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Os Orixás cultuados no Batuque são doze: Bará, Ogum, Oyá, Xangô, Odé, Otim, Ossanha, Obá, Xapanã,
Oxum, Iemanjá e Oxalá. O culto aos Ibejis varia de acordo com a nação, sendo que em algumas (como na
Cabinda) são associados e considerados como qualidades de Xangô (Xangô Aganju Ibeji) e Oxum (Oxum
Ipandá Ibeji). Alguns orixás se dividem em qualidades, chamadas de “classes de orixá” no Batuque e
depois é revelado somente ao filho e ao sacerdote o “sobrenome do orixá” que seria como o
orukó/digina do candomblé. No Batuque acredita-se que a pessoa não deve ficar sabendo que foi
possuida (“ocupada” é o termo do Batuque) pelo seu orixá, sob pena de ficar louco. Mas alguns dizem
que não pode é ficar comentando sobre o que o orixá fez ou deixou de fazer, não se comenta sobre a
ocupação.
Os orixás do Batuque
BARÁ
É o primeiro a ser saudado em todas as ocasiões, e também é chamado de Exú. É o orixá que representa
a comunicação entre os homens e as divindades e é aquele que abre os caminhos. Traz a chave nas
mãos, simbolizando o “guardião de todas as portas” e é responsável pelo bom andamento dos negócios
e tudo que se relaciona a dinheiro. Suas oferendas são basicamente constituidas com milho torrado,
pipoca, azeite de dendê e batata inglesa assada. A cor é o vermelho. Se divide nas classes:
BARÁ LEGBA ou ELEGBA: é sincretizado ao demônio e usa o tom escuro de vermelho, assentado fora dos
templos e é responsavel pela comunicação entre os mundos. Segundo a tradição é daomeano e é
cultuado principalmente/somente na Nação Cabinda.
BARÁ LODÊ: assentado fora do terreiro, é responsável pela segurança do mesmo. É o orixá que mantém
a estrutura do templo; sua sustentação depende do Bará ou Exu Lodê.
BARÁ ADAGUE: assentado dentro do terreiro e recebe suas oferendas na encruzilhada. É o mais
chamado, pois faz a frente dos orixás Ogun, Oyá, Xangô, Odé, Otin, Ossanha, Obá e Xapanã.
BARÁ AGELU: é o Bará que faz frente para os orixás das águas como Oxum, Yemanjá e Oxalá. Em suas
oferendas usa-se, além do azeite de dendê, o mel.
Cor: Vermelho
Saudação: Ogunhê
É a divindade dos ventos e das tempestades, uma das esposas de Xangô. Rainha dos raios,
ventos e tempestades, Oyá é um Orixá feminino, enérgico, sensual e autoritário. Na mitologia
dos Orixás, Oyá primeiramente foi casada com Ogum, traindo-o mais tarde com Xangô, não
abandonando as relações com seu primeiro casamento. Em outra passagem mitológica, Oyá é
presenteada por Xapanã, que a concede o poder sobre os eguns – espíritos, tornando-se
conhecida também por a Rainha dos Eguns.
Saudação: Epaiêio
Oyá Timboá (Cabinda) é tida como “a mais quieta” que sabe fazer as coisas. Oyá Dirã
(igualmente Cabinda) é a dona dos Eguns.
XANGÔ
O Orixá do fogo e do trovão, Senhor da Justiça, considerado um Orixá vaidoso, que gosta de
festas e comemorações. Sua sensualidade atrai as mulheres de modo geral, na Mitologia dos
Orixás, Xangô é casado com três mulheres: Oyá, Obá e Oxum. Tem as classes Aganjú, Agodô e
Ibeijis
Este Orixá é sempre lembrado, pelos fiéis do Batuque, em casos de difícil resolução e justiça, já
que suas atitudes são sábias e rígidas.
No Batuque, estes dois Orixás são cultuados juntos. São os protetores das matas e dos animais
silvestres e selvagens. Os filhos de Otim são quase inexistentes, pois na Mitologia, Otim não
teve filhos na terra, dando assim as cabeças dos filhos para Odé. Com o passar dos tempos já
se nota a existência de filhos de Otim, caso raro e absurdo para muitos Pais-de-Santo. Não se
sacrifica para um sem dar para o outro, os animais são os mesmos, mudando apenas o sexo.
Saudação: Oquebambo
Dia da Semana: Sexta-feira, pois é o dia da Iemanjá, que é mãe de Odé, para outros Segunda-
feira
Cor: Azul forte para Odé e Azul forte e branco para Otim
Guia: conta azulão para Odé e 01 conta branca e 01 conta azulão para Otim.
