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A LENDA DO CURUPIRA

Dos duendes da floresta o mais endiabrado e mais famosa figura, esta temida por todos os caboclos da
região amazônica e muito conhecido como o guardião da floresta e protetor da fauna e da flora,
apresenta-se em geral sob a forma de um menino de cabelos vermelhos, de pés virados para trás,
muitos pêlos por todo o corpo e privado de órgãos sexuais, este menino costuma castigar severamente
os predadores e caçadores da floresta; principalmente aqueles que caçam por esporte e não por
necessidade.
Este menino chamado de Curupira pode se apresentar sob forma de qualquer animal e dificilmente o
caçador irá conseguir acertar um tiro. E misteriosamente sem que a pessoa perceba, ele desaparece e
ninguém consegue explicar seu paradeiro.
O seu mais conhecido castigo aplicado aos caçadores e predadores da floresta é fazê-los perder-se na
floresta e não conseguir encontrar o caminho de volta para casa.
Este menino travesso acredita-se que ele consegue se esconder nos minúsculos e pequenos troncos de
árvores da floresta.
O curupira costuma a se vingar daqueles que afrontam a natureza e principalmente do caçador que
mata um animal fêmea com cria, o curupira fica zangado e faz com que a pretensa caça vire meriãs e
de repente, porta-se como se gente fosse, e fazendo gestos como a implorar piedade, neste momento, o
caçador fica assombrado, não consegue mais fazer pontaria e foge apavorado, procurando o rumo da
casa e depois procura um pajé para fazer uma reza e afastar a assombração da vida do caçador ou
seja em tempos atuais, o curupira é uma entidade ecologicamente correta.
A LENDA DO BOTO

Este o mais famoso e conhecido, também é chamado Uauiara. Foi confiado a ele a sorte dos peixes.
Conta a lenda que o Boto, peixe encontrado nos rios da Amazônia, se transforma de noite num elegante
e belo rapaz, o Boto ou Uauiara se transforma deixando de ser animal e sai das águas para conquistar
as moças. Hoje nos interiores do Pará todas as pessoas gostam de contar ou narrar aos visitantes que
chegam uma série de histórias extravagantes e grotescas em que as moças da cidade ou simplesmente
próximo aos rios e igarapés que não resistem a simpatia e beleza, e caem de amor por ele. O Boto é
considerado como o protetor das mulheres, e quando ocorre algum naufrágio em uma embarcação o
Boto se manifesta e procura salvar a vida das mulheres, procurando empurrá-las para as margens do
rio. As eternas e melancólicas histórias em que figura como herói o Boto é considerado como grande
amador de nossas índias e elas alegam que seu primeiro filho e com muita certeza é dele, dando crédito
a este Deus que transformado na figura de mortal seduziu e arrebatou para debaixo d’água, onde a
infeliz foi forçada a fazer sexo com ele, estas mulheres caboclas ou índias conquistadas as margens dos
rios quando vão banhar-se, ou nas festas realizadas no interior ou próximas dos rios. Nas noites de luar
muitas vezes o lago se ilumina e se ouvem as cantigas da festa dele, danças com que o Boto se diverte,
este vai ao baile e dança alegremente com a moça a que pretende conquistar. Envolve-se com ela com
bonitos galanteios e as pobrezinhas de nada desconfiam e só depois de apaixonadas as moças ficam
grávidas e ao Boto, este galante rapaz, é atribuído a paternidade dos filhos das mães solteiras. Este
lendário é conhecido peixe, anda sempre de chapéu, e dizem que sua cabeça exala um cheiro forte de
peixe, tendo ele um chapéu para cobrir o buraco que há em sua cabeça.

