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Glutamato Monossódico
Glutamato Monossódico
Janeiro.
Glutamato monossódico
Nilópolis, 2018
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3
2. BIOQUÍMICA DO PROCESSO ..................................................................................................... 3
3. AGENTES DE FERMENTAÇÃO .................................................................................................. 5
4. ESTUDO DE MERCADO ............................................................................................................... 6
5. FLUXOGRAMA DO PROCESSO ................................................................................................. 8
6. IMPACTOS NA SAÚDE ................................................................................................................. 9
7. CONCLUSÃO................................................................................................................................. 11
REFERÊNCIAS
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1. INTRODUÇÃO
O glutamato monossódico (GMS) é o sal sódico do ácido glutâmico (GLU) (Figura
1), um aminoácido não essencial amplamente encontrado na natureza. Em sua forma livre, o
glutamato é detectado por receptores gustativos, e proporciona o gosto “umami”, que é um
dos cinco gostos básicos do paladar humano, como o doce, azedo, amargo e salgado, e é
uma palavra de origem japonesa, que significa "gosto saboroso e agradável". Essa escrita,
em particular, foi escolhida a partir da palavra umai "delicioso" e mi "gosto" (LIMA et al., 2001).
Por ser capaz de melhorar o sabor dos alimentos, ele é amplamente utilizado pela
indústria. Sua forma mais comum de utilização é através da adição de glutamato monossódico
(GMS) um realçador de sabor classificado na categoria mais segura de aditivos alimentares
(LIMA et al., 2001).
2. BIOQUÍMICA DO PROCESSO
Na biossíntese do ácido glutâmico, temos a molécula da glicose como fonte de
carbono. Ela é degradada a fragmentos de C3 e C2, pela glicólise, o ciclo pentose-fosfato e
os fragmentos são enviados ao ciclo dos ácidos tricarboxílicos, entretanto a via mais frequente
para a produção do glutamato é a glicólise. Essa via quebra a molécula de glicose formando
duas moléculas de piruvato (Lima et al., 2001).
O piruvato é então carboxilado pela enzima málica que catalisa a reação gerando o
ácido málico, como mostrado na figura 2. Essa reação é uma sequência anaplerótica (reações
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de preenchimento) que completa o ciclo de Krebs. O malato formado é então transformado
em citrato e em seguida a isocitrato pela via do oxalacetato. O isocitrato é então catalisado
pela enzima isocitrato desidrogenase com o auxílio do NADP (Figura 2– caminho do losango),
fazendo com que ocorra a sua descarboxilação e a formação do NADPH2 (Lima et al., 2001).
Com o acetato como fonte de carbono, como se pode observar na figura 2 existe uma
competição entre a reação da isocitrato-liase, formadora de de glioxilato e succinato (que são
necessários para um crescimento ótimo) e a reação da enzima isocitrato desidrogenase
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responsável pela formação do α-cetoglutarato, que é precursor do glutamato (Figura X –
caminho do triângulo). Segundo a estequiometria das reações, são necessários 3 moles de
acetato para a formação de 1 mol de glutamato enquanto com a glicose a estequiometria é
de 1:1. Entretanto, experimentos com células em repouso tem evidenciado que a velocidade
real de conversão está entre 50-70%. Esse rendimento está atrelado a reversibilidade na
reação da enzima málica e a descaboxilação do oxalacetato a dióxido de carbono (Lima et
al., 2001).
3. AGENTES DE FERMENTAÇÃO
As bactérias Corynebacterium glutamicum, Brevibacteium lactofermentum ou
brevibacteium flavum são morfológica e fisiologicamente cepas produtoras de ácido
glutâmico, são bactérias gram positivas, sua faixa de temperatura ótima para seu crescimento
é de 30°C a 37°C, não esporulam e imóveis (Lima et al., 2001).
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Esses microrganismos precisam de vitaminas, aminoácidos, purinas e pirimidinas para
seu crescimento (Lima et al., 2001).
