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INTERVENÇÕES EM POÇOS
Ao longo da vida produtiva dos poços, geralmente são necessárias outras intervenções
posteriores à completação, designadas genericamente de workover, com o objetivo de manter
a produção ou eventualmente melhorar a produtividade. Sem instalação de sonda, é possível
realizar uma série de operações com cabo, tais como: abertura ou fechamento de sliding sleeves,
substituição de válvulas de gas-lift, registros de pressão, etc. Quando há necessidade de
intervenções com sonda, geralmente essas intervenções visam corrigir:
5 – Produção de areia
AVALIAÇÃO
Avaliação é uma intervenção que tem como objetivo diagnosticar as causas da baixa
produtividade (ou baixa injetividade), ou mesmo avaliar outras zonas que não se encontram em
produção.
RECOMPLETAÇÃO
Visa substituir as zonas que estavam em produção ou colocar novas zonas em produção. Quando
cessa o interesse em se produzir ou injetar em determinada zona, esta é abandonada e o poço
é recompletado para produzir ou injetar em outro intervalo. A recompletação também é
realizada quando se deseja converter um poço produtor em injetor (de água, gás, vapor, etc.),
ou vice-versa.
RESTAURAÇÃO
A produção de óleo com alta RAO acarreta um custo adicional na produção, na separação e no
descarte desta água. Se a zona produtora é espessa, pode-se tamponar os canhoneados com
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cimento ou tampão mecânico, e recanhonear apenas na parte superior, resolvendo o problema
temporariamente.
Tanto o cone de água quanto o fingering são fenômenos altamente agravados pela produção
com elevada vazão. Quando a elevada razão água-óleo não é devida a esses dois fenômenos,
pode-se suspeitar ou de dano no revestimento ou de fraturas mal direcionadas.
Um dano no revestimento pode ser solucionado por uma compressão de cimento ou por um
isolamento com obturadores e/ou tampões. Já uma fratura mal dirigida é um problema de difícil
solução.
Uma razão gás/óleo muito elevada pode ter como causa o próprio gás dissolvido no óleo, o gás
de uma capa de gás ou aquele proveniente de uma outra zona ou reservatório adjacente. Esse
último caso é o produto de uma falha no revestimento, de uma estimulação mal concretizada
ou de falha na cimentação.
Um cone de gás é mais facilmente controlado pela redução da vazão do que o cone de água. Isto
se deve à maior diferença de densidade entre o óleo e o gás do que entre o óleo e a água. O
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fechamento do poço temporariamente é uma técnica recomendada para a retração do cone de
gás ou água.
c) Falhas mecânicas
A localização do vazamento pode ser feita com: perfis de fluxo, perfis de temperatura ou testes
seletivos de pressão usando obturador e tampão mecânico recuperável.
d) Vazão restringida
Um poço que esteja produzindo abaixo do seu potencial pode necessitar de uma restauração.
As restrições ao fluxo podem estar na coluna, nos canhoneados ou no reservatório, nas
proximidades do poço. Geralmente as restrições são causadas por incrustações ou deposições
de parafinas ou asfaltenos, ou ainda por migração de sedimentos do reservatório. Quando a
baixa produtividade é causada pela redução da permeabilidade original é necessário remover
ou ultrapassar o dano. Os métodos mais usuais são o recanhoneio, a acidificação e o
faturamento de pequena extensão.
LIMPEZA
Quando a vazão está sendo restringida devido a um sistema de elevação artificial inadequado
ou com defeito, é necessário substituí-lo. Normalmente os poços são surgentes durante o
período inicial de sua vida produtiva, passando a requerer um sistema de elevação artificial após
algum tempo de produção.
ESTIMULAÇÃO
a) Fraturamento hidráulico
Pode ser definido como um processo no qual um elevado diferencial de pressão, transmitido
pelo fluido de faturamento, é aplicado contra a rocha-reservatório até a sua ruptura. A fratura,
que é iniciada no poço, se propaga através da formação pelo bombeio de um certo volume de
fluido, acima da pressão de faturamento. Para se evitar que a fratura induzida feche ao cessar o
diferencial de pressão aplicado, um agente de sustentação (normalmente areia) é bombeado
com o fluido de fraturamento. Assim, se cria um caminho preferencial de elevada condutividade,
o qual facilitará o fluxo de fluidos do reservatório para o poço e vice-versa.
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Nos fraturamentos de rochas calcárias, em que são utilizadas soluções ácidas como fluido
fraturante, muitas vezes é dispensável o uso de agentes de sustentação. Nesses casos, a
dissolução irregular das faces da fratura formará os canais de alta capacidade de fluxo.
1 – Modifica o modelo do fluxo do reservatório para o poço. O fluxo passa a ser linear dentro da
fratura e nas proximidades e “pseudo-radial” mais distante da fratura. Como se pode deduzir,
uma área maior do reservatório é exposta ao fluxo para o poço. O fluido passa a percorrer
caminhos de muito menor resistência ao fluxo.
3 – Existe ainda a possibilidade de a fratura atingir uma área do reservatório, mais distante do
poço, com melhores condições de permoporosidade.
Além de incrementar o índice de produtividade dos poços, o fraturamento pode contribuir para
o aumento da recuperação final das jazidas.
b) Acidificação
Os tratamentos com ácido são variados: além dos tratamentos matriciais em carbonatos e
arenitos, pode-se efetuar a limpeza de canhoneados obstruídos, limpeza e lavagem de colunas
de perfuração e produção, etc. O fraturamento com ácido também pode ser realizado com
sucesso em formações calcárias.
Geralmente são utilizados o ácido clorídrico e o ácido fluorídrico. O Mud Acid Regular (12% HCl
+ 3% HF) e o HCl a 15% são os mais utilizados.
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A acidificação de matriz somente é efetiva em formações de permeabilidade regular a boa,
obviamente quando a restrição ao fluxo é causada por material solúvel em ácido. Para
formações de baixa permeabilidade, o mais indicado é o fraturamento.
ABANDONO
Quando um poço é retirado de operação, ele deve ser tamponado, de acordo com normas
rigorosas que visam a minimizar riscos de acidentes e danos ao meio ambiente. Se houver a
previsão de retorno ao poço, no futuro efetua-se o abandono temporário. Por exemplo: ao
terminar a perfuração dos poços marítimos, geralmente eles são avaliados e em seguida
abandonados temporariamente até a instalação da plataforma de produção, quando os poços
são completados e colocados em produção.
Quando não se prevê o retorno ao poço, é realizado o abandono definitivo. Exemplos: ao final
da vida produtiva do poço ou quando ele é avaliado como sub-comercial ou seco, logo após a
perfuração. Tanto os abandonos temporários como os definitivos são realizados através de
tampões de cimento (figura 6.32) ou mediante o assentamento de tampões mecânicos (bridge
plugs permanentes – BPPs). A diferença básica é que no abandono definitivo todo o
equipamento de superfície é retirado, enquanto que no abandono temporário o poço
permanece em condição de aceitar futuras intervenções.