Você está na página 1de 94

“ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE LANÇAMENTO DE

DUTOS NO DIMENSIONAMENTO DA ÁREA DE OPERAÇÃO SEGURA”

Rafael Tsuha Fachini

Projeto de Graduação apresentado ao curso de


Engenharia Naval e Oceânica da Escola
Politécnica, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessários á
obtenção do título de Engenheiro Naval e
Oceânico.

Orientador: Carl Horst Albrecht

Rio de Janeiro
Março de 2015

I
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE LANÇAMENTO DE
DUTOS NO DIMENSIONAMENTO DA ÁREA DE OPERAÇÃO SEGURA

Rafael Tsuha Fachini

PROJETO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA


NAVAL E OCEÂNICA APRESENTADO AO DEPARTAMENTO DE
ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA, UFRJ,
COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO TÍTULO
DE BACHAREL EM ENGENHEIRA NAVAL E OCEÂNICA.

Examinada por:

________________________________________________

Prof. Carl Horst Albrecht, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Severino Fonseca da Silva Neto, D.Sc.

________________________________________________

Eng. Mauro Henrique Alves de Lima, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

MARÇO DE 2015

II
Tsuha Fachini, Rafael

Analise da influência dos parâmetros de


lançamento de duto no dimensionamento da área de
operação segura / Rafael Tsuha Fachini. – Rio de
Janeiro: UFRJ, 2015.

XI, 81 p.: il., iv; 29,7 cm.

Orientador: Carl Horst Albrecht

Projeto de Graduação – UFRJ/ POLI/ Engenharia


Naval e Oceânica, 2015.

Referências Bibliográficas: p. 81.

1. SAFOP. 2. Stinger. 3. S-Lay. I. Horst Albrecht,


Carl. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Escola Politécnica, Engenharia Naval e Oceânica. III.
Analise da influência dos parâmetros de lançamento de
duto no dimensionamento da área de operação segura.

III
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de fim de curso a todos os que estiveram comigo ao longo desses 6
anos de curso, a minha família e meus amigos, que sempre me deram todo o apoio e
moral para que eu pudesse concluir esta graduação.

IV
AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família pelo apoio, emocional e financeiro, ao longo de toda a minha
trajetória na graduação. Aos engenheiros e doutores Carlos Alberto Duarte de Lemos e
Allan Carré, pela oportunidade dada para iniciar minha vida profissional, além de todo
suporte técnico e grande aprendizado ao longo do meu período de estágio no CENPES-
PETROBRAS. Aos meus amigos e companheiros de trabalho da Wood Group Kenny
(WGK), os quais me ajudaram a evoluir como profissional e a todos os funcionários e
estudantes do LAMCSO (Laboratório de Métodos Computacionais e Sistemas
Offshore), em especial ao meu orientador Carl Horst Albrecht e aos doutores Mauro
Henrique Alves de Lima Junior e Bruno da Fonseca Monteiro pela grande atenção dada
durante os meses em que estive desenvolvendo este trabalho no laboratório.

V
Resumo do Projeto de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia
Naval e Oceânica da Escola Politécnica, UFRJ, como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Naval e Oceânica.

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE LANÇAMENTO DE


DUTOS NO DIMENSIONAMENTO DA ÁREA DE OPERAÇÃO SEGURA

Rafael Tsuha Fachini

Março/2015

Orientador: Carl Horst Albrecht

Programa: Engenharia Naval e Oceânica

Mais estudos na área de procedimentos de instalação S-lay tem sido demandada nos
dias de hoje tendo em vista as novas descobertas do Pré-Sal e a necessidade de
produção do mercado do petróleo devido ao grande desenvolvimento tecnológico e a
demanda energética do mundo. A importância da questão operacional da instalação S-
Lay tem sido cada vez mais discutida em congressos de tecnologia e conferências sobre
engenharia oceânica. Neste contexto, o presente trabalho aborda um estudo da
influência dos parâmetros de instalação S-Lay no dimensionamento da área de operação
segura (SAFOP), tendo como estudo de caso a barcaça de instalação da PETROBRAS,
a BGL-1.

VI
Abstract of the Course Conclusion Project presented to the Department of Naval and
Oceanic Engineering of the Polytechnic School as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Bachelor in Naval and Oceanic Engineering (B.Sc.)

STUDY OF S-LAY PARAMETERS FOR SAFETY AREA FOR OPERATIONAL’S


(SAFOP) DIMENSIONING

Rafael Tsuha Fachini

March/2015

Advisors: Carl Horst Albrecht

Department: Naval and Oceanic Engineering

More studies in the S -lay installation procedures have been sued today in view of the
new discoveries of pre-salt and the need for production of the oil market due to great
technological development and energy demand in the world. The importance of
operational issue of S -Lay installation has been increasingly discussed in technology
congresses and conferences on subsea and offshore engineering. In this context, this
Course Conclusion Project discusses a study of the influence of S -Lay installation
parameters in the design of safe operating area (SAFOP) and as a case study the barge
PETROBRAS installation, BGL- 1.

VII
Sumário

1. Introdução ................................................................................................................. 1

1.1 Contexto e Motivação ........................................................................................ 1

1.2 Objetivo.............................................................................................................. 2

1.3 Estruturação do relatório .................................................................................... 3

2. Conceitos Gerais sobre Dutos submarinos e Procedimentos de Instalação.............. 4

2.1 Dutos Submarinos .............................................................................................. 4

2.2 Procedimentos de Instalação .............................................................................. 5

2.3 O método S-Lay ............................................................................................... 10

2.4 Equipamentos utilizados para instalação S-Lay ............................................... 11

2.5 Conceito de SAFOP ......................................................................................... 14

3. Modelo SITUA-Prosim .......................................................................................... 15

3.1 Modelo Hidrodinâmico da embarcação ........................................................... 15

3.2 Modelo em elementos finitos do duto .............................................................. 18

4. Critérios de Projeto ................................................................................................. 21

4.1 Critério de deformação na região de OverBend (DNV OS-F101) ................... 21

4.2 Critério de tensão efetiva na região de SagBend (DNV OS-F101) ................. 22

4.3 Critério de Pagamento de Linha (Operacional) ............................................... 23

5. Metodologia de análise ........................................................................................... 24

5.1 Dimensionamento das propriedades do duto ................................................... 25

5.2 Definição das propriedades do Stinger ............................................................ 29

5.3 Definição das propriedades da Máquina de Tração ......................................... 32

5.4 Definição dos casos de Carregamento ............................................................. 33

5.4.1 Carregamento “Quase-Estático” (movimento prescrito) .......................... 33

VIII
5.5 Execução das análises ...................................................................................... 36

5.6 Ferramenta de Pré e Pós processamento das análises ...................................... 37

6. Resultados............................................................................................................... 38

6.1 Análise Estática ................................................................................................ 38

6.1.1 Duto 16 polegadas e a variação do raio do stinger ................................... 41

6.1.2 Duto de 18 polegadas e variação do raio do stinger ................................. 43

6.1.3 Duto de 20 polegadas e variação do raio do stinger ................................. 45

6.1.4 Duto de 22 polegadas e variação do raio do stinger ................................. 47

6.1.5 Duto de 24 polegadas e variação do raio do stinger ................................. 50

6.1.6 Conclusões e comentários sobre as análises estáticas .............................. 52

6.2 Análise Quase estática (movimento prescrito) ................................................ 54

6.2.1 Duto de 16 polegadas e variação do raio do stinger ................................. 55

6.2.2 Duto de 18 polegadas e variação do raio do stinger ................................. 59

6.2.3 Duto de 20 polegadas e variação do raio do stinger ................................. 63

6.2.4 Duto de 22 polegadas e variação do raio do stinger ................................. 67

6.2.5 Duto de 24 polegadas e variação do raio do stinger ................................. 71

7. Conclusão ............................................................................................................... 75

8. Considerações para trabalhos futuros ..................................................................... 76

9. Bibliografia ............................................................................................................. 77

10. Anexo I ................................................................................................................... i

10.1 Pós Processamento dos 15 casos estáticos. ..................................................... i

10.2 Pós Processamento de caso quase estático .................................................... iv

IX
Sumário de Figuras

Figura 1 -Representação de uma barcaça de lançamento (Fonte: www.pbjv.com.my). .. 1

Figura 2-Tela 3-D do SITUA-Prosim. .............................................................................. 2

Figura 3-Representação de um arranjo de dutos submarinos (fonte:


http://www.ideasinmotioncontrol.com). ........................................................................... 4

Figura 4- Disposição das linhas do topo até leito marinho (fonte: JEE pipeline, riser and
subsea engineering). ......................................................................................................... 5

Figura 5-Representação de uma configuração de dutos S-Lay (fonte: JEE pipeline, riser
and subsea engineering).................................................................................................. 10

Figura 6 -Representação do Stinger (fonte: http://www.huismanequipment.com). ....... 11

Figura 7-Disposição dos roletes (em verde) ao longo da BGL-1 (fonte:


http://www.liderroll.com.br/WP/services-view/petrobras-roletes-stinger). ................... 12

Figura 8-Exemplo de um equipamento tensionador (fonte: JEE pipeline, riser and


subsea engineering). ....................................................................................................... 13

Figura 9-Representação esquemática da envoltória de um SAFOP. .............................. 14

Figura 10-Modelo tridimensional BGL-1 e Stinger. ...................................................... 16

Figura 11-Descrição do movimento prescrito em NE realizado no presente trabalho. .. 17

Figura 12-Orientação dos eixos adotada no modelo da BGL-1. .................................... 18

Figura 13-Interface do Situa-Prosim para modelação do duto. ...................................... 19

Figura 14-Interface para geração da malha de elementos finitos do SITUA-Prosim. .... 20

Figura 15-Critério de operação da BGL-1. ..................................................................... 23

Figura 16-Modelo da BGL-1 com Stinger e duto........................................................... 24

