Você está na página 1de 21

1

ESCOLA SÃO DOMINGOS


Augusto Lacerda Dalpiaz
Jéferson Lumertz da Rocha
Renato Souza

Tecnologias Primeira Guerra Mundial

TORRES
2013
2

AUGUSTO LACERDA DALPIAZ


JÉFERSON LUMERTZ DA ROCHA
RENATO SOUZA

Tecnologias Primeira Guerra Mundial

Trabalho apresentado
á disciplina de História
do 2º ano da
Escola São Domingos

Prof Elson

TORRES
2013
3

INTRODUÇÃO

A vida na virada do século XX não era muito diferente da nossa. Assim como os
avanços tecnológicos influenciam a forma como nos comunicamos, viajamos, vivemos
e trabalhamos. A sociedade daquela época se esforçou para se adaptar à chegada de uma
série de invenções. As gerações passadas sentiam que estavam vivendo num mundo
cada vez mais desconhecido e novo à medida que as invenções passam a fazer parte de
suas vidas.

No entanto, mudanças ocorrem. A guerra chega às vidas de todas as pessoas das


nações em guerra. A guerra acontece pela simples desculpa de um confronto
imperialista entre o império alemão em ascensão e a Grã Bretanha dominante. A
Alemanha alegou guerra contra o império russo após ele mostrar apoio ao conflito entre
a Sérvia e o Império Austro-húngaro pelo assassinato do arquiduque Francisco
Ferdinando na capital da Sérvia, Saravejo. Depois disso a Alemanha declara guerra a
França e invade a Bélgica e a Grã Bretanha nada feliz com a política da Alemanha e
suas manufaturas que estavam roubando comércio inglês, resolve declarar guerra,
iniciando um conflito total entre os países europeus.
4

1.1 MEDICINA

Graças ao notável avanço da medicina militar verificado atualmente nos campos


de batalha da Europa, soldados começam a se concentrar cada vez mais na ameaça que
vem da trincheira adversária do que aquela que pode estar em sua própria. Os corpos
médicos que hoje acompanham os exércitos, em ambos os lados da contenda, são
superiores aos de qualquer outro combate na história. Auxiliados pelas novas e
constantes descobertas da ciência, esses profissionais logram diminuir sobremaneira o
índice de mortes no front. Estimativas apontam que uma em cada três baixas resulta em
óbito, número inferior ao registrado em qualquer outra guerra de que se tem notícia.
(Revista Veja, abril de 1917).

A guerra trouxe um grande avanço para a medicina do século XX, os soldados


poderiam receber transfusões de sangue sem se preocupar se o tipo sanguíneo era igual
ou se o sangue doado fosse coagular no meio do caminho, mas o recém descoberto
anticoagulante citrato de sódio resolveu esse problema.

O tratamento na guerra foi menos complicado com a ajuda da cruz vermelha, ela
ajudava ambulância para os feridos, equipamentos para hospitais centrais mantinham
casas de repouso para os soldados convalescentes e montava cantinas para as tropas em
trânsito, além de usar a música para a distração dos pacientes contratando músicos
profissionais.

Algumas substâncias foram criadas para combater ou amenizar doenças como a


penicilina, o primeiro antibiótico, que não foi muito utilizado por ser descoberto no final
da guerra. A morfina foi utilizada para aliviar a dor do soldado, ela se constituía de uma
agulha acoplada ao tubo que era utilizada para perfurá-lo e evitar a superdosagem.
Algumas vezes o soldado desmaiava com a dosagem devido ao seu esgotamento na
batalha.

De acordo com Vinicius Coelho (2007), os efeitos da morfina eram:

 Alívio da dor e da ansiedade;


 Diminuição do sentimento de desconfiança- Euforia;
 Tranquilidade, sensação de bem-estar;
5

 Letargia, sonolência, depressão;


 Impotência;
 Incapacidade de concentração;
 Obstipação (prisão de ventre)
 Paralisia do estômago (sensação de saciedade)
 Amenorreia (ausência de menstruação)
 Contração da pupila;

