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A Artigo Original

Rodrigues CHG et al.

Fatores de risco e consumo de micronutrientes


protetores para doença cardiovascular em
universitários da área de saúde
Risk factors and intake of protective micronutrients for cardiovascular disease in students of the
health area

RESUMO
Camila Horta Gaudereto Rodrigues1
Dalila de Souza Pinto Fernandes2 Introdução: Consumo de micronutrientes e estilo de vida se associam com doença cardiovas-
Eliana Carla Gomes de Souza3 cular na população em geral. Método: Participaram desse estudo transversal 202 estudantes
Helen Hermana M. Hermsdorff3 de Enfermagem, Medicina e Nutrição (30 homens, 172 mulheres, com faixa etária média de
Maria Sônia Lopes Duarte3
21,3 ± 2,5 anos) de uma universidade pública federal. Foram aferidos peso, altura, perímetro
da cintura e quadril. Para o inquérito alimentar utilizou-se recordatório habitual. As variáveis
demográficas, socioeconômicas e do estilo de vida foram obtidas por meio de um questionário
semiestruturado. Resultados: Quanto ao estado nutricional, 12,4% (n= 25) apresentaram baixo
peso, 73,3% (n= 148) eutrofia e 14,4% (n= 29) excesso de peso; 10,4% (n= 21) dos estudantes
possuem acúmulo de gordura na região abdominal. Para os todos os índices avaliados observou-
se diferença entre os cursos. Foi encontrado alto percentual de hipertensão, 37,6% (n= 76)
no histórico familiar para doenças cardiovasculares. A maioria dos estudantes é pouco ativa,
sendo essa prevalência superior no sexo feminino (p=0,004). A prática do tabagismo apresentou
baixa prevalência (2%). Em relação à ingestão de micronutrientes protetores, com exceção da
vitamina B12, houve consumo inadequado e não foi encontrada diferença estatística entre os
cursos, entretanto, foi encontrada para gênero. Para alguns micronutrientes, o consumo foi
influenciado pela escolaridade dos pais. Conclusões: Houve inadequação de consumo para
cálcio e para as vitaminas E e B9, prevalência de baixa atividade física e presença de histórico
familiar relacionado às doenças cardiovasculares, dessa forma, os universitários avaliados estão
expostos a fatores de risco para doenças cardiovasculares.

Unitermos:
Micronutrientes. Doenças cardiovasculares. Estudantes. ABSTRACT
Hábitos alimentares. Introduction: Consumption of micronutrients and lifestyle are associated with cardiovascular
disease in the general population. Methods: Cross-sectional study with 202 students from
Keywords: nursing, medicine and nutrition (30 men, 172 women with average age 21.3 ± 2.5 years).
Micronutrients. Cardiovascular diseases. Students. Were measured weight, height, waist and hip circumference. For the dietary survey was used
Food habits. usual recall. Socioeconomic variables, and lifestyle and family history for cardiovascular disease
were obtained by means of a semi-structured questionnaire. Results: Regarding nutritional
Endereço para correspondência: status, 12.4% (n = 25) presented low weight, 73.3% (n = 148) eutrophy and 14.4% (n = 29)
Maria Sônia Lopes Duarte overweight; 10.4% (n = 21) of students have accumulation of fat in the abdominal area. For
Departamento de Nutrição e Saúde.
all indices evaluated observed difference between the courses. Was found high percentage of
Universidade Federal de Viçosa.
Av. PH Rolfs, s/n – Centro – Viçosa, MG, Brasil – hypertension, 37.6% (n = 76) on family history for cardiovascular disease. Most students are
CEP: 36570-000. insufficiently active, and this higher prevalence in females (p = 0.004). The practice of smoking
E-mail: msonia.duarte@ufv.com.br presented low prevalence (2%). Regarding the intake of protective micronutrients, except for
vitamin B12, there was inadequate consumption and there was no statistical difference between
Submissão: the courses, however, has found for gender. For some micronutrients, consumption was influenced
14 de abril de 2015 by parental education. Conclusions: There was inadequacy of consumption for calcium and
for vitamins E and B9, prevalence of low physical activity and presence of family history related
Aceito para publicação: to cardiovascular diseases, in this way, the students evaluated are exposed to risk factors for
11 de junho de 2015 cardiovascular diseases.