Figura 17-Forças atuantes no pipeline devido as forças ambientais .............................. 25

Figura 18- Propriedades do Stinger. ............................................................................... 30

Figura 19-Representação do modelo em elementos finitos do stinger. .......................... 31

Figura 20-Representação da máquina de tração. ............................................................ 32

X
Figura 21-Variação das onze (11) direções do movimento prescrito, considerando
embarcação aproada para a direção Norte verdadeiro (True North). ............................. 34

Figura 22-Casos de carregamento gerados para análise de movimento prescrito. ......... 35

Figura 23 –Metodologia para cálculo do SAFOP (área de Operação segura). ............... 36

Figura 24 – Definição das regiões de interesse para cada um dos 15 modelos gerados. 38

Figura 25 – Queda de patamar da tensão-deformação porque 𝑅𝑠 < 𝑅𝑟. ....................... 49

Figura 26 – descrição gráfica das regiões de over e sagbend (estática) para o duto de 18
polegadas. ....................................................................................................................... 52

Figura 27 – Distribuição de momentos ao longo do duto no stinger [8]. ....................... 53

XI
1. Introdução

1.1 Contexto e Motivação

A indústria Offshore tem se desenvolvido nas últimas décadas em conjunto com novas
tecnologias e a demanda pelo consumo de petróleo no mundo. No cenário brasileiro, as
descobertas de novas reservas petrolíferas ao longo da costa têm refletido positivamente
para a necessidade do avanço e organização de procedimentos de instalação, perfuração,
exploração e produção de Petróleo em lâminas da água cada vez mais profundas.

Neste contexto, o presente trabalho tem foco voltado para instalação de flow lines ao
longo da costa brasileira, em profundidade de 100 metros de profundidade, utilizando-se
uma embarcação chamada BGL-1 (Balsa Guindaste de lançamento 1), da
PETROBRAS, que utiliza procedimento de instalação S-Lay para dutos rígidos
submarinos.

Figura 1 -Representação de uma barcaça de lançamento (Fonte: www.pbjv.com.my).

1
Ao longo dos anos, diversas ferramentas têm sido utilizadas para execução de
análises\simulações voltadas para projetos de instalação S-Lay na BGL-1 com o intuito
de prever o comportamento estrutural do duto rígido em meio aos carregamentos
ambientais, como onda, corrente e vento, permitindo assim uma operação de instalação
segura para toda tripulação.

A execução destas simulações tem se mostrado cada vez mais importante, tendo em
vista as condições ambientais adversas encontradas pela tripulação durante a instalação
e a falta de um procedimento teórico robusto o bastante para assegurar uma operação
sem a possibilidade de erros e acidentes graves com a tripulação e com os equipamentos
utilizados no procedimento.

1.2 Objetivo

O objetivo do presente trabalho é a avaliação/estudo da influência do raio de curvatura


da rampa stinger e diâmetro do duto na zona/área de operação segura, o SAFOP
(safety area for operation), utilizando como ferramenta metodológica o módulo
PetroPipe do sistema SITUA-Prosim desenvolvido pelo LAMCSO (Laboratório de
Métodos Computacionais e Sistemas Offshore), do PEC/COPPE/UFRJ.

Figura 2-Tela 3-D do SITUA-Prosim.

2
1.3 Estruturação do relatório

O Capítulo 2 apresenta Conceitos gerais sobre dutos submarinos, como a descrição dos
tipos, funcionalidades e os métodos empregados para a instalação de dutos rígidos. No
Capítulo 3 há uma breve contextualização do modelo teórico que será utilizado como
base para a metodologia de execução das simulações, como o método de instalação S-
Lay, além de informações gerais/genéricas sobre os equipamentos utilizados durante o
procedimento de instalação. No final do capítulo 3 é apresentado o modelo da
embarcação de lançamento modelada no Software SITUA-Prosim e uma breve
explicação teórica sobre o mesmo (elementos finitos e hidrodinâmica do modelo)

No Capítulo 4 são apresentados os critérios de análise, normas/regulamentos da DNV


(Det Norske Veritas) relevantes para o presente trabalho, além de um critério
operacional particular da BGL-1 que foram considerados no pós processamento dos
resultados das análises executadas. O Capítulo 5 inicia-se com uma descrição sucinta
sobre o software SITUA-Prosim seguido da definição dos elementos parametrizados ao
longo do modelo, como a definição das propriedades dos dutos e as particularidades dos
três (3) Stingers utilizados. Neste mesmo capítulo define-se os casos de carregamento e
quais análises serão feitas de acordo com o estudo de caso apresentado neste projeto.

Os Capítulo 6 apresenta os resultados das simulações assim como os comentários e


conclusões pertinentes acerca das análises realizadas durante o desenvolvimento do
presente projeto

3
2. Conceitos Gerais sobre Dutos submarinos e
Procedimentos de Instalação

2.1 Dutos Submarinos

Flow Lines ou dutos submarinos são responsáveis pelo escoamento de fluidos (água,
óleo ou gás) por grandes distâncias Horizontais. Eles são responsáveis pela conexão
entre poços até os manifolds, plataforma e cabeça de poço, entre outras interligações
submarinas.

Figura 3-Representação de um arranjo de dutos submarinos (fonte:


http://www.ideasinmotioncontrol.com).

4
2.2 Procedimentos de Instalação

Para o procedimento de instalação de Flow-lines existem 3 tipos mais comuns: J-Lay,


Reel-Lay e S-Lay os quais serão brevemente apresentados a seguir. A Figura 4
representa de forma esquemática os principais disposições das linhas que estão sendo
instaladas.

Figura 4- Disposição das linhas do topo até leito marinho (fonte: JEE pipeline, riser and
subsea engineering).

O método J-Lay é utilizado para lâminas da água profundas e ultra profundas de modo
a minimizar as forças horizontais de topo e no fundo (contato do duto com o solo
marinho). Na tabela abaixo encontram-se vantagens e desvantagens da utilização do
método J-Lay [1]

Tabela 1-Vantagens e desvantagens da aplicação do método de instalação J-Lay.

Método J-Lay

É aconselhável sua utilização para


Vantagem instalações em lâminas da água ultra
profundas.

5
Método J-Lay

Garante instalação de todos os diâmetros


Vantagem
de dutos.

Maior controle de flexão no duto e maior


Vantagem
controle do Lay-out de instalação

TDP fica relativamente próximo a


Vantagem barcaça de instalação, fato que torna mais
fácil seu direcionamento.

Algumas embarcações requerem a


Desvantagem instalação de colares/suportes especiais
para a instalação J-Lay

Se para uma mesma rota de instalação a


lâmina da água ficar rasa, o ângulo em
relação a horizontal da torre de instalação
Desvantagem J-Lay deve ser diminuído. Caso a rota de
instalação passe por águas muito rasas
(200 m) a embarcação deve ser capaz de
executar a instalação S-lay e J-Lay.

O método S-Lay é utilizado para lâminas da água mais rasas e serve para realizar a
instalação de todos os tipos de pipeline. As vantagens e desvantagens deste método
estão apresentadas na tabela a seguir.

6
Tabela 2- Vantagens e desvantagens da aplicação do método de instalação S-Lay.

Método S-Lay

Todas as soldagens são feitas na posição


Vantagem horizontal de forma a ser mais produtivo
se comparado ao método J-Lay.

É adequado para instalação de todos os


Vantagem
diâmetros de dutos.

Pode manejar facilmente pequenos


acessórios dos dutos, no entanto não é
possível a instalação de dutos com
Vantagem/Desvantagem
grandes estruturas acopladas uma vez que
há restrições devido a geometria do
Stinger.

Buckle arrestors irão induzir maiores


Vantagem concentrações de tensão nas regiões
próximas ao Stinger.

A rotação axial da linha é constante


Desvantagem
durante esse tipo de instalação.

Requer a presença de uma máquina de


tração para manter a linha tracionada
Desvantagem
durante todo o procedimento de
instalação.

7
Já no método Reel-Lay o duto é soldado on-shore e transportado em “bobinas”(reels) o
que faz com que haja uma restrição de diâmetro e de tipo de solda. A instalação é
realizada com um duto sob ângulos de 70° em relação ao leito marinho e o
procedimento é rápido se comparado aos demais métodos. Vantagens e desvantagens da
aplicação do método são mostradas na tabela a seguir.

Tabela 3 -Vantagens e desvantagens da aplicação do método de instalação Reel-Lay.

Método Reel-Lay

Todas as soldagens são feitas on-shore,


Vantagem minimizando a necessidade de soldagens
em ambiente Offshore.

É adequado para instalação de dutos de


pequeno diâmetro e com razão Diâmetro
Vantagem espessura de aço pequenos, ou seja que
possuam menores raio mínimo de flexão
(Minimum Bending Radius ou MBR)

Se todos os pipelines puderem ser


colocados a bordo uma campanha de
Vantagem
instalação tem-se uma campanha de
instalação muito rápida.

Se a rota for longa ou o diâmetro do duto


for relativamente grande todos os dutos
Desvantagem podem não caber na embarcação e nesse
caso a embarcação deverá recarregar e
voltar para o procedimento de instalação.

8
Método Reel-Lay

Grandes deformações ocorrem no


Desvantagem pipeline (3 á 5%) devido ao enrolamento
na bobina.

Acessórios estruturais de linha são


Desvantagem tipicamente difíceis de manusear e de
instalar.

9
2.3 O método S-Lay

O método de instalação que será abordado no presente trabalho será o S-Lay, visto que a
embarcação BGL-1 opera em regiões de lâminas da água que variam de 10 a 130
metros.

S-Lay consiste em apoiar o duto a ser instalado sobre a unidade de instalação por meio
de tracionadores e sua transição entre unidade flutuante-mar se dá por meio de uma
estrutura treliçada, o stinger. O nome S-lay se dá devido a geometria “em s” da
configuração durante o procedimento.

Figura 5-Representação de uma configuração de dutos S-Lay (fonte: JEE pipeline, riser
and subsea engineering).

