linguística há dois momentos-chave: o século XVII,


que é o século das gramáticas gerais, e o século XIX, com suas gramáticas
comparadas.

Século XVII

Gramática Geral é a que “compara o maior número possível de línguas com o fim de
reconhecer todos os fatos linguísticos realizáveis e as condições em que se realizarão”
(Borba, 1971: 81).

A ela associa-se o fato de existir apenas uma única língua humana, considerando que
as semelhanças entre as línguas “são com toda probabilidade decorrentes de traços
característicos da mente humana” (Perini, 1976: 24).

Resumidamente: GG dividia-se em dois lados. Um se preocupava em descobrir os


princípios lógicos comuns a todas as línguas para assim poder afirmar com certeza que
a linguagem humana é somente uma, e o outro lado, talvez mais influenciado pelo
racionalismo, pretendia tirar das diversas línguas humanas as falhas que não deveriam
ter, como ambiguidade1 e incoerência2. Deste lado, em parte, decorre a exigência que
hoje faz-se dos falantes quanto ao uso da linguagem. Afinal, a linguagem é produto do
pensamento do homem, cuja racionalidade é inata, então deveria seguir as
características daquilo que a originou.
A gramática deste tipo que é tida como modelo por grande número de gramáticos do
século XVII é a Gramática de Port-Royal, também chamada Gramática geral e racional
(ou Razoada), dos franceses Claude Lancelot e Antoine Arnauld, (1690).

Qual foi a contribuição talvez mais interessante dessas gramáticas gerais para a
linguística? “Foi justamente a de estabelecer princípios que não se prendiam à
descrição de uma língua particular, mas de pensar a linguagem em sua generalidade .”
(Eni Orlandi)

Século XIX

Outro momento importante para a história da linguística é o século XIX, o da linguística


histórica, com as gramáticas comparadas. Já não tem validade o ideal universal, e o
que vai chamar a atenção dos que trabalham com a linguagem é o fato de que as línguas
se transformam com o tempo. Não é mais a precisão, mas a mudança o que importa.
Mostram que a mudança das línguas não depende da vontade dos homens, mas segue
uma necessidade própria e tem uma regularidade, isto é, não se faz de qualquer jeito.

Sem mais delongas, o que é Gramática comparada? É aquela que estuda uma
sequência de fases evolutivas de várias línguas, normalmente buscando encontrar
pontos comuns.

Os estudos comparativistas tiveram seu auge no final do século XIX e início do século
XX e foram os responsáveis pelo estabelecimento das famílias de línguas, estas de vista
até muito distanciadas como o Latim e o Sânscrito.

A figura mais expressiva da época é o alemão Franz Bopp. A sua importância é tal
que se considera que a data de nascimento da linguística histórica é a da sua obra
(1816) sobre o sistema da conjugação da língua sânscrita comparada ao grego, ao latim,
ao persa e ao germânico. Às línguas europeias que relacionavam-se com o Sânscrito,
deu-se a denominação indo-europeia.

Tendo dito isso, qual a diferença entre as duas gramáticas anteriores?

GC preocupa-se em estabelecer uma conexão entre as línguas para rastreá-las às suas


origens. X GG é mais estática, foca-se no estado atual da língua sem pretensões para
descobrir sua antecessora. É também mais filosófica, corrobora a ideia de que a
linguagem é uma característica inata ao ser humano, e o conhecimento das línguas que
ele usa para se manifestar é um internalizado, o qual é aperfeiçoado naturalmente a
partir do uso.

Qual foi a contribuição talvez mais interessante da gramática comparada para a


linguística?

“Foi evidenciar que as mudanças são regulares, têm uma direção. Não são tão caóticas
como se pensava.” (Eni Orlandi)

Leis fonéticas e língua da linguística


No século em questão foi descoberto que existem leis fonéticas, um conjunto de
mudanças de pronúncia que com o passar do tempo tende a acontecer. Uma delas é a
lei do menor esforço que comprovou a tendência de se preferir certos fonemas por conta
da facilidade em produzi-los. Uma outra lei, a da assimilação, define, dentro de uma
palavra, a exclusão de um som por influência do som vizinho. Ex: LUNA>LUA.