1. Graduada em Nutrição/Departamento de Nutrição e Saúde pela Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil.
2. Mestranda em Ciência da Nutrição/Departamento de Nutrição e Saúde pela Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil.
3. Professora Adjunta do Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil.

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Fatores de risco e consumo de micronutrientes protetores para doença cardiovascular em universitários da área de saúde

INTRODUÇÃO campus Viçosa/MG. Foram convidados a participar do estudo


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)1, as 313 alunos regularmente matriculados nos cursos de Enfer-
doenças cardiovasculares (DCV) são as principais causas de magem, Medicina e Nutrição, do primeiro ao último período,
morte no mundo, perfazendo 30% das mortes globais, taxa por e-mail, visitas às salas de aula e consultas telefônicas,
praticamente idêntica à encontrada no Brasil2. A diminuição destes, 78,9% (n= 247) aceitaram participar da pesquisa. O
da exposição aos fatores de risco pode reduzir ocorrência tamanho da amostra foi definido segundo o número de estu-
de novos eventos cardiovasculares3. Vale ressaltar que, esses dantes matriculados nesses cursos, sendo que foram excluídos
fatores de risco podem ser modificáveis e não modificáveis4. os questionários respondidos de maneira incompleta, assim,
Entre os fatores não modificáveis tem-se idade, sexo e foram analisados 64,5% (n=202) dos questionários. O
história familiar positiva, que é influenciada pela interação estudo foi realizado de acordo com as normas éticas para
com o meio ambiente, onde o hábito alimentar tem papel pesquisa com seres humanos, sendo submetido e aprovado
de destaque5. Em relação aos fatores de risco modificáveis, pelo Comitê de Ética de Pesquisa em Seres Humanos da
destaca-se o tabagismo, consumo excessivo de bebidas
Universidade Federal de Viçosa (0114/2011/CEPH).
alcoó­licas, consumo excessivo de gorduras saturadas,
ingestão insuficiente de frutas e hortaliças e inatividade física6. O estado nutricional dos estudantes foi avaliado por
medidas antropométricas, como peso, altura, perímetro da
As vitaminas, minerais e fitoquímicos são determinantes
cintura e perímetro do quadril. O peso foi aferido em balança
na relação entre dieta e risco cardiovascular, não apenas
do ponto de vista da aterosclerose, mas pela influência na eletrônica (Tanita© BC554 IronMan) e o voluntário reduziu
disfunção endotelial, hipertensão, controle de frequência ao máximo o peso de acessórios. A medida da estatura foi
cardíaca, inflamação sistêmica, estresse oxidativo e concen- realizada em estadiômetro Altura Exata, estando o voluntário
trações de homocisteína, entre outros. Entre as vitaminas, descalço, de costas, em posição ereta, com os pés formando
destacam-se a A, E, C, B6, B12 e ácido fólico e, entre os um ângulo de 45º23. O índice de massa corporal (IMC) e a
minerais, selênio e magnésio7-11. classificação utilizada foi de acordo com os pontos de corte
A ingestão adequada desses micronutrientes pode estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde24.
diminuir a incidência das DCV e a deficiência dos mesmos Os perímetros da cintura (PC) e do quadril (PQ) foram
aparece como um problema de saúde global, atingindo cerca utilizados para o cálculo da relação cintura/quadril (RCQ).
de 2 bilhões de pessoas no mundo12. Segundo a OMS, a RCQ indica risco de desenvolver doenças
O Brasil tem experimentado rápida transição nutricional cardiovasculares, o ponto de corte estabelecido para homens
com grande aumento no consumo de produtos industriali- é 1,0 e para mulheres é 0,85. A medida do perímetro da
zados e aumento dos índices de sobrepeso e obesidade13. cintura foi aferida de acordo com os parâmetros preconizados
Essas modificações ocorrem em todas as faixas etárias. Nesse pela OMS25, indicando risco aumentado para as DVC, de 90
contexto, destacam-se os universitários14-20, pois, são mais cm para homens e 80 cm para as mulheres26.
vulneráveis devido às alterações biológicas que os afetam,
Para o inquérito alimentar utilizou-se o método recorda-
à instabilidade psicossocial, às mudanças que surgem do
ingresso ao meio universitário e às novas relações sociais tório de ingestão habitual27. O método consiste em obter
desses indivíduos21, prejudicando o estado nutricional dos minuciosamente (tipo, preparação e marca) as informações
mesmos e colocando-os em risco para o desenvolvimento de sobre a quantidade de alimentos consumidos, em medidas
doenças crônicas não transmissíveis, como câncer, diabetes caseiras, de acordo com os hábitos do entrevistado28. Para
mellitus, osteoporose, hipertensão, obesidade, entre outras22. minimizar os erros de estimativa de porções, as medidas
Considerando a escassez de estudos que avaliem a caseiras foram baseadas no registro fotográfico para inqué-
ingestão de micronutrientes protetores para DCV e a vulne- ritos dietéticos29. O recordatório foi aplicado utilizando a
rabilidade de universitários à prática alimentar adequada, técnica de “múltiplas passagens”30.
o objetivo do presente estudo foi verificar o consumo dos O cálculo da composição química dos alimentos consu-
micronutrientes, vitaminas C, E, B12 e ácido fólico e cálcio e midos por cada indivíduo foi feito utilizando o software
outros fatores protetores de DCV em universitários de cursos Diet Pro® 5i © Copyright 2008-2011. Preparações que
da área de saúde da Universidade Federal de Viçosa.
envolviam mais de um grupo de alimentos foram desmem-
bradas em seus ingredientes e classificadas em cada grupo
MÉTODO correspondente.
O presente estudo de desenho transversal descritivo Para estimar a prevalência de adequação dos micronu-
foi desenvolvido em uma Universidade Federal de Viçosa, trientes foram considerados os valores de requerimento médio
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estimado - EAR (Estimated Average Requirement), conforme RESULTADOS