Diante dos estudos também têm sido gerados híbridos com êxito, clonando DNA de
Brevibacteium ou Corynebacterium em cepas receptoras de Brevibacteium ou
Corynebacterium (Katsumata et al., 1984).
4. ESTUDO DE MERCADO
O glutamato monossódico (GMS) é comercializado na forma de cristais brancos (Figura 4) de
extensa solubilidade em água e limitada dispersão em alimentos gordurosos devido à suas
características iônicas, e é utilizado como aditivo alimentar. Dentre suas características, estão:
alta solubilidade em água, baixa higroscopicidade, excelente estabilidade a altas temperaturas
e presença de luz, não interfere na cor dos alimentos, produto não perecível, não necessita
de cuidados especiais para armazenamento e manuseio, e apresenta um padrão de qualidade
assegurado (BRANEN et al., 2002; AJINOMOTO, S.d.).
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Para tornar o tornar viável como tempero, Ikeda percebeu que este teria de ser facilmente
solúvel na água, surgindo assim o glutamato monossódico (GEILING, N., 2013).
A produção desse composto começou logo depois a partir de trigo e proteína de soja,
matérias-primas ricas em ácido glutâmico. Em 1957, descobriu-se que a partir do crescimento
de Corynebacterium glutamicum, obtinha-se ácido glutâmico como produto, o que deu um
grande impulso à indústria de fermentação no Japão e nos processos fermentativos para
produção de aminoácidos (LIMA et al., 2001).
O GMS pode ser obtido de maneira natural por meio do consumo de alimentos como:
queijo parmesão (1200mg/100g); cogumelo (140mg/100g); peixes (140 mg/100g); tomate
(140 mg/100g); milho (130 mg/100g); frango (44 mg/100g) e carne (33 mg/100g); molho de
soja (782mg/ 100g); molho de peixe (950mg/100g); molho de ostras (900mg/100g) e molho
de anchovas (630mg/100g), pela hidrolização de proteínas, ou por processo industrial pela
ação de bactérias em determinados substratos como: melaço e cana-de-açúcar, que é uma
matéria prima de baixo custo e fácil obtenção. Tem a maior parte de seus fabricantes situada
na Ásia (Japão, Coreia, Taiwan), sendo as firmas japonesas de vanguarda a Ajinomoto Co.,
Kyowa Hakko Kogyo Co. e Tanabe Seiyaku Co. Os Co. (EUA) e Orsan (França) (LIMA et al.,
2001).
Ajinomoto no Brasil
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composta pelo tempero umami AJI-NO-MOTO®, AJI-SAL®, Tempero SAZÓN®, Caldo
SAZÓN®, RECEITA DE CASA™, HONDASHI® e SABOR A MI®, além das sopas individuais
VONO® e da linha de sopas cremosas e claras VONO® Chef. Com quatro unidades fabris,
localizadas no estado de São Paulo, nas cidades de Limeira, Laranjal Paulista, Valparaíso e
Pederneiras, e sede administrativa na capital, emprega cerca de 3 mil funcionários e atende
tanto ao mercado interno como ao externo. A Ajinomoto, multinacional japonesa com sede em
Tóquio, é a maior produtora de aminoácidos do mundo. O Grupo Ajinomoto obteve um
faturamento global de US$ 9,2 bilhões e nacional de R$ 2,3 bilhões no ano fiscal de 2016.
Atualmente, opera em 30 países, possui 118 fábricas e cerca de 33 mil funcionários em todo
o mundo (AJINOMOTO, S.d.)
5. FLUXOGRAMA DO PROCESSO
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No fermentador é colocado o microrganismo juntamente com uma fonte de carbono,
neste caso: açúcar, amônia e outros sólidos. O açúcar é obtido a partir da moagem da cana.
Esta mistura é fermentada gerando o ácido glutâmico e subprodutos.
