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Vários estudos mostram que em torno de 15% a 20% das crianças no início da
escolarização apresentam dificuldade em aprender e, logo, mau desempenho escolar.
Essas estimativas podem chegar a 30%, 50%, se forem analisados os primeiros seis anos
de escolaridade.
Aprendizagem
“Processo que ocorre através da integração de diversas funções do sistema nervoso,
promovendo melhor adaptação do indivíduo e o meio através da experiência,
promovendo mudanças”. – Fonseca, 2008.
Processamento e saída (output) ou resposta efetora ocorre pelas vias eferentes motoras.
Motivação
A motivação é uma força interior que se modifica a cada momento durante toda a vida, onde
direciona e intensifica os objetivos de um indivíduo. Dessa forma, quando dizemos que a
motivação é algo interior, ou seja, que está dentro de cada pessoa de forma particular
erramos em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois ninguém é capaz de fazê-lo.
Existem pessoas que pregam a extra motivação, mas tal termo é erroneamente empregado,
já que a motivação é uma força intrínseca, ou seja, interior e o emprego desse prefixo deve
ser descartado.
Uma interpretação da pirâmide nos proporciona o código de sua teoria. Um ser humano
tende a satisfazer suas necessidades primárias (mais baixas na pirâmide de Maslow), antes
de buscar as do mais alto nível. Uma pessoa não procura ter satisfeitas suas necessidades
de segurança – por exemplo, evitar os perigos do ambiente – se não tem cobertas suas
necessidades fisiológicas, como comida, bebida, ar, etc.
Motivação
Quanto mais interessante e importante é a informação, mais fácil sua retenção e resgate
quando necessário.
Atenção e Memória
Possuem papel essencial na aquisição de novas habilidades (aprendizagem). É através
da atenção que se filtra as informações relevantes no meio (atenção seletiva) e se mantem
sob foco esta informação desejada (atenção sustentada e focalizada).
Psicomotricidade
A psicomotricidade é uma característica humana que permite a execução
planificada, sequenciada, autorregulada de atos motores complexos, mediada pelo
lobo pré-frontal. As praxias são consideradas por muitos autores como o produto
final da cognição.
Sinaptogênese e mielinização
“A aprendizagem apresenta peculiaridades na infância, relacionadas especificamente à
neuroplasticidade e à maturação neurológica (Sinaptogênese e mielinização). A
neuroplasticidade, que é muito intensa nas crianças, consiste na capacidade do encéfalo
em adaptar-se a modificações, sejam elas, novas funções aprendias ou reações a lesões
encefálicas. À medida que a criança amadurece, áreas e funções perceptivas e motoras se
tornam mais funcionais e capacitadas para execução de habilidades cada vez mais
complexas. Portanto, destaca-se que para aprender é preciso maturação e integração de
diversas áreas cerebrais envolvidas no processo”. – Rebollo, 2007.
Transtornos da Aprendizagem
Transtorno das Habilidades Escolares
Prevalência
Identificado em aproximadamente 5% dos estudantes de escolas públicas norte-
americanas.
Segundo estimativas da Organização Psiquiátrica Americana, a prevalência dos
Transtornos da Aprendizagem, variam entre 2 e 10% na população, dependendo da
natureza da averiguação e das definições aplicadas e estes podem persistir até a
idade adulta.
Diagnóstico Diferencial
→ Transtornos da Aprendizagem devem ser diferenciados das variações normais de
rendimento escolar e das dificuldades devido à falta de oportunidades, ao ensino
deficiente ou a fatores culturais.
Dislexia
Dificuldade da área da leitura, escrita e soletração. A dislexia costuma ser identificada nas
salas de aula durante a alfabetização, sendo comum provocar uma defasagem inicial de
aprendizado.
Características Linguísticas
→ A acumulação e persistência de seus erros de soletração ao ler e de ortografia ao
escrever.
→ Confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças sutis de grafia: a-o, c-o,
e-c, f-t, h-n, i-j, m-n, v-u, etc.
→ Confusão entre letras, sílabas ou palavras com grafia similar, mas com diferente
orientação no espaço: b-d, b-p, d-b, d-p, d-q, n-u, w-m, a-e.