proposto pelo Institute of Medicine – IOM31. Foram avaliados 202 estudantes, sendo 14,9% (n=30)
As variáveis demográficas e socioeconômicas foram homens e 85,1% (n=172) mulheres, adultos 93,6% (n=189)
obtidas por meio de um questionário semiestruturado. e adolescentes 6,4% (n=13), com faixa etária média de 21,3
Verificou-se sexo, idade dos estudantes e escolaridade ± 2,5, dos cursos de Medicina, Nutrição e Enfermagem.
dos pais. Foram coletados, também, dados sobre estilo Quanto à classificação do estado nutricional, verificou-
de vida e história familiar para DCV, tais como: prática se, de acordo com o IMC, que 12,4% (n= 25) dos indiví-
de atividade física, hábito de fumar, ocorrência de duos pesquisados poderiam ser classificados como baixo
hipertensão arterial, diabetes mellitus e/ou obesidade peso, 73,3% (n= 148) como eutróficos e 14,4% (n= 29)
nos pais, além da ocorrência de morte por DCV em um encontravam-se acima do peso (Tabela 1). Em relação ao
parente próximo com idade inferior a 50 anos. Quanto PC, 10,4% (n= 21) dos estudantes possuíam acúmulo de
à categorização da atividade física, foram utilizados os gordura na região abdominal.
critérios do Institute of Medicine (2002)32, que classificam Os fatores de risco associados ao desenvolvimento de
os indivíduos como sedentários, pouco ativos, ativos e DCV são apresentados na Tabela 2.
muito ativos.
Com relação à atividade física, encontrou-se um alto
Os dados foram apresentados como média ± desvio percentual de estudantes sedentários e pouco ativos, sendo
padrão e, ou em mediana (intervalo interquartil), de acordo essa prevalência superior no sexo feminino (p=0,004). Em
com a normalidade de cada variável, que foi avaliada pelo relação à prática do tabagismo, foi encontrada uma baixa
teste de Kolmogorov – Smirnov. As variáveis não normais prevalência (2%).
foram transformadas em log antes das análises.
O consumo dos micronutrientes foi ajustado pelo método
Tabela 2 – Histórico familiar de doenças crônicas não transmissíveis e estilo
de nutriente residual, acrescentando-se o resíduo de um de vida dos universitários, Viçosa, 2013.
modelo de regressão linear simples, tendo o total de energia %
Variáveis N
ingerida como variável independente e o valor absoluto do
História de doenças familiares
nutriente como variável dependente33.
Diabetes 26 12,9
O teste ANOVA foi usado, para comparar as diferenças Hipertensão 76 37,6
entre os cursos, seguido do adequado teste post-hoc de Tukey, Obesidade 44 21,8
em caso de significância estatística. Morte na família por DCV antes dos 50 15 7,4
O teste Student-t foi usado para avaliar se existia anos (n= 195)
diferença entre grupos. O teste de qui-quadrado foi Atividade física
utilizado para avaliar diferenças de proporções entre as Sedentários 32 16,3
variáveis dicotômicas. Finalmente, as análises estatísticas Pouco ativos 97 49,5
foram efetuadas utilizando-se o programa SSPS 17.0. Foi Moderadamente ativos 59 30,1
considerado o nível de significância estatística de 5% de Muito ativos 8 4,1
probabilidade. Tabagismo 4 2

