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5/12/2018 Tribunal Regional Federal da 4ª Região TRF-4 - Cautelar Inominada (Turma) : 50042011020144040000 5004201-10…

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12 de Maio de 2018

Tribunal Regional Federal da 4ª Região TRF-4 - Cautelar Inominada


(Turma) : 50042011020144040000 5004201-10.2014.404.0000 -
Inteiro Teor

RESUMO INTEIRO TEOR  EMENTA PARA CITAÇÃO

Inteiro Teor

CAUTELAR INOMINADA (TURMA) Nº 5004201-10.2014.404.0000/RS


RELATOR : CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ
REQUERENTE: ALINE BERTUOL ROSIN
ADVOGADO : OTÁVIO PIVA
: MILTON ALMEIDA PIVA
REQUERIDO : UNIÃO - ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO
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DECISÃO

Vistos, etc.

Trata-se de medida cautelar inominada interposta por ALINE BERTUOL


ROSIN, objetivando concessão de liminar, sendo ao final julgada
procedente a ação para que "sejam computados os pontos referentes aos
denominados"cursos livres EAD"(90,9 pontos) que comprovou ter
realizado e de ser reclassificada e estando todo o resto conforme,
participar de todas as demais fases da Seleção, inclusive o direito de ser
incorporada ao Exército Brasileiro e frequentar, em igualdade de
condições, o Estágio de Serviço Técnico e, sem distinções de qualquer
natureza, se em tudo aprovada, ser investida no posto de Aspirante a
Oficial Temporário do Exército Brasileiro e demais promoções."

https://trf-4.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/114241448/cautelar-inominada-turma-50042011020144040000-5004201-1020144040000/inteiro
5/12/2018 Tribunal Regional Federal da 4ª Região TRF-4 - Cautelar Inominada (Turma) : 50042011020144040000 5004201-10…
Afirma a autora que ingressou com Mandado de Segurança nº 5002564-
64.2014.404.7100, com pedido liminar, o qual restou indeferido pelo juízo
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de origem. A requerente ingressou com o Agravo de Instrumento nº às mensagens pro ssionais

5003089-06.2014.404.0000/RS, o qual foi provido para o fim de manter


a requerente íntegra no certame. Houve sentença de mérito pela
denegação da segurança, reprisando os argumentos que negaram a
liminar. Após embargos de declaração, ingressou a requerente com o
recurso de apelação. Tendo ingressado com o recurso competente e
considerando que se demonstrará a conduta ostensivamente ilegal e a
grande potencialidade de ser reformada a decisão a quo, insurge-se a
requerente através da presente medida cautelar, pois há perigo do
perecimento de seu direito, face ao prosseguimento do processo seletivo e
chamamento de candidatos de pior classificação.

É o relatório.
Decido.

Assiste razão à autora.

O pleito da Requerente, veiculado em sede de apelação e por meio desta


medida cautelar possui o requisito da "aparência do bom direito", pois já
houve apreciação da mesma matéria por esta Corte, em sede do Agravo de
Instrumento 5003089-06.2014.404.0000/RS, no qual ficou assim
decidido:

"Vistos, etc.
1. Trata-se de agravo de instrumento interposto por ALINE BERTUOL
ROSIN em face de decisão proferida em mandado de segurança que
impetrou contra ato do COMANDANTE DA 3ª REGIÃO MILITAR,
lançada nos seguintes termos:

"Trata-se de mandado de segurança impetrado por ALINE BERTUOL


ROSIN contra ato do COMANDANTE DA 3ª REGIÃO MILITAR,
objetivando, em sede de liminar, o cômputo de todos os pontos referentes
aos certificados dos cursos livres EAD por ela apresentados quando da
inscrição do concurso, a fim de melhorar sua classificação geral.
Narra ter se inscrito para o Aviso de Seleção nº 003/2013 para o cargo
de Oficial Técnico Temporário na especialidade de Psicólogo; para a
Etapa II do certame ('avaliação curricular'), apresentou certificados de
cursos por ela realizados. Posteriormente, ao conferir o resultado do
concurso, verificou que a Administração não considerou os cursos livres,
subtraindo-lhe 90,9 pontos. Em razão do ocorrido, apresentou recurso
administrativo, o qual foi indeferido. Sustenta que no edital não consta

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que os cursos, para gerar pontuação devessem ser reconhecidos pelo
MEC ou pelos conselhos de fiscalização profissional Federal ou Regional.
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A análise do pedido de antecipação de tutela foi postergada para apósàsamensagens pro ssionais

apresentação de informações pela autoridade coatora (evento 8).


