Basicamente, a desativação de um catalisador é caracterizada pela perda de
atividade catalítica ou seletivade com o tempo. Para os processos industriais, esse problema representa anualmente em todo mundo um custo de bilhões de dólares, envolvendo tanto a troca do material como as perdas com paradas das indústrias para troca de material. O tempo de campanha de um catalisador pode variar de alguns segundo no caso do craqueamento catalítico até 10 anos no caso da síntese de amônia. Vejamos a seguir as principais formas de desativação de catalisadores:
1 – Envenenamento
O envenenamento consiste da quimissorção de reagentes, produtos ou
impurezas, de tal forma que os sítios se tornam inacessíveis para a reação. Desse modo, a espécie atua como um veneno caso sua força de adsorção comparada com outra espécie seja suficiente para impedir a adsorção da molécula de interesse. Ao contrário da adsorção física, o envenenamento dos sítios pode provocar mudanças eletrônicas ou geométricas na estrutura da superfície. Vejamos um exemplo que ilustra o fenômeno.
Nesse caso, o átomo de enxofre pode:
A – bloquear a adsorção em vários sítios vizinhos se pensamos na estrutura em
3D; B – a adsorção modifica eletronicamente a superfície, influenciando os sítios vizinhos; C – Modificar as propriedades catalíticas, afetando principalmente as reações sensíveis à estrutura; D – bloquear o acesso de um reagente ao outro E – dificultar a difusão
A tabela a seguir apresenta um conjunto de venenos e o tipo de interação destes
com os metais
Além disso, o envenenamento pode ser seletivo, quando o envenenamento
ocorre primeiro nos sítios mais ativos, anti-seletiva, quando a adsorção ocorre inicialmente nos sítios menos ativos e não seletiva quando a perda de atividade é simplesmente proporcional à quantidade de veneno. Existem ainda alguns definições importantes quando tratamos de desativação de catalisadores. Vejamos quais:
Duas importantes características são fundamentais para compreender o processo
de envenenamento: determinar a estrutura da superfície na qual o veneno está adsorvido e como essa estrutura muda com o aumento da cobertura da superfície pelo veneno. Isto é, a quantidade de veneno adsorvido depende fortemente do plano cristalino exposto, como pode ser exemplificado pela tabela a seguir. 2 – Fouling, coqueamento e deposição de carbono
Fouling é a deposição física de espécies da fase fluida na superfície do
catalisador, que resulta em perda de atividade devido ao bloqueio dos sítios ou poros. Em um estágio avançado, pode levar a desintegração das partículas e preenchimento dos vazios no reator, como ocorre nos processos de deposição de carbono e coque. Vale ressaltar que muitas vezes coque e carbono são considerados diferentes, sendo que carbono é tido como produto do desproporcionamento do CO enquanto que o coque é resultado da decomposição ou condensação de HCs na superfície. Assim como definido por Boudart em relação à sensibilidade das reações, os catalisadores em geral podem ser ou não sensíveis ao coque. Além disso, o mecanismo da formação deste depende do tipo de catalisador, seja metálico, óxido etc. Em catalisadores metálicos a formação de coque pode acontecer por 3 meios principais: quimissorção como uma monocamada ou adsorção física em multicamadas, bloqueando o acesso do metal, total encapsulamento da partícula ou então bloqueio das entradas dos poros, conforme ilustrado pela figura a seguir. 3 – Degradação térmica e sinterização
A degradação termicamente induzida resulta da perda de atividade catalítica em
função do crescimento das partículas, perda de área do suporte devido ao colapso do mesmo e da transformação de espécies com atividade catalítica em outras inertes. O processo de sinterização ocorre normalmente a altas temperaturas e a presença de vapor d’água acelera o processo. Existem 3 mecanismos principais de crescimento de partícula, como ilustrado pelo figura abaixo. a) migração do cristalito: envolve a migração do cristalito inteiro sobre o suporte, seguido da colisão e coalescência; b) migração atômica: envolve o desprendimento de átomos metálicos do cristalito, migração destes sobre o suporte e captura por cristalitos maiores; c) transporte a vapor, em condição de temperatura elevada;
O processo de sinterização é normalmente lento e irreversível ou reversível em
condições severas.
Alguns fatores afetam a sinterização de maneira significativa o processo de
sinterização. Vejamos a partir da tabela abaixo quais fatores mais influenciam e de que maneira:
Promotores e impurezas afetam a sinterização e redistribuição de espécies tanto
pelo aumento ou redução da mobilidade atômica sobre a superfície. De modo similar, defeitos superficiais ou poros impedem a migração de partículas superficiais, especialmente quando o diâmetro do poro é aproximado ao tamanho da partícula. A sinterização pode afetar a atividade catalítica quando o crescimento da partícula está responsável por uma reação com sensibilidade estrutural. Entretanto, quando a reação não é sensível à estrutura, a atividade específica (baseada na área) pode não mudar. Existem outros fatores que podem levar a sinterização. Vejamos quais:
1 – Reação de espécies na fase vapor produzindo fases inativas;
2 – Reações em fase sólida, resultando em compostos inativos;
3 – Transformação em estado sólido de algum componente durante a reação;
Como exemplo de reações de gases com sólidos que produzem fases inativas podemos citar os exemplos listados abaixo:
No caso das transformação em estado sólido, podemos citar os seguintes
exemplos:
Mecanismos de falha dos catalisadores: esse processo envolve a falha mecânica
dos catalisadores, que pode envolver o esmagamento do pellet, atrito, redução de tamanho e quebra dos grânulos ou pellets produzindo finos, principalmente em catalisadores fluidizados ou de lama e também pode ocorrer o carreamento de partículas devido a alta velocidade do fluido.
GIMENO SACRISTÁN A Educação Obrigatória Uma Escolaridade Igual para Sujeitos Diferentes em Uma Escola Comum. in A Educação Obrigatória Seu Sentido Educativo e Social PDF