Como ilustrado na Figura 5, a disposição da linha ao ser instalada possui uma região
reta ao longo do contato com o convés da embarcação, passando para uma região de
overbend na transição entre embarcação e mar por meio do stinger. Devido ao apoio
com o solo marinho, a curvatura do duto irá inverter-se de modo a estabelecer, após o
ponto de inflexão, uma disposição de sagbend até chegar no TDP (touch down point),
i.e, o ponto de contato com o solo marinho.

10
2.4 Equipamentos utilizados para instalação S-Lay

Os 3 principais equipamentos utilizados durante uma instalação S-lay serão


sucintamente explicados a seguir.

 Stinger: trata-se de uma rampa que tem como objetivo fazer a transição do duto
entre embarcação e mar. É basicamente composta de uma estrutura metálica
treliçada que consegue resistir aos esforços fletores imprimidos pelo duto ao ser
instalado.

Figura 6 -Representação do Stinger (fonte: http://www.huismanequipment.com).

11
 Roletes do Stinger: Os roletes do Stinger são os pontos de contato do duto com
o Stinger. Através deles são transferidos os esforços do duto para a estrutura em
treliça durante o procedimento de instalação. A Figura 7 mostra uma disposição
típica dos roletes.

Figura 7-Disposição dos roletes (em verde) ao longo da BGL-1 (fonte:


http://www.liderroll.com.br/WP/services-view/petrobras-roletes-stinger).

A representação do modelo de roletes no SITUA-Prosim se dá por meio de um


de seus módulos, chamado de Petropipe, que é responsável pela criação do
modelo que representa por meio de elementos finitos a função de cada rolete e
de seu respectivo berço (conjunto de roletes).

12
 Máquina de tração: É um equipamento semelhante a um “puxador” que tem
como objetivo manter o duto tracionado durante a sua instalação instalado sem
que haja falhas estruturais e a consequente perda do mesmo.

Figura 8-Exemplo de um equipamento tensionador (fonte: JEE pipeline, riser and


subsea engineering).

A modelação de um tracionador, no SITUA-Prosim, assim como dos roletes, se


dá por meio do módulo Petropipe, definido seu comprimento, inclinação e os
patamares da tração imposta ao duto durante a operação de instalação. O modelo
de elementos finitos do tracionadosr funciona como um elemento escalar
generalizado, i.e., uma mola que tem como objetivo trabalhar (alongar-se ou
comprimir-se) de modo a manter a tensão de instalação da linha, ou pelo menos
manter um patamar de tensões. Para barcaças de instalação S-Lay, os
tracionadores operam geralmente entre +25% e -10% do patamar de tração
escolhido para o procedimento de instalação. Estes valores foram os adotados
para a modelação no SITUA-Prosim

13
2.5 Conceito de SAFOP

O SAFOP, em inglês, “Safety Area for operation”, trata-se de uma área na qual a
operação de instalação de dutos pode ser realizada de maneira segura, i.e., de modo que
a segurança da tripulação e do duto a ser instalado seja mantida. O conceito necessário
para o desenvolvimento do SAFOP estudado no presente trabalho, como será descrito
na seção 5, é relativamente simples, basta mover a embarcação em determinada direção
para saber em qual instante de tempo um dos critérios de projeto (ver seção 4) será
extrapolado.

Esta mesma análise deverá ser feita para várias direções de modo a construir uma
envoltória de valores que representam o SAFOP.

Figura 9-Representação esquemática da envoltória de um SAFOP.

14
3. Modelo SITUA-Prosim

O modelo teórico abortado no presente projeto deve englobar a hidrodinâmica da


embarcação BGL-1, que é composto pelo RAO e coeficientes hidrodinâmicos
necessários para definir as forças hidrodinâmicas no casco devido a ação de onda e o
modelo, em elementos finitos, da rampa Stinger (elemento de treliça) e do duto para
instalação (pórtico). O mesmo será representado utilizando o software SITUA-Prosim e
módulo PetroPipe, responsável pela modelação em elementos finitos, dos equipamentos
de instalação.

3.1 Modelo Hidrodinâmico da embarcação

O modelo Hidrodinâmico da embarcação é basicamente composto pelos coeficientes


hidrodinâmicos da embarcação com dados oriundos de algum software gerador da
resposta da embarcação sujeita a uma onda de altura unitária (1 m) incidente em
diversas direções, formando o RAO (Response amplitude operator) do sistema flutuante
em estudo. A barcaça de instalação BGL-1 tem as seguintes características:

Tabela 4-Dados da barcaça de lançamento BGL-1.

Comprimento (m) Pontal (m) Boca (m) Calado (m)

144.22 8.534 30.48 5.182

O modelo tridimensional juntamente com o stinger pode ser observado a seguir:

15
Figura 10-Modelo tridimensional BGL-1 e Stinger.

Para a execução apenas de análises de movimento prescrito, onde a embarcação é


deslocada sob a ação de uma velocidade constante os coeficientes hidrodinâmicos não
são necessários, uma vez que não há ondas incidindo na embarcação durante as análises.
No presente trabalho a embarcação a velocidade deste movimento prescrito adotada é de
0.1 metros por segundo (m/s) ao longo de 100 segundos, totalizando uma distância de
10 m percorrida pela BGL-1.

Já para análise dinâmica considerando carregamentos ambientais de onda, seja irregular


(descrição estatística do mar) ou regular (teoria de Airy) os coeficientes hidrodinâmicos
serão considerados no cálculo das equações do movimento. No presente trabalho não
serão realizadas análises dinâmicas, apenas análises quase-estáticas, i.e., apenas
movimento prescrito, sem a ação de forças dinâmicas.

16
Figura 11-Descrição do movimento prescrito em NE realizado no presente trabalho.

A orientação dos eixos adotada no modelo SITUA-Prosim da BGL-1 é apresentada a

seguir pela

Figura 12.

17
Figura 12-Orientação dos eixos adotada no modelo da BGL-1.

3.2 Modelo em elementos finitos do duto

O modelo de elementos finitos utilizado para representar os dutos rígidos modelados no


presente trabalho é o elemento de pórtico, visto que ele o é o mais indicado uma vez que
considera 6 (seis) graus de liberdade por nó, i.e, translação e rotação ao longo dos três
eixos coordenados X, Y, e Z. Com este tipo de elemento é possível considerar a rigidez
á flexão das linhas, de modo a representar linhas cuja rigidez á flexão é representativa,
tais como risers rígidos e flexíveis [5].

18
Figura 13-Interface do Situa-Prosim para modelação do duto.

No presente trabalho os dutos foram modelados com uma a malha de elementos finitos
de comprimento igual a 1 (um) metro na região do tracionador e barcaça. Na região de
stinger (over bend) optou-se por uma malha de 2 metros de comprimento. Finalmente
para a região do Sagbend, TDP até o ponto de âncora optou-se por uma malha de 4
metros de comprimento (Figura 14), visto que não houve necessidade de uma
discretização muito grande devido ao raio de curvatura elevado nesta região de fundo.

19
Figura 14-Interface para geração da malha de elementos finitos do SITUA-Prosim.

20
4. Critérios de Projeto

Para que o procedimento de instalação seja realizado de maneira segura e a integridade


do duto seja assegurada adotou-se para este projeto dois critérios simplificados da
DNV-OS-F101 (Submarine Pipeline Systems – October 2013), além de levar em conta
um critério operacional particular da BGL-1, como descritos a seguir.

4.1 Critério de deformação na região de OverBend (DNV OS-F101)

A DNV (Det Norsk Veritas) Considera valores limites para as deformações na região
de OverBend de acordo com o tipo de análise a se executar. Para análise estática, os
cálculos da norma levam em consideração os momentos atuantes no duto, forças axiais
e carregamento devido a ação dos roletes. Já para a dinâmica, o critério leva em
consideração todos os efeitos de carregamento mecânico no duto. A Tabela 5 a seguir
apresenta o critério em relação aos valores de deformação total do duto.

Tabela 5-Tabela para critério de deformação na Região de OverBend (DNV-OS-F101).

Critério de overbend
Critério
X70 X65 X60 X52

Estática 0.27% 0.25% 0.23% 0.21%

Dinâmica 0.33% 0.31% 0.29% 0.26%

21
4.2 Critério de tensão efetiva na região de SagBend (DNV OS-F101)

Já para a região de SagBend a DNV (Det Norsk Veritas) considera valores limites das
Tensões. Tanto para a análise estática quanto para a dinâmica a norma considera um
valor mínimo para a tensão equivalente igual a 87% da tensão de escoamento do Duto
a ser instalado.

𝜎𝑒𝑞 = 0.87 ∗ 𝜎𝑦

Define-se como tensão equivalente a tensão de Von Mises. O SITUA-Prosim efetua o


cálculo da tensão equivalente considerando as parcelas de Tensão “circunferencial”
(𝝈𝒉) (Hoop tension, devido ao gradiente de pressão interna e externa), Longitudinal
axial (𝝈𝒍 ) e uma tensão devido a momentos fletores e tensão radial (). A grosso
modo, a equação de Von Mises será dada por:

𝜎𝑒𝑞 = √𝜎𝑙 2 + 𝜎ℎ 2 − 𝜎𝑙 ∗ 𝜎ℎ + 3 ∗ 2

22
4.3 Critério de Pagamento de Linha (Operacional)

O terceiro e último critério para análise consiste em um critério operacional particular


da embarcação BGL-1 em relação as restrições de suas estações trabalho (i.e, as
estações de solda). O mesmo estabelece que o movimento relativo de um ponto da linha
em relação a embarcação não poderá exceder 2 metros de deslocamento na direção
longitudinal da embarcação (dois metros é a distância entre as estações de trabalho da
BGL-1, ver Figura 15) de modo que não prejudique a soldagem e interfira portanto no
comportamento estrutural do duto a ser instalado. Vale ressaltar que a função da
máquina de tração é trabalhar de modo a manter a tração da linha, através do pagamento
ou recolhimento da mesma, que varia de acordo com a configuração s-lay do duto
durante sua instalação.