Mesmo assim os riscos de morte eram grandes segundo Fellowes (2012), “Ferir-
se nessa guerra era horrível: a dor só podia ser amenizada com clorofórmio e morfina;
não havia antibióticos e a gangrena era uma ameaça constante. A invenção de armas
químicas era outro terror. As terríveis condições nas trincheiras e a enorme quantidade
de soldados feridos obrigaram os médicos a serem extremamente inovadores para tratar
ferimentos com rapidez e higiene, em geral usando poucos equipamentos. As pesquisas
sobre saneamento, nutrição, cirurgia e química geraram tratamentos novos e eficientes.
A segurança das transfusões de sangue aumentou (apesar da falta de doadores), e a água
agora podia ser purificada com cloro. Amputações eram o último recurso, fazendo-se o
máximo para se preservar os membros, quando possível.”

Os soldados gravemente feridos eram passados por uma triagem segundo a


Revista Veja (1917) o primeiro aparelho da complexa estrutura médica no campo de
batalha são os postos regimentais de primeiros socorros, para onde vão os soldados
feridos; de lá, são encaminhados de padiola para os postos de atendimento avançado,
situados após as linhas de frente. Logo em seguida, se o caso e a necessidade assim
demandarem, o paciente é transportado por estradas para estações de triagens de baixas,
e depois, finalmente, por ferrovia, para os hospitais de base estacionários. No front, o
tratamento de feridos por projéteis ou estilhaços vem sendo revolucionado com o
procedimento de extirpar cirurgicamente o tecido necrosado ou infectado da ferida. Até
então, a prática médica trabalhava com a remoção cirúrgica apenas dos corpos estranhos
e com a esterilização da ferida ineficaz para matar micróbios e bactérias, que cresciam
no tecido morto das redondezas.

Havia também outro problema, o estresse pós-traumático, condição que causava


cansaço, irritabilidade, tontura, dores de cabeça e falta de concentração e nos casos mais
6

graves, o soldado sofre um colapso nervoso e fica sem condição de ir para a linha de
frente. O estresse causado era chamado na época de “Choque da bomba”, a alegação era
que o choque era causado pela proximidade da explosão das bombas inimigas. Estas, ao
explodir, criariam um vácuo; quando o ar é sugado pelo vácuo acaba por afetar o fluido
cérebro-espinhal, causando o funcionamento falho do cérebro. O tratamento era o
repouso total e o afastamento da batalha, mas soldados rasos voltavam para o front e
eram castigados com a Punição de Campo Número 1, usada para castigar desertores.
Nela, o soldado era amarrado a um objeto fixo (como um poste, por exemplo) durante
duas horas do dia, em local geralmente ao alcance da artilharia inimiga.

1.2 TRINCHEIRAS

As trincheiras eram onde acontecia a maior parte da batalha, relata Navarro


(2013), eram buracos de 2 m de profundidade e cerca de 1,80 m de largura. À frente e
atrás, largas fileiras de sacos de areia, com quase 1 m de altura, aumentavam a proteção.
Havia ainda um degrau de tiro, 0,5 m acima do chão. Soldados ficavam à espreita de
que um soldado da trincheira inimiga ficasse à vista para poderem atirar

Fellowes (2012) descreve que para os soldados do front, tudo acontecia nos
confins de trincheiras em que um esgoto corria ao fundo, coberto por tábuas de madeira.
Anteparos feitos de terra, sacos de areia ou madeira permitiam que os soldados
olhassem para fora, em direção às linhas inimigas, e atirassem. Geralmente era o único
refúgio para um soldado, uma área minúscula onde ele ficava de sentinela, lutava pela
vida, comia alguma coisa e tentava dormir por alguns minutos.

Além da morte e das doenças que os rodeavam, os homens sofreram a extrema


adversidade do calor em trincheiras abafadas durante o verão e gélidas e úmidas durante
o inverno. Os uniformes encharcavam, a comida chegava morna e, durante as piores
batalhas, quando era mais necessária, só era entregue a cada dois dias.

