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Direito Ambiental
Frederico Amado
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OAB PRIMEIRA FASE – IX EXAME DE ORDEM
Direito Ambiental
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XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e 18. MÍNIMO EXISTENCIAL ECOLÓGICO.
metalurgia;
Art 6º - Os órgãos e entidades da União, dos
XXVI - atividades nucleares de qualquer Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
natureza; dos Municípios, bem como as fundações
instituídas pelo Poder Público, responsáveis
Parágrafo único. Lei complementar poderá pela proteção e melhoria da qualidade
autorizar os Estados a legislar sobre questões
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Art. 9o-B. A servidão ambiental poderá ser § 1o Qualquer pessoa legalmente identificada,
onerosa ou gratuita, temporária ou perpétua. § ao constatar infração ambiental decorrente de
1o O prazo mínimo da servidão ambiental empreendimento ou atividade utilizadores de
temporária é de 15 (quinze) anos. recursos ambientais, efetiva ou potencialmente
poluidores, pode dirigir representação ao órgão
LICENÇA AMBIENTAL a que se refere o caput, para efeito do
“Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental exercício de seu poder de polícia.
competente estabelece as condições, § 2o Nos casos de iminência ou ocorrência de
restrições e medidas de controle ambiental que degradação da qualidade ambiental, o ente
deverão ser obedecidas pelo empreendedor, federativo que tiver conhecimento do fato
pessoa física ou jurídica, para localizar, deverá determinar medidas para evitá-la, fazer
instalar, ampliar e operar empreendimentos ou cessá-la ou mitigá-la, comunicando
atividades utilizadoras dos recursos ambientais imediatamente ao órgão competente para as
consideradas efetiva ou potencialmente providências cabíveis.
poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, § 3o O disposto no caput deste artigo não
possam causar degradação ambiental” (artigo impede o exercício pelos entes federativos da
1º, inciso II, da Resolução CONAMA 237/97). atribuição comum de fiscalização da
conformidade de empreendimentos e
LICENCIAMENTO AMBIENTAL atividades efetiva ou potencialmente poluidores
“Procedimento administrativo pelo qual o órgão ou utilizadores de recursos naturais com a
ambiental competente licencia a localização, legislação ambiental em vigor, prevalecendo o
instalação, ampliação e a operação de auto de infração ambiental lavrado por órgão
empreendimentos e atividades utilizadoras de que detenha a atribuição de licenciamento ou
recursos ambientais, consideradas efetiva ou autorização a que se refere o caput.
potencialmente poluidoras ou daquelas que,
sob qualquer forma, possam causar STJ - 3. O pacto federativo atribuiu
degradação ambiental, considerando as competência aos quatro entes da federação
disposições legais e regulamentares e as para proteger o meio ambiente através da
normas técnicas aplicáveis ao caso” (artigo 1º, fiscalização.
inciso I, da Resolução CONAMA 237/97).
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Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos XIV – observadas as atribuições dos demais
entes federativos dar-se-á por meio de apoio entes federativos previstas nesta Lei
técnico, científico, administrativo ou financeiro, Complementar, promover o licenciamento
sem prejuízo de outras formas de cooperação. ambiental das atividades ou empreendimentos:
a) que causem ou possam causar impacto
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser ambiental de âmbito local, conforme tipologia
solicitada pelo ente originariamente detentor da definida pelos respectivos Conselhos Estaduais
atribuição nos termos desta Lei Complementar. de Meio Ambiente, considerados os critérios de
porte, potencial poluidor e natureza da
Competências licenciatórias federais atividade; ou
b) localizados em unidades de conservação
“Art. 7º São ações administrativas da União: instituídas pelo Município, exceto em Áreas de
Proteção Ambiental – APAs”;
(...)
XIV – promover o licenciamento ambiental de “Art. 8º São ações administrativas dos Estados:
empreendimentos e atividades:
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente (...)
no Brasil e em país limítrofe;
b) localizados ou desenvolvidos no mar XIV – promover o licenciamento ambiental de
territorial, na plataforma continental ou na zona atividades ou empreendimentos utilizadores de
econômica exclusiva; recursos ambientais, efetiva ou potencialmente
c) localizados ou desenvolvidos em terras poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de
indígenas; causar degradação ambiental, ressalvado o
d) localizados ou desenvolvidos em unidades disposto nos arts. 7º e 9º”;
de conservação instituídas pela União, exceto
em Áreas de Proteção Ambiental – APAs; Art. 10. São ações administrativas do Distrito
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou Federal as previstas nos arts. 8o e 9o.
mais Estados;
f) de caráter militar, excetuando-se do APA‟S - Art. 12. Para fins de licenciamento
licenciamento ambiental, nos termos de ato do ambiental de atividades ou empreendimentos
Poder Executivo, aqueles previstos no preparo utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
e emprego das Forças Armadas, conforme potencialmente poluidores ou capazes, sob
disposto na Lei Complementar nº 97, de 9 de qualquer forma, de causar degradação
junho de 1999; ambiental, e para autorização de supressão e
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, manejo de vegetação, o critério do ente
beneficiar, transportar, armazenar e dispor federativo instituidor da unidade de
material radioativo, em qualquer estágio, ou conservação não será aplicado às Áreas de
que utilizem energia nuclear em qualquer de Proteção Ambiental (APAs).
