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Rio de Janeiro
Março de 2015
I
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE LANÇAMENTO DE
DUTOS NO DIMENSIONAMENTO DA ÁREA DE OPERAÇÃO SEGURA
Examinada por:
________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
MARÇO DE 2015
II
Tsuha Fachini, Rafael
III
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho de fim de curso a todos os que estiveram comigo ao longo desses 6
anos de curso, a minha família e meus amigos, que sempre me deram todo o apoio e
moral para que eu pudesse concluir esta graduação.
IV
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha família pelo apoio, emocional e financeiro, ao longo de toda a minha
trajetória na graduação. Aos engenheiros e doutores Carlos Alberto Duarte de Lemos e
Allan Carré, pela oportunidade dada para iniciar minha vida profissional, além de todo
suporte técnico e grande aprendizado ao longo do meu período de estágio no CENPES-
PETROBRAS. Aos meus amigos e companheiros de trabalho da Wood Group Kenny
(WGK), os quais me ajudaram a evoluir como profissional e a todos os funcionários e
estudantes do LAMCSO (Laboratório de Métodos Computacionais e Sistemas
Offshore), em especial ao meu orientador Carl Horst Albrecht e aos doutores Mauro
Henrique Alves de Lima Junior e Bruno da Fonseca Monteiro pela grande atenção dada
durante os meses em que estive desenvolvendo este trabalho no laboratório.
V
Resumo do Projeto de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia
Naval e Oceânica da Escola Politécnica, UFRJ, como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Naval e Oceânica.
Março/2015
Mais estudos na área de procedimentos de instalação S-lay tem sido demandada nos
dias de hoje tendo em vista as novas descobertas do Pré-Sal e a necessidade de
produção do mercado do petróleo devido ao grande desenvolvimento tecnológico e a
demanda energética do mundo. A importância da questão operacional da instalação S-
Lay tem sido cada vez mais discutida em congressos de tecnologia e conferências sobre
engenharia oceânica. Neste contexto, o presente trabalho aborda um estudo da
influência dos parâmetros de instalação S-Lay no dimensionamento da área de operação
segura (SAFOP), tendo como estudo de caso a barcaça de instalação da PETROBRAS,
a BGL-1.
VI
Abstract of the Course Conclusion Project presented to the Department of Naval and
Oceanic Engineering of the Polytechnic School as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Bachelor in Naval and Oceanic Engineering (B.Sc.)
March/2015
More studies in the S -lay installation procedures have been sued today in view of the
new discoveries of pre-salt and the need for production of the oil market due to great
technological development and energy demand in the world. The importance of
operational issue of S -Lay installation has been increasingly discussed in technology
congresses and conferences on subsea and offshore engineering. In this context, this
Course Conclusion Project discusses a study of the influence of S -Lay installation
parameters in the design of safe operating area (SAFOP) and as a case study the barge
PETROBRAS installation, BGL- 1.
VII
Sumário
1. Introdução ................................................................................................................. 1
1.2 Objetivo.............................................................................................................. 2
VIII
5.5 Execução das análises ...................................................................................... 36
6. Resultados............................................................................................................... 38
7. Conclusão ............................................................................................................... 75
9. Bibliografia ............................................................................................................. 77
IX
Sumário de Figuras
Figura 4- Disposição das linhas do topo até leito marinho (fonte: JEE pipeline, riser and
subsea engineering). ......................................................................................................... 5
Figura 5-Representação de uma configuração de dutos S-Lay (fonte: JEE pipeline, riser
and subsea engineering).................................................................................................. 10
X
Figura 21-Variação das onze (11) direções do movimento prescrito, considerando
embarcação aproada para a direção Norte verdadeiro (True North). ............................. 34
Figura 24 – Definição das regiões de interesse para cada um dos 15 modelos gerados. 38
Figura 26 – descrição gráfica das regiões de over e sagbend (estática) para o duto de 18
polegadas. ....................................................................................................................... 52
XI
1. Introdução
A indústria Offshore tem se desenvolvido nas últimas décadas em conjunto com novas
tecnologias e a demanda pelo consumo de petróleo no mundo. No cenário brasileiro, as
descobertas de novas reservas petrolíferas ao longo da costa têm refletido positivamente
para a necessidade do avanço e organização de procedimentos de instalação, perfuração,
exploração e produção de Petróleo em lâminas da água cada vez mais profundas.
