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Mestre e Doutorando em Direito Privado pela PUC Minas, Professor de Direito Civil e História do
Direito na PUC Minas, unidades Coração Eucarístico, Barreiro e São Gabriel, Coordenador do Curso
de Especialização em Direito Civil da PUC Minas, Coordenador do Curso de Graduação em Direito da
PUC Minas, unidade Barreiro.
Podemos logo inferir que o direito dos contratos existe desde que o
homem deu início às primeiras comunidades. No entanto, é o Direito Romano o
primeiro a sistematizar a regulação contratual, criando algumas categorias de
contratos. Isto significa que contratos específicos receberam tratamento normativo
em sociedades anteriores à romana, mas será esta que estabelecerá as bases para
a teoria contratual, aplicável a todos os contratos, definindo requisitos, garantias e
classificações.
Estes contratos tinham proteção judicial prevista pelo ius civile, podendo o
credor reclamar via actio, sua execução.
Ao vassalo era dada uma porção de terra, que deveria ser cultivada
mediante o pagamento de uma parcela da produção.
“Em contrapartida o vassalo devia a seu senhor a fidelidade (abster-se de
atos hostis ou perigosos contra o senhor), o auxilium (ajuda militar e material, nem
sempre de caráter pecuniário) que, na maioria das vezes, apresentava-se sob a
forma de auxílio militar (de homens e armamentos) ou com o consilium (obrigação
de auxiliar ao senhor com conselhos sempre que este convocava).”(3)
São estas as idéias que serão inseridas nos códigos modernos pelos
iluministas. A burguesia, como forma de manter o Estado afastado de suas
atividades, assume o jusnaturalismo racionalista como fundamento do Direito e a
vontade é eleita como fundamento da sociedade moderna – da formação do Estado
à fundamentação do Direito. Assim, tanto o Direito Público quanto o Direito Privado
viram o surgimento do dogma da vontade em seu alicerce; o contrato como
fundamento da sociedade capitalista.
4. Considerações Finais
Notas
(1) Há três diferentes formas de datação pelos historiadores especializados: a cronologia longa, a
curta e a média. “Assim a cronologia longa data o reinado de Hammurabi entre os anos 1848-1806
a.C.; a cronologia média entre 1792 e 1750 a.C. e a curta entre 1728 e 1686 a.C.” (BOUZON,
Emanuel. Uma coleção de direito babilônico pré-hammurabiano: Leis do reino de Esnunna.
Petrópolis: Vozes, 2001. p.12) Adotamos a cronologia média, por ser a que, atualmente, encontra
mais adeptos dentre os historiadores.
(2) BOUZON, Emanuel. O Código de Hammurabi. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 108-109. §L.
(3) CASTRO, Flávia Lages de. História do direito: geral e Brasil. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003. p.
124.
(5) GILISSEN, John. Introdução histórica ao direito. Trad. António Manuel Hespanha e Manuel Luís
Macaísta Malheiros. 3. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2001. p. 736.
(6) NORONHA, Fernando. O direito dos contratos e seus princípios fundamentais: autonomia privada,
boa-fé, justiça contratual. São Paulo: Saraiva, 1994. p. 65
(7) FIUZA, César et ROBERTO, Giordano Bruno Soares. Contratos de adesão. Belo Horizonte:
Mandamentos, 2002. p. 101.
(8) NETTO, Felipe Peixoto Braga. Teoria dos ilícitos civis. Belo Horizonte: Del Rey, 2003. p. 38. O
autor ainda afirma: “O direito moderno normatiza finalidades. Se antes os fins da norma escondiam-se
atrás do binômio previsão/sanção, ou hipótese/conseqüência, hoje o direito explicita finalidades. Há
uma progressiva noção da importância dos fins na sistemática jurídica. Isso diz profundamente com a
interpretação. À medida que o legislador declara os fins que deseja implementados, o papel do
intérprete sobreleva. Os meios de atingir os fins certamente variam. A própria noção dos fins é fluida,
ainda que existam parâmetros.” p. 36.
(9) FIUZA, César. Direito civil: curso completo. 8. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2004. p.365-366.