suas formas e aplicações, mediante parecer da
Comissão Nacional de Energia Nuclear – Parágrafo único. A definição do ente federativo
CNEN; ou responsável pelo licenciamento e autorização a
h) que atendam tipologia estabelecida por ato que se refere o caput, no caso das APAs,
do Poder Executivo, a partir de proposição da seguirá os critérios previstos nas alíneas “a”,
Comissão Tripartite Nacional, assegurada a “b”, “e”, “f” e “h” do inciso XIV do art. 7o, no
participação de um membro do Conselho inciso XIV do art. 8o e na alínea “a” do inciso
Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, e XIV do art. 9º.
considerados os critérios de porte, potencial
poluidor e natureza da atividade ou Poder judiciário e mérito do licenciamento
empreendimento”;
5. Se não é possível considerar o projeto como
“Art. 9º São ações administrativas dos inviável do ponto de vista ambiental, ausente
Municípios: nesta fase processual qualquer violação de
norma constitucional ou legal, potente para o
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deferimento da cautela pretendida, a opção por canais para navegação, drenagem e irrigação,
esse projeto escapa inteiramente do âmbito retificação de cursos d‟água, abertura de
desta Suprema Corte. Dizer sim ou não à barras e embocaduras, transposição de bacias,
transposição não compete ao Juiz, que se diques;
limita a examinar os aspectos normativos, no VIII – Extração de combustível fóssil (petróleo,
caso, para proteger o meio ambiente. 6. xisto, carvão);
Agravos regimentais desprovidos” (ACO-MC- IX – Extração de minério, inclusive os da classe
AgR 876, de 19.12.2007). II, definidas no Código de Mineração;
X – Aterros sanitários, processamento e
ESTUDOS AMBIENTAIS destino final de resíduos tóxicos ou perigosos;
Xl – Usinas de geração de eletricidade,
“São todos e quaisquer estudos relativos aos qualquer que seja a fonte de energia primária,
aspectos ambientais relacionados à acima de 10MW;
localização, instalação, operação e ampliação XII – Complexo e unidades industriais e agro-
de uma atividade ou empreendimento, industriais (petroquímicos, siderúrgicos,
apresentado como subsídio para a análise da cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha,
licença requerida, tais como: relatório extração e cultivo de recursos hídricos);
ambiental, plano e projeto de controle XIII – Distritos industriais e zonas estritamente
ambiental, relatório ambiental preliminar, industriais – ZEI;
diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano XIV – Exploração econômica de madeira ou de
de recuperação de área degradada e análise lenha, em áreas acima de 100 hectares ou
preliminar de risco” (artigo 1º, inciso III, da menores, quando atingir áreas significativas
Resolução CONAMA 237/97). em termos percentuais ou de importância do
ponto de vista ambiental;
EIA - Incumbe ao Poder Público “exigir, na XV – Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou
forma da lei, para instalação de obra ou em áreas consideradas de relevante interesse
atividade potencialmente causadora de ambiental a critério da SEMA e dos órgãos
significativa degradação do meio ambiente, municipais e estaduais competentes;
estudo prévio de impacto ambiental, a que se XVI – Qualquer atividade que utilize carvão
dará publicidade” (artigo 225, §1º, IV). vegetal, em quantidade superior a dez
toneladas por dia;
A publicidade é mitigada pelo sigilo industrial. XVII – Projetos Agropecuários que contemplem
EIA-RIMA precede a LP. áreas acima de 1.000 ha ou menores, neste
EIA-RIMA (significativo impacto ambiental). caso, quando se tratar de áreas significativas
Hipóteses presumidas. Res. CONAMA 01/86. em termos percentuais ou de importância do
Rol exemplificativo. Artigo 2º: ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas
de proteção ambiental;
“I – Estradas de rodagem com duas ou mais XVIII – Empreendimentos potencialmente
faixas de rolamento; lesivos ao patrimônio espeleológico nacional”.
II – Ferrovias;
III – Portos e terminais de minério, petróleo e Presunção relativa ou absoluta de significativa
produtos químicos; degradação ambiental ?
IV – Aeroportos, conforme definidos pelo inciso
1, artigo 48, do Decreto-Lei n.º 32, de 18.11.66; Inexiste discricionariedade administrativa na
V – Oleodutos, gasodutos, minerodutos, interpretação concreta de impacto ambiental
troncos coletores e emissários de esgotos significativo para fins de o ente ambiental exigir
sanitários; ou não o EIA-RIMA
VI – Linhas de transmissão de energia elétrica,
acima de 230KV; Proponente contrata e paga a equipe técnica
VII – Obras hidráulicas para exploração de multidisciplinar.
recursos hídricos, tais como: barragem para
fins hidrelétricos, acima de 10MW, de
saneamento ou de irrigação, abertura de
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Conclusões no RIMA. Não vincula o órgão Novo Código Florestal – Lei 12.651/12,
ambiental. publicada em 28/05/2012. Alterações pela MP
571/12.