Nas informações (evento 20), a autoridade alega que a pontuação inicial
obtida pela impetrante originou uma classificação provisória, a qual
dependia de ratificação pela Administração por ocasião da segunda fase
do certame (avaliação curricular - validação dos títulos cadastrados).
Alega que os cursos à distância, para terem validade, nos termos da
legislação vigente, devem ser reconhecidos pelo Ministério da Educação,
o que não restou comprovado no caso da candidata. Por fim, assevera
que não pode a Administração conferir ao candidato titulação que o
próprio MEC não autorizou e, portanto, não reconhece.
Relatei brevemente.
Passo a decidir.
Nos termos do artigo 7º, inciso III, da Lei nº 12.016/09, a suspensão
liminar do ato administrativo atacado por meio de mandado de
segurança exige a demonstração de fundamento relevante e que do ato
impugnado possa resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente
deferida.
Em relação ao risco de lesão grave de difícil reparação, verifico que,
segundo calendário geral de atividades constante no edital de seleção
(evento 1, EDITAL5, p.18), a data de convocação à incorporação está
prevista para dia 18.02.2014. Assim, considerando que a impetrante
busca melhorar a sua classificação para fins de celeridade de sua
convocação, encontra-se presente o requisito, haja vista a proximidade
da data.
Quanto à relevância da impetração, não há verossimilhança a amparar
as alegações.
A impetrante apresentou uma série de certificados referentes a 'cursos
livres' por ela realizados, os quais, contudo, não são reconhecidos pelo
MEC - reconhecimento este indispensável para que os cursos à distância
tenham validade no país, nos termos da Lei nº 9.394/96, que estabelece
as diretrizes e bases da educação nacional:
'Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de
programas de ensino à distância, em todos os níveis e modalidades de
ensino, e de educação continuada.
§ 1º A educação à distância, organizada com abertura e regime especiais,
será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e
registro de diploma relativos a cursos de educação à distância.'
Referida legislação, por sua vez, foi regulamentada pelo Decreto nº
5.622/2005, o qual define que os 'diplomas e certificados de cursos e
programas à distância, expedidos por instituições credenciadas e
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registrados na forma da lei, terão validade nacional' (art. 5º), sendo
competência do Ministério da Educação, segundo o art. 7º:
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'Art. 7º I - credenciamento e renovação de credenciamento de instituições
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para oferta de educação à d i s t â n c i a ; e


II - autorização, renovação de autorização, reconhecimento e renovação
de reconhecimento d o s c u r s o s o u p r o g r ama s à d i s t â n c i a .'
Assim, o reconhecimento dos cursos pelo MEC é requisito essencial para
validade dos cursos realizados à distância. No ponto, destaque-se que a
própria autora reconhece que 'os cursos livres estão fora do sistema
federal de ensino (...) e não sujeitos ao MEC.'
Correto, portanto, o embasamento da decisão que não considerou os
certificados dos cursos à distância apresentados pelo impetrante:
'2. A Educação à Distancia (EAD) é valida em todo território nacional,
porém desde que regulamentada pelo Órgão Fiscalizador, ou seja, pelo
Ministério da Educação. Diante disso, analisando o conteúdo de vosso
recurso, à luz da documentação apresentada, verifica-se que
acertadamente não foram pontuados os chamados 'cursos livres', os
quais, se por um lado independem de autorização do Ministério da
Educação, como referem as Empresas/Instituições que os fornecem,
tampouco são regulados pelo mesmo Órgão, o que não fornece a
segurança necessária à Administração Pública para admiti-los, diante da
ausência de Órgão fiscalizador referente ao ensino ministrado.
Outrossim, tais certificados também não fazem menção a regulação ou
conhecimento junto aos Conselhos Federal ou Regional de Psicologia, o
que forneceria a segurança necessária a este Comando para admiti-los
sem qualquer sombra de dúvida'. (evento 1, DEC8)
Assim, tenho por acertada a justificativa apresentada pela
Administração, razão pela qual concluo pela ausência de
verossimilhança da alegação.
Ante o exposto, indefiro a concessão liminar da ordem.
Publique-se, com urgência.
Após, ao Ministério Público Federal.
Depois, venham os autos conclusos para sentença.

Porto Alegre, 11 de fevereiro de 2014."

Busca a parte agravante a reforma da decisão recorrida e"sejam


COMPUTADOS OS PONTOS REFERENTES AOS DENOMINADOS
"CURSOS LIVRES EAD" (90,9 pontos) que comprovou ter realizado e de
ser RECLASSIFICADA e estando todo o resto conforme, participar de
todas as demais fases da Seleção, inclusive o direito de ser incorporada
ao Exército Brasileiro e frequentar, em igualdade de condições, o Estágio
de Serviço Técnico e, sem distinções de qualquer natureza, se em tudo

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aprovada, ser investida no posto de Aspirante a Oficial Temporário do
Exército Brasileiro e demais promoções."
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Sustenta, em suma: apesar de os referidos cursos não possuírem às mensagens pro ssionais

regulação por parte do Ministério da Educação (MEC), a) não constou tal


exigência no aviso de seleção que rege o processo seletivo; b) Não há LEI
que imponha registro no Ministério da Educação e Cultura do Brasil
(MEC), para fins de validade, de Curso Livre ministrado na modalidade
de Educação a Distância (EAD) e o MEC sequer possui competência
regulatória para os"Cursos Livres", o que viola o princípio da legalidade
(CF, art. 5º, II) e de acordo com a orientação do próprio MEC; c) Há
necessidade de estrita vinculação da Administração pública ao Princípio
da Legalidade; d) O magistrado"a quo"deu entendimento equivocado à
Lei 9.394/96 e ao Decreto nº 5.622/2005 (EVENTO 22), pois as
exigências ali expressas dizem respeito, tão-somente, a específicos Cursos
EAD, excluindo-se os CURSOS LIVRES, conforme esclareceu o próprio
MEC (EVENTO 1 - OUT13).