Neste contexto, o presente trabalho tem foco voltado para instalação de flow lines ao
longo da costa brasileira, em profundidade de 100 metros de profundidade, utilizando-se
uma embarcação chamada BGL-1 (Balsa Guindaste de lançamento 1), da
PETROBRAS, que utiliza procedimento de instalação S-Lay para dutos rígidos
submarinos.
1
Ao longo dos anos, diversas ferramentas têm sido utilizadas para execução de
análises\simulações voltadas para projetos de instalação S-Lay na BGL-1 com o intuito
de prever o comportamento estrutural do duto rígido em meio aos carregamentos
ambientais, como onda, corrente e vento, permitindo assim uma operação de instalação
segura para toda tripulação.
A execução destas simulações tem se mostrado cada vez mais importante, tendo em
vista as condições ambientais adversas encontradas pela tripulação durante a instalação
e a falta de um procedimento teórico robusto o bastante para assegurar uma operação
sem a possibilidade de erros e acidentes graves com a tripulação e com os equipamentos
utilizados no procedimento.
1.2 Objetivo
2
1.3 Estruturação do relatório
O Capítulo 2 apresenta Conceitos gerais sobre dutos submarinos, como a descrição dos
tipos, funcionalidades e os métodos empregados para a instalação de dutos rígidos. No
Capítulo 3 há uma breve contextualização do modelo teórico que será utilizado como
base para a metodologia de execução das simulações, como o método de instalação S-
Lay, além de informações gerais/genéricas sobre os equipamentos utilizados durante o
procedimento de instalação. No final do capítulo 3 é apresentado o modelo da
embarcação de lançamento modelada no Software SITUA-Prosim e uma breve
explicação teórica sobre o mesmo (elementos finitos e hidrodinâmica do modelo)
3
2. Conceitos Gerais sobre Dutos submarinos e
Procedimentos de Instalação
Flow Lines ou dutos submarinos são responsáveis pelo escoamento de fluidos (água,
óleo ou gás) por grandes distâncias Horizontais. Eles são responsáveis pela conexão
entre poços até os manifolds, plataforma e cabeça de poço, entre outras interligações
submarinas.
4
2.2 Procedimentos de Instalação
Figura 4- Disposição das linhas do topo até leito marinho (fonte: JEE pipeline, riser and
subsea engineering).
O método J-Lay é utilizado para lâminas da água profundas e ultra profundas de modo
a minimizar as forças horizontais de topo e no fundo (contato do duto com o solo
marinho). Na tabela abaixo encontram-se vantagens e desvantagens da utilização do
método J-Lay [1]
Método J-Lay
5
Método J-Lay
O método S-Lay é utilizado para lâminas da água mais rasas e serve para realizar a
instalação de todos os tipos de pipeline. As vantagens e desvantagens deste método
estão apresentadas na tabela a seguir.
6
Tabela 2- Vantagens e desvantagens da aplicação do método de instalação S-Lay.
Método S-Lay
7
Já no método Reel-Lay o duto é soldado on-shore e transportado em “bobinas”(reels) o
que faz com que haja uma restrição de diâmetro e de tipo de solda. A instalação é
realizada com um duto sob ângulos de 70° em relação ao leito marinho e o
procedimento é rápido se comparado aos demais métodos. Vantagens e desvantagens da
aplicação do método são mostradas na tabela a seguir.
Método Reel-Lay
8
Método Reel-Lay
9
2.3 O método S-Lay
O método de instalação que será abordado no presente trabalho será o S-Lay, visto que a
embarcação BGL-1 opera em regiões de lâminas da água que variam de 10 a 130
metros.
S-Lay consiste em apoiar o duto a ser instalado sobre a unidade de instalação por meio
de tracionadores e sua transição entre unidade flutuante-mar se dá por meio de uma
estrutura treliçada, o stinger. O nome S-lay se dá devido a geometria “em s” da
configuração durante o procedimento.
Figura 5-Representação de uma configuração de dutos S-Lay (fonte: JEE pipeline, riser
and subsea engineering).
Como ilustrado na Figura 5, a disposição da linha ao ser instalada possui uma região
reta ao longo do contato com o convés da embarcação, passando para uma região de
overbend na transição entre embarcação e mar por meio do stinger. Devido ao apoio
com o solo marinho, a curvatura do duto irá inverter-se de modo a estabelecer, após o
ponto de inflexão, uma disposição de sagbend até chegar no TDP (touch down point),
i.e, o ponto de contato com o solo marinho.