Equipe técnica poderá ser responsabilidade
ulterior e solidariamente com o empreendedor O artigo 2º, do novo CFlo, reproduziu
nas esferas civil, administrativa e criminal pelas literalmente a redação do artigo 1º, do Código
informações apresentadas, nos termos do revogado, ao prever que “as florestas
artigo 11, parágrafo único, da Resolução existentes no território nacional e as demais
CONAMA 237/1997. formas de vegetação, reconhecidas de
utilidade às terras que revestem, são bens de
Sinteticamente, o conteúdo mínimo do EIA interesse comum a todos os habitantes do
será: 1) o diagnóstico ambiental da área de País, exercendo-se os direitos de propriedade,
influência do projeto; 2) a análise dos impactos com as limitações que a legislação em geral e
ambientais e suas alternativas; 3) a definição especialmente esta Lei estabelecem”, o que
das medidas mitigadoras dos impactos reflete a titularidade difusa do direito
negativos; 4) a elaboração do programa de fundamental ao meio ambiente ecologicamente
acompanhamento; 5) o monitoramento. equilibrado, bem de uso comum do povo
brasileiro.
Dispositivo de constituição estadual que
submeta o RIMA ao crivo da Assembleia Art. 1º-A. Esta Lei estabelece normas gerais
Legislativa viola o Princípio da Separação dos com o fundamento central da proteção e uso
Poderes. STF (ADI 1505). sustentável das florestas e demais formas de
vegetação nativa em harmonia com a
EIA-RIMA: possibilidade de audiência pública, promoção do desenvolvimento econômico,
Resolução 09/87 – CONAMA, sob pena de atendidos os seguintes princípios: (Incluído
NULIDADE. A critério do órgão ambiental, MP, pela Medida Provisória nº 571, de 2012).
entidade civil ou 50 cidadãos.
I - reconhecimento das florestas existentes no
ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE território nacional e demais formas de
PROTEGIDOS vegetação nativa como bens de interesse
ARTIGO 225, §1º, III, DA CF: comum a todos os habitantes do País;
II - afirmação do compromisso soberano do
III - definir, em todas as unidades da Brasil com a preservação das suas florestas e
Federação, espaços territoriais e seus demais formas de vegetação nativa, da
componentes a serem especialmente biodiversidade, do solo e dos recursos hídricos,
protegidos, sendo a alteração e a supressão e com a integridade do sistema climático, para
permitidas somente através de lei, vedada o bem-estar das gerações presentes e futuras;
qualquer utilização que comprometa a III - reconhecimento da função estratégica da
integridade dos atributos que justifiquem sua produção rural na recuperação e manutenção
proteção das florestas e demais formas de vegetação
nativa, e do papel destas na sustentabilidade
• reserva legal; da produção agropecuária;
IV - consagração do compromisso do País com
• áreas de preservação permanente; o modelo de desenvolvimento ecologicamente
sustentável, que concilie o uso produtivo da
Apicuns e salgados; terra e a contribuição de serviços coletivos das
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florestas e demais formas de vegetação nativa Outra inovação do novo CFlo foi a previsão de
privadas; criação do CAR – Cadastro Ambiental Rural,
V - ação governamental de proteção e uso no âmbito do Sistema Nacional de Informação
sustentável de florestas, coordenada com a sobre Meio Ambiente, registro público
Política Nacional do Meio Ambiente, a Política eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para
Nacional de Recursos Hídricos, a Política todos os imóveis rurais, com a finalidade de
Agrícola, o Sistema Nacional de Unidades de integrar as informações ambientais das
Conservação da Natureza, a Política de Gestão propriedades e posses rurais, compondo base
de Florestas Públicas, a Política Nacional sobre de dados para controle, monitoramento,
Mudança do Clima e a Política Nacional da planejamento ambiental e econômico e
Biodiversidade; combate ao desmatamento, devendo ser feito,
VI - responsabilidade comum de União, preferencialmente, no órgão ambiental
Estados, Distrito Federal e Municípios, em municipal ou estadual. ARTIGO 29
colaboração com a sociedade civil, na criação
de políticas para a preservação e restauração Também foi prevista a instituição, pelas
da vegetação nativa e de suas funções entidades políticas, no prazo de 01 ano após a
ecológicas e sociais nas áreas urbanas e publicação do novo Código Florestal,
rurais; prorrogável uma vez por igual período, dos
VII - fomento à inovação para o uso Programas de Regularização Ambiental –
sustentável, a recuperação e a preservação PRA‟s, que objetivam regularizar os imóveis
das florestas e demais formas de vegetação rurais no que concerne às situações
nativa; e consolidadas até 22 de julho de 2008 nas
VIII - criação e mobilização de incentivos áreas de reserva legal e de preservação
jurídicos e econômicos para fomentar a permanente, cuja assinatura do termo de
preservação e a recuperação da vegetação compromisso repercutirá na esfera
nativa, e para promover o desenvolvimento de administrativa e criminal com a extinção da
atividades produtivas sustentáveis. punibilidade, além da civil. ARTIGO 59
Em muitas passagens o novo CFlo adota dois Outros três programas ambientais ainda foram
regimes jurídicos: um de tolerância para as previstos no novo CFlo:
condutas lesivas ao ambiente perpetradas até
o dia 22 de julho de 2008 e outro rígido para os A) Programa de Apoio e Incentivo à