→ Confusão entre letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons
são acusticamente próximos: d-t, j-x, c-g, m-b-p, v-f.
→ Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras: me-em, sol-los, som-mos, sal-
las, pai-pia.
Outras Perturbações de Aprendizagem
1. Alterações na memória.
2. Alterações na memória de séries e sequências.
3. Orientação direita-esquerda.
4. Linguagem escrita.
5. Dificuldades em matemática.
6. Confusão com relação às tarefas escolares.
7. Pobreza de vocabulário.
8. Escassez de conhecimento prévios (memória de longo prazo).
Discalculia
Desordem neurológica especifica que afeta a habilidade de uma pessoa de
compreender e manipular números.
Para ser classificada como discalculia não pode ser causada por problemas na visão
e/ou audição.
Teoria do Vínculo
Modo de conceituar a propensão dos seres humanos a estabelecerem fortes vínculos
afetivos com alguns outros, e de explicar as múltiplas perturbações da personalidade,
incluindo ansiedade, raiva, depressão e desligamento emocional, a que a separação e
perda involuntária dão origem. Embora incorpore muito do pensamento psicanalítico, a
teoria da ligação difere da psicanálise tradicional ao adotar um certo número de princípios
que derivam de disciplinas relativamente novas como a etologia e teoria do controle,
estabelecendo relações estreitas com a psicologia cognitiva e evolutiva.
Teoria do Apego
→ Bebês nascem programados para formar um estreito vínculo emocional com a mãe ou
com os primeiros adultos que tomam conta deles – em outras palavras, para apegar-
se.
“A criança pode crescer segura, com boa autoestima, ou ansiosa e insegura quanto às
suas relações afetivas, ou ainda com extrema dificuldade de se ligar a alguém, a partir
da relação que a mãe estabelece com ela” – John Bowlby
□ Está ligada aos nomes de Konrad Lorenz e Niko Tinbergen sob influência da Teoria
da Evolução Darwiniana, tendo como uma de suas preocupações básicas a evolução
do comportamento por meio do processo de seleção natural.
O que é Imprinting?
É o fenômeno exibido por vários animais jovens, principalmente pássaros, tais como
patinhos e pintinhos. Quando saem dos seus ovos, eles seguirão o primeiro objeto
em movimento que eles encontrarem no ambiente – o qual pode ser a sua mãe pata
ou galinha, mas não necessariamente. Ocorre então uma ligação social entre o
filhote e este objeto ou organismo.
Impulso Primário
→ Bowlby descartou a ideia do impulso primário, que influenciava fortemente o
pensamento científico da época.
→ A ideia do impulso primário associava a alimentação a razão pela qual a criança
desenvolve um forte laço com sua mãe e substituindo-a pelo sentimento de
segurança, atribuindo a ele a noção de função biológica de proteção.
Conclusões: macacos bebês preferem as “mães” mais confortáveis. Essa preferência era
independente da “mãe” que fornecia alimento. Parecia estar em jogo não só a procura de
conforto, mas estabelecimento de relações que transmitisse segurança – estímulo gerador
de medo.
John Bowlby
Descreve uma série de condutas da criança quando afastada da figura de ligação, tais
como: choros, chamamentos, ataques de fúria, etc. O desenvolvimento do comportamento
de ligação com uma figura preferida ocorre durante os primeiros nove meses de vida,
perdurando até o terceiro ano. Com isso não se pode afirmar que o campo de
relacionamentos do bebê é limitado, mas que existe durante um certo período o desejo
mais intenso de manter contato com uma determinada pessoa, que pode ser a mãe natural
ou outra que a represente.
Sistema de exploração: somente acontece se a criança tem uma base segura para
explorar o mundo. Então buscará, jogará, iniciará contatos sociais, etc.
Comportamento de Apego
“Qualquer forma de comportamento que resulta em uma pessoa alcançar e manter
proximidade com algum outro indivíduo, considerado mais apto para lidar com o mundo”.
– Bowlby, 1989.
Autismo
No Brasil: dados apontam para uma prevalência de 1:360.