Figura 15-Critério de operação da BGL-1.

23
5. Metodologia de análise

Neste capítulo apresentaremos os parâmetros do modelo a serem variados e suas


respectivas propriedades utilizadas para modelação no software Situa-Prosim.
Basicamente, o caso a ser analisado é composto pela barcaça de instalação (BGL-1), um
duto a ser instalado (16, 18, 20, 22 e 24 polegadas de diâmetro), Stinger (150, 200 e 250
m de raios) e máquina de tração, que irá realizar instalação do tipo S-Lay sobre uma
profundidade fixa de 100 metros.

Figura 16-Modelo da BGL-1 com Stinger e duto.

24
5.1 Dimensionamento das propriedades do duto

Para garantir que o estudo de parametrização do diâmetro de duto represente de maneira


consistente as propriedades que devem ser consideradas para a síntese do modelo do
SITUA, como volume submerso e Peso por Comprimento, foram selecionados dados
como diâmetro externo, espessuras de paredes (aço, concreto e revestimentos
corrosivos) de modo que o duto estivesse dentro dos limites de estabilidade estática
absoluta, de acordo com as regras previstas pela norma DNV-RP-F109 [2].

A estabilidade Estática absoluta garante que as cargas ambientais atuantes no duto


sejam menores do que as forças de resistência do solo, ou seja, garanta que o duto não
irá se mover devido as cargas hidrodinâmicas nele atuantes.

Figura 17-Forças atuantes no pipeline devido as forças ambientais

Vale ressaltar que, além da estabilidade estática absoluta, existem mais duas
metodologias para garantir que o duto a ser projetado esteja de acordo para operar com
segurança, o método da estabilidade generalizada (Estabilidade estática com
pequenos deslocamentos) e Análise Dinâmica de estabilidade (Estabilidade
considerando carregamentos dinâmicos e movimentos da linha devido a esse histórico
de carregamentos), estas não foram abordadas no escopo deste trabalho. A Tabela 6
mostra os diâmetros mais utilizados na indústria.

25
Tabela 6-Em verde os valores usuais para o diâmetro dos dutos.

Pipe Outer Diameter (inches;polegadas)


Tipos de Linhas
6 5/8 8 5/8 10 ¾ 12 ¾ 14 16 18 20 22 24

Produção (wet insulation)


Produção (PIP inner D)
Produção (PIP outer D)
Injeção de água
Injeção de gás
Serviço
Exportação de gás
Exportação de óleo

No presente trabalho serão estudados os dutos de 16, 18, 20, 22 e 24 polegadas de


diâmetro externo. O aço escolhido para o cálculo das propriedades físicas do duto foi o
X60. Á seguir encontram-se as formulações matemáticas utilizadas para o cálculo
dessas propriedades.

𝑁
𝜌𝑠 = 76812.30 (𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑎ç𝑜)
𝑚3

ʋ = 0.3 (𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑖𝑠𝑠𝑜𝑛)

𝐸 = 207𝐺𝑃𝑎 (𝑀ó𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒)

𝐸
𝐺= = 79.61𝐺𝑃𝑎 (𝑀ó𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 )
2. (1 + ʋ)

𝑓𝑦 = 414𝑀𝑃𝑎 (𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙, 𝐴𝑃𝐼[3])

𝑓𝑢 = 517𝑀𝑃𝑎 (𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 ú𝑙𝑡𝑖𝑚𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙, 𝐴𝑃𝐼[3])

26
Para todos os diâmetros de duto estudados utilizou-se uma camada de concreto de
densidade:

𝑁
𝜌𝑐 = 21974 (𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜)
𝑚3

Optou-se por fixar a espessura da parede de aço X60 no valor de 0.607 polegadas
(0.01541 m) para os dutos de diferentes diâmetros, deste modo:

𝑡𝑠 = 0.01541 𝑚 (𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑎ç𝑜)

A partir das informações anteriores, o cálculo do diâmetro interno do duto se dá pela


fórmula:

𝑑𝑠 = 𝐷𝑠 − 2. 𝑡𝑠

Onde:

𝑑𝑠 → 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 (𝑚)

𝐷𝑠 → 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 (𝑚)

𝑡𝑠 → 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑑𝑢𝑡𝑜 (𝑚)

Deste modo a área da seção transversal de aço pode ser calculada por:

𝜋
𝐴𝑠 = . (𝐷𝑠 2 − 𝑑𝑠 2 ) (𝑚2 )
4

A espessura de concreto (𝑡𝑐 ), em metros, foi escolhida de modo que o duto atingisse a
estabilidade absoluta de acordo com [2]. A área de concreto será dada pela fórmula a
seguir:

𝜋
𝐴𝑐 = . ((𝐷𝑠 + 2. 𝑡𝑐 )2 − (𝐷𝑠 )2 ) (𝑚2 )
4

27
O cálculo do peso específico do duto, para entrada no SITUA-Prosim, é descrita pela
fórmula:

(𝐴𝑠 . 𝑡𝑠 − 𝐴𝑐 . 𝑡𝑐 )
𝑃𝐸𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑜 𝐷𝑢𝑡𝑜 =
𝐴𝑠

A Tabela 7 mostra as dimensões principais dos dutos utilizados, assim como as


espessuras e pesos específicos utilizados para síntese dos modelos no SITUA-Prosim.

Tabela 7-Propriedades utilizadas para os cinco (5) diâmetros de dutos considerados para
a análise paramétrica.

Espessura Espessura
Peso
Diâmetro Diâmetro Diâmetro Diâmetro da parede da parede
Expessura Expessura Expessura específico
Externo Externo Interno Interno de de
(pol) (m) (mm) do duto
(pol) (m) (pol) (m) concreto concreto
(KN/m3)
(pol) (mm)

16 0.406 0.607 0.015 15.418 14.786 0.376 1.417 36.000 134.86

18 0.457 0.607 0.015 15.418 16.786 0.426 1.969 50.000 158.62

20 0.508 0.607 0.015 15.418 18.786 0.477 2.756 70.000 193.87

22 0.559 0.607 0.015 15.418 20.786 0.528 2.953 75.000 201.49

24 0.610 0.607 0.015 15.418 22.786 0.579 3.250 82.550 213.86

28
5.2 Definição das propriedades do Stinger

Na presente seção serão definidas e relatadas as propriedades de cada um dos três (3)
stingers modelados para a execução das análises paramétricas de variação do raio de
curvatura desta estrutura de transição do riser entre barcaça e mar.

Os raios de stinger (Rs) considerados serão de 150, 200 e 250 metros. Adotou-se que,
para quase todos os modelos, o raio da rampa do stinger deveria ser igual ao raio do
stinger (com exceção do modelo com Rs = 150 e diâmetro de 22 e 24 polegadas, em
que adotou-se raios de rampa iguais a 300 m, como será visto na seção 6.1.4 e 6.1.5),
desta forma:

𝑅𝑟 = 𝑅𝑠

Optou-se por fixar algumas propriedades do stinger e variar somente seu raio. Deve-se
notar que para os trechos curvo e reto, pertencentes a rampa do stinger, fixou-se seus
comprimentos em 36 e 32 metros, respectivamente, enquanto que o stinger ficou com
um comprimento igual a 60 metros. Com base em dados da barcaça de instalação,
adotou-se uma inclinação para o trecho reto (ϴ) de 0.4°, como descrito pela Figura 18.

29
Figura 18- Propriedades do Stinger.

Para modelação do Stinger, forma utilizadas as seguintes dimensões para todos os raios
de curvatura analisados:

Rampa do Stinger
Espaçamento entre berços (m):
Trecho curvo 8
Trecho reto 6
Stinger
Espaçamento entre roletes (m):
1.5

30
Figura 19-Representação do modelo em elementos finitos do stinger.

31
5.3 Definição das propriedades da Máquina de Tração

Como descrito na seção 2.4 a máquina de tração é responsável pela manutenção de um


determinado patamar de tensão de modo a garantir a disposição do duto em “S” durante
sua instalação. No SITUA-Prosim, a representação deste equipamento é feita por meio
de elementos finitos com um elemento chamado de escalar generalizado, que é
basicamente uma mola que se deforma com o intuito de manter a tração de topo da
linha.

Figura 20-Representação da máquina de tração.

Durante a instalação a variação de tração provocada pela ação de carregamentos


dinâmicos como onda, corrente e vento faz com que a máquina trabalhe. Durante as
análises do projeto, como será visto nas seções a seguir, o critério operacional de
pagamento de linha irá avaliar se a deformação do elemento escalar generalizado foi
igual ou maior do que 2 metros, que é a distância entre as estações de solda.

32
5.4 Definição dos casos de Carregamento

Nesta seção serão definidas as condições e casos de carregamento “quase-estático”


(apenas movimento prescrito) a serem implementadas nas análises deste projeto.

5.4.1 Carregamento “Quase-Estático” (movimento prescrito)

Os parâmetros de carregamento estático do modelo a serem considerados são Diâmetro


do duto e Raio do Stinger. Para cada combinação gerada de modelo da embarcação
serão impostos movimentos prescritos de 10 metros em 11 direções distintas
(descritas na Tabela 8) de modo que se possa avaliar quais são os máximos Offsets que
a BGL-1 poderá suportar sem que haja qualquer dano estrutural no duto analisado e que
o critério operacional não seja extrapolado. Ainda nesta tabela DX significa o
movimento total da embarcação na direção X do eixo global (apontado para o Norte) e
DY o movimento total da embarcação na direção Y global (apontado pra o Oeste).

Tabela 8-Direções de offset considerados na análise.