atos praticados a partir dessa data. Conservação do Meio Ambiente (artigo 41) – a
Isso porque, no dia 23 de julho de 2008, foi ser instituído pelo Poder Executivo federal,
publicado o Decreto 6.514, que dispõe sobre para adoção de tecnologias e boas práticas
as infrações e sanções administrativas ao meio que conciliem a produtividade agropecuária e
ambiente, que instituiu uma série de novos florestal, com redução dos impactos
tipos administrativos para punir os infratores da ambientais, como forma de promoção do
legislação ambiental. desenvolvimento ecologicamente sustentável,
observados sempre os critérios de
De sua vez, insta salientar também que o novo progressividade;
CFlo traz várias disposições mais flexíveis em B) Programa para Conversão da Multa prevista
favor do pequeno proprietário ou possuidor no art. 50 do Decreto no 6.514, de 22 de julho
rural (prédio rústico de até 04 módulos fiscais), de 2008 (artigo 42) - a ser instituído pelo Poder
especialmente no que concerne às áreas de Executivo federal, destinado aos imóveis rurais,
preservação permanente e reserva legal. referente a autuações vinculadas a
Em positivação da jurisprudência consolidada desmatamentos promovidos sem autorização
do STJ, previu o novo CFlo que “as obrigações ou licença, em data anterior a 22 de julho de
previstas nesta Lei têm natureza real e são 2008;
transmitidas ao sucessor, de qualquer C) Programa de Apoio Técnico e Incentivos
natureza, no caso de transferência de domínio Financeiros (artigo 58) – a ser instituído pelo
ou posse do imóvel rural”. ARTIGO 2º, §2º. Poder Público, para atendimento prioritário dos
pequenos proprietários e possuidores rurais,
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ambiental, razão pela qual o artigo 4º, inciso III, A nascente é o afloramento natural do lençol
do novo CFlo, não possui aplicabilidade freático que apresenta perenidade e dá início a
imediata total, pois depende da licença um curso d‟água, ao passo que o olho d‟água é
ambiental para delimitar a APP. o afloramento natural do lençol freático, mesmo
que intermitente.
Todavia, caso se trate de um reservatório
artificial em áreas rurais com até 20 hectares
de superfície, a área de preservação
permanente terá, no mínimo, 15 metros.
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preservação permanente pelo artigo 3º, inciso IX – proteger áreas úmidas, especialmente as
IV, da Resolução CONAMA 303/2002. de importância internacional. (Incluído pela
São conhecidas como savanas brasileiras. É a Medida Provisória nº 571, de 2012).
fitofisionomia de savana, encontrada em solos
hidromórficos, usualmente com palmáceas, Seção II
sem formar dossel, em meio a agrupamentos Do Regime de Proteção das Áreas de
de espécies arbustivo-herbáceas. Preservação Permanente
O novo CFlo, por outro lado, não delimitava a Art. 7o A vegetação situada em Área de
dimensão desta APP, o que foi feito pela MP Preservação Permanente deverá ser mantida
571/2012, ao considerar como APP em pelo proprietário da área, possuidor ou
veredas, a faixa marginal, em projeção ocupante a qualquer título, pessoa física ou
horizontal, com largura mínima de 50 metros, a jurídica, de direito público ou privado.
partir do limite do espaço brejoso e
encharcado, seguindo o referido ato do § 1o Tendo ocorrido supressão de vegetação
CONAMA. situada em Área de Preservação Permanente,
o proprietário da área, possuidor ou ocupante a
qualquer título é obrigado a promover a
recomposição da vegetação, ressalvados os
usos autorizados previstos nesta Lei.
§ 2o A obrigação prevista no § 1o tem natureza
real e é transmitida ao sucessor no caso de
transferência de domínio ou posse do imóvel
rural.
§ 3o No caso de supressão não autorizada de
vegetação realizada após 22 de julho de 2008,
é vedada a concessão de novas autorizações
de supressão de vegetação enquanto não
cumpridas as obrigações previstas no § 1o.
APP’S DO ARTIGO 6º, DO NOVO CFLO
Art. 8o A intervenção ou a supressão de
Art. 6o Consideram-se, ainda, de preservação
vegetação nativa em Área de Preservação
permanente, quando declaradas de interesse
Permanente somente ocorrerá nas hipóteses
social por ato do Chefe do Poder Executivo, as
de utilidade pública, de interesse social ou de
áreas cobertas com florestas ou outras formas
baixo impacto ambiental previstas nesta Lei.
de vegetação destinadas a uma ou mais das
§ 1o A supressão de vegetação nativa protetora
seguintes finalidades:
de nascentes, dunas e restingas somente
poderá ser autorizada em caso de utilidade
I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de
pública.
enchentes e deslizamentos de terra e de rocha;
§ 2o A intervenção ou a supressão de
II - proteger as restingas ou veredas;
vegetação nativa em Área de Preservação
III - proteger várzeas;
Permanente de que tratam os incisos VI e VII
IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora
do caput do art. 4o poderá ser autorizada,
ameaçados de extinção;
excepcionalmente, em locais onde a função
V - proteger sítios de excepcional beleza ou de
ecológica do manguezal esteja comprometida,
valor científico, cultural ou histórico;
para execução de obras habitacionais e de
VI - formar faixas de proteção ao longo de
urbanização, inseridas em projetos de
rodovias e ferrovias;
regularização fundiária de interesse social, em
VII - assegurar condições de bem-estar
áreas urbanas consolidadas ocupadas por
público;
população de baixa renda.
VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a
§ 3o É dispensada a autorização do órgão
critério das autoridades militares.
ambiental competente para a execução, em
caráter de urgência, de atividades de
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sementes, castanhas e frutos, respeitada a O tema é tratado no Capítulo XIII, Seção II, do
legislação específica de acesso a recursos novo Código Florestal, nos artigos 61-A usque
genéticos; 65, tendo sido tomado como marco legal
i) plantio de espécies nativas produtoras de divisor do regime jurídico o dia 23 de julho de
frutos, sementes, castanhas e outros produtos 2008, quando foi publicado o Decreto 6.514,
vegetais, desde que não implique supressão da que dispõe sobre as infrações e sanções
vegetação existente nem prejudique a função administrativas ao meio ambiente, que instituiu
ambiental da área; uma série de novos tipos administrativos para
j) exploração agroflorestal e manejo florestal punir os infratores da legislação ambiental,
sustentável, comunitário e familiar, incluindo a tendo o artigo 61 sido vetado pela Presidente
extração de produtos florestais não da República.
madeireiros, desde que não descaracteri-zem a
cobertura vegetal nativa existente nem Pontifica o artigo 61-A, do atual Código
prejudiquem a função ambiental da área; Florestal que, “nas áreas de preservação
k) outras ações ou atividades similares, permanente é autorizada, exclusivamente, a
reconhecidas como eventuais e de baixo continuidade das atividades agrossilvipastoris,
impacto ambiental em ato do Conselho de ecoturismo e de turismo rural em áreas
Nacional do Meio Ambiente - CONAMA ou dos rurais consolidadas até 22 de julho de 2008”,
Conselhos Estaduais de Meio Ambiente. devendo ser monitoradas no Cadastro
Ambiental Rural e adotadas medidas de
Ainda é admitido pelo artigo 4º, §5º, do novo mitigação dos impactos ambientais para a
CFlo, nas pequenas propriedades ou posses conservação do solo e das águas pelo
rurais familiares, o plantio de culturas proprietário ou possuidor que deverá adotar
temporárias e sazonais de vazante de ciclo boas práticas agronômicas, sendo vedada a
curto na faixa de terra que fica exposta no conversão de novas áreas para uso alternativo
período de vazante dos rios ou lagos, desde do solo nesses locais.
que não implique supressão de novas áreas de
vegetação nativa, seja conservada a qualidade Assegurou-se que, a partir da data da
da água e do solo e seja protegida a fauna publicação do novo CFlo (28.05.2012) e até o
silvestre. término do prazo de adesão ao Programa de
Regularização Ambiental (um ano após a
Nas matas ciliares e nas APP‟s no entorno de criação do referido cadastro), é autorizada a
lagos e lagoas naturais, o permissivo novo continuidade das referidas atividades
Código Florestal permite o desenvolvimento da desenvolvidas nas APP‟s, as quais deverão ser
aquicultura e infraestrutura física diretamente a informadas no Cadastro Ambiental Rural, para
ela associada nos imóveis com até 15 módulos fins de monitoramento, sendo exigida a adoção
fiscais, desde que: de medidas de conservação do solo e da água.
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APICUNS E SALGADOS
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Art. 11-A. A Zona Costeira é patrimônio II - com área de até 50 (cinquenta) hectares, se
nacional, nos termos do § 4o do art. 225 da potencialmente causadores de significativa
Constituição, devendo sua ocupação e degradação do meio ambiente; ou
exploração se dar de modo ecologicamente III - localizados em região com adensamento
sustentável. de empreendimentos de carcinicultura ou
§ 1o Os apicuns e salgados podem ser salinas cujo impacto afete áreas comuns
utilizados em atividades de carcinicultura e
salinas, desde que observados os seguintes § 4o O órgão licenciador competente, mediante
requisitos: decisão motivada, poderá, sem prejuízo das
sanções administrativas, civis e penais
I - área total ocupada em cada Estado não cabíveis, bem como do dever de recuperar os
superior a 10% (dez por cento) dessa danos ambientais causados, alterar as
modalidade de fitofisionomia no bioma condicionantes e as medidas de controle e
amazônico e a 35% (trinta e cinco por cento) adequação, quando ocorrer:
no restante do País, excluídas as ocupações
consolidadas que atendam ao disposto no § 6o; I - descumprimento ou cumprimento
II - salvaguarda da absoluta integridade dos inadequado das condicionantes ou medidas de
manguezais arbustivos e dos processos controle previstas no licenciamento, ou
ecológicos essenciais a eles associados, bem desobediência às normas aplicáveis;
como da sua produtividade biológica e II - fornecimento de informação falsa, dúbia ou
condição de berçário de recursos pesqueiros; enganosa, inclusive por omissão, em qualquer
III - licenciamento da atividade e das fase do licenciamento ou período de validade
instalações pelo órgão ambiental estadual, da licença; ou III - superveniência de
cientificado o Instituto Brasileiro do Meio informações sobre riscos ao meio ambiente ou
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis à saúde pública.
- Ibama e, no caso de uso de terrenos de
marinha ou outros bens da União, realizada § 5o A ampliação da ocupação de apicuns e
regularização prévia da titulação perante a salgados respeitará o Zoneamento Ecológico-
União; Econômico da Zona Costeira - ZEEZOC, com a
IV - recolhimento, tratamento e disposição individualização das áreas ainda passíveis de
adequados dos efluentes e resíduos; (Incluído uso, em escala mínima de 1:10.000, que
pela Medida Provisória nº 571, de 2012). deverá ser concluído por cada Estado no prazo
V - garantia da manutenção da qualidade da máximo de 1 (um) ano a partir da data de
água e do solo, respeitadas as Áreas de publicação desta Lei.
