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Sc3bamula 590 STJ
Sc3bamula 590 STJ
DIREITO TRIBUTÁRIO
IMPOSTO DE RENDA
Liquidação de entidade de previdência e imposto de renda
sobre o valor recebido pelo participante a título de rateio
Previdência complementar
Previdência complementar é um plano de benefícios feito pela pessoa que deseja receber, no futuro,
aposentadoria paga por uma entidade privada de previdência.
A pessoa paga todos os meses uma prestação e este valor é aplicado por uma pessoa jurídica, que é a
entidade gestora do plano (ex: Bradesco Previdência).
É chamada de "complementar" porque normalmente é feita por alguém que já trabalha na iniciativa
privada ou como servidor público e, portanto, já teria direito à aposentadoria pelo INSS ou pelo regime
próprio. Apesar disso, ela resolve fazer a previdência privada como forma de "complementar" a renda no
momento da aposentadoria.
O plano de previdência complementar é prestado por uma pessoa jurídica chamada de "entidade de
previdência complementar" (entidade de previdência privada).
Participante
Participante é a pessoa física que adere ao plano de previdência complementar oferecido por uma
entidade fechada de previdência complementar (EFPC). O participante, para poder aderir a esse plano,
tem que estar vinculado à entidade patrocinadora (ex: ser funcionário do patrocinador).
O valor das contribuições vertidas pelo participante para a entidade de previdência é descontado de seu
salário no momento do pagamento.
Liquidação extrajudicial
As entidades de previdência privada, quando quebram, submetem-se a um processo especial de
“falência”, que não é chamado de falência, mas sim de “liquidação extrajudicial”.
O processo de liquidação extrajudicial das entidades de previdência complementar é regido pela LC
109/2001 e apenas subsidiariamente será aplicada a Lei de Falências.
Veja o que diz a LC 109/2001:
Art. 47. As entidades fechadas não poderão solicitar concordata e não estão sujeitas a falência,
mas somente a liquidação extrajudicial.
Art. 48. A liquidação extrajudicial será decretada quando reconhecida a inviabilidade de
recuperação da entidade de previdência complementar ou pela ausência de condição para seu
funcionamento.
Assim, sobre o montante restituído ao participante a título de rateio da entidade de previdência privada,
deve incidir o imposto de renda na parte que, porventura, exceder ao valor total das contribuições
realizadas pelo participante, atualizadas monetariamente.
Esse entendimento foi materializado na súmula 590 do STJ, que pode ser assim reescrita:
Em caso de liquidação de entidade de previdência privada, haverá rateio do patrimônio entre os
participantes, cada um recebendo uma quantia proporcional às contribuições que fez. Se o valor recebido
for igual ou menor do que as contribuições que o participante fez, ele não terá que pagar imposto de
renda. Se o valor for maior, ele terá que pagar o imposto sobre a diferença, ou seja, sobre o valor que
exceder o total das contribuições vertidas (atualizadas monetariamente). Isso porque, neste caso, terá
havido acréscimo patrimonial, que é o fato gerador do imposto de renda.