OSSANHÊ
A este Orixá pertence todas as folhas medicinais e ervas utilizadas nos rituais de Nação, por
este motivo, temos um Orixá muito respeitado e cultuado em todos as Casas de Religião,
podemos dizer que Ossanha possui a solução para todos os problemas relacionados a cura de
enfermos, tanto material quanto espiritual. Este Orixá não possui uma das pernas, caminha
com auxílio de muletas, quando se manifesta em algum filho, este dança normalmente em
apenas em uma de suas pernas.
Saudação: Ewe o
Todas as máquinas, carros e navios estão relacionados com Obá, pois a ela pertencem a roda e
o leme. Tem as mesma lenda do candomblé.
Saudação: Exó
Cor: Rosa
Sua Mãe, Nanã Burucun, abandonou-o na praia quando pequeno por suas feridas em grande
quantidade. Xapanã foi recolhido as profundezas do oceano, cuidado e criado por Iemanjá,
que fez para ele uma roupa de palha-da-costa, cobrindo-o da cabeça aos pés. Ficou forte e
saudável, porém as cicatrizes nunca desapareceram. Normalmente os filhos deste Orixá são
marcados pelo corpo, com pequenas feridas, espinhas, manchas e secreções que assim como
aparecem, desaparecem, ficando neste processo pelo resto da vida. Tem as qualidades Jubiteí,
Sapatá (este último vem do nome do vodun Sakpata) e Belujá (outras nações)
Saudação: Abáo!
Senhora soberana das águas doces. Todos os rios, lagos, lagoas e cachoeiras pertencem a este
Orixá. O casamento, o ventre e a fecundidade e as crianças são de Oxum, assim como, talvez
por consequência, a felicidade. O ouro e o dinheiro em todas as suas espécies também são de
Oxum. Pela hierarquia é o primeiro Orixá doce seguida de Iemanjá e Oxalá, formando assim o
grupo de Orixás chamado de Cabeças Grande. Tem as qualidades Oxum Ipondá ou Pandá
(jovem e muito bonita, esposa de Xangô), Oxum Ademun (misteriosa, representa o fundo dos
rios), Oxum Adocô ou Docô (cuida das crianças e faz frente com Oxalá) e Oxum Olobá (muito
antiga).
Saudação: Iê iêu!
Guia: toda amarela de um mesmo tom, o tom varia com a característica da Mãe
IEMANJÁ
Com certeza não existiria outro elemento da natureza para representar e ser o habitat deste
Orixá, como o mar. O mar é lindo, fascinante e belo, porém na maioria das vezes severo e
perigoso quando não respeitado ou usufruído da maneira correta, características diretamente
relacionadas com a Grande Mãe. Nanã Borocun que no candomblé é um orixá a parte, no
Batuque é uma qualidade mais velha e antiga de Iemanjá. Tem também as qualidades de Ocí,
Bomí e Bocí.
Cor: azul claro, azul forte ou incolor, dependendo da característica da Mãe. Para Nanã Borocun
usa-se o lilás.
Guia: toda da mesma cor, o tom do azul ou se for incolor varia com a característica da Mãe e
para Nanã o lilás ou 01 conta branca e 01 conta marrom.
OXALÁ
Pai de todos os Orixá e mortais, Oxalá é o maior e mais respeitado Orixá nas Nações africanas,
a paz e a harmonia espiritual são as características deste que é o Criador e Administrador do
Universo. Quando moço, se manifesta em seu Cavalo-de-Santo dançando como os outros
Orixás, quando se apresenta em suas passagens velhas, chega se arrastando caminhando com
dificuldade, muitas vezes fica parado no lugar esperando o auxílio de algum Orixá moço.
Pertence a Oxalá de Orumiláia (que no Batuque é qualidade de Oxalá e seria Orumilá no
candomblé) a visão espiritual, como consequência o jogo de Búzios. Existem qualidades como
Oxalá Olocun (ligado a Yemanjá e as águas), Oxalá Jobocun, Oxalá Dacum e Oxalá Bocum.
A ordem de saudação destes orixás é: Bará (legba (Cabinda), lodê, adague, lanã, agelú), Ogum
(avagã, onira e adiolá), Oyá (oyá timboá, oyá dirã, Iansã Fomiqué e Niqué), Xangô (aganjú,
agodô e Ibeijis), Odé e Otim, Ossanha, Obá, Xapanã (jubetei e sapatá, Belujá - outras nações),
Oxum (pandá, ibeijis, ademun, doco, olobá), Iemanjá (Ocí, bomí, Bocí - nanã-borocun) e Oxalá
(olocun, bocun, dacum, jobocun e Oromiláia).