Quando ele chega à festa é desconhecido de todos, mas vai logo conquistando a moça mais bonita e
com ela dança a noite inteira, mas antes que o dia amanheça e sem ninguém perceber, pois precisa
voltar rapidamente para o rio antes que o encanto termine. O Boto é a figura popular das águas e do
folclore da região amazônica e sua aparência é de um golfinho.
Os órgãos sexuais quer do Boto, quer da sua fêmea, são muito utilizados em feitiçaria, visando a
conquista ou domínio do ente amado. Porém o mais utilizado do mesmo é o olho do Boto, que é
considerado amuleto do mais forte na arte do amor e sorte.
Dizem mesmo que, segurando na mão um amuleto feito de olho de Boto tem que ter cuidado para
quem olhar, pois o efeito é fulminante: pode atrair até mesmo pessoas do mesmo sexo, que ficam
apaixonadas pelo possuidor do olho de Boto, sendo difícil de desfazer o efeito...
Conta-se algumas histórias em que maridos desconfiados de que alguém estava tentando conquistar
suas mulheres armaram uma cilada para pegar o conquistador. A cilada geralmente acontece à noite,
aonde o marido vai a luta com o seu rival, mesmo ferido, consegue fugir e atirar-se n’água. No dia
seguinte, para a surpresa do marido e demais pessoas que acompanharam a luta, o cadáver aparece na
beira d’água com o ferimento da faca, ou de tiros, ou ainda com o arpão cravado no corpo, conforme a
arma utilizada, não de um homem, mas pura e simplesmente um Boto.
A LENDA DA COBRA-GRANDE
Conhecida como demônio das profundezas das águas, a este monstro os índios dão o nome
de Paranamaia que quer dizer Parana=rio e maia=mãe.
Esta é uma das lendas mais conhecidas da região amazônica, esta lenda conta que uma índia de uma
tribo indígena da região amazônica, chamada de Zelina e que estava trabalhando na beira do rio,
sentiu uma dor no ventre, conta a lenda que esta índia foi engravidada pela Sucuri e que deu a luz as
margens de um rio a um casal de gêmeos que eram na verdade duas cobras: seu primeiro desejo foi de
matá-las, mas procurou buscar conselho com o velho pajé que mandou jogá-las no rio e no rio foram
criadas, e algum tempo depois chamados de Honorato e Maria Caninana, o primeiro chamado de
Honorato não causava mal nenhum, mas sua irmão Maria Caninana era muito perversa e quando
visitavam sua mãe Zelina, Caninana era a mais preferida, que de tantas maldades praticadas, seu
irmão Honorato não aprovando mais as maldades praticadas de sua irmã pôs fim às suas
perversidades e acabou com Maria Caninana tirando sua vida.
Em Barcarena existe um lugar conhecido como buraco da cobra grande que é atração turística do
município como em outros povoados e vilas, existe a crença de que as mesmas estão situadas sobre a
morada de uma cobra grande, conta a lenda que em Belém, quando foi fundada estaria sobre a casa
de uma enorme cobra-grande... E daí ocorre se a cobra-grande se mexe Belém estremece e se a cobra-
grande sair de seu lugar Belém irá afundar com todos os seus habitantes.
Estudos mais aprofundados no assunto, contam que a tal lenda nasceu dos primeiros missionários,
que ao chegar a Belém e ouvir falar da tal cobra-grande, resolveram esmagar colocando-lhe a cabeça
justamente sob os pés de Nossa Senhora a Virgem Maria, segundo a lenda a cobra-grande que aqui foi
esmagada tem a sua cabeça debaixo do altar mor da Catedral da Sé e a sua calda sob o altar da
Basílica. Afinal os missionários que aqui chegaram tiveram que adaptar a cultura local, queriam
conquistar novos crentes, tiveram que personificar a boiúna dos indígenas esmagando lhe a cabeça e a
colocando sob o altar, a Catedral da Sé, simbolizando com isso um sinal muito parecido a virgem
esmagando a serpente que era a encarnação do demônio.
De qualquer forma o átrio que inicia na catedral e termina na basílica de Nazaré tem a crença ligada,
que nos mostra ser muito simbólica a comparação com a lenda da cobra-grande, que na madrugada
de 12 de janeiro de 1970 quando ocorreu um tremor de terra, muitos disseram que a cobra-grande
estava se mexendo e quando ela sair do seu repouso, Belém e seus habitantes serão tragados pelas
águas da Baía do Guajará. Lenda ou não, o Círio de Nazaré é uma serpente humana, uma realidade
formada por mais de 2 milhões de pessoas, que se curvaram e põe-se aos pés da virgem a padroeira
dos Paraenses e esta é a lenda Paraense mais conhecida da cobra-grande. Porém há história de
pescador que no arquipélago do Marajó uma enorme cobra grande que costuma virar embarcações
de considerável porte, comendo ou levando para o fundo dos rios os passageiros, muito temida pelos
ribeirinhos, e principalmente pelos rios regionais, esta boiúna que na palavra tupi quer dizer cobra
negra tem os olhos como dois faróis, que na verdade é o forte mito desta extraordinária cobra, por isto
mesmo chamada de cobra-grande.
A LENDA DA CAIPORA