Ângulo com
Direção DX (m) DY (m)
Norte (°)
NNE 22.50 9.24 -3.83

NE 45.00 7.07 -7.07

NEENE 56.25 5.56 -8.31

ENE 67.50 3.83 -9.24

ENEE 78.75 1.95 -9.81

E 90.00 0.00 -10.00

EESE 101.25 -1.95 -9.81

ESE 112.50 -3.83 -9.24

ESESE 123.75 -5.56 -8.31

SE 135.00 -7.07 -7.07

SSE 157.50 -9.24 -3.83

33
A embarcação, representada no modelo do SITUA-Prosim, estará com a proa
direcionada para a região Norte, como esquematizado na Figura 21 a seguir.

Figura 21-Variação das onze (11) direções do movimento prescrito, considerando


embarcação aproada para a direção Norte verdadeiro (True North).

34
Um total de 165 casos de carregamento foram gerados para análise de movimento
prescrito, como mostrado abaixo:

Figura 22-Casos de carregamento gerados para análise de movimento prescrito.

Deste modo a síntese de 15 modelos foram necessárias para representar a variação do


raio do stinger (3 valores) e diâmetro do duto (5 valores).

35
5.5 Execução das análises

A síntese dos modelos e execução de todas as análises passaram pela seguinte


metodologia:

Figura 23 –Metodologia para cálculo do SAFOP (área de Operação segura).

O cálculo do SAFOP é relativamente simples, após a execução das análises de


movimento prescrito, para cada direção do movimento prescrito, encontra-se o tempo
mínimo (tcritico) em que um dos três critérios de projeto descritos na seção 4 foi
excedido. Calculamos então a distância em que a barcaça percorreu neste tempo mínimo
(dmáxima).

𝑑𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 𝑉𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑐𝑟𝑖𝑡𝑜 . 𝑡𝐶𝑟𝑖𝑡𝑖𝑐𝑜

Onde: 𝑉𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑐𝑟𝑖𝑡𝑜 = 0.1 m/s

Após a execução das análises e cálculo do SAFOP’s iremos comparar os resultados das
análises considerando as variações paramétricas feitas e a influência da variação do raio
do stinger na definição do SAFOP.

36
5.6 Ferramenta de Pré e Pós processamento das análises

Ao longo do projeto, houve a necessidade de desenvolver uma ferramenta para o pré e


pós processamento de cada condição de carregamento quase estático, i.e., para a geração
e tratamento de resultados de saída do software SITUA-Prosim.

Para tal objetivo, utilizou-se a linguagem Python e o auxílio das bibliotecas NumPy [6]
(Numeric Python) e XlsxWriter 0.6.6 [7], de modo a criar um código capaz de realizar a
geração de modelos, arquivos batch, processamento de dados e criação de planilhas e
gráficos no Excel para automatizar o processo.

Os códigos são abertos e encontram-se no Anexo I ao final deste relatório.

37
6. Resultados

6.1 Análise Estática

Após a síntese dos modelos no SITUA-Prosim se faz necessária a definição das regiões
de sag e over-bend para avaliação correta dos critérios descritos pelas seções 4.1 e 4.2.
Na figura e tabela abaixo se encontram as definições destas duas regiões de interesse
para cada um dos modelos.

Figura 24 – Definição das regiões de interesse para cada um dos 15 modelos gerados.

Na tabela Tabela 9 estão descritos as regiões de sag e overbend para cada um dos 15
modelos gerados para análise estática, nota-se que os valões, em metros, destas duas
grandezas são em relação a distância da Âncora, de acordo com o definido na Tabela 9.

38
Tabela 9 – Definição das regiões de sab e overbend para as 15 análises estáticas.

Diâmetro (pol) 16 pol


Rs (m) 150 200 250
Overbend (m) 1508~1593 1508~1593 1503~1593
SagBend (m) 1201~1508 1079~1508 971~1503
Diâmetro (pol) 18 pol
Rs (m) 150 200 250
Overbend (m) 1512~1593 1503~1593 1503~1593
SagBend (m) 1164~1512 1117~1503 1008~1503
Diâmetro (pol) 20 pol
Rs (m) 150 200 250
Overbend (m) 1496~1593 1496~1593 1496~1593
SagBend (m) 1253~1496 1153~1496 1030~1496
Diâmetro (pol) 22 pol
Rs (m) 150 200 250
Overbend (m) 1503~1593 1498~1593 1500~1593
SagBend (m) 1228~1503 1136~1498 1022~1500
Diâmetro (pol) 24 pol
Rs (m) 150 200 250
Overbend (m) 1507~1607 1497~1607 1501~1607
SagBend (m) 1201~1507 1125~1497 1008~1501

A seguir são apresentados os resultados da análise estática considerando os 15 modelos


gerados variando-se o raio do Stinger e diâmetro do duto. As trações consideradas para
cada modelo são descritas pela

Tabela 10 a seguir.

Tabela 10 – Trações de topo consideradas para a máquina de tração dos modelos.

Diâmetro (pol) 16 pol


Rs (m) 150 200 250
Tração da
763.90 1360.00 2000.00
Máquina (kN)
Diâmetro (pol) 18 pol
Rs (m) 150 200 250
Tração da
850.00 1600.00 2500.00
Máquina (kN)
Diâmetro (pol) 20 pol
Rs (m) 150 200 250
Tração da 1100.00 1950.00 3100.00

39
Máquina (kN)
Diâmetro (pol) 22 pol
Rs (m) 150 200 250
Tração da
1450.00 2350.00 3800.00
Máquina (kN)
Diâmetro (pol) 24 pol
Rs (m) 150 200 250
Tração da
2800.00 2650.00 4500.00
Máquina (kN)

40
6.1.1 Duto 16 polegadas e a variação do raio do stinger

Para o duto de 16 polegadas variou-se o raio do stinger nos valores 150, 200 e 250 m e
avaliou-se, segundo os critérios da DNV OS-F101 [5] descritos na seção 4.1 e 4.2 os
valores da tensão de Von Mises e a deformação para estas configurações, como
mostrado no Gráfico 1 e 2 a seguir.

Configuração Estática - Duto 16 pol


150 m 200 m 250 m DNF-F-101-VM

400000

350000

300000
Von Mises (KN/m2)

250000

200000

150000

100000

50000

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

Distância da Âncora (m)

Gráfico 1 – Valores de tensão de Von Mises para Duto de 16 polegadas.

41
Configuração Estática - Duto 16 pol
150 m 200 m 250 m DNF-F-101-Deformação

0,0025

0,002
Deformação (-)

0,0015

0,001

0,0005

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)

Gráfico 2 – Valores de deformação para Duto de 16 polegadas.

Nestes três modelos vale ressaltar que as tensões e deformações atingem seu valor
máximo em um ponto que está localizado no Stinger (Von Mises= 338893.2 KPa).
Observa-se que o ponto localizado a uma distância horizontal de 1508.96 m da âncora é
o local mais próximo do ponto de inflexão da configuração S-Lay, por isso há uma
queda acentuada da tensão. Os patamares mais baixos para os valores de tensão e
deformação, para os 3 raios do stinger estudados se encontram na região compreendida
entre o ponto de âncora e o TDP da configuração do duto.

Vale ressaltar que o duto submetido ao menor raio de stinger (Rs = 150 m) foi o que
apresentou maiores valores de tensão na região de overbend, uma vez que os menores
raios de curvatura provocam aumento de tensão significativo devido a um maior
momento fletor.

Observa-se que tanto os critérios de tensão (para sagbend) e de deformação (overbend)


encontram-se dentro dos limites de normas da DNV [5].

42
6.1.2 Duto de 18 polegadas e variação do raio do stinger

Analogamente ao duto de 16 polegadas, para o de 18 polegadas variou-se o raio do


stinger nos valores 150, 200 e 250 m e avaliou-se, segundo os critérios da DNV OS-
F101 [5] descritos na seção 4.1 e 4.2 os valores da tensão de Von Mises e a deformação
para estas configurações, como mostrado no Gráfico 3 e 4 a seguir.

Configuração Estática - Duto 18 pol


150 m 200 m 250 m DNF-F-101-VM

400000

350000
Von Mises (KN/m2)

300000

250000

200000

150000

100000

50000

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

Distância da Âncora (m)

Gráfico 3 – Valores de tensão de Von Mises para Duto de 18 polegadas.

43
Configuração Estática - Duto 18 pol
150 m 200 m 250 m DNF-F-101-Deformação

0,0025

0,002
Deformação (-)

0,0015

0,001

0,0005

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)

Gráfico 4 – Valores de deformação para Duto de 18 polegadas.

Para este caso vale ressaltar que o limite para a tensão de Von Mises foi excedido na
região que compreende o overbend, que possui como critério a deformação, que como
podemos perceber pelo Gráfico 4, está dentro dos limites aceitos pela regra da DNV [5].

Comparando os resultados com o duto de 16 polegadas deve-se notar que as tensões na


região de overbend são consideravelmente maiores para o duto de 18 polegadas em
função do aumento do peso submerso e devido a uma maior tração imprimida pela
máquina de tração. Devido a esse aumento da tração de topo, a região compreendida
entre ponto de âncora e TDP verificou valores de tensão ligeiramente maiores do que o
caso de 16 polegadas.

44
6.1.3 Duto de 20 polegadas e variação do raio do stinger

Analogamente ao duto de 18 polegadas, para o de 20 polegadas variou-se o raio do


stinger nos valores 150, 200 e 250 m e avaliou-se, segundo os critérios da DNV OS-
F101 [5] descritos na seção 4.1 e 4.2 os valores da tensão de Von Mises e a deformação
para estas configurações, como mostrado no Gráfico 5 e 6 a seguir.

Configuração Estática - Duto 20 pol


150 m 200 m 250 m DNF-F-101-VM

500000
450000
400000
Von Mises (KN/m2)

350000
300000
250000
200000
150000
100000
50000
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)

Gráfico 5 – Valores de tensão de Von Mises para Duto de 20 polegadas.

