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I. INTRODUÇÃO
O vírus da dengue teve suas origens nas selvas, evoluindo de um mosquito com
um vírus capaz de causar doença em primatas e humanos. Desenvolvimento do
ambiente pelos seres humanos através da criação de assentamentos eo desmatamento
contribuíram para mover o vírus da dengue fora da selva para o meio rural. Comércio e
desenvolvimento econômico, em seguida, mudou-se pessoas de áreas rurais para as
cidades, introduzindo assim o vírus para outro novo ambiente. Ciclos de transmissão na
Ásia foram mantidos vivos por uma espécie nativa do mosquito, o Aedes
albopictus. Quando o vírus foi introduzido para áreas que se tornaram infestadas com o
mosquito aegypti, ocorreram epidemias (GUBLER, 2002)..
Após um indíviduo ter sido picado por um mosquito infectado com o vírus da
dengue as manifestações clínicas podem se apresentar em um período que varia de
quatro a cinco dias. A dengue pode se apresentar sob um espectro bem amplo de formas
clínicas. As síndromes clínicas da dengue descritas até o momento incluem: Forma
assintomática, febre indiferenciada, febre clássica da dengue (dengue clássica), febre
hemorrágica da dengue (FHD), síndrome do choque da dengue (SCD). Há ainda
apresentações atípicas que vêm sendo descritas com freqüência cada vez maior. Na
forma assintomática os sintomas não são perceptíveis ao paciente. Estima-se que em
uma epidemia de dengue ocorra um caso assintomático para cada cinco casos
sintomáticos. A forma indiferenciada assemelha-se a síndrome gripal. O paciente
apresenta sintomatologia leve, confundindo seu quadro clínico com uma gripe. O
dengue pode manifestar-se com formas clínicas atípicas, simulando outras doenças. Na
hepatite pelo vírus dengue ocorre elevação importante das transaminases e presença de
icterícia. A doença pode apresentar-se com febre alta, dor abdominal e vômitos, quadro
indistinguível das outras hepatites virais agudas. Podem ocorrer formas raras com
comprometimento do sistema nervoso central manifestando-se com encefalites
(Síndrome de Reye) ou polineuropatias (Síndrome de Guillain – Barre). Essas formas
podem surgir no decorrer da doença ou na fase de convalescença (SERUFO, J.C. et al.,
2000).
As manifestações da Febre da Dengue caracterizam-se por febre alta, cefaleia,
mialgia, exantema maculopapular, artralgia, dor retroobitária e leucopenia. A presença
de manifestações hemorrágicas na forma de epistaxe, petéquias, gengivorragia,
metrorragia e outras não é característica exclusiva da FHD e, normalmente se apresenta
no final do período febril (OISHI et al., 2007). A evolução para o quadro de hemorragia
ainda não é muito bem descrito, mas é sabido que a exposição prévia a outro sorotipo
viral, a combinação de sorotipos infectantes e a cepa viral são fatores determinantes
para o desenvolvimento deste quadro (HALSTEAD, 2007).
Os sintomas iniciais da Febre Hemorrágica da Dengue são febre alta e dor de
cabeça, apresentando muita semelhança com a Dengue Clássica. A FHD pode evoluir
iniciando um quadro de Síndrome de Choque da Dengue onde podem ser observados
distúrbios na circulação sanguínea com perda plasmática, alterações na pressão arterial,
hipotermia associada à sudorese profusa, petéquias, hemorragias nas gengivas e olhos,
dores abdominais, hepatomegalia, vômitos e agitação intensa. Neste estágio se não
houver um tratamento intenso com reposição de líquidos, o paciente pode degenerar
rapidamente evoluindo para acidose metabólica, hemorragia interna generalizada e,
consequente, morte.
I.7. Imunologia da infecção pelo vírus da Dengue
São vírus que causam doenças que antes eram desconhecidas, seja na região, seja
no planeta. Os cientistas, em geral, os definem como sendo vírus que provocam doenças
antes nunca vistas num local específico. Sendo assim, a doença pode nunca ter sido
vista neste local e em outro local sim, sendo nomeada como vírus emergente apenas na
primeira. Vale ressaltar que comumente, acontecem grandes impactos na população
local, com o surgimento destes vírus. Pois, a população não está muitas vezes
preparada, pois não adquiriu imunidade, já que a doença é recente no local.
Recentemente no Brasil, surgiu um novo sorotipo da dengue, o tipo quatro. Esta não
se diferencia das outras no grau da doença, pois trazem em si os mesmos sintomas como
febre, dor de cabeça, dor no corpo, manchas vermelhas, vômitos e mal estar. Apesar de
não possuir uma gravidade maior em si, o ressurgimento dessa doença no Brasil, pode
trazer grandes complicações levando em conta que o Brasil possui grandes falhas no
quesito conter o vírus da Dengue. A entrada de desse vírus, em estados como o Rio de
janeiro, facilita em muito, uma epidemia. Resumindo, este novo sorotipo não é mais
grave do que os outros, porém como a população não possui imunidade a esta (por ser
emergente neste local) e levando em conta fatores como sistema de saúde e a fácil
propagação da dengue decorrente de falhas no teu controle, concluímos que é fácil o
surgimento de uma epidemia.
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