O número de desertores segundo Exército Britânico era baixo. Ocorreram


114.670 casos pouco mais de 1,5% da força total mobilizada pela Grã-Bretanha e pela
Comunidade Britânica. Destes, apenas 266 sofreram a sentença máxima: execução.
Quando isso acontecia, o telegrama enviado para notificar a família sobre a morte não
7

especificava a causa; nem a Comissão de Mortos de Guerra da Comunidade Britânica


mantinha registros. Essa era considerada a morte mais "desgraçada". Ocorreram outras
execuções, outras mortes desonrosas, por covardia (18), desobediência (5), agressão ou
ameaça a um oficial superior (5), dormir em guarda (2), abandono de posto (7), largar as
armas de forma vergonhosa (2), motim (3) e assassinato (19). Os homens eram
fuzilados, em geral, por doze homens de sua própria unidade.

Uma carta do front era valiosíssima, por mais censuradas que fossem - os
homens não podiam dizer onde estavam nem detalhar sobre operações militares, apesar
de muitos estabelecerem códigos para falar sobre o assunto. Porém, uma carta não era
garantia de que tudo ia bem: nos dois ou três dias que ela levava para chegar, o reme-
tente poderia ter sido morto. E, de longe, a correspondência mais terrível de todas era o
telegrama enviado pelo Departamento de Guerra. Se não trouxesse trágicas notícias de
morte, poderia informar que o soldado estava "desaparecido" - palavras que não traziam
esperanças - ou que estava "ferido", o que podia significar qualquer coisa, desde a perda
de uma perna ao envenenamento por gás mostarda.

O pé de trincheira era também um problema assustador; soldados que tinham


ficado de pé por dias em trincheiras encharcadas sem tirar os sapatos e as meias
começavam a sentir uma dormência na altura do tornozelo e corriam o risco de gangre-
na e amputação. A solução foi ridiculamente simples: os homens deveriam secar os pés
e trocar as meias pelo menos duas vezes ao dia, sob ordens.

Os soldados geralmente andavam com 2 sacos vazios para poder se defender, o


soldados enchiam eles de areia e podiam se defender de balas de fuzis que perfuravam
só 40 cm.

1.3 AS MULHERES NA GUERRA

Descreve Fellowes (2012) que enquanto os homens estavam na guerra as


mulheres assumiram os trabalhos dos homens. Trabalhos que antes as mulheres eram
incapazes de fazer foram assumidos por elas para poder suprir a grande demanda de
manufaturas como alimentos enlatados, armamentos para a guerra, roupas e outros.
8

Muitas mulheres descobriram um propósito durante a guerra que de outra forma


não existiria em suas vidas Em vez de ficarem sentadas, à espera de um casamento, elas
tinham um trabalho árduo, o que lhes proporcionou independência. Aprender a dirigir
um trator, por exemplo, sem mencionar o fato de usar calças, teria sido impensável sem
a guerra.

A maioria das mulheres se dedicava a enfermagem; apesar de haver enfermeiras


treinadas trabalhando nos centros médicos das cidades grandes, nos hospitais militares e
de campo, não haviam o número suficiente para atender os feridos. Também
trabalharam em fábricas de munição, como condutoras de bonde, guardas de trem ou
nas docas; até mesmo na polícia e em trabalhos pesados como os de ferreiros e
pedreiros, em gasômetros e forjas, ou transportando carvão. Mulheres de classe média
costumavam ocupar cargos de tesouraria e burocracia nos setores de administração e
educação. Porém elas sempre recebiam menos do que os homens, eram classificadas
como "sem capacitação" e em boa parte foram obrigadas a pedir demissão após o
retorno dos homens.

1.4 AS ARMAS QUÍMICAS

As armas químicas mais utilizadas foram ou gás cloro e o gás mostarda,


acredita-se que mais de 91 mil soldados morreram por algum tipo de arma química.
Seus efeitos era devastadores explica Fellowes (2012):

Fisicamente mais chocante de se testemunhar eram os efeitos do gás mostarda.


Os gases lacrimogênio e de cloro foram usados desde o início da guerra a primeira vez
que se utilizou armamento químico, mas logo horrores do gás mostarda os ofuscaram.
Embora nem sempre fatal, seus efeitos eram cruéis. As vítimas sofriam bolhas na pele,
cegueira temporária ou permanente, hemorragia interna e externa, vômito e ataques nos
brônquios que destruíam a membrana mucosa e provocavam dores extremas.