10
2.4 Equipamentos utilizados para instalação S-Lay
Stinger: trata-se de uma rampa que tem como objetivo fazer a transição do duto
entre embarcação e mar. É basicamente composta de uma estrutura metálica
treliçada que consegue resistir aos esforços fletores imprimidos pelo duto ao ser
instalado.
11
Roletes do Stinger: Os roletes do Stinger são os pontos de contato do duto com
o Stinger. Através deles são transferidos os esforços do duto para a estrutura em
treliça durante o procedimento de instalação. A Figura 7 mostra uma disposição
típica dos roletes.
12
Máquina de tração: É um equipamento semelhante a um “puxador” que tem
como objetivo manter o duto tracionado durante a sua instalação instalado sem
que haja falhas estruturais e a consequente perda do mesmo.
13
2.5 Conceito de SAFOP
O SAFOP, em inglês, “Safety Area for operation”, trata-se de uma área na qual a
operação de instalação de dutos pode ser realizada de maneira segura, i.e., de modo que
a segurança da tripulação e do duto a ser instalado seja mantida. O conceito necessário
para o desenvolvimento do SAFOP estudado no presente trabalho, como será descrito
na seção 5, é relativamente simples, basta mover a embarcação em determinada direção
para saber em qual instante de tempo um dos critérios de projeto (ver seção 4) será
extrapolado.
Esta mesma análise deverá ser feita para várias direções de modo a construir uma
envoltória de valores que representam o SAFOP.
14
3. Modelo SITUA-Prosim
15
Figura 10-Modelo tridimensional BGL-1 e Stinger.
16
Figura 11-Descrição do movimento prescrito em NE realizado no presente trabalho.
seguir pela
Figura 12.
17
Figura 12-Orientação dos eixos adotada no modelo da BGL-1.
18
Figura 13-Interface do Situa-Prosim para modelação do duto.
No presente trabalho os dutos foram modelados com uma a malha de elementos finitos
de comprimento igual a 1 (um) metro na região do tracionador e barcaça. Na região de
stinger (over bend) optou-se por uma malha de 2 metros de comprimento. Finalmente
para a região do Sagbend, TDP até o ponto de âncora optou-se por uma malha de 4
metros de comprimento (Figura 14), visto que não houve necessidade de uma
discretização muito grande devido ao raio de curvatura elevado nesta região de fundo.
19
Figura 14-Interface para geração da malha de elementos finitos do SITUA-Prosim.
20
4. Critérios de Projeto
A DNV (Det Norsk Veritas) Considera valores limites para as deformações na região
de OverBend de acordo com o tipo de análise a se executar. Para análise estática, os
cálculos da norma levam em consideração os momentos atuantes no duto, forças axiais
e carregamento devido a ação dos roletes. Já para a dinâmica, o critério leva em
consideração todos os efeitos de carregamento mecânico no duto. A Tabela 5 a seguir
apresenta o critério em relação aos valores de deformação total do duto.
Critério de overbend
Critério
X70 X65 X60 X52
21
4.2 Critério de tensão efetiva na região de SagBend (DNV OS-F101)
Já para a região de SagBend a DNV (Det Norsk Veritas) considera valores limites das
Tensões. Tanto para a análise estática quanto para a dinâmica a norma considera um
valor mínimo para a tensão equivalente igual a 87% da tensão de escoamento do Duto
a ser instalado.
𝜎𝑒𝑞 = 0.87 ∗ 𝜎𝑦
𝜎𝑒𝑞 = √𝜎𝑙 2 + 𝜎ℎ 2 − 𝜎𝑙 ∗ 𝜎ℎ + 3 ∗ 2
22
4.3 Critério de Pagamento de Linha (Operacional)
23
5. Metodologia de análise
24
5.1 Dimensionamento das propriedades do duto
Vale ressaltar que, além da estabilidade estática absoluta, existem mais duas
metodologias para garantir que o duto a ser projetado esteja de acordo para operar com
segurança, o método da estabilidade generalizada (Estabilidade estática com
pequenos deslocamentos) e Análise Dinâmica de estabilidade (Estabilidade
considerando carregamentos dinâmicos e movimentos da linha devido a esse histórico
de carregamentos), estas não foram abordadas no escopo deste trabalho. A Tabela 6
mostra os diâmetros mais utilizados na indústria.
25
Tabela 6-Em verde os valores usuais para o diâmetro dos dutos.