Preservação Permanente; e (Incluído pela § 6o É assegurada a regularização das
Medida Provisória nº 571, de 2012). atividades e empreendimentos de carcinicultura
V - respeito às atividades tradicionais de e salinas cuja ocupação e implantação tenham
sobrevivência das comunidades locais. ocorrido antes de 22 de julho de 2008, desde
que o empreendedor, pessoa física ou jurídica,
§ 2o A licença ambiental, na hipótese deste comprove sua localização em apicum ou
artigo, será de 5 (cinco) anos, renovável salgado e se obrigue, por termo de
apenas se o empreendedor cumprir as compromisso, a proteger a integridade dos
exigências da legislação ambiental e do próprio manguezais arbustivos adjacentes.
licenciamento, mediante comprovação anual § 7o É vedada a manutenção, licenciamento ou
inclusive por mídia fotográfica. regularização, em qualquer hipótese ou forma,
§ 3o São sujeitos à apresentação de Estudo de ocupação ou exploração irregular em
Prévio de Impacto Ambiental - EPIA e Relatório apicum ou salgado, ressalvadas as exceções
de Impacto Ambiental - RIMA os novos previstas neste artigo
empreendimentos:
ÁREAS DE USO RESTRITO
I - com área superior a 50 (cinquenta) hectares,
vedada a fragmentação do projeto para ocultar Art. 10. Nos pantanais e planícies pantaneiras
ou camuflar seu porte; é permitida a exploração ecologicamente
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20% nas áreas de floresta ou vegetação nativa - Nos casos de imóveis rurais localizados na
em outras regiões do Brasil. Amazônia Legal, em áreas de floresta, o Poder
Público poderá reduzir a reserva legal de 80%
O proprietário ou possuidor de imóvel com para até 50%, para fins de recomposição,
Reserva Legal conservada e inscrita no quando o Município tiver mais de 50% da área
Cadastro Ambiental Rural, cuja área ultrapasse ocupada por unidades de conservação da
ao mínimo exigido pelo novo CFlo (80%, 35% natureza de domínio público e por terras
ou 20%, a depender), poderá utilizar a área indígenas homologadas
excedente para fins de constituição de servidão
ambiental e Cota de Reserva Ambiental. - Nos casos de imóveis rurais localizados na
Amazônia Legal, em áreas de floresta, o Poder
Com propriedade, a CRA – Cota de Reserva Público estadual poderá reduzir a reserva legal
Ambiental, inovação do novo CFlo, é um título de 80% para até 50%, ouvido o Conselho
nominativo representativo de área com Estadual de Meio Ambiente, quando o Estado
vegetação nativa, existente ou em processo de tiver Zoneamento Ecológico-Econômico
recuperação, nas seguintes hipóteses: aprovado e mais de 65% do seu território
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Localização da RL Dispensa da RL
A reserva legal é criada pelo só efeito do artigo O novo Código Florestal também inovou ao
12 do Código Florestal, tendo existência ex prever expressamente a não exigência da
lege. Contudo, evidentemente a sua reserva legal para determinados
localização deverá ser definida empreendimentos:
casuisticamente, de acordo com o melhor
interesse ambiental, cabendo ao órgão A) empreendimentos de abastecimento público
estadual integrante do SISNAMA ou instituição de água e tratamento de esgoto;
por ele habilitada aprovar a localização da B) áreas adquiridas ou desapropriadas por
Reserva Legal após a inclusão do imóvel no detentor de concessão, permissão ou
Cadastro Ambiental Rural. autorização para exploração de potencial de
energia hidráulica, nas quais funcionem
Deverão ser observados os seguintes critérios empreendimentos de geração de energia
para a sua relimitação: elétrica, subestações ou sejam instaladas
linhas de transmissão e de distribuição de
I - o plano de bacia hidrográfica; energia elétrica;
II - o Zoneamento Ecológico-Econômico C) áreas adquiridas ou desapropriadas com o
III - a formação de corredores ecológicos com objetivo de implantação e ampliação de
outra Reserva Legal, com Área de Preservação capacidade de rodovias e ferrovias.
Permanente, com Unidade de Conservação ou
com outra área legalmente protegida; Registro imobiliário e inscrição no Cadastro
IV - as áreas de maior importância para a Ambiental Rural
conservação da biodiversidade; e
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O antigo Código Florestal (Lei 4.771/65) previa 2o Para fins de manejo de Reserva Legal na
que a reserva legal deveria ser sempre pequena propriedade ou posse rural familiar,
registrada no Cartório de Imóveis mediante os órgãos integrantes do Sisnama deverão
averbação. Entretanto, essa obrigatoriedade foi estabelecer procedimentos simplificados de
extinta pelo novo Código Florestal. elaboração, análise e aprovação de tais planos
de manejo.