Aumentou porque:
Leo Kanner
1943: 11 pacientes jovens que pareciam habitar mundos isolados particulares ignorando
as pessoas à sua volta, mesmo seus próprios pais.
→ Se divertiam por horas batendo as mãos em frente ao rosto.
→ Entravam em pânico por pequenas coisas – troca de lugar do brinquedo preferido
sem seu conhecimento.
1950 – Kanner declarou que havia visto menos de 150 casos reais de “sua síndrome”.
Não fomentou a ideia de diagnosticar como autistas crianças com epilepsia – comum
no autismo.
Autismo como psicose infantil causado por pais frios e indiferentes. “Estas crianças
foram mantidas num congelador que não descongela”.
Autismo: fonte de vergonha e estigma para as famílias – instituições “para seu próprio
bem” – invisíveis para o mundo.
História alternativa do autismo – Hans Asperger (1944) – “Doença poligenética para toda
a vida”.
Neurodiversidade
→ Sistemas operacionais humanos.
Definitivamente Definitivamente
menos do que os mais do que os
outros outros
Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico. Baseia-se nos sinais e sintomas e leva em conta
os critérios estabelecidos por DSM-V e pela CID-10 (Classificação Internacional de
Doenças da OMS.
□ Os sintomas costumam estar presentes antes dos 3 anos de idade sendo possível
fazer o diagnóstico por volta dos 18 meses de idade.
□ Novo nome para a categoria, Transtorno do Espectro Autista (TEA), que inclui
transtorno autístico – autismo, transtorno de Asperger, transtorno desintegrativo da
infância, e transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação.
Autismo – DSM-V
Critério A: déficit persistente de interação social;
Natl Health Stat Report. 2013 Mar 20; (65): 1-11, 1 p following 11. Changes in prevalence
of parente-reported autism spectrum disorder in schol-aged U.S. children: 2007 to
2011-2012. Blumberg SJ, Bramlett MD, Kogan MD, Schieve LA, Jones JR, Lu MC.
Alterações do
comportamento
Alterações da
biologia
Causas do Espectro Autista
Tipo I
Autismo é genético?
→ Folstein & Rudder, 1985
→ Ritvo et al, 1989
→ Bailey et al, 1995
→ Gêmeos univitelinos ou monozigóticos: índice de concordância alta
→ Hallmayer et al, 2011 – suscetibilidade para o autismo tem forte fator ambiental,
compartilhado entre gêmeos e moderada hereditibilidade genética.
JAMA. 2014 May 7; 311 (17): 1770-7. doi: 10.1001/jama.2014.4144. The familial risk of
autism. Sandin S, Lichtenstein P, Kuja-Halkola R, Larsson H, Hultman CM, Reichenberg A.
Curr Opin Genet Dev. 2012 Jun; 22(3): 229-37 doi: 10.1016/j.gde.2012.03.002. Epub 2012
Mar 29. Genetic architecture in autism spectrum disorder. Devlin B, Scherer SW.
Autismo
Tipo II
“Capacidade mental geral que inclui a habilidade do indivíduo para raciocinar, resolver
problemas, pensar abstratamente, planejar e aprender pela experiência, e reflete uma
capacidade mais ampla para compreender o mundo ao seu redor”. – Associação Americana
de Retardo Mental.
Deficiência Intelectual
→ Não é um traço de personalidade da pessoa.
→ Suporte individualizado na DI – prestação de apoios adaptados.
→ Entendimento e busca de uma identidade que inclui: autoestima, bem-estar, orgulho
próprio, engajamento social e político.
→ Não é doença é deficiência.
Deficiência Intelectual é uma condição que pode ser melhorada com prestação de suporte
e não como uma deficiência estática para o resto da vida.
→ Apoio intermitente.
→ Apoio limitado.
→ Apoio amplo.
→ Apoio permanente.
Dimensões
Comportamento adaptativo, habilidades conceituais, sociais e práticas – o
comportamento adaptativo é a reunião de habilidades que foram aprendidas pelas pessoas
para funcionarem em suas vidas diárias.
Domínio Prático
Aprendizagem e autogestão em todos os cenários de vida, inclusive cuidados pessoais,
responsabilidades profissionais, controle do dinheiro, recreação, autocontrole
comportamental e organização de tarefas escolares e profissionais, entre outros.