Tabela 1 – Características antropométricas dos universitários dos cursos de Medicina, Nutrição, Enfermagem, Viçosa, 2013.

Variáveis M/F Todos Medicina Nutrição Enfermagem pa Sexo pb Sexo pc


(202) (n= 36) (n= 90) (n= 76) Homens Mulheres Homens Mulheres
n %Ad n %Ad
Idade _ 21,3 ± 21,6 ± 2,9 21,5 ± 2,4 20,9 ± 2,5 0,204 _ _ _ _ _ _ _ _
(anos) 2,5
IMC 18,5- 22,2 ± 23,3 ± 3,7 21,5 ± 3,01 22,5 ± 4,3 0.028 23,7±3,9 21,9±3,6 0,013 20 66,7 128 74,4 0,376
(kg/m2) 24,9 3,7
PC (cm) 102/88 72,8 ± 77,0 ± 9,0 70,6 ± 6,71 73,4 ± 10,1 0.001 80,3±9,6 71,5±7,9 <0,001 26 86,7 155 90,1 0,381
8,8
PQ (cm) _ 96,7 ± 8,7 ± 8,3 94,5 ± 7,21 95,6 ± 8,5 0,008 _ _ _ _ _ _ _
7,9
RCQ 1,0/0,85 0,8 ± 0,78 ± 0,06 0,7 ± 0,041 0,76 ± 0,07 0,028 0,8±0,05 0,7±0,05 <0,001 30 100 165 95,9 0,261
0,06
IMC= Índice de Massa Corporal; PC= Perímetro da Cintura; PQ= Perímetro do Quadril; RCQ= Relação Cintura Quadril. M= Masculino; F= Feminino.a Anova; b Teste t Student; c Teste do qui-quadrado.
1 Medicina

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Fatores de risco e consumo de micronutrientes protetores para doença cardiovascular em universitários da área de saúde

Tabela 3 – Ingestão média estimada (EAR) e ingestão diária de cálcio, vitaminas C, E, B12, B9 dos universitários segundo curso, Viçosa, 2013.