Com propriedade, foi instituído o dever de o 3o É obrigatória a suspensão imediata das
proprietário de registrar a reserva legal no atividades em Área de Reserva Legal
Cadastro Ambiental Rural no órgão ambiental desmatada irregularmente após 22 de julho de
competente, sendo vedada, em regra, a 2008.
alteração de sua destinação, nos casos de § 4o Sem prejuízo das sanções administrativas,
transmissão, a qualquer título, ou de cíveis e penais cabíveis, deverá ser iniciado o
desmembramento, salvo disposição legal em processo de recomposição da Reserva Legal
sentido contrário. em até dois anos contados a partir da data da
Logo, o registro no CAR irá desobrigar o publicação desta Lei, devendo tal processo ser
proprietário de averbar a reserva legal no concluído nos prazos estabelecidos pelo
Cartório de Registro de Imóveis, sendo mais Programa de Regularização Ambiental – PRA,
uma inovação do novo CFlo. de que trata o art. 59
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em geral extensas, com certo grau de o inciso III, do §2º, do artigo 21, da Lei 9985/00
ocupação humana, com atributos bióticos, foi vetado pelo Presidente, e previa o
abióticos ou mesmo culturais, visando extrativismo na área.
promover a diversidade e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos. ARTIGO 2º
XVII - plano de manejo: documento técnico
Área de relevante interesse ecológico – é a UC mediante o qual, com fundamento nos
que pode ser formada por áreas públicas ou objetivos gerais de uma unidade de
particulares, em geral de pouca extensão, com conservação, se estabelece o seu zoneamento
pouca ou nenhuma ocupação humana, com e as normas que devem presidir o uso da área
características naturais extraordinárias ou que e o manejo dos recursos naturais, inclusive a
abriga exemplares raros da biota nacional, implantação das estruturas físicas necessárias
visando manter a manter ecossistemas à gestão da unidade;
naturais de importância regional ou local.
XVIII - zona de amortecimento: o entorno de
Floresta nacional – é a UC de propriedade uma unidade de conservação, onde as
pública, composta por uma área coberta de atividades humanas estão sujeitas a normas e
vegetação predominantemente nativa, com o restrições específicas, com o propósito de
objetivo de manter o uso sustentável dos minimizar os impactos negativos sobre a
recursos e desenvolver a pesquisa científica, unidade; e
sendo permitida a ocupação por populações
tradicionais. XIX - corredores ecológicos: porções de
ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando
Reserva Extrativista – é a UC de propriedade unidades de conservação, que possibilitam
pública utilizada pelas populações extrativistas entre elas o fluxo de genes e o movimento da
tradicionais como condição de sobrevivência, biota, facilitando a dispersão de espécies e a
que têm o uso concedido pelo Poder Público, recolonização de áreas degradadas, bem como
podendo haver agricultura e criação de animais a manutenção de populações que demandam
de pequeno porte, sendo permitida a visitação para sua sobrevivência áreas com extensão
pública e a pesquisa. maior do que aquela das unidades individuais.
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explorável, e não em títulos públicos, pois essa técnicos, com prazo de até sete meses,
intervenção estatal supressiva da propriedade improrrogável, a fim de proteger cautelarmente
é não sancionatória. a área, se houver risco de dano grave aos
recursos naturais ali existentes, vedado o corte
Frise-se que o artigo 45, da Lei do SNUC, raso da vegetação nativa, salvo atividades
exclui da indenização as espécies arbóreas agropecuárias, obras públicas ou outras
declaradas imunes ao corte, os lucros atividades econômicas já em desenvolvimento
cessantes, os juros compostos e as áreas que licenciadas.
não tenham prova inequívoca do domínio Vide artigo 22-A da Lei 9.985/2000.
anterior à criação da unidade de conservação.
COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
A criação de uma unidade de conservação
deverá ser precedida de estudos técnicos e de Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental
consulta pública que permitam identificar a de empreendimentos de significativo impacto
localização, a dimensão e os limites mais ambiental, assim considerado pelo órgão
adequados para a unidade, sendo dispensável ambiental competente, com fundamento em
este último requisito para as estações estudo de impacto ambiental e respectivo
ecológicas e reservas biológicas, pois foi relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é
presumido legalmente o interesse público. obrigado a apoiar a implantação e manutenção
de unidade de conservação do Grupo de
“Quando da edição do Decreto de 27.02.2001, Proteção Integral, de acordo com o disposto
a Lei 9.985/2000 não havia sido neste artigo e no regulamento desta Lei.
regulamentada. A sua regulamentação só foi
implementada em 22 de agosto de 2002, com a § 1o O montante de recursos a ser destinado
edição do Decreto 4.340/2002. O processo de pelo empreendedor para esta finalidade não
criação e ampliação das unidades de pode ser inferior a meio por cento dos custos
conservação deve ser precedido da totais previstos para a implantação do
regulamentação da lei, de estudos técnicos e empreendimento, sendo o percentual fixado
de consulta pública. O parecer emitido pelo pelo órgão ambiental licenciador, de acordo
Conselho Consultivo do Parque não pode com o grau de impacto ambiental causado pelo
substituir a consulta exigida na lei. O Conselho empreendimento.
não tem poderes para representar a população
local. Concedida a segurança, ressalvada a ADI 3378 – 09.04.2008
possibilidade da edição de novo decreto” (STF, EMENTA: AÇÃO DIRETA DE
MS 24.184, de 13.08.2003). INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 36 E SEUS
§§ 1º, 2º E 3º DA LEI Nº 9.985, DE 18 DE
A ampliação dos limites territoriais de unidade JULHO DE 2000. CONSTITUCIONALIDADE
de conservação também necessita de consulta DA COMPENSAÇÃO DEVIDA PELA
pública e estudos técnicos no que concerne ao IMPLANTAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS DE
acréscimo, conforme ratificado pela Suprema SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL.