𝑁
𝜌𝑠 = 76812.30 (𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑎ç𝑜)
𝑚3
𝐸
𝐺= = 79.61𝐺𝑃𝑎 (𝑀ó𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 )
2. (1 + ʋ)
26
Para todos os diâmetros de duto estudados utilizou-se uma camada de concreto de
densidade:
𝑁
𝜌𝑐 = 21974 (𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜)
𝑚3
Optou-se por fixar a espessura da parede de aço X60 no valor de 0.607 polegadas
(0.01541 m) para os dutos de diferentes diâmetros, deste modo:
𝑑𝑠 = 𝐷𝑠 − 2. 𝑡𝑠
Onde:
Deste modo a área da seção transversal de aço pode ser calculada por:
𝜋
𝐴𝑠 = . (𝐷𝑠 2 − 𝑑𝑠 2 ) (𝑚2 )
4
A espessura de concreto (𝑡𝑐 ), em metros, foi escolhida de modo que o duto atingisse a
estabilidade absoluta de acordo com [2]. A área de concreto será dada pela fórmula a
seguir:
𝜋
𝐴𝑐 = . ((𝐷𝑠 + 2. 𝑡𝑐 )2 − (𝐷𝑠 )2 ) (𝑚2 )
4
27
O cálculo do peso específico do duto, para entrada no SITUA-Prosim, é descrita pela
fórmula:
(𝐴𝑠 . 𝑡𝑠 − 𝐴𝑐 . 𝑡𝑐 )
𝑃𝐸𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑜 𝐷𝑢𝑡𝑜 =
𝐴𝑠
Tabela 7-Propriedades utilizadas para os cinco (5) diâmetros de dutos considerados para
a análise paramétrica.
Espessura Espessura
Peso
Diâmetro Diâmetro Diâmetro Diâmetro da parede da parede
Expessura Expessura Expessura específico
Externo Externo Interno Interno de de
(pol) (m) (mm) do duto
(pol) (m) (pol) (m) concreto concreto
(KN/m3)
(pol) (mm)
28
5.2 Definição das propriedades do Stinger
Na presente seção serão definidas e relatadas as propriedades de cada um dos três (3)
stingers modelados para a execução das análises paramétricas de variação do raio de
curvatura desta estrutura de transição do riser entre barcaça e mar.
Os raios de stinger (Rs) considerados serão de 150, 200 e 250 metros. Adotou-se que,
para quase todos os modelos, o raio da rampa do stinger deveria ser igual ao raio do
stinger (com exceção do modelo com Rs = 150 e diâmetro de 22 e 24 polegadas, em
que adotou-se raios de rampa iguais a 300 m, como será visto na seção 6.1.4 e 6.1.5),
desta forma:
𝑅𝑟 = 𝑅𝑠
Optou-se por fixar algumas propriedades do stinger e variar somente seu raio. Deve-se
notar que para os trechos curvo e reto, pertencentes a rampa do stinger, fixou-se seus
comprimentos em 36 e 32 metros, respectivamente, enquanto que o stinger ficou com
um comprimento igual a 60 metros. Com base em dados da barcaça de instalação,
adotou-se uma inclinação para o trecho reto (ϴ) de 0.4°, como descrito pela Figura 18.
29
Figura 18- Propriedades do Stinger.
Para modelação do Stinger, forma utilizadas as seguintes dimensões para todos os raios
de curvatura analisados:
Rampa do Stinger
Espaçamento entre berços (m):
Trecho curvo 8
Trecho reto 6
Stinger
Espaçamento entre roletes (m):
1.5
30
Figura 19-Representação do modelo em elementos finitos do stinger.
31
5.3 Definição das propriedades da Máquina de Tração
32
5.4 Definição dos casos de Carregamento
Ângulo com
Direção DX (m) DY (m)
Norte (°)
NNE 22.50 9.24 -3.83
33
A embarcação, representada no modelo do SITUA-Prosim, estará com a proa
direcionada para a região Norte, como esquematizado na Figura 21 a seguir.
34
Um total de 165 casos de carregamento foram gerados para análise de movimento
prescrito, como mostrado abaixo:
35
5.5 Execução das análises
Após a execução das análises e cálculo do SAFOP’s iremos comparar os resultados das
análises considerando as variações paramétricas feitas e a influência da variação do raio
do stinger na definição do SAFOP.
36
5.6 Ferramenta de Pré e Pós processamento das análises
Para tal objetivo, utilizou-se a linguagem Python e o auxílio das bibliotecas NumPy [6]
(Numeric Python) e XlsxWriter 0.6.6 [7], de modo a criar um código capaz de realizar a
geração de modelos, arquivos batch, processamento de dados e criação de planilhas e
gráficos no Excel para automatizar o processo.