Nível de Gravidade Leve
Domínio Conceitual Domínio Social Domínio Prático
Dificuldade em aprender Mostra-se imaturo nas Pode funcionar de acordo
habilidades acadêmicas relações sociais: com a idade nos cuidados
que envolvam leitura, dificuldades em perceber pessoais, mas necessita de
escrita, matemática, pistas sociais dos pares. apoio em tarefas
tempo ou dinheiro, sendo Comunicação, conversação complexas da vida diária
necessário apoio em uma e linguagem são mais em comparação com os
ou mais áreas para o concretas e imaturas do pares. Vida adulta: apoio
alcance das expectativas que seria esperado para a para compras de casa,
associadas à idade. idade. Compreensão utilização de transporte
Adultos: pensamento limitada de riscos em público, organização do lar
abstrato, funções situações sociais. Corre o e cuidado com filhos,
executivas, memória de risco de ser manipulado preparo de alimentos,
curto prazo, uso funcional pelos outros (credulidade). atividades bancárias e
de habilidades acadêmicas controle de dinheiro. Na
estão prejudicados. Há vida adulta pode conseguir
uma tendência a uma desenvolver emprego em
abordagem concreta para funções que não envolvam
resolução de problemas. habilidades conceituais.
Instrumentos: Escala Wechsler de Inteligência para Criança – 3ª edição (WISC - III), Teste
Auditivo Verbal de Rey (RAVEN) e Bateria de Testes Neurológicos (BTN).
Domínio Social
Percepção de pensamentos, sentimentos e experiências dos outros, empatia, habilidades
de comunicação interpessoal, habilidades de amizade, julgamento social.
Deficiência Intelectual – DI
Oligofrênia - século XIX
Retardo Mental - 2002
AAIDD - Associação Americana sobre Deficiência Intelectual e do Desenvolvimento
2010 - Deficiência Intelectual.
Funcionamento Adaptativo
Capacidade intelectual, educação, motivação, socialização, aspectos de personalidade,
oportunidades vocacional, experiência cultural e condições médicas gerais e transtornos
mentais coexistentes influenciam o funcionamento adaptativo.
Atenção
“Milhões de itens (...) são apresentados aos meus sentidos e nunca entram propriamente
na minha consciência. Por quê? Porque não tem interesse para mim. Minha experiência é
aquilo que eu concordo prestar atenção (...). Todos sabem o que é a atenção. É a tomada
de posse pela mente, de forma clara e vívida, de um dentre o que parecem ser vários
objetos possíveis simultâneos ou linha de pensamento. A focalização, a concentração da
consciência são sua essência. Esta implica, a abstenção de algumas coisas para poder
lidar eficazmente com outras.” – William James, 1890.
“Na prática, nosso comportamento é guiado a cada instante por uma coisa só: um alvo
só, sobre o qual os esforços de processamento cognitivo se concentram. Esse alvo da vez é
o foco da atenção, e a atenção é o processo que permite que tudo o que diz respeito a
esse alvo seja detectado e processado mais rapidamente e com mais fidelidade,
às custas do processamento de tudo o que está ao redor. Como resultado, a atenção
facilita o processamento do que está em seu foco, enquanto reduz o processamento
dos distratores (ou seja, de tudo o que não está no foco da atenção.”
Atenção
→ Possibilidade de se exercer um controle voluntário da atenção;
→ Inabilidade em atender diversos estímulos ao mesmo tempo;
→ Capacidade limitada do processamento atencional;
→ Capacidade de o indivíduo responder predominantemente os estímulos que lhe são
significativos em detrimento de outros;
→ Processamento preferencial de determinadas informações sensoriais (Bear,
Connors & Paradiso, 2012).
→ “O ato de prestar atenção (...) aumenta a sensibilidade perceptual para a
discriminação do alvo, além de reduzir a inferência causada por estímulos
distratores” (Pessoa, Kastner & Ungerleider, 2003).
Gestalt
Percepção: ocorre através da seleção e organização ativa dos elementos que compõem,
p.e., uma imagem ou um som, de modo que a configuração que emerge à consciência é
mais do que mera soma das partes.