Embora quase 97% dos soldados vítimas de gases venenosos tenham


sobrevivido, o tratamento sobrecarregava os médicos. A máscara anti-gás foi inventada
na mesma época (1914), mas só dois anos mais tarde um respirador portátil começou a
ser usado pelo exército, tarde demais para muitos soldados.
9

1.5 A METRALHADORA

A metralhadora foi a principal responsável pela transformação estratégica do


confronto na primeira guerra mundial. A mudança foi radical, homens se amontoavam
em trincheiras minúsculas para se proteger das terríveis metralhadoras, que detinham
um poder enorme de destruição, chegando a acabar com cinco homens em um segundo.

A Primeira metralhadora completamente funcional foi a Maxim, criada por


Hiram Maxim, segundo Fabiano Onça , Maxim criou um mecanismo interno no qual a
energia da detonação de um cartucho já deixava o próximo cartucho pronto para o tiro.
Isso reduzia a participação humana ao encaixe do primeiro cartucho e ao aperto do
gatilho. Essa inovação elevou o índice de disparo para cerca de 500 tiros por minuto,
mas provocou outro problema: o superaquecimento. Assim, Maxim adicionou a sua
metralhadora um sistema de resfriamento à base de água.

Relata Pahim (2010): A arma necessitava de seis a oito militares para operá-la:
um apontador, um municiador e os restantes para auxiliarem no transporte da arma e
dos seus acessórios.

Figura01:Metralhadora Vickers
Fonte:http://escolaconectadapahim.blogspot.com.br/2010/11/vickers-e-denominacao-
normalmente.html

1.6 ARMAMENTO DO FRONT

Durante os intensos conflitos nas trincheiras pelo longo da guerra os países


combatentes procuraram diversas maneiras de ajudar seus infantes. Vários tipos de
10

armamentos foram criados, como as granadas que revolucionaram a guerra nas


trincheiras, possibilitando que os infantes não usassem somente para ferir os inimigos,
mas também para abrir caminho. Antes da chegada dos tanques de guerra, surgiram os
canhões que eram puxados pelos carros blindados, sendo que esses também eram
utilizados para resgatarem pilotos abatidos e patrulhar o território, tinham um poder
devastador dependente do modelo, eram usados como morteiros para atingir o inimigo o
mais longe possível.

1.7 SUBMARINOS

Os únicos países que tinham submarinos eram a Itália, URSS, Inglaterra e a


Alemanha, porém somente a Alemanha usou de uma forma extensiva os seus
submarinos, conhecidos como u-boat. Relata a Revista Veja (1917) que a covarde
prática de afundar navios mercantes em águas internacionais sem nenhum aviso prévio,
contraria às regras de conduta de guerra, que obrigam a nave atacante permitir a saída
da tripulação em botes salva-vidas antes dos balázios fatais dos canhões. Ao longo de
1915, diversos navios mercantis e de passageiros foram a pique, atingidos por U-boats
germânicos – incluindo o Lusitania, que ia de Nova York para Liverpool e vitimou
1.201 passageiros, 128 deles americanos

A prática de afundar navios fazia parte do bloqueio continental imposto da


Alemanha, que fazia com que os navios mercantes que tentassem comercializar com
países que não fossem aliados da Alemanha fossem afundados.
11

Figura02: Interior submarino UB-110 alemão


Fonte: http://www.flickr.com/photos/twm_news/tags/ub110/

1.8 PROPAGANDA

A guerra demandava um grande número de soldados e milhões foram à luta pelo


seu país, mas havia um problema: o número de soldados não era suficiente para conter
os ataques inimigos e o número de voluntários não parecia ser suficiente. A solução foi
apelar pelo nacionalismo com o uso de cartazes que chamassem os homens para a
batalha. Os cartazes traziam a ideia de que a nação pela qual o soldado lutava devia se
mostrar soberana as demais e enfim ganhar a guerra. O que fica evidente nas palavras
do então presidente americano Woodrow Wilson “Trata-se de uma guerra contra todas
as nações. O desafio é para toda a humanidade. Cada nação deve decidir como encará-
lo. Nossa motivação não é vingança ou uma demonstração da força de nossa nação, mas
sim o triunfo do direito, do direito humano. Estamos no começo de uma era na qual
devemos insistir que os mesmos padrões de conduta e de responsabilidade pelos erros
aplicados para cidadãos de estados civilizados devem ser observados por todas as
nações e governos.”.