45
Configuração Estática - Duto 20 pol
150 m 200 m 250 m DNF-F-101-Deformação

0,0025

0,002
Deformação (-)

0,0015

0,001

0,0005

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)

Gráfico 6 – Valores de deformação para Duto de 20 polegadas.

Mais uma vez o critério de tensão foi excedido na região de overbend para os três raios
de stinger, no entanto, para esta região o critério válido de deformação encontrou
valores dentro dos limites.

Em comparação com o duto de 18 polegadas, verificou-se um aumento de tensão nesta


mesma região, além do incremento de valores do patamar de tensão que compreende a
região entre o ponto de âncora e TDP, devido ao aumento do peso do duto e da maior
tensão.

46
6.1.4 Duto de 22 polegadas e variação do raio do stinger

Analogamente ao duto de 20 polegadas, para o de 22 polegadas variou-se o raio do


stinger nos valores 150, 200 e 250 m e avaliou-se, segundo os critérios da DNV OS-
F101 [5] descritos na seção 4.1 e 4.2 os valores da tensão de Von Mises e a deformação
para estas configurações, como mostrado no Gráfico 7 e 8 a seguir.

Configuração Estática - Duto 22 pol


150 m 22 pol 200 m 22 pol 250 m 22 pol DNF-F-101-VM

500000
450000
400000
Von Mises (KN/m2)

350000
300000
250000
200000
150000
100000
50000
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)

Gráfico 7 – Valores de tensão de Von Mises para Duto de 22 polegadas.

47
Configuração Estática - Duto 22 pol
150 m 22 pol 200 m 22 pol 250 m 22 pol DNF-F-101-Deformação

0,0025

0,002
Deformação (-)

0,0015

0,001

0,0005

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)

Gráfico 8 – Valores de deformação para Duto de 22 polegadas.

Assim como ocorrido com os dutos de 18 e 20 polegadas, ao longo da região de


overbend a tensão de Von Mises do duto extrapolou os limites mas a região de sagbend
apresentou valores que não excedem os critérios de tensão da DNV[5].

O critério de deformação também não foi excedido na região do overbend. Vale


ressaltar que, inicialmente modelou-se, para os dutos de 22 e 24 polegadas de diâmetro
do duto e 150 m de raio do stinger, que o raio da rampa também fosse de 150 m, no
entanto notou-se que o critério de deformação [5] não era atendido, devido aos altos
valores de tensão na região da rampa.

48
Deste modo, para Rs = 150 m, como descrito pelos gráficos 9 e 10 na região
compreendida entre o stinger e a rampa há uma considerável queda de
tensão/deformação em virtude de um aumento do raio da rampa (566 m de distância do
ponto de âncora), como descrito pela Figura 25.

Figura 25 – Queda de patamar da tensão-deformação porque 𝑅𝑠 < 𝑅𝑟.

Este comportamento ocorre porque quanto maior é o raio de curvatura do duto menor é
a tensão de Von Mises calculada.

49
6.1.5 Duto de 24 polegadas e variação do raio do stinger

Analogamente ao duto de 22 polegadas, para o de 24 polegadas variou-se o raio do


stinger nos valores 150, 200 e 250 m e avaliou-se, segundo os critérios da DNV OS-
F101 [5] descritos na seção 4.1 e 4.2 os valores da tensão de Von Mises e a deformação
para estas configurações, como mostrado no Gráfico 9 e 10 a seguir.

Configuração Estática - Duto 24 pol


150 m 200 m 250 m DNV F-101 Von Mises

600000

500000
Von Mises (KN/m2)

400000

300000

200000

100000

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)

Gráfico 9 – Valores de tensão de Von Mises para Duto de 24 polegadas.

50
Configuração Estática - Duto 24 pol
Série10 Série15 Série5 Série16

0,003

0,0025
Deformação (-)

0,002

0,0015

0,001

0,0005

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)

Gráfico 10 – Valores de deformação para Duto de 24 polegadas.

Assim como ocorrido com os dutos de 18, 20 e 22 polegadas, ao longo da região de


overbend a tensão de Von Mises do duto extrapolou os limites mas a região de sagbend
apresentou valores que não excedem os critérios de tensão da DNV[5].

O critério de deformação foi excedido na região do overbend (1524 a 1544.5 m de


distância horizontal da âncora) pelo modelo de stinger com 150 m de raio, este valor de
deformação acima do limite ocorreu na região que compreende o stinger e não pode ser
reduzido significativamente de modo que o duto de 24 polegadas ficasse dentro dos
limites do critério da DNV[5].

Desta maneira conclui-se que para a instalação de um duto mais rígido, que é o caso do
24 polegadas de diâmetro, é necessário que o raio do stinger seja superior a 150 metros
de modo que o duto não sofra com os esforços devido a flexão. Vale ressaltar que o caso
com duto de 24 polegadas e raio do stinger de 150 metros não será incluído nas análises
uma vez que a configuração estática dentro dos critérios da DNV[5] não foi alcançada.

51
6.1.6 Conclusões e comentários sobre as análises estáticas

Após a síntese dos 15 modelos e suas análises estáticas, notou-se que a região de
overbend sempre possuía valores com um patamar mais elevado de tensão de Von
Mises, justamente devido a maior curvatura desta região, se comparada com a região de
sagbend, isto para a profundidade de 100 metros. A Figura 26 a seguir descreve bem a
distribuição de tensões ao longo do duto de 18 polegadas para a condição estática.

Figura 26 – descrição gráfica das regiões de over e sagbend (estática) para o duto de 18
polegadas.

Caso a profundidade fosse um parâmetro variável, a diminuição sucessiva da mesma


deve modificar a curvatura de modo que para uma determinada profundidade a região
de sagbend pudesse possuir um raio de curvatura maior do que o overbend.

52
Observe que se a profundidade fosse da ordem de 7 até 15 metros, não haveria mais
necessidade de stinger, uma vez que o comprimento suspenso do duto seria mínimo,
não haveria, portanto, a necessidade da utilização deste equipamento.

Deve-se notar que, para todas as análises, ao observar mais de perto a distribuição de
tensões na região de overbend (ver Figura 26) nota-se picos locais que representam o
contato entre duto e rolete. A figura abaixo representa a distribuição de momentos ao
longo do duto, nota-se que a região de contato duto-stinger possui os maiores
momentos, o que explica a presença de picos locais no gráfico de distribuição de tensão
ao longo da região de overbend (região do stinger).

Figura 27 – Distribuição de momentos ao longo do duto no stinger [8].

53
6.2 Análise Quase estática (movimento prescrito)

A análise de movimento prescrito, como descrito na seção 5.4.1 seria formada por um
total de 165 casos de carregamento, compreendendo a movimentação da embarcação ao
longo de 10 metros em 11 direções que variam entre SSE e NNE, no entanto de acordo
com as conclusões presentes na seção 6.1.5, o duto de 24 polegadas com raio de stinger
de 150 metros foi excluído das análises uma vez que o mesmo não fica dentro dos
limites do critério simplificado de deformação estabelecido pela DNV[5].

O objetivo destas simulações foi a obtenção do mínimo tempo (𝑡𝐶𝑟𝑖𝑡𝑖𝑐𝑜 ) para que um
dos três critérios descritos no capítulo 4 fosse excedido. Tendo obtido este tempo, a
distância máxima (𝑑𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 ) que a BGL-1 poderá percorrer com segurança na direção
analisada será dada por:

𝑑𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 𝑉𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑐𝑟𝑖𝑡𝑜 . 𝑡𝐶𝑟𝑖𝑡𝑖𝑐𝑜

Onde 𝑉𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑐𝑟𝑖𝑡𝑜 é a velocidade do movimento prescrito, que é de 0.1 m/s

para todas as análises realizadas.

Optou-se por adotar o critério de deformação para análise estática ao invés do critério
para análise dinâmica, visto que o modelo não irá considerar carregamentos ambientais
dinâmicos, i.e., ação de onda, vento ou correnteza. Este critério foi descrito na Tabela 5
da seção 4.1. Note que o critério de Von Mises é o mesmo não importando o tipo de
análise executada (estática ou dinâmica). Nas seções a seguir apresenta-se os resultados
das análises de movimento prescrito realizadas e os comentários e particularidades a
respeito de cada uma delas.

54
6.2.1 Duto de 16 polegadas e variação do raio do stinger

O gráfico a seguir descreve o SAFOP para as 11 direções definidas (ver Figura 21)
anteriormente, variando-se o raio do stinger para o duto de 16 polegadas de diâmetro
externo.Vale ressaltar que, para todas as análises, o critério limitante para o duto de 16
polegadas foi o operacional uma vez que o mesmo possui a menor rigidez se comparado
com os demais analisados neste projeto.

SAFOP: Variação do raio do stinger para Duto de 16 pol


150 m/24 pol 200 m/24 pol 250 m/24 pol
N
NNW 10 NNE
NW NE
8
WNWNW NEENE
6
WNW ENE
4
WWNW ENEE
2
W 0 E

WSWW EESE

WSW ESE

SWWSW ESESE
SW SE
SSW SSE
S

Gráfico 11 – SAFOP quase estático para duto de 16 polegadas.

Inicialmente, na configuração estática, a distância horizontal do duto suspenso é maior


para o raio de stinger de 250 m, em virtude da maior tração de topo imposta pela
máquina (ver

Tabela 10), como descrito pelo gráfico a seguir.

55
Configuração Estática para duto de 16 polegadas
150 m / 16 pol 200 m / 16 pol 250 m / 16 pol

20

0
900 950 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600
Profundidade (m)

-20

-40

-60

-80

-100

-120
Distância da âncora (m)

Gráfico 12 – Disposição estática para os dutos de 16 polegadas variando Rs.

No gráfico a seguir, descreve-se o comportamento de três nós para a análise com


movimento prescrito na direção NNE. O primeiro nó está localizado na região do TDP,
o segundo na região de transição entre stinger e rampa e o terceiro a uma distância de
1548.5 m em relação a âncora, que pertence a região de overbend.