O que influencia a atenção?
□ Contexto de inserção do indivíduo;
□ Características dos estímulos;
□ Expectativa;
□ Motivação;
□ Relevância da tarefa desempenhada;
□ Estado emocional;
□ Experiências anteriores.
Operacionalização da Atenção
Atenção seletiva: privilegiar determinados estímulos em detrimento de outros;
Atenção sustentada: capacidade de o indivíduo manter o foco atencional em
determinado estímulo durante um período de tempo;
Atenção alternada: capacidade de alternar o foco atencional, porém, uma das
informações está sendo mediada pelo processamento automático.
Córtex Límbico
Reconhecimento seletivo de um estímulo e inibição de estímulos irrelevantes.
Colículos Superiores
Usa informação visual e auditiva e é capaz de promover o redirecionamento
automático dos olhos para o objeto externo da vez.
Locus Coeruleus
“Libera noradrenalina sobre várias estruturas do encéfalo quando estamos acordados, e
sobretudo quando eventos importantes acontecem ou são esperados. A noradrenalina
liberada sobre o córtex faz mudar a maneira como a informação é processada,
aumentando a razão sinal/ruído e assim melhorando a capacidade de detecção de
estímulos e a rapidez de resposta.”
Modalidade Visual da Atenção
Orientação da atenção: desengajamento do foco atual (lobo parietal posterior),
mudança do foco atencional para a localização do estímulo esperado (colículo
superior), localização do alvo e engajamento (tálamo);
Controle executivo da atenção: detecção da relevância de um estímulo e a inibição
das interferências de outros estímulos concorrentes (esforço do processamento
atencional) – giro cingulado anterior.
Vigilância: processo de sustentação da atenção (diminuição da taxa dos batimentos
cardíacos e da atividade elétrica cerebral, elevação do fluxo sanguíneo cerebral
maior nas áreas dos lobos frontal e parietal, principalmente do lado direito).
→ Uma medida de atenção não pode ser obtida em uma situação na qual se exige a
aquisição de uma habilidade e sim na qual se quando o indivíduo deve desempenhar
uma resposta motora simples, como pressionar um botão após o aparecimento de
um estímulo perceptível. Desse modo, a falha na emissão da resposta motora
poderá ser considerada, neste caso, como um indício da falha atencional.
Neuropsicologia
Do ponto de vista neuropsicológico, é fundamental compreender osmecanismo atencionais,
na medida em que representam a base de todos os processos cognitivos e encontram-se
alterados na presença de sintomas clínicos. (Lima, RF, 2005)
Desatenção
Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos seis meses em um grau
que é inconsistente com o nível do desenvolvimento e têm impacto negativo diretamente
nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais:
Nota: Os sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento opositor, desafio,
hostilidade, ou dificuldade para compreender tarefas ou instruções. Para adolescentes mais
velhos e adultos (17 anos ou mais), pelo menos cinco sintomas são necessários.
Hiperatividade e Impulsividade
Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos seis meses em um grau
que é inconsistente com o nível do desenvolvimento e tem impacto negativo diretamente
nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais:
Nota: Os sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento opositor, desafio,
hostilidade, ou dificuldade para compreender tarefas ou instruções. Para adolescentes mais
velhos e adultos (17 anos ou mais), pelo menos cinco sintomas são necessários.
TDAH
→ Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estão presentes
antes dos 12 anos de idade.
Subtipos
→ Apresentação combinada: preenchimento dos critérios de desatenção e
hiperatividade-impulsividade porem preenchidos nos últimos 6 meses;
→ Apresentação predominantemente desatenta;
→ Apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva.
Grave: Muitos sintomas além daqueles necessários para fazer o diagnóstico estão
presentes ou vários sintomas particularmente graves estão presentes, ou os sintomas
podem resultar em prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional.
Características Diagnósticas
→ O TDAH começa na infância;
→ Manifestações do transtorno devem estar presentes em mais de um ambiente;
→ É comum os sintomas variarem conforma o contexto em um determinado ambiente.