No mato este habitante morador é um pequeno indígena que usa uma tanga, doido por cachaça e
apaixonado pelo fumo, usa um cachimbo, sua aparência assemelha-se ao Curupira, tendo os pés
normais, este é protetor dos animais e da floresta. Consiste sua atividade maior em espantar os
animais para não morrer na mão do caçador e este quando encontra um caçador no mato procura
andar sem rumo para que o caçador fique perdido na floresta e não encontre o caminho de volta para
casa. Este pequeno índio muito ligeiro, possui o corpo cheio de pêlos, daí a razão do caçador não
conseguir alcança-lo, andando sempre montado em um porco e na floresta galopando velozmente
procurando cumprir sua missão. O Caipora emite um som estridente causando arrepios e pavor a
todos os que o escutam. Em algumas regiões do Brasil o Caipora é conhecido como o Curupira.
Este gênio da floresta da mitologia do tupi muito ágil e fumante procura deixar as pessoas infelizes
nos negócios daí a expressão nordestina Caipora, quer dizer falta de sorte. Este ligeiro menino que
possui os olhos de brasa, e costuma cavalgar em um porco. É um caboclinho encantado, habitante da
floresta e costuma ressuscitar os animais mortos sem sua permissão, este mito tupi-guarani é muito
antigo no Brasil. O Caipora costuma fugir da claridade e é um gênio da floresta, costuma envolver o
homem de maneira perigosa preservando a flora e a fauna.
A LENDA DO AÇAÍ

Há muito tempo atrás, quando ainda não existia a cidade de Belém, vivia neste local uma tribo indígena muito
numerosa.
Como os alimentos eram escassos, tornava-se muito difícil conseguir comida para todos os índios da tribo. Então o
cacique Itaki tomou uma decisão muito cruel. Resolveu que a partir daquele dia todas as crianças que nascessem
seriam sacrificadas para evitar o aumento populacional de sua tribo.
Até que um dia a filha do cacique, chamada IAÇÃ, deu à luz uma bonita menina, que também teve de ser sacrificada.
IAÇÃ ficou desesperada, chorava todas as noites de saudades de sua filhinha. Ficou vários dias enclausurada em sua
tenda e pediu à Tupã que mostrasse ao seu pai outra maneira de ajudar seu povo, sem o sacrifício das crianças.
Certa noite de lua IAÇÃ ouviu um choro de criança. Aproximou-se da porta de sua oca e viu sua linda filhinha
sorridente, ao pé de uma esbelta palmeira. Inicialmente ficou estática, mas logo depois, lançou-se em direção à filha,
abraçando - a . Porém misteriosamente sua filha desapareceu.
IAÇÃ, inconsolável, chorou muito até desfalecer. No dia seguinte seu corpo foi encontrado abraçado ao tronco da
palmeira, porém no rosto trazia ainda um sorriso de felicidade e seus olhos negros fitavam o alto da palmeira, que
estava carregada de frutinhos escuros.
Itaki então mandou que apanhassem os frutos em alguidar de madeira, obtendo um vinho avermelhado que batizou
de AÇAÍ, em homenagem a sua filha (IAÇÃ invertido). Alimentou seu povo e, a partir deste dia, suspendeu sua ordem
de sacrificar as crianças.
A LENDA DA MATINTA PERÊRA

Esta velhinha que solta um assovio estridente e que dá a impressão de estar gritando o seu próprio
nome, é uma das mais conhecidas da Amazônia. A Matinta Perêra conhecida como a velha do vestido
preto e que tem os cabelos caídos no rosto, e tem hábitos noturnos, principalmente nas noites sem
luar, causando um verdadeiro pavor às pessoas. Esta horrível velhinha aparece em diferentes e
diversas formas, podendo aparecer em forma de porco, cavalo, pato, pássaro e galinha. Na manhã
seguinte a primeira pessoa que chegar a sua casa pedindo tabaco e uma xícara de café, esta é a velha
matinta perêra. O mito matinta perêra pode ser de dois tipos, com asa e sem asa, a que tem asa pode
transformar-se em pássaro e voar nas cercanias do lugarr onde mora; a que não tem, anda sempre
com um pássaro, considerado agourento, identificado como rasga-mortalha. Dizem que a matinta
perêra está para morrer, pergunta: - Quem quer? Quem quer?
E se alguém mais afoito, principalmente mulher, disser: “Eu quero!”, pensando em se tratar de
alguma herança de dinheiro ou jóia, recebe na verdade, “a sina de virar” matinta perêrta.
Há uma fórmula mágica que permite “prender” a matinta perêra. Uma delas exige uma tesoura
virgem, uma chave e um terço. Cerca de meia-noite deve-se abrir a tesoura e enterrar na área, colocar
no meio a chave e por cima o terço. Após, reza-se orações especiais, a matinta perêra ficará presa ao
local não conseguindo afastar-se...