Nutriente EAR Todos Cursos Enfermagem pa


M/F Medicina Nutrição
Cálcio (mg) 800,0 553,2± 277,0 575,8± 2,5 539,2± 312,8 549,8± 224,4 0,133
Vit C (mg) 75,0/60,0 85,86 (50,1-162,2) 64,8 (46,8-130,1) 93,3 (50,3-167,6) 89,2(50,9-170,6) 0,162
Vit E (mg) 12,0 10,80 (6,9-18,7) 11,3 (6,1-17,4) 9,4 (6,3-14,6) 12,9 (8,8-21,8) 0,393
Vit B12 (μg) 2,0 2,4 (1,2-3,6) 2,5 (1,1-4,5) 2,2(0,9-3,4) 2,5(1,3-3,6) 0,491
Vit B9 (μg) 320,0 134,1 (89,0-189,5) 115,0 (74,7-202,7) 116,3(85,0-189,5) 156,1(110,4-191,0) 0,732
Dados são X±DP, (p25-p75) quando apropriado. a Anova. M= Masculino, F= Feminino. Vit C = Vitamina C; Vit E= Vitamina E; Vit B12= Vitamina B12; Vit B9= Ácido Fólico.

Tabela 4 – Adequação do consumo dos micronutrientes protetores dos universitários segundo sexo e o curso, Medicina, Nutrição e Enfermagem, de uma
Universidade Pública brasileira, Viçosa, 2013.
Sexo
Todos Mulher Homem pa Mulheres Homem pb
Nutriente
n % Ad n % Ad n % Ad
Cálcio (mg) 35 17,3% 26 15,1 9 30,0 0,048a 537,90± 641,1± 291,6 0,214b
272,4
Vit C (mg) 125 61,9% 115 66,9 11 36,7 0,002a 93,4 (52,6- 59,1 (35,9-112,6) 0,003b
168,7)
Vit E (mg) 110 54,5% 74 43 18 60,0 0,085a 10,5(6,8-18,5) 13,2(8,14-19,8) 0,831b
Vit B12 (μg) 122 60,4% 104 60.5 18 60,0 0,966a 2,4(1,2-3,4) 3,9(0,9-5,8) 0,556b
Vit B 9 (μg) 7 3,5% 6 3,5 1 3,3 0,962a 132,8(87,8- 134,5(106,7-210,9) 0,788b
188,5)
Dados são X±DP, med (p25-p75) quando apropriado. a Teste do qui-quadrado; b Teste t Student. Vit C= Vitamina C;
Vit E= Vitamina E; Vit B12= Vitamina B12; Vit B9= Ácido Fólico.IMC= Índice de Massa Corporal; PC= Perímetro da Cintura; PQ= Perímetro do Quadril; RCQ= Relação Cintura Quadril. M= Masculino;
F= Feminino.a Anova; b Teste t Student; c Teste do qui-quadrado. 1 Medicina

Tabela 5 – Adequação dos micronutrientes protetores das DCV dos estudantes dos cursos de Medicina, Nutrição e Enfermagem de uma universidade
pública brasileira de acordo com a escolaridade dos pais, Viçosa 2013.
Variáveis Instrução do pai pa Cursos pa
(% Ad.) S/FS C/FS S/FS C/FS
Ca 16,1 (19) 19% (16) 0,359 12% (12) 22,5% (23) 0,036
Vit C 61 (72) 64,3% (54) 0,373 64% (64) 60,8% (40) 0,372
Vit E 33,3 (28) 54,2% (64) 0,002 45% (55) 46,1 (47) 0,495
Vit B12 60,2 (72) 60,7% (51) 0,528 54% (54) 66,7% (68) 0,045
Vit B9 4,2 (5) 2,4% (2) 0,383 6,0% (6) 1,0% (1) 0,056
a
Teste do qui-quadrado. S/FS= Sem formação superior, C/FS= Com formação superior. % Ad= % de Adequação. Vit C= Vitamina C; Vit E= Vitamina E; Vit B12= Vitamina B12; Vit B9= Ácido Fólico.