56
Série temporal de Von Mises ao longo de nós da linha de 16 pol
TDP / 150 m 1548.5 m da âncora / 150 m Transição stinger-rampa / 150 m

TDP / 200 m 1548.5 m da âncora / 200 m Transição stinger-rampa / 200 m

TDP / 250 m 1548.5 m da âncora / 250 m Transição stinger-rampa / 250 m

DNV-F101-Von Mises
800000

700000

600000
Von Mises (kN/m2)

500000

400000

300000

200000

100000

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tempo de simulação (s)

Gráfico 13 – Comportamento ao longo do tempo de três nós da linha de 16 polegadas.

Comparando a série temporal, concluímos que no início da simulação, o modelo com


raio de stinger de 150 m possui tensões mais elevadas na região de overbend (assim
como descrito na seção 6.1.1). Após 76.6 segundos o valor da tensão do modelo com
raio de 250 m ultrapassa é o primeiro e único a ultrapassar o critério de tensão da
DNV[5], no entanto o critério de operação já havia sido ultrapassado em 21.7 s de
simulação.

Na Tabela 11 encontram-se listadas as análises executadas e o respectivo critério


limitante para a construção do SAFOP.

57
Tabela 11 – Critérios excedidos durante análise do duto de 16 polegadas.

Duto de 16 polegadas
Raio do stinger (m):
Direção:
150 200 250
NNE
NE
NEENE
ENE
ENEE
E
EESE
ESE
ESESE
SE
SSE
Onde:

Critério Excedido
Deformação
Von Mises
Operacional

58
6.2.2 Duto de 18 polegadas e variação do raio do stinger

O gráfico a seguir descreve o SAFOP para as 11 direções definidas (ver Figura 21)
anteriormente, variando-se o raio do stinger para o duto de 18 polegadas de diâmetro
externo. Assim como no duto de 16 polegadas, o critério limitante para todas as
direções analisadas foi o operacional.

SAFOP: Variação do raio do stinger para Duto de


18 pol
150 m/24 pol 200 m/24 pol 250 m/24 pol
N
NNW 10 NNE
NW NE
WNWNW
8 NEENE
6
WNW ENE
4
WWNW ENEE
2
W 0 E

WSWW EESE

WSW ESE

SWWSW ESESE
SW SE
SSW SSE
S

Gráfico 14 – SAFOP quase estático para duto de 18 polegadas.

Inicialmente, na configuração estática, a distância horizontal do duto suspenso é maior


para o raio de stinger de 250 m, em virtude da maior tração de topo imposta pela
máquina (ver

Tabela 10), como descrito pelo gráfico a seguir.

59
Configuração Estática para duto de 18 polegadas
150 m / 18 pol 200 m / 18 pol 250 m / 18 pol

20

0
900 950 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600
Profundidade (m)

-20

-40

-60

-80

-100

-120
Distância da âncora (m)

Gráfico 15 – Disposição estática para os dutos de 18 polegadas variando Rs.

No gráfico a seguir, descreve-se o comportamento de três nós para a análise com


movimento prescrito na direção NNE. O primeiro nó está localizado na região do TDP,
o segundo na região de transição entre stinger e rampa e o terceiro a uma distância de
1540.6 m em relação a âncora, que pertence a região de overbend.

60
Gráfico de Von Mises ao longo de nós da linha 18 pol
TDP / 150 m 1540.6 m da âncora / 150 m Transição stinger-rampa / 150 m
TDP / 200 m 1540.6 m da âncora / 200 m Transição stinger-rampa / 200 m
TDP / 250 m 1540.6 m da âncora / 250 m Transição stinger-rampa / 250 m
DNV-F101-Von Mises
800000

700000

600000
Von Mises (kN/m2)

500000

400000

300000

200000

100000

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tempo de simulação (s)

Gráfico 16 – Comportamento ao longo do tempo de três nós da linha de 18 polegadas.

Pelo gráfico apresentado acima, nota-se que, no início da simulação a região de


overbend do modelo de raio de stinger igual a 150 m apresenta maiores valores de
tensão, seguido pelos modelos de 200 m e de 250 m de raio de stinger, assim como
descrito na análise estática da seção 6.1.2. No decorrer da simulação percebe-se que o
stinger de 250 m passa a ter os maiores valores de tensão na região de overbend. Nota-
se que o critério de Von Mises é superado após 74 s pelo stinger de 250 m e o critério
de deformação após 52.9 s pelo mesmo modelo.

Na Tabela 12 encontram-se listadas as análises executadas e o respectivo critério


limitante para a construção do SAFOP.

61
Tabela 12 – Critérios excedidos durante análise do duto de 18 polegadas.

Duto de 18 polegadas
Raio do stinger (m):
Direção:
150 200 250
NNE
NE
NEENE
ENE
ENEE
E
EESE
ESE
ESESE
SE
SSE
Onde:

Critério Excedido
Deformação
Von Mises
Operacional

62
6.2.3 Duto de 20 polegadas e variação do raio do stinger

O gráfico a seguir descreve o SAFOP para as 11 direções definidas (ver Figura 21)
anteriormente, variando-se o raio do stinger para o duto de 20 polegadas de diâmetro
externo. Mais uma vez, o critério limitante para as direções analisadas foi o operacional.

SAFOP: Variação do raio do stinger para Duto de 20 pol


150 m/24 pol 200 m/24 pol 250 m/24 pol
N
NNW 10 NNE
NW NE
8
WNWNW NEENE
6
WNW ENE
4
WWNW ENEE
2
W 0 E

WSWW EESE

WSW ESE

SWWSW ESESE
SW SE
SSW SSE
S

Gráfico 17 – SAFOP quase estático para duto de 18 polegadas.

Inicialmente, na configuração estática, a distância horizontal do duto suspenso é maior


para o raio de stinger de 250 m, em virtude da maior tração de topo imposta pela
máquina (ver

Tabela 10), como descrito pelo gráfico a seguir.

63
Configuração Estática para duto de 20 polegadas
150 m / 20 pol 200 m / 20 pol 250 m / 20 pol

20

0
900 950 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600
Profundidade (m)

-20

-40

-60

-80

-100

-120
Distância da âncora (m)

Gráfico 18 – Disposição estática para os dutos de 20 polegadas variando Rs.

No gráfico a seguir, descreve-se o comportamento de três nós para a análise com


movimento prescrito na direção NNE. O primeiro nó está localizado na região do TDP,
o segundo na região de transição entre stinger e rampa e o terceiro a uma distância de
1541.0 m em relação a âncora, que pertence a região de overbend.

64
Gráfico de Von Mises ao longo dos nós da linha 20 pol
TDP / 150 m 1541.0 m da âncora / 150 m Transição stinger-rampa / 150 m

TDP / 200 m 1541.0 m da âncora / 200 m Transição stinger-rampa / 200 m

TDP / 250 m 1541.0 m da âncora / 250 m Transição stinger-rampa / 250 m

DNV-F101-Von Mises
800000

700000

600000
Von Mises (kN/m2)

500000

400000

300000

200000

100000

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tempo de simulação (s)

Gráfico 19 – Comportamento ao longo do tempo de três nós da linha de 20 polegadas.

Como ocorrido nos casos anteriores, o comportamento do duto de 20 polegadas foi


semelhante, porém sob um patamar inicial de tensões maior devido a maior rigidez do
duto (como descrito na seção 6.1.4). Pelo gráfico acima percebe-se que o critério de
Von Mises da DNV[5] é excedido pelo modelo de stinger de 250 m após 71 segundos e
o critério de deformação excedido em 45.9 segundos, para o mesmo modelo.

Na Tabela 13 encontram-se listadas as análises executadas e o respectivo critério


limitante para a construção do SAFOP.

65
Tabela 13 – Critérios excedidos durante análise do duto de 18 polegadas.

Duto de 18 polegadas
Raio do stinger (m):
Direção:
150 200 250
NNE
NE
NEENE
ENE
ENEE
E
EESE
ESE
ESESE
SE
SSE
Onde:

Critério Excedido
Deformação
Von Mises
Operacional

66
6.2.4 Duto de 22 polegadas e variação do raio do stinger

O gráfico a seguir descreve o SAFOP para as 11 direções definidas (ver Figura 21)
anteriormente, variando-se o raio do stinger para o duto de 22 polegadas de diâmetro
externo. Verifica-se que, assim como ocorrido com os dutos de 16, 18 e 20 até aqui
analisados, o critério limitante para

SAFOP: Variação do raio do stinger para Duto de 22 pol


150 m/24 pol 200 m/24 pol 250 m/24 pol
N
NNW 10 NNE
NW NE
8
WNWNW NEENE
6
WNW ENE
4
WWNW ENEE
2
W 0 E

WSWW EESE

WSW ESE

SWWSW ESESE
SW SE
SSW SSE
S

Gráfico 20 – SAFOP quase estático para duto de 22 polegadas.

Inicialmente, na configuração estática, a distância horizontal do duto suspenso é maior


para o raio de stinger de 250 m, em virtude da maior tração de topo imposta pela
máquina (ver

Tabela 10), como descrito pelo gráfico a seguir.

67
Configuração Estática para duto de 22 polegadas
150 m / 20 pol 200 m / 20 pol 250 m / 20 pol

20
0
Profundidade (m)

-20 900 950 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600

-40
-60
-80
-100
-120
Distância da âncora (m)

Gráfico 21 – Disposição estática para os dutos de 22 polegadas variando Rs.

No gráfico a seguir, descreve-se o comportamento de três nós para a análise com


movimento prescrito na direção NNE. O primeiro nó está localizado na região do TDP,
o segundo na região de transição entre stinger e rampa e o terceiro a uma distância de
1541.0 m em relação a âncora, que pertence a região de overbend.