37
6. Resultados
Após a síntese dos modelos no SITUA-Prosim se faz necessária a definição das regiões
de sag e over-bend para avaliação correta dos critérios descritos pelas seções 4.1 e 4.2.
Na figura e tabela abaixo se encontram as definições destas duas regiões de interesse
para cada um dos modelos.
Figura 24 – Definição das regiões de interesse para cada um dos 15 modelos gerados.
Na tabela Tabela 9 estão descritos as regiões de sag e overbend para cada um dos 15
modelos gerados para análise estática, nota-se que os valões, em metros, destas duas
grandezas são em relação a distância da Âncora, de acordo com o definido na Tabela 9.
38
Tabela 9 – Definição das regiões de sab e overbend para as 15 análises estáticas.
Tabela 10 a seguir.
39
Máquina (kN)
Diâmetro (pol) 22 pol
Rs (m) 150 200 250
Tração da
1450.00 2350.00 3800.00
Máquina (kN)
Diâmetro (pol) 24 pol
Rs (m) 150 200 250
Tração da
2800.00 2650.00 4500.00
Máquina (kN)
40
6.1.1 Duto 16 polegadas e a variação do raio do stinger
Para o duto de 16 polegadas variou-se o raio do stinger nos valores 150, 200 e 250 m e
avaliou-se, segundo os critérios da DNV OS-F101 [5] descritos na seção 4.1 e 4.2 os
valores da tensão de Von Mises e a deformação para estas configurações, como
mostrado no Gráfico 1 e 2 a seguir.
400000
350000
300000
Von Mises (KN/m2)
250000
200000
150000
100000
50000
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
41
Configuração Estática - Duto 16 pol
150 m 200 m 250 m DNF-F-101-Deformação
0,0025
0,002
Deformação (-)
0,0015
0,001
0,0005
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)
Nestes três modelos vale ressaltar que as tensões e deformações atingem seu valor
máximo em um ponto que está localizado no Stinger (Von Mises= 338893.2 KPa).
Observa-se que o ponto localizado a uma distância horizontal de 1508.96 m da âncora é
o local mais próximo do ponto de inflexão da configuração S-Lay, por isso há uma
queda acentuada da tensão. Os patamares mais baixos para os valores de tensão e
deformação, para os 3 raios do stinger estudados se encontram na região compreendida
entre o ponto de âncora e o TDP da configuração do duto.
Vale ressaltar que o duto submetido ao menor raio de stinger (Rs = 150 m) foi o que
apresentou maiores valores de tensão na região de overbend, uma vez que os menores
raios de curvatura provocam aumento de tensão significativo devido a um maior
momento fletor.
42
6.1.2 Duto de 18 polegadas e variação do raio do stinger
400000
350000
Von Mises (KN/m2)
300000
250000
200000
150000
100000
50000
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
43
Configuração Estática - Duto 18 pol
150 m 200 m 250 m DNF-F-101-Deformação
0,0025
0,002
Deformação (-)
0,0015
0,001
0,0005
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)
Para este caso vale ressaltar que o limite para a tensão de Von Mises foi excedido na
região que compreende o overbend, que possui como critério a deformação, que como
podemos perceber pelo Gráfico 4, está dentro dos limites aceitos pela regra da DNV [5].
44
6.1.3 Duto de 20 polegadas e variação do raio do stinger
500000
450000
400000
Von Mises (KN/m2)
350000
300000
250000
200000
150000
100000
50000
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)
45
Configuração Estática - Duto 20 pol
150 m 200 m 250 m DNF-F-101-Deformação
0,0025
0,002
Deformação (-)
0,0015
0,001
0,0005
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)
Mais uma vez o critério de tensão foi excedido na região de overbend para os três raios
de stinger, no entanto, para esta região o critério válido de deformação encontrou
valores dentro dos limites.
46
6.1.4 Duto de 22 polegadas e variação do raio do stinger
500000
450000
400000
Von Mises (KN/m2)
350000
300000
250000
200000
150000
100000
50000
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)
47
Configuração Estática - Duto 22 pol
150 m 22 pol 200 m 22 pol 250 m 22 pol DNF-F-101-Deformação
0,0025
0,002
Deformação (-)
0,0015
0,001
0,0005
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)
48
Deste modo, para Rs = 150 m, como descrito pelos gráficos 9 e 10 na região
compreendida entre o stinger e a rampa há uma considerável queda de
tensão/deformação em virtude de um aumento do raio da rampa (566 m de distância do
ponto de âncora), como descrito pela Figura 25.
