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ORIXÁ OBÁ

Orixá do rio Níger. Irmã de Iansã, foi esposa de Ogum e, posteriormente, foi a terceira e mais velha
mulher de Xangô.

Tudo relacionado a Obá, é envolto em um clima de mistérios, e poucos são os que entendem seus
atos aqui no Brasil. Algumas pessoas a cultuam como se fosse um Xangô fêmea. Obá e Ewá são
semelhantes, são primas. Obá usa a festa da fogueira de Xangô para poder levar suas brasas para
seu reino, desta forma é considerada uma das esposas de Xangô mais fieis a ele.

Obá vivia em companhia de Oxum e Iansã, no reino de Oyó, como foi dito anteriormente, foi uma
das esposas de Xangô, dividindo a preferência do reverenciado Rei entre as duas Iabás (Orixás
femininos).

Obá percebia o grande apreço que Xangô tinha por Oxum, que mimosa e dengosa, atendia sempre
a todas as preferencias do Rei, sempre servindo e agradando aos seus pedidos. Obá resolveu
então, perguntar para Oxum qual era o grande segredo que ela tinha, para que levasse a
preferência do amor de Xangô, vez que Iansã, andava sempre com o Rei em batalhas e conquistas
de reinados e terras, pelo seu gênio guerreiro e corajoso e Obá era sempre desprezada e deixada
por último na lista das esposas de Xangô.

Oxum então, matreira e esperta, falou que seu segredo era em como preparar o amalá de Xangô
principal comida do Rei, que lhe servia sempre que desejava ter bons momentos ao lado do
patrono da justiça.

Obá, tentando mostrar o seu amor por Xangô, e como uma menina ingênua, escutou e registrou
todos os ingredientes que Oxum falava, sendo que por fim Oxum, falou que além de tudo isso,
tinha cortado e colocado uma de suas orelhas na mistura do amalá para enfeitiçar Xangô. Obá,
acreditou e agradeceu a sinceridade de Oxum e saiu para fazer um amalá em louvor ao Rei,
enquanto Oxum, ria da ingenuidade de Obá que, sempre atenta a tudo, não percebeu que Oxum
mentira, pois ela encontrava-se com suas duas orelhas, e falara isso somente para debochar de
Obá. Obá em grande sinal de amor pelo seu Rei, preparou um grande amalá, e por fim cortou uma
de suas orelhas colocando na mistura e oferecendo à Xangô como gesto de seu sublime amor.
Xangô ao receber a comida, percebeu a orelha de Obá na mistura, e esbravejou e gritou. Oxum e
Obá, apavoradas, fugiram e se transformaram nos rios que levam os seus nomes.

Obá representa as águas revoltas dos rios. As pororocas, as águas fortes, o lugar das quedas são
considerados domínios de Obá. Ela também controla o barro, aguá parada, lama, lodo e as
enchentes. Trabalha junto com Nanã.

No local de confluência dos dois cursos de água, as ondas tornam-se muito agitadas em
conseqüência da disputa entre as duas divindades. E, até hoje quando manifestadas em seus iaôs
elas dançam simbolizando uma luta.

Obá representa também o aspecto masculino das mulheres (fisicamente) e a transformação dos
alimentos de crus em cozidos. É também a dona da roda. Orixá, embora feminina, energética,
temida, e forte, considerada mais forte que muitos orixás masculinos.

Obá certa vez desafiou Ogum para um combate. O guerreiro, porém antes da luta foi consultar um
Babalaô, que o ensinou a fazer uma pasta de milho e quiabo pilados.
Ogum esfregou esta pasta no local destinado ao combate. Obá perdeu o equilíbrio, escorregou e
caiu no chão. Ogum aproveitou-se disso e ganhou a luta.

Essa Divindade é um orixá ligado ao Trono Feminino do Conhecimento, através da absorção do


conhecimento em desequilíbrio para a sua posterior recondução ao equilíbrio do ser. Assim, acaba
por punir quem faz mau uso dos conhecimentos, dado que são qualidades divinas. Obá ajuda na
superação da dispersão ou confusão mental. Possui como elemento a terra úmida e fértil que
sustenta os vegetais, daí sua ligação com Oxóssi , orixá com o qual chega a formar um par terra-
vegetal.

Segundo suas lendas, Obá lutou contra inúmeros orixás, derrotando vários deles. Obá teria
derrotado Exú, Oxumarê, Omolú e Orunmilá, e tornou-se temida por todos os deuses, tendo sido
derrotada apenas por Ogum e tornando assim sua esposa e ao lado deste quando este foi
enfrentar Xangô em batalha ela se encantou por Xangô e abandonou a luta ao lado de Ogum e se
entregou a Xangô como mulher vivendo uma grande paixão.