Corte: INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO §
1º DO ART. 36.
“Unidade de conservação. Estação ecológica. 1. O compartilhamento-compensação
Ampliação dos limites originais na medida do ambiental de que trata o art. 36 da Lei nº
acréscimo, mediante decreto do Presidente da 9.985/2000 não ofende o princípio da
República. Inadmissibilidade. Falta de estudos legalidade, dado haver sido a própria lei que
técnicos e de consulta pública. Requisitos previu o modo de financiamento dos gastos
prévios não satisfeitos. Nulidade do ato com as unidades de conservação da natureza.
pronunciada. Ofensa a direito líquido e certo. De igual forma, não há violação ao princípio da
separação dos Poderes, por não se tratar de
Antes da criação de uma UC, será possível a delegação do Poder Legislativo para o
instituição de limitações administrativas Executivo impor deveres aos administrados
provisórias durante o trâmite dos estudos
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3. Tal obrigação, aliás, independe do fato de ter compensação anteriormente realizada ainda na
sido o proprietário o autor da degradação fase de implantação do projeto.
ambiental, mas decorre de obrigação propter
rem, que adere ao título de domínio ou posse. (REsp 896.863, j. 19.05.2011).
Precedente: (AgRg no REsp 1206484/SP, Rel.
Min. Humberto Martins, 2.ª T. j. 17.03.2011, IMPRESCRITIBILIDADE DA PRETENSÃO
DJe 29.03.2011).
Uma questão que merece uma análise 5. Tratando-se de direito difuso, a reparação
diferenciada é o regime jurídico de reparação civil assume grande amplitude, com profundas
do dano ambiental em unidades de implicações na espécie de responsabilidade do
conservação, nos casos em que o degradador que é objetiva, fundada no simples
empreendedor já honrou previamente com o risco ou no simples fato da atividade danosa,
pagamento da compensação ambiental de que independentemente da culpa do agente
trata o artigo 36, da Lei 9.985/2000, nos casos causador do dano.
de atividade apta a gerar significativa 6. O direito ao pedido de reparação de danos
degradação ambiental, consoante previsto no ambientais, dentro da logicidade hermenêutica,
EIA-RIMA. está protegido pelo manto da
Entende-se que a resposta demanda uma imprescritibilidade, por se tratar de direito
análise casuística, sendo necessário se inerente à vida, fundamental e essencial à
verificar se o dano ambiental causado foi afirmação dos povos, independentemente de
previsto ou não no EIA-RIMA. Caso a resposta não estar expresso em texto legal.
seja positiva, fica demonstrado que a 7. Em matéria de prescrição cumpre distinguir
compensação ambiental paga pelo proponente qual o bem jurídico tutelado: se eminentemente
do projeto já abarcou o dano ambiental, não privado seguem-se os prazos normais das
sendo possível uma nova responsabilização ações indenizatórias; se o bem jurídico é
civil, sob pena de bis in idem. indisponível, fundamental, antecedendo a
Inclusive, esta também foi a linha de todos os demais direitos, pois sem ele não há
pensamento seguida pelo STJ: vida, nem saúde, nem trabalho, nem lazer ,
3. A compensação tem conteúdo reparatório, considera-se imprescritível o direito à
em que o empreendedor destina parte reparação.
considerável de seus esforços em ações que 8. O dano ambiental inclui-se dentre os direitos
sirvam para contrabalançar o uso de recursos indisponíveis e como tal está dentre os poucos
naturais indispensáveis à realização do acobertados pelo manto da imprescritibilidade
empreendimento previsto no estudo de impacto a ação que visa reparar o dano ambiental.
ambiental e devidamente autorizados pelo
órgão competente. REsp 1.112.117, de 10.11.2009
4. O montante da compensação deve ater-se TEORIA DO RISCO INTEGRAL ?
àqueles danos inevitáveis e imprescindíveis ao “Administrativo. Dano ambiental. Sanção
empreendimento previsto no EIA/RIMA, não se administrativa. Imposição de multa. Execução
incluindo aqueles que possam ser objeto de fiscal.
medidas mitigadoras ou preventivas. 1. Para fins da Lei n.º 6.938, de 31 de agosto
5. A indenização por dano ambiental, por seu de 1981, art. 3.º, entende-se por:
turno, tem assento no artigo 225, § 3.º, da
Carta da República, que cuida de hipótese de I – meio ambiente, o conjunto de condições,
dano já ocorrido em que o autor terá obrigação leis, influências e interações de ordem física,
de repará-lo ou indenizar a coletividade. Não química e biológica, que permite, abriga e rege
há como se incluir nesse contexto aquele que a vida em todas as suas formas;
foi previsto e autorizado pelos órgãos II – degradação da qualidade ambiental, a
ambientais já devidamente COMPENSADO alteração adversa das características do meio
6. Os dois institutos têm natureza distinta, não ambiente;
havendo bis in idem na cobrança de III – poluição, a degradação da qualidade
indenização, desde que nela não se inclua a ambiental resultante de atividades que direta
ou indiretamente:
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Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno § 1º - O Poder Público, com a colaboração da
exercício dos direitos culturais e acesso às comunidade, promoverá e protegerá o
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