Este comportamento ocorre porque quanto maior é o raio de curvatura do duto menor é
a tensão de Von Mises calculada.
49
6.1.5 Duto de 24 polegadas e variação do raio do stinger
600000
500000
Von Mises (KN/m2)
400000
300000
200000
100000
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)
50
Configuração Estática - Duto 24 pol
Série10 Série15 Série5 Série16
0,003
0,0025
Deformação (-)
0,002
0,0015
0,001
0,0005
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Distância da Âncora (m)
Desta maneira conclui-se que para a instalação de um duto mais rígido, que é o caso do
24 polegadas de diâmetro, é necessário que o raio do stinger seja superior a 150 metros
de modo que o duto não sofra com os esforços devido a flexão. Vale ressaltar que o caso
com duto de 24 polegadas e raio do stinger de 150 metros não será incluído nas análises
uma vez que a configuração estática dentro dos critérios da DNV[5] não foi alcançada.
51
6.1.6 Conclusões e comentários sobre as análises estáticas
Após a síntese dos 15 modelos e suas análises estáticas, notou-se que a região de
overbend sempre possuía valores com um patamar mais elevado de tensão de Von
Mises, justamente devido a maior curvatura desta região, se comparada com a região de
sagbend, isto para a profundidade de 100 metros. A Figura 26 a seguir descreve bem a
distribuição de tensões ao longo do duto de 18 polegadas para a condição estática.
Figura 26 – descrição gráfica das regiões de over e sagbend (estática) para o duto de 18
polegadas.
52
Observe que se a profundidade fosse da ordem de 7 até 15 metros, não haveria mais
necessidade de stinger, uma vez que o comprimento suspenso do duto seria mínimo,
não haveria, portanto, a necessidade da utilização deste equipamento.
Deve-se notar que, para todas as análises, ao observar mais de perto a distribuição de
tensões na região de overbend (ver Figura 26) nota-se picos locais que representam o
contato entre duto e rolete. A figura abaixo representa a distribuição de momentos ao
longo do duto, nota-se que a região de contato duto-stinger possui os maiores
momentos, o que explica a presença de picos locais no gráfico de distribuição de tensão
ao longo da região de overbend (região do stinger).
53
6.2 Análise Quase estática (movimento prescrito)
A análise de movimento prescrito, como descrito na seção 5.4.1 seria formada por um
total de 165 casos de carregamento, compreendendo a movimentação da embarcação ao
longo de 10 metros em 11 direções que variam entre SSE e NNE, no entanto de acordo
com as conclusões presentes na seção 6.1.5, o duto de 24 polegadas com raio de stinger
de 150 metros foi excluído das análises uma vez que o mesmo não fica dentro dos
limites do critério simplificado de deformação estabelecido pela DNV[5].
O objetivo destas simulações foi a obtenção do mínimo tempo (𝑡𝐶𝑟𝑖𝑡𝑖𝑐𝑜 ) para que um
dos três critérios descritos no capítulo 4 fosse excedido. Tendo obtido este tempo, a
distância máxima (𝑑𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 ) que a BGL-1 poderá percorrer com segurança na direção
analisada será dada por:
Optou-se por adotar o critério de deformação para análise estática ao invés do critério
para análise dinâmica, visto que o modelo não irá considerar carregamentos ambientais
dinâmicos, i.e., ação de onda, vento ou correnteza. Este critério foi descrito na Tabela 5
da seção 4.1. Note que o critério de Von Mises é o mesmo não importando o tipo de
análise executada (estática ou dinâmica). Nas seções a seguir apresenta-se os resultados
das análises de movimento prescrito realizadas e os comentários e particularidades a
respeito de cada uma delas.
54
6.2.1 Duto de 16 polegadas e variação do raio do stinger
O gráfico a seguir descreve o SAFOP para as 11 direções definidas (ver Figura 21)
anteriormente, variando-se o raio do stinger para o duto de 16 polegadas de diâmetro
externo.Vale ressaltar que, para todas as análises, o critério limitante para o duto de 16
polegadas foi o operacional uma vez que o mesmo possui a menor rigidez se comparado
com os demais analisados neste projeto.