Em relação à média da ingestão de micronutrientes prote- adequação do consumo da vitamina B12 juntamente com a
tores das DCV, os resultados demonstram que, com exceção vitamina C foi maior do que os demais nutrientes.
da vitamina C e B12, os demais nutrientes apresentaram De modo interessante, o presente estudo também veri-
média de consumo abaixo da recomendação, sendo que ficou que o consumo de alguns micronutrientes protetores
para nenhum dos micronutrientes avaliados foi encontrada das DCV foi influenciado pela escolaridade dos pais, sendo
diferença estatística entre os cursos (Tabela 3). que a escolaridade da mãe associou-se com o consumo de
A adequação de consumo de vitaminas e minerais cálcio e vitamina B12 (Tabela 5).
apresentou diferenças em relação ao sexo. Constatou-se,
assim, maior consumo médio de vitaminas e minerais no
DISCUSSÃO
sexo masculino, com exceção da vitamina C (Tabela 4).
Para cálcio, os homens apresentaram maior percentual No presente estudo, houve predomínio do sexo feminino.
de adequação de consumo em relação às mulheres. A Estudo realizado por Petribú et al.18, com 281 estudantes do
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3º ao 5º período dos cursos de saúde no Recife, também do final de cursos da área de saúde das universidades
encontrou maior prevalência de estudantes do sexo feminino públicas do estado de Pernambuco e verificaram que
(61,6%) e, segundo os mesmos autores, a predominância 60,3% dos homens e 35,3% da mulheres são sedentários.
do sexo feminino é esperada, já que é um fato comum em Também, Marcondelli et al.41 realizaram um estudo com 281
vários cursos da área de saúde. estudantes da área da saúde da Universidade de Brasília
Os resultados para estado nutricional são semelhantes e encontraram alto índice de sedentarismo, o qual foi
ao estudo de Paixão et al.34, realizado com 253 estudantes justificado principalmente pela falta de tempo e de dinheiro
ingressantes nos cursos de ciências da saúde em uma para a realização dessas atividades. O alto percentual de
universidade do Recife, onde a média do IMC nos três cursos estudantes sedentários ou pouco ativos não era esperado,
estudados também encontrava-se dentro da faixa de eutrofia. por se tratar de universitários da área de saúde e, a prin-
Também corrobora com o presente estudo, a pesquisa reali- cípio, possuem conhecimento sobre os benefícios da prática
zada por Ramos35, com 140 universitários da Universidade de atividade física na promoção da saúde. De acordo com
Federal de Minas Gerais, onde foi verificada maior média American College of Sports Medicine 42, uma atividade
de IMC, PC e RCQ entre os estudantes do sexo masculino, aeróbica moderada como a caminhada, por exemplo, de
com diferença significante. Contudo, observou que apenas três a cinco vezes por semana, com duração de 30 minutos,
1% das mulheres e 2,7% dos homens apresentaram PC acima já traz benefícios à saúde cardiovascular e, vale considerar
da recomendação, enquanto, neste estudo, foram verificados que tal prática não é onerosa e nem demorada.
9,9% e 13,3%, respectivamente. Em relação à prática do tabagismo, Souza43 também
Em relação à adequação do IMC de acordo com o sexo, encontrou baixa prevalência de fumantes em 112 universi-
os resultados são semelhantes aos encontrados por Abdel- tários do 2º ano de cursos de saúde na Universidade de São