Os linguistas históricos – neogramáticos, envolvidos nos estudos das leis fonéticas,


desenvolveram uma língua própria para representar as mudanças sonoras ocorridas
nas línguas. “Por essa escrita, podemos ver, por exemplo, que o espanhol "lluvia" e o
português "chuva" são parentes, tendo evoluído da mesma palavra latina "pluviam.” (Eni
Orlandi)

É essa escrita que dá uma contribuição decisiva à edificação da linguística como ciência
porque toda ciência tem de ter uma metalinguagem pela qual estabelece suas
definições, conceitos, objetos e procedimentos de análise. Há dois tipos de
metalinguagem.

A formal que usam símbolos abstratos, como a física.

A não-formal que usa a linguagem ordinária, como a história, a antropologia, as ciências


sociais em geral.

A linguística, embora seja uma ciência social, tem valorizado a metalinguagem formal
como sua escrita própria. Isso lhe deu uma posição de destaque entre as ciências de
sua família. Mas essa não é uma questão pacífica para os que refletem sobre a
linguagem. Há os partidários da formalização e os que consideram que ela deixa para
fora os aspectos mais definidores da linguagem.

As duas tendências
Na trama histórica que enreda o pensamento linguístico há duas tendências principais.
Uma atém-se à premissa de que a ordem interna existente da língua é resultante dela
própria, busca o que é universal – único, e se ocupa do percurso psíquico da linguagem,
observando a relação entre linguagem e pensamento. É chamada de
formalismo.(Sendo não mais que o externamento do pensamento humano) A outra é
o sociologismo, que defende a ideia de que essa ordem reflete a relação da língua
com a exterioridade, incluindo suas determinações histórica-sociais. Procura o que é
múltiplo e variado, explorando a relação entre linguagem e sociedade. Embora os
estudos linguísticos se desenvolvam em várias direções, acabam sendo atravessados
e definidos por essas duas tendências conflitantes: a formalista e a sociologista.

Concepções de linguagem ao longo das eras


Como representação do pensamento – Gramática normativa – da Antiguidade ao século
XIX – influenciado pela lógica:

As pessoas não se expressam bem porque não pensam com lógica. Como diz
Koch(2001), a palavra era concebida como imitação do pensamento, sendo sua
exteriorização apenas uma tradução deste. A enunciação é um ato individual que não é
afetado pelo outro nem pelas circunstâncias (onde, como, quando) que constituem a
situação social em que a enunciação acontece. Presume-se que há regras a serem
seguidas para a organização lógica do pensamento e são elas que se constituem nas
normas gramaticais do falar e escrever “bem”.

Como instrumento de comunicação – Gramática Descritiva – A partir do século XX –


Influenciada pelo estruturalismo:

A língua é vista como um conjunto de signos que se combinam segundo regras e que
é capaz de transmitir uma mensagem de um emissor a um receptor. Dessa forma o
sistema linguístico é percebido como um fato objetivo externo à consciência individual
e independente desta. A língua opõe-se ao indivíduo enquanto norma indestrutível,
peremptória, que o indivíduo só pode aceitar como tal. Nesta concepção os
interlocutores e a situação de uso da língua também não são considerados. É só na
terceira e última concepção de linguagem que podemos ver tais fatores na jogada.

Como forma ou processo de interação – Gramática internalizada – A partir da segunda


metade do séc. XX – Influenciada pela Pragmática:

O que o indivíduo faz ao usar a língua não é somente exteriorizar um pensamento ou


transmitir informações a outrem, mas sim realizar ações, atuar sobre o interlocutor
(ouvinte/leitor). Os usuários da língua ou interlocutores interagem enquanto sujeitos que
ocupam lugares sociais e “falam” e “ouvem” desses lugares de acordo com imagens
que a sociedade estabeleceu para tais lugares sociais. Para esta concepção a
verdadeira substância da linguagem é constituída pelo fenômeno social da interação
verbal, realizada pela enunciação. Pertence às correntes de estudo da Linguística da
Enunciação.

>>> Dessas diferentes concepções de linguagem e de gramática surgiram tipologias


gramaticais ou tipos de gramática.

Tipos de gramática
Gramática Normativa
É concebida como um manual com regras de bom uso da língua estabelecido pelos
especialistas. A língua é só a variedade dita culta. Para perceber e definir essas regras,
há argumentos de diferentes ordens: elitistas, políticas, comunicacionais, históricas.

A ordem elitista surge quando um certo uso linguístico é recomendado somente porque
ele vem de uma camada social de prestígio.