Não sendo uma regra, mas, quando Obá se manifestada, esconde o defeito da orelha com a mão.
Seus símbolos são espada, escudo, ofá e irukerê/erukere.

Obs.: Irukerê são apetrechos da cultura afro-brasileira, inerentes ao orixás Oyá, Iansã e Oxóssi,
sendo utilizados também no ritual do axexê. Confeccionados com cauda de boi, de búfalo ou de
cavalo, têm as finalidades de: afastar os espíritos para o seu espaço sagrado; eliminar as
adversidades da comunidade; e de atrair a fartura e prosperidade.

CARACTERÍSTICAS.

Cor:
Vermelha (marrom rajado) e Rosa.

Fio de Contas:
Marrom Rajada ou Rosa.

Ervas:
Candeia, negamina, folha de amendoeira, ipoméia, mangueira, manjericão, rosa
branca.

Símbolo:
Ofangi (espada) e um escudo de cobre.

Pontos da Natureza:
Rios de águas revoltas, correntezas (as pororocas).
Flores:
Rosa Vermelha ou Cor de Rosa.

Essências:
Perfume de rosas.

Pedras:
Marfim, coral, esmeralda, olho de leopardo.

Metal:
cobre.

Saúde:
audição, orelha, garganta.

Dia da Semana:
Quarta-feira.

Elemento:
Fogo.

Saudação:
Akirô Obá Yê.
Obá xirê.

Bebida:
Champanhe.

Número:
7 e seus múltiplos.

Animais:
Galinha d'angola.

Comidas:
Abará - massa de feijão fradinho enrolado em folhas de bananeira; acarajé e quiabo picado

Oferenda:
Canjica e feijão miúdo refogados com tempero verde e Abacaxi.

Data Comemorativa:
30 de maio.

Sincretismo:
Santa Joana d'Arc.

Incompatibilidades:
Sopa, peixe de água doce.
Atribuições:

Defende a justiça, procura refazer o equilíbrio.

Características dos filhos de Obá:


As pessoas pertencentes a este Orixá são lutadoras, bravas, um tanto agressivas, o que as levam a
serem pouco incompreendidas. Freqüentemente tendem a terem experiências infelizes e amargas.
São ciumentas, pois são muito zelosas com tudo que lhe pertencem. Porém, pessoas de grande
valor e dedicação. Tendem a alcançar seus ideais. Dedicadas e muitas vezes ingênuas,
principalmente em relação ao amor e as amizades. São extremamente honestas, tolerantes e
crédulas.

Sua principal característica é ser guerreira(o). Não cultiva amigos por achar que são interesseiros.
Não gostam de sexo. Geralmente tem nariz largo, sobrancelhas grossas, rosto redondo, lábios
acentuados, pessoa de estrutura forte.

Akirô Obá Yê.


Saravá a Guerreira Obá.
Obá Xirê.

Culto a Obá
• Dia da semana: Quarta-feira
• Cores: Marron raiado, Vermelho e Amarelo
• Símbolos: Ofange (espada) e Escudo de Cobre, Ofá (arco e flecha)
• Elementos: fogo e águas revoltas, pororocas
• Domínios: Amor e Sucesso Profissional
• Saudação: Obà Siré!

Características dos filhos de Obá


Os filhos de Obá não tem muito jeito para se comunicar com as pessoas, chegam a ser duros e
inflexíveis. Têm dificuldade em ser gentis e estabelecer um canal de comunicação afectiva com os
outros; às vezes são brutos e rudes afastando as pessoas. Isso deve-se ao fato de os filhos de Obá,
na maioria das vezes, sofrerem um certo complexo de inferioridade achando que as pessoas que
se aproximam querem tirar partido de alguma coisa. De facto, isso tende a acontecer com os filhos
de Obá.
A sua sinceridade chega a ferir; expressam as suas opiniões, fazem críticas e acabam por magoar as
pessoas, pois não se preocupam em ser agradáveis. Mas essa agressividade é puramente defensiva.
São bons companheiros e amigos fiéis, são ciumentos e possessivos no amor, por isso não têm
muita sorte. Quando apaixonados, nunca são senhores da relação, cedem em tudo, abdicam de
todas as suas convicções.
Algumas vezes infelizes no amor, investem todas as suas cartas nas suas carreiras e, de entre as
mulheres que se destacam profissionalmente numa sociedade machista, podem-se encontrar
muitas filhas de Obá excelentes juizas, advogadas, comandando quartéis, etc. Muitas vezes
despertam a inveja dos seus inimigos e podem sofrer algumas emboscadas, por isso devem vencer
a tendência que possuem para a ingenuidade.

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