Megeid et al.36, que avaliaram 311 alunos da King Saud Paulo, onde 2,7% dos alunos fumam. O baixo número de
University e verificaram que 75% das mulheres e 70% dos fumantes entre os estudantes da área de saúde pode estar
homens eram eutróficos. associado às políticas adotadas para conscientização dos
Apesar dos homens apresentarem valores mais elevados riscos do tabagismo.
para os parâmetros antropométricos, esses apresentaram A média da ingestão de micronutrientes protetores das
maior percentual de adequação de RCQ. Esse fato pode ser DCV foi inferior ao encontrado por Souza43, que avaliou 112
explicado pela maior relação com a massa livre de gordura universitários do 2º ano de cursos de saúde na Universidade
nos homens, já que comumente a composição corporal do de São Paulo e encontrou média de consumo de cálcio de
sexo masculino possui maior percentual de massa muscular37. 695,3 ± 402,76, vitamina B12 de 3,34 ± 2,97 e vitamina B9
Vale ressaltar, a importância da adequação dos parâ- de 196,39 ± 351,21, enquanto o consumo de vitamina E foi
metros antropométricos, uma vez que o excesso de gordura menor, 7,28±5,71. Contudo, não foi avaliado o consumo
é prejudicial e relaciona com desordens cardiovasculares de vitamina C.
e metabólicas, causando grande impacto na saúde do A baixa ingestão de micronutrientes encontrada nesse
indivíduo38. estudo pode ser explicada, principalmente, pelo baixo
Os resultados para fatores de risco associados ao desen- consumo de frutas e verduras, os quais obtiveram mediana,
volvimento de DCV foram semelhantes aos de Petribú et valor mínimo e máximo para porções ingeridas de 1,49
al.18, que verificaram 35,5% de hipertensão (HAS), 11,3% (0,00-17,88) e 1,59 (0,00-14,60), respectivamente. Vale
de diabetes (DM) e 20,2% de obesidade e 14,8% de morte ressaltar que o Guia Alimentar para a População Brasi-
antes dos 50 anos por DCV nos parentes próximos. Já Veras et leira3 preconiza a ingestão de 3 porções por dia de cada
al.39, em estudo realizado com 200 estudantes de uma univer- um desses dois grupos alimentares. Baixa ingestão desses
sidade particular em Fortaleza, encontraram 124 (72,1%) grupos também foi observada por Maciel et al.44, em seu
universitários com antecedentes familiares para DM, 131 estudo realizado com 181 acadêmicos de Nutrição de uma
(76,2%) para HAS, 104 (60,5%) para hipercolesterolemia Instituição de Ensino Superior privada no estado de Santa
e 91 (52,9%) para algum evento isquêmico prévio. Assim, Catarina. Ressalta-se a importância do consumo desses
observa-se alta prevalência de fatores de risco relacionados alimentos para um adequado suprimento das necessidades
ao histórico familiar, devendo reforçar a necessidade de de diversas vitaminas, minerais e de fibras45.
investimento na prevenção de riscos exógenos, por meio da Resultado semelhante também foi encontrado por Ansari
adesão a um estilo de vida mais saudável para diminuir os et al.46, em que menos de 50% e 40% dos universitários
riscos de DCV. europeus relataram consumo frequente de frutas e vege-
Para atividade física, resultados similares foram encon- tais, respectivamente. Sakamaki et al.47, ao estudar hábitos
trados por Colares et al.40 que avaliaram 382 estudantes alimentares de universitários japoneses e coreanos, também
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Fatores de risco e consumo de micronutrientes protetores para doença cardiovascular em universitários da área de saúde

