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DE 2015
O presente trabalho tem como foco o exame das alterações sofridas na prática das
ações de família a partir da vigência da Lei 13.105/2015 – Código de Processo Civil de
2015, relacionando-as com a constitucionalização do processo e a celeridade da
tramitação do processo.
Através desta pesquisa, será respondido o questionamento de quais foram as
principais alterações sofridas pelo Direito de Família após a entrada em vigor do Código
de Processo Civil de 2015.
No primeiro capítulo, explicar-se-á a exposição de motivos da nova legislação
processualista, a fim de que seja possível entender mais detalhadamente acerca dos seus
objetivos e das suas razões. Ademais, indicar-se-á a partir de quando o novo Diploma está
vigente e quais as suas principais alterações de maneira geral.
No segundo capítulo, demonstrar-se-á as principais alterações do Código de
Processo Civil nas ações de família. Para tanto, discorrer-se-á, em cada tópica, cada uma
destas mudanças, quais sejam: demandas regulamentadas pelo novo Código, possível
retorno da separação judicial, divórcio direto, obrigatoriedade e possibilidade de cisão da
audiência de conciliação, medidas cautelares de ofício, intervenção do Ministério Público,
produção de provas eletrônicas e equipe multidisciplinar.
O método de abordagem será o dedutivo, visto que a conclusão do presente
trabalho está implícita nas premissas.
Por sua vez, o método auxiliar abordado será o comparativo, haja vista que para
demonstrar a tese é necessário comparar os entendimentos doutrinários e os Códigos de
Processo Civil de 1973 e de 2015.
Já a técnica de pesquisa escolhida para a realização desta monografia será a
bibliográfica, uma vez que ela visa esclarecer o tema através de consultas a doutrinas e
jurisprudência adotadas pelo universo jurídico.
Com relação ao método de abordagem, este será o qualitativo, uma vez que os
dados expostos não são numéricos. Por fim, os recursos utilizados serão doutrina,
jurisprudência e o Código de Processo Civil de 2015.
A curiosidade sobre este assunto surgiu a partir da paixão pelo Direito de Família,
pelo exercício da advocacia na área e pelas dúvidas expostas por colegas.
No mundo jurídico, a maioria das leis possui um prazo legal para a sua entrada em
vigor, conhecida como vacatio legis, a fim de que a comunidade possa conhecê-la e se
adaptar a ela.
No caso do Código de Processo Civil, a legislação teve sua elaboração finalizada
em 17 de março de 2015, tendo como prazo 01 ano para a sua vigência, o qual finalizou
em 18 de março de 2016.
Desta maneira, a partir de então, os atos já realizados ou não consumados não
foram atingidos pela nova lei; todavia, os processos ainda em curso tiveram a nova
legislação aplicada desde o dia do início da sua vigência – 18 de março de 2016.
Ademais, o novo Código Civil também trouxe, em seu bojo, maior incentivo à
resolução do conflito pela via da conciliação e da mediação, no intuito de as partes terem
seus direitos satisfeitos por acordo amigável realizado entre elas e não através de decisão
imposta pelo juiz.
Ressalte-se também a inserção do amicus curiae, o qual terá relevância na
indicação das reais necessidades e da realidade do país em assuntos mais complexos e
específicos, a fim de auxiliar os juízes em suas decisões.
Na seara dos recursos, foram extintos o agravo retido e os embargos infringentes.
Por sua vez, no âmbito das tutelas, houve a sua estabilização, a fim de preservar, até a
impugnação pela parte contrária, a eficácia da medida de urgência ou antecipatória de
tutela.
Por fim, modificou o procedimento nas ações de família, no que diz respeito à
audiência de conciliação e mediação, divórcio direto, separação, medidas cautelares de
ofício, intervenção do Ministério Público, produção de provas eletrônicas e equipe
multidisciplinar.
