Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AUTOR:
Ms. HIDALGO, FRANCISCO LUIZ CAMPOS.
ii
SUMÁRIO
Tabela 1 – Evolução dos consumos dos energéticos no Setor Industrial entre 1970 e 2004 (tep)
Fonte: Plano Nacional de Energia 2030.
FORNECIMENTO
Figura 7 – Evolução do consumo final de energia elétrica no setor agropecuário, Brasil, 2005-
2030.
Fonte: Plano Nacional de Energia 2030.
14
O Brasil reúne varias vantagens que o tornam capaz de atuar como líder no
mercado mundial de produtos agrícolas, agroindustriais e silviculturas, destinados à
geração de energia.
As produções de Soja, Milho, Cana-de-Açúcar, Pinus e Eucalipto no estado
do Paraná representam uma fração significativa do montante produzido no Brasil,
culturas com as quais se obtém resíduos sólidos de biomassa. Algumas culturas
podem ser cultivadas objetivando diretamente fins energéticos, como é o caso do
Pinus e do Eucalipto que podem ser utilizados em termoelétricas, da Cana-de-
Açúcar que é utilizada para a produção de álcool e da soja com a qual pode-se obter
biodiesel.
O estado se destaca também por apresentar um elevado número de
fecularias, frigoríficos e laticínios que são fontes potenciais de biogás, quando os
resíduos da produção são adequadamente processados. Outras fontes de biogás
que valem ser mencionadas são os resíduos sólidos urbanos (RSU) e as estações
de tratamento de esgoto (ETE).
Utilizando a sistemática adotada no PNE 2030, a biomassa pode ser
classificada como recurso energético nas categorias de biomassa energética
florestal, seus produtos e subprodutos ou resíduos; biomassa energética agrícola, as
culturas agroenergéticas e os resíduos e subprodutos das atividades agrícolas,
agroindustriais e da produção animal; e rejeitos humanos.
A biomassa para fins energéticos esta entre as fontes renováveis com
maiores possibilidades em termos de natureza, origem e tecnologia disponível para
a geração elétrica.
Neste ponto, faz-se necessária a introdução de alguns conceitos
fundamentais que caracterizam o potêncial energético da biomassa. O primeiro é o
conceito de Base Umida (BU) e Base Seca (BS). Uma propriedade intensiva do
combustível definida em base úmida esta relacionada à massa total da biomassa
úmida, considerando a parcela mássica do combustível e também da água contida.
Por exemplo, supõe-se que 1kg de resíduo úmido seja a formado 0,4kg de água e
0,6kg de madeira. Este resíduo apresenta uma umidade de 40% em Base Umida
(0,4kg / 1kg). Por outro lado, uma propriedade intensiva do combustível definida em
Base Seca utiliza como base apenas a parcela seca do combustível. Para o mesmo
15
combustível com 40% de umidade BU, tem-se uma umidade em base seca de 67%
(0,4kg / 0,6kg).
O segundo conceito importante é o de poder calorífico superior (PCS) e poder
calorífico inferior (PCI). O PCS corresponde à energia que é liberada durante a
combustão da biomassa, sem descontar a energia que pode ser perdida devido à
evaporação e formação de água durante o processo de combustão. O PCI
corresponde à energia líquida que é liberada durante o processo de combustão, e
que fica disponível para o aproveitamento energético. No obtenção do PCI é
descontada a energia perdida no processo de evaporação da água que compõe um
combustível úmido, e também a energia perdida quando o hidrogênio retido no
combustível se combina com o gás oxigênio, formando água que também evapora
utilizando parte do calor gerado na combustão. O PCS e o PCI são propriedades
intensivas dos combustíveis e são usualmente são expressos em MJ/kg ou kCal/kg,
em BU ou BS.
16
Soja
O estado do Paraná apresentou no ano de 2004 a segunda maior produção
de soja do país, correspondendo a 10.036,5.10 3 toneladas no ano, ficando atrás
apenas do estado do Mato Grosso cuja produção anual correspondeu a 15.008,8.10 3
toneladas. A figura 9 apresenta o mapa de produção de soja no Brasil e os dez
principais municípios produtores, no ano de 2004.
KOPPEJAN (1997), a palha de soja apresenta PCI de 14,6MJ/kg Bbs (megajoules por
kilograma de biomassa em base seca). A tabela 2 apresenta a estimativa da
geração de resíduos agrícolas e a energia primária contida nestes resíduos da
cultura de soja do estado do Paraná, no ano de 2004.
Milho
Cana-de-Açúcar
O Paraná também desponta como segundo maior produtor de cana-de-açúcar
do Brasil, com produção de 32.643.10 3 toneladas no ano de 2004, no entanto
apresenta produção bem inferior ao maior produtor, o estado de São Paulo, cuja
produção em 2004 atingiu 239.528 .10 3 toneladas. Na figura 11 é apresentado o
mapa de produção de cana-de-açúcar no Brasil e os dez principais municípios
produtores, no ano de 2004.