Matinta perêra
Papa terra já morreu
Quem te governa sou eu.

Acredita-se que a matinta perêra possui poderes sobrenaturais, causando prejuízos, é capaz de lançar
feitiço em suas vítimas, principalmente em se tratando de saúde, causando fortes dores de cabeça e
podendo até mesmo levá-las a morte. Mas é muito fácil descobrir quem é a velha matinta perêra: ao
ouvir o seu assovio convide-a para ir na sua casa e ofereça tabaco e café pela manhã e com certeza ela
será a primeira pessoa que vai pedir tabaco e café na manhã seguinte.
A LENDA DO MUIRAQUITÃ

A lenda do Muiraquitã é considerada um verdadeiro amuleto da sorte, que consiste num sapinho feito
de pedra ou argila, é geralmente de cor verde, que era confeccionado em jade. Os indígenas contam a
seguinte lenda: que estes batráquios, que eram confeccionados pelas índias que habitavam às margens
do rio Amazonas. As belas índias nas noites de luar em que clareava a terra se dirigiam a um lago
mais próximo e mergulhavam em suas águas retirando do fundo do lago bonitas pedras que
modelavam rapidamente e ofereciam aos seus amados, como um verdadeiro talismã que pendurado
ao pescoço levavam para caça, acreditando que traria boa sorte e felicidade ao guerreiro. Conta a
lenda que até nos dias de hoje muitas pessoas acreditam que o Muiraquitã trás felicidade e é
considerado um amuleto de sorte para quem o possui. O Muiraquitã apresenta também outras formas
de animais, como jacaré, tartaruga, onça, mas é na forma de sapo a mais procurada e representada
por ser a lenda mais original. As Icamiabas ofertavam a seus parceiros Guacaris, tribo mais próxima
de nossas Amazonas, após o acasalamento na festa dedicada a Iaci, entidade considerada mãe do
Muiraquitã e que anualmente durava dias. Conta a lenda, que depois de manterem relações sexuais,
as Icamiabas mergulhavam até o fundo lo lago espelho da lua, nas proximidades das nascentes do rio
Nhamundá, perto do qual habitavam as índias, nação das legendárias mulheres guerreiras que os
europeus chamavam de amazonas (mulheres sem maridos), para receber de Iaci o famoso talismã, o
qual recebia as bênçãos da divindade. A lenda diz também, que se dessa união nascessem filhos
masculinos, estes seriam sacrificados, deixando sobreviver somente os do sexo feminino.
A LENDA DA VITÓRIA-RÉGIA

Em uma tribo indígena da Amazônia vivia uma bela índia chamada Naiá. Ela acreditava que a lua
escolhia as moças mais bonitas e as transformava em estrelas que brilhariam para sempre no
firmamento. A índia Naiá também desejava ser escolhida pela lua para ser transformada em uma
estrela.
Todas as noites ela saía de sua oca a fim de ser vista pela lua mas, para sua tristeza, a lua não a
chamava para junto de si.
Naiá já não dormia mais. Passava as noites andando na beira do lago, tentando despertar a atenção da
lua .
Em uma noite, a índia viu, nas águas límpidas de um lago, a figura da lua. A pobre moça, imaginando
que a lua havia chegado para buscá-la, se atirou nas águas profundas do lago e morreu afogada.
A lua, comovida diante do sacrifício da bela jovem, resolveu transformá-la em uma estrela diferente,
daquelas que brilham no céu. E ainda resolveu imortalizá-la na terra, transformando-a em uma
delicada flor: a VITÓRIA-RÉGIA (estrela das águas).
Curiosamente as flores desta planta só abrem durante a noite. É uma flor de perfume ativo e, suas
pétalas, que ao desabrocharem são brancas, tornam-se rosadas quando os primeiros raios do sol
aparecem.