É o relatório. DECIDO.

2. O edital de concurso público é a lei do certame, estabelecendo um


vínculo entre a Administração Pública e os candidatos. Em se tratando de
interpretação das normas editalícias de concurso público, a competência
do Poder Judiciário se limita ao exame da legalidade do edital, de forma
que tem o Administrador todo o direito de se valer do seu poder
discricionário, desde que não afronte comandos legais.
Contudo, verifica-se não constar no edital do concurso que os cursos a
serem considerados para a seleção em andamento tenham sido
oficializados pelo MEC.
No caso, é preciso sejam elucidadas as questões pertinentes a
apresentação de documentos, ou seja, sua tempestividade, além de
definir quais os cursos que efetivamente guardem pertinência com as
normas contidas no edital, dentre outras eventuais questões a serem
consideradas.
Porém, tais questões estão interligadas com o mérito da demanda, o que
afasta a possibilidade de exame em sede de agravo de instrumento, até
mesmo por causa do risco de supressão de instância.
Entretanto, como não constou expressamente no edital a necessidade de
reconhecimento pelo MEC dos cursos realizados na modalidade EAD,
caso ao final seja decidido pelo afastamento do referido reconhecimento,
haveria prejuízo à impetrante se, por insuficiência de pontuação advinda
do não reconhecimento dos cursos realizados por EAD, não viesse a
participar da etapa do concurso subsequente ao rechaço da
documentação objeto da discussão.

https://trf-4.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/114241448/cautelar-inominada-turma-50042011020144040000-5004201-1020144040000/inteiro
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Assim, presente o perigo da demora, pois o processo seletivo está em
pleno andamento e há perigo de, pelo andamento das etapas do
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concurso, haver o perecimento do direito, até pela extinção do certame,
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se não concedida a liminar, já que"a Etapa IV do processo seletivo


ocorrerá entre os dias 20 a 31 de janeiro e a convocação para
incorporação no dia 18 de fevereiro (doc. 02 - fl. 18)", antes do
julgamento do mérito do mandado de segurança, bem assim, diante da
inexistência de exigência expressa no edital quanto ao reconhecimento
pelo MEC dos cursos realizados à distância, ou seja, diante a fumaça do
bom direito, é caso de prover em parte o recurso para determinar que
sejam considerados para fins de classificação final, os pontos relativos
aos denominados Cursos Livres na modalidade EAD apresentados pela
Impetrante, independentemente de serem reconhecidos pelo MEC, e
estando todo o resto conforme, participar de todas as demais fases da
Seleção.
3. Pelo exposto, com fulcro no art. 37, § 2º, II, do R. I. da Corte, dou
parcial provimento ao agravo de instrumento, para determinar que
sejam considerados para fins de classificação final, os pontos relativos
aos denominados Cursos Livres na modalidade EAD apresentados pela
Impetrante, independentemente de serem reconhecidos pelo MEC, e
estando todo o resto conforme, autorizar a agravante a participar de
todas as demais fases da Seleção.
Comunique-se. Intime-se. Dil. Legais.
Porto Alegre, 17 de fevereiro de 2014."

Dessa forma, com fulcro no art. 557 do CPC e art. 37, § 2º, II do R. I. da
Corte, julgo procedente a presente medida cautelar inominada
para determinar que sejam considerados para fins de classificação final, os
pontos relativos aos denominados Cursos Livres na modalidade EAD
apresentados pela Impetrante, independentemente de serem reconhecidos
pelo MEC, e estando todo o resto conforme, autorizar a agravante a
participar de todas as demais fases da Seleção, até o julgamento do mérito
do recurso de apelação interposto no Mandado de Segurança de origem nº
5002564-64.2014.404.7100
Sem honorários, porquanto não houve citação. Custas ex lege.
Publique-se. Intime-se.

Porto Alegre, 05 de março de 2014.

Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz


Relator

https://trf-4.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/114241448/cautelar-inominada-turma-50042011020144040000-5004201-1020144040000/inteiro
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Documento eletrônico assinado por Carlos Eduardo Thompson
Flores Lenz, Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de
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19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março
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de 2010. A conferência da autenticidade do documento está


disponível no endereço eletrônico
http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o
preenchimento do código verificador 6545804v3 e, se solicitado, do
código CRC 1B7D870E.
Informações adicionais da assinatura:
Signatário (a): Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz
Data e Hora: 05/03/2014 14:10

Disponível em: http://trf-4.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/114241448/cautelar-inominada-turma-50042011020144040000-5004201-


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