A comunicacional tem a ver com o entendimento de uma enunciação. Gramáticos


tendem a condenar usos ambíguos ou incoerentes da língua.

A histórica advém da predileção que se dá aos usos da língua de um tempo passado.

A política pode ocorrer no interior da elitista ou por si só, quando por exemplo um
governo bane palavras por nacionalismo, tal como Mussolini fez na Itália.

O seu modo de funcionamento é simples. Descreve uma variedade culta da língua


(analisa as estruturas, classifica suas formas morfológicas e léxicas...), e depois
apresenta essas descrições na forma de normas. Ou seja, toda gramática normativa
tem um pedaço de descritiva, mas passa a assumir a primeira forma quando transforma
suas descrições em leis.

Ex, de início é:

a) Não se iniciam frases com pronome oblíquo átono;


b) O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito;

Depois vira:

a – Não se pode iniciar frase com pronome oblíquo átono(o que faz classificar a frase
silabada ou agramatical):

b – O verbo tem de concordar com o seu sujeito:

Descritiva
É a que descreve e registra a língua, levando em conta também suas variedades
linguísticas. Informa-nos quantas variedades existem e o tipo de construção que se
encontra em cada uma delas, as condições de uso das mesmas etc. São representantes
das teorias estruturalistas e da gerativo-transformacional.

Gramática reflexiva

É descritiva em sua natureza, mas é um tipo bem especial. Trabalha com várias
variedades linguísticas simultaneamente, mostrando, por meio de reflexões, o porquê
de se preferir um uso ao invés de outro, mas nunca será dito que um certo uso é errado,
caberá ao leitor decidir isso. É a preferida dos professores ginasiais por conta disto.

Quanto à sua origem...


Internalizada ou implícita
Corresponde ao saber linguístico que o falante desenvolve exclusivamente devido à sua
dotação genética e a seu convívio com outros personagens da comunidade linguística
de que faz parte. É a que todos sabem antes de ir a escola e que permite ao usuário
comunicar-se normalmente. É estudada pela gramática descritiva.

Gramática explícita, teórica ou não natural

Constitui-se na gramática que é ensinada nas escolas, não sendo adquirida


naturalmente como a internalizada.

AS DIMENSÕES DA LINGUAGEM (BECHARA, 2001 apud CARVALHO, 2001)


Dimensão Universal
dimensão: lógica
saber: elocutivo ( saber usar as regras lógicas do pensamento)
juízo de valor: coerência x incoerência.

Dimensão Linguística ou Gramatical


dimensão: de cada língua
saber: idiomático ( saber usar o código no plano idiomático)
uízo de valor: correção x incorreção.

Dimensão Individual
dimensão: do texto
saber: expressivo ( saber usar o código no dia a dia)
juízo de valor: adequado x inadequado.
Aquisição da linguagem

A Filosofia e a Psicologia devem ser vistas como os fundamentos da Linguística. Os


movimentos que estudam a aquisição da linguagem e do conhecimento em geral
provêm dessas duas primeiras ciências. Eles são: mecanicismo/behaviorismo e o
nativismo/inatismo, com o primeiro tendo raízes no empirismo, e o segundo no
racionalismo.

Os comportamentalistas procuram entender a mente via fatores externos, pois estes


seriam determinantes p/ o comportamento humano.

Já os nativistas ou mentalistas consideram que os fatores internos ou características


inatas aos humanos também influenciam seu modo de agir.

Assim, temos as teorias a seguir:

Comportamentalismo – Teoria das repetições


Para os defensores dessa concepção, o uso da língua é um comportamento, um hábito,
e emerge a partir da interação do ser com o conjunto de dados que o indivíduo recebe
ao ouvir a língua sendo usada ao seu redor. Por exemplo, um bebê poderia passar a
dizer gagau por causa das inúmeras associações que seus pais fazem dessa palavra
ao mingau de verdade. Respostas faciais e contato visual também condicionariam a
criança a proferir uma palavra em uma situação específica.
Nega-se à mente ou aos sentimentos qualquer papel na determinação do aprendizado
da língua. Tudo é causado por estímulos exteriores, por isso diz-se que uma das teses
principais da teoria behaviorista é a de que o homem é uma caixa vazia, sendo
preenchida apenas por meio do seu convívio com o ambiente em que reside.
Nativismo
No livro instinto para linguagem (1959), Chomsky propõe que a aprendizagem da
língua é assistida pela natureza porque que a linguagem é uma capacidade inata dos
seres humanos. Essa ideia tem seus fundamentos em que, apesar de diferenças
culturais, geográficas e auditivas (com bebês podendo ou não escutar) todos
desenvolvem alguma forma de competência linguística e esta comumente é feita com
notável coerência até mesmo nos anos iniciais de vida. Com base nessas constatações,
o autor chega a afirmar que há uma parte do cérebro apenas feita para ajudar-nos a
detectar e apreender as regras que regem a linguagem. Em suma, o homem seria mais
do que só uma máquina ou um animal. Ao invés disso, seria uma união dos dois.
Outras teorias a serem citadas são o construtivismo de Piaget e o sócio-interacionismo
de Vigotsky.