“Seja patriota e assuma o compromisso do seu país para racionar a comida”


12

Figura03: Cartaz Americano da Primeira Guerra Mundial


Fonte: pt.scribd.com/doc/82053921/Primeira-Guerra-Mundial
13

Havia também as campanhas de arrecadação de dinheiro para a guerra através da


venda de selos.

Figura 04: Carta da ocupação alemã na Roménia durante a Primeira Guerra Mundial (Série de
selos completa em carta).
Fonte: http://www.germanyonstamps.iblogger.org/WWI/Port/Selos_Romenia.html

1.9 TANQUES

A primeira guerra foi uma guerra de inovações estratégicas e militares, foi


inovadora no conceito de guerra em trincheiras, porém não se movimentar não resultava
em avanço algum. Então criou- se o conceito de tanque. Um automóvel que era capaz
de ultrapassar barreiras e trincheiras causando um grande estrago devido ao seu grande
potencial bélico de metralhadoras e canhões automáticos. A guerra de movimento
voltava a ser uma estratégia viável.

Com a chegada dos primeiros tanques o exercito alemão precisou de algo para
detê-lo, acharam duas maneiras, uma delas era aumentar suas trincheiras e a outra foi
uma arma que produziram para os infantes que se chamava T-Gewehr, capaz de perfurar
a blindagem dos tanques. Com isso os ingleses procuram aperfeiçoar seus modelos e
14

criaram o Mk IV, os franceses criaram o CA1, os alemães não tiveram um grande


arsenal de veículos blindados, tinham apenas o A7V sendo construído apenas 20
unidades.

1.10 AVIÕES

A Guerra trouxe um grande avanço tecnológico para os aviões, que eram de


madeira com asas de pano, e foram aos poucos sendo aprimorados, passando de
máquinas com desenhos nada aerodinâmicos, para outros que davam maior estabilidade
e mobilidade nas manobras.

Quando começou o uso de aviões na primeira guerra, não se imaginava fazê-los


para o combate, isto fez com que a coordenação dos pilotos fosse dividida em atirar e
movimentar o avião ao mesmo tempo. Depois foram criadas metralhadoras fixas que
eram controladas desde o assento do piloto.

A partir daí os aviões foram divididos em duas categorias de combate, os caças e


os bombardeiros. Os caças eram responsáveis pela proteção do espaço aéreo contra os
ataques de aviões inimigos e usavam metralhadoras fixas para contra-atacar. Os
Bombardeiros eram aviões que faziam ataques com bombas em pontos estratégicos,
como bases militares e tropas.

Com o crescimento de importância dos aviões surgiram os ases, que eram os


aviadores que conseguiam abater o maior número de aviões por seu país. O maior deles
foi Manfre Von Richthofen, o Barão Vermelho com 80 aviões abatidos.

Oswald Boelcke (Aero, 2013) seu mentor desenvolveu uma série de regras para
a sobrevivência nos ares.

 Sempre que possível, ataque por cima e por trás;


 Tente atacar vindo do sol;
 Não atire até que esteja perto do inimigo e o tenha enquadrado na sua
mira;
15

 Ataque quando o inimigo menos espera, ou quando ele estiver


preocupado com outras tarefas;
 Nunca fuja de um ataque: dê a volta e o enfrente de frente;
 Mantenha o olho no inimigo e não se deixe ludibriar. Se uma aeronave
parece estar fatalmente danificada, siga-a até o solo para ter certeza disso;
 Atos tolos de bravura levam à morte. Obedeça sempre aos sinais do líder.

Mesmo assim a taxa de mortalidade era muito alta, por exemplo: O


tempo médio de vida de um piloto britânico na França no verão de 1916 era de três
semanas e chegou a espantosos 68 % entre os pilotos britânicos.