Além disto, com relação às ações de família, o novo Código de Processo Civil
também indicou como obrigatória a audiência de conciliação e mediação, diferentemente
do que ocorre com a parte geral da legislação processualista civil.
Desta maneira,
Por fim, não sendo possível a composição amigável, a demanda terá a natureza de
um rito ordinário e o réu terá acesso aos autos para sua defesa dentro do prazo legal (15
dias).
Cumpre salientar que o Código de Processo Civil de 2015 prevê a possibilidade
de cisão da audiência de conciliação e mediação, podendo serem realizadas quantas
sessões forem necessárias para a resolução do conflito de maneira amigável, desde que as
partes solicitem e que as audiências não ocasionem o perecimento do direito.
Ainda acerca das alterações do Código de Processo Civil de 2015, o legislador foi
silente no que diz respeito às medidas cautelares de ofício, o que dividiu os doutrinadores
acerca da sua possibilidade.
De um lado, há a corrente que defende não ser possível a sua aplicação, haja vista
a ausência de reprodução do artigo 797, do Código de Processo Civil de 1973, segundo a
qual “em casos excepcionais, expressamente autorizados por lei, determinará o juiz
medidas cautelares sem a audiência das partes”.
Por outro lado, existem também doutrinadores que defendem a aplicabilidade das
medidas cautelares de ofício, já que as mesmas foram previstas em outros capítulos do
novo Código, a fim de afastar quaisquer riscos de dano, ainda que sem o requerimento
das partes.
Nesta mesma linha de raciocínio:
O Código de Processo Civil de 2015 trouxe alterações também no que diz respeito
à produção de provas, sendo admissível, a partir de então, provas eletrônicas, as quais
possuem valores diferenciados nos processos de família (CHAVES, 2015).
Este valor diferenciado decorre, especialmente, da grande incidência de provas
documentais através de e-mails, mensagens de celular, redes sociais e whatsapp, tendo em
vista o avanço da tecnologia.
Para a utilização das provas eletrônicas, é recomendada a realização de ata notarial
em Cartório, a qual será redigida pelo tabelião através visualização do meio eletrônico no
qual se encontra a prova.
Apesar desta recomendação, na maioria das Varas de Sergipe, é possível anexar
estes meios de prova ao processo através de printscreens, ou seja, fotos das telas.
3.9.1 Abuso
De acordo com o Código Civil, cometerá o ato ilícito de abuso, em qualquer esfera
do Direito, o titular de direito que exceder os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos costumes.
No Direito de Família, especificamente, o abuso terá vários contornos, tais como
sexual, psicológico, emocional e relativos ao direito de guarda e de visitas.
4 CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
CHAVES, Cristiano. II Fórum Atlas: Direito Civil e Processo Civil. Faculdade de Direito
da UFC. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=bQmfaPfP5Tc >. Acesso
em: 31 ago 2016;
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da UFC. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=os0qIwbJBKQ >. Acesso
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da UFC. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=ArNc7wh2c-o >. Acesso
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FERRARINI, Letícia. Novo Código de Processo Civil anotado. Disponível em: <
http://www.oabrs.org.br/novocpcanotado/novo_cpc_anotado_2015.pdf >. Acesso em: 31
ago 2016;
INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO DE FAMÍLIA (IBDFAM). Novo Código de
Processo Civil é sancionado. Disponível em: <
http://www.ibdfam.org.br/noticias/5571/Novo+C%C3%B3digo+de+Processo+Civil+%
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LEAL, André Cordeiro; MOSCHEN, Valesca Raizer Borges; SILVA, Maria dos
Remédios Fontes. Processo, jurisdição e efetividade da justiça II. Disponível em: <
http://www.conpedi.org.br/publicacoes/66fsl345/j54r8mlx/z6072K44AgwUc835.pdf >.
Acesso em: 27 ago 2016;
MOREIRA, José Carlos Barbosa. Breve notícia sobre a reforma do processo civil alemão.
Revista de Processo. São Paulo, v. 28, n. 111, jul./set. 2003;