Requisitos para a aquisição da linguagem


1. Predisposições e capacidades físicas evidenciadas pela fase do balbucio:
2. Sistema de sinais (código, língua);
3. Competência (união das capacidades e predisposições à utilização de um
sistema).

Adaptações fisiológicas: respiração (a expiração se torna mais ativa que a inspiração);


média rápida de fonemas e complexidade dos movimentos articulatórios e respiratórios.
A fala é a respiração modificada em que a expiração se torna mais ativa que a
inspiração.
Estágios de aquisição da linguagem: holofrástico ou monovocabular; conjuntivo ou
divocabular; conectivo ou multivocabular e recursivo.
Gramáticas da infância:
A cada estágio de aquisição da linguagem corresponde um tipo de gramática
(conhecimento da língua na infância).

1. Estágio holofrástico: não existe gramática porque não existe sintaxe; sendo
palavras isoladas, nada indica que a criança diferencie nome e verbo; ela rotula
indistintamente coisas (nomes) e atividades (verbos).

2. Estágio conjuntivo ou divocabular: início de uma gramática elementar


(sintaxe), quando dois nomes são postos em relação um com o outro. Temos,
nessa fase, uma gramática simples e lógica, havendo uma correspondência
unívoca de forma e significado.

3. Estágio conectivo ou multivocabular: gramática mais complexa; temos a


aprendizagem das desinências ou morfemas gramaticais; essa gramática força
as crianças a perceber as categorias e a assinalá-las (nomes, verbos, adjetivos)
bem como a concordância nominal e a verbal. O domínio dessa gramática
prolonga-se pela metade da infância (até mais ou menos 5 anos).

4. Estágio recursivo: gramática recursiva; a gramática da gramática, ou seja, a


utilização e também a conscientização da gramática; esse novo poder das
crianças consiste na abstração e conscientização da linguagem. O indício mais
cristalino dessa gramática é a habilidade das crianças de falarem sobre o que
fazem (a linguagem como metalinguagem); fase em que começam a utilizar o
discurso indireto e a voz passiva.

1, A) Tereza, amante de João, que também era amante de Pedro, disse que não sabia
nada. X
B) A amante de João, Tereza, que também era amante de Pedro, disse que não sabia
nada
2, sentido ilógico resultante de uma falta de ligação entre ideias; contraditório; absurdo
3, O indo-europeu não é uma língua da qual se tenham documentos. É uma
reconstrução teórica, um conceito. Mas a vontade de reconstruir a língua-mãe é tal que
chegam mesmo a escrever fábulas nessa "língua".
Palavras-chave são aquelas das quais sem a sua presença o autor não poderia passar
a informação que desejava. Literatura é conhecimento e cultura.

Relatar x Interpretar

a) descreve um conteúdo exatamente como ele aconteceu, sem retirar ou adicionar


qualquer fato.
b) trata-se de contar como algo ocorreu partindo daquilo que se pôde entender. É
produto não só de fatos concretos, mas também do pensamento particular de um
indivíduo.

Por convenção = Por respeito às regras que regras que, embora invisíveis, regulam
nossos atos. Felicitar alguém pelos seus anos, dizer “santinho” a quem espirra ou dar
os sentimentos a alguém que tenha perdido um ser querido são algumas condutas que
se desenvolvem por convenção Há de não esquecer que, quem quebra ou viola uma
convenção, pode ser condenado a nível social. Tal sucede-se, pois essas regras são
partes da cultura de um povo, cuja mente é a própria cultura.

https://conceito.de/convencao

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