Em destaque (Figura 5), a fermentação no biorreator:
6. IMPACTOS NA SAÚDE
O glutamato monossódico é um sal proveniente do ácido glutâmico, um aminoácido
não essencial encontrado naturalmente em diversos alimentos. Em sua forma livre, ele
proporciona o gosto Umami, que é único e distinto dos outros quatro gostos básicos (salgado,
doce, amargo e azedo), e por melhorar o sabor dos alimentos, pode ser usado como aditivo
alimentar (AJINOMOTO, 2018).
Em 1968, o Dr. H.M. Kwok escreveu uma carta ao editor do New England Journal of
Medicine descrevendo uma “estranha síndrome” que vivenciou após comer em restaurantes
chineses. Relatou sintomas como dormência, fraqueza e palpitações, e especulou sobre as
várias causas possíveis, incluindo o molho de soja e o glutamato monossódico, tendo o
mesmo ingerido molho de soja em sua residência e não obtendo nenhuma das reações
sofridas anteriormente, ele concluiu que os sintomas poderiam ser provenientes do glutamato
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monossódico. O mesmo concluiu a carta sugerindo que um de seus colegas realizasse uma
investigação científica adequada sobre o fenômeno e se ofereceu para ajudar (AJINOMOTO,
2018).
Muitos estudos foram realizados para descobrir se o sal do ácido glutâmico estaria
relacionado a tais sintomas. Em Teixeira (2011), foi realizado um estudo com injeção
subcutânea de glutamato monossódico nas doses de 4mg/g e 8mg/g em ratos, concluindo
que as doses foram capazes de induzir alterações em vários parâmetros laboratoriais e
histopatológicos na determinação de síndrome metabólica e obesidade, sem obter uma
relação direta entre dose e efeito esperado.
De acordo com AJINOMOTO (2018), estudos realizados em ratos não podem ser
equiparados com os humanos, os mesmos alegaram haver diversas falhas em estudos com
ratos, algumas delas relaciona o fato de utilizarem uma quantidade absurdamente maior do
que a seria ingerida por um ser humano, e outra questão levantada seria o fato de utilizarem
ratos recém nascidos, pois os mesmo possuem uma barreira hematoencefálica imatura, os
humanos, nascem com uma barreira hematoencefálica mais madura. Isso significa que os
resultados observados em ratos nesse estudo não refletem o que ocorre em humanos. E é
por isso que estudos subsequentes realizados pelo Dr. Takasaki (1979) e pelo Dr. Helms
(2017) sugeriram que o consumo normal de MSG alimentício não possui efeito negativo no
cérebro.
Em 1995, em uma tentativa de encerrar as dúvidas de uma vez por todas, a Food and
Drug Administration (FDA), órgão regulador de alimentos e medicamentos dos Estados
Unidos, encomendou à Federação das Sociedades Americanas de Biologia Experimental uma
avaliação de todos os estudos científicos feitos até então.
Segundo a FDA, a maioria das pessoas ingere cerca de 0,55 gramas de glutamato
adicional em sua dieta diária. Um estudo de 2000 tentou explorar o assunto com 130 pessoas
que se diziam intolerantes ao ingrediente, apesar de serem saudáveis. Depois de uma
maratona de testes com o glutamato monossódico e com placebo, apenas dois voluntários
mostraram reações consistentes à substância. Mas, ao receberem o produto na comida, as
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respostas mudaram, o que gerou dúvidas sobre a validade dessa sensibilidade (BBC BRASIL,
2018).
Há diversos estudos que tentam comprovar que o consumo do MSG pode ser
prejudicial à saúde humana, mas as conclusões obtidas até o momento são que o seu
consumo é considerado seguro.
7. CONCLUSÃO
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REFERENCIAS
BRANEN, A. L., DAVIDSON, P. M., SALMINEN, S., THOMGATE III, J.H. Food Additives:
Second edition Revised and Expanded. New York: Marcel Dekker, p. 409-445, 2002.
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