1.11 USO DE ANIMAIS NA GUERRA

Os Homens não eram os únicos soldados na batalha, havia os animais. Apesar de


um número reduzido não eram menos importantes para a guerra. O valor dos cavalos
era tão grande e a dificuldade de consegui-los novos era tanta, que a perda tática de um
cavalo em 1917 era maior do que a de um soldado. O animal de maior uso era o cavalo,
apesar de seu uso ser bem menor na guerra desde a chegada do tanque em 1916.

Mesmo assim o cavalo conseguiu êxito contra exércitos inimigos do império


russo e do Otomano onde a resistência não era tão grande. Já no final da guerra o cavalo
estava caindo em desuso e sendo substituído pelo tanque. O cavalo trazia algumas
doenças quando vivo, morto ou pelas suas fezes e era um alvo fácil para as
metralhadoras. Quando não havia cavalos alguns exércitos montaram em camelos.

Elefantes, renas e cães puxando carroça eram um dos transportes utilizados para
levar feridos, corpos de homens e animais, armas e alimentos. Ratos eram utilizados
para verificar saídas de vapor nos submarinos. Pombos serviam como mensageiros
levando informações onde fosse necessário. Os Cães prestavam assistência médica e
também eram mensageiros de trincheiras, os quais passavam por um treinamento onde
eram submetidos a diversas explosões para passar no treinamento. Muitos morriam no
processo.
16

Figura 04: Treinamento dos cães.


Fonte: http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=14593

1.12 INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA

Antes da primeira guerra os alimentos tinham pouca conservação eram bastante


perecíveis, mas isso mudou com a guerra. A demanda de alimentos era tão grande que
foi preciso criar um jeito de conservar alimentos por mais tempo, e assim foi criada a
geladeira que fazia com que o alimento apodrecesse quatro vezes menos e também os
alimentos eram enlatados e engarrafados.

Segundo Navarro, houve um controle dos alimentos nessa época com a criação
de cupons de racionamento. O Exército britânico fornecia um pedaço de pão, alguns
biscoitos, 200 g de legumes e 200 g de carne de ração por dia.

1.13 RADIOCOMUNICAÇÕES

O telégrafo era a mais rápida forma de comunicação e envio de informações,


porém apresentava desvantagens, tinha de ser decodificada e o seu sistema funcionava
com fios, o que era um grande problema, pois os fios poderiam ser cortados a qualquer
hora por tropas inimigas. Então a solução foi usar o rádio, a comunicação sem fim que
não precisava ser decodificada e podia ser interpretada em alguns segundos e ser
repassada no mesmo segundo. Foram criadas alternativas como as máquinas voadoras
17

que segundo Vicki (2007) eram equipamentos instalados em aviões franceses e belgas
pesava 45 kg e eram excepcionalmente simples e compactos. A estrutura metálica do
avião funcionava como antena e um fio longo e solto funcionava como "terra". Caso
este fio se enroscasse em árvores ou outros obstáculos, ele se soltava automaticamente e
era substituído. O alcance chegava a cerca de 90 km, mais do que o necessário porque
estes eram aviões de reconhecimento que sobrevoavam linhas inimigas, mas ainda no
alcance de uma estação. O operador do equipamento telegrafava para a estação
informando as condições e as manobras do inimigo. E também o telégrafo sem fio
também era uma parte importante do equipamento dos Zepelins alemães e dos dirigíveis
franceses. Tinha um grande poder de transmissão.
18

CONCLUSÃO

O dia é 11 de novembro de 1918, é o fim da guerra, uma guerra que não mudou
somente a configuração geográfica do mundo com o fim do império Otomano, Russo e
o surgimento da Iugoslávia, mas também a configuração política e econômica.

Países se enfraqueceram com as perdas matérias e humanas da guerra. Países


como a Rússia viravam socialistas. Sem dúvida, a guerra trouxe mudanças que
afetariam o mundo de tal forma que não poderíamos imaginar como era o mundo antes
da guerra.

As relações humanas não eram mais as mesmas, as mulheres eram mais aceitas
no mercado de trabalho, a aristocracia em decadência junto com seus empregados que
agora tinham mais chances em empregos que sonhavam ter.

A vida se tornou muito mais fácil com as invenções trazidas da guerra, antes
acessíveis somente para quem tivesse bastante dinheiro. Comidas enlatadas e
engarrafadas, antibióticos, aparelhos de rádio, aviões e automóveis passaram a fazer
parte do modo de viver mundial depois da guerra.
19

REFERÊNCIAS

ADMIN. Disponível em: http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=14593 Acesso em:


12 de set 2013.