68
Gráfico de Von Mises ao longo dos nós da linha 22 pol
TDP / 150 m 1541.0 m da âncora / 150 m
Transição stinger-rampa / 150 m TDP / 200 m
1541.0 m da âncora / 200 m Transição stinger-rampa / 200 m
TDP / 250 m 1541.0 m da âncora / 250 m
Transição stinger-rampa / 250 m DNV-F101-Von Mises
800000
700000
Von Mises (KN/m2)

600000
500000
400000
300000
200000
100000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tempo de simulação (s)

Gráfico 22 – Comportamento ao longo do tempo de três nós da linha de 22 polegadas.

Como ocorrido nos casos anteriores, o comportamento do duto de 20 polegadas foi


semelhante, porém sob um patamar inicial de tensões maior devido a maior rigidez do
duto (como descrito na seção 6.1.4). Pelo gráfico acima percebe-se que o critério de
Von Mises da DNV[5] é excedido pelo modelo de stinger de 250 m após 71 segundos e
o critério de deformação excedido em 45.9 segundos, para o mesmo modelo.

Na Tabela 14 encontram-se listadas as análises executadas e o respectivo critério


limitante para a construção do SAFOP.

69
Tabela 14 – Critérios excedidos durante análise do duto de 22 polegadas.

Duto de 22 polegadas
Raio do stinger (m):
Direção:
150 200 250
NNE
NE
NEENE
ENE
ENEE
E
EESE
ESE
ESESE
SE
SSE
Onde:

Critério Excedido
Deformação
Von Mises
Operacional

70
6.2.5 Duto de 24 polegadas e variação do raio do stinger

Para o duto de 24 polegadas, como descrito na seção 6.1.5, o stinger de raio 150 m não
obteve valores de deformações dentro dos limites para o critério simplificado da
DNV[5], uma vez que a sua maior rigidez e a profundidade elevada considerada no
estudo de caso (100 m) gera esforços fletores substancialmente altos, o que eleva o
patamar de tensão no stinger e consequentemente de deformação ao longo do mesmo
trecho.

SAFOP: Variação do raio do stinger para Duto de 24 pol


200 m/24 pol 250 m/24 pol
N
NNW 10 NNE
NW NE
8
WNWNW NEENE
6
WNW ENE
4
WWNW ENEE
2
W 0 E

WSWW EESE

WSW ESE

SWWSW ESESE
SW SE
SSW SSE
S

Gráfico 23 – SAFOP quase estático para duto de 24 polegadas.

O gráfico anterior descreve o SAFOP para as 11 direções definidas (ver Figura 21)
anteriormente, variando-se o raio do stinger. Nele, pode se notar inicialmente que
aumento do raio do stinger irá diminuir a zona de operação segura (SAFOP) na região

71
Norte para as direções analisadas NNE, NE, NEENE, ENE e ENEE. Na região Sul
observa-se que o SAFOP é o mesmo independentemente da variação do raio do stinger.

A redução do SAFOP na região norte ocorre com o aumento do raio devido ás maiores
tensões verificadas na região de overbend para o raio de stinger de 250 metros, se
comparado ao de 200 metros.

Inicialmente, na configuração estática, a distância horizontal do duto suspenso é maior


para o raio de stinger de 250 m, em virtude da maior tração de topo imposta pela
máquina (ver

Tabela 10), como descrito pelo gráfico a seguir.

Configuração Estática para duto de 24 polegadas


200 m / 24 pol 250 m / 24 pol

20

0
900 950 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600
Profundidade (m)

-20

-40

-60

-80

-100

-120
Distância da âncora (m)

Gráfico 24 – Disposição estática para os dutos de 24 polegadas e Rs = 200 e 250


metros.

Deste modo, a medida em que a embarcação se desloca em direção a região Norte, o


modelo com raio de stinger de 250 m estará sujeito a maiores tensões axiais ao longo do
tempo de deslocamento prescrito se comparado ao de raio de 200 m.

72
No gráfico a seguir, descreve-se o comportamento de três nós para a análise com
movimento prescrito na direção NNE. O primeiro nó está localizado na região do TDP,
o segundo na região de transição entre stinger e rampa e o terceiro a uma distância de
1540 m em relação a âncora, este último nó, que pertence a região de overbend, obteve
os valores mais elevados de tensão de Von Mises ao longo dos 100 segundos de análise.

Gráfico de Von Mises ao longo de nós da linha 24 pol


TDP / 250 m 1540 m da âncora / 250 m
Transição stinger-rampa / 250 m TDP / 200 m
1540 m da âncora / 200 m Transição stinger-rampa / 200 m
DNV-F101-Von Mises
1000000
900000
800000
Von Mises (KN/m2)

700000
600000
500000
400000
300000
200000
100000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tempo de simulação(s)

Gráfico 25 – Comportamento ao longo do tempo de três nós da linha de 24 pol.

Conclui-se então, ao observar o comportamento dos três pontos, que a maior tração
imposta a máquina para o raio de stinger de 250 m foi o fator principal para que a região
do SAFOP para este caso fosse menor.

Na Tabela 15 encontram-se listados as análises executadas e o respectivo critério


limitante para a construção do SAFOP.

73
Tabela 15 – Critérios excedidos primeiramente durante análise do duto de 24 polegadas.

Duto de 24 polegadas
Raio do stinger (m):
Direção:
200 250
NNE
NE
NEENE
ENE
ENEE
E
EESE
ESE
ESESE
SE
SSE

Onde:

Critério Excedido
Deformação
Von Mises
Operacional
Nenhum

74
7. Conclusão

Após as análises estática e quase estática da influência da variação de alguns parâmetros


de instalação S-lay na síntese da zona de operação segura, pode-se concluir que o
critério excedido, para a grande maioria dos casos considerados, foi o operacional (ver
seção 4.3) e que a variação do raio do stinger para o cálculo do SAFOP, para os
diâmetros de duto analisados, não foi relevante. A menos para o duto de 24” onde houve
alteração do limite do SAFOP para o stinger com 250 m de raio.

Percebe-se que, com o aumento da rigidez do duto e diminuição do raio do stinger,


verifica-se tensões cada vez maiores ao longo do movimento prescrito da embarcação
durante movimentos de surge (Direção Norte e Sul), no entanto o critério de pagamento
ainda é primeiramente excedido. Tal fato constatado nos leva a concluir que, com o
aumento do diâmetro do duto, a envoltória do SAFOP deve diminuir progressivamente,
de modo que, para um dado diâmetro, o critério operacional não será mais o crítico, mas
sim o de deformação ou de Von Mises, dependendo da combinação Raio do Stinger –
diâmetro do duto.

Desse modo, a importância de estudos na área de otimização dos parâmetros de


instalação se fazem cada dia mais relevantes para o desenvolvimento e implementação
de um sistema de posicionamento dinâmico que seja seguro e acima de tudo confiável
para a manutenção da integridade do duto durante o procedimento de instalação, que
seria feito com uma velocidade maior e um custo essencialmente menor.

75
8. Considerações para trabalhos futuros

Após o término das análises quase estáticas, i.e, aplicando apenas movimento prescrito
na embarcação, percebeu-se uma necessidade em simular casos dinâmicos e compara-
las com as realizadas no presente trabalho. Deste modo, as seguintes considerações
podem ser feitas, como possibilidade de estudo para trabalhos futuros ou como
continuação para o presente projeto:

 Dimensionamento do SAFOP levando em conta carregamentos dinâmicos


(casos críticos de ondas irregulares unidirecionais e corrente) e comparação com
os casos de carregamento quase estático para avaliação de qual caso é o mais
crítico.
 Estudar qual a incerteza, em termos de resultados das análises, ao utilizar
carregamentos de onda regular (considerando apenas efeitos de primeira ordem)
em conjunto com o movimento prescrito, para a obtenção do SAFOP.
 Desenvolvimento de uma ferramenta para otimização da rampa e do stinger,
variando-se posição dos roletes.
 Implementação no SITUA-Prosim de uma ferramenta para a geração e pós
processamento de análises envolvendo estudo paramétricos de elementos de
instalação de dutos por meio da linguagem Python.

Observa-se que as condições dinâmicas para as análises seriam ondas irregulares ou


regulares unidirecionais de períodos que variam entre 5 s e 12 s (entre o período natural
da embarcação, que é de aproximadamente 10 segundos), variando-se a direção entre as
condições mais críticas para a operação de instalação, que são para mares de través
(ondas vindo de Leste (E)) e de bochecha (ondas vindo de Nordeste (NE)).

As alturas de onda a serem analisadas seriam as limitantes para operação da BGL-1,


entre 1.8 m e 2.5 m. Em relação a corrente atuante, a direção e intensidade da mesmo
influência na configuração e no aumento (ou diminuição) das tensões atuantes no duto a
ser instalado.

76
9. Bibliografia

[1] SUBRATA K. CHAKRABARTI, “Offshore Structure Analysis”, Inc., Plainfield,


Illinois, USA, “HANDBOOK OF OFFSHORE ENGINEERING”

[2] DNV – RP – F109, “On-Bottom Stability Design of Submarine Pipelines”, Det


Norske Veritas, 2008.

[3] API 5L: “Specification for Line Pipe”, American Petroleum Institute, 2004.

[4] JACOB, B.P, “Programa PROSIM: Simulação Numérica do Comportamento de


Sistemas para Explotação de Petróleo Offshore – Manual Teórico”, Versão 3.2,
COPPE/UFRJ, Programa de Engenharia Civil, Rio de Janeiro, dezembro de 2006.

[5] DNV OS-F101, Submarine Pipeline Systems. Høvik, Det Norske Veritas, 2010.

[6] https://pypi.python.org/pypi/XlsxWriter, Excel’s writer Library website.

[7] www.numpy.org, numeric Python library website.

[8] BAI, YOUNG; BAI, QIANG, “Subsea Pipelines and Risers”, Inc., Elsevier, 2005.

77
10. Anexo I

10.1 Pós Processamento dos 15 casos estáticos.

i
ii
iii
10.2 Pós Processamento de caso quase estático

iv
v
vi

Você também pode gostar