Figura 12 – Mapa da produção de madeira em tora da silvicultura para papel, celulose e outros
fins – Brasil, 2004.
Fonte: Plano Nacional de Energia 2030.
23
Pinus
O pinus pode apresentar níveis de produtividade acima de 30m³/ha.ano.
Notadamente as taxas de crescimento são fortemente influenciadas pelas condições
do solo e clima de cada região, e pelas técnicas de silvicultura adotadas.
No ano de 2005 a produção estimada de pinus no Paraná foi de
18.978.10³m³, que correspondeu a 36,8% do volume total produzido no Brasil (PNE
2030).
Os valores de densidade básica e PCI adotados para o pinus no PNE 2030,
são de 480kg/m³ e 20MJ/KgBbs, respectivamente.
Eucalipto
O eucalipto apresenta elevada produtividade quando adequadamente
implantado, atingindo valores superiores à 60m³/ha.ano.
No ano de 2005 a produção estimada de eucalipto no Paraná foi de
4370.10³m³, que correspondeu a 3,3% do volume total produzido no Brasil (PNE
2030).
O PNE 2030 apresenta uma estimativa do volume excedente de floresta
plantada que poderia ser utilizado para fins energéticos. Esta estimativa é obtida
através da quantificação teórica da produção potencial em áreas ocupadas pela
silvicultura, descontando-se o consumo de madeira em tora para uso industrial.
O volume excedente de eucalipto no estado do Paraná, estimado para o ano
de 2005, foi de 50.000 toneladas. Este volume possui um conteúdo energético de
aproximadamente 9,8.106GJ, que equivalem a 310MW considerando um fator de
capacidade 1. É importante notar que este cálculo não considera perdas nos
processos de transformação da energia em energia elétrica, como no caso de a
biomassa apresentar umidade ou devido à eficiência dos equipamentos mecânicos e
elétricos, que apresentam irreversibilidades.
No caso do Pinus, esta estimativa não foi conduzida, tendo em vista que as
florestas plantadas de pinus encontram-se no seu patamar máximo de produtividade
para as técnicas de silvicultura atualmente disponíveis (PNE 2030).
Os valores de densidade básica e PCI adotados para o eucalipto no PNE
2030 são de 500kg/m³ e 19,4MJ/KgBbs, respectivamente.
25
Fecularias
Todas as fecularias que participaram do estudo MAERO-PR (2015) possuíam
biodigestores. A capacidade de produção de biogás informada variou de 1.200m³/dia
a 21.000 m³/dia. Das sete fecularias entrevistadas, apenas uma apresentava um
sistema de geração de energia elétrica com biogás, para complementação do
consumo interno (sem conexão com a concessionária de energia).
Frigoríficos de Aves
Dos quatro frigoríficos de aves mapeados no estudo MAERO-PR (2015),
apenas um possuía biodigestores, com capacidade total de produção de biogás de
35.000m³/dia. Este frigorífico produtor de biogás também possuía um sistema de
geração de energia elétrica com biogás, para complementação do consumo interno.
Frigoríficos de Suínos
Quatorze frigoríficos de suínos foram identificados no estudo MAERO-PR
(2015). Dois frigoríficos possuíam biodigestores com capacidade de produção de
biogás de 2.500m³/dia e 4.600m³/dia, dos quais um possuía sistema de geração
elétrica para consumo próprio.
Laticínios
Vinte e um laticínios foram entrevistados no estudo MAERO-PR (2015) e
apenas dois respondentes afirmaram possuir biodigestores com capacidade de
produção de biogás de 3.000m³/dia e 6.000m³/dia.
Figura 15 – Caldeira para geração de vapor saturado. Vazão de 500 a 7000kg/h, pressão
máxima 10Bar(g).
Fonte: www.beneck.com.br, acesso em 28/02/2016.
32
admitido na turbina, será extraída em determinada região máquina (após ter gerado
potência), fornecendo vapor nas condições de pressão e temperatura requeridas
pelo processo industrial. A parcela de vapor que não foi extraída continua seu
processo de expansão na turbina gerando potência adicional.
A segunda opção é a utilização de uma turbina a vapor de contrapressão.
Este sistema de geração não requer o condensador e a torre de resfriamento. Em
uma turbina de contrapressão o vapor é admitido, gera a potência de eixo e na
exaustão da máquina, todo o vapor é descartado na pressão de operação dos
processos industriais.
É importante destacar que nos sistemas de cogeração, a potência gerada
oscila em função da demanda de vapor dos processos industriais, enquanto que nos
sistemas dedicados a geração elétrica (seção anterior) a potência gerada é
constante.
6 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS