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1) O montante de sinistro agregado possui uma distribuição Uniforme (0,$10)

a) Seja um segurado com função de utilidade igual a 𝑢(𝑥) = √𝑥 com 𝑥 > 0. Calcule o
prêmio aceito pelo segurado de modo a não diminuir a sua função de utilidade, dado
que a riqueza inicial do segurado é igual a $10.
b) Por sua vez, a Seguradora cobra um prêmio comercial com carregamento de
segurança igual a 10% e carregamento para despesas igual a 30%. Qual o valor do
prêmio cobrado pela Seguradora?
c) O segurado estará disposto a pagar o prêmio cobrado pela seguradora? Por que?

Resolução:

𝑆 ~ 𝑈[0, $10] 𝑢(𝑥) = √𝑥

a) 𝑢(𝑊 − 𝐺) = 𝐸[𝑢(𝑊 − 𝑆)] ,

𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑊 = $10 (𝑟𝑖𝑞𝑢𝑒𝑧𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙)𝑒 𝐺 𝑜 𝑝𝑟ê𝑚𝑖𝑜 𝑎𝑐𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑑𝑜

𝑇𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒, 𝑢(10 − 𝐺) = 𝐸[𝑢(10 − 𝑆)] → √10 − 𝐺 = 𝐸[√10 − 𝑆]


10
1 2 3 10 1 3
𝐸[√10 − 𝑆] = ∫ √10 − 𝑆. . 𝑑𝑆 = − . (10 − 𝑆)2 { = . 102
0 10 30 0 15

1 3 103 103
√10 − 𝐺 = . 102 → 10 − 𝐺 = . : 𝐺 = 10 − = $5,56
15 152 152

𝐸[𝑆](1+𝜃) 10 1 5.(1+0,1)
b) 𝜋 = . : 𝐸[𝑆] = ∫0 𝑥. 10 . 𝑑𝑥 = 5 .: 𝜋 = = $7,86
(1− 𝛼) (1−0,3)

c) Sim, pois de modo geral temos que:


𝑢(𝑊 − 𝐺) = 𝐸[𝑢(𝑊 − 𝑆)] ≤ 𝑢(𝐸[𝑊 − 𝑆]) (𝐷𝑒𝑠𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝐽𝑒𝑛𝑠𝑒𝑛)

Como, 𝑢′ (𝑥) > 0 (𝑢(𝑥) crescente), então 𝑢(𝑊 − 𝐺) ≤ 𝑢(𝐸[𝑊 − 𝑆]) → 𝑊 − 𝐺 ≤


𝐸[𝑊 − 𝑆] . :
𝑊 − 𝐺 ≤ 𝑊 − 𝐸[𝑆].
Assim,
𝐺 ≥ 𝐸[𝑆]

Portanto, o segurado aceita pagar um prêmio de valor maior ou igual ao valor esperado do sinistro.

2) Defina o modelo de risco individual e coletivo e aponte as diferenças entre os dois


modelos.

Resolução:
No modelo de risco individual, todo o enfoque para obtenção do valor total dos
sinistros é individual, pois utilizamos as distribuições do valor do sinistro e da
ocorrência de sinistros individualmente em cada apólice. Neste modelo, conhece-se a
distribuição de sinistros de cada risco individualmente.
No modelo de risco coletivo é utilizado o conceito de risco agregado, em que a variável
aleatória “sinistro agregado” é interpretada como a soma dos sinistros de toda a
carteira.
Diferente do individual, no coletivo a distribuição de sinistros de uma carteira é
entendida como um todo, sem a preocupação com as características dos sinistros
produzidos por cada apólice.

3) A partir da seguinte expressão 𝑃(𝑆 > 𝑃𝑃) = 𝛼, obtenha o valor do prêmio (PP) em
função de 𝑍1−𝛼 , 𝑘, λ onde:
- 𝑍1−𝛼 ~𝑁(0,1);
- 𝜃 é o carregamento de segurança;
- 𝑘 é o valor da indenização constante e igual ao valor da importância segurada IS,
qualquer que seja o sinistro e;
- 𝛼 é a probabilidade.

Sabe-se que a distribuição do sinistro agregado S segue uma distribuição de Poisson


Composta (λ, p(x)) podendo ser aproximada por uma Normal.

Resolução:

𝑆 𝑐𝑜𝑙 − 𝐸[𝑆 𝑐𝑜𝑙 ] 𝑃𝑃 − 𝐸[𝑆 𝑐𝑜𝑙 ]


𝑃( ≤ ) = 1−𝛼
𝜎[𝑆 𝑐𝑜𝑙 ] 𝜎[𝑆 𝑐𝑜𝑙 ]
Como,
𝑆~ 𝑃𝑜𝑖𝑠𝑠𝑜𝑛 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎 (λ, p(x)), temos:
𝐸[𝑆 𝑐𝑜𝑙 ] = E[N]E[X] = λ. 𝑘 e
V[𝑆 ] = V[X]E[N] + E[X] V[N] = 0 + λ. 𝑘 2 ,
𝑐𝑜𝑙 2

𝜎[𝑆 𝑐𝑜𝑙 ] = 𝑘. √λ

Ainda,

𝑆 𝑐𝑜𝑙 − 𝐸[𝑆 𝑐𝑜𝑙 ]


~ 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 (0,1)
𝜎[𝑆 𝑐𝑜𝑙 ]

Logo,
𝑃𝑃 − 𝐸[𝑆 𝑐𝑜𝑙 ]
= 𝑍1−𝛼
𝜎[𝑆 𝑐𝑜𝑙 ]

𝑆 𝑐𝑜𝑙 − 𝐸[𝑆 𝑐𝑜𝑙 ] 𝑃𝑃 − 𝐸[𝑆 𝑐𝑜𝑙 ] 𝑃𝑃 − λ𝑘


𝑃( 𝑐𝑜𝑙
≤ 𝑐𝑜𝑙
) = 𝑃 (𝑍 ≤ ) = 𝑍1−𝛼
𝜎[𝑆 ] 𝜎[𝑆 ] 𝑘. √λ

𝑃𝑃 = 𝑘. √λ. 𝑍1−𝛼 + λ𝑘
4) Seja uma carteira de seguros com o seguinte comportamento:

n P(N=n)
0 0,3
1 0,4
2 0,3

X P(X=x)
1 0,6
2 0,3
3 0,1
a) Calcule pela distribuição exata e pela aproximação Normal o prêmio puro total de modo
que a probabilidade do sinistro agregado superar o prêmio puro total não exceda a 2,1%
(considere 𝑍0,979 = 2,035)

b) Explique o porquê da diferença entre os resultados.

Resolução:

𝑓𝑆 𝑐𝑜𝑙 (𝑥) = ∑ 𝑝 ∗𝑛 (𝑥). 𝑃(𝑁 = 𝑛)


𝑛
onde,
𝑝 ∗𝑛 (𝑥) = ∑ 𝑝 ∗𝑛−1 (𝑥 − 𝑦). 𝑝(𝑦)
𝑦

Temos que

𝑝 ∗0 (0) = 1
𝑝 ∗1 (1) = 0,6 ; 𝑝 ∗1 (2) = 0,3 ; 𝑝 ∗1 (3) = 0,1
𝑝 ∗2 (2) = 𝑝 ∗1 (1). 𝑝 ∗1 (1) = 0,36
𝑝 ∗2 (3) = 𝑝 ∗1 (2). 𝑝 ∗1 (1) + 𝑝 ∗1 (1). 𝑝 ∗1 (2) = 0,36
𝑝 ∗2 (4) = 𝑝 ∗1 (3). 𝑝 ∗1 (1) + 𝑝 ∗1 (2). 𝑝 ∗1 (2) + 𝑝 ∗1 (1). 𝑝 ∗1 (3) = 0,21
𝑝 ∗2 (5) = 𝑝 ∗1 (3). 𝑝 ∗1 (2) + 𝑝 ∗1 (2). 𝑝 ∗1 (3) = 0,06
𝑝 ∗2 (6) = 𝑝 ∗1 (3). 𝑝 ∗1 (3) = 0,01

𝑓𝑆 𝑐𝑜𝑙 (0) = 𝑝 ∗0 (0). 𝑃(𝑁 = 0) = 0,3


𝑓𝑆 𝑐𝑜𝑙 (1) = 𝑝 ∗1 (1). 𝑃(𝑁 = 1) = 0,24
𝑓𝑆 𝑐𝑜𝑙 (2) = 𝑝 ∗1 (2). 𝑃(𝑁 = 1) + 𝑝 ∗2 (2). 𝑃(𝑁 = 2) = 0,228
𝑓𝑆 𝑐𝑜𝑙 (3) = 𝑝 ∗1 (3). 𝑃(𝑁 = 1) + 𝑝 ∗2 (3). 𝑃(𝑁 = 2) = 0,148
𝑓𝑆 𝑐𝑜𝑙 (4) = 𝑝 ∗2 (4). 𝑃(𝑁 = 2) = 0,063
𝑓𝑆 𝑐𝑜𝑙 (5) = 𝑝 ∗2 (5). 𝑃(𝑁 = 2) = 0,018
𝑓𝑆 𝑐𝑜𝑙 (6) = 𝑝 ∗2 (6). 𝑃(𝑁 = 2) = 0,003

𝐹𝑆 𝑐𝑜𝑙 (𝑥) = ∑ 𝑓𝑆 𝑐𝑜𝑙 (𝑦)


𝑦=0

𝐹𝑆 𝑐𝑜𝑙 (0) = 0,3


𝐹𝑆 𝑐𝑜𝑙 (1) = 0,54
𝐹𝑆 𝑐𝑜𝑙 (2) = 0,768
𝐹𝑆 𝑐𝑜𝑙 (3) = 0,916
𝐹𝑆 𝑐𝑜𝑙 (4) = 0,979
𝐹𝑆 𝑐𝑜𝑙 (5) = 0,997
𝐹𝑆 𝑐𝑜𝑙 (6) = 1

a) Pela distribuição exata:

𝑃(𝑆 𝑐𝑜𝑙 > 𝑃) = 0,021 . : 1 − 𝐹𝑆 𝑐𝑜𝑙 (𝑃) = 0,021 .: 𝐹𝑆 𝑐𝑜𝑙 (𝑃) = 0,979 → 𝑃 = 4

Pela aproximação Normal:

𝑃 = 𝐸[𝑆 𝑐𝑜𝑙 ] + 𝑍0,979 . 𝜎[𝑆 𝑐𝑜𝑙 ]


𝑃 = 1,5 + 2,035. √1,8 = 4,23

b) Apesar do número médio de sinistros ser de somente 1, pela aproximação Normal o


prêmio puro total não ficou muito distante daquele calculado pela distribuição exata.
Na prática, a aproximação Normal se comporta muito bem na cauda à direita da
distribuição, o que é uma característica muito boa, pois é exatamente nessa região
que estamos interessados para o cálculo de prêmios ou de probabilidade de ruína.

5) Considere as seguintes seguradoras abaixo e a sua experiência observada no último


ano completo e seja a probabilidade dos sinistros superarem o valor dos prêmios igual
a 1%

Seguradora Número de Sinistros Número de Apólices


A 1.000 20.000
B 2.500 40.000

Calcule a taxa pura considerando os seguintes cenários:


a) As seguradoras são concorrentes;
b) As seguradoras pertencem ao mesmo grupo
c) Explique o porquê das diferenças obtidas baseando-se nos resultados destes
cenários

Resolução:

𝑇𝑥 = 𝐸[𝑞′ ] + 𝑍1−𝛼 𝜎[𝑞′ ]


𝑛′ 𝑛´(𝑛 − 𝑛′ )
𝑜𝑛𝑑𝑒, 𝐸[𝑞′ ] = 𝑒 𝜎[𝑞′ ] = √
𝑛 𝑛³

1.000 1.000(20.000 − 1.000)


𝑎) 𝑇𝑥𝐴 = + 2,33. √ = 5,39%
20.000 20.000³
2.500 2.500(40.000 − 2.500)
𝑇𝑥𝐵 = + 2,33. √ = 6,53%
40.000 40.000³

3.500 3.500(60.000 − 3.500)


𝑏) 𝑇𝑥𝐴𝐵 = + 2,33. √ = 6,06%
60.000 60.000³

c) Observa-se que quando é realizado agrupamento das carteiras das duas seguradoras, ocorre
compartilhamento dos riscos expostos, o que faz com que a taxa média do grupo se aproxime
da média entre as taxas isoladas das carteiras de forma independente.

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