encontraram que 48,1% e 23,6% consumiam regularmente inadequado desse nutriente poderá ter grande impacto na
vegetais e frutas, respectivamente. saúde desses alunos, já que a ingestão de ácido fólico está
Brown et al.48, também, encontraram em um estudo diretamente relacionada com várias doenças, como as DCV,
realizado com universitários do Oeste dos EUA o não cumpri- Alzheimer e Parkinson54.
mento das diretrizes dietéticas para americanos de 2005, Quanto ao consumo de vitamina E, Souza et al.19 encon-
sendo que o consumo médio de porções por dia de frutas e traram adequação de apenas 2,26% entre os indivíduos,
vegetais foi inferior ao encontrado no presente estudo. enquanto no presente estudo, 54,5% consumiram adequa-
Apesar de o Brasil ser um grande produtor mundial de damente, sendo o maior percentual de adequação entre os
frutas, dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) homens. A maior prevalência de adequação de vitamina E
realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística pode estar associada a um maior consumo de alimentos
(IBGE), no ano 2008/200913, indicavam incremento na aqui- fontes, como óleos vegetais.
sição de produtos industrializados e redução de alimentos in A escolaridade da mãe foi associada com o consumo de
natura por parte das famílias brasileiras. Estas apresentam cálcio e vitamina B12 e, de acordo com Petribú et al.18, filhos
alto consumo de alimentos ricos em açúcar, principalmente de pais que possuem formação superior têm uma situação
refrigerantes, pouca ingestão de frutas e hortaliças e aumento favorável em termos de acesso a macro e micronutrientes,
do número de refeições feitas fora do domicílio, especial- confirmando os resultados desse estudo, sendo que o grau
mente na região Sudeste. de instrução da mãe tem papel de destaque. Levy et al.55,
Segundo Magalhães et al.49, Toral et al.50 e Alves & em um estudo com adolescentes de 26 capitais brasileiras,
Boog51, o consumo diário abaixo do recomendado de frutas também encontraram que, com aumento da escolaridade,
e hortaliças pode ser considerado um dos fatores de risco há maior frequência de consumo de frutas e hortaliças.
para a constipação intestinal e outras doenças crônicas Segundo Casotti56, a família exerce importante papel
futuras entre universitários. para a escolha dos alimentos, sendo que a influência da
No presente estudo, os homens tiveram maior percen- mulher possui papel de destaque. Assim, estudos sugerem
tual de adequação do consumo de cálcio em relação às uma melhora no estado nutricional com um incremento de
mulheres, já Piedade & Brandão52,que estudaram 378 alunos escolaridade em mulheres37.
da Universidade de Aveiro, não verificaram diferença na A avaliação do consumo de micronutrientes protetores
adequação do consumo de cálcio, vitamina B12 e ácido fólico para DCV limitou a comparação com outros estudos, pois
entre gêneros. A baixa adequação do consumo de cálcio existem ainda são escassos na literatura científica estudos
proveniente da alimentação poderá favorecer o desenvolvi- com este delineamento experimental. Também a avaliação do
mento de doenças, incluindo câncer, doenças infecciosas, impacto do hábito alimentar encontrado foi limitada devido à
inflamatórias e autoimunes, cardiovasculares e metabólicas, natureza transversal do estudo e também por falta de dados
como obesidade e hipertensão12. de consumo alimentar de base. Ainda, cabe ressaltar que
A adequação do consumo de vitamina B12 diminui os esta pesquisa foi realizada em uma única universidade no
riscos de eventos cardiovasculares no futuro, já que há uma Brasil e, assim, não pode ser generalizada para todos os
importante correlação do consumo dessa vitamina e os universitários brasileiros.
níveis plasmáticos elevados da homocisteína, que favorece
a ocorrência de DCV ateroscleróticas, nomeadamente infarto
do miocárdio, doença cerebrovascular (trombose) e doença CONCLUSÕES
arterial periférica53. Vale ressaltar que a fonte alimentar de Neste estudo, pode-se concluir que os estudantes univer-
vitamina B12 difere dos outros micronutrientes avaliados, sitários da área de saúde dos cursos avaliados apresentam
sendo predominantemente de origem animal. alto índice de sedentarismo, histórico familiar para doenças
Em relação ao consumo de vitamina C, o resultado crônicas e inadequação na ingestão da maioria dos micro-
encontrado no presente estudo foi semelhante ao de Ramos35 nutrientes protetores para DCV, similares a outros estudos
que encontrou 69,5% das mulheres e 56,8% dos homens descritos em outros países e no Brasil. Esse grupo popula-
com consumo adequado dessa vitamina. A adequação da cional deve ter como protótipo uma alimentação saudável, já
vitamina C ajuda a prevenir os riscos de desenvolvimento que estão inseridos em cursos da área de saúde e, no futuro,
das DCV devido a seu potencial antioxidante que previne o serão disseminadores de bons hábitos alimentares e/ou de
desenvolvimento de aterosclerose. um estilo de vida saudável.
Ademais, verificou-se inadequação do consumo de ácido Vale ressaltar que, o estilo de vida e o padrão alimentar
fólico entre os estudantes, os valores observados vêm de encontrados podem se relacionar com DCV, entre outras,
encontro aos verificados na literatura, sendo que o consumo futuramente. Nessa abordagem, pesquisas sobre hábitos
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