AERO. A atrição nos combates aéreos da primeira guerra-mundial e os maiores ases


Disponível em: http://www.aereo.jor.br/2008/11/11/a-atricao-nos-combates-aereos-da-
primeira-guerra-mundial-e-os-maiores-ases/ Acesso em: 12 de set 2013.

AERO. Os primeiros ases e as regras básicas do combate aéreo Disponível em:


http://www.aereo.jor.br/2008/11/08/os-primeiros-ases-e-as-regras-basicas-do-combate-
aereo/ Acesso em: 12 de set 2013.

CAMELO, Viviane Cristina Disponível em:


http://pt.scribd.com/doc/82053921/Primeira-Guerra-Mundial Acesso em: 11 de set
2013.

CARDOSO, Leandro. Disponível em:


http://sistemasdearmas.com.br/ca/Aviacao1GM.pdf. Acesso em: 12 de set 2013.

EMAXILAB. Disponível em:http://emaxilab.com/enciclopedia/article_27256.html


Acesso em: 12 de set 2013.

ESCOLA CONECTADA. Disponível em: http://escolaconectada-


pahim.blogspot.com.br/2010/11/vickers-e-denominacao-normalmente.html Acesso em:
11 de set 2013.

FELLOWES, Jessica. O mundo de Downton Abbey. Rio de Janeiro:Intrínseca, 2012

GERMANY ON STAMPS Disponível em:


http://www.germanyonstamps.iblogger.org/WWI/Port/1918_Romenia_Selos.html#
Acesso em: 11 de set 2013.

GRANDES GUERRAS. Disponível em: http://www.grandesguerras.com.br/ Acesso


em: 11 de set 2013.
20

LOPES, Kétnes Ermelinda. História da aviação. Disponível em:


http://repositorio.virtual.fumec.br/demos/pdfs/aviacaoprimeiraguerra.pdf. Acesso em:
12 de set 2013.

NAVAL. Disponível em: http://www.naval.com.br/blog/2008/12/07/100-anos-de-


submarinos-alemaes/#axzz2esjett1F Acesso em: 14 de set 2013.

NAVARRO, Roberto. Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-


foi-a-luta-de-trincheiras-na-primeira-guerra-mundial Acesso em: 13 de set 2013.

O RESGATE DA HISTÓRIA. Armas da primeira guerra mundial:


http://oresgatedahistoria.blogspot.com.br/2012/10/as-armas-da-primeira-guerra-
mundial.html. Acesso em: 11 de set 2013.

ONÇA, Fabiano. Metralhadora mais Mortal. Disponível em:


http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/metralhadora-mais-mortal-
434645.shtml. Acesso em: 11 de set 2013.

REVISTA VEJA. Disponível em: http://veja.abril.com.br/historia/primeira-


grandeguerra-mundial/1917-abril-americanos-guerra/entrada-eua-conflito-tio-sam-
woodrow-wilson.shtml Acesso em: 11 de set 2013.

REVISTA VEJA. Disponível em:http://veja.abril.com.br/historia/primeira-grande-


guerra-mundial/1917-abril-americanos-guerra/medicos-front-resgate-feridos.shtml
Acesso em: 11 de set 2013.

SICORRA WILEMBERG, Leandro. Disponível em:


http://www.decavalaria.com/index.php/coisas-de-cavalaria/historias/historia-da-
cavalaria/101-16-a-cavalaria-na-primeira-guerra-mundial Acesso em: 12 de set 2013.

SOUZA, Rainer Disponível em:http://educador.brasilescola.com/estrategias-


ensino/propaganda-primeira-guerra-mundial.htm Acesso em: 11 de set 2013.

TYNE & WEAR ARCHIVES & MUSEUMS. Disponível em:


http://www.flickr.com/photos/twm_news/tags/ub110/ Acesso em: 14 de set 2013.
21

VICKI, Vovó. Disponível em: http://www.numaboa.com.br/criptografia/historia/675-


radio Acesso em: 13 de set 2013.

Você também pode gostar