A LENDA DO UIRAPURU

Um jovem guerreiro apaixonou-se pela esposa do grande cacique. Como não poderia se aproximar
dela, pediu à Tupã que o transformasse em um pássaro.
Tupã transformou - o em um pássaro vermelho telha, que à noite cantava para sua amada. Porém foi
o cacique que notou seu canto. Ficou tão fascinado que perseguiu o pássaro para prendê-lo. O
Uirapuru vôou para a floresta e o cacique se perdeu.
À noite, o Uirapuru voltou e cantou para sua amada. Canta sempre, esperando que um dia ela
descubra o seu canto e o seu encanto.
É por isso que o Uirapuru é considerado um amuleto destinado a proporcionar felicidade nos
negócios e no amor.
A LENDA DOS RIOS

A origem dos rios Xingu e Amazonas também faz parte do imaginário indígena. Dizem que
antigamente era tudo seco. Juruna morava dentro do mato e não tinha água nem rio. Juriti era a dona
da água, que a guardava em três tambores.
Os filhos de Cinaã estavam com sede e foram pedir água para o passarinho, que não deu e disse: "Seu
pai é Pajé muito grande, porque não dá água para vocês?" Aí voltaram para casa chorando muito.
Cinaã perguntou porque estavam chorando e eles contaram.
Cinaã disse para eles não irem mais lá que era perigoso, tinha peixe dentro dos tambores. Mas eles
foram assim mesmo e quebraram os tambores. Quando a água saiu, Juriti virou bicho. Os irmãos
pularam longe, mas o peixe grande que estava lá dentro engoliu Rubiatá (um dos irmãos) , que ficou
com as pernas fora da boca.
Os outros dois irmãos começaram a correr e foram fazendo rios e cachoeiras. O peixe grande foi atrás
levando água e fazendo o rio Xingu. Continuaram até chegar no Amazonas. Lá os irmãos pegaram
Rubiatá, que estava morto. Cortaram suas pernas, pegaram o sangue e sopraram. Rubiatá virou
gente novamente. Depois eles sopraram a água lá no Amazonas e o rio ficou muito largo. Voltaram
para casa e disseram que haviam quebrado os tambores e que teriam água por toda a vida para
beber.

A LENDA DO SOL

Para os índios o sol era gente e se chamava KUANDÚ. Kuandú tinha três filhos: um é o sol que
aparece na seca; o outro, mais novo, sai na chuva e o filho do meio ajuda os outros dois quando estão
cansados.
Há muito tempo um índio Juruna teria comido o pai de KUANDÚ.Por isso este queria se vingar. Uma
vez Kuandú estava bravo e foi para o mato pegar coco. Lá encontrou Juruna em uma palmeira
inajá. Kuandú disse que ele ia morrer, mas Juruna foi mais rápido acertando Kuandú com um cacho
na cabeça. Aí tudo escureceu. As crianças começaram a morrer de fome porque Juruna não podia
trabalhar na roça e nem pescar. Estava tudo escuro. A mulher de Kuandú mandou o filho sair de casa
e ficou claro de novo. Mas só um pouco porque era muito quente para ele. O filho não aguentou e
voltou para casa. Escureceu de novo. E assim ficaram os 3 filhos de Kuandú. Entrando e saindo de
casa. Portanto, quando é seca e sol forte é o filho mais velho que está fora de casa. Quando é sol mais
fraco é o filho mais novo. O filho do meio só aparece quando os irmãos ficam cansados.

A LENDA DO MAPINGUARI

É um fantástico ser da mata. Muito temido entre os caçadores e caboclos do interior do Estado, o
Mapinguari costuma andar pela floresta emitindo gritos semelhantes aos desses homens. Mas se
algum deles se aproxima, Mapinguari ataca e devora o caçador começando pela cabeça. Raramente
conseguem sobreviver e, quando isso acontece, geralmente ficam aleijados ou com marcas horríveis
pelo corpo.
Mapinguari tem o corpo todo coberto de pelos, com a aparência de um enorme macaco. Possui um
único olho na testa e uma boca gigantesca que se estende até a barriga.

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