→ Sinais do transtorno podem ser mínimos ou ausentes quando o indivíduo está
recebendo recompensas frequentes por comportamento apropriado, está sob
supervisão, está em uma situação nova, está envolvido em atividades especialmente
interessantes, recebe estímulos externos consistentes (ex.: através de telas
eletrônicas) ou está interagindo em situações individualizadas (ex.: em um
consultório).
Características Associadas Que Apoiam O Diagnóstico
→ Atrasos leves no desenvolvimento linguístico, motor ou social não são específicos
do TDAH, embora acostumem ser comórbidos.
→ As características associadas podem incluir baixa tolerância a frustração,
irritabilidade ou labilidade do humor.
→ Mesmo na ausência de um transtorno específico da aprendizagem, o desempenho
acadêmico ou profissional costuma estar prejudicado.
→ No início da vida adulta, o TDAH está associado a risco aumentado de tentativa de
suicídio, principalmente quando em comorbidade com transtornos do humor, da
conduta ou por uso de substância.
→ Não há marcador biológico seja diagnóstico de TDAH.
Prevalência
Levantamentos populacionais sugerem que o TDAH ocorre na maioria das culturas em
cerca de 5% das crianças e 2,5% dos adultos.
Desenvolvimento e Curso
Muitos pais observam pela primeira vez uma atividade motora excessiva quando a criança
começa a andar, mas é difícil distinguir os sintomas do comportamento normal, que é
altamente variável, antes dos 4 anos de idade.
→ O TDAH costuma ser identificado com mais frequência durante os anos do ensino
fundamental, com a desatenção ficando mais saliente e prejudicial.
→ O transtorno fica relativamente estável nos anos iniciais da adolescência, mas alguns
indivíduos têm piora no curso, com o desenvolvimento de comportamentos
antissociais.
→ Na maioria das pessoas com TDAH, sintomas de hiperatividade motora ficam menos
claros na adolescência e na vida adulta, embora persistam dificuldades com
planejamento, inquietude, desatenção e impulsividade.
→ Na adolescência, sinais de hiperatividade (ex.: correr e subir nas coisas) são menos
comuns, podendo limitar-se a comportamento mais irrequieto ou sensação interna
de nervosismo, inquietude ou impaciência.
Ambientais: Muito baixo peso ao nascer confere um risco 2 a 3 vezes maior para TDAH,
embora a maioria das crianças com baixo peso ao nascer não desenvolva o transtorno.
Embora o TDAH esteja relacionado com tabagismo na gestação, parte dessa associação
reflete um risco genético comum. Uma minoria de casos pode estar relacionada a reações
a aspectos da dieta. Pode haver história de abuso infantil, negligência, múltiplos lares
adotivos, exposição a neurotoxina, infecções ou exposição ao álcool no útero. Exposições
a toxinas ambientais foi correlacionada com TDAH subsequente, embora não se saiba se
tais associações são causais.
Genéticos e fisiológicos: O TDAH é frequente em parentes biológicos de primeiro grau
com o transtorno. A herdabilidade do TDAH é substancial. Enquanto genes específicos
foram correlacionados com o transtorno, eles não constituem fatores causais necessários
ou suficientes. Deficiências visuais e auditivas, anormalidades metabólicas, transtornos do
sono, deficiências nutricionais e epilepsia devem ser considerados influências possíveis
sobre sintomas de TDAH.
O TDAH não está associado a características físicas especificas, ainda que taxas de
anomalias físicas menores (por ex. hipertireoidismo, palato bastante arqueado, baixa
implantação de orelhas) possam ser relativamente aumentadas. Atrasos motores sutis e
outros sinais neurológicos leves podem ocorrer. Notar que falta de jeito e atrasos motores
comórbidos devem ser codificados em separado (por ex. transtorno do desenvolvimento da
coordenação).
Comorbidade
Transtorno de oposição desafiante.
Transtorno da conduta.
Transtorno disrruptivo da desregulação do humor.
Transtorno especifico da aprendizagem.
Transtorno de ansiedade e transtorno depressivo maior.
Transtorno explosivo intermitente.
Transtornos por abusos de substância.
Transtorno da personalidade antissocial.
Transtorno obsessivo compulsivo.
Transtorno de tique.
Transtorno de espectro autista.