WSWW EESE
WSW ESE
SWWSW ESESE
SW SE
SSW SSE
S
55
Configuração Estática para duto de 16 polegadas
150 m / 16 pol 200 m / 16 pol 250 m / 16 pol
20
0
900 950 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600
Profundidade (m)
-20
-40
-60
-80
-100
-120
Distância da âncora (m)
56
Série temporal de Von Mises ao longo de nós da linha de 16 pol
TDP / 150 m 1548.5 m da âncora / 150 m Transição stinger-rampa / 150 m
DNV-F101-Von Mises
800000
700000
600000
Von Mises (kN/m2)
500000
400000
300000
200000
100000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tempo de simulação (s)
57
Tabela 11 – Critérios excedidos durante análise do duto de 16 polegadas.
Duto de 16 polegadas
Raio do stinger (m):
Direção:
150 200 250
NNE
NE
NEENE
ENE
ENEE
E
EESE
ESE
ESESE
SE
SSE
Onde:
Critério Excedido
Deformação
Von Mises
Operacional
58
6.2.2 Duto de 18 polegadas e variação do raio do stinger
O gráfico a seguir descreve o SAFOP para as 11 direções definidas (ver Figura 21)
anteriormente, variando-se o raio do stinger para o duto de 18 polegadas de diâmetro
externo. Assim como no duto de 16 polegadas, o critério limitante para todas as
direções analisadas foi o operacional.
WSWW EESE
WSW ESE
SWWSW ESESE
SW SE
SSW SSE
S
59
Configuração Estática para duto de 18 polegadas
150 m / 18 pol 200 m / 18 pol 250 m / 18 pol
20
0
900 950 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600
Profundidade (m)
-20
-40
-60
-80
-100
-120
Distância da âncora (m)
60
Gráfico de Von Mises ao longo de nós da linha 18 pol
TDP / 150 m 1540.6 m da âncora / 150 m Transição stinger-rampa / 150 m
TDP / 200 m 1540.6 m da âncora / 200 m Transição stinger-rampa / 200 m
TDP / 250 m 1540.6 m da âncora / 250 m Transição stinger-rampa / 250 m
DNV-F101-Von Mises
800000
700000
600000
Von Mises (kN/m2)
500000
400000
300000
200000
100000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tempo de simulação (s)
61
Tabela 12 – Critérios excedidos durante análise do duto de 18 polegadas.
Duto de 18 polegadas
Raio do stinger (m):
Direção:
150 200 250
NNE
NE
NEENE
ENE
ENEE
E
EESE
ESE
ESESE
SE
SSE
Onde:
Critério Excedido
Deformação
Von Mises
Operacional
62
6.2.3 Duto de 20 polegadas e variação do raio do stinger
O gráfico a seguir descreve o SAFOP para as 11 direções definidas (ver Figura 21)
anteriormente, variando-se o raio do stinger para o duto de 20 polegadas de diâmetro
externo. Mais uma vez, o critério limitante para as direções analisadas foi o operacional.
WSWW EESE
WSW ESE
SWWSW ESESE
SW SE
SSW SSE
S
63
Configuração Estática para duto de 20 polegadas
150 m / 20 pol 200 m / 20 pol 250 m / 20 pol
20
0
900 950 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600
Profundidade (m)
-20
-40
-60
-80
-100
-120
Distância da âncora (m)
64
Gráfico de Von Mises ao longo dos nós da linha 20 pol
TDP / 150 m 1541.0 m da âncora / 150 m Transição stinger-rampa / 150 m
DNV-F101-Von Mises
800000
700000
600000
Von Mises (kN/m2)
500000
400000
300000
200000
100000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tempo de simulação (s)
65
Tabela 13 – Critérios excedidos durante análise do duto de 18 polegadas.
Duto de 18 polegadas
Raio do stinger (m):
Direção:
150 200 250
NNE
NE
NEENE
ENE
ENEE
E
EESE
ESE
ESESE
SE
SSE
Onde:
Critério Excedido
Deformação
Von Mises
Operacional
66
6.2.4 Duto de 22 polegadas e variação do raio do stinger
O gráfico a seguir descreve o SAFOP para as 11 direções definidas (ver Figura 21)
anteriormente, variando-se o raio do stinger para o duto de 22 polegadas de diâmetro
externo. Verifica-se que, assim como ocorrido com os dutos de 16, 18 e 20 até aqui
analisados, o critério limitante para
WSWW EESE
WSW ESE
SWWSW ESESE
SW SE
SSW SSE
S
67
Configuração Estática para duto de 22 polegadas
150 m / 20 pol 200 m / 20 pol 250 m / 20 pol
20
0
Profundidade (m)
-20 900 950 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600
-40
-60
-80
-100
-120
Distância da âncora (m)
68
Gráfico de Von Mises ao longo dos nós da linha 22 pol
TDP / 150 m 1541.0 m da âncora / 150 m
Transição stinger-rampa / 150 m TDP / 200 m
1541.0 m da âncora / 200 m Transição stinger-rampa / 200 m
TDP / 250 m 1541.0 m da âncora / 250 m
Transição stinger-rampa / 250 m DNV-F101-Von Mises
800000
700000
Von Mises (KN/m2)
600000
500000
400000
300000
200000
100000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tempo de simulação (s)
69
Tabela 14 – Critérios excedidos durante análise do duto de 22 polegadas.
Duto de 22 polegadas
Raio do stinger (m):
Direção:
150 200 250
NNE
NE
NEENE
ENE
ENEE
E
EESE
ESE
ESESE
SE
SSE
Onde:
Critério Excedido
Deformação
Von Mises
Operacional
70
6.2.5 Duto de 24 polegadas e variação do raio do stinger
Para o duto de 24 polegadas, como descrito na seção 6.1.5, o stinger de raio 150 m não
obteve valores de deformações dentro dos limites para o critério simplificado da
DNV[5], uma vez que a sua maior rigidez e a profundidade elevada considerada no
estudo de caso (100 m) gera esforços fletores substancialmente altos, o que eleva o
patamar de tensão no stinger e consequentemente de deformação ao longo do mesmo
trecho.
WSWW EESE
WSW ESE
SWWSW ESESE
SW SE
SSW SSE
S
O gráfico anterior descreve o SAFOP para as 11 direções definidas (ver Figura 21)
anteriormente, variando-se o raio do stinger. Nele, pode se notar inicialmente que
aumento do raio do stinger irá diminuir a zona de operação segura (SAFOP) na região
71
Norte para as direções analisadas NNE, NE, NEENE, ENE e ENEE. Na região Sul
observa-se que o SAFOP é o mesmo independentemente da variação do raio do stinger.
A redução do SAFOP na região norte ocorre com o aumento do raio devido ás maiores
tensões verificadas na região de overbend para o raio de stinger de 250 metros, se
comparado ao de 200 metros.
20
0
900 950 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600
Profundidade (m)
-20
-40
-60
-80
-100
-120
Distância da âncora (m)
72
No gráfico a seguir, descreve-se o comportamento de três nós para a análise com
movimento prescrito na direção NNE. O primeiro nó está localizado na região do TDP,
o segundo na região de transição entre stinger e rampa e o terceiro a uma distância de
1540 m em relação a âncora, este último nó, que pertence a região de overbend, obteve
os valores mais elevados de tensão de Von Mises ao longo dos 100 segundos de análise.
700000
600000
500000
400000
300000
200000
100000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tempo de simulação(s)
Conclui-se então, ao observar o comportamento dos três pontos, que a maior tração
imposta a máquina para o raio de stinger de 250 m foi o fator principal para que a região
do SAFOP para este caso fosse menor.
73
Tabela 15 – Critérios excedidos primeiramente durante análise do duto de 24 polegadas.
Duto de 24 polegadas
Raio do stinger (m):
Direção:
200 250
NNE
NE
NEENE
ENE
ENEE
E
EESE
ESE
ESESE
SE
SSE
Onde:
Critério Excedido
Deformação
Von Mises
Operacional
Nenhum
74
7. Conclusão
75
8. Considerações para trabalhos futuros
Após o término das análises quase estáticas, i.e, aplicando apenas movimento prescrito
na embarcação, percebeu-se uma necessidade em simular casos dinâmicos e compara-
las com as realizadas no presente trabalho. Deste modo, as seguintes considerações
podem ser feitas, como possibilidade de estudo para trabalhos futuros ou como
continuação para o presente projeto:
76
9. Bibliografia
[3] API 5L: “Specification for Line Pipe”, American Petroleum Institute, 2004.
[5] DNV OS-F101, Submarine Pipeline Systems. Høvik, Det Norske Veritas, 2010.
[8] BAI, YOUNG; BAI, QIANG, “Subsea Pipelines and Risers”, Inc., Elsevier, 2005.
77
10. Anexo I
i
ii
iii
10.2 Pós Processamento de caso quase estático
iv
v
vi